Estudo genético quantitativo de características de

Transcrição

Estudo genético quantitativo de características de
Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
Campus de Jaboticabal
Estudo genético quantitativo de
características de importância econômica
em caprinos da raça Saanen
Patrícia Tholon
Orientadora: Profa. Dra. Sandra Aidar de Queiros
Co-orientadora: Profa. Dra. Anamaria Cândido Ribeiro
Jaboticabal – SP
1o. Semestre de 2.000
1
1.
INTRODUÇÃO:
A
domesticação
ocorreu
pessoas,
há
mais
ainda,
e
de
exploração
dez
mil
dos
anos
desconhecem
caprinos
e,
pelo
entretanto,
suas
homem
várias
qualidades
e
potencialidades.
Atualmente, o rebanho caprino brasileiro vem atingindo
maior
importância
econômica.
Estima-se
que
o
efetivo
do
rebanho caprino no país, seja de 12,2 milhões de animais
(PRODUCTION YEARBOOK, 1994). No Nordeste brasileiro, devido a
possibilidade de criação desta espécie sob condições adversas
a ênfase da criação é para raças sem aptidão definida. Talvez
por isso, seja conhecida como “a vaca do pobre”, ou ainda
segundo os franceses, como “a vaca da democracia” (CASTRO,
1979).
Por outro lado, na região Sudeste, estão sendo criados
animais com aptidão leiteira. Isto é devido, em grande parte,
aos altos preços alcançados pelo leite de cabra. Sendo assim,
é
necessário
utilização de
incrementar
a
produção
leiteira
mediante
a
animais de raças especializadas, uma vez que o
material genético brasileiro é heterogêneo.
A raça Saanen, originária do Vale de Saanen, no cantão
de Beme, Suíça, com aptidão para produção de leite, tem se
adaptado muito bem às condições brasileiras. Esse material
genético
especializado,
principalmente
melhoramento
da
normalmente
França,
genético
bem
que
possui
estruturado,
é
um
importado,
programa
iniciado
em
de
1955
(PIACERE, 1994). Quase sempre os animais importados não estão
acostumados às condições brasileiras, e podem trazer consigo
doenças “exóticas”, em muitos casos doenças que ainda não
foram observadas em caprinos brasileiros.
Além disso, pode haver divergências quanto aos objetivos
de seleção, uma vez que, para os produtores brasileiros, o
importante é a produção de leite para consumo “in natura”
como
fonte
fração
da
protéica
alternativa
caseína
αs1.
Já
para
nos
pessoas
rebanhos
alérgicas
franceses,
à
a
prioridade de seleção é para a produção de leite com elevados
teores protéicos, aumentando-se a freqüência da fração da
proteína
(caseína-αs1)
causadora
da
alergia
em
pessoas
2
sensíveis,
para a obtenção de maior rendimento na fabricação
de queijos, pois esta está relacionada com a produção total
de proteína (JORDANA et al., 1996).
Nos
rebanhos
brasileiros,
na
maioria
dos
casos,
a
seleção é feita de maneira empírica, sem que sejam estimados
os parâmetros genéticos dos rebanhos e o valor genético dos
animais,
acabando
por
invalidar
o
melhoramento
genético
pretendido.
Para efetuar uma avaliação genética deve-se ter laços
genéticos entre os animais de diferentes rebanhos e, para
isso
pode-se
artificial,
lançar
como
mão
forma
de
da
utilização
criar
elos
de
inseminação
genéticos
entre
os
rebanhos. Entretanto, apesar do avanço científico nesta área,
observa-se
caprinos
que
no
inviabilizando
a
eficiência
Brasil,
a
da
ainda
utilização
inseminação
é
de
artificial
relativamente
sêmen
como
em
baixa,
rotina
nos
criatórios. Outro fator que, em muitos casos, inviabiliza
este manejo, é o preço do sêmen importado, uma vez que a dose
de sêmen custa até US$ 45,00 (YAKULT-catálogo, 1998), não
considerando os outros gastos pertinentes a esta tecnologia.
Resta,
então,
a
opção
de
utilizar
a
monta
natural
e,
consequentemente, a importação de animais de raças leiteiras
especializadas para o rebanho.
3
Os efeitos do genótipo, do meio ambiente e de suas
interações
resultam
no
desempenho
do
animal.
Assim,
é
de
extrema importância conhecer a real situação dos plantéis de
caprinos
leiteiros
programas
existentes.
de
no
Brasil
melhoramento,
Para
para
visando
proporcionar
o
estabelecimento
otimizar
condições
que
os
de
recursos
viabilizem
o
estabelecimento de programas de melhoramento, é indispensável
que
se
conheça
os
parâmetros
genéticos
e
fenotípicos
dos
critérios de seleção e que se avalie os animais para que se
possa escolher os pais da futura geração.
Os objetivos deste trabalho foram estimar os parâmetros
genéticos e fenotípicos da produção de leite e da duração da
lactação e realizar a avaliação genética de caprinos da raça
Saanen para produção de leite em animais pertencentes a 5
rebanhos da região Sudeste.
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
Algumas características de importância econômica podem
servir
como
instrumento
para
avaliar
o
desempenho
dos
animais, e são facilmente verificadas no rebanho, dentre elas
pode-se mencionar a Produção de leite (PL) e a Duração da
lactação (DL). Elas podem ser avaliadas através dos registros
de
desempenho,
que
segundo
RICORDEAU
et
al.
(1992),
é
a
primeira ferramenta da seleção.
2.1.PRODUÇÃO DE LEITE (PL)
A produção de leite é uma das características econômicas
mais
importantes
a
ser
avaliada,
pois
está,
diretamente,
relacionada com a receita de uma empresa rural.
Na Tabela 1 encontra-se um sumário de diversos trabalhos
5
contendo as médias de produções de leite de acordo diversos
autores.
Conforme pode-se verificar na Tabela 1, há uma grande
variação na produção de leite, sendo a menor média 282 kg por
lactação, encontrada por SAHNI & CHAWLA (1982), e a maior
média 977 kg, obtida por ANDERSON & POLLAK (1980).
TABELA 1 - Médias e erros-padrão da produção de leite (kg) de
cabras
de
várias
raças
e
diferentes
locais
de
acordo com diversos autores.
AUTOR
RAÇA
ANDERSON & POLLAK (1980) Alp LM Saa Tog
PAÍS
Nº
PL
EUA
3481
977
295
MONTALDO et al. (1981)
Alp Gra Nub Saa Tog México
1194
GROSSMAN et al. (1982)
Alp LM
70969 750
KENNEDY et al. (1982)
Alp Saa Tog Nub
EUA
3286
393±252
NORMAN et al. (1982)
Raças leiteiras
EUA
1100
861
SAHNI & CHAWLA (1982)
Saa
---
---
287
MIOC et al. (1991)
Saa
---
---
340
MOIOLI et al. (1995)
Saa
Itália
20409 477±188
GONÇALVES (1996)
Saa Alp Tog
Brasil
1336
635±40
RIBEIRO (1997)
Saa
Brasil
285
572±134
Nub Saa Tog EUA
Alp = Alpina; Gra = Granadina; Nub = Nubiana; Saa = Saanen; Tog =
Toggenburg; LM = La Mancha.
Existem diferenças genéticas entre raças caprinas, no
6
que
concerne
à
especializadas,
forem
dadas
animais.
produção
cujos
as
leite.
potenciais
devidas
Normalmente,
de
poderão
condições
as
raças
Assim,
de
ser
há
expressos
ambiente
européias
raças
para
possuem
se
estes
aptidão
leiteira, motivo esse, para que a maioria do rebanho caprino
brasileiro, utilizado para produção de leite, seja de raça de
origem européia (GONÇALVES, 1996). ANDERSON & POLLAK (1980)
observaram que o efeito de raça foi responsável por 29,2% da
variação total na produção de leite, entre as raças Saanen,
Alpina,
Toggenburg,
constataram
que
a
La
raça
Mancha
e
Saanen
Nubiana.
apresentou
Os
o
autores
melhor
desempenho, dentre o grupo de raças. O efeito da raça sobre a
produção de leite, também, foi observado por SULLIVAN et al.
(1986).
A produção de leite pode ser afetada por vários fatores
de
ambiente.
desempenho
Dentre
entre
eles,
animais
ressalta-se
nascidos
em
a
variação
diferentes
anos
de
e
estações, em diferentes rebanhos, em função da idade da cabra
ao parto e da duração dessa lactação (SANDS & McDOWELL, 1978;
KENNEDY et al., 1982; ANALLA et al., 1995; GONÇALVES, 1996;
RIBEIRO, 1997), e das alterações genéticas provocadas pela
seleção de animais.
7
O efeito da duração da lactação sobre a produção de
leite é bastante importante e devido à alta correlação entre
essas
características
McDOWELL,
1978;
(ILOEJE
WIGGANS,
&
VAN
1982;
VLECK,
RIBEIRO,
1978;
SANDS
1997)
&
obtêm-se
maiores produções com um período de lactação mais longo.
As
diferenças
climáticas,
de
entre
manejo
e
anos
são
causadas
alimentação
além
da
por
variações
seleção
e/ou
incorporações de animais ao rebanho com o passar dos anos
proporcionando variação genética nesta população (ILOEJE &
VAN VLECK, 1978; GROSSMAN & WIGGANS, 1980; MONTALDO et al,
1981; FINLEY et al., 1982; KENNEDY et al., 1982; MAVROGENIS
et al., 1984; SULLIVAN et al., 1986; WELLER et al., 1987;
WIGGANS,
1989;
BARBIERI
et
al.,
1990a,
1990b;
KROPF
et
al.,1992; ANALLA et al., 1995; BROWNING Jr. et al., 1995;
GONÇALVES, 1996 e RIBEIRO, 1997).
Outro efeito de ambiente relatado na literatura como
importante
na
variação
da
produção
de
leite,
é
o
de
mês/estação do parto.
Contudo,
MAVROGENIS
et
al.
(1984)
e
MONTALDO
et
al.
(1981), não encontraram efeito significativo de estação de
parto, evidenciando a necessidade de estudar cada rebanho e
utilizar o melhor modelo para avaliação desta característica.
8
O efeito do número de crias por parto, também, pode
afetar a produção total de leite por lactação. Este efeito,
provavelmente ocorre, devido a presença dos hormônios durante
a
gestação
(lactogênio
prolactina)
que
diferem
quantidade,
em
são
placentário,
estimulantes
da
conforme
o
progesterona
glândula
tipo
de
mamária,
gestação,
e
e
se
simples ou múltipla, podendo interferir na produção de leite
durante a lactação simultânea à gestação (SANDS & McDOWELL
1978; GARCIA et al. 1983b ; MAVROGENIS et al. 1984; BARBIERI
et
1990a,
al.
1990b;
MIOC
1991;
VÉLEZ
1991;
MOURAD
1992;
ANALLA et al. 1995; BROWNING Jr. et al. 1995).
Embora
vários
autores
tenham
considerado
o
tipo
de
parto, como fonte de variação, significativa, este efeito não
foi observado por MAIJID et al.(1994) e MAVROGENIS et al.
(1984).
Foram analisados na Bélgica, por ZOA-MBOÉ et al. (1997)
dados
de
Saanen
e
2562
cabras
das
raças
cruzamentos,
com
1728
Anglo-Nubiana,
animais
Saanen
Chamoisée,
onde
foram
significativos os efeitos de raça, época do parto e ordem do
parto, para produção de leite.
Segundo SUBIRES et al. (1988), os principais fatores que
influem
na
produção
de
leite,
referentes
à
fisiologia
do
animal são a ordem e o tipo de parto.
9
Os caprinos atingem a puberdade por volta de 4-5 meses
de
idade
devendo
e
estão
sempre
reprodutivamente
considerar
Zootecnicamente,
o
que
o
se
peso
aptos
aos
corporal
preconiza
é
que
6-7
das
a
meses,
fêmeas.
fêmea
tenha
alcançado 60 a 70% do peso de uma fêmea adulta da mesma raça
para ser posta em reprodução.
RIBEIRO
al.(1996a)
et
estimaram
que
o
período
de
gestação de cabras Saanen é de 152 dias, assim, uma cabrita
coberta
aos
6-7
meses
meses.
Entretanto,
origem
européia,
é
terá
seu
importante
apresentam
o
primeiro
parto
salientar
problema
que
da
aos
11-12
cabras
de
sazonalidade
reprodutiva, iniciando o seu ciclo quando o número de horas
do dia começa a diminuir. Segundo HAAS (1994), no Brasil, a
maior
parte
das
gestações
iniciam-se
no
período
correspondente ao final do verão e outono (fevereiro a maio),
com os últimos cios férteis no início do inverno (junho).
Então,
se
não
forem
fertilizadas
nesta
estação,
provavelmente, apresentarão atividade sexual somente no seu
segundo ano de vida (SHELTON, 1978; CORTEEL, 1994; GONÇALVES,
1996). Deve-se, contudo, observar a necessidade de indução de
cio,
para
favorável
as
em
Provavelmente,
cabras
épocas
para
que
cujo
suas
atingem
o
fotoperíodo
crias
também
ponto
seja
será
de
cobertura
decrescente.
necessária
a
10
indução de cio (TRALDI, 1994), e esta fonte de variação deve
ser incluída no modelo de avaliação.
Observa-se
que,
normalmente,
as
menores
produções
de
leite ocorrem na primeira lactação, e há uma tendência de
aumento até os 4 ou 5 anos de idade da cabra, que corresponde
ao seu 3º ou 4º parto (ILOEJE & VAN VLECK, 1978; SANDS &
McDOWELL, 1978; MONTALDO et al., 1981; KENNEDY et al., 1982;
ALDERSON & POLLAK, 1980; GARCIA et al., 1983b; MAVROGENIS et
al., 1984; GROSSMAN et al., 1986; SULLIVAN et al., 1986;
SUBIRES et al., 1988; WIGGANS, 1989; ANALLA et al., 1995;
BROWNING Jr. et al., 1995; ZENG & ESCOBAR, 1995; GONÇALVES,
1996; RIBEIRO, 1997), permanecendo constante até a quinta
lactação
(GROSSMAN
&
WIGGANS,1980;
VÉLEZ,
1991;
MOURAD,
1992).
MAIJID
et
al.
(1994)
observaram
que
os
valores
para
produção de leite e os respectivos erros-padrão, na primeira
lactação
corrigidos
para
200
e
260
dias,
foram
respectivamente 368,6 ± 23,5 kg e 441,9 ± 27,3 kg; na segunda
lactação foram, respectivamente, 476,2 ± 27,0 kg e 558 ± 31,4
kg; na terceira lactação foram, respectivamente, 505,2 ± 35,1
kg
e
572,8
±
respectivamente,
40,8
kg
597,4
±
e
na
24,2
quarta
kg
e
lactação
691,1
±
foram,
28,1
kg,
11
evidenciando um aumento com o avançar da idade do animal.
2.2.DURAÇÃO DA LACTAÇÃO (DL)
A duração da lactação é uma característica que pode ser
utilizada na seleção dos animais com maior aptidão leiteira,
além de ser uma das fontes de variação, influindo diretamente
na produção total de leite.
A
importância
de
um
período
de
lactação
maior
fica
evidente, principalmente, se for levado em consideração o
problema
da
estacionalidade
reprodutiva
que
esta
espécie
apresenta. O pico de produção de leite ocorre nos meses de
setembro a novembro, onde começa a reduzir a quantidade de
leite
disponível
coincidem
durante
a
o
no
maior
ano,
mercado.
procura
obrigando
Nos
pelo
meses
leite
produtores
de
maio
a
menor
e
e
a
junho,
produção
comerciantes
a
estocarem o produto.
O produtor pode planejar os acasalamentos dos animais e
distribuí-los
durante
todo
o
ano,
de
modo
a
quebrar
a
sazonalidade reprodutiva das raças européias especializadas.
Isto pode ser conseguido mediante o emprego de sistemas de
manejo adequados, fazendo com que os picos de produção de
12
leite individuais sejam distribuídos durante todo o ano, mas
isso somente será possível, se a duração da lactação não for
muito reduzida.
Na
Tabela
2
encontra-se
um
resumo
das
durações
de
lactações, segundo diversos autores. Observa-se, mediante sua
análise, que a duração da lactação de cabras de diversas
raças, variou de 219 (RIBEIRO, 1997) a 340 dias (MIOC et al.,
1991).
TABELA 2 - Médias e erros-padrão da duração da lactação (dias) de cabras
de várias raças em diferentes locais, de acordo com
diversos autores.
AUTOR
RAÇA
MONTALDO et al. (1981)
PAÍS
Nº
DL
Alp Gra Nub Saa Tog México
1194
247
GROSSMAN et al. (1982)
Alp LM
70969 258
KENNEDY et al. (1982)
Alp Saa Tog Nub
EUA
3286
266
NORMAN et al. (1982)
Raças leiteiras
EUA
1100
287
SAHNI & CHAWLA (1982)
Saa
---
---
244a263
MIOC et al. (1991)
Saa
---
---
340
VÉLEZ (1991)
Saa Alp Tog Nub
Honduras 617
245±81
MOURAD (1992)
Alp
Egito
550
245±17
RIBEIRO (1997)
Saa
Brasil
285
219±48
Nub Saa Tog EUA
Alp = Alpina; Gra = Granadina; Nub = Nubiana; Saa = Saanen; Tog =
Toggenburg; LM = La Mancha.
O período de lactação é, altamente, influenciado por
13
fatores
ambientais,
como
manejo
por
parte
do
criador,
decidindo quando irá secar a cabra perto da data provável de
parição; depende do nível nutricional em que o rebanho se
encontra, estádio de gestação e a proximidade da estação de
monta (GONÇALVES, 1996). É afetada, ainda, pelo ano e estação
do parto (MONTALDO et al., 1991; GARCIA et al., 1983b; DAS &
BOX, 1992; JAN & GUPTA, 1992; KROPT et al, 1992; TRALDI,
1994;
GONÇALVES,
1996;
RIBEIRO,
1997)
e
o
tipo
de
parto
(MAVROGENIS et al., 1984; BARBIERI et al., 1990a, 1990b; MIOC,
1991; RIBEIRO, 1997).
Segundo SANDS & McDOWELL (1978), o nível de produção de
leite
da
cabra
tem
um
efeito
positivo
e
linear
sobre
a
duração da lactação.
Esta é uma característica que pode auxiliar na seleção e
descarte dos animais. Entretanto, deve-se sempre considerar o
manejo utilizado na propriedade, principalmente no que se
refere à época de secagem dos animais, e a demanda do leite
de cabra em determinados períodos do ano.
14
2.3. PARÂMETROS GENÉTICOS E FENOTÍPICOS
2.3.1.HERDABILIDADE
A herdabilidade indica a superioridade fenotípica, que é
de
origem
genética,
e
que
pode
ser
transmitida
aos
descendentes. Pode ser definida como a proporção da variância
da
expressão
de
uma
determinada
característica
que
é
de
natureza aditiva. Permite dizer se o melhoramento genético
feito
por
seleção
será
estratégia
deverá
ser
eficaz
e
utilizada
também
decidir
(MINVIELLE,
qual
1990).
Possibilita a predição dos ganhos genéticos esperados e dos
valores genéticos dos indivíduos de uma população. Quando a
estimativa da herdabilidade é alta, indica que a correlação
entre o fenótipo e o genótipo dos indivíduos também é alta,
podendo ser feita seleção com base no desempenho do próprio
indivíduo.
KENNEDY et al. (1982) estimaram a herdabilidade em 0,68
para produção de leite de caprinos da raça Saanen.
Na China foi encontrado um valor de herdabilidade para
produção de leite, em animais Saanen, de 0,16, na primeira
lactação, corrigida para 150 dias de lactação (NONGXUEYUAN,
1984).
15
SULLIVAN
et
al.
(1986),
nos
EUA,
estimaram
para
um
rebanho de 2085 animais das raças Alpina, Nubiana, Saanen e
Toggenburg, o valor
de 0,46 de herdabilidade para a produção
de leite.
LUO (1992) relatou herdabilidade da produção de leite em
90 e 150 dias de lactação, respectivamente, de 0,24 e 0,37 em
rebanho da raça Xinong Saanen.
Em
animais
da
raça
Saanen,
MOIOLI
et
al.
(1995)
estimaram herdabilidade para produção de leite em 0,16.
Utilizando
animais
das
raças
Saanen,
Alpina
e
Toggenburg, GONÇALVES (1996) estimou herdabilidade de 0,30 ±
0,08 para uma lactação de
lactação 236 ± 10 dias. Para
lactações com 300 dias foi estimada a herdabilidade de 0,22.
RIBEIRO (1997) relatou, com base num rebanho de animais
Saanen, as herdabilidades para produção de leite e duração da
lactação em, respectivamente, 0,09 e 0,06.
Quanto mais alta a herdabilidade menor será o efeito do
ambiente,
possibilitando
a
transmissão
da
característica
desejada aos descendentes e tornando viável a seleção.
16
2.3.2.REPETIBILIDADE
O coeficiente de repetibilidade representa a correlação
entre
desempenhos
importante
apresentam
ferramenta
várias
característica,
desempenho
decisão
de
sucessivos
quando
do
ser
ou
mesmo
trabalha
de
animal
permanência
um
se
medidas
podendo
futuro
de
com
desempenho
utilizada
e,
animal.
desta
descarte
na
uma
animais
que
da
mesma
predição
forma,
do
É
auxilia
indivíduo.
do
na
Assim,
quanto maior for o valor deste coeficiente, mais provável
será que o desempenho se repetirá nas futuras observações.
ALDERSON & POLLAK (1980) estimaram uma repetibilidade de
0,4 para a produção de leite em caprinos Saanen.
No
trabalho
realizado
por
MONTALDO
et
al.
(1982),
avaliando 718 animais das raças Alpina, Granadina, Nubiana,
Saanen
e
Toggenburg,
repetibilidade
para
a
foram
produção
estabelecidos
de
leite
valores
e
duração
de
da
lactação de, respectivamente, 0,59 ± 0,03 e 0,23 ± 0,05.
SULLIVAN et al. (1986) encontraram o valor de 0,43 para
repetibilidade da produção de leite em um rebanho com animais
das raças
Alpina, Nubiana, Saanen e Toggenburg.
No Egito, foi estudada a produção de leite de animais da
raça Alpina, obtendo-se uma repetibilidade de 0,36 (MOURAD,
17
1992).
MOIOLI et al. (1995) estimaram, para caprinos Saanen,
uma
repetibilidade da produção de leite de 0,28.
A repetibilidade para produção de leite encontrada por
GONÇALVES (1996), foi igual a 0,28 ± 0,03, para lactações com
236 ± 10 dias de duração de lactação e 0,22 para lactações
com 300 dias de duração.
Os coeficientes de repetibilidade para produção de leite
e da duração da lactação, estimados por RIBEIRO (1997) foram,
respectivamente, 0,20 e 0,11.
Quando se obtém um valor de pequena magnitude, para a
repetibilidade, isso indica a necessidade de outras medidas
de
desempenho
do
animal,
para
que
se
possa
mantê-lo
ou
descartá-lo do rebanho. Normalmente, a produção de leite e
duração da lactação apresentam repetibilidades de baixa a
média magnitudes (RIBEIRO, 1997a), sendo necessário então,
outras medidas para a tomada de uma decisão final.
2.3.3.CORRELAÇÃO (r)
As correlações genéticas podem ser úteis por permitirem
uma
avaliação
indireta
de
uma
determinada
característica,
possibilitando conhecer o grau de dependência entre ambas.
18
KENNEDY (1982), analisando um rebanho com animais das
raças
Saanen,
Alpina
e
Toggemburg,
calculou
um
valor
da
correlação entre a produção de leite e a duração da lactação,
de 0,78. Valores inferiores foram calculados por GONÇALVES
(1996) e RIBEIRO (1997), 0,53 e 0,43, respectivamente.
Correlações com valores próximos a 1,00 e –1,00, indicam
que
o
mesmo
grupo
características.
de
Quando
genes
os
atua
valores
da
para
ambas
correlação
as
são
positivos, significa que ambas as características variam na
mesma
direção
e
sentido.
Se,
ao
contrário,
possuir
sinal
negativo, significa que, enquanto uma característica aumenta,
a outra, diminui.
19
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a avaliação dos animais, foram utilizados dados de
5
rebanhos,
de
propriedades
participantes
do
programa
PROCAPRI (1994), com 357 lactações, de 238 cabras, no período
de
1994
a
1998,
num
total
de
447
animais
na
matriz
de
parentesco.
As informações provieram de caprinos da raça Saanen,
criados em propriedades situadas na região Sudeste (São Paulo
e Minas Gerais), em regime intensivo para produção de leite,
recebendo forragem no cocho, concentrado conforme a categoria
e o nível de produção, sal mineral e água à vontade.
O manejo geral dos rebanhos incluiu o acompanhamento e
controle
de
ecto
e
endoparasitas,
controle
preventivo
de
mastite por meio de uso de caneca telada, lavagem das tetas
antes da ordenha e posterior imersão em iodo glicerinado.
Foram feitas duas ordenhas diárias e coletados os dados das
20
lactações.
Logo após o parto, os cabritos foram separados das mães
recebendo
colostro
bovino
e,
a
seguir,
foram
aleitados
artificialmente, até o desmame. Os animais em aleitamento
tiveram à disposição sal mineral e água à vontade, além de
concentrado e volumoso a partir da primeira semana de vida. A
identificação dos animais foi feita logo após o nascimento.
Também foi realizada a descorna dos indivíduos com chifres na
primeira semana de vida.
A montagem e a consistência do arquivo foram realizadas
com
o
auxílio
procedimento
do
DBF,
programa
compilação
SAS
dos
(1996),
dados
no
utilizando
formato
o
ASCII,
utilizando o procedimento GLM para estimar os efeitos fixos
do
modelo.
Na
Figura
1
são
apresentadas
as
etapas
do
processamento das informações de acordo com RIBEIRO (1997).
Foram excluídos os registros de produção total de leite
inferiores a 100 kg, de duração de lactação inferiores a 60
dias
e
superiores
a
600
dias
e
registros
de
animais
pertencentes a grupos contemporâneos que apresentavam menos
de 3 animais com informações e bodes com menos do que duas
filhas, bem como, animais de outras raças que não a Saanen, e
animais cujo motivo de encerramento da lactação não tenha
sido normal.
21
COLHEITA DE DADOS
À CAMPO 1994-1998
planilhas de campo
PROCAPRI (1994)
arq.dbf
SAS (1996)
PROC DBF
consistência dos dados
e imposição das
restrições arq. ascII
SAS (1996)
PROC GLM
Análise de variância
RENUM (1994)
Animal Pai Mãe
Ef. fixos
INTEIROS
Covariáveis. e
Var. Dependente
Renumeração dos animais e
sequenciamento dos campos
REAIS
MTDFREML (1993)
MTDFNRM
mtdf 56
Número de animais
MTDFPREP
mtdf 66
Sumário de estatísticas
MTDFRUN
mtdf 76
Estimativas dos componentes de
variância, além das r quando em
análise bicaracterística
mtdf 78
Valores genéticos por indivíduo
Figura 1 - Seqüência dos procedimentos realizados para a obtenção dos
resultados. Adaptado de RIBEIRO (1997).
Os registros da ordem de parto superiores a 5 foram
22
considerados
equivalentes
a
5
e
os
de
número
de
crias
superiores a 2, como partos múltiplos.
As informações de produção total de leite e duração da
lactação foram analisadas de acordo com o modelo estatístico
descrito à seguir:
Y = Xβ + Z1a + Z2p + e
onde:
Y = vetor de observações;
X = matriz de incidência associada aos efeitos fixos;
Z1
e
Z2
=
matrizes
de
incidência
associadas
aos
efeitos
aleatórios;
β = vetor de efeitos fixos;
a = vetor de efeitos aleatórios do animal;
p = vetor de efeitos aleatórios de ambiente permanente da
cabra;
e = erro aleatório pressuposto normal e independentemente
distribuído.
Para este modelo,
E(Y) = Xβ;
E(a) = 0;
E(p) = 0;
E(e) = 0;
Cov(a,p) = 0;
Var(a) = Aσ2a;
23
Var(p) = INCσ2ap;
Var(e) = INσ2e;
em que:
A = nº de animais da matriz de parentesco;
I = matriz identidade;
NC = nº de cabras;
N = nº de registros;
σ2a = estimativa da variância genética aditiva;
σ2ep = estimativa da variância de ambiente permanente;
σ2e = estimativa da variância residual.
Os efeitos fixos considerados foram grupo contemporâneo
(animais
que
estação),
pariram
tipo
de
num
parto
mesmo
rebanho,
(simples
ou
no
mesmo
múltiplo)
ano
e,
e
como
covariáveis, foram utilizadas a duração da lactação (linear)
e idade da cabra ao parto (linear e quadrática). Um modelo
equivalente
foi
utilizado
para
a
duração
da
lactação
com
exceção da covariável DL.
As estimativas de componentes de variância e covariância
da produção de leite e duração da lactação foram obtidas pelo
Método da Máxima Verossimilhança Restrita livre de derivada,
utilizando-se o programa MTDFREML (Multiple Trait DerivativeFree Restricted Maximum Likelihood), desenvolvido por BOLDMAN
24
et
al.
(1993),
unicaracterístico
utilizando-se
descrito
o
acima.
Os
modelo
animal
animais
foram
classificados de acordo com seus valores genéticos (VG). A
herdabilidade e repetibilidade foram estimadas de acordo com
as equações:
h2
σ2a
=
t = σ2a
/
σ2a
+ σ2ep
/
+ σ2ep
σ2a
+ σ2e
+ σ2ep
+ σ2e
Os valores genéticos dos animais para produção de leite
e duração da lactação, foram obtidos por equações de modelos
mistos, a partir do modelo descrito anteriormente.
A correlação genética entre a produção de leite e a
duração da lactação foi calculada usando-se o procedimento
CORR(PEARSON) (SAS, 1996), mediante o cálculo da correlação
entre
os
valores
genéticos
dos
animais
para
as
duas
características.
25
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na Tabela 3 estão
apresentados os resultados da análise
de variância da produção de leite e da duração da lactação
pelo método dos quadrados mínimos.
TABELA 3 - Resumo da análise de variância da produção de leite e duração
da lactação de cabras Saanen.
PL
Fonte de variação
Pai
NC
GC
IDPA (linear)
IDPA (quadrático)
DL
PL
PL
R2 = 0,77
DL
R2 = 0,77
GL
42
1
25
1
1
1
-
QM
93363,3*
526929,3*
86736,6*
92926,9
77453,4
16915503,0*
C.V. = 29,69%
C.V. = 18,60%
DL
GL
QM
42
3231,8
1
18719,6*
25
6645,3*
1
4479,3
1
1929,8
1
896906,1*
m = 766,39 kg
m = 280,80 dias
PL = Produção de Leite; DL = Duração da lactação; NC = Numero de crias;
GC = Grupo contemporâneo; IDPA = Idade da cabra ao parto; GL = graus de
liberdade; QM = quadrados médios; * P< 0,05
26
O valor médio da produção de leite foi 766,39 kg, sendo
o mínimo de 103,00 kg e o máximo de 3031,00 kg. Esta produção
representa, aproximadamente, 2,7 kg de leite diário. Este é
um índice zootécnico bom mas, que pode ser melhorado, devido,
principalmente, ao valor mínimo obtido. Valores inferiores
para a produção média foram encontrados por MONTALDO et al.
(1981);
KENNEDY
GONÇALVES
et
(1996);
al.
(1982);
RIBEIRO
MOIOLI
(1997)
e
et
al.
ZOA-MBOÉ
(1995);
(1997).
Entretanto, valores superiores foram encontrados por ANDERSON
& POLLAK (1980); NORMAN et al. (1982) e GROSSMAN et al.
(1982).
A
duração
média
da
lactação
foi
igual
a
281
dias,
evidenciando que o animal permaneceu grande parte do ano em
lactação e, que a cabra teve um período de suficiente para
seu restabelecimento para a próxima lactação. Esse valor foi
inferior ao encontrado por NORMAN et al. (1982). Contudo, foi
superior
KENNEDY
ao
valor
(1982);
descrito
VELEZ
por
(1991);
MONTALDO
GONÇALVES
et
al.
(1996)
e
(1981);
RIBEIRO
(1997). Entretanto, deve-se notar que o valor mínimo de 64
dias, foi muito baixo. O valor
máximo foi de 530 dias,
excedendo
influir
o
necessário,
podendo
negativamente
na
persistência da lactação subseqüente.
De acordo com a Figura 2, onde estão representados os
27
valores da produção de leite e duração da lactação para os
rebanhos estudados, a cabra que produziu mais leite teve a
maior duração da lactação (3030,9 kg /530 dias). A menor
produção de leite (103,4 kg) foi observada com 295 dias de
duração da lactação e, com a menor duração da lactação (64
dias) a produção de leite correspondente foi de 337,2 kg de
leite. Houve uma tendência linear entre produção de leite e
duração da lactação mas, constata-se na Figura 2, uma maior
dispersão para a produção de leite com durações da lactação
mais
longas,
evidenciando
animais
com
longa
lactação e produção de leite pouco expressiva.
duração
da
Observando-se
os resultados da Tabela 3, pode-se constatar que a duração da
lactação foi uma importante fonte de variação na produção de
leite
e
deve
ser
observada
com
fins
de
melhoramento
da
produtividade do plantel. Segundo ILOEJE & VAN VLECK (1978);
WIGGANS (1989); GONÇALVES (1996) e RIBEIRO (1997), obtêm-se
maiores produções com um período de lactação mais longo.
Também de acordo com a análise de variância apresentado
na Tabela 3, fica evidente a importância do reprodutor como
fonte
de
coincide
variação
com
o
da
obtido
produção
por
de
leite.
GONÇALVES
Tal
resultado
(1996),
diferindo
entretanto, do obtido por RIBEIRO (1997). A escolha de um
reprodutor
com
bom
potencial
genético
pode
melhorar
a
28
produção total de leite, uma vez que este é responsável por
50% do genótipo da progênie. De acordo com as Figuras 3 e 4,
onde pode-se visualizar a distribuição dos 46 reprodutores
utilizados,
em
relação
a
produção
de
leite
e
duração
da
lactação de suas filhas, nota-se que alguns animais tiveram
filhas com desempenho muito variado. O animal que apresentou
uma filha com a maior produção de leite (3030,91 kg), também
apresentou filha com um desempenho muito baixo (155,63 kg).
Entretanto,
observa-se
reprodutores,
para
a
que
o
produção
desempenho
de
leite,
das
filhas
apresentou
dos
menor
oscilação em relação ao da duração da lactação, este sim bem
mais variado.
PL
3050
2750
2450
2150
1850
1550
1250
950
650
350
50
0
100
200
300
400
500
600
DL
FIGURA 2 - Produção total de leite de cabras Saanen em função da duração
da lactação.
29
3500
3000
2500
PL
2000
1500
1000
500
0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49
Pai
FIGURA 3 – Produção de leite de cabras da raça Saanen de acordo com o
reprodutor (pai).
FIGURA 4 – Duração da lactação de cabras da raça Saanen de acordo com o
600
500
DL
400
300
200
100
0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49
Pai
reprodutor (pai).
De acordo com a tabela 3, o número de crias foi uma
30
importante
fonte
de
variação
para
a
produção
de
leite
e
duração da lactação, em que os animais que tiveram partos
múltiplos, produziram mais leite do que aqueles com partos
simples.
De acordo com SANDS & McDOWELL (1978); MIOC (1991);
VELEZ (1991); MOURAD (1992); ANALLA et al. (1995) e BROWNING
Jr. et al. (1995), isto pode ser explicado pela presença dos
hormônios
durante
a
gestação,
(lactogênio
placentário,
progesterona e prolactina) que são estimulantes da glândula
mamária,
e
diferem
gestação,
se
simples
produção
de
leite
em
ou
quantidade,
conforme
múltipla,
durante
a
podendo
lactação
o
tipo
de
interferir
na
e
a
gestação
simultâneas. Para a duração da lactação este efeito também
foi significativo, mostrando que cabras com partos múltiplos
apresentam duração da lactação ligeiramente mais longa. As
figuras 5 e 6 apresentam as médias da produção de leite e
duração
da
lactação
de
acordo
com
o
número
de
crias,
respectivamente.
Como mostram as Figuras 5 e 6, 145 animais que tiveram partos
simples apresentaram média de produção de leite igual a 722,56 kg e
280,21
dias
de
lactação
e,
para
os
212
animais
que
tiveram
partos
múltiplos, a média de produção de leite foi 796,36 kg e 281,20 dias de
lactação.
31
820
796,36
800
PL
780
760
740
722,56
720
700
680
1
2
NC
FIGURA 5 – Média da produção de leite de cabras Saanen de acordo com
número de crias.
FIGURA 6 – Média de duração da lactação de cabras Saanen de
282,00
281,2
DL
281,25
280,21
280,50
279,75
279,00
1
2
NC
acordo com o número de crias.
32
Foram formados 29 grupos contemporâneos, considerando-se
rebanho,
ano
importante
do
fonte
parto
de
e
estação
variação
do
(Tabela
parto.
3),
Esta
uma
foi
vez,
uma
que
é
afetada por fatores ambientais, como manejo, nutrição, estado
nutricional,
disponibilidade
de
alimento;
enfim,
engloba
muitas das fontes de variação a que são expostos os animais.
Como indica a Tabela 4, a maior média de produção de leite obtida
por grupo contemporâneo, foi 1514,9 kg de leite com 8 animais e o mesmo
grupo obteve a maior média de duração da lactação (376,13 dias). Os
animais deste grupo contemporâneo pariram no segundo semestre do ano de
1995. A menor média observada foi 286,33 kg de leite num grupo com três
animais, que pariram no primeiro semestre de 1995 e cuja duração da
PL
lactação
foi
a
segunda
menor,
em
média.
O
grupo
contemporâneo
que
1600
1400
apresentou menor duração da lactação, 153,25 dias apresentava 4 animais
1200
que pariram no primeiro semestre do ano de 1998. O grupo contemporâneo
1000
800
que
600 apresentou maior número de animais (45), exibiu média igual a 874,71
400
kg
de leite e 338,42 dias de lactação. RIBEIRO (1997), também, observou
200
0
efeito
significativo
grupo
de
variância
1
2
3
4
5
6
7 de
8
9
10
1 1contemporâneo,
12
13
14
15
16
1 7na
1 8 análise
19
20
21
22
23
24
25
26
2 7da2 8
Grupos
produção de leite, trabalhando
com Contemporâneos
um único rebanho. As Figuras 7 e 8
apresentam, respectivamente, as médias da produção de leite e duração da
lactação por grupo contemporâneo. De acordo com essas figuras, nota-se
que, de uma maneira geral, os grupos contemporâneos que apresentavam
maiores produções de leite, também apresentaram lactações mais longas.
33
29
FIGURA
7
–
Médias da produção
contemporâneo.
de
leite
de
cabras
Saanen
por
grupo
DL
400
350
300
250
200
150
100
50
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
Grupos Contemporâneos
FIGURA 8 – Médias da duração da lactação de cabras Saanen por grupo
contemporâneo.
TABELA 4 - Médias ajustadas por quadrados mínimos da produção
de leite e duração da lactação de cabras Saanen
por grupo contemporâneo.
Grupo
contemporâneo
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
número
de
animais
12
20
3
20
7
6
5
3
8
10
7
16
8
4
média da
produção de
leite (kg)
741,00
749,60
560,67
881,70
669,57
867,17
884,20
1024,30
1514,90
1010,10
1433,40
1214,70
1250,90
692,75
média da duração
da lactação
(dias)
336,08
295,75
221,00
242,70
229,29
251,50
242,20
220,00
376,13
281,10
321,57
282,44
294,25
153,25
34
29
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
45
8
25
23
7
24
19
9
3
16
21
3
18
3
4
874,71
700,13
735,28
814,30
551,29
510,21
492,89
639,11
286,33
754,50
407,95
537,67
497,50
544,33
388,75
338,42
258,75
300,84
305,09
208,00
307,79
286,63
285,56
176,00
325,38
194,38
214,67
196,89
234,67
208,50
A idade média da cabra ao parto foi igual a 886,2 dias,
com mínimo de 237 e máximo de 3609 dias. De acordo com a
Tabela 3, esse efeito não apresentou-se significativamente
importante para produção de leite e duração da lactação. Este
resultado é contrário à maioria dos trabalhos consultados
(KENNEDY
et
al.
1982;
MOURAD,
1992;
GONÇALVES,
1996;
RIBEIRO, 1997). Possivelmente, a pouca relevância da idade da
cabra ao parto sobre as características estudadas deva-se à
maior concentração de cabras jovens nos rebanhos, fazendo com
que esse efeito não fosse tão evidenciado.
Os componentes de variância e parâmetros genéticos das
características produção de leite e duração da lactação, são
apresentados na Tabela 5.
TABELA
5
-
Estimativa
dos
componentes
de
variância,
35
herdabilidade, repetibilidade e correlações da
produção de leite e duração da lactação de
cabras Saanen, na região Sudeste.
COMPONENTES DE
VARIÂNCIA
σ 2a
σ2ep
σ 2e
h2
t
PL
DL
22477,3584
8803,1369
28671,0897
0,37
0,52
117,5833
0,0085
5712,0054
0,02
0,02
σ2a = Estimativa da variância genética aditiva;σ2ep = Estimativa da
variância de ambiente permanente; σ2e = Estimativa da variância
residual; h2 =
Coeficiente de herdabilidade; t = Coeficiente de
repetibilidade e ra = Correlação genética.
A estimativa de herdabilidade da produção de leite foi
0,37, podendo ser considerada de moderada magnitude, sendo
semelhante ao valor encontrado por GONÇALVES (1996) e SAHNI &
CHAWLA
(1982).
NONGXUEYUAN
RIBEIRO
Valores
(1984);
(1997).
LUO
inferiores
(1992);
Entretanto,
foram
MOIOLI
foram
et
relatados
al.
por
(1995)
descritos
e
valores
superiores, estimados por KENNEDY et al. (1982) e SULLIVAN et
al.
(1986).
Este
valor
indica
que
é
possível
efetuar
a
seleção dos animais baseando-se em seus valores genéticos.
Para a duração da lactação o valor da herdabilidade estimada
foi
0,02,
(Tabela
5),
inferior
ao
encontrado
por
RIBEIRO
(1997), O valor obtido foi de baixa magnitude e, portanto,
não é indicado selecionar os animais por seus desempenhos de
duração da lactação.
36
A repetibilidade estimada da produção de leite foi
0,52, similar à encontrada por MONTALDO et al. (1982), valor
que
também
tabela
5,
pode
ser
que
o
considerado
ambiente
moderado.
permanente
Constata-se
apresentou
na
efeito
pronunciado na variação da produção de leite. Por outro lado,
grande parte da variação restante é devida aos efeitos de
ambiente temporário, sugerindo que deve-se observar mais do
que um desempenho, antes da decisão de descarte do animal.
Este valor foi superior ao encontrado por ANDERSON & POLLAK
(1980); SULLIVAN et al. (1986); LUO (1992); MOIOLI et al.
(1995) e RIBEIRO (1997). Valores superiores foram relatados
por
SAHNI & CHAWLA (1982). Para a duração da lactação a
repetibilidade estimada foi 0,02, inferior ao encontrado por
RIBEIRO (1997). Na Tabela 5, verificou-se que o valor da
variância de ambiente permanente foi muito pequeno, tornando
iguais os valores de herdabilidade e repetibilidade. Assim,
deve-se
observar
vários
desempenhos
para
uma
tomada
de
decisão de descarte dos animais para essa característica.
A correlação genética entre a produção de leite e a
duração
da
lactação
características
são
foi
1,00,
altamente
indicando
que
correlacionadas
e
ambas
as
variam
na
mesma direção e sentido. Portanto, ao selecionar-se para a
produção
de
leite,
automaticamente
estar-se-á
selecionando
37
para a duração da lactação, e vice-versa. Desta forma, como a
produção de leite apresenta parâmetros estimados de maior
magnitude e é uma característica de mensuração mais fácil e
objetiva, recomenda-se que a seleção deva ser aplicada a esta
característica,
esperando-se
uma
boa
resposta
por
seleção
indireta, na duração da lactação.
Nas figuras 9 e 10 estão representadas as tendências dos
valores
genéticos
para
produção
de
leite
e
duração
da
lactação, de acordo com o ano de nascimento dos animais.
Nota-se que não houve uma tendência definida para os valores
genéticos ao longo dos anos. Além disso, as curvas evidenciam
que os valores genéticos situaram-se próximos à média durante
todo o período analisado.
A maior variação ocorreu com os
machos, provavelmente, devido ao fato de serem utilizados
mais
intensamente
observação
das
e
por
Figuras
9
mais
e
tempo
10
do
sugere
que
que
as
a
fêmeas.
seleção
A
dos
animais tem sido feita de modo empírico, isto é, sem basearse
nos
valores
possibilidade
de
genéticos
dos
melhoria
na
reprodutores,
produção
de
mas
leite
existe
a
mediante
seleção baseada nos valores genéticos dos animais.
A
classificação
dos
animais
segundo
seus
valores
genéticos está apresentada na Tabela 6 do apêndice. Em média,
os machos apresentaram maiores valores genéticos do que as
38
fêmeas. Entretanto, para produção de leite, dos 50 primeiros
animais classificados, apenas 6 pertencem aos machos. Para
duração da lactação, somente 3 machos estão classificados
entre os 50 primeiros.
200
anim ais
150
fêm e a s
VG PL
100
machos
50
0
-50
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
-100
ANO DE NASCIMENTO
FIGURA 9 – Distribuição dos valores genéticos (VG) para produção de
leite (PL) de caprinos da raça Saanen de acordo
com o ano de nascimento.
2
1
VG DL
0
-1
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
animais
-2
fêmeas
-3
machos
-4
ANO DE NASCIMENTO
FIGURA 10 – Distribuição dos valores genéticos (VG) para duração da
lactação (DL) de caprinos da raça Saanen de acordo
com o ano de nascimento.
39
5. CONCLUSÕES
Os
resultados
obtidos
permitiram
as
seguintes
conclusões:
1)Existe diferenças genéticas entre os indivíduos e a
seleção para produção de leite pode ser feita baseando-se nos
valores genéticos dos animais para essa característica;
2)Não
recomenda-se
seleção
dos
animais
para
a
característica duração da lactação;
3)O descarte das cabras, para ambas as características,
deve ser baseado em mais do que um desempenho do animal;
4)A seleção praticada para a produção de leite deverá
melhorar, também, a duração da lactação;
5)Não foi observada uma tendência definida nos valores
genéticos
dos
evidenciando
animais
que
os
para
ambas
rebanhos
as
não
características,
estão
evoluindo
geneticamente.
40
6. RESUMO
Com
o
aumento
da
demanda
por
leite
de
cabra,
é
necessário que se aumente a produtividade do rebanho caprino.
Várias medidas de manejo podem contribuir para tal fim, e em
adição,
a
utilização
de
animais
selecionados,
de
alta
produtividade, pode garantir maiores lucros na propriedade.
Devido as divergências entre os objetivos de seleção com o
programa de seleção francês, é necessário que se viabilize um
programa de seleção, que atenda as necessidades do produtor e
do mercado brasileiro, visando a produção de leite. Assim,
este
trabalho
avaliou
447
animais
da
raça
Saanen,
pertencentes a 5 rebanhos da região Sudeste, (São Paulo e
Minas Gerais), participantes do programa PROCAPRI
os
parâmetros
genéticos
e
fenotípicos
das
e estimou
características
41
produção
de
leite
e
duração
da
lactação.
A
montagem
e
consistência do arquivo, bem como as análises estatísticas
preliminares
(1996).
foram
Os
feitas
efeitos
com
o
fixos
auxílio
do
considerados
programa
foram
SAS
grupo
contemporâneo (animais que pariram no mesmo rebanho, ano e
estação),
tipo
de
parto
(simples
ou
múltiplo)
e,
como
covariáveis, foram analisadas idade da cabra ao parto (linear
e quadrática) e a duração da lactação (linear), este último
efeito, apenas para a produção de leite. Foram estimados os
componentes de variância e covariância através do
Método da
Máxima
derivada,
Verossimilhança
Restrita
livre
de
utilizando-se o programa MTDFREML (Multiple Trait DerivativeFree Restricted Maximum Likelihood), desenvolvido por BOLDMAN
et al. (1993). Os valores de herdabilidade para produção de
leite e duração da lactação foram, respectivamente, 0,37 e
0,02. Os valores de repetibilidade foram, respectivamente,
0,47
e
0,02.
Os
resultados
mostraram
que
a
correlação
genética entre a produção de leite e a duração da lactação
foi igual a 1,00. Além disso, a seleção praticada para a
produção de leite seria eficiente para alterar, também, a
duração
da
lactação.
A
análise
dos
valores
genéticos
dos
animais com o passar dos anos, evidenciou que os rebanhos não
estão evoluindo geneticamente e, que é possível fazer seleção
42
para produção de leite baseando-se nos valores genéticos dos
animais avaliados e seria mais prudente esperar mais do que
um desempenho para a tomada de decisões de dos animais do
plantel.
43
7. SUMMARY
The
aims
of
this
study
were
to
estimate
the
heritabilities of milk yield (MY) and lactation lenght (LL)
using
447
records
of
Saanen
goats
belonging
to
5
herds
enrolled in PROCAPRI program. The assembly and consistency of
the file and preliminary analyses were performed using the
SAS program (1996). The fixed effects considered for both
traits were contemporary group (CG –
herd, year and season
of kidding), kidding type, and the covariates age at kidding
(linear and quadratic) and lactation lenght (linear). The
last covariate was included just for MY. Variance components
estimates were obtained by the Restricted Maximum Likelihood
Method with Derivative Free (BOLDMAN et al., 1993). MY and LL
were significatively affected by CG, litter size, buck
and
LL, for the analyses of MY. Age at kidding did not show
44
significant
effect
for
both
traits.
Heritability
and
repeatability estimates for MY and LL were, 0.37 and 0.02 and
0.47 and 0.02, respectively. The genetic correlation estimate
between MY and LL was 1.00. The repeatability value of LL
indicates the absence of permanent enviroment variation. It
was
probably,
repeated
due
lactations
to
in
small
those
number
of
herds.
observations
The
results
and
showed
genetic diferences among individuals and that selection for
MY
can
be
based
on
performance
of
the
goat
and
culling
decisions should be done based on more than one lactation.
Also, selection on MY would be efficient to improve LL and
herds analysed were not evolving in the genetic sense.
45
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53
10. APÊNDICE
TABELA 5 - Classificação dos animais segundo suas PTA.
PL
ANIMAL
PTA
DL
CLASS
PTA
CLASS
54

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