Indústria é contra o aumento do ICMS
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Porto Alegre 22 de dezembro de 2006 nº 51 - Ano XI EDITORIAL E no final das contas... Mais uma vez quando o ano está prestes a terminar, a economia gaúcha é ameaçada por medidas tributárias. Seria uma novela sem sucesso, pois é sempre o mesmo capítulo, sem nada de novo. O enredo todo mundo sabe. O que surpreende é esperar os últimos dias do ano para tratar das contas públicas e ameaçar com a solução simplista de manter ou elevar a carga tributária no Rio Grande do Sul. No final das contas, quem paga a conta é sempre o contribuinte, ou seja, as empresas e os cidadãos. Além disso, quando há imposto sem contrapartida diretamente proporcional, significa um confisco que reduz o poder aquisitivo dos consumidores. E, como resultado, a economia gaúcha perde competitividade. Por isto, devemos protestar contra os “tarifaços” e outras alternativas que assumem várias denominações. Mas que no final são apenas variações da mesma intenção de majorar as alíquotas dos impostos. Poderíamos passar o Natal de 2006 sem essa ameaça. Paulo Fernandes Tigre, presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul Indústria é contra o aumento do ICMS Para a FIERGS, os problemas do Estado não serão resolvidos por meio do ICMS. De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, "o mais grave é o fato de que em momento algum a equipe de transição do Governo Yeda Crusius dialogou com as entidades empresariais sobre a proposta do tarifaço. Esta mesma equipe estava na campanha eleitoral, quando houve a promessa pública de não elevar os impostos". Tigre lembra ainda que, pelo trabalho da Agenda RS 2020 e do Pacto pelo Rio Grande, todos conheciam a situação financeira do Estado. "Lamentavelmente, o discurso de campanha corre o risco de não se transferir para a prática. E, no final do ano – por despreparo, deixando para a última hora –, repete-se o simplismo de resolver a questão da receita pública pela carga tributária, retirando poder aquisitivo real da população e reduzindo a competitividade da economia gaúcha", afirma. Segundo o industrial, os custos das matérias-primas e componentes sobre as receitas líquidas de vendas da indústria já são bem maiores no Rio Grande do Sul (58,5%) do que a média no Brasil (49,7%). Além disso, de janeiro a outubro de 2006, enquanto a arrecadação de ICMS do setor industrial no Estado subiu 6%, as vendas caíram 7,20%. Exportações gaúchas crescem 13% As exportações do Rio Grande do Sul cresceram 13% de janeiro a novembro, comparado ao mesmo período de 2005, chegando a US$ 10,7 bilhões. O Brasil teve um aumento de 17% nas vendas no período, alcançando US$ 125 bilhões. O Estado se consolida como o terceiro no ranking de exportadores, aumentando um pouco a diferença do quarto colocado (Rio de Janeiro, US$ 10,4 bilhões), que cresceu 41%. São Paulo, o primeiro colocado, cresceu 21% (US$ 41,6 bilhões) e Minas Gerais em segundo com 17% (US$ 14,2 bilhões). Os resultados foram divulgados pelo presidente da FIERGS, Paulo Tigre, na terça-feira (dia 19). "O crescimento se deve principalmente à base de comparação baixa do segundo semestre do ano passado e ao aumento nas vendas para o exterior de produtos não industrializados", disse Tigre, lembrando que a indústria gaúcha aumentou as exportações em 6% no mesmo período. Em novembro, o Rio Grande do Sul exportou 16%, crescimento superior ao registrado pelo Brasil (10%). Os setores que se destacaram em novembro foram alimentos e bebidas e química, além de produtos não industrializados. Entre os principais destinos das exportações gaúchas no acumulado do ano podese destacar China (soja e derivados) e Rússia (carnes) que compraram 75% e 150%, respectivamente, a mais que no mesmo período do ano passado. Os Estados Unidos continuam sendo o principal importador (US$ 1,6 bilhão), apesar de estar caindo sistematicamente. Argentina é o segundo colocado (US$ 995 milhões), seguida de China e Rússia (ambas com US$ 698 milhões). No acumulado do ano, alimentos e bebidas também é o setor com melhor desempenho (+24%). Os segmentos de couros e calçados (2%) e química (9%) tiveram pequenas variações no período e máquinas e equipamentos foi, entre os que mais exportam, o que mais caiu (-13%). Outros setores, menos exportadores, também estão contribuindo para o aumento do saldo, como refino de petróleo (71%) e material elétrico e de comunicações (28%). Este aumento, porém, não é suficiente para elevar as exportações do Rio Grande do Sul em reais, conforme explica o presidente da FIERGS. "O crescimento nas vendas em dólar da indústria ainda se transforma em perda de receita de 8% (R$ 2 bilhões) quando convertidos para real", disse Tigre. No total das exportações gaúchas (com produtos não industrializados), essa perda diminui para 2%, com perda de R$ 500 milhões. 22/12/2006 Semana FIERGS Ano XI - Nº 51 Estados Unidos e Brasil podem firmar parceria em biocombustíveis ressaltar”, salientou o vice-presidente do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul (CIERGS), Astor Schmitt, que coordenou o encontro. Schmitt falou ainda da importância de outras formas de cooperação econômica, como a atração de novos empreendimentos e os acordos tecnológicos. O embaixador Sobel explicou que esta foi sua primeira visita ao Rio Grande do Sul e falou da importância do Estado no contexto nacional e internacional. “O RS tem uma economia muito diversificada e conta com a presença de muitas empresas americanas”, afirmou. Com relação à integração regional, ele disse considerar base para se conseguir apoio em termos de hemisfério. Respondendo uma questão do coordenador do Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Concex) da FIERGS, Cezar Müller, o embaixador disse que “está em análise revigorar a Investimentos indianos Representantes do grupo industrial indiano NeeLam Aqua Ltd. estiveram na FIERGS na quinta-feira (dia 21) para apresentar detalhes do investimento que está sendo feito no Estado. O diretor de marketing da indústria, Avdhesh Mathur, foi recebido pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Paulo Tigre, e explicou que estão previstos investimentos de R$ 100 milhões em até cinco anos em Porto Alegre. “ O Brasil é um País bem estruturado e tem uma necessidade de produtos criados a partir de novas tecnologias. Nossa atuação é baseada no ramo de matéria-prima para fertilizantes e depuração de efluentes, com o diferencial de toda a produção ser ecologicamente correta”, afirmou Mathur. A fábrica a ser instalada na capital gaúcha deve gerar 150 empregos diretos e outros 200 indiretos. O grupo indiano já atua em 24 países. representação diplomática dos Estados Unidos em Porto Alegre”. E acrescentou: “Isto não é um anúncio. É apenas o início de um processo”. Fotos: Dudu Leal Os Estados Unidos e o Brasil se reúnem no próximo ano, entre abril e maio, para discutir biocombustíveis. “Este é um novo recurso energético que devemos desenvolver, apoiar e fazer com que cresça”, disse o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, que participou de um encontro com industriais na sede da FIERGS na segunda-feira (18). “Os dois países precisam trabalhar mais próximos e focar no que podem fazer juntos”, disse ele, destacando que o Brasil é um dos líderes em biocombustíveis. Sobel afirmou que outras parcerias também podem ser discutidas, citando a ciência e tecnologia como um amplo tema. “Os Estados Unidos são o primeiro destino das exportações gaúchas. Este ano, também atuamos, em parceria com outras entidades, na prorrogação do Sistema Geral de Preferências, cuja decisão favorável do parlamento norte-americano queremos Sobel destacou economia gaúcha Serviços do Sesi-RS recebem certificação ISO O Serviço Social da Indústria (Sesi-RS), integrante do Sistema FIERGS, obteve recomendação para certificação da Norma ISO 9001 versão 2000 em cinco serviços oferecidos. Quatro deles mantiveram a certificação pela quinta vez consecutiva, e a novidade ficou por conta dos Jogos do Sesi, que passaram a ter a distinção pela primeira vez. O BVQI (Bureau Veritas Quality International) foi a empresa certificadora. Os serviços dentro das Normas ISO são Consultoria em Prevenção ao Uso de Drogas no Trabalho e na Família, Levantamento de Riscos Ambientais na Empresa, Financiamento para Aquisição de Bens de Consumo, Drogarias – Comércio de Medicamentos, Perfumaria e Correlatos e os Jogos do Sesi. Vestibular na Fatec Indianos foram recepcionados por Paulo Tigre e Enio Raupp (D) O prazo para as inscrições para o primeiro vestibular da Faculdade de Tecnologia Senai Porto Alegre, integrante do Sistema FIERGS, encerram-se no dia 22 de janeiro. Dois cursos estão sendo colocados à disposição, o de Tecnologia em Automação Industrial e o de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações. As inscrições podem ser feitas exclusivamente pela Internet, no endereço eletrônico www.senairs.org.br/fatec. A Fatec disponibiliza computadores na sede da faculdade, avenida Assis Brasil, 8.450, bairro Sarandi, de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 21h. A taxa de inscrição é de R$ 30. Editado pela Unidade de Comunicação do Sistema FIERGS - Telefone (51) 3347-8681- E-mail: [email protected] - www.fiergs.org.br
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