Lago Plantado Revista feita por e para aquaristas

Transcrição

Lago Plantado Revista feita por e para aquaristas
Ano VI • Número 17 • Jul-Ago-Set/2013• Distribuição Gratuita
Revista feita
por e para
aquaristas
amantes da
natureza.
Lago Plantado
Viagem ao Parque
Estadual do Jalapão
Tubarões de Água Doce
Alimentação:
Qualidade é Economia!
Dieta alemã para peixes
de todas as nacionalidades.
Seus peixes podem ter uma alimentação de primeiro mundo. Divididas entre as linhas especial e premium, as rações oferecem alto valor nutricional para diferentes
espécies. Além da melhor nutrição, diferenciais tornarão o aquarismo cada vez mais interessante e prático: grânulos que afundam a diferentes velocidades, eficiência na
alimentação de todos os peixes e o exclusivo sistema click. Com ele, você disponibiliza a quantidade exata de alimento a ser oferecida aos peixes. JBL. Alemã por natureza.
Editorial
Sumário
4 - Viagem ao Parque
Estadual do Jalapão
Marcelo Assano
9 - Lago Plantado
Lui Garcia
Esta edição 17 continua
nossa missão de levar conhecimento aos aquaristas e amantes da natureza e divulgar as
maravilhas naturais que podemos encontrar pelo Brasil. E
em um momento onde nos encontramos com muitos amigos,
que é durante o Encontro de
Aquaristas de Londrina. Espaço
para que possamos aprender e
ensinar, numa troca de experiências, promovendo ainda mais
o nosso hobby. Recebemos os
amigos com muito carinho, sabendo que deixarão saudades. Agradecemos a todos que já
estiveram em nossa cidade para participar de nossos eventos
e convidamos aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer o nosso trabalho. Serão todos sempre bem-vindos!
Voltando a esta edição, trazemos imagens maravilhosas captadas pelo Marcelo Assano quando esteve visitando
o Parque Estadual do Jalapão, em Mateiros, Tocantins. Um
local especial para quem curte a natureza e gosta de belas
Revista Aqualon
paisagens. Também falamos
sobre peixes, em especial, sobre os “tubarões de água doce”.
Edson Rechi discorre em nossas
páginas sobre peixes que recebem este apelido pela morfologia externa que apresentam.
E se muitos vão aos ambientes
naturais para desfrutar da vida
que a água proporciona, há
quem reproduza pedaços da
natureza em seu próprio quintal, como o Lui Garcia, que nos
mostra o lago que criou para
seus momentos de relaxamen-
to. Uma obra de arte!
Desejamos a todos uma ótima leitura e agradecemos
pela amizade e carinho dispensados para com nossos projetos.
Um grande abraço da Equipe Aqualon e desejamos uma ótima leitura a todos!
14 - Galeria de Peixes
Rony Suzuki
16 - Galeria de Plantas
Aquáticas
Rony Suzuki
18 - Tubarões de Água Doce
Edson Rechi
23 - Alimentação:
Qualidade é economia!
Americo Guazzelli
3
Viagem ao Parque Estadual do Jalapão
Por: Marcelo Assano
Fotos: Marcelo assano
Quatro dias de uma viagem de
aventura no coração do Brasil.
O Parque Estadual do Jalapão foi
criado em 12 de janeiro de 2001 e
se encontra localizado no Município de Mateiros, no Estado Brasileiro doTocantins. O parque abrange
uma área de quase 150 mil hectares e é considerado o maior parque
estadual do Tocantins. A vegetação
é predominantemente de cerrado
ralo e campo limpo com veredas.
Saindo de Palmas, dormimos em
São Felix, Mateiros e Ponte Alta, totalizando 1.300 km rodados (01).
Devido ao grande número de
01
4
do por aquaristas no aquapaisagismo) (04).
Porém, é uma pena que sirva
para um fim não tão nobre (05).
fotografias que são os meios mais
fiéis para expormos aos leitores
como é o local, dividiremos a matéria em duas partes, nesta apresentaremos os dois primeiros dias
da viagem, na próxima, os dois
últimos.
Primeiro dia:
Praia do Borges em Novo Acordo
Uma linda praia de água cristalina às margens do Rio Sono (02
e 03), um dos mais importantes
afluentes da bacia hidrográfica
02
03
Araguaia/Tocantins.
Já na primeira parada,tivemos
contatos com os peixes da bacia,
infelizmente não levei uma máquina subaquática, mas me parece ser
um apistograma.
Também pudemos encontrar
lindos materiais, como os primeiros “hardscapes” (material utiliza-
04
05
Comemos
deliciosa
porção
de costelas de
pacu (06)
e seguimos
viagem.
uma
06
Revista Aqualon
Serra do Gorgulho (Morro Vermelho)
Uma leve escalaminha (Caminhada íngreme) no percurso de
aproximadamente 200 metros
nos permitiu contemplar uma das
vistas mais lindas do Parque, que
impressiona pelas formações rochosas de belezas únicas (07).
nada como um maravilhoso Surubim no almoço que nos foi servido
logo ali na Fazenda do Camilo, debaixo da sombra de uma mangueira (09).
dos da região, a famosa catedral
(13).
11
13
Segundo dia:
Despertamos cedo e fomos ao
fervedouro do alecrim (14), uma
ressurgência onde a água sai com
muita pressão, sendo quase impossível afundar neste local.
09
07
Dentre os elementos naturais
que mais chamam a atenção dos
adminiradores da natureza nessa
atmosfera, podemos destacar um
grandioso Buritizal e cânions (08).
Continuamos em meio ao cerrado ralo, passando pelas veredas
onde me senti no livro de Guimarães Rosa, Grande sertão veredas
(10).
12
10
08
Depois de apreciar a paisagem
local, subindo e descendo morro,
Revista Aqualon
Paramos mais uma vez para nos
refrescar, desta vez na prainha do
rio Sono (11), momento em que
nos foi possível ver peixes capturados por um morador local e novas
plantas (12).
Já ao entardecer, chegamos à
Reserva Particular de Patrimonio
Natural (RPPN) Catedral do Jalapão, de propriedade do Secretário
de Turismo do Tocantins, professor
Lúcio Flavo Adorno. Essa unidade
particular de conservação foi criada para conservar um monumento
natural, uma enorme rocha cujo
formato se assemelha ao de uma
igreja e que se transformou em um
dos cartões postais mais conheci-
14
Após um maravilhoso café, partimos para mais uma maravilha
local, a Cachoeira do Formiga, uma
pequena queda d`água cercada
por uma vegetação exuberante,
de árvores altas, samambaias e
moitas de palmeiras nativas. Mas
o verdadeiro espetáculo ficou por
conta da piscina formada ao pé da
5
cachoeira, onde águas de um verde-esmeralda encantador convidam ao mergulho. Uma jóia onde
é possível se banhar e observar o
fundo do poço, com areias calcárias (15).
E aqui a planta emersa (18).
20
18
15
No fundo podemos observar um
carpete de Eleocharis sp. (16).
Partindo para um novo local em
meio à vegetação fechada, entre
brejos e riachos, surge um lugar
de rara beleza, cercado por bananeiras, o Fervedouro de Mateiros
(19). Ao seu centro está um grande
poço de água azul transparente,
na verdade é a nascente de um rio
subterrâneo. A água que brota das
areias claras cria o fenômeno da
ressurgência, que tornam impossível até o banhista mais persistente
afundar.
(Hoplerythrinus unitaeniatus) (21),
que com paciência vem observar
os visitantes.
23
Infelizmente não foi possível coletar e identificar os characídeos,
mas podemos observar três espécies diferentesnesta foto (24).
21
Mais abaixo, seguindo o curso
do rio, pudemos encontrar várias
plantas (22 e 23).
24
Planta emersa e submersa (25).
16
Esta planta submersa parece
uma espécie de Spathiphyllum sp.
(17).
25
19
17
6
Ali também pudemos encontrar
vários characídeos e ciclideos (20).
Uma traíra conhecida como jejú
22
E mais hardscape no caminho
(26).
Após este banho, fomos à comunidade quilombola da mumbuca,
onde Dona Santinha foi uma das
Revista Aqualon
26
precursoras do artesanato com
um capim local, o capim dourado
(27).
27
Passamos pelo rio novo onde
suas água cristalinas permitem a
existência de plantas aquáticas
submersas (28).
29
Uma das surpresas dos diferentes cenários que formam o Jalapão são as suas dunas de areias
douradas, que chegam a atingir
30 metros de altura, o que levou o
lugar a ser chamado de deserto do
Jalapão (30). Seria um deserto, se
o Jalapão não fosse também um
paraíso das águas e um lugar onde
a presença de flores e animais exóticos salta aos olhos.
32
31
Na saída, uma
última olhada
na serra que
enfrentaremos
amanhã (33).
33
30
28
Na mata de transição, a vegetação rasteira é similar às savanas.
Para chegar às dunas do jalapão
(29).
Revista Aqualon
Próximo às dunas de cor alaranjada, o cerrado também brota no
solo de areia (31 e 32). A explicação para a coloração está na decomposição do arenito, que forma
a serra do Espírito Santo.
7
LAGO PLANTADO
Texto e Fotos: Lui Garcia (Empresário - Químico e Gestor Ambiental)
“A correria do dia-a-dia, a exigência de horários, o cumprimento
de metas, regras e tantos outros parâmetros exigidos aumentam
a necessidade de um momento para relaxar. A vida costuma ser
levada no modo automático, o que faz com que se perca momentos
ou detalhes importantes.“
Revista Aqualon
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“Quando projetamos a casa, eu e minha esposa procuramos ter
um espaço que proporcionasse um bem estar, relaxamento, contato com a natureza, algo que solucionasse todas as consequências
da correria diária.”
“Como sempre fui um amante do aquarismo, apaixonado por
aquapaisagismo e ambientes lacustres, resolvi criar um espaço
onde fosse possível unir essas características. Assim, o lago plantado, além de se tornar uma peça única de decoração para a casa,
também nos forneceu o prazer da prática da flutuação, e a arte da
poda e replanta das diferentes espécies vegetais ali presentes.“
10
Revista Aqualon
“O lago se torna a principal atração da casa, onde os amigos e
visitantes podem colocar os pés na água e sentir os peixes mordendo os pés, uma verdadeira terapia.”
“A vontade de fazer um lago era tão grande que, antes de
comprar o primeiro tijolo para levantar a casa, comprei as pedras
e todos os equipamentos que ia precisar para montar um jardim
submerso. Confesso que as pedras deram muito trabalho, pois
atrapalharam muito durante as etapas da construção da casa.”
Revista Aqualon
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Perfil do lago
•
Volume: 8 m3
•
Profundidade: Varia entre 10 e 80 cm.
•
Tempo de montagem: Aproximadamente 18 meses.
•
Impermeabilização: Geomembrana EPDM
•
Filtragem: Uma bomba Orca 10 m³/h ligada 24 horas por
dia.
•
Filtro UV: Foi utilizado nos primeiros 03 meses quando
eutrofização foi intensa, hoje permanece desligada.
•
Sistema de CO2: Cilindro de 10 Kg.
•
Peixes: Aproximadamente 1500 peixes entre platis,
espadas, molinésias, lipis, neons, cascudos, coridoras, mocinhas e
camarões.
•
Plantas: Cabomba, Hygrophila difformis, vários tipos de
ninfeias, anúbias nana e musgo de java.
•
Fertilização: Foram utilizados no substrato uns 200 kg de
húmus, que eu mesmo tratei, e 500 Kg de cascalho grosso e areia
fina, raramente uso fertilização líquida.
•
Ornamentação: Troncos de aroeira e raiz de goiabeira,
aproximadamente três toneladas de pedras seixo Bahia.
•
O projeto e a execução foram totalmente desenvolvidos
por mim, mas muito inspirado nos lagos da ECOSYS e no aquapaisagismo feito por Takashi Amano, Rony Suzuki e André Longarço.
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Revista Aqualon
Devario auropurpureus
Peixes
(Annandale, 1918)
Por: Rony Suzuki
Foto: Rony Suzuki
Distichodus sexfasciatus
Por: Rony suzuki
Boulenger, 1897
14
Foto: Rony Suzuki
Família: Cyprinidae
Origem: Ásia; Endêmico do lago Inle em Myanmar.
Tamanho: 8 cm
Comportamento: São peixes cardumeiros,
nadando ativamente por todo o aquário,
preferindo a porção intermediária e próxima à
superfície. São excelentes saltadores, portanto,
mantenha o aquário sempre coberto.
Agressividade: Pacífico, ideal para aquários
comunitários.
Temperatura: 21 – 24 ºC
pH: 7.0 - 8.0
Foto: Rony suzuki
Nome Popular: Sixbar
distichodus
Família: Distichodontidae
Origem: África; Tanzânia,
Camarões, DR Congo.
Tamanho: Aproximadamente
75 cm. Raramente ultrapassa
os 50 cm em aquários.
Comportamento:
Cardumeiros
Agressividade: Em geral,
possuem uma média
agressividade
quando
adulto, mas podem se tornar
muito agressivos quando
mantidos em aquários
pequenos para a espécie.
Manutenção: Mantenha somente em aquários
bem grandes com capacidade mínima de 600
litros.
Temperatura: 24 a 28 ºC
pH: 6.0 a 8.0
Alimentação: Onívoros, comem de tudo, preferindo
uma dieta à base de vegetais.
Dimorfismo sexual: Desconhecido
Reprodução: Ainda não se conhece seus métodos
de reprodução.
Alimentação: Preferem alimentos vivos, mas
aceitam perfeitamente qualquer alimento
industrializado.
Dimorfismo Sexual: Quando adultos, os machos
são mais coloridos, enquanto que as fêmeas são
maiores e mais roliças, com cores um pouco mais
apagadas.
Reprodução: Como grande parte dos ciprinideos,
desovam próximo às folhas de plantas finas ou
raízes. Não cuidam da desova, podendo vir até a
comer os ovos, portanto, retire os pais assim que
a desova for completada. Os ovos eclodem em
aproximadamente 2 a 3 dias. Assim
que as larvas consumirem o saco
vitelino, começam a nadar livremente,
bem próximos às plantas ou mesmo
nos vidros do aquário, é nessa hora
que entra a alimentação, podendo ser
utilizados os nauplios de artêmia.
Outras InformaçÕes: Essa espécie
está na lista vermelha das espécies em
risco de extinção na natureza, isso se
deve, em parte, aos animais exóticos
introduzidos no lago onde vivem,
também pela poluição.
Revista Aqualon
Plantas Aquáticas
Por: Rony Suzuki
Lobelia cardinalis
Hygrophila corymbosa
“Stricta”
Linné, 1753
Família: Lobeliaceae
Origem: América do Norte
Hábito: Aquática emergente
Tamanho: 20 a 35 cm de altura
Temperatura: 15 a 26 °C
Iluminação: Moderada a intensa
pH: 6 a 8
Manutenção: Relativamente fácil
Crescimento: Médio
Propagação: Sua reprodução é feita
através do corte e replantio do ramo.
Plantio: Parte intermediária e
fundo. Recomenda-se plantá-la em ramos individuais com espaçamento de 3 cm.
A Lobelia cardinalis é uma das plantas mais usadas nos aquários que seguem o estilo
holandês, servem para compor o que chamam de “Dutch street”, ou seja, uma espécie
de caminho feito com uma só planta atravessando outras espécies, dando um belíssimo
destaque à montagem. Se permitido, ela cresce bem, chegando facilmente até a
superfície da água, portanto, devem ser feitas podas, sempre que necessárias. Suas
folhas arredondadas e com coloração verde claro
fazem um maravilhoso contraste com plantas
Inflorescência
de folhas finas ou vermelhas. Ela é melhor
aproveitada quando plantada em grupo na parte
intermediária do aquário. Essa planta necessita
de um substrato rico em nutrientes.
Emersa
16
Família: Acanthaceae
Origem: Ásia
Hábito: Aquática emergente
Tamanho: 20 a 40 cm de altura
Temperatura: 20 a 28 °C
Iluminação: Moderada a intensa
pH: 5 a 8
Manutenção: Fácil
Crescimento: Relativamente rápido
Propagação: A reprodução pode ser
feita através do corte e replantio do
ramo.
Plantio: Área posterior do aquário. O ideal seria plantá-la em ramos individuais com
espaçamento de 3 cm.
Esta planta, apesar de comum, é muito bonita e
resistente, ideal para iniciantes. Submersa, suas
folhas podem chegar a 15 cm de comprimento,
formando uma touceira espetacular de cor verde
claro. Fica muito bonita se plantada formando
grupos grandes na parte intermediária a fundo
do aquário. Ideal para serem utilizadas em
aquários holandeses.
Flor
Folhas emersas
Revista Aqualon
(Produtos, peixes e manutenção)
Pet Shop
S.O.S.
ANIMAL
Banho & Tosa - Hotel
“o supermercado para seus animais”
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Tubarões de água doce
Por: Edson Rechi
Foto: Edson Rechi
Existe um grande número de peixes conhecidos como
Entre as espécies mais comuns conhecidas como “tuba“tubarões de água doce” e, embora não estejam intima- rões de água doce” estão:
mente ligados aos verdadeiros tubarões, são popularmente
rotulados devido sua morfologia externa bastante similar a
Ordem Siluriformes;
de tubarões verdadeiros, como nadadeira dorsal alta, forfamília Pangasiidae (shark catfishes)
mato torpedo do corpo e ainda pela forma de nadar. Mas
as comparações se restringem somente a estes itens, uma
vez que sua ecologia e biologia são totalmente diferentes
de elasmobrânquios verdadeiros (tubarões, arraias e outros
peixes cartilaginosos).
Este artigo discorre sobre tais espécies, comum entre
aquaristas, com um pouco de suas características.
As espécies mais comuns e conhecidas como tubarões
de água doce encontram-se na ordem Cypriniformes e Siluriformes. A primeira ordem possui meia dúzia de famílias,
incluindo a família Cyprinidae, apresentando mais de 2.500
espécies de peixes, sendo uma das mais numerosas e importantes na classificação atual, enquanto a segunda ordem
apresenta espécies conhecidas como peixes gato, devido a
presença de grandes barbilhos ao lado da boca, lembrando
bigodes de um gato, determinadas características do crânio
e vesícula natatória, além da ausência das escamas.
18
Revista Aqualon
das espécies pode variar de 30 cm (Arius arenarius) até as
maiores, como o Arius gigante (Arius gigas) e o Netuma Gigante (Netuma thalassina), com seus 160 e 185 cm, respectivamente. A maior parte das espécies compreendidas desta
família possui o tamanho entre 30 e 80 cm e vivem nos mais
diversos ambientes como água doce e regiões estuarinas,
em alguns casos, associados a recifes, variando a espécie.
Atualmente, esta família possui 21 espécies distribuídas
em dois gêneros, Helicophagus e Pangasius. Variando a espécie, são encontrados em águas continentais principalmente
nas bacias Mekong e Chao Phraya na Ásia. Eventualmente
algumas espécies podem frequentar ambiente estuarino,
sendo peixes bastante resistentes, motivo pelo qual são
bastante apreciados na aquacultura.
O tamanho destas espécies pode variar bastante, desde
o pequeno Pangasius myanmar com seus 20 cm até um dos
maiores peixes de água doce como o Pangasianodon gigas,
podendo chegar próximo a 300 cm.
Ordem Cypriniformes;
família Cyprinidae
Foto: Edson Rechi
Ordem Siluriformes;
família Aridaee (sea catfishes)
Foto: Edson Rechi
A família Aridaee comporta cerca de 120 espécies distribuídas em 14 gêneros. Os mais comuns e numerosos são
Arius e Sciades, encontrados em todo o mundo, principalmente América do Sul e Norte, Ásia e África. O tamanho
Revista Aqualon
A família Cyprinidae é uma das mais populares entre os
aquaristas. Apresenta espécies como os peixes de água fria
(Gêneros Cyprinus e Carassius), barbos, comedores de algas,
danios e outras espécies relativamente comuns em aquários.
Entre os peixes chamados de tubarão de água doce, esta
família apresenta os populares Labeos (gêneros Epalze19
Foto: Rony Suzuki
orhynchos e Labeo) e o Tubarão bala (Balantiocheilus melanopterus). O gênero Labeo possui dezenas de espécies
oriundas principalmente da Ásia e África, a grande maioria
desconhecida dos aquaristas.
Cinco espécies merecem destaque por serem bastante
acessíveis: os populares Labeo Bicolor (Epalzeorhynchos bicolor), Labeo Frenatus (Epalzeorhynchos frenatum), Labeo
Negro (Morulius chrysophekadion), Barbo denisoni (Puntius
denisonii) e Balashark (Balantiocheilus melanopterus).
Há uma série de outros peixes que são referidos como
tubarões de água doce. Tais espécies, usuais ou não no co-
Puntius denisonii
Foto: Rony Suzuki
mércio, não são verdadeiros tubarões, sendo assim rotulados erroneamente. O certo é que se você entrar em sua loja
predileta e der de cara com um “tubarão de água doce”, esteja certo de que não se trata de um tubarão de água doce
verdadeiro, embora alguns pouquíssimos tubarões verdadeiros passem a vida inteira, ou parte dela, em água doce,
como veremos a seguir.
Existe elasmobrânquio em água doce?
Morulius chrysophekadion
Foto: Rony Suzuki
Epalzeorhynchos bicolor
20
Sim, embora o número de elasmobrânquios encontrados
em águas continentais ser infinitamente inferior às espécies
que frequentam água oceânica e salobra, existem as que vivem unicamente em água continental, invadem ou passam
parte de sua vida neste ambiente.
Espécies que entram ou vivem em água doce e foram relatadas incluem as Arraias que vivem exclusivamente em
água doce (família Potamotrygonidae), Arraias estuarinas e
marinhas (Rajidae) e Arraias que podem frequentar os três
ambientes, variando a espécie (Dasyatidae).
Entre os tubarões, o mais comum encontrado em água
doce é o Tubarão Touro (Carcharhinus leucas), também conhecido como Tubarão Cabeça Chata, devido a seu aspecto
Revista Aqualon
Foto: Caio Sampaio
Arraia
robusto e reputação agressiva. Apesar de ser uma espécie
marinha, é conhecido pela sua predileção pela água doce,
famoso por invadir este sistema, sendo facilmente encontrado em rios e estuários. Relatos indicam que já foram encontrados a mais de 3.000 km do delta de alguns rios, incluindo o Amazonas e Mississipi, com suspeita de estarem
envolvidos em acidentes fatais. Devido às suas incursões
em ambiente de água doce, são mais propensos a terem
contato com humanos, mas a possibilidade de você o encontrar em tal ambiente é bastante remota.
Existem outros tubarões que são inteiramente de água
doce, como espécies do gênero Glyphis. Estudos e informações sobre as espécies deste gênero são bastante escassas,
atualmente existem três espécies descritas oficialmente e
três em processo de descrição. São encontradas na Nova
Guiné e Bornéu. Seu tamanho pode variar de 2 a 3 m, possuem dentes finos e olhos pequenos, sugerindo se tratar
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de caçadores que se adaptam a águas turvas, comum em
regiões estuarinas e fluviais. Podem ser confundidos com o
Tubarão Touro, apesar de diferenças sutis em sua morfologia externa, por frequentarem o mesmo ambiente durante
algumas fases de suas vidas. No entanto, Glyphis parece ser
especialmente adaptado para ambientes de baixo oxigênio,
algo letal para a maioria dos tubarões, e baixa salinidade,
contrário ao Tubarão Touro, que poderá frequentar ambiente de água doce em curto tempo, comparado ao Glyphis.
Outro tubarão relativamente comum em águas continentais e salobras é o Tubarão Marrom (Carcharhinus plumbeus).
Sua biologia está intimamente ligada ao Tubarão Touro e é
um dos maiores tubarões costeiros de todo o mundo, possuindo nadadeira dorsal triangular bastante alta. Normalmente apresentam focinho arredondado e mais curto que
a média dos demais tubarões. São solitários e costumam ser
mais ativos no período noturno, sendo encontrados principalmente em águas costeiras como baías, estuários, portos
e bocas dos rios e também em águas profundas (200 m ou
mais).
Frequentam águas tropicais no oeste Atlântico, desde
Massachusetts até a costa brasileira. Sua dieta consiste basicamente em peixes, arraias e outros animais de fundo e seus
principais predadores naturais são outros tubarões, como o
Tigre e Touro, além de grandes tubarões brancos com raros
ataques. É considerado inofensivo para o ser humano, seu
principal predador. É uma espécie de maturação lenta e baixa taxa reprodutiva, que a torna particularmente vulnerável
a ameaças como a caça comercial e sobrepesca.
Há ainda poucas dezenas de elasmobrânquios que foram
relatados por invadirem sistemas de água doce. Sua tolerância a outros ambientes é notável, mas sua capacidade
de tolerar este ambiente é bastante limitada, porque seu
sangue, em termos de resistência osmótica, é tão salgado
como a água do mar, através do acúmulo de uréia e óxido
de trimetilamina.
21
Foto: Edson Rechi
Tubarão
Mas existem espécies como o Tubarão Touro e os
Peixes-serra, entre outras, que reduzem a concentração
destes solutos em até 50% e, quando se encontram em
ambientes de água doce, necessitam produzir até vinte
vezes mais urina que em água salgada. Quando há a
mudança de água salgada para água doce, aumentam
sua excreção de urina mais que o normal, e sua concentração de uréia no sangue diminui para menos de um
terço. Tubarões de água salgada possuem altas concentrações de uréia no sangue para reter água no ambiente marinho, e os tubarões de água doce possuem
baixas concentrações de uréia para evitar acúmulo de
água.
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Revista Aqualon
Alimentação: qualidade é economia!
Por: Americo Guazzelli
O aquarismo ocupa um espaço econômico tão importante que, junto com o ho- se possa chegar a uma boa alimentação. Esse objetivo não pode ser desviado para
bby, cresce o interesse empresarial em buscar novos produtos para ampliar os espa- evitar os custos que acabam surgindo, pois a recompensa de uma nutrição de quaços no mercado. Sem considerar a dificuldade de acesso a estes itens por parte de lidade virá, com toda certeza.
Com base nessas informações, se possuímos peixes vegetarianos ou carnívoaquaristas de pequenas cidades, visto que as compras via Internet podem amenizar
este problema, podemos dizer que as opções são tantas que se pode montar um ros, como exemplo, devemos buscar rações que sejam produzidas a partir de inaquário quase que automático, com controles de parâmetros e quase que nenhuma gredientes naturais e vitaminas, que proporcionem fácil digestão e com grande
aproveitamento pelo organismo, gerando baixo índice de resíduos, e preterindo as
interferência do aquarista.
Não poderia ser diferente quando o assunto é alimentação. Existem inúmeras que podem turvar ou engordurar a água. Alguns peixes podem precisar de complemento para as rações industriais, como pamarcas destes produtos e diferentes comtês, alimentos vivos e vegetais ricos em fibra.
posições e finalidades. Ração que afunda,
Muitos desses complementos já estão sendo
ração que bóia, pequenas ou grandes e com
industrializados e fazem parte das prateleiras
formatos variados, além das que destacam
das lojas de aquarismo.
colorações diversas. Mas, afinal, qual a melhor
Um indicador de que estamos fazendo a
alimentação para nossos peixes e demais seres
melhor escolha são nossos peixes. Ao observáaquáticos?
-los, podemos notar se estão recebendo a aliTambém a necessidade alimentar dos nosmentação adequada. Um peixe bem alimensos amiguinhos é diversa entre as espécies
tado apresenta toda a intensidade de cores
existentes. Essas diferentes espécies que comcaracterísticas de sua espécie e variedade, é
põem a fauna de um aquário devem ser consimais resistente a doenças, possui boa atividaderadas na hora de definir o cardápio que será
de e interação no aquário e formato robusto,
oferecido. Há que se descobrir essas exigências
sem deformações, manchas ou obesidade.
nutricionais, áreas em que se alimentam e o
Todas rações são iguais? Não! Como qualtamanho que conseguem abocanhar para que
Rações variadas
Revista Aqualon
23
quer produto industrializado,
elas são produzidas a partir de
matérias primas de qualidade
variável e diferentes processos
que levam a resultados diferentes. É claro que aquela ração de
1 real pode “matar a fome” de
um peixe, mas, convenhamos,
não deve ter atrás de si um investimento em tecnologia de
produção e pesquisa por melhores ingredientes. Os aquaristas mais experientes são uma
boa opção de orientação na
sobras que precisam ser retiradas para não “estragar”
a água. Não esqueçamos
que os peixes de fundo que
colocamos para comer estas
sobras também possuem
suas exigências nutricionais
e que podem ser diferentes
das dos demais habitantes. A
complementação alimentar
deve ocorrer de 2 a 3 vezes
por semana.
Ração para peixes de fundo
Rações liofilizadas
É importante frisar que a
qualidade de uma ração pode
hora da escolha.
não estar ligada ao fato de o peixe gostar ou não dela. A palatabilidade é importanAquaristas que ainda não pararam para refletir sobre a alimentação costumam te, mas não está diretamente ligada ao sucesso da alimentação. Ainda há o caso
dizer que se o peixe está comendo, está tudo bem. É um grande engano, pois ele de peixes que não estão acostumados a um tipo ou marca, mas, se sabemos o que
estará encurtando significativamente o período de vida do animal. Será que um estamos oferecendo, devemos insistir para o bem da nossa fauna.
Betta consome tanto alimento que precisamos comprar aquela ração baratinha que
vem em um saquinho sem identificação ou prazo de validade?
Ao optarmos por uma ração de melhor qualidade estamos fazendo economia.
Esta se inicia após a utilização da mesma, estendendo-se a médio e longo prazo.
Ao oferecermos uma alimentação adequada aos peixes, evitamos que contraiam
doenças com facilidade, o que gera transtornos e gastos com medicamentos e reposição dos que não resistem a
elas. Também economizamos
na manutenção dos equipamentos e materiais filtrantes, bem como na limpeza e
correção dos parâmetros da
água.
Feita a escolha da melhor
opção, devemos entender os
procedimentos corretos para
a alimentação. Esta deve
ocorrer em maior número de
vezes ao dia e menor quanRação em pastilha que fica aderida ao vidro
tidade possíveis, evitando
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Revista Aqualon
Equilíbrio constante em seu plantado
Com CO2 Life, você terá um aquário de plantas
exuberantes e saudáveis, sem complicação.
Disponível em dois modelos:
Para aquários de 40 a 150 litros
e para aquários de 100 a 250 litros.
O funcionamento é simples, e você pode
ajustar a produção de CO2 de acordo com
as necessidades do seu aquário.
Tecnologia
Fácil manutenção: Troca de cartucho a cada
2 a 4 meses, dependendo das características
do aquário.
Para resultados ainda melhores, você pode
usá-lo em conjunto com um filtro canister ou
hang-on.
Praticidade
Totalmente imerso no aquário, ele não interfere no layout, pois não tem
garrafas ou cilindros externos. Por isso o CO2 Life é uma excelente
opção para quem quer um sistema seguro e um layout incrível.
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Revista Aqualon
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A Revista Aqualon poderá ser baixada gratuitamente em arquivo PDF pela internet através do site
www.aqualon.com.br ou através dos nossos parceiros que nos ajudam a divulgar o aquarismo.
www.aquafloripa.com
www.aquaflux.com.br
www.aquahobby.com
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comodidade de sua casa, basta se tornar um colaborador desta revista.
O valor anual será de R$ 25,00, o que dará direito a
4 edições da revista.
Caso haja interesse, entre em contato através do e-mail: [email protected]
EXPEDIENTE
Seja um aquarista consciente
Revista Aqualon é uma publicação da Aqualon
- Aquarismo em Londrina. Com distribuição gratuita, visa divulgar o aquarismo em todos os seus
segmentos, desde os aquários propriamente ditos
até os aspectos ecológicos que o hobby abrange.
Editor: Rony Suzuki
Coordenação: Americo Guazzelli e Rony Suzuki
Projeto gráfico e diagramação: Evandro Romero e Rony Suzuki
Periodicidade: Trimestral
Tiragem: 2500 exemplares
Revisão: Americo Guazzelli
Fotografia: Caio Sampaio, Edson Rechi, Lui Garcia,
Marcelo Assano e Rony Suzuki.
Colaboraram nessa edição: Americo Guazzelli,
Edson Rechi, Lui Garcia, Marcelo Assano e Rony
Suzuki.
Foto: Rony Suzuki
• Não solte peixes, plantas ou qualquer outro
animal aquático nos rios ou lagos. A soltura
desses animais pode causar impactos ambientais muito sérios, prejudicando fauna e
flora nativa!
• Não superalimente os seus peixes, pois o
excesso de alimento pode poluir a água do
seu aquário.
• Não compre rações vendidas em saquinhos
plásticos transparentes. A luz retira todas as
vitaminas e proteínas da ração. Estas também não possuem prazo de validade. Procure comprar rações de boa qualidade que você
notará a diferença na saúde de seus animais.
• Não Superpovoe o aquário, pois o excesso
de peixes debilitará todo o sistema de filtragem do aquário, podendo levar seus peixes
à morte.
• Não compre peixes que estejam em aquários que tenham peixes doentes ou mortos.
Eles podem transmitir doenças para todos
os peixes que você já possui em seu aquário.
• Seja observador. É preciso conhecer o
comportamento dos habitantes de seu
aquário para se antecipar aos problemas
que possam surgir.
Para anunciar na revista: revistaaqualon@
gmail.com
(43) 3026 3273 - Rony Suzuki
• Não compre peixes por impulso. Pesquise
antes a respeito da espécie. Muitas podem
ser incompatíveis com o seu aquário, seja por
agressividade, parâmetros da água ou tamanho do aquário.
• Lembre-se: Peixes são seres vivos e não
mercadorias que podem ser descartadas a
qualquer momento. Preserve a vida!
Colaborações e sugestões: somente através do
E-mail:
[email protected]
• Não coloque juntas espécies de peixes de pH
diferentes. Certamente uma delas será prejudicada, podendo adquirir doenças e contaminar todo o restante.
• Não inicie o hobby se não estiver disposto a
dispensar os cuidados básicos que os peixes
exigem. Com pouco tempo de dedicação obterá sucesso e isto se transformará em lazer.
• Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos usar a internet como uma forte
aliada para alcançar um aquarismo saudável e consciente. Temos vários sites/
fóruns que pregam a prática correta do
aquarismo. Citaremos apenas alguns dos
mais confiáveis, em ordem alfabética:
www.aquaflux.com.br
www.aquahobby.com
www.aquaonline.com.br
www.forumaquario.com.br
As matérias aqui publicadas são de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião da Revista Aqualon. Não
publicamos artigos pagos, apenas os cedidos
gratuitamente para desenvolver o aquarismo.
Permite-se a reprodução parcial ou total dos artigos e outros materiais divulgados na revista desde
que seja solicitada sua utilização e mencionada a
fonte.
Disponível nas versões:
X100 - esferas de 8-10 mm (500 g)
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Possui alto poder de colonização de bactérias aeróbicas e anaeróbicas.
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Para aquários de água doce e salgada.
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SAC (14) 3019-1683

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