Daniela de Cássia Santos Brito

Transcrição

Daniela de Cássia Santos Brito
Expediente
Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira (ADITM)
Diretoria Executiva
Presidente
Daniela de Cássia Santos Brito
Prefeita de Monteiro Lobato (SP)
Márcio Barros Ribeiro
Cristina (MG)
Maria de Lourdes das Neves
Gonçalves (MG)
Vice-presidente
João Mauro Bernardo
Prefeito de Brazópolis (MG)
Rodrigo Imar Martines Riera
Itajubá (MG)
Tesoureiro
Antônio Carlos Silva
Prefeito de Piranguinho (MG)
Edição
Diagrarte Editora Ltda-ME
www.diagrarte.com.br
(35) 9982-1806 / 3622-7406
Secretários Executivos
André Barreto
Monteiro Lobato (SP)
Cleber Marinho da Cruz
Piranguinho (MG)
Lúcia Maria Frozino
Campos do Jordão (SP)
Ricardo Bustamante de Almeida
Pedralva (MG)
Agente de Promoção
Rodrigo Ramos dos Santos
São José dos Campos (SP)
Coordenadora do Observatório
Jussara Rocha
Belo Horizonte (MG)
Prefeitos
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Piranguçu (MG)
Carlos José de Almeida
São José dos Campos (SP)
Frederico Guidoni Scaranello
Campos do Jordão (SP)
Guy Junqueira Villela
Carmo de Minas (MG)
Joel Silva
Pedralva (MG)
Projeto gráfico e
Jornalista Responsável
Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)
Revisão
Marília Bustamante Abreu Marier
Colaboraram com informações
André Barreto, José Maurício Carneiro,
Jussara Rocha, Lúcia Maria Frozino,
Márcia Azeredo, Ricardo Bustamante
de Almeida, Rodrigo Ramos e Silvania
Soares de Carvalho.
Sites
www.brasilproximo.com
www.secretariageral.gov.br.
Fotos
3a capa: Ricardo Martins, do livro “Amantikir,
a serra que chora”. www.ricardomartins.org.
Todas as demais imagens utilizadas são
originárias do Banco de Imagens da ADITM,
do Banco de Imagens das Prefeituras Associadas, do Banco de imagens do CTCSM e
de Arquivo Pessoal.
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Palavra da Presidente
Somos mais próximos
A Associação de Desenvolvimento Integrado do Território Mantiqueira (ADITM)
completou, em 2015, 10 anos de fundação. Em todo esse período muitos trabalharam arduamente nos desafios da gestão pública e na busca de oportunidades para
nossa Serra da Mantiqueira, território de beleza, natureza e inúmeras possibilidades para o turismo integrado.
Dois importantes estados do Brasil, São Paulo e Minas Gerais, representados
pelos municípios de Monteiro Lobato, Brazópolis, Campos do Jordão, Carmo de Minas, Cristina, Gonçalves, Itajubá, Pedralva, Piranguinho, Piranguçu e São Francisco
Xavier (Distrito de São José dos Campos), foram os protagonistas do Programa de
Cooperação Descentralizada “Brasil Próximo”, que nos aproximou da Itália e Região
da Toscana país de cultura e história inigualável, para contribuir para o desenvolvimento de nossa Serra da Mantiqueira e permitir novas perspectivas e experiências
relacionadas ao turismo. O legado desta experiência foi de extrema importância
para nosso crescimento, aprendizado e principalmente por estabelecer diretrizes
de organização, coleta de dados e promoção do turismo de forma integrada e sustentável, baseados em modelos efetivos aplicados na Itália e Região da Toscana.
A cooperação do Programa Brasil Próximo também possibilitou o amadurecimento de nossa Associação. Foi através dessa experiência que nossos gestores públicos tiveram de fato a dimensão da importância do turismo para nossa região. Essas ações são verdadeiras conquistas para as 11 cidades que atualmente compõem
a ADITM e é a certeza da continuidade das ações de fomento e desenvolvimento.
O intercâmbio de culturas, técnicas e modelos de trabalho entre Brasil e Itália, ou Mantiqueira e Região da Toscana, foi, sem dúvida, um marco para nossa Associação. Além de abrir inúmeras portas ao mercado nacional e internacional, nos
permitiu vivenciar de fato o que é o Turismo Integrado e como podemos trabalhar
juntos em diversas esferas: entre vários municípios, entre dois países e entre muitos
e diferentes olhares.
Foi uma honra pertencer ao Programa de Cooperação Descentralizada “Brasil
Próximo” e neste sentido deixo meu agradecimento em nome de todos da Serra da
Mantiqueira, em especial para a COSPE, a Secretaria da Presidência da República e a
Regione Toscana. Todos contribuíram de forma efetiva para os bons resultados que
estamos vivenciando. Esperamos que o Território da Mantiqueira também tenha
contribuído e superado a expectativa deste Programa, na certeza de que estaremos
sempre dispostos a continuar trabalhando juntos em prol das boas práticas do turismo sustentável. Encerro minhas palavras citando a frase do escritor José Bento
Monteiro Lobato, pai da literatura infantil brasileira e patrono do meu município.
“Um país não se mede pelo tamanho de seu território, mas pelo trabalho que realiza e
qualidade de sua gente”.
Nosso sincero agradecimento a todos!
Daniela de Cássia Santos Brito
Presidente da Associação de Desenvolvimento Integrado do Território Mantiqueira
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Apresentação
Programa Brasil Próximo
O Programa Brasil Próximo de Cooperação Internacional trata-se de uma parceria entre os estados da Itália Central (Umbria, Marche, Toscana, Emilia-Romagna e
Liguria) e o governo brasileiro, com objetivo de viabilizar projetos de cooperação
com foco no desenvolvimento local, em parceria com estados e municípios brasileiros. Tem como proposta valorizar competências específicas e iniciar o intercâmbio
de experiências de políticas públicas bem-sucedidas brasileiras e experiências italianas no campo do desenvolvimento regional integrado, viáveis para serem implementadas em alguns territórios brasileiros.
Inspiradas pela visão comum de que “um novo mundo é possível” do primeiro Fórum Social Mundial de Porto Alegre (2000),
os estados italianos, comprometidos com a promoção de parcerias no setor da economia social e de cultura com os governos
locais no Brasil, deram início ao intercâmbio de experiências sobre as questões do desenvolvimento econômico local, políticas
sociais e culturais.
Em 2002, os estados de Umbria e Marche promoveram dois
seminários no Brasil. O primeiro em Recife (PE), com o tema “Governo local, participação dos cidadãos e políticas públicas para
a inclusão social”, com foco no desenvolvimento das empresas
sociais. O segundo, realizado em Porto Alegre, teve como tema
“Brasil-Itália: uma escolha para o desenvolvimento local”.
A partir daí foram criadas diversas parcerias entre as cidades
de Porto Alegre e Caxias do Sul (RS), Piracicaba e Rio Claro (SP), Uberlândia e Juiz
de Fora (MG), e Recife (PE) e os estados italianos Marche, Umbria e Toscana. Foram
assinados protocolos e memorandos visando promover, principalmente, projetos
de desenvolvimento local.
Em 2003, as parcerias se intensificaram diante de um quadro de relações formais
entre governos e novo protocolo foi assinado. Entre as ações previstas estavam:
ªª O apoio às políticas sociais;
ªª A promoção do desenvolvimento local, facilitando a troca de experiências
entre as agências e entre as pequenas e médias empresas;
ªª O apoio à inovação e reestruturação dos sistemas de produção, com a criação de formas alternativas de emprego; e
ªª A melhoria dos serviços públicos locais.
Tal iniciativa resultou na assinatura de um memorando durante o Seminário Internacional Brasil-Itália: a importância das cidades no desenvolvimento local. Neste
período uma delegação de 30 representantes de entidades públicas e privadas brasileiras realizou visita técnica às regiões italianas.
Em 2004, foi assinado na Itália, os termos de colaboração entre o governo brasileiro e a Umbria, a Toscana e o Marche, dando início ao projeto de cooperação
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descentralizada “Percurso de Colaboração para a Implementação de Políticas de
Desenvolvimento Local Integrado entre os Estados Marche, Toscana, Umbria, Emilia-Romagna e a Presidência da República Federativa do Brasil”.
Um seminário de formação para técnicos do governo federal e de municípios
com o objetivo de definir metodologias e instrumentos baseados na experiência
que as regiões italianas adquiriram ao longo dos anos em desenvolvimento local,
ocorreu em 2004.
O interesse da parte brasileira por estas regiões italianas foi o de conhecer e
aprender sobre as práticas lá aplicadas ao turismo, como: planejamento territorial
consensuado, diversificação produtiva e serviços destinados ao crescimento das
pequenas e médias empresas, cooperativismo e outras formas associativas de produção, marketing territorial e de qualificação da oferta de bens e serviços regionais,
projetos de qualidade total e de imagem de excelência territorial, economia, cultura
e valorização econômica dos recursos territoriais, sobre o prisma do desenvolvimento sustentável, do diálogo público-privado, da valorização do Terceiro Setor e
da construção de sistemas integrados de intervenções e prestação de serviços sociais a nível de território.
A cooperação descentralizada italiana é baseada na reciprocidade e no interesse mútuo das partes; está estreitamente ligada ao território; dirige suas ações a
partir das exigências expressas por ele e considera fundamental a parceria entre os
territórios, bem como a valorização das competências e especificidades.
O projeto de cooperação foi articulado em quatro componentes: desenvolvimento local, economia da cultura, políticas sociais e cooperativismo, e teve por objetivos:
ªª Difundir e adaptar instrumentos, políticas públicas e estratégias utilizadas
pelos estados da Itália Central para a promoção do desenvolvimento local
e regional, sobretudo no que diz respeito à pactuação política, institucional
e social que está na base do crescimento econômico e da coesão social do
território;
ªª Fortalecer a articulação entre as diferentes esferas de governo envolvidas
no Protocolo, assegurando maior coordenação entre os atores envolvidos
em diversas escalas territoriais no país;
ªª Capacitar representantes dos ministérios e outros organismos do Executivo
Federal nas áreas de planejamento integrado das políticas sociais, economia
da cultura e cooperativismo.
As linhas de atuação previstas no Acordo de Cooperação com os estados italianos formaram uma estratégia de desenvolvimento com as seguintes metas:
ªª Promover e qualificar os serviços de apoio às pequenas e médias empresas;
ªª Elaborar estudos de viabilidade para facilitar as condições de intercâmbio
dos setores produtivos;
ªª Elaborar metodologias de planejamento territorial integrado e reorganizar
os serviços públicos locais;
ªª Desenvolver instrumentos metodológicos para a integração das políticas sociais com especial referência aos territórios;
ªª Promover cultura, turismo e formação.
Os territórios, propostos pelo Brasil e aprovados pelos estados italianos, foram:
Manaus e Alto Solimões (Amazonas), Serra das Confusões (Piauí), São Carlos e Ara4
raquara (São Paulo), Bagé e Santa Maria (Rio Grande do Sul) e Mantiqueira (São
Paulo e Minas Gerais, com previsão de inclusão do Rio de Janeiro).
Em setembro de 2009, o Ministério dos Assuntos Exteriores da Itália aprovou
financiamento a fundo perdido de sete milhões de euros (triênio 2010-2013) para
atividades e ações dos projetos da parceria com o Brasil, desde então denominado
Programa Brasil Próximo.
Em outubro de 2009, realizou-se em Campos de Jordão (SP) um Seminário sobre Economia do Turismo com a participação de prefeitos e técnicos de 17 cidades
da Serra da Mantiqueira.
Em novembro de 2009, uma portaria instituiu a secretaria executiva responsável pela coordenação da Comissão Intersetorial, presidida pela Secretaria-Geral da
Presidência da República e formada por representantes da Secretaria de Relações
Institucionais da Presidência da República, pelo Gabinete Pessoal do Presidente da
República e da Secretaria-Geral.
Na Itália, a coordenação é realizada por representantes da direção-geral de
Cooperação para o Desenvolvimento do Ministério dos Assuntos Exteriores, representantes de cada um dos estados e da Embaixada da Itália no Brasil.
As missões técnicas para a Itália iniciaram-se em julho de 2010 com técnicos dos
municípios e universidades do projeto do Centro Paulista. Em setembro, foi a vez
da missão institucional sobre Fundos Garantidores; em outubro, a de técnicos de
turismo do Projeto da Serra da Mantiqueira e, em novembro, a missão técnica/institucional do Projeto de Valorização da Cadeia do Azeite Extravirgem da Região da
Campanha (RS).
O Projeto da Serra da Mantiqueira tem como finalidade auxiliar os municípios no
que diz respeito ao desenvolvimento integrado do Território Mantiqueira, referente
à implementação do programa de desenvolvimento regional integrado. A iniciativa
tem como eixo principal o turismo, a agricultura, o artesanato e a cultura, com atenção especial à melhoria das condições de vida da comunidade local. A estratégia foi
a de envolver os atores locais, públicos e privados (municípios, órgãos do governo
estadual e federal, sindicatos, associações comunitárias e culturais, ONGs, empresas privadas e universidades), na definição das políticas.
Com o apoio dos representantes da Toscana desenvolveu-se uma ação propositiva e de acompanhamento para criação de instância, para promover e coordenar a
oferta turística na Serra da Mantiqueira, com os seguintes objetivos:
ªª Criar portal turístico do território para dar visibilidade turística e comercial à
iniciativa por meio da internet e coordenar ações promocionais.
ªª Criar um observatório sobre turismo para implementar um sistema de monitoramento da demanda e da oferta turística do território com a finalidade
de realizar a identificação quantitativa e qualitativa dos fluxos turísticos.
ªª Realizar mapeamento do mercado turístico da Mantiqueira mediante a instrumentação para identificar dados quantitativos e qualitativos, relativos
aos territórios de vocação turística visando ao aprimoramento das políticas
federais e das intervenções de desenvolvimento turístico em nível local;
ªª Reforçar as capacidades de gestão dos sujeitos públicos e privados que participam do desenvolvimento territorial turístico e nos setores coligados.
O Programa Brasil Próximo, previsto para 10 anos, encerra suas atividades em
outubro de 2015.
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Serra da Mantiqueira
A Serra da Mantiqueira está localizada na região Sudeste do Brasil e se estende
por três estados: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Seu nome, dado pelos índios tupi-guaranis, primeiros habitantes desta região, significa “lugar onde nascem
as águas” ou “serra que chora”, devido à grande quantidade de nascentes e riachos
encontrados em suas encostas.
Seu nome indica uma de suas maiores riquezas, as fontes de água potável. Inúmeras bacias hidrográficas do Sudeste possuem suas nascentes na Mantiqueira.
Seus riachos formam o Rio Jaguary, o Rio Paraíba do Sul e o Rio Grande.
Além da água, possui uma das mais importantes cadeias de montanhas sulamericanas, com altitudes entre 700 m a 2.798 m. Na região se encontram os ecossistemas da Mata Atlântica, um dos principais sistemas florestais dos trópicos. Falar
na Mantiqueira significa falar em meio ambiente, ecossistema e preservação.
A Serra da Mantiqueira foi eleita em 2014, a 8ª área Protegida Insubstituível da
Terra, pela International for Conservation of Nature (União Internacional para Conservação), por seu ecossistema, fauna e flora com risco de extinção.
Parte da Serra da Mantiqueira está inserida em um conjunto de áreas protegidas, como as Unidades de Conservação APA (Área de Proteção Ambiental) da Mantiqueira, Floresta Nacional de Passa Quatro, Parque Estadual da Serra do Papagaio,
Parque Nacional de Itatiaia, Parque Estadual de Campos do Jordão.
Em breve retrospectiva histórica, observamos que com a colonização, esta área
de floresta e mata densa, começou a ser devassada pela procura do ouro, a implan-
tação das primeiras vilas, a agricultura de subsistência, a monocultura, a criação de
gado, a extração de madeira, industrialização, e hoje, encontram-se por toda sua
extensão pequenas e médias cidades. Ao mesmo tempo os povos que aqui chegaram trouxeram suas heranças e costumes culturais e ao colonizarem a região desenvolveram suas tradições, com grande diversidade cultural, gastronômica e histórica, apreciadas pelos turistas.
Há um caminho a percorrer para conscientizar a população local sobre a riqueza
de suas tradições e como a preservação ambiental é de suma importância para o desenvolvimento econômico da região através do turismo, haja vista a procura pelos
Parques Nacionais e Unidades de Conservação.
Resgatar os corredores ecológicos para preservação da fauna e flora trará mais
turistas de observação além da possibilidade de extrativismo da floresta em pé,
de forma sustentável. A preservação da água, hoje tão essencial, também precisa
da floresta. Quanto mais verde a Serra da Mantiqueira voltar a ter, mais riquezas
poderá gerar com equilíbrio e harmonia com a Natureza. Na atualidade somos convidados a aprender a utilizar o que cada região oferece em todos os seus aspectos
e não mais colocar tudo abaixo e introduzir algo que não é dali. É esse diferencial
que o turista busca!
Perceber, aproveitar e criar políticas de preservação e desenvolvimento valorizando todos estes aspectos em potencial, como por exemplo, o turismo ecológico, rural, de aventura, desportivo, gastronômico, religioso, cultural, de ensino,
de negócios, etc., para sustentar e alavancar uma oferta turística combinada, diferenciada territorialmente e não concorrente entre os vários destinos da região é a
grande ferramenta para o desenvolvimento socioeconômico dos municípios que
fazem parte de um Território ou Circuito Turístico. A cadeia do turismo, vista como
um instrumento de desenvolvimento sustentável é aquela que pode envolver indistintamente toda a região e setores da economia com a participação dos atores públicos, privados, associações e principalmente o envolvimento da população, este é
o desafio do Território da Mantiqueira, mas também a sua grande riqueza! Ter uma
marca de Território dando espaço às características de cada município, esta é a beleza da diversidade da Serra da Mantiqueira, um só Território com muitos destinos...
Toscana
A Toscana é conhecida no mundo por ser uma região que fez do “bem viver” o
seu lema. Com lugares característicos, com colinas e povoados históricos, tornou-se
ícone da beleza e da harmonia, num imaginário coletivo que extrapola as fronteiras
físicas da região e adquire vida na literatura, no cinema e na publicidade, num modelo de vida ideal e dimensão espaço-temporal particular, onde se cria uma ponte
imaginária entre um passado constituído por personagens importantes tais como
Dante, Michelangelo, Leonardo da Vinci, Galileo Galilei, e por grandes ideias, tais
como aquelas do Humanismo e da Renascença, e uma realidade atual que, com a
sua harmonia e ritmos lentos, permite reconhecer as características deste passado.
A região da Toscana situada em território de quase 23.000 km2, possui uma economia aberta e sustentada pela exportação e pelo fluxo turístico (segundo dados
oficiais, os pernoites superam os 40 milhões, cuja metade é de turistas estrangeiros), e pelas quase 400 mil empresas (a maior parte pequenas e micros). A taxa de
empreendedorismo é de uma empresa para quase 10 habitantes.
A Toscana conta com um modelo de desenvolvimento com fundamentos válidos, que mostra fortes elementos de sustentabilidade, cuja linha vital provém, além
da vivacidade de tantas pequenas empresas em atividade na região, de recursos
importantes tais como a cultura, o conhecimento, o gosto, o ambiente, a paisagem,
a identidade e a imagem, aspectos nos quais a região sempre investiu.
Como demonstrado pela boa dinâmica dos fluxos turísticos do exterior, e dos
níveis de exportação, mesmo durante a crise, a região conseguiu valorizar economicamente a própria beleza e criatividade, seja trazendo turistas para os seus pontos
de atração (cidades de arte, campo, termas, mar, montanha), seja comercializando
produtos muito ligados à região e seu estilo de vida. Basta pensar na gastronomia
de excelência e no vinho, nos objetos de decoração e arte e outros produtos artesanais locais.
Com base na própria experiência, a Toscana deposita grande confiança num
modelo integrado e sustentável de desenvolvimento turístico, que orienta a sua atividade de cooperação exterior neste sentido, conforme um projeto ideal que acredita num mundo melhor e no qual o turismo torna-se um modo de valorizar cada
lugar em sua singularidade e melhorar as condições de vida das comunidades locais.
A participação da Região no Programa Brasil Próximo é um exemplo disso.
As cidades que compõem o
Território da Mantiqueira
O Território da Mantiqueira, composto inicialmente por 15 municípios, 12 do
Estado de Minas Gerais (Sapucaí Mirim, Gonçalves, Paraisópolis, Piranguçu, Brazópolis, Piranguinho, Itajubá, Maria da Fé, Cristina, Carmo de Minas, São Lourenço e
Caxambu) e 3 do Estado de São Paulo (Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal
e São Bento do Sapucaí), interligava cidades do percurso entre Campos do Jordão
(SP) – estância climática e Caxambu (MG) – estância hidromineral, região que já
recebia bom fluxo de turistas.
Nestes 10 anos, a configuração foi sendo alterada e hoje o Território da Mantiqueira gerido pela ADITM (Associação de Desenvolvimento Integrado do Território
da Mantiqueira) é composto por 11 municípios, sendo 8 mineiros (Gonçalves, Piranguçu, Brazópolis, Piranguinho, Itajubá, Pedralva, Carmo de Minas e Cristina) e 3
paulistas (São Francisco Xavier – distrito de São José dos Campos, Monteiro Lobato
e Campos do Jordão).
Municípios integrantes em 2005
Municípios integrantes em 2015
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A veia turística desta região é ativa por se tratar de municípios de pequeno porte que possuem riquezas e belezas naturais únicas, o que possibilita o desenvolvimento do turismo de observação, aventura, ecoturismo, além do turismo ligado às
tradições, de patrimônio cultural e arquitetônico, e rural, com produção agrícola orgânica, extrativismo, fruticultura (frutas vermelhas e de clima temperado), piscicultura, olivicultura, cafeicultura, agroindústria e artesanato. Destaque para os cafés,
azeites, cervejas e cachaças especiais, artesanato com fibra de banana, café, taboa,
cana, milho e bambu e a riqueza de água mineral com propriedades específicas.
Dentro deste rico universo encontramos limitações geográficas e políticas, que
para o Território da Mantiqueira se tornou um desafio positivo de trocas de experiência bem como de ajustes. Vamos conhecer como funciona a Política do Turismo.
A Política Nacional de Turismo do Governo Federal instituiu o Programa de Regionalização do Turismo em 2003. O turismo passou a ser desenvolvido do ponto de
vista de regiões organizadas e não mais como municípios individuais. Esta política
trouxe uma maior integração e colaboração entre os municípios que se agruparam
em regiões com afinidades culturais, sociais e econômicas e passaram a organizar e
desenvolver a atividade turística regional de forma sustentável, consolidando uma
identidade para a região sem perder suas características municipais.
Apesar do Plano de Regionalização ser Federal, os Estados trabalham com ele
de forma diferenciada. Em Minas Gerais, por exemplo, a regionalização foi instituída
pelo Decreto de Lei n° 43.321/2003, que regulamenta e reconhece os Circuitos Turísticos através do processo de Certificação na Secretaria de Estado de Turismo de
Minas Gerais (SETUR). Estes Circuitos Turísticos são associações sem fins lucrativos
que agrupam municípios ligados por divisas territoriais e que possuam afinidades,
como preza o Plano de Regionalização e recebem fundos dos municípios que os
integram para a execução de suas atividades, bem como do setor privado. Após
certificados, os Circuitos passam por recertificação anualmente, com apresentação
de um dossiê comprovando suas atividades à SETUR. Para receber o repasse do governo estadual de ICMS Turístico, instituído em 2009, os municípios mineiros devem
comprovar como requisitos mínimos, participar do Programa de Regionalização do
Turismo da SETUR, através de associação a um Circuito Turístico, possuir uma política municipal de turismo e possuir e manter em regular funcionamento o Conselho
Municipal de Turismo e o Fundo Municipal de Turismo, desenvolvendo assim, programas e projetos voltados para o desenvolvimento turístico sustentável.
Já a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, criada em 2011, tem por função promover o turismo como atividade econômica de forma estratégica, contribuindo para a geração de emprego, renda e desenvolvimento em todo o Estado.
Sua estrutura envolve o Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias
(Dade), o Conselho Estadual de Turismo, o Conselho do Turismo Regional, e a Companhia Paulista de Eventos e Turismo S/A, também conhecida como TUR.SP. O Estado está ordenado em 34 regiões turísticas que se encaixam dentro de 15 macrorregiões. Os 27 Circuitos Turísticos Paulistas agrupam municípios com características
em comum, com intuito de promoverem produtos turísticos por meio de roteiros,
tendo como integrantes gestores públicos. O repasse de verbas do Estado de São
Paulo para o desenvolvimento do turismo é encaminhado até o momento para as
Estâncias que são classificadas como balneárias, climáticas, hidrominerais e turísticas. Neste formato encontram-se 70 municípios. Das cidades pertencentes ao Território da Mantiqueira, Campos do Jordão pertence à classificação de estância climática. Os municípios classificados como estâncias possuem o Turismo como setor
econômico atuante e em expansão. Neste ano, foi aprovado o Projeto que prevê a
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ampliação do número de municípios beneficiários com os recursos vinculados ao
Fundo de Melhorias das Estâncias, tornando 140 municípios de Interesse Turístico.
Como vemos, o Território da Mantiqueira é diferenciado por estar em dois estados que possuem particularidades próprias com relação à política de desenvolvimento turístico, além de ter municípios que integram Circuitos Turísticos diferentes, como podemos ver na tabela abaixo:
Município
Estado
Circuito Turístico
Campos do Jordão
São Paulo
Mantiqueira
Monteiro Lobato
São Paulo
Mantiqueira
São Francisco Xavier
São Paulo
Mantiqueira
Brazópolis
Minas Gerais
Caminhos do Sul de Minas
Carmo de Minas
Minas Gerais
Das Águas Mineiras
Cristina
Minas Gerais
Caminhos do Sul de Minas
Gonçalves
Minas Gerais
Serras Verdes de Minas
Itajubá
Minas Gerais
Caminhos do Sul de Minas
Pedralva
Minas Gerais
Caminhos do Sul de Minas
Piranguçu
Minas Gerais
Caminhos do Sul de Minas
Piranguinho
Minas Gerais
Caminhos do Sul de Minas
Este pertencimento no que diz respeito a estar integrado a um Circuito Turístico
e a um Território amplia e muito as possibilidades de promoção do Turismo, quer
sob o ponto de vista da integração e da troca de experiências, quer do ponto de
vista de atrações turísticas com roteiros que interliguem as cidades e aumentem
a permanência do turista no local, promovendo assim, o desenvolvimento socioeconômico e cultural. O grande legado do Programa de Cooperação Internacional
Brasil-Itália foi proporcionar a reflexão sobre o turismo como fonte de desenvolvimento e renda e a importância de se trabalhar dados e estatísticas para planejar,
produzir e promover a região. As políticas de regionalização brasileiras, contribuíram para que a maior parte dos municípios do Território da Mantiqueira criassem
políticas voltadas ao Turismo, como o Plano Municipal de Turismo, os Conselhos
Municipais de Turismo, a Inventariação Turística, Centros de Informações Turísticas
e roteiros. Todas estas ferramentas contribuem para um maior envolvimento da população local na preservação e valorização de seus patrimônios naturais, culturais e
históricos. Ter a identidade valorizada cria empatia com os visitantes, que procuram
conhecer a vida em suas origens, não apenas naturais, mas também pessoais, pois a
boa recepção sempre deixa boas impressões e estar em um novo local se sentindo
em casa faz com que o turista permaneça, retorne e indique! As pessoas também
são um grande legado da região!
Todas as cidades que integram o Território da Mantiqueira possuem atrativos turísticos naturais, com picos, montanhas, cachoeiras, trilhas, além de manifestações
culturais específicas, gastronomia e o especial modo “mantiqueiro” de receber as
pessoas. Precisaríamos de pelo menos uma revista para cada município para apresentarmos os atrativos. Colocaremos de forma indicativa alguns pontos por cidade.
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Campos do Jordão (SP)
Com 50.852 habitantes (IBGE-2015), altitudes entre 1.680 m a 2.000 m, localiza-se em Área de Preservação Ambiental. Considerada estância climática, é conhecida por ser um dos melhores destinos de inverno. Fundada
em 1874. Em julho, realiza o Festival Internacional de Música Erudita e em
setembro, o Festival da Viola. A cidade possui diversos atrativos, citando
alguns: o Museu Felícia Leirner com esculturas a céu aberto, o Museu do
Chocolate, o espaço “Amantikir — jardins que falam” que abriga 20 jardins temáticos com mais de 800 espécies de plantas, o Palácio Boa Vista,
o Mosteiro São João – Irmãs Beneditinas, Borboletário, Trem Turístico,
o Centro do Capivari com gastronomia nacional e internacional, além de
várias fábricas de chocolate e cervejaria, rede hoteleira de alto padrão,
pousadas e resorts. www.camposdojordao.com.br/turismo.
Monteiro Lobato (SP)
Com 4.467 habitantes (IBGE-2015), altitudes entre 700 m a 900 m. Acendeu à condição de Vila em 1.880 e foi emancipada em 1.948. O nome,
homenagem ao ilustre escritor José Bento Monteiro Lobato, que ali residiu. Seu potencial turístico está no turismo rural, histórico e de aventura,
graças às montanhas, vales e cachoeiras, tranquilidade local, artesanato,
culinária, além de abrigar o Sítio do Picapau Amarelo, que faz parte do
imaginário das crianças, local onde morou o escritor e serviu de inspiração para suas obras e personagens, que hoje, são retratados no artesanato local. Pela Trilha do Mel o turista tem contato com vários produtores
rurais e conhece a produção de mel, cogumelos, legumes e hortaliças
orgânicas e a flora da região. www.monteirolobato.sp.gov.br.
São Francisco Xavier
(Distrito de São José dos Campos - SP)
Com 2.857 habitantes (IBGE-2015), altitudes até 2.082 m. Em Área de
Proteção Ambiental Federal, o município possui vários picos, cachoeiras,
trilhas para caminhadas e mountains bike, rampa para voo livre, rios e
córregos propícios para a canoagem, além do artesanato, culinária e festas típicas. Faz parte da Rota Franciscana de turismo religioso e abriga
o Circuito das Artes, onde se encontram reprodução de flores nativas e
exóticas da Mata Atlântica, peças de cerâmica e máscaras feitas com a
antiga técnica veneziana. www.saofranciscoxaviersp.com.br.
Brazópolis (MG)
Com 14.934 habitantes (IBGE-2015), com altitudes entre 850 m a 1.850
m. Sua ocupação teve início em 1.810 e tornou-se município em 1.901. A
beleza natural composta por montanhas, picos de altitude, rios, cachoeiras e matas densas são favoráveis ao ecoturismo e ao turismo de aventura. Sede do Observatório do Pico dos Dias operado pelo Laboratório
Nacional de Astrofísica, importante centro de pesquisas de alcance internacional. O município realiza campeonatos de motocross, voo livre e
enduros a pé. Culturalmente destaca-se o Teatro Amador Brazopolense,
a Corporação Musical Santa Cecília e os Bonecos Gigantes de Brazópolis. O cultivo de banana, considerada a banana orgânica mais saborosa,
a produção de café, de laticínios e doces movimentam a economia local.
www.brazopolis.mg.gov.br.
Carmo de Minas (MG)
Com 14.645 habitantes (IBGE-2015), altitudes de 960 m. O povoado teve
início em 1.814, tornou-se município em 1.901. A excelência na produção
de cafés raros tornou a cidade conhecida nacional e internacionalmente
como a Terra dos Cafés Especiais e do Gado Girolando. Com montanhas e
ambientes naturais de rara beleza, tem vocação para o turismo rural associado à cafeicultura. As fazendas tradicionais, os mirantes de altitude,
o Coreto da Praça da Matriz construído pelo escultor Chico Cascateiro, as
construções de valor histórico-cultural são alguns dos atrativos turísticos
de Carmo de Minas. www.carmodeminas.mg.gov.br.
Cristina (MG)
Com 10.484 habitantes (IBGE-2015), altitudes entre 1.025 m a 2.000 m.
Sua ocupação teve início em 1.797 e tornou-se município 1.872. Sendo
uma das cidades mais antigas da região, preserva casarões do século XIX.
Além do conjunto arquitetônico, praças com esculturas e fontes, o Museu do Trem, possui o Parque Natural Municipal na área urbana com flora
e fauna remanescente da Mata Atlântica. Pedras, montanhas e cachoeiras são o convite para o ecoturismo e o turismo de aventura. O destaque
no artesanato são as almofadas de chitão bordado e objetos em palha
de milho e de café. Produtora de Cafés Especiais realiza anualmente o
Festival Café com Música. www.cristina.mg.gov.br.
Gonçalves (MG)
Com 4.391 habitantes (IBGE-2015), com altitudes entre 1.350 m a 2.100 m.
Sua ocupação teve início em 1.878 e tornou-se município em 1963. Com
paisagens deslumbrantes entre montanhas, picos e cachoeiras, o município propicia atividades para caminhadas, rapel, boulder, escaladas, voo
livre, mountain bike, passeios 4x4, observação de pássaros. As hospedagens na área rural e urbana proporcionam um contato especial com
a Natureza. O artesanato característico é com fibra de bananeira, tendo também escultura em madeira e pinturas. O turismo e a produção de
banana são as principais atividades econômicas do município. Quem sai
de casa para comer fora, vai encontrar em Gonçalves uma gastronomia
que alimenta mais que o corpo, o paladar. Todos os sentidos são valorizados e saciados com uma culinária que abusa de elementos orgânicos, do
quintal, com a simplicidade mineira. www.goncalves.mg.gov.br.
Itajubá (MG)
Com 96.020 habitantes (IBGE-2015), altitudes entre 845 m a 1.915 m. Fundada em 1.819 emancipou-se em 1.848. Reconhecida como cidade de Conhecimento e Tecnologia, abriga várias instituições de ensino de renome.
Polo regional possui infraestrutura e economia diversificada, com indústrias, empresas de tecnologia e de outros segmentos, comércio e gastronomia. Seus atrativos naturais reportam às montanhas, trilhas para
caminhadas e mountain bike, cachoeiras e Horto Florestal. O turismo é
voltado para negócios, ensino e ecoturismo. www.itajuba.mg.gov.br.
Pedralva (MG)
Com 11.623 habitantes (IBGE-2015), altitudes entre 911 m a 1.986 m. Sua
ocupação teve início em 1.768 e tornou-se município em 1.887. Rodeada
de montanhas, propicia a prática de esportes de aventura, ecoturismo e
turismo rural, com duas pedras famosas, a Pedra Branca e a Pedra do Pedrão, que segundo a lenda, formaram-se após a morte dos índios Itaaçu
(Pedra do Pedrão) e Itatinga (Pedra Branca), que viveram um amor proibido e foram mortos. De suas sepulturas, Tupã (Deus) fez brotar, como
por encanto, enormes e majestosos blocos de granito que se contemplavam de longe, perenizando os dois eternos namorados. São atrativos
culturais as Festas Religiosas, a Exposição Agropecuária, o Carnaval com
o Bloco do Pink Floyd e a Banda de Marchinhas, e o Pedrock – Festival
de Rock. O artesanato traz pinturas do cotidiano rural e bordados com
cenas do cultivo de café. A produção da cachaça artesanal também é destaque. www.pedralva.mg.gov.br.
Piranguçu (MG)
Com 5.475 habitantes (IBGE-2015), altitudes entre 880 m a 1.400 m. Sua
ocupação teve início em 1.934 e tornou-se município em 1.963. Com lindas
paisagens entre suas montanhas e cachoeiras, o ecoturismo e turismo de
aventura encontram lugar ideal para prática de escaladas, voo livre, caminhadas, ciclismo e motociclismo. O artesanato dá forma a peças feitas
com palha de milho, argila e sementes, além de bonecas de pano. Ressalta-se também a típica culinária mineira, doces e cachaça produzidos no
município e as Festas Tradicionais. www.pirangucu.mg.gov.br.
Piranguinho (MG)
Com 8.505 habitantes (IBGE-2015), está a 837 m de altitude. Sua ocupação
teve início no final do século XIX e tornou-se município em 1963. A cidade
é conhecida como a Capital Nacional do Pé de moleque, doce tradicional
de amendoim e rapadura produzido desde a década de 30. A Festa do
Maior Pé de moleque do Mundo, realizada em junho, reúne danças típicas, shows musicais e a confecção de um pé de moleque gigante, homologado pelo Livro dos Recordes Rank Brasil. A produção artesanal do Pé
de moleque de Piranguinho é reconhecida como Patrimônio Cultural do
Estado de Minas Gerais, pela Lei 18.057/2009, um saber que vale a pena
conhecer através da “Trilha do Saber do Sabor”, com visita à produção
artesanal do doce. O município possui belas paisagens e um acervo cultural diverso. O turista é convidado a admirar a vida simples e a receptividade do povo mineiro, seja em uma caminhada ou passeio de bicicleta.
www.piranguinho.mg.gov.br.
O Território da Mantiqueira é um destino para quem quer desfrutar
dos ares e climas da montanha, descobrir lugares de beleza inigualável,
experimentar aromas e sabores, conhecer artesanatos diferenciados,
sempre com opções para quem busca tranquilidade ou procura aventura!
Território da Mantiqueira, um destino com várias possibilidades!
Cronologia
10 anos de Cooperação
O Programa de Cooperação Internacional Brasil-Itália iniciou seus trabalhos em
2002 com o seminário “Governo local, participação dos cidadãos e políticas públicas
para a inclusão social”, com foco no desenvolvimento das empresas sociais, em
Recife, como vimos na página 3.
2004
Em dezembro, foi realizado em Brasília, o Seminário Internacional de Capacitação para Implementação de Estratégias de Desenvolvimento Regional e Local,
envolvendo os atores brasileiros e italianos vinculados ao Protocolo.
O Seminário teve como objetivo geral intercambiar e disseminar conhecimento
sobre estratégias de promoção do desenvolvimento regional e local no Brasil e na
Itália, buscando identificar eventuais semelhanças e diferenças entre as experiências dos dois países. A finalidade dessa troca de conhecimento foi a de formular instrumentos que possibilitassem a implementação de processos de desenvolvimento
em territórios brasileiros bem como estimular o surgimento de parcerias empresariais entre empreendedores do Brasil e da Itália.
A inclusão do Território da Mantiqueira foi sugerida durante este seminário pelo
então prefeito de Campos do Jordão, Sr. João Paulo Ismael. Ao longo do seminário
ele identificou semelhanças entre as regiões da Toscana e da Umbria com a região
da Mantiqueira e solicitou ao Ministério e a Secretaria de Assuntos Federativos que
considerassem a região da Mantiqueira no percurso entre Campos do Jordão (SP) e
Caxambu (MG) como um dos territórios da cooperação a serem objeto dessa experiência, tendo como eixo articulador o turismo.
Sugestão aceita, o Território da Mantiqueira foi composto inicialmente por 15
municípios, sendo 12 do Estado de Minas Gerais (Sapucaí Mirim, Gonçalves, Paraisópolis, Piranguçu, Brazópolis, Piranguinho, Itajubá, Maria da Fé, Cristina, Carmo de
Minas, São Lourenço e Caxambu) e 3 do Estado de São Paulo (Campos do Jordão,
Santo Antônio do Pinhal e São Bento do Sapucaí).
2005
Em abril, uma oficina de planejamento e a estruturação do Comitê Gestor teve
início. Um dos pontos importantes solicitados nesta época foi o asfaltamento do
trecho da Rodovia BR-383, que liga Piranguçu (MG) a Campos do Jordão (SP) que
proporcionaria a interligação entre os municípios do Território da Mantiqueira.
Ao longo do ano a Coordenação Executiva foi implementada, sendo responsável pela sensibilização dos prefeitos e comunidades, e pela fundação de uma asso15
ciação representativa do Território, a Associação de Desenvolvimento Integrado do
Território da Mantiqueira (ADITM).
O Território da Mantiqueira recebeu duas missões italianas neste ano. Uma liderada pelo presidente de um Consórcio de Municípios da Região Toscana, Montanha
Fiorentina, e outra formada por técnicos das quatro regiões envolvidas no projeto.
A partir da oficina da mobilização dos atores do território e das discussões com
as delegações italianas realizadas em abril, o Comitê Gestor sugeriu o desenvolvimento de ações estruturantes, visando capacitar a cadeia do turismo e da produção associada, na perspectiva de agregar valor à atividade turística e de oferecer
condições de ocupação e renda para a população que vive nas regiões paulistas e
mineiras.
Matéria publicada no jornal O Sul de Minas, Itajubá (MG), em 30/04/2005.
Em setembro ocorreu a Visita Técnica Brasil-Itália Território da Mantiqueira, sendo visitados os municípios paulistas: Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal,
São Bento do Sapucaí, e os mineiros: Sapucaí Mirim, Brazópolis, Itajubá, Maria da
Fé e Caxambu.
A programação incluiu visitas a propriedades rurais com produção de frutas
frescas e secas, de mudas frutíferas de clima temperado, orquidário, oliveiras, áreas
de produção orgânica, parques públicos, e reuniões com empresários ligados ao
Turismo e gestores públicos.
Foi assinado durante este evento, o Protocolo de Intenções, com os Prefeitos
Municipais das cidades de Campos do Jordão, Santo Antônio do Pinhal, São Bento
do Sapucaí, Sapucaí Mirim, Gonçalves, Brazópolis, Piranguçu, Itajubá, Maria da Fé,
Cristina, São Lourenço e Caxambu, que “mobilizados na busca de alternativas para
o desenvolvimento do turismo sustentável na região da Mantiqueira decidem, em
comum acordo, instituir o Consórcio dos Municípios da Mantiqueira, articulados em
torno do acordo entre a Presidência da República do Brasil e as quatro regiões italianas assinado em julho de 2004, denominado doravante de Cooperação Técnica
Brasil-Itália”.
Em novembro, foi realizada reunião dos municípios participantes com Sebrae
São Paulo, Sebrae Minas, Sebrae Nacional e Ministério do Turismo, onde foram
abordados os seguintes temas:
16
ªª Apresentação de ações de capacitação e de produção ligadas ao mercado
do turismo;
ªª Exemplo de municípios que recebem grande número de turistas e da importância do envolvimento do Ministério do Turismo através de parcerias;
ªª Solicitação de um centro de informação na Rodovia Dutra, criação de produtos com a identidade do território e realização do estudo e diagnóstico
com levantamento da demanda qualitativa e quantitativa do trade turístico.
Em dezembro, foi assinado o Estatuto da ADITM:
“A Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira constitui-se sob a forma jurídica de associação civil, sem fins lucrativos, regendo-se pelas
normas da legislação pertinente, pelo presente Estatuto e seu Regimento Interno”.
Artigo 7º São objetivos da Associação:
I. Representar o conjunto dos Municípios que o integram, em matéria de interesse
comum, perante quaisquer outras entidades de direito público, nacionais ou internacionais;
II. Planejar, adotar e executar, sempre que cabível, em cooperação técnica e financeira com a iniciativa privada ou com os governos da União e Estado, nacionais ou
internacionais, projetos, obras e outras ações destinadas a promover a realização
de seus objetivos;
III. Propiciar que os Municípios se agrupem e mantenham entendimento visando
constituir um consórcio público, nos termos da Lei 11.107/2005;
IV. Promover o desenvolvimento regional integrado, com base nos princípios de
sustentabilidade, com foco no potencial turístico do território delimitado e setores
correlatos como cultura, meio ambiente e ruralidade da região;
V. Promover acordos de cooperação técnica visando a capacitação e a qualificação
dos integrantes do território, especialmente do trade turístico e empreendedores
de maneira geral;
VI. Promover o intercâmbio entre mercados através de missões e visitas técnicas
nacionais e internacionais, visando a promoção de trocas comerciais e o fortalecimento econômico do território;
VII. Promover a transferência e o intercâmbio de tecnologias e equipamentos nacionais e internacionais com vistas ao desenvolvimento tecnológico da região, nas
áreas priorizadas para o desenvolvimento integrado do território;
VIII. Disponibilizar informações técnicas e executar atividades de infraestrutura dos
municípios, especialmente relativos ao saneamento básico como interesse direto
do desenvolvimento turístico da região;
IX. Fomentar a busca de informações e disponibilizar instrumentos e ferramentas
de planejamento e gestão dos municípios integrantes do território, com vistas à
formação e capacitação de novos gestores.
2006
Em janeiro, na 1ª Reunião Ordinária do Conselho do Território da Mantiqueira,
a Presidente da Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira, Sra. Silvânia Carvalho, prefeita de Piranguçu, “solicitou o comprometimento
17
dos gestores com o Projeto e informou sobre a concretização do asfaltamento do
trecho Campos do Jordão-Piranguçu da BR-383, com recursos empenhados em dezembro de 2005 pelo Ministério do Turismo para início dos trabalhos”. Segundo a
prefeita, “o custo total da obra para o trecho de 17 Km, de R$ 8 milhões, terá R$ 3
milhões aportado pelo Ministério e R$ 5 milhões pelo governo de Minas Gerais. Com
relação às condições do trecho Maria da Fé – Cristina, o laudo técnico e respectivo
parecer estava concluído faltando apenas a decisão do Juiz”. As obras do trecho
Maria da Fé-Cristina foram realizadas, já o asfaltamento do trecho Campos do Jordão-Piranguçu, até 2015 não ocorreu.
Em fevereiro, foi realizado o registro do CNPJ da Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira, bem como seu Estatuto.
Em março, ocorreram encontros em Brasília, com a delegação italiana. O primeiro encontro teve como objetivo a articulação institucional e verificação de projetos
de cooperação ênfase nos projetos de cooperação no Piauí e na Mantiqueira.
O segundo encontro ocorreu na Universidade de Brasília, no Centro de Excelência do Turismo (CET) e teve como objetivo apresentar a proposta de cooperação do
Território e as ações previstas no planejamento, conhecer as atribuições do CET e
verificar possibilidades de parceria em capacitação, estudos e pesquisas, e criação
de indicadores.
Já o terceiro encontro, realizado no Café Cristina Happy Hour, com a delegação
italiana, representantes da SAF (Secretaria de Assuntos Federativos) / Presidência
da República, equipe do Território e imprensa local, tratou sobre a comercialização
do CAFÉ CRISTINA – produto da Mantiqueira.
Em São Paulo, na Caixa Econômica Federal, com a participação de Membros da
SAF / Presidência da República, delegação italiana e representantes dos Territórios
do Projeto de Cooperação Federativa Brasil-Itália, realizaram-se debates sobre o
atual estágio dos territórios, troca de informações abordando gestão dos territórios, envolvimento dos prefeitos e base social de apoio, análise e avaliação conjunta
das propostas e projetos apresentados pelo comitê de Gestão Italiana após visitas
técnicas ao Brasil, com definição de prioridades para implantação das propostas e
cronograma de realização de oficinas de trabalho.
Os territórios que fazem parte do Projeto de Cooperação Federativa Brasil-Itália
são: ADITM (Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira), Alto Solimões, Manaus, Bagé, Santa Maria, Teresina/Serra das Confusões, Baixada Fluminense, São Carlos – Araraquara.
Com representantes dos territórios Alto Solimões, Teresina/Serra das Confusões, Santa María e Mantiqueira, houve reunião com foco da cooperação sobre o
tema turismo com apresentação de propostas.
Para o Território Mantiqueira, a delegação italiana discutiu proposta do Observatório do Turismo e Cronograma de Trabalho com as seguintes atividades:
ªª Realização de um workshop do Território para atualização de informações,
discussão do Projeto Observatório do Turismo da Mantiqueira e pactuação
com parceiros;
ªª Capacitação de um técnico local, na Itália;
ªª Realização de um workshop na Mantiqueira com apresentação de experiências italianas;
18
ªª Realização de um Seminário vertical sobre melhores práticas de gestão em
rede no turismo e elaboração do documento final do Observatório do Turismo da Mantiqueira.
Entre março e maio, uma proposta italiana foi apresentada à comunidade do
Território, visando a implantação do Observatório do Turismo na região.
Integraram o Projeto, além dos poderes públicos municipais, importantes parceiros como:
ªª O Ministério do Turismo contribuindo na viabilização e realização da Oficina
de Planejamento do Território, na busca da solução de um dos problemas de
comunicação identificados na oficina de trabalho: a transposição da Serra da
Mantiqueira, entre Campos do Jordão e Piranguçu;
ªª O Governo de Minas, na aliança para a pavimentação do trecho da BR-383;
ªª Os Circuitos Turísticos Caminhos do Sul de Minas, das Águas Mineiras e da
Mantiqueira na capacitação de empreendedores;
ªª O SEBRAE de Minas Gerais e São Paulo no fomento à qualificação empresarial;
ªª As instituições empresariais locais na articulação com a iniciativa privada;
ªª As Universidades da região disponibilizando conhecimento e tecnologias de
pesquisa e gestão.
Em junho, foi assinado pelos prefeitos integrantes da ADITM o Protocolo de Intenções de Constituição de Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento
Integrado do Território Mantiqueira, nos termos da Lei Federal 11.107, de 06 abril de
2005. Este tipo de consórcio incluindo municípios de dois estados seria o primeiro
do tipo no Brasil. O Protocolo deveria ser ratificado mediante lei municipal específica de cada um dos Municípios. O Consórcio não se efetivou.
Em julho, foi apresentado o Projeto de Desenvolvimento Integrado da Mantiqueira – Turismo entre Serras e Águas, que identificou o turismo como potencialidade de desenvolvimento mais notória no território. “Sua manutenção e expansão
relacionam-se com o fortalecimento de segmentos econômicos que caracterizam a
região e suas construções históricas, sociais e culturais. Além do turismo, são segmentos econômicos que representam potenciais para o desenvolvimento: extrativismo, fruticultura, piscicultura, agricultura orgânica, agroindústria, gastronomia
e artesanato. O desenvolvimento dessas potencialidades apresentam-se como um
ciclo virtuoso, nas perspectivas dos elos da cadeia econômica que representam e da
retro-alimentação que propiciam umas às outras. As atividades realizadas nas unidades produtoras rurais e o extrativismo geram insumos e constituem forças motrizes
para o artesanato, a agroindústria e o turismo que, por sua vez, retroalimentam as
primeiras por meio do consumo e da comercialização. Para a manutenção desse ciclo é necessária a preservação da identidade cultural do território, demarcada pelo
seu movimento histórico de ocupação. Em toda a região, os patrimônios histórico e
natural e a cultura rural imprimem as particularidades que diferenciam o território.”
O projeto apresentou a inventariação de hospedagem, alimentação e demais
serviços e proposta para capacitação, implementação do desenvolvimento econômico e turístico e custo para seu desenvolvimento.
No período entre 2006 e 2009 várias ações institucionais em âmbito federal fo19
40
ram realizadas pelos governos dos dois países visando dar um arcabouço jurídico à
cooperação descentralizada, visto a complexidade de projetos e envolvimento de
atores diversos nos oito Territórios da Cooperação Brasil-Itália.
2007
Em abril, realizou-se em Brasília o “Seminário Internacional sobre Turismo Ambiente e Identidade Local para o Desenvolvimento Sustentável e Integrado do Território”.
O seminário fez parte das ações inseridas no Protocolo de Colaboração celebrado entre a Presidência da República e as regiões italianas de Umbria, Toscana, Marche e Emilia-Romagna. Este Protocolo caracteriza-se pelo tema do desenvolvimento local / regional voltado para o desenvolvimento econômico e para o aumento da
geração de trabalho e da coesão social.
Neste contexto, o debate foi sobre o desenvolvimento do turismo e
as possibilidades de intercâmbio de experiência entre especialistas italianos
e brasileiros, como orientação para a
implantação de desenvolvimento do
turismo com valorização do patrimônio
natural e cultural nos territórios de Santa Maria – Rio Grande do Sul, Serra da
Mantiqueira – São Paulo e Minas Gerais,
Serra das Confusões – Piauí, Manaus e
entorno Amazonas. O foco do evento
foi a implementação e utilização dos
Observatórios do Turismo Sustentável,
como ferramenta de apoio aos territórios para o planejamento das atividades turísticas em nível local.
As palestras e debates foram sobre os seguintes temas:
ªª As políticas brasileiras sobre Turismo: objetivos, ações e resultados – Representante da Secretaria Nacional de Políticas / Ministério do Turismo;
ªª Turismo Sustentável: comparação de modelos e experiências – Lionello F.
Punzo, Universidade dos Estudos de Siena (UNISI) para o Turismo Sustentável;
ªª Políticas e práticas para um Turismo Sustentável – Rosella Pristerà, Persus;
ªª Turismo Sustentável no Brasil: desafios e resultados – Representante das
Universidades Brasileiras;
ªª A Toscana e a promoção do patrimônio local – Susanna Guidotti;
ªª As políticas toscanas sobre Turismo: objetivos ações e resultados – Marcello
Baroni, Setor de Políticas de Desenvolvimento e Promoção do Turismo;
ªª A valorização do Patrimônio Natural na Liguria: o Aquário de Gênova – Representante da Região Liguria;
ªª A valorização do Patrimônio Natural – Sergio Paglialunga, Diretor do Parque
Regional Migliarino San Rossore; Representantes do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) / MMA (Ministério do Meio Ambiente);
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ªª A valorização do Patrimônio Arqueológico – Massimo Zucconi, Administrador Delegado Parques Val di Corna Ltda;
ªª As políticas de desenvolvimento do Turismo e valorização das produções
locais: a Montanha Fiorentina – Marcello Ulivieri, Prefeito de Pélago, Presidente do Consórcio Montanha Fiorentina;
ªª Apresentação estudo do CASO – Ermanno Bonomi, Empresa Promoção Turismo (APT);
ªª Experiência brasileira na promoção do Turismo – Representante da EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) / Ministério do Turismo;
ªª Instrumentos para a projeção do desenvolvimento territorial: os Observatórios para o Turismo – Universidade para os estudos de Siena/Unisi;
ªª Observatório para o Turismo Sustentável – Lionello Punzo e Rosella Pristera;
ªª Região Toscana – Setor de políticas de desenvolvimento e promoção do Turismo – Marcello Baroni e Representante da Região de Úmbria.
Ao final dos debates foram criados grupos de estudos que fizeram propostas
e apresentaram suas necessidades. Os italianos apresentaram a seguinte síntese:
ªª Iniciar ações voltadas ao desenvolvimento econômico no Território do Alto
Solimões;
ªª Definir financiamentos e prazos para a realização dos projetos;
ªª Identificar as ações que podem começar com os recursos existentes;
ªª Identificar as ações dos projetos mais complexos que podem ser financiados
imediatamente;
ªª Fazer a solicitação para que o financiamento dos projetos seja considerado
pelo governo e pelos seus ministérios como prioritários, pois as regiões italianas, por si só, não têm condições de arcar com todos os recursos financeiros necessários à efetivação dos projetos/ações;
ªª O desenvolvimento dos projetos/ações não dependem apenas da questão
financeira, mas também da gestão compartilhada e do empenho dos governos em seus três níveis (municipal, estadual e federal).
2008
Em março, houve uma reunião em Brasília, com prefeitos e secretários associados à ADITM e a Secretaria de Relações Institucionais – Subchefia de Assuntos Federativos, onde se atualizou as conquistas e andamento dos trabalhos do Território
da Mantiqueira, com os seguintes destaques:
ªª A formação da ADITM (Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira) como resultado da articulação entre os municípios
paulistas e mineiros com Cooperação da Itália;
ªª A importância da Cooperação para a Serra da Mantiqueira;
ªª A busca da integração dos destinos das regiões do sul de Minas Gerais e do
leste de São Paulo, a capacitação de empreendedores com foco no turismo,
cultura, agronegócios e artesanato, e a transformação de potenciais atrações turísticas em produtos comercializáveis;
ªª Para o desenvolvimento do Território é necessário envolver a ADITM, o Comitê da Cooperação Italiana das regiões de Marche, Umbria, Emilia Romagna e Toscana, as prefeituras do território, o SEBRAE nacional e estadual, a
22
Presidência da República e a Secretaria Nacional do Programa de Desenvolvimento do Turismo;
ªª Projetos de alimentos orgânicos e de oliveiras terão interface com o turismo;
ªª Retomada das atividades da Cooperação Italiana, as prefeituras devem se
empenhar na reelaboração dos projetos;
ªª Ações e projetos da pavimentação asfáltica no trecho entre as cidades Maria
da Fé e Cristina, em Minas Gerais;
ªª Parceria para iniciar o cultivo de oliveiras em Maria da Fé (MG) que obteve
troca de informações com a Itália.
Deste encontro foram propostos os seguintes encaminhamentos:
ªª Reuniões mensais da ADITM com convite aos Circuitos Turísticos da região;
ªª Elaboração do Plano de Trabalho do Observatório;
ªª Licença Ambiental (IBAMA) para as estradas, trecho Maria da Fé-Cristina e
Piranguçu-Campos do Jordão;
ªª Convite aos governos estaduais de São Paulo e Minas Gerais para parceria
nos projetos.
2009
Em maio, por meio de decreto do Presidente da República, foi instituída a Comissão Intersetorial para coordenar e acompanhar as ações e programas do Protocolo de Cooperação entre a Presidência da República Federativa do Brasil e os
estados italianos de Umbria, Marche, Toscana e Emilia Romagna, composta por representantes de 18 ministérios, e coordenada pela Secretaria Geral da Presidência
da República.
Em setembro, o Ministério dos Assuntos Exteriores da Itália aprovou recursos
para as atividades e ações dos projetos da parceria com o Brasil, desde então denominado Programa Brasil Próximo. Este programa inserido na nova abordagem da
cooperação descentralizada Brasil-Itália teve o objetivo de alcançar sinergias com
as respectivas cooperações nacionais e tornar ainda mais significativo o impacto
das intervenções propostas, derivadas dos diagnósticos, seminários e oficinas realizadas no triênio 2004-2007 com implementação prevista pelo programa até o final
de 2014.
Ainda em setembro, Santo Antônio do Pinhal (SP) acolheu por solicitação da
Presidência da República, a “Oficina de Trabalho – Território da Mantiqueira”, onde
foram discutidos assuntos pertinentes a integração turística entre Minas Gerais e
São Paulo.
Durante a reunião, os representantes do Governo Federal, Sr. Lécio Lima da
Costa (Assessor do Gabinete Pessoal do Presidente da República), o Sr. Alan Silva
(Subchefia de Assuntos Federativos – Gerente para a região Sudeste), a Sra. Ana
Carolina Lorena (Subchefia de Assuntos Federativos – Assessora de Relações Internacionais), o Sr. Paulo Coutinho (Assessor do Ministério do Turismo) e da comitiva
Italiana interessada em realizar investimentos na região, debateram com os prefeitos dos municípios envolvidos no projeto, um esboço para o início efetivo das ações
já previstas no programa. A comitiva italiana foi representada pelo Sr. Ermanno Bo23
nomi (Diretor para Turismo da Região Toscana), pelo Sr. Marcello Baroni (Assessor
para o Turismo na Região Toscana) e pela Sra. Rita Dedola (Coordenadora do Projeto Brasil Próximo).
O Programa do Território da
Mantiqueira é um projeto piloto focado na implantação de um
Programa de Desenvolvimento
Regional Integrado, tendo como
eixo estruturante o Turismo e
produções associadas potenciais:
Turismo Rural, Agronegócio, Cultura e Artesanato, abrindo um
novo espaço no cenário nacional
para a promoção e negócios da
cultura local/regional do Território da Mantiqueira.
Para a realização deste Programa, um sistema informativo
sobre a demanda e oferta de turismo é importante, por isso a
criação do Observatório de Turismo tem como objetivos:
ªª Fazer o levantamento quantitativo dos fluxos turísticos;
ªª Fazer um levantamento qualitativo e definir o perfil dos turistas;
ªª Propor projeto de políticas, instrumentos e ações de marketing;
ªª Iniciar ações pelo aumento da qualificação do produto do turismo sustentável;
ªª Utilizar os dados adquiridos através do Observatório para identificar a imagem / identidade do território, os seus pontos de força e os mercados que
devem ser focados para campanhas de comunicação.
As regiões italianas, principalmente da Itália central, se distinguiram pelo esforço bem-sucedido de efetivarem políticas de desenvolvimento local-regional baseadas na pactuação territorial, no pequeno e médio empreendedorismo, no sistema
cooperativista e na busca da coesão social e na consolidação de uma cultura democrática.
Foi proposta do prefeito Augusto, de Santo Antônio do Pinhal, a manutenção
do Projeto Observatório viabilizado com o apoio do Ministério do Turismo, através
da realização de oficinas com propósito de estruturar o eixo de desenvolvimento do
território gerando propostas concretas.
Em outubro, na cidade de Campos do Jordão, ocorreu o “Seminário de Trabalho
da ADITM” com os municípios que compõem o projeto para a criação do Plano de
Trabalho. Foram compartilhadas experiências e oportunidades de desenvolvimento
do turismo regional, para dinamizar o processo de estruturação do Território da
Mantiqueira e consequente planejamento e implantação do Observatório de Turismo. O principal objetivo do projeto é o desenvolvimento integrado do turismo no
território, considerando que os municípios, representados pelos seus atores locais
e regionais, sejam os gestores do planejamento, os verdadeiros mentores dos acordos e parcerias para garantir a conquista dos resultados almejados. O Ministério do
Turismo ressaltou a organização dos municípios em regiões turísticas para ganhar
24
competitividade, com busca permanente da qualidade dos produtos, ter o Turismo
como ferramenta importante de inclusão social (emprego e consumo) e a conquista da competitividade (qualidade e preço).
O objetivo do Observatório é fortalecer as capacidades dos municípios da Mantiqueira no desenho e na implementação de um programa de desenvolvimento regional integrado e concentrado tendo como eixo de sustentação o turismo e os
setores derivados com particular atenção ao crescimento das pequenas e médias
empresas que operam no setor.
Em novembro, ocorreu em Brasília, a “Mesa Redonda Descentralizada de Acordo de Cooperação entre Brasil e Itália”. O então presidente da ADITM e Prefeito de
Santo Antônio do Pinhal (SP), Sr. José Augusto de Guarnieri Pereira, falou da importância do projeto e da experiência da ADITM diante o Observatório de Turismo no
Território da Mantiqueira.
Ainda em novembro, na Assembleia Geral Extraordinária realizada em São Bento do Sapucaí (SP) foi aprovada a modificação do Estatuto Social da Associação de
Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira e empossado o Conselho
Administrativo e Conselho Fiscal. Ressaltando os objetivos da ADITM de:
I. Representar o conjunto dos Municípios que o integram, em matéria de interesse
comum, perante as entidades de direito público ou privado, nacionais ou internacionais;
II. Promover o desenvolvimento regional integrado, com base nos princípios de sustentabilidade, com foco no potencial turístico e nos setores correlatos como cultura, meio ambiente e ruralidade do território delimitado;
III. Estimular a exploração sustentável dos recursos turísticos existentes, o desenvolvimento econômico, inclusão social e o combate à pobreza;
IV. Preparar propostas e adequações das legislações municipais necessárias ao alcance dos objetivos propostos no presente Estatuto, a serem submetidas aos legislativos de cada Município.
Em dezembro, houve uma reunião em Brasília, com todos os órgãos que compõem o Projeto Brasil-Próximo e a comitiva italiana responsável pelo desenvolvimento técnico do projeto com apresentação de cada região brasileira.
2010
Em fevereiro, em Santo Antônio do Pinhal (SP), na reunião da ADITM com todos
os prefeitos associados e representantes do Governo Federal, ocorreu uma conversa técnica sobre a atividade econômica do turismo e abrangência de atuação da
ADITM e do fortalecimento da certificação da produção associada ao Turismo.
No encontro de trabalho com a Secretaria Executiva da ADITM, a Secretaria Executiva do Programa Brasil Próximo e o Ministério do Turismo, foram definidas ações
concretas com os parceiros Italianos e os Ministérios envolvidos no projeto. Ficou
definida a elaboração do projeto de georreferenciamento nos municípios da ADITM
e do Inventário da Oferta Turística para estudo qualitativo e quantitativo da região
para desenvolvimento do Observatório de Turismo do Território da Mantiqueira.
25
Na reunião de trabalho de abril, membros da ADTIM e representantes da Presidência da República, do Ministério do Turismo, da Superintendente de Políticas do
Turismo da Secretaria de Estado do Turismo de Minas Gerais e o representante da
Cooperação Internacional da Itália, discutiram os rumos, propostas e projetos para
a região da Mantiqueira no âmbito da Cooperação Brasil-Itália. Foram delimitadas e
alinhadas algumas ações já realizadas e as ações a serem tomadas, tanto pelo Ministério do Turismo como pela Presidência da República, pelo governo da Itália e pelos
municípios que fazem parte do Território da Mantiqueira. O representante italiano
falou sobre as ações futuras: “Vamos planejar uma missão técnica italiana que fará
uma verificação do plano operativo, e que dirá como e com qual articulação deve
começar o financiamento de ações comuns previstas no projeto. Formalmente, em
Brasília, na primeira semana de julho, teremos a abertura do projeto com uma reunião com a embaixada italiana, as regiões italianas, a comissão interministerial instituída pela Presidência da República e os territórios brasileiros que participam do
programa. Nos meses de julho e de agosto faremos a verificação dos planos operativos da Mantiqueira e de todos os outros territórios”.
Em abril, também aconteceu o “Encontro de Parceiros Minas Gerais e São Paulo” promovido pela Presidência da República, Ministério do Turismo e pela Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira (ADITM), realizado
no Espaço Minas Gerais, em São Paulo. O evento teve como ponto alto a assinatura
do convênio entre o Ministério do Turismo e a ADITM, para repasse de recursos
financeiros do Ministério, destinados à realização dos Inventários turísticos das cidades que compõem o Território da Mantiqueira no valor de R$ 276.614,50 (Número
732828/2010) com a proposta de inventariar todas as atividades de turismo, realizar
levantamento de demandas, necessidades e potenciais turísticos de cada um dos
municípios que integram a ADITM para consolidar políticas públicas e ações de desenvolvimento do turismo. O convênio conta com recurso do Orçamento Geral da
União (O.G.U.) da dotação do orçamento do Ministério do Turismo para a elaboração de Inventário Turístico. Este trabalho resultará em conjunto de informações e
dados sobre as características turísticas do Território da Mantiqueira que dará subsídio a políticas públicas a serem implementadas e às ações da ADITM.
Em outubro, ocorreu a Missão Técnica Região Toscana. A comitiva brasileira foi
composta pela então Secretaria Executiva da ADITM e por representantes da Presidência da República e do Ministério do Turismo. Com programação bem intensa, a
Missão proporcionou grande gama de conhecimento. Em artigo específico trataremos de detalhes do conteúdo da Missão Técnica Região Toscana.
Novembro deu início à execução do Convênio com o Ministério do Turismo de
Inventariação Turística e Georreferenciamento dos municípios que compõem a
ADITM, com previsão de conclusão para maio de 2011 e com contrapartida dos municípios envolvidos.
2011
No final de junho, em Santo Antônio do Pinhal (SP), houve reunião da Secretária
Executiva da ADITM com a comitiva italiana e representante da Presidência da República brasileira. Foram discutidos os seguintes pontos:
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ªª Atualização dos trabalhos de Inventariação Turística em andamento e planejamento para apresentação dos resultados;
ªª Propostas futuras da parceria ADITM e Itália (Umbria e Toscana);
ªª Organização de minuta de contribuição para os municípios que compõem a
ADITM. A proposta é que a Associação amplie sua atuação e possa prestar
serviços que revertam em recursos para manutenção não só da Associação
como também da própria Secretaria Executiva;
ªª Atualização da representante da Presidência da República sobre a troca de
coordenadores que acompanham o projeto e da possibilidade de novos projetos para a ADITM;
ªª Replanejamento do Plano Operativo e organização das futuras ações com
cronograma de execução para três anos e as mais urgentes em até seis meses, com orientação de um técnico italiano. A equipe italiana ressaltou ser
este projeto financiado pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália.
No final de agosto, em Cristina (MG), houve reunião da Secretária Executiva da
ADITM, com a equipe italiana e equipe da Presidência da República brasileira para
“Replanejamento do Plano Operativo”. Foram discutidos os seguintes pontos:
ªª A equipe italiana apresentou-se destacando as funções de cada um no processo, conforme segue: Rita Dedola, interlocutora da parceria Brasil-Itália
desde o início do processo e Andrea Manuelli, responsável pela reestruturação e condução do Plano Operativo;
ªª A equipe da Presidência da República, ressaltou o interesse do Governo brasileiro em fazer com que esta parceria realmente aconteça através de ações
mais efetivas;
ªª A ADITM destacou a revisão do estatuto; a realização da Inventariação Turística nos 12 municípios que compõem a ADITM, em fase de fechamento. Os
recursos utilizados foram de R$ 276.614,50, sendo R$ 201.509,50 do Ministério de Turismo e R$ 75.105,00 de contrapartida dos municípios, em forma de
hospedagem e alimentação;
ªª Ressaltou-se a interessante parceria construída entre os municípios mineiros e paulistas. A troca de experiência proporciou crescimento em termos
da organização turística para ambas as regiões. Cada uma tem contribuído
com o que tem de melhor em sua gestão;
ªª A Inventariação Turística permitiu não só levantar dados a respeito dos empreendimentos e atrativos como promover uma análise de estratégias futuras que poderão ser aplicadas no território;
ªª Com relação ao Observatório de Turismo, a Secretaria Executiva da ADITM
tem discutido sobre o contato com instituições educacionais a fim de buscar ferramentas de gestão que qualifiquem os municípios. Uma das preocupações é trabalhar no seguinte formato: pesquisa de oferta – pesquisa de
demanda (uniforme) – marco (pesquisas e intervenções) – Plano Operativo
(destaque para a promoção na web, por exemplo);
ªª Abriu-se a discussão sobre a importância dos Planos de Desenvolvimento
Turístico e foi informado que somente quatro municípios mineiros o possuem. A ADITM em parceria com os circuitos turísticos e prefeituras desenvolverá um processo de trabalho de forma a construir estes documentos em
todos os municípios envolvidos. É necessário que na condução desta ação
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seja sempre validada sua importância. As ações estabelecidas devem ser
concretas pensando essencialmente na demanda;
ªª O Plano Operativo teve suas ações e cronogramas reestruturados para encaminhamento ao Ministério das Relações Exteriores da Itália para validação e execução. Alguns dos apontamentos:
ªª A equipe contratada para o operacional no Brasil terá uma missão técnica para a Itália, assim como os italianos virão para o Brasil realizar o
direcionamento e acompanhamento das ações previstas;
ªª Tanto as equipes contratadas quanto os recursos para a montagem
do espaço físico da ADITM serão pagos com recursos italianos previstos no Plano Operativo;
ªª A capacitação focará a cadeia produtiva, a comercialização e a divulgação internacional. O trabalho deverá ser feito por técnicos brasileiros e italianos através de seminários de um dia. A proposta é que o
tema seja escolhido a partir da análise dos inventários realizados pela
pesquisa de oferta. Vale destacar que neste caso as pesquisas de demanda também são relevantes, e estas podem ser feitas via recursos
brasileiros;
ªª A ADITM deverá preparar um documento onde constem políticas e
programas estaduais e federais existentes que possam contribuir financeiramente com o planejado no Plano Operativo. Nestes apontamentos deverão ser observadas questões relativas à infraestrutura,
capacitação, promoção, programação, etc;
ªª O Plano Operativo será apresentado aos italianos no mês de setembro e será necessário um prazo de quatro meses para que todas as
ações sejam articuladas e permitam o seu início. Provavelmente estas
ações se tornarão efetivas a partir de janeiro de 2012.
2012
Em maio, a COSPE (Cooperazione per Svilupo Paesi Emergenti – Cooperação
para o Desenvolvimento dos Países Emergentes), tornou-se o sujeito executor da
Região Toscana para o Projeto do Território da Mantiqueira.
Em julho, houve em Itajubá (MG), reunião da Secretaria Executiva da ADITM
com um membro da COSPE, representando o governo italiano. Foram vistos os seguintes pontos:
ªª A Inventariação Turística realizada no Território deve ser atualizada constantemente;
ªª Ter como foco o desenvolvimento sustentável do turismo observando sempre as características de cada município, sem jamais deixar de lado outros
segmentos que possam ser trabalhados em parceria, mantendo a identidade do território;
ªª Criar ações para que o Território da Mantiqueira seja melhor conhecido e
valorizado, a começar pelos próprios municípios que compõem a ADITM;
ªª Pesquisa de dados a respeito dos municípios deverá ser feita com consultas ao IBGE ou diretamente na fonte. A Região da Toscana contribuirá com
28
metodologia para as definições de indicadores para a realização dos levantamentos com destaque no turismo como fator de desenvolvimento, impactos do turismo em outros setores e outros temas afins.
2013
Em março, em reunião da Secretaria Executiva da ADITM e equipe italiana,
foram apresentados instrumentos de comunicação a serem providenciados, tais
como: site, cartilha e bloco de anotações para promoção do Território Mantiqueira.
Em abril, a Secretaria Geral da Presidência da República convidou o Ipplan (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento) para participar da Reunião de
Trabalho da Assembleia Geral da ADITM. O evento aconteceu em Santo Antônio do
Pinhal (SP), onde foram apresentadas propostas do Ipplan para a construção do
Plano de Desenvolvimento Regional do Turismo.
Em outubro, aconteceu uma missão técnica da Itália no Território Mantiqueira
(São Paulo e Minas Gerais), de reconhecimento, treinamento e assistência técnica.
Integraram a missão italiana o Sr. Ermanno Bonomi, consultor especialista em turismo, responsável pelo Território e a Srta. Elisa Pettinati, da COSPE Itália, com o
objetivo de:
ªª Coletar dados e informações relativas às empresas de serviços turísticos do
Território;
ªª Entrevistar empresários, profissionais e instituições de turismo;
ªª Capacitar e dar assistência técnica aos membros da ADITM ligados ao Observatório de Turismo, operadores e instituições de turismo do Território.
A capacitação focou os seguintes temas:
ªª Marketing turístico, web marketing, marketing emocional. As novas tendências de marketing. As atribuições dos entes públicos e privados. Como comercializar os produtos. Como promover destinos turísticos;
ªª Como tornar mais visível seu site;
ªª O papel dos comentários (trip advisor), como lidar com eles;
ªª Gestão de receitas: noções básicas de formatação e gestão de preços;
ªª Turismo sustentável: a exigência de um território. Os produtos e o público
alvo. Análise de alguns produtos: turismo rural, turismo de pesca, ciclismo,
caminhadas.
Em dezembro, ocorreu a Visita Técnica à Região Toscana. A comitiva brasileira
foi composta por membros da ADITM e uma empresária hoteleira. Com foco no
intercâmbio de conhecimento e de práticas de desenvolvimento integrado e sustentável do turismo e de estimular as habilidades e competências dos participantes
no âmbito de estratégias de promoção e comunicação do Território da Mantiqueira.
A programação elaborada por especialistas da Região da Toscana incluiu palestras e
encontros com representantes institucionais e técnicos do Observatório e da Agência de Promoção de Turismo da Região Toscana, além de visitas a empreendimentos
e roteiros consolidados na Região. Em artigo específico trataremos de detalhes do
conteúdo desta Visita Técnica à Região Toscana.
29
2014
Em fevereiro, em Assembleia Geral Ordinária, realizada no distrito de São Francisco Xavier/São José dos Campos (SP), ocorreu a eleição para o Conselho Administrativo da ADITM. Para presidente foi eleita a Sra. Daniela de Cássia Santos Brito,
prefeita de Monteiro Lobato (SP) e para vice-presidente o Sr. João Mauro Bernardo,
prefeito de Brazópolis (MG).
Em abril, em Brasília, na Reunião de Encerramento do Programa de Cooperação
Descentralizada Brasil Próximo, o então ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria
Geral da Presidência da República, fez um balanço positivo da parceria firmada entre Brasil e Itália e sinalizou para a realização de uma nova etapa do projeto. Segundo ele, “Esses últimos 10 anos permitiram a construção de laços e redes entre os
dois países, com foco em experiências de gestão e de cooperativismo. A cooperação descentralizada entre Itália e Brasil foi uma novidade que se revelou adequada,
pois permitiu o processo de troca, e não apenas o dar e receber”, afirmou. Sobre
a continuidade do Programa, ele propôs uma conversa com os parceiros italianos
para o final do ano, e comentou sobre sua intenção: “Os depoimentos dos participantes do projeto só confirmam a adequação desse tipo de intercâmbio solidário.
Portanto, temos que pensar formas de não interromper essa colaboração”.
Para o embaixador da Itália no Brasil, Raffaele Trombetta, a presença de congressistas italianos na Reunião de Encerramento demonstrou o interesse do país
pelo projeto. “A Itália confia nesse tipo de projeto, no qual injetamos 4,7 milhões
de euros”, declarou. O senador italiano Fausto Longo parabenizou a iniciativa, “que
soma características de excelência das duas nações e que se traduz em programas
que geram melhores oportunidades de negócios para o Brasil e para a Itália, em um
círculo virtuoso de desenvolvimento”. Já o deputado italiano Fabio Porta destacou
os benefícios que a cooperação descentralizada pode gerar para a população e afirmou: “Isso é motivo suficiente para que esse projeto não termine aqui, que tenha
uma segunda fase”.
Representantes de estados, municípios e entidades parceiros do Brasil Próximo
deram seu depoimento e destacaram os pontos positivos da parceria: a implementação de políticas públicas, a abertura de linhas de financiamento, a absorção de
conhecimentos, a tangibilidade do conceito de “capital social” e a valorização do
desenvolvimento sustentável local. (Dados extraídos de www.secretariageral.gov.br)
Em junho, foi aprovada as alterações do Estatuto Social da ADITM, regido pelos
seguintes objetivos:
I. Representar o conjunto dos Municípios que a integram, em matéria de interesse
comum, perante as entidades de direito público ou privado, nacionais ou internacionais;
II. Promover o desenvolvimento regional integrado, com base nos princípios de sustentabilidade, com foco no potencial turístico e nos setores correlatos como cultura, meio ambiente e ruralidade do território delimitado;
III. Impulsionar a pesquisa e o trabalho acadêmico referente ao turismo na região,
desvendando o impacto cultural, econômico e social da atividade turística;
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IV. Estimular a exploração sustentável dos recursos turísticos existentes, o desenvolvimento econômico, a inclusão social e o combate à pobreza;
V. Preparar propostas e adequações da legislação municipal, necessárias ao alcance
dos objetivos propostos no presente Estatuto, a serem submetidas ao legislativo
de cada Município;
VI. Fomentar o desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas dos Municípios
Associados, através de implementação de lei, nos termos da Lei Complementar
nº 123 de 14 de dezembro de 2006.
Em setembro, os representantes italianos Ermano e Eleonora estiveram em
Monteiro Lobato (SP) para uma reunião da Secretaria Executiva da ADITM. Foram
abordados temas sobre a cultura de cada município, trilhas para ecoturismo, cicloturismo, calendários típicos. Participaram também da Feira de Turismo da ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens), em São Paulo (SP).
Em outubro, ocorreu a Missão Técnica da ADITM e da COSPE na Itália, com participação da Feira de Turismo em Riminni, no estande da Região da Toscana no setor
destinado à Itália. A Feira apresenta expositores do trade turístico do mundo todo.
Esta visita proporcionou aos técnicos da ADITM o conhecimento das ferramentas
de promoção utilizadas por destinos turísticos consolidados no mercado mundial.
Em artigo específico trataremos do conteúdo desta Missão Técnica à Riminni.
2015
Em março, em Campos do Jordão (SP) foi realizado o I EDITM (Primeiro Encontro de Desenvolvimento Integrado do Território Mantiqueira), tendo como tema: O
papel do turismo na integração do Território.
O encontro contou com a presença de representantes de órgãos
públicos e privados e palestrantes
de renome que trataram de temas
como:
ªª Competitividade e inovação
na estruturação de destinos turísticos – Ana Clévia
Guerreiro, Sebrae Nacional e
Wilken Souto, Ministério do
Turismo;
ªª Impactos do turismo – A importância do Plano Diretor
Municipal – Dra. Doris Ruschmann, UNIVALI e Acácio
Zavanella, Município de Socorro/SP);
ªª As parcerias público-privadas como alicerce de desen31
volvimento do turismo – Fernando Zuppo, APRECESP; Jarbas Favoretto,
AMITUR e Arnaldo Rodrigues, SETUR/SP;
ªª Planejamento estratégico nas políticas públicas do turismo – Alexandre Robazza, Sebrae São José dos Campos/SP e Fulvio Vicenzo, COSPE/Itália;
ªª Turismo em rede – A utilização das novas mídias na promoção de destinos
turísticos – Ermanno Bononi e Leila Pruneti, Região da Toscana/Itália e Anderson Pim, Ecobooking Sistema de Gestão em Turismo;
ªª Roteirização e a integração do Território – Jussara Rocha, Raízes Desenvolvimento Sustentável e Ayrton Violento, Anda Brasil;
ªª Perfil do turista de natureza no Brasil e no Território Mantiqueira – Luiz Del
Vigna, ABETA e Zeca Maurício, Farol da Mantiqueira;
ªª O associativismo e seu papel no fortalecimento do turismo – Luiz Pedro Nathan, ABIH/SP; José Saud Júnior, FC&VBSP/SINHORES Taubaté e região e Filipe Condé, FECITUR/MG e Circuito Turístico das Águas/MG.
O Encontro contou também com a presença do dramaturgo Lauro César Muniz
na palestra de encerramento. O evento foi uma realização da ADITM, Programa Brasil Próximo e COSPE, teve o apoio institucional da Secretaria Geral da Presidência
da República, da Regione Toscana. Contou também com o apoio da Água Mineral
Monteiro Lobato e da Revista Naturale.
Em abril, foi inaugurada a sede da ADITM localizada na cidade de Campos do
Jordão (SP). O evento conduzido pela presidente da ADITM e prefeita de Monteiro
Lobato (SP) Daniela de Cássia Santos Brito, contou com a presença dos prefeitos de
Campos do Jordão (SP), Piranguinho (MG), Brazópolis (MG), secretários de turismo
dos demais municípios associados,
integrantes da Missão Comercial da
Agência de Promoção e representantes de setores ligados ao turismo e da revista Naturale.
A inauguração da sede foi um
dos pontos altos dos trabalhos da
Missão Comercial que aconteceu
entre os dias 29 de abril a 03 de
maio com representantes do turismo da região da Toscana (Itália),
de São Paulo, do Rio de Janeiro e
de Minas Gerais. As visitas foram a Campos do Jordão (SP), as cidades mineiras de
Pedralva, Cristina, Piranguinho, Brazópolis, e concluíram a missão nas cidades paulistas de São Francisco Xavier e Monteiro Lobato.
Com a finalidade de promover o Território da Mantiqueira e suas potencialidades para o desenvolvimento de novos produtos turísticos, vários foram os momentos de troca de experiências entre os participantes e os representantes do turismo
da região, que apresentaram seus atrativos e demonstraram que o Território da
Mantiqueira possui características especiais e únicas.
Para Leila Pruneti, representante da Agência de Promoção da Região Toscana,
“o Território Mantiqueira reúne em seus municípios atrativos tão diversificados, que
vão da tradicional e histórica cultura do cultivo do café aos maciços rochosos de
rara beleza cênica que propiciam o desenvolvimento do ecoturismo. Com rica culinária que vai da típica comida regional ao mais sofisticado restaurante de cozinha
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internacional, tudo faz desta região, uma
joia a ser lapidada, onde o turismo com certeza contribuirá e muito para o desenvolvimento e posicionamento como destino
desejado pelos visitantes, tanto brasileiros
quanto internacionais”.
Esta Missão Comercial, contou com o
apoio da COSPE Itália, entidade parceira da
ADITM na realização do Programa de Cooperação Brasil Próximo, foi uma ação positiva para a promoção do turismo do Território. A presença de profissionais italianos e
brasileiros dos principais mercados emissores, São Paulo/Minas Gerais/Rio de Janeiro,
alavancará a divulgação deste destino, e,
em paralelo, contribuirá para a integração
dos municípios associados à ADITM.
Em junho, no Rio de Janeiro, foi realizado o Seminário de Integração: “Turismo
Sostenibile, Politiche Sociali, Giovani, Cultura e Territorio nel Programma Brasil Proximo” (Turismo Sustentável, Políticas Social, Jovem, Cultural e Território no Programa Brasil Próximo), com a participação de representantes de todos os Territórios
apoiados pela Cospe.
Em agosto, a Associação de Desenvolvimento Integrado do Território Mantiqueira (ADITM) passou por duas avaliações, a primeira pela Scuola Superiore
Sant’Anna de Pisa – Itália, na pessoa da consultora Francesca Vietti, que realizou
perguntas aos representantes da ADITM com o objetivo de elaborar um relatório
conclusivo sobre o Programa Brasil Próximo. A segunda avaliação foi realizada pela
Sviluppumbria e pelo Centro Universitário de Araraquara em parceria com a UNESP
(Universidade do Estado de São Paulo), pela coordenação de Helena Carvalho De
Lorenzo, que teve como objetivo principal avaliar os bons resultados do Programa
Brasil Próximo.
A ADITM realizou também em agosto, em Itajubá (MG), o Workshop de Apresentação das Novas Diretrizes do Observatório do Turismo do Território da Mantiqueira. Estiveram presentes prefeitos, secretários e membros dos Conselhos de
Turismo dos municípios associados.
Nesta cronologia apresentamos as datas e ações mais relevantes. Durante estes 10 anos o Conselho Administrativo da ADITM teve reuniões mensais, ora como
Assembleia Geral, ora como Grupo de Trabalho, com estudos e ações para o desenvolvimento do Território da Mantiqueira.
Até a data desta publicação, a ADITM é composta por três municípios paulistas:
Campos do Jordão, Monteiro Lobato e São Francisco Xavier (distrito de São José
dos Campos) e oito mineiros: Brazópolis, Carmo de Minas, Cristina, Gonçalves, Itajubá, Pedralva, Piranguinho e Piranguçu. A proposta é de que mais municípios passem
a fazer parte do Território, inclusive cidades do Estado do Rio de Janeiro. Um horizonte de possibilidades está aberto para que o Turismo Integrado e Sustentável se
desenvolva na região.
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Missão Técnica
Conhecendo a Região Toscana
As Missões Técnicas à Região da Toscana, na Itália, ocorreram nos anos de 2010,
2013 e 2014. Pela importância das informações e conhecimentos de seus especialistas em como trabalhar o Turismo, dedicamos as próximas páginas para conhecer
a política de Turismo da Toscana, bem como as Agências de Promoção e Observatório, além é claro de exemplos de práticas que dão certo e atraem milhares de
turistas para a região.
2010
A primeira Missão Técnica à Região Toscana ocorreu de 16 a 24 de outubro de
2010. Participaram da comitiva brasileira a então Secretaria Executiva da ADITM, representantes da Presidência da República e do Ministério do Turismo.
Esta Missão proporcionou grande
gama de conhecimento como podemos acompanhar nos temas estudados.
Toscana Promozione – Marketing e Promoção Territorial
Toscana Promozione é uma
agência 100% pública ligada ao governo regional da Toscana com
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o objetivo de promover a Toscana como destino turístico e seus produtos para o
mundo (www.turismo.intoscana.it). Organiza missões das empresas Toscanas para
participação em feiras internacionais, encontros de negócios e Road-shows nos
principais mercados de consumo. A Toscana Promozione trabalha também através
dos escritórios do ICE pelo mundo, órgão responsável pela promoção comercial da
Itália no exterior. Entre suas atividades destacam-se: promoção, marketing, busca
de investimentos; cooperação internacional; e internacionalização das empresas
através de suporte técnico específico.
A agência congrega uma série
de entidades. Criada no ano 2.000,
é composta por uma equipe de
50 pessoas, com orçamento de 15
milhões de euros em 2010. Tem intervenção nos setores de agroalimentação, indústria, artesanato e
turismo. Possui sede nos Estados
Unidos, Brasil (São Paulo), Argentina, Rússia, Alemanha e China.
Quando a agência iniciou suas atividades, o objetivo era o marketing diferenciado, com o tempo
passou a gerar consultorias. Parte dos custos de consultoria tem suporte de verba
pública e apoio de empresas. Não há um fundo específico para este custeio; é necessário que sejam apresentados projetos para a aquisição do valor solicitado.
As ações são trabalhadas dentro de projetos construídos com base na análise
do mercado, o que permite preparar o ambiente para receber e emitir o turista. A
capacitação dos agenciadores é feita dentro de programação previamente construída. Promove-se a orientação e financiamento para empresas envolvendo internacionalização, serviço de assessoria de crédito pelo comércio externo, acesso ao
mercado, consultoria sobre marketing turístico e consultoria sobre a utilização da
internet para o mercado turístico. Há ainda a consultoria que envolve análise de
mercado, normatização, marketing e contatos chaves com os buyers (compradores), sendo estes serviços pagos. Participa de eventos nos maiores mercados consolidados: União Europeia, Estados Unidos e Japão, com penetração também no
mercado emergente: Rússia, China, Índia e Brasil.
A estratégia utilizada no Marketing de Destinação é a divulgação do território
com destaques para suas especificidades, envolvendo qualidade, beleza e outros
detalhes importantes para a atração do visitante. Uma campanha temática produziu imagens que retratam o segmento de turismo e outras questões a serem abordadas, com destaque a frase: “VOGLIO VIVERE COSI” (Você Pode Viver este Cenário), trazendo os temas Arte, História e Ecologia.
Nos anos 90, o Instituto da Toscana preparou um estudo para apontar a forma
como a região era vista pelos visitantes, construindo a marca Toscana a partir de
imagens destas percepções. Os objetivos para este trabalho foram o marketing de
destinação e a comercialização, voltando a atenção tanto para o cliente quanto para
a empresa. Nesta linha de divulgação da Região da Toscana, a agência desenvolve:
ªª Press Tour, apoio aos Guias de Viagem, destacando a participação por parte
da Fundação Sistema Toscana que é a responsável por todo o trabalho voltado para a web;
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ªª Participação em Feiras para construção de parceria com a Agência Nacional
de Turismo, sendo referência no espaço da Toscana: info desk (mesa de informação) Toscana, info desk do território, empresa (publicações), espaço
relax e magazine; localizados em área autônoma ou no pavilhão maior;
ªª Workshops e Road Shows onde são apresentados: o mercado (quem vende/
quem compra), info desk, sala workshop, o destino, jantar (Buffet) para que
as pessoas se conheçam, sendo oferecido ao menos um prato da região;
ªª Educational Tour realizado pelas operadoras turísticas que oferecem tours
temáticos, os quais possuem tema e itinerário personalizado pelo mercado
e tipologia do participante;
ªª Os Fam Tours e Press Tours organizados e coordenados pela Toscana Promozione em colaboração com agência de turismo local.
A equipe também realiza estudo de mercado com o intuito de definir o segmento de turismo a ser apresentado. Na atuação com agências de turismo promove
cursos para os operadores.
Centro di Studi Turistici da Região Toscana – Apresentação dos dados e
estatísticas do turismo na Região da Toscana e na Itália
O Centro di Studi Turistici é uma associação público-privada constituída em 1975,
que reúne 30 comunidades da Região Toscana em 34 categorias do setor privado.
Produz estatística e estudos sobre o setor do turismo da região, fornece informações sobre o setor para o governo federal e banco de dados primários para as universidades e outros institutos de pesquisa. Este Centro foi o primeiro do tipo na
Itália e um dos primeiros na Europa, exercendo papel fundamental para a estratégia
de gestão e promoção do Turismo. Por meio de seus estudos verificou-se a necessidade de promoção on-line que foi realizada pela Fundação Sistema Toscana e o
mapeamento dos mercados consumidores a serem alvos da Toscana Promozione.
No caso da organização dos dados estatísticos, esta compilação é feita pelo Instituto Nacional com o objetivo de gerar relatórios para estudos que consequentemente apontarão estratégias de marketing. Há dificuldades em se estudar apenas
dados locais, então são estudados os regionais e nacionais.
A metodologia italiana de incentivo ao turismo busca aconselhar os investidores
sobre a viabilidade do negócio. Os bancos italianos consideram este estudo para
liberar recursos para investimentos turísticos. Ocorre também incentivo para o
turismo desenvolvido em áreas rurais, especialmente onde não há estrutura, com
perspectivas de retorno de investimentos para 20 anos.
As mudanças do contexto socioeconômico mundial resultaram na estratégia
elitizada do turismo toscano, consolidado como turismo de alto nível. A redução
do valor de transporte nas viagens permitiu um gasto maior na hospedagem e na
alimentação. A estratégia é consolidar a Marca Toscana + Brand Itália, cuidando do
marketing dos produtos, angariando turistas que tenham o desejo de realizar suas
paixões e viver intensamente motivados pelas experiências de excelência. Para isto
se fez necessária a descoberta da identidade do turismo local, sincronizando-a com
o perfil e a alma do turista.
As principais estratégias utilizadas foram:
ªª Tematizar os produtos;
ªª Complementar destinos para fortalecer a região;
ªª Estimular a capacitação permanente para gerar excelência de produtos;
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ªª Diversificar produtos com temas complementares que fortaleçam e consolidem uma imagem turística.
Fundação Sistema Toscana – Marketing e vendas na internet e técnicas
inovadoras de promoção on-line
A Fundação Sistema Toscana é uma organização privada, com sistema de ações,
da qual são sócios o Banco de Páscoa da Toscana e a Secretaria de Turismo da Toscana. O governo Toscano é o sócio majoritário da instituição, detendo quase 60%
das ações e o controle acionário. A Fundação nasceu da necessidade de operar o
sistema de turismo, por meio da promoção turística na internet, com ênfase nos
motores de pesquisa como Google e Bing e nas redes sociais como Facebook, Orkut
e Twitter, além dos blogs especializados.
Conhecida como Casa da Criatividade, promove a Região da Toscana através
da web, tendo três pilares para a comunicação turística: sustentabilidade, comunicação em rede e valorização de identidade turística para criação de territórios.
Composta por uma equipe de 12 pessoas oriundas de diversas nacionalidades, sua
estrutura está dividida em três áreas: tecnológica, portal e projetos.
Dentre as estratégias trabalhadas estão:
ªª Site: onde se quer chegar. É o coração do trabalho. É oficial, mas informal.
Utiliza imagem coordenada com foco para atingir o público que se deseja;
ªª Spot TV: divulgado nas várias regiões. Passa por adaptações constantes realizadas pelas próprias pessoas convidadas para o processo;
ªª Advertising off line: publicidade nas mídias tradicionais;
ªª Advertising (parceria com o Google): surgiram várias ações, sendo que em
uma delas utilizam várias palavras chaves que dão acesso à Região Toscana;
ªª Social Midia Strategy: criou-se um time de pessoas que fica na Net, falando
sobre a Toscana. São 50 social networks (180.000 contatos);
ªª Contest com events, ou seja, promoção dos eventos através do concurso:
quanto mais amigos levar, mais fácil ganhar o evento;
ªª VVC Card e Mobile Marketing: sala de imprensa na internet;
ªª Advertising Web: vídeo game para celular, com temas sobre Toscana;
ªª Stampa: carta de fidelização que chega pelo celular.
Para os estímulos utilizados na internet receberam cerca de 30.000 respostas.
Esta experiência foi considerada inovadora. Na campanha virtual, Firenze está atrás
somente de Londres e Paris.
No site oficial (www.intoscana.it) a proposta é: Toscana como um todo (marketing Territorial); atualização diária; vídeos com imagens da Toscana; canais editoriais
que variam de interesse; e divulgação de eventos que irão acontecer em tempo real.
Há também o site www.toscaninelmondo.org destinado aos imigrantes no
mundo, também utilizado na América do Sul. São três os principais pontos destacados nele: informação, serviços e interação.
Com o intuito de alcançar o público infantil foi criado o site www.trool.it, para
atender crianças de 07 a 11 anos. Ele obedece aos quatro princípios da Fundação:
direito, trabalho, inovação e sustentabilidade. A proposta nasce a partir de equipes
que trabalham com crianças, discutindo com elas o que lhes interessa. As informações são colocadas no site pelas próprias crianças destacando-as como protagonistas e promotoras da rede. A proposta envolve educadores especializados para o
trabalho, a realização de laboratórios, o processo interativo com a participação das
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crianças, a busca da formação de consciência sobre assuntos culturais, ambientais e
de condutas sociais, e o ensino do turismo.
Em parceria com uma banca que trabalha com Ecossustentabilidade surgiu o
site www.zoes.it. Nele são disponibilizados fóruns de discussão sobre sustentabilidade. As perguntas são respondidas por pessoas certificadas no assunto. Nesta
proposta podem ocorrer mapeamentos e lançamento de campanhas.
Secretaria de Turismo da Região Toscana – Observatório Turístico de
Destinos – O papel dos atores regionais e locais
A Constituição italiana aponta o turismo como parte da legislação regional,
portanto as regiões têm total autonomia para redigir suas regras de acordo com a
realidade em que vivem. A Região Toscana é dividida em 10 províncias que oferecem
todo o apoio para a região, inclusive enviam estatísticas do turismo. No caso das autorizações para as empresas receptivas, estas são feitas pela Prefeitura local. Com
o intuito de fortalecer a região foi criada a Toscana Promozione com foco principal
em exportação, site, feiras e promoção. Como uma das estratégias, cada ano a região desenvolve um programa que foca a inovação e cede o recurso para a Toscana
Promozione, a qual transfere para empresas que apresentam projetos de acordo
com os objetivos já construídos. Estes recursos também podem ser utilizados por
prefeituras que queiram construir estruturas de turismo.
A Região está envolvida em um projeto que abrange uma rede de regiões em
prol do Turismo Sustentável. Fazem parte: Toscana (10 províncias: serra, mar, montanha e outros), Cataluña e região da França. As propostas têm aporte financeiro da
União Europeia para que possam desenvolver um Modelo de Turismo Sustentável
para a região e contam com o apoio das universidades.
No modelo europeu de sustentabilidade turística, o turismo é mostrado para a
comunidade como uma interferência positiva que traz retorno significativo a partir do potencial existente. A proposta foi intitulada como Rede Necstour (www.
necstour.eu), que traz como benefícios o fortalecimento das capacidades locais e o
relacionamento entre as autoridades. Através das Universidades, discussões foram
realizadas com as prefeituras, abordando 10 temas relevantes para o desenvolvimento do Turismo Sustentável e valorizando os três patamares da sustentabilidade:
dimensão econômica, social e ambiental.
Setor de Projetos Interestaduais
Na Região da Toscana, o turismo é um segmento presente e destacado, sendo
que em alguns locais é o ponto forte da economia. Ele está estruturado em segmentos prioritários: mar, montanha, cidades de arte, rural e termal. O agroturismo
é muito difundido na região, porém algumas atividades como a balneária e de montanha sofrem bastante com a sazionalidade. Assim como toda região turística, há
sempre necessidade de busca de novas possibilidades.
Na construção de projetos interestaduais, a Região passou a construir um itinerário religioso e místico utilizado por peregrinos, que segue do norte da Europa
(Dove – Inglaterra) até Roma, intitulado Via Francigena.
Neste trajeto é possível vivenciar a história e a cultura, com atividades ao ar livre,
em uma região muito conhecida e valorizada na Europa. A sinalização é específica
e o percurso atende ao peregrino e ao turista. Na Região da Toscana são 16 etapas
(cerca de 400 km), sendo Lucca e Siena as duas cidades maiores. Foram valorizados
locais que não seriam conhecidos, não fosse este itinerário construído para descon38
gestionar outros com grande fluxo de visitação, como cidades com média de 2.000
habitantes que recebem 800 mil turistas/ano. O percurso do início até Roma chega
a 2.000 km e demora um pouco porque envolve locais públicos e privados (estes
dependem da autorização do proprietário). A Via recebe cerca de 3.000 visitantes
com objetivos religiosos somados aos turistas com motivações esportivas, históricas e culturais, mesmo sem promoção efetiva. Cada região é responsável pela infraestrutura que oferece aos visitantes. O trajeto na Itália inclui: Lombardia – Emília
Romagna – Umbria – Toscana. Como ferramenta de promoção utiliza-se a viagem
virtual (cartográfica) desenvolvida pelo setor público, disponível no site.
O processo de desenvolvimento do Observatório de Turismo da Região Toscana
é composto pelas seguintes forças:
ªª Região Toscana: núcleo de tudo (corresponde ao Estado no Brasil);
ªª Toscana Promozione: promoção na Itália e exterior, através de eventos
como feiras, congressos e estratégias de marketing;
ªª Centro de Estudos Turísticos: estatísticas (demanda / oferta);
ªª Fundação Sistema Toscana: site / marketing / análise qualitativa;
ªª IRPET: Observatório Econômico;
ªª Observatório de Destinação – Modelo Europeu: trabalha na organização do
destino através da análise de informações e dados para aperfeiçoar os produtos.
Estratégia e vendas on-line para o turismo – Fundação Sistema Toscana
A estratégia da Fundação é baseada no conhecimento digital e não muito no
Observatório. Dados estatísticos revelaram que 50% do dinheiro na Itália era gasto
na internet / 98% das pessoas que procuram viajar o fazem através da internet, depois procuram a agência.
A União Europeia financia propostas para turismo sustentável com base em tecnologia digital. A Internet é importante, pois traz dados estatísticos em tempo real,
de forma qualitativa e quantitativa. A divulgação por ela é sempre ágil e normalmente o que se deseja para a primavera já é divulgado no outono.
As pesquisas de acompanhamento realizadas abordam em tempo real:
ªª Coleta de dados e resultados;
ªª Análise quantitativa e qualitativa através de bloggers;
ªª Melhor que o resultado em pesquisa é o resultado em negócios: ocupação,
fluxo, pacotes turísticos, arrecadação e circulação financeira;
ªª Pesquisa em nível mundial de acessos ao site e ao termo “Toscana”.
A Região da Toscana decide a estratégia de promoção e em seguida contrata os
prestadores de serviço para a construção da campanha com base na legislação da
União Europeia. Neste processo a Toscana Promozione responsabiliza-se pelo trabalho com jornais, TV e outras mídias, enquanto a Fundação Sistema Toscana pela
comunicação digital, busca de recursos e realiza a prestação de contas.
IRPET (Instituto de Pesquisa e Planejamento Econômico da Região
Toscana) – O papel do turismo na economia da Toscana
O IRPET é um órgão público da estrutura formal do Governo da Toscana voltado
para a análise e planejamento econômico da Região. “O Papel do Turismo na Economia da Região Toscana” foi apresentado com números detalhados. Segundo o
instituto, apesar do impacto do setor na economia ser grande, ele representa apenas 8% do PIB regional. Outros setores como o do metal-mecânica e da manufatura
possuem participação maior sobre a produção da região. (www.irpet.it)
O Instituto trabalha em três frentes: economia, sociedade e território. Conta
com uma equipe de 40 pessoas, sendo 20 pesquisadores. A cada ano é definido um
segmento para estudo, com metodologia padrão para as pesquisas.
A Região da Toscana é caracterizada pelas pequenas empresas que são conhecidas por terem menos de 10 empregados e não terem balanço em sua maioria, o que
impossibilita dados confiáveis sobre o faturamento e consequentes avaliações. A
existência destas pequenas empresas deve-se essencialmente às grandes empresas
que definem seus papéis e as mantém em funcionamento. No sistema italiano as
grandes terceirizam o trabalho para as pequenas. Na Região da Toscana o processo
começou a partir dos prestadores de serviço que cresceram e criaram pequenas
empresas que convivem em conjunto, funcionando como uma grande empresa.
No momento, a manufatura tem saído do destaque dos investimentos, cedendo
espaço para o turismo que traz investimentos do exterior, gera benefícios sociais
e promove não só a venda do território como a presença das pessoas no território.
O turismo oferece elementos inovadores, principalmente para os empreendedores
que vem da área rural. A exportação e o turismo são considerados saídas para a
crise. Destaca-se que para ganhar com o turismo é preciso chamar o turista, estimulá-lo a ficar e conhecer os locais não tão conhecidos e, gastar no território.
O turismo envolve vários setores/serviços, sendo considerado pelos italianos
como produto de exportação, já que envolve ações de consumo. A oferta é definida
com a capacidade receptiva, enquanto a demanda demonstra a evolução do turismo no ano. Para estudar o movimento turístico tomam-se como base as estruturas
receptivas e o número de turistas que chegam aos aeroportos e fronteiras. De 1990
a 2007, as chegadas na Itália aumentaram em 65%. No tocante aos segmentos de
turismo há um destaque para o agroturismo que cresceu de 3% para 6% e os serviços
Bed&Breakfast que tem custos mais baixos, sendo que ambos permitem maior contato com a cultura. As grandes estruturas também tiveram um crescimento, porém
as médias sofrem um pouco mais. Na Itália, 15% a 20% dos turistas estão em Florença, porém, o impacto do turismo nesta cidade é pequeno porque poucos atuam no
turismo se comparado aos outros setores da economia.
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Na Região Toscana a chegada de turistas estrangeiros é significativa, por isso
a valorização e a especialização neste público. O turismo, por ser um fenômeno
concentrado em desenvolvimento, ativa a entrada fiscal, sendo importante para a
formação regional. Os dados levantados a cada ano pelas pesquisas são constantemente analisados e utilizados no planejamento da região e da própria Itália.
Região da Umbria – Organização de um Observatório sobre o Turismo
A Sviluppumbria é uma agência da Umbria que teve início em 1973 como uma
sociedade público-privada. No momento é uma instituição pública responsável por
promover o desenvolvimento territorial, compondo-se pelo governo e prefeituras
(www.regioneumbria.eu).
No processo de distribuição de recursos, a agência é responsável por abrir edital
para que as empresas se inscrevam e colaborar no planejamento e execução das
propostas.
Desde 1998 a agência faz parte do Observatório da Região da Umbria, que tem
como objetivos:
ªª entender a escolha do turista;
ªª verificar as necessidades de quem trabalha com o turista;
ªª analisar os fluxos turísticos;
ªª planejar marketing e comunicação;
ªª buscar excelência no produto oferecido (produto turístico de qualidade);
ªª buscar investimentos;
ªª diversificar a oferta turística;
ªª valorizar os profissionais e pessoas.
Algumas funções do Observatório são:
ªª informar análise do fluxo turístico em determinado período;
ªª realizar pesquisas de campo;
ªª envolver interessados no processo a fim de que sintam-se parte dele;
ªª dar suporte ao planejamento e programação: dados da pesquisa são utilizados para revisão e/ou reposicionamento de estratégias;
ªª difundir resultados das pesquisas na internet, jornal, etc;
ªª estimular planos de propulsão e movimentos empresariais;
ªª incentivar a convergência entre operadores locais e atuação profissional.
Parceiros do Observatório: a Svilluppumbria SPA, o Centro Superior de Estudos
Turísticos (Universidade – estudo dos fluxos turísticos) e o ISNART (Instituto Nacional de Pesquisas Turísticas – questões estatísticas e cursos).
No caso da Região da Umbria, os dados recebidos são encaminhados para todos
os envolvidos e interessados, ocorrendo ainda a publicação de material onde consta o Plano Trianual de Promoção Turística. O departamento de turismo é quem cede
todas as informações / dados para empresas / pessoas físicas que tenham interesse
em investimentos e pesquisas. A região também desenvolve pesquisas em busca de
dados, utilizando questionário padronizado aplicado pelo Instituto Nacional.
A proposta não é somente o trabalho com o turismo, mas a requalificação da
região como um todo. No Observatório existe um Comitê de Avaliação e Monitoramento (com mandato de três anos, composto por representantes do Governo
Regional da Umbria, Agência de Promoção, Conselho das Comunidades Locais e
Associações de Categoria) que tem como papel fiscalizar as atividades do Obser41
vatório, apresentar propostas e organizar dentro do plano trianual um plano anual
que deverá ser aprovado pelo Governo da Região.
O Observatório Nacional está dentro do Conselho de Ministros e do Conselho
de Desenvolvimento do Turismo, funciona como um braço da Presidência da República. É responsável pelos estudos em âmbito nacional, sistematização das informações por região/macrorregião e enfoque na atração de investimentos. Vale ressaltar
que o Observatório Nacional não é superior ao Observatório Regional.
O Observatório da Umbria conta com equipe de oito pessoas e o valor disponibilizado anualmente para o seu funcionamento é de 100 mil euros e buscam convênios com outros parceiros a fim de obter apoio para novas propostas.
Visita à cidade de Lucca, participação na Feira LUBEC (Feira Mundial de
Luca para a Gestão de bens culturais para o turismo)
A LUBEC é uma feira virtual e tecnológica que apresenta várias possibilidades
de divulgação dos bens culturais utilizando as mais modernas técnicas interativas,
considera um evento de excelência do setor.
Visita ao centro da cidade de Florença
No último dia de atividades
com o governo da Toscana foi
realizada uma visita guiada ao
centro da cidade de Florença aos
principais monumentos e bens
culturais, onde explanaram como
se organiza o trânsito, a segurança, a limpeza, a visitação (acesso
e cobrança de ticket) e a proteção das atrações. No Museo Galleria dell’Academia, um dos mais
importantes da Europa e que
hospeda a principal atração da
cidade, a escultura “David”, do
artista Michelangelo, que segundo a UNESCO é a estátua mais
conhecida do mundo, os funcionários relataram sobre a gestão
de atrações turísticas e de bens
culturais.
2013
A visita Técnica à Região Toscana com a participação da então Secretaria Executiva da ADITM, ocorreu de 01 a 08 de dezembro de 2013, com atividades voltadas
para o intercâmbio de conhecimento e de práticas de desenvolvimento integrado
e sustentável do turismo. Com programação elaborada por especialistas da Região
da Toscana, incluiu palestras e encontros com representantes institucionais e técnicos do Observatório e da Agência de Promoção de Turismo da Região Toscana,
além de visitas a empreendimentos e roteiros consolidados na região.
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Evolução do turismo e novas
tendências.
O marketing da Agência de
Promoção do Território da Toscana conta com sistema web e equipe especializada. É controlado
pelo poder público, com objetivo
de promover a iniciativa privada
(empresas do trade turístico), os
eventos turísticos e os atrativos
turísticos públicos. O turismo na
região da Toscana considerado
um fenômeno cultural e sociológico, conta com a população envolvida ao processo.
A participação de diversos setores como: sanitário, transporte, obras, saúde,
comunicação, educação, esporte, etc., mostra a necessidade de políticas públicas
integrarem o turismo. Nesse sentido, deve existir planejamento, leis de incentivos
fiscais para infraestrutura turística, descentralização da oferta turística e foco nos
lugares atrativos.
Aos empresários é importante mostrar quais as vantagens efetivas de participar do processo. No âmbito da educação, desenvolver trabalhos com alunos para
conhecer os municípios e região, promovendo passeios onde o professor trabalhe
aspectos do local a ser visitado (história, cultura, geografia, etc.) e desenvolva atividades após a visita. A população também deve participar ativamente nas decisões
referentes ao desenvolvimento turístico, isso gera envolvimento, ideias e motivação, já que uma das tendências atuais é o turismo de vivência, onde o que se disponibiliza (produto turístico) deve estar ligado à vida local.
Para criar um programa de desenvolvimento da atividade turística, conforme
as necessidades da população, é necessário conhecer o município (Inventário da
Oferta Turística), as tendências do mercado turístico (Pesquisas com visitantes) e o
fluxo de visitantes durante os meses do ano (Pesquisas com empresários). O produto turístico é a soma da infraestrutura + as atividades propostas + os eventos
desenvolvidos = Sistema de Oferta.
Políticas dos Mercados Turísticos
A Toscana Promozione cuida da promoção da Toscana no mundo. No Brasil, o
processo de divulgação iniciou estudos e pesquisas com apoio da COSPE (com sede
no Rio de Janeiro), com objetivo de conhecer as expectativas do turista brasileiro.
No programa de divulgação participaram de feiras brasileiras como a ABAV no Rio
de Janeiro e Salão Nacional de Turismo em São Paulo, além de promover FAMTUR’s
com Agências Operadoras e empresários de Redes Hoteleiras. O fluxo de turistas
brasileiros na Toscana aumentou para 200 mil visitantes ao ano, com permanência
média de dois dias e meio.
Como descobrir o que o cliente quer? Ouvindo (saber escutar), pesquisando
(buscar conhecê-lo). Neste novo cenário todas as empresas devem utilizar estratégias de marketing via web. Outra consideração recai na psicologia humana, como
alcançar o observador e chamar sua atenção para sua página na internet? O cérebro
humano funciona 5% no campo lógico e 95% no campo emocional, a emoção move
43
o ser humano e determina sua decisão, curiosidade e interesse. Assim, devemos
utilizar um marketing emocional, exemplo: mapa turístico com ícones, vídeo com
proprietário de restaurante tradicional apresentando o local e convidando os visitantes. Na região da Toscana foram criados Centros de Informação Turística onde
se veem os vídeos de apresentação dos empreendimentos locais e das atividades
oferecidas aos visitantes.
Serviço de Estatísticas sobre o Observatório Turístico Regional e
Sistemas On-line.
O Turismo Rural na Região Toscana teve início devido à crise no setor da agricultura, o que propiciou a busca de novas alternativas de renda às propriedades. Na
época, a política de Turismo buscou favorecer os pequenos meios de hospedagem,
além de implantar um sistema de classificação do setor. Um sistema de informações
com dados estatísticos da movimentação turística gerada através dos anos, proporcionou a realização de estudos baseados em dados reais, facilitando e direcionando
o planejamento para o desenvolvimento turístico.
Há 14 anos foi implantado um sistema de software que mantém um banco de
dados turísticos da região, abrangendo dois fluxos, o da demanda turística (compra
dos visitantes, movimentação financeira de empreendimentos e produtos turísticos) e o da demanda da oferta (número de visitantes, procedência e permanência).
O software é utilizado por 100% dos estabelecimentos, existem leis que os obrigam
a alimentar os dados de forma idônea e a origem destas informações podem ser
identificadas pelos gestores do sistema. Os dados seguem para a polícia, para o
governo da região e dos municípios. Além da lei de segurança pública que obriga
aos hoteleiros alimentar o software, existem os incentivos disponibilizados pelo governo, como financiamentos e créditos bancários diferenciados, acesso a serviços
através de projetos governamentais, disponibilização de dados na internet no site
oficial, gratuidade no cadastro e utilização dos dados, participação em feiras e abatimento de impostos. O acesso às informações é disponibilizado de acordo com a
entidade. Anualmente é feito um seminário para apresentar aos empresários relatórios estatísticos levantados no software e as últimas tendências do setor turístico. O sistema de Infos Point Digitais, com tela touch screw, que funciona 24 horas,
instalados em pontos estratégicos das cidades turísticas e em empreendimentos,
permite ao visitante ter acesso a toda informação turística da Região Toscana: mapas, roteiros, previsão do tempo, calendário de eventos, equipamentos de apoio e
turísticos, telefones importantes, etc.
Vitrina da Toscana na Mesa: Protocolo sobre uso de produtos, promoção
de produtos locais, pratos típicos, pela promoção da alimentação de
qualidade.
O Projeto Vitrina da Toscana busca integrar pequenos empreendimentos e restaurantes com produtores agrícolas, com objetivo de apresentar ao cliente final
produtos típicos e específicos da região. A Vitrine é composta por 900 restaurantes
e 300 pequenas lojas. Para fazer parte do Projeto é necessário seguir as regras estabelecidas, como por exemplo, ter as cozinhas inspecionadas. A gestão comercial do
empreendimento com os produtores agrícolas é autônoma, atualmente estão cadastrados 450 produtos da Toscana, para compor a rede, o empreendimento deve
oferecer pelo menos 30 destes produtos. Um selo de origem, o DOP (Denominação de Origem Protegida), identifica os produtos e empreendimentos participantes
44
do projeto, garantindo a procedência da Região Toscana. São organizados eventos
(jantares em museus, teatros, eventos culturais, feiras e festivais) para a promoção
dos produtos com degustações.
Visita à Feira BTO By Tourism Online
Com estandes da Itália, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Espanha, França e
Suíça, e várias empresas de peso
do trade turístico, além das regiões italianas: Toscana, Lazio, Liguria, Puglia, Basilicata, Sicília, Umbria e Abruzzo, a feira é um evento educacional internacional, promovido pela Região da Toscana e
Câmara de Comércio de Florença,
organizada pela Fondazione Sistema Toscana e Metropolis – Agência Especial da Câmara de Comércio de Florença. Considerado um
evento entre os mais importantes
do mundo em turismo on-line.
Treking e Nordic Walking.
Formatar trilhas de caminhadas que possuam infraestruturas de apoio (restaurante, hotel, centro de informação turística, produtos turísticos típicos, etc.) como
forma de promover a economia nas comunidades locais é muito importante para a
criação de roteiros atrativos. Esta prática promove o encontro do visitante com a
comunidade nativa. As trilhas podem ser sinalizadas ou não, distinguindo-se basicamente em três tipos: sem sinalização (geralmente não são autoguiadas), sinalizada
em pontos estratégicos, e aquelas com o maior número possível de placas (geralmente autoguiadas). Importante ter um site com todas as informações possíveis,
em vários idiomas, e com foco nos caminhos disponibilizados. Uma boa forma de
promover o produto é fazer um Tur, para apresentar as caminhadas aos principais
operadores do setor.
A prática de Nordic Walking, considerada como a evolução da caminhada, baseia-se no uso de um par de bastões especialmente concebidos para um treino aeróbico muito eficiente e fácil, recomendado para pessoas de todas as idades e condições físicas. O uso dos bastões permite a redução do impacto do peso do corpo
sobre os membros inferiores e, ao mesmo tempo, provoca uma grande movimentação dos membros superiores e do tronco. O Nordic Walking tornou-se uma das
maiores tendências do fitness nos últimos anos por ser um exercício completo para
o corpo todo, altamente indicado para o condicionamento geral e perda de peso.
É ótimo para pessoas que estão procurando uma atividade física inteligente com
grandes benefícios para a saúde, combinando diversão e comodidade. Caminhar
com os bastões por 30 minutos por dia, três vezes por semana, pode ajudar a baixar
a pressão arterial, reduzir o colesterol e aliviar o stress cervical.
Sistema de marketing orientado
Como escrever na web de forma ideal, proporcionando uma relação direta com
o usuário? Primeiro devemos conseguir visibilidade num universo de infinitas informações, demonstrar reputação é de suma importância (falar de si e do seu produ45
to) e disponibilizar informações reais na formatação correta. A neurociência é uma
ferramenta importante no estudo de formação da identidade de uma página web.
O conteúdo do site deve obedecer a determinadas regras: originalidade, sinceridade, pessoalidade, vivências, roteiro escrito com utilização de palavras chaves e de
forma descontraída, link’s, calendário turístico, localização dos empreendimentos
e ser atualizado constantemente. Participar de grupos sociais correlacionados também é importante na captação de clientes.
Tur Operator Internacional – Turismo Esportivo
Apresentação do S-Cape, um grupo social especializado em cicloturismo com
sedes na Itália, Espanha, Grécia e Holanda. O número de bicicletas na Itália ultrapassou o número de carros. Os ciclistas têm diversas motivações para planejar seus roteiros, por motivo de lazer, geralmente famílias, onde os percursos procurados são
mais fáceis (vias asfaltadas); casais jovens, são exploradores, querem algum desafio; praticantes de mountain bike são aventureiros, preferem roteiros mais baratos
e refeições nos horários que lhes convém; os de meia idade e idosos ficam maior período nas viagens, se interessam pela cultura local e viajam em todas as épocas do
ano. As estruturas de apoio devem se adequar, ter locais apropriados para guardar
as bicicletas, flexibilidade em horários para almoço e café reforçado. A segurança
nas estradas é muito importante, na formatação de roteiros dar preferência a caminhos menos movimentados, com sinalização adequada, inclusive alertando sobre a
presença do cicloturismo.
BTS (Borza Internacionale Turismo) – Turismo Ativo
O turismo ativo é alimentado pelas emoções, agregando diversas experiências
psicofísicas, mover-se no ambiente, romper o cotidiano, esta é a expectativa do
turista, e isto só é possível apresentando o espírito do lugar, que é único. O turista
contemporâneo busca informações via web para planejar sua viagem e faz comparações entre os destinos turísticos para então determinar para onde irá. É um
cliente exigente e está mais interessado em pequenas comunidades e locais sem
poluição. É importante oferecer serviços adicionais como massagista, lavanderia,
yoga, integração com taxista para viabilizar traslados, etc.
Visita ao Museo dela Manifattura Chini
A Manifattura Chini existe há dois séculos, é exemplo do bom artesanato cerâmico. Seu fundador, Piero Alessio Chini, era decorador profissional reconhecido internacionalmente, iniciou a Manufattura Chine no ano 800 e passou sua paixão pelas artes aos filhos e netos.
Hoje pode-se admirar o que ele e seus descendentes criaram, no
Museu do Chini, em Borgo San Lorenzo, e em decorações dos
edifícios espalhados por toda a Itália e pelo mundo.
Visita ao Palazzo Vecchio Agroturismo
A empresa acolhe grupos escolares de todas as idades em
acampamentos de verão ou famílias que queiram passar um dia
entre a natureza e os animais. Na fazenda, o “caminho do leite”
mostra o processo desde o nascimento do bezerro até que comece a produzir leite. Há também visitas a outros animais como
burros, pôneis, porcos, bois, coelhos, ovelhas, galinhas, perus.
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No restaurante da propriedade são servidos pratos típicos de Mugello, feitos com
os produtos da empresa.
Palazzuolo Sul Senio – Locanda Sul Senio – Apresentação do proprietário
Ercole Lega sobre Albergo Diffuso e culinária típica.
A hospedagem faz parte de uma Associação de Albergos Difusos. Nesta associação, várias propriedades se unem numa única gestão, com informações centralizadas no gestor, que administra os diversos pontos de hospedagem. Este sistema
teve início em 1970, após um terremoto no norte da Itália, quando surgiu a necessidade de criar um modo de hospedagem sustentável, onde os proprietários não precisassem estar em seus empreendimentos. Existe uma regulamentação do governo
em forma de lei, que define as regras e características para se formar um Albergo
Difuso. A divulgação feita pelo site disponibiliza roteiros, com apresentação do condutor e seu contato direto.
A culinária conta com uma rede de contato com os fornecedores dos produtos
servidos nos empreendimentos, promovendo assim os produtos típicos do território. O cliente tem acesso a informações sobre os produtos apresentados (tipo de
plantio, variedades existentes, curiosidades e história), além de informações sobre
os produtores.
Clientes fidelizados trazem novos amigos para conhecer os destinos. A agricultura deve estar integrada à culinária como o artesanato à cultura. Na mensagem
passada ao cliente são importantes três coisas: comunicar que encontrará sossego
em sua estadia; oferecer produtos e vivência fora de seu costume; e que o tempo
não é importante, o espaço nas montanhas é amplo e com poucas pessoas, o cotidiano do lugar convida ao silêncio.
Encontro com o prefeito da cidade de Locanda Sul Senio
Cidade localizada entre montanhas, bem parecida com a região da Serra da
Mantiqueira. No inverno ficam isolados pelas nevascas. Possuem patrimônio arquitetônico histórico milenar. Para promoção turística utilizam a web e as redes sociais. Durante o jantar, os pratos típicos do local são servidos enquanto se narra sua
origem, história, curiosidades referentes aos produtos utilizados e a receita, uma
verdadeira viagem gastronômica que proporciona sentir-se parte da comunidade.
2014
A visita Técnica à Região Toscana com a participação de dois representantes da
ADITM, ocorreu de 08 a 20 de outubro de 2014, com o objetivo de participar da Feira
de Turismo em Riminni para divulgar o Território da Mantiqueira através do Programa de Cooperação Internacional Brasil-Itália, no estande da Região da Toscana, no
setor destinado à Itália.
Feira de Turismo em Riminni
A Feira expõe o trade turístico de todo o mundo, o que proporciona o conhecimento das ferramentas de promoção utilizadas por destinos turísticos consolidados no mercado mundial. Os operadores de Cicloturismo, como o Tuscany Bike
Trainer, oferecem diversos formatos de treinamentos para ciclistas na cidade de
Pisa, na Itália, com local de hospedagem e treinos com especialistas que garantem,
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inclusive, a alimentação adequada.
O Bike it Easy Travel, da cidade de
Milão, inova oferecendo bicicletas elétricas (tecnologia japonesa) que não dispensam a ação de
pedalar, mas propicia uma grande
facilidade para andar com a bicicleta. A Agri-Cycle Club di Eccellenza
possui uma rede de equipamentos de agroturismo que oferta aos
praticantes de cicloturismo hospedagem, alimentação, serviço de
traslado de bagagens, local para
guardar equipamentos e atividades de lazer... O Tuscany Bike Challenge promove eventos para ciclistas por toda Itália com formatações que atendem desde iniciantes até profissionais.
O Cicloturismo.com é um site onde ciclistas de todo o mundo postam trilhas de
bicicletas, com dados técnicos que são compartilhados gratuitamente e fomentam
a visita aos lugares divulgados.
No segmento de operadores de Trekking, a Planet Viaggi Responsabili possui
um projeto no Brasil, de turismo responsável, divulgado através de um catálogo
com diversos outros países. A Tourlines Operadora, com sede em Vitória, no Brasil,
opera os principais destinos nacionais de sol e praia e destinos internacionais. A
Tainiks Tour Operator, brasileira de Goiás, opera destinos nacionais consolidados e
internacionais, principalmente a Itália. Ambas as operadoras brasileiras demonstraram abertura para conhecer os produtos da região da Mantiqueira como forma de
diversificar sua oferta. O Hotel e Resort Allegro Itália possui escritório em São Paulo
para captar clientes para seus eventos de treinamentos, seminários, atividades corporativas, em ambiente requintado e confortável com imersão dos participantes e
vivência da cultura italiana em alto estilo.
Intercâmbio Cultural
Reunião com o Embaixador da República de San Marino na República Federativa do Brasil Sr. Filippo Francini, o Presidente da Federazione Balestrieri Sammarinese Sr. Paolo Muccioli e o Secretário de Turismo de São José dos Campos (SP), Sr.
Diego Nicolau. Esta reunião teve por objetivo dar prosseguimento ao contato que
o Sr. José Maurício Carneiro, então gestor da ADITM, iniciou quando esteve em San
Marino no final de 2013, em Missão Técnica do Programa Brasil Próximo. A pauta
foi a negociação para realização de intercâmbio cultural entre San Marino e Brasil,
para que grupos culturais recebam apoio logístico (transporte do aeroporto até as
cidades, hospedagem e alimentação durante a estadia), para realização de apresentações culturais nas cidades interessadas no âmbito da ADITM. San Marino indicou
a vinda de um grupo de Balestriere, que conta com voluntários que representam a
Federação Balestrieri San Marino desde 1956. São os embaixadores da história, tradição e cultura da República de San Marino, a mais antiga do mundo. O espetáculo
apresenta bandeiras, danças medievais e tambores.
O Sr. Filippo apresentou uma possibilidade, através de um contato comercial
na Europa, para importação de cafés especiais da região da Mantiqueira (Cafés de
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Altitude). Este café seria estocado em um depósito na Europa para comercialização
de acordo com a demanda mercadológica. Estas negociações necessitam do aval
dos prefeitos dos municípios envolvidos além de estudos de viabilidade econômica
e jurídica e serão consolidadas posteriormente.
Atividade de caminhada com a Agência de Receptivo Turístico
Appennino Slow
Caminhada até as ruínas de uma antiga vila etrusca localizada no Monte Bibele.
Os etruscos eram um povo que habitou a antiga Etrúria, região a oeste dos Montes
Apeninos e do rio Tibre. Este povo dominou a região central da Itália durante os
séculos VI e VII a.C. Em 283, foram dominados e submetidos ao controle dos romanos, perdendo várias características culturais. As trilhas são bem
estruturadas com manutenção
periódica, possuem placas de sinalização, escadas, contenção de
trilhas e trechos com condições
de acessibilidade para portadores
de necessidades especiais. Um
Centro de Apoio, com restaurante e hospedagem para pequenos
grupos foi construído em estilo similar aos utilizados pelos antigos
etruscos, como forma de integrar
o edifício à paisagem e ao contexto do roteiro (Produto Turístico).
A logística de operação dos
roteiros de caminhada devem observar pontos importantes:
ªª Incluir equipamentos de turismo parceiros como restaurantes e hospedagens – não é interessante pernoitar com o turista na montanha, pois a finalidade destes roteiros deve ser girar a economia local através da utilização da
infraestrutura disponível;
ªª Fazer Seguro para os turistas – no caso da Appennino Slow além do seguro
individual para cada turista é feito um seguro civil para o guia da empresa;
ªª Providenciar transporte da bagagem para roteiros com translados de vários
dias, para os pontos de pernoite, além de conciliar horários e pontos para
alimentação.
Foram visitados também outros equipamentos de agroturismo como: a Antiga
Fronteira, tipo de hospedagem familiar localizada a 2 km do centro de Monghidoro,
ao longo do percurso histórico da fruta; Lodole Country House, pousada que fica
dentro de um campo de golfe, com uma casa típica dos anos de 1.600 que foi restaurada e decorada com mobiliário de época e vista para os vales Apeninos Bolognese;
Poggio Arabela, fazenda no topo de uma colina, com visão de 360º, com 50 hectares
de área peservada, remete ao período medieval, um ótimo local para cicloturismo,
caminhada e observação de animais. Foram visitados ainda La Cartiera Dei Benandanti, o Camping “Il Sergente”, o Museo Luigi Fantini e o Museo dele Presistoria Louis
Donini. Esta missão prossegui até Portugal para visitação de pontos turísticos importantes e reunião com o Presidente da Câmara de Tabuaço.
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Território da Mantiqueira
Observatório do Turismo
A visão principal da criação de um Observatório do Turismo da Mantiqueira é
a geração de conhecimento permanente da região sob a ótica da sustentabilidade
e seus impactos no desenvolvimento do turismo. Isso permitirá a estruturação de
produtos turísticos singulares no território e criação de uma marca forte para comunicação com o mercado, estimulando a atratividade e a competitividade turística da
região.
O Observatório é um instrumento de captação e geração de informações relevantes sobre a oferta e a demanda que conectam o território permanentemente
com a cadeia produtiva do turismo regional, com o mercado/consumidor e com os
entes de gestão estimulando a inovação de produtos e políticas públicas relevantes
para o desenvolvimento sustentável do turismo na região da Mantiqueira.
O Contexto Nacional
O desenvolvimento de políticas públicas para o turismo no Brasil tem-se dado
no âmbito da Gestão Descentralizada e Compartilhada do Turismo, norteando o
processo de implementação da Política Nacional de Turismo, no qual os setores
governamentais e as representações da sociedade civil interagem num processo
permanente de discussão e atuação, alinhando objetivos e potencializando os resultados do desenvolvimento da atividade no país. Esse contexto construído desde
o Plano Nacional do Turismo 2003 – 2010 e ampliado no Plano 2011 – 2014 permitiu a
formação de regiões turísticas nos estados brasileiros viabilizando uma nova forma
de gerir a atividade no país: a regionalização.
O Programa de Regionalização do Turismo no Brasil adquiriu dimensões estratégicas e propôs uma diretriz no que diz respeito às políticas públicas do turismo de
forma alinhada e descentralizada. O Território da Mantiqueira se insere neste contexto com a integração de 10 municípios, 02 grandes estados do sudeste brasileiro,
(MG e SP) 04 Circuitos Turísticos regionais, 01 instância de governança interestadual instituída – a ADITM (Associação de Desenvolvimento Integrado do Território
da Mantiqueira) e um Programa de Cooperação Internacional com a Itália, avançando no sentido de profissionalizar, ordenar e promover a região por meio da implementação do Observatório do Turismo e da Agência de Promoção como suas
principais estratégias.
A Cooperação Bilateral com a Itália e o turismo regional
Os parceiros da Cooperação Brasil-Itália propuseram a criação do Observatório do Turismo após visitas técnicas de especialistas italianos ao Território da Mantiqueira. Observaram as similaridades com as regiões da Itália, bem como a possibilidade de cooperação efetiva, propondo a transferência de metodologias das
experiências italianas, o aporte e monitoramento de linhas metodológicas para o
desenvolvimento territorial integrado com foco no turismo e assistência técnica
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para a implementação do Observatório como instrumento prático de desenvolvimento turístico do território.
A criação do Observatório do Turismo da Mantiqueira é um marco do Programa
de Cooperação Brasil-Itália no âmbito do Programa Brasil Próximo e principal atividade prevista no contexto da cooperação juntamente com a criação da Agência de
Promoção do Território pela ADITM, organização cuja missão é pensar e trabalhar o
turismo como atividade estratégica para o desenvolvimento do território.
O Observatório do Turismo
O Observatório deve atuar e ser entendido como instrumento prático de desenvolvimento turístico do território, funcionando à luz de um pacto de desenvolvimento regional que prevê o compromisso por parte dos municípios integrados,
visando conferir permanência e continuidade às suas ações e realizar as funções de
planejamento e animação do território e pode ser definido como ferramenta de:
ªª Informação: permite aos operadores turísticos privados obter informações
oportunas e confiáveis sobre a oferta e demanda;
ªª Planejamento: fornece às autoridades e gestores de turismo informações
que possibilitam realizar planos de governança, marketing e promoção considerando o mercado e os atores locais/regionais;
ªª Articulação: fomenta o envolvimento dos setores da indústria do turismo
(transporte, comércio, artesanato) em processo compartilhado e integrado
com o objetivo de desenvolver a economia regional como um todo;
ªª Comunicação: tanto interna, através da partilha de objetivos, da troca de
informações e da participação dos operadores, quanto externa, como a divulgação dos resultados que se transformam em informação e “notícia” tabulada e analisada para diferentes públicos.
Em essência, o Observatório deve ser visto como um centro estratégico e criativo capaz de reunir as necessidades dos profissionais, do mercado e dos clientes,
51
fornecendo orientação coordenada, ágil e confiável de temas oportunos para o desenvolvimento do turismo sustentável na região. Deve atuar como:
ªª Instrumento de estudo para entender o real comportamento dos fluxos turísticos e sua relação com a oferta e a dinâmica do movimento turístico no
território e suas interfaces;
ªª Instrumento de fortalecimento e inovação para identificar as necessidades
dos operadores de turismo e empreendedores da cadeia de serviços;
ªª Instrumento propositivo para construir produtos turísticos inovadores que
atendam às expectativas dos consumidores e para planejar ações de promoção e comunicação;
ªª Instrumento norteador do planejamento e de formulação de políticas públicas de turismo no Território;
ªª Instrumento de monitoramento da sustentabilidade que mensura e monitora e informa os impactos causados pelo turismo na qualidade de vida das
populações, atuando sob a dimensão social e no empoderamento das comunidades.
A estrutura
A partir das experiências e orientações das equipes de especialistas italianos
que estiveram com os atores locais no território e à luz das transformações tecnológicas e de informação cada dia mais rápidas no cenário turístico mundial, a proposta
é que o Observatório do Turismo da Mantiqueira seja um instrumento estruturante
dentro da ADITM, focada na economia do turismo, na economia criativa e na geração de insumos para as políticas de desenvolvimento territorial inovadoras e na
sustentabilidade.
A imagem abaixo permite visualizar a estrutura proposta e suas conexões:
Para atendimento a uma prática eficiente e eficaz, o Observatório do Turismo da
Mantiqueira terá como premissa as seguintes linhas de ação:
ªª Conexão e horizontalidade: pactuação para o trabalho em rede e não vertical considerando os atores públicos, privados e do terceiro setor dos municípios;
ªª Profissionalização: atuação profissionalizada e qualificada na gestão da
ADITM e suas estruturas principais – Observatório e Agência de Promoção;
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ªª Planejamento: priorização do trabalho a partir da elaboração de um Mapa
Estratégico da organização e definições de ações integradas e exequíveis
utilizando como estratégia principal a base de informações do Observatório
do Turismo;
ªª Coerência: atuar em sinergia no território a partir de projetos e objetivos
comuns priorizados no Mapa Estratégico com vistas ao desenvolvimento
regional;
ªª Permanência: regularidade nas ações com base na cooperação e participação coletiva, evitando rupturas nos processos e resultados não eficazes;
ªª Flexibilidade: observação permanente de tendências, inovações e novas
possibilidades de atuação tendo em vista a velocidade das mudanças e o
mundo cada vez mais virtual e conectado;
ªª Pragmatismo: conferir ao Observatório dimensão prática tornando-o um
elemento dinamizador do turismo no Território;
ªª Sustentabilidade: propiciar informações sobre os impactos do turismo na
qualidade de vida dos residentes considerando a preservação da cultura e
do patrimônio natural, mas acima de tudo a geração de trabalho e renda;
ªª Governabilidade: ser um instrumento que norteie ações exequíveis e viáveis, conferindo ao Território e seus atores grau de participação ótimo e
gerando resultados eficientes, efetivos e eficazes para os destinos e suas
comunidades.
Pensar o Território como destino!
É neste sentido que o Observatório do Turismo torna-se uma grande lupa orientadora pois, cria processo de inteligência competitiva; compreende a oferta e suas
necessidades de produção e inovação em sintonia com a demanda criando um processo de inteligência de produto; influencia e promove a profissionalização do setor
e a articulação necessária aos mecanismos de qualificação e investimento e por fim
criar as estratégias de promoção junto aos mercados definidos como importantes
e de interesse do Território.
Cabe ressaltar a importância do marketing territorial que surge como ferramenta de posicionamento e fortalecimento da organização. As informações geradas
nas primeiras ações do Observatório poderão balizar a criação de uma marca-imagem forte que expresse a identidade do território em seus produtos e eventos, bem
como uma marca da entidade que possa representá-la como organização de desenvolvimento territorial da Mantiqueira.
O Observatório tem como dimensão produzir inteligência e conhecimento.
Uma gestão profissional e proativa fará toda a diferença no cumprimento dos seus
objetivos e na consequente geração de resultados. Neste sentido, a definição de
equipes técnicas de excelência, a criação de Redes de Referência, a contratação de
consultorias específicas e articulação permanente de parceiros e alianças estratégicas é fundamental.
A operacionalização do Observatório deverá promover encontros periódicos
com gestores e empreendedores, parceiros e acadêmicos no intuito de dinamizar a
informação e alocar informações específicas para públicos e interesses específicos.
A conexão com a iniciativa privada e o estimulo à formação de uma rede empreendedora do Território da Mantiqueira dentro da ADITM e a sua conexão permanente com o Observatório fará toda a diferença entre os modelos de Observatórios
já existentes no Brasil fazendo do Observatório do Turismo da Mantiqueira um instrumento inédito de medição, inovação e competitividade no país.
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Território da Mantiqueira
Agência de Promoção
Tem como principal função desenvolver o plano de promoção para o turismo
sustentável no Território da Mantiqueira, no sentido de ampliar a oferta turística;
apoiar a estruturação de produtos competitivos por meio da roteirização; integrar,
planejar e fortalecer a identidade e a comunicação, visando sua promoção e comercialização no cenário nacional e internacional; atuar por meio da ampla divulgação
dos atrativos, produtos e serviços turísticos da região.
Neste sentido, foram promovidos:
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Site: www.mantiqueiraholiday.com (em andamento).
Artigos informativos na Revista Naturale, edições 31 e 32.
Para acessar versão eletrônica www.diagrarte.com.br/naturale.
Estão previstas as seguintes ações:
ªª
ªª
ªª
ªª
ªª
Elaboração de folder institucional e de promoção do Território;
Participação em eventos ligados ao Turismo;
Plano de comunicação e marketing e reformulação da marca do Território;
Mapeamento de atrativos e criação de roteiros;
Encontros no Território para mobilização de empresários e demais interessados, para apresentação e envolvimento nas ações propostas e associação
de novos municípios.
55
Depoimentos
Fazem parte desta história...
Nestes 10 anos do Programa Brasil Próximo muitas pessoas deram e continuam dando contribuições inestimáveis para o Território da Mantiqueira, como
não temos como nominar a todas, pedimos aos prefeitos e gestores que deixassem seu testemunho da importância deste trabalho para o turismo da região.
Silvania Soares de Carvalho
1ª Presidente da ADITM — 2005 a 2007, então Prefeita de Piranguçu (MG)
Enquanto prefeita da cidade de Piranguçu no período de 2005 a 2008, participei da criação da Associação de Desenvolvimento Integrado do Território
da Mantiqueira (ADITM) e fui presidente da mesma no período de 2005 a 2007.
O então prefeito de Campos do Jordão, João Paulo Ismael, buscou a inclusão
de 15 cidades de Minas Gerais e São Paulo, no Programa de Cooperação BrasilItália, após a proposta ser aceita foi criada a ADITM para dar suporte institucional às ações do Programa. Teve início uma experiência ímpar de colaboração federativa e cooperação internacional que despertou a mudança da
realidade dos municípios da região, de desenvolver o turismo sustentável,
sobretudo o associado à pequena produção. A definição dos municípios foi
como base o percurso. São cidades do entorno da BR-383, ligação do lado paulista com o mineiro, feita através do asfaltamento do trecho que liga Piranguçu (MG) a Campos do Jordão (SP). Com esta ligação o intercâmbio do turismo entre os dois Estados seria potencializado, contribuindo para o aumento
do fluxo turístico e da permanência do turista na região. A ADITM envolveu
15 municípios e dentro das metas estabelecidas no acordo, foi elaborado um diagnóstico estruturando um plano de ação que envolveu SEBRAE/FIEMG/Ministério
do Turismo, entre outros. Foi um enorme prazer iniciar esta jornada que apresentou várias propostas. Tenho esperança de que do asfaltamento da estrada
que liga Piranguçu a Campos do Jordão, seja concretizada. A cooperação italiana
realizou muitas ações importantes voltadas para a criação de um Observatório
do Turismo na Mantiqueira, que pode ser modelo para outras regiões do país.
A visão empreendedora deste projeto está voltada para fazer a diferença nos
municípios participantes no tocante à preparação da população, melhorando o
nível de conhecimento e educação e consequentemente gerar renda, emprego,
profissionalização e condições para que o turismo aconteça.
João Mauro Bernardo
2º Presidente da ADITM — 2008, Prefeito de Brazópolis (MG)
Presidi a ADITM no ano de 2008. A atuação da ADITM foi e é importante para
pensarmos e planejarmos o Turismo de forma regional e não cada município
56
olhando só para o seu interesse individual. A parceria com os italianos proporcionou valiosa troca de experiência com visitas técnicas deles aqui na Mantiqueira
e dos agentes políticos daqui na Itália, conhecendo as práticas que deram certo.
A realização do 1º EDITM (Encontro de Desenvolvimento Integrado do Território Mantiqueira) foi um evento importante para nossos municípios, bem como
a organização do Observatório do Turismo, dos vídeos promocionais e do site
www.mantiqueiraholiday.com. As perspectivas são boas, estamos começando
a colher os frutos que plantamos nestes 10 anos de organização e mobilização
dos agentes políticos do Território da Mantiqueira. Demos passos importantes
na organização graças à liderança e competência da nossa atual presidente Daniela, Prefeita de Monteiro Lobato, que tem lutado e se dedicado muito em prol
da nossa região.
Daniela de Cássia Santos Brito
4ª Presidente da ADITM — 2014 a 2015, Prefeita de Monteiro Lobato (SP)
Monteiro Lobato ingressou na ADITM em 2014. Desde então nosso município
tem vivenciado experiências enriquecedoras em torno das práticas de turismo
no Território Mantiqueira, integrando os estados de São Paulo e Minas Gerais,
duas belíssimas regiões ricas em cultura, natureza e história. Como prefeita de
Monteiro Lobato tenho a missão de contribuir efetivamente para o desenvolvimento do turismo local, representado por nossos atrativos naturais e culturais,
além de incentivar o empreendedorismo de nossa população. A ADITM possibilitou em nossa região o diálogo e aprendizado em relação às políticas públicas e
projetos relacionados ao turismo, uma infinidade de possibilidades que descobrimos juntos e transformamos em ações concretas.
Conheci de fato a região da Serra da Mantiqueira e suas riquezas sem fronteiras e tive a oportunidade de conhecer a Itália, região da Toscana, onde identifiquei bons exemplos para um turismo consciente e sustentável. Ser presidente da
ADITM é representar com muito respeito e honra a Serra da Mantiqueira e todos
que vivem neste território. Meus sinceros agradecimentos ao Programa Brasil
Próximo e para todos que compõem a Associação de Desenvolvimento Integrado do Território Mantiqueira. Tenho absoluta certeza que estamos no caminho
certo e que muitas conquistas ainda estão por vir.
Frederico Guidoni Scaranello,
Prefeito de Campos do Jordão (SP)
Como prática social, econômica e ecológica que organiza o espaço, o turismo se firma como uma ação cujo desenvolvimento sustentável leva em conta o
território em que está inserido. E no Território da Mantiqueira, as fronteiras que
nos separam são irrelevantes diante das belezas e valores sociais que compartilhamos. Ressaltar este conjunto configura uma importante ação de prospecção
para o turismo. Para nós, que temos no turismo a nossa vocação econômica, é
motivo de orgulho participar deste projeto. Temos convicção de que ao ressaltarmos as nossas semelhanças, nos voltamos para um universo maior, onde juntos
possamos ser reconhecidos como importante destino nacional e internacional.
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Guy Junqueira Villela
Prefeito de Carmo de Minas (MG)
A ADITM, através do Programa Brasil Próximo, proporcionou aos municípios
com baixa oferta turística, como Carmo de Minas, a oportunidade de se integrar
aos municípios com o turismo já consolidado, o que tem nos impulsionado ao
progresso neste âmbito, principalmente no turismo rural, voltado à produção
dos cafés especiais de nossas abençoadas terras. É um privilégio para nossa pequena Carmo de Minas, participar dos 10 anos de fundação da ADITM e assim,
obter nas parcerias e valiosas trocas de experiências, uma oportunidade de aperfeiçoar o turismo em nosso município e nos demais municípios do Território da
Mantiqueira.
Márcio Barros Ribeiro
Prefeito de Cristina (MG)
Cristina ganhou muito ao participar da ADITM, com as pesquisas de oferta turística, estruturação dos destinos e com a criação do Observatório do Turismo do
Território da Mantiqueira, que facilitará a troca de informações e conhecimentos,
fortalecendo ainda mais nossa região e destinos.
Maria de Lourdes das Neves
Prefeita de Gonçalves (MG)
A adesão do nosso município à ADITM representa uma grande expectativa
na ampliação do processo de projeção, fortalecimento e divulgação do potencial
turístico, gastronômico e cultural, por considerar sua amplitude, credibilidade,
abrangência e sua parceria com órgãos governamentais (nacional e internacional) de estímulo e fomento ao turismo e também por estar ao lado de municípios
com ampla experiência na atividade turística. Aos municípios com potencialidades naturais para o turismo, em um mercado competitivo, é importante que nós,
gestores, busquemos alternativas saudáveis de desenvolvimento sustentável de
maneira regionalizada como forma de minimizar recursos, maximizar oferta, valorizando e individualizando a identidade de cada município dentro de um contexto de troca de experiências, enriquecimento de roteiros e de colaboração.
Isto é o que esperamos da ADITM.
Rodrigo Imar Martines Riera
Prefeito de Itajubá (MG)
Vejo a participação de Itajubá na ADITM como importante ferramenta para o
desenvolvimento turístico e econômico de nosso município e região. Ter a chance de integrar este grupo e ajudar a formular o desenvolvimento regional é uma
oportunidade que não poderíamos desperdiçar.
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Joel Silva
Prefeito de Pedralva (MG)
O Programa Brasil Próximo representa um marco do início da regionalização
do desenvolvimento turístico no Território da Mantiqueira em âmbito interestadual. O planejamento e ações conjuntas entre os municípios envolvidos, a troca
de experiências e informações, o convívio com gestores, enriquece nossa percepção sobre o processo de desenvolvimento turístico, sobre o papel dos agentes de desenvolvimento local e nos fortalece como destino regional. A produção
do vídeo institucional do Território e do Município, a criação do site Mantiqueira
Holiday e a formatação do Observatório do Turismo são importantes ferramentas para nosso direcionamento mercadológico. A nível municipal, buscamos implantar a ideologia de unir o poder público, a iniciativa privada, a sociedade civil
organizada e conselhos municipais através da gestão participativa para alcançar
o desenvolvimento da atividade turística como fator de desenvolvimento econômico. Esperamos que os municípios se comprometam e cumpram as determinações emanadas pela ADITM, de forma a concretizarmos nosso planejamento e
metas. Temos esperança de conseguirmos a continuidade da parceria com o Governo Italiano, para juntos trabalharmos a consolidação do turismo sustentável.
Alexandre Augusto Ramos
Prefeito de Piranguçu (MG)
Piranguçu participou ativamente no início das articulações do Programa de
Cooperação Internacional Brasil-Itália e da fundação da Associação de Desenvolvimento Integrado do Território da Mantiqueira (ADITM). Neste termo de colaboração, na época, foi previsto o asfaltamento da BR-383 que liga Piranguçu (MG)
a Campos do Jordão (SP), o que proporcionaria a interligação entre as cidades
associadas ao Território e entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo. Traria, inclusive, maior desenvolvimento para a cidade, mas até o momento o asfaltamento não se realizou. A parceria com a ADITM proporciona troca de conhecimentos
e experiências e trouxe para Piranguçu o foco para o desenvolvimento de um
novo setor da economia, o Turismo, com vantagens socioeconômicas e culturais,
que contribui para a melhoria do nível e da qualidade de vida da população e para
o crescimento da economia local. Com a implantação do Observatório do Turismo e da Agência de Promoção para o Território, nosso município terá maior divulgação, o turismo será potencializado e nossos produtos e oferta turística além de
promover a inclusão social e identificar parcerias complementares, estará junto à
região, inserido como destino turístico nacional e internacional.
Antonio Carlos Silva
Prefeito de Piranguinho (MG)
Para mim o Programa Brasil Próximo foi a oportunidade de conhecermos mecanismos diferentes para o fortalecimento do pensamento e das atitudes coletivas e regionais. Com este programa pudemos tratar da valorização da cultura, do
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turismo, da economia solidária, entre outros assuntos. O Território da Mantiqueira une alguns municípios dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, o que fortalece o Turismo na região através da cooperação entre seus participantes. Pensar
o Turismo, na Mantiqueira, fortalece a cooperação entre todos sem neutralizar
o que cada um possui de característico. A criação da ADITM, com este objetivo,
pôde experimentar e aprender o que está preconizado nos termos da cooperação entre Brasil e Itália e suas regiões. A parceria entre ADITM e a Região da Toscana, através da COSPE, nos trouxe oportunidade de conhecimento, articulação,
valorização do que é próprio de cada local, organização dos agentes públicos e
privados envolvidos com o turismo e recursos financeiros para montar a estrutura de suporte para o desenvolvimento do turismo regional, além de fortalecer a
visão da cooperação mútua. Piranguinho, está na ADITM desde sua criação, é beneficiada de forma direta com esta parceria e reforça a visão da importância das
ações voltadas para o turismo, principalmente explorando nosso carro chefe: o
Pé de moleque. A minha perspectiva em relação à ADITM é de que tudo o que foi
conquistado, através das ações e parcerias, continue produzindo frutos para o
Turismo da região, buscando seu crescimento e desenvolvimento.
Ricardo Bustamante de Almeida
Presidente do Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas (CTCSM)
O CTCSM e a ADITM se baseiam na Política Nacional de Turismo que trabalha
a regionalização com o intuito de fortalecer regiões através da integração do
planejamento e de ações direcionadas ao desenvolvimento da atividade turística
como geradora da economia, da preservação ambiental e cultural nos municípios envolvidos. Como presidente do CTCSM, busco disseminar as informações
e ações desenvolvidas na ADITM de forma a caminharmos juntos no processo
turístico integrado. Entre nossos 11 municípios associados, 6 integram a ADITM
e esperamos aumentar esse número. Acredito que unidos poderemos replicar
as ações e implantar ferramentas para o desenvolvimento turístico regional, de
forma padronizada e conjunta, através da obtenção de dados fidedignos que nos
permitam diagnosticar a região, conhecer seu fluxo turístico e a infraestrutura
disponível ao visitante, para direcionar o planejamento e as ações de forma assertiva.
André Barreto
Representante do Circuito Turístico Mantiqueira
As atividades da Associação de Desenvolvimento Integrado do Território
Mantiqueira (ADITM) foram de suma importância para a validação dos objetivos do Circuito Mantiqueira – composto pelos municípios paulistas de Monteiro
Lobato, Campos do Jordão, Pindamonhangaba, Piquete, São Bento do Sapucaí,
Santo Antônio do Pinhal e São Franscisco Xavier (Distrito de São José dos Campos). Ao participar de ambas iniciativas, podemos observar que a Serra da Mantiqueira possui uma infinidade de possibilidades, além de uma riqueza inigualável
de recursos naturais, atrativos culturais e turísticos. Mas, acima de tudo, ela não
possui fronteiras e isso faz de nós um único Território.
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Jussara Rocha
Coordenadora do Observatório do Turismo do Território da Mantiqueira
Oportunidade! Essa é a palavra que melhor representa para mim a realização do Programa de Cooperação Brasil-Itália. Oportunidade de ter no turismo
uma possibilidade de integração e desenvolvimento da região. Oportunidade de
troca de experiências com um dos maiores destinos turísticos do mundo e de
gerar empreendedorismo e profissionalização. Oportunidade de dar visibilidade à Mantiqueira a partir da geração de produtos singulares e muito especiais.
Oportunidade de construir o futuro a partir da inteligência do Território Integrado como ator principal e de ser parte desta construção.
Rodrigo Ramos
Gestor da Agência de Promoção do Território da Mantiqueira
A Associação de Desenvolvimento Integrado do Território Mantiqueira, nestes 10 anos, vem consolidando a importância que a atividade turística tem para
nossa região. Com a missão de transformar desafios em ações concretas, envolver todos os protagonistas do turismo do território, criar uma agenda executiva
positiva e fazer do Território da Mantiqueira um destino turístico cada vez mais
desejado pelos turistas.
Martina Molinu
Representante da COSPE no Brasil
O Projeto Observatório do Turismo da Região da Mantiqueira é uma das propostas, fruto de acordos entre os governos da Itália e do Brasil que, em 2003,
começaram a pensar o arcabouço de projetos de cooperação para a promoção
do desenvolvimento territorial local. A motivação desta colaboração foi valorizar competências específicas através do intercâmbio de experiências de políticas
públicas bem-sucedidas, brasileiras e italianas, no campo do desenvolvimento
regional integrado.
Estados e municípios fazem parte dessa experiência de parceria inovadora,
apoiada por cinco regiões da Itália (Umbria, Marche, Toscana, Emilia Romagna,
Liguria). A intervenção no Território da Mantiqueira, financiada pelo Ministério
dos Assuntos Exteriores e da Cooperação Internacional da Itália (MAECI), pela
Secretaria Geral da Presidência da República e pela Região Toscana, com grande
experiência no planejamento e implementação de políticas públicas centradas
na proteção, valorização e renovação dos recursos naturais existentes na biodiversidade, visou acompanhar os municípios na construção de um programa de
desenvolvimento regional integrado e impulsionado pelas atividades turísticas.
Em maio de 2012, a COSPE (Cooperação para o Desenvolvimento dos Países
Emergentes) tornou-se o sujeito executor da intervenção pela Região Toscana.
Realizou sua primeira missão no Território da Mantiqueira, descobrindo suas riquezas, não apenas cênicas e naturais mas também de intenções associativas!
A ADITM é fruto e símbolo de uma importante reflexão sobre recursos, necessi61
dades e vocações do território, mostrando a vontade política dos municípios de
trabalharem juntos para o fortalecimento da economia da região. As atividades
projetadas e a assistência técnica realizada pelos especialistas da Região Toscana
procuraram favorecer a cooperação entre os municípios, promovendo estudos
sobre a demanda e a oferta turísticas existentes e a adoção de instrumentos e
metodologias voltadas ao aprimoramento da discussão sobre as políticas setoriais dedicadas ao turismo e seus segmentos (agricultura, artesanato, cultura),
bem como à promoção e comunicação do destino Serra da Mantiqueira. Ao longo
do projeto tivemos a preciosa oportunidade de conhecer morros, verdes, águas,
saberes artesanais e sabores mantiqueiros, provando a especificidade e a especialidade de um território que tem muito para contar e para deixar-se conhecer.
A COSPE atua no Brasil desde os anos noventa, ao lado das comunidades
locais e das autoridades públicas para o desenvolvimento sustentável, com destaque para o protagonismo feminino e juvenil. O trabalho em rede é uma característica fundamental das ações apoiadas, procurando fortalecer a economia solidária, a agricultura familiar e a agroecologia, a preservação ambiental e a gestão
sustentável dos recursos humanos, bem como os direitos de cidadania e a luta
contra a violência. O planejamento e a gestão territorial participativos são partes
imprescindíveis de experiências de desenvolvimento equitativo e útil. Através de
análises pormenorizadas do contexto em que atuamos e de processos de discussão e planejamento, que envolvem todos os atores públicos e privados portadores de interesse em uma cadeia produtiva é que um território se conhece e
reconhece suas necessidades e respostas. A ADITM abraça as metodologias de
desenvolvimento do turismo integrado e se propõe a promover mapeamentos
e políticas que o alavanquem. O melhor desejo é que este tenha sido apenas o
primeiro passo, que muitos outros sejam dados e que esta preciosa iniciativa seja
ainda mais reconhecida e valorizada. Parabéns ADITM!
Ermanno Bonomi
Representante do governo italiano pela Região Toscana
O projeto, que faz parte do Programa Brasil Próximo chamado “Observatório
do Turismo do Território da Mantiqueira”, destinado a ajudar os municípios e que
tem a ADITM como gestora visa, em particular, o desenvolvimento de um programa integrado no que diz respeito ao turismo e setores relacionados (agricultura,
artesanato, cultura). Minha função era transmitir e promover o intercâmbio de
experiências com a Toscana, uma das regiões turísticas mais desenvolvidas na
Itália. A experiência foi muito positiva. A partir de uma relação profissional técnica com todos os municípios, eu escutei, aconselhei e, todos juntos num grupo
de trabalho, criamos sub-projetos (observatório, website, itinerários...). Ainda há
muito a ser feito, especialmente para preencher o conteúdo operacional, para o
qual eu sempre estarei disponível.
Em termos de cultura descobri um território, tão verde, tão cheio de vida e
identidade, tão diferente de outras áreas no Brasil que eu havia conhecido. O aspecto humano foi emocionante, porque me permitiu conhecer e fazer amizades
com os diretores, operadores privados e peritos culturais que me deram novas
ideias da vida cultural e social da região. Espero ser capaz de fazer o mesmo, facilitar uma verdadeira troca de humanidade.
62
Palavras finais
Cooperação Brasil-Itália
O mês de outubro de 2015 marca o encerramento oficial do
“Programa de Cooperação Descentralizada Brasil Próximo: 5
regiões italianas para o desenvolvimento local no Brasil”, um
programa patrocinado na Itália pelo Ministério dos Assuntos
Estrangeiros e Cooperação Internacional – MAECI, juntamente
com as regiões de Umbria (líder), Marche, Toscana, Emilia Romagna, Liguria e, no Brasil, como principal parceira,
a Presidência da República do Brasil.
Resultado de acordos entre os governos da
Itália e do Brasil, visando implementar projetos de
cooperação entre os dois países, em parceria com
estados, municípios e sociedade civil, Programa
envolve 59 municípios brasileiros de diferentes Estados, 180 pessoas diretamente envolvidas no projeto e que conta com uma equipe de cerca de 20 pessoas. Pela parte italiana o programa tem um valor em
cerca de 7,5 milhões de euros (70% do MAECI e 30% das
regiões), pelo Brasil cerca de 13 milhões de reais.
Seus principais objetivos foram:
ªª Desenvolver e consolidar uma metodologia de ação pública para o desenvolvimento local integrado, capaz de apoiar
a melhoria das políticas federativas nesta área, de modo a
construir, no decorrer deste processo, uma rede de políticas,
oportunidades e intervenções para acompanhar os processos endógenos de desenvolvimento local integrado, solidário e sustentável;
ªª Desenvolver uma nova metodologia de políticas sociais baseado no “pacto
territorial” como instrumento de pactuação e planejamento local e na integração de programas federais, estaduais e municipais;
ªª Concluir o processo de definição do enquadramento jurídico do cooperativismo e consolidar a política de promoção deste setor, através do apoio a
experiências regionais de alto valor demonstrativo no contexto do desenvolvimento local, social e também econômico.
Para alcançar os resultados esperados, o programa articulou-se em uma série de
ações verticais desenvolvidas nos territórios pré-identificados pela parte brasileira
que correspondem, por um lado, a áreas pouco desenvolvidas no Piauí, Amazonas,
periferia do Rio de Janeiro. Por outro lado, estavam também algumas regiões que
garantem processos acelerados de desenvolvimento com alto valor demonstrativo:
Mantiqueira, Centro Paulista, Paraná.
Os âmbitos de intervenção foram nas políticas sociais, no cooperativismo, no
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apoio às pequenas e médias empresas, no turismo e na valorização do patrimônio
ambiental.
Foram também realizadas ações de caráter horizontal com vistas a contribuir
para a difusão e a circulação dos resultados no âmbito federal, de modo a orientar
a reformulação das políticas públicas brasileiras e a viabilizar comparação circular
dos novos modelos autogerados no Brasil com os modelos e políticas italianas em
assuntos correspondentes.
Enfim, um conjunto variado de experiências que acompanharam e se adaptaram
à grande mudança do Brasil ao longo dessa jornada. O Programa procurou ser uma
oportunidade para os brasileiros discutirem e debaterem questões importantes: a
descentralização administrativa e participativa como alavancagem do desenvolvimento local, o ambiente e os bens culturais como fatores de desenvolvimento local
através do turismo sustentável e da conservação do meio ambiente; a formação de
consórcios dos Municípios para a implementação e gestão de serviços e de políticas
públicas locais para a promoção das pequenas e médias empresas e para o cooperativismo, a descentralização das políticas sociais como fator de participação, coesão
social e desenvolvimento local, etc.
Os resultados desse que mais que um programa, foi uma aventura, superando
muitas dificuldades na Itália e no Brasil, são mais que positivos. A experiência do
Brasil Próximo se encaixa, perfeitamente, desenhando um percurso para o futuro, para testemunhar quais possam ser as ideias, projetos, os mecanismos capazes
de favorecer esta grande e extraordinária mudança sem perder os laços de uma
história feita de terra e laços de sangue, de cultura e de solidariedade. A ação internacional dos territórios é uma chave fundamental e inalienável da ação para uma
globalização mais equilibrada e de uma internacionalização mais profunda e mais
produtiva para o desenvolvimento dos nossos sistemas produtivos locais.
Além disso, foram criadas ligações profundas entre os territórios envolvidos,
entre Umbria e os Municípios do Centro Paulista e os da Região da Campanha, no
Rio Grande do Sul; entre Marche e Toscana e Piauí, a Baixada Fluminense, os Municípios da Mantiqueira (São Paulo e Minas Gerais); entre Emilia Romagna e a Paraíba, o Paraná e entre Liguria e Amazonas, por meio de uma ação articulada de intercâmbio cognitivo, através de atividades de projeto no campo e através de uma experiência formativa que realmente operou uma transferência de know-how entre
os territórios e não apenas em teoria, mas nas praxes administrativas ou através da
criação de empresas, ou acompanhando os processos de regulamentação de novas
empresas.
Conectar os territórios, suas experiências, sistemas de produção local, facilitar o
intercâmbio entre instituições e empresas, envolvem comunidades inteiras, sendo
uma ação positiva para a promoção de uma globalização mais equilibrada e de uma
internacionalização mais profunda e mais produtiva para o desenvolvimento dos
nossos sistemas produtivos locais. O que hoje chamamos de cooperação territorial,
parceria territorial e que nos últimos anos, chamamos de cooperação descentralizada, necessita de debate mais profundo para que possamos pensar em maneiras
de construir novas ferramentas necessárias para uma nova fase e para um modelo
positivo de cooperação territorial.
Maria Cristina Sampaio Lopes,
Secretaria-Executiva do Programa de Cooperação Brasil Próximo,
Subchefia de Assuntos Federativos, Secretaria de Relações
Internacionais da Presidência da República do Brasil.
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@ricardomartins.org