Semana dos Seminários

Transcrição

Semana dos Seminários
SEMANA DOS SEMINÁRIOS
7_14 NOVEMBRO 2010
Seminário, comunidade
dos discÍpulos de cristo
e irmãos no preSbitério
DISCÍPULOS
PRE S B
I T É RI O
SEMANA DOS SEMINÁRIOS
7_14 NOVEMBRO 2010
0_Índice
02
1 _Oração 2 _Mensagem
do Presidente da CEVM 3_CARTA
DO PAPA BENTO XVI 4 _PROPOSTA
DE REFLEXÃO 5 _A FORMAÇÃO
SACERDOTAL NOS SEMINÁRIOS
DE PORTUGAL 6 _PASSA E CHAMA
(Catequese para a Adolescência)
7 _PROCURAM-SE AMIGOS
(Catequese para OS Jovens)
8 _Vigília de Oração 9_Propostas
para a Liturgia da Semana
dos Seminários 10_Contactos
dos Seminários Diocesanos
03
1_oração
Jesus Cristo,
Bom Pastor
que dás a vida pelas Tuas
ovelhas.
Tu és o Filho muito amado
do Pai,
Tu és o nosso Mestre e
Salvador.
Faz dos nossos seminários
Comunidades de discípulos,
Sementeiras de Amor,
de serviço e de entrega
radical
pelo Teu Reino;
sinais de esperança de um
futuro de vida verdadeira,
em abundância para todos.
Fortalece e ilumina no
discernimento
vocacional os nossos
seminaristas;
confirma nos dons do
Espírito Santo
os seus formadores;
enche de generosidade e
espírito de serviço
os auxiliares que com eles
trabalham.
Recompensa e abençoa os
benfeitores,
que com a oração e partilha
de bens,
zelam pela missão;
ampara o nosso Bispo e os
nossos párocos,
para que sejam sempre fiéis
ao dom do seu sacerdócio;
desperta a generosidade e a
coragem dos nossos jovens
para Te seguirem e concede
às nossas famílias o dom de
Te proporem como caminho,
verdade e vida...
Nós Te pedimos por
intercessão de
Nossa Senhora, Tua e nossa
mãe…
05
2_Mensagem
do presidente
da cevm
al
CHAMAM
ent
06
sabedoria
legria
MENTO
VOCAÇÃO
fé
trega
TESTEMUNHO
seminário
07
MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CEVM
Seminário, comunidade dos discípulos de Cristo e irmãos no presbitério
1_ A alegria da vocação e a graça do mistério
Samuel repousava no templo do Senhor.
A lâmpada do Deus não se tinha apagado. O Senhor chamou Samuel. Ele
respondeu: “Eis-me aqui”. Samuel pensou que a voz insistente que o chamava
no silêncio e no segredo da noite era a voz do sacerdote Eli.
Quando compreendeu que era o Senhor, respondeu: “Fala, Senhor; o teu servo
escuta” (1 Sam 3, 1-21).
Jeremias vivia em Israel ao tempo da deportação e do exílio dos habitantes de
Jerusalém.
Ele diz-nos como Deus o chamou, consagrou e enviou, como profeta em tempo
difícil. Jeremias não escondeu o seu temor nem calou as suas dificuldades:
“Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, pois ainda sou um jovem”.
Respondeu-lhe o Senhor: “Irás onde eu te enviar. Não tenhas medo, Jeremias.
Eu estou contigo” (Jer 1, 1-19).
Maria habitava em Nazaré.
Diante do mensageiro de Deus que lhe anuncia que ela ia ser a Mãe de Jesus,
Maria interroga-se: “Como pode ser isso?”.
O Anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre ti. Por isso Aquele que vai nascer
é Santo e será chamado Filho de Deus”.
Maria disse então: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”(Luc 1, 34-38).
Jesus estava em Cafarnaum.
Tinha passado a vigília da noite em oração. Caminhava, nessa manhã, ao longo
do Mar da Galileia. Viu homens ocupados e preocupados com a faina da pesca
e disse-lhes: “Vinde e segui-me. Farei de vós, pescadores de homens. ”
E eles deixaram as redes, imediatamente, e seguiram-no (Mt 4, 18-20).
João, depois do baptismo de Jesus, permanecera na margem além do Jordão.
Ao ver passar Jesus, disse aos discípulos que estavam com ele: “ Eis o Cordeiro de Deus”.
Os discípulos de João ouviram, compreenderam e seguiram Jesus.
Jesus voltou-se para eles e disse-lhes: “Que buscais?”
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“Mestre, onde moras?”, perguntaram eles.
“Vinde ver”, respondeu-lhes Jesus.
“Eles foram, viram e permaneceram” (Jo 1, 38-40).
Saulo tinha recebido ordens para perseguir os cristãos que viviam em Damasco,
na Jordânia.
Fez-se ao caminho com decisão e determinação.
Era um israelita, descendente de Abraão, convicto e honesto. Subitamente uma
inesperada visão interrompeu-lhe o caminho. Cegaram-se-lhe os olhos, mas o
coração permaneceu vivo e atento ao diálogo que naquela hora nasceu: “Saulo,
Saulo porque me persegues?”
“Quem és tu, Senhor?”
“Eu sou aquele a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que
tens a fazer”( Act 9, 4-9).
2_ A Carta do Santo Padre aos seminaristas e a coragem
da resposta ao chamamento de Deus
Estes são alguns dos momentos bíblicos que nos falam de vocação.
Hoje, é o Santo Padre Bento XVI que escreve uma carta aos seminaristas. Logo
no início dessa carta conta-nos o diálogo estranho com o seu comandante de
companhia para quem na “nova Alemanha” já não havia lugar nem necessidade
para padres. O medo não o venceu e a afronta do seu superior militar não o
desanimou.
Para ele como para cada um de nós, a vocação ao Sacerdócio nasce neste berço
de verdade e de coragem; exige liberdade para decidir; implica conversão interior;
impõe deixar ocupações de rotina e certezas frágeis; encontra nova bússola a
guiar os nossos passos e descobre alto farol a iluminar o caminho de quem quer
seguir o Senhor.
“Tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes,
de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir”, diz-nos o Santo Padre.
É para isso o “Seminário como comunidade que caminha para o serviço
sacerdotal”, onde se preparam os futuros sacerdotes, como verdadeiros “homens
de Deus” e “mensageiros de Deus, (…) sempre prontos a responder (…) a todo
aquele que nos perguntar “a razão” da nossa esperança (1 Ped 3, 15). Adquirir
a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos do
Seminário”, lembra o Santo Padre aos seminaristas.
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3_ Comunidade de discípulos e irmãos no presbitério
Preparamo-nos para viver, no ritmo do tempo e em data igual aos anos anteriores,
a Semana dos Seminários de Portugal.
Da recente visita do Santo Padre ao nosso país e do encontro que com ele tivemos
na Igreja da Santíssima Trindade, tem todo o sentido recordar a sua mensagem
aos seminaristas: “A vós queridos seminaristas, que já destes o primeiro passo
para o sacerdócio e estais a preparar-vos no Seminário maior e nas Casas de
Formação Religiosa, O Papa encoraja-vos a serdes conscientes da grande
responsabilidade que ides assumir: examinai bem as intenções e as motivações;
dedicai-vos com ânimo forte e espírito generoso à vossa Formação”.
É com este espírito e com igual confiança que olhamos esta Semana dos
Seminários como tempo e oportunidade para valorizarmos o trabalho e a missão
dos Seminários na formação dos futuros sacerdotes. Serve-nos de lema para
esta Semana o mesmo tema da Semana dos Formadores dos Seminários de
Portugal, realizada no passado mês de Setembro, na Diocese de Angra, nos
Açores: Seminário, comunidade dos discípulos de Cristo e irmãos no presbitério.
Queremos fazer nossa a mensagem do Santo Padre, dizer uma palavra de muita
alegria e renovada confiança a todos os seminaristas de Portugal e testemunhar
sentida gratidão a quantos se entregam diariamente com exemplar dedicação
e inexcedível generosidade à exigente causa da formação nos nossos Seminários.
Estou consciente e confiante de que aos Seminários nunca faltará a comunhão
fraterna e exemplar dos presbitérios diocesanos e religiosos nem a oração, o
afecto e a generosidade das comunidades cristãs.
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Temos percorrido, ao longo dos anos, os Seminários de Portugal para que na
colaboração de cada um saibamos contribuir para o bem de todos. Este ano a
Comissão Episcopal Vocações e Ministérios solicitou ao Seminário Maior de
Lamego esse contributo que agradecemos e aqui é deixado como subsídio para
a vivência desta Semana nas famílias, nos movimentos apostólicos e nas
comunidades cristãs.
A exemplo do Santo Padre, na Carta que escreve aos seminaristas, também a
Igreja em Portugal confia “o caminho de preparação para o Sacerdócio à protecção
materna de Maria Santíssima, cuja casa foi escola de bem e de graça”.
Aveiro, 18 de Outubro de 2010
+ António Francisco dos Santos
Bispo de Aveiro,
Presidente da Comiss o Episcopal Voca
11
es e Minist rios
3_CARTA
DO PAPA
BENTO XVI
CARTA DO PAPA BENTO XvI
Queridos Seminaristas,
Em Dezembro de 1944, quando fui chamado para o serviço militar, o comandante
de companhia perguntou a cada um de nós a profissão que sonhava ter no futuro.
Respondi que queria tornar-me sacerdote católico. O subtenente replicou: Nesse
caso, convém-lhe procurar outra coisa qualquer; na nova Alemanha, já não há
necessidade de padres. Eu sabia que esta «nova Alemanha» estava já no fim e
que, depois das enormes devastações causadas por aquela loucura no país, mais
do que nunca haveria necessidade de sacerdotes. Hoje, a situação é
completamente diversa; porém de vários modos, mesmo em nossos dias, muitos
pensam que o sacerdócio católico não seja uma «profissão» do futuro, antes
pertenceria já ao passado. Contrariando tais objecções e opiniões, vós, queridos
amigos, decidistes-vos a entrar no Seminário, encaminhando-vos assim para o
ministério sacerdotal na Igreja Católica. E fizestes bem, porque os homens
sempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnica
no mundo e da globalização –, do Deus que Se mostrou a nós em Jesus Cristo e
nos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por meio d’Ele, a verdadeira
vida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade.
Sempre que o homem deixa de ter a noção de Deus, a vida torna-se vazia; tudo
é insuficiente. Depois o homem busca refúgio na alienação ou na violência,
ameaça esta que recai cada vez mais sobre a própria juventude. Deus vive; criou
cada um de nós e, por conseguinte, conhece a todos. É tão grande que tem
tempo para as nossas coisas mais insignificantes: «Até os cabelos da vossa
cabeça estão contados». Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele
e O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem
necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir.
O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal. Nestas
palavras, disse já algo de muito importante: uma pessoa não se torna sacerdote,
sozinha. É necessária a «comunidade dos discípulos», o conjunto daqueles que
querem servir a Igreja de todos. Com esta carta, quero evidenciar – olhando
retrospectivamente também para o meu tempo de Seminário – alguns elementos
importantes para o vosso caminho a fazer nestes anos.
desconhecido que se retirou depois do
«big-bang». Deus mostrou-Se em Jesus
Cristo. No rosto de Jesus Cristo, vemos
o rosto de Deus. Nas suas palavras,
ouvimos o próprio Deus a falar
1_Quem quer tornar-se sacerdote,
deve ser sobretudo um «homem de
Deus», como o apresenta São Paulo (1
Tm 6, 11). Para nós, Deus não é uma
hipótese remota, não é um
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connosco. Por isso, o elemento mais
importante no caminho para o
sacerdócio e ao longo de toda a vida
sacerdotal é a relação pessoal com
Deus em Jesus Cristo. O sacerdote não
é o administrador de uma associação
qualquer, cujo número de membros se
procura manter e aumentar. É o
mensageiro de Deus no meio dos
homens; quer conduzir a Deus, e assim
fazer crescer também a verdadeira
comunhão dos homens entre si. Por
isso, queridos amigos, é muito
importante aprenderdes a viver em
permanente contacto com Deus.
Quando o Senhor fala de «orar
sempre», naturalmente não pede para
estarmos continuamente a rezar por
palavras, mas para conservarmos
sempre o contacto interior com Deus.
Exercitar-se neste contacto é o sentido
da nossa oração. Por isso, é importante
que o dia comece e acabe com a oração;
que escutemos Deus na leitura da
Sagrada Escritura; que Lhe digamos os
nossos desejos e as nossas esperanças,
as nossas alegrias e sofrimentos, os
nossos erros e o nosso agradecimento
por cada coisa bela e boa, e que deste
modo sempre O tenhamos diante dos
nossos olhos como ponto de referência
da nossa vida. Assim tornamo-nos
sensíveis aos nossos erros e
aprendemos a trabalhar para nos
melhorarmos; mas tornamo-nos
sensíveis também a tudo o que de belo
e bom recebemos habitualmente cada
dia, e assim cresce a gratidão. E, com
a gratidão, cresce a alegria pelo facto
de que Deus está perto de nós e
podemos servi-Lo.
2_
Para nós, Deus não é só uma
palavra. Nos sacramentos, dá-Se
pessoalmente a nós, através de
elementos corporais. O centro da
nossa relação com Deus e da
configuração da nossa vida é a
Eucaristia; celebrá-la com íntima
participação e assim encontrar Cristo
em pessoa deve ser o centro de todas
as nossas jornadas. Para além do mais,
São Cipriano interpretou a súplica do
Evangelho «o pão nosso de cada dia
nos dai hoje», dizendo que o pão
«nosso», que, como cristãos, podemos
receber na Igreja, é precisamente Jesus
eucarístico. Por conseguinte, na
referida súplica do Pai Nosso, pedimos
que Ele nos conceda cada dia este pão
«nosso»; que o mesmo seja sempre o
alimento da nossa vida, que Cristo
ressuscitado, que Se nos dá na
Eucaristia, plasme verdadeiramente
toda a nossa vida com o esplendor do
seu amor divino. Para uma recta
celebração eucarística, é necessário
aprendermos também a conhecer,
compreender e amar a liturgia da
Igreja na sua forma concreta. Na
liturgia, rezamos com os fiéis de todos
os séculos; passado, presente e futuro
encontram-se num único grande coro
de oração. A partir do meu próprio
caminho, posso afirmar que é
entusiasmante aprender a
compreender pouco a pouco como
tudo isto foi crescendo, quanta
experiência de fé há na estrutura da
liturgia da Missa, quantas gerações a
formaram rezando.
15
errado. Através dela, a fé entrou no
coração dos homens, tornou-se parte
dos seus sentimentos, dos seus
costumes, do seu sentir e viver comum.
Por isso a piedade popular é um grande
património da Igreja. A fé fez-se carne
e sangue. Seguramente a piedade
popular deve ser sempre purificada,
referida ao centro, mas merece a nossa
estima; de modo plenamente real, ela
faz de nós mesmos «Povo de Deus».
3_ Importante é também o
sacramento da Penitência. Ensina a
olhar-me do ponto de vista de Deus e
obriga-me a ser honesto comigo
mesmo; leva-me à humildade. Uma vez
o Cura d’Ars disse: Pensais que não
tem sentido obter a absolvição hoje,
sabendo entretanto que amanhã fareis
de novo os mesmos pecados. Mas –
assim disse ele – o próprio Deus neste
momento esquece os vossos pecados
de amanhã, para vos dar a sua graça
hoje. Embora tenhamos de lutar
continuamente contra os mesmos
erros, é importante opor-se ao
embrutecimento da alma, à
indiferença que se resigna com o facto
de sermos feitos assim. Na grata
certeza de que Deus me perdoa sempre
de novo, é importante continuar a
caminhar, sem cair em escrúpulos mas
também sem cair na indiferença, que
já não me faria lutar pela santidade e
o aperfeiçoamento. E, deixando-me
perdoar, aprendo também a perdoar
aos outros; reconhecendo a minha
miséria, também me torno mais
tolerante e compreensivo com as
fraquezas do próximo.
5_ O tempo no Seminário é também
e sobretudo tempo de estudo. A fé
cristã possui uma dimensão racional
e intelectual, que lhe é essencial. Sem
tal dimensão, a fé deixaria de ser ela
mesma. Paulo fala de uma «norma da
doutrina», à qual fomos entregues no
Baptismo (Rm 6, 17). Todos vós
conheceis a frase de São Pedro,
considerada pelos teólogos medievais
como a justificação para uma teologia
elaborada racional e cientificamente:
«Sempre prontos a responder (…) a
todo aquele que vos perguntar “a
razão” (logos) da vossa esperança» (1
Ped3, 15). Adquirir a capacidade para
dar tais respostas é uma das principais
funções dos anos de Seminário. Tudo
o que vos peço insistentemente é isto:
Estudai com empenho! Fazei render os
anos do estudo! Não vos arrependereis.
É certo que muitas vezes as matérias
de estudo parecem muito distantes da
prática da vida cristã e do serviço
pastoral. Mas é completamente errado
pôr-se imediatamente e sempre a
pergunta pragmática: Poderá isto
servir-me no futuro? Terá utilidade
4_
Mantende em vós também a
sensibilidade pela piedade popular,
que, apesar de diversa em todas as
culturas, é sempre também muito
semelhante, porque, no fim de contas,
o coração do homem é o mesmo. É
certo que a piedade popular tende para
a irracionalidade e, às vezes, talvez
mesmo para a exterioridade. No
entanto, excluí-la, é completamente
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prática, pastoral? É que não se trata
apenas de aprender as coisas
evidentemente úteis, mas de conhecer
e compreender a estrutura interna da
fé na sua totalidade, de modo que a
mesma se torne resposta às questões
dos homens, os quais, do ponto de
vista exterior, mudam de geração em
geração e todavia, no fundo,
permanecem os mesmos. Por isso, é
importante ultrapassar as questões
volúveis do momento para se
compreender as questões verdadeiras
e próprias e, deste modo, perceber
também as respostas como
verdadeiras respostas. É importante
conhecer a fundo e integralmente a
Sagrada Escritura, na sua unidade de
Antigo e Novo Testamento: a formação
dos textos, a sua peculiaridade
literária, a gradual composição dos
mesmos até se formar o cânon dos
livros sagrados, a unidade dinâmica
interior que não se nota à superfície,
mas é a única que dá a todos e cada
um dos textos o seu pleno significado.
É importante conhecer os Padres e os
grandes Concílios, onde a Igreja
assimilou, reflectindo e acreditando,
as afirmações essenciais da Escritura.
E poderia continuar assim: aquilo que
designamos por dogmática é a
compreensão dos diversos conteúdos
da fé na sua unidade, mais ainda, na
sua derradeira simplicidade, pois cada
um dos detalhes, no fim de contas, é
apenas explanação da fé no único
Deus, que Se manifestou e continua a
manifestar-Se a nós. Que é importante
conhecer as questões essenciais da
teologia moral e da doutrina social
católica, não será preciso que vo-lo
diga expressamente. Quão importante
seja hoje a teologia ecuménica,
conhecer as várias comunidade cristãs,
é evidente; e o mesmo se diga da
necessidade duma orientação
fundamental sobre as grandes
religiões e, não menos importante,
sobre a filosofia: a compreensão
daquele indagar e questionar humano
ao qual a fé quer dar resposta. Mas
aprendei também a compreender e –
ouso dizer – a amar o direito canónico
na sua necessidade intrínseca e nas
formas da sua aplicação prática: uma
sociedade sem direito seria uma
sociedade desprovida de direitos.
O direito é condição do amor. Agora
não quero continuar o elenco, mas
dizer-vos apenas e uma vez mais: Amai
o estudo da teologia e segui-o com
diligente sensibilidade para
ancorardes a teologia à comunidade
viva da Igreja, a qual, com a sua
autoridade, não é um pólo oposto à
ciência teológica, mas o seu
pressuposto. Sem a Igreja que crê, a
teologia deixa de ser ela própria e
torna-se um conjunto de disciplinas
diversas sem unidade interior.
6_Os anos no Seminário devem ser
também um tempo de maturação
humana. Para o sacerdote, que terá de
acompanhar os outros ao longo do
caminho da vida e até às portas da
morte, é importante que ele mesmo
tenha posto em justo equilíbrio
coração e intelecto, razão e
17
sentimento, corpo e alma, e que seja
humanamente «íntegro». Por isso, a
tradição cristã sempre associou às
«virtudes teologais» as «virtudes
cardeais», derivadas da experiência
humana e da filosofia, e também em
geral a sã tradição ética da
humanidade. Di-lo, de maneira muito
clara, Paulo aos Filipenses: «Quanto
ao resto, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, nobre e justo, tudo o que
é puro, amável e de boa reputação,
tudo o que é virtude e digno de louvor,
isto deveis ter no pensamento» (4, 8).
Faz parte deste contexto também a
integração da sexualidade no conjunto
da personalidade. A sexualidade é um
dom do Criador, mas também uma
função que tem a ver com o
desenvolvimento do próprio ser
humano. Quando não é integrada na
pessoa, a sexualidade torna-se banal
e ao mesmo tempo destrutiva. Vemos
isto, hoje, em muitos exemplos da
nossa sociedade. Recentemente,
tivemos de constatar com grande
mágoa que sacerdotes desfiguraram
o seu ministério, abusando
sexualmente de crianças e
adolescentes. Em vez de levar as
pessoas a uma humanidade madura e
servir-lhes de exemplo, com os seus
abusos provocaram devastações, pelas
quais sentimos profunda pena e
desgosto. Por causa de tudo isto, pode
ter-se levantado em muitos, e talvez
mesmo em vós próprios, esta questão:
se é bom fazer-se sacerdote, se o
caminho do celibato é sensato como
vida humana. Mas o abuso, que há que
reprovar profundamente, não pode
desacreditar a missão sacerdotal, que
permanece grande e pura. Graças a
Deus, todos conhecemos sacerdotes
convincentes, plasmados pela sua fé,
que testemunham que, neste estado
e precisamente na vida celibatária, é
possível chegar a uma humanidade
autêntica, pura e madura. Entretanto
o sucedido deve tornar-nos mais
vigilantes e solícitos, levando
precisamente a interrogarmo-nos
cuidadosamente a nós mesmos diante
de Deus ao longo do caminho rumo ao
sacerdócio, para compreender se este
constitui a sua vontade para mim. É
função dos padres confessores e dos
vossos superiores acompanhar-vos e
ajudar-vos neste percurso de
discernimento. É um elemento
essencial do vosso caminho praticar
as virtudes humanas fundamentais,
mantendo o olhar fixo em Deus que
Se manifestou em Cristo, e deixar-se
incessantemente purificar por Ele.
7_ Hoje os princípios da vocação
sacerdotal são mais variados e
distintos do que nos anos passados.
Muitas vezes a decisão para o
sacerdócio desponta nas experiências
de uma profissão secular já assumida.
Frequentemente cresce nas
comunidades, especialmente nos
movimentos, que favorecem um
encontro comunitário com Cristo e a
sua Igreja, uma experiência espiritual
e a alegria no serviço da fé. A decisão
amadurece também em encontros
muito pessoais com a grandeza e a
18
miséria do ser humano. Deste modo
os candidatos ao sacerdócio vivem
muitas vezes em continentes
espirituais completamente diversos;
poderá ser difícil reconhecer os
elementos comuns do futuro mandato
e do seu itinerário espiritual. Por isso
mesmo, o Seminário é importante
como comunidade em caminho que
está acima das várias formas de
espiritualidade. Os movimentos são
uma realidade magnífica; sabeis
quanto os aprecio e amo como dom
do Espírito Santo à Igreja. Mas devem
ser avaliados segundo o modo como
todos se abrem à realidade católica
comum, à vida da única e comum
Igreja de Cristo que permanece uma
só em toda a sua variedade.
O Seminário é o período em que
aprendeis um com o outro e um do
outro. Na convivência, por vezes talvez
difícil, deveis aprender a generosidade
e a tolerância não só suportando-vos
mutuamente, mas também
enriquecendo-vos um ao outro, de
modo que cada um possa contribuir
com os seus dotes peculiares para o
conjunto, enquanto todos servem a
mesma Igreja, o mesmo Senhor.
Esta escola da tolerância, antes do
aceitar-se e compreender-se na
unidade do Corpo de Cristo, faz parte
dos elementos importantes dos anos
de Seminário.
Queridos seminaristas! Com estas
linhas, quis mostrar-vos quanto penso
em vós precisamente nestes tempos
difíceis e quanto estou unido convosco
na oração. Rezai também por mim,
para que possa desempenhar bem o
meu serviço, enquanto o Senhor
quiser. Confio o vosso caminho de
preparação para o sacerdócio à
protecção materna de Maria Santíssima,
cuja casa foi escola de bem e de graça.
A todos vos abençoe Deus omnipotente
Pai, Filho e Espírito Santo.
Vaticano, 18 de Outubro – Festa de São
Lucas, Evangelista – do ano 2010.
Vosso no Senhor
BENEDICTUS PP XVI
Copyright 2010
Libreria Editrice Vaticana
19
4_proposta
DE reflexão
20
21
PROPOSTA DE REFLEXÃO
Promover as Vocações, prioridade presbiteral INADIÁVEL1
Juan María Uriarte2
Introdução:
Desenvolverei a minha reflexão em quatro etapas consecutivas. Exporei em
primeiro lugar, algumas atitudes mentais e vitais frequentes entre os sacerdotes
diante da missão de promover as diversas vocações. Formularei num segundo
momento as razões eclesiológicas que constituem o fundamento desta missão.
Enumerarei em seguida algumas opções e tarefas evangélicas e pastorais
necessárias para levá-la à prática. Tentarei, por fim, retirar algumas lições
práticas que decorrem dos critérios teológicos e pastorais expostos e da
experiência adquirida até agora.
Venho de um país que está a sofrer um inverno vocacional bastante duro. Não
me será possível escapar á influência desta situação preocupante durante a
minha conferência. Talvez não seja o caso de todos os países e igrejas aqui
representadas. Muito me alegrarei com esta boa notícia. Em qualquer caso
“a pastoral vocacional constitui (sempre) o ministério mais difícil e delicado”
(“Novas vocações para uma nova Europa”, n.6).
Estou consciente de que o conceito de vocação é muito mais amplo que a vocação
sacerdotal e religiosa. De facto, a vocação laical e matrimonial é também real,
valiosa e necessária. Vou referir-me às vocações de especial consagração.
Hoje elas parecem-me as mais necessitadas de apoio.
1 Conferência proferida no último Congresso Europeu das Vocações em Estergom (Hungria), 3 de Julho
de 2010 - http://www.vocations.eu/
2 Bispo Emérito de San Sebastian, Espanha
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I_ ALGUMAS Notas sobre a posição dos presbíteros diante
da Pastoral Vocacional
A escassez de vocações sacerdotais e religiosas provoca, geralmente um estado
anímico de profunda preocupação. Por causa dela, alguns ocupam-se mais
activamente que no passado em suscitá-las, convencidos da sua necessidade
imprescindível para o futuro da Igreja. Outros, conscientes das enormes
dificuldades sociais e culturais para o surgimento de tais vocações, colocam
confiadamente nas mãos do Senhor da Igreja e da história, o futuro das suas
comunidades paroquiais e diocesanas. Há alguns que, dada a situação, optam
por suscitar e formar vocações laicais. Há também entre os nossos presbíteros
aqueles que argumentam que esforçar-se hoje em cultivar as vocações ao
ministério sacerdotal e à vida religiosa, é expressão de um terreno propício ao
voluntarismo pouco esclarecido e um apego excessivo a velhos esquemas do
passado. O desânimo e a nostalgia estão bastante estendidos.
As dificuldades com a promoção vocacional são propícias a que surjam com
frequência reservas mentais ou resistências vitais que tem sentido descrever.
Estas reservas e resistências traduzem-se e reflectem-se na maneira de formular
aos jovens a nossa proposta vocacional. Tais atitudes não são nem gerais, nem
talvez as mais frequentes. Mas também não são nem excepcionais nem
irrelevantes.
1_Reservas mentais
A) Alguns sacerdotes pensam que não se pode honestamente fazer-se a alguém
uma proposta vocacional antes da idade juvenil. Pensam que a inclinação precoce
de alguns jovens para o sacerdócio carece de significado e é suspeita. Acreditam
que a proposta vocacional feita em idades mais baixas é um condicionamento
indevido para um psiquismo ainda frágil. Esquecem-se que uma coisa é fazer uma
proposta cedo e outra é a tomada da decisão que deve acontecer mais tarde.
Também ignoram que os condicionamentos sociais que dificultam às gerações mais
jovens, o surgimento da inquietação vocacional, são hoje muito poderosos.
B) Muitos pensam de forma quase espontânea, mas sem rigor teológico, que,
as crianças e os adolescentes são “leigos em gestação”. Por conseguinte,
a formação, os testemunhos e os padrões de comportamento que lhes oferecemos
23
são exclusivamente orientados à vida laical. Contudo, as crianças e os
adolescentes não são leigos em gestação, mas “cristãos em gestação”, abertos
à partida, a uma gama de diferentes vocações.
C) Um projecto muito determinado sobre um jovem apto para a vida sacerdotal
ou religiosa, pode ser e é muitas vezes um quadro demasiadamente estreito.
Grande parte dos candidatos reais não se ajusta a esse projecto. As vocações
reais são como são, não como desejaríamos que fossem. Os esquemas rígidos
podem dificultar a pastoral vocacional.
D) Para bastantes sacerdotes o alarme existente pelo declínio das vocações não
se justifica ou pelo menos é desproporcionado. Questionam mesmo se não será
mais uma graça que uma desgraça, uma vez que nos obriga a transferir para os
leigos responsabilidades. Mas não valorizam suficientemente que os sacerdotes
pertencem à estrutura da Igreja e constituem um princípio estruturante das
comunidades cristãs. Eles são, portanto, um bem necessário. A falta de um bem
necessário não é uma situação de graça. Embora seja verdade que no coração
desta escassez o Espírito nos queira dizer alguma coisa.
2_ Resistências vitais
São de carácter afectivo. O seu componente básico é o medo.
A) O medo em provocar estranheza nos jovens a quem fazemos a proposta. Tal
proposta surpreende-os e desconcerta-os frequentemente, pelo menos numa
primeira abordagem. Por um reflexo defensivo, os jovens podem fugir de quem lhes
formula a questão vocacional. O medo de que isto aconteça pode retrair o sacerdote.
No entanto, para muitos que hoje são sacerdotes ou religiosos foi surpreendente,
mas decisivo que alguém tenha tido a coragem de lhe fazer a proposta vocacional.
B) O medo de parecer proselitista diante dos pais e o de ser rotulado por eles
por pressionar as crianças. Os pais, mesmo cristãos convictos, têm outras
expectativas a respeito dos seus filhos. Nestas circunstâncias, é necessária
alguma coragem profética para propor uma vocação consagrada.
C) O medo de orientar um jovem por um caminho que exige muito sacrifício e,
hoje, com pouco reconhecimento social. Quando um presbítero olha a sua história
24
pessoal numa chave de sofrimento, sente-se constrangido em propor a um jovem
este caminho como via de realização e felicidade.
D) O medo de não estar suficientemente preparado para chamar e acompanhar
os jovens no discernimento da sua vocação. A tarefa é delicada e requer uma
certa “especialização” que muitos sacerdotes acreditam que não possuem.
3_ A proposta vocacional
A) A proposta feita aos jovens pode pecar por ser insuficiente. Em princípio,
todos os jovens cristãos devem receber um convite para descobrir e seguir o
caminho de vida ao qual Deus os chama. Eles são “pessoas únicas e irrepetíveis”,
com uma vocação concreta (DC 40). Se um jovem revela um carácter bom e
desperto, bondade de coração, uma certa sensibilidade religiosa, uma atitude
de serviço, deve receber um convite para pensar nisso. Hoje, em tempos de
escassez de uma vocação vital na Igreja, um jovem assumidamente crente deve
interrogar-se com seriedade, pelo menos uma vez na vida, se o Senhor não o
chama a este modo concreto de ser cristão: ser sacerdote ou religioso.
Alguns jovens à partida aptos, recebem de nós esta proposta. Muitos não a
recebem de nós nem de ninguém. As sondagens vocacionais revelam uma
percentagem não insignificante de jovens que em algum momento da sua vida
sentiram o convite interior a refletir sobre a questão; mas, por timidez, por falta
de palavras para expressar o que sentem, por falta de um crente próximo e com
capacidade em quem possam confiar... esses possíveis chamamentos por falta
de interlocutores não se formularam e perderam-se lamentavelmente.
B) A proposta nem sempre se faz no tempo oportuno. Frequentemente é tardia.
Hoje, em muitos ambientes, a abertura a uma alternativa vocacional aparece
fechada desde muito cedo na vida de um jovem. O risco de influir de forma
abusiva e prematura sobre a mentalidade dos pré-adolescentes e adolescentes
é hoje muito reduzido. Propor-lhes a vocação sacerdotal ou religiosa não é um
ataque à sua liberdade. Antes pelo contrário, promove-a. É um contraponto à
influência do ambiente, que em determinadas idades, é quase determinante.
Por medo de chegar demasiado cedo, poderemos chegar tarde demais.
C) A proposta é, muitas vezes, medíocre, insegura. A tentação de pôr em saldo
o convite vocacional reduzindo-o a uma vocação social de serviço ou a uma
25
missão artificiosamente com traços heróicos, não é de todo inusitada. Só as
propostas claras e altas despertam no jovem o melhor de si mesmo pela acção
do Espírito. Só por amor ao Senhor um jovem embarca numa opção vocacional.
D) A proposta pode ser pouco interpeladora, um pouco à imagem do que acontece
com a apresentação de um produto de mercado que se oferece “apenas porque
pode interessar”, sem revelar a sua importância nem a seriedade diante da
questão vocacional. Jesus não chamava assim. Nós confundimos a proposta,
que deve ser clara e motivadora para que valha pensar nela, e a decisão positiva
ou negativa, que merece todo o nosso respeito. Mas não podemos transformar
a interpelação num simples convite “lançado, a ver se cola”, nem pedir
complexadamente desculpas aos destinatários por fazer tal proposta.
“É chegado o tempo de falar corajosamente da vida sacerdotal como um valor
inestimável e como forma esplêndida e privilegiada de vida cristã.” (PDV, 39)
II_ Razões eclesiológicas desta prioridade pastoral:
A necessidade de presbíteros é vital para a Igreja. Uma Igreja sem vida consagrada
empobrecer-se-ia enormemente. A falta de vocações sacerdotais e consagradas
em quase toda a Europa é alarmante. A conclusão é imediata: a dedicação dos
sacerdotes a suscitar e cultivar estas vocações é claramente prioritária.
Explícitemos brevemente o fundo teológico desta declaração.
1_ O ministério sacerdotal assegura à Igreja “serviços
básicos”
A missão da Igreja consiste em adorar a Deus, viver em comunhão fraterna,
anunciar Jesus Cristo com palavras e obras e servir a sociedade, especialmente
os pobres.
Jesus Cristo, Pastor, capacita continuamente a sua Igreja para que se consagre
a esta quádrupla missão. Ele não é o seu fundador defunto, mas o seu pastor
vivo. A dependência da Igreja por relação a Ele é como a de um rio por relação
à fonte que o alimenta constantemente. Jesus Cristo oferece-lhe os serviços
básicos da Palavra, a Eucaristia, os outros sacramentos, o guia que a orienta e
26
a força que a congrega. Alimentada por esses serviços pode a comunidade cristã
realizar as quatro tarefas acima referenciadas. Orientada por elas, a comunidade
está preparada para que o Espírito Santo semeie nela uma multiplicidade de
carismas que enriquecem a Igreja e oferecem ao mundo serviços de valor
inestimável. Entre estes carismas é especialmente relevante a vida religiosa.
Jesus Cristo, Pastor, realiza a sua missão, respeitando e seguindo a lei da
Encarnação: por meio de sinais que O tornam presente, visível e operante.
Os ministros ordenados são este sinal autorizado e sacramental de Jesus Cristo,
Pastor: oferecem a Palavra de Deus, presidem à Eucaristia, guiam e congregam
a comunidade.
Não são tudo na Igreja. Eles desenvolvem uma espécie de serviço de intendência
que capacita a comunidade cristã para que esta possa dedicar-se ao que lhe é
próprio: a adoração, a fraternidade, o anúncio, o serviço.
Se esses serviços básicos faltassem, a Igreja definharia irremediavelmente.
Os carismas (entre eles o carisma religioso) não poderiam florescer.
Consequentemente é evidente que a promoção das vocações, especialmente a
sacerdotal e também a religiosa, há-de ser uma tarefa prioritária a que todos os
presbíteros, sejam seculares ou religiosos, têm que dedicar especialmente os
seus esforços. “É esta uma função que faz parte da própria missão sacerdotal”
(PDV 41).
2_ O ministério sacerdotal e a sua missão FACE Aos
carismas
A nossa Igreja é ao mesmo tempo ministerial e carismática. Sem ministério
sacerdotal não há serviços básicos. Sem a riqueza e a variedade dos carismas
não há riqueza de vida na comunidade cristã. É verdade que o ministério sacerdotal
é também um carisma permanente recebido na ordenação. Não é um carisma
como os outros, mas um carisma especial ao serviço de outros carismas. Se
todos eles convertem o vocacionado em servidor, o carisma sacerdotal converte-nos em servidores de servidores.
Em que consiste este serviço? Em primeiro lugar, em descobrir no interior dos
crentes, isto é, em despertar neles o potencial de serviço eclesial e social
adormecido e congelado, semeado pelo Espírito. Corresponde ao presbítero ser
“ministro da inquietude” e sustentar os servidores quando estes são tentados
27
pelo desânimo ou o cansaço. Em segundo lugar, ao sacerdote corresponde
discernir se tais carismas procedem de verdade do Espírito e, nesse caso, ajudá-los a purificar-se de possíveis adesões que não são do Espírito (rigorismo, orgulho,
sectarismo, profetismo desencarnado). Podá-los, para que tenham e dêem mais
vida. Em terceiro lugar, harmonizá-los para que convirjam entre si e sejam sinal da
unidade e diversidade da Igreja. A missão presbiteral é a de “director de coro” que
articula e reúne, sem homogeneizar as vozes e as cordas de timbre diferente.
Sem o serviço fundamental do ministério sacerdotal a Igreja não atingiria a
“temperatura carismática” para que o Espírito semeasse nela os seus carismas.
Por esta razão, o ministério ordenado é um “carisma originário”. Sem o seu
efectivo serviço os carismas careceriam do elemento coordenador e regulador
(cf. PDV 26) que garanta a sua unidade e fecundidade. Por esta razão, o documento
dicasterial “Novas vocações para uma nova Europa” que destaca a importância
de todas as vocações especiais, enfatiza a necessidade de vocações sacerdotais
(n. 22). O ministério sacerdotal implica “o imprescindível dever de promover
todas as vocações […] o ministério ordenado [é] para todas as vocações, e todas
as vocações [são] para o ministério ordenado, na reciprocidade da comunhão”
(ibidem).
Cultivar, portanto, todos os carismas, especialmente os religiosos e,
especificamente, o carisma sacerdotal é, nestes tempos de escassez, não só
coerente com a missão presbiteral, mas necessária e urgente.
3_ O ministério sacerdotal e o sacerdócio comum dos
baptizados
O Novo Testamento afirma que a Igreja é um organismo sacerdotal (1Pe. 2, 4-5) e
que todos os baptizados somos sacerdotes (Ap 1, 5-6). Trata-se de um sacerdócio
existencial. Por outras palavras: a nossa existência vivida no amor a Deus e aos
irmãos é a oferenda que fazemos ao Pai, unidos a Cristo. Ao entregá-la exercemos
o nosso sacerdócio comum. O exercício máximo deste sacerdócio é a participação
na Eucaristia. Nela fazemos a oferta de toda a nossa vida. O sacerdócio especial
dos bispos e presbíteros está ao serviço do sacerdócio comum. Visa estimular e
avivar em todos os cristãos tal sacerdócio, oferecendo-lhes luz, a companhia e o
testemunho que precisam para exercê-lo. “A sua figura e o seu papel na Igreja não
substitui, mas antes promovem o sacerdócio baptismal de todo o Povo de Deus,
conduzindo-o à sua plena actuação eclesial, encontrando-se numa relação positiva
e promotora com os leigos. Eles estão ao serviço da fé, esperança e caridade destes”
(PDV 17).
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A imensa multidão de vocações laicais fica desprovida do seu catalisador necessário
se lhe falta o serviço sacerdotal e o testemunho sacerdotal. Analogamente, muitas
vocações laicas recebem grandes apoios formativos e testemunhais de vários
carismas religiosos. A saúde integral do povo cristão depende, portanto, em grande
medida, da qualidade e do número suficiente de vocações sacerdotais e religiosas.
4_ O ministério sacerdotal e O seu “dinAMISMO REPRODUTOR”
“Nada é mais lógico e coerente do que uma vocação que gera outras vocações”
(Novas vocações... n º 6). Todo o ser vivo tem um dinamismo reprodutor que
assegura a conservação da espécie. Dentro da Igreja, o ministério sacerdotal
leva “nos seus genes” esse mesmo dinamismo. É o Espírito que suscita vocações.
Mas o presbítero colabora com o Espírito na concepção e geração de todas as
vocações especiais e, muito particularmente, das vocações sacerdotais. Um
presbítero deve procurar com afinco e oração perpetuar-se em novos sacerdotes
suscitados pelo seu ministério. Há no carisma sacerdotal um movimento de
paternidade que se condensa especialmente nas vocações presbiterais que,
sempre sob a acção do Espírito, geram na Igreja e para a Igreja.
III_ Atitudes e tarefas necessárias para a promoção
vocacional
1_ Atitudes
A primeira consiste em assumir teórica e praticamente a prioridade desta tarefa sobre
muitas outras do seu ministério. A nossa actividade pastoral deve ser devidamente
hierarquizada. E aí, a promoção vocacional há-de ocupar as primeiras posições. Não
basta argumentar que estamos muito ocupados com outras tarefas importantes. Na
medida em que sejamos capazes, a actividade vocacional (propor, convidar, acompanhar)
deve entrar no nosso programa de trabalho e ser avaliada periodicamente.
A (alta) qualidade do nosso testemunho do Evangelho é outra das atitudes
necessárias. Alguns especialistas dizem que a capacidade simbólica (a de perceber
e deixar-se afectar e mobilizar pelos sinais) está muito diminuída na nossa
sociedade. Pode ser que tenham razão. Mas se os sinais são de alta qualidade,
continuam a ser interpeladores e mobilizadores. Uma Teresa de Calcutá,
29
um Mons. Romero, uma freira do Ruanda ou da Argélia interpelam de verdade.
Um sacerdote entregue de corpo e alma, pobre e orante, chama com a sua vida
e cria inquietações saudáveis nos seus paroquianos. “O testemunho suscita
vocações” (Bento XVI).
A alegria de uma vida sacerdotal surpreende e faz-nos pensar os jovens à nossa
volta. Não tem porque coincidir com a jovialidade ou a juvenilidade de certos
temperamentos presbiterais. A alegria é outra coisa. É sentir-se bem na sua
pele. É viver centrado na sua missão. É a capacidade de encaixar
“desportivamente” as dificuldades e contratempos. Ela leva-nos a perceber o
lado positivo das pessoas e da vida. Ela torna-nos imunes ao desânimo. Torna-nos aptos para comunicar a vontade de viver. Ela possui a virtude de despertar
nas pessoas o melhor de si mesmas e atenuar o pior que levam dentro de si.
A proximidade aos jovens é também uma atitude imprescindível. Consiste em
primeiro lugar no trato frequente e familiar com os jovens. Aí comunica-se
muitas vezes por osmose o próprio projecto de vida. Aí dá-se o processo de
identificação, inerente ao nascimento de uma vocação. Não estamos muitos
sacerdotes demasiado “ocupados” para “perder tempo” com os jovens? Além
disso, a proximidade consiste numa atitude basicamente positiva diante das
gerações jovens, sem esquecer as suas grandes lacunas, não adopta diante deles
uma posição de suspeita e estranheza e, mais importante ainda, ama-os. Com
João Paulo II notava-se bem que amava os jovens.
Junto com o amor, é necessária a esperança. Todo o primeiro capítulo da minha
conferência reflectiu sobre a provação a que está submetida hoje a esperança
do sacerdote na área vocacional. O surgimento e a estabilidade das vocações
são precários. A nossa esperança poderia soçobrar se não aprofundamos a
convicção de que Deus não pode negar à sua Igreja o que lhe é necessário, e se
ao mesmo tempo não alimentamos esta convicção por meio da oração continuada
pelas vocações. “O Espírito Santo não cessa de chamar os filhos desta Igreja a
se fazerem anunciadores da mensagem de salvação em todas as partes do
mundo” (Novas vocações… n º 1).
A própria dificuldade e delicadeza desta pastoral há-de ser um estímulo para
uma melhor preparação. A mensagem da Escritura, a teologia e a psicologia
vocacional, a espiritualidade própria dos chamados e dos que chamam hão-de
ser assimilados pelos presbíteros que se animem a desempenhar decididamente
este importante ministério.
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Quando essas atitudes tomam corpo no trato do sacerdote ou de uma religiosa
educadora, na proximidade aos jovens crentes, estes confiam-lhes a sua intimidade,
os seus projectos, os seus medos, problemas familiares, afectivos, sexuais, religiosos.
A experiência de ser confortado, consolado e iluminado pelo sacerdote é uma ocasião
única para que este jovem experimente na sua carne o valor de uma vida consagrada
ao ministério ou à educação. Acontece então algo que a psicologia evolutiva conhece
bem. Como o amor recebido dos pais vai tornando uma criança sujeito activo, capaz
de amar, o serviço generoso recebido do sacerdote ou religioso desperta em alguns
deles um movimento de identificação, pelo que se questionam se o seu caminho
não consistirá em oferecer a outros este mesmo serviço.
2_ Tarefas
Sensibilizar a comunidade paroquial sobre a necessidade de sacerdotes e de outras
vocações de especial consagração e suscitar o desejo activo de que nela nasçam
tais vocações, é tarefa própria de um sacerdote lúcido e motivado nesta importante
área. A pregação, o dia de oração pelas vocações, o tratamento deste assunto no
Conselho Pastoral são meios adequados. Uma comunidade paroquial desenvolvida
deve ter uma equipa de vocações no seu seio. Às vezes, o Conselho Pastoral atrevese a desafiar alguns jovens ou adultos aptos que se coloquem na primeira pessoa
a questão vocacional.
Os pais destes jovens precisam da proximidade do sacerdote. Para dissipar os medos e
preconceitos. Para estimular o respeito à inclinação do rapaz ou rapariga. Para lhes lembrar
a responsabilidade que têm, como crentes, de apoiar e não atrapalhar as opções do seu
filho. Para denunciar com suave firmeza o instinto de protecção inadequada ou as
ambições que se foram forjando sobre o futuro dos seus filhos.
Nos catequistas e professores de religião o sacerdote deve semear a inquietação por
favorecer o surgimento destas vocações especiais, nomeadamente a vocação ao ministério.
Para que esta inquietude seja lúcida, será necessário proporcionar--lhes sessões de
mentalização, sensibilização e formação acerca do mundo vocacional.
Terá sempre especial relevo o convite directo a jovens ou adultos que apresentem
sinais de aptidão humana e religiosa, bem como convite geral a todos nos espaços
catequéticos ou académicos. Se se mostram dispostos a um discernimento será
preciso acompanhá-los. Se se retraem, será bom que gentilmente lhes perguntemos
o porquê e os ajudemos a identificar as suas resistências e os seus medos.
Naturalmente um convite deste tipo supõe uma condição prévia, uma proximidade
recíproca entre o sacerdote e os destinatários do chamamento.
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IV_ Alguns FACTOS DE QUE DEVEMOS TIRAR LIÇÕES
Ao chegar a este momento, há uma questão muito viva que não devemos ignorar:
a par do inverno vocacional na Europa Ocidental há espaços eclesiais em que
surgem vocações relativamente numerosas. A nossa reacção espontânea é
fortemente crítica diante das propostas que se formulam em tais espaços.
Dizemos que forçam os jovens, os isolam, criam gerações “contra a corrente”,
que agregam rapazes e raparigas pouco equilibrados...
É possível que, pelo menos nalgum destes grupos tenha certo fundamento a
crítica agora formulada. Mas com essa crítica não percebemos o problema, se
isso não nos levar a uma auto-crítica. Pode ser que essas práticas talvez
desfocadas, cultivem, à sua maneira, alguns aspectos que podemos estar a
descuidar na nossa pastoral vocacional. Vejamo-lo com algum detalhe.
1_A iniciação dos jovens à oração
Não me refiro às experiências de intimidade compartilhada e emotiva em que
se gera um ambiente em que “se está bem” uns com os outros. Nem de sessões
excessivamente intensas, longas e prematuras que são uma péssima pedagogia
para preparar a oração adulta e contínua de amanhã. Refiro-me a essa oração
individual e compartilhada, na qual Deus que simplesmente me atrai se converte
para mim num Deus que atrai e interpela.
Ensinar os jovens cristãos a rezar é fundamental para suscitar vocações. Ajudá-los a introduzir a oração diária ou frequente no seu projecto de vida pessoal
parece-me capital. Iniciá-los aos inumeráveis e preciosos textos de vocação que
estão contidos tanto no Antigo como no Novo Testamento fornecendo-lhes
questionários adequados e comentários adaptados parece uma forma excelente
de “provocar” o chamamento de Deus. Tenho ampla experiência pessoal que
suporta esta afirmação.
2_ A prática do acompanhamento espiritual
Não se pode negar que a direcção espiritual clássica continua a ser um
instrumento delicado. Pode ser motor de crescimento e liberdade progressiva
ou condicionamento excessivo criador de dependência. Aparentemente, a prática
da direcção espiritual nalguns destes grupos nem sempre é saudável. Não tenho
intenção de me referir a estes possíveis abusos.
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Mas se Deus tem um projecto pessoal sobre a minha vida, será necessário um
discernimento para o conhecer. Ele não costuma falar através de sinais fulgurantes
e evidentes. Tampouco o seu chamamento é tão enigmático que não se possa
decifrar. É nesse claro/escuro que se situa o discernimento. Acompanhado pelo
director (ou directora) espiritual, o rapaz ou a rapariga, ainda pouco capazes de
dar nome ao que sentem ou percebem, vão lendo os sinais que Jesus lhes emite
e identificam o seu chamamento concreto. “É preciso redescobrir a grande
tradição do acompanhamento espiritual pessoal, que sempre deu tantos e tão
preciosos frutos, na vida da Igreja” (PDV 40).
É necessário que este acompanhamento seja muito amplo em extensão: não
deve reduzir-se ao aspecto vocacional, mas alargar-se a todos os aspectos da
vida do acompanhado. A vocação concreta desenvolve-se no contexto de uma
vida biológica, mental, sexual, social, moral, religiosa, eclesial. Condiciona todos
estes aspectos e é condicionada por eles. É bom que quem acompanha os conheça
para os ajudar a discernir.
Além de extensão, o acompanhamento há-de ter profundidade. No discernimento
vocacional é necessário chegar até às motivações de inclinação vocacional. Sob
a referida inclinação podem esconder-se o desejo de protagonismo, o espírito
do “sonhador incurável”, o temor à intempérie da vida civil, a baixa auto-estima,
o sentimento de ser moralmente vulgar, o medo à mulher ou ao homem, a
incomodidade diante do próprio corpo, a homossexualidade latente. No diálogo
do acompanhamento emergem estes motivos. Haverá que discernir se são
determinantes ou simplesmente concomitantes. Haverá que proceder a uma
purificação destas motivações. Haverá que detectar e suscitar outras motivações
de cunho mais genuinamente evangélico.
3_ A forte consciência de pertença ao grupo
Grupos que atraem bastantes vocações consagradas são geralmente bem
definidos: sabem que o são. Não são comunidades de imprecisos nem de indecisos.
É possível que as suas previsões sejam às vezes excessivas e as suas decisões
prematuras. Mas ensinam-nos que um grupo cristão, por juvenil que seja, há-de ter um certo nível de definição. Nem todos o têm.
Pode existir nestas comunidades uma “mística de grupo”, que comporta uma
alta valoração da sua comunidade, uma grande dependência dos líderes e um
sentimento de pertença e fidelidade bem definidos.
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Os nossos grupos paroquiais têm, geralmente, a temperatura grupal muito baixa.
Sem favorecer o intimismo, devemos promover a intimidade. Sem criar
dependências da comunidade, havemos de cultivar a coesão interna e externa
(com outros grupos e com a paróquia). É necessário que estes grupos vão
crescendo em identidade. Para o conseguir é necessário que tenham objectivos
definidos e claramente cristãos.
Estes grupos de jovens não devem isolar os seus membros da relação e do
sentimento de pertença à geração juvenil. Mas devem ser o suficientemente
fortes para neutralizar as dependências negativas que lhes chegam da dita
geração. Se o grupo é especificamente vocacional, a preocupação para que o
grupo não seja o único na sua vida há-de tomar-se a sério. Assim se evita o
“cheiro de sacristia”, o ar de “plantas de estufa” que caracteriza alguns grupos
vocacionais.
4_ A radicalidade da proposta
Os grupos “fecundos” podem colocar-se metas altas e às vezes precipitadas.
Neles se utiliza uma metodologia formativa, uma certa “terapia de choque”.
Ressaltam os elementos de contraste e de oposição da sua vocação em relação
aos modelos juvenis reinantes. Despertam a capacidade de se opor. Plasmam
a sua oposição diante destes modelos de comportamento juvenil: a vivência
descontrolada da sexualidade, o abuso do álcool e das drogas, o culto do dinheiro,
o hedonismo como valor altamente cotado. Cria-se nestas comunidades de
contraste a consciência de pertença a um grupo selecto e puro, livre da vulgaridade
e escravização dos jovens oprimidos “no mundo”.
Não é saudável uma educação indivídual e de grupo que sublinhe tanto o contraste
e a oposição do jovem com o mundo e com o seu mundo. Mas tampouco o é
aquela pedagogia que não cultiva a contradição do cristão a respeito de certas
atitudes, comportamentos e estilos de vida desumanos, não solidários,
irreflectidos. É preciso contestar, a partir da comunhão, feita de sentido de
pertença e de amor. Tampouco nunca terá identidade cristã um grupo que não
se coloque metas altas e evangelicamente exigentes. Se rebaixamos o Evangelho
torná-lo-emos não atractivo para os jovens que lhe são mais sensíveis. No
entanto, as metas altas devem ser acompanhadas de uma gradualidade que
evite maturidades precipitadas e abandonos por desistência e impotência.
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5_A FORMAÇÃO
SACERDOTAL
NOS SEMINÁRIOS
DE PORTUGAL
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A formação sacerdotal
nos Seminários de Portugal
comunicado final
Os Formadores dos Seminários de Portugal, reunidos em Encontro Nacional, de
31 Agosto a 3 Setembro de 2010, em Angra do Heroísmo (Açores), reflectiram
sobre a formação sacerdotal nos Seminários de Portugal, com o tema Seminário,
escola dos discípulos de Cristo e de irmãos no presbitério. Da reflexão realizada
ao longo destes dias partilhamos nesta comunicação os elementos principais.
Orientados pelo P. Emílio González Magaña, SJ (Professor na Universidade Pontifícia
Gregoriana e Director do Centro Interdisciplinar para a Formação dos Formadores
ao Sacerdócio), os trabalhos foram acompanhados pelos Presidente e Vogal da
Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, respectivamente D. António Francisco
dos Santos, Bispo de Aveiro e D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, Bispo de
Lamego, e D. António de Sousa Braga, Bispo de Angra. Estiveram presentes
elementos das Equipas Formadoras das seguintes Dioceses: Algarve; Angra;
Aveiro; Beja; Braga; Bragança-Miranda; Coimbra; Évora; Funchal; Lamego; LeiriaFátima; Lisboa; Porto; Setúbal; Viana do Castelo; Viseu.
Sentimos grande preocupação com as dificuldades que enfrentam os jovens,
devidas em grande parte à sua vulnerabilidade e ao debilitamento da sua
identidade espiritual, ao impacto de alguns dos actuais modelos culturais e à
frágil situação das famílias, que também incidem na diminuição das vocações
sacerdotais e religiosas. Formar sacerdotes, no contexto actual, é um grande
desafio colocado à nossa responsabilidade de pastores. Um bom Seminário é a
garantia de uma Igreja particular florescente e fecunda. Daí que, nas nossas
reflexões, nos tenhamos detido a considerar algumas directrizes que nos ajudem
a reflectir sobre o projecto de formação do Seminário, capaz de oferecer aos
seminaristas um verdadeiro processo integral: humano, espiritual, intelectual
e pastoral, centrado em Jesus Cristo, o Bom Pastor. Nestas reflexões centramo-nos, sobretudo, nas áreas humana e espiritual, a fim de oferecer uma ajuda na
complexa formação pastoral dos jovens seminaristas.
A formação humana no Seminário.
Tomamos como ponto de partida a afirmação da Pastores Dabo Vobis: “Sem uma
oportuna formação humana, toda a formação sacerdotal ficaria privada do seu
necessário fundamento” (n. 43). A influência da cultura actual incide, tanto
positiva como negativamente, em muitos aspectos da maturidade humana dos
candidatos ao sacerdócio, pelo que se requer uma formação que os conduza a
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tomar decisões definitivas e a comprometer-se livremente como o exige a opção
pelo ministério sacerdotal. É uma grande responsabilidade para toda a
comunidade formadora assegurar que os futuros sacerdotes cultivem um conjunto
de qualidades humanas que lhes permitam formar uma personalidade madura
e livre, que os tornem capazes de se relacionarem com harmonia e suportar o
peso da responsabilidade pastoral.
O sacerdócio é uma vocação de seguimento de Cristo “que, sendo rico, se fez
pobre por vós, para nos enriquecer com a sua pobreza” (2 Cor 8, 9). A fidelidade
ao ministério requer aquelas virtudes que mais se apreciam entre os homens,
virtudes que educam o sacerdote para a renúncia e a superação das ambições
para não se afastar da imitação de Cristo “como são a sinceridade, a preocupação
constante da justiça, a fidelidade às promessas, a urbanidade no trato, a modéstia
e caridade no falar” (Optatam totius, 11).
A formação humana reclama um acompanhamento específico e uma
predisposição para favorecer um autêntico clima de confiança entre formadores
e formandos, que facilite a transparência para conhecer e resolver as dificuldades
no desenvolvimento psicológico do seminarista.
O sacerdócio requer a educação para uma vida ascética que capacite para a
disciplina, a renúncia, a mortificação e o domínio dos sentidos. A formação deve
ajudar a atingir uma liberdade interior que mantenha os candidatos disponíveis
para o seguimento de total doação a Cristo e ao serviço dos homens. É urgente
educar os candidatos ao sacerdócio para uma afectividade madura que lhes
possibilite manter relações prudentes e estabelecer contactos de cooperação
apostólica com as mulheres, em consonância com a opção pelo celibato e pelo
Reino dos céus. É de grande importância formar os aspirantes ao sacerdócio,
para que saibam relacionar-se com respeito, afecto e proximidade com o Bispo
e com os que exercem a autoridade.
Nos seminários é importante fomentar todo o tipo de formas de integração
comunitária, que amadureçam no sentido da solidariedade, da capacidade de
dar e receber a correcção fraterna e que sejam estímulo para superar o
individualismo e o isolamento. A formação comunitária deve promover um
ambiente de fraternidade, amizade, serenidade e alegria, de liberdade e de
confiança, mas também de ideais elevados e de normas claras e exigentes, que
permitam a abertura do candidato às exigências da vida sacerdotal e que o
ajudem a crescer nas diversas virtudes segundo o modelo de Cristo.
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No campo dos problemas psicológicos, por vezes, tem que se contar com ajuda
especializada, tendo muito em conta as orientações estabelecidas recentemente
pela Congregação para a Educação Católica (cf. “Orientações para o uso das
competências psicológicas na admissão e na formação dos candidatos aos
sacerdócio”, especialmente no capítulo IV). Os actuais meios tecnológicos
constituem ferramentas válidas no domínio da informação e comunicação. No
entanto, também se podem tornar um factor negativo no campo da formação
se não se educam os jovens no recto uso dos mesmos, como no caso da Internet,
dos telemóveis e outros meios modernos, e se não se regulamenta a sua utilização.
A formação espiritual no Seminário
Actualmente, um número considerável de jovens que aspiram ao sacerdócio
carece de uma sólida formação cristã e de uma autêntica vivência da sua realidade
baptismal. É necessário, portanto, que os seminários e as casas de formação
religiosa, especialmente no período prévio, ofereçam uma iniciação kerigmática,
pela qual os candidatos ao sacerdócio possam viver com alegria o dom do
encontro com Jesus Cristo e consigam converter-se em autênticos discípulos
missionários que respondam à vocação recebida. A este respeito, o Santo Padre
recordou-nos que no “início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma
grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá
à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (Deus caritas est, 1).
É decisivo para a formação espiritual do candidato incutir, desde o início do
caminho formativo, a consciência clara de ser ele próprio o principal, embora
não único, responsável pela sua formação sacerdotal. É sua finalidade conseguir
abrir à acção do Espírito Santo para chegar à adesão plena à pessoa de Jesus
Cristo e à conformação com os seus pensamentos, palavras e acções. Em
particular, o futuro sacerdote está chamado a ter um coração misericordioso
como o de Jesus, assumindo na sua própria vida, o que afirma o apóstolo S.
Paulo: ter os mesmos sentimentos de Cristo (cf. Flp 2, 5) para testemunhar a
proximidade do Senhor aos pecadores, aos que sofrem, aos marginalizados e
necessitados.
A vida no Seminário direcciona-se para formar no sacerdote um amor profundo
pelo sacramento da Eucaristia, que deve constituir sempre o centro e o eixo de
toda a sua vida e actividade, e a fonte donde brote a sua força de discípulo
missionário (cf. Sacrosanctum Concilium, 10). Por isso, se deve fomentar uma
atitude de grande reverência e amor ao Santíssimo Sacramento, que constitua
um testemunho vivo da sua vida interior.
40
De acordo com as recomendações da Pastores Dabo Vobis, vivemos “numa
cultura que, com renovadas e cada vez mais subtis formas de auto-justificação,
se arrisca a perder fatalmente o “sentido do pecado”, e, em consequência, a
alegria consoladora do pedido de perdão (cf. Sal 51, 14) e do encontro com Deus
“rico de misericórdia” (Ef 2, 4). Urge educar os futuros presbíteros para a virtude
da penitência, que é sapientemente alimentada pela Igreja nas suas celebrações
e nos tempos do ano litúrgico e que encontra a sua plenitude no sacramento
da Reconciliação” (n. 48).
É, igualmente necessário, fomentar em cada futuro sacerdote um amor profundo
e uma experiência pessoal do mistério de Cristo celebrado nos diversos actos
litúrgicos da Igreja. A Palavra de Deus lida, meditada e estudada, pessoal e
comunitariamente, sobretudo através da lectio divina, e na recitação dedicada
da Liturgia das Horas, deve constituir o alimento fundamental da oração, da
espiritualidade do futuro sacerdote e da sua prática pastoral. Também é
necessário que na celebração dos mistérios se cultive o sentido do sagrado.
Fortalecidos com o amor do Espírito Santo, a formação espiritual do seminarista
deve ter como um dos seus principais objectivos, de forma concreta e directa,
a vivência e a prática da caridade e o serviço ao próximo, despertando nele a
experiência de comunhão com Deus, que o orienta, naturalmente, na procura
de comunhão com os irmãos.
Portanto, a vida da comunidade e o ambiente que se respira no Seminário devem
propiciar no futuro sacerdote uma atitude de permanente contacto e abertura
à presença da Santíssima Trindade. Para que o formando possa discernir
claramente a sua vocação ao sacerdócio ministerial, o Seminário e as casas de
formação religiosa proporcionarão e exigirão uma direcção espiritual de
confiança, transparente, estável, unida com a celebração frequente do
sacramento da Reconciliação.
Ao mesmo tempo, na vida espiritual, o candidato deve adquirir a capacidade e
o hábito de procurar momentos de diálogo íntimo e pessoal com Deus, imitando
o exemplo de Jesus e da sua relação filial com o Pai, com o objectivo de
desenvolver um equilíbrio enriquecedor entre a oração litúrgica ou comunitária
e a vida de oração pessoal. Para isso é conveniente, sobretudo no início, instruir
o candidato em determinadas técnicas ou métodos de oração a que se entregue,
até que chegue pouco a pouco a um estilo e método próprio na relação íntima
com Deus.
41
Tendo como inspiração a Encarnação do Filho de Deus, a sua vida oculta e o
exemplo de servo que carrega a cruz todos os dias, a formação espiritual deve
suscitar no seminarista uma atitude de entrega generosa, de espírito de sacrifício,
de capacidade de renúncia e de controle pessoal. Assim, o Seminário há-de
propiciar e exigir o desenvolvimento do sentido de responsabilidade pessoal
face ao que lhe foi confiado, como alguém que procura configurar-se a Cristo
na obediência total à vontade do Pai; há-de fomentar-se a laboriosidade, a
corresponsabilidade e a atitude de serviço, à imagem de Jesus Cristo que não
veio para ser servido mas para servir (cf. Mc 10, 45). Contemplando Maria, a
discípula perfeita, a Mãe do silêncio, a Mãe da incompreensão, a Mãe orante e
contemplativa, a Mãe fiel, a Mãe da Igreja e a Mãe do sacerdote, que com um
“sim” total a Deus em cada momento, esteve sempre disposta a cumprir a
vontade divina, o Seminário deve promover um profundo amor e uma especial
devoção à Santíssima Virgem que conduza ao encontro vivo com o Senhor. Ela,
a Mãe de Jesus e nossa Mãe, tutela a fidelidade da vocação sacerdotal.
Os candidatos à vida sacerdotal devem receber uma séria formação bíblica,
teológica e espiritual, para assumir e viver fielmente o celibato, testemunho do
amor indiviso a Jesus Cristo, como um dom de Deus e como um sinal do Reino,
do amor de Deus a este mundo e da sua própria entrega ao povo de Deus (cf.
Pastores Dabo Vobis, 29). Certamente, trata-se de uma graça que não dispensa
a resposta consciente e livre por parte de quem a recebe, o qual deve abrir-se
à acção do Espírito Santo para que o ajude a permanecer fiel durante toda a sua
vida e a cumprir com generosidade e alegria os compromissos correspondentes.
Portanto, o bispo, bem como os formadores do Seminário, devem preocupar-se
com a formação da castidade no celibato, apresentando este último com clareza,
sem nenhuma ambiguidade e de forma positiva (cf. ibid., 50).
O Seminário deve estimular nos seus alunos o desenvolvimento da espiritualidade,
da caridade pastoral própria do sacerdote diocesano cujas linhas fundamentais
são: consciência de ser chamado pelo Pai e conduzido pelo Espírito Santo a uma
configuração com Cristo, Bom Pastor, Sumo e Eterno Sacerdote. Fazer do exercício
fiel quotidiano do tria munera do ministério sacerdotal o itinerário por excelência
para a santificação pessoal, como ensina o Concílio Vaticano II: “Pelos ritos
sagrados de cada dia e por todo o seu ministério exercido em união com o Bispo
e os outros sacerdotes, eles mesmos se dispõem à perfeição da própria vida”
(Presbyterorum Ordinis, 12) e os “presbíteros atingirão a santidade pelo próprio
exercício do seu ministério, realizado sincera e infatigavelmente no espírito de
Cristo” (ibid., 13). A vivência da caridade pastoral “assinalada, plasmada, conotada
por aquelas atitudes e comportamentos que são próprios de Jesus Cristo, Cabeça
42
e Pastor” (Pastores Dabo Vobis, 21), posta permanentemente ao serviço do povo
de Deus. A pertença e consagração à sua Igreja particular, como membro do
presbitério, a que pertence por toda a sua vida, como um colaborador próximo
do bispo e em comunhão com ele.
A equipa de formadores
A equipa de formadores do Seminário constitui uma ajuda preciosa para os
bispos na missão de acompanhar e propor uma recta e sólida formação aos
candidatos ao sacerdócio. O trabalho em equipa, o testemunho de vida e o
espírito de comunhão com o bispo “oferece aos candidatos ao sacerdócio o
exemplo significativo e a concreta introdução naquela comunhão eclesial que
constitui um valor fundamental da vida cristã e do ministério pastoral” (Pastores
Dabo Vobis, 66). Os formadores são chamados pelo bispo a exercer, em espírito
de unidade, co-responsabilidade e fraternidade, o sublime ministério pastoral
de formar os futuros sacerdotes do povo de Deus. Dado que se trata de uma
tarefa que exige o acompanhamento permanente dos seminaristas, é oportuno
que o exercício desta enorme responsabilidade eclesial tenha uma certa
estabilidade, que os membros da equipa residam habitualmente na comunidade
do Seminário e que estejam intimamente unidos ao bispo, como primeiro
responsável da formação dos sacerdotes. Ser formador de futuros sacerdotes
é um carisma que se descobre e se desenvolve no serviço abnegado de cada dia
no Seminário. O reitor, os directores espirituais e demais formadores vivam este
carisma em contexto de formação permanente como fiéis discípulos e
missionários.
Esta missão transcendental e insubstituível para toda a Igreja deve realizar-se
com espírito de fé, de confiança plena no poder da graça e com uma alegria e
entusiasmo quotidianos que sejam expressão sincera do grande amor a Jesus
Cristo e à sua Igreja. A eficácia e os frutos deste serviço pastoral estão vinculados
ao modo como os próprios formadores vivem a sua vocação e como a expressam
no acompanhamento ao formando, no trabalho de equipa e no espírito de
comunhão. A vocação sacerdotal é um grande dom de Deus, ao qual se deve
responder com muita generosidade e total entrega, uma vez que o sacerdote
tem de configurar-se com Jesus Cristo, Bom Pastor, Cabeça e Guia da Igreja. É
necessário, portanto, que os formadores acolham os seminaristas com a gratidão
e a alegria com que se recebem os dons que Deus dá às dioceses.
43
Constitui um dever da equipa de formadores ter critérios muito claros tanto
para a selecção como para a formação dos candidatos que ingressam no
Seminário, os quais devem ser ajudados a crescer na rectidão de intenção para
um autêntico seguimento do Senhor e a tomar consciência de que se preparam
para ser “alter Christus”, cumprindo com responsabilidade a missão que a Igreja
lhes confia. Por outro lado, corresponde aos bispos cultivar com os seus
seminaristas e presbíteros um estilo de relação fundamentada na fé, na
sinceridade, na proximidade, na abertura e na confiança, dentro de um espírito
de paternidade e amizade, superando uma comunicação puramente funcional
e esporádica.
É, portanto, muito importante que o bispo tenha um conhecimento pessoal e
profundo dos candidatos ao presbiterado na sua própria Igreja particular. “Com
base nestes contactos directos, ele procurará fazer com que, nos Seminários,
sejam formadas personalidades maduras e equilibradas, capazes de estabelecer
sólidas relações humanas e pastorais, teologicamente preparadas, fortes na
vida espiritual, amantes da Igreja” (Pastores gregis, 48). Corresponde também
aos bispos promover e organizar uma séria e profunda formação permanente
para todos os presbíteros, de maneira que respondam com generosidade e
fidelidade ao dom e ao ministério recebido, e para que o entusiasmo pelo
ministério não diminua, mas que, pelo contrário, aumente e amadureça com o
passar dos anos, tornando mais vivo e eficaz o sublime dom recebido (cf. 2 Tm
1, 6; Pastores Dabo Vobis, 79; Pastores gregis, 47; Congregação para os bispos,
Directório para o ministério pastoral dos bispos “Apostolorum successores”,
2004, n. 83). Tal formação permanente, portanto, deve ser activada já desde a
vida do Seminário.
44
Constituindo o Seminário o “coração da diocese” e sabendo que do andamento
do Seminário depende a existência de bons sacerdotes, é necessário que os
bispos escolham os melhores membros do seu clero na constituição da equipa
do Seminário.
Assim, os bispos devem ser os primeiros a sentir a grave responsabilidade na
formação dos encarregados de educação dos futuros presbíteros (cf. Pastores
Dabo Vobis, 66), para que os formadores, como também os professores das
diversas disciplinas, não apenas as teológicas, se distingam por uma segura
doutrina e tenham uma suficiente preparação académica e capacidade pedagógica
(cf. Directório para o ministério pastoral dos bispos, n. 89). Finalmente, o bispo
deve ter especial cuidado no acompanhamento dos seus sacerdotes,
particularmente dos mais jovens, e oferecer-lhes apoio e fortaleza no exercício
do seu ministério sacerdotal.
Angra do Heroísmo, 3 de Setembro de 2010
45
6_PASSA E CHAM
CATEQUESE PARA A ADOLESCÊNCI
46
MA
IA
47
Passa E chama
O seguinte guia é apenas um esquema para a catequese,
competindo ao catequista, que conhece a realidade onde está
inserido, utilizar livremente o material e as dinâmicas, de forma
a atingir os objectivos propostos.
CATEQUESE PARA A ADOLESCÊNCIA
Objectivos
• Reflectir sobre o Jesus que passa em cada uma das nossas vidas.
• Conhecer o rosto daquele que nos chama.
• Perceber qual a missão a que Jesus nos Chama.
• Aprofundar a exigência de se ser discípulo de Jesus.
• Rezar pelo ministério sacerdotal.
Material
• Música e letra de “Queremos Ver Jesus” in Bom Mestre, Edições Salesianas, 2010.
• Diversos Rostos de Jesus Cristo
• Bíblia.
48
DINÂMICA
Pode começar-se este encontro com uma actividade de introdutória: o jogo das
10 perguntas. Um dos participantes escolhe o nome de um personagem famoso.
Os outros participantes dispõem um máximo de 10 perguntas para descobrir
o nome do personagem. Só se admitem perguntas directas, que possam ser
respondidas com “sim” ou “não”, do género: “Está vivo?”; “É homem?”;
“É cantor?”...
Depois de algum tempo a jogar, o catequista convida participantes a escutarem
a canção “Queremos ver Jesus” (convém que todos tenham a letra) e explica
que esta actividade é como o jogo, ou seja trata-se de descobrir quem é Jesus,
qual é o seu rosto.
O catequista espalha pela sala algumas imagens de Jesus. Convidam-se os
participantes a escolher aquela que mais lhes agrada, a que mais os interpela.
Seguidamente cada um dos participantes mostra ao resto do grupo a imagem
e explica-a, descrevendo a importância que Ele tem na sua vida pessoal.
Depois de todos terem partilhado, o catequista faz a sua síntese: este Jesus que
conhecemos, que tem um rosto, que nos revela um Deus, tem um projecto para
cada um de nós. É este mesmo Jesus que passa pela nossas vidas e nos chama
a uma missão, a uma vocação. Chamou e chama homens para serem, também
hoje o seu rosto visível, ao assumirem os Seus gestos, palavras e atitudes, como
sacerdotes ou vocacionados.
DINÂMICA
O catequista desenvolve a sua catequese reflectindo em todos ou em alguns dos
textos que se seguem.
Jesus passa e vai distribuindo o convite a segui-Lo.
1_ Logo no início da sua missão, chama os primeiros discípulos: Jo 1,35-46.
• Que dizem as várias personagens de Jesus?
• Cada chamamento acontece de forma diferente. Exemplifica.
• Quais os verbos que significam seguimento?
49
2_
Chama outros como um jovem rico: Mc 10, 17-27
• Quais foram as razões que levaram o jovem a não aceitar o convite de Jesus?
3_
Chamou mais tarde Saulo, o perseguidor dos cristãos: Act 9,1-19
• Identificai histórias de vida, de ontem e de hoje, e recordai alguma vocação
semelhante à de Paulo?
Trabalho de Grupo
Cada grupo recria uma história semelhante à do jovem rico, mas ocorrida na
actualidade. Jesus passa pelo nosso tempo e pelos nos espaços: escola, centros
comerciais, salas de festa, famílias... Dirige a Palavra... os jovens apresentam as
suas desculpas... Jesus fica triste e desabafa.
Plenário
Cada grupo dramatiza a sua história.
Conclui-se: Jesus continua a chamar,
não é fácil arriscar na sua Palavra,
pois é preciso conhece-l’O bem para
O seguir.
50
7_PROCURAM-SE
AMIGOS
CATEQUESE PARA OS JOVENS
51
Procuram-se amigos
Catequese para OS jovens
Objectivos
• Reflectir, a partir da Sagrada Escritura, os diferentes momentos em que
Deus chama.
• Reconhecer que Jesus continua a chamar hoje.
• Viver como discípulo de Jesus Cristo.
• Descobrir a vocação sacerdotal.
• Experimentar a vocação como um dom pessoal.
• Rezar pelas vocações e pelos seminários.
Material
• Texto: Um anúncio do jornal.
• Bíblia.
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DINÂMICA
Distribuir ou ler o seguinte texto por forma a que ele provoque interrogações
e respostas.
Uma manhã, nos escritórios de publicidade de um grande jornal, apresentou-se
um homem com cerca de trinta anos. Pediu a publicação de um anúncio. Teve
de estar na fila até ser atendido. Quando chegou a sua vez, apresentou o impresso
já preenchido. O empregado pegou no papel, com a ponta da esferográfica,
contou de pressa e distraído as palavras. Sem levantar os olhos, perguntou:
- Oferta de trabalho, não é verdade?
O homem respondeu:
- Sim, procuro operários.
Depois de ter consultado o tarifário, o empregado disse:
- São 15 euros.
O homem tirou a carteira do bolso, entregou-lhe o dinheiro, recebeu o troco,
despediu-se e saiu para a rua.
O empregado meteu o anúncio na pasta dos anúncios a sair na próxima edição.
Estava para dobrar o impresso e reparou que estava assinado com a palavra
“Jesus Cristo”.
Foi então que leu o texto que dizia:
“Querendo construir um mundo novo e precisando de colaboradores, procuro
jovens generosos”.
Com o papel na mão, ainda saiu a rua à procura desse misterioso indivíduo que
lhe entregara tal anúncio. Mas nunca mais o viu.
Ao regressar ao escritório, interrogou-se: “Que devo fazer? Isto é ridículo. Deve
ser alguém a gozar comigo!”
Pediu a opinião aos colegas, que lhe disseram:
- Se ele pagou, o anúncio deve ser publicado.
O Jornal no dia seguinte publicou o anúncio.
Logo de manhã, filas intermináveis de rapazes e de raparigas apresentaram-se
no escritório do jornal a pedir informações mais precisas acerca desse “mundo
novo”, porque queriam “dar uma ajuda a Jesus Cristo”.
Interpelar com esta ou outras questões:
Porque é que Jesus Cristo, se é Filho de Deus, procura colaboradores? Quais as
características desse mundo novo que deseja construir? Conheceis jovens que
dão uma ajuda a este projecto de Jesus Cristo? Que vos sugere a palavra
“sacerdotes”?
53
TRABALHO DE GRUPO
A fim de compreendermos melhor porque necessita Deus das pessoas para
realizar a Sua missão, construção do Seu Reino, vamos aproximarmo-nos de
alguns chamamentos bíblicos.
Cada grupo deverá analisar o seu texto, detendo-se de modo particular nas
reacções daquele que é chamado. Atitude inicial, diálogos e atitude final. Procurar
que a análise seja o mais profunda possível.
1_ Chamamento de Moisés: Ex 3
2_ Chamamento de David: 2Sam 7,1-17
3_ Chamamento de Isaías: Is 6
4_ Chamamento de Jeremias: Jer 1
5_ Chamamento de Maria: Lc 1, 26-38
6_ Chamamento dos discípulos: Jo 1,35-51
7_ Chamamento de Pedro: Lc 5,1-11
Plenário
Cada grupo partilha as suas reflexões: formas de intervenção de Deus; resposta
daqueles que foram chamados; hesitações e transformações na sua vida...
O catequista sintetiza. Deus toma a iniciativa de chamar a pessoa pelo próprio
nome. Precisa delas para missões especiais. Deus respeita a liberdade das
pessoas. A pessoa permanece livre na adesão à proposta divina. Deus espera
como resposta, uma entrega profunda e definitiva. Espera pelo sim. Deus quer
como discípulos os colaboradores fiéis.
54
55
8_Vigília
de oração
56
57
vigília de oração
introdução
silêncio:
(O presidente entra em silêncio e expõe o Santíssimo)
Exposição do Santíssimo
Cântico
Acolhimento:
(o presidente pausadamente de joelhos ou em pé convida os participantes)
1_Vós todos que vos interrogais acerca do sentido da vida que nos foi dada e
se vai gastando no dia-a-dia, vinde escutar o que o Senhor tem para vos dizer.
2_Vós todos os que vos interrogais acerca da vossa vocação, porque é preciso
escolher um projecto para vida, vinde escutar o que o Senhor tem para vos dizer.
3_Vós todos os que vos interrogais acerca do melhor caminho que leva à felicidade,
porque é essa a vossa sede, vinde escutar o que o Senhor tem para vos dizer.
4_Vós que vos interrogais acerca do amor de Deus Pai, vinde e escutai como
ele nos amou primeiro e fez de nós seus filhos adoptivos.
5_Vós que vos interrogais acerca de Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida,
vinde e escutai como ele nos interpela a continuarmos a sua obra.
6_Vós que vos interrogais acerca do Espírito Santo, que em todos nós habita,
vinde e senti a sua presença como luz na noite e fogo de Deus.
Cântico
Leitura: (Ef 1,3-10)
silêncio
58
jogral:
1 • Eu desejava esperar por Ti, meu Deus, e soube então que me esperavas.
2 • Eu desejava procurar-Te, meu Deus, e vi que andavas à minha procura.
1 • Eu pensava. Finalmente, encontrei Deus, mas senti-me encontrado por Ele.
2 Eu queria dizer: Amo-Te, meu Deus, mas já me tinhas dito: Amo-te muito.
1 • Eu tinha resolvido escrever-Te, ó Deus, mas entretanto chegou a tua carta.
2 • Eu queria pedir-Te perdão, meu Deus, mas soube que já me tinhas perdoado.
1 • Eu queria oferecer-me todo a Ti, meu Deus, mas recebi antes o dom gratuito
de ti mesmo.
2 • Eu queria oferecer-Te a minha amizade, meu Deus, mas recebi antes a
notícia do Teu grande amor.
1 • Eu queria convidar-Te para entrares na minha intimidade, mas já antes
chegou o Teu convite para estar em Ti.
2 • Eu queria fazer festa por Te ter encontrado, mas foste Tu a fazer a festa
primeiro, tal é o teu amor.
Cântico
silêncio
testemunhos:
(testemunhos vocacionais de Seminaristas do Seminário Maior ou Menor,
ou dos pais de um seminarista)
Cântico
Leitura:
(Lc 19,1-10)
reflexão
silêncio
59
poema:
Semeia em mim, Senhor.
Porque não quero deixar a Tua semente à beira do caminho;
Não quero que se afogue a palavra no meio das pedras;
Não quero a satisfação fácil de quem se limita a ouvir;
Não quero ser alguém sem raiz ou inconstante,
Alguém que hesita entre o sim e o não da conveniência.
Também não quero deixar-me cair entre os espinhos,
Porque conheço a minha fraqueza,
Porque, depressa Te venderia por um capricho
Porque conheço os meus oportunismos,
Porque me habituei a servir a dois senhores.
Que a tua palavra entre em mim pela porta grande,
Aquela que se abre aos amigos,
Aquela que oferece sempre à entrada o calor de um abraço,
Aquela que é esperança, alegria e festa para todos os que entram em casa.
Fala, Senhor
Quero conhecer os Teus caminhos.
Ensina-me as Tuas veredas.
Guia-me e ensina-me a Tua sabedoria!
Fala, Senhor.
60
Cântico
Preces:
Dêmos graças a Cristo, que nos convida pela Palavra a darmos testemunho
sacerdotal, e oremos dizendo:
A Tua Palavra, Senhor, ilumine os nossos passos.
1_Tu, Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote não deixes que à Tua Igreja faltem santos
presbíteros.
2_Tu, Cristo, que acompanhaste o crescimento daqueles que chamaste e os
amparas-te nas dificuldades, concede às equipas formadoras dos nossos
Seminários, a sabedoria para acompanharem e fazerem crescer os
seminaristas na resposta vocacional.
3_Tu, Cristo que chamaste quem Tu quiseste para Te seguir, faz que também
hoje a Tua voz se ouça e muitos jovens se disponham a deixar tudo para Te
seguir e anunciar o Teu amor a todos irmãos.
4_Tu, Cristo, Bom Pastor que dás a vida pelo Teu povo, concede aos presbíteros
a graça de serem sacramento fiel do Teu amor à humanidade e prova da Tua
vontade de recuperar a ovelha perdida.
5_Tu, Cristo, que louvaste a oferta da viúva pobre e valorizaste o seu gesto de
amor, faz com que aqueles que partilham com generosidade os seus bens
com os Seminários encontrem em Ti a sua verdadeira recompensa.
pai nosso
Exposição do Santíssimo:
Em vez das orações próprias lê-se a oração proposta para esta semana e depois
segue-se, o Cântico do Veneremos e a oração da benção).
Cântico final
61
9_proposta
para a
liturgia da
semana dos
seminários
62
63
Proposta para a Liturgia
da Semana dos Seminários
sugere-se
A) preces diárias
Domingo: Senhor Jesus Cristo, que percorrestes os caminhos dos homens a
anunciar o Reino e nos convocastes a todos para a sua construção, ajudai os
nossos sacerdotes a viverem em fraterna caridade e em fidelidade ao seu
ministério.
2ª feira: Vós que nos enviastes o Espírito Santo, para renovar a face da terra,
dai aos jovens um coração atento e disponível para acolher e testemunhar o
Amor no meio dos homens em gestos de solidariedade e caridade.
3ª feira: Senhor Jesus Cristo, que pela vossa Encarnação, Morte e Ressurreição,
manifestastes o Vosso Amor aos homens, despertai nas nossas dioceses vocações
sacerdotais para o serviço da Igreja.
4ª feira: Deus da Alegria e do Amor protegei as nossas famílias e fazei delas
berços generosos de muitas e santas vocações.
5ª feira: Jesus Cristo, Sumo e Eterno sacerdote, abençoai, dirigi e protegei
os nossos seminários, para que eles sejam santuários de amor e de virtudes
humanas e cristãs.
6ª feira: Pelos sacerdotes que são enviados, pela força do Espírito Santo, a
anunciar e baptizar em Vosso nome, para que se sintam fortalecidos pela graça
da sua missão e apoiados pela união de todos os filhos da Igreja.
Sábado: Cristo, luz e salvação dos povos, que aceitastes crescer entre nós
“em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens”, fazei que as
nossas crianças, adolescentes e jovens cresçam na fé e no amor, imitando o
Vosso exemplo.
64
Domingo: Vós, que escolhestes os homens que quisestes para serem Ministros
da Palavra e dos Sacramentos, guardai-os unidos na fidelidade, abençoai-os e
fazei frutificar o seu ministério.
B) Que se preparem e se façam admonições breves às Eucaristias Dominicais
ou celebrações da Palavra, sublinhando os objectivos e propostas da Semana
dos Seminários referindo a importância do ministério sacerdotal e a sua missão;
convidando a rezar pelas vocações sacerdotais; pelas paróquias que sofrem a
ausência de sacerdotes; explicar a espiritualidade e vivência do sacerdote
diocesano...
c) No final da Eucaristia: convidar à oração pessoal pelos seminários, bispo,
sacerdotes e comunidades; à partilha em dinheiro (esmola) para o sustento e
dignificação dos seminários, e à realização de uma vigília de Oração pelos
Seminários.
d) Orientar a catequese nesta semana para a dimensão sacerdotal visualizando
imagens dos seminaristas e seminários diocesanos e, se possível, promover a
deslocação de alguns seminaristas às comunidades ou destas ao seminário.
e) Que as paróquias acolham seminaristas, pais de seminaristas e antigos alunos
do Seminário para a partilha e testemunho da sua vivência no Seminário.
f)
Criar durante a semana um espaço (p. ex. em frente do altar, ao pé do
ambão...) que irá ser construído com símbolos sacerdotais, acompanhados de
uma breve explicação (estola, sandálias, santos óleos, cajado, água, liturgia das
horas...)
g) Convidar e comprometer as famílias e os jovens a um compromisso, através
da oração, para com as vocações sacerdotais e religiosas.
65
10_CONTACTOS DOS
SEMINÁRIOS DIOCESANOS
Algarve
Pr -semin rio
Largo da Sé, 19
8000-138 FARO
[email protected]
Seminario de S. Jos
Largo da Sé, 19
8000-138 FARO
[email protected]
Bragan a
Semin rio de S. Jos
Avenida Cidade de Zamora
5300-111 BRAGANÇA
[email protected]
Pr -Semin rio
Avenida Cidade de Zamora
5300-111 BRAGANÇA
[email protected]
Angra do Hero smo
Semin rio Episcopal de Angra
Rua do palácio, 33
9700-143 ANGRA DO HEROÍSMO
[email protected]
Pr -semin rio
Rua do palácio, 33
9700-143 ANGRA DO HEROÍSMO
[email protected]
Coimbra
Semin rio Maior da Sagrada Fam lia
Rua Vandeli, 2
3004-547 COIMBRA
[email protected]
Pr -Semin rio
3080-032 FIGUEIRA DA FOZ
[email protected]
vora
Semin rio Maior de vora
Largo dos Colegiais, 6
Apartado 2004
7001-901 ÉVORA
[email protected]
Semin rio Menor de S. Jos de vora
Vila Viçosa
7160-251 VILA VIÇOSA
[email protected]
Pr -Semin rio
Rua Prof. Bento Jesus Caraça, Lote 1 R/C Dtº
7580-034 ALCÁCER DO SAL
[email protected]
Aveiro
Semin rio de Santa Joana Princesa
Av. João Jacinto de Magalhães
3814-506 AVEIRO
[email protected]
Pr -semin rio
Av. João Jacinto de Magalhães
3814-506 AVEIRO
[email protected]
Beja
Semin rio de Nossa Senhora de F tima
Rua D. Afonso Henriques, 1A
7800-049 BEJA
[email protected]
Pr -Semin rio
Rua D. Afonso Henriques, 1A
7800-049 BEJA
[email protected]
Funchal
Semin rio de Nossa Senhora de F tima
Rua do Jasmineiro, 8
9000-013 FUNCHAL
[email protected]
Pr -Semin rio
Rua do Jasmineiro, 8
9000-013 FUNCHAL
[email protected]
Braga
Pr -Semin rio
Rua de S. Domingos, 94 B
4710-435 BRAGA
[email protected]
Semin rio Maior Conciliar de S. Pedro e S. Paulo
Campo de S. Tiago, 47
4704-532 BRAGA
[email protected]
Pr -Semin rio
Campo de S. Tiago, 47
4704-532 BRAGA
[email protected]
Semin rio Menor de Nossa Senhora da Concei o
Rua de S. Domingos, 94 B
4710-435 BRAGA
[email protected]
Guarda
Semin rio Maior da Imaculada Concei o
Rua D. José Alves Matoso, 7
6300-682 GUARDA
[email protected]
Semin rio Menor de Nossa Senhora de F tima
Apartado 12
6234-909 FUNDÃO
Pr -Semin rio
Rua D. José Alves Matoso, 7
6300-682 GUARDA
[email protected]
66
Lamego
Pr -Semin rio
Avenida Egaz Moniz
5100-196 LAMEGO
[email protected]
Semin rio de Jesus, Maria e Ana
Avenida Egaz Moniz
5100-196 LAMEGO
[email protected]
Semin rio Menor de Nossa Senhora de Lurdes
Quinta dos Sais
4660-210 RESENDE
[email protected]
Semin rio Maior de Nossa Senhora da Concei
Largo Dr. Pedro Vitorino, 2
4050-468 PORTO
[email protected]
Semin rio Redemptoris Mater
Casa Diocesana - Seminário de Vilar
Rua Arcediago Van Zeller, 50
4050-621 PORTO
o
Santar m
Pr -Semin rio
Largo Sá da Bandeira
2000-135 SANTARÉM
[email protected]
Semin rio Diocesano de Santar m
Largo Sá da Bandeira
2000-135 SANTARÉM
[email protected]
Leiria
Semin rio Diocesano de Leiria
Rua Joaquim Ribeiro de Carvalho, 60
2414-011 LEIRIA
[email protected]
Pr -Semin rio
Rua Joaquim Ribeiro de Carvalho, 60
2414-011 LEIRIA
[email protected]
Lisboa
Semin rio Maior de Cristo Rei
Seminário dos Olivais
1885-076 MOSCAVIDE
[email protected]
Semin rio de S. Jos de Caparide
Quinta da Ribeira
2785-710 S. DOMINGOS DE RANA
[email protected]
Semin rio de Nossa Senhora da Gra a
Póvoa de Penafirme
2560-046 A-DOS-CUNHADOS
[email protected]
Pr -Semin rio
Póvoa de Penafirme
2560-046 A-DOS-CUNHADOS
[email protected]
Semin rio Redemptoris Mater de Nossa Senhora de F tima
Quinta do Pinhal Verde
Rua do Pinhal Verde, 4
1675-515 CANEÇAS
[email protected]
Portalegre
Semin rio Diocesano de Portalegre
Rua D. Agostinho Lopes Moura
7300-120 PORTALEGRE
Pr -Semin rio
Rua D. Agostinho Lopes Moura
7300-120 PORTALEGRE
Set bal
Semin rio de S. Paulo de Almada
Rua D. Álvaro Abranches da Câmara, 1
2800-016 ALMADA
[email protected]
Pr -Semin rio
Rua Quinta do Álamo, 70
2840-268 SEIXAL
[email protected]
Viana do Castelo
Semin rio Diocesano de Viana do Castelo
Rua de S. José
4900-308 VIANA DO CASTELO
[email protected]
Pr -Semin rio
Rua de S. José
4900-308 VIANA DO CASTELO
[email protected]
Vila Real
Semin rio de Vila Real
Rua D. Pedro Castro, 1
5000-669 VILA REAL
[email protected]
Pr -Semin rio
Rua D. Pedro Castro, 1
5000-669 VILA REAL
[email protected]
Viseu
Semin rio Maior de Nossa Senhora da Esperan a
Largo de Santa Cristina
3500-181 VISEU
[email protected]
Semin rio Menor de Viseu
Largo de Santa Cristina
3500-181 VISEU
[email protected]
Pr -Semin rio
Largo de Santa Cristina
3500-181 VISEU
[email protected]
Porto
Semin rio do Bom Pastor
Rua D. António Barroso 101
4445-396 ERMESINDE
[email protected]
Pr -Semin rio
Rua D. António Barroso 101
4445-396 ERMESINDE
[email protected]
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COMISSÃO EPISCOPAL VOCAÇÕES E MINISTÉRIOS

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