Carta Econômica
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Carta Econômica Dezembro de 2014 A tendência de estabilização da atividade econômica no Brasil, após o fraco desempenho no primeiro semestre teve um curto alívio. A indústria, após dois meses positivos, voltou a retrair em setembro. A variação acumulada da indústria em 12 meses já aponta queda no volume de produção. Nota-se ainda que o elevado estoque atual da indústria sinaliza que há bastante incerteza acerca da produção deste setor nos próximos meses. No comércio houve alguma recuperação. Apesar de o volume de vendas estar menor do que no início do ano, no 3º trimestre as vendas cresceram. No entanto, a confiança do consumidor, mesmo estando em um nível baixo, apresentou a maior queda do ano em novembro. O nível atual da confiança do consumidor é parecido com o que se visualizou na crise da quebra do Lehman Brothers. Por fim, o PIB do 3º trimestre mais uma vez decepcionou. O crescimento de 0,1% após dois trimestres de queda foi suficiente somente para dizermos que saímos da recessão técnica. Pelo lado da oferta, houve crescimento tanto da indústria quanto dos serviços, mas a agropecuária puxou para baixo. Pelo lado da demanda, o principal item negativo foi o consumo das famílias. Esperamos um crescimento de 0% do PIB em 2014, e 0,6% em 2015, com viés negativo. A inflação, apesar de estar ainda alta, mostrou alguns sinais de que a fraqueza da atividade econômica pode ajudar a aliviar a alta dos preços. A inflação ao consumidor divulgada ao longo de novembro mostrou desaceleração de núcleos, da inflação de serviços e menor dispersão da alta dos preços. Não obstante, a seca na região sudeste e central do país conjugada com a elevada demanda externa por carnes têm feito com que o preço dos alimentos no atacado suba, o que deve afetar logo o preço dos alimentos ao consumidor. Além disso, a elevação do preço da gasolina, da energia elétrica e a possível alta dos preços do transporte público urbano fortalecerão a inflação ao longo do verão. Esperamos um IPCA de 6,1% em 2014 e 5,8% em 2015. Em relação à política monetária, o tom agressivo do Banco Central ao elevar de forma surpreendente a meta para a taxa Selic em outubro foi mantido ao longo de todo novembro. O Diretor de Política Monetária, Carlos Hamilton, afirmou que, se for necessário, o Copom acelerará o ritmo de elevação da Selic. O mercado está bastante dividido nesta questão e as apostas para a o comportamento da meta Selic na reunião de dezembro estão entre aumento de 0,25 pp e aumento de 0,50 pp. Esta decisão também é importante para a trajetória da Selic para 2015. Caso opte-se por uma elevação menor em dezembro, provavelmente a Selic deve estabilizar-se em 12% em 2015. Caso o aumento seja de 50 pontos, há chance de a meta para a taxa Selic subir ainda mais em 2015. Em nosso cenário básico, esperamos que a meta para a taxa Selic atinja 11,5% neste ano e 12% em 2015. Economista-Chefe Gustav Gorski [email protected] Crescimento do PIB – acum. 4 trim. Fonte: Quantitas, IBGE. IPCA - % 12 meses Fonte: Quantitas, IBGE. Meta para Taxa Selic - % ao ano Fonte: Quantitas, Banco Central. Taxa de Câmbio – R$/US$ A presidente eleita Dilma Rousseff nomeou como futuros ministros da Fazenda e do Planejamento os Sr. Joaquim Levy e Nelson Barbosa, respectivamente. Levy, de formação ultra ortodoxa e vindo do mercado financeiro, e Barbosa, de formação heterodoxa e vindo da academia, serão os responsáveis pelos ajustes nas contas públicas nos próximos períodos. Em nossa visão não há convergência entre a formação e visão de ambos e dificuldades de implementação de políticas estruturadoras não serão pequenas. As informações acerca do cenário econômico externo mostraram que a atividade econômica global continua moderando. Nos EUA, o crescimento econômico é mais saudável e a queda do desemprego com inflação baixa sinaliza este fato. Na Europa, a dificuldade de crescer é enorme e a inflação baixa combinada com alto desemprego aponta este fato. Os preços das commodities continua a retrair e o valor do barril de petróleo já cede cerca de 25% no ano. Fonte: Quantitas, Banco Central. *Cenários Quantitas para Brasil A Quantitas Gestão de Recursos S.A. não comercializa nem distribui cotas de fundos de investimento ou qualquer outro ativo financeiro. As informações contidas neste documento foram produzidas pela Quantitas Gestão de Recursos S.A. dentro das condições atuais de mercado e conjuntura. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. Ressaltamos que rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura. As informações do presente material são exclusivamente informativas. Recomendamos ao investidor a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento dos fundos de investimento ao aplicar seus recursos. Ressaltamos que os fundos de investimentos não contam com a garantia do administrador, gestor, de qualquer mecanismo de seguro ou fundo garantidor de crédito - FGC. A Quantitas Gestão de Recursos S.A. não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados.
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