INTENÇÕES COM COMENTÁRIO 2014

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INTENÇÕES COM COMENTÁRIO 2014
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
JANEIRO
Para que a manifestação verdadeira de Jesus entre os homens nos inspire aqueles sentimentos de humildade e de
simplicidade necessários para acolher os irmãos que encontramos no nosso caminho.
A humildade é a virtude pela qual o cristão se coloca em condição de constante
dependência de Deus, por isso ele se mantém uma criatura pequena e sempre necessitada da
graça e da força que emana do Altíssimo. Maximiliano Kolbe se mostra, na escola do
Pobrezinho de Assis, um frade e um sacerdote humilde. Ele conhece os limites da sua
personalidade e compreende que, só abandonando-se nas mãos do Senhor, pela mediação da
Imaculada, pode atingir o ápice da vida cristã, tornando-se modelo para aqueles que encontra
em seu caminho. O texto que propomos é extraído de uma carta escrita em 1937, no Convento
de Niepokalanów, e endereçada aos frades de Nagasaki: “A fonte da felicidade e da paz não está fora,
mas dentro de nós. Saibamos tirar proveito para exercitar a nossa alma na paciência, na humildade, na
obediência e nas outras virtudes da vida religiosa, e as cruzes não serão tão pesadas” (SK 935). Destas
expressões pode-se deduzir que a paz interior é estreitamente ligada à prática das virtudes
típicas da vida religiosa. A serenidade que domina no coração do fiel é fruto da ascese, da
penitência e do saber viver a dimensão da cruz, em um estilo de entrega e de abandono ao
amor providente de Deus. A atitude correta da pessoa humilde se manifesta em oferecer ao
Altíssimo cada situação do próprio viver, com a humildade e a paciência próprias de quem põe
no Senhor toda a sua confiança. Maximiliano, neste texto, evidencia que é verdadeiramente
importante ter um coração pacificado. Com este estado de ânimo, os eventos da vida tornamse uma maravilhosa oportunidade de crescimento espiritual. As virtudes da paciência e da
humildade nos colocam na condição de acolher com serenidade também os momentos de cruz
que são, consequentemente, motivos de progresso no caminho de conversão. Recolhimento e
virtude revelam-se verdadeiramente fundamentais para orientar ao bem e, em dimensão
sobrenatural, todas as potências do homem. A humildade perfeita é representada pela plena
conformidade a Cristo: é a dimensão que Kolbe atinge e indica também a cada um de nós para
constatar a felicidade em Cristo e atingir uma radiosa capacidade de testemunhar o Seu amor e
a Sua presença na nossa vida.
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
Para Reflexão
-
O que falta no meu caminho para aperfeiçoar a virtude da humildade?
-
Como reajo diante de situações de humilhação e mortificação? Considero-as
oportunidades de crescimento?
-
Como tenho vivido os tempos de cruz e de prova que caracterizam o meu percurso?
-
Procuro “aperfeiçoar” de modo decisivo o meu egoísmo e a minha soberba?
-
A que ponto chega a minha entrega ao Senhor?
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
FEVEREIRO
Para que aprendamos com a Imaculada a nutrir-nos daquela pobreza interior que nos permite acolher cada
graça e manifestação de Deus.
Maria ensina com eficiência aos fiéis a colocar-se em uma atitude de humildade e de
acolhimento em relação à vontade divina. Para a santificação do homem é fundamental que ele
se pergunte o que Deus lhe pede e qual estrada lhe coloca diante do seu caminho. A Virgem
demonstra toda esta atenção e torna-se esplêndida testemunha para a humanidade,
disponibilizando-se, de modo total e generoso, para o cumprimento dos desejos divinos.
Não esqueçamos que Ela é bendita exatamente porque acreditou no cumprimento da
Palavra do Altíssimo. Maria acredita em Deus, é disponível à Sua voz, confia na Sua
onipotência. O seu “sim”, o tomar conta de Jesus e de Isabel são frutos da sua entrega a Ele. A
escuta da voz do Altíssimo permite a Maria lançar-se na caridade para com Jesus, para com
Isabel. Existe uma ligação significativa entre a capacidade da humilde escuta e o agir com amor
para com os irmãos. Este é o ensinamento de Maria: amá-la significa imitar o seu modo de
acolher e se doar.
Maximiliano Kolbe, em um artigo intitulado o “Eco da Imaculada”, de 24 de dezembro
de 1938, assim escreveu: “Já no momento da Anunciação, a Santíssima Trindade, por meio de um anjo, te
apresentou de modo claro o Seu plano de redenção e havia esperado de ti uma resposta. Naquele momento, te
davas conta daquilo a que devias dar o teu consentimento, de que estavas para te tornar Mãe! Ei-lo diante de ti,
na forma de um recém-nascido. Quais sentimentos de humildade, de amor e de reconhecimento devem ter
preenchido naquele momento o teu coração... enquanto admiravas a humildade, o amor e o reconhecimento que o
Deus encarnado tinha a teu respeito... Preenche, te peço, também o meu coração da tua humildade, do teu amor,
do teu reconhecimento!” (SK 1236).
A atenção de Maria em abraçar a vontade do Altíssimo nasce da sua atitude de
humildade, da sua dependência total de Deus, único bem. É importante entender as
disposições do Onipotente para poder realizar o Seu desígnio com a máxima dedicação. Isto
implica uma atitude de notável pobreza interior: aquela que mostra a Mãe de Deus em cada
circunstância.
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
De fato, “a pobreza de Maria, que é humildade, vida escondida, existência simples,
pertença à humanidade mais comum, em uma aldeia desconhecida. É na sua totalidade, um
apelo de graça e de glorificação à magnificência do Senhor. Deus escolhe realidades frágeis
deste mundo para fazer resplandecer o Seu poder. Cada capacidade humana é um véu frente à
única potência de Deus. Se Deus predestina Maria para tornar-se Sua mãe, na encarnação, a
quer pobre, humilde e escondida para melhor manifestar o esplendor da Sua graça”
(M.Thurian, Maria Madre del Signore immagine della Chiesa, Brescia 1965, 72).
A procura de Deus e da Sua vontade, para a Virgem, não acontece somente no tempo da
Anunciação. Ela renova esta atitude de escuta também em outros eventos importantes da
vinda terrena do Senhor, como o nascimento pobre, a fuga para o Egito, o encontro do
menino Jesus entre os doutores do templo, a Sua morte no Calvário. Em cada circunstância, a
Imaculada aparece como modelo luminoso para aqueles que desejam dirigir-se ao Senhor com
maior disponibilidade de coração.
A Imaculada demonstra a sua humildade também em associar-se perfeitamente à kenosi do
Filho. Ela nos ensina a transformar os nossos momentos de cruz em tempos de união com a
pessoa do Crucificado, com a qual desejamos ser profundamente ligados. Eis as palavras
proféticas e significativas de Paulo VI: “Maria é, enfim, a Virgem oferente”. No episódio da
apresentação de Jesus no Templo (cf. Lc 2,22-35), a Igreja, guiada pelo Espírito Santo,
descobriu, além do cumprimento das leis com respeito à oblação do primogênito (cf. Ex 13,1116) e à purificação da mãe (cf. Lv 12,68), um mistério "salvífico" relativo à história da Salvação,
precisamente: Em tal mistério realçou a continuidade da oferta fundamental que o Verbo
encarnado fez ao Pai ao entrar no mundo (cf. Hb 10,5-7); viu nele proclamada a universalidade
da Salvação, porque Simeão, ao saudar no menino a luz para iluminar as nações e a glória de
Israel (cf. Lc 2,32), reconhecia nele o Messias, o Salvador de todos; entendeu aí uma referência
profética à Paixão de Cristo: que as palavras de Simeão, as quais uniam numa única profecia o
Filho, "sinal de contradição" (Lc 2,34), e a Mãe, a quem a espada haveria de transpassar a alma
(cf. Lc 2,35), verificaram-se no Calvário. Mistério de Salvação, portanto, que nos seus vários
aspectos orienta o episódio da Apresentação no Templo para o acontecimento "salvífico" da
Cruz (Paulo VI, Marialis Cultus, 20)
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
Para Reflexão
-
Reflito sobre a minha capacidade de acolher o projeto de Deus. Ela é fundamentada
sobre a humildade e sobre a escuta, como ensina a Imaculada?
-
A humildade me incita a depender em tudo de Deus, numa atitude de silêncio, escuta e
adoração?
-
Tenho humildade suficiente para transformar os momentos de prova em tempos de
graça e de bênção?
-
Acolho os momentos de fadiga e de humilhação com a certeza de que eles fazem parte
integrante do meu caminho de santificação? Olho para Maria quando estou sofrendo?
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
MARÇO
Para que a Quaresma seja um tempo favorável para viver segundo um estilo de vida sóbrio e solidário,
confiando na ajuda de Deus.
O Papa Francisco disse aos seminaristas, noviços e noviças provenientes de todo o
mundo: “Mas eu vos digo, de verdade, me faz mal quando vejo um padre ou uma freira com um carro último
tipo: isso não pode! Não pode! Vocês poderão pensar assim: e agora, Padre, devemos andar de bicicleta?
Bicicleta é bom! Monsenhor Alfred anda de bicicleta. Eu acredito que o carro seja necessário, porque é preciso
fazer tantos trabalhos e para se locomover daqui para lá... mas, peguem um mais simples! E se você gosta
daquele mais bonito, pense em quantas crianças morrem de fome. Somente isto! A alegria não nasce, não
provém das coisas que se tem! (Papa Francisco, Discurso aos seminaristas, aos noviços e às noviças, em 6 de
julho de 2013). Com relação ao “nosso” Maximiliano, podemos afirmar que a sua pobreza é
igual à de São Francisco, quando pensa e vive este conselho evangélico na ótica da plena
entrega à Providência de Deus.
O ser pobre é fundamental e nisso os dois santos acreditam, certos de que o Altíssimo
abençoará os propósitos que Ele mesmo inspirou. Adaptando-se ao seu pai e fundador, Padre
Kolbe quer que os frades morem em edifícios simples e pobres e utilizem tudo que ganham,
não para fins pessoais, mas para aqueles que sofrem de vários tipos de pobreza, sobretudo a
pobreza espiritual. A Imaculada, com sua presença primorosa e a sua intercessão, permite aos
próprios filhos atingir metas apostólicas extraordinárias. Explicamos assim o nascimento e a
difusão da Milícia da Imaculada, do Cavaleiro e da Cidade da Imaculada, expressões de
apostolado de alto perfil evangélico e de notável expansão, que têm como base a confiança
incondicional no Senhor e em Nossa Senhora. É, portanto, a pobreza pessoal, que se persegue
de modo mais perfeito e autêntico possível. Os fundos que o Onipotente permite administrar
são destinados à difusão da Palavra; o religioso é chamado a um despojamento que indique o
seguimento de Cristo pleno e convicto. Maximiliano percebe que precisa ter a Imaculada como
objetivo e a pobreza como fundamento: duas preciosidades que Niepokalanów não pode
abandonar de jeito nenhum. “Sem tal objetivo, Niepokalanów cessaria de existir, trairia a sua missão.
Enquanto que, sem a pobreza e sem confiança na divina Providência, não se pode falar de desenvolvimento, de
conquista.” (SK 299).
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
As grandes obras de Deus nascem e se desenvolvem sob a insígnia do abandono pleno
nas Suas mãos. Confiança e pobreza andam passo a passo e são a base da conformação a
Cristo pobre e do sucesso apostólico, que assume o estilo da máxima propulsão missionária.
O estilo sóbrio do frade e do mílite tem como objetivo a busca do Reino. A confiança
incondicional na ação amorosa e providente de Deus é a linha guia fundamental para caminhar
rumo à vida eterna e para testemunhar ao mundo a beleza deste itinerário. É importante, então,
limitar ao máximo as exigências pessoais, como moradia, roupas e comida, e concentrar-se
sobre a própria missão de modo livre e constante. O que conta é aderir com empenho ao
chamado para o apostolado em vista do Reino de Deus.
Se é pobre também quando, para a difusão do Evangelho e do amor à Imaculada, se
usam os meios mais potentes, desde que não seja menor a sobriedade pessoal, fruto do dom
incondicional da própria vida ao Senhor. É necessário usar os meios de apostolado mais
modernos para o anúncio e conservar um estilo de vida humilde e essencial, que garanta
fidelidade no seguimento e abandono à Providência e ao projeto de Deus, com a certeza de
que não faltará a sua assistência. Padre Kolbe, permanecendo na linha da pobreza desejada por
São Francisco e transmitida pela tradição franciscana, contribuiu para uma inovação no modo
de praticá-la. A vida do religioso deve ser pobre e sóbria, sempre estendida à procura da
presença e da vontade de Deus. Todavia, para pregar o Evangelho e o advento do Reino,
precisa dar o máximo, utilizar, se a Providência permite, todos os recursos possíveis para que o
anúncio seja eficaz e atual. O estilo do frade menor torna-se marcado pela essencialidade, a
dimensão missionária é enriquecida de modo melhor, permitido pelas forças físicas e
econômicas da comunidade religiosa. O papel de Maria é verdadeiramente importante para
quem quer ser pobre, porque “a Ela pertencem todas as nossas coisas; por isso, uma pobreza perfeita e o
uso das coisas somente enquanto são indispensáveis e suficientes para atingir o objetivo” (SK 486). A
Imaculada é, portanto, um ponto de referência para quem é chamado a uma vida pobre no
seguimento do Senhor. Quando o fiel se consagra a Ela, se deixa guiar também em relação ao
uso dos bens.
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
Para Reflexão
-
O desapego dos bens materiais e o anseio por aqueles eternos representam um desafio
importante para cada fiel. Como está o meu caminho de sobriedade e de essencialidade?
-
A fé me leva a acreditar que Deus realizará grandes coisas em mim, sem que isso esteja
ligado às minhas posses. O abandono confiante no Senhor e na Imaculada permite a Kolbe
realizar grandes obras, mesmo na absoluta pobreza. O seu exemplo fala ao meu coração?
-
Viver sobriamente me permite ser sensível com os pobres: acolho o convite do
Pontífice que me exorta a estar atento às necessidades dos irmãos?
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
ABRIL
Para que os nossos corações e o nosso olhar sejam sempre límpidos e simples para acolher a presença do
Ressuscitado em cada circunstância da nossa história.
Sentir Jesus vivo: é uma maravilha que se realiza através da constante oração. Dar do
“tu” ao Senhor é possível se nos alimentamos da comunhão e da intimidade com Ele. Segundo
São Maximiliano M. Kolbe, de fato, “a oração é a expressão de uma alma bela. O corpo humano teve
origem do pó e depois da morte se transformará em pó. Também todas as atividades humanas são dirigidas à
mãe-terra. Somente na oração o homem eleva o coração ao Paraíso e entra em diálogo com o Criador do
universo, com a Causa Primeira de tudo, com Deus” (SK 1208). Rezar, segundo o mártir franciscano,
significa elevar-se até o Criador, dirigir-se a Deus acima de qualquer atração terrena, acima de
cada obstáculo do mundo, além de cada barreira que se impõe entre o homem e o seu Senhor.
A oração é o colóquio com Deus, uma conversa com Ele, Criador do universo. Trata-se de um
diálogo verdadeiro e pessoal em que o Altíssimo fala ao homem e este responde. A oração é
falar com Deus de modo direto, habitual, perseverante. Para São Maximiliano, a oração é o
contínuo fluir do diálogo entre o homem e Deus-Trindade, um encontro amoroso e
incessante, no qual a criatura pode adorar, honrar, bendizer e glorificar o próprio Criador, e
está disponível a escutar-lhe a voz e a vontade. Em cada instante, o fiel pode abrir o seu ânimo
ao Altíssimo e esprimir-lhe amor e gratidão e, ao mesmo tempo, receber a ajuda necessária
para o próprio caminho espiritual. Este diálogo contínuo é o caminho para acolher
constantemente no próprio coração a presença do Ressucistado. A oração nos oferece, então, a
oportunidade de fazer uma experiência do Ressuscitado, de percebê-lo na própria existência e
em cada evento da vida. É o grande ensinamento de Maximiliano, que vive na presença do
Redentor, experimentando a alegria profunda de uma comunhão com Ele.
O santo tem na Santa Missa o privilégio de estar com Cristo vivo na glória. Não é por
acaso que ele atribui à Eucaristia um valor central, seja pelo próprio percurso pessoal de
conversão como pelo desenvolvimento das obras que nasceram da sua adesão à vontade de
Deus. Quando em 1927 funda a Cidade da Imaculada na Polônia, o primeiro edifício a ser
construído foi uma igrejinha de madeira, onde, desde o momento da sua consagração, os
frades celebram o Sacrifício. No dia a dia, Maximiliano se nutre da inesgotável fonte de graça
que é a Eucaristia: cada dia na celebração e na adoração acontece o diálogo vital e constante
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com o Ressuscitado, que se transforma em comunhão sólida e indissolúvel. Quando está ao
lado do altar, vive uma experiência de ressurreição e de profunda introdução no mistério
pascal.
Existe uma grande ligação entre o amor e o zelo com que vive a celebração da Missa e
o martírio: Kolbe, imergindo-se dia após dia no mistério de Jesus que se doa para a
humanidade, que se torna pão repartido para todos os homens, aprende a transformar a sua
vida em uma contínua oferta a Deus e em favor dos irmãos. Entre a Eucaristia e Auschwitz há
uma indissolúvel ligação, enquanto é da kenosi do Senhor que o franciscano polonês aprende o
caminho do martírio. Sobre o altar está na escola do Crucificado, que representa para ele um
modelo de primeira grandeza ao qual conformar-se, em perfeito acordo com o que o
Pobrezinho de Assis ensina.
A Imaculada está presente neste encontro entre o santo e o Ressuscitado, por ser
medianeira e mãe. A intercessão, o exemplo e a proteção de Maria são fundamentais, dado que
Ela leva o santo a experimentar a presença do Senhor no momento em que celebra a Missa
diária. De fato, segundo o franciscano polonês: “Não tem melhor preparação para a Santa Comunhão
que oferecê-la toda à Imaculada [....]. Ela preparará o nosso coração da melhor maneira e podemos estar certos
de procurar em Jesus a alegria maior, de manifestar-lhe o maior amor.” (SK 643).
E ainda ele exotava que “depois da Santa Comunhão, rezemos novamente à Imaculada, para que
Ela mesma queira acolher Jesus na nossa alma e fazê-lo feliz como ninguém conseguiu até agora” (SK 1234).
E tudo é cumprido com a ajuda da Imaculada, cuja presença amorosa garante uma participação
fervorosa e frutuosa na Missa, onde o fiel é chamado a render a máxima glória ao Senhor. O
amor pela Imaculada tem também uma função eucarística, visto que, aproximando-se dela,
graças ao seu exemplo e à sua intercessão, o fiel pode viver com maior zelo o mistério da
presença real do Salvador no Sacramento e, portanto, com maior liberdade, convicção e
concentração, nutrir-se do banquete da Eucaristia. O exemplo de Maximiliano nos convida a
valorizar, ao máximo, o momento em que participamos da Santa Missa: É o lugar do nosso
encontro com o Ressuscitado, é a divina escola onde aprendemos a entrar em uma dinâmica
pascal, em um percurso exodal que nos conduz, com o apoio delicado e eficaz da Imaculada, à
vida eterna.
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
Para Reflexão
-
A minha oração me permite fazer experiência constante do Cristo Ressuscitado?
-
A minha oração é um encontro com o Senhor, uma experiência de que Ele está vivo e
presente no meu caminho?
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A minha oração vai além do ritualismo quando me coloco em comunhão com o
Ressuscitado?
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Maria é a mulher que experimenta na glória a realidade da ressurreição: Ela me recorda
que também eu sou projetado para a glória eterna?
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
MAIO
Para que aprendamos com a Imaculada a aderir ao projeto de Deus com humildade e disponibilidade de
coração.
Maria demonstra que para aderir à vontade de Deus é necessário realizar um caminho
de discernimento. Quando nos encontramos diante de uma intuição que nos parece
proveniente de Deus, é importante não só procurar entender bem a sua origem, mas também
como poder realizá-la. Na ocasião da Anunciação, Maria pergunta ao anjo não por
incredulidade, mas para compreender melhor o projeto de Deus. As perguntas da Virgem são
legítimas e fazem entender como é importante uma adesão à vontade divina, que comporte o
envolvimento da mente e do coração. Os cristãos são chamados a viver em uma constante
atitude de discernimento, e estarem atentos para compreender e realizar o projeto divino na
própria experiência de vida.
Esta constante expectativa é ensinada exatamente por Maria, que nos
Evangelhos aparece sempre pronta a viver tudo quanto o Altíssimo lhe revela. O
discernimento pertence, portanto, à experiência de Maria, que nos ensina a aderir plenamente à
vontade de Deus, mesmo que surjam em nós questionamentos e dúvidas. É sempre
importante ter consciência do quanto se faz, mas sem que seja menor a disponibilidade plena
em cumprir o projeto de vida que Deus pensou para nós.
Não é por acaso que Paulo VI define Nossa Senhora como Virgem em escuta: “Maria é a
Virgem em escuta, que acolhe a palavra de Deus com fé; e esta foi para Ela premissa e
caminho para a maternidade divina (Paulo VI, Marialis Cultus, 17).
Maria ensina
prestigiosamente a colocar-se em atitude de acolhimento em relação à vontade divina. Para a
santificação do homem, é fundamental que ele se pergunte qual é a vontade de Deus a respeito
dele e qual estrada coloca diante dele para o seu caminho. A Virgem, dispondo-se de modo
total e generoso ao cumprimento da vontade divina, se torna esplêndida testemunha para toda
a humanidade.
Maria demonstra a capacidade de realizar um discernimento contínuo, ligado a todos os
acontecimentos que dizem respeito ao seu Filho. Certamente isso acontece no momento da
Anunciação, mas é renovado em outras ocasiões de prova, particularmente delicadas, como,
por exemplo, na dolorosa fuga para o Egito (cf. Mt 2, 13-15) e na perda de Jesus no Templo
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(cf. Lc 2, 48-50). São situações em que a Imaculada, meditando tudo em seu coração,
demonstra, ainda, conseguir permanecer próxima ao projeto divino. O mesmo acorre quando
vai procurar o Senhor, preocupada com tudo o que se diz dele (cf. Mt 12, 46-47). Também
nesta situação prossegue o seu caminho respeitando a vontade sobrenatual. A mesma dinâmica
se realiza no Calvário (cf Jo 19, 25-27).
Segundo São Maximiliano, a oração e o amor à Virgem permitem ao fiel um
conhecimento sempre mais perfeito a respeito dela e o dispõem a aprender e viver as suas
virtudes. De fato, “cada pensamento, palavra, ação e sofrimento da Imaculada foram o mais perfeito ato de
amor a Deus, de amor a Jesus. Seria necessário, por isso, dizer às pessoas, a todas e a cada uma em particular,
àqueles que vivem agora e que viverão até o fim do mundo, com o exemplo, com a palavra viva, escrita,
impressa, divulgada através do rádio, com a ajuda da pintura, da escultura etc. O que e como a Imaculada
pensaria, diria, faria nas circunstâncias concretas da vida presente, nos vários ambientes sociais, a fim de que
um amor perfeitíssimo, o amor da Imaculada ao Coração Divino, possa arder sobre a terra.” (SK 647)
Como Maria, que se entregaou totalmente ao projeto e à força do Onipotente, também
os fiéis são chamados a realizar o mesmo passo. A experiência espiritual de Padre Kolbe
testemunha que mesmo no contexto social onde vivemos é possível
viver unidos
estreitamente a Deus e constantemente orientados à ajuda aos irmãos. Lendo a sua história,
compreendemos que nos encontramos diante de um autêntico milagre de amor de Deus.
Quando nos abandonamos à onipotência divina, a nossa vida se transforma em um prodígio de
amor. O Senhor pode realizar coisas grandes em nós, como aconteceu com os santos e com a
Virgem Maria. Não limitemos com o nosso egoísmo e as nossas estreitas verdades a potente
ação de Deus. A entrega ilimitada à vontade de Deus, à qual tudo é possível, nos permite
tornarmo-nos instrumentos e testemunhas da sua onipotência, segundo o projeto do bem
pensado para nós. Kolbe ensina que a Imaculada pode ser mestra nesta dinâmica espiritual.
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
Para Reflexão
-
Tenho a convicção que a minha santidade é o fruto da realização do projeto de Deus
para mim?
-
A docilidade de Maria fala ao meu coração, me ensina a ser sempre disponível ao
projeto divino?
-
O meu coração está pronto para acolher o que o Senhor diariamente me comunica?
-
Maria é um exemplo para São Maximiliano: me deixo inspirar também pelo esplêndido
testemunho da Imaculada, sobretudo com relação à consagração e à disponibilidade? Como
está o meu caminho?
-
Como está a minha capacidade de escutar a voz de Deus e a minha docilidade em
realizar o Seu projeto?
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JUNHO
Para que o Espírito Santo nos torne testemunhas dos frutos do amor, da alegria, da mansidão e da benevolência
que provêm dele.
A força do apostolado de São Maximiliano é representada sem dúvida pelo testemunho
evangélico que, em cada circunstância e em todos os períodos da sua existência, procura
oferecer ao próximo. É exatamente o seu exemplo, tão decisivo e marcante, que contagia os
confrades e fiéis. O estilo missionário do santo polonês é caracterizado por três movimentos:
O agir exemplar que precede o falar, a pobreza e o sacrifício acompanhado pela decisão. Como
Francisco, ele deduz que frades e fiéis podem ser mais estimulados pelo verdadeiro
testemunho evangélico do que pelas palavras. Contemplar Cristo, a Imaculada e Francisco
pode-se traduzir em experiência que ilumina o próximo e induzi-lo delicadamente a amar
sempre com maior convicção o Altíssimo. A pobreza valoriza o próprio exemplo de vida
evangélica e torna-se expressão de humildade e entrega ao amor providente do Senhor. Enfim,
o sacrifício e a dedicação à atividade apostólica colocam o frade, o mílite e o fiel em geral na
condição de doar-se generosamente ao projeto que o Onipotente confia a eles. Estas três
dimensões representam o quanto Kolbe vive e transmite como pressuposto à vida missionária.
Ele tem convicção de que testemunhar a fé e a mensagem evangélica, a partir da força da
própria experiência espiritual, é a chave que permite ao missionário entrar nos corações dos
homens. O amor pela própria vocação, a bondade, o acolhimento, a sobriedade permitem a
quem evangeliza falar sobretudo a partir do próprio exemplo e depois através da palavra. O
santo evidencia que somente com a prática da pobreza também as outras atividades
apostólicas, como a difusão da Revista (Cavaleiro da Imaculada) e o crescimento operacional
da Cidade da Imaculada, podem realizar-se sem obstáculos e com mais credibilidade.
Já em 1919 escreve as palavras que seguem, extraídas de uma meditação que poderemos definir
como um projeto para o seu futuro de apóstolo: “A tua santificação pessoal é a tua primeira
ocupação. O empenho pela santificação dos outros deve ser a superabundância do teu amor para Jesus. Em cada
coisa, procurar dar a Jesus o maior prazer possível e ter confiança nele por meio da Imaculada” (SK 987F).
A santidade pessoal representa a primeira forma de evangelização. Alcançá-la comporta
em um percurso de contínua superação das próprias fragilidades e das tentações, para tecer
com Deus um relacionamento de amor sempre mais profundo e portador de paz interior e de
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
força espiritual no caminho da bem-aventurança eterna. São Maximiliano se revela qual
verdadeiro e próprio profeta neste âmbito, ao mesmo mesmo com os escritos, com a palavra e
com o testemunho, infunde coragem aos seus irmãos de caminho, para que sejam
perseverantes e determinados em alcançar um estado de conversão contínua. É fundamental
não nutrir sentimentos de tristeza, mas caminhar na fé com a certeza da presença amorosa do
Altíssimo, que nos enche de graça, e com a consciência da solícita e constante intercessão da
Imaculada que toma conta do coração e do itinerário de perfeição do homem. Até as quedas e
as incertezas podem tornar-se motivo de crescimento interior se se tem confiança ilimitada na
ação santificante de Deus, pela mediação da Virgem. Desta certeza nascem a coragem de Padre
Kolbe e os conselhos que paternalmente dá aos irmãos. A dimensão ascético-penitencial,
segundo Maximiliano, é caracterizada por pequenas e grandes cruzes diárias, pela aceitação
daquelas provas que, dia a dia, fazem parte do nosso caminho. Ele vive em plenitude este
acolhimento e cada situação de dor o torna sempre mais preparado para aderir à vontade
divina. Tudo isso o predispõe à apoteose da ascese que ele vive no campo de concentração de
Auschwitz e, em geral, em todas as situações de dor e de cansaço experimentadas durante a
guerra. Os confrades atestam que, durante os tempos difíceis da guerra, se nota nele uma
grande paz interior, fruto de uma profunda união com Deus e de um exercício enfim
consolidado com a penitência. Tudo dá e oferece ao Senhor com espírito de gratidão e sincera
entrega. Esta perfeição na acese nasce da realidade penitencial diária, na qual o santo acolhe as
fadigas e as controvérsias com serenidade e como motivo de crescimento interior. Maxiliano
Kolbe chega ao martírio cruento e à ascese por meio de uma preparação que aconteceu,
momento por momento, na sua vida cotidiana. O testemunho que chega ao ponto mais alto
não é fruto de um momento de fervor, antes é a consequência de uma existência oferecida a
Deus constantemente.
Para Reflexão
-
Abro-me com alegria e disponibilidade à ação do Espírito Santo?
-
Quais são os frutos da Sua ação em mim?
-
Invoco o Espírito Santo para que possa converter-me continuamente?
-
Como está a minha capacidade de testemunhar a fé?
-
O meu ser missionário no mundo parte do testemunho de fé e de amor oferecido aos
irmãos?
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Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
JULHO
Para que, como Cristo que se faz “pequeno” na Eucaristia, consigamos dar exemplo de probreza evangélica no
lugar e no tempo em que vivemos.
São Francisco na Primeira Admoestação contempla o mistério eucarístico, como Jesus
se torna presente nos simples elementos do pão e do vinho. Ele convida os frades, em uma
carta, a serem pobres, imitando o Senhor e nesta dinâmica de kenosi, que cada dia se realiza na
Missa. São Maximiliano se coloca sob a mesma linha e extrai do amor pela Eucaristia a força e
a inspiração para uma vida moldada sob o estilo de Cristo.
No texto seguinte, o Padre Kolbe revela o seu espírito contemplativo e a sua fé na
presença real do Senhor no Santíssimo Sacramento. Trata-se de um artigo impresso em 1924
na versão polonesa do Cavaleiro da Imaculada: “...Desde o momento do sacrifício da Santa Missa fez
morada sobre a terra... O sacerdote, sucessor dos apóstolos, obediente ao mandamento do Homem-Deus, repetirá
em sua memória a comovente cena da Última Ceia. O pão se tornará o Corpo vivo de Cristo e o vinho o Seu
Sangue Santíssimo. E Ele, Criador do céu e da terra e Redentor das almas, sairá pelos caminhos e as estradas
dos seus filhos, levado pelas mãos do sacerdote” (SK 1059).
As palavras do santo polonês se referem à procissão do Corpus Christe e revelam uma fé
profunda na presença do Senhor nas espécies eucarísticas. Ele contempla o mistério em que
Jesus faz morada entre os homens. É um prodígio de amor que se perpetua graças à Santa
Missa e à ação dos sacerdotes. São Maximiliano consegue compreender em profundidade esta
extraordinária realidade graças à oração, à atenção de como celebra a Santa Missa, à mediação e
à confiança na Palavra de Deus. Sem dúvida, a dimensão eucarística é fundamental em função
da pobreza vivida e pregada por São Maximiliano. Não é esquecida a comunhão espiritual, que
tem um valor grande em relação ao alimento interior e é realizada na impossibilidade de vivê-la
sacramentalmente. Toda a sua atividade de ministro de Deus, de frade e de massionário, seja na
fase formativa ou na fase madura, gira em torno do mistério eucarístico. Na vida apostólica da
Cidade da Imaculada, frequentemente os frades são chamados a unir-se junto ao Santíssimo
Sacramento.
A pobreza de Padre Kolbe, portanto, deseja modelar-se à de Cristo e de Francisco: São
os seus pontos de referência. Todavia, profeticamente, vive e ensina um estilo pobre, que leva
em conta também a situação cultural e espiritual da Igreja e da Ordem dos Frades Menores
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
Conventuais. Em consequência, o estilo do religioso é caracterizado por uma mistura de
sobriedade e acolhimento de tudo que o Pai doa. Concretamente, é necessário entregar-se
incondicionalmente à sua bondade, segundo o exemplo de Cristo e da Imaculada, que
esperimentam um percurso de despojamento e de oferta pelo bem da humanidade. É a
pobreza sobrenatural praticada por São Maximiliano alinhada a toda a tradição franciscana e
que representa, segundo o seu parecer, também o trampolim de desenvolvimento para a
renovação dos frades menores conventuais.
Por isso, entregar-se completamente a Deus e valer-se da proteção materna da
Imaculada. Isto quer dizer, no que diz respeito à dimensão ascética, que vão “prostar” sempre
mais o egoísmo e o egocentrismo, em favor de uma sempre maior abertura de mente e de
coração. Ser pobre, segundo o testemunho e o ensinamento do mártir polonês, significa tomar
consciência de estar sempre protegidos e sustentados pelo amor de Deus, que se manifesta
também através da maternidade de Maria.
O dom de si e a pobreza, para Maximiliano, nascem da fonte da Eucaristia. Se trata de
acolher o amor de Cristo de cujo modelo nasce e se desenvolve a vida espiritual marcada pela
sua oferta e o seu “tornar-se pequeno” para a salvação da humanidade. Olhemos, portanto, o
seu profundo desejo de conformação ao Senhor, que nos consente ser extremamente sensíveis
e disponivéis para acolher a pobreza que está perto de nós, para para trazer benefício a quantos
sofrem e pedem a nossa ajuda. A pobreza do santo polonês é a expressão e a consequencia de
um caminho vivido no amor a Cristo e na sua presença eucarística. Isto o ajuda a realizar um
percurso de humildade e de ajuda aos pobres que representam uma esplêndia profecia na
Igreja.
Para Reflexão
-
A participação na Santa Missa me oferece a possibilidade de contemplar a pobreza de
Cristo?
-
O meu amor pela Eucaristia se traduz em gestos de simplicidade e de acolhida?
-
Procuro tornar-me dom para os irmãos com a força da Eucaristia?
-
A entrega de Cristo é para mim convite a um itinerário de essencialidade para ser dom
para os irmãos?
-
Quais gestos de pobreza me proponho para realizar um relevante crescimento
espiritual?
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
AGOSTO
Para que, como São Maximiliano no campo de concentração, consigamos transmitir a luz de Deus nos lugares
onde habita a escuridão do desespero.
Uma luz na escuridão! É o título da Mostra Kolbiana exposta no convento de São Maximiliano
em Roma, aquela que foi a casa de formação do santo polonês e de fundação da MI. E uma luz
na escuridão foi o mártir de Auschwitz, que, num momento verdadeiramente terrível para a
humanidade, conseguiu transmitir os valores do Evangelho e o amor de Cristo em locais onde
triunfavam o ódio e a violência. Verdadeiramente significativas são as palavras do Papa
Francisco, na ocasião da visita a Lampedusa: Perdemos o sentido da responsabilidade fraterna;
caímos na atitude hipócrita do sacerdote e do servidor do altar, de quem falava Jesus na
parábola do Bom Samaritano: olhamos o irmão meio morto à beira da estrada, talves
pensamos “pobrezinho” e continuamos no nosso caminho, não é responsabilidade nossa. E
com isso nos tranquilizamos, nos sentimos bem. A cultura do bem estar, que nos leva a pensar
em nós mesmos, nos torna insensíveis ao grito dos outros, nos faz viver em bolas de sabão,
que são bonitas, mas não servem pra nada, são ilusões fúteis, provisórias, que levam à
indiferença em relação aos outros, pelo contrário leva à globalização da indiferença. Neste
mundo da globalização caimos na globalização da indiferença. Estamos acostumados com o
sofrimento do outro, não diz respeito a nós, não nos interessa, não é problema nosso! Retorna
a figura do anonimato de Manzoni. A globalização da indiferença nos torna todos “anonimos,
responsáveis sem nome e sem identidade”, Homilia do Papa Francisco em 08/07/2013.
Maximiliano demonstrou ter vencido a globalização da indiferença no campo de
concentração, quando ofereceu a vida por um pai de família. Foi uma luz na escuridão, um
motivo de esperança para tantos prisioneiros, não somente pelo epílogo da sua vida, mas pelo
amor que sempre soube transmitir desde o início da sua prisão. Já nas celas da morte entoava
hinos a Maria, em Auschwitz, o seu exemplo de amor representou uma força estraordinária
para tantos prisioneiros e condenados que, graças a ele, venceram o tormento do medo e do
desespero. Uma luz na escuridão somos chamados a ser todos nós na presença de grandes
tragédias que envolvem hoje toda a humanidade. João Paulo II, falando aos sacerdotes dos
Frades Menores Conventuais, disse que São Maximiliano “brilha pelo amor forte com que consagrou
sua existencia à Imaculada e pelo heróico dom da sua vida aos irmãos, sacrifício que o conduz à terrível
morte no bunker de Auschwitz. Ele permanece entre nós como profeta e sinal dos novos tempo, e
tempos da vivilização do amor. [...] Ele amava repetir – “Só o amor constrói”. Mas o otimisto com que
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
Padre Kolbe afrontava o dia a dia não o deixou jamais esquecer que é na vida que se desenvolve a
constante luta da graça e do pecado, da fidelidade e da infidelidade (cf Rm 7, 14-25). É exatamente
quando parecia que o mal tivesse a vitória sobre ele, no horror do campo de extermíno,
aparece plenamente a vitória de Cristo. Padre Maximiliano Kolbe reafirma, com o seu corajoso
testemunho, a força da nova criação, que Maria Imaculada antecipou e é exemplo, em virtude do
seu ser – a predestinada Mãe do Redentor”, João Paulo II, discurso aos Padres Franciscanos
Menores Conventuais pela ocasião do centenário de nascimento de São Maximiliano.
O Santo pontífice afirma um conceito muito importante que exprime uma
característica dominante do santo conterraneo: só pode ser luz da escuridão no campo de
concentração se isto acontece também no dia a dia. Maximiliano nos ensina que podemos fazer
grandes gestos para iluminar o mundo que esta nas trevas, se isto já ocorreder nos gestos e
expressão do dia a dia. Ele, de fato, foi luz da escuridão da como jovem estudante em Roma
quando fundou, com outros irmãos, a M.I.; foi luz da escuridão ao difundir em todo o mundo a
devoção à Imaculada através da Revista; foi luz da escuridão ao fundar a Cidade da Imaculada,
um mega convento com a capacidade de hospedar cerca de mil frades, todos decicados à
difusão do Evangelho por meio da imprensa e da rádio; foi luz da escuridão quando embarcou
como missionario para o Japão de 1930 a 1936 e realizou em nome de Deus e da Imaculada os
mesmos prodígios realizados na sua pátria. Auschwitz representou o vértice de um caminho
em que dia após dia ele soube ser luz para os irmãos, particularmente por aqueles que vagam
nas sombras.
Para Reflexão
-
Qual é a minha atitude diante de grandes tragédias do nosso tempo?
-
De que modo procuro ser uma luz na escuridão para ops meus irmãos?
-
De que modo reajo diante da humanidade ferida pelo ódio e pela injustiça?
-
Qual é o meu empenho para iluminar os irmãos os irmãos que caem no abismo da dor
e do desespero?
-
Como utrapasso a cortina da indiferença que se levanta sobre as tragédias do homem?
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
SETEMBRO
Para que, como a Imaculada, aprendamos a glorificar o Senhor pelas maravilhas que Ele continuamente opera
em nós.
Na mente e no coração ressoam as notas do Magnificat. Maria é a mestra do agradecimento,
porque rende graças a Deus por todos os prodígios que realizou na sua vida. A Virgem possui
grandes privilégios: é Imaculada, a Mãe de Deus, Aquela que coopera de modo perfeito com o
plano da Redenção, Aquela que é chamada a seguir Jesus em toda a vida terrena, mas é
consciente que a sua vocação é um dom da misericórdia divina. Em Nossa Senhora admiramos
extamente a capacidade de agradeçcer e louvar a Deus. Temos a capacidade de agradecer?
Conseguimos dizer “obrigado” aquele que nos chamou a viver em estreita união com Ele? As
vezes os fiéis não tem conciência da grandeza do chamado à vida cristã, mesmo tendo o desejo
de agradecer a Deus pelo próprio estado de vida e pelas graças que nos são dadas em
abundância. A nossa predisposição ao agradecimento nasce e é maior se temos consciencia da
grandeza e beleza da nossa vocação. O que pesa é o chamado a viver a cruz de Cristo. O
sofrimento físico ou moral é frequentemente o elemento desencadeante de crises duradouras
ou irreversíveis. As difilculdades parecem insuperáveis e causam frequentemente depressão e
desconforto, ao ponto de perder a consciência e a certeza da imensidão e do fascínio do
seguimento de Cristo. Conformar-se a Jesus quer dizer, antes, aceitar também os momentos de
prova. Conformar-se a Ele significa pedir-lhe a graça da perseverança e da fidelidade, não
obstante os momentos de dor e de deserto.
Também a Imaculada conheceu a prova e a dor, mas soube agradecer a Deus
por tê-la escolhido. Ela é a plena de graça, é plena da presença e da força divina e por isto
do seu coração foi elevado ao Altíssimo um hino de louvor e agradecimento. Não devemos
esquecer que recebemos uma vocação belíssima: servir e amar a Deus com a força da graça
que vem dele. È verdade, as vezes somos chamados a experimentar sofrimentos intensos
ou incompreensíveis. Lembremos, porém, que também nós temos o conforto da divina
graça. Que nos ajuda a ser fiéis, perseverantes. Em cada homem o Senhor realiza prodígios,
realiza grandes coisas, pelas quais escolhe hinos de gratidão. O peso da cruz não deve
comprimir e fazer-nos esquecer a beleza e a grandeza da nossa vocação. Somos chamados
a estar com Jesus e a segui-lo em todo o seu mistério, em tudo aquilo que viveu e disse.
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
Trata-se de uma realidade que implica grande responsabilidade da nossa parte, mas
também torna-se sempre entusiasmante.
A Virgem torna real que a sua vida e a sua vocação fazem parte de um precioso projeto
de salvação. Deus fala ao homem ao longo dos séculos, ao longo das gerações. É bom
lembrar que nós estamos dentro de uma tradição espiritual, fazemos parte de um caminho
consolidado através dos séculos e nos tornamos portadores de uma especial moção do
Espírito Santo. Estamos já dentro de um percurso de santidade, aquele sugerido pelo
Espírito. As vezes parece que a nossa memória é curta: esquecemos a história de onde
viemos e que somos chamados a enriquecer. Recuperemos o grande valor da nossa
história! O passado nos ensina que Deus é fiel e sustenta com a sua graça aquele que
chama para a realização de um determinado projeto.
A Imaculada compreende que a humildade é a virtude que “abre” o coração de Deus.
Ele eleva os humildes para que eles tenham nele a sua única riqueza. Se o Senhor é a nossa
única riqueza, se vivermos verdadeiramente com Ele, a vida torna-se um pródígio, torna-se
emanação dele, do Seu amor, da Sua graça, da Sua presença entre os homens. Quanto mais
somos humildes, maior é a manifestação do amor misericordioso de Deus na nossa vida.
Humildade é viver de Deus, é conceder-lhe a máxima disponibilidade do nosso coração. A
Imaculada se dá conta de estar dentro de um projeto e com o seu “sim” colabora de modo
admirável com o plano da salvação, com o seu agradecimento rende graças a Deus pelo seu
chamado e pelos dons que emanam do seu amor misericordioso e providente. Concluindo
propomos o Magnificat de São Maximiliano, o qual agradece ao Deus-Trindade pelo dom da
Imaculada: “Te adoro, ó Pai nosso celeste, porque depuseste no seio puríssimo dela o teu Filho unigênito.
Te adoro, ó Filho de Deus, porque te dignaste entrar no seio dela e te tornaste verdadeiro, real Filho Seu.
Te adoro, ó Espírito Santo, porque te dignaste formar no seio imaculada dela o corpo do Filho de Deus. Te
adoro, ó Trindade Santíssima, ó Deus uno na Santa Trindade, por ter elevado a Imaculada em modo
assim divino. E não cessarei, nunca, cada dia, logo que desperto do sono de adorar-te humilissimamante, ó
Deus Trindade, com o rosto por terra, repetindo tres vezes: glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era do princípio, agora e sempre. Amém (SMK, escrito 1305).
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
Para Reflexão
-
Agradeço a Deus pelo dom do Batismo?
-
Os sofrimentos me impedem de reconhecer os prodígios de Deus?
-
Agradeço a Deus pelas “grandes coisas” que realiza em minha vida?
-
Sou consciênte da fidelidade de Deus?
-
Como vivo a virtude da humildade?
-
É Deus a minha maior riqueza?
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
OUTUBRO
Para que, por meio do nosso testemunho de vida, possamos contribuir para consolar a humanidade sofrida
por causa de tantas formas de pobreza.
Os conteúdos do anúncio são verdadeiramente importantes, Maximiliano evidencia o
papel absolutamente central do testemunho e da graça divina que sustenta o missionário, a
qual não basta a força das suas argumentações para elevar a humanidade da pobreza e da
escravidão que a afligem. Ele é protagonista de um anúncio cristocêntrico, porque deseja
transmitir o amor de Cristo pela humanidade que, graças à Sua morte e à Sua ressurreição,
foi redimida. O santo polonês quer viver alegremente esta verdade mas, também doá-la,
através da palavra e da imprensa. Mas este movimento de evangelização parte do seu
exemplo pessoal de vivência evangélica e também do exemplo dos confrades, que com ele
partilham a mesma missão.
Outro desejo de Kolbe é de fazer o homem compreender a importância da presença da
Imaculada na sua existência, a alegria que se experimenta por causa da presença de uma
mãe pronta a infundir a sua intercessão, a sua ajuda e a sua materna e terna proteção.
São Maximiliano nos dá um luminoso testemunho mediante a sua capacidade de
inserir-se e envolver-se profundamente e rapidamente nos ambientes onde entra. Ele
conhece as pessoas, as escuta e consegue estabelecer com todos um diálogo sereno e
construtivo, e procura propor soluções concretas aos problemas, além das linhas de
apostolado de notável expressão. É revelada a grande capacidade do nosso santo de
colocar-se em escuta do próximo e de ir de encontro à suas exigências com sensibilidade e
eficácia. Exatamente esta acolhida é determinante para a credibilidade de um apóstolo
respeitoso dos desejos e das instâncias do povo.
A missão kolbiana se valoriza, obviamente, graças à proposta de ter a Imaculada como
modelo perfeito de ser humano. As suas virtudes são expressão de vida em Cristo de
primeiríssimo nível. Apresentar Nossa Senhora como exemplo estraordinário de
seguimento é a maior forma de caridade que um missionário possa dar ao próximo. O
testemuho de Padre Kolbe é enriquecido pleas motivações que o impulsionam à missão: o
desejo de anunciar o amor que Deus tem pela humanidade, a obediencia à Igreja e ao
seguimento de Cristo segundo o estilo de Francisco. O santo polones é animado pela
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
vontade de transmitir aos homens a profundidade do amor divino, que se manifesta
também através da presença materna da Virgem Maria. O seu zelo é tamanho que o leva a
sonhar com um apostolado sem limites e sem barreiras. O mártir franciscano, além disso,
se sente interpelado, pessoalmente, pela Igreja e pelo Santo Padre que, nos anos da sua
existência terrena, convidam com determinação os vários componentes do clero a abrir-se
generosamente à dimensão missionária. Além disso, ele aponta como muito importante o
exemplo do Pobrezinho de Assis, São Francisco, que mediante a Regra, coloca a missão
entre os elementos fundamentais da vida franciscana. Ele mesmo, de fato, vive com um
profundo e contínuo impulso missionário.
Pois bem, São Maximiliano é missionário porque é ouvinte atento da voz de Deus, que
fala ao seu coração, através da Igreja e através do exemplo do Pai Seráfico. Ele é sensível a
estes chamados que acredita serem proveniente de Deus e responde com toda a sua
generosidade e o seu empenho, oferecendo, também como obediencia, um esplendido
testemunho que torna mais preciosa a própria atividade missionária. O exemplo de
Francisco, é particularmente iluminador: O Santo de Assis é o modelo de missionário, o seu
exemplo, a sua Regra são altamente evangelizadores e permitem o máximo de avanço apostólico direto
para a salvação e santificação das almas (SMK, escrito 299).
Também nesta ótica o mártir de Auschwitz entra plenamente na tradição franciscana,
que ele desenvolve com a sua genial contribuição. Definitivamente, podemos afirmar que a
vida do santo polonês segue estas diretrizes, que podem ser um grande exemplo também
para o fransciscanismo contemporâneo. O testemunho de São Maximiliano é enriquecido e
caracterizado pela constante oferta da sua vida ao Altíssimo, que no martírio encontra a sua
apoteose. O sacrifício de Padre Kolbe não é o fruto de um momento de fervor, mas o
resultado da oferta constante da sua vida a Deus através da mediação da Virgem.
Para Reflexão
-
Estou consciente que o meu testemunho é precioso para a humanidade sofredora?
-
Que desejos animam a minha evangelização?
-
Sou portador de Cristo com o meu estilo de vida?
-
Sou consciente da minha chamada no contexto em que vivo?
-
Existe em mim o desejo de anunciar e testemunhar o Evangelho com o coração
humilde de Francisco e Maximiliano?
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
NOVEMBRO
Para que, indo ao encontro de Cristo que vem, recordemos que o caminho da santidade consiste em acolhê-lo com
a pobreza de coração que Ele mesmo nos ensina.
A santidade não é somente fruto do acolhimento da graça divina e das moções que
vem de Deus. Quanto mais o homem colabora, mais se realiza esta explêndia sinergia. Tem a
mesma idéia São Maximiliano, quando se exprime: “Somente Jesus, vindo ao mundo, indicou à
humanidade, com o exemplo e com a palavra, a estrada para a verdadeira santidade. A substancia dessa é
amar Deus até o heroísmo. O sinal é o cumprimento da Vontade Divina, contida sobretudo nos mandamentos
de Deus e da Igreja e nos deveres do próprio estado. O meio é a contínua vigilância de si mesmo, até conhecer os
próprios defeitos e erradicá-los, inserir as virtudes, cultivá-las, desenvolve-las até aos graus mais elevados, depois
a oração com a qual a alma procura as graças divinas sobrenaturais, indispensáveis para o progresso espiritual.
Na vida de todos os santos a oração ocupa o primeiro lugar. Os graus mais importantes dela são: a oração
vocal, a meditação e a contemplação. Neste último grau às vezes Deus arrasta a alma muito próxima de si e,
nesse caso, a alma, deslumbrada pela luz celeste e inflamada de amor, entra em um extase que não tem nada
em comum com os encantamentos naturais (SMK, escrito 1001).
O mártir polonês nos faz compreender que, para atingir a santidade, é fundamental
cultivar com o Altíssimo um relacionamento de comunhão intensa e profunda, que permite
realizar, passo a passo, um percurso de contínua e convicta conversão. A Imaculada, por sua
vez, é mãe e discípula de Jesus, por Ela acolhido em seu seio, assistido durante a sua vida
terrena e seguido até o Golgota. A Virgem nos ensina a estar com Cristo, a orientar
decididamente e exclusivamente a vida a Ele, para viver com Ele uma comunhão profunda e
constante, comunhão que constitui o habitat ideal para a nossa oração. A união de amor com
Jesus, como centro da nossa missão, nos ajuda a crescer continuamente na via da oração: Maria
ensina que, alimentando-se sempre com a companhia de Jesus, a nossa oração é orientada
sempre mais a fazer a vontade do Pai e é sustento invencível para a nossa fidelidade e
perseverança.
Aqui se sublinha também a humildade de Maria, que mostra sempre a máxima
cooperação com a graça que Deus lhe concede e que nela escontra plena disponibilidade. Na
Imaculada emergem em particular as virtudes da humildade e da gratidão, que permitem
manter uma atitude de pequenez interior tão profunda que permite utilizar da melhor forma as
ajudas vindas do amor misericordioso e providente do Onipotente. Em tudo isto ela se revela
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
explendida mestra para todos os fiéis. A santidade é expressão da sinergia entre a graça e o
mérito: pois bem, Nossa Senhora nos faz compreender como utilizar melhor o divino
sustento, colocando em campo o máximo do empenho e da determinação.
Iluminadas são as seguintes expressões de Maximiliano: “Nós sozinhos, portanto, não somos
capazes de fazer nada, com excessão do mal, que é exatamente a falta do bem, da ordem, da força. Se
conhecessemos esta verdade e voltássemos o olhar para Deus, do qual recebemos a todo instante tudo o que
temos, veremos logo que Ele, Deus, pode dar-nos mais ainda e que Ele, como ótimo Pai, deseja dar-nos tudo
aquilo que necessitamos. Mas quando a alma atribui a si mesma aquilo que é dom divino, Deus pode talvez
preenchê-la de graças? Neste caso Ele a confirmaria falsa e arrogante. Por sua misericórdia, então, Ele não
concede tal abundância de dons e permite até uma queda, para que a alma conheça finalmente aquilo que ela é
por si só, para que não confie em si mesmo, mas se consagre unicamente a Ele com plena confiança. Eis o
motivo do porque para os santos as quedas são degraus para a perfeição. Ai, porém, da alma que não aceita-se
nem mesmo este extremo remédio e, permanecendo na própria soberba, afirma-se: ‘Não consigo me corrigir’,
porque Deus é também justo e exigirá que ela se dê conta de cada graça concedida” (SMK, escrito 1100).
Para Reflexão
-
De que modo acolho as inspirações do Espírito no meu caminho?
-
A santidade é acolhimento do Senhor: contemplo o exemplo da Imaculada?
-
Acolho a presença de Cristo com humildade que a Imaculada me ensina?
-
Acolho a presença do Senhor também quando experimento a provação?
-
O acolhimento da presença de Cristo em mim é sem condições ou hipocrisia?
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
DEZEMBRO
Para que o nascimento de Jesus na pobreza nos torne conscientes de que na Encarnação Ele
se fez pobre para enriquecer todos nós.
“Quem ousaria supor que Tu ó Deus infinito, eterno, me amaste há séculos, e ainda
antes dos séculos? Tu, de fato, me amas desde o momento em que existes como Deus,
como consequência me amastes e me amarás sempre! Mesmo que ainda eu não existisse,
Tu já me amavas, e exatamente pelo fato que me amavas, ó bom Deus, me chamaste do
nada à existência! Para mim criaste o céu repleto de estrelas, para mim a terra, os mares, os
montes, os rios e tantas, tantas coisas belas que existem sobre a terra. Mas isto não basta:
para mostrar-me de perto que me amas com tanta ternura, desceste das mais puras delícias
do paraíso sobre a terra enlameada e plena de lágrimas, conduziste uma vida em meio à
pobreza, às fadigas e aos sofrimentos; e enfim, desprezado e escarnecido, quiseste ser
suspenso entre os tormentos sobre um infame patíbulo em meio a dois ladrões. Ó Deus de
amor, me redimiste desse modo terrível, mas generoso! Quem poderia supor? Tu, porém,
não te contentaste com isto, mas vendo que seriam transcorridos 19 séculos desde o
momento que estas provas do Teu amor se derramaram e somente então eu surgiria sobre a
terra, encontraste uma solução também para isto! O Teu Coração não consentia ver
nutrindo-me unicamente das lembranças do teu incomensurável amor. Permaneceste nesta
desprezível terra no santíssimo Sacramento do altar e então vens a mim e te unis comigo,
estreitamente, sob a forma de alimento. Agora, o teu sangue já corre no meu sangue, a tua
alma, ó Deus encarnado, penetra a minha alma, fortalecendo-a e alimentando-a. Que
maravilha! Quem ousaria supor? Que coisa poderias dar-me então, ó Deus, depois de terdes
te oferecido a mim como propriedade? O Teu Coração, ardente de amor por mim, te
sugeriu então um outro Dom, sim, um outro Dom ainda! Tu nos mandaste tornarmo-nos
crianças, se quisermos entrar no Reino dos céus (cf Mt 18,3). Tu sabes bem que uma
criança tem necessidade de uma mãe: Tu mesmo estabeleceste esta lei de amor. A tua
bondade e a Tua misericórdia, por isso, criaram para nós uma mãe, a personificação da tua
bondade e do teu amor infinito, e da Cruz, sobre o Gólgota, ofertou-a a nós e nós a Ela.
Além disso estabelecestes, ó Deus que nos amas, de torná-la onipotente dispensadora e
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
medianeira de todas as Tuas graças: Tu não negas nada a Ela, mas nem Ela é capaz de
negar alguma coisa a ninguém.” (SMK, escrito 1145)
Neste texto, Maximiliano contempla o que representa para o homem a Encarnação
e as suas admiráveis consequências. O que significa o Natal para nós, então? Jesus se fez
um de nós, tomou a nossa aparência, reabitando radicalmente a humanidade caída pelo
pecado. Ele nos mostrou o caminho da santidade diante do que disse e fez e, enfim, doou a
vida pela nossa salvação. O seu amor não parou aqui: garantiu a sua presença até o fim
dos tempos no sacramento da Eucaristia e, como se não bastasse, nos doou uma Mãe, para
que pudessemos ter um último sinal da sua bondade e fossemos acompanhados no nosso
caminho ruma à vida eterna. Maximiliano canta louvores a Deus e o agradece por tanta
benevolência; ele está atentíssimo aos dons divinos e está pronto para acolhê-los com a
máxima confiança. Disse pessoalmente o seu “obrigado” ao Altíssimo pelo amor que
manifestou em relação a ele e para com todos os homem. A benevolência divina se
manifesta de modo supremo, segundo o mártir de Auschwitz, mediante a redenção operada
atravéz da morte e ressurreição de Cristo. A gratidão de Padre Kolbe se infunde
poeticamente e insistentemente também pelo dom dos sacramentos e da Palavra, que
oferecem ao homem a possibilidade de perceber constantemente a presença e a caridade
de Deus. Enfim, o franciscano polonês exprime o seu agradecimento pelo dom da
Imaculada, pois a sua mediação e a sua materna presença se revelam fundamentais para o
caminho de cada fiel. Verdadeiramente emblemática é a conclusão do santo: esta
invocação repleta de júbilo e conciência é possível porque é motivada e animada pela fé,
que representa a “lente” para admirar e contemplar quanto o Senhor realizada em favor
da humanidade.
Segundo o ensinamento de Maximiliano, a prática da oração permite a cada cristão
uma reflexão constante sobre os elementos da fé professada, que vão enraizar-se
profundamente no coração e na mente, também porque tornam-se acessíveis a todos dada
à simplicidade deste gênero de oração. O santo é descrito, em cada fase da vida, sempre
dedicado a oração e fervidamente preparado para a celebração da Missa, a qual não
renuncia, mesmo que custe a própria vida, nem mesmo no campo de concentração. Neste
lugar de sombras vive o Santo Sacrifício clandestinamente e medita sobre os benefícios que
o Onipotente concedeu à humanidade ao longo da história da salvação. A contemplação
INTENÇÕES 2014
Pobres servos do Senhor estamos a serviço dos pobres
da benevolência divina reforça a sua fé e lhe permite infundir paz e alegria aos
prisioneiros e de morrer heroicamente no lugar de um pai de família.
Para Reflexão
-
Admirando o abaixamento do Senhor, sou estimulado a doar-me generosamente?
-
Olhando para São Maximiliano, como posse difundir o amor de Cristo?
-
De que modo posso fazer da minha vida uma oferta a Deus e aos irmãos?
-
De que modo posso ser pobre entre os pobres como Maximiliano em Auschwitz?
-
Com que gesto se concretiza a minha meditação sobre a Encarnação e o nascimento de
Jesus?

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