Tecnologia brasileira Inova para setor de laticínios
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Tecnologia brasileira Inova para setor de laticínios
Máquinas e Equipamentos Tecnologia brasileira Inova para setor de laticínios De olho nas necessidades do setor de leite e produtos lácteos, empresas brasileiras de máquinas e equipamentos desenvolvem soluções para otimizar e levar mais eficiência para as indústrias 26 Produtividade e crescimento industrial estão diretamente relacionados à tecnologia. De nada adianta ter abundância de matéria-prima e não obter o máximo de lucro e qualidade no produto final. Principalmente, neste momento de expansão da economia brasileira, todos os setores produtivos passam pelo processo de incorporar ferramentas com objetivo de modernizar seus parques industriais. Conscientes da necessidade de investir em novas tecnologias, empresas de todos os portes procuram instrumentos que contribuam para atender um mercado de consumo cada vez mais exigente na questão da qualidade, extraindo ao máximo das matérias-primas utilizadas no processo produtivo. Fabricantes nacionais têm detectado necessidades específicas de máquinas e equipamentos e trazido soluções adequadas às indústrias. Atualmente, o controle de qualidade é ponto determinante para garantir a credibilidade de produtos, principalmente na área da alimentação e, para isso, é fundamental uso de instrumentos confiáveis nas análises laboratoriais. Desde recursos para análises das condições da matéria-prima até o processamento do leite e na transformação em derivados, as indústrias contam com máquinas e equipamentos com tecnologia que trazem segurança ao produto final. Entre seus desenvolvimentos recentes para a área de laboratórios, a Gehaka trouxe nova linha de ultrapurificadores Master Systems Série MS 2000. 27 Máquinas e Equipamentos Tecnologia brasileira - Inova para setor de laticínios Como a água é o solvente mais comum utilizado em laboratórios e sua qualidade pode defraudar os resultados esperados, o uso da água com grau de pureza inferior à adequada compromete diretamente o resultado das análises. As normas, reconhecidas internacionalmente, classificam os diferentes tipos de água purificada, indo do Tipo I ao Tipo III. O uso de tecnologias de purificação é o caminho correto para obtenção qualidade do líquido, pois é possível medir com precisão e monitorar os contaminantes. Os produtos da nova linha dispõem de um programa que monitora continuamente as medidas críticas da água purificada: resistividade, condutividade, temperatura e nível do reservatório. Atendem às determinações das Boas Práticas de Laboratório, já que possuem impressora incorporada que registra a rastreabilidade dos parâmetros: data; hora; resistividade, condutividade, temperatura, data da troca e validade de cada um dos consumíveis, além da data da última sanitização e número de série do aparelho. O processo de sanitização é automático, proporcionando segurança e conforto total ao usuário. Para garantir a máxima segurança, a linha Master System MS 2000 possui as seguintes etapas de purificação: filtro de partículas; bomba de entrada; filtro de carvão ativado; bomba de pressurização; osmose reversa; ponto de serviço de água Tipo III; reservatório interno de 12 litros; bomba de recirculação; luz UV de dupla ação: germicida e oxidação do carbono orgânico; deionizador; filtro microbiológico em cápsula de saída com membrana em fibra oca com retenção 0,01 micra. Os equipamentos também possuem software completo e de simples operação que informa em tempo real a resistividade e a temperatura da água servida, o modo de operação, bem como a validade de cada elemento filtrante utilizado. São equipados com controle digital microprocessado que monitora continuamente todas as fases de purificação da água desde a entrada, o nível do reservatório, a recirculação e o serviço, que pode ser por fluxo contínuo ou volume programado. Os requisitos em qualidade e demanda de água purificada, em cada tipo de laboratório são diferentes e, baseada nessa situação, a Gehaka desenvolveu diversificada variedade de ultrapurificadores com solução específica para atender cada necessidade individual. Ultrapurificação de água - Gehaka Dreno Prensa - Águia Inox 28 Na linha de ultrapurificadores, o modelo Master System All atende à maioria das aplicações, como Cromatografia Líquida HPLC; Espectrometria de Emissão de Chama; Analisadores Bioquímicos; Analisadores de TOC; Eletroforese; Produção de Injetáveis; Cultivo Celular; Biologia Molecular; Produção de Soluções Padrão e Lavagem de ampolas e vidrarias críticas. Todos os modelos da linha MS 2000 atendem às normas: ASTM - Tipo I; NCCLS – Tipo I; USP - PW e WFI; ISO 3696 – Tipo I e CTLE-04 INMETRO. A última etapa da produção das indústrias de alimentos também esteve na mira da Gehaka, que trouxe para o mercado nova linha de verificadores automático de peso, a Checkweigher S100. O equipamento é comercializado pela Kaufmann, empresa do grupo que atua no segmento de logística, esteiras e sis- temas de pesagem automática.Segundo Marcela Silva, analista de pesquisa de mercado da Gehaka, “a empresa trouxe esta solução por solicitação de um de seus clientes, que buscava um verificador eficiente e de alta confiabilidade para atender à legislação que exige peso apontado nas embalagens de alimentos”. O equipamento utiliza moderna tecnologia mecânica e de medição para garantir pesagens rápidas, precisas e confiáveis, trazendo economia para qualquer processo. Com suas funções internas e saída serial, o equipamento transfere os resultados de pesagem para qualquer sistema, criando um registro das pesagens e garantindo maior confiança a todo sistema. Apesar de toda a tecnologia embutida, sua operação é intuitiva e requer um simples treinamento para seus usuários. Sua construção em aço pintado com epóxi ou aço inox oferece robustez e durabilidade ao conjunto. Há ainda a possibilidade de utilizar uma impressora térmica incorporada ao sistema, gerando relatórios de forma simples e rápida, possibilitando também o descarte automático de embalagens fora de pesagem ideal. Entre as funções do equipamento estão: comparar o peso atual com os limites inferior e superior programados. A Torre de sinalização indica o resultado e rejeita o produto; acumula o valor do peso de cada produto que passa pela esteira. Conta o número de produtos e calcula seu peso médio; calcula o número de peças em uma embalagem a partir do peso médio e efetua os cálculos estatísticos de uma amostra, como média, desvio padrão, desvio padrão relativo, máximo, mínimo entre outros e envia resultados pela saída serial RS232C. Máquinas tecnologia e Equipamentos Produção automatizada de queijos - Águia Inox Produção automatizada A área de queijos nas indústrias de laticínios também conta com novos equipamentos desenvolvidos por fabricantes brasileiros, como a Águia Inox, que possui departamento técnico de engenharia, calderaria e mestres queijeiros que contribuíram para mecanizar processos de fabricação de mussarela, prato, frescal entre outros. O processo de fabricação mecanizado/automatizado, criado pela empresa, possui capacidade para indús- trias a partir de 50 mil litros/dia até 300 mil litros/dia e possibilita intervenção do queijeiro durante todo o processo. Pode ser completa ou modular, ou seja, permite utilização de equipamentos já existentes e, para isso, basta apenas adequação ao projeto. Além de grande diminuição de mão-de-obra, a queijaria minimiza possíveis contaminações e diminui efluentes, consequentemente, aumenta o rendimento. A empresa desenvolve também mecanização para processo de fabricação de doce de leite, iogurte, bebidas lácteas e achocolatados. Gilberto Luiz Welter, gerente da área comercial da Águia Inox, afirma que: “os sistemas atuais utilizados no Brasil na produção de queijos são ultrapassados e prevalece o trabalho manual, que implica em falta de padronização, contaminação dos queijos, além do desperdício de massa do alimento nas mesas de enformagem. A drenoprensa automática incorpora autolimpeza, utilizando o sistema CIP também automático. Foi concebida de forma a facilitar o processo na prensagem da massa e corte com todas as receitas predeterminadas em painel de controle. Vimos necessidade desse equipamento no mercado e desenvolvemos a solução para a área de queijaria com custo dentro da realidade do Brasil. Estamos focados no setor de lácteos e, em breve, novos equipamentos serão lançados para uso na fabricação de derivados de leite”. Tanque de salmoura – Águia Inox Inovação em processo de salmoura O processo de salmoura utilizado em queijos também ganhou novo equipamento, que está chegando ao mercado. O desenvolvimento vem da WGM Sistemas, empresa tradicional e especializada na produção de sistemas de filtração por membranas e também para concentração do leite e do soro proveniente do queijo. Ampliando sua atuação no setor, a WGM desenvolveu equipamento para recuperação e purificação da salmoura, aperfeiçoando o processo dentro das indústrias de laticínios. “Utilizando todo nosso expertise de mais de 20 anos em filtração por membranas e buscando atender as necessidades de nossos clientes, a WGM aprimorou e viabilizou este processo com um equipamento de fácil operação, pequeno porte e baixo custo operacional”, anuncia Jefferson Dantas, assistente técnico de vendas da empresa. 30 Atualmente, na produção de queijo podem ser utilizados diversos tipos de salga. Nos laticínios brasileiros, a mais utilizada é a imersão do queijo em solução salina, conhecida como salmoura. À medida que a salmoura é usada, ocorre uma baixa na concentração de cloreto de sódio, pois o queijo absorve sal e há um enriquecimento da mesma em substâncias oriundas do soro, como lactose, lactato, fosfato de cálcio, proteínas e peptídeos solúveis, além de um pouco de gordura e microrganismos. Ao final de um período considerável de uso, a salmoura tende a diminuir a densidade; aumentar o conteúdo de matéria orgânica e sais minerais; aumentar a acidez titulável; criar um tampão de pH pelo aumento de lactato e outros sais; aumenta a contagem microbiana e tem sua capacidade de salga diminuída. Para a recuperação desta salmoura , ela passa por um processo de filtração para retirada de substâncias indesejadas e, logo após, por uma pasteurização a 90oC, repouso de pelo menos um dia e retirada de sobrenadantes. Os inconvenientes advindos desse processo, geralmente, são: problemas na formação da casca; controle Microbiológico; dificuldades de estabilidade da solução salina; alto consumo de energia; dificuldades operacionais; geração de efluentes c/ descarte da salmoura ou resíduos com descarte e auxiliar filtrante (terra diatomácea) e ambiente de trabalho hostil (odores). O Sistema de Recuperação de Salmoura com Membranas, desenvolvido pela WGM, resolve esses problemas, utilizando a tecnologia de filtração por membranas, que podem ser definidas como uma barreira física semipermeável, que separa fluidos em duas fases e restringe o transporte de várias substâncias de uma forma específica. A sua função primordial é atuar como uma barreira seletiva, permitindo a passagem de certos componentes e impedindo a passagem de outros, possibilitando a manutenção da composição de uma mistura. O sistema é facilmente implantado e instalado após os tanques de salmoura já existentes, onde ele passa a filtrar a salmoura, fazendo sua purificação, eliminando a sujidade e a carga microbiológica e retornando para o processo de salga como uma solução nova, precisando ser apenas reposto do teor de sal absorvido pelo queijo. O resultado deste processo com membranas é um produto mais seguro do ponto vista microbiológico, com redução significativa das devoluções por defeitos de produtos. Suas vantagens são estabilidade da salmoura; eliminação de microrganismos e leveduras, redução no consumo de energia, redução no lançamento de efluentes, redução no consumo de sal (reposição), redução de defeitos de fabricação por problemas na casca ou sabor, redução de devoluções, exigindo menor logística reversa e maior facilidade operacional. Sistema de Recuperação de Salmoura com Membranas - WGM Fabricantes nacionais Fabricantes brasileiros de máquinas e equipamentos têm se empenhado em desenvolver soluções para suprir as necessidades das indústrias de alimentos e bebidas. Porém, muitas empresas nacionais do setor de máquinas enfrentam momento difícil para colocar seus equipamentos no mercado nacional. Atualmente, a concorrência dos fabricantes estrangeiros, que conseguem vender com mais facilidade no Brasil, tem afetado as vendas dos fornecedores nacionais. O câmbio favorável às importações e guerra de impostos são alguns dos fatores que favorecem os estrangeiros. Marcos Hiromu Irokawa, presidente da CSMIAFRI (Câmara Setorial de Máquinas para Indústria Alimentícia, Farmacêutica e Refrigeração Industrial), da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), ressalta: “alguns estados deram isenção de impostos para equipamentos importados, já o produtor nacional é obrigado a pagar. É uma guerra desleal. Em tecnologia, temos máquinas tão boas ou melhores que as importadas e, algumas multinacionais usam tecnologia de fora e fabricam no Brasil. Não há preconceito em relação ao fabricante nacional, o que acaba determinando a escolha, na maioria dos casos é o custo”. Em relação a outros segmentos da alimentação, Hiromu Irokawa avalia que o setor de leite e derivados está com demanda mais aquecida. “O final de 2011e início de 2012 foram fracos na área de alimentos, mas o de leite foi forte e alguns dados pontuais contribuíram para isso, entre eles, alguns fabricantes de lácteos ampliaram suas fábricas, outros inauguraram novas unidades, gerando vendas para o setor de máquinas”, complementa o presidente da CSMIAFRI. Com ventos favoráveis ou não, os fabricantes nacionais continuam com sua engenharia voltada para novas soluções e buscando espaços aqui e no exterior. Muitas dessas inovações poderão, inclusive, ser conhecidas na edição 2012 da Fispal Tecnologia. 31