2008_Hospitalar_GlobalForum - NGS

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2008_Hospitalar_GlobalForum - NGS
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O PLANEJAMENTO ARQUITETÔNICO COMO ALIADO NA PROMOÇÃO DA
SAÚDE DOS CLIENTES
Leonardo Leocádio, MSc
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
[email protected]
Rodrigo Atalla Camargo, Esp
Faculdade Atenas Maranhense
[email protected]
Walsehire Correia Lima
Faculdade Atenas Maranhense
[email protected]
Simonna Katte Araújo Domingues
Faculdade Atenas Maranhense
[email protected]
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo avaliar a importância do planejamento arquitetônico
como aliado na promoção da saúde dos clientes. Inicialmente, foram feitas abordagens
teóricas tais como: a arquitetura hospitalar, projeto arquitetônico, humanização, hospitais e
administração hospitalar. Após a revisão bibliográfica, realizou-se uma pesquisa de campo,
com a aplicação de três questionários semi-estruturados e uma entrevista por pauta, junto às
instituições hospitalares públicas e privadas da cidade de Imperatriz-MA. Em seguida, as
informações coletadas foram tratadas quantitativa e qualitativamente, sendo para isso
utilizado o modelo de reversibilidade. A pesquisa permitiu constatar a necessidade de um
planejamento integrado entre os profissionais considerados ideais para estarem envolvidos
diretamente no processo arquitetônico – administrador hospitalar, arquiteto e engenheiro. E
ainda, ficou clara a ausência de uma estrutura hospitalar adequada e planejada com o fim
específico de promover a assistência à saúde nos hospitais de Imperatriz-MA, tornando
premente a necessidade de ações que visem adaptar os espaços hospitalares existentes através
da reorganização preditiva.
1. INTRODUÇÃO
Cada vez mais o empreendimento hospitalar tem exigido dos profissionais de engenharia a
obtenção de projetos que contemplem funcionalidade, otimização de espaços, baixos custos
de construção e manutenção, e que resultem em um ambiente humano e moderno. Para a
conquista destas premissas, é fundamental que o arquiteto/engenheiro entenda o trabalho
desenvolvido pelo profissional e pela unidade de saúde, para só então, planejar uma
construção que atenda às expectativas e que seja realmente funcional.
Ao administrador hospitalar cabe o papel estratégico de desvendar ao profissional
executor as atividades exercidas em cada ambiente, cabendo sua participação em todas as
etapas do projeto. A troca de conhecimentos favorecerá a construção, levando-se em
consideração que, um projeto hospitalar não se limita apenas à satisfação do cliente no sentido
de oferecer um ambiente bonito e confortável, mas abrange o fator segurança, que é
imprescindível nessas instituições; segurança esta, garantida através de instalações adequadas
para o tipo de serviço executado.
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O hospital é um organismo dinâmico, sempre em mutação: paredes e divisórias são
seguidamente removidas, deslocadas e acrescidas; alterações espaciais se sucedem em
decorrência de exigências administrativas e técnicas. Para tal suscetibilidade o hospital deve
contar com a colaboração efetiva do seu gestor para garantir uma mudança adequada e que
contemple as áreas trabalhadas pela equipe de profissionais que ali atuam.
Portanto torna-se necessário atentar para o fato de que oferecer um ambiente de
trabalho compatível com as características dos serviços oferecidos é essencial para a
minimização dos riscos terapêuticos nas Instituições de Saúde, bem como para a maximização
da produtividade dos mesmos, fatores indispensáveis para elevar a competitividade das
empresas.
Dentro deste contexto, pretende-se despertar nos administradores hospitalares, a
relevância que tem o assunto como vantagem indiscutível nas estruturas prediais, não somente
no que tange ao conforto e comodidade do ambiente, mas também na prevenção de doenças
infecciosas causadas pela falta de uma estrutura adequada em construções com finalidades
hospitalares, criando assim, medidas que possibilitarão a detecção de uma mudança
substancial nas estruturas hospitalares e a elaboração de uma análise que possibilite dentro de
uma perspectiva arquitetônica a realização da avaliação das condições ambientais nas
instituições hospitalares e sua influência na produtividade da dinâmica hospitalar, segurança,
bem como na gestão da qualidade efetuada na atividade dos colaboradores.
Portanto, este estudo objetiva apresentar a arquitetura hospitalar como facilitadora da
vida dos clientes de saúde da cidade de Imperatriz-MA e avaliar qualitativamente a
importância do planejamento arquitetônico como aliado na promoção da saúde dos clientes.
Para lidar com a extrema diversidade de práticas e de perfis, as empresas foram escolhidas
pela acessibilidade e agrupadas de acordo com a vivência considerada fundamental ao
problema que nos propomos a investigar. Isto feito, procurou-se (a) identificar os espaços
dessas instituições; (b) investigar e levantar as percepções dos colaboradores relativas ao seu
espaço de trabalho; (c) identificar como os gestores classificam as condições arquitetônicas
dos hospitais; (d) verificar junto aos clientes/pacientes suas percepções sobre a importância da
arquitetura nos serviços prestados pelos hospitais; (e) avaliar a importância e as condições
arquitetônicas dos hospitais de Imperatriz/MA; e, finalmente, (f) investigar a influência da
arquitetura na produtividade da dinâmica hospitalar.
2. A ARQUITETURA HOSPITALAR
Atualmente, onde a Arquitetura encontra-se em cheque e sem responder às demandas de uma
sociedade fragmentada, os tratados do renascimento podem nos ensinar a reconsiderar a
arquitetura e a cidade como ente único, inseparável e indivisível. A falta de relação entre as
obras de arquitetura e o espaço é um dos maiores problemas das cidades há muito tempo.
Precisa-se aprender com a História da Arquitetura para construirmos um futuro onde a cidade
dignifique os cidadãos que nela vivem. “É importante propor projetos com espaços reduzidos
e de acordo com as necessidades, inserir programas e ambientes, além de estudar
possibilidades de dimensionamentos onde não exista falta ou excesso de área construída”
(CAMPOS, 2002, p.18).
Para o arquiteto Karman (2003), os conceitos gerais para o planejamento hospitalar
são expansibilidade, setorização, flexibilidade, proporcionalidade, humanização,
racionalização e planejamento. Diante disso, deve-se levar em conta que um hospital é um
conjunto de várias unidades, como numa cidade, e por isso necessita de um plano diretor de
projetos e obras.
A decoração e o design do ambiente interno complementam a arquitetura de forma
estratégica, fazendo com que o paciente tenha suas expectativas humanas atendidas.
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Segundo Karman (2001), todo projeto deve ser fruto do planejamento da equipe que
está projetando o empreendimento, determinando, desta forma, quais atividades o
estabelecimento pretende executar, assim como seu projeto. Projetos padrão são totalmente
desaconselhados, pois, para cada caso, há um projeto diferente. Clientela, perfil
epidemiológico, topografia, condições climáticas e outros fatores são específicos para cada
região e devem ser trabalhados por projeto.
A norma que regulamenta o planejamento físico e a inspeção de todos
estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) é a Resolução RDC 50/2002. Segundo esta
Resolução, os projetos de arquitetura de estabelecimentos de saúde públicos e privados devem
ser avaliados e aprovados pelas vigilâncias sanitárias estaduais ou municipais previamente ao
início da obra a que se referem os projetos.
Campos (2002, p. 83) afirma que:
Ao se elaborar o programa arquitetônico de um Estabelecimento Assistencial de
Saúde é necessário, antes de se consultar as tabelas, descrever quais atividades
serão realizadas nesse EAS e assim identificar quais os ambientes necessários para
a realização dessas atividades. Não é correto listar ambientes sem saber antes que
tipos de atividades serão desenvolvidas.
Projeto arquitetônico – Antes de uma intervenção cirúrgica é necessário obter-se do
paciente, através de exames, suas características físicas e biológicas. Na implantação ou
ampliação de um empreendimento hospitalar, este diagnóstico também é necessário. A
verificação das dimensões corretas de um terreno (topografia) e da possibilidade de instalação
do empreendimento, segundo a legislação municipal e estadual, são indispensáveis antes
mesmo da compra do terreno (CAMPOS, 2002).
Para o desenvolvimento do projeto, a participação do maior número de pessoas que
estão envolvidas no empreendimento é saudável, pois minimiza a possibilidade de alterações
futuras para atendimento de necessidades não avaliadas. Mesmo nas ampliações ou reformas,
é necessário que se faça um planejamento para analisar o empreendimento como um todo.
Este procedimento é fundamental para não desorganizar a estrutura do hospital (CHERUBIN,
2002).
A arquitetura com qualidade pressupõe um edifício satisfatório do ponto de vista
estético que, produzido com eficiência, funciona como abrigo e instrumento destinado ao
atendimento de necessidades socialmente definidas. As exigências relativas ao abrigo estão
expressas como condições de conforto térmico, acústico, lumínico, ergonômico e ao
atendimento das funções no que se refere às dimensões, forma dos espaços, relacionamento e
circulação.
Kutter (2002 apud CAMPOS, 2002, p. 51) afirma que:
Trabalhos de médicos, psicólogos, microbiologistas, junto com arquitetos em
pesquisas mais amplas, demonstraram como um “edifício doente”atinge a saúde e
o comportamento dos usuários. No âmbito da arquitetura hospitalar o “Hospital
doente” (sintetizando uma somatória de falhas), atinge a saúde física e mental de
pacientes.
Afirma ainda, que, definido o projeto arquitetônico básico, é necessária a participação
de uma empresa gerenciadora. Esta empresa fará a contratação e coordenação dos demais
projetos necessários, como estrutura, instalações hidráulicas, sanitárias, ar condicionado,
telefonia, lógica, gases, acústica, programação visual, luminotécnica, bem como a avaliação
dos equipamentos que serão utilizados no empreendimento, para que os projetos
complementares contemplem sua instalação.
Em paralelo ao desenvolvimento dos projetos complementares e definitivos de
arquitetura, a empresa gerenciadora avaliará financeiramente o empreendimento. A execução
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de um orçamento nesta fase, além da verificação do custo x benefício, monitora a definição
dos demais projetos, para que estes estejam dentro da realidade dos recursos financeiros
disponíveis. Tal orçamento tem a função de, se necessário, promover alterações, por exemplo,
nas especificações de acabamentos, sistemas de instalações e ar condicionado, sem que seja
necessária a contratação de novo projeto (CAMPOS, 2002).
Com a definição de todos os projetos e especificações, atendendo aos requisitos de
funcionalidade, operação e recursos financeiros disponíveis, vem a necessidade de
contratação dos fornecedores que se adeqüem técnica e financeiramente às premissas
estabelecidas.
A arquitetura hospitalar e os espaços – O estudo do espaço de atividade é uma das
preocupações no desenvolvimento dos projetos de arquitetura, mobliário e equipamentos em
uma unidade de saúde.
Segundo CAMPOS (2002, p. 29):
[...] o dimensionamento dos ambientes é feito sem considerar o arranjo espacial, as
tarefas a serem desenvolvidas, as características dimensionais e de uso do
mobiliário e equipamentos. Sendo assim, no momento da utilização do espaço,
muitas atividades, as vezes simples de serem executadas, serão prejudicadas em
termos de segurança e conforto.
Os espaços físicos englobaram a finalidade de salvar e obter a qualidade de vida; e
com estas mudanças intensas, percebemos edifícios de saúde com características específicas e
tendências observáveis e analisáveis pelos projetistas e usuários, com o hospital assimilando
novas tecnologias, interferindo no ato de diagnosticar, tratar e prevenir doenças
(RHEINGAINTZ, 2004).
Ainda segundo Rheingaintz (2004), os equipamentos portáteis marcaram presença nos
ambientes, gerando novos usos e circulações e novas formas de prestar saúde numa política de
baixo custo e qualidade, criando estabelecimentos com soluções mais compactas pela
descentralização de serviços e otimização de espaços. Projetos contemporâneos devem
vislumbrar os conceitos de construir, gerando produtos de melhor qualidade, executados em
menor tempo e custo.
Geralmente encontra-se a existência de escadas ou degraus destinados a vencer o
desnível entre a área externa e o piso correspondente à soleira de ingresso da edificação e, em
muitos casos, esta situação está associada à existência de portas estreitas que não permitem a
circulação de macas e, especialmente, de pessoas que se locomovem em cadeira de rodas
(RHEINGAINTZ, 2004).
Tal situação é o perfil da maioria das edificações da rede pública ou particular da
cidade de Imperatriz-MA, que não se restringem a hospitais, mas incluem: clínica médica;
clínica odontológica; clínica radiológica; clínica de recuperação física ou mental;
ambulatório; pronto-socorro; postos de saúde ou puericultura; bancos de sangue ou
laboratórios de análise.
Cherubin (2002), afirma que dois tipos de ambientes são necessários: espaços de
repouso para quem necessita de paz e tranqüilidade e espaços de estímulo possibilitando uma
boa sensação, uma observação estética ou outra emoção qualquer que alivie o sofrimento e a
angústia da espera.
Este autor continua afirmando que o espaço hospitalar pode ser motivador por formas,
cores, ambientação, luz, som ou odores e jardins, entre outras possibilidades. O uso desses
recursos depende da disponibilidade financeira da instituição. Mas mesmo com os orçamentos
mais enxutos o arquiteto, em parceria com o administrador hospitalar, tem a função de buscar
soluções de humanização.
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Os espaços devem englobar aspectos ergonômicos, psicológicos, tecnológicos e
econômicos, conforme quadro abaixo:
Ergonômicos: Atender a especificações dimensionais e condições ambientais que permitam correta
habitabilidade.
Psicológicos: Atender a condições que os tornem mais adequados às percepções, atitudes e comportamentos.
Tecnológicos: Atender a especificações técnicas e construtivas que lhes garantam estabilidade, proteção e
segurança.
Econômicos: Atender a especificações de forma que, abrigando pessoas, atividades e recursos, seja “partícipe do
negócio”.
Quadro 1 –Fonte: CHERUBIN (2002)
O desconhecimento da Arquitetura Hospitalar por parte dos gestores, dos funcionários
e alguns profissionais que projetam o ambiente dos postos de trabalho (máquinas e
equipamentos de operação, mobiliários, planejamento de operações, implantação de novos
sistemas operacionais etc.), ocasiona sérios danos ao sistema como um todo, uma vez que
influencia na qualidade de vida do trabalhador, na produtividade e conseqüentemente na
qualidade dos serviços prestados.
De acordo com Campos (2002), existem cinco fatores determinantes para a boa
qualidade dos espaços dos estabelecimentos de saúde. São eles:
a) Expansibilidade –o planejamento da expansão deve ser concebido no momento do
projeto, pois os hospitais são obras inacabadas e em constante transformação funcional e
física. A boa qualidade depende de condições favoráveis à expansão.
b) Flexibilidade – o projeto deve ser concebido com soluções e conceitos permitindo
alterações mais fáceis e rápidas, com tecnologia apresentando novos materiais e instalações.
A sua análise leva a algumas características consideradas possibilidades de intervenção,
gerando espaço dentro da construção existente.
c) Contigüidade - o projeto deverá propor espaços unindo os serviços essenciais para
os cuidados do paciente, agrupando procedimentos relacionados com aqueles em risco de vida
ou sofrimento profundo, diminuindo os percursos e tempo de atendimento.
d) Racionalização – um projeto racional deve contribuir para um desenvolvimento
mais tranqüilo e eficaz dos trabalhos nas fases de projeto e construção, melhorando a
qualidade dos edifícios e garantindo operação e manutenção mais eficientes.
e) Humanização – os projetos arquitetônicos hospitalares devem propor espaços
capazes de eliminar, reduzir ou controlar os fatores de estresse produzidos por ambientes
hospitalares. As propostas ambientais devem remeter ao paciente a percepção de valores e
bem – estar em seu contexto diário, através da incrementação da qualidade de vida dos
edifícios.
A arquitetura e a humanização – A sensibilidade é um dos desafios do arquiteto em
qualquer tipo de projeto, hospitalar ou não. O arquiteto deve se esforçar para não destacar
nenhum aspecto específico da arquitetura e fazer a costura equilibrada de todos os seus
elementos. No caso da arquitetura hospitalar, essa costura diz respeito à procura de soluções
que harmonizem os aspectos fisiológicos (funcionamento) e anatômicos (estrutura) do
edifício, mas sempre sob a ótica da sensibilidade, da humanização dos espaços. Dessa forma é
possível oferecer funcionalidade, mas também surpresa, ousadia, emoção e harmonia. A
arquitetura é o resultado físico-espacial do encontro equilibrado e harmônico entre o mundo
racional e o mundo sensível (COSTI, 2002).
Ainda segundo Costi (2002), as expectativas humanas do cliente externo - pacientes
internados ou não, visitantes e doadores - são basicamente: sentir-se acolhido; sentir-se
seguro; sentir-se tranqüilo (porém com estímulos); e ter esperança.
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Este autor dar continuidade afirmando que o paciente é suscetível tanto ao pouco,
quanto ao excesso de estímulos, pois o cérebro humano necessita de constantes estímulos e
variações; esses estímulos foram criados pela Organização Mundial de Saúde e são
conhecidos como:
a) Adequação técnica: atendimento às bases legais; facilidade de manutenção;
impedimento de acúmulo de sujidades; facilidade de obtenção do produto e substituição,
prazo de entrega; durabilidade e resistência; segurança para o usuário do ambiente; aspectos
ergonômicos; e condições ambientais de conforto.
b) Adequação estática: refletir a missão, valores e visão do empreendimento;
linguagem estética coerente com o perfil do usuário (cliente externo) e variando também de
acordo com a função do ambiente; sinalização visual - design gráfico agradável, objetivo e
eficiente; e o desenho de interior –estímulos necessários ao paciente.
Dependendo do tipo de paciente, a dor e a angústia podem agravar certas doenças.
Sendo assim, nada mais justo com o ser humano doente que recebê-lo em um ambiente
aconchegante em condições térmicas satisfatórias, onde ele possa se sentir seguro e tranqüilo.
O projeto arquitetônico deve colaborar ao máximo para a humanização do espaço, trazendo
para dentro do hospital aquilo de agradável que temos lá fora: luz, vegetação e vida (COSTI,
2002).
A elaboração do projeto arquitetônico para construção de estabelecimentos
assistenciais de saúde é um processo complexo que deve satisfazer à variedade de critérios
técnicos e de compatibilidades físico-funcionais, observando, entre outros aspectos, a
satisfação do usuário por meio do conforto e da humanização (SANTOS, 2004).
A humanização do espaço hospitalar deve ser trabalhada de forma a buscar a
tranqüilidade do cliente, deixá-lo à vontade e tornar o espaço agradável ao profissional de
saúde. Sendo assim, os hospitais precisam ser agradáveis para os clientes e para os
profissionais que ali trabalham. Aos clientes, porque chegam estressados, com medo. Aos
profissionais porque passam a maior parte de seu tempo dentro do ambiente de trabalho
(SANTOS, 2004).
Para Meireles (1996), humanizar o ambiente hospitalar é uma tarefa relativamente
simples. Basta que o profissional da área coloque-se no lugar do cliente: quais os desconfortos
que ele percebe? O que deveria ser alterado para lhe dar maior conforto? Quais os medos que
lhe afligem quando você é o cliente? respondendo a estas perguntas você descobrirá muitos
aspectos que devem ser alterados no ambiente.
Para este mesmo autor, o local mais “amigo”que conhecemos é nossa própria casa e o
local que provavelmente mais nos causa desconforto e receio quanto ao futuro é um hospital,
por isso deve-se ter a preocupação de tornar os ambientes hospitalares mais agradáveis de
forma a proporcionar ao cliente conforto e sensação de bem-estar de forma a torná-lo menos
estressante.
3. HOSPITAL E ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR
Por volta do ano de 1780 deu-se o surgimento do hospital, na França como instrumento
terapêutico, destinado a curar. Até o século XVIII, o Hospital não era uma instituição médica,
mas sim, instituição de assistência aos pobres. O paciente não era visto como um doente que
precisava ser curado, mas como um pobre que estava morrendo e que necessitava de
assistência material e espiritual. O corpo clínico era constituído por religiosos e leigos, que
não estavam destinados a curar o doente, mas apenas a assisti-lo até o último momento. A
medicina era uma prática profundamente individualista, longe dos Hospitais. No final do
século XVIII surge o Hospital médico na França (CHERUBIN, 1998).
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Este mesmo autor sugere que uma organização como instrumento de intervenção
terapêutica, com o objetivo de alcançar a cura de doentes, é uma invenção relativamente nova.
Os primeiros hospitais datam do final do século XVIII. É nesse período que a Academia de
Ciências da França busca uma padronização para os hospitais existentes a partir de uma série
de viagens de pesquisa, cujo objetivo era estudar aspectos físicos e funcionais para
transformar os depósitos de doentes da época, em instituições que buscassem a assistência à
saúde, um local de prática médica. Afirma ainda, que antes do século XVIII, os hospitais
serviam para separar os enfermos da sociedade, para esperar a morte, não havendo quase
nenhuma intervenção sobre a doença ou o doente. A formação médica, que não incluía
atividade hospitalar, passou, após essa fase, a ser uma atividade rotineira, com visita e
evolução hospitalar dos pacientes realizadas por médicos, cujo trabalho era observar o
comportamento dos doentes e tentar auxiliar a natureza no processo de cura.
As guerras levaram à necessidade da criação de hospitais militares, abundantes na
Europa em séculos passados. Sua disciplina foi incorporada por estas instituições e
influenciou o funcionamento hospitalar tal como conhecemos hoje, com fichamento dos
pacientes, identificação por leitos e a separação por doenças. Assim, o hospital passa a ser um
campo documental normatizado, além de um espaço de cura (SANTOS, 2004).
Atualmente a organização hospitalar é uma das mais complexas, não apenas pela
nobreza e amplitude da sua missão, mas, sobretudo, por apresentar uma equipe
multidisciplinar com elevado grau de autonomia, para dar assistência à saúde em caráter
preventivo, curativo e realibilitador a pacientes em regime de internação. Constitui-se, ainda,
num espaço de prática de ensino-aprendizagem e produção científica (MARTINS, 2002).
O hospital no Brasil - Historicamente os hospitais brasileiros surgiram logo após a
descoberta do Brasil pelos portugueses e seguiram a filosofia de assistência médica típica das
Santas Casas de Misericórdia de Portugal. A primeira Santa Casa de Misericórdia do país foi
criada em Santos, no estado de São Paulo, em 1543, pelo colonizador português Brás Cubas,
integrante da expedição de Martim Afonso de Souza. A Santa Casa de Santos foi também o
segundo hospital das Américas. Quinze anos depois, foi iniciada a construção do hospital da
Confraria das Misericórdias pelo padre José de Anchieta, as obras foram concluídas em 24 de
março de 1582, com a chegada no Rio de Janeiro da Armada Castelhana com centenas de
homens doentes. Funcionava em um tosco galpão, junto da praia, construído de pau a pique
(MARTINS, 2002).
Segundo, Cherubin (2002, p.34):
os hospitais de medicina de grupo apareceram por volta de 1960 e envolviam
grupos e cooperativas médicas. Hoje somam mais de cem. A expansão, manutenção
e desempenho dos hospitais brasileiros foram sempre muito influenciados pela
assistência hospitalar.
Diz ainda que, a reforma da Constituição Federal em 1988 e a criação do Sistema
Único de Saúde estenderam a toda população o direito à assistência hospitalar sem nenhum
tipo de diferença.
De acordo com Martins (2002, p. 17):
A assistência hospitalar no Brasil até 1930 era dedicada às pessoas que pagassem, e
não se constituía em direito. Somente com a constituição Federal de 1988 e a
criação do Sistema Único de Saúde, a população brasileira passou a ter direito à
assistência hospitala indiscriminadamente.
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Santos (2004) relata que o surgimento dos hospitais privados no Brasil está ligado à
medicina liberal, assim como à atenção dedicada ao setor de saúde por entidades beneficentes
e filantrópicas, em geral pertencente a alguma instituição religiosa.
Os hospitais em Imperatriz - Por volta do ano de 1960, foi fundado o primeiro hospital
privado em Imperatriz pelo então médico, Dr. Raimundo Sousa Soares. Já em 1970, foi
fundado o primeiro hospital público de Imperatriz o hospital Otavio de Passos (antigo
Funrural).
No ano de 1976, período marcado pelo acelerado desenvolvimento da cidade,
Imperatriz/MA contava com nove hospitais, somando 289 leitos e com um quadro de 42
médicos. Atualmente, este quadro diminuiu em número de hospitais e aumentou em números
de leitos que foi para 975 leitos e um quadro com mais de 250 médicos, até presente data em
diversas especialidades, e dispõe de cerca de 500 profissionais da saúde - médicos em cerca
de 20 especialidades, dentre as quais, odontólogos, psicólogos, terapeutas, farmacêuticos,
bioquímicos, nutricionistas, assistentes sociais e profissionais de enfermagem.
Administração Hospitalar - “A habilitação profissional do Administrador Hospitalar é
disciplinada pela Lei nº 4.769, de 09 de setembro de 1995 que regula a profissão do
administrador e o enquadra no Grupo da Confederação Nacional das Profissões Liberais”
(CHERUBIN, 2002, p. 115).
Além de ser uma necessidade social, o hospital carrega a finalidade de preservação da
saúde humana e exige uma prestação de serviço irrepreensível que só é possível por meio de
um quadro pluriprofissional de recursos humanos, operando os mais diversos materiais e
equipamentos, em estruturas arquitetônicas específicas.
Segundo Cherubin (2002, p. 119:
O administrador hospitalar é eminentemente um tomador de decisões e o
responsável pela colocação em prática do que for decidido. Para que isto venha a
ocorrer com facilidade e perfeição, deve escolher muito bem as pessoas com as
quais partilha sua administração.
Para que este executivo consiga honrar os compromissos assumidos com a entidade
mantenedora e, por extensão, com a comunidade que atua os pacientes que abriga e o quadro
funcional que estrutura o sistema, necessita trabalhar qualidades que envolvem tanto sua
profissão como sua atuação, o próprio caráter e a natureza profissional.
O resultado esperado de um administrador hospitalar são sempre os melhores
envolvendo os aspectos sociais, assistenciais, de recursos humanos e econômicos. O conjunto
desses resultados caracteriza o hospital como dinâmico, de qualidade, moderno e inovador.
Um administrador hospitalar com perfil adequado não se atreverá a elaborar projetos
hospitalares, por ser esta, uma atribuição específica de profissionais da área de arquitetura,
mas poderá orientar quanto a melhor disposição para um centro cirúrgico, uma UTI ou outro
setor do hospital, sabendo inclusive adequar a disposição funcional dos setores de maneira a
assegurar uma operacionalidade eficaz e eficiente.
4. METODOLOGIA
Esta pesquisa tem natureza exploratória e descritiva. Exploratória porque aprofunda a
compreensão do fenômeno da arquitetura hospitalar como facilitadora da vida dos clientes de
saúde no nosso País, onde os estudos sobre o assunto são ainda incipientes, sobretudo nas
dimensões processual e humana. O estudo é também descritivo porque visa identificar,
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descrever e analisar criticamente as visões estratégicas que subsidiam o planejamento
arquitetônico nos hospitais, detalhando realidades nos hospitais de Imperatriz-MA.
Foram coletados indicadores primários em dez (10) instituições hospitalares públicas e
privadas da cidade de Imperatriz-MA. A escolha desse universo foi intencional, e se justificou
pelo fato dessas dez unidades hospitalares possuírem uma participação representativa dentro
da realidade hospitalar da região maranhense, conforme a Associação Médica local. Além
disso, os pesquisadores, três deles funcionários e estagiários de alguns desses hospitais,
acreditam que a vivência, análise e reflexão pelo contato direto com a realidade abordada,
implicam na possibilidade de ir além das aparências.
Em virtude de a população adotada para esta pesquisa ser pequena e variável, optou-se
pelo censo em vez da amostragem, com esteio na caracterização adotada por Cooper e
Schindler (2003), que defendem o censo como viável, quando a população é pequena, e
necessário, quando os elementos são muito diferentes entre si.
Cada hospital disponibilizou um (1) dirigente e/ou profissional responsável pela gestão
das atividades relacionadas às decisões estratégicas, totalizando dez (10) sujeitos “gestores”,
os quais buscavam, sempre que necessário, informações com outros integrantes da
organização, qualificando ainda mais as informações; e ainda, disponibilizou em torno de oito
(8) funcionários entre médicos, recepcionistas, enfermeiros e coordenadores, totalizando
oitenta (80) sujeitos “colaboradores”. Junto a cada unidade hospitalar, também foram
interrogados uma média de vinte (20) clientes, totalizando duzentos (200) sujeitos “clientes”.
A coleta de dados foi estruturada em três momentos e para apoio e fundamentação
desta investigação, a técnica adotada para a coleta de dados foi a aplicação de três
questionários e uma entrevista por pauta. Todos os questionários acompanhavam uma carta de
apresentação aos respondentes, esclarecendo quanto ao objetivo e finalidade da pesquisa e
garantia o anonimato do respondente.
O primeiro momento iniciava com um questionário semi-estruturado que convidava os
colaboradores do hospital a fornecer informações sobre a importância e as condições
arquitetônicas naquele hospital.
No segundo momento, os gestores dos hospitais também foram submetidos a um
questionário semi-estruturado, que indagava sobre a importância e as condições arquitetônicas
nos hospitais que eles gerenciavam. As informações coletadas neste momento foram cruzadas
com as informações fornecidas pelos colaboradores dos hospitais.
O terceiro e último momento da coleta de dados consistia numa abordagem junto aos
clientes das unidades hospitalares públicas e privadas da cidade de Imperatriz-MA.
Os três questionários, denominados de (a) colaboradores, (b) gestores e (c) clientes,
convidavam os respondentes a indicar aspectos sobre condições de trabalho, ineficiência do
espaço físico, layout, acesso as diversas alas dos hospitais, inadequações nas instalações que
levem a movimentos desnecessários, produtividade, casos de acidentes recentes no hospital,
localização, ambiente de trabalho, satisfação de clientes, ambiência hospitalar e dificuldades
de circulação interna.
Num primeiro bloco, o respondente era convidado a assinalar com um “X”as questões
que mais se aproximavam da realidade da organização, podendo marcar, em alguns itens,
mais de uma opção, tendo sido disponibilizado um espaço para comentários.
Em seguida, punham-se em relevo os critérios relevantes a serem considerados quanto
à construção de um hospital e conhecimento de fatores determinantes em arquitetura
(expansibilidade, flexibilidade, contigüidade e racionalização). A elaboração desse segundo
bloco foi baseada no uso de “escalas de classificação”, que segundo Cooper e Schindler
(2003, p. 200), servem “para julgar propriedades de objetos sem referência a outros objetos
similares”.
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Entre as escalas de classificação, optou-se pela de soma constante, pelo fato de
permitirem opções múltiplas e as mudanças entre elas que representam as incidências mais
freqüentes na literatura, ou, como assinalam Cooper e Schindler (2003), por ser compatível
com a porcentagem (100%) e possibilitar que dados contínuos (versus categorias distintas)
possam ser comparados diante de opções. Foram adotados cinco (5) pontos de escala para
cada item, com a intenção de possibilitar maior sensibilidade de mensurar e extrair variação.
Com a adoção desse método, o respondente era convidado a distribuir cinco (5) pontos entre
as opções relacionadas, de modo a retratar o mais fielmente possível a realidade da sua e
daquela unidade hospitalar. Era informado de que o somatório dos pontos distribuídos tinha
que ser igual a cinco (5). A não-atribuição de pontos indica que a alternativa correspondente
não tinha nenhuma influência naquela decisão e, em contrapartida, a concentração de cinco
(5) pontos em única opção significava predomínio absoluto de uma justificativa sobre as
outras. Nos quesitos referentes aos clientes, fez-se uso dos mesmos pontos de escala para
todos os itens, facilitando a compreensão e o preenchimento.
Para a feitura dos blocos I e II, fez-se uso das seguintes escalas de classificação: escala
de múltipla escolha com resposta única (onde opções múltiplas eram oferecidas, mas apenas
uma resposta era buscada), escala de múltipla escolha com resposta múltipla (permitindo ao
respondente selecionar uma ou várias opções), e a escala de categoria simples (oferecendo
duas respostas mutuamente exclusivas) (COOPER e SCHINDLER, 2003).
Ainda foi realizada, no segundo momento, uma entrevista junto aos dirigentes dos
hospitais com vários pontos agendados. Esse instrumento é sustentado por Vergara (2003)
como entrevista por pauta, e objetivava coletar informações que os questionários não
conseguiam explorar. O cuidado com a entrevista por pauta foi de deixá-la flexível para
adaptar às particularidades de cada unidade hospitalar.
É importante ressaltar que, os questionários antes de serem aplicados a essa unidade
de análise, foram submetidos a um pré-teste com um administrador hospitalar, um
colaborador interno e um paciente, porém não participantes dessa pesquisa. Após a aplicação
dos testes prévios, ajustes foram sugeridos e alterações realizadas. Os pré-testes e ajustes
aconteceram no inicio do mês de agosto de 2006. A visita para aplicação e recolhimento dos
questionários ocorreu entre os meses de agosto e novembro de 2006.
Os dados foram tratados quantitativa e qualitativamente, sendo para isso utilizado o
modelo de reversibilidade apresentado por Gomes e Souza (2003). A escolha desse modelo é
justificada pela possibilidade de unir as duas abordagens de pesquisa em um mesmo plano de
investigação, sem prejuízo para elas. Como os próprios autores afirmam (2003, p. 8),
“quantidades e qualidades estabelecem uma relação de sinédoque caracterizada pela
reversibilidade”.
O procedimento para a análise das informações estabeleceu primeiro, o confronto dos
dados, tanto quantitativos (o sujeito fez escolhas diante dos instrumentos de coleta e que
requer quantificação), como qualitativos (o respondente teve a possibilidade de escolher o
contexto a partir do qual pretende se situar e que requer qualificação) para confirmações entre
sim ou não. Este procedimento é chamado triangulação intramétodo (JICK, apud ZANELLI,
2002, p. 86).
O método utilizado neste estudo apresentou certas limitações. Entre elas destacam-se:
(a) a necessidade de abrir interlocuções com fornecedores e empresas terceirizadas; (b) as
opções disponibilizadas nos instrumentos de coleta não atendiam a todos os argumentos dos
respondentes; e (c) o tempo que a aplicação dos questionários e da entrevista requerem,
dificultando a concentração dos respondentes. Mesmo diante das limitações referenciadas,
todavia, considerou-se o método utilizado como o mais apropriado para alcançar os objetivos
desta pesquisa.
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5. ANÁLISE DOS DADOS
Análise junto aos colaboradores – Quando questionados sobre as impressões relativas ao
espaço oferecido pela organização para execução de suas atividades laborais, percebe-se um
nível de insatisfação acentuado, onde 50% dos entrevistados afirmam encontrar-se em um
espaço de trabalho ruim, 30% o consideram regular e apenas 20% dos entrevistados
consideram o espaço bom. Essa realidade, além de sugerir que existe uma necessidade
significativa de melhoria em relação ao espaço de trabalho nos hospitais de Imperatriz-MA,
foi sustentada quando 40% dos entrevistados afirmaram que consideram o layout do hospital
pouco adequado para o exercício de suas atividades, 36% consideram inadequado e 24% o
consideram adequado.
Mais adiante percebeu-se a dificuldade a que se submetem os colaboradores destas
unidades de saúde no aspecto dos acessos entre os diferentes setores existentes na
organização, onde 60% dos entrevistados consideram difícil a locomoção entre os acessos do
hospital e 40% não encontram dificuldades.
Quando questionados sobre a ocorrência de acidentes ocorridos em função da
ineficiência dos espaços físicos da unidade hospitalar, 60% dos colaboradores entrevistados
afirmaram ter conhecimentos sobre os mesmos, e 40% dos entrevistados disseram jamais ter
ouvido falar de casos de acidentes entre os colaboradores ocasionados por este motivo.
Ficou evidente também a falta de planejamento dos gestores que estão a frente desses
hospitais, no que concerne a localização dos mesmos, fato este comprovado nos resultados
percentuais em que, apenas 30% dos colabores entrevistados consideram como ideal a
localização da instituição em que trabalham e 70% contrariam essa afirmação.
Com referência a um dos fatores de maior relevância durante o exercício das
atividades no ambiente de trabalho das unidades de saúde, aspectos de luminância existentes
no ambiente de trabalho, 60% dos entrevistados afirmam já terem vivido alguma situação de
transtorno da falta de uma iluminação adequada para o desempenho das atividades, e 40%
afirmam não ter sofrido qualquer tipo de transtorno relacionado a este aspecto.
No que diz respeito à temperatura do ambiente, apenas 30% dos colaboradores das
unidades hospitalares consideram as codições termo-ambientais adequadas, 45% consideram
pouco adequada e 25% inadequada.
A despreocupação com os aspectos de conforto dos ambientes foi confirmada quando
37% dos entrevistados consideraram o ambiente de trabalho pouco satisfatório, 39%
insatisfatório e apenas 24% consideram satisfatório o conforto dos seus ambientes de trabalho.
Análise junto aos gestores - Comprovando a idéia de importância defendida nesta pesquisa,
50% dos entrevistados consideram como de maior relevância as condições da estrutura física
dos hospitais, 30% atribuíram maior relevância à funcionalidade da unidade e 20% a
localização.
Com relação ao nível de conhecimento por parte dos gestores a cerca da arquitetura
hospitalar, constatou-se que 60% dos gestores consideram fundamental a arquitetura para
garantia do bem estar do trabalhador e conseqüente aumento de produtividade; 40% apenas
ouviu falar no assunto, mas afirma não se interessar pela arquitetura e nenhum dos
entrevistados afirmaram não saber do que se trata a arquitetura hospitalar.
Uma aparente preocupação com a estrutura física dos hospitais foi diagnosticada
quando 60% dos gestores entrevistados afirmaram tomar medidas para melhoria da estrutura
da unidade e 40% dizem não ter tal iniciativa.
Por conseguinte, fica clara a influência da arquitetura hospitalar como fator
determinante para obtenção de uma maior produtividade nesses estabelecimentos, fato este
comprovado na unanimidade do resultado, onde 100% dos gestores hospitalares entrevistados
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afirmaram acreditar no poder influenciador que um espaço físico de trabalho adequado
conforme a arquitetura hospitalar pode gerar na produtividade dos colaboradores.
Ao serem questionados sobre algum projeto de melhoria na instalação predial do
hospital, 70% dos gestores hospitalares diziam-se preocupados em oferecer um ambiente
adequado aos seus clientes; no entanto, tal evidência torna-se questionável quando
percebemos a falta de aplicação da arquitetura hospitalar nesses projetos. Os outros 30%
informaram não possuírem planos de implementação de melhorias prediais.
No caso do nível de esclarecimento dos gestores com relação às influências
terapêuticas que um ambiente projetado sob as normas e princípios regidos pela administração
hospitalar pode ocasionar na recuperação dos clientes/pacientes, 60% dos entrevistados
admitiram que um bom ambiente físico favorece na recuperação das pessoas e 40% não vêem
na arquitetura hospitalar um meio de contribuição para uma efetiva recuperação dos seus
clientes/pacientes.
Análise junto aos clientes/pacientes – Observou-se uma distorção relacionada a verdadeira
finalidade do hospital, promoção de saúde, uma vez que 75% dos clientes entrevistados
associam o hospital a doença e apenas 25% a saúde. E ainda, 80% dos clientes afirmam que
os hospitais de Imperatriz – MA não possuem o aspecto de casa de saúde e apenas 20%
afirmam o contrário.
Questionados sobre a utilização de algum tipo de ferramenta por parte dos hospitais
que eles utilizam para verificar o nível de satisfação dos clientes em relação às instalações,
percebeu-se a pouca importância dada ao aspecto das instalações estruturais dos hospitais, já
que 65% dos entrevistados afirmaram que os hospitais freqüentados não utilizam nenhuma
ferramenta neste sentido; já 35% dos entrevistados afirmaram que os hospitais que eles
freqüentam possuem questionários que contemplem este aspecto.
No que tange ao aspecto das dificuldades relacionadas à circulação interna no hospital,
65 % dos usuários entrevistados afirmaram terem alguma dificuldade para circular nas
dependências do hospital e apenas 35% dos usuários afirmam não perceberem qualquer
dificuldade nesse sentido.
Por fim, no que concerne à avaliação que os clientes fazem das estruturas físicas dos
hospitais 20% dos entrevistados avaliaram a estrutura hospitalar como ótima, 19% como boa,
30% como sendo regular e 31% avaliaram a estrutura como ruim.
Propostas – Os dados coletados nesta pesquisa junto às instituições hospitalares de
Imperatriz/MA, no que tange a sua eficácia quanto ao alcance do objetivo de sua atividade
fim que é a promoção da saúde através de uma estrutura que seja realmente funcional,
permitiu identificar a necessidade de um planejamento integrado entre os profissionais
considerados ideais para estarem envolvidos diretamente no processo arquitetônico –
administrador hospitalar e arquiteto/engenheiro - visando agregar a sensibilidade e o
conhecimento desses profissionais, considerando imprescindíveis as especificidades de cada
parte na formação do todo.
Verificou-se a ausência de uma estrutura hospitalar adequada e planejada com o fim
específico de promover a assistência à saúde nos hospitais de Imperatriz-MA, tornando
premente a necessidade de ações que visem adaptar os espaços hospitalares existentes através
da reorganização preditiva.
Essas observações tornaram possível a elaboração de idéias apresentadas como
propostas para as instituições hospitalares pesquisadas, no intuito de contribuir com a
melhoria da arquitetura hospitalar existente de forma a torná-la segura e saudável para os
colaboradores e clientes. São elas:
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a) Contratar profissional habilitado na área de Administração Hospitalar, para a
implementação das medidas necessárias à melhor e eficaz utilização da arquitetura
hospitalar dos hospitais de Imperatriz-MA, levando em consideração as estruturas
já existentes;
b) Adequar as unidades hospitalares à arquitetura hospitalar, no intuito de facilitar as
atividades, os acessos, e evitar as dificuldades de locomoção entre os
colaboradores e pacientes, bem como acidentes causados pela má distribuição dos
espaços;
c) Projetar atendendo às dimensões físicas e psicológicas, à humanização e ao bem
estar do paciente, da sua família, dos funcionários e usuários;
d) Adequar as cores ao uso dos espaços, de preferência fugir dos ambientes
totalmente brancos. Tons claros combinados com detalhes mais vibrantes resultam
em um ambiente mais acolhedor e mais rico, com personalidade;
e) Utilizar pisos de cor clara, que seja mantido limpo e transmita a aparência de
limpos;
f) Situar os colaboradores ao ambiente arquitetonicamente humanizado de maneira a
haver sintonia entre ambiente humanizado e atitudes humanizadas;
g) Disponibilizar móveis confortáveis, de visual limpo e agradável em todos os
sentidos;
h) Manter vasos com flores naturais, quadros com temas e cores que combinem com
o ambiente e com o perfil do público alvo; e
i) Manter a temperatura ambiente agradável e iluminação adequada.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise das condições arquitetônicas dos hospitais de Imperatriz/MA permite confirmar que
a arquitetura hospitalar, diferentemente de grandes projetos residenciais, por exemplo, tem
particularidades que devem ser seguidas à risca pelos idealizadores do projeto. A
responsabilidade do projeto não acaba com a conclusão da construção do edifício. Todo
hospital deverá ter por objetivo atender as necessidades e superar as expectativas dos
pacientes. Os espaços, a distribuição funcional e uma série de aspectos integrantes da
arquitetura, devem responder à constante dinâmica do processo de trabalho de uma instituição
hospitalar.
Percebeu-se que o projeto arquitetônico destinado à saúde deve ter como premissa de
concepção a realidade humana e social, e o ato de projetar deve estar vinculado a um cenário
e as suas condicionantes e problemáticas. O edifício concebido estará em sintonia com as
transformações do seu tempo, as mudanças na assistência à saúde, a evolução da medicina e
as novas tecnologias influenciadoras direta da tipologia destes espaços.
Está claro, contudo, ser fundamental que o arquiteto entenda o trabalho desenvolvido
pelo profissional e pela unidade de saúde. Só a partir daí é possível planejar uma construção
que atenda às expectativas e que seja realmente funcional. A troca de conhecimentos entre o
administrador hospitalar e o profissional de arquitetura favorecerá a construção ou reforma,
com vistas a atingir um ambiente que atenda às expectativas de uma clientela cada vez mais
exigente no que se refere a qualidade dos serviços prestados em saúde.
As instituições hospitalares de Imperatriz/MA, não foram contempladas com a
agregação de conhecimento daqueles que devem ser os idealizadores dos projetos de
arquitetura hospitalar – o administrador hospitalar e o arquiteto - motivo pelo qual, possuem
estrutura precária, sem planejamento, imprópria para o fim a que se destinam.
Dentro deste contexto, identificou-se a necessidade de reorganização dos espaços já
existentes de forma a proporcionar uma estrutura que venha a ter efetivamente, finalidades
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curativas e terapêuticas de qualidade, através da adoção de medidas que levem em
consideração as particularidades prediais dos hospitais e favoreça com isso a recuperação de
seus clientes/pacientes, ocasionado pela sensação de bem estar que um ambiente com
finalidades terapêuticas pode gerar.
A principal indicação de continuidade desta pesquisa diz respeito ao desenvolvimento
de premissas que permitam o administrador hospitalar e o arquiteto/engenheiro trabalharem
em parceria, visando à capacitação das unidades hospitalares em promover saúde através de
uma estrutura que seja realmente funcional.
Acredita-se que as diversas recomendações e estudos apresentados por este relatório
de pesquisa contribuirão efetivamente para melhoria dos fundamentos orientadores de decisão
quanto ao planejamento arquitetônico como aliado na promoção da saúde dos clientes
Com o conhecimento e análise das idéias aqui levantadas e desenvolvidas, julga-se
que caminhos poderão ser abertos para o desenvolvimento e a implantação de tecnologias de
gestão que possam auxiliar no trabalho conjunto do administrador, arquiteto e engenheiro, que
levem em conta as dimensões estratégicas e operacionais da arquitetura hospitalar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPOS, Juarez de Queiroz et. al. Estudos dos Projetos Arquitetônicos para
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. São Paulo: Jotacê, 2002.
CHERUBIN, Niversindo Antonio.
Paulo: Loyola, 2002.
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3.ed. São
CHERUBIN, Niversindo Antonio; dos SANTOS, Naírio Augusto. Administração
hospitalar: um compromisso com a ciência e a arte. São Paulo: Loyola, 1998.
COOPER, Donald R., SCHINDLER, Pamela S. Métodos de pesquisa em administração.
Porto alegre: Bookman, 2003.
COSTI, Marilice. A influência da luz e da cor em salas de espera e corredores
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qualidades e quantidades. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, n. 2, p. 3-13, 2003.
KARMAN, Jarbas. Manutenção hospitalar e preditiva. São Paulo: Pini, 2003.
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MARTINS, Domingos dos Santos. Custeio hospitalar por atividades: activity based
costing. São Paulo: Atlas, 2002.
MEIRELLES, Judith. Humanização de hospitais. São Paulo. Atlas, 1996.
RHEINGAINTZ, P. Afonso e LIMA, F. Rodrigues. Arquitetura de Locais de Trabalho.
Apostila (CESERG –Curso de Especialização Superior em Ergonomia) Universidade Federal
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SANTOS, Mauro, BURSZTYN. Saúde e Arquitetura: Caminhos para a Humanização dos
Ambientes Hospitalares. São Paulo. 2004.
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VERGARA, Sylvia C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo:
Atlas, 2003.
ZANELLI, J. C. Pesquisa qualitativa em estudos da gestão de pessoas. Estudos de
Psicologia, Natal, v. 7, n. especial, p. 79-88, 2002.
*
RESUMO EXPANDIDO (APROVADO)
O PLANEJAMENTO ARQUITETÔNICO COMO ALIADO NA PROMOÇÃO DA
SAÚDE DOS CLIENTES
O hospital é um organismo dinâmico, sempre em mutação: paredes e divisórias são
seguidamente removidas, deslocadas e acrescidas; alterações espaciais se sucedem em
decorrência de exigências administrativas e técnicas. Assim, torna-se necessário atentar para o
fato de que oferecer um ambiente de trabalho compatível com as características dos serviços
oferecidos é essencial para a minimização dos riscos terapêuticos nas Instituições de Saúde,
bem como para a maximização da produtividade dos mesmos, fatores indispensáveis para
elevar a competitividade das empresas (CHERUBIN, 2002; KARMAN, 2003;
RHEINGAINTZ, 2004).
Isso interfere como vantagem indiscutível, não somente no que tange ao conforto e
comodidade do ambiente, mas também na prevenção de doenças infecciosas causadas pela
falta de uma estrutura adequada em construções com finalidades hospitalares, criando assim,
medidas que possibilitarão a detecção de uma mudança substancial nas estruturas hospitalares
e a elaboração de uma análise que possibilite dentro de uma perspectiva arquitetônica a
realização da avaliação das condições ambientais nas instituições hospitalares e sua influência
na produtividade da dinâmica hospitalar, segurança, bem como na gestão da qualidade
efetuada na atividade dos colaboradores (CHERUBIN, 2002; KARMAN, 2003;
RHEINGAINTZ, 2004).
Sendo assim, este estudo objetiva avaliar a importância do planejamento arquitetônico
como aliado na promoção da saúde dos clientes.
Para lidar com a extrema diversidade de práticas e de perfis, as empresas foram
escolhidas pela acessibilidade e agrupadas de acordo com a vivência considerada fundamental
ao problema que nos propomos a investigar. Diante disso, foram coletados indicadores
primários em dez instituições hospitalares públicas e privadas da cidade de Imperatriz-MA. A
escolha desse universo foi intencional, e se justificou pelo fato dessas dez unidades
hospitalares possuírem uma participação representativa dentro da realidade hospitalar da
região maranhense, conforme a Associação Médica local. Além disso, os pesquisadores, três
deles funcionários e estagiários de alguns desses hospitais, acreditam que a vivência, análise e
reflexão pelo contato direto com a realidade abordada, implicam na possibilidade de ir além
das aparências.
Em virtude de a população adotada para esta pesquisa ser pequena e variável, optou-se
pelo censo em vez da amostragem, com esteio na caracterização adotada por Cooper e
Schindler (2003), que defendem o censo como viável, quando a população é pequena, e
necessário, quando os elementos são muito diferentes entre si.
Cada hospital disponibilizou um dirigente e/ou profissional responsável pela gestão
das atividades relacionadas às decisões estratégicas, totalizando dez sujeitos “gestores”, os
quais buscavam, sempre que necessário, informações com outros integrantes da organização,
qualificando ainda mais as informações; e ainda, disponibilizou em torno de oito funcionários
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entre médicos, recepcionistas, enfermeiros e coordenadores, totalizando oitenta sujeitos
“colaboradores”. Junto a cada unidade hospitalar, também foram interrogados uma média de
vinte clientes, totalizando duzentos sujeitos “clientes”.
Para apoio e fundamentação desta investigação, a coleta de dados foi estruturada em
três momentos. O primeiro momento iniciava com um questionário semi-estruturado que
convidava os colaboradores do hospital a fornecer informações sobre a importância e as
condições arquitetônicas naquele hospital.
No segundo momento, os gestores dos hospitais também foram submetidos a um
questionário semi-estruturado, que indagava sobre a importância e as condições arquitetônicas
nos hospitais que eles gerenciavam. Ainda neste segundo momento, fez-se uso de uma
entrevista com vários pontos agendados. Esse instrumento é sustentado por Vergara (2003)
como entrevista por pauta, e objetivava coletar informações que os questionários não
conseguiam explorar.
O terceiro e último momento da coleta de dados, através de um questionário semiestruturado, consistia numa abordagem junto aos clientes das unidades hospitalares públicas e
privadas da cidade de Imperatriz-MA.
A análise das condições arquitetônicas dos hospitais de Imperatriz/MA permite
confirmar que a arquitetura hospitalar, diferentemente de grandes projetos residenciais, por
exemplo, tem particularidades que devem ser seguidas à risca pelos idealizadores do projeto.
A responsabilidade do projeto não acaba com a conclusão da construção do edifício. Todo
hospital deverá ter por objetivo atender as necessidades e superar as expectativas dos
pacientes. Os espaços, a distribuição funcional e uma série de aspectos integrantes da
arquitetura, devem responder à constante dinâmica do processo de trabalho de uma instituição
hospitalar.
Percebeu-se que o projeto arquitetônico destinado à saúde deve ter como premissa de
concepção a realidade humana e social, e o ato de projetar deve estar vinculado a um cenário
e as suas condicionantes e problemáticas. O edifício concebido estará em sintonia com as
transformações do seu tempo, as mudanças na assistência à saúde, a evolução da medicina e
as novas tecnologias influenciadoras direta da tipologia destes espaços.
Está claro, contudo, ser fundamental que o arquiteto entenda o trabalho desenvolvido
pelo profissional e pela unidade de saúde. Só a partir daí é possível planejar uma construção
que atenda às expectativas e que seja realmente funcional. A troca de conhecimentos entre o
administrador hospitalar e o profissional de arquitetura favorecerá a construção ou reforma,
com vistas a atingir um ambiente que atenda às expectativas de uma clientela cada vez mais
exigente no que se refere a qualidade dos serviços prestados em saúde.
As instituições hospitalares de Imperatriz/MA, não foram contempladas com a
agregação de conhecimento daqueles que devem ser os idealizadores dos projetos de
arquitetura hospitalar – o administrador hospitalar e o arquiteto - motivo pelo qual, possuem
estrutura precária, sem planejamento, imprópria para o fim a que se destinam.
Dentro deste contexto, identificou-se a necessidade de reorganização dos espaços já
existentes de forma a proporcionar uma estrutura que venha a ter efetivamente, finalidades
curativas e terapêuticas de qualidade, através da adoção de medidas que levem em
consideração as particularidades prediais dos hospitais e favoreça com isso a recuperação de
seus clientes/pacientes, ocasionado pela sensação de bem estar que um ambiente com
finalidades terapêuticas pode gerar.
A principal indicação de continuidade desta pesquisa diz respeito ao desenvolvimento
de premissas que permitam o administrador hospitalar e o arquiteto/engenheiro trabalharem
em parceria, visando à capacitação das unidades hospitalares em promover saúde através de
uma estrutura que seja realmente funcional.
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Referências Bibliográficas
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