construção civil: possibilidades de um segmento de
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CONSTRUÇÃO CIVIL: POSSIBILIDADES DE UM SEGMENTO DE MERCADO COM BAIXA ENTROPIA EM LONDRINA-PR Irene Domenes Zapparoli Docente do Programa de Mestrado em Economia Regional email: [email protected] Fabiano Prado Pedroso Mestrando Economia Regional-UEL e-mail: [email protected] Resumo O objetivo desta pesquisa é verificar a viabilidade da reciclagem de Resíduos da Construção Civil (RCC) comparado a extração de minério de areia in situ em Londrina-PR.. O método usado consiste no tratamento qualitativo e quantitativo e na representação da disposição dos RCC em Londrina e sua projeção na composição da matéria-prima da construção civil. Nos resultados constatou-se que no Município quando se relaciona a usurpação de minério de areia ao ordenamento jurídico, incidindo em multas pela falta de outorga de lavra e licença do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) compensa o processo de reciclagem dos RCC. Na análise de resultados as medidas sugeridas pelo estudo mostram a possibilidade de um segmento de mercado com baixa entropia, competitivo na economia regional e com apropriação de um custo, que a priori governamental, mas na realidade mostra-se como propriedade do mercado da construção civil. O benefício ambiental vem da ideologia de economizar recursos naturais com o processo berço a berço. Palavras-chave: resíduos da construção civil (RCC), viabilidade da reciclagem, baixa entropia. Abstract The aim of this research is to verify the viability of the recycling of Residues of Building compared the sand ore extraction in situ in Londrina-PR. The used method consists of the qualitative and quantitative treatment and the representation of the disposal of the residues in Londrina and its projection in the composition of the raw material of the building. In the results it was evidenced that in the City when the sand ore usurpation becomes related to the legal system, happening in fines for the lack of grant of cultivates and license of the Instituto Ambiental do Paraná (IAP) compensates the process of recycling of the building residues. In the analysis of results the measures suggested for the study show the possibility of a segment of market with low entropy, competitive in the regional economy and with appropriation of a cost, that a priori governmental, but in the reality reveals as property of the market of the civil construction. The ambient benefit comes of the ideology to save natural resources with the process cradle the cradle. Keywords: residues of the building, viability of the recycling, low entropy. 1. Introdução O setor empresarial em seu cotidiano defronta-se com as questões ambientais, e dentre as políticas e posições que este setor tem tomado atualmente, revela a preocupação e incentivo para que ocorram princípios de uma gestão corretiva nos desperdícios e isso minimiza os resíduos, e inova na reutilização. (LAPINSKAS, 2010) As questões ambientais são assimiladas por um setor econômico, de duas formas: a primeira vem da própria conscientização que surge pelo reconhecimento dos índices ambientais, e a segunda é pela imposição oriunda, quer seja, da jurisprudência ambiental, da cobrança governamental, mídia ou marketing verde e/ou outras. Porém o princípio intelectual da vertente econômica dos recursos naturais transcende e corrobora com os temas “berço ao túmulo” e “berço a berço”. (ECOD, 2012) A Lei de número 12.305, de 2 de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos. As responsabilidades são dos geradores e fiscalizados pelo poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Segundo a Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério das Cidades, 61% de todo o resíduo sólido gerado nas cidades brasileiras são da construção civil, traduzindo em números são 90 milhões de toneladas de lixo por ano que é produzido no Brasil, (BRASIL, 2010) A estatística revela que crescentemente os resíduos continuam a saturar os métodos já conhecidos como tratamento e destinação, alertando que a não intervenção de algum agente econômico, poderá dentre outros, acarretar em três fatores: desaceleração do setor econômico, problemas sociais devido às poluições, e/ou a apropriação governamental de recuperar o meio ambiente, com isso tributando e restringindo e torna ao mesmo ponto de desaceleração que, em caso, da construção civil (CONSULTEC, 1998). Segundo o Compromisso Empresarial para Reciclar (CEMPRE), a reciclagem tem surpreendido as expectativas no Brasil, e diversos estudos e projetos fazem com que o segmento de reaproveitamento e tratamento, injeta investimentos na economia, a ponto de torná-lo atrativa fonte de geração de empregos. Dados mundiais de Organizações Não Governamentais (ONGs) e empresas de reciclagem estimam que 700 milhões de toneladas de materiais de qualquer tipo sejam reaproveitadas anualmente, o que representa um faturamento anual de US$ 200 bilhões. A ideologia “berço a berço” serve de parâmetro para aplicação da logística reversa no setor da construção civil, segundo Forts et al (2004) o sucesso de logística reversa que busca o reaproveitamento é possível através da viabilidade econômica de seus agregados. É de fato possível que um ponto de reciclagem ou de extração de minério auto angariar, investimentos capitalistas, e ao mesmo tempo ser ecologicamente correto? O objetivo consistem em verificar a viabilidade da reciclagem gravimétrica em local urbano de Resíduos da Construção Civil (RCC) em Londrina, comparado a extração de minério de areia in situ. 2 Processo de Reciclagem Granulométrica de Resíduo da Construção e Demolição O processo de reciclagem de Resíduo da Construção e Demolição (RCD) é similar a um beneficiamento mineral, e pode-se compreender dividindo-se em quatro operações: concentração, cominuição, peneiramento e processos auxiliares (MOTTA, 2005) A segunda fase do processo, quando já considera um agregado reciclado e segregado, surge as seguintes fases verificadoras: natureza dos materiais constituintes, distribuições granulométricas, absorção de água, atividade pozolânica, resistência ao desgaste, formato do composto, percentual de resiliência e teor dos materiais indesejáveis. (LUZ et al, 2004; MOTTA, 2005) Tabela 1 - Preço brita em São Paulo Material Empregado Brita Graduada Brita corrida comum Agregado reciclado de resíduo sólido da Construção civil Fonte : Adaptada de Motta (2005) Preço [R$/m] 52,74 45,03 43,5 Em conformidade com a NBR 15115, que especifica a dimensão dos grãos, que deve ser igual ou inferior a 63,5mm, assim sendo, a análise granulométrica segrega um primeiro agregado do RSC, valorizado no mercado, conforme Motta (2005) compôs o gráfico 1 pesquisado baseado no portal da prefeitura de São Paulo. 2.1 A Análise Gravimétrica de Resíduo da Construção Civil Os Resíduos da Construção Civil (RCC) são compostos por componentes minerais misturados a outros não minerais como: gesso, tinta, cerâmico e outros, desta forma a necessidade da fase concentração que detém as substâncias estranhas à fração mineral. (LUZ et al, 2004; MOTTA, 2005) Nota-se ao discorrer o programa experimental de Motta (2005) e as normas COMANA e contraponto com Pinto et al (1999), que as possíveis diferenciações entre RCC e RCD, são as seguintes: Por Motta (2005) RCC já triturado concentra grande percentual de areia, em torno de 25% do composto, consecutivamente o RCD tem melhor aproveitamento para utilização como brita, conforme representa a ilustração abaixo. Pelas Normas do CONAMA, o RCC necessita de maior atenção por causa dos princípios poluidores ativos, nos produtos como tintas, solventes e outros líquidos que por motivo da forma física poluem mais do que quando solidificados, os sólidos imaturos representam graus de poluição acentuada nas deslocações dentre o canteiro de obra. Pinto et al (1999) a disposição dos RCD dentro do total de RSU nas cidades brasileiras é consideravelmente alarmante e deve-se, entender que demolição é menos estruturada que a primeira construção. 2.2 Passivo Ambiental em Londrina O relato de um artigo apresentado no Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental dos autores Morales et al (2011) sugere ineficiência alocativa nos atos da gestão dos resíduos sólidos em Londrina. A interpretação pode vir por meio de gráficos que detalham a existência de depósitos clandestinos de Resíduos Sólidos Urbanos nas quatro áreas regiões do Município. Nota-se que ainda se somente levar a distância como fator de expansão do custo de destinação dos RSU, os depósitos clandestinos serão economicamente mais atrativos aos pequenos e médios geradores de RCC. Implicitamente pode-se identificar também um monopólio do setor de serviços de transporte urbano de RSU em Londrina, pelo sitio digital da prefeitura de Londrina, disposto da home Page www.prefeituradelondrina.com.br, identifica que em torno de três empresas fazem a coleta e a destinação dos RSU. 2.3 Redes de Projeção de Geração de Resíduo da Construção e Demolição (RCD). A pesquisa voltada para destinação e reciclagem de RCD em Londrina, vão além das instituições de esferas estaduais e federais, tem contado com outras entidades privadas, governamentais, mistas e voluntárias in loco. O Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL) promoveu curso de gerenciamento de resíduo sólido da construção civil, que teve em seu programa didático um levantamento qualitativo e quantitativo de RCC em Londrina. A Universidade Estadual de Londrina (UEL), também atua por meio da biblioteca on-line, dos eventos e publicações de materiais com referências nos assuntos ambientais. A Secretaria do Estado do Meio Ambiente (SEMA) atua no segmento com dados da aplicação, certificações e atuações ocorrentes na Cidade. O portal da Ecometrópole disponibiliza arquivos com dados empíricos das disposições de resíduos da construção em Londrina (ECOD, 2012). Dentre estas fontes e outras, forma-se uma rede de informação, que apropriando do conceito de redes de inovações tecnológicas de Victor Pelaes e Tamás Szmercsanyi e outros autores. Rede é um conjunto fechado de conexões seletivas e explícitas, com parceiros preferenciais num espaço de complementaridade do conhecimento, isto possibilita que com a coleta de dados e tratamentos dos mesmos será possível mensurar o volume atualmente alocado no município e suas gerações futuras. 2.4 Tecnologia na Construção e na Reciclagem Os robôs surgem como inovações à mercê deste tipo de problema sócio ambiental de fomento econômico, dois exemplos são relevantes. O modelo é trazido ao Brasil pela empresa Demontec, uma empresa, com atuação nas atividades de demolição, desmontes, implosões e terraplanagem, em obras de diferentes proporções e naturezas, esta empresa utiliza o britador móvel Power screen Metrotrack HA, da Terex. Resíduo sólido quer seja os detritos de cimentos e tijolos, já podem tornar materiais para pavimentação utilizados na própria obra, o equipamento abaixo de pequeno porte e relevante produção, consegue atribuir mais um resíduo para a reutilização imediata, segue um modelo do equipamento triturador de mandíbula (GRANDES CONSTRUÇÕES, 2012). 2.5 Rede de inovação tecnológica e P&D na Construção Civil O Leadership in Energy and Enviromental Design (LEED) este certificado é para que o empreendimento torne-se internacionalmente reconhecido como pouco poluidor (LAPINSKAS,2010). Segundo Lapinskas (2010), um empreendimento que utiliza as ferramentas das diretrizes do green building, com a especificação para certificação LEED de construção sustentável em Londrina é o Eco Mercado Palhano. Certas Certificações podem gerar uma rede de inovações e pesquisas com desenvolvimento, o que pode compreender através de learning by interacting e de learning by using, e assim, o transbordamento de conhecimento gera inovação tecnológica (VALLE & SOUZA FILHO, 2001). Projetos de equipamentos para produção de tijolos ecológicos, em pequenas quantidades, são visitados em sites de mídia informadora, como por exemplo, projeto disponível para compra on line, esta tecnologia pode ter sido incentivada através de conhecimentos trazidos pela política da construção ecologicamente correta (OECO, 2012). 2.6 Produtos e Subprodutos da Reciclagem Pelos possíveis subprodutos da construção civil, segundo Motta (2005), os agregados podem ser usados como camadas drenantes, lastros para assentamentos de tubo, envelopamento de galerias e estabilização de solo, estes subprodutos são formulados pela gramatura em seu processo de reciclagem. Pela figura 7, ilustrativa da cartilha da construção civil, com tema desperdício zero disponibilizada pelo Programa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, é possível notar a gama de produtos já comercializados de agregado de RCC e RCD. 2.7 Logística reversa e a sustentabilidade. Para Fortes (2007), a gestão ambiental do mundo tem como objetivos rastrear o ciclo de vida de um produto do início ao fim, fundamentalmente pode ser corroborado pela resenha do livro “Cradle to Cradle”, exposto no portal eletrônico ecodesenvolvimento. A ideia é bem simples: em vez de um sistema linear (recursos > produtos > resíduos, sugere-se a adoção de um sistema circular (recursos > produtos > resíduos> produtos...). Assim, no lugar de um sistema que vai “de berço ao túmulo”, teremos outro “de berço a berço”, de modo que a economia continue funcionando, mas sem deixar as sobras que arriscam nossa existência na terra (ECODEV, 2012). Segundo Figueiredo (2007) entre a ideologia e a gestão atualmente aplicada sobre os RCC, sobram lacunas a serem preenchidas, até que a teoria transforma-se em prática evoluída; no entanto seja “berço a berço” a solução “ótima”, gestão pública já tomam atitudes “boas”, por exemplo: conforme o Decreto Municipal 768/2010 de Londrina, em seu Artigo 5º, os Geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, redução, reutilização, segregação, reciclagem e destinação final. 2.8 Viabilidade Econômica. Para a economia, criar empregos é relevante, para as empresas privadas o mercado dita as regras, e as forças governamentais respondem às necessidades ainda não lucrativas no ponto de vista privado, neste contexto a reciclagem precisa: atrair recursos privados que viabilizem os seus investimentos, em contrapartida, o preço de mercado de seus agregados têm que remunerá-los. A exigência de remuneração dos capitais investidos, e/ou pelo nível de sinergias enriquecedoras entre a reciclagem e as pressões de mercado, predominam aí, os instrumentos econômicos de política ambiental, praticados pelo Estado. A figura 8 sugere um modelo macroeconômico o qual se deve inserir a reciclagem de RCC (DS. BRASIL, 2012). Na ausência de um mercado regulamentado surgem os mercados paralelos no qual os instrumentos de comando e controle estão presentes. 3. Procedimentos Metodológicos O método constitui uma análise de referências sobre reciclagem e a possibilidade de exploração de minério de areia. Os procedimentos metodológicos referencias constituem em coleta e busca de dados periódicos em Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná; Secretaria Municipal do Ambiente de Londrina (SEMA); Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Paraná (CREA-PR); Sindicato da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon); Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL). Para o estudo de caso sobre areia, a exploração de minério de areia e a averiguação in loco no porto de areia foi a principal fonte de informação. Os documentos apresentados constituem o estudo de caso. 4. Análise de Resultados Na análise de resultados valeu-se de um estudo de caso sobre exploração de minério de areia antes de Outorga de Lavra. A justificativa se prende a morosidade do processo de licenciamento. Para a coleta de dados na Região Metropolitana de Londrina (RML) parte-se do Relatório de Perícia com as informações sobre Geologia, Laudo Pericial Original. O ponto de partida para o cálculo do minério de areia considera o valor publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), no período de 20032006. O preço praticado era, em 2006, no valor de U$ 4,25 por tonelada, conforme Tabela 2. (extraído do relatório fonte pelo programa Paint). Tabela 2 - Preços de areia indicados e fornecidos pelo Ministério de Minas e Energia, 2003-2006, em t.) Fonte: BRASIL. MME. Produção e Comercialização de Areia, Brita e Cascalho (2014) Para efeito de simulação do preço do minério de areia extraído foram coletados dados em junho de 2014, na Região Metropolitana de Londrina (RML), num raio de abrangência econômica de 150 km. Para início do empreendimento foi previsto por estimativas de investimentos fixos o montante de capital inicial de R$ R$ 1.664.800,00 (Tabela 3), compostos por máquinas e equipamentos; estruturação da jazida; e veículos. Tabela 3 – Estimativas de Investimentos Fixos a preço de 2006 5.1. Estimativas de Investimentos Fixos A - Máquinas e Equipamentos Item Equipamento Medida Quantidade Valor Unitário 1 Escavadeira un 2 380.000,00 2 Carregadeira un 1 391.100,00 4 Bomba draga un 1 15.000,00 5 Lavador un 1 5.700,00 Valor investido 760.000,00 391.100,00 15.000,00 5.700,00 Subtotal 1.171.800,00 B - Estruturação da jazida Item Etapa 1 Acessos 2 Rampas 3 Cancha e Lavador 4 Área de estoque 5 Escritório Medida Quantidade un 1 un 1 un 1 un 1 un 1 Valor Unitário 5.000,00 5.000,00 10.000,00 5.000,00 28.000,00 Subtotal Subtotal Valor investido 5.000,00 5.000,00 10.000,00 5.000,00 28.000,00 53.000,00 1.224.800,00 C - Veículos Descrição Medida Quantidade Valor Unitário Total 220.000,00 Subtotal 440.000,00 440.000,00 R$ 1.664.800,00 N° 1 Caminhão traçado un 2 Total dos Investimentos Fixos Obs. Retirada de carga no Porto CF = R$ 1.224.800,00 Para Máquinas e Equipamentos pode ser efetuado leasing operacional, num contrato direto. Os veículos podem ser dispensados mediante retirada da areia no porto. Uma prática comum efetuada pelos distribuidores. Para uma melhor simulação, os investimentos disponibilizados e integralizados no capital social estimado, foram necessários deflacionar os valores a preços de 2006. Para o calculo foi usado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), com base na Tabela 4. Tabela 4 – Capital fixo a preço de 2006 Capital fixo a preços de 2006 (INPC) Ano Inflação efetiva Fator Deflação Valor real 2013 5,56 1,00 1.664.800,00 2012 6,20 2011 6,08 2010 6,47 2009 4,11 2008 6,48 2007 5,16 2006 2,81 849.017,79 Capital fixo a preços de 2006 (INPC) R$ 849.017,79 Fonte: Banco Central do Brasil (BCB, 2014) Para metodologia de cálculo usou-se o índice base de 2006, 2,81, dividido pelo índice de 2013, 5,56, multiplicado pelo valor a deflacionar (R$ 1.664.800,00). Esses dados são utilizados para efetuar o cálculo dos juros, custo operacional, a ser pago ao agente financiador. Tabela 5 – Capital de giro a preço de 2006 A - Estimativa de Estoque Inicial Quantidade média N° Descrição Medida Valor m³ (R$) anual de extração 1 Minério de Areia m³ 16.804,84 7,24 Subtotal B - Caixa Mínimo Dias por Custo Item Descrição Custo diesel/Dia mês Manutenção 1 Escavadeira 22 44 10,00 2 Carregadeira 10 20 10,00 3 Caminhão traçado 6 12 5,00 4 Bomba draga 8 16 2,00 5 Prestação BNDES 5 Mão de obra Subtotal Total Total mensal 10.138,92 R$ 10.138,92 Total mensal 978,00 210,00 77,00 130,00 20.116,33 21.168,83 42.680,17 R$ 52.819,09 O estoque inicial foi baseado quantidade produzida liquida no mês, tanto o custo de insumo como o estoque é mensal. Tabela 6 - Carga horária de trabalho Carga horária normal de trabalho Horas por dia Horas por mês Dias trabalhos mês Valor litro diesel Unidade h/dia h/mês dias/mês Quantidade 8,8 193,6 22 Litro 2 Os cálculos serão baseados em unidade de horas, mas os resultados estão agrupados em mês. Tabela 7 - Investimentos pré-operacionais N° Descrição Medida Quantidade 1 Despesas de legalização (Lavra e LA) Divulgação (Criação de portfólio e ID Visual, Mídias digitais e impressas) Cursos e Treinamentos Barracão e casa de ferramentas de 100 m² Banheiro de 5m² Assessoria Especializada Valor 1 2 3 4 5 9 Valor Valor m² m² Valor 1 1 1 1 1 Valor Unitário 40.000,00 180,00 1.000,00 9.000,00 3.000,00 1.000,00 Subtotal Total 40.000,00 180,00 1.000,00 9.000,00 3.000,00 1.000,00 R$ 54.180,00 A areia faz parte de um segmento econômico que utiliza pouca divulgação, assim previsto despesas com cartões de visita. Tabela 8 - Investimento Total - Resumo N° Descrição dos Investimentos 1 Investimentos Fixos - Quadro 5.1 2 Capital de Giro - Quadro 5.2 3 Investimentos Pré-operacionais - Quadro 5.3 TOTAL (1 + 2 + 3) N° Fontes de Recursos 1 Recursos de terceiros 2 Recursos próprios 3 Outros TOTAL (1 + 2 + 3) Valor (R$) 1.224.800,00 72.528,18 54.180,00 1.351.508,18 Valor (R$) 1.331.840,00 332.960,00 1.664.800,00 (%) 91% 5% 4% 100% (%) 80 20 100 Do total investido 80% foram financiados e o restante é participação dos sócios. BNDES* Taxa de juros: 4.5% a.a. Prazo de empréstimo: 120 meses *Finame PSI Bens de Capital - MPME Quadro 1 – Taxa de juros Fonte: Financiamento pelo BNDES (2014) O financiamento em 10 anos ultrapassa o período de extração, porem foi utilizado para cálculo de custo operacional, os juros e a quitação de 48 parcelas, considerando o período de 2006 a 2009. Anexo “A” – Sistema de Amortização Constante (SAC) Tabela 9 - Estimativa de faturamento mensal N° Produto/Serviço 1 Areia Lavada m³ TOTAL Quantidade (Estimativa de Vendas) 1.400 Preço de Venda Unitário (em R$) Faturamento Total (em R$) 7,24 10.138,92 R$ 10.138,92 Tabela 10 - Preço da areia, em 2006, em 2009, Brasil Em U$ (2006) em ton. Cotação do Dólar Em R$ (2006) 4,25* 2,2747 9,67 Valor de mercado local, em m³, em R$ 9,67 ** 1,6 6,04 Valor de mercado local em 2009 em R$ 6,04 1,1985*** 7,24 Fonte: *MME (2014); **BCB, (2014) ***INPC 2006-2009 A quantidade faturada em consideração considera o volume final de minério de areia, neste caso descontado perda de qualidade. Tabela 11 - Estimativa de custos de comercialização, mensal, Impostos do Simples Nacional Descrição Faturamento Estimado % 1. Impostos Impostos Federais SIMPLES IRPJ PIS COFINS IPI CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Custo Total (R$) 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,50% 10.138,92 10.138,92 10.138,92 10.138,92 10.138,92 456,25 0,00 0,00 0,00 50,69 0,00% 10.138,92 0,00 Impostos Estaduais ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 1,25% 10.138,92 Impostos Municipais ISS – Imposto sobre Serviços 10.138,92 CFEM - Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais CFEM 2,00% 9.251,33 Subtotal 1 Subtotal 1 m³ 2. Gastos com vendas Comissões e premiações 0,00% 10.138,92 Propaganda 0,00% 10.138,92 Taxa de administração do cartão de crédito 0,00% 10.138,92 Subtotal 2 TOTAL (Subtotal 1 + 2) m³ 126,74 185,03 R$ 887,59 R$ 0,04 0,00 0,00 0,00 R$ 0,00 R$ 0,04 A escolha do nível de faturamento foi em função da quantidade de areia pura disponível no minério, não utilizou a capacidade produtiva. Tabela 12 - Apuração dos Custos de Materiais Diretos - CDM Item 1 Produto Areia Estimativas de Vendas (m³ mensal) Custo Unitário de Materiais 4,42 1.400 1 Produto Areia Estimativas de Vendas (m³) Custo Unitário com Capital 1.400 5,38 Subtotal 8.639,01 R$ 8.639,01 Subtotal Item CMD (R$) CMD (R$) 10.488,83 R$ 10.488,83 O custo unitário de materiais, R$ 4,44, compreendem dispêndios com mão de obra, combustíveis, juros da dívida e impostos. Já o custo unitário com capital, R$ 5,38, é o investimento em capital fixo, pagamento do principal da dívida. No custo unitário do metro cúbico de areia levou-se em consideração a capacidade produtiva, mantendo uma taxa de 20% de ociosidade. O primeiro item não inclui a taxa de atratividade do capital, o segundo remunera capital próprio a uma taxa de 1% ao mês, mas não contempla o capital a pagar para o BNDES, o juro faz parte da composição do custo operacional. Esse sendo considerado como agregação de valor. Tabela 13 - Custos de Mão de Obra – Custos Fixos. N° Funcionário Função Quantidade Salário Mensal (R$) 1 2 3 4 5 6 Op. Escavadeira Op. Carregadeira Motorista Op. Lavador Escritório Pró-labore 2 1 2 1 1 1 2.000,00 2.000,00 1.500,00 1.000,00 1.300,00 3.500,00 Dec. Ter. salário 333,33 166,67 250,00 83,33 108,33 291,67 Subtotal Férias 1/3 férias 111,11 55,56 83,33 27,78 36,11 97,22 333,33 166,67 250,00 83,33 108,33 291,67 Total 2013 8722,22 3750,56 6541,67 1875,28 2437,86 6563,47 21.168,83 Ind. Salário min. 12,86 5,53 12,00 3,47 4,78 14,11 Salário 2006 2006 380,00 380,00 380,00 380,00 380,00 380,00 4.888,56 2.102,08 4.561,16 1.319,64 1.816,45 5.363,70 20.051,59 Para cálculo do custo de mão de obra foi provisionado 13º salário, férias e adicional de ferias, distribuído ao longo do ano, os tributos foram calculados conforme quadro 2. Usou-se uma metodologia para deflacionar os salários sendo: índice do total é igual salário total bruto dividido pelo salário mínimo atual, posteriormente multiplicando pelo salário mínimo em 2006. Alíquotas de encargos sociais e provisões Item Encargos (%) 1 Contribuição ao INSS 28,8% 2 Contribuição ao FGTS 8,5% Total de Encargos sociais 37,3% Provisões (Férias, 13. salário, Rescisões) 20,0% Total Geral 57,3% Quadro 2 - Alíquotas trabalhistas. Tabela 14 – Estimativa de custos de depreciação Ativos Fixos 5.1.A – Máquinas e equipamentos 5.1.B – Móveis e máquinas 5.1.C – Veículos TOTAL Valor do Equipamento (R$) 1.171.800,00 53.000,00 440.000,00 Vida útil em Anos 20 10 5 Depreciação Anual (R$) 58.590,00 5.300,00 88.000,00 Depreciação Mensal (R$) 4.882,50 441,67 7.333,33 R$ 12.657,50 No cálculo do custo de areia por metro cúbico está incluso o valor a descontar de depreciação. Tabela 15 – Estimativa de custos fixos Descrição IPTR Água Energia elétrica Telefone Honorários do contador Manutenção dos equipamentos Salários + encargos – quadro 5.9 Material de limpeza(desinfetante,vassouras, rodo, detergente, sacos de lixo) Material de escritório Combustível Taxas diversas Serviços de terceiros Depreciação – quadro 5.10 Materiais de copa, higiene e limpeza Outras despesas TOTAL Custo Total Mensal (R$) 40,00 50,00 90,00 200,00 1.200,00 200,00 20.051,59 100,00 30,00 500,00 200,00 100,00 12.657,50 250,00 2.000,00 R$ 37.669,09 5. Conclusão Na atualidade os pesquisadores buscam levantar estudos que apontam possibilidades e métodos para transformar em processos sustentáveis com redução de prejuízos sócios ambientais, as atividades econômicas que geram custos extrínsecos ao lucrado, os quais são emergências governamentais, sociais e ambientais, para toda uma comunidade, região, pais e mundo. Os recursos extraídos de acordo com o Licenciamento Ambiental do IAP, Outorga de Lavra do Departamento Nacional de Produção Mineral, Ministério de Minas e Energia, possui um tempo de espera para que a documentação seja completada que, em muitas vezes, levam os empresários a fazerem a exploração antes que a documentação seja concretizada. Essa ação tem levado a multas. Esse mercado de matéria prima para a construção civil ainda se apresenta incerto como no estudo de caso de usurpação de minério de areia. Para efeito de cálculo nos custos operacionais considera-se o volume total de 223.860,13 m³, útil lavrável a ser movimentado, no qual incide as despesas chamadas de custos semi-variáveis, variáveis ou custos operacionais. Para efeito da receita considera a quantidade de 223.860,13m³ comercializada. Na composição do preço está o custo operacional de R$ 4,42, por metro cúbico comercializado. Preço da areia, em 2009, R$ 7,24. Com faturamento nos quatro anos de R$ 1.620.747,34 e custos operacionais de R$ 988.920,39. Pode-se verificar que a empresa teve uma receita, descontando os custos operacionais, de R$ 631.826,95, ou seja, o valor do metro cúbico da quantidade de minério de areia extraída é de R$ 2,82. Referências AGOPYAN, V. S.; Paliari, J.C.; Andrade, A.C.; Pesquisa: Alternativas para Redução de Perdas na Construção Civil, Relatório final FINEP: trabalho coordenado pela USP–SP, V. 01-05, EPUSP, 1998. ANDRADE, D. C.; Romeiro, A. R.; Capital natural, serviços ecossistêmicos e sistema econômico: rumo a uma Economia dos Ecossistemas. Campinas, IE/UNICAMP, maio 2009. ANGULO, S. C. Produção de concretos de agregados reciclados. Londrina. Monografia Universidade Estadual de Londrina. UEL, 1998. ANGULO, S. C.; JOHN, V. M. Variabilidade dos agregados graúdos de resíduos de construção e demolição reciclados. e-Mat. Revista de Ciência e Tecnologia de Materiais de Construção Civil. 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