N°°42 - Movimento dei Focolari

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N°°42 - Movimento dei Focolari
N°42
Fevereiro 2008 ano 14 - n. 1
Caríssimas, Caríssimos
Pedimos desculpa pelo nosso longo silêncio, mas ocorreram algumas mudanças
no nosso centro do diálogo: estava por preencher um cargo importante no centro do
Movimento e Arnaldo Diana parecia a pessoa mais indicada para o ocupar. Constatou-se,
no entanto, que não seria possível assumir dois cargos com esta dimensão. Assim, o seu
lugar foi ocupado por Franz Kronreif, até há pouco tempo responsável do Movimento na
Áustria.
Depois do encontro de setembro, reunimo-nos em Loppiano com um primeiro
grupo de trabalho e, em Dezembro, com o grupo internacional, para delinear as primeiras
idéias para o próximo curso de aprofundamento em 2009. O tema deste curso será uma
continuação do curso de 2006 (Ver Boletim n. 39). Nessa ocasião aprofundamos o
conhecimento de alguns elementos da espiritualidade que anima o Movimento e o valor
laico correspondente. Continuaremos este aprofundamento com a arte de amar e o amor
recíproco em correspondência com o valor laico: cultura do dar, solidariedade,
reciprocidade, acompanhados por experiências de vida. Estamos abertos aos vossos
contributos em idéias e sugestões.
Ainda no mês de Janeiro realizamos em Castelgandolfo uma escola para formar
ao diálogo pessoas nele interessadas que fazem parte do Movimento; na última tarde
Piero Taiti e Moreno Orazi deram o seu precioso contributo.
Passemos ao presente boletim; na primeira parte encontrarão uma mensagem de
Chiara aos jovens para um mundo unido, verdadeiramente enriquecedora.
Os restantes conteúdos referem-se a títulos que já vos são conhecidos.
Evidencia-se também uma importante experiência de reciprocidade e intercâmbio
feita no interior da Prisão de San Vittore em Milão.
Encontrarão também notícias sobre as vossas ações de solidariedade com as
famílias da Palestina.
Renovamos os nossos votos para este novo ano.
Sintam-nos perto de cada um de vocês.
Claretta Dal Rì
Franz Kronreif
CHIARA LUBICH
Mensagem para a semana Mundo Unido1, decorrida de 14 a 21 de Outubro de 2007.
Rocca di Papa, 15 de Outubro de 2007
Caríssimos jovens,
sei que também este ano esperam uma palavra minha para a vossa
“Semana Mundo Unido 2007”, desde há algum tempo com uma dimensão
planetária.
Vocês estão ligados telefonicamente entre todos dos cinco continentes, e
pela primeira vez também com o Nepal. E vocês, jovens, são os protagonistas.
A minha alegria é grande! E penso que a vossa também o seja.
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Encontro anual mundial dos jovens por um Mundo Unido, promotores de diversas iniciativas.
Digo-vos então: “Estejam unidos! E para o alcançar ouçam-se
reciprocamente e criem unidade onde quer que estejam.”
É assim que testemunharão à sociedade atual, particularmente aos jovens
de hoje, que o ideal de um “mundo unido” é já entre vocês uma esplêndida
realidade. E isto é a confirmação de que, para além das diversas etnias,
nacionalidades, culturas e religiões, pelo amor que vos une, é possível transformar
a humanidade numa única grande família.
Tenho plena confiança em vocês e acompanho-vos sempre.
OBSERVATÓRIO
A todos os amigos laicos, ou agnósticos, que que, como eu, se interrogam sobre
aquilo que em cada dia consideram que existe de mais verdadeiro e mais justo,
preconizando antes de qualquer outra coisa a idéia da liberdade, ofereço com todo
o gosto esta poesia de Nazim Hikmet...
A vida não é uma brincadeira.
Leva-a a sério
como faz o esquilo, por exemplo,
sem esperar nada
do lado de fora ou além.
Não terás outra coisa a fazer senão viver.
A vida não é uma brincadeira.
Leva-a a sério, mas a tal ponto a sério
que contra uma parede, por exemplo, com as mãos atadas,
ou dentro de um laboratório
com uma bata branca e grandes óculos,
tu morras para que os homens vivam
os homens de que não conhecerás a face,
e morrerás sabendo
que nada é mais belo, mais verdadeiro do que a vida.
Leva-a a sério
mas a tal ponto a sério
que aos setenta anos, por exemplo, plantarás oliveiras
não para que fiquem para os teus filhos
mas porque não acreditarás na morte
ainda que temendo-a,
e a vida pesará mais sobre a balança.
A todos os amigos, sem distinções, dou o que sou e o que posso. Porque sei que
todos têm algo em comum: a esperança de que um dia, no mundo inteiro, reine a
paz que conseguiremos construir através da nossa capacidade de amar (Nicola
Cirocco).
Consciência e conhecimento de si e dos outros, igualdade e justiça
Excerto do contributo de Pasqualino Blundo, dos Castelos Romanos, sobre a Consciência.
“Existe uma relação entre a consciência e o conhecimento de si e dos
outros, a igualdade e a justiça, ingredientes essenciais da convivência civil.
É necessário esclarecer as prioridades que regulam essa relação.
É-me difícil falar de igualdade e justiça sem especificar o âmbito em que se
movem.
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O terreno de cultivo é a formação da consciência de cada um em relação
com o conhecimento e a convivência com os outros.
A convivência leva necessariamente, através da consciência de si e dos
outros, à procura de normas éticas comuns e partilhadas.
As normas que compõem a ética da convivência civil não são estáticas,
como não são estáticos a vida e o costume das pessoas.
A evolução comporta a adaptação de algumas regras que devem ser
também, como se dizia antes, partilhadas se não quiserem ser ignoradas e/ou
combatidas.
Vivemos um momento histórico particular, contraditório, em que temos
necessidade de soluções novas, diferentes não por moda mas por exigência de
dar um sentido àquilo que fazemos. Se a memória histórica coletiva não engana,
temos, em poucas palavras, necessidade de regras éticas partilhadas ainda antes
das novas; as pessoas, heterogêneas por definição, querem contar com um
mundo em que se sintam, com plena titularidade, não hóspedes mas da casa.
As pessoas com quem se compacta todos os dias, por motivo diferentes,
sentem a necessidade de novas agregações em relação a regras novas porque já
não se sentem representadas por velhos esquemas que se baseiam em regras
não partilhadas, impostas do alto e muitas vezes obsoletas.
Este novo fermento, político e não partidário, alicerçado mais nos projetos,
nos programas e nos objetivos comuns, deve ser inteiramente valorizado, ainda
que com contradições fisiológicas, para além de todos os posicionamentos préconstituídos.
A procura da igualdade e da justiça é uma conseqüência da partilha de
regras estabelecidas. (...)
As ações dos indivíduos devem ser relatadas aos outros com base nas
normas éticas que determinam igualdade, respeito recíproco e justiça numa
comunidade tão grande, hoje mais do que ontem, como é o mundo.”
PÓS CONGRESSO
Ancona - Jantar de solidariedade para a Palestina
Depois do Congresso de Maio passado sobre “Consciência e pobreza”, no nosso
grupo surgiu a exigência de colaborar com uma das muitas ações de solidariedade
que nos foram apresentadas: foi escolhida a Palestina.
Envolvemos a comunidade, que sentiu a iniciativa como sua, e alguns vieram ao
jantar com alguns amigos de convicções diferentes.
Éramos no total 80 pessoas, das quais umas quinze eram novas. Não estávamos à
espera de uma tão grande participação. Houve também um toque internacional com a
presença de 2 albaneses, 2 palestinos, 1 peruana.
A cozinheira, para a ocasião uma ótima voluntária de Macerata ajudada pelo
marido também voluntário, cozinha por hobby, mas com uma tal qualidade que o
menu recebeu muitíssimos elogios.
Paolo e Orsola, um jovem casal, contaram a sua experiência da viagem à Terra
Santa, no passado mês de Julho, com outras famílias, e mostraram também
fotografias muito significativas, tendo sido um momento forte.
Havia uma grande alegria entre todos e, entre outras coisas, à medida que
pagavam o seu contributo, muitos deixavam também o troco e não paravam de
agradecer, perguntando quando é que ia haver outra iniciativa.
Recolhemos 1.000,00 euros que enviamos ao Armando Romano de Treviso,
amigo de convicções diferentes que se ocupa dos “projetos” em curso para a
Palestina. (Grupo de diálogo de Ancona).
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MariapolisGinetta (S. Paulo) – Um Congresso em construção
Regressados do Congresso, programamos um aggiornamento para a cidadela
e para outros nossos amigos que não puderam participar no evento de Roma.
Quarta-feira, 1 de agosto encontramos com todos para contar a experiência da nossa
viagem. Os “amigos” prepararam tudo.
A Dra. Virginia tinha feito uma síntese do congresso, não esquecendo nada e
tornando a sala partícipe de todos os momentos.
A Dra. Mara contou o que mudou na sua vida. Dizia que, agora, trabalhar na
clínica Ágape é para ela uma responsabilidade grande porque é um projeto que
envolve todo o ser humano nos seus vários aspectos. Veio acompanhada pelo
marido, também ele médico, e pela filha.
Daniel, que no Congresso contou a sua experiência na Prisão de Sorocaba
(ver boletim n. 41), animou a tarde e acendeu um fogo de alegria em todos.
Rodrigo não pôde vir porque, como responsável do seu sector, devia estar
presente na auditoria da empresa.
Projetamos um power point do congresso e da viagem.
Presentes no aggiornamento cerca de 150 pessoas entre famílias, as escolas
da cidadela (dos focolarinos, Gen, etc), alguns outros amigos da clínica Agape. O Dr.
Wilson Medina, presente com a mulher, disse alguma coisa do seu primeiro
congresso em Roma, em que participou em 2004; foi ele o primeiro a abrir as portas
a este novo diálogo na nossa zona.
No dia seguinte, muitos vieram agradecer-nos porque não conheciam a fundo
o dinamismo deste diálogo e esta realidade do Movimento.
No dia 24 de Novembro nos encontramos em um almoço de trabalho numa
estância turística, para avaliar a possibilidade de realizar o nosso primeiro congresso
do diálogo naquele local. Os amigos querem preparar tudo: convites, programa
segundo a linha do Congresso de Roma; alguém chegou mesmo a falar de um
congresso para toda a América Latina, mas por agora começamos por S. Paulo
(Adriana Valle e o grupo de diálogo).
ENCONTROS E INICIATIVAS
Milão – O Cenáculo em San Vittore
Desde 1980 que o Cenáculo de Leonardo Da Vinci foi declarado Patrimônio da
humanidade e registrado nos sites mundiais da Unesco; reproduzido, descrito,
comentado infinitas vezes. Perguntamo-nos se esta pintura tão famosa, admirada por
milhares de pessoas, seria de algum modo conhecida também no interior da prisão de
San Vittore. Foi assinada uma convenção entre o Ministério dos Bens Culturais e a
Superintendência dos Bens arquitetônicos e Paisagísticos de Milão, como uma
possibilidade de dar a conhecer a obra de arte de Leonardo a mulheres reclusas e de
lhes dar também a possibilidade de se aproximarem deste bem que é de todos. Os dois
Ministérios assinaram esta convenção e deram ao Projeto Casina2 a possibilidade de
fazer este laboratório. Começamos por mostrar a obra de Leonardo sem dar explicações
e ouvindo o que estas mulheres viam nestas imagens. Havia mulheres crentes, não
crentes, ciganas, pessoas que não sabiam o que queria dizer aquela cena, quem estava
ali representado e o que estava a acontecer. Cada uma, olhando para aquela imagem,
começou a refletir, a perguntar às outras e identificar-se com o que acontecia naquela
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Projeto iniciado em 1991 por Antonella Ortelli, Luca Quartana e alguns artistas, como uma proposta
original para construir dentro do Cárcere novos relacionamentos sem distinção entre artistas e as mulheres presas.
O projeto se compõem do entrelaçamento de elementos artísticos, humanos e institucionais.
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mesa porque todas entendiam que aquelas pessoas se encontravam a dialogar entre si,
estava a acontecer algo de particular. A pessoa do meio era aquela que, diferente das
outras, representava a calma e os outros estavam agitados: algo estava a acontecer. As
diferenças de origem, de religião e de cultura tornaram-se elementos de riqueza comum.
Através da utilização do desenho, da fotografia e do vídeo, as mulheres
aproximaram-se conscientemente da sua própria imagem, postura, gestualidade, em
relação e comunicação umas com as outras. Neste clima cultural, a pessoa não vive uma
experiência solitária e individualista, mas encontra-se a fazer parte de uma dimensão
coletiva de elaboração e reflexão.
Desencadearam-se mecanismos de reflexão muito fortes entre elas até chegarem
a compreender que se tratava de um diálogo e que estava a acontecer alguma coisa; que
havia uma palavra no meio que unia, que movia as pessoas. Olhando para aquela
imagem, estas mulheres olharam para si mesmas e decidiram também voltar a fazer-se
ver, tendo nascido delas a idéia de refazer a cena, com uma dimensão feminina, com
gestos diferentes dos apóstolos.
Cada mulher escolheu um apóstolo, uma cor, uma palavra que a ligava a si
própria e àquele apóstolo. A mesa foi realizada com uma vontade muito precisa por parte
das mulheres de estarem todas à mesa, todas juntas, reunidas, mesmo se existiam
grandes conflitos de uma com outra – havia tensões – mas decidiram deixar-se ver, e
deixar que vissem o seu rosto. Tratou-se de um trabalho de gratuidade e um restituir à
cidade uma obra de arte. Este trabalho desencadeou outras ligações com outras
associações de Milão.
Vivemos esta experiência como se fosse a continuação do congresso, porque se
disse que a gratuidade é algo de muito importante dado que se tende sempre a dar valor
aos bens materiais, e pelo contrário é precisamente a gratuidade que pode permitir uma
abertura. Houve reciprocidade de intercâmbio. (Antonella Ortelli e grupo de diálogo de
Milão).
BARCELONA – Mariápolis em Teruel, um diálogo a 360°
A Mariápolis foi preparada com um estilo moderno, breve, conciso, e com uma
linguagem cuidada, dirigida aos jovens e a pessoas de convicções não religiosas.
Tudo foi preparado para que cada um se sentisse cidadão activo deste evento.
A nossa mesa redonda sobre o diálogo foi verdadeiramente um sucesso.
Éramos Jordi e M.Àngels, Mayka e Marc, um casal jovem que participa muito
activamente no grupo de Barcelona, Jesús e M.Carmen e eu. Apresentamos a
primeira parte do DVD “Crentes e não crentes em diálogo”, depois a nossa
experiência como grupo de diálogo de Barcelona, a experiência de Jordi e M. Àngels
como casal composto por crente e não crente, e depois a ação “Levanta-te e anda”
de Jesús e M. Carmen, e no fim diálogo aberto a todos os participantes, uns
cinqüenta (porque não havia mais lugares).
Foi um diálogo a 360º; a experiência de Jordi e M.Àngels tocou muito, a
relação entre eles, a educação dos filhos…, viram o quanto são importantes os
valores que podemos transmitir. Experimentaram que este diálogo é uma realidade e
que talvez neste, como Movimento dos Focolares, temos esta força e a experiência
para poder levá-lo para a frente e que não se pode fazer marcha atrás.
A troca de testemunhos não terminava mais; tivemos de interromper pelo
tempo, mas a sensação de todos nós foi, não apenas ver o quanto é válida esta
experiência, mas que se consolidou a unidade entre nós, e se abriu um leque com a
possibilidade de que outras cidades de Espanha possam começar este diálogo.
Foi para todos uma surpreendente novidade e uma proposta de caminho para
quem deseja aprofundar esta realidade. (Dolors Dinares e o Grupo de Barcelona).
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Bélgica – Atelier sobre o diálogo
No quadro do encontro internacional sobre a evangelização, a Igreja belga
pediu aos responsáveis por este diálogo para animarem um “atelier” sobre o tema:
“Como testemunhar e viver o Evangelho neste mundo que, não querendo saber de
Deus, se orienta para pseudo valores?”. Preparamos o tema baseando-nos em
diversos temas tratados durante os congressos do diálogo em Roma. Participaram no
“atelier” mais de cem pessoas. Seguiu-se depois um rico diálogo. Muitos diziam que
passaram a ter agora uma clarificação. Outros reviram o seu comportamento com os
filhos, amigos, conhecidos, que se tinham afastado dos valores. Todos ficaram muito
tocados com a realidade do “fazer-se um”3. Alguém exclamou: “Mas então somos nós
os cristãos que devemos mudar a nossa atitude!” Um senhor no fim dizia:
“Compreendi que nós cristãos devemos aprender a perder.” Foi um enriquecimento
recíproco.
Durante a preparação das Mariápolis, cuidou-se de cada particular, para que
todos se sentissem inseridos. Um amigo de outras convicções que participou dizia:
“Senti-me respeitado nas minhas convicções e quando alguma coisa me incomodava
sentia que também, pela minha vez, devia ter respeito.” (Anne e Georges Lecoq.)
França– Paris –
O diálogo parece corresponder a uma profunda necessidade entre todos nesta
zona fortemente secularizada e caracterizada pela presença massiva de pessoas não
crentes nas diversas realidades sociais. Sente-se um grande interesse por parte das
pessoas do Movimento que esperam ansiosamente por receber o Jornal do nosso
diálogo.
Três pontos principais caracterizaram 2007: o congresso em Castelgandolfo,
as relações com os movimentos Famílias Novas e especialmente com Humanidade
Nova, uma evolução dos intercâmbios no plano do diálogo entre nós.
O encontro de Humanidade Nova foi a ocasião para identificar um campo a
explorar: a aproximação das eleições presidenciais. Para tal constituiu-se um novo
grupo de diálogo: tratava-se de um grupo de troca de idéias pela internet em torno da
pergunta: "Que programa político para uma sociedade mais fraterna?" Este grupo,
formado por uma dezena de pessoas cuja metade é não crente, funcionou
regularmente e concluiu-se com a elaboração de uma grelha de leitura dos
programas propostos pelos diferentes candidatos às presidenciais, com o olhar sobre
a fraternidade. O resultado das discussões ficou também acessível através da
Internet.
Um blog (http://fraternite.blogspirit.com/) do diálogo nasceu para permitir troca
de idéias sobre o tema da fraternidade, no espírito do Movimento, com todos os que
desejarem. Foi criado no dia 25 de Fevereiro de 2007. Desde então foram publicadas
72 discussões. Houve mais de 3200 contactos e a média das visitas por dia está em
crescimento. Aí encontram-se diversos temas (diálogo, política, etc.).
Durante o Verão alguns universitários reencontraram-se numa casa de campo
para um período de troca de idéias e de trabalho. Cada um convidou outros colegas,
crentes e não crentes. Para além da vida em comum, é também uma ocasião para
uma troca de idéias mais profunda, no clima específico da unidade. É sem dúvida um
novo percurso para o diálogo no ambiente cultural dos “intelectuais” (Catherine
Belzung e grupo de diálogo de Paris).
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Colocar-se no lugar do outro.
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Polónia – Uma saudação de Varsóvia
“Uma saudação especial a todos os amigos do quarto encontro do nosso
pequeno grupo de diálogo. Somos 9 pessoas. Depois de termos ouvido algumas das
respostas de Chiara Lubich aos “amigos” de Loppiano, em 1995, debatemos entre
nós e aprofundamos o tema da consciência. Ainda se fisicamente não pudemos estar
convosco no último congresso, unimo-nos a todos e saudamos-vos calorosamente,
no empenho de levar para a frente o nosso diálogo.” (Zofia Zwapisz e o grupo de
Varsóvia).
Bahia Blanca- Punta Alta (Argentina)
Na cidade de Punta Alta os encontros realizaram-se todos os meses, indo mais
em profundidade, sobretudo na leitura de alguns temas que chegam do Centro do
Diálogo.
Relemos o tema sobre o diálogo e também a resposta de Chiara sobre o não
proselitismo. Aspecto este, que suscita sempre apreensão em quem ouve, provocando
uma reflexão profunda.
Uma característica deste grupo é fazer, de vez em quando, Cineforum para
aprofundar temas sobre os valores. Projetamos o filme “Babel”, que foi muito apreciado
por todos, sobretudo porque exprime claramente a crua realidade que hoje se vive pela
falta de comunicação e as conseqüências dolorosas que isso comporta.
Durante uma tarde aprofundamos o primeiro ponto da espiritualidade:
“Acreditamos no amor”, de Claretta. Para todos foi muito forte evidenciar a importância
dos valores fundamentais como a paz, os direitos do homem, a liberdade, a justiça, a
igualdade, a solidariedade, etc.
Um dos amigos, mesmo se convicto da importância deste diálogo, tinha medo de
perder a sua liberdade e a própria identidade. A este ponto interviemos para ajudá-lo a
compreender que a unidade não é uniformidade, mas sim, um enriquecer-se através dos
diversos modos de pensar, e fruto de doar as idéias num clima de harmonia. Ele apreciou
as nossas palavras, afirmando que sente que entre nós existe esta troca de idéias
diferentes, valorizando e confirmando a premissa do diálogo, onde o proselitismo não
existe.
Existe em todos a certeza de que a fraternidade universal se constrói se
conseguirmos viver estes fragmentos de reciprocidade no quotidiano: no trabalho, em
casa, etc. Como a experiência de Marco, que organiza cursos de manutenção para
aparelhos de refrigeração para pessoas sem trabalho e sem estudos. Entre estes havia
um homem que tinha acabado de sair da prisão. Durante o curso, Marco acompanhou-o
com cuidado e atenção e fez de tudo para inseri-lo na sociedade. Casado e com duas
filhas, ele encontrou em Marco um apoio e a força para recomeçar a construir uma vida
nova. Hoje está plenamente inserido na sociedade.” (Grupo de diálogo de Punta Alta –
Argentina).
AÇÃO PELA PALESTINA
Também este ano, no período que antecedeu o Natal, graças ao contributo de
muitos que fizeram suas as necessidades das famílias artesãs de Belém, apoiou-se em
Itália a difusão dos seus objetos em madeira de oliveira.
Realizaram-se mais bancas de venda: muitas na zona de Conegliano, depois em
Mestre no bar do Angelo, em Spinea no contexto do “Mercadinho de Natal”, em Oriago,
em Mirano no âmbito da "Jornada do Voluntariado", em Belluno no centro comercial, em
Campolongo na praça (a -10 C°), em Noale, em Massanzago com o mercadinho
missionário, em Vicenza e Cittadella, em Pádua, em Trieste durante três dias em pleno
centro histórico, em Oderzo, encontrando amigos e conhecidos.
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Tudo isto graças ao contributo de cada um: os que montaram a estrutura, os que
prepararam a mesa, os que venderam, os que ofereceram alguma coisa de quente...
todos suportaram o frio.
Foi sempre uma ocasião para construir relações e ajudar-se reciprocamente com
as várias iniciativas dos outros grupos locais: Associações de voluntariado, governantes
locais, S. Vincenzo, iniciativas de crianças e de jovens... Muitas as pessoas que se
aproximavam e que gostavam de saber o porquê da ação... e assim muitos deram um
toque mais sóbrio e solidário aos seus presentes de Natal.
Agradecemos a todas estas pessoas com este excerto de uma carta de Jordi
recebida de Jerusalém, no dia 7 de Janeiro: “Escrevemos-vos depois da nossa viagem de
dezembro a Treviso, Verona e Trieste, onde encontramos muitas pessoas solidárias com
as gentes de Belém. Desde então permanece vivo em nós o vosso amor pelas famílias e
as gentes deste lugar, além do interesse em conhecer melhor a sua difícil situação.
Queremos fazer chegar a cada um que colaborou os nossos agradecimentos, dos que
beneficiaram desta ação e das suas famílias.” (Armando Romano, grupo de Treviso e
Associação AMU).
NOTÍCIAS BREVES:
"Comunicação e carácter relacional" – O congresso de Medicina
"Comunicação e caráter relacional" é a chave para abrir novas perspectivas no
agir médico diante dos desafios, apresentada no Congresso Internacional promovido pela
Associação "Medicina – Diálogo – Comunhão".
640 os participantes, de 35 nações, presentes no Auditório do Policlínico Gemelli
de Roma.
ESA, a Agência Espacial Européia, permitiu a multiplicação dos trabalhos do
congresso em várias partes do mundo, ligando via satélite 250 pontos de recepção: do
Japão à Sibéria, da Tanzânia aos Estados Unidos, do Uruguai à China.
Os relatores, com diversas competências e percursos formativos, empenhados
nos diversos campos da medicina, eram provenientes de 17 países.
A socióloga Vera Araújo delineou a perspectiva antropológica de referência, no
âmbito do Movimento: "O ser humano é portanto um ser destinado a doar-se e esta sua
qualidade transfere-se para todos os ligames e para todas as relações em que ele está
envolvido. (…) Reciprocidade, dom, comunhão são alguns elementos que podem
exprimir uma série de dinâmicas ligadas que enriquecem, dão unicidade e um ulterior
sentido à própria relação.”.
No decurso do congresso foram apresentados os resultados de alguns projetos
significativos: um novo modelo cultural no tratamento do HIV/SIDA em África; a
experiência de medicina da comunidade do Centro "Bukas Palad" de Manila; as
colaborações no âmbito sanitário entre nações com um diferente modelo assistencial
como o que se pratica no Brasil e em Fontem em África.
O presente boletim é traduzido em Francês, Inglês, Espanhol, Português e Alemão.
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para uso interno do Movimento dos Focolares
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