Ampliação do Museu Nacional Rainha Sofía

Transcrição

Ampliação do Museu Nacional Rainha Sofía
Ampliação do Museu Nacional Rainha
Sofía
A ampliação do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía foi concebida com clara vocação de futuro. Era
preciso assumir com urgência os novos desafios apresentados pela chegada do sécullo XXI.
Dado o crescimento das suas colecções, o contínuo aumento do número de visitantes e a qualificação dos
serviços que estes demandam, tornou-se necessária uma intervenção substancial a fim de permitir a
instituição cumprir o compromisso que, como Museu Nacional, tem com a sociedade.
Em novembro de 1999, o Júri do Concurso Internacional de Idéias para a ampliação do MNCARS escolheu
o projecto do arquitecto Jean Nouvel porque resolvia de forma destacada e satisfatória os objectivos
marcados. A sua proposta, portadora duma linguagem potente e audaz, além de se adaptar às práticas
museísticas mais actualizadas, dialoga respeitosamente com a solidez clássica do edifício de Sabatini e,
ao mesmo tempo, implanta no ambiente uma arquitectura de grande elegância técnica e eficácia
cenográfica que aspira a transformar a complexidade urbanística da área.
A ampliação permitiu ainda liberar espaços do edifício Sabatini para poder estender e ampliar a Colecção
Permanente pelos quatro pisos, conseguindo assim uma narração continuada, sem cortes espaciais, e
permitindo mostrar obras significativas, que nunca ou raramente foram exibidas nas suas galerias, como
por exemplo, a importante colecção de obras realizadas a partir da década de oitenta, conservadas nos
armazéns.
Os novos espaços
A proposta de ampliação, agora finalizada, assumiu o desafio de valorizar o Museu, as colecções, as
exposições e os arredores. Ao mesmo tempo, reflecte o diálogo entre o compromisso com a história e a
obrigação perante o presente e o futuro da arte contemporânea.
O projecto realizado obedece, básicamente, a uma estratégia diferenciadora de funções e espaços, unidos
porém perceptivamente por uma grande cobertura que abraça - com intuito protector - os edifícios
dispostos em torno da praça pedonal. O espaço materializa-se e dissolve-se num jogo de interstícios
surpreendentes.
Os novos espaços representam um aumento de superfície na ordem de 60% sobre a superfície do edifício
antigo (51.297 m²), passando para o total de 84.048 m2. Concretamente, a superfície dedicada à colecção
permanente foi aumentada em mais de 50%. O Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía dispõe assim
dum espaço expositivo privilegiado.
A ampliação é constituída por três edifícios que albergam fundamentalmente galerias de exposições
temporárias, auditórios e biblioteca. Os espaços neles localizados permitirão cobrir outras necessidades:
armazéns de obras de arte, livraria, escritórios, salas de reuniões, sala de protocolo e
restaurante/cafetaria.
Os três novos volumes estão ligados com o edifício Sabatini de modo coerente, tendo sido realizada uma
reorganização dos acessos e percursos museísticos públicos e privados. Estabelece-se, além da
complementariedade das funções, um diálogo, fruto do contraste, entre as duas edificações; o aspecto
sólido e opaco do edifício Sabatini (a rotundidade dum volume simples e ortogonal), frente à leveza e
desmaterialização dos novos edifícios, onde o vidro e os materiais reflectores são elementos protagonistas.
Tudo isso, frisado pela cobertura avançada, que prolonga o remate original de Sabatini e estende a sua
protecção até à aresta aérea da consola sobre o passeio.
Estes três novos edifícios concebidos por Jean Nouvel aumentam consideravelmente a qualidade e a
quantidade dos serviços que o museu pode oferecer.
Três novos volumes: exposições, biblioteca, auditório
As galerias de exposições: As duas novas galerias de exposições temporárias possuem no total 2.251m2
construídos, com capacidade para expor obras de grandes dimensões. Estão comunicadas com o edifício
Sabatini nos pisos 0 e 1. O interior desses espaços permite a flexibilidade necessária para os diferentes
tipos de amostras e suportes, pois integram sistemas que podem chegar a ocultar completamente as
fachadas de vidro. Os poços de luz, ocultos por estores, oferecem iluminação natural, artificial ou
combinada. Diferentes mecanismos possibilitam suspender obras de arte de grande complexidade. Além
disso, a pré-instalação de sistemas informáticos e electrónicos permitem a exibição de imagens em
diferentes pontos das salas.
O auditório: Entre as ruas Ronda de Atocha e Argumosa, localiza-se o edifício que alberga um grande
auditório com capacidade para 500 pessoas, e outro com 200 assentos. No nível mais alto, entre enormes
terraços, encontra-se a sala de protocolo. O restaurante-cafetaria, com acesso directo da rua, está situada
no rés-do-chão.
Os auditórios proporcionam um âmbito incomparável para as actividades relacionadas com práticas
artísticas multidisciplinares, pré-formativas, audiovisuais e multimédia. A música, as performances, as
instalações ou projecções, muitas vezes simultâneas ou ligadas entre si, precisam de espaços apropriados
que permitam produzir projectos de grande complexidade.
Os vigamentos dos diferentes pisos vão desaparecendo nos níveles mais altos e permitem a ligação de
dois dos edifícios: o que alberga a biblioteca e a livraria, por um lado, e as galerias de exposições, por
outro.
A biblioteca: Por último, no extremo mais próximo à Plaza del Emperador Carlos V, o público gozará dum
espaço arquitectónico singular: a grande biblioteca e centro de documentação que, sem dúvida, se tornará
um ponto de referência para pesquisadores. Possui 100 lugares e os sistemas mais novidosos de difusão e
consulta de fundos bibliográficos, informáticos, audios, vídeos, etc. E uns armazéns de reserva capazes de
reunir até 250.000 volumes.
Neste edifício também se encontra a livraria, especializada em arte dos séculos XX e XXI e em
humanidades: mais um aliciente para o público que visita o Museu. A fachada sudeste reflecte a fachada
do edifício Sabatini através duma superfície reflectora que devolve a imagem até à praça de Carlos V. Em
cima do volume ocupado pela biblioteca e os escritórios, erguem-se grandes terraços, protegidos por
enormes vidraças e aberturas de iluminação zenital.
Organização funcional
Os acessos no interior do recinto diferenciam-se em função dos usos. Cada edifício possui o seu próprio
acesso. Também se pode entrar desde o exterior do Museu directamente, tanto na biblioteca como no
auditório e no restaurante/cafetaria.
Entre o edifício Sabatini e os novos espaços, oferece-se ao visitante o trânsito imediato. Para isso foi
realizada a perfuração do muro da fachada sudoeste do antigo edifício e a ligação dessa abertura com o
núcleo de comunicação vertical do novo edifício de exposições temporárias.
Características físicas e materiais
Para a construção dos novos edifícios, foram utilizados materiais e técnicas novidosas na área da
construção. Cabe destacar o composite: fibra de vidro + poliéster, elemento utilizado para o revestimento
do edifício do auditório, tanto no exterior como no interior, em um tom avermelhado muito característico.
Também foram utilizados materiais já conhecidos, porém com designs novidosos, tais como as lamelas de
protecção das fachadas em alumínio ?extrudido?, a criação para o tecto da biblioteca de um imenso
candeeiro feito com cubos de vidro moldados 'ex professo' na 'Real Fábrica de Vidrio de la Granja'
(Segovia) ou a 'asa' aerodinâmica da cobertura, revestida em alucore e zinco.
Dois dos edifícios - os denominados Biblioteca e Exposições temporárias - estão construídos com aço
laminado. As vigas e os pilares foram confeccionados, como se de um tecido se tratasse, com corte por
laser de chapas de 5cm de espessura, soldadas nas oficinas da empresa Horta e transportadas até ao
local da obra por troços de 12, 16 e 22 metros.
O edifício que alberga o auditório foi construído com o sistema de betão pós-esforçado. Duas grandes
nervuras, em disposição simétrica, suportam as cargas dos auditórios e da sala de protocolo. Estas
nervuras estão unidas por vigas de betão armado que formam a platéia dos dois auditórios.
A grande cobertura que sobe seis metros acima da cota dos terraços que culminam os edifícios e se
apoia em esbeltos pilares metálicos, de quase 8.000 m², cobre a totalidade do lote e dos passeios
perimetrais. A excepcionalidade deste elemento reside nas extraordinárias consolas, que atingem até 36 m
de vão. Para isso, foi feita uma estrutura de vigas metálicas, de alma cheia, de 3,4 m (espaço) de altura na
área central. Essa espessura diminui progressivamente até atingir 5 cm no perímetro exterior.
Cifras da ampliação:
Superfície do lote: 10.445 m²
Superfície ocupação: 5.095 m²
Superfície total construída (sobre rasante): 17.566 m²
Superfície construída (sob rasante): 9.326 m²
Superfície espaços abertos (praça e terraços): 3.780 m²
Altura máxima edifícios sobre rasante: 24 m
Altura máxima edifícios sob rasante: 9m
Altura máxima cobertura: 30m
Altura livre sala de leitura: 16m
Altura livre auditório: 14m
Altura livre galerias de exposições: 6m
Altura livre armazéns de obras de arte: 8m
Sobrecarga máxima da superfície da praça: 2.000kg/m²
Sobrecarga máxima de galerias de exposições: 10.000kg
Sobrecarga máxima de monta-cargas: 10.000 kg
Kg aço nos edifícios: 4.500.000 kg
Kg aço na cobertura: 1.800.000 kg
Descrição dos novos espaços por níveis
Cave 2: Armazéns de obras de arte
Cave 1: Armazéns de obras de arte. Salas de máquinas. Sala de leitura de biblioteca. Depósitos de livros.
Armazéns de lojas. Armazéns de materiais diversos. Vestiários pessoal restaurante. Rouparia/sanitários de
apoio às galerias de exposições.
Nível 0: Praça pública. Lojas. Vestíbulo biblioteca. Acesso auditórios. Restaurante/cafetaria. Cozinhas.
Vestíbulo exposições. Galeria de exposições temporárias. Bilheteira/informação/guarda-volumes para
grupos. Ligação com o Museu original.
Subnível 0: Lojas, sala de leitura de biblioteca. Mezzanino cafetaria. Acesso do pessoal. Registo geral do
Museu. Ligação entre edifícios Auditório e Exposições temporárias. Sanitários de apoio às galerias de
exposições.
Nível 1: Lojas. Escritórios administrativos. Vestíbulo de distribuição de auditórios. Auditório 200 e Auditório
500. Camarins. Armazéns de instrumentos musicais. Ligação entre edifícios Auditório e Exposições
temporárias. Sala de exposições temporárias. Ligação com o Museu original.
Subnível 1: Terraços públicos. Escritórios administrativos. Vestíbulo de distribuição de auditórios. Auditório
500. Camarins. Armazéns de instrumentos musicais.
Nível 2: Terraços públicos. Escritórios administrativos. Ligação entre edifícios Biblioteca e Auditório,
Cabines de controlo e tradução. Camarins. Armazéns de instrumentos musicais. Ligação entre edifícios
Auditório e Exposições temporárias. Escritórios administrativos. Ligação com o Museu original.
Subnível 2: Terraços públicos. Sala de reuniões do Patronato do Museu. Escritórios do Patronato do
Museu. Salas de máquinas. Armazéns de materiais. Escritórios administrativos.
Nível 3: Terraços públicos. Ligação entre edifícios Biblioteca e Auditório. Sala de Protocolo. Ligação entre
edifícios Auditório e Exposições temporárias. Ligação com o Museu original
Nível 4: Salas de máquinas.
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