A lenda Negrinho do Pastoreio surgiu no Rio Grande do

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A lenda Negrinho do Pastoreio surgiu no Rio Grande do
Autoria: Portal EducarBrasil
Titulo: Negrinho do Pastoreio
Corpo do Texto:
A lenda Negrinho do Pastoreio surgiu no Rio Grande do Sul, importante Marco Geográfico, e hoje está incorporada ao folclore
brasileiro. Ela está vinculada aos povos africanos devido ao momento em que ocorreu, que foi o período da escravidão no
Brasil, em meados do século 19.
O folclore brasileiro é um dos mais ricos do mundo, tendo como raízes vários povos que ajudaram em sua formação, como os
índios, os portugueses, os africanos, os italianos, os alemães, os holandeses, entre outros que vieram também incorporar a
sua cultura. Cada região do Brasil apresenta um folclore específico que está relacionado ao tipo de colonização, os povos que
lá estiveram, o modo de vida da população, os aspectos geográficos e a história da cidade ou estado.
No Rio Grande do Sul, a lenda do Negrinho do Pastoreio é contada e recontada por todo o estado: na escola, em peças
teatrais, letras de música, filme e até medalhas de condecoração a personalidades que prestam serviços importantes em favor
do ser humano, do Estado e da Pátria. É o símbolo da Caixa Econômica Estadual e, na sede do Governo do Estado, o salão
Nobre leva o seu nome.
Na cidade de São Francisco de Paula, município do Rio Grande do Sul, foi erguido um monumento do Negrinho do Pastoreio
amarrado a um formigueiro. O local virou ponto de pagamento de promessas, marcado por velas, doces e balas, pagos pelos
crentes ao Negrinho.
Negrinho do Pastoreio era um escravo que tinha como patrão um homem maldoso e cruel. A obrigação do garoto de 14 anos
na fazenda era cuidar dos cavalos. Porém, um dia, no final da tarde, quando o fazendeiro foi ao pasto contar os animais, ele
percebeu que o escravo havia perdido um de seus cavalos baio. O homem ficou irritado e mandou açoitar o garoto com muita
violência. Logo após, ele teria que procurar o animal perdido. Saiu, então, à procura, encontrou-o e laçou-o, porém ele
conseguiu arrebentar a corda e fugir, pois o Negrinho estava muito fraco. Ele comia pouco, trabalhava muito e estava ferido
após a surra que levou.
Quando chegou à fazenda sem o animal, seu patrão ficou mais irritado ainda e mandou dar outra surra no escravo. Como
punição maior, resolveu amarrá-lo a um formigueiro com as feridas expostas. No outro dia, quando foi ver como estava a
situação do negrinho, encontrou-o de pé, sem ferida no corpo, ao lado de quem ele considerava sua Madrinha, Virgem Nossa
Senhora, e mais adiante os outros cavalos. O fazendeiro cai de joelhos e pede perdão, mas o Negrinho do Pastoreio nem
respondeu. Ele beijou a mão da Santa, montou em seu cavalo baio e partiu.
Depois desse acontecimento, muitos tropeiros e carreteiros da região dizem ter visto Negrinho do Pastoreio em cima do seu
cavalo baio, conduzindo uma tropilha de tordilhos. Então, muitos acenderam velas e rezaram para ele. Desde então,
acredita-se que, quando alguém perde algo, é só pedir ao Negrinho que ele acha.
Para os abolicionistas da época, esta lenda representa um grito de repúdio aos maus-tratos e a liberdade dos negros que
vieram da África para serem escravizados pelos brancos, ditos civilizados. Os gaúchos têm orgulho de possuírem essa lenda,
por isso a enobrecem tanto. Ela também é contada na Argentina e no Uruguai.
Pontos Selecionados:
Rio Grande do Sul
Estado brasileiro que faz parte da região Sul. Limita-se ao norte com Santa Catarina, a leste com o oceano Atlântico, ao sul
com o Uruguai e a oeste com a Argentina. Está localizado sob as coordenadas 30° 01' 59'' latitude S e 51° 13' 48' Longitude W.
Porto Alegre é sua capital. Há dois tipos de cobertura vegetal no estado: campos e florestas. O clima é subtropical úmido.
O Rio Grande do Sul é um importante Marco Geográfico para a Lenda Negrinho do Pastoreio. É o estado com maior número
de imigração alemã, e os escravos serviam na fazenda de onde surgiu e lenda, que é recontada por todo o estado através de
teatro, músicas e livros.
Curiosidades: http://www.paginadogaucho.com.br/
Mapa: http://www.brasil-turismo.com/rio-grande-sul/mapa-rodoviario.htm
Bandeira:
Porto Alegre
É a capital do Rio Grande do Sul e o centro industrial, comercial e cultural mais importante do estado, além de ter um
movimentado porto fluvial. Está sob as coordenadas 30º01’58” latitude S e 51º13’48” longitude W. Pertence à mesorregião
metropolitana de Porto Alegre e está situado às margens do rio Guaíba.
Porto Alegre apresenta um rico folclore, com tradições diversificadas trazidas por imigrantes de várias procedências que
formaram a população local e os povos indígenas autóctones. Na cidade, há um importante Festival Internacional de Folclore,
que realiza eventos por toda cidade.
Curiosidades: http://www.portoimagem.com/curiosidades.html
Mapa: http://www.brasil-turismo.com/rio-grande-sul/portoalegre-interativo.htm
Bandeira:
São Francisco de Paula
São Francisco de Paula é um município do Rio Grande do Sul que está localizado sob as coordenadas 29º26’52” latitude S e
50º35’02” longitude W. Está situado na mesorregião Nordeste Rio-Grandense e faz divisa com o estado de Santa Catarina.
Seu clima é subtropical, e a distância da capital é de 112 Km.
Nessa cidade, foi erguido um monumento em homenagem ao Negrinho do Pastoreio no canteiro da principal avenida, que se
tornou um ponto de pagamento de promessas, onde as pessoas acendem velas, deixam balas e doces entre outros.
Curiosidades: http://www.saochico.com.br/
Mapa: http://www.mundi.com.br/Mapa-Sao-Francisco-de-Paula-2714196.html
Bandeira:
Pelotas
Município do Rio Grande do Sul, Pelotas é a terceira cidade mais populosa do Estado. Pertence à Mesorregião Sudeste
Rio-grandense e localiza-se às margens do Canal São Gonçalo. As coordenadas geográficas são 31º46’19” Latitude S e
52º20’34” Longitude W. Seu clima é subtropical úmido ou temperado e está sob as planícies costeiras. A economia se baseia
no agronegócio e no comércio.
Foi na região de Pelotas que o filme Negrinho do Pastoreio foi filmado, no ano de 1973, tendo como ator principal Grande Otelo.
O filme retrata os costumes e o cotidiano dos gaúchos, as belezas naturais de Pelotas e de todo o Estado.
Curiosidades: http://pelotas.ufpel.edu.br/
Mapa:
http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&biw=1037&bih=451&q=Mapa+Pelotas&um=1&ie=UTF-8&hq=&hnear=Pelotas+-+RS
&gl=br&ei=dJQkTbnPLcT7lwft3JG8AQ&sa=X&oi=geocode_result&ct=title&resnum=1&ved=0CBcQ8gEwAA
Bandeira:
Questão Investigativa:
Negrinho do Pastoreio é uma lenda folclórica originária do Rio Grande do Sul e bastante divulgada nas comunidades gaúchas.
Investigue se existem lendas originadas em sua cidade ou na região. Procure saber como essas histórias são divulgadas. Além
disso, pergunte aos seus familiares se eles conhecessem essa (s) lenda (s) e se eles acreditam nela (s).
Competência e habilidade:
Competência:Analisar a diversidade nacional e global em relação a língua, regiões, culturas, climas, povos e economia, além
de perceber a diversidade como elemento integrante do contexto da Globalização.
Habilidade: Compreender a divisão regional brasileira sob diversas óticas (linguística, política, cultural, étnica, etc); Reconhecer
as identidades regionais e locais.
Anexo: arquivo KMZ
Destaque:
Sites de apoio didático-pedagógico:
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www.jangadabrasil.com.br/revista
www.estado.rs.gov.br
Recursos recomendados:
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Aula Expositiva: O docente deverá iniciar a aula contando a lenda Negrinho do Pastoreio. Após uma reflexão, poderá buscar
dados históricos que envolvem a história e, através de um mapa, poderá trabalhar com seus alunos a localização e a
orientação, bem como a investigação sobre cada Marco Geográfico sugerido. Refletir com os estudantes sobre a importância
dessa lenda para o Rio Grande do Sul.
Vídeo: “O Negrinho do Pastoreio”. Acesso em 11/1/2011. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=Ydf-QwNXUug
Livro: URBIM, Carlos. “O Negrinho do Pastoreio e outras lendas gaúchas”. Editora Zero Hora: 2004. 60 p. Literatura
Infanto-Juvenil. FAGUNDES, Augusto. “Mitos e lendas do Rio Grande do Sul”, Martins Livreiro Editor: 1996.
Atividades para estudantes:
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Elaborar uma gincana, utilizando informações sobre a lenda e sobre sua localização junto aos dados históricos e, como
premiação, uma medalha do Negrinho do Pastoreio;
Remontar a lenda com a criação de fantoches, utilizando materiais reciclados;
Organizar uma peça teatral com a lenda;
Pesquisar sobre quais foram as pessoas que receberam as medalhas do Negrinho do Pastoreio e por que receberam;
Investigar como é narrada essa lenda no Uruguai e na Argentina.
Sugestão docente:
O docente poderá conduzir investigações referentes a aspectos folclóricoslocais, relacionando-os à ocupação do espaço do
aluno; aos hábitos alimentares; a aspectos geográficos e à história da cidade ou do estado. Poderá identificar, junto com os
alunos, a relação existente entre as tradições folclóricas e os eventos que marcam a história de uma cidade ou estado.
Temas transversais:
Pluralidade Cultural.
Referencias:
www.jangadabrasil.com.br/revista. Acesso em 19/09/2010.
www.estado.rs.gov.br. Acesso em 19/09/2010.
Resumo:
Negrinho do Pastoreio é uma lenda do folclore brasileiro ocorrida no Rio Grande do Sul em meados do século 19. Confira esta
história de um escravo torturado pelo seu dono até a morte, e que foi resgatado por Nossa Senhora.