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MOSQUITO CARAPANÃ - Culiseta longiareolata
Folha 1
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Mosquito Carapanã, Pernilongo e Outros
Mosquito, pernilongo, mosquitodenominação, é também referido como
prego, muruçoca, muriçoca,carapanã, carapa "muriçoca". Na maioria dos estados
nãda Região Norte do Brasil, este pernilongo
pinima, fincão, fincudo, melga,sovela e bicu chama-se "carapanã". As fêmeas do
da são termos gerais para designar diversos pernilongo são também conhecidas como
insectos da subordem Nematocera,
"melgas" ou "trompeteiros".
normalmente dando ênfase para a família
Etimologia
Culicidae. Por constituírem vernáculos, não "Mosquito" vem do latim musca .
obedecendo às regras da nomenclatura
"Pernilongo" é uma referência às longas
científica, abarcam diversos táxons, como é pernas do inseto. "Mosquito-prego" é uma
o caso dos mosquitos-palha. Em várias
referência a sua picada, que se assemelha à
partes do Brasil, faz-se distinção entre
perfuração de um prego. "Muriçoca",
mosquito e pernilongo: o primeiro refere-se "meruçoca" e "muruçoca" são oriundos
a pequenas moscas, como as drosófilas,
do tupi muri'soka. "Carapanã" vem do
enquanto que o segundo, além dessa
tupi karapa'nã.
"Carapanã-pinima" vem da junção dos termos tupis karapa'nã ("mosquito") e pi'nima ("pintado). "Fincão" e "fincudo" vem de "fincar" e são uma
referência a sua picada. "Sovela" é uma referência ao instrumento cortante homônimo utilizado pelos sapateiros e correeiros , numa alusão à
picada dos insetos. "Perereca" vem do gerúndio do tupi pere'reg, "ir aos saltos" e é uma alusão ao hábito do inseto de pular de um lugar para
outro para fugir de seus inimigos. "Bicuda" é uma alusão à sua picada.
Biologia
Como os outros membros da ordem Diptera, os mosquitos têm um par de asas e um par de halteres, que são modificações das asas posteriores
usadas como órgãos de equilíbrio. Nos chamados mosquitos a probóscide(tromba) está adaptada para a sucção de líquidos nectar seiva ou sangue.
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Mosquito Carapanã, Pernilongo e Outros
Muitas espécies, como os Anopheles e
Eles conseguem voar de 1,5 a 2,5 km/h. Os
o Aedes aegypti são vetores de parasitas,
mosquitos existem há 170 milhões de anos
como, nestes casos e respetivamente,
(Jurássico médio). Gênero Anopheles
a malária e adengue.
•São insetos transmissores da malária e
Em geral, apresentam dimorfismo sexual
pertencem à família Culicidae. Eles
acentuado: os machos apresentam antenas
compreendem cerca de 300 espécies, sendo
plumosas (como pequenas árvores de natal), que de relevância epidemiológica para
e as fêmeas apresentam antenas pilosas e são malária, somente algumas, que variam
muito mais corpulentas; em quase todas as segundo a região. Os mosquitos fêmeas
espécies elas alimentam-se de sangue
sugam o sangue para alimentação e
de vertebrados (incluindo o homem) para
amadurecimento de seus ovos e transmitem
maturar seus ovários antes de pôr os ovos.
a malária, os machos alimentam-se de sucos
O Aedes aegypti O tamanho varia, mas é
de vegetais e néctar das flores. As fêmeas
raramente maior que 15 mm. O peso dos
fazem suas desovas em vários tipos de
mosquitos é apenas de 2 a 2,5 miligramas.
coleções d´água, de acordo com a
adaptação das espécies. Algumas preferem depósitos de água salobra, como Anopheles aquasalis; outras, grandes extensões de água doce, bem
ensolaradas como o Anopheles darlingi, que também associa-se frequentemente com a vegetação flutuante de Eichornia (aguapé) e a Pestia. Na
faixa litorânea sul do país, existem espécies que precisam de pouca água acumulada (como nos verticilos das folhas de plantas - gravatás); são as
espécies de Anopheles bellator e Anopheles cruzi que pertencem ao sub-gênero Kertizia. Nos criadouros, os ovos dão origem a larvas, que se
transformam em pupas e, em seguida, em mosquitos adultos. Nesta fase os mosquitos abandonam a água e procuram um lugar de abrigo até o
momento do acasalamento ou da alimentação. Os anofelinos costumam picar no período do crepúsculo vespertino ao crepúsculo matutino. O
mosquito Anopheles torna-se vetor da malária a partir do momento que ingere gametócitos (femininos e masculinos) de um indivíduo infectado.
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Carapanã Biologia e Comportamento
Dentro do mosquito, os gametócitos tornam- Além disso, os glóbulos vermelhos
se gametas e fecundam-se, originando o
parasitados pelo P. falciparum sofrem
zigoto, que atravessa a parede do estômago alterações em sua estrutura que os tornam
do inseto e transforma-se em oocisto, tipo de mais adesivos entre si e às paredes dos vasos
célula-ovo. Após algum tempo, o oocisto se sangüíneos, causando pequenos coágulos
rompe e libera novos esporozoítos, que
que podem gerar problemas cardíacos como
migram para as glândulas salivares do
tromboses e embolias. Geralmente, após a
mosquito estando assim prontos para infectar picada do mosquito transmissor, o P.
um novo indivíduo. Dos três tipos de
falciparum permanece incubado no corpo do
Plasmodium existentes no Brasil, o mais
indivíduo infectado por 12 dias. A seguir,
agressivo é o P. falciparum, que multiplica- surge um quadro clínico variável, que inclui
se mais rapidamente e, conseqüentemente, calafrios, febre alta (no início contínua e
invade e destroi mais hemácias que as outras depois com freqüência de três em três dias),
espécies, causando, assim, um quadro de
dores de cabeça e musculares, taquicardia,
anemia mais imediato.
aumento do baço e, por vezes, delírios.
No caso de infecção por P. falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por
cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação,
sonolência ou excitação, convulsões e vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma. Por vezes, o quadro da malária cerebral
lembra a meningite, o tétano, a expilepsia, o alcoolismo dentre outras enfermidades neurológicas.
CICLO DE VIDA
A importância de se conhecer o ciclo de vida dos mosquitos, está naquela máxima militar: "para se combater o inimigo, precisamos conhecê-lo
bem". O ciclo vital dos mosquitos dura de 7 a 15 dias, dependendo da espécie, e pode ser resumida em 4 fases:
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Carapanã Biologia e Comportamento
1a. fase = postura dos ovos
2a. fase = nascimento das larvas
3a. fase = transformação em pupa e
4a. fase = mosquito adulto
1a. fase: POSTURA DOS OVOS:
Cada fêmea põe de 250 a 400 ovos (100 a 150 de cada vez,
em 4 a 5 posturas consecutivas, espaçadas de 5 a 7 dias).
Os ovos podem ficar soltos ou agrupados, formando uma
3a. fase:
espécie de barquinho flutuante.
TRANSFORMAÇÃO EM PUPA:
2a. fase:
Como todo inseto, para poder crescer, têm que mudar
NASCIMENTO DAS LARVAS:
de pele, o que fazem 3 vezes. Na 4a. muda, a larva
Os ovos se transformam em larvas depois de 36 transforma-se em pupa, que não permanece imóvel
horas a uma semana. Nascem larvas sem patas, como ocorre com a maioria dos insetos. Ao contrário, é
muito ativa, pois também precisa ficar perto da
que se movem na água mediante contrações.
Por necessitarem de ar, passam parte do tempo superfície da água para respirar. Quando é perturbada,
mergulha até o fundo do recipiente ou depósito em que
à superfície, respirando por um tubinho.
se encontra. A larva se transforma em pupa no prazo de
5 a 7 dias, dependendo da temperatura.
4a. fase: MOSQUITO ADULTO:
Depois de alguns dias (em média, 2 dias), abre-se a pupa e dela sai um mosquito adulto, que geralmente só tem 1 a 2 meses de vida. Assim, em
algumas espécies, pode haver até 12 gerações num ano. O mosquito adulto procura, sempre, um abrigo para descansar; quer ao sair da pupa, quer
após o repasto. Em geral, os mosquitos não voam mais de 1.600 m; via de regra, entre 800 e 1.000 m.
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Carapanã Combate e Tratamento
COMBATE AO MOSQUITO
As medidas recomendadas de combate ao
mosquito (seja na fase jovem ou adulta) são:
a) de caráter permanente: drenagem, aterro,
entelamento e uso do mosquiteiro; e
b) de caráter periódico: petrolagem,
inseticidas, larvicidas, repelentes, inimigos
naturais, etc.
O combate ao mosquito também pode ser
apresentado segundo os tópicos seguintes:
1 - SANEAMENTO BÁSICO:
• Drenagem de áreas alagadas;
• Aterro de depressões que acumulem água;
• Esvaziar recipientes com água acumulada
(latas, vasos, etc.);
• Roçar o mato próximo às residências;
• Vedar fossas e reservatórios de água
descobertos;
• Clorar a água das piscinas;
• Entelar os acessos ao interior das casas
(portas, janelas, etc.);
• Retirar o lixo dos córregos e valões; e
• Usar mosquiteiros nas camas e redes.
TRATAMENTO QUÍMICO:
• Pulverização com bomba manual costal;
• Nebulização com equipamentos portáteis (foto abaixo);
• Atomização motorizada com neblina pesada ("fumacê");
• Aplicações aéreas com aeronaves e Ultra Baixo Volume (foto abaixo);
• Petrolagem ou o uso de petróleo ou querosene na água (larvas e pupas) ;
• Produtos de uso domiciliar: aerosois, espirais, bombas manuais, repelentes líquidos, equipamento elétrico, velas repelentes e outros.
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Carapanã Controle Biológico do Mosquito
3 - CONTROLE BIOLÓGICO:
• Peixes larvófagos: barrigudinho (Gambusia
affinis, Lebistes reticulatus) apaiari
(Astronotus ocellatus), guaru (Phallocerus
caudimaculatus) e outros;
• Fungos: (Bacillus thuringiensis var.
israelensis) ;
• Inimigos naturais: pássaros insetívoros,
larvas de alguns besouros, libélulas, girinos
(de algumas espécies), morcegos e outros.
FONTES:
"Principais Mosquitos de Importância Sanitária no Brasil". Consoli, R.
Fiocruz, Rio de Janeiro, 1994.
"As Doenças do Campo". Gomes, M., Ed. Globo, Rio de Janeiro, 1987.
"Endemias Rurais" - Ministério da Saúde, Rio de Janeiro, 1968.
"Revista Globo Rural" - No. 10, julho de 1986.
4 - EDUCAÇÃO SANITÁRIA:
• vacinação;
• uso de roupas adequadas;
• cuidados com bromélias; e
• adoção de medidas sanitárias.
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Carapanã Principais Doenças Causadas
ALGUMAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR MOSQUITOS
PRINCIPAIS MOSQU
DOENÇA
MOSQUITO
HÁBITOS/OBS
1 - Malária
Anopheles darlingi
Rios de águas limpas
2 - Febre amarela urbana
Aedes aegypti
Domésticos, diurnos, águas limpas
3 - Febre amarela silvestre
Haemagogus capricornii
Amazônia e Centro Oeste
4 - Leishmaniose visceral
Lutzomyia longipalpis
Nordeste brasileiro
5 - Leishmaniose cutânea
Lutzomyia intermedia
Em quase todo o Brasil
6 - Filariose
Culex quinquefasciatus
Domésticos, noturnos, águas sujas
7 - Dengue
Aedes aegypti
Águas paradas de vasos, pneus, etc.
8 - Encefalite
Aedes scapularis
No litoral de São Paulo
9 - Úlcera brava
Phlebotomus spp
Úlcera de Bauru
10 - Manzonelose
Simulium amazonicum
Comum na Amazônia
11 - Oncocercose
Simulium damnosum
Roraima e África

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