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pela Saint-Gobain A BASE DO CONFORTO, SAÚDE E BEM-ESTAR Os edifícios, em particular a energia que consumimos ao utilizá-los, têm um dos maiores impactos ambientais no nosso planeta. Têm ainda um grande impacto nas nossas vidas, uma vez que passamos cerca de 90% do nosso tempo em espaços fechados – tanto em edifícios, como em automóveis – quer no trabalho, quer em casa, ou mesmo no nosso tempo livre. Contudo, muito poucas pessoas pensam sobre isso e questionam qual o desempenho desses elementos onde passam tanto tempo. Além disso, também não pensam no que devem esperar deles. Prefácio Na Saint-Gobain, o facto de querermos ser o líder mundial nas habitações sustentáveis levou-nos a criar o conceito das habitações Multi-Conforto. Incluindo o design “Passive House”, trata-se de uma forma de conceber e construir casas e ambientes de trabalho sustentáveis, saudáveis e confortáveis. Raramente ponderamos se um edifício vai realmente ao encontro das nossas necessidades, a não ser que, de repente, este já não nos satisfaça ou que nos faça sentir desconfortáveis. Quantos de nós já estivemos num restaurante onde é difícil ouvir a nossa própria conversa? Ou fomos interrompidos pelo barulho de vizinhos, quer em casa, quer no trabalho? Ou estivemos numa sala de reuniões onde a qualidade da luz é tão má que dificulta o nosso trabalho? Quantos de nós estivemos na escola dos nossos filhos e pensámos como as salas de aula fazem eco e qual o impacto que isto poderá ter na aprendizagem deles? É quando reparamos neste tipo de coisas que começamos a questionar o quão confortável são as nossas construções. O conceito Multi-Conforto assenta na premissa de que todos as construções podem ser concebidas para: · P roporcionar, de forma geral, mais conforto aos seus utilizadores; · Contribuir genuína e positivamente para a nossa saúde e bem-estar; · Conferir mais eficiência aos seus utilizadores – poupando dinheiro e energia aos proprietários das casas e contribuintes; · Alcançar o nível de eficácia energética da Passivhaus Multi-Conforto - para todos Esta brochura explica o que é uma construção Multi-Conforto e traça os princípios fundamentais de projecto que estão na base do conceito das habitações Multi-Conforto. Pretende inspirar e ajudar os proprietários e projectistas, quer das novas construções, quer daquelas que irão ser remodeladas, a fornecer teorias e modelos que os irão ajudar a obter mais conforto, saúde e bem-estar nos edifícios que projectam, constroiem e usam diariamente. 3 4 Habitações Multi-Conforto – Apresentação do conceito Multi-Conforto Índice Apresentação do conceito Multi-Conforto 6 Imagine um edifício… 8 A importância do conforto, saúde e bem-estar nos edifícios As vantagens dos edifícios Multi-Conforto Critérios dos edifícios Multi-Conforto Produtos & sistemas: 17 20 26 30 Conforto térmico 32 Conforto acústico 33 Conforto visual 34 Qualidade do ar interior 35 Edição número:1 Data de emissão: Novembro 2015 5 pela Saint-Gobain Apresentação do conceito Multi-Conforto Quando normalmente passamos 90% do nosso tempo dentro de casa ou em automóveis, faz sentido afirmar que os edifícios onde vivemos, trabalhamos ou nos divertimos no dia-a-dia têm um impacto significativo no nosso conforto, saúde e bemestar. Os edifícios devem proporcionar um habitat confortável e saudável, onde nos possamos sentir bem, ser eficientes e sentirmo-nos seguros no nosso dia-a-dia. Imagine um edifício que não só é amigo do ambiente, como também é bom para si - e para todos as outras pessoas que vivem, trabalham ou que lá se divertem. Imagine um edifício que alia o melhor nível de desempenho térmico com a excelência da acústica, conforto visual, óptima qualidade do ar interior e excelente eficiência energética. Imagine uma edifício Multi-Conforto… 6 Habitações Multi-Conforto – Apresentação do conceito Multi-Conforto NORMALMENTE PASSAMOS 90% DO NOSSO TEMPO DENTRO DE CASA OU EM AUTOMÓVEIS 7 CONFORTO TÉRMICO Imagine um edifício… … que se mantém confortável termicamente e utiliza muito pouca energia … onde não tem que utilizar radiadores em todas as divisões … que o faz poupar dinheiro para gastar noutras coisas que gosta 8 CONFORTO TÉRMICO Imagine um edifício… … que mantém a temperatura interior ideal todo o ano … onde todas as paredes têm uma temperatura agradável … onde não existem correntes de ar 9 CONFORTO ACÚSTICO Imagine um edifício… … onde está protegido dos ruídos exteriores … onde não ouve os vizinhos … onde pode fazer ruído sem perturbar os outros 10 CONFORTO ACÚSTICO Imagine um edifício… … onde os sons que quer ouvir são absolutamente nítidos … onde pode ouvir na perfeição, em qualquer parte da casa … onde não é incomodado por ruídos de fundo 11 CONFORTO VISUAL Imagine um edifício… … repleto de luz natural e que não a reflete … onde é fácil fazer trabalhos minuciosos e onde as cores são mais vivas … que traz o exterior para dentro, fazendo-o sentir-se melhor 12 QUALIDADE DO AR INTERIOR Imagine um edifício… …repleto de ar puro e fresco …onde o ambiente nunca é abafado …que o faz sentir desperto e alerta o dia todo 13 QUALIDADE DO AR INTERIOR Imagine um edifício… …que não deixa entrar a poluição exterior …que purifica efetivamente o ar …que elimina os níveis de COV prejudiciais à saúde 14 ECONOMICAMENTE ACESSÍVEL Imagine um edifício… …em que não tem de se preocupar com contas elevadas de energia ou de funcionamento …que necessita de pouca manutenção …que não é muito caro ...nem prejudica o meio-ambiente 15 OS EDIFÍCIOS MULTI-CONFORTO TRAZEM O EXTERIOR PARA DENTRO DE CASA 16 pela Saint-Gobain A importância do conforto, saúde e bem-estar nos edifícios O conceito de edifício Multi-Conforto destina-se a proporcionar conforto a todos – em qualquer tipo de construção. O baixo consumo energético e os baixos custos operacionais e de manutenção significam que, de facto, pode poupar dinheiro ao mesmo tempo que disfruta de todas as vantagens adicionais a longo prazo de um edifício vanguardista e sustentável, que lhe dá mais conforto, saúde e bemestar – todos nós merecemos habitações Multi-Conforto! De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde é um estado de total bem-estar físico, mental e social - e não apenas a ausência de doenças. controlo e a melhoria dos fatores do ambiente interior têm sido tratados de forma individual, sendo analisados um de cada vez e sendo feitas recomendações para a melhoria de cada um. Adotar uma abordagem holística no que se refere O bem-estar está a ser visto cada vez mais como um critério válido no âmbito das políticas públicas. à importância do conforto, saúde e bem-estar nos edifícios parece ser o caminho a seguir. Ao Todos nós valorizamos o bem-estar analisar cuidadosamente todas as diferentes áreas de conforto que um edifício pode (e, de As pessoas valorizam profundamente o bemfacto, deve) proporcionar, somos capazes de estar: é uma questão essencial no nosso melhorar o bem-estar das pessoas dentro dos quotidiano. Por conseguinte, o bem-estar deve desempenhar um papel central na concepção dos edifícios – independentemente do seu tipo ou das atividades específicas que lá ocorrem. edifícios. Deve ainda permitir que se encontre uma forma concreta e fiável de o avaliar. Conforto total, em qualquer altura Os arquitetos e engenheiros têm-se debruçado O conforto é uma condição de bem-estar físico na questão de como poderão obter um num determinado ambiente. Num edifício ambiente interior saudável dentro de casa, que são várias as condições que permitem que as contribua para a sensação de bem-estar das pessoas se sintam confortáveis e que, de facto, pessoas. Mas as relações entre o bem-estar das desempenhem de forma eficiente as tarefas a pessoas e o ambiente dentro das suas casas cumprir nesse espaço. são complexas. Como resultado deste facto, o 17 CONFORTO TÉRMICO CONFORTO ACÚSTICO CONFORTO VISUAL QUALIDADE DO AR INTERIOR ECONOMICAMENTE ACESSÍVEL 18 Existem cinco aspetos principais que afetam a perceção que as pessoas têm do conforto dentro das habitações: · Conforto térmico: determinado pela temperatura do ar interior, humidade, correntes de ar, etc. · Conforto acústico: determinado por parâmetros tais como: o ruído exterior, as vibrações, a nitidez do som, a inteligibilidade do discurso, etc. · Conforto visual: determinado por fatores tais como: a paisagem, a qualidade da luz, a luminosidade, brilho, etc. · Qualidade do ar interior: determinado por parâmetros tais como: a renovação do ar interior, os poluentes, odores, etc. · Ser economicamente acessível: determinado pelo preço acessível de construção e manutenção do edifício. Os quatro fatores - conforto térmico, acústico, visual e a qualidade do ar interior dos edifícios – são hoje mais bem entendidos do que outrora. Todavia, em conjunto, estes fatores tornam-se ferramentas determinantes na conceção de edifícios que promovem o bem-estar, a saúde e que sejam energeticamente eficientes e com consideráveis benefícios económicos – contribuindo para a felicidade de todos. Habitações Multi-Conforto - Apresentação do conceito Multi-Conforto Edifícios que promovem o bem-estar, a saúde e que são energeticamente eficientes Um edifício Multi-Conforto tem temperaturas estáveis, nem demasiado altas, nem demasiado baixas, de modo a que estejamos confortáveis, independentemente do que estejamos a fazer. As habitações Multi-Conforto têm o tipo e a intensidade certa de luz, nem muita, nem pouca, consoante as várias tarefas que desempenhamos – quer se trate de ler antes de dormir, executar uma cirurgia ou quando terminamos um trabalho. Os edifícios Multi-Conforto têm bons ambientes acústicos que eliminam ruídos indesejados e prejudiciais, e melhoram os sons que queremos e precisamos de ouvir. Nos edifícios Multi-Comforto, o ar interior é mantido fresco e limpo – enquanto os poluentes nocivos, independentemente do seu tipo, são reduzidos. O equilíbrio adequado entre estes fatores dános conforto dentro de um edifício que nós ocupamos com prazer, onde trabalhamos de forma eficiente, somos saudáveis e temos um elevado nível de bem-estar. Saint-Gobain: na vanguarda das habitações sustentáveis Enquanto maior fornecedor de materiais e tecnologias de construção, a Saint-Gobain desenvolve e fornece soluções inovadoras de elevado desempenho que melhoram as nossas habitações e as nossas vidas diárias. Reconhecida como uma das 100 empresas mundiais mais inovadoras, a Saint-Gobain tem conhecimento técnico sobre uma vasta gama de materiais e tecnologias, desde vidro plano e materiais de construção a polímeros de elevadas prestações e abrasivos. Nos últimos 350 anos tem sido pioneira no desenvolvimento de materiais inovadores que moldam o modo como vivemos. O nosso objetivo é contribuir com a nossa vasta experiência para a construção de um futuro melhor, mais confortável e sustentável. Isto foi o que nos levou a desenvolver o conceito Multi-Conforto. 19 QUALIDADE DO AR As vantagens INTERIOR dos edifícios Multi-Conforto Quando normalmente passamos 90% do nosso tempo dentro de casa ou em automóveis, parece fazer sentido afirmar que os edifícios podem ter um impacto significativo no nosso conforto, saúde e bemestar. Vamos documentar algumas evidências: O dióxido de azoto é conhecido por causar a inflamação das vias respiratórias, reduzir a função pulmonar e exacerbar a asma. Partículas suspensas (partículas minúsculas e invisíveis de poeiras minerais) estão relacionadas com doenças cardíacas, pulmonares e com o cancro. Algumas partículas suspensas acomodam-se nos pulmões enquanto as partículas mais finas podem entrar na corrente sanguínea, causando danos noutras partes do corpo. Constata-se que o trânsito de veículos é responsável por 42% do monóxido de carbono, 46% de óxido nítrico e 26% de partículas finas de poluição e que muitas escolas situadas perto dos principais eixos rodoviários deviam filtrar o ar que entra nos edifícios. Também se recomenda que as novas escolas, lares e hospitais sejam construídos longe dos principais eixos rodoviários devido ao perigo da poluição atmosférica. Fonte: Relatório do environmental Audit Comittee, (www.gov.co.uk) Evitar o stress gerado por elevados níveis sonoros e melhorar a qualidade do sono nos hospitais ajuda os pacientes a recuperar mais rapidamente e facilita o trabalho dos funcionários. 20 Habitações Multi-Conforto - Apresentação do conceito Multi-Conforto De acordo com o Centro de Desenvolvimento de Serviços para a Demência da Universidade de Stirling, edifícios bem projetados, com acesso a luz natural e com bom isolamento, que mantem o calor e restringe os ruídos, podem fomentar a saúde e o bem-estar. Um bom projecto pode ainda ajudar no tratamento da demência. As pessoas com demência ficam mais calmas e têm menos probabilidade de se perderem ou de ficarem mais perturbadas num ambiente concebido a pensar nas suas necessidades. Isto foi reconhecido pelo Departamento de Saúde Inglês, que disponibilizou fundos até 50 milhões de libras ao Serviço Nacional de Saúde e às autoridades locais para suprir as necessidades dos hospitais e lares no que se refere a ajudar as pessoas com demência. Fonte: Dementia: Finding Housing Solutions, relatório do National Housing Federation. ECONOMICAMENTE ACESSÍVEL Um estudo sobre os funcionários de um serviço de atendimento telefónico Californiano revelou que ter uma melhor vista da janela estava indubitavelmente associada a um melhor desempenho. Os funcionários executavam as chamadas telefónicas 7% a 12% mais rápido. Os programadores de computadores com uma vista da janela passavam 15% mais tempo a desempenhar a tarefa, enquanto os funcionários com funções semelhantes e sem vista para o exterior passavam 15% mais tempo a falar ao telefone ou um com o outro. O ar que circula em espaços fechados contém mais de 900 químicos, partículas e materiais biológicos com potenciais efeitos para a saúde. Tosse, olhos lacrimejantes, tonturas, espirros, cansaço e dores de cabeça podem ser sinais comuns da má qualidade do ar de um determinado espaço interior. Sintomas mais graves podem incluir irritação dos olhos, erupções cutâneas, dores musculares, problemas respiratórios, asma, febre ou calafrios, perda auditiva, hemorragias nasais, pieira e doenças pulmonares. Crê-se que a poluição atmosférica seja a principal causa do impacto dos fatores ambientais na saúde na Europa. Fonte: Daily Mail Online, 21 de Janeiro 2015 (www.dailymail.co.uk) Fonte: Heschong Mahone Group (2003) Windows and Offices: a Study of Worker Performance and the Indoor Environment (Technical Report) for California Energy Commission, 2003, pp 2-4. Um estudo Americano, no final da década de 90, sugeria uma ligação entre o espaço físico do escritório e o recrutamento e permanência dos funcionários. Uma das conclusões mais significativas foi a importância que os funcionários davam ao “aspeto visual apelativo” quando comparado com outros pontos. Fonte: American Society of Interior Designers (1999) Recruiting and Retaining: Qualified Employees – by design. 21 CONFORTO VISUAL Os funcionários que têm janelas nos seus locais de trabalho recebem 173% mais exposição solar durante o horário de expediente e dormem, em média, mais 46 minutos por noite do que aqueles que não trabalham em locais com exposição solar. Os funcionários que trabalham em espaços sem janelas mostraram piores resultados do que os seus homólogos no que se refere à qualidade de vida, nomeadamente problemas físicos e vitalidade. Mostraram ainda que dormem pior e que têm perturbações de sono. O estudo revelou ainda que os funcionários com janelas no local de trabalho desempenham mais atividade física do que os seus semelhantes que trabalham em espaços sem janelas. Isto destaca a importância da exposição à luz solar para a saúde dos trabalhadores. A questão da exposição dos funcionários à luz natural deve ser, aliás, uma prioridade para os designers de escritórios. Fonte: www.technology4change.com, 12 Agosto 2014. Em julho de 2013, o ‘Zero Carbon Hub’ (ZHC) e a ‘NHBC Foundation’ publicaram um relatório, a compilação do estudo realizado pelo Grupo de Trabalho da Qualidade do Ar em Espaços Interiores, que sublinhou o facto de as casas novas serem mais herméticas e terem uma ventilação adequada que mantém um nível satisfatório da qualidade do ar. Com base neste trabalho e nos interesses industriais, o ZHC destacou os problemas que podem advir durante o processo de instalação dos sistemas de ventilação nas novas casas. Estes aspetos podem claramente levar a que os edifícios não sejam adequadamente ventilados – o que se traduz numa má qualidade do ar e potenciais problemas de saúde para os seus ocupantes. Estudo ainda em curso disponível em: www.zerocarbonhub.org CONFORTO TÉRMICO Em 2011, num laboratório que recriava um escritório, foram desempenhadas várias tarefas associadas ao trabalho desenvolvido neste espaço, em que se estava na presença de COVs. O aumento da ventilação de 5l/s para 20l/s melhorou o desempenho em cerca de 8%. Fonte: Park JS. and Yoon CH. (2011) The effects of outdoor air supply rate on work performance during 8-h work period. Indoor Air 21:4, pp 284–2905. 22 Habitações Multi-Conforto - Apresentação do conceito Multi-Conforto CONFORTO VISUAL Em 2011 foi realizado um estudo sobre a relação entre a vista de um local de trabalho, o acesso à luz natural e as baixas médicas de funcionários dos escritórios do Campus da Universidade de Northwest. No seu conjunto, as 2 variáveis explicaram 6,5% da oscilação na baixa médica, algo que foi estatisticamente importante. Fonte: Elzeyadi I. (2011) Daylighting-Bias and Biophilia: Quantifying the Impact of Daylighting on Occupant Health, August 2014. Em 2006, uma análise de 24 estudos sobre a relação entre a temperatura e o desempenho profissional exibia uma diminuição de 10% no desempenho profissional, tanto a 30°C como a 15°C, comparativamente com o intervalo de referência entre 21°C e 23°C, que demonstrava o impacto que o conforto térmico podia ter nos ocupantes de um escritório. Um estudo mais recente, num ambiente controlado, apresentou uma diminuição de desempenho de 4% em ambientes mais frescos e de 6% em ambientes mais quentes. Fonte: Wargorcki P. (ed.) Seppänen O. (ed.) Andersson J. Boerstra A. Clements-Croome D. Fitzner K. Hanssen SO. (2006) REHVA Guidebook: Indoor Climate and Productivity In Offices. Lan L. Wargocki P. Wyon DP. Lian Z. (2011) Effects of thermal discomfort in an office on perceived air quality, SBS symptoms, physiological responses, and human performance. Indoor Air 21:5, pp 376-90. Um estudo em 2005 revelou que 99% dos inquiridos afirmaram que a sua concentração era afetada por ruídos no escritório, tais como chamadas telefónicas não atendidas ou conversas de fundo. CONFORTO ACÚSTICO Os ruídos não são só uma distração que impede que os funcionários desempenhem o seu trabalho de forma meticulosa e eficiente, como também pode ter um impacto negativo na saúde e nos níveis de stress. Fonte: Shepherd D. Welch D. Dirks KN. and McBride D. (2013) Do Quiet Areas Afford Greater Health-Related Quality of Life than Noisy Areas? International Journal of Environmental Research and Public Health 10, pp 1284-1303. Fonte: Banbury SP. and Berry DC. (2005) Office noise and employee concentration: identifying causes of disruption and potential improvements. Ergonomics 48:1, pp 25-37. 23 Um estudo em 1998 mostrou que houve uma diminuição de 66% na execução de tarefas específicas quando os participantes eram expostos a diferentes tipos de ruídos de fundo. CONFORTO ACÚSTICO Fonte: Banbury SP. and Berry DC. (1998) Disruption of office-related tasks by speech and office noise. British Journal of Psychology 89:3, pp 499–517 Um estudo muito importante há 20 anos atrás mostrava que os funcionários que tinham janelas no escritório com vista para a natureza se sentiam menos frustrados, eram mais pacientes e aparentavam ser mais saudáveis do que aqueles que não tinham acesso visual para o exterior ou cuja vista contemplava somente outros edifícios. Fonte: Kaplan R. (1992) The psychological benefits of nearby nature, pp 125– 133. In Relf D. (ed.) The role of horticulture in human well-being and social development, Timber Press, Portland, Oregon. Os níveis de CO2 são uma forma de medir a qualidade do ar e podem resultar de uma fraca ventilação. Vários estudos demontram que os níveis elevados de CO2 têm impacto no cansaço e nas tomadas de decisões. Fonte: Bakó-Biró Zs. Clements-Croome DJ. Kochhar N. Awbi HB and Williams MJ. (2012) Ventilation rates in schools and pupils’ performance. Building and Environment 48, pp 215-223. Conforme um estudo efetuado, mais de um quarto dos adultos Britânicos já teve problemas com vizinhos no ano passado. Tom de voz alto e discussões são as principais razões dos incómodos. Música alta, o bater das portas e animais domésticos barulhentos são também referidos. De um modo geral, 27% dos 2 062 adultos Britânicos inquiridos online admitiram já ter tido problemas. Daqueles que tiveram problemas, o tom de voz elevado foi referido por 41% dos inquiridos, seguido da música alta e do ruído da televisão (29%). Fonte: www.bbc.co.uk, 16 Setembro 2014. 24 Nas casas, a proteção contra os ruídos externos contribui para uma sensação de segurança e privacidade e também reduz o stress. Nos anos 90, a relação entre ruído e saúde era percecionada como uma preocupação, nomeadamente à noite, devido aos efeitos no nosso sono. Vibrações significativas, que são maioritariamente causadas por fontes externas, podem ser particularmente perturbadoras. O ruído do trânsito por si só afeta a saúde de quase um em cada três Europeus. Consoante as suas caraterísticas (intensidade, frequência, etc.) o ruído pode ter vários efeitos indesejáveis. O efeito óbvio na saúde é a perda auditiva devido à exposição a níveis elevados de som. Para além do efeito direto na audição, foram identificadas outras consequências da exposição ao ruído. Estas incluem doenças cardiovasculares, elevada pressão arterial, dores de cabeça, alterações hormonais, doenças psicossomáticas, distúrbios do sono, consequências a nível físico e mental, stress, agressividade, sentimento constante de desagrado e uma diminuição geral do bemestar. Estudos epidemiológicos revelaram, por exemplo, que o risco de um ataque cardíaco é cerca de 20% mais elevado no caso daqueles que vivem mais próximo de ruas movimentadas do que das pessoas que vivem em sítios mais calmos, e que o risco de obesidade aumenta se vivermos mais perto de um aeroporto. Habitações Multi-Conforto - Apresentação do conceito Multi-Conforto QUALIDADE DO AR INTERIOR Uma boa iluminação é crucial para a satisfação do utente do edifício. Na última década, vários estudos estimaram que os aumentos de produtividade são o resultado da proximidade a janelas. Hoje em dia, os peritos crêem que a vista para o exterior é um dos fatores mais significativos, particularmente quando a vista tem a ver com a natureza. Um maior entendimento científico sobre o design biofílico e o impacto positivo dos espaços verdes, em particular da natureza, na saúde mental tem implicações para quem está envolvido no design de infra-estruturas hospitalares, escritórios ou construções urbanas. Fonte: World Green Building Council. O número reduzido de faltas ao trabalho pode ser um importante indicador das vantagens de uma boa qualidade do ar nos espaços interiores das empresas. Um estudo em 2000 divulgou que as baixas médicas de curta duração foram reduzidas em 35% em escritórios com ventilação de ar oriunda do exterior, com níveis de 24l/s, comparativamente com edifícios com níveis de 12l/s. Fonte: Milton DK. Glencross PM. and Walters MD. (2000) Risk of Sick Leave Associated with Outdoor Air Supply Rate, Humidification, and Occupant Complaints. Indoor Air 10, pp 212-221. 25 Critérios dos edifícios Multi-Conforto pela Saint-Gobain De forma a conceber e construir habitações Multi-Conforto, devem-se satisfazer os seguintes critérios: Necessidades de energia para aquecimento e arrefecimento CONFORTO TÉRMICO Humidade relativa 7 Percentagem de tempo, por ano, de sobreaquecimento (tint>25º) 2 Pontes térmicas lineares CONFORTO ACÚSTICO CONFORTO VISUAL Isolamento sonoro (Rw) Iluminação natural 8 Estanquidade ao ar (n50) QUALIDADE DO AR INTERIOR Ventilação 9,10 Controlo dos COVs Concentração de CO2 Necessidades totais de energia primária ECONOMIA U das paredes exteriores U dos envidraçados exteriores 26 Habitações Multi-Conforto - Apresentação do conceito Multi-Conforto PH RESIDENCIAL Edifícios Novos RESIDENCIAL Remodelações NÃO-RESIDENCIAL Edifícios Novos NÃO-RESIDENCIAL Remodelações 30kWh/m2/ano 25kWh/m2/ano 30kWh/m2/ano 25kWh/m2/ano PH PH 40-60% 40-70% 6 Valor limite: 10% Valor Limite: 10% 3 0.01 W/m.K 0.01 W/m.K 5 0.01 W/m.K +3dB do que estabelecido no RRAE, consoante o tipo de edifício PH Entre as 8h – 18h ter luminosidade > 300lux em 60% do ano Otimizar as entradas de luz através de vãos envidraçados 1 1.0 V/h (pressão 50Pa) Limite: <1.0V/h (pressão 50Pa) Alvo: < 1.0 V/h (pressão 50Pa) 30m3/hr/pessoa 4 30m3/hr/pessoa 4 0.01 W/m.K 5 +3-6dB do que estabelecido no RRAE, consoante o tipo de edifício Entre as 8h – 18h ter luminosidade > 300lux em 60% do ano Otimizar as entradas de luz através de vãos envidraçados 1 1.0 V/h (pressão 50Pa) Limite: < 1.0V/h (pressão 50Pa) Alvo: < 1.0 V/h (pressão 50pa) Definido de acordo com o Instituto Passivhaus (PHI), baseado na avaliação dos padrões/índices de ocupação previstos 4 ≤0.2 mg/m3 PH ≤ 1800 mg/m3 120kWh/m2/ano Definido de acordo com o Instituto Passivhaus (PHI), baseado na avaliação dos aparelhos elétricos e do equipamento previsto 0.35 W/m2.K ≤1.9 W/m2.K (vidro de baixa emissividade) Ver notas abaixo 27 Notas referentes aos critérios de construção (pág. anterior) 1Tentativa para otimizar os níveis de luz natural em vãos com soluções envidraçadas e compatibilizálos com as novas exigências. Isto tem de ser viável e acessível a nível técnico (os vãos envidraçados permitirem-no), funcional (os vãos específicos e a profundidade das paredes permitirem-no) e económico (comportável financeiramente, uma vez que não compromete a viabilidade da continuação do projeto). 2A temperatura interior deve ser igual ou superior a 25°C. A frequência excessiva da temperatura corresponde à proporção de horas do ano em que a temperatura média das divisões excede os 30°C. 3O objectivo de 10% acima dos 25ºC deve ser calculado. 4 75% de eficiência de acordo com os requisitos de cálculo do Instituto Passivehaus e da Certificação do Instituto Passivehaus. 5Nos projetos de remodelação, onde não é possível obter o nível estabelecido, temos de demonstrar ao certificador Passivhaus que reduzimos todas as pontes térmicas, de forma a ser viável funcional e economicamente. 6Nos espaços com humidade relativa (HR) elevada, como é o caso das piscinas, deve ser fornecida informação técnica detalhada e soluções para evitar a migração da humidade para as estruturas. Além disso a % de HR pode ser definida e adaptada a cada instalação, mas só se o design da estrutura e o risco de condensação/humidade poder ser determinado segundo a EN 15026. 7 A HR refere-se a uma temperatura de 20°C. 8A autonomia em iluminação natural (AIN) pode ser utilizada para prever a necessidade de luz artificial se a lux tiver os mesmos critérios da iluminação elétrica, ou seja, 300 lux. – 100% menos o resultado da iluminação natural equivale à % do período anual em que necessitamos de luz artificial. 9Qualquer ventilação mecânica com recuperação de calor (VMRC) aprovada pelo PHI deve estar equipado com filtros F7 nas entradas de ar e filtros G4 nas saídas de ar. Tem de ser um VMRC aprovado pelo PHI ou terá uma penalização de 12% no PHPP. Os sistemas VMRC são de <35dBA na instalação, <25dBA nas áreas habitáveis e <30dBA nas áreas funcionais (cozinhas, etc). 10A entrada e saída de ventilação mecânica (com recuperação de calor) deve ser posicionada na mesma fachada/água do telhado. 28 Habitações Multi-Conforto - Apresentação do conceito Multi-Conforto O modelo Passive House e o conceito do edifício Multi-Conforto O modelo Passive House (ou Passivhaus) é aquele que hoje em dia assegura maior eficiência energética para os edifícios. Foi desenvolvido a partir da ideia de que a energia mais barata e amiga do ambiente seria aquela que, em primeiro lugar, não seria gasta. O conceito Multi-Conforto da Saint-Gobain assenta nos princípios da Passive House de proporcionar o maior conforto térmico e reduzir as emissões de CO2, aliando ainda um notável conforto acústico e visual com uma excelente qualidade do ar interior, proteção contra incêndios e segurança. Os critérios do conceito Multi-Conforto que estão em conformidade com o modelo da Passive House estão indicados na tabela anterior com o símbolo PH . Certificação do edifício Multi-Conforto Obter uma avaliação independente do seu edifício é um aspeto importante que evidencia o seu desempenho e é uma boa forma de demonstrar o valor que este oferece aos atuais e futuros utilizadores. Ao ter a avaliação e certificação de acordo com as normas da Passive House, com a ajuda da Saint-Gobain pode ainda ter o seu edifício certificado como um edifício Multi-Conforto. 29 O design da construção Multi-Conforto: produtos & sistemas O uso adequado dos materiais depende das caraterísticas inerentes aos próprios materiais e do papel que cada um desempenha na estratégia global que preside ao design do edifício. A especificação final deve otimizar o consumo de energia e, mais importante ainda, deve proporcionar conforto ao utilizador. Por isso é importante perceber os princípios básicos dos vários fenómenos em causa e saber como as caraterísticas dos diferentes materiais irão influenciar o desempenho da construção em toda a sua complexidade e sazonalidade. Contudo, quando chega a altura de escolher uma solução para um determinado projeto, a experiência é fundamental. É aqui que o conhecimento técnico da Saint-Gobain sobre construção pode fazer a diferença. 30 Algumas das mais conhecidas e prestigiadas empresas da área da construção fazem parte da Saint-Gobain. Juntas, oferecem uma gama de produtos de elevada qualidade e de baixo consumo energético e soluções que ajudam a criar uma construção mais sustentável: Habitações Multi-Conforto - Apresentação do conceito Multi-Conforto Construção e remodelação Fabricantes de produtos e soluções 31 CONFORTO TÉRMICO Conforto térmico A Saint-Gobain oferece uma vasta gama de produtos e soluções para o setor da construção. Os seguintes pontos têm um efeito direto na eficiência e conforto energético: · O vidro nas janelas e fachadas pode deixar entrar ou bloquear a radiação solar num edifício, dependendo da estação do ano; · B locos em betão leve Leca® contribuem para um melhor comportamento térmico das fachadas;; · O s materiais de isolamento, tais como lãs minerais e agregados de argila expandida Leca®, vão ajudar a reduzir a perda ou ganho de calor; · A s membranas de estanqueidade ao ar vão permitir limitar a infiltração de ar não desejado e as membranas para controlo de vapor vão permitir que a humidade interior saia do edifício, ao mesmo tempo que vai evitar que a humidade exterior entre, mantendo assim o nível de isolamento; · O reboco vai reduzir a humidade vinda do exterior e melhorar o isolamento; · A s argamassas e gessos cartonados vão conferir inércia térmica à construção e melhorar o conforto térmico. 32 CONFORTO ACÚSTICO Conforto Acústico O conforto acústico de um edifício depende das caraterísticas acústicas dos materiais de construção no que se refere à transmissão e absorção sonora. A Saint-Gobain oferece várias categorias de produtos que têm um impacto direto no conforto acústico. · M ateriais que proporcionam isolamento acústico, uma vez que têm uma baixa transmissão acústica, como é o caso do vidro nas janelas e fachadas e das lãs minerais, vão ajudar a proteger os moradores do ruído exterior. Note-se que o nível de transmissão acústica dos materiais depende da frequência do som que é transmitido; · M ateriais absorventes, tais como placas de gesso cartonado ou as lãs minerais, irão ajudar a reduzir os ruídos aéreos ou de impacto dentro do edifício, algo que também será condicionado pela escolha do revestimento das paredes e do pavimento. 33 CONFORTO VISUAL Conforto Visual O conforto visual de um edifício pode advir do tamanho e da posição das portadas, da orientação das fachadas, da escolha de sombras ou da obstrução da paisagem existente ao pé do edifício, de aparelhos de proteção solar, da refletância das superfícies, da disposição do mobiliário e da própria estética do espaço interior de um modo geral. A Saint-Gobain oferece várias categorias de produtos que têm um impacto direto no conforto visual e na estética. · P rodutos transparentes, tais como vidro, fitas ou membranas arquitetónicas que permitem a entrada de luz natural e ver a paisagem através de janelas, portas e divisórias; · Produtos de iluminação, tais como candeeiros ou placas de cobertura podem ser excelentes fontes adicionais de luz, especialmente no que se refere ao brilho. · P rodutos translúcidos que permitem a entrada de luz natural ao mesmo tempo que preservam a privacidade; · Produtos de exterior, que podem ajudar a conferir luz natural a espaços escuros de construções urbanas. · P rodutos de interior, tais como revestimentos de paredes, produtos para o teto ou para o piso, que podem contribuir para a propagação da luz natural e para a própria estética do espaço; 34 QUALIDADE DO AR INTERIOR Qualidade do ar interior A Saint-Gobain oferece várias categorias de produtos que têm um impacto direto na qualidade do ar interior: · P rodutos com a mais baixa emissividade para isolamento da envolvente exterior, para uso em revestimentos secos, em fachadas ou no revestimento de paredes e chão; · P rodutos que contribuem para um melhor desempenho dos sistemas de ventilação, tais como janelas, portas e isolamento; · P rodutos que ajudam a purificar o ar interior ao limpar alguns COVs, como é o caso do formaldeído. 35 Saint-Gobain Delegação Geral de Saint-Gobain para Espanha, Portugal, Marrocos, Argélia e Tunísia Príncipe de Vergara 13228002 Madrid, Espanha. www.saint-gobain.es Todo cuidado foi tido para garantir a qualidade do conteúdo desta publicação, no entanto a Saint-Gobain e as suas empresas não podem aceitar a responsabilidade por erros ou informação enganosa. As sugestões ou descrições da utilização final ou aplicação de produtos ou métodos de trabalho são meramente indicativos, pelo que as empresas da Saint-Gobain não assumem qualquer responsabilidade em relação aos mesmos. Antes de utilizar os produtos fornecidos ou fabricados pelas empresas da Saint-Gobain deve garantir a sua adequabilidade.