percepção e caracterização florística de um trecho da fazenda

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percepção e caracterização florística de um trecho da fazenda
PERCEPÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FLORÍSTICA DE UM TRECHO
DA FAZENDA SERTÃOZINHO, DISTRITO DE FLORIANO NO
MUNICÍPIO DE BARRA MANSA – RJ
Azevedo, S. M. C. de ¹ ; Vasconcelos, D.V.¹;- Faria, .M. J. B. De ¹
Email: [email protected]
1. Centro Universitário de Barra Mansa/UBM-Unidade Cicuta.
Palavra-Chave: Fragmentação florestal.
INTRODUÇÃO
A Mata Atlântica é um bioma presente na maior parte do território brasileiro, abrangendo ainda
parte do território do Paraguai e da Argentina. As florestas atlânticas são ecossistemas que
apresentam árvores com folhas largas e perenes que atingem de vinte a trinta metros de altura
(TONHASCA JR., 2005). A importância das florestas é indiscutível, quando falamos da
manutenção do equilíbrio ambiental e ecológico do planeta, no entanto, nas últimas décadas o
desmatamento modificou profundamente o aspecto vegetacional da região Sudeste do Estado do
Rio de Janeiro, seja, pela busca da ampliação das fronteiras agrícolas, seja, pela urbanização e
industrialização. Florestas ribeirinhas ou matas ciliares prestam serviços ambientais valiosos,
pois, funcionam como um filtro ambiental, retendo poluentes e sedimentos que chegariam aos
cursos dágua, servem também como obstáculos contra o assoreamento dos rios, e também
regula a quantidade de água das chuvas diminuindo a quantidade de água nos rios, e
consequentemente a possibilidade de enchentes. Servem também como corredor natural de
ligação entre fragmentos florestais promovendo o deslocamento da fauna e da flora,
contribuindo para o equilíbrio dos ecossistemas. Atualmente, esse tipo de formação florestal
encontra-se entre as mais degradadas.
OBJETIVOS
O objetivo do estudo foi criar um banco de informações preliminares sobre, a flora e o solo de
um trecho da microbacia que compõe a área do Hotel Fazenda Sertãozinho em Floriano, RJ.
METODOLOGIA
No inventário florístico encontrou-se 35 morfo-espécies em 31 gêneros pertencentes a 19
famílias botânicas, perfazendo um total de 148 indivíduos amostrados. Foram registrados 8
indivíduos mortos em pé o que representa em porcentagem aproximado de 5% do total
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RESULTADOS/DISCUSSÃO
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O trabalho compreendeu uma excursão que foi realizada no dia 25 de março de 2012 e consumiu
8 horas de esforço de campo e 32 horas para identificação dos indivíduos amostrados. O método
utilizado foi de caminhada livre em uma trilha existente no local, a qual tem aproximadamente
1.200m de extensão. A trilha foi subdividida em 40 quadrantes de 30 metros, aferidos com
auxilio de uma trena e marcados com estacas. O critério de inclusão foi o DAP 5 cm para
árvores e DAP 2,5cm a 5cm para arbusto. Para estimar a altura dos indivíduos utilizou-se a vara
de poda de 6 metros e a identificação visual contou com o auxílio de binóculo marca Kala® e
registros de câmeras digitais. As famílias botânicas foram reconhecidas segundo o sistema de
classificação de (CRONQUIST, 1988). Para análise preliminar do solo, utilizou-se a visualização
e a percepção granulométricas, a presença ou ausência de matéria orgânica e ainda a presença
de macrofauna.
amostrado. As famílias com maiores números de gêneros foram: Arecaceae (3), Bignoniaceae
(4), Rubiaceae (3) e Lauraceae (5). As espécies arbóreas com maior número de indivíduos
foram: Astrocaryum aculeatissimum (12); Sorocea bonplandii (10); Nectandra megapotamica
(8); Abarema brachistachya (8). O levantamento florístico aponta para a existência de 3
extratos bem definidos na área estudada e indica também, que as espécies botânicas observadas
distribuem-se, quase uniformemente ao longo do trecho de 1200 metros. Percebeu-se, o solo
como uma cobertura fina formada por uma complexa mistura de rochas erodidas, nutrientes
minerais, matéria orgânica em decomposição, água, ar e macro-organismos diversos. Em alguns
pontos a serrapilheira acumulada pode variar entre 10 e 15 cm de profundidade.
Quanto a estrutura do componente arbustivo-arbóreo observou-se indivíduos entre 2m e 25m
sendo a altura média 12m, destacando-se indivíduos de Sorocea bonplandii; Zanthoxylum
rhoifolium; Urbanodendron verrucosum e Astroniun fraxinifolium. Acima desse estrato
sobressaem poucos indivíduos emergentes com alturas variando entre 12m e 25m Piptadenia
gonoacantha; Astroniun fraxinifolium; Urbanodendron verrucosum e Bombacopsis glabra.
(Faria, 2005) afirma que algumas espécies abundantes no estrato herbáceo podem alcançar o
porte arbustivo e arbóreo e até emergente, contribuindo para uma formação florística única,
como Astroniun fraxinifolium que apresenta indivíduos com 1,5m, 2,5, 12m e 25m essas
populações vêm mantendo-se na área e ocupando diferentes extratos. Entre os 140 indivíduos
amostrados, 28 foram encontrados com apenas 1 ou 2 indivíduos o que representa 20% das
espécies amostradas. Entre as espécies consideradas raras podem estar englobadas espécies com
populações pequenas e em risco de extinção, espécies de distribuição esparsa, aquelas que estão
entrando ou saindo do cenário florístico atual, ou ainda aquelas que apresentam problemas de
recrutamento (FARIA, 2002).
CONCLUSÃO
A diversidade de espécies encontradas neste estudo pode ser em consequência de fatores
históricos, como migração de espécies de formações vegetais próximas à área de estudo, como a
Mata do Cafundó, como também pode ser decorrente de um processo ecológico intenso, causada
pelo isolamento geográfico da área, devido à fragmentação desta. Recomenda-se à restituição e
manutenção da área da mata marginal a partir das espécies conhecidas para garantir sua
preservação.
BIBLIOGRAFIA CITADA
CRONQUIST, A. The evolution and classification of flowering plants. 2ªed. The New York
Botanical Garden, New York, 1988. 396p.
FARIA, M. J. B. Caracterização e estrutura da vegetação de um trecho de borda de um
fragmento de Mata Atlântica (Floresta da Cicuta), no município de Volta Redonda – Estado do
Rio de Janeiro. 2002. Monografia (Especialização em Ciências Ambientais e Florestais) –
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 47p.
FARIA, M. J. B. Florística e Estrutura de um Trecho da borda de um Fragmento de Mata
Atlântica no Médio Vale do Rio Paraíba do Sul, nos municípios de Volta Redonda e Barra Mansa
– RJ. 2005. Dissertação (Mestrado. Ciências Ambientais e Florestais) Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 36pg.
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TONHASCA JR., A. Ecologia e história natural da Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Ed.
Interciência. 2005.