Embraer
Transcrição
Embraer
A EMBRAER e as atuais negociações do Setor Aeronáutico na OCDE Henrique Costa Rzezinski Vice-Presidente Sênior de Relações Externas Painel I: Competição Internacional e a crescente participação brasileira no processo regulatório nos organismos internacionais. Seminário Serviços Financeiros e Internacionalização de Empresas Brasileiras – Políticas Publicas e estratégias privadas – São Paulo, 29. de Maio de 2007 A EMBRAER Aspectos Relevantes • Resultado bem-sucedido de um Projeto Estratégico do Estado Brasileiro • Uma das principais fabricantes de aeronaves comerciais no mundo • Domínio do Ciclo Tecnológico • Significativa participação de mercado • Base global de clientes • Mais de 20.000 empregados (mar. 2007) • Importantes parceiros de renome mundial • Excelente performance financeira • Maior empresa exportadora do Brasil em 1999, 2000 e 2001 • Investment Grade – Moody’s Investor Service e Standard & Poor’s • Uma corporação de capital pulverizado, sem grupos controladores Atuação com Base Global Unidades no Brasil, EUA, Europa e Ásia França EUA Villepinte Nashville Fort Lauderdale Portugal China Pequim Harbin Alverca Brasil Cingapura Cingapura Gavião Peixoto Botucatu São José dos Campos 4 Portfolio de Produtos De 1997 ... ... a 2007 Família ERJ 145 EMB 120 ERJ 135 ERJ 145 ERJ 140 ERJ 145 XR Família EMBRAER 170/190 EMBRAER 170 EMBRAER 175 EMBRAER 190 EMBRAER 195 EXECUTIVO ERJ 145 PHENOM 100 PHENOM 300 LINEAGE LEGACY DEFESA AMX ALX AEW ISR AMX / A-1M 5 As Negociações da OCDE 6 Competição no mercado aviação comercial (1) Segmento de mercado (número de assentos por aeronave) 30P 50P ERJ 135 ERJ 140 ERJ 145 70P 90P 110P 130P EMBRAER170 EMBRAER190 EMBRAER175 EMBRAER195 A318 A319 737--700 737 737-600 737717--200 717 CRJ--200 CRJ CRJ--440 CRJ CRJ--700 CRJ CRJ--900 CRJ 7 Competição no mercado de aviação comercial (2) Q Parte importante dos financiamentos de aeronaves é estruturada pelas ACEs (Agências de Crédito às Exportações), cujas regras são estabelecidas por acordos internacionais negociados pelos Países na OMC e na OCDE e implementados por essas ACEs. • BNDES, SBCE e STN: Brasil • US Exim Bank: USA • EDC: Canadá • Coface, ECDG e Hermes:CE Q O Brasil não é membro da OCDE e portanto segue as regras de financiamento oficial do Acordo de Subsídios da OMC. Q O Acordo de Subsídios da OMC, por sua vez, faz referência a determinados parâmetros de taxas de juros do Acordo da OCDE, estes últimos aplicáveis aos financiamentos oficiais concedidos pelo BNDES. Q A participação na negociação destes acordos é um ponto relevante na agenda de Política Comercial do Brasil e conta com a participação ativa da EMBRAER. 8 Competição no mercado de aviação comercial (3) 1. 2. Condições de Financiamento: Q Hoje, Boeing e Airbus exportam aeronaves comerciais com financiamento das suas Agências de Crédito às Exportações em condições de financiamento muito abaixo das concedidas pelo Brasil. Q Numa simulação de uma aeronave de USD 28 Milhões, com prazo de financiamento de 12 anos, 85% de valor financiado, Prêmio de Seguro de Crédito de 2%, a prestação mensal oferecida pela Boeing/Airbus seria de USD 227.000,00. Q Nas mesmas condições, consideradas as taxas de juros praticadas pelo Mercado (Treasury + 1,8%), a aeronave de mesmo valor, oferecida pela EMBRAER teria prestações de USD 246.000, ou seja 9% acima do valor oferecido pelo seu concorrente. (e.g. companhias com risco de crédito B~B-). Risco: Q No sistema atual, o prêmio de risco de crédito cobrado pelas ACEs Européias e Americana não varia com o risco do tomador de crédito. 9 Participação no processo regulatório Q Assim, é nesse ambiente de desequilíbrio de competição que o Entendimento setorial sobre Créditos à Exportação para Aeronaves Civis da OCDE (“arrangement”) está sendo revisado. Q O Brasil, apesar de não ser membro da OCDE, foi convidado a participar da revisão do Arrangement (2004) Q O convite feito ao Brasil foi aceito com 3 condicionantes: a) Brasil deveria ser considerado um negociador pleno b) Brasil poderia sair das negociações em qualquer momento, caso não concorde com o rumo das negociações c) Brasil decidirá assinar o Arrangement apenas ao final das negociações. Q Dada a representatividade de seus membros na indústria aeronáutica, a AWG (Aviation Working Group) solicitou e obteve status de observador durante as reuniões da OCDE e hoje é o principal órgão assessor da revisão do Arrangement. 10 O Atual Acordo da OCDE Q O atual Entendimento Setorial sobre Créditos Exportação Aeronaves Civis da OCDE (Arrangement): à Disciplina créditos à exportação em duas categorias de aeronaves: 30-70 pax e acima 70 pax (Large Aircraft). à Define condições de financiamento: taxa de juros, cobertura e prazo máximo de amortização. à Permite a concessão de apoio oficial através de financiamento direto ou seguro de crédito, não vinculado com o risco da transação (potencialmente inconsistente com as regras da OMC) Q Como o Brasil não é membro da OCDE, apenas os dispositivos de taxas de juros do atual Arrengement são aplicáveis em operações envolvendo apoio oficial. Q Isso ocorre porque o Brasil está sujeito ao Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias da OMC, que prevê duas formas de apoio oficial em créditos à exportação: ü Operações em níveis de mercado ü Operações dentro do “porto seguro”da OCDE (apenas os dispositivos de taxas de juros) 11 Os Princípios das Negociações da OCDE Q No início das negociações em 2005, a AWG se reuniu e estabeleceu como consenso da indústria 3 princípios básicos, que foram adotados pela OCDE nas negociações intergovernamentais: 1. “Neutralization of Export Credits consideration in Aircraft Equipment Acquisitions (Princípio do Level Playing Field – (*)) 2. Minimization of Competition between Export Credit and Commercial Financing while ensuring the availability of necessary levels of export credit capacity on risk-adjusted terms (Princípio de Minimizar Competição das ACEs com o Mercado) 3. Objectivity, clarity and contemplated mechanism to address differences in export credit practice.” (Princípio da Simplicidade) (*) - O Princípio do “Level Playing Field” é o conceito mais importante nas negociações porque estabelece que numa mesma transação todos os competidores devam oferecer as mesmas condições financiamento. 12 O Princípio do Level Playing Field Q A principal proposta para o acordo é o estabelecimento de um “Level Playing Field” entre as ACEs. Q Para se alcançar um campo nivelado de jogo (“Level Playing Field”) em créditos à exportação, os governos têm discutido o questão do chamado Pricing da operação, que prevê as seguintes características: ü Propõe diferentes taxas de juros paras diferentes categorias de risco ü Contém uma equivalência financeira entre os provedores de financiamento direto e de garantias de crédito. ü Estabelece um piso de pricing para as operações de financiamento às exportações Taxas de Juros Risco 13 Outras questões em discussão ü Além de Pricing, estão sendo discutidos diversos outros assuntos na negociação do Acordo da OCDE tanto em nível do setor privado quando em nível Governamental. Os principais temas são: • Home Market Rule: Definição dos produtos competidores na regra para evitar o desequilíbrio na concorrência em financiamentos nos mercados domésticos. • Regras de Transição: Definição de como será a transição das regras do atual Arrangment para a nova versão. • Classificação de Aeronaves: Definição de quais tipos de aeronaves serão classificadas como Large Aircraft e quais serão os chamados Regional Aircraft (ou other aircraft) • Classificação de risco: Definição do sistema de avaliação de risco das transações. 14 Atuação brasileira no processo regulatório ü Discussões no setor privado através da participação no Aviation Working Group. ü Criação do Grupo Técnico Brasil sob coordenação do MRE nas negociações na OCDE, do qual fazem parte: ü Ministério Relações Exteriores (SGET) ü Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior ü Ministério da Fazenda (STN) ü BNDES ü SBCE ü Embraer ü Como variável estratégica, entendemos como fundamental aliarmos a atuação coordenada nos foros empresarias à estratégia de apoio ao Governo Brasileiro na tomada de decisões nas Negociações Internacionais. 15 Conclusões: Q Não é suficiente ser competitivo pois as variáveis oriundas dos acordos internacionais podem distorcer significativamente as condições de competitividade. Q A negociação da OCDE é um tema de vital importância para o futuro da Embraer dados os impactos que trará na dinâmica de competição entre os diferentes fabricantes na área de créditos às exportações. 16 Obrigado!