Pesquisa Internacional
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Fearing WRONG ATITUDES E PERCEPÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES WHY WHAT DOESN’T SCARE US SHOULD Global Views on Violence Against Children December 2014 VISÃO GLOBAL DA VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS | DEZEMBRO DE 2014 Fearing Wrong Espiral.indd 1 20/08/15 17:14 A Visão Mundial é uma organização cristã de ajuda, desenvolvimento e advocacy, que se dedica a trabalhar com crianças, famílias e comunidades na busca da superação da pobreza e da injustiça. Possui 46.000 colaboradores em cerca de 100 países comprometidos em trabalhar com os mais vulneráveis, independente de religião, raça, etnia, gênero ou orientação sexual. Ipsos é a segunda maior empresa de pesquisa de opinião no mundo e a maior organização dirigida por pesquisadores. Nossas operações globais abrangem 6 continentes com escritórios em 64 países ao redor do mundo. Ipsos tem prazer em trabalhar na discussão de projetos que envolvam importantes questões sociais e políticas ao redor do mundo. Fearing Wrong Espiral.indd 2 20/08/15 17:14 Índice Fearing Wrong Espiral.indd 3 RESUMO EXECUTIVO 01 INTRODUÇÃO 04 MENTIRAS QUE CONTAMOS 06 OS VILÕES 11 CORRIGINDO OS ERROS 12 CONCLUSÃO 15 RECOMENDAÇÕES 16 APÊNDICE 17 PERFIL DEMOGRÁFICO DOS ENTREVISTADOS 17 QUESTIONÁRIO 18 FORMAS DE VIOLÊNCIA 23 RESULTADOS EM DETALHE 24 20/08/15 17:14 Agradecimentos © WorldVision International 2014 Autor: Will Daley (Ipsos Reid) Este relatório foi produzido pela Dra Kirsty Nowlan e Sharon Marshall em nome da equipe de Advocacy e Justiça para Crianças da Visão Mundial Internacional. Agradecemos aos consultores externos que contribuíram fornecendo orientações valiosas durante o processo: Dr Philip Cook, Reinhard Fichtl, Lena Karlsson, Alexander Krueger, Nidhi Pundhir, Dr Eddy J Walakira e Dr Mike Wessells. Também gostaríamos de agradecer a Joanne Dunn, Bill Forbes, Dominique Pierre Plateau e Tamara Tutnjevic Gorman pelos conhecimentos transmitidos e comentários. Além desses, agradecemos a Corina Chevalier pela gestão e planejamento, execução e conclusão desse relatório. Todos os direitos reservados. Para maiores informações sobre essa publicação, favor contactar [email protected]. Foto de capa: Moyna, trabalhadora do sexo, segurando sua filha Tumpa, de 3 anos, olhando um casamento pela janela. © 2013 Jon Warren/WorldVision. Tradução: Eduarda Lippo Revisão Técnica: Flávio Conrado, Maria Carolina Silva, Karina Lira Supervisão Editorial: Gidália Santana Adaptação de Layout: Cybelle Peixoto Fearing Wrong Espiral.indd 4 20/08/15 17:14 © Heidi Isaza / WorldVision Resumo Executivo A violência contra as crianças e adolescentes é o horror mais generalizado, perigoso e silencioso do nosso tempo. Rouba a infância e a vida que as crianças e adolescentes merecem usufruir. A hora de mudar isso é agora. E para sempre. Eliminar a violência contra as crianças e adolescentes não é uma tarefa fácil, mas não é impossível. Porque ela está relacionada à vida pessoal, entendimentos, crenças e atitudes, as percepções importam tanto quanto os Carlos* e sua irmã gêmea Estela* de três anos não veem seus pais desde quando a violência entre gangues os forçaram a fugir, há mais de um ano. *Não são esses os nomes deles. fatos. Conhecer essas percepções e saber como moldam a realidade e as ações é crucial para eliminar a violência contra as crianças e adolescentes. ATITUDES E PERCEPÇÕES GERAIS Uma nova pesquisa de opinião com mais de 11.000 pessoas, de 28 países, conduzida pela Visão Mundial e Ipsos Reid, revela que as pessoas ao redor do mundo pensam que a violência contra as crianças e adolescentes é um problema comum e crescente. Em alguns casos, as atitudes e crenças reveladas nas respostas do questionário refletem a realidade da violência perpetrada contra as crianças e adolescentes. Em muitos casos, não. Nossa pesquisa descobriu As pessoas ao redor do mundo acreditam que a violência contra as crianças e adolescentes pode ser enfrentada se mais for feito pelos governos, comunidades e instituições religiosas – com especial ênfase no apoio às famílias. Mais supreendente talvez, a maioria (61%) pensa que “lá fora” – transporte público e outros lugares públicos – é onde as crianças e adolescentes estão mais propensas ao risco. Dimensão do problema Mundialmente, mais de 76% das pessoas conhecem uma criança ou adolescente vítima de violência, e quase um terço (30%) a conhece pessoalmente. A maioria das pessoas (62%) acredita que o problema cresceu em seus países nos últimos cinco anos, e quase metade (45%) sente que não se está fazendo o suficiente para punir aqueles que cometem violência contra as crianças e adolescentes. 76% conhecem uma criança ou adolescente vítima da violência Tipo A população acredita que a forma mais nociva de violência contra as crianças e adolescentes é a violência sexual, tanto devido a exploração sexual ou pornografia quanto a agressão sexual ou 01 Fearing Wrong Espiral.indd 5 20/08/15 17:14 formas de sedução online para praticar sexo offline. No entanto, a violência sexual não é vista como a forma mais comum de violência. Mundialmente, diz-se que a punição física, a violência de gangues e o abuso físico são as formas mais comuns de violência contra as crianças e adolescentes. A grande maioria acredita que quase todas as formas de violência afetam da mesma forma tanto meninos quanto meninas. Causas Três quartos da população acredita que experiências individuais, tais como a falta de conhecimento sobre a violência contra as crianças e adolescentes, uma história de abuso e o abuso de substâncias químicas, são as causas mais comuns. Fatores externos como pobreza, práticas culturais, crime organizado, terrorismo e abuso pelas forças armadas são frequentemente menos vistas como causas da violência contra as crianças e adolescentes. Quem pode resolver Famílias e governos são vistos como os agentes mais importantes na solução do problema. Mas dos dois, apenas as famílias são eficazes em solucionar esse problema. Outros também consideram eficazes os assistentes sociais, centros de assistência social e as escolas. Por outro lado, governos, incluindo o judiciário, instituições religiosas e culturais ou líderes comunitários, são vistos como menos eficazes na solução da violência contra as crianças e adolescentes. A maior parte da população diz que os governos não possuem a vontade política e os recursos para resolver eficazmente o problema. Diferenças ao redor do mundo A pesquisa mostra, como esperado, que as perspectivas em relação à violência contra as crianças e adolescentes variam bastante de um país para o outro, até mesmo entre países bastante similares. No entanto, surgem padrões claros entre os 28 países pesquisados, quando agrupados economicamente. A população de países com renda média-baixa (Bolívia, El Salvador, Guatemala, Honduras, Indonésia, Nicarágua, Filipinas) percebe a violência contra as crianças e adolescentes em suas realidades e esperam progresso, não importa quem o promove. Há uma tendência de se acreditar que o problema pode ser resolvido. Mas não há esperança na capacidade, na vontade e nos recursos disponíveis para que os governos ajudem a resolver o problema. Em países com renda média-alta (Brasil, República Dominicana, Equador, Malásia, México, Peru, África do Sul, Tailândia) a população já está tanto familiarizada com a violência contra as crianças e adolescentes quanto confiantes que é um problema que pode ser resolvido. Percebem o papel claro que governos, ONGs e organizações religiosas em colaborem e ao menos reduzirem significativamente a incidência da violência contra as crianças e adolescentes. 02 Fearing Wrong Espiral.indd 6 20/08/15 17:14 Entre a população nas nações mais ricas (Austrália, Canadá, Alemanha, Islândia, Japão, Inglaterra e EUA) pesquisadas existe uma sensação de distância da questão. A percepção de que a violência contra as crianças e adolescentes é um problema para o qual não há solução definitiva. Há menor conhecimento sobre a violência contra as crianças e adolescentes nas suas comunidades e as pessoas estão mais propensas a dizer que as crianças e adolescentes que elas conhecem estão seguras. A mineração é uma das piores formas de trabalho infantil. O trabalho pesado pode prejudicar permanentemente o crescimento dos ossos e músculos das crianças. Os minerais são perigosos e a exposição ao urânio e mercúrio pode causar consequências profundas na saúde. Alinhado a isto, elas são menos propensas a dizer o que mais deve ser feito, assim como a ver os esforços do governo, em particular, como eficazes e importantes. A população tem uma boa compreensão sobre os efeitos da violência contra as crianças e adolescentes, mas, talvez mais pertubardor, 79% das pessoas ao redor do mundo sente que a violência contra as crianças e adolescentes não está sendo relatada; o que sabemos sobre violência é apenas uma parte do que realmente acontece. Existe uma verdadeira falta de conhecimento e evidência global sobre as percepções das pessoas em relação à violência contra as crianças e adolescentes. Isto é um dos fatores chaves que nos impede de avançar na solução do problema, uma vez que as percepções da população em relação à prevalência, causas e soluções para violência contra as crianças e adolescentes contribui com os esforços para resolver esse problema. Essa pesquisa é apenas o começo. Deve servir como ponto de partida para que se trabalhe a compreensão de onde a violência está afetando mais as crianças e adolescentes, por que e como, qual tem sido o avanço realizado e quais são as maiores necessidades para sua prevenção. Rani*, 15 anos. Arrajaram seu casamento na mesma família que a da sua irmã mais velha, pois seus pais só poderiam arcar com um dote. O pai de Rani explica: “a sociedade dita e temos que obedecer. Se não dermos o dote, nossa família seria ridicularizada e envergonhada. Nossa família ficaria falada e ostracizada. Nossa filha seria psicologicamente atormentada. Esse tormento pode também conduzir ao abuso físico como espancamento.” *Não é esse seu verdadeiro nome. 03 Fearing Wrong Espiral.indd 7 20/08/15 17:14 Introdução A Visão Mundial e a Ipsos Reid conduziram esta pesquisa global para melhor compreender as atitudes da população e suas percepções sobre a violência contra as crianças e adolescentes e como protegê-las. Antes de conduzir este estudo, surpreendentemente pouco se sabia sobre as variações nas atitudes entre países e regiões, e sobre as lacunas na compreensão das pessoas versus o que já sabemos sobre a incidência da violência. O estudo pretendeu captar as atitudes e crenças que formam as perspectivas sobre a violência contra as crianças e adolescentes ao redor do mundo. Em alguns casos, as atitudes e crenças expressas nas respostas dos questionários refletem as realidades da violência contra as crianças e adolescentes. Em outros casos, não é assim. A compreensão da opinião pública nessa área pode ajudar a Visão Mundial e outras organizações a combater mitos danosos sobre a violência contra as crianças e adolescentes que podem frustrar as soluções. POR QUE ESSE ESTUDO É IMPORTANTE PARA A VISÃO MUNDIAL Durante 60 anos de serviço às crianças, adolescentes e suas famílias, a Visão Mundial tem visto os efeitos nefastos na insuficiência da proteção às crianças e adolescentes contra a violência. A violência pode resultar em lesões corporais de curto e longo prazos, pode prejudicar a autoconfiança e segurança das crianças e adolescentes, além de contribuir com anos de desafios no desenvolvimento mental, psicológico, social, entre outros. Essa ameaça à segurança de crianças e adolescentes corrói seu potencial para contribuir com o desenvolvimento de sociedades saudáveis e produtivas. Enfrentar e erradicar a violência contra as crianças e adolescentes, assim como trabalhar para o cuidado e proteção de quem foi lesado, tem sido um importante componente do trabalho da Visão Mundial. Em nossos programas, a Visão Mundial dá forte ênfase ao trabalho com as famílias, comunidades e governos em nível local e nacional para fortalecer aspectos formais e informais dos sistemas de proteção das crianças e adolescentes. Como em outros desafios enfrentados pela Visão Mundial que parecem ser impossíveis de superar, a violência contra as crianças e adolescentes é um tema em que se pode avançar. No entanto, só será possível se for priorizado por governos, formadores de opinião, comunidades e famílias. Nos últimos 15 anos, a Visão Mundial tem trabalhado para ajudar os governos a alcançarem os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Esses esforços estão bastante focados na sobrevivência e na provisão de necessidades básicas. A proteção contra a violência não fez parte dos objetivos de desenvolvimento global. Ao trazer maior ênfase na violência contra as crianças e adolescentes para as discussões da Agenda Pós-2015, esperamos ir além da sobrevivência para enfrentar as questões que impedem as crianças e adolescentes de se desenvolver, que dificultam sua estabilidade econômica, social e familiar. 04 Fearing Wrong Espiral.indd 8 20/08/15 17:14 ©Vanndeth Um / VisãoMundial POR QUE ESSE ESTUDO É IMPORTANTE PARA A IPSOS A Ipsos possui uma ampla rede de especialistas em pesquisa de opinião pública ao redor do mundo que, usualmente, se encarregam de encontrar informações para melhorar as linhas de base do negócio ou entender o que influencia a ação política. Estamos honrados em utilizar essa rede para um estudo que tem tal promessa de bem-estar social. Os maiores questionamentos que tivemos no início desse projeto foram em relação às percepções das pessoas sobre como a violência contra as crianças e adolescentes acontece em seus países, o que está sendo feito para enfrentar essa violência, e quais atitudes estão sendo tomadas a fim de erradicar a violência. “Ele me assustou com seu rosto assustador – não contei a ninguém.” Sros*, 10 anos, foi estuprada enquanto trabalhava em um campo de arroz no Cambodia com sua mãe. Aos 15 anos, recebeu ajuda para reconstruir sua vida. *Não é esse seu verdadeiro nome. METODOLOGIA A Visão Mundial e Ipsos Reid conduziram a pesquisa em países desenvolvidos, com renda médiaalta, renda média-baixa e países com contextos frágeis, para melhor entender a opinião pública relacionada à proteção de crianças e adolescentes contra a violência. Os objetivos chaves dessa pesquisa foram: • levantar a opinião, percepção, preocupação e compreensão pública em relação à violência contra as crianças e adolescentes; • medir o grau de conscientização das pessoas e suas atitudes sobre o problema e suas percepções da responsabilidade do governo e de outros atores para superar a violência; • identificar as principais fontes de informação das pessoas sobre crianças e adolescentes afetadas pela violência; • entender a percepção das pessoas sobre as causas atuais da violência contra as crianças e adolescentes e suas soluções. O estudo consistiu em um questionário de 15 a 20 minutos, para 11.331 indivíduos com mais de 16 anos, em 12 línguas, em 28 países diferentes, entre julho e agosto de 2014. Enquanto que em muitos países a pesquisa foi realizada online, no Líbano, Paquistão, El Salvador, Quênia, República Democrática do Congo e Bangladesh, a pesquisa foi realizada pessoalmente. 05 Fearing Wrong Espiral.indd 9 20/08/15 17:14 Mentiras que contamos a nós mesmos Globalmente, a frequência e os efeitos da violência contra as crianças e adolescentes são vistas de modo similar nos países pesquisados. Ninguém relatou a agressão sexual ou outro crime relativo ao sexo contra crianças ou adolescentes como não nocivos; pelo contrário, a grande parte relata que eles produzem efeitos a longo prazo. No entanto, uma em cada cinco pessoas não reconhece que todas as formas de violência são prejudiciais às crianças e adolescentes. Por exemplo, 21% não acredita que o casamento infantil é prejudicial. “É frequente uma discrepância entre o que as pessoas pensam sobre qual perigo as crianças são vulneráveis e aquilo a que estão de fato expostas” Os resultados da pesquisa mostram que é frequente, embora nem sempre, a discrepância entre o que as pessoas pensam sobre qual perigo as crianças e adolescentes são vulneráveis e aquilo a que estão de fato expostas. Há discrepâncias, além da percepção de tendências. Isso varia, claro, a depender do país, da faixa etária e da experiência pessoal – aqueles que conhecem uma criança ou adolescente vítima de violência, por exemplo, estão mais propensos a perceber que a violência contra as crianças e adolescentes não é algo que possa ser enfrentado facilmente, e tem se tornado mais frequente nos últimos cinco anos. Países Desenvolvidos: RNB per capita de US$12.746 ou mais Países com Alto Rendimento: RNB per capita de US$4.125 até US$12.745 Países com Baixo Rendimento: RNB per capita de US$1.046 até US$4.124 Estados mais Fragilizados: RNB per capita de US$1.045 ou menor. Estados mais fragilizados também incluem países em que governos são incapazes de assegurar controle territorial, segurança, administração de recursos públicos, proteção social da criança, entrega de serviços e apoio à subsistência. Conflitos cíclicos, violência criminal e vulnerabilidade em relação a desastres naturais prevalecem. 06 Fearing Wrong Espiral.indd 10 20/08/15 17:14 O QUE ISSO NOS REVELA A evidência e a experiência nos ensinam que as crianças e adolescentes enfrentam os maiores riscos para proteção e segurança em seus próprios lares, lugar onde deveriam se sentir mais seguras. Mas a população ainda acredita que suas crianças e adolescentes são mais vulneráveis quando estão “na rua”. Esse medo do outro, de uma pessoa má que se oculta nas sombras, pronta para causar sofrimento às crianças, é a percepção típica que dificulta a redução da violência contra as crianças e adolescentes em nível global. Ao ajudar famílias, líderes comunitários e religiosos e governos a entender que o maior risco para as crianças e adolescentes não são os estranhos, em espaços públicos, poderia contribuir bastante na solução do problema. Resolver esse problema significa dar ênfase na atenção e financiamento para garantir que crianças e adolescentes estejam salvas em lugares onde deveriam estar mais seguras: em casa, escolas, locais de culto e parques. Isso implica também na colaboração direta com as famílias e comunidades e, acima de tudo, ter as próprias crianças e adolescentes como parceiras na redução e prevenção da violência. Essas abordagens refletem o que as crianças e adolescentes nos dizem10. LUGAR PERCEPÇÃO REALIDADE Crianças e adolescentes estão na maior parte sob risco em lugares públicos e no transporte público. Membros próximos da família são os que mais comumente cometem todas as formas de abuso, sendo responsáveis por 34% dos casos relatados, onde o criminoso é conhecido. AUMENTO DA VIOLÊNCIA PERCEPÇÃO 61% percebe que nos últimos cinco anos a violência contra as crianças e adolescentes cresceu em seus países. REALIDADE Os resultados são ambivalentes, mas algumas formas de violência estão diminuindo. Práticas tradicionais prejudiciais estão declinando; há menos trabalho infantil do que há 12 anos; e a proporção de meninas forçadas ao casamento é menor que nos anos 1980. FORMAS MAIS COMUNS DE VIOLÊNCIA PERCEPÇÃO REALIDADE Formas de violência física e sexual são as mais Mundialmente, uma em cada quatro meninas comuns. entre 15 a 19 anos é vítima de alguma forma de violência física. Em torno de 120 milhões de meninas já passaram por algum tipo de violência sexual4. 1 UNICEF (2014). Hidden in Plain Sight. 2 UNICEF (2014). Ending Child Marriage: Progress and prospects. 3 Ibid. Fearing Wrong Espiral.indd 11 07 20/08/15 17:14 FORMAS MAIS COMUNS DE VIOLÊNCIA PERCEPÇÃO REALIDADE 79% acredita que o trabalho infantil é Trabalho infantil afeta a saúde da criança a prejudicial, mas 28% das pessoas não acredita longo prazo, além do desenvolvimento de que o prejuízo tenha impacto no longo prazo. suas habilidades cognitivas, afetando sua capacidade educacional e perspectivas de longo prazo. FORMAS MAIS COMUNS DE VIOLÊNCIA PERCEPÇÃO REALIDADE 29% das pessoas dizem que casamento infantil Meninas que casam com menos de 15 anos forçado não tem impacto no longo prazo. estão cinco vezes mais propensas a morrer durante o parto do que aquelas que se casam nos seus 20 anos, e sua educação e chances de alfabetização são menores, perpetuando, assim, o ciclo da pobreza5. CYBERBULLING PERCEPÇÃO REALIDADE Em países desenvolvidos, o abuso online é Abusos físico e sexual são, frequentemente, a forma mais comum de violência contra as mais comuns do que o abuso online6. crianças e adolescentes. CRIME ORGANIZADO PERCEPÇÃO REALIDADE Em países de renda média, a violência A violencia perpetrada pelo crime organizado provocada pelo crime organizado é a forma é a causa mais comum de violência contra as mais comum de violência contra as crianças crianças e adolescentes em certos países de e adolescentes. renda média7. CONTEXTOS FRÁGEIS PERCEPÇÃO REALIDADE Práticas tradicionais prejudiciais, tais como Muitas vezes, outras formas de violência bruxaria e casamento infantil, são vistas contra as crianças e adolescentes são bem como a fonte mais comum de violência em mais difundidas. Na RDC, por exemplo, uma contextos frágeis. em cada cinco meninas entre 15 a 19 anos foi estuprada8. 08 Fearing Wrong Espiral.indd 12 4 UNICEF (2014). Hidden in Plain Sight. 5 Ibid. 6 Ibid 7 UNICEF (2014). Hidden in Plain Sight. 20/08/15 17:14 DIFERENÇAS DE GÊNERO PERCEPÇÃO REALIDADE O abuso online afeta mais as meninas. Há evidência crescente de que o abuso online afeta tanto meninas quanto meninos, e que ambos tendem igualmente a agir como agressores. Nenhuma forma de violência afeta mais os Meninos são os mais afetados pela violência meninos. perpetrada pelo crime organizado (gangues) e pelo trabalho infantil – 99.8 milhões de meninos versus 68.2 milhões de meninas entre 5 a 17 anos estão envolvidos em trabalho infantil. As percepções sobre gênero são reveladoras. A percepção de que quase todas as formas de violência afetam meninos e meninas de maneira igual é contrária à evidência de que meninas são mais afetadas do que meninos por quase todas as formas de violência. Além disso, algumas formas específicas de violência (como o envolvimento com o crime organizado ou com gangues de rua) afetam mais os meninos. Isso nos mostra que é preciso fazer mais para que se entenda a dinâmica de gênero da violência contra as crianças e adolescentes, especialmente entre meninos. Eles são os principais atores interessados, pois tanto sofrem quanto cometem violência, e devem ser parte da solução. FORMAS DE VIOLÊNCIA AFETAM AMBOS IGUALMENTE Os três maiores (72-76% maior impacto) Nível superior (67-68% maior impacto) Nível médio (59-64% maior impacto) Nível inferior (42-57% maior impacto) prisão em regime fechado punicão física ex: espancamento humilhação, ameaças, ridicularização negligência agressão sexual abuso físico Abuso Físico/Psicológico crime organizado Trabalho infantil Abuso online Abuso sexual Práticas violentas entre as crianças Práticas tradicionais exploração sexual/pornografia trabalho para pagar dívidas exposição à violência trabalho infantil pornografia, discurso de ódio razões culturais para coerção, mutilação fazer cicatrizes ou marcas genital casamento infantil violência online punição pela honra acusação de bruxaria abuso online AFETA MAIS OS MENINOS AFETA MAIS AS MENINAS 8 Ibid. 9 NoBulllying.com (2014): Cyber Bullying Statistics; Dr Sarah Pedersen, Robert Gordon University (2011),‘UKTeens’ safety awareness online – Is it a girl thing?’ 10 WorldVision International (2011).‘What do children think? Children’s views on being cared for, protected and participating.’ Fearing Wrong Espiral.indd 13 09 20/08/15 17:14 Talvez o mais preocupante, a população não compreende que todas as formas de violência podem ter efeitos no longo prazo nas crianças e adolescentes. Assim, muitas vezes ouvimos que “crianças e adolescentes são extremamente resilientes”, até mesmo quando estão sujeitas repetidamente à violência. Embora a resiliência ajude, sabemos que uma exposição prolongada à violência física, emocional ou sexual, além da negligência, causa estresse tóxico nas crianças e adolescentes, podendo prejudicar seriamente seus cérebros, aumentando, assim, o risco de atrasos no seu desenvolvimento, assim como estresses relativos a problemas de saúde, como, tardiamente, doenças no coração, abuso de substâncias e depressão11. Uma compreensão acurada sobre as consequências a longo prazo e os custos da violência contra as crianças e adolescentes pode resultar no aumento de esforços que contribuam para sua prevenção. No entanto, o tempo e dinheiro que os governos gastam em mecanismos coercitivos, que geralmente são tratamentos inadequados a posteriori, impedem o crescimento do que se gasta em prevenção. Investimentos em coerção sem prevenção é ineficaz. Por outro lado, focalizar nosso investimento, tempo e atenção no apoio e estruturação de famílias, especialmente aquelas sob risco, com recursos, fornecendo acesso a serviços e mudando as normas da sociedade © 2010 Laura Reinhardt/VisãoMundial contribuirá muito mais na prevenção da violência contra as crianças e adolescentes. Joshua, 16 anos, de Nova Iorque, estava no sexto ano quando se tornou membro de uma gangue. Por um tempo, ele tinha a gangue como sua família. Depois de se envolver com um projeto em sua comunidade, Joshua se distanciou dos membros da gangue e agora está comprometido em tornar sua comunidade um lugar melhor para seus irmãos mais novos. 10 Fearing Wrong Espiral.indd 14 11 W W Hartup and N Stevens (1997).‘Friendships and Adaptation in the Life Course.’ Psychological Bulletin vol 121, no 3; K H Rubin et al (2004).‘Attachment, Friendship, and Psychosocial Functioning in Early Adolescence.’ The Journal of Early Adolescence vol 24, no 4. 20/08/15 17:14 Os vilões Quais são as causas da violência contra as crianças e adolescentes? Falta de conhecimento 75% Abuso de álcool e drogas 75% Abuso cometido por vítimas de abuso 75% Pobreza 61% Crime organizado 57% Práticas e atitudes culturais 45% Grupos terroristas/extremistas 31% Abuso das Forças Armadas 24% A violência contra as crianças e adolescentes é causada por inúmeras influências. As pessoas acreditam que a falta de conhecimento sobre essa questão, o álcool e abuso de drogas, e abusos passados são as causas principais da violência contra as crianças e adolescentes. A maior parte (87%) concorda que pessoas que foram vítimas da violência quando criança sofrem um profundo impacto em suas relações sociais quando adultos. Três em cada quatro (75%) pessoas dizem que experimentar a violência quando criança é a causa principal para se cometer violência, destacando a percepção comum da natureza cíclica do abuso. A falta de conhecimento daqueles que podem ser testemunhas ou fazer algo para prevenir a violência é vista como a principal causa da violência contra crianças e adolescentes (75% concordam, 41% fortemente concordam). O álcool e o abuso de drogas (75% concordam, 39% fortemente concordam), assim como quem já foi vítima de abuso (75% concordam, 38% fortemente concordam) vêm logo em seguida. Outras causas dependem do contexto do país onde atitudes (16%), grupos terroristas (14%) ou forças armadas (10%) são fatores mais presentes que contribuem com a violência contra as crianças e adolescentes. Os países onde as forças armadas possuem um papel de destaque na violência contra as crianças são: República Democrática do Congo (49%), seguida por El Salvador (23%), Líbano (21%) e Colômbia (19%). Grupos terroristas e extremistas são vistos como causas da violência contra as crianças no Paquistão (50%) e Colômbia (40%). Práticas culturais e costumes são vistas como uma ameaça maior em El Salvador (47%), Paquistão (39%) e Quênia (30%). A percepção das pessoas em relação às causas individuais ou pessoais da violência contra as crianças e adolescentes destacam o papel dos costumes e comportamentos culturais, além dos efeitos do estresse cotidiano adicionais por que passam as famílias, que são frequentemente maiores do que conseguem suportar. 11 Fearing Wrong Espiral.indd 15 20/08/15 17:14 Não importa se a causa da violência contra as crianças e adolescentes é externa ou interna; o componente chave da solução é empoderar as pessoas mais próximas das crianças e adolescentes – nas casas, escolas, espaços religiosos – assim como as próprias crianças e adolescentes. E isso pode ser enfrentado em parte investindo no apoio às habilidades e conhecimentos das crianças e adolescentes, familiares e pares, e em parte na mudança de atitudes. Corrigindo os erros Ao redor do mundo, os homens estão mais propensos do que as mulheres a achar que há muita coisa sendo feita para prevenir a violência contra as crianças e adolescentes. Os entrevistados de países em contextos frágeis sentem que mais está sendo feito, quando comparado com a pouca convicção em países de renda média baixa e renda média alta. A maioria dos entrevistados concorda que o governo tem responsabilidade pela violência contra as crianças e adolescentes. Mais de 80% dos países de renda média baixa e renda média alta percebem que o governo tem responsabilidade pela proteção de todas as crianças e adolescentes e de tomar medidas para prevenir a violência, enquanto que apenas 69% dos países desenvolvidos pensam assim. 63% creem que o governo de seu país não está fazendo o suficiente para punir agressores Os entrevistados reconhecem que seus governos não tem os meios adequados para prevenir a violência contra as crianças e adolescentes, não importa quais sejam as leis em vigor. Entretanto, muitos percebem que os governos estão poucos dispostos a tomar as ações necessárias para pôr fim à violência contra as crianças e adolescentes. Quase dois em cinco (37%) dos entrevistados acreditam que o governo está fazendo o suficiente para punir aqueles que cometem violência contra as crianças e adolescentes. Enquanto que em alguns países em que os cidadãos se sentem mais seguros, como na Inglaterra e Austrália, estão menos preocupados com o que pode ser feito para proteger as crianças e adolescentes em suas comunidades, outros, como Tailândia e Equador, sentem que mais pode ser feito. A maioria das pessoas percebe que a família é a instituição mais eficaz e importante na proteção das crianças e adolescentes contra a violência. Poucos se sentem seguros em relação ao nível atual de atenção dada para a prevenção da violência. 12 Fearing Wrong Espiral.indd 16 20/08/15 17:14 Entrevistados de países desenvolvidos são mais propensos a achar que as famílias são as mais eficazes no combate à violência contra as crianças e adolescentes (47%), quando se compara àquelas dos países em contextos frágeis (25%). As causas de morte de crianças e adolescentes em muitos países em contextos frágeis não são resultado direto do conflito, mas sim, da pouca capacidade de famílias e comunidades em prover o que as crianças e adolescentes necessitam. Em contextos frágeis, as famílias experimentam altos níveis de estresse e detém poucos mecanismos de defesa para lidar com ele. Quem é percebido como mais eficaz no combate à violência contra as crianças e adolescentes? Famílias 69% Assistentes sociais ou ONGs 59% Escolas ou postos de saúde 51% Comunidades religiosas 43% Sistema judiciário 40% As próprias crianças e adolescentes 39% Governo 38% Líderes comunitários 34% A maioria (85%) concorda que a colaboração entre governos, ONGs e comunidades religiosas é preferível a cada um agindo independentemente. E a maior parte (76%) diz que é importante que as comunidades religiosas façam mais para enfrentar a violência contra as crianças e adolescentes onde os governos estão falhando em fazê-lo. As boas práticas demonstram que cada um – governos locais, ONGs, organizações da sociedade civil, igrejas, líderes comunitários, escolas, negócios locais, polícia – deve trabalhar em parceria e cooperação para prevenir a violência contra as crianças e adolescentes. Um terço (34%) das pessoas em países desenvolvidos não percebe que seu país é seguro para as crianças e adolescentes, o que pode ser o resultado de coberturas da mídia de crimes notórios contra as crianças e adolescentes. Países em contextos frágeis e com renda média-baixa são vistos por seus cidadãos como menos seguros que outros, e até os que se sentem seguros estão mais propensos do que a média global a sentir que algo mais deva ser feito. Globalmente, as pessoas ainda acreditam que o problema pode ser superado, mas as experiências pessoais com a violência contra as crianças e adolescentes influenciam o quão forte se sente isso e o que é necessário fazer. Por exemplo, aqueles que não conhecem nenhuma criança vítima de violência (60%) são menos propensos a pensar que mais precisa ser feito do que aqueles que conhecem alguém que já foi vítima (85%). O que mais influencia a percepção das pessoas é a mídia convencional: 91% das pessoas ouvem falar de violência contra as crianças e adolescentes por meio da televisão, rádio ou mídia impressa. As mídias sociais são a fonte mais popular de informação entre países de renda média (60%) e renda média-baixa (53%) quando comparada com países desenvolvidos (25%). Isso mostra o papel da mídia na formação de opinião e a probabilidade de que as pessoas formem opinião sobre o problema baseado naquilo que é de interesse da mídia em noticiar. 13 Fearing Wrong Espiral.indd 17 20/08/15 17:14 Onde você se informa sobre a violência contra as crianças e adolescentes? Televisão, jornais, revistas ou rádio 91% Diretamente de amigos, família, colegas de trabalho ou vizinhos 54% Notícias online ou fontes de informação de outras mídias socias 51% Twitter, Facebook ou outras mídias sociais 46% ONGs e Sociedade Civil 33% Informações fornecidas pelo governo 27% Informações fornecidas pela escola na minha comunidade 24% Informações fornecidas por comunidades religiosas 19% Informações fornecidas por organizações culturais 10% Nenhuma das alternativas acima 2% Normas culturais e sociais influenciam bastante a formação do comportamento dos indivíduos. As normas protegem contra a violência, mas também podem apoiá-la e incentivá-la. Por exemplo, a aceitação cultural da violência, seja como um método normal de solução de conflitos seja como parte da educação das crianças, é um fator de risco para todos os tipos de violência interpessoal12. Isso também pode explicar porque países que experimentam altos níveis de um tipo de violência também experimentam níveis crescentes de outros tipos13. A tolerância social de um comportamento violento é aprendida já na infância por meio de castigos físicos e quando se presencia a violência na família e na mídia14. Intervenções que desafiam as normas culturais e sociais que apoiam a violência podem ajudar a reduzir significativamente e a prevenir a violência de modo sustentável. 14 Fearing Wrong Espiral.indd 18 12 WHO (2002).World report on violence and health. 13 J E Lansford and K A Dodge (2008).‘Cultural norms for adult corporal punishment of children and societal rates of endorsement and use of violence.’ Parenting: Science and Practice. 14 J G Johnson et al (2002). ‘Television viewing and aggressive behaviour during adolescence and adulthood.’ Science. 20/08/15 17:14 Conclusão Existe uma verdadeira ausência de conhecimento global e de evidências sobre as percepções das pessoas em relação a violência contra as crianças e adolescentes. E isso impede avançarmos para solução do problema. Compreender as percepções nos ajuda a entender onde e como aumentar o compromisso público e político para enfrentar as causas da violência contra as crianças e adolescentes. Apenas quando sabemos o que as pessoas pensam e o que as influenciam, é que podemos saber onde as mudanças precisam acontecer. Isso é crucial para que se rompa com a cultura de tolerância e aceitação que nos impediu deliberadamente a abordar o problema. A utilização de pesquisas como essa é crucial para informar e trabalhar de modo mais eficaz, identificando quem precisa ser influenciado para prevenir e mudar o que precisa ser mudado. Sabendo onde as percepções são diferentes das realidades, onde estão as oportunidades para mudança e em quais instituições e estruturas as pessoas confiam para que essa mudança aconteça é fundamental para prevenir e enfrentar a violência. Essa pesquisa global confirmou a universalidade e gravidade do problema da violência contra as crianças e adolescentes, ilustrou a importância da mudança nas percepções, atitudes e crenças que, por muito tempo, permitiram que o problema persistisse, além de destacar a necessidade de investir nas famílias como agentes eficazes e influentes na prevenção da violência. As descobertas da pesquisa requerem dos formuladores de políticas públicas maior reconhecimento da violência contra as crianças e adolescentes como um problema da agenda de desenvolvimento global que requer ação urgente. As experiências vividas pelas crianças e adolescentes, muitas vezes, diferem dos resultados da pesquisa de como elas são comumente percebidas. Essa lacuna entre a percepção e a realidade sugere que precisamos mudar a ênfase das repostas que hoje são predominantemente focadas na coerção para a prevenção. Essa mudança incluiria o reconhecimento do papel fundamental que as famílias, comunidades e crianças assumem na prevenção da violência e da necessidade de governos, comunidades, mídia e outras instituições em apoiá-la. Acabar com a violência contra as crianças e adolescentes requer que todos nós mudemos o modo como enxergamos e compreendemos esse problema.As crianças e adolescentes devem crescer em ambientes seguros, livres do medo e livres para realizar seu potencial. Podemos alcançá-lo se todas as escolas, comunidades religiosas, famílias e governos intensificarem seus esforços para pôr fim à violência contra as crianças e adolescentes. Queremos que todos levantem sua voz, e digam de uma vez por todas: “Não aceitarei a violência contra as crianças e adolescentes”. Porque nós não vamos. 15 Fearing Wrong Espiral.indd 19 20/08/15 17:14 Recomendações Baseado na imagem que essa pesquisa revela, combinado com a realidade que conhecemos a partir de nosso trabalho com crianças e adolescentes afetadas pela violência ao redor do mundo, a Visão Mundial acredita que é possível pôr fim à violência contra as crianças e adolescentes. Mas para isso, os governos precisam investir em estratégias comprovadamente eficazes, trabalhando em parceria com comunidades, famílias, instituições religiosas e sociedade civil. Entre estas estratégias, pode-se incluir: 1. Desafio às atitudes, crenças e tradições que perpetuam e toleram a violência contra crianças e adolescentes. Nenhum adulto em posição de poder deve aceitar a violência contra as crianças e adolescentes. 2. Governos demonstrando compromisso com o fim da violência contra as crianças e adolescentes por meio da implementação de leis e políticas de proteção de todas as formas de violência. 3. Apoio a famílias, parentes e cuidadores para proteção e cuidado de suas crianças, por meio de investimentos em programas de apoio parental e apoio a serviços para crianças e adolescentes e famílias em risco. 4. Empoderamento de crianças e adolescentes para que elas possam se sentir seguras. Governos e comunidades precisam reconhecer o papel que as crianças e adolescentes podem desempenhar na prevenção da violência, e não serem vistas apenas como vítimas ou infratores. 5. Garantia de que cada criança e adolescente tenha alguém ou algum lugar para ir quando as coisas derem errado. 6. Governos, ONGs e aqueles em posição de poder trabalhando para criar um diálogo público mais realista, positivo e orientado para a solução quando a violência contra as crianças e adolescentes for discutida na mídia e internet. 16 Fearing Wrong Espiral.indd 20 20/08/15 17:14 ANEXOS Perfil demográfico dos entrevistados Sexo Homem 49% Mulher 51% 16 – 24 Faixa Etária 25 – 34 22% 35 – 44 19% 45 – 54 Acima de 55 Residência Religiosidade 16% 19% 81% Urbano Rural 19% Bastante religioso 17% 45% Um pouco religioso Não muito religioso Nem um pouco religioso Crianças e adolescentes em Casa 23% Sim Não 21% 15% 52% 48% 17 Fearing Wrong Espiral.indd 21 20/08/15 17:14 Questionário Nº QUESTÃO Quão prejudicial para as crianças e adolescentes você considera cada um dos seguintes Q1 itens em uma escala de 1 a 7, em que 1 significa não muito prejudicial e 7 significa muito prejudicial? Lista das Formas de Violência (Ver Página 23) Em quais dos seguintes lugares você acha que as crianças e adolescentes estão mais propensas ao risco? E em quais você acha que as crianças e adolescentes estão mais propensas à violência? 1. Em casa Q2 2. Escola 3. Instituições religiosas 4. Transporte público 5. Em outro local público fora de casa 6. Não sabe Qual o impacto que cada uma das seguintes formas de violência tem nas crianças e Q3a adolescentes de seu país? Por impacto nos referimos à extensão das consequências nas crianças e adolescentes que experimentam essa forma de violência em seu país. Favor classificar sua percepção em uma escala de 1 a 7, em que 1 significa pouco impacto e 7 significa maior impacto. Lista das Formas de Violência (Ver Página 23) Com que frequência cada uma das seguintes formas de violência acontece em seu país? Por frequência, queremos saber se é algo que sempre ocorre ou que quase nunca Q3b ocorre. Favor classificar sua percepção em uma escala de 1 a 7, em que 1 significa quase nunca ocorre e 7 significa é comum que ocorra. Lista das Formas de Violência (Ver Página 23) E como você acha que cada uma das seguintes formas de violência contra as crianças Q4 e adolescentes afeta meninos e meninas em seu país? Favor indicar se cada forma de violência afeta mais os meninos, afeta mais as meninas ou afeta igualmente meninos e meninas? Lista das Formas de Violência (Ver Página 23) Qual a eficácia das seguintes instituições na proteção das crianças e adolescentes Q5 contra a violência? Favor classificar sua percepção em uma escala de 1 a 7, em que 1 significa completamente ineficaz e 7 significa bastante eficaz. 18 Fearing Wrong Espiral.indd 22 20/08/15 17:14 Nº QUESTÃO Governo Sistema judiciário (polícia e tribunais) Assistentes sociais ou organizações assistenciais, organizações não governamentais (ONGs), sem fins lucrativos e sociedade civil Líderes de clãs/tribais e organizações culturais ou outros grupos comunitários Comunidades religiosas Escolas e clínicas ou centros de saúde Famílias As próprias crianças e adolescentes Q5a E quais desses é o mais importante para proteção das crianças e adolescentes contra a violência? E qual o menos importante? Por quais dos seguintes meios você já ouviu falar sobre a violência contra as crianças e adolescentes? Favor escolher as opções que se aplicam. Diretamente de amigos, família, colegas de trabalho ou vizinhos Televisão, jornais, revistas ou rádio Twitter, Facebook ou outras mídias sociais Q6 Notícias online ou outras fontes de informação Informação fornecida pelo governo Informação fornecida por comunidades religiosas Informação fornecida por líderes de clã/tribo e organizações culturais Informação fornecida pela escola em minha comunidade Organizações sem fins lucrativos, não governamentais (ONGs) e sociedade civil Nenhuma das opções acima Favor indicar se você concorda bastante, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda bastante com cada uma das seguintes declarações. a) A causa principal da violência contra as crianças e adolescentes é a falta de conhecimento das pessoas que estão mais próximas e que poderiam ajudar na prevenção. b) A causa principal da violência contra as crianças e adolescentes em meu país é a pobreza. Q7 c) Lidar com a violência contra as crianças e adolescentes é algo que as famílias deveriam fazer; outros não precisam se envolver. d) As causas principais da violência contra as crianças e adolescentes são as atitudes culturais e práticas que tornam a violência aceitável para muitos. e) A causa principal da violência contra as crianças e adolescentes em meu país é o crime organizado ou as gangues. f) A causa principal da violência contra as crianças e adolescentes em meu país é o terrorismo e grupos extremistas. 19 Fearing Wrong Espiral.indd 23 20/08/15 17:14 Nº QUESTÃO g) A maior parte da violência contra as crianças e adolescentes não é relatada, então fica difícil saber a extensão do problema. h) A violência contra as crianças e adolescentes tem um efeito negativo na educação deles. i) A violência contra as crianças e adolescentes tem efeito negativo na saúde deles. j) A violência contra as crianças e adolescentes tem altos custos sociais e econômicos. k) O impacto da violência nas crianças e adolescentes pode surgir na vida adulta nos relacionamentos sociais. l) A causa principal da violência contra as crianças e adolescentes em meu país é o alcoolismo e o uso de drogas. m) A causa principal da violência contra as crianças e adolescentes em meu país é o abuso das forças armadas. n) Crianças ferindo outras crianças e adolescentes é um grande problema em meu país. o) A violência contra a criança e o adolescente é geralmente cometida por adultos que foram vítimas de violência quando crianças. Quais das seguintes declarações melhor descrevem sua visão pessoal em relação à violência contra as crianças e adolescentes? Q8 A violência contra as crianças e adolescentes é comum e cultural, serão necessárias várias gerações para solucionar isso e não estou com muita esperança de que vá melhorar durante a minha vida. A violência contra as crianças e adolescentes pode ser reduzida em um curto período de tempo e, eventualmente, eliminada se as pessoas trabalharem juntas para previni-la e fazer mais para aumentar a consciência sobre ela. Quais das seguintes afirmações melhor descrevem sua visão pessoal em relação à Q9 violência contra as crianças e adolescentes? A violência contra as crianças e adolescentes se tornou mais frequente nos últimos cinco anos. Existem poucos incidentes de violência contra as crianças e adolescentes nos últimos cinco anos. Não sei Até onde você sabe, você diria que há bastante coisa sendo feita para prevenir a violência contra as crianças e adolescentes, ou você diria que não há muita coisa sendo feita para essa prevenção? Q10 Muita coisa Alguma coisa Pouca coisa Nada está sendo feito Não sei 20 Fearing Wrong Espiral.indd 24 20/08/15 17:14 Nº QUESTÃO Favor indicar se você concorda bastante, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda bastante com as seguintes afirmações. a) Acho que as crianças e adolescentes que conheço (incluindo os seus filhos, caso você tenha) estão a salvo da violência. b) É preciso fazer mais para proteger as crianças e adolescentes da violência na minha comunidade. c) Os governos muitas vezes não têm meios para enfrentar a violência contra as crianças e adolescentes, independentemente das leis. d) Os governos estão pouco dispostos a tomarem medidas suficientes para pôr fim à violência contra as crianças e adolescentes. e) Faz-se necessário que as comunidades religiosas e seus líderes façam mais para enfrentar a violência contra as crianças e adolescentes onde o governo falha. f) Governos, organizações sem fins lucrativos, comunidades religiosas e comunidades locais precisam colaborar para enfrentar a violência contra as crianças e adolescentes, ao invés de agirem de modo independente. Q11 g) Meu governo está fazendo o suficiente para punir aqueles que cometem violência contra as crianças e adolescentes. h) As crianças e adolescentes no meu país têm acesso a serviços e organizações que irão ajudá-los em caso de crises. i) Os familiares em meu país têm acesso a serviços e organizações que ajudam a família ou as crianças e adolescentes em crise. j) Os noticiários precisam fazer mais para conscientizar as pessoas e informá-las sobre as ações que devem ser tomadas para acabar com a violência contra as crianças e adolescentes. k) Precisamos de leis que proíbam todas as formas de castigo físico contra as crianças. e adolescentes l) A violência contra as crianças e adolescentes nunca se justifica. m) É da responsabilidade dos governos proteger todas as crianças e adolescentes e tomar medidas para prevenir a violência. n) Crianças e adolescentes e famílias devem ter mais voz nas políticas e programas elaborados para prevenir a violência contra as crianças e adolescentes. o) As comunidades religiosas devem ser compelidas pelo governo ou pela lei a enfrentar a violência contra as crianças e adolescentes. Como você considera a segurança de seu país em relação aos seguintes itens? Favor classificar sua percepção em uma escala de 1 a 7, em que 1 significa nenhum um pouco seguro e 7 significa completamente seguro. Q12 Casamento infantil Trabalho infantil Mutilação genital feminina Castigo físico Exploração sexual infantil Gravidez precoce Fearing Wrong Espiral.indd 25 21 20/08/15 17:14 Nº QUESTÃO Quais dos seguintes itens melhor descreve você? Eu conheço criancas e adolescentes membros da família, amigos ou vizinhos que foram Q13 vítimas de violência. Eu ouvi sobre violência contra as crianças e adolescentes na minha comunidade, mas não conheço ninguém que esteja pessoalmente envolvido. Não tenho conhecimento de nenhum tipo de violência contra as crianças e adolescentes em minha comunidade. DEM1 Sexo DEM2 Idade DEM3 DEM4 Favor indicar se seu nível de renda é acima da média, na média ou abaixo da média quando comparado com o resto do seu país. Favor indicar se o seu nível educacional é acima da média, na média ou abaixo da média quando comparado com o resto do seu país. Favor indicar se você mora em cidade, pequena cidade ou zona rural Cidade DEM5 Cidade da Região Metropolitana Cidade pequena ou vilarejo Zona Rural Não sabe Até que ponto você se considera uma pessoa religiosa? Muito religoso DEM6 Moderadamente religioso Pouco religioso Nada religioso Não sabe Favor responder as questões seguintes com relação a cada pessoa que mora com você: DEM7 Coloque 0 se a criança que mora em sua casa tiver menos de 1 ano de idade. Sexo Idade 22 Fearing Wrong Espiral.indd 26 20/08/15 17:14 Formas de Violência CATEGORIAS DE VIOLÊNCIA FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES Abuso físico sem risco de ferir a criança ou o adolescente Castigo físico, como espancamento, sem tanto risco de ferir a criança ou o adolescente Abuso Físico, Psicológico e Negligência Castigo que humilha, ameça, amedronta ou ridiculariza a criança ou o adolescente Quando um familiar ou outro cuidador falha no atendimento das necessidades físicas, psicológicas, de desenvolvimento ou educacionais da criança ou do adolescente, até mesmo quando têm condições de arcar com essas necessidades Castigar a criança ou o adolescente com isolamento ou em condições degradantes de confinamento Mutilação genital por questões culturais, tradicionais ou religiosas Amarrar, provocar cicatrizes, queimar ou marcar crianças e adolescentes por razões culturais Práticas Tradicionais Casamento infantil Atos de castigo físico de crianças e adolescentes como retaliação ou em nome da honra da família e comunidade Acusar a criança ou o adolescente de bruxaria ou realizar exorcismo em criança ou adolescente Violência Sexual Trabalho Infantil Ameaças online Violência entre as crianças e adolescentes Quando um adulto ou outra criança força o intercurso sexual ou outras formas de sexo com uma criança Forçar a criança ou o adolescente à exploração sexual ou à pornografia. Fazer a criança ou o adolescente trabalhar, atrapalhando sua educação e desenvolvimento físico, mental ou social. Fazer a criança ou o adolescente trabalhar para pagar dívidas da família Expor a criança ou o adolescente à violencia, pornografia ou discurso de ódio online, na televisão ou por meio de outra mídia Enganar ou atrair a criança ou o adolescente na internet para encontrar estranhos off-line para sexo Violência de gangue Abuso online 23 Fearing Wrong Espiral.indd 27 20/08/15 17:14 Resultados em Detalhe* INCIDÊNCIA, AÇÃO, OTIMISMO TOTAL Conhece pessoalmente crianças ou adolescentes vítimas da violência 30 46 A violência contra as crianças e adolescentes ficou mais frequente nos últimos cinco anos 62 Muito/Algo está sendo feito para prevenir a violência contra as crianças e adolescentes 19 55 23 30 20 62 4 41 Otimista que a violência contra as crianças e adolescentes pode ser reduzida 79 21 % Conhece pessoalmente a(s) vítima(s) % Concorda % Ouviu sobre caso(s) na comunidade % % Discorda % Não tem conhecimento de caso(s) % Não sabe 55 79 LUGARES ONDE AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES ESTÃO MAIS EM RISCO TOTAL Casa 51 Escola 16 16 14 9 14 Locais religiosos 21 Transporte público 5 5 12 6 12 Outros lugares públicos 6 % Mais propensas ao risco 48 48 % Menos propensas ao risco IMPORTÂNCIA EM GARANTIR PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA VIOLÊNCIA TOTAL 14 Governo Judiciário (polícia e tribunais) Assistentes sociais ou organizacões assistenciais, ONGs, organizações sem fins lucrativos ou sociedade civil Líderes de clãs/tribos e organizações culturais ou outros grupos da comunidade Fearing Wrong Espiral.indd 28 14 14 15 1 3 3 4 4 4 2 Famílias 24 13 18 1 Escolas e clínicas ou postos de saúde % Mais Importante 7 13 5 Comunidades religiosas Crianças e adolescentes se protegendo 18 18 24 41 4 41 4 % Menos Importante *Favor notar que as percentagens relatadas nos resultados podem não ser sempre o total de 100% por conta de arredondamentos. 20/08/15 17:14 SEGURANÇA RELACIONADAS ÀS PRIORIDADES GLOBAIS DA VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES TOTAL Casamento infantil Trabalho infantil 23 23 Mutilação genital feminina Castigo físico 13 28 Exploração sexual infantil 15 25 Gravidez precoce 13 Positivo 20 Neutro 23 53 30 46 19 30 27 45 25 27 13 56 59 15 64 13 Negativo OUVIU SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES A PARTIR DE... TOTAL Diretamente de meus amigos, família, colegas de trabalho e vizinhos 54 54 Televisão, jornais, revistas e rádio 91 91 Twitter, Facebook ou outras mídias sociais 46 46 Notícias online ou outras fontes de informação diferente da mídias sociais 51 51 Informação fornecida pelo governo 28 28 Informação fornecida por comunidades religiosas 20 20 Informação fornecida por organizações culturais 10 10 Informação fornecida por escolas em minha comunidade 24 24 ONGs, sem fins lucrativos, sociedades civis 33 33 Nenhuma das alternativas acima 2 2 % Sim 25 Fearing Wrong Espiral.indd 29 20/08/15 17:14 CAUSAS E EFEITOS Causas da violência contra as crianças e adolescentes % TOTAL CONCORDA Práticas e atitudes culturais Grupos terroristas e extremistas Alcoolismo e abuso de drogas Abuso das forças armadas 47 18 31 20 Abuso por vítimas da violência 75 Falta de conhecimento 75 Pobreza 52 3 57 4 31 14 75 5 24 8 4 75 10 13 75 23 61 13 61 45 9 18 75 24 4 23 17 57 Crime organizado ou gangues 33 19 45 Efeitos da violência contra as crianças e adolescentes % TOTAL CONCORDA Efeito negativo na educação da criança e adolescente 88 6 4 88 Efeito negativo na saúde da criança e adolescente 89 6 4 89 Altos custos econômicos e sociais 76 8 4 76 Aparecem na vida adulta nas relações sociais 87 7 4 87 Concorda Neutro 13 Discorda Não sabe ATITUDES COM RELAÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES % TOTAL CONCORDA Maior parte da violência contra as crianças e adolescentes não é relatada, então fica difícil saber qual a extensão do problema Crianças e adolescentes ferindo uns aos outros é um grande problema em meu país 22 55 Acho que as crianças e adolescentes que conheço (inclusive meus próprios filhos) estão seguros em relação à violência 15 63 Violência contra as crianças e adolescentes nunca se justifica Concorda 11 79 80 Neutro Discorda 8 20 3 79 55 20 63 11 7 80 Não sabe 26 Fearing Wrong Espiral.indd 30 20/08/15 17:14 ATITUDES COM RELAÇÃO À PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA CONTRA AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES Nível atual da ação % TOTAL CONCORDA Mais necessita ser feito para proteger as crianças e adolescentes da violência em minha comunidade Meu governo está fazendo o suficiente para punir aqueles que cometem violência contra as crianças e adolescentes 19 37 79 13 6 79 41 37 3 Percepção da atitude do governo % TOTAL CONCORDA Governos muitas vezes não possuem os meios para enfrentar a violência contra as crianças e adolescentes, não importa quais sejam as leis em vigor. Governos não estão dispostos a tomar as medidas necessárias para pôr fim à violência contra as crianças e adolescentes. 15 58 24 17 60 19 3 58 3 60 Responsabilidade % TOTAL CONCORDA É importante que comunidades religiosas e seus líderes façam mais para enfrentar a violência contra as crianças e adolescentes onde os governos falham 76 14 83 76 Governos, comunidades religiosas e comunidades locais precisam colaborar para enfrentar a violência contra as crianças e adolescentes, ao invés de agirem de modo independente 85 9 4 85 É de responsabilidade dos governos a proteção de todas as crianças e adolescentes e a promoção de medidas para a prevenção da violência. 79 12 7 79 14 3 65 Comunidades religiosas devem ser compelidas pelos governos ou pela lei para enfrentar a violência contra as crianças e adolescentes Lidar com a violência contra as crianças e adolescentes é algo que as famílias devem fazer por sua conta; outros não precisam se envolver 18 65 13 25 60 25 Promover a conscientização e engajamento % TOTAL CONCORDA Crianças e famílias devem ter mais voz sobre políticas e programas criados para a prevenção da violência contra crianças e adolescentes 83 11 4 83 Os noticiários precisam fazer mais para conscientizar e informar sobre ações a serem tomadas para impedir a violência contra as crianças e adolescentes 83 11 4 83 Acesso a recursos % TOTAL CONCORDA Crianças e adolescentes em meu país têm acesso aos serviços e organizações que irão ajudar em caso de crise Familiares em meu país têm acesso a serviços e organizações que os ajudam se suas famílias ou crianças e adolescentes estiverem em crise. Concorda 54 19 17 58 Neutro Discorda 23 4 54 21 4 58 Não sabe 27 Fearing Wrong Espiral.indd 31 20/08/15 17:14 FREQUÊNCIA DA VIOLÊNCIA % TOTAL MUITO COMUM Abuso físico, psicológico e negligência 45 Abuso físico 30 49 Castigo físico 20 31 55 3 45 18 3 49 14 3 55 28 Humilhação, ameaças, sustos ou ridicularização 45 33 19 3 45 Falha em alcançar as necessidades básicas da criança quando possível 43 34 19 3 43 4 34 4 26 5 24 4 25 4 25 4 31 4 24 27 4 38 26 4 40 29 4 37 Castigar a criança e adolescente colocando-os em isolamento ou em condições degradantes de confinamento Práticas tradicionais Mutilação genital Amarrar, fazer cicatrizes, queimar ou estigmatizar as crianças e adolescentes 24 47 52 19 47 24 25 25 Castigo físico por retaliação ou honra 31 23 26 Casamento infantil Acusar a criança de bruxaria/realizar exorcismo 31 34 49 22 29 31 24 36 20 38 Violência sexual 51 30 40 Abuso sexual Exploração sexual/pornografia 30 37 30 Comportamentos violento entre crianças e adolescentes 48 29 19 4 48 Violência entre gangues 50 28 19 3 50 4 46 Abuso online Mais Comum 46 Neutro 30 Menos Comum 20 Não sabe 28 Fearing Wrong Espiral.indd 32 20/08/15 17:14 FREQUÊNCIA DA VIOLÊNCIA % TOTAL MUITO COMUM Trabalho infantil 42 Fazer a criança ou adolescente trabalhar, interrompendo sua educação e / ou desenvolvimento físico, mental ou social 29 45 Fazer a criança ou adolescente trabalhar para pagar dívidas da família 26 28 39 22 4 42 3 45 28 29 4 39 Ameaças online 41 30 25 4 41 Expor a criança ou adolescente à violencia, pornografia ou discurso de ódio online 42 30 24 4 42 Enganar ou atrair a criança ou adolescente na internet para encontro offline com estranhos para sexo 39 30 26 4 39 Mais Comum Neutro Menos Comum Não sabe FORMAS DE VIOLÊNCIAS MAIS PREJUDICIAIS % TOTAL MUITO PREJUDICIAL Abuso físico, psicológico e negligência 76 Abuso físico 88 55 Castigo físico Humilhação, ameaças, sustos ou ridicularização 23 76 Castigar a criança ou adolescente colocando-os em isolamento ou em condições degradantes de confinamento 76 7 3 88 18 82 55 21 14 80 Falha em alcançar as necessidades básicas da criança e do adolescente quando possível 8 15 12 5 80 4 76 5 82 Violência sexual 91 5 91 Estupro 91 5 91 Exploração sexual/pornografia 92 5 92 Muito prejudicial Neutro Nem um pouco prejudicial 29 Fearing Wrong Espiral.indd 33 20/08/15 17:14 FORMAS DE VIOLÊNCIAS MAIS PREJUDICIAIS % TOTAL MUITO PREJUDICIAL Práticas tradicionais 81 13 12 5 81 7 79 Mutilação Genital 79 Amarrar, fazer cicatrizes, queimar ou estigmatizar as crianças e adolescentes 84 10 4 84 Casamento infantil 79 15 4 79 Castigo físico por retaliação ou honra 79 15 5 79 82 12 4 82 84 11 4 84 8 3 88 14 4 80 Acusar a criança ou adolescentes de bruxaria/realizar exorcismo Comportamentos violentos entre crianças e adolescentes 88 Violência entre gangues Abuso online 80 Trabalho infantil 79 15 5 79 Fazer a criança ou adolescente trabalhar, interrompendo suaeducação e / ou desenvolvimento físico, mental ou social 80 15 4 80 Fazer a criança ou adolescente trabalhar para pagar dívidas da família 78 16 5 78 Ameaças online 88 83 88 Expor a criança ou adolescente à violencia, pornografia ou discurso de ódio online Enganar ou atrair ou criança e adolescente na internet para encontro offline com estranhos para sexo 85 10 3 85 90 63 90 Muito prejudicial (6/7) Neutro (4/5) Nem um pouco prejudicial (1/2/3) 30 Fearing Wrong Espiral.indd 34 20/08/15 17:14 IMPACTO DA VIOLÊNCIA COM MAIS CONSEQUÊNCIAS DE LONGO PRAZO % TOTAL ALTO IMPACTO Abuso físico, psicológico e negligência 73 Abuso físico 82 58 Castigo físico 12 5 82 19 58 6 75 5 73 7 75 10 73 18 75 20 73 Castigar a criança ou adolescente colocando-os em isolamento ou em condições degradantes de confinamento 75 15 Práticas tradicionais 73 15 Mutilação genital 71 14 Amarrar, fazer cicatrizes, queimar ou estigmatizar as crianças e adolescentes 73 21 Humilhação, ameaças, sustos ou ridicularização Falha em alcançar as necessidades básicas da criança ou adolescente quando possível 9 17 76 13 12 71 9 76 Casamento infantil 71 17 10 71 Castigo físico por retaliação ou honra 73 17 8 73 Acusar a criança ou adolescente de bruxaria/realizar exorcismo 73 10 73 15 Violência sexual 85 9 4 85 Estupro 86 9 4 86 Exploração sexual/pornografia 85 9 4 85 Comportamentos violentos entre crianças e adolescentes 78 Violência entre gangues 81 Abuso online 76 Alto Impacto Neutro 14 5 78 12 5 81 16 6 76 Baixo Impacto 31 Fearing Wrong Espiral.indd 35 20/08/15 17:14 IMPACTO DA VIOLÊNCIA COM MAIS CONSEQUÊNCIAS DE LONGO PRAZO % TOTAL ALTO IMPACTO Trabalho infantil 72 Fazer a criança ou adolescente trabalhar, atrapalhando sua educação e desenvolvimento físico, mental ou social 74 Fazer a criança ou adolescente trabalhar para pagar dívidas da família 70 Ameaças online 82 Expor a criança ou o adolescente à violência, pornografia ou discurso de ódio online 81 Enganar ou atrair a criança ou o adolescente na internet a encontrar estranhos offline para sexo 84 Alto Impacto 19 7 72 6 74 8 70 11 5 82 12 5 81 10 4 84 18 20 Neutro Baixo Impacto IMPACTO DA VIOLÊNCIA EM MENINOS E MENINAS - % MAIS AFETADOS % TOTAL GERALMENTE AFETADO Abuso físico, psicológico e negligência 8 80 8 Abuso físico 10 79 8 Castigo físico 9 80 7 Humilhar, ameaçar, assustar ou ridicularizar 6 82 8 Falha em prover as necessidades básicas da criança ou do adolescente quando possível 4 83 8 Castigar a criança ou adolescente colocando-os em isolamento ou em condições degradantes de confinamento 11 76 7 Práticas tradicionais 9 54 22 Mutilação genital 20 37 26 Amarrar, fazer cicatrizes, queimar ou marcar crianças e adolescentes 8 65 11 Casamento infantil 2 38 47 Castigo Físico por retaliação ou para honrar 9 67 14 Acusar a criança ou o adolescente de bruxaria/realizar exorcismo 4 63 12 32 Fearing Wrong Espiral.indd 36 20/08/15 17:14 EFEITOS DA VIOLÊNCIA SOBRE MENINAS E MENINOS - % MAIS AFETADOS % TOTAL GERALMENTE AFETADO Violêncis sexual 3 53 39 Estupro 3 58 35 Exploração sexual/pornografia 2 49 44 Comportamentos violento entre as crianças e adolescentes 20 62 14 Violência de gangue 35 54 7 Abuso online 5 70 20 Trabalho infantil 15 71 8 Fazer a criança ou o adolescente trabalhar, interrompendo sua educação e/ou o desenvolvimento físico, mental ou social. 13 74 8 Fazer a criança ou o adolescente trabalhar para pagar as dívidas da família 18 67 9 Ameaças online 5 65 25 Expor a criança ou o adolescente à violência, pornografia ou discurso do ódio online 7 72 15 Enganar ou atrair a criança ou o adolescente na internet para encontro offline com estranhos para sexo 3 57 35 33 Fearing Wrong Espiral.indd 37 20/08/15 17:14 CONEXÃO PESSOAL – POR PAÍS “Conheço famílias, amigos ou vizinhos vítimas de violência contra as crianças” % Conhece pessoalmente RDC 49% Bolívia 48% Rep. Dom. 45% Nicarágua 43% Guatemala 42% Peru 41% Honduras 41% México 39% Colômbia 38% África do Sul 38% Equador 36% BRASIL 33% El Salvador 33% Filipinas 32% Total 30% Canadá 30% EUA 30% Quênia 27% Alemanha 25% Austrália 24% Bangladesh 22% Indonésia 21% Irlanda 21% Malásia 19% Líbano 18% Reino Unido 16% Tailândia 9% Paquistão 8% Japão 7% 34 Fearing Wrong Espiral.indd 38 20/08/15 17:14 VIOLÊNCIA NÃO REPORTADA – POR PAÍS Maior parte da violencia contra as crianças não é reportada, então é difícil saber a extensão do problema. % Concorda Colômbia 88% El Salvador 88% Guatemala 88% Honduras 88% República Dominicana 86% México 86% Peru 86% Indonésia 85% Bolívia 83% Equador 83% Quênia 82% Filipinas 82% Alemanha 81% Nicarágua 81% Austrália 80% Líbano 80% Total 79% Canadá 79% Reino Unido 79% Malásia 75% Tailândia 75% EUA 75% Paquistão 73% BRASIL 71% RDC 71% Irlanda 68% África do Sul 68% Bangladesh 67% Japão 56% 35 Fearing Wrong Espiral.indd 39 20/08/15 17:14 PERCEPÇÃO DA FREQUÊNCIA DAS VÁRIAS FORMAS DE VIOLÊNCIA POR PAÍS % Mais Frequente El Salvador 87% Indonésia 84% Guatemala 82% Bolívia 81% Honduras 79% Peru 79% Tailândia 78% México 74% Filipinas 72% Paquistão 67% Colômbia 66% BRASIL 65% Líbano 65% Malásia 64% África do Sul 63% Total 62% Rep. Dom. 61% Japão 60% Quênia 58% RDC 57% EUA 53% Bangladesh 45% Canadá 45% Nicarágua 45% Alemanha 44% Austrália 43% Equador 42% Reino Unido 40% Irlanda 34% 36 Fearing Wrong Espiral.indd 40 20/08/15 17:14 PERCEPÇÃO DA VIOLÊNCIA COMO PROBLEMA DE CURTO PRAZO – POR PAÍS % Problema curto prazo Nicarágua 93% Bolívia 92% Indonésia 92% Colômbia 90% Rep. Dom. 90% Equador 89% Guatemala 88% Honduras 88% Peru 88% BRASIL 87% Filipinas 87% México 85% Irlanda 82% Malásia 81% Total 79% RDC 79% Paquistão 77% Austrália 76% Bangladesh 75% Canadá 75% Reino Unido 75% Tailândia 74% Quênia 70% EUA 70% Alemanha 67% África do Sul 66% Japão 65% El Salvador 58% Líbano 44% 37 Fearing Wrong Espiral.indd 41 20/08/15 17:14 NÍVEL ATUAL DE ATENÇÃO PARA O PROBLEMA – POR PAÍS Muito 24% Pouco 95% Indonésia 71% Equador 24% 54% 78% Nicarágua 22% 53% 75% RDC 17% 50% 67% Bangladesh 18% 48% 66% Tailândia 14% 51% 65% Reino Unido 11% 54% 65% Quênia 18% 45% 63% Austrália 9% 52% 61% Rep. Dom. 13% 47% 60% Irlanda 13% 47% 60% Canadá 9% 50% 59% Filipinas 17% 41% 58% Malásia 16% 42% 58% 6% 51% 57% Total 13% 41% 54% Colômbia 12% 42% 54% Líbano 13% 36% 49% México 9% 39% 48% Peru 6% 41% 47% Alemanha 5% 42% 47% Bolívia 5% 40% 45% Guatemala 5% 39% 44% 11% 29% 40% BRASIL 5% 34% 39% El Salvador 5% 34% 39% Japão 4% 32% 36% Honduras 8% 27% 35% Paquistão 5% EUA África do Sul 15% 20% 38 Fearing Wrong Espiral.indd 42 20/08/15 17:14 MEDINDO O IMPACTO DE VÁRIAS FORMAS DE VIOLÊNCIA % que diz que cada forma de violência tem algum impacto nas crianças em seus países (classificação 7 – “Impacto bastante alto” em uma escala de 1 a 7) Abuso Físico, Psicológico e Negligência Ameaças Online Comportamentos Violentos entre Crianças e Adolescentes Práticas Tradicionais Trabalho Infantil Violência Sexual Exploração sexual/pornografia 76% Estupro 76% Ameaças online 72% Exposição à violência, pornografia ou discurso de ódio. 68% Abuso físico 68% Violência de gangue 67% Amarrar, fazer cicatrizes, queimar ou marcar as crianças 64% Mutilação genital 60% Isolamento 60% Acusações de bruxaria/fazer exorcismo 59% Abuso online 59% Castigo físico 57% Castigo que humilha, ameaça, amedronta ou ridiculariza a criança. 57% Casamento infantil 56% Trabalho que atrapalha a educação e/ ou o desenvolvimento físico, mental ou social 55% Trabalho para pagar dívidas 51% Negligência 51% Castigo físico (ex. espancamento) 42% 39 Fearing Wrong Espiral.indd 43 20/08/15 17:14 ENQUANTO MUITOS IDENTIFICAM O GOVERNO COMO O RESPONSÁVEL PELA PROTEÇÃO DA CRIANÇA, OUTROS IDENTIFICAM A AUSÊNCIA DE RECURSOS É responsabilidade do governo proteger toda Governos não possuem meios para enfrentar a as crianças e tomar medidas para prevenção violência contra as crianças, não importa as leis da violência. (% Concorda) em vigor. (% Concorda) RDC 96% Tailândia 75% Líbano 95% Indonésia 73% Peru 92% Honduras 68% Bolívia 91% Líbano 67% Tailândia 91% Bangladesh 66% Equador 89% Equador 66% Indonésia 89% Guatemala 66% Colômbia 88% BRASIL 64% Rep. Dominicana 87% Filipinas 64% Guatemala 87% Paquistão 63% Nicarágua 87% Peru 63% Honduras 86% Nicarágua 61% Paquistão 85% Austrália 59% El Salvador 83% Bolívia 59% México 82% Total 58% Total 79% Alemanha 58% Bangladesh 76% México 58% Quênia 76% EUA 55% Filipinas 76% El Salvador 54% Reino Unido 76% Colômbia 53% Irlanda 75% Reino Unido 53% Malásia 73% Rep.Dominicana 52% Austrália 72% Irlanda 52% Canadá 71% Malásia 51% Alemanha 63% África do Sul 51% África do Sul 63% Japão 50% BRASIL 58% Canadá 47% EUA 56% Quênia 42% Japão 55% RDC 31% 40 Fearing Wrong Espiral.indd 44 20/08/15 17:14 ENQUANTO ALGUNS PERCEBEM QUE SEUS GOVERNOS ESTÃO FAZENDO ALGO, OUTROS ACHAM QUE SEUS GOVERNOS NÃO ESTÃO PREOCUPADOS EM TOMAR MEDIDAS Meu governo está fazendo o necessário para Governos não estão interessados em agir punir aqueles que cometem violência contra as para pôr fim à violência contra as crianças crianças (% Concorda) (% Concorda) Equador 68% Honduras 83% Quênia 64% Bolívia 81% Bangladesh 59% Peru 79% Tailândia 59% México 78% Nicarágua 57% Guatemala 77% Rep. Dominicana 52% Indonésia 75% Indonésia 52% Tailândia 73% Paquistão 52% Paquistão 72% Malásia 44% Colômbia 71% Filipinas 44% Rep. Dominicana 67% Colômbia 40% El Salvador 65% Peru 40% Líbano 65% Total 37% Nicarágua 61% RDC 36% Total 60% México 33% BRASIL 57% El Salvador 31% África do Sul 57% Bolívia 29% Equador 56% Honduras 29% Japão 52% Guatemala 26% Bangladesh 51% BRASIL 23% Austrália 50% Irlanda 23% Irlanda 50% Líbano 23% Quênia 50% Reino Unido 23% Alemanha 48% Austrália 22% Reino Unido 48% África do Sul 22% EUA 48% Japão 19% Canadá 46% EUA 19% Filipinas 46% Canadá 18% RDC 41% Alemanha 18% Malásia 41% 41 Fearing Wrong Espiral.indd 45 20/08/15 17:14 NECESSIDADE DE COLABORAÇÃO ENTRE GOVERNOS, ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS E COMUNIDADES RELIGIOSAS Governos, organizações sem fins lucraticos, comunidades religiosas e locais necessitam colaborar para enfrentar a violência contra as crianças, ao invés de agirem de modo independente. % Concorda RDC 94% Honduras 94% Líbano 93% Bolívia 92% Rep. Dominicana 92% Nicarágua 92% Peru 92% Indonésia 91% El Salvador 89% Guatemala 89% Filipinas 89% Tailândia 89% Colômbia 88% Equador 88% Quênia 87% México 86% Total 85% Malásia 84% Austrália 83% BRASIL 83% Paquistão 81% Reino Unido 81% Canadá 80% Alemanha 76% EUA 76% Irlanda 75% África do Sul 71% Bangladesh 68% Japão 65% 42 Fearing Wrong Espiral.indd 46 20/08/15 17:14 Fearing Wrong Espiral.indd 47 20/08/15 17:14 Visão Mundial Brasil Rua do Fogo, 22 - Santo Antonio 50010-340 Recife - PE Brasil ESCRITÓRIOS INTERNACIONAIS Visão Mundial Internacional Escritório Executivo 1 Roundwood Avenue, Stockley Park Uxbridge, Middlesex UB11 1FG Reino Unido +44.20.7758.2900 Visão Mundial Bruxelas & Representação Europa ivzw 18, Square de Meeûs 1st floor, Box 2 B-1050 Bruxelas Bélgica +32.2.230.1621 VisãoMundial Internacional Genebra e Escritório das Nações Unidas 7-9 Chemin de Balexert Case Postale 545 CH-1219 Châtelaine Suíça +41.22.798.4183 VisãoMundial Internacional Nova Iorque e Escritório das Nações Unidas 919 2nd Avenue, 2nd Floor Nova Iorque, NY 10017 EUA +1.212.355.1779 Fearing Wrong Espiral.indd 48 20/08/15 17:14