A tecnologia inunda os blocos operatórios

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A tecnologia inunda os blocos operatórios
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A tecnologia inunda os blocos operatórios
Quando se trata de inovar em cirurgia assistida com tecnologia de ponta, Espanha aparece
sempre entre os países pioneiros. Uma prova disso é a primeira intervenção cardíaca assistida
por robô, realizada em 2008 no Hospital Civil de Málaga. Desde essa data, muitos foram os
desenvolvimentos tecnológicos incorporados para assistir os cirurgiões na delicada tarefa de
operar o coração, sem esquecer que Espanha foi também o primeiro país a utilizar Google
Glass num bloco de operações.
Mas a aplicabilidadedas inovações tecnológicas na prática cirúrgica não está isenta de debate.
O Dr. Homero Rivas, Director de Inovação Cirúrgica da Universidade de Stanford, mencionou
durante a sua participação no evento Health 2.0 Europe 2015, que a inovação tecnológica deve
ser “intuitiva e escalável”, considerando ainda que o modelo de negócio da saúde não é muito
eficiente neste sentido, uma vez que se trata de um modelo “não escalável, afastado de riscos
e restringido a recursos limitados”.
De entre os principais obstáculos à adopção da tecnologia no campo da saúde, O Dr. Homero
Rivas mencionou factores económicos, tecnológicos e humanos; no caso destes últimos,
sublinhou especialmente a necessidade de “uma mudança de mentalidade nos profissionais de
saúde”. Perante esta situação, propõe soluções como: estabelecer modelos de código aberto e
confiar na realidade virtual, na impressão 3D e nos wereables.
O que é que a tecnologia oferece aos cirurgiões?
A tecnologia oferece inúmeras possibilidades aos cirurgiões: comunicar remotamente com
outros médicos, fazer consultas rápidas no momento da operação, contar com “mais olhos e
mãos”, criar listas de segurança durante a intervenção, ou fazer operações complexas de
forma menos invasiva para o paciente. Vejamos alguns exemplos:
Cirurgia robótica. Graças à robótica, as operações complexas e de acesso complicado tornamse mais cómodas e precisas, uma vez que esta tecnologia oferece ao cirurgião instrumentos
mais pequenos que reproduzem com precisão os seus movimentos, assim como uma perfeita
visualização da zona afectada (com imagens 3D ampliadas e em alta resolução). Em particular,
o sistema Vinci é utilizado em vários centros clínicos de Espanha.
Na cirurgia cardiotorácica, esta tecnologia é utilizada para a colocação de bypasses
aortocoronários, para a reparação mitral, para o encerramento da comunicação interauricular,
para a reparação da válvula tricúspide, em ligaduras de anel aórtico e em cirurgias de
mediastino.
Visão estereoscópica e blocos operatórios integrados. Graças aos blocos operatórios
integrados, o cirurgião tem controlo máximo durante as operações, uma vez que conta com
“mais mãos” e com a visão em 3D. Basta pisar um botão para que o profissional de saúde
possa utilizar os instrumentos de que necessite; além disso, o bloco operatório integra uma
rede de comunicação que inclui a transmissão, que pode servir para actividades docentes ou
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para que os profissionais que se encontrem fora da sala tenham acesso às imagens e saibam
quando intervir.
Uma das principais vantagens que estes blocos operatórios oferecem é serem “mais eficientes
e intuitivos”; também permitem gravar dados e que o médico possa aceder à documentação e
intercâmbio de dados de forma simples.
Impressão 3D. Graças a este tipo de impressoras, é possível obter modelos dos órgãos que
serão operados: recentemente, uma equipa de especialistas do Hospital de Spectrum Health
Helen DeVos, de Michigan, obteveo primeiro coração impresso em 3D. Trata-se de um modelo
detalhado que envolveTomografia Computadorizada, Ressonância Magnéticae Ecocardiografia
3D; segundo os seus criadores, contribuirá para melhorar o diagnóstico e a planificação da
intervenção cirúrgica.
Ferramentas do mundo dos jogos de vídeo. Um novo dispositivo chamado TedCube
(tecnologia Tedcas) liga-se através de uma porta USB ao equipamento cirúrgico e a diferentes
sensores, como Kinect, Leap Motion ou abracelete MYO (usados em jogos de vídeo). Deste
modo, actua como “tradutor” entre os sensores e o equipamento cirúrgico, para que este seja
capaz de reconhecer o cirurgião e os movimentos da sua mão “com precisão milimétrica”,
implementar o seguimento ocular (como com Google Glass), ou o reconhecimento de voz. Esta
tecnologia está a ser utilizada no Hospital de Navarra.
Simulação. Um software de simulação cardiovascular que actualmente é desenvolvido pela
Universidade Rey Juan Carlos (URJC) de Madrid, será utilizado para apoiaras ferramentas de
diagnóstico cardiovascular e obter um resultado mais preciso, prever com antecedência as
condições de uma intervenção cirúrgica e analisar o impacto da colocação de equipamentos
médicos intrusivos, tais como cateteres, stens, válvulas ou bombas cardíacas.
Entre as aplicações úteis no bloco operatório, também encontramos o SaveScore, que ajuda a
prever a sobrevivência dos pacientes submetidos a oxigenação extracorpórea por membrana
em casos de choque cardiogénico refractário.
Tecnologia para formação do cirurgião. Para formação em cirurgia robótica, no CMAT do
Parque Tecnológico da Saúde de Granada, contam com um dos poucos robôs da Vincipara a
formação de cirurgiões existentes na Europa.
A realidade virtual também se transformou numa ferramenta de grande utilidade para a
formação no campo da cirurgia. Os estudos demonstram que este tipo de formação “parece
reduzir a duração da cirurgia e melhorar o desempenho dos cirurgiões”. No futuro, talvez os
hologramas também sejam utilizados para a formação dos cirurgiões; na verdade, está já a
ser promovida uma plataforma holográfica para formar médicos.
Retomando as declarações do Dr. Homero Rivas, os médicos devem apoiar-se nas TIC para
que sua presença seja “escalável e exponencial”. Como médico, Rivas acredita no método
científico, mas pensa que muitas vezes pode ser “o maior impedimento para a inovação”. “Se
esperamos até ter o resultado de um estudo sobre um aparelho médico ou app, essa
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tecnologia já estará obsoleta".
Imagem: http://bit.ly/1NJdg5y
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