Os resultados de um teste de personalidade: como
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Os resultados de um teste de personalidade: como
Os resultados de um teste de personalidade: como interpretá-los? Para os responsáveis de RH ou para os gerentes operacionais a necessidade é grande, de buscar auxílio à decisão quando se trata de selecionar/avaliar um colaborador que seja em um processo de recrutamento, de promoção ou de treinamento/desenvolvimento: uma seleção correta proporciona resultados muito elevados. Em busca de objetividade este auxílio vem de testes e questionários auto-avaliativos administrados por consultores internos ou externos. Quanto aos resultados, eles podem vir de duas formas: um tipo laudo redigido, grandemente “alterado” pelo efeito Forer que faz largo espaço à pura subjetividade, ou sob forma de gráficos com números dificilmente interpretáveis sem uma formação adequada. Para começar não se lê de maneira linear um relatório de avaliação. Sem isto será impossível analisar corretamente os resultados dos testes de personalidade para compreender o modo de funcionamento das pessoas avaliadas! Se trata provavelmente de um dos erros que encontramos com mais freqüência até em profissionais que já interpretam resultados há algum tempo. Se precipitam nas páginas que apresentam um gráfico (em barras, linhas ou radar…) e começam a classificar, do escore mais elevado ao menos elevado,… procedendo ao mesmo tempo a uma interpretação linear de cada traço. Analisar os traços desta maneira significa considerar, do ponto de vista ideológico, que cada indivíduo é “a soma” dos traços que constituem sua personalidade… enquanto que, na realidade, os indivíduos são “o produto” de seus traços (na acepção da multiplicação)! Para entender um indivíduo, para compreender seu modo de funcionamento, é necessário relacionar os diferentes traços de personalidade pondo-os em perspectiva uns com os outros. É fácil entender o conceito: em nosso comportamento cotidiano, não temos um traço que entra em ação, depois outro, seguidamente mais outro, um de cada vez. Todos os traços estão interagindo continuamente uns com os outros para originar nosso comportamento. Assim, uma pessoa que possuiria um escore elevado em “autoritarismo” não permite inferir que possui uma forte liderança antes de conferir seus escores em outras escalas de “empatia”, “visão sistêmica”, “estabilidade”, etc. Fora os questionários de “tipologias” que, apesar de serem completamente inúteis em seleção, continuam sendo utilizados (!!!) praticamente todos os testes autodescritivos são concebidos da mesma maneira e aproximadamente avaliam mais ou menos todos os mesmos traços apresentados em escores padronizados. Quais são os principais relacionamentos a serem efetuados? Praticamente todos os testes ou questionários de personalidade permitem avaliar o estilo de liderança e de gestão. Por isto é necessário relacionar o critério que mais se aproxima da ascendência (no sentido da capacidade de impor-se) com o critério que permite melhor apreciar a dimensão participativa (na acepção da capacidade de compartilhar com os outros, de solicitar outras opiniões antes de tomar decisões). Com a análise destes dois aspectos será possível prever os aspectos quantitativos e qualitativos da liderança. Para avaliar o estilo de trabalho é necessário relacionar o senso da organização com o critério que permite melhor apreciar a faculdade de adaptação. Ser hiper organizado sem possuir um mínimo de adaptabilidade conduz a efetuar um trabalho na absoluta rigidez. Por Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 1 outro lado uma forte adaptabilidade associada à pouca organização pode conduzir ao desperdiço de energia. Para avaliar a capacidade de se envolver no trabalho é necessário relacionar as dimensões de “escrupolosidade”, “pró-atividade” com a “perseverança” (tenacidade). Ser capaz de fazer mais, de produzir mais é importante, mas é melhor ainda não desistir frente à primeira dificuldade. Os profissionais que possuem um sentido da excelência elevado e uma fraca perseverança são geralmente as pessoas que se entusiasmam imediatamente, que começam muito, mas acabam pouco! São pessoas a serem gerenciadas com objetivos precisos e de curto prazo. Para avaliar a resistência ao stress é possível relacionar o que se refere à “ansiedade” com a “capacidade de tomar riscos”. A ansiedade pode ser um potente inibidor ou um formidável motor para a ação o que necessita verificar em qual medida a pessoa aprecia tomar riscos. A combinação de uma ansiedade relativamente elevada e uma forte propensão à tomada de riscos testemunha freqüentemente uma atitude temerária de uma pessoa movida à adrenalina e aos desafios e que não busca a segurança, perigosa em algumas áreas! É claro que existem outros relacionamentos entre os traços e cada gestor ou responsável de RH poderá “inventá-los” em função das exigências da própria empresa. O problema destes relacionamentos é que todos os resultados dos testes apresentam escores padronizados não comparáveis! Isto significa que uma “tenacidade” elevada só aponta que o sujeito é mais tenaz do que a média da população (quando a amostragem da população de referência for bem feita), mas ninguém sabe quanto esta população pode ser tenaz! Isto significa que os relacionamentos feitos nunca passam das hipóteses que se revelam erradas na maioria dos casos. Avaliações “complicadas”, demoradas e grandemente subjetivas são freqüentes. Validar ou invalidar as hipóteses necessita uma entrevista investigativa estruturada e não em perguntar, após ter exposto as hipóteses: “O que acha? ” ou “Então, se reconhece?” O desafio de uma avaliação não é saber se o candidato “aceita” os resultados do teste, mas prever com a maior precisão possível qual será sua futura contribuição ao resultado de uma organização. Neste contexto os instrumentos de Método Funcional (COMPER que avalia as competências e L.A.B.E.L. que avalia a personalidade) constituem um importante diferencial nos processos seletivos/avaliativos. Primeiramente possuem escalas de controle que medem o nível e “manipulação “das respostas ao questionário – únicos instrumentos a medirem estas “mentiras”a defeito de poder evitá-las - escores brutos comparáveis – que permitem efetuar os relacionamentos entre os traços em uma visão intrapessoal - e padronizados – para poder comparar os indivíduos em uma perspectiva interpessoal. Além disso, os resultados são apresentados em clusters dos diferentes traços de personalidade em um “radar” chamado de “marca psíquica” o que facilita entender rapidamente – por uma pessoa treinada - os relacionamentos possíveis e acertar com muita precisão o modo de funcionamento do indivíduo e suas chances de sucesso. Para aprofundar o assunto, existem vários artigos de vulgarização científica na área PUBLICAÇÕES do site da Moityca (www.moityca.com.br) para ajudar a entender o verdadeiro sentido de uma avaliação. Se preferir, entre em contato com Renzo: [email protected]. Renzo Oswald São Paulo, Setembro de 2008 Moityca Eficiência Empresarial Ltda. 2
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