U.S. Expert Discusses in Rio de Janeiro President Obama`s

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U.S. Expert Discusses in Rio de Janeiro President Obama`s
Rua do Russel, 270 / 2o Andar, Glória CEP 22210-010
Rio de Janeiro – RJ – Brasil tel.: 55 21 2219-4468, Fax 2537-5305
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ÍNDICE
U.S. Expert Discusses in Rio de Janeiro President Obama’s December 1 Address and U.S.
Strategy in Afghanistan .......................................................................................................... 1
Entenda o que muda com a Venezuela no Mercosul.............................................................. 3
Evento – Palestra EUA e a Guerra no Afeganistão ................................................................ 6
Brasil e Argentina, além do futebol........................................................................................ 7
Congresso discute estratégias econômicas para o pós-crise................................................... 8
Brasil defende desarmamento nuclear.................................................................................. 10
Afeganistão lidera crescimento do PIB ................................................................................ 11
Chávez quer um Mercosul bolivariano................................................................................. 12
Lula festeja resolução de crise em Honduras ....................................................................... 15
Encontro sobre relações internacionais reúne lideranças latino-americanas........................ 18
Entenda o que muda com a Venezuela no Mercosul............................................................ 19
Tratado nuclear em discussão............................................................................................... 22
Uruguai-Eleições: Discurso de sair do Mercosul é uma 'fantasia'........................................ 22
EUA erraram ao dar poucas informações sobre ações militares na América Latina, diz
diplomata .............................................................................................................................. 24
Invasão chinesa chega ao pré-sal.......................................................................................... 25
U.S. Expert Discusses in Rio de Janeiro President Obama’s
December 1 Address and U.S. Strategy in Afghanistan
http://brasilia.usembassy.gov/index.php?action=riomateria.php&id=8529&it
emmenu
Embaixada dos Estados Unidos no Brasil
03/12/2009
On Thursday, December 3, 2009, Marco Vicenzino, an expert on
Afghanistan and the founding director of The Global Strategy Project (GSP),
discussed U.S. policy in Afghanistan following President Obama's December
1 address. The program took place at the Brazilian Center for International
Relations (CEBRI), the country's most respected international relations thinktank and a long-standing U.S. Consulate partner. The Consulate also
hosted a luncheon in honor of Mr. Vicenzino before the event, when he
had the opportunity to have in-depth discussions with "Folha de São Paulo"
journalist Cláudia Antunes, CEBRI's Executive Director Denise Gregory and
other Consulate contacts. In addtion to "Folha de São Paulo," Mr. Vicenzino
gave interviews to "O Globo" newspaper and "Globonews" cable TV.
Marco Vicenzino’s visit to Rio was perfectly timed to coincide with President
Obama's major policy speech on Afghanistan less than 48 hours earlier. Mr.
Vicenzino spoke to an audience of 40, including former diplomats, business
leaders,
corporate
executives,
policy
analysts,
lawyers,
NGO
representatives, professors and students of international relations, and
journalists. Former Brazilian Ambassador to Jordan Sergio Nabuco de
Castro, former CEO of Brazilian bank "Unibanco" Tomas Zinner, and the
Head of the Department of International Affairs of the Brazilian Agency for
Small and Medium-Sized Businesses (SEBRAE-RJ) Alvaro Albuquerque Jr.
featured prominently among audience members.
The Consulate
distributed hard copies of the President's speech in both English and
Portuguese, and other support materials to audience members.
In his remarks and press interviews alike, Mr. Vicenzino presented an indepth, comprehensive and detailed socio-historical analysis of Afghanistan.
He noted that the country can in no way be described as a modern,
centralized state, but is a fragmented and traditional tribal society. He
agreed with President Obama that Afghanistan is a "war of necessity" and
not a "war of choice," as not only U.S. national security is at stake, but also
international security due to global terrorism cells rooted in the country.
Vicenzino expressed his overall support for the strategy outlined by General
McChrystal, and also emphasized the need for a "devolution of power" in
Afghanistan, aimed at promoting empowerment and socio-economic and
political stability at local and regional levels. However, the speaker also
expressed disagreement with the establishment of a deadline for the
withdrawal of troops, while noting that he can understand the political
reasons which led President Obama to set dates for withdrawal.
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Entenda o que muda com a Venezuela no Mercosul
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091028_venezuelamer
cosulqanda_ac.shtml
BBC Brasil
15/12/2009
O Senado brasileiro aprovou, nesta terça-feira, o protocolo de adesão da
Venezuela ao Mercosul. A decisão ocorre depois de meses de discussões
entre parlamentares governistas e de oposição.
Com a aprovação do Senado, o ingresso efetivo do país no bloco passa a
depender apenas do Congresso paraguaio, que esperava a decisão do
Brasil para votar.
O protocolo foi assinado em 2006 e deve ser aprovado por todos os
integrantes para que o país se torne um membro integral do bloco.
Argentina e Uruguai já ratificaram o ingresso da Venezuela no Mercosul.
Abaixo, a BBC Brasil responde a algumas perguntas sobre os impactos da
entrada da Venezuela no Mercosul.
Que impacto a entrada da Venezuela no Mercosul deverá ter no bloco e
nas relações com outros países?
Setores contrários à entrada da Venezuela no Mercosul afirmam que o
governo do presidente Hugo Chávez deixa a desejar em relação ao
respeito aos princípios democráticos e que a adesão de seu país pode ser
prejudicial ao bloco.
De acordo com analistas consultados pela BBC Brasil, o estilo "personalista"
de Chávez pode ser motivo de temor em alguns países da região.
"É um tipo de governo que, de alguma forma, traz outro comportamento
para dentro do Mercosul", diz Sônia de Carmago, professora da PUC-Rio.
Segundo ela, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma
atuação "agregadora" em política externa, o presidente venezuelano é
mais intempestivo e cultiva um "nacionalismo exacerbado".
José Alexandre Hage, professor de Relações Internacionais da Trevisan
Escola de Negócios, questiona ainda como o bloco irá agir diante de
problemas que a Venezuela tradicionalmente tem, como os conflitos com
a Colômbia.
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"Se a Venezuela entra no Mercosul, de certa forma estamos corroborando
os problemas dela. E a rivalidade que a Venezuela tem com a Colômbia,
por exemplo? Como fica o bloco?", questiona.
O discurso antiamericano do presidente da Venezuela também é visto por
alguns como um problema, e há o temor de que possa prejudicar as
relações do bloco com os Estados Unidos. "Uma alta dose de Chávez no
Mercosul pode aumentar uma ideologização antiamericana", diz Hage.
Há ainda o temor de que a presença da Venezuela prejudique as
negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a
União Europeia.
No entanto, o argumento dos defensores do ingresso da Venezuela no
Mercosul é o de que não se pode impedir a entrada do povo venezuelano
no bloco devido à atual circunstância política e que deixar o governo
Chávez isolado seria pior.
"O problema não é a Venezuela, todo mundo quer que a Venezuela faça
parte do Mercosul. O problema é o governo Chávez", diz Georges Landau,
conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
A Venezuela deve se beneficiar da integração comercial com o Mercosul.
De acordo com alguns analistas, também o bloco teria benefícios com o
ingresso do país.
"Do ponto de vista de se criar um bloco político mais coeso, a entrada da
Venezuela pode ajudar. De certa forma, os países que compõem o
Mercosul são muito parecidos na essência, com governos de centroesquerda, com traços de um certo nacionalismo. O Chávez é um pouco
mais denso nesse nacionalismo, isso pode dar ao bloco um pouco mais de
consistência", afirma Hage.
O ingresso da Venezuela no Mercosul pode aumentar o poder de
influência de Hugo Chávez na região?
Alguns analistas afirmam que o ingresso da Venezuela no Mercosul dará a
Chávez mais poder de influência na região. O país, que já integra a Alba
(Aliança Bolivariana para as Américas) e a Unasul (União de Nações SulAmericanas), ganharia um palco importante.
"Aumenta o grau de projeção de Chávez, tem muito mais espaço de
articulação", diz Hage. "Ganharia um palco muito melhor que Unasul e
Alba, que são expectativas, enquanto o Mercosul, apesar da crise,
realmente existe."
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Como os venezuelanos veem a adesão do país ao bloco?
Um dos principais opositores de Chávez, o prefeito de Caracas, Antonio
Ledezma, esteve no Brasil em outubro e defendeu a aprovação da
entrada da Venezuela no Mercosul. O líder opositor disse que o povo
venezuelano não pode ser punido com o isolamento por causa do
governo Chávez.
Além disso, há a expectativa de que, com a entrada da Venezuela,
aumente o poder de pressão do Mercosul sobre o governo Chávez, para
que cumpra pré-requisitos democráticos. Em uma audiência no Senado,
Ledezma disse que a adesão da Venezuela ao Mercosul seria uma chance
de "enquadrar" Chávez.
O Protocolo de Ushuaia, parte do Tratado de Assunção, que criou o
Mercosul, afirma que "a plena vigência das instituições democráticas é
condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração"
do bloco. Em caso de não cumprimento das cláusulas democráticas, um
país pode sofrer suspensão.
"A Venezuela é uma democracia em termos formais, mas tem uma forma
de governo muito autoritária", diz Sonia de Camargo.
No entanto, alguns analistas afirmam que os resultados práticos desse tipo
de pressão por parte do Mercosul podem ficar aquém do esperado. "Não
há mecanismos para isso, porque o Mercosul é muito pouco
institucionalizado", diz Hage.
Apesar das limitações, alguns defensores do ingresso da Venezuela no
Mercosul afirmam que é melhor ter o país no bloco, atendendo a algumas
regras, do que independente e sem controle.
Qual o impacto econômico da adesão da Venezuela ao Mercosul?
No ano passado, a balança comercial do Brasil com a Venezuela
alcançou US$ 5,7 bilhões, com superávit de US$ 4,6 bilhões para o Brasil.
Desde 2007, o Brasil passou a ser o segundo sócio comercial do país,
ficando atrás somente dos Estados Unidos, principal consumidor do
petróleo venezuelano.
A Venezuela importa 70% do que consome, a maior parte da Colômbia e
dos Estados Unidos. Defensores afirmam que o ingresso do país no Mercosul
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traria vantagens econômicas e fortaleceria o PIB do bloco. Também
estenderia o bloco para o norte da América do Sul, com influência na
região caribenha e benefícios para os Estados da região norte do Brasil.
Para fazer parte do Mercosul, a Venezuela tem de cumprir critérios, entre
eles a adoção da Tarifa Externa Comum (TEC), vigente no comércio do
bloco. Críticos afirmam que a Venezuela ainda não cumpriu esses critérios
e não aceitou o tratado de tarifas comuns com terceiros países.
Evento – Palestra EUA e a Guerra no Afeganistão
http://mundorama.net/2009/11/24/evento-palestra-eua-e-a-guerra-noafeganistao-cebri/
Mundorama
24/11/2009
O Centro Brasileiro de Relações Internacionais – CEBRI, em parceria com o
Consulado Geral dos EUA no Rio Janeiro, convidam para a palestra EUA e
a Guerra no Afeganistão com Marco Vicenzino.
Marco Vicenzino é fundador e diretor do Global Strategy Project (GSP),
uma organização sem fins lucrativos inaugurada pelo Ministro de Relações
Internacionais da Itália, Gianfranco Fini, em 2005. Suas áreas de
especialização incluem política estratégica internacional, análises de risco
geopolítico, conflitos internacionais, política externa dos EUA, terrorismo, e
Oriente Médio, com foco no Afeganistão. Frequentemente citado pela
mídia internacional, Vicenzino concede entrevistas regulares à BBC, CNN,
NBC, Fox e Al Jazeera International, entre outros. Seus artigos foram
publicados pelos principais jornais e revistas intenacionais, como New York
Times, Time Magazine, International Herald Tribune, Financial Times, Le
Figaro, FT Deutschland, El País e Al Hayat. Tem proferido diversas palestras e
conferências em instituições como o Pentágono e o Conselho Permanente
da Organização dos Estados Americanos (OAE). Serviu como Conselheiro
Estratégico da Unidade de Relações Internacionais do Banco Mundial e
como Conselheiro Sênior em Estratégia de Comunicação e Planejamento
do primeiro Congresso Mundial de Comunicação para o Desenvolvimento,
realizado em 2006 na Itália. Vicenzino foi Vice-Diretor Executivo do
International Institute for Strategic Studies-US (IISS-US) sediado em
Washington, DC. Foi também professor de Direito Internacional do
Departamento de Estudos Internacionais na American University em
Washington, DC. Atualmente é membro do Council on Foreign Relations
(CFR) e da Atlantik Bruecke, de Berlim.
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Idioma: Inglês (Não haverá tradução)
DATA: 03 de dezembro de 2009, quinta-feira, às 15h00
Local: CEBRI, Rua do Russel, 270/ 2º andar – Glória – Rio de Janeiro – RJ
Inscrição: pelo site do CEBRI www.cebri.org.br ou enviando nome,
instituição,
cargo,
endereço,
telefone,
fax,
e-mail
para:
[email protected]
Informações: (21) 2219-4469 – Walquiria Felizardo ou Maria Julia Torres
Brasil e Argentina, além do futebol
http://www.amanha.com.br/NoticiaDetalhe.aspx?NoticiaID=3d037699b239-41ed-9f51-ff55d028162f
Amanhã
16/11/2009
A tradicional rivalidade entre Brasil e Argentina parece estar
transcendendo o campo futebolístico. Fragilizado por uma sucessão de
crises econômicas ao longo da última década, o país vizinho sente
fortemente a turbulência global. Como consequência, o governo da
presidente Cristina Kirchner adotou uma série de medidas para dificultar a
entrada de produtos importados. O objetivo: proteger a indústria local.
Com as barreiras, válidas para todos os países, o Brasil acaba perdendo
um grande quinhão: a Argentina foi até outubro o terceiro maior destino
dos produtos brasileiros - atrás apenas de China e Estados Unidos.
Principais parceiros no Mercosul, os "sócios" Luiz Inácio Lula da Silva e
Cristina Kirchner estarão reunidos na próxima quarta-feira, 19, em Brasília.
Por isso, equipes dos ministérios do Desenvolvimento e das Relações
Exteriores estiveram reunidas nesta segunda-feira com o objetivo de decidir
que propostas serão encaminhadas ao presidente Lula. É bem possível que
seja algo na linha do que o chanceler Celso Amorim alinhavou com o
ministro de Relações Exteriores argentino, Jorge Taiana, depois de encontro
realizado na semana passada.
O debate entre os dois países ganhou mais vigor cerca de um mês atrás,
quando o Brasil passou a exigir licença prévia para a entrada de mais de
35 produtos argentinos. "Foi a Argentina que começou com isso, mas com
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anuência do Brasil", observa José Botafogo Gonçalves, ex-embaixador em
Buenos Aires e hoje presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro
de Relações Internacionais (Cebri). Para ele, chega a ser salutar o fato de
o Brasil permitir determinadas restrições sem retaliar o vizinho. Mas com
limites. "É razoável aceitar certo grau de proteção, especialmente por
causa da crise econômica. O objetivo não é ´não ser legal´ com a
Argentina", afirma.
Entre os itens argentinos que sofrem restrições para ingressar no Brasil estão
laminados de madeira e autopeças. No sentido inverso, os fabricantes
brasileiros de móveis figuram no rol dos principais atingidos pelas restrições
argentinas. "É muito preocupante o estado atual das relações no campo
comercial e econômico", diz Botafogo Gonçalves. Na opinião do exembaixador, falta consistência entre os objetivos do Mercosul. "Não estou
vendo empenho de nenhum dos dois lados para resolver a atual situação",
critica.
Na opinião de Botafogo Gonçalves, o excesso de protecionismo acaba
sendo algo como um tiro no pé - não apenas para a Argentina, como
para qualquer outro país. "Esse sistema de proteção não reforça a
capacidade competitiva do país. Assim, só aumenta a incapacidade da
indústria argentina", diz. O toma lá dá cá entre Brasil e Argentina e a falta
de resolução para os conflitos comerciais, observa o ex-embaixador, já
passou dos limites. "Perdemos de vista os objetivos legítimos e entramos
num círculo de medidas equivocadas", afirma. Na medida em que dois
sócios começam a travar embates econômicos, o Mercosul retrocede. "O
bloco existe para integrar mercados e não para segmentá-los. Estamos
com 18 anos de Mercosul e esse é o tipo de coisa que não pode
acontecer", sentencia o ex-embaixador e atual presidente do Cebri.
Congresso discute estratégias econômicas para o póscrise
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=12441&codp=21&codni=3
Jornal do Comércio
13/11/2009
As principais tendências de negócios para 2010 e as perspectivas nas
relações entre América Latina e União Europeia foram tema dos debates
que encerraram, nesta sexta-feira (13), o Congresso Internacional de
Cooperação − União Europeia e América Latina, na Fiergs.
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Durante o painel "A visão de futuro na relação entre a América Latina e
União Europeia", o presidente do Centro Brasileiro de Relações
Internacionais (Cebri), o ex-embaixador José Botafogo Gonçalves, falou
sobre o atual cenário da economia brasileira. Para Gonçalves, antes de
assinar acordos, o País necessita definir sua política econômica.
"Hoje o Brasil ainda está reagindo aos mercados, respondendo a
demandas externas, enquanto já deveria ter definidas suas próprias
demandas nos negócios", observou. O ex-embaixador, destacou, contudo,
as vantagens que o País possui se comparado com outras nações,
afirmando a importância da área de agronegócios.
O superintendente do Sebrae/RS, Marcelo Lopes, e o coordenador da
área Internacional da Petrobras, Cláudio Raeder, destacaram os casos
bem sucedidos de empresas brasileiras que alcançaram os mercados
mundiais. Defendendo o empreendedorismo e a confiança nos projetos
governamentais de apoio às empresas, os painelistas apresentaram os
avanços nos processos de internacionalização de empresas brasileiras.
Raeder destacou o papel da Petrobras no exterior, explicando que, em
2000, a empresa atuava em seis países. Nove anos depois, o número saltou
para 28. "Há espaço para a produção brasileira no Exterior e a Petrobras
pode auxiliar nesse processo", defendeu.
Já o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo
(Onip), Bruno Musso, trouxe informações sobre os projetos desenvolvidos
com empresas associadas dos setores públicos e privados, focando no
auxílio da empresa de petróleo.
De acordo com Musso, o Brasil vem sendo apontado como o "filé mignon"
da indústria internacional de fornecimento de energia e gás. O
superintendente citou os casos da Devaice Engenharia de Automação
Ltda e da Colméia Container´s Ltda, que obtiveram êxito ao receberem
apoio do Programa de Internacionalização da Cadeia Produtiva de
Petróleo e Gás − Prointer.
O evento, que aconteceu nesta quinta (12) e sexta-feira, reuniu painelistas
e representantes de inúmeros países da Europa e da América Latina em
debates e seminários sobre as melhores maneiras de potencializar as
relações econômicas entre blocos econômicos, naçõese empresas
internacionais.
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Brasil defende desarmamento nuclear
http://www.jornalfeirahoje.com.br/materia.asp?id=12080
Jornal Feira Hoje
10/11/2009
O Brasil tem, cada vez mais, participado dos debates internacionais em
defesa da não-proliferação de armas nuclares e do desarmamento.
Nos próximos dois anos, a influência do país neste campo pode ser ainda
maior, com a conquista, em 2009, de um dos assentos rotativos do
Conselho de Segurança da ONU.
Perigo à Paz
Na última semana, o Rio de Janeiro foi sede de um seminário sobre o
assunto, que contou com a participação de representantes do Governo,
de países convidados e de membros de organizações da sociedade civil.
Na ocasião, o diretor do Centro Brasileiro de Relações Internacionais,
embaixador José Botafogo, lembrou que o tema deve estar
continuamente nas pautas internacionais, já que as armas nucleares
representam um perigo à paz.
"A difusão de armas nucleares é uma ameaça a todos os países civilizados
e também a todos aqueles países que estão no centro dos conflitos
internacionais. O Brasil tem o privilégio de estar em uma zona
desnuclearizada. Todo o hemisfério sul, aliás, está desnuclearizado. Isso é
um patromônio que deve ser preservado", afirmou.
Enriquecimento de Urânio
Durante o seminário, o Presidente da Comissão Nacional de Energia
Nuclear, Odair Gonçalves disse que o Brasil está entre os três países com
maior potencial de urânio do mundo.
"Nós somos um dos três únicos países que tem urânio em quantidade e que
detém a tecnologia de enriquecimento, junto com Rússia e Estados Unidos.
Nós somos a sexta reserva mundial, com apenas 30% do território
prospectado até uma profundidade de 100 metros. Isso significa que nós
somos a segunda ou a terceira reserva mundial de urânio. Portanto, o
nosso papel é muito importante, porque por uma lado, nós detemos a
tecnologia e por outro, detemos os meios para desenvolvê-la.", afirmou.
Todos os especialistas no encontro, defenderam que o potencial nuclear
brasileiro deve ser aproveitado apenas para fins pacíficos, como por
exemplo, para a produção de energia.
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Não-Proliferação
Já o alto comissário das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento,
Sérgio Duarte, disse à Rádio ONU qual é o papel dos países no Tratado
Internacional de Não-Proliferação de Armas Nuclares.
"O Tratado estabelece duas categorias de países: os que possuem armas
nucleares, Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, e os
demais, que não as possuem. Para esses, o tratado estabelece um sistema
de verificação de acordos de salvaguardas de cada país individual com a
Agência Internacional de Energia Atômica. Através desses acordos, a
agência exerce a vigilância e o monitoramento das instalações desses
países que não possuem armas nucleares", afirmou.
Ainda segundo Sergio Duarte, não há nenhum mecanismo de verificação
dos países que, pelo Tratado, podem ter armas nuclares. Ele afirma que
essas nações deveriam dar mais explicações sobre o uso da tecnologia
em seus territórios e sobre o compromisso que devem assumir em relação à
paz mundial.
Afeganistão lidera crescimento do PIB
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2009/11/08/economi
a,i=153399/AFEGANISTAO+LIDERA+CRESCIMENTO+DO+PIB.shtml
Correio Braziliense
08/11/2009
China? Índia? Brasil? Nada disso. O campeão de crescimento em 2009
será o Afeganistão. Envolto há oito anos em combates entre a milícia
talibã e as forças ocidentais lideradas pelos Estados Unidos, que o ocupam
desde outubro de 2001, o país terá expansão de 15,65%. Nem em seu
melhor momento os chineses tiveram desempenho superior (leia mais no
texto abaixo). Excluídos os ganhos com o ópio, droga extraída das vastas
plantações de papoula no interior, o Produto Interno Bruto (PIB) afegão
deve ficar em US$ 13,32 bilhões, segundo estimativa do Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Daqui, só temos notícia da guerra. Mas os EUA estão investindo na
reconstrução da infraestrutura do Afeganistão, abrindo estradas,
aumentando a produção de energia. Além disso, os soldados da Otan
(Organização do Tratado do Atlântico Norte) também gastam dinheiro lá,
o que ajuda”, disse o embaixador Rubens Barbosa, consultor de negócios
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e presidente da Rubens Barbosa&Associados. Entre 2003 e 2014, o
resultado deste ano só deve ser inferior ao de 2005 (16,10%). Os
investimentos públicos e privados são equivalentes a 32,5% do PIB — no
Brasil, o indicador não passa de 19%. A expansão econômica afegã deve
ser de 8,62% em 2010 e de 7,85% em 2011.
Os investimentos estrangeiros diretos chegaram a 2,5% do PIB. O Banco
Mundial (Bird) emprestou US$ 3 bilhões para infraestrutura, reformas e
projetos de desenvolvimento. O Fundo tem um acordo, no valor de US$ 120
milhões, para ações com o objetivo de reduzir a pobreza. “Nossa
prioridade nacional é fortalecer a capacitação dos trabalhadores, investir
na infraestrutura necessária para uma economia viável e aumentar a
produtividade da nossa agricultura”, disse o presidente do Banco Central
afegão, Omar Zakhilwal, na reunião do FMI, em Istambul, no mês passado.
A taxa de poupança é significativa no país: 31% do PIB. A economia afegã
se beneficia muito da produção de pelo menos 8 mil toneladas de ópio
por ano, o que gera uma receita de quase US$ 700 milhões. Mas essa é
apenas a parte visível da droga, captada nas estimativas da Organização
das Nações Unidas (ONU). Dominada pelos talibãs, boa parcela do tráfico
não aparece em projeções. De qualquer forma, o Fundo exclui a atividade
ilegal da contabilidade do PIB. Os técnicos do FMI acreditam que a
expansão de quase 16% será obtida a partir de uma “forte recuperação
da agricultura e pelo aumento no fluxo de capitais”. O país produz carne,
frutas, castanhas, têxteis e lã.
Como não tem ligações bancárias e comerciais restritas, o Afeganistão
passou ao largo da crise. A balança comercial é deficitária em US$ 6,66
bilhões. As reservas internacionais são de apenas US$ 3,10 bilhões e a
inflação em Cabul, capital do país, é de 8,5% anuais. “O PIB do
Afeganistão está crescendo muito, mas isso não leva ninguém a investir ou
morar lá”, disse o embaixador José Botafogo Gonçalves, ex-ministro da
Indústria e Comércio. O FMI confirma que a insegurança e a corrupção
atrapalham. O PIB per capita é de US$ 460,97, um dos menores do mundo.
Chávez quer um Mercosul bolivariano
http://www.mre.gov.br/portugues/noticiario/nacional/selecao_detalhe3.as
p?ID_RESENHA=634539
O Estado de S. Paulo
01/11/2009
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Presença do presidente venezuelano no bloco deve dificultar integração
de países-membros, diz o diplomata aposentado Roldão Arruda
Entrevista Marcos Azambuja: ex-embaixador.
Quem é:
Marcos Azambuja
Diplomata aposentado. Foi embaixador do Brasil em Buenos Aires e Paris e
ex-secretário-geral do Itamaraty. Atualmente é vice-presidente do Centro
Brasileiro de Relações Internacionais.
A presença de Hugo Chávez no Mercosul deve dificultar o caminho de
integração comercial dos países-membros - que já é difícil e cheio de
falhas. De acordo com o embaixador Marcos Azambuja, vice-presidente
do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Chávez é o tipo de
sócio que se junta ao clube não para jogar de acordo com as regras já
estabelecidas pelos outros sócios, mas sim para refundar o próprio clube.
Ele já fez isso no Pacto Andino e pode reproduzir o mesmo tipo de
comportamento no Mercosul.
Como o senhor viu a entrada da Venezuela no Mercosul?
Eu teria preferido o aprofundamento e o aperfeiçoamento do Mercosul
com seus parceiros atuais, com o foco voltado para o cone sul. O Mercosul
precisa mais de aperfeiçoamento do que expansão.
O senhor tem restrições específicas à Venezuela?
A Venezuela não é objetável, ou seja, não há reservas em relação ao país.
Trata-se de um sócio desejável, um país amigo e vizinho. Mas ela tem um
presidente com possibilidade de ser um presidente eterno. O fato central,
em termos de acordos comerciais, é que Chávez tem um precedente
preocupante: ele causou grande dano ao Pacto Andino. Isso ocorreu e vai
continuar ocorrendo porque ele nunca quer aderir ao que existe, mas sim
refundar. Não é um novo sócio que se soma aos outros, mas um parceiro
que quer alterar as regras do jogo.
O ex-embaixador Rubens Ricupero disse ao Estado que a entrada da
Venezuela ocorreu antes que fossem definidos os termos da adesão.
Concordo. Teria sido melhor se o Senado tivesse segurado mais a decisão.
Até que fosse adotada uma resolução na qual o Brasil deixasse
perfeitamente claros os termos da adesão. O melhor agora seria que o
plenário do Senado fizesse isso. Mesmo que sua decisão não tivesse valor
jurídico. Se não fizer, vai haver um momento em que seremos obrigados a
retomar o debate, explicitando que a Venezuela foi aceita num jogo que
já tem regras e cujo objetivo é a integração por meio da negociação - e
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não um instrumento contra os Estados Unidos, contra Israel, ou qualquer
outro país.
O senhor disse há pouco que seria melhor aperfeiçoar o Mercosul do que
expandi-lo. Por quê?
Nós caminhamos depressa demais com o Mercosul. Tentamos uma
integração que foi além de nossas pernas e hoje estamos diante de um
processo associativo imperfeito, cheio de brechas. Tentamos uma
ambiciosa integração aduaneira e não chegamos lá. Há muito dever de
casa a fazer antes de se pensar em ampliação.
A decisão foi mais política do que técnica?
Chávez já deixou claro que seus sentimentos a respeito dessa associação
comercial não são os mesmos que inspiram os outros sócios. Ele quer um
outro tipo de entidade. É um direito dele, mas não é isso que temos nem
queremos. O Brasil não quer ser instrumento de ninguém. O Brasil quer usar
o Mercosul, mesmo com suas imperfeições, para fortalecer um processo
de intercâmbio, trocas, negociações. O Brasil não quer rever o mundo,
mas se colocar melhor dentro dele. O Chávez quer um Mercosul
bolivariano.
Na América Latina, Chávez não é o único com ideias de refundação.
Podemos citar Evo Morales, da Bolívia, e Rafael Correa, do Equador.
Estamos falando de países de grande pobreza, grandes assimetrias,
rupturas internas. Eu compreendo a necessidade de correção. O problema
é que esse tipo de atitude não é a mesma que leva à integração
comercial: ela ocorre quando esses problemas estão resolvidos e um
Estado fala com o outro, com certa homogeneidade de pensamento. São
países que, em vez de pensar em se associar, precisam se redefinir como
países.
Há democracia na Venezuela?
A Venezuela procura reduzir o conjunto de fatores que definem uma
democracia a um de seus ingredientes, que é a vontade majoritária. Não
tenho dúvida de que ela é o elemento central da democracia, mas é
preciso levar em conta também o respeito à minoria, as regras do jogo, as
leis. Eles usam muito os plebiscitos, referendos para alterar as regras.
Parecem preferir a chamada democracia direta, sem passar pelos
parlamentos, pelos tribunais, quando já se provou que a democracia tem
de ser instrumentada por leis, entidades, parlamentos. Ou então cairemos
no cesarismo, no bonapartismo, no uso momentâneo da popularidade
para desconstruir o Estado.
O Mercosul é o único caminho do Brasil no jogo global?
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O Brasil também pode jogar com Unasul, OEA, G8 ampliado, o G20. A
vocação do Brasil é ter associações múltiplas.
Os interesses de empresas brasileiras na Venezuela contribuíram para
acelerar a decisão?
Sem dúvida - e isso é legítimo. Não se trata de colocar princípios acima de
interesses, mas de conciliar princípios e interesses.
Lula festeja resolução de crise em Honduras
http://www.mre.gov.br/portugues/noticiario/nacional/selecao_detalhe3.as
p?ID_RESENHA=634315
O Globo
31/10/2009
Possível fim do impasse dá início a debate entre especialistas sobre a
postura da diplomacia brasileira no episódio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o Brasil participou
de todo o processo que resultou no acordo em Honduras.
Ele demonstrou confiança de que o que foi acertado será cumprido e
ainda alfinetou o presidente interino do país: — O que aconteceu na
verdade foi que (Roberto) Micheletti descobriu que não é possível
governar contra a vontade da maioria.
Lula lembrou que Zelaya sempre foi tratado como hóspede na embaixada
brasileira. Disse que o governo brasileiro agiu corretamente ao tomar essa
posição e que qualquer país democrático faria o mesmo.
— Ele (Zelaya) estava na nossa casa e não ia deixar ninguém tirá-lo de lá.
O Brasil fez muito bem ao tomar essa posição, em que prevaleceu a
verdade.
Em resposta aos críticos dessa posição brasileira, afirmou: — Nem Pinochet
teve coragem de fazer qualquer coisa contra a embaixada de Cuba,
onde ficaram todos os exilados.
Tomar posição pró-Zelaya pode ter sido erro O anúncio do fim do impasse
também iniciou um vigoroso debate entre especialistas de política externa
sobre a postura brasileira durante a crise.
No Brasil, o aparente fim do impasse se tornou o começo da análise de
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uma das mais ousadas iniciativas diplomáticas brasileiras nas últimas
décadas.
Roberto Abdenur, embaixador e ex-secretário-geral do Itamaraty e
membro do conselho curador do Centro Brasileiro de Relações
Internacionais (Cebri), considera que o Brasil errou durante a evolução dos
acontecimentos.
— A postura do Brasil foi correta na condenação à maneira golpista com a
qual Zelaya foi retirado do poder, e também na insistência para a
manutenção da democracia. Houve, porém, uma postura desequilibrada
diante dos antecedentes da destituição.
Houve uma tentativa de realizar um referendo que violava a Constituição,
que desde 1982 mantinha a estabilidade do país — analisa Abdenur. —
Faltou, portanto, equilíbrio ao se lidar com uma atitude golpista e uma
postura inqualificada pró-Zelaya. É preciso cuidado quando há forças
significativas dos dois lados.
O tema central na análise de todos foi a hospedagem de Zelaya na
embaixada brasileira, algo sem paralelo na história da política externa
brasileira, e talvez até mundial: um presidente deposto que volte para seu
país, mas que se refugie dentro de uma embaixada estrangeira. Abdenur,
ao descrever o que chamou de “tomada de assalto” da representação
diplomática, considerou o episódio uma “situação vexatória” para o Brasil.
Um dos mais críticos foi o ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos,
Rubens Antônio Barbosa, professor do Instituto de Relações Internacionais
da USP.
— Não haveria problemas se a presença do presidente deposto tivesse fins
humanitários. Ao permitir que ele usasse e embaixada como plataforma
política de Zelaya, feriu o princípio da não interferência. Abrigo para
Zelaya forçou início de negociações. Diversos outros especialistas, no
entanto, discordam. A cientista política e professora da PUC-RJ Maria
Celina Soares D’Araujo afirma ter observado o episódio inicialmente com
ceticismo, mas que sua visão foi mudando com o desenrolar dos
acontecimentos.
— Num primeiro momento, pareceu-me que o Brasil tinha entrado numa
enrascada diplomática. Mas, com o passar do tempo, a iniciativa acabou
por forçar uma negociação, criar um fato político. A ação do Brasil fez a
comunidade internacional agir.
Tullo Vigevani, professor da Unesp e do IRI-USP, concorda. — A presença
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do presidente deposto (na embaixada) obrigou que houvesse uma
negociação — afirma Vigevani. — Sem avaliar a correção jurídica, o fato é
que isso acelerou o processo.
A mesma lógica foi defendida ontem pelo chanceler, Celso Amorim: —
Esse acordo não existiria se o Brasil não tivesse aberto as portas para
Zelaya. Teria sido muito triste se nós não tivéssemos sido capazes de fazer
isso.
No debate sobre os efeitos da postura brasileira sobre a sua imagem
internacional também há avaliações diametralmente opostas. Celina
D’Araujo, por exemplo, diz que o Brasil, num primeiro momento, “ficou bem
na foto”, alertando que ainda é cedo para analisar e também que há
“questões nebulosas”, como o que realmente aconteceu para Zelaya
surgir na embaixada brasileira. Já Abdenur afirma exatamente o oposto.
— Não digo que houve uma perda irreparável, não foi uma crise de
repercussão global. Mas o Brasil não ficou bem na foto.
Discordando da avaliação do presidente Lula, Celina e Abdenur
concordam que a resolução da crise deve ser creditada aos EUA, não ao
Brasil. Celina ressalta que isso ocorre até por questões práticas: cerca de
80% da economia de Honduras dependem dos EUA, fazendo com que
Washington fosse, desde sempre, o ator que poderia “pressionar em termos
políticos, econômicos, diplomáticos”. Abdenur, no entanto, é bem mais
ácido. — O que acabou ocorrendo é que os Estados Unidos é que foram
os mediadores.
Abdenur e Barbosa também consideram que a diplomacia brasileira se
deixou levar por questões ideológicas. — A América Central não é uma
área de influência brasileira. Houve um superdimensionamento deste
poder de influência. Naquela região, a capacidade brasileira é reduzida
— disse Rubens Barbosa. — Outra lição. A política externa não deve ter
caráter político partidário. Deve se basear em interesses nacionais. Não
tínhamos nada que nos meter lá. Isso foi feito por proximidade com
Chávez, que colocou Zelaya na porta da embaixada, e o Brasil aceitou. O
Brasil não tinha qualquer interesse nacional lá. Foi ideológico.
Críticas dentro do Conselho de Segurança da ONU O papel de Chávez é
reconhecido por Celina D’Araujo, mas ela lembra que pouco depois de
sua chegada à Embaixada do Brasil, Zelaya parou de mencionar o líder
venezuelano.
Enquanto o Ministério das Relações Exteriores brasileira frisou várias vezes
que, além da Organização dos Estados Americanos (OEA), o Conselho de
Segurança da ONU apoiou o Brasil, Abdenur afirma que esta última
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afirmação
não
retrata
exatamente
o
que
ocorreu.
— Houve um recurso açodado ao Conselho de Segurança.
Houve até a crítica da representante dos EUA no Conselho, que ocupava
a presidência no momento.
O órgão existe para avaliar questões de paz e resolução de conflitos. Isso é
ruim para quem quer entrar no Conselho de Segurança — diz Abdenur,
que ressalta defender a entrada do Brasil no Conselho.
Encontro sobre relações internacionais reúne lideranças
latino-americanas
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/10/30/materia.2009-1030.4046012248/view
Agência Brasil
30/10/2009
A 15ª edição do Encuentro de Estudiantes y Graduados en Relaciones
Internacionales Del Cono Sur (Conosur, na sigla em espanhol) reúne, de
hoje (30) a segunda-feira (2), em São Paulo, especialistas latino-americanos
para discutir temas como segurança, economia e democracia na região.
Organizado pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), o evento
conta com a presença, entre outros, do ex-presidente da Colômbia César
Gaviria, do presidente do Centro de Estudos Brasileiros de Relações
Internacionais (Cebri), José Botafogo Gonçalves, e do diretor do Centro de
Estudos Americanos da Faap, embaixador Sergio Amaral. A abertura será
feita pelo embaixador Rubens Ricupero, diretor da Faculdade de
Economia da Faap.
O Conosur foi criado em 1995 com o objetivo de integrar estudantes,
profissionais e acadêmicos de relações internacionais da América Latina
para debater os rumos da região, além de promover a troca de
experiências. Nesta edição, serão abordados temas como proteção dos
recursos minerais e segurança energética, conflitos regionais na América
do Sul, impactos da integração regional, formação de blocos econômicos
na América Latina e crise financeira internacional.
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Entenda o que muda com a Venezuela no Mercosul
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091028_venezuelamer
cosulqanda_ac.shtml
BBC Brasil
29/10/2009
A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta quinta-feira o
protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. A decisão ocorre depois
de meses de discussões entre parlamentares governistas e de oposição.
A matéria já passou pela Câmara. Após aprovação na comissão, deverá
ser votada no plenário do Senado.
O protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul foi assinado em 2006 e
deve ser aprovado por todos os integrantes para que o país se torne um
membro integral do bloco.
Argentina e Uruguai já ratificaram o ingresso da Venezuela no Mercosul. O
Paraguai espera a decisão do Brasil para votar o protocolo.
Abaixo, a BBC Brasil responde a algumas perguntas sobre os impactos da
entrada da Venezuela no Mercosul.
Que impacto a entrada da Venezuela no Mercosul deverá ter no bloco e
nas relações com outros países?
Setores contrários à entrada da Venezuela no Mercosul afirmam que o
governo do presidente Hugo Chávez deixa a desejar em relação ao
respeito aos princípios democráticos e que a adesão de seu país pode ser
prejudicial ao bloco.
De acordo com analistas consultados pela BBC Brasil, o estilo "personalista"
de Chávez pode ser motivo de temor em alguns países da região.
"É um tipo de governo que, de alguma forma, traz outro comportamento
para dentro do Mercosul", diz Sônia de Carmago, professora da PUC-Rio.
Segundo ela, enquanto Lula tem uma atuação "agregadora" em política
externa, o presidente venezuelano é mais intempestivo e cultiva um
"nacionalismo exacerbado".
José Alexandre Hage, professor de Relações Internacionais da Trevisan
Escola de Negócios, questiona ainda como o bloco irá agir diante de
problemas que a Venezuela tradicionalmente tem, como os conflitos com
a Colômbia.
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"Se a Venezuela entra no Mercosul, de certa forma estamos corroborando
os problemas dela. E a rivalidade que a Venezuela tem com a Colômbia,
por exemplo? Como fica o bloco?", questiona.
O discurso antiamericano do presidente da Venezuela também é visto por
alguns como um problema, e há o temor de que possa prejudicar as
relações do bloco com os Estados Unidos. "Uma alta dose de Chávez no
Mercosul pode aumentar uma ideologização antiamericana", diz Hage.
Há ainda o temor de que a presença da Venezuela prejudique as
negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a
União Europeia.
No entanto, o argumento dos defensores do ingresso da Venezuela no
Mercosul é o de que não se pode impedir a entrada do povo venezuelano
no bloco devido à atual circunstância política e que deixar o governo
Chávez isolado seria pior.
"O problema não é a Venezuela, todo mundo quer que a Venezuela faça
parte do Mercosul. O problema é o governo Chávez", diz Georges Landau,
conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
A Venezuela deve se beneficiar da integração comercial com o Mercosul.
De acordo com alguns analistas, também o bloco teria benefícios com o
ingresso do país.
"Do ponto de vista de se criar um bloco político mais coeso, a entrada da
Venezuela pode ajudar. De certa forma, os países que compõem o
Mercosul são muito parecidos na essência, com governos de centroesquerda, com traços de um certo nacionalismo. O Chávez é um pouco
mais denso nesse nacionalismo, isso pode dar ao bloco um pouco mais de
consistência", afirma Hage.
O ingresso da Venezuela no Mercosul pode aumentar o poder de
influência de Hugo Chávez na região?
Alguns analistas afirmam que o ingresso da Venezuela no Mercosul dará a
Chávez mais poder de influência na região. O país, que já integra a Alba
(Aliança Bolivariana para as Américas) e a Unasul (União de Nações SulAmericanas), ganharia um palco importante.
"Aumenta o grau de projeção de Chávez, tem muito mais espaço de
articulação", diz Hage. "Ganharia um palco muito melhor que Unasul e
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Alba, que são expectativas, enquanto o Mercosul, apesar da crise,
realmente existe."
Como os venezuelanos veem a adesão do país ao bloco?
Nesta semana, um dos principais opositores de Chávez, o prefeito de
Caracas, Antonio Ledezma, veio ao Brasil e defendeu a aprovação da
entrada da Venezuela no Mercosul. O líder opositor afirma que o povo
venezuelano não pode ser punido com o isolamento por causa do
governo Chávez.
Além disso, há a expectativa de que, com a entrada da Venezuela,
aumente o poder de pressão do Mercosul sobre o governo Chávez, para
que cumpra pré-requisitos democráticos. Em uma audiência no Senado,
Ledezma disse que a adesão da Venezuela ao Mercosul seria uma chance
de "enquadrar" Chávez.
O Protocolo de Ushuaia, parte do Tratado de Assunção, que criou o
Mercosul, afirma que "a plena vigência das instituições democráticas é
condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração"
do bloco. Em caso de não cumprimento das cláusulas democráticas, um
país pode sofrer suspensão.
"A Venezuela é uma democracia em termos formais, mas tem uma forma
de governo muito autoritária", diz Sonia de Camargo.
No entanto, alguns analistas afirmam que os resultados práticos desse tipo
de pressão por parte do Mercosul podem ficar aquém do esperado. "Não
há mecanismos para isso, porque o Mercosul é muito pouco
institucionalizado", diz Hage.
Apesar das limitações, alguns defensores do ingresso da Venezuela no
Mercosul afirmam que é melhor ter o país no bloco, atendendo a algumas
regras, do que independente e sem controle.
Qual o impacto econômico da adesão da Venezuela ao Mercosul?
No ano passado, a balança comercial do Brasil com a Venezuela
alcançou US$ 5,7 bilhões, com superávit de US$ 4,6 bilhões para o Brasil.
Desde 2007, o Brasil passou a ser o segundo sócio comercial do país,
ficando atrás somente dos Estados Unidos, principal consumidor do
petróleo venezuelano.
A Venezuela importa 70% do que consome, a maior parte da Colômbia e
dos Estados Unidos. Defensores afirmam que o ingresso do país no Mercosul
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traria vantagens econômicas e fortaleceria o PIB do bloco. Também
estenderia o bloco para o norte da América do Sul, com influência na
região caribenha e benefícios para os Estados da região norte do Brasil.
Para fazer parte do Mercosul, a Venezuela tem de cumprir critérios, entre
eles a adoção da Tarifa Externa Comum (TEC), vigente no comércio do
bloco. Críticos afirmam que a Venezuela ainda não cumpriu esses critérios
e não aceitou o tratado de tarifas comuns com terceiros países.
Tratado nuclear em discussão
http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/detail/171918.html
Rádio ONU
29/10/2009
O alto comissário da ONU para Assuntos de Desarmamento, embaixador
Sérgio Duarte, participa nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, de
conferência sobre os tratados de não-proliferação nuclear.
O evento é promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais,
Cebri, e reúne representantes de governo, especialistas e estudiosos de
dezenas de países.
Em entrevista à Rádio ONU, de Nova York, pouco antes de embarcar para
a conferência, Sérgio Duarte falou sobre os desafios do enriquecimento de
urânio para fins pacíficos, a polêmica que envolve países como o Irã, a
violência no Rio de Janeiro e a importância do Brasil no cenário
internacional.
Uruguai-Eleições: Discurso de sair do Mercosul
é uma 'fantasia'
http://www.oreporter.com/detalhes.php?id=12315
O Repórter
24/10/2009
Sem grandes novidades nos programas de governo, os candidatos às
eleições presidenciais do Uruguai, que acontecem amanhã, aproveitaram
suas campanhas para propor novas diretrizes em relação ao Mercosul.
Contudo, a possibilidade de afastamento do bloco não passa de uma
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"fantasia", segundo analisa o ex-embaixador brasileiro José Botafogo
Gonçalves.
Em seu discurso, Pedro Bordaberry, candidato pelo Partido Colorado e
terceiro nas pesquisas de intenção de voto, chegou a propor a saída do
Uruguai do grupo que forma junto ao Brasil, Argentina e Paraguai. "É um
Mercosul que não serve ao Uruguai" e "obriga a negociação bilateral",
disse em agosto passado.
Também o governista e favorito José Mujica, da coalizão Frente Ampla,
declarou o fracasso do bloco, que "está manco e na miséria". Já o
segundo mais cotado nas pesquisas, o nacionalista Luis Lacalle criticou a
institucionalização excessiva e disse que, se eleito, vai se opor a um
"Mercosul político" porque "não foi pensado assim". "O Mercosul é uma
associação econômica e comercial", declarou.
"Eu tenho acompanhado estas discussões (...),mas é tudo fantasia", disse
em entrevista à ANSA o diplomata brasileiro, que foi embaixador na
Argentina e embaixador extraordinário para Assuntos do Mercosul.
Segundo Botafogo, estas declarações sobre um eventual afastamento são
apenas uma forma de "se queixar", pois, "sair do Mercosul e achar que as
vantagens serão mantidas e que as desvantagens serão contra o Brasil é
uma ilusão".
"Para o Uruguai, o Mercosul representa uma alternativa importante, porque
é um país muito pequeno e muito dependente do resultado do
comportamento econômico de seus dois vizinhos" maiores, continuou.
Nesse sentido, Botafogo recorda que o Uruguai foi uma das nações que
mais acreditava no bloco, formado em 1991, postura que também foi
reiterada pela cônsul-geral do Uruguai em São Paulo, Brigida Scaffo. "O
Uruguai foi o que mais apostou, às vezes não recebeu o que esperava,
mas não pode sair (...), não pode se afastar de Argentina e Brasil",
declarou.
Caso Botnia
Ainda de acordo com Botafogo, o que mais "frustrou" o país foi o fato de o
Brasil ter se omitido no conflito com a Argentina pela instalação da fábrica
de celulose da finlandesa Botnia em território uruguaio.
"O Brasil não tomou partido e disse que o assunto não era com ele, que
não era tema do Mercosul", disse o ex-embaixador. "O Brasil se absteve de
exercer seu papel de sócio maior", frustando não apenas o governo de
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Tabaré Vázquez, mas também da população do país, que "ficou
ressentida com essa indiferença".
Instalada em novembro de 2007, a fábrica da Botnia no Uruguai foi a
causa de um dos piores conflitos da atualidade entre esse país e a
Argentina. Há mais de três anos, moradores e ambientalistas argentinos
bloqueiam a ponte internacional General San Martín, que liga a cidade
uruguaia de Fray Bentos ao município argentino de Gualeguaychú.
O tema foi levado ao Tribunal Internacional de Haia, que ouviu as partes
no último mês de setembro e deve se pronunciar no início do próximo ano.
Eleições
Amanhã, os cerca de 2,5 milhões de uruguaios habilitados às eleições
comparecem às urnas para eleger o presidente, o vice-presidente, 30
senadores, 99 deputados e cinco membros de cada Junta Eleitoral.
Para que seja eleito, o candidato mais votado deverá contar com a
maioria absoluta dos votos (mais de 50%), caso contrário, os dois mais
votados se enfrentam novamente em uma segunda votação, prevista
para o dia 29 de novembro.
Os cidadãos do país também participarão de dois referendos. Um propõe
introduzir a partir do pleito de 2014 o Voto Epistolar (por correspondência),
que permitirá que uruguaios residentes no exterior exerçam seu direto ao
voto; e o outro prevê a anulação dos quatro primeiros artigos da lei nº
15.848, a chamada Lei de Caducidade da Pretensão Punitiva do Estado,
firmada em 1986 e que anistiou repressores da ditadura (1973-1985).
EUA erraram ao dar poucas informações sobre ações
militares na América Latina, diz diplomata
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/10/14/materia.2009-1014.4479398457/view
Agência Brasil (replicado em Portal 45, Dom Total, Portal Newstin, O Povo –
Fortaleza, Portal UOL, Tribuna do Norte, Portal Sorocabano, Portal Olhar
Direto, Folha de Pernambuco e Portal de Notícias do Terra)
14/10/2009
O embaixador norte-americano Peter DeShazo, diretor do programa
Américas, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (Csis, na sigla
em inglês) reconheceu hoje (14) que os Estados Unidos poderiam ter
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informado melhor a América Latina sobre a instalação de uma base militar
na Colômbia e sobre a reativação da Quarta Frota Americana, uma
divisão da Marinha dos Estados Unidos, no Oceano Atlântico.
Ao participar de debates com estudantes e pesquisadores sobres os
desafios do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na região, o
embaixador também disse que os países latinos não precisam se
preocupar com essas iniciativas. “Os Estados Unidos poderiam ter agido
melhor para informar os outros países sobre a Quarta Frota, que nem existe.
Está no papel”, reforçou.
Criada durante a Segunda Guerra Mundial, a Quarta Frota foi desativada
na década de 1950. Em abril de 2008, no entanto, o governo americano
anunciou a retomada das operações da força, com o objetivo de
combater o narcotráfico e promover treinamentos conjuntos com forças
de países na região do Atlântico Sul.
O embaixador brasileiro Marcos de Azambuja, presente no debate,
também concordou que a falta de esclarecimentos sobre ações militares
provocaram incompreensão. “Os Estados Unidos têm o direito de criar
unidades de força. Não vejo como ameaça."
Sobre as bases colombianas, DeShazo lembrou que a relação entre os
Estados Unidos e a Colômbia data da Guerra da Coréia (1950), quando
colombianos combaterem ao lado de norte-americanos. Nos dias atuais,
esclareceu, as parcerias se restringem ao treinamento de militares e o
combate ao narcotráfico, atividades controladas rigidamente pelas leis e
pelo Congresso colombiano.
Por conta de convênios militares entre os dois países, DeShazo informou
que os Estados Unidos repassaram cerca de U$ 1,3 milhões para o
aparelhamento das Forças Armadas da Colômbia, que aceitou receber
até 800 militares norte-americanos, embora o número atual de soldados
naquele país não ultrapasse de 300.
Invasão chinesa chega ao pré-sal
http://www.new.divirtase.uai.com.br/html/sessao_32/2009/10/05/ficha_presal/id_sessao=32&id_not
icia=16241/ficha_presal.shtml
Divirta-se
05/10/2009
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Assim como já ocorreu nas indústrias têxtil e calçadista, uma nova invasão
chinesa ganha, aos poucos, contornos no Brasil. O alvo desta vez são os
setores de petróleo, gás e energia elétrica, estratégicos para o gigante
asiático, que não tem reservas naturais suficientes para bancar o
crescimento sustentável de sua economia. Das 46 turbinas que vão
compor a usina hidrelétrica de Jirau, no complexo do Rio Madeira, em
Rondônia, 18 são chinesas. O valor do contrato assinado pelo consórcio
construtor com a Dongseng é de US$ 410 milhões.
O Gasene, gasoduto de 945 quilômetros que ligará as regiões Sudeste e
Nordeste, também está sendo construído pela Sinopec, considerada a
maior estatal de petróleo do mundo. A obra foi orçada em US$ 3,2 bilhões
e conta com financiamento do China Development Bank (Banco de
Desenvolvimento da China). Por último, em maio deste ano, a mesma
instituição concedeu empréstimo de US$ 10 bilhões à Petrobras para
financiar a produção de petróleo no pré-sal. Em troca, a estatal brasileira
deverá fornecer à estatal chinesa até 200 mil barris por dia da commodity
durante um período de 10 anos.
Kevin Tang, diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China
(CCIBC), revela que empresas como a fabricante de tubos PCK, a
siderúrgica Baosteel e a própria Sinopec estão interessadas no pré-sal. Isso,
sem contar os estaleiros chineses que querem ancorar sua produção de
navios no Brasil. Georges Landau, conselheiro do Centro Brasileiro de
Relações Internacionais (Cebri) e professor da Fundação Armando Álvares
Penteado (Faap), avisa: a invasão poderá ser predatória. Segundo ele, ao
financiar a Petrobras com US$ 10 bilhões, a China se tornou o primeiro país
a ajudar o Brasil na pesquisa do pré-sal. “Isso tem um valor simbólico”,
acredita. Mas para ele, os antecedentes chineses não são auspiciosos.
“No passado, os investimentos da China no Brasil não foram muito bons. É
só lembrar do Gasene, que ainda está em construção”, afirma. Segundo
Landau, a China se ofereceu para financiar o projeto, que custava US$ 1,5
bilhão. “Mas depois do contrato assinado, aumentou o preço acertado de
uma hora para a outra, alegando avanço no valor do aço. A China
chegou e bagunçou o coreto”, lembra. O negócio estremeceu o
relacionamento comercial entre Brasil e Japão.
Além disso, segundo Landau, os chineses fizeram mais de 100 missões à
Hidrelétrica de Itaipu para aprender como se constrói uma hidrelétrica. A
transferência de tecnologia brasileira para a construção da usina de Três
Gargantas, a maior do mundo, instalada no maior rio da China, o Yangtzé,
não rendeu um centavo sequer ao Brasil. “Somos detentores dessa
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tecnologia e não ganhamos nada com essa consultoria. Ficamos a ver
navios. Por isso, temos que nos precaver”, avisa. Para ele, porém, nada
impede que façam parcerias com os chineses no setor de energia, e o
mesmo ocorre com outros países, com exceção do Irã.
Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a
aprovação do novo marco regulatório do pré-sal da forma como foi
proposto pelo governo – com a Petrobras como operadora única –
também aguça o apetite dos chineses. “Para a China não importa que a
Petrobras seja a única operadora. As empresas chinesas não têm tradição
na operação de campos de petróleo”, acredita.
Tecnologia belga
O governo brasileiro assina nesta segunda-feira um memorando de
cooperação técnica com a Bélgica para tentar atrair para o país
investimentos em logística de portos. Trata-se de um setor em que o Brasil
precisa fazer pelo menos 265 obras ao custo de R$ 43 bilhões. Dona do
segundo porto da Europa e o quinto maior do mundo, em Antuérpia, a
Bélgica tem tecnologia na área que interessa diretamente ao Brasil. Os
investimentos portuários estão na lista dos principais temas da visita que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou no domingo em Bruxelas. Um
grupo de 67 empresários brasileiros – pelo menos 20 deles ligados
diretamente ao transporte marítimo e fluvial – se reúne com empresários e
representantes do governo belga para tratar do tema.
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