Programa Nacional de Saude Escolar
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Programa Nacional de Saude Escolar
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS Ilustração sobre saúde escolar Praia - Cabo Verde Março 2005 1 INDICE Introdução .................................................................................................................................... 4 I. Análise de situação ....................................................................................................................... 5 I. 1. Características gerais da saúde ............................................................................................. 5 I.2. Características gerais da educação ........................................................................................ 7 I.3. Situação das crianças com necessidades educativas especiais ............................................ 11 I.4. Saúde escolar ....................................................................................................................... 11 I.4.1 Pré-escolar ..................................................................................................................... 12 I.4.2 Ensino Básico ................................................................................................................ 13 I.4.2 Ensino Secundário ......................................................................................................... 16 II. Programa Nacional de Saúde Escolar ....................................................................................... 17 II.1 Visão de futuro .................................................................................................................... 17 II.2 Problemática ....................................................................................................................... 18 II.3 Princípios orientadores........................................................................................................ 20 II.4 Objectivos ........................................................................................................................... 22 II.5 Beneficiários ....................................................................................................................... 22 II.6 Estratégias ........................................................................................................................... 23 II.7 Resultados esperados .......................................................................................................... 23 II. 9 Indicadores ......................................................................................................................... 23 II. 10 Eixos de intervenção ........................................................................................................ 24 II. 11 Duração ............................................................................................................................ 24 II. 12 Execução, coordenação e seguimento do Programa ........................................................ 25 III. Plano de Acção 2005-2010 ...................................................................................................... 29 Bibliografia ................................................................................................................................ 40 Anexos ....................................................................................................................................... 41 2 Lista de siglas DGAEA: Direcção Geral de Alfabetização e Educação de Adultos DGEBS: Direcção Geral do Ensino Básico e Secundário DPEE: Direcção do Património e Equipamento Educativo E.E: Encarregados Educação GEDSE: Gabinete de Estudos e Desenvolvimento do Sistema Educativo GEP: Gabinete de Estudos e Planeamento ICS: Instituto Cabo-verdiano de Solidariedade INE: Instituto Nacional de Estatísticas IP: Instituto Pedagógico MAAP: Ministério do Ambiente, Agricultura e Pesca ME: Ministério da Educação MEVRH: Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos MF: Ministério das Finanças MIT: Ministério das Infra-estruturas e Transporte MNEC: Ministério dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades MS: Ministério de Estado da Saúde MTS: Ministério do Trabalho e Solidariedade Social NEE: Necessidades Educativas Especiais NU: Nações Unidas OMS: Organização Mundial da Saúde PAC: Programa de Apoio às Cantinas Escolares PAM: Programa Alimentar Mundial PND: Plano Nacional de Desenvolvimento UNICEF: Fundo das Nações Unidas para as Crianças 3 Introdução 1. Cabo Verde é um pequeno país insular, de 4033 Km2, uma população de 434.812 habitantes em grande parte (cerca de 42%) crianças e jovens com menos de 15 anos e que se tem vindo a urbanizar (53,92% em 2000 contra 45,9% em 1990), concentrando-se na cidade capital, Praia (23% da população total), segundo os dados do último Censo da População (2000). Para além de ser arquipelágico, Cabo Verde é um país saheliano e como tal, sobre os efeitos catastróficos da seca, de uma pluviosidade escassa e irregular e da alta propensão para a erosão dos solos. Apesar das potencialidades dos recursos halieuticos e da pesca estes são ainda poucos explorados devido às limitações técnicas e financeiras existentes. A indústria é ainda pouco expressiva, apesar dos investimentos nesse sector. 2. Essas características a que se acrescenta a natureza vulcânica das ilhas permitem entender que o país tenha fracos recursos agrícolas (agricultura de subsistência, pouco produtiva) e minerais com valor comercial, sendo obrigado a importar a maior parte dos produtos que consome e a reciclar as ajudas externas que recebe. 3. A aposta clara para o desenvolvimento económico do país é no sector terciário, na área dos serviços e no desenvolvimento conjugado de três componentes, os transportes, as telecomunicações e o turismo. O peso dos serviços no PIB era de 66% em 2002 (PND 2002-05), enquanto o do sector primário era de 8%. 4. Apesar de Cabo Verde estar num processo de saída do grupo dos países menos avançados (PMA), nomeadamente por ter um PIB per capita de 1263 US dólares (PND 2002-05) e um Índice de desenvolvimento humano 0,670 (INE-RNDH 2003) o país é ainda caracterizado por uma grande vulnerabilidade económica (índice 57, segundo CNUCED) e social que se reflecte na pobreza da sua população. Com efeito, o grande peso da economia informal terciarizada, aliado à ausência de rendimentos fixos, principalmente no meio rural, a taxa de desemprego de 17,3 % em média, em 2000, segundo o Censo são de entre outros, elementos que integram o quadro de pobreza no país. Em 2002, 36,7 % da população era pobre (INE-IDRF 01-02), sendo 19,7% muito pobre. Existe contudo uma grande iniquidade pois, a pobreza afecta mais as mulheres e as famílias monoparentais que elas chefiam, o mundo rural, os analfabetos que representam 25% da população (Censo 2000) e determinados Concelhos do país tais como Porto Novo (ilha de Sto Antão) e Sta Cruz (ilha de Santiago), Concelho/ilha de São Nicolau, Concelho/ilha Brava. 5. A vulnerabilidade económica espelha-se no elevado e crónico deficit da balança comercial, característico da economia cabo-verdiana, fazendo com que o país dependa largamente das importações, remessas dos emigrantes e da ajuda ao desenvolvimento para sobreviver. Estas duas últimas fontes de recursos representavam em 2001, cerca de 26% do PIB (PND 2001-2005), o que demonstra a sua importância. Contudo, nota-se que tanto a ajuda ao desenvolvimento como as remessas dos emigrantes têm vindo a diminuir comparativamente ao início da década de 90, em 1991 as remessas representavam 55% do PIB e a ajuda 35% do PIB, (PND 2001-2005). 6. As características e a vulnerabilidade do país apresentadas nos parágrafos precedentes têm efeitos directos sobre a saúde, higiene e nutrição das populações em geral e das crianças em particular e têm impacto no desenvolvimento a curto, médio e longo prazo do país. Com efeito, o 4 acesso e a utilização pela população dos serviços e infra-estruturas sociais básicas de qualidade são desiguais. I. Análise de situação I. 1. Características gerais da saúde 7. O Sistema nacional de Saúde, criada pela Lei de Bases da Saúde (Lei no41/VI/2004) preconiza: acesso universal aos serviços, a todos os níveis, equidade na distribuição dos recursos e na utilização dos serviços, a salvaguarda da dignidade humana, da ética e da deontologia. 8. O acesso aos serviços da saúde, em 1998, foi estimado a 80% para uma população a menos de uma hora a pé (GEP/MS). As estruturas que oferecem serviços de saúde são: dois hospitais centrais de referência na Praia e no Mindelo, três hospitais regionais, 22 centros de saúde (dados de 2003), 20 postos sanitários e 100 unidades sanitárias de base bem como 5 centros de saúde reprodutiva. Essa rede de estruturas permite assegurar a prestação de cuidados básicos de saúde em todos os Concelhos do país. 9. Em termos financeiros, os esforços para cobrir os custos da saúde foram distribuídos em 2003, da seguinte forma: 39% para o orçamento do Ministério da Saúde; 28% para o INPS; 16% para a ajuda externa e 18% para os privados. Nesse mesmo ano, o orçamento do Estado consagrava cerca de 8% do montante total à Saúde, a ajuda externa cobria 29% das despesas realizadas no sector público e as famílias consagraram-na 1,2% do seu orçamento. (NU. Relatório CCA, 2004). Em 2003, o orçamento do Ministério da Saúde correspondia a 1,8% do PIB aumentando para 1,9% em 2004 (Ministério da Saúde. Desempenho do Ministério da Saúde 2001-2004). Tendo em conta que a despesa de saúde média por habitante era de 62,67 US dólares em 2003, segundo o Relatório de desempenho do Ministério da Saúde, conclui-se que a despesa é elevada e perante a situação sócio-económica do país não se poderá aumentar muito mais o orçamento do Ministério da Saúde pelo que se colocam questões de sustentabilidade e capacidade de responder às necessidades. 10. Os esforços consentidos e efectuados de forma contínua traduzem-se em melhorias na saúde em geral e nas condições de vida das populações. Essas melhorias espelham-se nos indicadores que se destacam a seguir. Enquanto em 1997, havia 1 médico para 2.675 habitantes e 1 enfermeiro para 1.807 habitantes, em 2000, esse rácio era 1 médico para 2441 habitantes e 1 enfermeiro para 1.435 habitantes. Em 2003, os rácios de médico/habitantes e enfermeiro/habitantes foram de 1/7.832 (excluindo hospitais centrais) e 1/2448 (excluindo hospitais centrais) respectivamente (Relatório de Desempenho do Ministério da Saúde 20012004). Contudo, esses rácios escondem grandes disparidades regionais, pois esses profissionais da saúde concentram-se nos Concelhos da Praia e São Vicente que acolhem 80% dos médicos e 60% dos enfermeiros. 11. A taxa de mortalidade infantil que era de 53,8 por mil em 1992, passou a 20 por mil em 2002 (GEP/MS), concentrando-se nos Concelhos da Praia (41%), Sta Catarina (14%), São Vicente (12%) e Tarrafal/Calheta (8%) segundo dados do GEP/MS. A incidência da mortalidade nas crianças de menos de 5 anos é também decrescente passando de 44,2% em 1991, para cerca de 40% no ano 2000, tendo havido picos de 67% em 1995 e de 64% em 1997 devido às epidemias de cólera e rubéola respectivamente. As crianças de menores de cinco anos são as que apresentam maiores dificuldades de sobrevivência e representam cerca de 80% da mortalidade infantil 5 (GEP/MS). A mortalidade infantil tem maior incidência no meio urbano (38,5 ‰) que no meio rural (35,5 ‰), enquanto a mortalidade juvenil possui uma dinâmica inversa de 10,5‰ no meio urbano e 15,5‰ no meio rural (GEP/MS). 12. As principais causas da mortalidade infantil continuam sendo as afecções peri-natais (42%), doenças infecciosas e parasitárias (22%), as afecções respiratórias (11%) e as doenças metabólicas, endócrinas e nutricionais (7%) (GEP/MS 2000). Diversos são os factores identificados como determinantes dessa situação: as condições em que se realiza o acompanhamento das mulheres e crianças, nos períodos pré-natal, parto e pós-natal, destacandose em relação às crianças uma baixa de cobertura vacinal, passando de 80% em 1991, para 69% em 2001 (PMI/MS), voltando a aumentar a partir de 2002; as dificuldades no acesso à água potável que é escassa no país, o deficit de cobertura em termos de saneamento básico, as condições precárias habitacionais e as carências alimentares (iodo, ferro, etc). São factores que estão relacionados com a degradação do ambiente e intimamente ligados à situação de pobreza da população. 13. Para caracterizar melhor os factores mencionados no parágrafo anterior destacam-se os seguintes dados. 14. O abastecimento de água é efectuado em primeiro lugar pelos chafarizes (35,4%) e em segundo pela rede pública (32,6%), segundo o Inquérito às Despesas e Receitas das Famílias (IDRF). O abastecimento parece ser mais crítico nos concelhos rurais de Santiago cabendo realçar os Municípios de Santa Catarina, S. Miguel, e S. Domingos onde as taxas de população não abastecida por um sistema regular (água canalizada, chafariz) oscilam entre 48% e 43% contra 30% a nível nacional (PND 2002-05). 15. Os dados do IDRF (2002) apontam para uma situação precária em termos de saneamento pois, 45,6% dos agregados familiares não possuem casa de banho, retrete ou latrina, sobretudo no meio rural (65,4%). O saneamento é mais crítico nos concelhos rurais de Santiago e em Santo Antão onde, 63% a 84% das famílias não dispõem de qualquer meio sanitário (PND 2002-05). Dos cerca de 55% de agregados familiares que possuem casa de banho com retrete, apenas 25 em cada 100 utilizam-na para a evacuação das águas residuais (ICASE: 2003). Para além disso, a nível nacional somente cerca de 10% das habitações dos agregados familiares evacuavam em 2000, as águas residuais através da rede pública de esgotos e cerca de 15% utilizam a fosse séptica para o efeito (Censo 2000). 17. Segundo o IDRF, 86% dos agregados familiares que são em média constituídos por 5 elementos, vivem em casa própria mas as condições de salubridade são precárias tendo em conta os dados apresentados nos parágrafos anteriores e não só. 18. A juntar-se aos factores de precariedade em termos de saneamento já assinalados, destaca-se a inexistência de sistemas de recolha e tratamento do lixo eficazes na maior parte dos Concelhos fazendo com que este seja um problema ambiental e de saúde pública crítico. 19. A evolução da situação da nutrição aponta para uma melhoria sobretudo nas crianças dos 0 aos 5 anos, no período entre 1994 (Estudo do Ministério de Saúde/UNICEF) e 2002 (IDRF). Enquanto que em 1994, 16,2% das crianças com menos de 5 anos padeciam de desnutrição grave e de longa duração, em 2002, essa taxa diminui para 6%, sendo de proporção igual para as 6 crianças dos dois sexos. Quanto à prevalência de anemia, ela foi estimada em 1996 em 70%, nas crianças com idade inferior a 5 anos. 20. Apesar da escassez de dados globais referentes às crianças dos 6 aos 12 anos, pode-se caracterizar os problemas em termos nutricionais, dessa faixa etária como sendo a anemia, a carência de iodo (UNICEF: 2002). A prevalência da malnutrição pode ser considerada baixa, tendo em conta os resultados de um estudo realizado pelo ICASE em 1993, que apontava para uma taxa de 9,3% na faixa etária dos 6 aos 9 anos. 21. A Sida é uma pandemia que começa a deixar sinais evidentes em Cabo Verde. A taxa de incidência dessa doença transmissível tem vindo a aumentar passando de 0,9 por 10.000 em 1996 para 1,8 em 2000 (PND 2002-05) e a taxa de seropositividade passou de 1,2 por 10.000 em 1998 para 2,8 por 10.000 em 2000 (PND 2002-05). Nesse mesmo ano, o número de casos de Sida na faixa etária dos 0 aos 19 anos representava 9% do total de 405 registado (UNICEF 2002). Esses dados estão relacionados com diversos aspectos concernentes às informações e aos comportamentos das crianças e adolescentes dos quais se destacam: o início relativamente precoce da 1ª relação sexual 15 anos em média, a gravidez na adolescência que se mantém em cerca de 13% de 1998 a 2002; as informações ainda incipientes que as crianças e adolescentes possuem (N.U. Relatório CCA, 2004). 22. Para além dos factos acima apontados, importa não descurar que o aumento dos óbitos provocados pela Sida tem impacto nefasto na família da vítima e da criança em particular, pois as informações disponíveis apontam para o facto dos infectados serem mulheres e pessoas activas que devem garantir o sustento da família. 23. Embora tenha havido uma melhoria dos indicadores de saúde no concernente a redução das taxas de mortalidade e aumento da esperança de vida para 71 anos em 2000, melhoria para a qual contribuiu o aumento de nível de instrução da população, o país é ainda bastante vulnerável às epidemias e doenças emergentes que estão associadas às condições precárias de vida. Assim, permanecem alguns problemas, nomeadamente o reaparecimento de algumas doenças tais como a cólera, o paludismo, sarampo e tosse convulsa. O deficiente acesso a água e saneamento, o êxodo rural para as zonas urbanas com a consequente deterioração das condições de habitacionais e sanitárias têm provocado mudanças comportamentais, sobretudo nos principais centros urbanos Praia e Mindelo, que são de alguma forma um atentado à saúde individual e pública. 24. Face a essas constatações considera-se de extrema importância por um lado, a promoção da saúde com base na informação e na educação da população em geral e das crianças em particular. Por outro lado, a prevenção das doenças através de processos de controlo de rotina e despistagem das mesmas. Tendo em conta os objectivos de desenvolvimento sustentável e durável do país bem como os objectivos mundiais para o Milénio, considera-se incontornável uma acção conjugada dos sectores da saúde, saneamento, protecção, promoção social e educação. I.2. Características gerais da educação 25. A elevada expectativa da população em relação à escola como segundo espaço de socialização e de educação das crianças após as famílias, bem como o grande investimento consentido pelo Estado de Cabo Verde crente nos benefícios da educação para o desenvolvimento económico e social do país, são elementos determinantes da evolução do sector educativo e das suas características actuais. 7 26. Uma das conquistas importantes foi o aumento do acesso e permanência das crianças e jovens aos serviços educativos, tanto no Pré-escolar como no Ensino Básico, tratou-se de um fenómeno de massificação e de algum modo de democratização do ensino. Em 2003/04, dos 155.931 alunos inscritos em 2003/04, 13,5% frequentavam o Pré-Escolar, 54,5% o Ensino Básico e 32% frequentavam o Ensino Secundário (GEP/ME). I.2.1 Pré-escolar 27. Os efectivos do Pré-escolar passaram de 19.371 em 1998/99 para 19.801 em 2000/01, sendo o aumento de 2%. A taxa de cobertura era de 55,1% para a faixa etária dos 3-5 anos, sendo de 70% para as crianças de 4 anos (Plano Estratégico do MEVRH, 2003). A frequência de uma estrutura do Pré-escolar é valorizada não só por se reconhecer os benefícios para as crianças de uma educação pré-escolar sistematizada e contínua mas também devido ao disposto na Lei de Bases do Sistema Educativo (1990) que obriga a frequência de dois anos do Pré-escolar antes da criança ingressar no ensino básico. Com efeito, enquanto que em 1990 somente 40% dos alunos do ensino básico haviam frequentado o Pré-escolar, já em 2000/01, a taxa era de 67%. 28. A Educação Pré-escolar é assegurada numa rede de jardins infantis (446 em 2003/04) que obedecem basicamente a três modelos: assistencial prosseguindo sobretudo objectivos sociais e preocupado com a resposta às necessidades das famílias e das crianças; educacional, centrado nas crianças, prosseguindo objectivos educacionais, de desenvolvimento e de preparação para a escolaridade futura; modelo misto que procura associar os objectivos sociais e educacionais. 29. Esses jardins infantis são geridos na sua maioria pelas Câmaras Municipais (55%), seguindose a OMCV (16%), organizações religiosas (11%) e as entidades privadas (7,5%). A oferta da Educação Pré-escolar é descentralizada mas ela é bastante desigual visto Para o grupo etário dos [3-5] anos a taxa líquida de cobertura situava-se acima dos 70% nos concelhos de Boa Vista, Sal, Maio e S. Domingos (PE 2001). Ao inverso, esta taxa de cobertura não chegava a atingir valores de 50% na maioria dos concelhos do interior de Santiago (Santa Catarina, Tarrafal e Santa Cruz), nos concelhos de Santo Antão (Paul, Ribeira Grande e Porto Novo) e ainda no concelho dos Mosteiros na ilha do Fogo (PE 2001). 30. É de se notar a existência de uma paridade entre os sexos no que tange o acesso na medida em que em 2001, 51% das crianças que frequentavam o Pré-escolar eram meninas. Essa variável melhorou desde 1998, período em que o efectivo de meninas era de 44% (GEDSE/ME). 31. Apesar dos progressos em termos de acesso, o subsistema Pré-escolar é caracterizado por uma grande precariedade do corpo de agentes educativos. Com efeito, em 2001, a esmagadora maioria (98%) eram mulheres e não possuíam habilitações e formação adequadas (95%), eram Orientadoras de infância (perfil: 6o ano de escolaridade, sem qualificação pedagógica) e representavam 93% das cerca de 700 agentes educativas, contra 0,5% de Educadoras de infância (perfil: 12º ano de escolaridade e Bacharelato ou Licenciatura) e 1,5% de Monitoras. 32. Para além do problema acima referido que tem influência directa na qualidade do serviço educativo prestado, outros aspectos críticos e pontos fracos são de destacar: a deficiente qualidade, por insuficiência de recursos, inadequação dos espaços físicos e equipamentos; a desarticulação entre o pré-escolar e o ensino básico evidenciada por uma mudança brusca de conteúdos, de metodologias, de posturas; a utilização de metodologias, muitas vezes, não 8 propiciadoras do desenvolvimento da criatividade e da participação da criança; o deficiente fluxo de informação para as famílias sobre questões importantes relativas aos direitos das crianças, à saúde e nutrição, ao saneamento, à divulgação dos cuidados prestados pelos diferentes serviços e respectiva forma de acesso; a deficiente informação e educação comunitária, relativamente à importância dos cuidados a serem dispensados às crianças; a indefinição sobre as competências do Ministério da Educação, das Câmaras Municipais e dos restantes parceiros da educação préescolar. 33. Os pontos fortes resumem-se a: existência de uma rede de jardins cuja cobertura é de cerca de 60%, com paridade de género no acesso; a existência de legislação que favorece a frequência do Pré-Escolar (Lei de Bases do Sistema Educativo-1990). 34. As ameaças são: a pobreza estrutural, hábitos culturais inadequados, fenómenos sociais recentes: HIV/SIDA, violência e exploração sexual, droga; 35. As oportunidades traduzem-se em: descentralização e papel crescente dos municípios; parcerias estratégicas aproveitando as oportunidades de geminação ao nível dos municípios; ambiente internacional favorável a uma cooperação dinâmica nesta área; Disposições legais avançadas; ratificação das principais convenções relativas às crianças; mobilização e envolvimento de instituições da sociedade civil para as questões relacionadas com os direitos das crianças. I.2.2 Ensino Básico 36. Em termos quantitativos houve desde a generalização do ensino básico de 6 anos (1995) uma melhoria significativa dos resultados em termos de acesso, permanência e eficácia interna no Ensino Básico bem como do indicador de recursos. Com efeito, o objectivo de universalização do ensino básico pode considerar-se atingido tendo em conta que a taxa bruta de escolarização era de 117% e a taça líquida de era de 96%, em 2000/01, sendo de destacar a paridade entre os dois sexos (49% de meninas e 51% de rapazes). A taxa média de abandono era baixa (2,4%) bem como a de repetência (12%) enquanto em 1993/94 essas mesmas taxas eram de 3,6% e 13,4% respectivamente. Em relação à taxa de abandono é de se notar que o índice de permanência na escola é maior nas raparigas do que nos rapazes, a resiliência educativa é maior para as primeiras, segundo estudos realizados pelo UNICEF em 1997 e os dados do Ministério da Educação sobre o abandono. A taxa de conclusão do ensino básico era em 1993/94, de 78% para os rapazes e de 73,6% para as raparigas e conheceu uma significativa melhoria passando a 84,9% em 2002/03. 37. Os indicadores de recursos apontam para a existência de uma rede escolar abrangendo todas as localidades dos Concelhos do país (420 em 2001 e cerca de 446 em 2003/04). Somente 30% dos docentes não têm uma formação adequada para a leccionação mas dentre os professores formados somente 36% estão habilitados para leccionar do 1º ao 6º anos, taxa que é manifestamente insuficiente e influencia a qualidade do ensino-aprendizagem. 38. Contudo, existe uma grande disparidade na distribuição desses recursos. Com efeito, os professores qualificados concentram-se em S. Vicente (77% em 2001) e Praia (52%), no extremo oposto encontram-se os Concelhos de Tarrafal e S.Miguel aonde os professores qualificados não ultrapassam 12%. 9 39. No que tange a distribuição dos recursos educativos as disparidades são também patentes, em 2001, os Concelhos de S. Vicente e S. Nicolau eram os que apresentavam melhor afectação de recursos sendo o índice de equidade1 de 83,9% e 80,2% respectivamente enquanto nos Concelhos de Mosteiros e S. Miguel esse índice era de 57,8% e 55,5% respectivamente. 40. As disparidades apresentadas acima desembocam no problema fulcral e que é também um desafio, a baixa qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Este é um dos pontos fracos mais importantes. 41. Os principais pontos fracos desse subsistema e que estão associados à questão da qualidade são os seguintes: a avaliação aferida realizada em 1997/98, mostraram que 61% das crianças no 4º ano de escolaridade apresentava dificuldades em produzir um texto com autonomia e criatividade e 58% das crianças no 6º ano demonstravam dificuldades para resolver problemas de raciocínio lógico matemático, onde se requer um certo grau de abstracção. 2 Esta tendência foi confirmada pelos recentes estudos da equipa de Pesquisa Qualitativa do PROMEF que apontam para o facto de 56% das crianças do 6º ano apresentarem dificuldades na produção de textos e de 54% demonstrarem dificuldades no domínio das proporções e na resolução de problemas3. 42. Outro ponto fraco reside no desfasamento entre o nível de preparação e a prática pedagógica dos professores e as exigências de uma aprendizagem de qualidade das crianças, baseada em competências básicas para o seu desenvolvimento pessoal e social. Com efeito, “a natureza do conhecimento que circula nas escolas, baseia-se fundamentalmente na distribuição de informações e na transmissão dos conteúdos curriculares aos alunos, sem ter em conta a sua apropriação e o desenvolvimento das competências básicas necessárias para aprender a aprender permanentemente ao longo da vida. A essência criativa do conhecimento, a sua aplicação à vida real, a sua utilidade para a vivência nos contextos sociais e culturais onde estão inseridas as escolas, é muito débil (…)”4. 43. Outros pontos fracos também dignos de registo são: a persistência de escolas degradadas, em que as infra-estruturas básicas não são funcionais; o deficit de formação dos coordenadores pedagógicos em supervisão pedagógica; a desarticulação entre a área administrativa e área pedagógica nas escolas; a fraca ligação escola comunidade que se traduz na baixa participação dos pais nas actividades da escola. 44. Dos principais pontos fortes destacam-se, para além da melhoria dos indicadores de acesso e de eficácia interna, os seguintes: a existência de manuais para os alunos e guias para os professores acessíveis; a existência de vários projectos que intervêm no subsistema contribuindo para a melhoria do acesso e da qualidade; o investimento na Educação efectuado pelos sucessivos Governos visto o peso desse sector no PIB ter passado de 5,9% em 1990 para 8,7% em 2001 e o seu peso no Orçamento Geral do Estado evoluiu de 13% para 20,2% no mesmo período e aumentou ainda mais em 2004, aonde atingiu os 24%. 45. As principais Ameaças a registar são: índice elevado de pobreza, especialmente nas zonas rurais; desemprego elevado, nomeadamente na camada juvenil; falta de atracção nas zonas 1 Composto por: taxa líquida de escolarização, taxa de transição, rácio aluno/docente e habilitações dos docentes. C.f. Ministério da Educação. Avaliação do Rendimento Escolar no primeiro ano primeiro ano da generalização da reforma curricular do Ensino Básico. 3 C.f. MED- PROMEF. Resultados Preliminares da Equipa sobre a Pesquisa Qualitativa, p.34 4 PROMEF. Pesquisa Qualitativa. Lições Aprendidas. In Relatório Preliminar, p.164 2 10 consideradas isoladas o que desmotiva os alunos e professores a frequentarem as escolas nessas zonas. 46. As principais oportunidades a registar são: disponibilidade e engajamento dos parceiros externos e internos em investir na educação; valorização da educação pelas famílias; melhoria da qualidade de vida das populações. I.2.3 Ensino Secundário 47. Com a reforma do ensino da década de 90, o ensino secundário conheceu uma explosão dos seus efectivos passando de 9.586 alunos, em 1990/91 para 49.790 em 2003/04 (Fontes: Plano Estratégico Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos, 2003 e Anuário Estatístico do GEP, 2005). Nesse mesmo período notou-se uma degradação da taxa de professores com qualificação necessária para leccionação passando de 65% em 1991 para 60% em 2003/4. Esse dado é um dos que revelam as dificuldades do Ministério da Educação em enfrentar o aumento de efectivos nesse sub-sistema. 48. Esse sub-sistema é afectado por grandes desigualdades entre os Concelhos. Os alunos assim como os professores qualificados concentram-se nos centros urbanos da Praia (30%, em 2001), Mindelo (18%, em 2001) e Assomada (11,5%, em 2001). Enquanto na Praia a taxa bruta de escolarização era em 2001, de 80%, em S. Miguel era de apenas 33%. A taxa de promoção estagnou de 1990/91 a 2003/04 em 64% e a taxa de repetência baixou de 26% para 20,3% no período 1990/2003, sendo de notar variações entre os Concelhos, por exemplo, em 2001, a taxa de aprovação era de apenas 33% no Concelho de São Filipe, de 55% no Concelho de Santa Catarina e enquanto no Concelho de S. Nicolau aproximava-se de 80%. I.3. Situação das crianças com necessidades educativas especiais 49. O Censo de 2000 registou 3.157 crianças portadoras de deficiência na faixa etária 0-17 anos, representando 23% do total da população portadora de deficiência e 1,5% da população dessa faixa etária. A maior parte das crianças portadoras de deficiência situam-se na faixa etária dos 6 aos 14 anos, correspondendo a população escolarizável no ensino básico. Contudo, essas crianças ou não estão na escola (21%) ou se vão à escola, são em geral ignoradas ou não são atendidas convenientemente devido ao deficit de recursos, acabando por abandoná-la (15,3%). 50. O tipo de deficiência mais comum é a motora que afecta 49% do efectivo total. Outros tipos de deficiências comuns são a visual e a auditiva. Considerando os dados apresentados nos parágrafos anteriores pode-se inferir que os primeiros excluídos das escolas são as crianças portadoras de deficiências e com necessidades educativas especiais, sendo um dos factores de tal situação a não efectivação de um programa nacional e planos de acção que concretizem os preceitos de escola inclusiva e de Educação de Base para Todos. Daí a necessidade de uma abordagem integrada que alie a vertente saúde à vertente educação no atendimento das necessidades dessas crianças. I.4. Saúde escolar 51. Significa alunos com nível de saúde adequado, desenvolvimento psico-motor apropriado, “(…) aprendendo e alimentando-se melhor, com hábitos de higiene e comportamentos saudáveis, tanto na escola quanto em casa. Alunos (…) mais bem preparados para enfrentar os desafios da 11 vida. Significa ainda um ambiente escolar limpo e saudável.” (Saúde Escolar – Manual do Professor do EBI, ICASE/MEVRH, 2003, p. 7). I.4.1 Pré-escolar 52. Embora não haja estudos específicos sobre a situação de saúde dos alunos do Pré-Escolar, pode-se, a partir de informações colhidas em diferentes documentos que abordam o tema traçar o seguinte quadro. I.4.1.1 Pontos fracos e pontos fortes 53. Os problemas ou pontos fracos são vários mas destacam-se como sendo essenciais os que se seguem (extraído do Planos Nacionais de EPT e Estratégico da Educação e adaptado). 54. De acordo com as políticas do país, o papel da família deverá ser preponderante nos cuidados a dispensar às crianças para a sua sobrevivência e para o seu harmonioso desenvolvimento. No entanto, as condições específicas da sociedade cabo-verdiana, conduzem a uma situação de disfuncionamento e mesmo de ausência da família, simultaneamente moral e física, por razões de vária ordem: pobreza estrutural; baixo nível de conhecimentos; famílias monoparentais; famílias disfuncionais a braços com problemas de alcoolismo droga, violência, abuso sexual; qualidade deficiente da comunicação entre a família e os profissionais dos diferentes serviços sociais; alteração profunda das normas familiares, entre outros. 55. Na faixa etária dos 3-6 anos, a dimensão sobrevivência é praticamente negligenciada, por razões várias das quais importa ressaltar: a fraca cobertura dos serviços de saúde para as crianças terminado o calendário de vacinação; o fraco envolvimento da família e da comunidade por falta de conhecimentos e de informação; a fraca coordenação entre os serviços de Saúde e os da Educação. 56. Segundo o Censo 2000, 60% das crianças (165) portadoras de deficiência, na faixa etária dos 4-5 anos, nunca frequentaram o Pré-Escolar. Para além disso, as crianças portadoras de deficiências que estão nesse subsistema não têm atendimento e atenção mais adequados, sendo os motivos diversos mas a tónica coloca-se na deficiente preparação dos agentes educativos, nas condições existentes nos jardins e na ausência de um programa específico, embora se tenha adoptado os princípios e estratégias da educação inclusiva. 57. Outros problemas que merecem destaque são: as doenças de pele que afectam as crianças estando muitas vezes associadas à falta de água para a higiene pessoal e à situação deficitária do saneamento; as infecções contagiosas típicas da faixa etária dos 3-5 anos (parasitas…); as cáries dentárias, os riscos de acidentes, os riscos para a saúde provenientes do trabalho infantil/doméstico; este pode favorecer também a reprodução de comportamentos estereotipados a partir da divisão de tarefas, de acordo com o sexo. Se já existe uma preocupação em melhorar o nível nutricional das crianças, um dos factores importantes para uma aprendizagem de qualidade, com a inclusão de uma parte dos efectivos do Pré-Escolar no Programa de Assistência às Cantinas Escolares, o mesmo não aconteceu com o Projecto de Saúde Escolar desenvolvido pelo ICASE, podendo tal facto ser considerado como um dos constrangimentos do subsistema Pré-Escolar a ser ultrapassado no futuro. 12 58. Com efeito, no balanço da situação do cumprimento das metas definidas na Cimeira Mundial para a Criança (2000) conclui-se que Cabo Verde não tinha ainda atingido os seguintes objectivos: reduzir para metade a malnutrição grave e moderada das crianças com menos de 5 anos; eliminar quase que totalmente os distúrbios provocados pela falta de iodo; acesso universal aos meios de saneamento e tratamento de excretas; eliminar quase que totalmente a avitaminose A e seus efeitos, incluindo a cegueira; erradicar a poliomielite; reduzir em 50% a mortalidade devida à diarreia nas crianças menores de 5 anos e de 25% a incidência da diarreia. 59. Para além do acima referido, não há praticamente acções programadas no tocante à saúde para as crianças da faixa etária do Pré-Escolar. 60. Os pontos fortes são a expansão do Programa de Apoio às Cantinas Escolares (PAC) e do controlo sanitário das cozinheiras a uma parte dos jardins infantis; experiência de abordagem integrada (Saúde, Protecção e educação) iniciada em dois Concelhos da ilha de Santiago, em 2004; a sensibilização para largo público efectuada pelo projecto de Saúde Escolar sobre as questões da saúde em geral e da higiene. 61. As ameaças e as oportunidades são as mesmas que as indicadas nas características gerais da educação e são comuns ao Ensino Básico. I.4.1.2 Principais problemas a resolver Não institucionalização da educação para a saúde; A deficiente informação e educação comunitária, relativamente à importância dos cuidados a dispensar às crianças; As deficientes condições de higiene e de saneamento numa boa parte dos jardins infantis; Como diminuir os riscos para a saúde das crianças que são influenciadas pelas condições ambientais, de pobreza, de mais ou menos conforto em que vivem bem como pelos os usos e costumes culturais da comunidade? Como capacitar as crianças a enfrentar esses riscos para a sua saúde, para o seu desenvolvimento e que não deixam de ter um impacto no desenvolvimento do país? Que competências devem ter os agentes educativos para serem promotores da saúde das crianças e desenvolverem a educação para a saúde? Fraca cobertura dos serviços de promoção da saúde e prevenção de doenças (controle de rotina e despistagem). I.4.2 Ensino Básico 62. A análise da situação da saúde escolar no ensino básico centra-se essencialmente nos pontos fracos e fortes (entendido como ganhos) associados ao projecto de Saúde Escolar implementado pelo ICASE e que veiculou de forma implícita, visto não ter sido formalmente formulada por essa instituição, uma estratégia de escola promotora de saúde. Os objectivos de promoção da saúde das crianças e da melhoria das condições sanitárias das escolas do ensino básico foram os perseguidos pelo Projecto de Saúde Escolar financiado pela Cooperação Luxemburguesa, no período 2001-04 (com uma extensão até Abril de 2005). 13 I.4.2.1 Pontos fracos 63. Os Indicadores de diagnóstico em 2001 (baseado no estudo do ICASE, 1996) relativo ao estado de saúde dos alunos do ensino básico, no momento em que se iniciou o projecto de Saúde Escolar eram os seguintes: - 59,3% apresentavam cárie dentária; - 35,4% revelavam indícios de anemia; - 23,3% tinham doenças da pele; - 19,9% apresentavam um estado de má-nutrição aguda e 2,4% revelavam má-nutrição crónica; - 6,2% não fazem uma refeição antes de ir à escola; - 4,2% possuem deficiências visuais, 1,5% tem problemas auditivos e 0,9% tem dificuldades de dicção. - 56% das escolas tinham casas de banho a nível nacional sendo a situação melhor em S.Vicente, Sal e Boavista (mais de 90% das escolas com casas de banho) e a pior situação em Santiago e Maio (40% de escolas com casas de banho). Contudo, cerca de 38% delas não estavam a funcionar, sendo as situações mais críticas nas ilhas de Santiago e Fogo. (Levantamento das Condições sanitárias nas escolas do EBI de Cabo Verde, 2003). 64. O Projecto de Saúde Escolar terá contribuído através da sensibilização, informação e da formação dos alunos, professores e comunidade para a melhoria da saúde das crianças. Contudo, segundo a avaliação externa do projecto realizada em 2004, não foi possível medir o impacto a nível da saúde das crianças por não estarem previstos mecanismos para tal. 65. Para além desse aspecto, na análise da implementação do Projecto de Saúde Escolar (PSE) registou-se pontos fracos, sendo de destacar os seguintes: Fraca sensibilidade da Comunidade (Relatório de Trabalho, Set. 2003). Fraco engajamento dos professores na comunidade que se traduz, nomeadamente na ausência de visitas domiciliares por parte dos mesmos (Relatório de Trabalho, Set. 2003). Inexistência de estratégia e Programa Nacional de Saúde Escolar. Deficiente coordenação com os serviços de saúde, sobretudo a nível central o que pode ser considerado um ponto critico. Mobilidade dos elementos da equipa de Promotores de Saúde. Não realização dos controles de rotina e despistagem. Pode-se acrescentar que os professores sofrem de stress e mal-estar ocupacional e não existem programas ou projectos que se ocupem desse aspecto importante da saúde deles. 66. Para além dos pontos fracos relacionados com o projecto de saúde escolar, é digno de registo a fraca coordenação entre os diferentes projectos que actuaram nas áreas da higiene pessoal, do ambiente e da saúde em geral: PFIE (1990-2000), EMP/EVF (1996-2005), Prevenção Rodoviária (2001), Saneamento nas escolas do ensino básico (UNICEF), Pró-Ensino (1995-2002), EBIS (2000-2006) e Programa Nacional de Luta contra a Sida para o sector da Educação (2001-2005). 67. Também se pode avançar as ameaças que influenciaram de algum modo a realização do projecto de saúde escolar e os outros que intervieram nessa área: Certa mobilidade dos professores, coordenadores pedagógicos e gestores de escolas. Existência de zonas de fraca atracção de professores com qualificação e de investimentos. 14 Baixo nível de escolaridade dos pais e encarregados de educação aliada a uma certa apatia dos mesmos em relação à vida escolar dos educandos (Apresentação e análise dos resultados do projecto de Saúde Escolar - Reunião regional de Trabalho na Praia e Mindelo, Set. 2003). Índice elevado de pobreza, especialmente nas zonas rurais, aonde a pobreza é estrutural. I.4.2.2 Pontos fortes e problemas a resolver/desafios 68. A avaliação externa realizada ao projecto em 2004, dá conta dos ganhos/pontos fortes do Projecto em diferentes áreas e domínios. Os professores têm a percepção de uma melhoria do nível de saúde das crianças, para além disso a taxa de escolas com casas de banho melhorou consideravelmente passando a 70%. Pode-se concluir que os objectivos traçados foram amplamente alcançados. Todavia, esses ganhos trazem novos problemas que estão registados de forma sintética no quadro que se segue. Ganhos com o projecto de saúde esc. Problemas a resolver /desafios - Material didáctico de boa qualidade - Utilização efectiva, proveitosa e eficaz desse material pelos pedagógica e durável professores na sala de aulas sobretudo em temas considerados “difíceis” e mesmo tabus (ex: reprodução) - Distribuição de um kit de saúde escolar a - Utilização efectiva, proveitosa e eficaz desse material pelos todas as escolas do EB professores na sala de aulas; - Adequação do Kit ao Pré-Escolar Sensibilização dos professores, - Integração efectiva dos conteúdos de saúde escolar nas coordenadores, gestores e finalistas do IP diferentes disciplinas de formação dos alunos e dos próprios para a educação em matéria de saúde professores; avaliação formal dos objectivos de saúde escolar na aprendizagem dos alunos - Centralização do processo de ensino-aprendizagem no desenvolvimentos de habilidades e competências que permitirão a adopção de comportamentos adequados em termos de saúde - Sensibilização e informação da sociedade - Mobilização da comunidade para participação activa na em geral e dos alunos em particular (na implementação de um Programa Nacional de Saúde Escolar TV, feiras de saúde e trabalhos e de projectos de promoção da saúde nas escolas comunitários nas escolas) - Construção de casas de banho em 25% - Utilização real das casas de banho de forma banalizada das escolas do EB com incidência nas do tendo em conta as implicações dessa utilização. meio rural melhorando as condições sanitárias; a ligação de algumas escolas à - Melhoria substancial das condições sanitárias nas escolas rede pública de água; envolvimento das - Adopção de estratégicas e metodologias que garantam uma famílias na gestão das casas de banho e na participação efectiva e eficaz das famílias manutenção e conservação das escolas - Levantamento das condições de higiene - Definição consensualizada de metas a atingir e de de todas as escolas do EB indicadores de resultados para se medir o impacto de um programa de Saúde Escolar - Formação de todos professores dotando- - Adopção e desenvolvimento de um modelo e modalidades os dos conhecimentos mínimos em matéria de formação que ultrapassem os inconvenientes de uma de saúde escolar formação extensiva como a que foi realizada e permita aos professores uma abordagem por competências - Institucionalização da formação inicial e contínua dos professores em matéria de saúde escolar, assegurando uma maior articulação entre profissionais da saúde e da educação - Criação de uma equipa de Promotores de - Institucionalização da equipa de Promotores e reforço da 15 Saúde (profissionais da saúde e da educação) que deram cobertura as todas as escolas do país - Disponibilização as todos os alunos do 1º ao 6º anos de um Caderno de Saúde (documento informativo e de registo) o que implica ter todo o historial de saúde da criança sua acção ou adopção de um outro figurino para assegurar um seguimento e apoio eficazes aos professores - Institucionalização desse instrumento de seguimento de forma durável e sustentável - Preenchimento sistemático do caderno de saúde e articulação eficaz com as Delegacias de Saúde no encaminhamento e seguimento dos alunos. - Controlo de rotina das crianças. 69. A implementação do Projecto de Saúde Escolar fez-se num contexto de oportunidades das quais se destacam: disponibilidade e engajamento dos parceiros externos e internos em investir na educação e na saúde; valorização da educação e da saúde das crianças pelas famílias; melhoria do nível de saúde e da qualidade de vida das populações; maior acesso à informação através da utilização da novas tecnologias de informação e comunicação; maior acesso aos serviços de saúde. I.4.2 Ensino Secundário 70. A fecundidade precoce é um grandes problemas dos jovens da faixa etária dos 15 aos 24 anos e embora não existam estudo recentes sobre esse tema para o alunos do ensino secundário (faixa etária 12 a 20 anos), estes não deixam de ser certamente afectados por essa problemática. Segundo o Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva I (IDSR, 1998), 40% dos jovens dos 15 aos 24 anos engravidou pelo menos uma vez, 12,5% dos nascimentos vivos foram de jovens de menos de 20 anos sendo metade indesejado (CNDS. Análise da situação nacional de informação, comunicação e educação em saúde reprodutiva, 2003). 71. Esse mesmo inquérito conclui que 41% dos adolescentes do sexo feminino na faixa etária 1519 anos já tiveram relações sexuais. As principais determinantes comportamentais identificadas foram: fraca utilização dos serviços de saúde reprodutiva e de métodos anticoncepcionais; educação sexual inadequada e incipiente; deficit de diálogo no seio familiar (CNDS, 2003). 72. A propagação das infecções sexualmente transmissíveis e da SIDA no seio da camada jovem à qual pertencem os adolescentes escolarizados é um facto de extrema importância pelo impacto sócio-económico que tem no país. Segundo o Plano Estratégico de Luta Contra a SIDA, podem ser considerados factores de vulnerabilidade e de risco associados ao nível de conhecimento, atitudes e práticas os seguintes aspectos: práticas sexuais de risco (sexo oral, anal, mudança frequente de parceiros); aumento da utilização do álcool e de outras drogas inclusive intravenosas; certo enfraquecimento do poder de controle e de pressão social e deficiente preparação dos pais na orientação dos filhos para as questões da sexualidade (CNDS, 2003). 73. Pode-se acrescentar ao quadro apresentado acima a inexistência de um programa nacional de saúde dos adolescentes para além dos projectos que intervêm nessa área, nomeadamente Saúde Reprodutiva (Ministério da Saúde e GTZ), Educação em Matéria de População e para a Vida Familiar (FNUAP e M.E.), Informação e educação para prevenção da SIDA (Ministério da Educação). 16 II. Programa Nacional de Saúde Escolar Apesar dos ganhos aportados pelo Projecto de Saúde Escolar persistem ainda problemas e necessidades em termos saúde a nível de: higiene, nutrição, saneamento e adopção de comportamentos saudáveis. Para alem disso, surgem novos desafios nomeadamente, a propagação da SIDA, que exigem estratégias, esforços e acções concertadas para enfrentá-los e resolvê-los daí a necessidade de um Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE) que se enquadre em estratégias maiores de redução da pobreza e de desenvolvimento do país num contexto de vulnerabilidade económica e social. O Programa Nacional de Saúde Escolar adopta por um lado, os objectivos nacionais de Luta contra a Pobreza (DECRP, 2004), do Plano Nacional de Educação de Base para Todos, bem como do Plano Estratégico da Educação (2002-2012) e por outro lado, os objectivos da Lei de Bases da Saúde de Cabo Verde, de Desenvolvimento do Milénio e do Movimento Mundial de “Escolas Promotoras da Saúde”. II.1 Visão de futuro Sendo os Recursos Humanos a principal riqueza e o motor para o desenvolvimento de Cabo Verde, considerando a importância da Educação e da Saúde da população cabo-verdiana como pilares do desenvolvimento a articulação entre esses dois sectores é incontornável, sendo a melhor estratégia para tal a implementação de um Programa de Saúde Escolar, sustentável a médio e longo prazo, baseado na educação, na promoção da saúde e prevenção de doenças. O que se pretende é: jovens escolares e população em geral melhor informada e adoptando comportamentos saudáveis. Ainda que o foco do Programa seja nas crianças e nas escolas visto estas, pela sua natureza, proporcionarem oportunidades de aprendizagem ele deverá envolver também a sociedade em geral no sentido de promover condutas saudáveis. A missão da escola será de: favorecer o equilíbrio, o bem-estar físico, mental e social das crianças do pré-escolar (4-6 anos) e do ensino básico (6-12 anos) a fim de contribuir à realização dos seus projectos de vida; desenvolver uma dinâmica de informação, comunicação e educação orientada para a promoção da saúde e prevenção de condutas de risco. O impacto esperado do Programa pode ser traduzido resumidamente da seguinte forma: - Melhoria do nível de saúde das crianças na idade pré-escolar e escolar através de: redução da morbi-mortalidade devida às doenças mais comuns (infecto-contagiosas e outras) nas crianças dessa idade; redução de comportamentos desfavoráveis e mesmo de risco para a saúde; adopção de comportamentos saudáveis em termos de alimentação, higiene, saneamento e de relacionamento com os outros e de sexualidade, seja na comunidade escolar, seja na população da comunidade aonde a instituição educativa se encontra inserida. - Melhoria da eficiência e da eficácia do ensino-aprendizagem através de: 17 aumento das habilidades para a vida e das competências sociais dos alunos e dos professores. II.2 Problemática O Projecto de Saúde Escolar visou o Ensino Básico, assim como a maioria dos projectos que actuaram nessa mesma área, ficando o Pré-Escolar a descoberto. Seja a avaliação desse Projecto, sejam os ateliers de recolha de subsídios para a elaboração do Programa Nacional de Saúde Escolar apontaram como perspectiva o alargamento da intervenção ao Pré-escolar e ao Ensino Secundário. O Programa de Saúde Escolar deveria abranger tanto as crianças como os adolescentes (Ensino Secundário). Contudo, as reflexões apontam para a necessidade de uma abordagem faseada, em que se privilegia a precocidade e a criação de bases sólidas em matéria de educação para a saúde incidindo o Programa nas primeiras fases no Pré-escolar e no Ensino Básico e em fase mais avançada será no Ensino Secundário, sendo necessário definir posteriormente os objectivos específicos, estratégias e acções. Porquê incluir o Pré-escolar no Programa Nacional de Saúde Escolar? A Constituição da República (revista em 1999) concede atenção importante à criança, integrando o estipulado na Convenção sobre os Direitos das Crianças (CDC) e consagrando os direitos à educação e à saúde. Tendo em conta os objectivos da iniciativa internacional de Educação para Todos (EPT) que se insere no contexto de uma estratégia mundial de redução da pobreza, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio que foram adoptados pelo país a saber, garantir que todas as crianças, meninas e rapazes possam concluir um ciclo completo de educação primária de boa qualidade, até 2015, considerando ainda o objectivo de EPT de desenvolver e melhorar sob todos os aspectos a protecção e a educação da pequena infância (0 a 8 anos), coloca-se a problemática do desenvolvimento da Educação Básica em Cabo Verde, país de grande vulnerabilidade económica e social. Cabo Verde vem acompanhando o movimento internacional de consciencialização sobre os efeitos benéficos de uma educação precoce e como tal preconiza no seu Plano Nacional de Educação para Todos o alargamento progressivo do acesso ao Pré-Escolar, a melhoria da qualidade do serviço prestado nesse subsistema que abrange crianças de 3 a 6/7 anos e cujos objectivos são de formação das crianças em complemento ou supletivo das famílias e de preparação daquelas para o ingresso no sistema escolar. Considerando os avanços que Cabo Verde já conseguiu em termos de massificação do acesso ao ensino a atenção centra-se actualmente, na qualidade deste. A qualidade assentasse na equidade no acesso, na pertinência dos conteúdos de aprendizagem, no nível de formação dos agentes educativos, na preparação e “bagagem” que as crianças trazem ao entrar no ensino básico, entre outros. Os estudos a nível internacional sobre o impacto de uma acção educativa sistematizada direccionada às crianças antes do seu ingresso no sistema escolar apontam para a existência de diferenças em termos das aprendizagens básicas (leitura, cálculo, escrita) entre crianças que frequentaram e as que não frequentaram o Pré-escolar, aparecendo as primeiras em posição vantajosa. Contudo, essas diferenças atenuam e tendem a desaparecer mais tarde e antes que as 18 crianças concluam o ciclo de ensino básico. A vantagem do Pré-escolar está, consequentemente, na promoção o mais cedo possível, de conhecimentos, valores, atitudes, habilidades e comportamentos valorizados como sendo os mais adequados para a tornar as crianças futuros agentes de desenvolvimento e para a sua inserção na escola, na comunidade, contribuindo para a ligação entre esta e o núcleo familiar. Assim, considera-se que quanto mais cedo for a acção educativa complementar à da família, melhor será a base de sustentação para o desenvolvimento harmonioso das crianças e maiores serão as probabilidades de adoptarem os comportamentos desejados e adequados, nomeadamente em termos de saúde. Para além disso, essa acção educativa permitirá o despertar da consciência dos pais e encarregados de educação e espera-se que através dele haja mudanças de comportamentos e que estes sejam favoráveis ao desenvolvimento. Face aos problemas diagnosticados em termos da saúde e educação da pequena infância (0-6 anos) apresentados nos parágrafos anteriores, adoptando o paradigma que uma abordagem integrada saúde/protecção/alimentação/educação é aquela que permite alcançar melhor e com qualidade, os objectivos de desenvolvimento da criança no Pré-Escolar e não descurando os benefícios imediatos e a longo termo da acção desse subsistema na vida das crianças considera-se fundamental que o Programa Nacional de Saúde Escolar abranja de forma faseada, as crianças do Pré-Escolar. Com efeito, um deficiente estado de saúde, de alimentação das crianças tem impacto negativo na aprendizagem traduzido, nomeadamente nas taxas de abandono, na irregularidade da frequência das instituições educativas, na baixa capacidade de aquisição de conhecimentos, etc. Ao mesmo tempo, a educação permite veicular informações, desenvolver habilidades e comportamentos favoráveis à melhoria do estado de saúde das crianças. Enfim, incluir o Pré-Escolar no Programa Nacional de Saúde Escolar significa contribuir para o desenvolvimento sócio-económico a longo termo pois, quanto mais cedo e mais longa for a acção educativa maiores são as probabilidades que as crianças adoptem comportamentos adequados, seja na adolescência seja na idade adulta em termos de saúde. Por exemplo, as probabilidades são maiores, quando adultas, prestem mais e melhores cuidados de saúde aos seus filhos… Porquê incluir o Ensino Básico no Programa Nacional de Saúde Escolar? As elevadas expectativas da população em relação a escola, o elevado número de crianças nas escolas do ensino básico (cerca de um quarto da população residente no país) implicam um repensar das funções destas na sociedade cabo-verdiana e num país que desponta como sendo de desenvolvimento médio. Sendo as escolas espaços de educação e socialização nos quais as crianças desenvolvem as aprendizagens básicas (leitura, calculo, escrita), cabe-lhes cada vez mais a ingente tarefa de ultrapassar a sua função instrutiva par desenvolver naquelas habilidades para a vida (lifeskills), competências sociais, contribuindo para a preparação das crianças para enfrentar os problemas/riscos do seu quotidiano de forma eficiente e eficaz bem como os desafios da sua vida futura e de desenvolvimento do país. As escolas são consideradas instituições privilegiadas para desenvolver as competências sociais não só por abrangerem um número elevado de crianças mas também por haver uma sistematicidade na sua acção. Para além disso, vários estudos comprovam que a educação em matéria de saúde é a mais propícia para reforçar os comportamentos adequados e modificar os comportamentos não desejados e inadequados que as crianças já demonstram ao chegar à instituição educativa, podendo a acção ser estendida até à família e à comunidade modificando também os seus comportamentos. 19 Com base na visão de futuro, nos pressupostos e os desafios mencionados nos parágrafos anteriores a problemática essencial é por um lado, como contribuir de forma eficaz para a melhoria da qualidade do serviço educativo prestado e das condições de aprendizagem centrando a atenção na saúde da criança/aluno e do professor como factores essenciais. Por outro lado, a questão é como melhorar o nível de saúde das crianças e contribuir para a melhoria da qualidade de vida das mesmas bem como da população em geral, através de informação, comunicação e educação que lhes proporcione a adopção de comportamentos saudáveis para si e para a sociedade. Para fazer face a essa problemática e tentar responder às questões colocadas é necessário elaborar um Programa Nacional de Saúde, a médio prazo, que permita explicitar uma estratégia, objectivos, metas e concertar acções de promoção da saúde direccionados as crianças do PréEscolar e do Ensino Básico. II.3 Princípios orientadores Os princípios pelos quais o Programa se norteará são os seguintes. O desenvolvimento integrado da criança (extraído e adaptado do Plano Estratégico da Educação) Esse princípio significa apreender a criança como um todo e a integração das valências pedagógicas e sociais nas actividades a ela dirigidas. Significa ainda responder de forma concertada e em simultâneo às suas necessidades em termos de protecção, de saúde e de educação implica a coordenação das acções ao nível institucional e político, que fomentem a criação de um clima de cooperação encorajador da participação de todos os actores no processo educativo. Complementaridade de acção com a família (extraído e adaptado do Plano Estratégico da Educação) A família deve ser o principal actor na protecção dos direitos fundamentais das crianças, em particular das mais vulneráveis, e a primeira instância de educação. Cabe à escola complementar esse papel educativo e de satisfazer bem como de desenvolver as potencialidades (físicas, cognitivas e sociais) dos alunos. Contudo, no mundo complexo em que vivemos, está patente que as famílias precisam ter novas capacidades sendo necessário programas de capacitação, visando conferir conhecimentos e habilidades referentes às práticas a ter com as crianças quer no plano sanitário, quer nutricional, quer ainda ao nível educativo. Essa capacitação é tanto mais necessária quanto mais desfavorecida for a família e maior for contexto de vulnerabilidade em que vive. A participação social e a promoção de parcerias (extraído e adaptado do Plano Estratégico da Educação) A participação social constitui um princípio essencial constituindo-se a sociedade civil como uma parceira do Estado. As actividades dirigidas às crianças deverão constituir um estímulo ao envolvimento das famílias no processo educativo e no sucesso das aprendizagens. Cabe às instituições educativas procurar e estimular a relação com a comunidade para desenvolver actividades sócio-educativas na área de saúde escolar. 20 Do Estado, este, espera-se que assuma cada vez mais, função reguladora, de mediação, de supervisão, sem descurar as suas responsabilidades na prestação de serviços sociais, atendendo às condições específicas da situação socioeconómica prevalecente. Convém que o Estado promova e possibilite uma parceria mais efectiva. Criação de oportunidades de aprendizagem diversificada com base no lúdico (extraído do Plano Estratégico da Educação e adaptado) As actividades de saúde escolar partem do meio sócio-económico e cultural da criança como centro de todo o processo educativo e apresentam uma gama larga de opções que privilegiem o lúdico e potenciem o aproveitamento das oportunidades existentes ou criadas numa complementaridade com outros programas de cariz comunitário e familiar. Saúde para todos Acesso e utilização de serviços de saúde de qualidade e melhoria continua do nível de bem estar físico, psíquico e social. Educação para a promoção da saúde Ela é baseada na ideia que as crianças são protagonistas da sua aprendizagem e ao mesmo tempo que descobrem o próprio corpo, aprendem os cuidados a ter com ele, associando-os à higiene e protecção do ambiente, à adopção de hábitos alimentares saudáveis. A educação para a saúde significa capacitar os agentes educativos e as crianças para desenvolverem habilidades necessárias à adopção dos comportamentos adequados. Para além disso, a educação para a saúde como elemento central da promoção da saúde pressupõe que as crianças estejam alertas aos problemas de saúde emergentes (SIDA…) e sirvam de elemento de informação e educação não só dos seus pares mas também da sua família e da comunidade aonde se inserem. As principais habilidades a desenvolver são: saber fazer higiene bucal e escovar os dentes; saber cuidar e fazer a higiene do corpo saber cuidar e preservar o meio ambiente; ser capaz de demonstrar formas correctas e saudáveis de alimentação; saber reconhecer situações de risco; saber evitar situações de violência; saber procurar e fornecer ajuda/apoio na escola, na família e na comunidade. Os principais comportamentos esperados/desejados são: ter uma alimentação correcta e saudável; evitar situações de risco (consumo de bebidas alcoólicas, de drogas, assédio sexual, etc.); fazer higiene corporal de forma correcta; limpar, proteger e conservar o meio ambiente; mobilizar pessoas, na escola, na família e na comunidade para os cuidados básicos de saúde. 21 Escola promotora da saúde A escola promotora da saúde envolve os alunos, professores, pais, profissionais da educação e da saúde, mobiliza recursos no esforço para que ela seja um local saudável e propicia para a aprendizagem. Trata-se de um espaço de promoção do desenvolvimento são da criança e no qual se procura reduzir a vulnerabilidade às doenças. Escola promotora da saúde pode ser caracterizada como aquela que procura reforçar constantemente a sua capacidade de ser um local saudável, para viver, estudar e trabalhar. II.4 Objectivos - Geral: Contribuir para o desenvolvimento das crianças do Pré-Escolar e do Ensino Básico concorrendo para a melhoria do nível de saúde e de educação através de promoção da saúde e prevenção das doenças bem como de aprendizagem de qualidade. - Específicos: 1. Alargar a educação em matéria de saúde ao Pré-escolar, contribuindo para o aumento do acesso no Pré-escolar e para a equidade nesse subsistema. 2. Consolidar e institucionalizar a educação em matéria de saúde no Ensino Básico. 3. Assegurar a integração curricular dos conteúdos de educação em matéria de saúde. 4. Desenvolver nos alunos, nos professores e nos pais e encarregados de educação habilidades necessárias aos comportamentos favoráveis à saúde. 5. Dotar os jardins e as escolas de recursos (infra-estruturas, equipamentos…) que permitam melhorar as suas condições sanitárias e o nível de saúde dos alunos e professores. 6. Beneficiar as infra-estruturas de água e saneamento das escolas e dos jardins. 7. Desenvolver um sistema de formação e seguimento dos agentes educativos em matéria de educação para a saúde. 8. Desenvolver um sistema concertado de promoção da saúde e detecção e controle de perturbações do estado de saúde dos alunos e professores. 9. Reduzir a incidência das doenças mais comuns nas crianças escolarizadas. 10. Reforçar a informação e a formação das famílias, sobretudo as mais desfavorecidas, para que estejam mais capacitadas para dispensar os cuidados básicos de saúde. 11. Informar, comunicar e educar a comunidade em geral para a problemática da saúde das crianças associando-a ao desenvolvimento sócio-económico e à redução da pobreza. 12. Sensibilizar a comunidade educativa para a manutenção de um ambiente escolar saudável II.5 Beneficiários Directos: Alunos do Pré-escolar e de todas as escolas do Ensino Básico; Agentes educativos do Pré-escolar e do Ensino Básico; Pais e encarregados de educação dos alunos. Indirectos Todas as crianças e jovens de Cabo Verde 22 Sociedade cabo-verdiana em geral. II.6 Estratégias Identificação de necessidades, problemas dos sectores da educação e da saúde e adopção de uma abordagem participativa, concertada, focalizada e sustentável para saná-las numa perspectiva de promoção da saúde escolar, num quadro de desenvolvimento durável. Adopção de uma atitude pró-activa que privilegie a prevenção e a formação prática para que as crianças adoptem comportamentos saudáveis. Abordagem integrada criando sinergias entre diferentes sectores e programas de cariz sócioeducativo, com definição de zonas de influência e intervenção prioritária, bem como de alargamento de boas experiências (boas práticas) às escolas e jardins próximas, num movimento em espiral. II.7 Resultados esperados Educação em matéria de saúde introduzida em jardins infantis até o fim de 2008/09. Educação em matéria de saúde consolidada e institucionalizada no ensino básico até 2007/08. Conteúdos de educação para a saúde integrados nos curricula e nas actividades das crianças do pré-escolar e do ensino básico bem como na formação (inicial e em exercício) dos agentes educativos desses dois subsistemas. Abordagem por competências sociais (life skills) reforçada nos materiais didácticos e nos processos de ensino-aprendizagem apontando para a adopção de comportamentos favoráveis à saúde. Redução da taxa de abandono em particular para as crianças mais vulneráveis e com necessidades educativas especiais. Plano de construção, reabilitação e equipamento de blocos sanitários e cozinhas nas escolas e jardins definido, implementado e avaliado. Gestão e manutenção das infra-estruturas asseguradas. Participação activa das comunidades aonde se inserem os jardins e as escolas de ensino básico na implementação do Programa de saúde escolar. Sistema de detecção e prevenção de perturbações de saúde nos alunos e professores funcional e eficaz. Controles de rotina da saúde das crianças sistematizados e funcionais. Estudos sobre as condições higiénico-sanitárias dos jardins e das escolas realizados Estudos sobre o nível de saúde das crianças dos jardins e das escolas realizados e difundidos. Mecanismos e procedimentos de articulação entre o sector de saúde e da educação estabelecidos e funcionais. Avaliação intermédia do Programa de Saúde Escolar realizado. II. 9 Indicadores Educação em matéria de saúde institucionalizada em 100% das escolas do Ensino Básico até 2007/08. Educação em matéria de saúde introduzida em pelo menos 60% dos jardins infantis públicos, até 2008/09. 23 60% das crianças do Pré-escolar demonstram, no fim do Programa de Saúde Escolar, pelo menos 4 das habilidades necessárias a comportamentos preventivos e saudáveis em matéria de saúde. 90% das crianças do ensino básico demonstram, no fim do Programa de Saúde Escolar pelo menos 4 das habilidades necessárias a comportamentos preventivos e saudáveis em matéria de saúde. 100% dos Coordenadores Pedagógicos formados até 2007/08. 100% dos Professores do Ensino Básico Formados até 2007/08. 75% dos educadores e monitores de infância formados até 2010. Número de controle (peso, altura…) e de despistagem de problemas de saúde (auditivo, visual) realizados por ano a nível dos Concelhos. Redução em 10% da incidência das doenças mais comuns nas crianças do Pré-escolar e do Ensino Básico até o final do Programa. Realização em cada ano, de pelo menos 2 grandes campanhas de sensibilização através dos médias. Realização de pelo menos 4 actividades de animação e formação comunitária em matéria de saúde escolar, em zonas/localidades de intervenção prioritária. 60% dos pais/encarregados de educação das crianças dos jardins e das escolas do ensino básico participam em pelo menos 2 actividades de educação para a saúde na “escola de pais”, cada ano. Proporção de pais e encarregados de educação participantes dos programas de formação capazes demonstrar e aplicar conhecimentos básicos de prevenção de doenças e de cuidados básicos de saúde, até 2010. Pelo menos duas reuniões nacionais anuais de coordenação são realizadas. II. 10 Eixos de intervenção 1 2 3 4 Ambiente escolar saudável no Pré-escolar e no Ensino Básico. Detecção e prevenção de problemas de saúde nas crianças. Integração curricular no Pré-escolar e no Ensino Básico da Educação em matéria da Saúde. Escola e comunidade na promoção da saúde das crianças e da população em geral. II. 11 Duração Tendo em conta as exigências e as necessidades de desenvolvimento de um Programa de Saúde Escolar a nível nacional com os objectivos indicados acima perspectiva-se o desenvolvimento de actividades a curto e médio prazo, de 2005-2010 segundo as fases seguintes: 1ª fase (1 ano): re-orientação (para competências e habilidades) no Ensino Básico e experiência piloto no Pré-Escolar; 2ª fase (2 anos): consolidação no Ensino Básico e alargamento no Pré-Escolar; 3ª fase (2 anos): institucionalização Ensino Básico e generalização no Pré-Escolar; 4ª fase: re-orientação para o ensino secundário (após avaliação do Programa no Pré-escolar e Ensino Básico). 24 II. 12 Execução, coordenação e seguimento do Programa As linhas de Acção são as seguintes: • O envolvimento de todos os intervenientes ligados ao processo educativo: a execução do Programa Nacional de Saúde Escolar será realizada em articulação com o Programa Nacional de Alimentação Escolar e as suas actividades serão complementares. Para além disso o Programa está associado ao Plano Estratégico da Educação, ao aprofundar parte das acções nele contidas, bem como à Lei de Bases da Saúde. • A focalização das acções, tendo em conta uma discriminação positiva. • A legitimidade da participação dos diferentes actores institucionais e comunitários, pelo que se perspectiva uma gestão associada que se traduz na implementação de alianças colaborativas entre os sectores público, privado e o “solidário” (ONG’s, associações de pais, etc.). • A definição e concentração de responsabilidades e prioridades de intervenção numa lógica sequencial e integradora. O Programa pode ser desdobrado em sub-programas e projectos cuja execução estará sob a responsabilidade de diferentes instituições e serviços mas a acção será concertada e harmonizada entre os diferentes intervenientes. A disponibilização de um financiamento interno (Orçamento do Estado) e externo da cooperação bilateral e multilateral (ajuda internacional) é uma condição essencial para a operacionalização do Programa e a concretização dos seus objectivos. Dispositivo de execução e coordenação O Programa Nacional de Saúde Escolar será liderado pelo Ministério da Educação devido à experiência que possui nesse domínio tendo em conta que desde 1990 tem vindo a executar diferentes projectos que visam a promoção da saúde. O Programa será coordenado a nível nacional por um Conselho de Saúde Escolar. Ele será intersectorial e composta por representantes dos Ministérios, das instituições e serviços interventores no Programa de Saúde Escolar, nomeadamente Ministério da Saúde, (Serviços Nutrição, CNDS….), Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos (ICASE, DGEBS …); Associação dos Municípios, Ministério das Infra-estruturas e Transporte, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, entre outros. Esse Conselho poderá ser presidido alternadamente pelo Ministro da Educação ou pelo Ministro da Saúde ou quem eles delegarem. As principais atribuições desse Conselho Nacional são: (i) coordenar a execução do Plano a nível nacional; (ii) definir as estratégias e as acções; (iii) mobilizar financiamento para o Programa; (iv) monitorar e avaliar a execução do Plano. Ele reúne-se no mínimo duas vezes por ano. O Conselho Nacional do Programa de Saúde Escolar terá um Núcleo Executivo sendo possíveis três cenários. 25 1- Núcleo executivo centralizado no ICASE/MEVRH que se articularia com um ponto focal para a Saúde Escolar no Ministério da Saúde. Seria constituído por cerca de quatro elementos organizados num Gabinete de Saúde Escolar. O Núcleo Executivo/Gabinete de Saúde Escolar terá um coordenador equiparado a Director de Serviço que responde perante o Presidente do ICASE e terá como principais atribuições: (i) desdobrar o Plano de Acção do Programa em Projectos; (ii) elaborar o plano anual de Actividades com o respectivo orçamento; (iii) executar o plano de actividades; (iv) monitorar e avaliar a execução do Plano a nível dos Concelhos. Esse Gabinete contemplaria ainda acções destinadas a crianças com necessidades educativas especiais o que implicaria uma articulação com a Direcção Geral do Ensino Básico e uma reconfiguração funcional dessa estrutura dos serviços centrais, bem como do ICASE. 2- Dois Núcleos Executivos: um a nível da Educação (ICASE) e outro a nível da Saúde (Direcção Geral da Saúde ou outro a identificar), coordenados por um Director do Programa com perfil de gestor de Programas e/ou Projectos, com staff adequado para implementar o programa5. 3- Dois Núcleos Executivos: um a nível da Educação (ICASE) e outro a nível da Saúde (Direcção Geral da Saúde ou outro a identificar), coordenados pelo ICASE, com staff adequado para implementar o programa Em qualquer destes cenários os Núcleos Executivo serão constituídos por uma equipa multidisciplinar que estenderá a sua acção de seguimento a nível dos Concelhos através de equipas integradas por Promotores de Saúde e Coordenadores Pedagógicos. Deverá ser integrada por profissionais da saúde, administrativos/gestores, pedagogos, professores, especialistas de programas e outros que se achar conveniente. Para a implementação do Programa deverá haver uma dotação orçamental cujas fontes essenciais seriam as Instituições intervenientes. A nível Concelhio deverá existir equipas com composição e organização variadas consoante for o cenário definido cujas principais atribuições seriam: (i) executar o Plano a nível Concelhio; (ii) apoiar e acompanhar as actividades de promoção, prevenção e despistagem nos jardins e nas escolas; (iii) monitorar a execução do Plano nos jardins e escolas; (iv) promover a animação comunitária. No entanto, a experiência acumulada pelo Projecto de Saúde Escolar baseada nas figuras dos Promotores de Saúde e Coordenadores Pedagógicos deverá ser capitalizada. No atelier de validação do Programa de Saúde Escolar realizado pelo ICASE a 16 e 17 de Março, o consenso foi para o primeiro cenário (ver organigrama em anexo) em que existe uma coordenação estratégica a nível nacional e um núcleo executivo centralizado no ICASE. Alguns cenários podem ser desenhados quanto à figura dos promotores de saúde: Integrá-los na estrutura de coordenação central do Programa (constituem uma equipa nacional de Promotores de Saúde). Integrá-los nas estruturas de coordenação Concelhia desconcentrada 5 Esse cenário implica a constituição de um núcleo funcional de saúde escolar. 26 Deverão possuir no mínimo formação de nível médio nas áreas de ensino e da saúde, preferencialmente em saúde escolar e experiência mínima de 3 anos. O Aumento do número de Promotores de Saúde (mínimo 1 por Concelho) seria necessário para que possam dar melhor cobertura a nível Concelhio visto as actividades de Saúde Escolar se estenderem aos jardins mas coloca-se a questão da sustentabilidade financeira de tal cenário Se se mantém o número actual de Promotores de Saúde é fundamental reforçar a acção dos coordenadores pedagógicos designados para a área de saúde escolar. No atelier de validação acima referido, foi consenso que a definição do número de Promotores de Saúde deverá ser efectuada em função do número de escolas, do nível de Pobreza e dos Recursos do Concelho (ter em conta o índice de equidade). Com efeito, esses serão remunerados a partir do Orçamento do Estado. Também foi consenso que a execução e seguimento das actividades de saúde escolar a nível concelhio e local evoluiriam segundo as seguintes fases: 1ª Fase: Promotores de Saúde dependentes do Gabinete de Saúde Escolar e trabalhando em estreita relação com os Coordenadores Pedagógicos 2ª Fase: Promotores de Saúde integrados na Delegação do Ministério da Educação juntamente com os Promotores de Saúde 3ª Fase: Gestores de escolas e jardins, professores, educadoras e monitoras de infância são Promotores de Saúde. Para a execução das actividades deverão ser estabelecidos (caso não existam), revistos e actualizados os acordos e os protocolos (caso existam) em matéria de saúde escolar entre o Ministério da Saúde e o da Educação e Valorização dos Recursos Humanos a diferentes níveis, central, Concelhio e local. A monitorização das acções far-se-á semestralmente a nível nacional, trimestralmente a nível Concelhio e mensalmente nas escolas. A criação e implementação de um sistema de recolha e tratamento de informações sobre a saúde escolar a diferentes níveis asseveram-se imprescindíveis para a eficiência e a eficácia do seguimento da implementação do Programa. Este deverá ser avaliado a meio percurso e no final. Os indicadores de verificação devem ter em linha de conta as seguintes vertentes: (i) beneficiários das acções em termos de grupos alvo (acções de saúde: promoção, prevenção e despistagem), (ii) Concelhos atingidos, (iii) parcerias envolvidas, (iv) participação das famílias, (iv) capacitação dos docentes, (v) construção e reabilitação das infra-estruturas, (vii) evolução dos indicadores de acesso e participação, eficácia interna (rendimento escolar) na educação (viii), evolução dos indicadores de saúde: redução da morbilidade, acesso aos serviços e participação. 27 28 III. Plano de Acção 2005-2010 EIXO DE INTERVENÇÃO 1: AMBIENTE ESCOLAR SAUDÁVEL Acções/Actividades 1.1. Beneficiação das infra-estruturas e equipamentos sanitários, dos jardins e escolas 1.1.1 Identificação das localidades e jardins/escolas de intervenção prioritária; 1.1.2 Estabelecimento de um plano de beneficiação 1.1.3 Identificação e mobilização de recursos 1.1.4 Construção/recuperação de infra-estruturas escolares 1.1.5 Informação e formação para gestão e manutenção dos blocos sanitários Estratégias - Levantamento das necessidades (diagnóstico da situação e definição de prioridades - Identificação e mobilização dos parceiros nacionais e internacionais; - Negociação com Instituições Públicas e privadas - Estabelecimento de parcerias com instituições Públicas privadas e ONG’s - Advocacia junto às Câmaras Munic. Resultados -95% das escolas possuem blocos sanitários e equipados; - 75% dos jardins possuem blocos sanitários e equipados; - 90% dos blocos sanitários funcionais e em uso - gestores educativos e cozinheiras formados - Comunidade educativa sensibilizada e actuante - Escolas limpas Respon. Parceiros indicativos - ICASE - MIT - Câmaras Municipais UNICEF Bornefonden Coop Luxem burguesa Período 1 2 3 Custos (em contos CV) 70.000 Programa de Luta Contra a Probreza 29 1.2. Beneficiação das infra-estruturas e equipamentos para abastecimento de água e fornecimento de refeições nos jardins e escolas 1.2.1 Identificação das localidades e jardins/escolas prioritários; 1.2.2 Estabelecimento de um plano de beneficiação; 1.2.3 Identificação e mobilização de financiament 1.2.4 Ligação à rede/abastecimento de água às escolas 1.2.5 Formação de gestores e cozinheiras para utilização e manutenção dos equipamentos 1.3. Desenvolvimento de programas de embelezamento, protecção e conservação do espaço escolar e seu arredor 1.3.1 Criação de horto escolar 1.3.2 Realização de concursos de promoção da saúde e ambiente escolar saudável 1.3.3 Campanhas para Ambiente saudável na média Sub-total 1 - Mobilização dos parceiros nacionais e internacionais; - Construção e reabilitação de tanques, armazéns... - Advocacia junto às Câmaras Munic. - 75% das escolas possuem abastecimento de água e cozinhas funcionando - 75% dos jardins possuem abastecimento de água e cozinhas em funcionamento - ICASE - MIT - Câmaras Municipais UNICEF Bornefonden Coop Luxem Coop Holandesa Coop. Austríaca Fundo Cana Diano de desenvolvimento 25.000 Sensibilização e mobilização dos alunos, pais e E.E, Comunidade - Pelo menos 90% dos jardins e escolas executam programas de promoção de ambiente escolar saudável - Dieta alimentar de todos os alunos reforçada com os nutrientes essenciais - Escola - Pais/E.E -Associações comunitários - ONG’s - MAAP - Delegacia Saúde - PAC 20.000 Cruz Vermelha 115.000 30 EIXO DE INTERVENÇÃO 2: DETECÇÃO E PREVENÇÃO DE PROBLEMAS DE SAÚDE Acções/Actividades Estratégias 1.1. Institucionalização do controle de rotina das crianças em idade préescolar e escolar 1.1.1 Distribuição do caderno de saúde a todos alunos 1.1.2 Formação dos agentes educativos para a sua utilização 1.1.3 Criação e difusão de normativos enquadradores e reguladores 1.1.4 Desenvolvimento de mecanismos de seguimento com deslocação de equipas de saúde às escolas sempre necessário Adopção de normativos reguladores do uso do caderno Resultados Respon. - Alunos observados, seguidos e encaminhados para estruturas de saúde quando necessário ICASE/SE - Escolas - MEVRH Parceiros indicativos - Delegacias de Saúde - Coop. Lux. Período 1 2 3 Custos (em contos CV) 3.000 - Professores e Promotores de Saúde informados e formados sobre questões de Saúde - Cartões de PMI anexados ao Caderno de Saúde para controle do estado vacinal - Alunos observados e encaminhados para estruturas de saúde se necessário 31 1.2. Participação dos jardins e escolas em 1.2.1 Realização de rastreio nas crianças do 1º ano em cada ano lectivo 1.2.2 Programas de suplementação em oligoelementos e vitaminas 1.2.3 Programas de desparasitação sistemática 1.3. Realização de programas de animação comunitária e “escola de pais” 1.3.1 Acções de formação (riscos em matéria de saúde…) 1.3.2 Elaboração e execução de projectos de envolvimento comunitário na promoção da saúde. 1.4 Realização de estudos sobre o nível sanitário das escolas e nível de saúde das crianças e dos professores. Sub-total 2 - Sensibilização da comunidade escolar e da sociedade civil; - Mobilização de parceiros. - 90% das escolas e jardins participam nas campanhas - Todas os alunos do 1º ano dos jardins e escolas são objecto de rastreio - Crianças mais sadias. - 90% das situações de perturbação do estado de saúde em alunos e prof. detectados em cada ano escolar e referi do às estruturas de saúde -ICASE/SE - MES - Câmaras Municipais - MEVRH UNICEF Bornefonden Coop Luxem Coop Holan. OMS 8.000 - Sensibilização e mobilização dos alunos, pais e E.E, Comunidade - Mobilização de parceiros. - Abordagem integrada e concertada - 75% dos jardins e escolas realizam programas de animação comunitária - Pais e E.E mais informados sobre os riscos para a saúde das crianças e conduta a ter para os prevenir - Escola - Pais/E.E - Líderes comunitários - ONG’s - MAAP - Delegacia Saúde - DGAEA 40.000 - Identificação de áreas deficitárias de informação -Criação de sinergia entre os sectores Estudos realizados sobre estudos realizados, disponí veis e difundidos - Bateria de indicadores consensualizados -ICASE/SE -INE 2.400 GEP/MEVRH 53.400 32 EIXO DE INTERVENÇÃO 3: INTEGRAÇÃO CURRICULAR DOS TEMAS DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE 3.1 Integração no Pré-Escolar: experimentação e alargamento progressivo Acções/Actividades 1.1. Implementação de um piloto sobre a integração curricular 1.1.1 Desenho do projecto e definição da amostra da experiência 1.1.2 Adaptação do material didáctico existente e elaboração de novos 1.1.3 Formação dos agentes educativos em matéria de saúde, nutrição e higiene 1.1.4 Realização, monitorização e avaliação da experiên. 1.2. Alargamento progressivo da introdução da educação para a saúde 1.2.1 Reprodução e distribuição de material didác 1.2.2 Formação em cascata com apoio dos promotores de saúde e coordenadores pedag. das monitoras e orientadoras e com base no manual SE e Kit saúde 1.2.3 Monitorização da formação e da integração curricular 1.2.4 Fornecimento de kits de saúde aos jardins infantis. Sub-total 3.1 Estratégias abordagem integrada e concertada - Aluno no centro do processo - Aproveitamento das experiências no EB e adaptação - Advocacia junto às Câmaras Munic. Resultados - materiais didácticos testados e adaptados - programas de formação dos agentes educativos e dos pais/E.E testados e validados Respon. ICASE/SE - Escolas - MEVRH Parceiros indicativos - Delegacias de Saúde - Delegações MEVRH - Coop. Lux. UNICEF - IP - DGEBS - Câmaras M Período 1 2 3 Custos (em contos CV) 7.200 : 1.200 4.500 1.500 - Sensibilização da comunidade. - Mobilização de parceiros. - alargamento progressivo a partir dos jardins piloto. - formação em cascata associada a acompanhamento. - Conteúdos de Saúde Escolar integrados nas actividades dos jardins públicos - material didáctico disponível - 75% dos agentes educativos formados - Educação de saúde introduzida e generalizada nos jardins públicos ICASE/SE - M Saúde - Câmaras Municipais - MEVRH -Delegações MEVRH UNICEF Bornefonden Coop Luxem Coop Holan. OMS CCS-SIDA IP DGEBS Associações de Pais, E/E 17.000 : 5.000 8.000 2.500 1.500 40.600 33 3.2 Integração no Ensino Básico: consolidação e aumento da qualidade da aprendizagem Acções/Actividades Estratégias 1.1. Implementação de um programa de aprendizagem baseado em competências sociais 1.1.1 Definição e consensualização das comp. sociais e obj. comportamentais 1.1.2 Realização de actividades de integração da SE dentro e fora da sala de aula 1.1.3 Adopção de estratégias e mecanismos de avaliação formal das aprendizagens dos alunos 1.1.4 Formação (em cascata e em exercício/continua) dos docentes sobre técnicas e metodologias eficazes de utilização dos mat. didácticos 1.1.5 Monitorização do desempenho dos docentes em sala de aula, auto-avaliação pelos docentes e aval. Externa 1.1.6 Realização de estudo nacional sobre estado de saúde das crianças e sua performance escolar - Orientação para uma abordagem para competências sociais - Aluno no centro do processo - Promoção do sucesso na aprendizagem criação de plataforma de entendimento entre diferentes intervenientes Resultados - Aprendizagem dos alunos avaliada - 100% de docentes com formação reforçada, acompanhados e avaliados - Estudo realizado e resultados disponíveis para tomada de decisões - Realização de actividades de SE pelo menos 1h/semana - Alunos demonstram habilidades para comport. saudáveis - Educação de saúde consolidada e institucionalizada no Ensino Básico Respon. ICASE/SE - Escolas Parceiros indicativos - Delegacias de Saúde - Delegações MEVRH - Coop. Lux. - UNICEF - IP - DGEBS - Câmaras Municipais - CNDS - OMS, FAO - PAM - FNUAP - CCCDroga Períodos 1 2 3 Custos (em contos CV) 3.000 20.500 2.500 1.000 34 1.2. Participação na revisão curricular 1.2.1 Definição consensualizada dos objectivos e conteúdos a serem integrados nos Programas e manuais do EB e do Tronco Comum no ES 1.2.2 Reprodução do manual de Saúde Escolar 1.2.3 Elaborar e distribuir fichas de exercícios para alunos numa perspectiva sustentável Subtotal 3.2 - Abordagem participativa e numa perspectiva de durabilidade bem como de sustentabilidade - Qualidade didácticopedagógica e sócioeconómica considerada como sendo elemento fulcral. - Conteúdos de Saúde Escolar integrados nos programas e manuais - material didáctico enriquecido - ICASE - M Saúde - Câmaras Municipais - MEVRH -Delegações MEVRH UNICEF Bornefonden Coop Luxem Coop Holan. OMS CCS-SIDA IP DGEBS CNDS 2.000 1.000 30.000 35 3.3: Integração curricular: formação inicial de docentes Acções/Actividades Estratégias 1.1. Implementação de um programa de formação baseado em competências 1.1.1 Sensibilização dos agentes educativos e das entidades formadoras no PE 1.1.2 Análise comparativa dos conteúdos de SE com os dos mat. didácticos e de formação no PE 1.1.3 Adopção de estratégias e mecanismos de integração e reforço dos conteúdos de SE no prog. de formação através do uso de manual de SE para monitoras e educadoras 1.1.4 Monitorização do desempenho dos agentes educ. durante e pós formação 1.2. Consolidação e institu cionalização da integração da SE na formação dos docentes do Ens. Básico 1.2.1 Definição consensualizada das competências a desenvolver nos professores 1.2.2 Actualização dos programas de formação no que tange a SE e integração desta na avaliação formal dos formandos 1.2.3 Instituir o manual do professor e kit saúde escolar como material de apoio. - Orientação para uma abordagem para competências sociais - criação de plataforma de entendimento entre diferentes intervenientes Resultados - Educação em matéria de saúde integrada na formação inicial dos agentes educativos do PE Respon. - IP - Direcção Promoção Social Parceiros indicativos - Delegacias de Saúde - Delegações MEVRH - Coop. Lux. - UNICEF - DGEBS - Câmaras Municipais - ICS Períodos 1 2 3 Custos (em contos CV) 500 2.500 - Abordagem em espiral da Saúde Escolar e seus objectivos na formação. - Formalização da integração da SE em diferentes níveis e fases da formação - Conteúdos de Saúde Escolar integrados, reforçados e instituídos nos programas de formação - Material didáctico de apoio à Educ. para SE institucionalizado - Agentes educativos formados em matéria de educação para a saúde -ICASE/SE - IP - UNICEF - Coop Lux - CCS-SIDA - DGEBS - M. Saúde 500 4.000 36 1.3 Alargamento da introdução da SE nos programas de formação de outros agentes sócioeducativos que contribuem para a promoção da saúde (enfermeiros, …) Subtotal 3.3 - Sensibilização de decisores e entidades formadoras - Abordagem integrada da SE Conteúdos de Saúde Escolar integrados nos programas de formação - M. Saúde -Esc Enfer magem - CCS-SIDA - CNDS - OMS 4.000 11.500 37 EIXO DE INTERVENÇÃO 4: ESCOLA E COMUNIDADE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE Acções/Actividades Estratégias 1.1. Desenvolvimento de programas de informação e formação dos pais/E.E e da comunidade para a promoção da saúde 1.1.1 Realização de “escola de pais” 1.1.2 Realização de animação comunitária e escolar 1.1.3 Promoção da criação de Associação de pais/E.E e comunitárias 1.1.4 Fomento de intercâmbios entre escola e comunidades (visitas domiciliárias…) 1.1.5 Intercâmbio entre Associações de Pais e E.E - Sensibilização e mobilização social - Abordagem integrada e em função dos contextos e necessidades 1.2. Desenvolvimento de programas de informação e formação na comunicação social - Focalização das mensagens - Sistematicidade nas informações 1.1.1 Criação de consenso sobre as mensagens e harmonização da linguagem 1.1.2 Difusão dos programas Sub-total 4 Resultados - Pais/E.E e comunidade mais informados - Pais/E.E e comunidade mais participativos na promoção da saúde - Pais/E.E demonstram mais capacidade de prevenção e de prestação de cuidados básicos de saúde - Escolas mais activas e promotoras da saúde - Participação da Comunidade aonde se inserem os jardins e as escolas do Ensino Básico - Comunidade local e sociedade mais sensibilizadas e informadas - Respon. - Escolas - DGAEA -ICASE/SE Parceiros indicativos - Delegacias de Saúde - Delegações MEVRH - Coop. Lux. - UNICEF - DGEBS - Câmaras M - M.T.S Comunidade - CNDS - Cruz Vermelha - ICS - ONG’s - Delegacias de Saúde - Delegações MEVRH - Coop. Lux. - UNICEF - DGEBS - Câmaras M - M.T.S Comunidade CNDS Períodos 1 2 3 Custos (em contos CV) 5.000 25.000 30.000 38 GESTÃO E EXECUÇÃO DO PROGRAMA Acções/Actividades 1.1. Qualificação dos recursos humanos para a gestão do Programa 1.1.1 Formação dos promotores de saúde 1.1.2 Formação do núcleo executivo do Programa de SE Estratégias - Criação de sinergias entre diferentes intervenientes - Formação prática no país e fora. Resultados Respon. Quadros qualificados para a gestão eficaz do Programa ICASE/SE Parceiros indicativos Coop. Lux UNICEF, OMS MEVRH 1.2 Funcionamento do Gabinete de Saúde Escolar 1.2.1 Salário pessoal central 1.2.2 Promotores Saúde 1.2.3 Funcionamento 1.3 Mobilização de financiamento 1.2.1 Mesas redondas de parceiros 1.2.2 Participação em eventos regionais e internacionais 1.3 Monitorização e avaliação Períodos Custos (em contos CV) 3.500 21.000 24.000 20.000 Sensibilização de parceiros Sistema e mecanismos de financiamento identificados e funcionais ICASE/SE Coop. Lux, UNICEF, OMS MEVRH MF, MNEC 5.000 12.000 1.200 Sub-total 5 86.600 TOTAL GERAL 367.100 39 Bibliografia 1. Baessa, Marilena: Relatório de reunião regional de trabalho, Praia e Mindelo: apresentação e análise dos resultados do projecto CVE/046 Saúde Escolar, 2003 2. CNDS: Análise da Situação Nacional de informação, comunicação e educação em saúde reprodutiva, Praia, Abril de 2003 3. Garcia, Juliana : Avaliação intermédia do Projecto CVE/046 Saúde Escolar, 2004 4. ICASE : Saúde Escolar- Manual do Professor do EBI, 2003 5. ICASE: Estudo diagnóstico da situação sanitária dos alunos de 1ª e 4ª Classe nos Concelhos da Praia, S.Vicente, Sta Cruz e Porto Novo, 1997 6. ICASE: Levantamento das Condições Sanitárias das Escolas do EBI de Cabo Verde, 2003 7. ICASE: Levantamento das Condições Sanitárias das Escolas do EBI de Cabo Verde, 2003 8. Lux-Developement S.A: CVE/046 Santé scolaire - Descriptif de projet, 2001 9. Ministério da Educação: Plano de Acção sectorial de luta contra a Sida, 2001 10. Ministério da Educação: Plano Estratégico para a Educação 2002-2012 11. Ministério da Educação: Plano Nacional de Educação para Todos 2002-2012 12. Ministério das Finanças e Planeamento: Documento de Crescimento e de Redução da Pobreza, 2004 13. Ministério das Finanças e Planeamento: Grandes Opções do Plano 2002-2005 14. Ministério das Finanças e Planeamento: Plano Nacional de Desenvolvimento (2002-2005) 15. Nations Unies: Rapport UNDAF, 2004 16. PAM/Ministère de l’Education : Alliance pour l’alimentation scolaire, la santé et l’éducation de base au Sahel : proposition pour 2003-2015, 2003 17. Projecto Saúde Escolar: Relatórios de Actividades, 2001, 2002, 2003, 2004 18. UNICEF: Relatório de Análise da Situação da Criança e da Mulher em Cabo Verde, 2002 40 Anexos 41 Indicadores da Educação 2003/04 42 Quadro Lógico do Programa de Saúde Escolar Principais Indicadores Fontes de verificação Pressupostos Objectivo Geral Contribuir para o desenvolvimento das crianças do Pré-Escolar e do Ensino Básico bem como dos jovens e da população em geral concorrendo para a melhoria do seu nível de saúde e de educação através de promoção da saúde, prevenção das doenças e aprendizagem centrada em habilidades. Em 2010 indicadores da educação (taxa de aprovação, taxa de abandono, etc.) e da saúde (taxa de morbi-mortalidade, taxa de acesso aos serviços de saúde, etc.) melhorados significativamente em relação a 2005. - Relatórios de avaliação sobre estado de saúde e aproveitamento escolar - Relatórios anuais de actividades - Relatórios de estudos realizados - Garantia de financiamento 1. 75% de jardins e escolas com ambiente escolar saudável (dotados dos recursos necessários e desejados) até 2010. - Percentagem de jardins/escolas com casas de banho, abastecimento de água e cozinhas funcionais até 2010. - Taxa de incidência das doenças mais frequentes no ambiente escolar - Relatórios anuais de - Engajamento das famílias e actividades - Fotografias - Relatório de observação directa das Comunidades. - Adesão dos profissionais de Educação e da Saúde - Recursos financeiros adequados por parte dos Ministérios da Saúde e da Educação e de parceiros ao longo do Programa. - Parceiros comprometidos - Recursos humanos e materiais suficientes e adequados. Objectivos específicos 1. Criar um ambiente escolar saudável 2. Desenvolver um sistema concertado de prevenção, detecção e controle de perturbações do estado de saúde dos alunos e professores. 3. Alargar a Educação em matéria de saúde ao Préescolar 4. Consolidar e institucionalizar a educação em matéria de saúde no Ensino Básico 5. Informar, comunicar e educar a comunidade em geral para a problemática da saúde das crianças associando-a ao 2. Percentagem de escolas, alunos, professores abrangidos pelo sistema nacional de prevenção, detecção e controle de perturbações do estado de saúde 3. Educação em matéria de saúde introduzida em pelo menos 60% dos jardins infantis públicos, até 2008/09. 4. Educação em matéria de saúde institucionalizada em 100% das escolas do Ensino Básico até 2008. 5. Número de pessoas que demonstram estar sensibilizadas e informadas sobre riscos e cuidados de - Disponibilidade de recursos sobretudo os financeiros - Relatórios do estado de saúde dos alunos e professores - Estatísticas sobre dados epidemiológicos. - Realização de revisão curricular nas primeiras fases do Programa - Fichas de monitorização - Relatórios de avaliação - Relatórios de estudos - Relatórios de inquéritos de opinião - Relatórios de actividades de animação comunitária - Programa de comunicação e educação para a saúde nas localidades mais desfavorecidas - Engajamento da comunidade - Recursos disponíveis atempadamente - Protocolos de parcerias entre diferentes instituições efectivos para realização de uma abordagem integrada 43 desenvolvimento sócioeconómico e à redução da pobreza. saúde 6. Reforçar a informação e a formação das famílias, sobretudo as mais desfavorecidas, capacitandoas para promoção da saúde. Principais resultados 1.1 Jardins e escolas do ensino básico beneficiados com infra-estruturas e equipamentos sanitários, de saneamento de abastecimento de água e para as refeições no recinto escolar 1.2 Gestores educativos e cozinheiras formados 1.3 Gestão e manutenção das infra-estruturas e equipamentos asseguradas 1.4 Comunidade educativa sensibilizada e actuante 1.5 Programas de embelezamento e protecção do espaço escolar desenvolvidos 2.1 Situações de doença, deficiência e perturbação do estado de saúde em alunos e professores detectados e referidos ao Ministério da Saúde. 2.2 Campanhas de prevenção de doenças e promoção da saúde realizadas nos jardins e escolas, bem como nos medias (vacina, desparasitação, etc.) 3.1 Educação em matéria de saúde introduzida e generalizada nos jardins públicos até fim 2009 Principais Indicadores 1.1 75% de infra-estruturas de agua e saneamento beneficiados 1.2 90% de gestores dos jardins e escolas formados e com atitudes e comportamentos adequados 1.3 75% de cozinheiras formadas e com atitudes e comportamentos adequados Fontes de verificação Pressupostos - Relatórios anuais de -Financiamento actividades - Fotografias - Relatório de observação directa - Plano de Beneficiação - Relatórios de Avaliação - Registos e estatísticas do M. Saúde 2.1 Percentagem de alunos e professores com parâmetros de estado de saúde integrados em base de dados - Número de controles e de despistagens de problemas de saúde realizados anualmente nas escolas. - Percentagem de alunos com cadernos de saúde devidamente preenchidos 2.2 Redução em 10% da incidência das doenças mais comuns nas crianças do Préescolar e do Ensino Básico até 2010. - 90% de escolas e alunos abrangidos anualmente pelas campanhas 3.1 60% das crianças do Préescolar demonstram, até 2009 pelo menos 4 das habilidades necessárias a - Caderno de Saúde Escolar - Relatórios de actividade de rastreio nos jardins/escolas - Fichas de encaminhamento para as estruturas de saúde disponível atempadamente - Engajamento do Ministério das Infra-Estruturas e das Câmaras Municipais - Engajamento das famílias e das Comunidades. - Engajamento das Instituições de Formação de docentes e outros que formam profissionais da saúde Recursos humanos disponíveis e motivados - Protocolo entre Ministério da Saúde e da Educação estabelecido e efectivo - Disponibilidade de Cadernos de Saúde em número suficiente - Registos e estatísticas do M. Saúde - Caderno de Saúde Escolar - Relatórios anuais de actividades das escolas (rendimento alunos). - Relatório de estudos sobre as competências sociais dos alunos e professores. - Relatórios de formação dos agentes educativos. Comprometimento das instituições gestores dos jardins infantis - Disponibilização atempada e ao longo do Programa de recursos 44 comportamentos preventivos e saudáveis em matéria de saúde. 4.1 Educação em matéria de saúde consolidada e institucionalizada no ensino básico até fim 2008 5.1 e 6.1 Comunidade educativa informada e formada em matéria de educação para a saúde 4.1 90% das crianças do ensino básico demonstram até 2009 pelo menos 4 das habilidades necessárias a comportamentos preventivos e saudáveis em matéria de saúde. - 100% dos Coordenadores Pedagógicos formados até 2007/08. - 100% dos Professores do Ensino Básico Formados até 2007/08. - Todos conteúdos de saúde pertinentes integrados nos curricula até 2008 5.2 Participação activa das comunidades aonde se inserem os jardins e as escolas de ensino básico na implementação do Programa de saúde escolar. - Plano de institucionalização concertado e consensualizado - Serviços do M.S e MEVRH engajados. 75% dos educadores e monitores de infância formados até 2009 5.1 Proporção de pais e encarregados de educação participantes dos programas de formação capazes demonstrar e aplicar conhecimentos básicos de prevenção de doenças e de cuidados básicos de saúde, até 2010. - Número de programas nos media e de animação comunitária realizados anualmente. 5.2 60% dos pais/encarregados de educação das crianças dos jardins e das escolas do ensino básico participam em pelo menos 2 actividades de educação para a saúde na “escola de pais”, cada ano. - Planos de formação - Planos de aula e de actividades educativas nos jardins/escolas - Programas e materiais didácticos - Relatório das actividades de animação comunitária. - relatório de estudos de avaliação do programa “escola de pais” Engajamento da Comunidade. Capacidade de mobilização na comunidade tendo em conta o nível de pobreza da mesma. Efectivação de Protocolos de parceria entre organizações comunitárias, públicas e privadas. - Programas na Rádio e Televisão - Relatórios de inquéritos de opinião e de avaliação da qualidade percebida Principais actividades A1.1 Construir/Reabilitar infra-estruturas e equipamentos sanitários… A.1.2 Formar agentes educativos para a utilização e manutenção das infraestruturas A.1.5 Realização de campanhas de sensibilização, 45 protecção e embelezamento do espaço escolar A.2.1 Detectar perturbações de saúde nas escolas e encaminhar para estruturas de saúde A.2.2 Realizar controles de rotina A.2.3 Realizar campanhas de prevenção de doenças A.2.4 Estudar/diagnosticar os níveis de saúde das crianças. A.3.1 e 4.1 Produzir e reproduzir material didáctico A.3.2 e 4.2 Formar agentes educativos A.3.3 e 4.3 Realizar actividades integradas de educação em matérias de saúde A5.1 e 6.1 Realizar “escolas de pais” A.5.2 e 6.2 Realizar campanhas nos media 46 Proposta de organigrama C. Nacional SE Ministro Educação Ministro Saúde Pres. ICASE Ponto focal SE Dir. Gab. S E Delegação MEVRH C. Municipal Promotores Saúde Delegacia Saúde Coord Pedagógico Jardins e escolas Legenda: S.E: Saúde Escolar; C. Municipal: Câmara Municipal; Pres. ICASE: Presidente ICASE; Dir. Gab. S.E: Director de Gabinete Saúde Escolar; Coord. Pedagógico: Coordenador Pedagógico; C. Municipal: Câmara Municipal A proposta de organigrama pressupõe: Existência de 3 níveis de coordenação e articulação: estratégico, a nível nacional através do Conselho de Saúde Escolar; a nível central entre o Gabinete de Saúde Escolar no ICASE e um ponto focal nos serviços centrais do Ministério da Educação; a nível Concelhio entre a Delegação do Ministério da Educação e Delegacia de Saúde e a Câmara Municipal. Existência de Promotores de Saúde na dependência do Gabinete de Saúde Escolar e da Delegação do Ministério da Educação, trabalhando em conjunto com os Coordenadores Pedagógicos no apoio e acompanhamento aos gestores e agentes educativos dos jardins e escolas do ensino básico. 47