Rotina de Varicela Zoster - Hospital Federal de Bonsucesso

Transcrição

Rotina de Varicela Zoster - Hospital Federal de Bonsucesso
MINISTÉRIO DA SAÚDE
HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSO
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Revisada em 13/04/2010
ROTINA A 16
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ROTINA DE PREVENÇÃO DE TRANSMISSÃO NOSOCOMIAL POR VARICELA ZOSTER
Varicela ou catapora é uma doença aguda altamente contagiosa caracterizada por exantema
vesicular generalizado da pele e mucosa. O herpes Zoster, ocasionado pela reativação do vírus varicelazoster, é uma erupção cutânea que acomete os dermátomos.
A varicela pode ser transmitida no ambiente hospitalar, podendo ser fonte de contágio para
pacientes, profissionais de saúde ou visitantes.
O vírus varicela-zoster é transmitido pelas secreções respiratórias e pelo líquido das lesões cutâneas,
tanto pela disseminação através do ar como por contato direto. A varicela é contagiosa de 48 horas antes da
erupção até que as vesículas tornem-se crostosas, o que ocorre, 5 a 7 dias após o início da erupção. Os
adultos com herpes zoster que são hospitalizados tem menos chance de provocar casos secundários de
varicela do que as crianças. A razão para isso é que as crianças hospitalizadas tem mais chances de serem
suscetíveis à varicela que os adultos hospitalizados. O rígido isolamento é recomendado para pacientes
hospitalizados com varicela e para as crianças e adultos imunocomprometidos com herpes-zoster.
MEDIDAS DE PRECAUÇÃO
I)
PARA VARICELA
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Precaução de contato e precaução aérea.
Para suscetíveis expostos (qualquer paciente, profissional, visitante que tenha entrado em contato
com o paciente índice em período de transmissibilidade por mais de 01 hora em ambiente fechado e
que nunca teve a doença e nunca foi vacinado): precaução de contato e aérea do 8º ao 21º dia após o
último dia de exposição ao paciente índice ou até 28º dia no caso de ter sido administrado
imunoglobulina para varicela-zoster (VZIG).
HERPES-ZOSTER
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Para pacientes imunocomprometidos (HIV/AIDS, fibrose cística, neoplasias, diabetes mellitus, uso
de corticosteróides em doses plenas por mais de 2 semanas) com herpes-zoster localizado ou
disseminado e para imunocompetentes com herpes-zoster disseminado: Precaução de contato e
aérea (até todas as lesões se tornarem crostosas).
Para imunocompetentes com herpes-zoster localizado: Precaução padrão.
Para neonatos (nascido de mães com varicela): Precaução de contato e aérea até 21º dia de vida,
caso permaneçam internados ou até 28º dia de vida, caso tenham recebido VZIG.
PREVENÇÃO DE TRANSMISSÃO NO PRONTO SOCORRO
1. Paciente com suspeita de varicela deve permanecer o menor tempo possível na sala de espera, tendo
seu atendimento priorizado e permanecendo com máscara do tipo cirúrgica neste período.
2. Se necessitar hospitalização, o paciente deve ficar em quarto privativo, sob precaução de contato e
por aerossóis. A porta deve permanecer fechada, com a placa de identificação; caso tenha que sair
do quarto, o paciente deverá usar máscara cirúrgica.
3. Os acompanhantes com história prévia de varicela podem ficar sem máscara dentro e fora do quarto
de isolamento.
4. Acompanhantes que não tenham história prévia de varicela devem ser considerados possíveis
portadores e transmissores (uma vez que tiveram contato domiciliar anteriormente), portanto,
devem seguir as mesmas recomendações dadas aos pacientes (permanecendo no quarto de
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isolamento com máscara junto com o paciente, e utilizando máscara do tipo cirúrgica se for
necessário circular nas demais áreas internas do hospital).
5. É contra indicada a permanência do paciente com varicela na sala de medicação. Pacientes com
varicela que necessitem inalação devem ser deslocados para o quarto privativo para realização do
procedimento. Outras formas de medicação podem ser fornecidas na sala de medicação, desde que
seja priorizado o atendimento ao portador de varicela, reduzindo o tempo de permanência.
6. Não há consenso sobre o tempo necessário para que ocorra novo atendimento na sala de emergência
após a permanência de paciente com varicela. Acredita-se que o tempo necessário para a
contaminação de pacientes suscetíveis varie entre 5 minutos e 1 hora. Portanto, recomenda-se o
intervalo de 1 hora após o atendimento de paciente com varicela na mesma sala.
PROFISSIONAIS
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Identificar se algum profissional suscetível (não vacinado e sem antecedentes de varicela) esteve
com o caso índice por mais de 01 hora em ambiente fechado. Proceder para este profissional
vacinação ou administração de imunoglobulina, segundo critérios abaixo. Se for necessário mantêlo no atendimento a pacientes suscetíveis, deverá usar máscara cirúrgica do 8 ao 21 dia após o
contato. Caso apresente erupção, deverá ser imediatamente afastado.
Não há recomendação sobre a utilização de proteção facial (máscara) em profissionais imunes à
varicela-zoster baseada na história clínica de doença prévia, administração prévia de vacina ou por
imunidade confirmada sorologicamente.
OUTROS PACIENTES
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Identificar entre os pacientes aqueles que tiveram contato prolongado (> de 1 hora ) em ambiente
fechado com o caso índice e que são suscetíveis ( não tiveram a doença e nem foram vacinados ).
Pacientes sob ventilação mecânica também devem seguir os mesmos critérios.
Identificar entre os comunicantes suscetíveis aqueles que apresentem imunossupressão por doença
(neoplasia, AIDS) ou medicamentosa (corticoterapia, quimioterapia, transplantados).
Proceder à vacinação ou administração de imunoglobulina para comunicantes, conforme critério
abaixo.
Manter os comunicantes suscetíveis sob precaução respiratória entre o 8º e 21º dia após o contato
com o caso índice para os comunicantes imunocompetentes e entre 8º e 28º dia após o contato para
os imunocomprometidos. Os comunicantes podem compartilhar um mesmo quarto.
MEDIDAS PÓS-EXPOSIÇÃO
II)
IMUNOPROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO
PASSIVA: Administração de VZIG, em dose única, até 96 horas de exposição (04 dias). OBS: Deve ser
administrado o mais breve possível.
Indicações de imunoprofilaxia com VZIG:
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Crianças imunocomprometidas sem história de varicela ou com história desconhecida (com idade igual
ou menor que 15 anos).
Grávidas susceptíveis
Neonatos cuja mãe abriu o quadro dentro de 5 dias antes do parto ou até 48 h após
Prematuro hospitalizado com idade gestacional igual ou maior que 28 semanas cuja mãe não tem
história de varicela ou evidência sorológica de proteção para varicela.
Prematuro com idade gestacional menor de 28 semanas ou com peso ≤ 1000g independente de história
de varicela da mãe.
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Os adultos expostos susceptíveis, em vigência de tratamento ou doença imunossupressora devem ser
encaminhados a CCIH, para que se defina a melhor imunoprofilaxia (VZIG ou Vacinação).
Administração de VZIG:
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Via intramuscular
1 frasco com 125 UI é administrado para cada 10kg de peso e é a dose mínima, a dose máxima é 625
UI (= 5 frascos).
ATIVA: vacinação até 120 horas (5 dias) de exposição, para prevenir ou atenuar a doença.
Indicação de vacinação:
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Profissional de saúde susceptível exposto
Visitante/acompanhante susceptível exposto
Paciente susceptível exposto que não tenha indicação de VZIG.
Todo profissional de saúde deve conhecer seu status imunológico. Para os que não tenham antecedente
vacinal ou história de varicela, recomendamos a vacinação, independente de exposição.
Administração da vacina:
Via subcutânea
Em criança de 12 meses a 12 anos aplicar dose única
Nas pessoas de 13 anos ou mais aplicar duas doses com intervalo de 4 a 8 semanas.
Uma vez que existem algumas condições onde a vacina é contra-indicada, sugerimos que a mesma deva
ser realizada no Hospital Menino Jesus (Rua 8 de Dezembro, 717 – Vila Isabel – Tel: 2569-4088).
Contra-indicação a vacinação:
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Menores de 1 ano;
Grávidas;
Imunodeficiência congênita ou adquirida;
Altas doses de corticóide (equivalente a prednisona 2 mg/Kg/dia para crianças ou 20 mg para
adultos por mais de 2 semanas);
Outros tratamentos imunossupressores;
Neoplasia maligna.
Bibliografia:
1.
Lopez A S, Marin M Strategies for the Control and Investigation of Varicella Outbreaks 2008.
National Center for Immunization and Resperatory Diseases- Center for Diseases Control and Prevention.
Disponível em www.cdc.gov .
2.
Siegel J D, Rhinehart E, Jackson Metal. 2007 Guideline for isolation precautions: preventing
transmission of infectious agents in healthcare settings, june 2007. Disponível em
www.cdc.gov/ncidod/dhqp/pdf/guidelines/isolation2007.pdf .
3.
CDC. Prevention of varicella: recomendations od the Advisory Committee on Imunization Pratices
(ACIP). MMWR Recomm Rep

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