De Cracóvia a Auschwitz - Missionários do Espírito Santo

Transcrição

De Cracóvia a Auschwitz - Missionários do Espírito Santo
Magustos Missionários
Chegou o outono, e, com ele, as castanhas e os magustos. Para a família
espiritana, eles fazem parte, há já muito tempo, da sua tradição. Mas,
para nós, eles são muito mais do que castanhas e água pé. Eles são
sinónimo de comunhão e missão e vêm acompanhados de gestos muito
concretos e significativos de solidariedade com a missão.
Este ano, a tradição continua. No dia 8 de novembro, membros de todos
os grupos da família espiritana não faltarão aos magustos missionários
em Barcelos, no Porto, em Coimbra e Cascais. Este ano, pela primeira
vez, os grupos da região do Minho vão juntar-se todos numa única festa
missionária no CESM - Seminário da Silva. Ninguém falte!
www.espiritanos.pt
NOVEMBRO 2015
ano 74 nº 873
diretor Tony Neves
administrador Nuno Rodrigues
Congregação do Espírito Santo
publicação mensal de formação e informação missionária
De Cracóvia a Auschwitz
POLÓNIA
Durante a Segunda
Guerra Mundial, a
Polónia foi palco de
grandes atrocidades
profundamente
marcadas no
coração da
humanidade.
LÚCIA PEDROSA
No próximo
verão acolherá as
Jornadas Mundiais
da Juventude.
Alimentados
pelo tema da
misericórdia do
Evangelho, milhões
de jovens ajudarão
a criar novos trilhos
de esperança,
reconciliação e vida
para a humanidade.
Encontro
Nacional JSF
SEMINÁRIO
DA TORRE
D’AGUILHA
O AVIÃO QUE
VEIO BOMBARDEAR A CIDADE
Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia,
foi o local escolhido para o Encontro
Nacional de Jovens Sem Fronteiras
deste ano que, de 8 a 11 de outubro
reuniu centenas de jovens, de norte a
sul do país.
O acolhimento pelo grupo anfitrião
foi fantástico. “Ouvir com Sabedoria,
Viver com Misericórdia” foi o tema
escolhido, sobre o qual se lançaram
as reflexões e atividades. Este é, sem
dúvida, um momento forte de comunhão que energiza os grupos e marca o ritmo de mais um ano cheio de
missão. p11
Em Ano da Vida Consagrada, continuamos a
dar-lhe a conhecer um
pouco sobre as nossas
comunidades em Portugal. Desta vez, apresentamos-lhe a mais
numerosa de todas, a
do Seminário da Torre
d’Aguilha. Ali se formaram e dali partiram
muitos missionários.
Hoje continua a ser um
lugar de referência para
a família espiritana. p3
Em ‘Ritmos do Mundo’,
Faustino Monteiro parte
de uma das suas experiências de voluntariado
missionário em Angola, há
18 anos atrás, para nos trazer ao coração um drama
a que não podemos voltar
a cara e continua, infelizmente, sempre atual: os
refugiados. p6
2
NOVEMBRO2015
“Vemos, ouvimos e lemos.
Não podemos ignorar”
www.refugiados.pt
editorial
Tony Neves
Abrir portas e janelas de par em par
é atitude de quem é ousado e não
tem medo. Uma janela assim deixa
entrar o ar mais fresco e prova que
não há receios de chuvas ou ventos.
Uma porta aberta dá para entrar e
dá para sair. Permite encontros.
A palavra ‘par’ também nos
recorda as artes das danças. É
proverbial a convicção de que
para dançar o tango são precisas
duas pessoas. Usa-se esta expressão para dizer que a responsabilidade em quase todas as situações
é coletiva, não sendo suficiente o
empenho de uma pessoa só.
Mas, se quis utilizar esta expressão é porque vivemos tempos que
apelam á hospitalidade, à abertura
de mentalidades e corações. De um
momento para o outro, as guerras
da Síria, do Iraque e as instabilidades e pobrezas do Sudão, do Afeganistão, da Líbia e outras paragens,
inundaram o Mediterrâneo de barcaças a abarrotar de gente. Pouco
tempo depois, foram as fronteiras
terrestres da Europa que viram chegar milhares de refugiados.
Perante tal drama, a Europa
entrou em pânico, dividida entre
os que querem levantar muros e
vedações de arame farpado e os
que acham que estamos perante
irmãos desesperados que merecem apoio e acolhimento.
PAR, em Portugal, significa
abraço, casa aberta, coração grande. Traduz Plataforma de Apoio
aos Refugiados e junta um sem
número de instituições e associações que querem dar corpo á esperança de quem teve de deixar
a sua terra para, pura e simplesmente, sobreviver.
São muitos os medos e os mitos
que se levantam em torno destes
refugiados. Há quem tema que terroristas aproveitem a ‘boleia’ para
entrar na Europa e nos dizimar. Há
quem receie a imposição de ideias
religiosas radicais que porão em
perigo a calma e cristã Europa. Há
quem se ache dono da Europa e se
sinta no direito de vedar a entrada
a quem quer que seja. Há quem
olhe hoje para os muitos sem abrigo e pobres (parece que só agora os
descobrem…) e dizem que temos
que apoiar e alojar ‘os nossos’ e não
quem é estrangeiro.
A PAR criou uma estrutura
bem organizada com capacidade
para favorecer parcerias entre as
diversas entidades que querem
acolher mas precisam de quem
colabore. Por exemplo, há quem
tenha casa para oferecer, mas não
consiga assegurar alimentação,
apoio educativo e sanitário, etc. A
PAR está a ajudar a compreender
que muitas das instituições que
aderiram á plataforma já fazem um
trabalho social imenso e reconhecido com os pobres daqui…
Vêm aí novos tempos de Misericórdia. Há que abrir corações e vidas a quem é irmão e precisa de nós.
O Evangelho só é mesmo Palavra de
Vida se os seus seguidores aumentarem a dimensão do seu coração.
Este só é humano e cristão se bater
ao ritmo do coração de Deus.
PADRE ANDREW PRINCE FOFIE NIMOH
Akwaaba!
“Logo no fim da missa,
perguntei ao Andrew como
é que se sentia. Ele não disse
uma única palavra, mas sorriu,
e foi quando eu tirei esta
fotografia”.
Simon Ayogu
Quem chega ao aeroporto de Acra,
vê logo em letras maiúsculas e
grandes a palavra “Akwaaba” que
quer dizer bem-vindo. A verdade
é que esta palavra dada a maneira
como está escrita, chama a atenção
de qualquer visitante atento, especialmente de alguem que chega
pela primeira vez. Mas quando se
entra nas ruas, os nativos têm uma
maneira de dizê-lo que encapsula
a hospitalidade ganesa, ou melhor
a hospitalidade africana. Basta
dizer que Gana é um país bonito
com pessoas simpáticas.
Os familiares de Andrew foram
fenomenais na maneria que me receberam. Ainda não perdi o sabor
de variadíssima e riquíssima proeza gastronómica do Gana.
A ordenação foi no dia 8 de
Agosto no noviciado da Província
Espiritana do Gana, em Ejisu, perto de Kumasi. Foi a minha primeira
vez que participei numa ordenação no Gana, e foram infinitamente ultrapassadas todas as minhas
expectativas. Aconteceu ao ar livre
com ameaças de chuva que rapidamente passaram e logo veio um sol
que, condizendo com a verdura do
ambiente, deu ao dia um brilho divinal. Presidiu à assembleia o espiritano D. John Bonaventure Kwofie, bispo de Sekondi-Takoradi.
O coro, liderado também por um
espiritano, estava à altura da solenidade desta ocasião. Via-se uma
alegria transbordante e indescri-
tível entre as aclamações do povo
quando foram eleitos cinco novos
sacerdotes, um dos quais o nosso Andrew. Logo no fim da missa
perguntei ao Andrew como é que
se sentia, ele não disse uma única
palavra mas sorriu e foi quando eu
tirei a foto que acompanha esta reportagem.
No domingo de manhã, na sua
paróquia de Holy Rosary Suame-Kumasi, o novo ordenado presidiu à grande assembleia que veio
agradecer ao Senhor o dom do seu
sacerdócio. Foi um momento vivido em oração e admiração especialmente para quem vem de fora.
As músicas litúrgicas foram bem
cuidadas e a expressão litúrgica
ganesa encanta.
Antes da bênção final, houve um enorme desfile que nunca
mais acabava dos familiares que
trouxeram presentes ao padre, e
todas elas significativas como ele
me explicou depois. Finda a missa,
não houve quem não quisesse fazer uma foto individual com o padre. Tive que ‘obriga-lo’ a almoçar
pelas 17h. No fim, tive a alegria de
partilhar estes momentos únicos e
ajudaram-me a relembrar e a reavivar a minha ordenação.
Akwaaba! Padre Andrew!
O P. Andrew Prince, ao centro, acompanhado do P. Simon Ayogu, à direita, e outros participantes na primeira
missa, na sua paróquia.
J. C. FERNANDES
De par
em PAR
Sophia de Mello Breyner Andresen
D. JOÃO LAVRADOR
NOMEADO BISPO
COADJUTOR DE
ANGRA, NOS AÇORES
Natural da Diocese de Coimbra,
D. João Lavrador foi nomeado
bispo auxiliar do Porto em 2008.
No próximo dia 29 de novembro
deverá ‘entrar’ na Diocese de
Angra, onde deverá suceder a
D. António Sousa Braga, que se
aproxima dos 75 anos.
Na sua primeira mensagem formal ao Povo de Deus nos Açores,
manifestou o desejo de ‘aprender’ a ser açoriano: “peço-vos
que me aceiteis como um de
vós na certeza que quero fazer
caminho convosco, partilhando
das vossas alegrias, sonhos e
aspirações, dos vossos cansaços, desilusões e sofrimentos
e aprendendo da vossa riqueza
humana e de fé do ser açoriano
que tão lucida e profundamente
revela no louvor ao Senhor Santo
Cristo e nos Impérios do Espirito
Santo”.
Dirige-se, com carinho, para
aqueles que mais sofrem e
elege-os como prioridade
do seu ministério episcopal.
“Permitam-me que tenha uma
especial palavra de atenção e de
carinho para com os que vivem
na pobreza e na marginalidade
económica, social, cultural ou
religiosa; e para com os emigrantes que tiveram de deixar a sua
terra para encontrar o pão em
paragens distantes. Ajudai-me a
melhor servir a vossa promoção
integral”.
A Família Espiritana, com uma
já longa e fecunda presença em
‘terras do Espírito Santo’ saúda
D. João Lavrador e deseja-lhe um
fecundo apostolado.
MISSÃO NA REDE
de Nossa Senhora Mãe de África.
Esta peregrinação inédita inseriu-se no contexto das celebrações
do ano da vida Consagrada.
Facebook: Diocese de Nacala
NACALA, MOÇAMBIQUE
No início de Outubro, os consagrados de Nacala realizaram
uma peregrinação ao Santuário
TEFÉ, AMAZÓNIA
A Igreja da
Missão do
Tefé é um
marco histórico
na longa presença dos missionários na Amazónia.
Mas a idade
tem os seus custos, e tornou-se
urgente a renovação do telhado,
para uma missão mais segura e
duradoira. Um trabalho difícil que
envolve toda a comunidade, dos
mais velhos
aos mais novos.
O nome de cada
um será escrito nas novas
telhas. Assim se
continua a escrever a história
da missão.
Facebook: Firmino Cachada
MANILA, FILIPINAS
Finalmente, começou a demolição
da velha casa de Manila para dar
início à construção do seminário que possa acolher o número
crescente de jovens em formação
espiritana no sudoeste asiático.
Facebook: Daniel Sormani
3
NOVEMBRO2015
Espiritanos em S. Domingos de Rana
Desde 1952.
Hoje, a comunidade é constituída
por 15 espiritanos.
Seminário da Torre d’Aguilha
2785-599 São Domingos de Rana
Tel. 214 458 440 Fax: 214 451 670
[email protected]
Arminda Camati
SEMINÁRIO DA TORRE D’AGUILHA
Porta aberta à Missão
MINI-PAC
«Para aprender a crescer»
O Seminário da Torre d’Aguilha em 1958, depois de concluída a construção da ala
leste, a última a ser terminada.
Agostinho Brígido
“Neste Seminário foram
ordenados várias dezenas de
Missionários prontos para se
fazerem ao longe e ao largo,
particularmente para Angola
e Cabo Verde”
A 31 de Outubro de 1948 foi assinada a escritura da compra da
Quinta da Torre d’Aguilha. Começava a concretizar-se o desejo/necessidade, de construir uma
nova Casa para a Teologia nos
arredores de Lisboa, pois o Seminário de Viana do Castelo já não
correspondia às necessidades da
Província.
Missão ontem…
No Domingo do Espírito Santo de 1948 realizou-se a primeira
festa missionária regional para
dar a conhecer o projeto e iniciar
a campanha de angariação de
fundos para a construção do Seminário de Teologia das Missões
do Espírito Santo. Organizaram
e dinamizaram a campanha os
fundadores da LIAM, P. Agostinho de Moura (mais tarde Bispo
de Portalegre e Castelo Branco)
e P. José Felício, almas cheias de
coragem e entusiasmo para levar
por diante a construção do Instituto Superior Missionário do Espírito Santo, como assim se chamou inicialmente.
A 8 de Dezembro de 1950 – no
fim do Ano Santo – em solene cerimónia e com grande concurso
de povo, foi benzida a primeira
pedra por Sua Eminência o Sr.
Cardeal Patriarca, D. Manuel
Gonçalves Cerejeira.
Em Outubro de 1952 a casa podia ser habitada. Vindos de Viana do Castelo, os primeiros 46
Estudantes Teólogos chegaram a
29. Dois autocarros os transportaram de Lisboa até à Torre da
Aguilha. A abertura solene das
aulas foi dois dias depois. Neste Seminário foram ordenados,
concluídos os estudos, várias
dezenas de Missionários prontos
para se fazerem ao longe e ao largo, particularmente para Angola
e Cabo Verde.
MiniPAC é um projeto conjunto
do Centro Padre Alves Correia
(CEPAC), de apoio a imigrantes,
e dos Jovens Sem Fronteiras.
O primeiro momento de uma
resposta que pretende ser mais
alargada e continuada foi um
campo de férias de 3 dias, para
as crianças familiares dos utentes do CEPAC, dinamizado pelos
Jovens Sem Fronteiras da região
sul, em colaboração com outras instituições. Realizou-se na
Quinta do Castelo, no Cacém, de
2 a 4 de setembro. Foi uma experiência muito positiva e ajudou
a fortalecer a convicção de que
vale a pena continuar.
“MiniPAC - Para Aprender a
Crescer”, procura dar resposta
a necessidades identificadas na
população que o CEPAC serve
e dinamiza atividades cujo foco
principal seja a promoção do desenvolvimento bio-psico-social
das crianças.
…Missão hoje
Hoje, o Seminário da Torre da
Aguilha está dividido em diversas partes e responde por várias
missões. É Casa de Acolhimento
para Cursos, Retiros e diversas
actividades de caráter pastoral;
é Lar de Seniores (em parte alugada e de exclusiva responsabilidade dos gestores); é Residência
de uma Comunidade Espiritana
que neste ano Pastoral 2015/2016
é composta por 15 Missionários
do Espírito Santo.
A Comunidade tem a seu cargo as Paróquias de Tires e Abóboda, a Capelania dos Africanos,
a Capelania do Estabelecimento
Prisional de Tires, a Capelania
do Centro Psicogeriátrico Nossa Senhora de Fátima das Irmãs
Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus e ainda a Capelania
do Hospital Santana na Parede.
Além destes compromissos, a
Comunidade procura estar sempre disponível para atender às
muitas solicitações pastorais que
constantemente nos chegam. O
P. Miguel é ainda o Coordenador
Nacional dos Jovens Sem Fronteiras. A partir desta Comunidade é dada a assistência espiritual
aos grupos da LIAM dos concelhos de Oeiras e Cascais.
SOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS
Horizontais: 1. Macacos; Atrasar. 2. Atacava; Urinado. 3. Mudado;
Iteramos. 4. Omite; Oros; Ara. 5. Sal; Torpes; Os. 6. As; Macas; Alai.
7. Gil; Avô; Saudar. 8. Inumava; Asilado. 9. Romena; Eva; Sim. 10. Edil;
Tiros; Rã. 11. PM; Olaria; Lãs. 12. Ria; Reco; Ilesa. 13. Angelina; Avelar.
14. Carcaça; Acamara. 15. Areosas; Solares.
Verticais: 1. Mamo; Agir; Praça. 2. Atum; Sino; Minar. 3. Cadis;
Lume; Agre. 4. Acatam; Medo; Eco. 5. Cadela; Anil; Lás. 6. Ovo; Cavalariça. 7. Sá; Otava; Renas. 8. Iroso; Ética. 9. Autor; Avião. 10. Trespassar; Aço. 11. Rir; Elai; Olival. 12. Ana; Saul; Salema. 13. Sama; Idas;
Selar. 14. Adoro; Adir; Sare. 15. Rosas; Roma; Aras.
http://missaoamarte.weebly.com
Em pleno mês missionário, muitas
dezenas de jovens aderiram à
iniciativa “Missão AmarTe” nascida
entre os jovens da Diocese de
Lisboa.
A organização contou com um trabalho conjunto de jovens oriundos
de vários movimentos missionários, incluindo os Jovens Sem
Fronteiras, e de diversas paróquias
do Patriarcado.
Durante os meses de setembro e
outubro, foi feito um trabalho de
preparação, insistindo sobretudo
na preparação espiritual, assente
na oração “sustento da missão”.
E, no dia 24 de outubro, foram
muitos os que aderiram e se encontraram em Alvide, Paróquia de
Alcabideche, em Cascais.
Houve tempo de oração e tempo
de formação específica para a
missão que se desenvolveu da
parte de tarde na comunidade que
acolheu o grupo. Pedro Mateus,
um dos jovens que chefia a equipa
organizadora, explica o sentido
desta iniciativa: “Queremos agradecer a Deus os jovens católicos
que partem em missão, partilhar a
riqueza de evangelizar, unir forças
missionárias da Igreja de Lisboa,
acompanhar e oferecer o nosso
apoio ao Papa Francisco, que pede
aos cristãos que encurtem as distâncias com obras e gestos”.
Neste sentido, a partilha de testemunhos é, para todos, uma fonte
de enriquecimento. Eis alguns testemunhos de jovens missionários
da Diocese de Lisboa:
“Tive uma experiência missionária,
no ano passado no verão, nas paró-
quias do Vau e do Olho Marinho, na
Vigararia Caldas da Rainha-Peniche.
Ia com alguma expectativa para
ver o que iria ser. Recebemos muito
mais que aquilo que demos e foi
realmente uma experiência única.
Boas missões para todos!”
Diogo Amaro, 28 anos
“Estive dois anos em missão, no
interior do Brasil, em Barreiras, com
o grupo missionário MSV (Movimento ao Serviço da Vida). Foi uma
experiência incrível, especialmente
pelo que aprendi com a simplicidade daquelas pessoas. Aprendi tanto
com as pessoas que vivem na pobreza e passam por adversidades.”
Ana Carolina, 25 anos
“Passei o mês de Agosto em missão, em São Tomé, na paróquia de
Bem-Bom. Participei em colónias
com crianças, formações de gestão
e saúde para os adultos. Colaborei
com o centro de saúde e com a
pastoral da criança. Levei uma
mochila a abarrotar, e como devem
imaginar, trouxe muito mais. O que
tenho para vos dizer é: Amem, e depois façam o que quiserem. Como
é? Vamos à missão AmarTe?”
Juliana Serrazina, 21 anos
“Participei na Missão País 2014 pela
Faculdade de Ciências, da Universidade de Lisboa. Fez-me olhar o
mundo de forma diferente, não só
na forma como aproveitava o meu
tempo, percebendo melhor o significado de “não desperdiçar tempo”.
Passei a compreender melhor as
necessidades das pessoas e aquilo
em que podia ajudá-las.”
Tiago Fernandes, 23 anos
verso...
NOBEL CONTRA A MALÁRIA. A
notícia provocou espanto e alegria,
sobretudo em regiões onde a malária mata. A organização Mundial
de Saúde diz que, anualmente, há
198 milhões de pessoas infectadas
e 584 mil mortos com malária (ou
paludismo). Youyou Tu, da Academia chinesa de medicina tradicional, foi galardoada com o Nobel
da Medicina, pela descoberta de
novas terapias contra a malária,
inspirando-se em plantas usadas
na medicina tradicional.
Assim se continua a luta contra
este flagelo, tornando a sua erradicação cada vez mais próxima.
É bom saber que, desde 2000, o
número de vítimas mortais deste
‘mosquito feroz’ já desceu 60%.
LIGA DOS CAMPEÕES PELOS
REFUGIADOS. A proposta foi feita
pelo F.C.Porto: ‘Vamos jogar pelos
Migrantes!’. O clube português
decidiu doar um euro por bilhete
da Liga dos Campeões para apoiar
os milhares de refugiados que
estão a bater às portas da Europa,
a fugir das guerras que tornam a
vida impossível nas suas terras. A
UEFA gostou da ideia e apoiou a
iniciativa. Os restantes clubes da
liga milionária do futebol europeu
aderiram e juntaram-se ao Porto
nesta campanha solidária que
rendeu vários milhões de euros.
... e o reverso
VOLKSWAGEN. É o carro
do povo, como se traduz do
alemão. É hoje o veículo da polémica que se instalou por causa
de um tal ‘kit fraudulento’ pois
engana no que diz respeito à
capacidade de poluir o ar. Andou
meio mundo a comprar carros
desta empresa (incluindo Seats,
Audis e Skodas) e, no fim das
contas, estraga muito mais o
ar do que dizem os manuais de
instrução. Indignados, os governos, a concorrências e o povo
em geral ataca a vergonha desta
mentira e são muitos a exigir indemnizações. A falta de seriedade neste caso, causa receios de
que os discursos ecológicos de
muitas empresas não passem
de palavras mentirosas.
AFEGANISTÃO. HOSPITAL
BOMBARDEADO. Barack Obama telefonou à Dra Joanne Liu,
presidente dos Médicos Sem
Fronteiras, a pedir desculpa pelo
facto de um avião dos EUA ter
morto 22 pessoas (3 crianças)
no bombardeamento aéreo ao
hospital onde os MSF trabalham. O Ministério da Defesa
dos EUA diz que foi erro, mas os
MSF consideram um ataque á
Convenção de Genebra e pedem
a constituição de uma comissão
de inquérito internacional.
4
NO PERÚ vão ser beatificados 3
missionários mártires a 5 de dezembro. Os franciscanos polacos
Michael Tomaszek e Zbigniew Strzalkowski, e o sacerdote diocesano
italiano Alessandro Dordi foram
assassinados pelos terroristas do
Sendero Luminoso em 9 e 25 de
agosto de 1991. São os primeiros
beatos do Perú.
NO MUNDO aumenta a perseguição contra os cristãos. O relatório
“Perseguidos e esquecidos?”,
da fundação Ajuda à Igreja que
Sofre, revela que se os grupos
islâmicos continuarem a levar a
cabo a limpeza étnica de cristãos
por motivos religiosos, como tem
acontecido neste últimos anos, a
sobrevivência da Igreja em certas
regiões de África e do Médio Oriente está ameaçada. No Iraque, por
exemplo, “o Cristianismo está em
vias de desaparecer, possivelmente no prazo de cinco anos”, afirma
o relatório.
NO CHADE três ataques provocados por homens-bomba que
se fizeram explodir no meio da
multidão fizeram uma centena de
mortos e número indeterminado
de feridos. As explosões ocorreram
no dia 10 de outubro nas cidades de Baga Sola e em Kousseri,
onde residem muitos refugiados
provenientes da Nigéria. O ataque
é atribuído ao grupo Boko Haram,
um grupo terrorista que aderiu
ao chamado Estado Islâmico e
pretende a instauração de um
“califado” nas regiões que controla
no nordeste da Nigéria.
NO MÉXICO foi celebrada pela
primeira vez uma missa em língua
nahuatle na basílica de Guadalupe,
na cidade do México. Esta língua
é falada por cerca de 50 grupos
espalhados por 12 dioceses do
país. Foi nessa língua que Virgem
de Guadalupe falou a Juan Diego
na aparição de 1531.
A IRLANDA vai receber o 9º
Encontro Mundial das Famílias,
a realizar-se em 2018 na cidade
de Dublin. O anúncio foi feito no
encerramento do Encontro deste
ano, nos Estados Unidos. Estes Encontros iniciaram-se em 1994 por
iniciativa do Papa João Paulo II e
repetem-se a cada três anos. Têm
o objetivo de celebrar a família
como dom de Deus e aprofundar
a compreensão da família como
Igreja doméstica.
NA REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA uma nova onda de violência
no final de setembro provocou a
fuga de mais de 40 mil pessoas da
capital, Bangui. No caos que se instalou cerca de 40 pessoas foram
mortas, edifícios foram destruídos
e saqueados e uma igreja incendiada. No final de novembro o Papa
Francisco deverá visitar este país.
NA INDONÉSIA cerca de 7 mil
pessoas fugiram do distrito de
Singkil em meados de outubro
depois de um grupo de muçulmanos terem incendiado duas igrejas.
Singkil nunca tinha registado este
tipo de conflito, até porque desde
1979 que vigorava um acordo entre
muçulmanos e cristãos.
ENCONTRO EUROPEU ESPIRITANO, NA SUIÇA
Direitos humanos e refugiados
Manuel Carmo Gomes
Diretor do CEPAC
O encontro anual de delegados
‘Justiça e Paz e Integridade da
Criação’ (JPIC) teve lugar na casa
espiritana de Bouveret – Suíça, de
8 a 12 de Outubro. Participaram os
delegados da Alemanha, Bélgica,
Holanda, França, Espanha, Portugal, Irlanda, Inglaterra, bem como
o Provincial da Suíça, o coordenador de JPIC da Casa Generalícia
(Roma) e o delegado da Congregação para VIVAT Internacional que
trabalha em conexão com o Alto
Comissariado de Nações Unidas
para os Direitos Humanos, em Genebra.
Direitos Humanos
O tema ‘direitos humanos’
(DH) foi abordado por Adrien-Claude Zoller que explicou o funcionamento da ONU e como cada
cidadão poderá defender os DH.
Os testemunhos enviados pela sociedade civil são importantes para
os observadores de Nações Unidas
porque poderão ser mais autênticos e actualizados.
A ONU foi fundada na sequência da II grande guerra para prevenir uma nova guerra. Os seus
princípios são a igualdade e a não
descriminação. Os países vencedores da segunda guerra mundial
começaram, porém, por colocar
de parte os países perdedores,
tais como o Japão e a Alemanha.
E infelizmente, ainda hoje, a ONU
apresenta fragilidades na sua organização e união. Referia o nosso
conferencista que, mesmo quando
se trata de discutir os DH entre os
Estados membros da ONU, são os
interesses económicos que ditam
as decisões. O nosso trabalho tem
RICHARD SUM
breves
NOVEMBRO2015
Participantes no encontro anual de delegados JPIC na Europa, em Bouveret - Suíça
que ser paciente. Infelizmente,
muito há para denunciar.
O drama dos refugiados
A primeira convenção da ONU,
em 1948, foi contra o genocídio e,
em 1951, foi adoptada a convenção
pela proteção dos refugiados da
qual surgiu o programa ACNUR
(Alto Comissariado de Nações
Unidas para os Refugiados) em
atenção às pessoas que fugiam do
regime marxista do Leste europeu.
Na Europa do pós-guerra, era fácil
identificar e aceitar um refugiado
oriundo do Leste: todos os países
marxistas eram maus e, por isso, as
pessoas deveriam ser protegidas.
Contudo, a realidade dos refugiados rapidamente viria a alargar-se
a outras partes do globo. Hoje, ba-
tem de novo às portas da Europa.
Como temos visto pelos meios de
comunicação social, nem a União
Europeia nem a ONU estão a dar
uma resposta suficiente à recente
vaga de refugiados.
Respostas Espiritanas
Sendo um problema humanitário de JPIC sobre o qual a sociedade civil e a Igreja se devem ocupar,
foi um tema abordado nas várias
partilhas dos delegados das circunscrições espiritanas.
Num plano mais imediato, a
nossa actuação, vai ao encontro do
recente apelo do Papa Francisco:
cada paróquia, cada família religiosa procure acolher uma família
de refugiados. Os Espiritanos portugueses aderiram á Plataforma de
Apoio aos Refugiados (PAR) e disponibiliza uma ou duas casas para
os acolher. Em colaboração com os
amigos e benfeitores, em articulação com outras famílias religiosas
e instituições, continuaremos a
dar o nosso melhor na resposta a
este problema humanitário.
«Cada paróquia, cada
comunidade religiosa, cada
mosteiro, cada santuário na
Europa hospede uma família,
começando pela minha
diocese de Roma»
Papa Francisco
Pela Esperança é que vamos
José Gaspar
Espiritualidade(s)
Na vida e na missão encontramo-nos muitas vezes em encruzilhadas sem saber bem que rumo
tomar. Sucede comigo também.
Faço opções pastorais, dou-me
a elas com paixão, a dada altura
não vejo os frutos almejados, o
que aparece é o reverso com ares
de inverso, a sensação de se estar
desorientado e o risco de paralisia
pastoral, felizmente e por graça
de Deus, passageiro. Perfeccionismo e ansiedade, de mistura com
presunção e vaidade, têm muito a
ver com isto.
Ansiedade, agitação, mau humor
até, é o que não me tem faltado
ultimamente. Por esta confissão
pública, Deus me perdoará. E
vejam, tudo isto, que não vem de
Deus, como sendo por causa de
Deus. Não sei dizer não a certos
pedidos de trabalho. Aceito, e
depois vejo-me numa alhada e
como que sentindo o sufoco de
procurar a saída escondida de um
túnel. Acabo por sair, não por mim,
mas por Deus a quem peço ajuda.
Depois, ou por vaidade refinada
ou por gratidão incontida, mas, cá
bem no fundo, para me justificar,
começo a pensar em como as
crianças aprendem a nadar: atiradas à água por quem elas sabem
que as ama e está perto para lhes
deitar a mão. Agradeço, respiro,
penso em como ser mais organizado, mas trabalho gera trabalho e
aí estou eu, de novo, agitado e de
agenda cheia.
Ontem ao fim do dia estava
mesmo muito cansado. Problemas vários a resolver em casa, na
paróquia, e à noite duas horas de
“aula” na paróquia vizinha, onde
aceitei dar 5 noites sobre o Espírito
Santo, com o aviso de que o que
se queria eram conteúdos teológicos, não meras exortações morais.
Esta foi a 4ª noite. Preparei-me
como das outras vezes, rezei, fiz
como melhor sabia e Deus fez o
resto e muito bem. Era o “dia do
professor”. Na sala havia vários,
professores e professoras, entre
os cinquenta e tantos auditores.
Tinham-me dito que no fim haveria
uma pequena homenagem a eles.
Mandaram que se levantassem
e fossem para a frente para se
cantarem os parabéns. Depois
pedem-me para entrar no grupo
da fotografia. Resisto, argumentam que o professor ali sou eu e
tenho que aceitar. E oferecem-me
um presente: a “agenda 2016 da
Fazenda Esperança”. Afinal, uma
boa surpresa, bem encenada.
Esta manhã abri o presente e
comecei a ler a informação sobre
“o que é a Fazenda Esperança”.
E foi um autêntico banho de luz
derramada sobre mim. Eu pensava
conhecer a “Fazenda Esperança”
por ter visitado algumas vezes, de
passagem, a que temos aqui perto
de Manaus, na qual muitos dependentes químicos se recuperam.
Não sabia nem a sua origem, há
uns 30 anos, nem a sua dimensão:
111 unidades terapêuticas em 16
países, Portugal incluso com a Fazenda de Maçal do Chão, Celorico
da Beira.
A surpresa de ontem e a luz de
hoje fizeram-me cair na conta do
não sentido de falar do Espírito
Santo andando tão centrado em
mim. Fale a alegria mais do que as
palavras! Andava também encabocado sobre o que escrever para a
“Ação Missionária”. A data limite
para enviar a minha contribuição
tinha expirado e chegou-me da Redação um lembrete. Animado pelo
que acabava de viver, resolvi-me a
começar de qualquer jeito.
Para título ocorreu-me parafrasear
Sebastião da Gama, que escreveu
assim: “pelo sonho é que vamos, /
comovidos e mudos./Chegamos?
Não chegamos?/ ( …). Basta a fé
no que temos./Basta a esperança
naquilo/que talvez não teremos”. A
Esperança, tal como a Fé, não vem
de mim, é dom do Espírito Santo.
Esta é a Esperança teologal, a que
“não engana porque o amor de
Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos
foi dado” (Rm 5,5). Por Ela, sim, é
que vamos, havemos de chegar e
ter o que esperamos, pese o que
pesar a cruz que carregamos.
5
NOVEMBRO2015
A pobreza material e a dignidade humana
Simon Ayogu
JUSTIÇA E PAZ
S
em fazer dos mendigos
motivo de graça, lembro-me de um que conheci
na minha infância cujo
nome ninguém sabia. Foi
um bom mendigo, pois mendigou até à morte. Perguntei à
minha mãe várias vezes por que
razão tínhamos de lhe dar uma
moeda e ela sempre me respondeu que ele vivia disso. Ele era
pobre, não tinha irmãos, veio de
longe, dormia no chão de uma
barraca até morrer. A imagem
deste amigo mendigo me convencia que a razão da pobreza
que leva alguns a viver dos outros era escassez dos recursos;
mas eu não tinha razão. Com o
tempo a passar e com a experiência que vou tendo, vejo em
tudo isso uma política.
A Pobreza material não é meramente uma privação. É uma
degradação; a cauterização das
partes mais sensíveis da nossa
natureza moral, mental e espiritual, com ferros em brasa; a negação dos impulsos mais fortes
e as afeições mais doces; em fim,
a desumanização. O pobre não
tem nome. A pobreza leva a irrelevância, inconsequência e falta
de liberdade. Mahatma Gandhi
chama isso a pior forma de violência, jamais cometido contra a
dignidade da pessoa humana.
É igualmente uma ameaça
trágica para a paz e a estabilidade mundial.
Talvez por isso é que o filósofo Protágoras, (ca.450BC) intimidado pela dignidade do homem
considere o homem como a medida de todas as coisas “Homo
omnia mensura”. As suas opiniões não estiveram muito longe
daquelas que o Salmista proferiu
nos ritmos sagrados do Salmo 8,
5-6, “…Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e
de honra o coroaste. Fazes com
que ele tenha domínio sobre as
obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés.”
Por isso, é inescusável usar
o homem como meio para qualquer fim que seja. A razão e a
ciência rejeitam-no e a religião
condena-o. Tudo porque o homem é o ponto ómega da criação. Ele é o meio caminho entre
“Não há dúvida
nenhuma que a
pobreza material não
pode, de maneira
nenhuma, ser
considerada uma
virtude; mas não tire a
dignidade ao homem
porque o homem é à
imagem de Deus; e
quem abusa o homem
insulta o seu criador”
a divindade transcendente e a
materialidade, bem como o resumo do universo. Isto significa
que o homem é a medida de todas as coisas.
A pobreza do nosso século
não é apenas o resultado de escassez natural, mas de um conjunto de prioridades impostas
ao resto do mundo pelos ricos.
Consequentemente, os pobres
modernos são considerados
como lixo. A economia de consumo e indiferentista do século XXI conduziu a uma cultura
de desprezo perante a qual um
mendigo é um lembrete de nada.
Isto é um escândalo!
É um escândalo porque as
forças do capital social e ganância política, parecem ter sequestrado o poder nas principais capitais do mundo, e está decidido
em querer erguer um império
globalizado que irá atender apenas aos seus interesses esbanjadores, mesmo se o mundo inteiro perece no processo.
E, para atingir este sonho de
império, confundem o mundo
com divisões conceituais feitas
de ricos e pobres.
É uma estrutura feudatária
globalizada, em que algumas
influências políticas conspiram
com alguma cabala sem rosto
para manter algumas seções do
nosso globo em servidão perpétua para as conveniências de
apenas alguns. Hoje, a pobreza
de mais de mil milhões de seres
humanos em todo o mundo é um
capital político para os cálculos
estratégicos geopolíticas desta
cabala corporativa, com tentáculos nos mais altos escalões
do poder. Não há dúvida nenhuma que a pobreza material não
pode, de maneira nenhuma, ser
considerada uma virtude; mas
não tire a dignidade ao homem
porque o homem é à imagem de
Deus; e quem abusa o homem
insulta o seu criador.
assim
sim
Afonso Cunha
AUTOMÓVEIS
Venda de carros acelera em
Agosto. Foram vendidos 11.628
veículos em Portugal, um aumento de 24% quando comparado com o mesmo período do
ano passado.
DOLCE VITA
O maior centro comercial
português, com 280 lojas, 34
restaurantes e 9 mil lugares de
estacionamento, fica situado
no concelho de Amadora, e vai
crescer ainda mais.
CRESCIMENTO
A maior exploração agroflorestal de capitais públicos, com
uma área de 18 mil hectares, a
Companhia das Lezírias, tem
lucros de €1 milhão em 2014.
LABORATÓRIO
O polo tecnológico de Évora
tem o equipamento mais moderno de maquinação computorizada para trabalhar peças
metálicas, montar e reparar
estruturas de aeronaves.
TABELAS DO IRS
Filhos valem mais ordenado ao
fim do mês. Famílias monoparentais e agregados com
salários mais baixos pagam
menos impostos. 1,8 milhões
vêm carga fiscal desagravada.
IGREJA NA CHINA
“Por favor, rezem por nós!”
«Por favor, rezem por
nós, rezem pela Igreja na
China. Para que os nossos
irmãos e irmãs corajosos,
perseverem. Para que
aqueles que duvidam se
mantenham fortes e para
que os fracos e os que
erraram, regressem.»
assim não
ÁLCOOL
Mais de 23 mil condutores foram
presos com álcool este ano. A
GNR apanha em média 709 bêbados/dias e 47 acabam detidos
por acusar mais de 1,2g/l.
Paulo Aido
Fundação AIS
A China é um dos países sinalizados no relatório da Fundação
AIS, divulgado recentemente, em
que a perseguição aos cristãos se
acentuou nos últimos dois anos.
Todos os que se mantém fiéis ao
Papa arriscam a prisão, os campos de reeducação, até a morte.
No passado dia 30 de Janeiro,
uma sobrinha-neta do Bispo D.
Cosme Enxiang foi contactada
por um funcionário governamental de Yixian que lhe comunicou, sem mais pormenores, o
falecimento do prelado. Desde
13 de Abril de 2001 que ninguém
sabia do paradeiro de D. Cosme, de 93 anos, um dos maiores
símbolos da perseguição que o
governo de Pequim tem exercido sobre os cristãos na China.
AIS
AIS
Cardeal Joseph Zen
Ordenado sacerdote em 1947,
conheceu a violência da prisão pela primeira vez em 1954,
recusando-se a cumprir ordens
do regime comunista de Mao
Tsé-Tung. Três anos mais tarde,
a sua pena foi agravada. Condenado a trabalhos forçados,
foi desterrado primeiro para a
gélida região de Heilongjiang e
depois para as minas de carvão
de Shanxi. De corpo franzino,
mas com uma espantosa convicção interior, D. Cosme Enxiang
sobreviveu às duríssimas condições de vida nessas cadeias,
robustecendo ainda mais a sua
fé. Libertado em 1980, foi sagrado bispo secretamente dois anos
mais tarde. O seu trabalho junto
da chamada Igreja Clandestina,
fez com que as autoridades o
mantivessem detido novamente
desde 1987 até 1993. Em Abril
de 2001 voltou à prisão e nunca
mais se soube nada dele até Janeiro deste ano. Desde então, a
família tem reclamado a entrega dos seus restos mortais, mas
as autoridades têm-se negado a
fazê-lo com receio de que o funeral se possa vir a transformar
numa gigantesca manifestação
de protesto pela repressão religiosa que se vive na China.
Agressão governamental
O Cardeal Joseph Zen Ze-kiun é hoje uma voz desassombrada na defesa dos direitos humanos na China, em especial no
que diz respeito à liberdade de
culto dos Cristãos. Em declarações à AIS, o Bispo emérito de
Hong Kong denunciou um clima
terrível de opressão dos cristãos,
que também existe em relação a
outras minorias religiosas, como
é o caso dos budistas no Tibete.
“O governo chinês intensificou
recentemente as perseguições.
Vimos igrejas demolidas e cruzes retiradas dos edifícios, por
isso, não podemos ter muita esperança no imediato”, acrescentando que “a Igreja ainda está
escravizada pelo Governo” de
Pequim.
Este prelado disse ser “um
insulto à fé” e uma “violação dos
direitos religiosos dos cristãos”,
a campanha das autoridades chinesas de remoção de cruzes e
de demolição de templos. Numa
mensagem enviada à Fundação
AIS, este cardeal, de 83 anos,
implora as nossas orações. “Por
favor, rezem por nós, rezem pela
Igreja na China. Para que os nossos irmãos e irmãs corajosos,
perseverem. Para que aqueles
que duvidam se mantenham fortes e para que os fracos e os que
erraram, regressem.”
MORTOS NA ESTRADA
Entre 1 de janeiro e 30 de setembro morreram nas estradas 3655
pessoas e registaram-se 1647
feridos graves. Uma taxa-crie é
penalizada com prisão e um ano
ou multa até 120 dias.
ABORTO
Em Portugal realizam-se 45
abortos por dia. Em 2014, 52
meninas abortaram devido a
uma gravidez indesejada e,
neste ano, o Estado pagou €11
milhões.
DEMOGRAFIA
Há cinco anos que Portugal não
cresce. Não há bebés, não retém
adultos, não cura os velhos.
Somos um país sem esperança.
Em 2014 houve menos 198657
pessoas.
JUSTIÇA
O Estado tem de pagar uma
multa de um milhões de euros
por atraso em processo judicial
com 18 anos. Refere-se a indemnizações na falência de uma
empresa.
6
NOVEMBRO2015
À ESPERA DE TRÊS MILHÕES DE JOVENS
ritmos
do
mundo
Faustino Monteiro
Polónia,
de Cracóvia a Auschwitz
Lúcia Pedrosa
A Polónia é um país da Europa
Central, que faz fronteiras com
a Alemanha, a República Checa,
a Eslováquia, a Ucrânia, a Bielorrússia e a Lituânia. A população
é de cerca 40 milhões de habitantes, maioritariamente católicos, muito orgulhosos de serem
da pátria de São João Paulo II.
Possui uma grande diversidade
paisagística. Trinta por cento do
seu território está arborizado,
abundam as florestas primitivas,
lagos, zonas pantanosas, montanhas.
Terra de fé e cultura
A cultura é também diversa
e rica, podendo ver-se inúmeras
esculturas, de caráter religioso e
laico. Nas minas de sal de Wieliczka há uma grande escultura de
sal de João Paulo II, Papa que visitou as minas quando era criança, segundo contam nas visitas
guiadas.
Saliento ainda o santuário mariano dedicado a Nossa Senhora
de Fátima em Zakopan, santuário
que marcou a vida deste Santo
Papa: um santuário inculturado
nas tradições locais onde a madeira reina, nas montanhas com
estâncias de ski frequentadas por
Karol Wojtyla.
A Polónia é muito visitada por
judeus de todo o mundo que aí se
deslocam em recordação dos milhões que lá morreram durante o
holocausto sob a ocupação alemã
do país durante a segunda guerra mundial. O campo de concentração de Auschwitz-Birkenau é
visitado por milhões de pessoas
que se confrontam com os horrores da guerra e do extermínio.
Frederik Chopin é um músico polaco que muito contribuiu
para a Polónia ser uma referência
internacional na música, mas outros nomes se juntam a ele, como
Stanislaw Moniuszko, Karol Szmanowski.
Cracóvia de S. João Paulo II
Cracóvia – diocese natal de
João Paulo II, vai acolher as Jornadas Mundiais da Juventude
(JMJ) em 2016, subordinadas ao
tema “Bem-aventurados os misericordiosos, pois alcançarão a
O mosteiro de Jasna
Góra, em Czestochowa,
é o santuário mais
famoso da Virgem na
Polónia e o maior local
de peregrinação do país.
A imagem da Virgem
Negra de Chestochowa
é a grande referência
deste santuário, a quem
atribuem poderosos
milagres.
LÚCIA PEDROSA
LÚCIA PEDROSA
Regresso ao drama dos refugiados depois do último artigo que
escrevi depois da tragédia das
pessoas que morreram na travessia do mediterrâneo.
Seriam refugiados ou antes
emigrantes económicos? Semântica, tanta semântica. Sim, eu sei
que na linguagem diplomática as
palavras contam, mas o mundo
parece ter-se especializado em
semântica, não em humanidade.
A semântica pouco tem contribuído para atacar o problema
na origem. Ou seja, onde as pessoas são obrigadas a deixarem as
suas famílias, os seus amigos, as
suas casas e o que resta dos seus
pertences, para protegerem praticamente aquilo que lhes sobra:
a vida.
As imagens que foram passando sobre o drama dos refugiados falam por si. Mas gostaria
de recordar uma experiência da
minha vida que me fez olhar o
mundo a partir de outras lentes.
Estive como voluntário em
1997, numa experiência missionária, no Huambo, Angola. Numa
altura em que havia um “intervalo” na guerra, que infelizmente
voltaria no ano seguinte. Era um
jovem como muitos outros que
queriam dar seu contributo para
melhorar o mundo. A regra dos 3
P’s: o pouco, pequeno e possível.
Ouvi histórias reais na primeira
pessoa da batalha do Huambo.
Recordo-me que me explicaram
como se deveria fugir de um
avião que viesse bombardear a
cidade: “tens de ir em direção ao
avião, se fugires na sua frente, estás perdido”. Nunca me esqueci
dessa lição. Espero nunca a pôr
em prática.
Por vezes esquecemo-nos
que há gente que não vislumbra
sequer uma centelha de uma
vida de paz, de segurança e liberdade. Demasiada gente. Gente que procura a vida, porque
atrás de si só existe miséria, violência e morte. Gente que fugia
do avião permanentemente.
Não acolher essas pessoas
é colocar em causa os pilares
fundacionais das democracias
ocidentais que a Europa tanto
se orgulha. Recordo uma passagem bíblica que cito de cabeça:
“trata bem o estrangeiro, porque
tu também já o foste na terra do
Egito”. E o Egito para os países da
Europa, e é bom não esquecer,
foram os Estados Unidos para os
irlandeses, o Brasil para os italianos e alemães, a Venezuela para
os portugueses. Nesses tempos,
os aviões eram outros, mas as razões da fuga eram as mesmas.
O mundo sempre viveu numa
dinâmica permanente. O que o
caracteriza atualmente é a nossa
dificuldade em assimilar os problemas em toda a sua dimensão,
dada a sua complexidade, a facilidade com que nos entra pela
casa adentro e a velocidade com
que nos sentimos ultrapassados
por eles. À nossa escala podemos
sempre seguir a regra dos 3 P’s.
Auschwitz
misericórdia”. Jovens do mundo
inteiro encherão a Polónia de 28
a 31 de Julho. Segundo a arquidiocese de Cracóvia, as JMJ estão a
ser preparadas de forma serena,
esperando 3 milhões de participantes entre os quais o querido
Papa Francisco, que visitará o
santuário mariano de Czestochowa e fará uma visita pessoal ao
campo de concentração de Auschwitz.
Karoy Wojtyla nasceu em
Wadowice e era Arcebispo de
Cracóvia quando foi eleito Papa
em 1978. Como foi ele o pai das
Jornadas Mundiais da Juventude,
tornou-se o seu natural ‘Padroeiro’ e será muito evocado nas JMJ
2016.
A Senhora Negra de
Czestochowa
O mosteiro de Jasna Góra, em
Czestochowa, é o santuário mais
famoso da Virgem na Polónia e o
maior local de peregrinação do
país. A imagem da Virgem Negra
de Chestochowa é a grande referência deste santuário, a quem
atribuem poderosos milagres. É
um ícone bizantino de 1434 re-
LÚCIA PEDROSA
O avião que
veio bombardear
a cidade
presentando a Virgem com o Menino. O mosteiro de Jasna Góra
foi fundado em 1382 por monges
paulistas que trouxeram o ícone
original e vieram da Hungria a
convite de um nobre.
A morte em AuschwitzBirkenau
Este ano faz 70 anos que as
forças soviéticas libertaram o
campo de Auschwitz, onde encontraram 7650 prisioneiros
doentes e moribundos. Hoje o
campo é Património Mundial da
UNESCO, já visitado por 30 milhões de pessoas. É preservado
como memorial e museu. Por
cima do portão de entrada estão escritas as palavras “Arbeit
macht frei” (O trabalho liberta).
Auschwitz é sinónimo de morte, crueldade e aniquilação dos
Judeus, Holocausto. É um cemitério enorme. O campo de Auschwitz conhecido por Auschwitz
I, abriu em Junho de 1940 quando
chegaram os primeiros prisioneiros políticos polacos. Em Março
de 1941, a 3 km iniciou-se a construção de Auschwitz II – Birkenau, como um campo de traba-
7
NOVEMBRO2015
provocações
Glória Lopes
“Bem-aventurados os misericordiosos,
pois alcançarão a misericórdia”
Tema das Jornadas Mundiais da Juventude 2016
No Domingo de Ramos de
1984, a Praça de S. Pedro
acolhe o Encontro Internacional da Juventude, por
ocasião do Ano Santo da
Redenção. Um ano depois,
no mesmo dia, acontece
novo encontro, por ocasião
do Ano Internacional da
Juventude.
A 20 de dezembro de 1985,
João Paulo II anuncia a
instituição do Dia Mundial
da Juventude. Desde então,
jovens de todo o mundo
celebram este dia, seja nas
suas dioceses, no Domingo
de Ramos, seja numa celebração internacional, em lugar e
datas apropriadas. Já lá vão
30 anos.
Ano
Tema
1ª
1986
“Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em
vocês” (1Pd 3, 15)
2ª
1987
“Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e
confiamos nesse amor” (1Jo 4, 16)
3ª
1988
“Façam tudo o que ele lhes mandar” (Jo 2,5)
4ª
1989
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6)
5ª
1990
“Eu sou a videira; vocês são os ramos” (Jo 15,5)
6ª
1991
“Vocês receberam o Espírito que os adota como
filhos” (Rm 8,15)
7ª
1992
“Vão pelo mundo todo e preguem o Evangelho a todas
as pessoas” (Mc 16,15)
8ª
1993
“Eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente” (Jo 10,10)
9ª 1994
10ª 1995
“Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio”
(Jo 20,21)
11ª
1996
“Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de
vida eterna” (Jo 6,68)
12ª
1997
“Mestre, onde moras? Vinde e vereis” (Jo 1,38-39)
13ª
1998
“O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas” (Jo
14,26)
14ª 1999
17ª
Buenos Aires,
Argentina
Czestochowa,
Polônia
Denver, EUA
Manila, Filipinas
Paris, França
Roma, Itália
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo,
tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9,23)
2002 “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo” (Mt Toronto, Canadá
5,13-14)
18ª 2003 “Eis a tua Mãe!” (Jo 19,27)
19ª 2004 “Queremos ver Jesus” (Jo 12, 21)
20ª 2005 “Viemos adorá-lo” (Mt 2, 2)
21ª
Colónia, Alemanha
2006 “A tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para
o meu caminho” (Sl 118 [119], 105)
22ª 2007 “Assim como Eu vos amei, também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34)”
23ª 2008 “Recebereis a força do Espírito Santo, que virá sobre
vós, e sereis minhas testemunhas” (Act 1, 8)
Sidney, Austrália
24ª 2009 “Pusemos a nossa esperança em Deus vivo” (1 Tm 4, 10)
25ª 2010
“Bom mestre, que devo fazer para alcançar a vida
eterna?” (Mc 10,17)
26ª 2011
“Enraizados e edificados n’Ele... firmes na fé” (Cl 2, 7)
27ª 2012
“Alegrai-vos sempre no Senhor!” (Fil 4,4)
28ª 2013
“Ide e fazei discípulos entre as nações!” (Mt 28, 19)
29ª 2014
“Felizes os pobres de espírito, porque deles é o Reino
do Céu” (Mt 5,3)
30ª 2015
“Felizes os puros de coração, porque verão a Deus”
(Mt 5, 8)
xo, á exceção dos domingos, reservado para limpeza e banho.
Cerca de 6 mil SS trabalharam
em Auschwitz. Estes cobravam
a mão-de-obra dos prisioneiros
nos complexos industriais como
mão-de-obra não qualificada.
Várias indústrias alemãs como
a siemens-schuckert construíram as suas fábricas na área, para
aproveitarem o trabalho escravo.
Devido á falta de condições de
higiene e alimentares, a taxa de
mortalidade era altíssima. A expectativa de vida dos trabalhadores era de cerca de 4 meses.
As Jornadas Mundiais da
Juventude
É este país cheio de história,
como páginas belas e outras de
horror que irá acolher as Jornadas Mundiais da Juventude. Esta
história, cheia de luzes e de sombras, e este povo poderão ajudar
a crescer na capacidade de renascer, de compreender alguns erros
da humanidade, com uma natureza que sempre nos pode mostrar
o “ramo de amendoeira florida”
de Jeremias.
Santiago de Compostela, Espanha
“O Pai vos ama” (Jo 16,27)
15ª 2000 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14)
16ª 2001
Cel. Internacional
lhos forçados, para experiências
médicas e extermínio - local para
a ‘Solução Final’ dos Judeus. Aqui
morreram mais de três milhões,
cerca de 2.500.000 gaseificados
e 500.000 de fome. Os comboios
chegavam até à rampa onde as
pessoas eram despejadas e selecionadas. Em 1942 iniciaram o
uso de câmaras de gás, para extermínio (milhares de pessoas
por dia) eram asfixiadas com gás,
onde ficavam durante 20 minutos
a agonizar; vómitos, hemorragias nasais… depois de morrerem eram-lhes tirados os dentes
de ouro para fazer barras e incineradas num dos quatro fornos
crematórios. Os nazis levaram
para lá pessoas de toda a Europa,
para além de judeus (cerca 90%),
ciganos, prisioneiro de guerra
soviéticos, homossexuais. Para
os polacos, Auschwitz é símbolo
de sofrimento e martírio tendo
como expoente São Maximiliano Kolbe. Este padre morreu de
fome na cela da morte, depois
de ter dado a vida em troca de
um prisioneiro pai de família.
Os prisioneiros tinham que trabalhar todos os dias nas fábricas
de armas associadas ao comple-
Madrid, Espanha
Rio de Janeiro, Brasil
João Paulo II foi o pai das Jornadas
Mundiais da Juventude e tornou-se
o seu natural ‘Padroeiro’. Será muito
evocado nas JMJ 2016, que se realizam
em Cracóvia, sua diocese natal.
O meu
sonho
Meu Pai, venho ‘desabafar’
Contigo o sonho que me invade e me deixa perplexa. Mês
de Novembro, mês consagrado
a rezar pelas almas, o mês que
nos convida à Santidade e este
ano um novo acontecimento
vai marcar a nossa vida, o Ano
Jubilar da Misericordia.
Diz o Papa Francisco: “Estou
convencido que toda a Igreja
poderá encontrar neste jubileu
a alegria de redescobrir e tornar
fecunda a misericórdia de Deus,
com a qual todos somos chamados a consolar os homens e as
mulheres do nosso tempo”.
Meu Pai, sempre que é convocado um ano jubilar, abrem-se as portas das quatro basílicas de Roma, porquê? Isto
terá a ver com a mobilidade de
homens e mulheres em busca
da novidade, da santidade? Parece-me escutar aquele texto
do Génesis: Abraão deixa a tua
terra, a tua família e a casa de
teu pai…. Vai…
Abraão é convidado a uma
migração total, deixando para
trás uma realidade concreta
o país, o material a paisagem
bela e sedutora aos olhos, não
menos importante a deixar é a
realidade pessoal; a casa paterna, onde se geraram relações,
onde a vida circula, onde se
vivem momentos densos de
amor e fraternidade.
Aqui descobrimos o eixo central a que o Papa Francisco nos
convida a viver: “Olhar o passado com gratidão. Viver o presente com paixão. Abraçar o futuro
com esperança.” O chamamento
de Abraão abrange a sua realidade totalizante que mexe com a
vida passada, presente e futura,
em todos os aspectos. Sobressai
aqui uma profunda vivência do
ser humano, muito mais que a
simples deslocação geográfica.
Sim Pai, neste momento da nossa história quantos irmãos nossos experimentam em suas vidas esta situação, e eu, nós o que
fazemos? Como nos disponibilizamos para os ajudar? Abre-nos
Senhor.
Diante de Ti, eis os nossos irmãos que anseiam paz, pão,
amor, fraternidade, acolhimento.
Tu és o Senhor da Vida.
Tu és o Cristo Vivo, o Filho
Bem-amado.
Tu és o Sol do nosso peregrinar
Tu és o Óleo da nossa sabedoria
Tu és a Fortaleza da nossa humanidade .
Tu és a Coroa da nossa humildade.
Tu és o Pão da nossa fome.
Tu és a Agua viva da nossa sede
Tu és o Caminho da nossa missão
Tu és a Vida da nossa vida.
Faz Senhor, que cada um de
nós, jovens ou adultos, nos sintamos chamados, a um ‘mais’
para o Teu Serviço. Dá-nos um
coração humilde, aberto e disponível para Te encontrar, em
cada um dos nossos irmãos que
vagueiam pelo mundo. Queremos dizer-Te: eis-me enviai-me.
8
NOVEMBRO2015
«O desafio que temos pela frente é sempre o mesmo: anunciar o Evangelho ao homem de hoje,
defendendo a família de todos os ataques ideológicos e individualistas»
animação
missionária
Nuno Rodrigues
Como se faz
a paz?
Todos desejam a paz mas nem todas a conseguem construir. A paz
não é uma mera palavra mas acima de tudo uma realidade tão nobre e tão essencial ao nosso viver.
O mundo está farto de palavras, de conferências, de cimeiras, de acordos bilaterais e de
tudo o resto. Mas nem assim se
consegue construir a Paz.
O Papa Francisco numa das
suas homilias matutinas, perguntava isto mesmo: Como se faz a
Paz? E responde, Cristo é a paz. O
príncipe da Paz. Aquele que traz
a luz, que faz a paz. E como fez
Ele a paz? Dando a sua vida como
uma oferta, uma oração para o
perdão de todos. Acrescenta, o
Papa: “A paz salva, a paz faz-te
viver, crescer; a guerra aniquila-te, arrasta-te para baixo. É fácil
ouvir pessoas que dizem: «Padre,
foi terrível o que aconteceu ali!».
Mas certas situações, recordou
Francisco, não se verificam só
longe de nós: “A guerra existe
também nas nossas comunidades cristãs, entre nós”. E, como
resposta, o Papa relançou “o conselho que hoje nos dá a liturgia:
“perdoai-vos uns aos outros”, referindo-se ao trecho da carta aos
Colossenses (3, 12-17).” Para este
existem duas palavras-chave para
a construção da Paz: “A primeira,
é o perdão: se não aprendermos
a perdoar-nos, estaremos sempre em guerra”. Daqui o convite
de Paulo: “Assim como o Senhor
vos perdoou, perdoai-vos também vós”. Mas “se tu não souberes perdoar — acrescentou ainda
Francisco — não és cristão, porque não fazes o que fez o Senhor”.
Mais ainda: “Se tu não perdoares,
não podes receber a paz do Senhor, o perdão do Senhor”.
“Há outra palavra — explicou
o Pontífice — proferida por Jesus
no Evangelho, porque se repete o
mesmo tema: misericórdia”. No
trecho de Lucas (6, 27-38) o Senhor diz: “Sede misericordiosos,
como também vosso Pai é misericordioso”. O convite é a “compreender os outros, não a condená-los: o Senhor, o Pai é muito
misericordioso, sempre nos perdoa e quer fazer a paz connosco.
E devemos ser “misericordiosos também entre nós”. Em
vez de nos lamentarmos — «mas
aquele fez isto...» — é necessário
perguntar-se: «E eu o que fiz?».
Aliás, quem pode dizer “aquele
é mais pecador do que eu? Ninguém pode dizer isto. Só o Senhor sabe”.
O estilo cristão é “ternura,
bondade, humildade, mansidão,
magnanimidade”. E, em definitivo, “o estilo de Jesus, o estilo
com o qual Jesus fez a paz e a reconciliação, até ao fim”. A ponto
que, “no final, no último suspiro
de vida, conseguiu ouvir aquele
ladrão que dizia; “Sim, sim, sim,
vem comigo, querido, hoje estarás comigo no Paraíso”.
Saibamos construir a Paz com
as armas do perdão e da misericórdia.
Papa Francisco, Sínodo dos Bispos sobre a família
VIANA DO CASTELO
Assembleia Diocesana da LIAM
Os diversos grupos da LIAM
da diocese de Viana do Castelo
encontrara-se, no dia 27 de Setembro, na Paróquia de Refoios
de Lima, Arciprestado de Ponte
de Lima, para iniciar o novo ano
pastoral. Estiveram presentes
mais de 200 pessoas vindas dos
diversos Arciprestados da nossa
diocese. O Pe. Tiago Barbosa, animador missionário, apresentou o
programa missionário que inclui
os encontros nacionais, os momentos de encontro pessoal com
Deus (retiros, recoleções, dias de
deserto, peregrinações…), festas
missionárias, formações com cariz missionária.
Todos estes momentos programados devem impelir para que
todos os batizados estejam sempre
em estado de missão e que não
exista motivo algum para que este
espírito missionário se perca. Tal
como diz o lema para este ano pastoral: «Missão sempre e em todas
as frentes». A missão não se resume em fazer muitas atividades ou
encontros, mas que cada liamista
procure, com pequenos gestos,
ajudar a comunidade paroquial a
tornar-se mais missionária.
Todos os cristãos estão convocados para a missão! Esta convocação foi bem visível na comunidade
paroquial de Refoios de Lima. Des-
de as crianças até aos adultos esforçaram-se para abrir os horizontes
da missão na comunidade. O momento da Eucaristia foi o momento
central desta vivência missionária,
vivida pelos liamistas e pelos paroquianos: a Igreja estava colorida
com umas faixas representando as
cores dos continentes; a catequese, através de uma representação
sobre os refugiados, sensibilizou
a todos os presentes para que não
tenham medo de acolher e de amar
todos aqueles que procuram uma
vida mais digna; os jovens lançaram
umas fitas de diferentes cores pela
comunidade para que, ao saírem da
Igreja, criassem laços de comunhão
entre todas as pessoas, fazendo
com que o testemunho cristão seja
credível pela sociedade. De fato, é
na Eucaristia que surge o compromisso de evangelização e o impulso
à solidariedade e, ao mesmo tempo, desperta a cada cristão o forte
desejo de anunciar o Evangelho e
testemunha-lo na sociedade para
que seja mais justa e humana.
D. Anacleto Oliveira, durante
a sua homilia, incentivou para que
as paróquias fossem mais missionárias, encorajando a todos, sem
exceção, a não ter medo de sair
e testemunhar Cristo em toda a
parte, começando pelas nossas
paróquias e pelos diversos países
que necessitam de descobrir ou
redescobrir a beleza do Evangelho.
Olhando para o exemplo dos grupos da LIAM, apelou aos jovens
para que não tenham medo de pertencerem a grupos missionários,
pois estes grupos ajudam muito no
vasto campo da evangelização. Valorizou muito o trabalho dos Jovens
Sem Fronteiras (JSF), estimulando
para que fundassem grupos ligados a este movimento na diocese.
O trabalho destes jovens ligados à
família espiritana já se tem sentido
nesta diocese. Ao longo deste ano,
houve duas semanas missionárias:
uma durante a Semana Santa, em
Lavradas, Ponte da Barca e outra,
no mês de Agosto, em plena cidade
de Viana do Castelo. Foram semanas de partilha de fé e do anúncio
desta alegria de ser cristão.
ALGARVE
Retiro Anual da LIAM
O Ano Santo
do Jubileu da
Misericórdia, que se
iniciará no dia oito
de dezembro, será um
tempo oportuno para
todos se aproximarem
do coração
misericordioso de
Deus Pai.
NA CASA DO PAI
Decorreu, de 10 a 11 de Outubro, na Casa de Retiros de São
Lourenço de Palmeiral, o retiro
espiritual anual da Liga Intensificadora da Ação Missionária
(LIAM) da diocese do Algarve.
Contou com 34 elementos oriundos de varias paróquias onde
se encontram núcleos do movimento missionário da Família
Espiritana. O retiro iniciou com
acolhimento e oração de Laudes
e decorreu num ambiente sereno
e tranquilo.
Ao longe de dois dias foi abor-
dado o tema “Felizes os Misericordiosos porque alcançarão misericórdia”. O orientador, Padre
Paulinus Anyabuoke, o sacerdote
missionário da Congregação do
Espirito Santo, da Paróquia de
São Brás de Alportel, explicou a
vivência da misericórdia como
uma exigência evangélica, que
convida os cristãos a serem misericordiosos como Deus nosso Pai.
Desde o início, a prática da misericórdia foi e continua a ser uma
forma eficaz de viver a fé cristã.
Recordou aos participantes que
não se pode separar o ato da misericórdia da vida espiritual.
O Ano Santo do Jubileu da Misericórdia, que se iniciará no dia
oito de dezembro, será um tempo
oportuno para todos se aproximarem do coração misericordioso
de Deus Pai. Ele convidou os Liamistas do Algarve para aproveitar
no máximo este tempo da Misericórdia que Igreja nos oferece para
aprofundar a sua comunhão com
Deus e o seu compromisso missionário. O retiro encerrou com a
Eucaristia dominical e o almoço.
José Manuel dos Santos Silva
Nascido a 01/11/1931,
Falecido a 07/09/2015
Marido da Erondina Silva da
LIAM de Santarém
9
NOVEMBRO2015
Saiba mais sobre a ONGD Sol Sem Fronteiras,
a campanha de Natal,
e os seus projetos, na internet:
www.solsef.org
SOL SEM FRONTEIRAS
Campanhas de Solidariedade
Projeto Amazónia (P. Farias)
LIAM Vila Chã, Esposende 250,00€
Proprietários da Fábrica
“Irmãos Rodrigues”
150,00€
LIAM Meixomil
80,00€
LIAM Figueiró
60,00€
Mª Eduarda Faria Gomes
14,00€
Cristovão Neto, Meixomil
100,00€
Margarida M.P. Calado Lopes 25,00€
Anónima, Lamas de Orelhão 250,00€
LIAM Ponte do Lima
910,00€
LIAM Lourinhã
180,00€
LIAM Turcifal
300,00€
LIAM Gondomaria
200,00€
LIAM Benedita
130,00€
LIAM Mata do Fárrio
115,00€
LIAM S. Mamede da Ventosa 705,00€
Crismandos do Cartaxo
90,00€
Mª Conceição Ferreira Soares 40,00€
Susana Janela Birra
16,00€
Mª Alice Santos
44,00€
Paróquia Paço d’Arcos
50,00€
LIAM Santarém
50,00€
Rosa Amélia T. Soares
20,00€
LIAM Santa Catarina
350,00€
Projeto Moçambique
(P. Raul, P. Damasceno)
LIAM Algarve
125,00€
LIAM Stª Catarina, Algarve
50,00€
LIAM Castanheira do Ribatejo
(estufas solidárias)
200,00€
(ofertas dos Liamistas)
120,00€
Maria Jesus C. Antunes
250,00€
Clara de Castro
73,00€
Maria Odette Roxo
43,00€
Anabela Mª Roncon Roxo
13,00€
Alice Conceição A. Peixoto
62,00€
Rita Cardita, MOMIP
100,00€
LIAM Vila Chã, Esposende 250,00€
Aniversário de Ordenação
Pe. Nuno Rodrigues
330.12€
Hedwiges Glória, Calvos
18,00€
Alfredo Conde, Calvos
11,00€
LIAM Brandara, P. Lima
100,00€
LIAM Cendufe, A. Valdevez 50,00€
Loja Solidária
LIAM Meixomil
100,00€
LIAM Guarda
10,00€
LIAM Turcifal
300,00€
LIAM S. Mamede da Ventosa 305,00€
LIAM Enxabarda
206,00€
ASES90,00€
Anónimo, Porto
167,50€
Conceição Paim, Porto Judeu 6,50€
Anónimo, Tires
20,00€
LIAM Carvalhal Benfeito
376,40€
Bolsas de Estudo
LIAM Alfornelos
LIAM Fão, Esposende
LIAM Godim
250,00€
250,00€
175,00€
Outros Projetos Missionários
Missões
Familia Pe. Marinho Lemos
- Pe. Firmino Cachada
200,00€
Fundo de
Solidariedade Espiritana
LIAM Vila Chã, Esposende
LIAM Fão, Esposende
LIAM Apúlia Ibrantina Sousa,
Lamas de Orelhão
Mª Rosário Braga Cruz
Justina Arcanjo
Anónima Passos, Mirandela
Mª Augusta Carreira
LIAM Santa Catarina
700,00€
100,00€
10,00€
20,00€
30,00€
148,00€
20,00€
201.78€
60,00€
Centro Vocacional e Seminário
da Praia (Cabo Verde)
LIAM Vila Chã, Esposende 250,00€
LIAM Barreiro
41,00€
LIAM Carvalhal Benfeito
45,49€
Anónimo, Pousos
100,00€
Mª Ester de Sousa Martins,
P. Brandão
15,00€
Custódia Lourdes V. Oliveira 50,00€
Pároco de Soito
20,00€
Maria Jesus Alexandre Martins 39,00€
Atenção
Os cheques e vales de correio para pagamentos da Ação Missionária e da
Editorial (Almanaques e calendários) deverão ser endossados a:
Missionários do Espírito Santo
Para transferências bancárias é favor usar o NIB:
0010 0000 1997 7900 001 18
Informar sempre a LIAM, por telefone ou email, das transferências efetuadas:
[email protected]
Com a época natalícia a aproximar-se a passos largos, Sol sem
Fronteiras abre mais uma edição da Campanha de Natal. Um
pouco por toda a parte, começa
a procurar-se presentes para oferecer a amigos e familiares, mas
torna-se cada vez mais difícil adquirir algo original e, ao mesmo
tempo, que contenha o verdadeiro espírito do Natal. Agora, através desta campanha de Solsef,
pode adquirir uma prenda que
junte o melhor dos dois mundos
– como pode ver na imagem, tem
vários produtos à escolha, desde figuras religiosas a presépios,
terços, porta-chaves ou carteiras.
Cada produto é um presente especial, pois, por um lado, cada
peça é única, uma vez que todos
os produtos são feitos artesanalmente e, por outro lado, ao adquirir um dos nossos produtos
estará a contribuir para uma causa solidária de Sol sem Fronteiras
– neste caso, para o Projeto de
Cooperação Internacional “Juntos na Aprendizagem - Reforço
integral, desde o enfoque do de-
senvolvimento humano e a perspetiva de género, do ‘Complexo
de Apoio ao Ensino Secundário
da Paróquia de São José de Itoculo’ em Moçambique.”
Este Projeto tem o objetivo específico de beneficiar 110 jovens
em Itoculo (Moçambique), 60 raparigas e 50 rapazes. Estes jovens
vivem com condições sociais e
económicas frágeis e, muitas vezes, residem longe da escola, o
que dificulta o acesso ao ensino
e o desenvolvimento dos seus estudos. Assim, Sol sem Fronteiras
pretende construir um Lar para
Rapazes para que os jovens possam estudar e residir com todas
as condições favoráveis ao seu
desenvolvimento pessoal e profissional, algo reforçado pelas
ações de formação que procuramos também implementar neste
Lar.
Em Itoculo, o Lar já começou
a ser construído e Sol sem Fronteiras conta que abra as portas
e comece a funcionar a partir
de 2016. Contudo, para que tudo
corra conforme os nosso planos,
necessitamos ainda de financiamento – é aqui que a sua participação na nossa campanha de Natal se torna indispensável! Todos
os lucros dos produtos vendidos
através desta campanha serão
aplicados neste Projeto, de forma
a poder alojar os jovens estudantes de Itoculo num local favorável à sua aprendizagem, que reuna todas as condições para que
possam viver a sua juventude em
pleno.
Por isso, este Natal, ofereça
um presente especial, um presente que dê um sorriso não só a um
amigo mas também a 110 jovens
moçambicanos. Escolha o(s)
produto(s) de que mais gosta
através da imagem apresentada
ou através do nosso site (www.
solsef.org) e encomende – ligue
213 940 047, 960 225 472 ou 917 170
726 ou envie email para info@
solsef.org.
Sol sem Fronteiras e os jovens
de Itoculo agradecem por tornar
este Natal mais solidário. Obrigado, por ajudar o Sol a nascer para
todos!
de ver o fim das misérias da vida:
não creio que este fim esteja muito longe, pois vejo-me morrer aos
poucos».
Passaram-se só quatro dias,
para o desejo do P. Laval se cumprir. Nos últimos momentos,
sofreu muito. De vez em quando, assustava-se com o fim. Mas
vinha sempre ao de cima a sua
plena confiança em Deus, marcada pela alegria de ter gastado a
vida no serviço dos pobres: «Bons
amigos - diz ele a vários membros
da Conferência de S. Vicente de
Paulo, no leito da morte -, vós cuidais dos pobres; é uma bela missão. Continuai a cuidar deles, são
os amigos de Jesus Cristo. Não
esqueçais nunca que um copo de
água não fica sem recompensa
quando é dado em nome de Jesus
Cristo. Quanto a mim, amigos, declaro-vos que, se tenho um pouco
de confiança no momento de aparecer diante de Deus, é porque
amei os pobres, porque trabalhei
sempre pelo pobres. Espero que,
por causa daqueles que salvei,
com a ajuda da graça, Deus, apesar dos meus numerosos pecados,
terá misericórdia de mim». Pouco depois, disse a outros amigos:
«Que felicidade ter trabalhado
pelos pobres de Nosso Senhor!
Que boa ideia tive em me consagrar à salvação dos pobres! Bendigo, agradeço a Deus por isso!»
Olhar de Fé sobre a Morte
Agostinho Tavares
BEBER DA FONTE ESPIRITANA
O
Beato Tiago Laval, cada
vez mais desgastado e enfraquecido, não resistiu a
um duplo ataque de apoplexia e hemiplegia: acabou a sua carreira neste mundo,
no dia 9 de Setembro de 1864. No
dia 5 de Setembro tinha escrito
uma derradeira carta a sua irmã.
Nela nos deixou um belo olhar de
fé sobre a morte: «Minha querida
irmã, perdeste a tua boa Augusta,
depois de uma longa e dolorosa
doença. É uma cruz bem pesada
para uma mãe carregar, e a natureza tem dificuldade em aceitar.
Partilho a tua dor, tanto quanto
um irmão pode fazê-lo. No entanto, resta-te uma grande, sim, uma
grandíssima consolação: é que a
tua querida filha teve uma morte
preciosa diante do Senhor. Purificada por uma longa e dolorosa
doença, passou deste mundo para
a eternidade munida com os sacramentos da Santa Igreja, o que
muito me consolou; esperemos,
pois, que esta boa alma tenha chegado ao repouso eterno, ou, pelo
menos, que em breve que goze
dele. Em todas as minhas orações,
lembro-me dela junto do Senhor
Jesus e da bem-aventurada Virgem Maria. Esta separação é muito dolorosa para ti, mas nós, que
temos fé, sabemos que ela será de
curta duração, visto que, depois
de alguns anos, Deus nos vai reunir para sempre no seu paraíso.
Consolemo-nos, pois, nesta santa
esperança, e rezemos pela nossa
querida defunta.
Que o Senhor Jesus e a Sua
Santa Mãe te consolem, queridíssima irmã. Só Eles são a nossa
consolação na terra e na eternidade. Ah! possamos nós gozar
em breve da clara visão de Jesus
e de Maria! Tenho enorme pressa
10
NOVEMBRO2015
«Peço-vos para serem protagonistas de mudança, construtores do mundo novo!
Queridos jovens, por favor, não fiquem ‘ver da varanda’ a vida a passar!»
Papa Francisco, Jornadas Mundiais da Juventude 2013
planeta
jovem
Salomé Peixoto
Sabedoria e
Misericórdia
JOVENS SEM FRONTEIRAS EM SANTO OVÍDIO
Entretanto estás sozinho, a rua
é silêncio e a luz incerta como
a hora que teima em não passar. Uma voz chega zangada e
repentina, espera, afinal está
nervosa, exaltada… preocupada, essa sim é a palavra! Instantes antes ouviste muitas vozes
em uníssono, estariam alegres,
era verdade, ou entusiasmo
aparente? Forçado… Antes
ainda uma voz apenas. Forte,
intercalada com outras pequenas vozes, fracas, a fazerem-se
de decididas. A voz irrompe e
continua sem cessar, cheia de
certezas, perguntas que não
querem calar!? Interjeições! Inseguranças, acusações!
Afinal o que significa ouvir? É um exercício, um dom?
“- Sou bom ouvinte”, dizem.
Ouvir pressupõe atenção e mais
do que isso compreensão e conhecimento. Em Santo Ovídeo,
advogado contra as dores de
ouvidos e os maridos infiéis,
mas fiquemo-nos pelos ouvidos,
fomos convidados, durante o
Encontro Nacional dos Jovens
Sem Fronteiras, a ouvir com
sabedoria, essa coisa própria de
filosofias várias. Sabedoria não
se trata de inteligência, é antes
algo que nos ajuda a saber como
agir, e como é difícil escutar
com a sabedoria de não julgar,
com a sabedoria de ajudar.
Difícil é ouvir com sabedoria e o que se poderá dizer de
viver com misericórdia? O Papa
Francisco convocou o Ano Santo da Misericórdia após pensar
em como a Igreja pode abraçar
a sua missão de ser testemunha
da misericórdia. Francisco afirma que este “é um caminho que
começa com uma conversão espiritual, defendendo ainda que
“ninguém pode ser excluído da
misericórdia de Deus” e que
a Igreja “é a casa que acolhe
todos e não recusa ninguém”
(…) “as suas portas estão escancaradas para que todos os
que são tocados pela graça
possam encontrar a certeza do
perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que
a Igreja manifesta aos que se
convertem”, realçou o Papa.
Não fiquemos pelo dar de
comer a quem tem fome e vamos ousar dar bons conselhos
sem segundas intenções, corrigir, perdoar, ser pacientes a cada
dia, por mais duro e desafiante
que estes pequenos gestos de
misericórdia se revelem, pois é
no dia a dia que estaremos a ser
verdadeiros cristãos, que tudo
fazem por um mundo melhor.
O Jubileu da Misericórdia
foi proposto pelo Papa Francisco para a Igreja Católica e vai
começar no dia 8 de dezembro
e decorrer até ao dia 20 de novembro de 2016. Vamos ouvir
com sabedoria o que Ele nos
pede e viver com a misericórdia que teima em ser esquecida,
excluída mesmo, do nosso quotidiano.
Outubro significa missão. Mas também significa entrega, testemunho,
união. Mais ainda: é sinónimo de
Encontro Nacional dos Jovens Sem
Fronteiras, onde todos os jovens, de
norte a sul do país, pertencentes
ao movimento são convidados a
vivenciar a fé que os une e a partilhar o amor que nutrem por Jesus
Cristo.
«Ouvir com Sabedoria e Viver com Misericórdia»
Santo Ovídio foi o local escolhido.
Os dias 9, 10 e 11 de outubro deram
lugar à concretização de um sonho,
já antigo, para o grupo organizador
que tão bem nos acolheu. Juntos,
os jovens refletiram sobre o tema
proposto: “Ouvir com Sabedoria,
Viver com Misericórdia”. Duas
expressões fortes que se diluíram
e simplificaram durante o fim-de-semana.
Na noite de sexta-feira, todos os
grupos foram acolhidos com a alegria que tão bem caracteriza este
movimento missionário, tendo-se
seguido a atuação dos Xilobaldes,
um grupo formado na oficina de
música do Projet’Arte, sendo que os
seus registos musicais são feitos,
maioritariamente, com objectos
reaproveitados. O dinamismo e
a interação que tiveram com o
público foram os pontos altos da
sua atuação, sendo os risos e as
gargalhadas uma constante.
A oração da noite, dado o diferente
tempo de chegada das diferentes
regiões, foi divida em duas partes:
uma primeira que foi rezada, simultaneamente, por todas as regiões,
algumas ainda em
viagem; e a segunda parte rezada em
conjunto, como
uma só família,
após a chegada
de todos os
grupos, no
auditório
da Escola
Secundária
António
Sérgio. O sábado começou também
em oração, desta vez com o grupo
Ponte 2015, que testemunhou qual
a realidade vivenciada em Queimados, Rio de Janeiro, durante o mês
de agosto.
Posteriormente, decorreu a sessão
de abertura oficial do encontro, que
contou com a presença do Padre
Fernando Nuno Queirós, Pároco de
Santo Ovídio, de Marília Raro, Diretora da Escola Secundária António
Sérgio, e de Miguel Lemos Rodrigues, Tesoureiro e responsável pelo
Pelouro da Juventude na Junta de
Freguesia de Mafamude e Vilar do
Paraíso, que tiveram palavras de
incentivo para com o trabalho até
aqui realizado e desejaram que o
encontro fosse mais um marco
nessa caminhada.
De seguida, o Padre Rui Santiago,
missionário redentorista, cujo
objetivo é o de dar a conhecer
Jesus de Nazaré e o seu projeto de
vida como uma proposta eficaz
para a realização de pessoas felizes
e empenhadas na construção de
um mundo mais justo e fraterno. A
forma de falar cativa quem o ouve,
tendo transmitido várias mensagens marcantes. Afirmou que, para
se ouvir com sabedoria, não se
deve ter a atitude de “ouvir para”
mas sim a atitude de “ouvir, pronto”, acolhendo a pessoa como ela é.
Quanto ao viver com misericórdia,
defende que “amar o próximo ou
é amar ao perto ou é coisa nenhuma”. Disse ainda que é necessário
existir uma reciprocidade sincera
e autêntica entre as pessoas,
devendo-se sentir as dores dos outros não apenas na nossa cabeça,
mas também no nosso coração, tal
como se fosse a dor que vem das
entranhas, quando se trata de um
filho.
À tarde, os cerca de 240 jovens
presentes neste encontro nacional,
divididos em 22 grupos de campo,
‘perderam-se’ por Vila Nova de
Gaia. Cada grupo participou em
três ‘workshops’ – sabedoria, misericórdia e cultura – repartidos por
33 espaços e instituições da cidade,
entre os quais caves de várias marcas de vinho do Porto, o Convento
Corpus Christi, a Cruz Vermelha e a
organização da Rede Europeia Anti
Pobreza, em
que foi possível refletir
e aprofundar o
tema deste
nacional,
bem como
aprender
mais sobre
o concelho
Gaiense.
O caminho
percorrido
pelos grupos
culminou num
momento de animação missionária
no cais de Gaia, bem junto ao rio
Douro, com vista privilegiada para
o casco histórico do Porto, em que
os Jovens Sem Fronteiras, fazendo
jus à sua identidade, demonstraram
perante aqueles que por ali passavam a alegria de se ser cristão,
havendo, no final, lugar à tradicional foto de grupo.
Terminada a missão no cais, todos
os jovens rumaram à Igreja de
Santa Marinha, onde puderam
vivenciar um momento mais contemplativo, com a oração ao estilo
de Taizé. Num ambiente com pouca
luz, os cânticos com refrões facilmente identificáveis, as passagens
bíblicas e as preces procuraram
transmitir Sabedoria e Misericórdia.
A noite de sábado pautou-se pela
animação e pelo movimento. A
noite D’ouro ficou a cargo dos
ContraCorrente – Fábrica teatral,
companhia de teatro de Gondomar liderada por António Vieira,
que apresentou interpretações
alternativas de contos tradicionais
e lengalengas, interagindo com o
público, pelo meio, e da Orquestra
Som da Rua, um projeto musical
de inserção social, com origem
no Serviço Educativo da Casa da
Música, no Porto. Dirigida por Jorge
Prendas, a orquestra, composta por
mais de 20 pessoas, desde jovens
a idosos, que colaborou ainda na
decoração do auditório que acolheu
o encontro nacional, tocou alguns
temas, levando, na parte final, os
jovens a transformarem o auditório
numa pista de dança.
Após o espectáculo, decorreram
ainda as apresentações do projeto
“Juntos na aprendizagem”, que visa
o desenvolvimento humano de 110
jovens na paróquia de São José de
Itoculo, em Moçambique, por parte
da Sol Sem Fronteiras, e do MiniPac, uma iniciativa conjunta com o
Centro Padre Alves Correia (CEPAC)
dirigida às crianças das famílias de
imigrantes que são utentes, tendo
sido também mostrado o vídeo das
atividades missionárias (Páscoa
Missionária, Intra-Rail e Semanas
Missionárias) e ouvidos os respetivos testemunhos.
O último dia do encontro nacional iniciou-se com a oração do
grupo que percorreu o caminho de
Santiago, continuou com o testemunho do Padre Almiro Mendes,
atual Director do Secretariado Diocesano das Missões do Porto, que
falou aos jovens sobre como pode
melhorar um cristão e missionário, e terminou com a eucaristia
na Igreja de Santo Ovídio, onde
proporcionou o momento mais
visível de comunhão entre todos
os Jovens Sem Fronteiras, bem
materializado tanto no hino deste
nacional e no hino do movimento,
ecoados bem alto pelas vozes
presentes, como no compromisso
assumido, que faz com que este
encontro seja o ponto de partida
para a missão a desempenhar, ao
longo do ano, por todos os JSF nas
suas paróquias.
11
NOVEMBRO2015
com Robert De Niro e Anne Hathaway
um mês,
um
site
miguel ribeiro
cinema
Lúcia Pedrosa
UM FILME DE NANCY MEYERS
Harambee
www.harambee-portugal.org
Harambee, que é como quem
diz “todos juntos, todos à uma”
na língua suaíli falada em diversos países do leste de África. É o
nome de uma associação nascida por altura da canonização do
fundador do Opus Dei, S. Josemaría Escrivá, em 2002. Trata-se
de uma instituição internacional
que recentemente renovou o seu
site em português e que pode
encontrar em http://harambee-portugal.org. Nos seus objetivos, dois grandes eixos: “Ajudar
África a ajudar-se” e “Comunicar África”. Apostam em projetos educativos, de africanos para
africanos, de modo a que estes
possam construir o seu futuro e se crie e difunda um olhar
positivo sobre África. No biénio
2014/2015, apresentam quatro
projetos apoiados, na Nigéria,
Costa do Marfim, RDC e bolsas
de estudo para sacerdotes em
Roma. Com este relançamento
do site em Portugal, procuram
também candidaturas lusófonas,
mas sempre “propostos por africanos, geridos por africanos, destinados a africanos”.
O estagiário
Missão com
Misericórdia e
Ecologia integral
LIVRO DE TEMAS
Livro de temas preparado para
reflexão em grupo, serve muito bem para uma caminhada
formativa pessoal. Inspira-se
na ‘Alegria do Evangelho’, na
encíclica ecológica ‘Louvado
Sejas’, na vivência do ano da
Vida Consagrada e na aproximação do Jubileu da Misericórdia. Assim, facilmente
percebemos que o livro traz
uma riqueza extraordinária
de conteúdos, sendo muito
actual e desafiante.
Este ‘manual’ é ainda marcado
por outra grande novidade: foi
preparado por muitas pessoas
a pensar em toda a Família
Espiritana, estando disponível
a servir de guia de caminhada
a quantos o queiram meter na
mochila ou no saco de viagem
espiritual. Mas a LIAM e os
Jovens Sem Fronteiras já disseram que este subsídio fará
parte dos seus encontros de
formação, ao longo dos próximos tempos. É um projecto
de comunhão, permitindo uma
Missão de braço dado.
O objetivo desta obra é que
os leitores cresçam na Fé, na
Espiritualidade, na Misericórdia e na Missão.
Nº registo: 101394
Diretor: Tony Neves
Chefe de Redação: Victor Silva
Conselho de Redação:
Tony Neves, Aristides Neiva, Glória Lopes,
Paulo Vaz, Sandra Simões e Victor Silva.
É uma comédia que nos fala do
encontro de gerações e das mais
valias que podem advir daí…Jules
Ostin (Anne Hathaway) é a criadora de um bem sucedido site de
venda de roupas que, apesar de
ter apenas 18 meses, já tem mais
de duas centenas de funcionários. Ela leva uma vida bastante
atarefada, devido às exigências
do cargo e ao fato de gostar de
manter contato com o público. A
empresa, jovem em múltiplos aspectos, adere a um programa de
responsabilidade civil, onde contrata um idoso como estagiário,
numa tentativa de colocá-lo de
volta à vida ativa. Cabe no filme
a Jules trabalhar com o viúvo Ben
Whittaker (Robert De Niro). Ben
leva uma vida monótona e vê o
estágio como uma oportunida-
de de se reinventar. Assim, aos
70 anos, depois de um processo
de seleção, ele entra na empresa
de Jules. Por mais que enfrente
o inevitável choque de gerações,
Ben conquista os colegas de trabalho pela sua atenção, perspicácia, dedicação e discrição. Passa
a ser o “papá” dos jovens, desde
a partilha de filosofia de vida até
sugestões em termos de métodos
de trabalho, conselhos em termos afetivos. Aproxima cada vez
mais de Jules que o vê como um
amigo, conselheiro pessoal e empresarial. Ele, por sua vez, passa
a ter contacto com tecnologias e
redes sociais, chegando a criar a
sua página de face com os mais
novos.
Este filme é uma ode ao encontro e à partilha entre gerações.
Edição LIAM – Missionários do
Espírito Santo.
Em distribuição nos Centros
de Animação Missionária.
Pedidos à Administração da
LIAM.
1 de novembro
Solenidade de
Todos os Santos
3 a 6 de novembro
Assembleia Anual dos
Animadores Missionários
Ad Gentes
Seminário de Vila Real
7 de novembro
Fórum Ecuménico Jovem
Castelo Branco
8 de novembro
Magustos Missionários da
Família Espiritana
24 de novembro
Assembleia Geral da
MissãoPress
Leiria
COMO FAZER-SE MISSIONÁRIO COM OS ESPIRITANOS?
• Em primeiro lugar partilhar e viver a nossa espiritualidade missionária bem como o carisma dos nossos
Fundadores.
• Associar-se a todos os missionários espalhados pelo
mundo inteiro pela oração mais intensa e pela partilha solidária com os projectos missionários de apoio
à Missão que se faz fora de portas
• Fazer-se assinante do nosso Jornal “Ação Missionária” e divulgar a nossa imprensa missionária
• Divulgar e espalhar a nossa Editorial missionária, sobretudos os Calendários e Almanaques das Missões
• Contribuindo para uma Bolsa de Estudos apoiando,
assim, directamente à formação de novos missionários
• Enviando intenções de Missa para serem celebradas
nas Missões. As intenções de missa ajudam muito à
subsistência dos Missionários
publicação mensal de formação e informação missionária
Depósito legal nº 250/82
agenda
• Enviando donativos para apoiar as nossas Campanhas e Projetos Missionários, em nome de Missionários do Espírito Santo através de vale de correio,
de cheque ou de transferência bancária (NIB: 0010
0000 1997 7900 001 18). Se desejar recibo, é só solicitar
Missionários do Espírito Santo
Rua de Santo Amaro à Estrela, 51
1200-801 Lisboa
Tel: 213 933 000
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Propriedade, administração e redação:
Província Portuguesa da Congregação do
Espírito Santo
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Administrador: Nuno Rodrigues
Conselho de Administração:
Nuno Rodrigues, J. Lopes de Sousa, Carlos
Salgado e Casimiro Oliveira
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anual: 7€ avulso: 0,75€
Impressão:
Empresa do Diário do Minho, Lda.
www.diariodominho.pt
Tiragem: 12.000 ex.
Membro de:
Soluções na pág. 3
Na internet:
www.espiritanos.pt
Horizontais: 1. Símios; demorar. 2.
Investia; mijado. 3. Alterado; repetimos. 4. Não menciona; elemento de
formação de palavras que exprime
a ideia de montanha (pl.); pedra de
altar. 5. Nome comum do cloreto de
sódio; indecorosos; ósmio (s.q.). 6.
Aquelas; frutos da macieira; formai
em alas. 7. É desportivo e é Vicente; pai do pai; cumprimentar. 8.
Sepultava; albergado por esmola.
9. Natural da Roménia; a primeira
mulher segundo a Bíblia; anuência.
10. Vereador; disparos; batráquio.
11. O oposto de AM; fábrica de louça
de barro; pelos de certo animais. 12.
Braço de mar; porco; incólume. 13.
Nome feminino; localidade do concelho de Ansião. 14. Casco velho de
um navio; ficara doente. 15. O mesmo que arenosas; moradias nobres.
Verticais: 1. Sugo leite da mãe; actuar; lugar público espaçoso. 2. Tunídeo; toca no campanário; abrir galerias subterrâneas. 3. Cidade do sul
sul de Espanha; fogo; azedo. 4. Obedecem; receio; repercussão. 5. Fêmea
do cão; indigo; nota musical (pl.). 6.
Origem; estrebaria. 7. Apelido; capital
do Canadá; puxam o trenó do “Pai Natal”. 8. Furioso; conforme as normas
morais. 9. Criador de uma obra literária ou artística; aeroplano; a carta
mais alta do baralho. 10. Transmitir
globalmente os elementos constitutivos de um estabelecimento; dureza. 11. Dar gargalhadas; prendei com
elos; terreno plantado de oliveiras.
12. Segundo a tradição é mãe da
Virgem Maria; primeiro rei de Israel;
peixe também conhecido por boga.
13. Caruma; caminhadas; aparelhar o
cavalo. 14. Gosto muito de; adicionar;
cure. 15. Sem espinhos não as há; cidade eterna; lavras.
NOVEMBRO2015
Congregação do Espírito Santo
Rua de Santo Amaro à Estrela, 51 1200-801 Lisboa
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São rosas, senhores
crónica
Aristides Neiva
Foi olhando para o calendário destes dias que
me apercebi da atualidade do milagre das rosas. De facto, no dia 17 de novembro a liturgia
apresenta-nos Santa Isabel da Hungria, tia da
nossa conhecida Santa Isabel de Portugal.
Eu sei que a história do milagre das rosas é-nos
mais familiar pela versão da nossa rainha-santa. Mas contam-nos os hagiógrafos que tal
milagre já ocorrera com a tia antes de se ter
repetido com a sobrinha. Concluímos, pois, que
em Portugal se atualizou um milagre que na
sua versão original acontecera antes em terras
mais a leste. E o caso, como recordais, foi que
indo a santa distribuir pão pelos pobres foi
surpreendida pelo marido que lhe perguntou o
que levava escondido no avental. “São rosas,
senhor”, respondeu ela. E abrindo o avental, no
lugar de pão surgiram numerosas rosas, apesar
de ser inverno.
Não é inédito na história dos santos ocorreram
milagres de transformação, em que o que não
era passou a ser. Também acontecem milagres de multiplicação, em que o que era pouco
de repente passou a ser muito. No caso do
milagre das rosas, porém, reúnem-se os dois
prodígios: o que antes sempre fora pão, sem
dúvidas nem ambiguidades, de repente tornou-se rosa delicada e perfumada. E o que era
poucochinho multiplicou-se em muito.
A história do milagre das rosas, seja com santa
Isabel da Hungria seja com a rainha santa de
Portugal, não conta o que se passou depois
com tais rosas: se voltaram a ser broa ou se
rosas se murcharam. O que sabemos é que
naquela hora de espanto aconteceu o que ninguém previra: o povo estava à espera de pão
mas a nobreza deu-lhe rosas.
Felizmente este milagre foi sempre visto como
uma lenda e não um acontecimento real. Caso
contrário, como havíamos de compreender que
ao povo fosse retirado o pão prometido para
que uma nobreza enganasse outra com rosas?
Teríamos, pois, um dos mais espantosos mas
mais tristes milagres da história.
Ele há cada lenda!…
Crónicas com Missão
D. António Francisco,
bispo do Porto, apresentou o novo livro do
P. Tony Neves “Crónicas com Missão 2”.
O lucro das vendas
reverte para a construção do primeiro seminário espiritano em
Moçambique.
Álvaro Rocha
Pároco da
Foz do Sousa
Sexta, noite de
16 de outubro! O
salão da Igreja de
Santo Ovídio em
Jancido - Gondomar
(donde o Padre Tony é
natural) estava cheio e animado! Muitas presenças: o diretor do secretariado diocesano das
missões, o pároco e outros sacerdotes, jovens
Espiritanos professos, grupos missionários, os
Jovens Sem Fronteiras da paróquia, representantes da junta, paroquianos e, especialmente,
os familiares do Padre Tony Neves. O convite
feito à comunidade e a amigos resultou, preparando-nos para o Dia Mundial das Missões. E
assim tudo nos ajudou a acolher com muita alegria e gratidão o lançamento de um novo livro
do Padre Tony “Crónicas com Missão 2”.
Bispo incentiva à Missão
Crónicas por Moçambique
A presidência da noite estava reservada
ao nosso Bispo do Porto: tal como no livro, o
Sr. D. António Francisco veio falar da missão,
seja na vida e atividade do padre Tony, seja na
nossa diocese que faz da alegria do Evangelho a sua missão. Insistiu no dinamismo missionário que toda a Igreja deve desenvolver,
a começar pelos nossos locais de residência,
de trabalho ou de lazer. E apontou o exemplo
do Padre Tony que, primeiro em Angola e depois em Portugal, e das mais variadas formas,
sempre se fez próximo de todos. Apontou aos
presentes o caminho da missão que se perspetiva para a Diocese do Porto, que há-de
passar por um sínodo diocesano lá para 2020;
para já, a missão conjuga-se com misericórdia, conforme nos propõe o papa Francisco.
Todos ficamos estimulados pela simpatia e
pelo encorajamento de D. António Francisco.
Veio, depois, a palavra do Padre Tony agradecendo a todos e testemunhando os seus 26
anos de padre missionário: seriam, aliás, os
seus quatro sobrinhos a ler as suas 25 linhas
de missão. Falou da missão que precisamos
de fazer por cá e sem esquecer os que estão
longe: nesse sentido, oferece o lucro do seu
livro para a construção do primeiro seminário espiritano em Moçambique. Manifestou
quanto nos tem no seu coração e recordou o
Papa Francisco, a jeito de desafio, que nos sugere sermos construtores de pontes.
A sessão terminou em oração, com a bênção do nosso Bispo e com o canto do coro paroquial, que também abrira a noite. Mas ainda
houve tempo para um porto de honra onde
a amizade e a missão nos aproximou. Noite
cheia e animada, com um livro, um testemunho e um missionário!
Museu Abade
de Baçal
etc...
J. C. Fernandes
O museu Abade de Baçal
é um edifício do séc. XVIII
situado no centro histórico
de Bragança. Foi fundado
em 1915 e está sediado
no antigo Paço Episcopal
desta cidade. O seu
espólio integra coleções
de arte sacra, esculturas
barrocas, arqueologia,
epigrafia, ourivesaria,
numismática, etnografia e
pintura, entre outras obras,
quadros de Malhoa, Abel
Salazar e 70 desenhos de
Almada Negreiros. Tem
diversas oficinas didáticas
de expressão plástica e
artística em diversos ATL
para crianças na época
do Natal, na Páscoa e no
Verão.
Rua Abílio Beça, 27 - 5300–011 Bragança
www.mabadebacal.com

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