universo de cristina iglesias ocupa a casa frança

Transcrição

universo de cristina iglesias ocupa a casa frança
UNIVERSO DE CRISTINA IGLESIAS OCUPA A CASA FRANÇA-BRASIL,
COM CURADORIA DE LYNNE COOKE
Realizada e patrocinada por Secretaria de Estado de Cultura, Casa França-Brasil e
Citroën, “Lugar de reflexão” – a primeira individual da artista no Rio de Janeiro – será
inaugurada em 14 de agosto. As nove obras em exposição integraram a grande
retrospectiva “Metonímia”, que aconteceu entre fevereiro e maio deste ano no Museu
Rainha Sofia, em Madri
A magia enigmática da monumental obra de Cristina Iglesias irá dialogar, a partir de agosto,
com o ambiente neoclássico da Casa França-Brasil, espaço da Secretaria de Estado de
Cultura, na mostra Lugar de reflexão. Labirintos, poesia, sombras, força e delicadeza se
apropriarão da Casa, com trabalhos emblemáticos na carreira da escultora. Santa Fé – que
receberá os visitantes no vão central - é uma delas. Formada por um conjunto de gelosias
(biombos entalhados), cujo traçado reproduz textos literários e no qual se percebe alguma
influência dos entalhes característicos da arquitetura mourisca, Santa Fé impressiona à
primeira vista. O gradeado da gelosia filtra a luz do ambiente e atua como uma espécie de
persiana que media a relação entre o espaço interior e o exterior – diz Giuliana Bruno,
especialista em arte, num dos textos do catálogo da retrospectiva espanhola.
Água, madeira, alabastro, formas vegetais e minerais transformam-se nos elementos
escultóricos que traduzem a poética criada pela artista. A famosa Casa vegetal III é um bom
exemplo. Ficará estrategicamente no pátio da Casa França-Brasil e formará uma espécie de
percurso com Santa Fé. Atraindo o olhar, instigando e aprofundando a magia.
A obra de Cristina Iglesias explora os interstícios e conexões próprios da escultura
expandida, que convertem o olhar no grande protagonista. “O olhar é o que nos faz”, diz um
escrito do pintor Jean Dubuffet. – Cristina Iglesias pratica uma arte do espaço e da memória,
que pretende ser capaz de criar um lugar a partir do qual se pode olhar o mundo. Uma arte
com o poder de envolver o olhar – afirma o crítico espanhol Javier Maderuelo, em matéria
publicada na edição de abril 2013 da revista Letras Libres.
Cristina Iglesias trabalha no limite entre o escultórico e o arquitetônico: os materiais e as
estruturas que utiliza procuram transformar o espaço em um lugar. Existe uma
concatenação de labirintos e artifícios em seu trabalho: a flora metálica dos baixos-relevos
de sua Casa vegetal ou de seus Poços dá a impressão de ser constituída por raízes, ramos,
líquens ou folhas, quando na realidade é feita de uma vegetação fictícia. – Nenhum dos
motivos que utilizo existe dessa forma na natureza – confessa a artista. – São pura ficção, que
construo mesclando elementos que de fato existem na natureza, porém em composições
impossíveis.
Em obras como Vers la terre e Poço III – que estarão situadas, respectivamente, no fundo do
vão central e no espaço entre as salas 1 e 2 –, a água torna-se também um elemento
escultórico. A fascinação de Iglesias pela água rememora também a tradição muçulmana e as
construções mouriscas, com seus jardins e fontes. Pelo fenômeno da erosão, a água traz fluidez
e transparência, além de servir para consolidar a visão da artista – para quem a escultura, mais
do que uma forma única e absoluta, é uma arte de metamorfoses e transições. As obras Muro e
Sem título (1) ocuparão a Sala 1, enquanto a Casa de alabastro estará na Sala 2. O Cofre será
ocupado também pela artista principal, com a obra Sem título (2).
Para Evangelina Seiler, diretora da Casa França-Brasil, a mostra de Cristina Iglesias é
seguramente uma das mais importantes de sua gestão. – É uma grande conquista para a
Casa França-Brasil trazer ao Rio de Janeiro esta importante mostra, com curadoria da
reverenciada Lynne Cooke. O público poderá verificar a força do trabalho de Cristina Iglesias,
que é hoje um dos grandes nomes da arte contemporânea internacional – diz.
Lugar de reflexão é realizada e patrocinada por Secretaria de Estado de Cultura, Casa
França-Brasil e Citroën, com produção de Suzy Muniz Produções.
A artista
Uma das artistas contemporâneas espanholas de maior projeção internacional do momento,
Cristina Iglesias iniciou sua carreira na década de 1980, mas foi a partir de 1993 – ao
participar da Bienal de Veneza ao lado do pintor Antoni Tàpies (1923-2012), então um dos
maiores artistas vivos de seu país – que começou a ser reconhecida internacionalmente. –
Naquele momento, sua reputação se consolidou tanto na Espanha quanto no exterior – afirma
a curadora Lynne Cooke, em seu texto no catálogo da mostra espanhola.
Nascida em novembro de 1956 em San Sebastián, no País Basco, Cristina Iglesias estudou
Química em sua cidade natal. Entre 1980 e 1982, cursou Escultura e Cerâmica na Chelsea
School of Art, em Londres. Em 1995 foi nomeada professora de escultura na Akademie der
Bildenden Künste, em Munique, na Alemanha. Em 1989, conquistou, na Espanha, o Prêmio
Nacional de Artes Plásticas e, em 2011, foi detentora do Prêmio de Artes Plásticas da
terceira edição dos Prêmios Observatório D’Achtall.
Realizou exposições individuais em vários museus em todo o mundo: Stedelijk Van
Abbemuseum Eindhoven (1995); Solomon R. Guggenheim Museum (Nova Iorque, 1997);
Renaissance Society (Chicago), Palácio de Velázquez; Museu Nacional de Artes Rainha Sofia
(Madri); Museu Guggenheim Bilbao (1998); Carré D’Art Musée d’Art Contemporain, em
Nîmes, França (2000); Museu Serralves, na cidade do Porto, Portugal (2002); Whitechapel
Art Gallery (Londres); Museum of Modern Art Dublin (2003); Ludwig Museum, em Colônia,
Alemanha (2006); Pinacoteca do Estado de São Paulo (2008); Fondazione Arnaldo
Pomodoro, em Milão (2009); e Marian Goodman Gallery de Nova Iorque e de Paris (ambas
em 2011).
A curadora
Lynne Cooke foi curadora-chefe e vice-diretora do Museu Nacional Centro de Arte Rainha
Sofia, em Madri, de 2008 a 2010. Por mais de uma década, as exposições, ensaios e outros
projetos de Lynne Cooke têm sido uma força vital no mundo da arte contemporânea. Desde
1991 é curadora da Dia Art Foundation, em Nova Iorque. Foi co-curadora da Bienal de
Veneza em 1986, da Carnegie Internacional em 1991 e diretora artística da Bienal de Sidney
em 1996. É professora do Centro de Estudos Curatoriais do Bard College, além de ter sido
professora convidada dos departamentos de pós-graduação de arte das universidades de
Yale, Columbia e muitas outras. Conquistou em 2000 o prêmio Curador Independente,
oferecido pela Fundação Internacional Agnes Gund. Entre os numerosos trabalhos que
publicou estão ensaios recentes sobre as obras de Francis Alÿs, Rodney Graham, Zoe
Leonard, Agnes Martin, Diana Thater, Blinky Palermo, Jorge Pardo e Richard Serra.
Serviço
Lugar de reflexão
de Cristina Iglesias
Casa França-Brasil
Visitação: 14 de agosto a 20 de outubro
14 de agosto, às 18h30: mesa-redonda com Cristina Iglesias e a curadora Lynne Cooke
Entrada franca
Horário de visitação: de terça a domingo, das 10 às 20h
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro – Tel.: (21) 2332-5120
Projeto e coordenação: Suzy Muniz Produções
ASSESSORIA DE IMPRENSA: MEIO & IMAGEM
Ana Ligia Petrone - Flavia Motta - Maurette Brandt - Vera Matagueira
Tels.: (21) 2533 6497 / 2533 4748
[email protected]

Documentos relacionados