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BOLETIM MURAL CEG Dez/2007 - 300 exemplares Montanhismo - RJ Nicole na Chapada dos Veadeiros - GO IMPRESSO Chapada dos Veadeiros E mais: Picos da Floresta da Tijuca • Eleição CEG 2008 programação aniversariantes do mês DEZEMBRO / 2007 Dia 13 Assunto Local Eleição para diretoria 2008 Sede do CEG Os locais e horários de encontro são combinados nas quintas-feiras anteriores às excursões. Procure o guia responsável nas reuniões sociais, ou ligue para o clube quinta-feira à noite: Tel.: 3285-8653 fique por dentro E LEIÇÃ O DA LEIÇÃO N OVA D IRETORIA No dia 13/12 você tem um compromisso muito importante no CEG CEG.. Assembléia Geral Ordinária para Eleição da Nova Diretoria. Viagem a El FFrey rey Alguns associados do CEG passarão o Reveillón em Buenos Aires, de onde partirão para uma excursão a El Frey, na Patagônia (ver matéria na página 10, deste boletim) . A saída do Rio de Janeiro está prevista para 31 de dezembro. Os interessados em se juntar ao grupo, procurem por Seblen, Rodolfo, Boris, Ivan, Xuxu e Nicole, no clube. Festa do Limite V ertical Vertical O Centro de Escalada Limite Vertical (CELV) tem o prazer de convidar a todos para a Festa de Final de Ano, a se realizar no dia 1º de dezembro, a partir das 20h, na sede. Rua Bambina 141 – fundos - Botafogo. Durante o evento haverá premiação dos Campeões do Circuito de Boulder da Limite Vertical, entrega do Certificado de conclusão dos cursos de escalada dos alunos do CELV, homenagem às pessoas que em 2007 ajudaram a engrandecer o CELV, além de vídeos e fotos das duas etapas do Circuito de Boulder da Limite Vertical. As áreas de boulders estarão liberadas para escalada. Sem falar na boa música, no bate papo e diversão!!! Ingressos : 1 caixa de cerveja ou 1 refrigerante + um prato de salgados ou sanduíches ou R$ 15,00. Associados, não deixem de acertar suas mensalidades no clube. 2 2 3 4 4 6 7 7 7 9 10 10 10 11 11 12 12 12 13 13 14 14 14 14 14 15 15 15 15 16 16 17 18 19 19 19 19 19 21 21 21 21 22 22 22 22 22 22 23 23 24 24 24 25 25 26 27 28 28 29 29 30 30 30 30 31 31 Carlos Alberto Fontoura Ailde Carvalho de Velasco Carla Vieira da Costa Alessandro Lopes Santos José Pinho de Freitas Filho Dacran França Martignoni José Henrique Ewers Pires Benito Esteves Rodrigues Júnior Graça Maria Rodrigues Maria da Conceição Pinheiro Valeria Malaquias Coelho Matias Erwin Julius Getzel Dias José Ivan do Nascimento de Azevedo Andréa Maria Lourenço Teixeira Leonardo Vieira Pinheiro Yára da Silva Serra Ronaldo Ayrolla Lais Scuotto Marco Antonio Vidon Donato Bruno Soares Lintomen Luiz Eduardo Ghetti Karin Maria Gassner Gonçalves Raufe Sales Ribeiro Arnaldo Ferreira Magalhães Filho Rachel Curvello de Mendonça Fátima Loureiro Antônio Francisco da Cruz Lanzillotta Flávio Marchito de Jesus Armando de Oliveira Schubach Flávio José Peixoto Altiva Lobão Salgado Gomes de Lima Rodolfo Campos e Silva André Luis Melo Ana Paula M. da Costa Braga Sandra Pereira Palhano Sérgio Pascale Raul Fernandes de Oliveira e Cunha Gil Xavier Lacerda José agostin Castillo Lara Wilson Abdo Abugeber José Carlos Coutinho Robert Guilherme Vernaschi Steinmetz Helena Maria M. Pontes Alberto Fernandes de Araújo Hubert Tatgé Heitor de Brito Cintra Marta S. Lima Maria Helena Mathias Monteiro Maurício Alves de Castilho Maria Inês de Castro Previtera José Milton Moreira Piffer Gil Einsfeld Botelho do Rego Fred Wilson Pessoa Mendonça Augustus Almeida Maurício Bais Moore Verônica Peixoto Caio Almeida Rogério Abdalad Francisco Henrique de Lima Lopes Dulce Helena Gonçalves Orofino Milden Rodrigues de Santa Rosa Sylvio Lucas Neyde Moysés Luiz Hernani Vale Lopes da Costa Braga Sérgio B. de Araújo Marcos Valério Gonçalves da Silva Expediente Presidente Vice PPresidente residente Tesoureiro Secretária Geral Diretor Técnico Diretor Social Dir Dir.. Meio Ambiente Diretor Divulgação Roberto Schmidt Paulo Jorge R.Gaspar Boris Flegr Monique Corrêa Seblen Mantovani Irini Petro E. Rodrigues Nicole Ingouville Carla Vieira Rodolfo Campos Colaboraram nesta edição: Textos: Fernando Fernandes de Oliveira e Cunha, João Mollica, Nicole Ingouville, e Roberto Schmidt Fotos: Nicole Ingouville Edição e Diagramação: Carla Vieira Reuniões Sociais do CEG Todas as quintas-feiras, a partir das 19h. Caso queira contribuir com esse boletim, envie seus artigos, notícias, comentários e sugestões ashington LLuiz, uiz, 9 - cobertura Washington para Rua W Rio de Janeiro - RJ - Cep 20230-020 ou .br por e-mail: [email protected] [email protected] Tel.: 3285-8653 As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Centro Excursionista Guanabara. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto àqueles que queiram contribuir. Tabela de PPreços reços Mensalidade*: Mensalidade - casal*: Matrícula ou Descongelamento: Curso Básico de Montanhismo: Curso Avançado de Escalada: R$ 17,00 R$ 27,00 R$ 45,00 R$ 390,00 R$ 240,00 *Preços especiais para anuidade 2 dezembro/2007 www.guanabara.org.br 11 artigo editorial Excursão a El Frey, na Patagônia Argentina Um janeiro de 2008 um grupo de montanhistas do Guanabara fará uma excursão a El Frey, na Patagônia Argentina. Entre os confirmados estão Seblen, Boris, Rodolfo, Ivan, Xuxu e Nicole, praticamente metade da Escola de Guia de 20062007. Dizem que o lugar é um paraíso não só pela beleza mas também pelas condições de escalada e caminhada. Dizem também que a melhor época para visitar o local é no verão (a partir de dezembro). Portanto, essa viagem promete! O Refúgio El Frey está localizado no pé de uma formação de granito sólido chamada Agulha Frey, rodeado por torres e agulhas rochosas perfeitas para escalada e pela lagoa Toncek, a 1700 metros acima do nível do mar. O refúgio é um dos mais pitorescos da região. Durante o verão, de dezembro a abril, ele fica sob a coordenação do Clube Andino, baseado no centro de Bariloche. Por fora ele é todo feito de pedra, harmonizandose com o local, e por dentro é forrado de madeira criando um ambiente acolhedor para seus visitantes. No térreo há uma cozinha e um refeitório aquecido com fogão a lenha, onde é servida comida reparadora como massas e sopas para os montanhistas que lá se hospedam ou acampam ao redor do refúgio. No primeiro andar há um dormitório com beliches capaz de abrigar até 40 pessoas. Quem preferir, pode acampar gratuitamente na margem esquerda da Lagoa Toncek, onde venta menos. O acesso ao refúgio é feito somente a pé ou a cavalo. São três ou quatro horas 10 de caminhada de Bariloche. Todo o equipamento, material, combustível é transportado por essa forma. O refúgio disponibiliza a cozinha e os banheiros para uso livre, mediante pagamento de uma taxa módica. A cozinha dispõe de utensílios e fogão, assim como condimentos básicos e água quente. Alguns preços: pernoite $ 25, uso da cozinha $ 5, PF $ 20, macarronada $ 12, sopa $ 5, café da manhã $ 12, café grande $ 4, chocolate quente $5 (preços em pesos argentinos). A temperatura no verão é amena (10 a 18 graus), embora chegue abaixo de zero nas madrugadas. Para as noites geladas, um bom saco de dormir e roupas quentes são essenciais. Deve-se levar também lanterna, luvas, anorak, botas, protetor solar, roupa de banho e barraca, se for acampar. Para as escaladas no Frey, onde há vias com muitas fendas e uso freqüente de móveis, recomenda-se levar jogo de Stoppers, Camalots e TCUs, 12 costuras, 15 mosquetões, fitas diversas, capacete, baudrier e corda de 60m. O vôo é Rio-Buenos Aires-Bariloche. Bariloche é uma belíssima cidade turística rodeada de montanhas com picos nevados que merece uma visita antes de partir para o Frey. Chegando em Bariloche recomenda-se passar em um supermercado para abastecer-se de alimentos e comprar o guia do El Frey no Clube Andino ($10) no centro da cidade, ponto de encontro de montanhistas. Nicole Ingouville dezembro/2007 Dezembro / 2007 No dia 13 teremos nossa Assembléia Geral para a eleição da nova diretoria do CEG para o ano de 2008. Gostaria de agradecer a colaboração dos demais membros da diretoria, guias e sócios que contribuíram para que o CEG vencesse mais um ano, em plena forma, com todos os boletins mensais impressos, com seu site sempre atualizado e com as contas em dia. Foram dois CBMs e a ETG, que contaram com a dedicação dos guias: Beto, Fred, Ricardo, Seblen, Flavinho, Lula, Luiz Alberto, Alex, Trindade, Eliel, Mollica, Paulo Reichel, Ronaldo, Samara e Waldecy. Um especial agradecimento ao Beto, que organizou uma super programação de ETG e ao Seblen e Ricardo que continuaram o trabalho após seu afastamento. É importante lembrar também algumas colaborações de guias profissionais como no caso do André Ilha que ministrou um curso de conquista para a turma da ETG, que resultou numa via no Morro dos Cabritos. Coube aos alunos da ETG organizarem os dois CBMs de 2007, sob a supervisão dos guias, o que funcionou muito bem. Cabe também lembrar nosso relacionamento com os demais clubes de montanha, principalmente o CERJ, que fizemos algumas atividades conjuntas: Pico da Tijuca com Reinaldo Benkhen fazendo 80 anos, Circuito Cocanha-Taquaruçu www.guanabara.org.br (guiado pelo Schmidt), Nariz da Freira por Portais de Hércules (Waldecy e Rafael CERJ, Boris CEG e Bula CEC) e invasão de Itacoatiara com churrasco na casa do Rodrigo Show, além de várias idas a Salinas com várias escaladas mistas. Nosso carnaval na Urca já se tornou tradição. Esse ano contou com a colaboração da bateria do Bloco de Paracambi (trazido pelo Altair). Já está prometida uma reprise ampliada em 2008. Na virada de novembro para dezembro ocorreram os aniversários: de 70 anos de Suelly (sócia nº 2) e do PJ, nosso vicepresidente. No dia 29 rolou um churrasco na sede do CEG e no dia 1º de dezembro, um almoço no Restaurante Concha Doce na Barra, organizado pelo Jurassic Park do CEG para homenagear a Suelly. Após a campanha do Toldo (já colocado), estamos agora na campanha do puxadinho. Já entregamos uma petição à Administração do condomínio pleiteando a construção de uma sala para guardar material e liberar a sala principal. Agora é rezar para que seja aprovado nosso pedido. Termino lembrando que 2008 será o ano da preparação das atividades de comemoração dos 50 anos do CEG, que ocorrerá em 2009. Um bom Natal para todos e um 2008 com muita pedra. Roberto Schmidt de Almeida 3 notícias artigo artigo do passado Picos da Floresta da Tijuca Num dia de dezembro de 2006 resolvi fazer o máximo dos Picos na Floresta da Tijuca. Não é nada “babilônico”, porém considerei uma excursão puxada. O meu joelho já estava bem machucado prenunciando a necessidade da cirurgia que finalmente ocorreu agora em outubro. Fui sozinho como gosto de andar na Floresta. Cheguei no Portão às 8h e acessei primeiramente o Visconde, passando depois pelo “Cruzeiro” (que não é um cume, diga-se de passagem). Era uma manhã clara, com o céu lavado. Um dia lindo e, surpresa, não muito quente. De lá fui fazendo os meus caminhos: Conde, Anhanguera, Andaraí Maior, Tijuca Mirim, Tijuca, Papagaio (pela “normal”) – naquela altura já estava sentindo muito o joelho esquerdo, sendo obrigado a parar de quando em vez. No cume do Papagaio parei para descansar e aproveitar o belíssimo visual. Fui até a Pedra Rosa espiar o Papagaio por outro ângulo. Durante a excursão eu telefonava para o Chico Saraiva informando onde estava e a hora. Papagaio, Cocanha, Castelos da Taquara e decidi descer pela Cova da Onça atravessando a ponte que ainda estava quebrada e, tomando uma pequena trilha meio escondida, dirigi-me a um poço muito agradável para um necessário e bem vindo banho. 4 De roupa trocada e meio que alimentado fui devagar pela Cova da Onça até a saída da Floresta onde encontrei com a Elma para almoçarmos no Restaurante da Praça Affonso Vizeu. Disso tudo posso dizer que fiz uma singela excursão aproveitando um dia maravilhoso, observando a Floresta vazia, apenas Eu, alguns pequenos animais (um teiú pela trilha do Papagaio e alguns quatis no Sertãozinho da Taquara), uma colônia que me pareceram ser de pacas na Cova da Onça, bastante água, principalmente em alguns pontos escondidos na trilha quando se desce da mesma e que vale a pena procurar para descobrir. Tudo é busca. Caminhar sozinho é algo inexplicável, mesmo que seja uma pequena caminhada. Ao mesmo tempo em que se busca a introspecção requer os sentidos alertas, cuidados e atenção para não pisar em falso ou nas cunhad, digo, jararacas, para não se perder nos caminhos óbvios e não cair na tentação de competir com o desejo de correr, de caminhar para bater recordes. Caminhar é observar as folhas caídas no chão, as árvores antigas que de tudo um pouco já viram, os insetos, os animais, enfim, aproveitar o dia de forma plena. Abraço para todos e um Feliz 2008 repleto de excursões! João Mollica dezembro/2007 comida. Aparece o sol, corrida para as máquinas. Tudo pronto para as fotografias: surge uma nuvem e encobre tudo. Sol, nuvem, sol, nuvem... desistência, guardam-se as máquinas. Ficam passeando pelas imediações do abrigo. Às 11h são informados de que o almoço deverá sair às 13h. Sobem então a trilha, a qual batizam de “La Estrada del Bosque”, até a altura do quilômetro 6,5. Panorama: nuvens, nuvens... No trajeto, Amorim, Raul e Montenegro fazem a conquista de um paredão. Na, subida desse paredão, o Amorim deixa o termômetro cair e na queda quebra-se. O paredão é denominado então de “Paredômetro” ou “Castelitos de Brackmenn”. A partir desse momento o cálculo da temperatura será feito pelo “Arakômetro”. Voltam ao abrigo e almoçam: feijão, arroz, macarrão, farinha e, para variar... sardinha em lata. Café. Depois do almoço, conversas, corridas por dentro e por fora do abrigo, pulos e estréia o “Robin Hood”, do abrigo 2: de atiradeira, o Amorim resolve matar as saudades... mas fracasso... não atinge nada. 17h30, o rádio está ligado. Ouve-se “Um estranho no Paraíso”. Neste momento o Raul quebra a camisa do Lampião, e este “Diário” está sendo escrito com luz de lanterna. Temperatura verídica (do lado de fora): 9 graus; de “arakômetro” (do lado de dentro) doze graus. Ao terminar a leitura dessa parte do “Diário”, no rádio está tocando “Love is a many splendored thing” (O amor é bacana paca). Aprovada esta parte do “Diário”, por unanimidade, ficou estabelecido que jantariam às sete horas (sem macarrão), porém com a infalível batata e o famosíssimo arroz à “detenção”. Após, arrumariam a bagagem para a escalada do “Dedo de Deus” e aguardariam a transmissão www.guanabara.org.br do programa “Mais perto do Céu”. Aguisa de informação ao “fan-clube”: o famoso “Book-maker da Broadway, para a Fernando; o “‘Chato”, para o Amorim; o “Cri-Cri”, para o Montenegro e desafinado, nojento, Frank Sinatra, para o Raul, está cantando. Às dezenove horas jantam: feijão, arroz e macarrão e não batata, conforme prometido. Durante o jantar ouvem o programa “Hi-Fi Clube”. Após o jantar passam a aguardar o programa “Mais perto do Céu”. De vez em quando um vai do lado de fora do abrigo para ver o tempo: umas vezes, céu estrelado: alegria; outras vezes céu encoberto: tristeza. Começa o programa. Grande expectativa pela mensagem que seria enviada. Segue o programa e nada da mensagem. Aumenta a agonia... “E agora ouviremos o representante do Centro Excursionista Guanabara, o Prof. Manoel Armando Rodrigues da Costa”. Estouraram todos de alegria, principalmente quando o Manoel fala nos “flagelados”, dizendo que passarão a semana fazendo excursões, inclusive sem tomar banho. Terminado o programa começam a preparar a material para a escalada. E voltam as saídas para ver o tempo: “céu nublado, céu estrelado, céu parcialmente estrelado... 9h30 todos nos seus beliches. Cinco minutos depois acaba toda a alegria: começa a chover, ligeiramente, depois pára. Frio intenso. Três cobertores para cada um. Fernando FFernandes ernandes de Oliveira e Cunha Essa matéria foi escrita em 1960. O texto continua na próxima edição. 9 tinuam. O guia se enfeza, fecha o tempo e acaba com o barulho. Todos em seus beliches e o silêncio é quase total. Durante a noite ouvem-se umas risadinhas, não se identificando a sua origem. Pareceu-nos ser duas ratinhas conversando. De madrugada acorda o Serpa, sobressaltado: - Manoel, Manoel, são cinco horas. - Heim, Serpa, que é? - São cinco horas. - Cinco horas coisa nenhuma. São quatro e dez. - É que acordei agora e todos os dias eu acordo às cinco horas. Domingo Cinco horas. Alvorada. Depois de feito o “makup” é servido o café. Os desiludidos comem pão de fôrma com queijo catupiry e iniciam a campanha do “o que lhe sobra está fazendo falta a alguém”. Depois do café, partem em direção ao “São Pedro”. Logo no início da caminhada surge o “Nhonhoco”, constantemente chamado pelo Serpa. Com ligeiras paradas atingem o abrigo 3 onde encontram dois senhores que prosseguem a caminhada na companhia do grupo até o abrigo 4. Na marca dos dois mil metros de altura, os estreantes são batizados: Mirthes (Pau de Arara), Neusa (Jurubeba), Sonia (Blusinha de Criança), Ivete (Pimentinha), Léa (Muchilinha), Adauto (Cadete Nhonhoco da L.U.). Aproveitando a ocasião é batizado um dos senhores que nos acompanhava), recebendo o nome de “Rei Momo”. Encerrada a cerimônia de batismo prossegue a caminhada. Após ligeiro repasto no abrigo 4, onde toma café, chega o “São Pedro”. Descanso para uns, sono para outros; fotos, piadas, conversas. A Léa distribui bolo, doce de leite, chocolate etc. Para 8 manter a tradição, a Neyde começa a sentir dores de barriga. Inicia-se a volta. Ao passarem pelo abrigo 4 a Neyde toma um Sonrisal (mas como São Risal não ‘protege’ dores de barriga...não faz efeito). É designado ao Manoel ir na frente, levando os demais, enquanto a Neyde, a Sonia, o Amorim, o Magno e o Fernando seguem mais atrás. Chegam ao abrigo e já encontram o restante almoçando, sem mesmo tomar banho (pra que isso?). As doações para os “flagelados” começam a ser feitas: tangerina, laranja, pão, leite condensado, maçãs, biscoitos, pão, sanduíche de sardinha, chocolate, doce de leite, guaraná em pó, drops, batata (ofertado CEP) etc., etc., etc. e o remédio de Mirthes para depois de tudo isso... Às seis horas descem todos, inclusive os que ficaram de férias no abrigo. Na barragem, Amorim, Fernando, Raul e Montenegro, despedem-se e voltam ao abrigo. Chegando ao abrigo, escolhem seus beliches e arrumam “a bagagem”. Sempre dividindo em quatro pedaços, comem a maçã deixada pela Neyde, mariolas, chocolate e doce de leite ofertados pela Léa. Tomam café, ouvem rádio, apagam o lampião. Com a luz verde da lanterna contra um copo, toma a “água mineral” oferecida pelo Lintz. Ouvem ainda um pouco mais de rádio e às dez horas e trinta minutos, vão todos para seus beliches. Segunda-F eira Segunda-Feira Acordam às 8h. Levantam às 8h20.Tomam café. O ”breakfast” constitui-se de catupiry, leite condensado à paude-arara, pão à Lintz, café à Anrigo 2, sanduíche de sardinha à Michilinha, biscoitos à Embaixada. Todos comeram duplamente. Após o café dão um balanço na dezembro/2007 artigo artigo Um passeio com misticismo e natureza A Chapada dos Veadeiros é um lugar um relaxante banho nas piscinas de águas que reúne características únicas que faz termais à luz do luar e ao som dos bichos dela um lugar especial. Localizada no co- notívagos do cerrado. Um verdadeiro deração de Goiás, a Chapada é o mais an- leite! Eu e minhas amigas experimentatigo patrimônio geológico do continen- mos isso tudo durante uma visita de cinco te, formado 1,8 bilhão de anos atrás. dias no último feriadão e faríamos tudo Quem percorre seus vales sente-se uma de novo sem titubear. formiguinha diante da grandiosidade dos A Chapada dos Veadeiros fica a cerparedões rochosos. Conhecida como “a ca de 230km de Brasília, 3h30 de carro Porta do Ceú”, a uma altitude de 600 a ou de microônibus da Real (apenas trin1700m, a Chapada está situada sobre ta reais). A viagem é tranqüila, e a paiuma gigantesca placa de cristal de quart- sagem, agradável. Chegamos na Vila de zo e por isso carrega uma energia espe- São Jorge em tempo de ver o nosso pricial, segundo os místicos. Quer você meiro pôr-do-sol do cerrado, um visual acredite ou não, o resulinesquecível. A Vila de tado da viagem é um São Jorge fica no municí“Dizem que tem tantas estado zen, de prazeroso pio de Alto Paraíso. Recocachoeiras naquela região mendo que fiquem na vila relaxamento mental. Quem curte pedras que algumas ainda sequer e não na cidade. Lá o cliforam descobertas descobertas”” fica deslumbrado com a ma é mais mágico, rústivariedade que lá se enco, além de estar pertinho contra – desde imensos blocos de pedra da entrada do parque. Ficamos numa que compõem os cânions até as incríveis pousadinha a 1km da sede do Parque pedras brancas moldadas pela água, imi- Nacional. Na vila há opções de hospetando a superfície lunar no exótico Vale dagem para todos os bolsos, desde da Lua. As cachoeiras são incríveis, cada campings até pousadas mais sofisticadas. uma mais bonita do que a outra, com O Parque Nacional da Chapada dos variedades para satisfazer todos os gos- Veadeiros hoje tem uma área de 61mil tos. Dizem que tem tantas cachoeiras na- hectares, apenas 10% do seu tamanho quela região que algumas ainda sequer original. Rigorosamente controlado pelo foram descobertas. Lá você encontra des- Ibama, apenas 1% do parque está aberde gigantescas quedas d´águas de 120 to para visitação. Nesta reserva ecológimetros de altura – um visual deslumbran- ca habitam tamanduás, veados te – até as deliciosas corredeiras com campeiros, tatus, seriemas, araras, pahidromassagem natural – perfeitas para pagaios, canelas-de-ema, bromélias e aliviar as tensões e afogar os estresse da buritis. Os veados, tamanduás e tatus são cidade. E para fechar um dia de cami- mais tímidos e difíceis de ver, mas o resnhada com chave de ouro, nada como tante da lista é figurinha fácil nas trilhas www.guanabara.org.br 5 do parque. Ao longo das trilhas os liquens de tom laranja forte atestam a qualidade do ar. “Essa coloração é sinal de poluição zero”, disse o guia. O Parque é acessado por turistas acompanhados de guias locais, que cobram uma diária de sessenta reais divisíveis por até 10 pessoas. Ele abre às 8h e fecha às 18h (não abre às segundasfeiras) e a entrada custa três reais. As trilhas até as atrações são antigas rotas usadas por garimpeiros e levam cerca de duas horas de caminhada pela vegetação rasteira. Ao final da caminhada, paisagens gratificantes e um delicioso banho de cachoeira. Há três passeios promovidos pelo Parque: (1) Cânion 1, (2) Cânion 2 e Carioquinhas, e (3) Saltos 120m e 80m. O Cânion 1 é o mais distante e fica fechado durante o período de chuvas devido ao risco de tromba d´água. Infelizmente, o acesso estava fechado em novembro. De lá só trouxe relatos assustadores dos guais que contam sobre a força da água que carrega tudo que cruza seu caminho, de troncos a turistas. No Cânion 2 é possível ver o Rio Preto correndo no fundo do paredão rochoso, desaguando numa grande piscina natural. Próximo ao Cânion 2 estão as Carioquinhas ou Cachoeira das Cariocas, um poço com várias cascatas belíssimas. Segundo o guia, ela ganhou esse nome depois que duas cariocas foram encontradas naquele local perdidas há dias. O passeio dos Saltos é imperdível. Após uma hora e meia de caminhada você se depara com uma imponente queda d´água de 120 metros. Mais adiante há outra, com 80 metros e um grande poço para banho, numa vale cercado por imensos paredões rochosos. Para finali6 zar o passeio chegamos às Corredeiras, um delicioso complexo de hidromassagens de todas as intensidades e pedras quentinhas para pegar sol. Do lado de fora do parque, no caminho para Alto Paraíso, avista-se o Jardim de Maytrea, um visual incrível semelhante ao de uma savana africana, com buritis, uma espécie de palmeira, enfeitando o cartão postal e a Pedra da Baleia ao fundo. Fora do Parque há também passeios igualmente atraentes em propriedades particulares, que já fizeram parte do Parque Nacional. A taxa padrão de visitação é de cinco reais. O Vale da Lua, provavelmente o mais famoso, é imperdível. O rio São Miguel esculpiu as rochas durante milhares de anos formando um visual semelhante a uma superfície lunar. Recomendo também um passeio até a Morada do Sol durante a manhã, onde você encontra lindas cachoeiras e cânions e um delicioso almoço, e à tarde um passeio a Raizama, uma linda trilha com interessantes formações rochosas formadas pelo efeito da erosão. E para finalizar o passeio, vá até o Encontro das Águas dos Rios Tocantinzinho e São Miguel e testemunhe um belíssimo espetáculo de formação de águas azulturquesa numa verdadeira praia de areia branca à margem do rio. O Tocantinzinho é um dos principais formadores do rio Tocantins, a água nasce ali no coração do cerrado e percorre milhares de quilômetros até desaguar no Atlântico. Na Chapada dos Veadeiros tem programação para quantos dias você quiser, é só escolher. A natureza foi generosa com esse lugar. É diversão garantida, um verdadeiro colírio para os olhos e um trato para a mente. Nicole Ingouville dezembro/2007 notícias artigo do passado Excursão de férias – 9 a 18 de julho de 1960 Local: Abrigo 2 – PNSO – Teresópolis Às 15h30 do dia 9 de julho de 1960, partiram para uma excursão de férias os seguintes associados do Centro Excursionista Guanabara: Gustavo Montenegro (Black Mont), Fernando Fernandes (Lindóia), Raul Fernandes (Jaburu Amarelo) e Divaldo Amorim (Carlito de Serra dos Órgãos). Juntamente, seguiram mais dez outros sócios, que foram passar o fim de semana. A viagem transcorreu normalmente, com ligeira parada para um cafezinho. Chegaram a Teresópolis (porta do Parque) às 17h30. Até à Várzea, seguiram Manoel e Magno que foram comprar mantimentos. Para a administração seguiram os demais. Depois de preenchidas as formalidades, o guia consegue, com o administrador do Parque, um caminhão para levá-los, e mais alguns rapazes do C.E. Petropolitano, até à barragem. O percurso foi vencido rapidamente e cantou-se, para variar, a “Valsa de uma cidade”. Ao chegarem, depois de ligeira parada no quiosque, foi a bagagem distribuída entre todos. Antes de prosseguirem na caminhada, Amorim deixa um bilhete para o Manoel. Durante o trajeto o “escravo” Adauto tenta matar o “capataz” Amorim, por motivos desconhecidos, numa curva que ficou sendo conhecida por “curva do assassinato”. Chegaram ao abrigo 2, às 20h50, com uma parada no abrigo 1. Como nas vezes anteriores surge o mesmo problema: abrigo ocupado por número de pessoas maior que a sua capacidade e todos com permissão. www.guanabara.org.br Jantaram aquele apreciadíssimo cardápio do abrigo 2: feijão, arroz e macarrão. Durante o jantar, na calada da noite, ganhou “sumidouro” mais uma sócia: Ivete. Comeu dois pratos daquele gostosíssimo feijão com arroz, além do macarrão. Ao final do jantar chegaram o Manoel e o Magno, que tinham ido fazer compras. Jantaram. O Manoel come esfomeadamente quatro pratos de feijão, arroz e macarrão. O Magno nada come... do que se aproveita o Amorim para comer por ele. Depois de servido o café e comemorarmos os aniversários do Adauto e do Lintz (mais uma vez o encintamos em uma atividade nossa), saíram para dar um passeio pelas imediações do abrigo. Ao voltarem é dada a ordem de “cama” para todos e alvorada às cinco horas. Todos se recolhem. As moças, devido à escassez de beliches, são obrigadas a dormir duas em cada uma. Assim é que dormem: Sonia e Ivete; Léa e Neyde; Neusa e Mirthes. Devido aos pesadelos, Serpa prefere dormir em beliche abaixo. Sonia de tão gorda que é, ao virar-se no beliche, atira a Ivete ao chão, que cai “quinto-apoiadamente”. No beliche de cima, iam dormir a Léa e a Neyde. Sobe a Léa e nada acontece; sobe a Neyde e o abrigo estremece. Léa, então, com pena da “embaixada”, propõe a troca de beliches. Desce o Manoel do seu e pede ao Lintz para ir para o beliche das duas e elas descem para o do Lintz. Como sempre acontece em excursões desse tipo, as conversas e as risadas con7
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