AS IDENTIDADES DE POLICARPO QUARESMA

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AS IDENTIDADES DE POLICARPO QUARESMA
AS IDENTIDADES DE POLICARPO QUARESMA
Fabio Lino de Freitas1
RESUMO: Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, constrói um conjunto
de múltiplas identidades com base na imagem de Policarpo Quaresma, na ingenuidade
desse herói tupiniquim. O autor vincula ao personagem uma identidade nacional
complexa e corrediça, uma vez que a identidade única e imutável buscada pelo
personagem não existe ou nunca existiu. O relato desse personagem que busca se
identificar com algo que ele em certos pontos se obriga a construir afim de se sentir ou
tentar se tornar parte de algo maior para que suas significâncias façam algum sentido
dentro de suas buscas subjetivas, gritadas aos quatro ventos através de seus três projetos
para o Brasil o lingüístico, agrícola, político que acabam por fracassar dentro de sua
ingenuidade, demonstra um pouco de uma nação ainda sem forma ou estruturas bem
estabelecidas e ainda ingênua. As múltiplas faces identitária, apresentadas na obra,
narradas em terceira pessoa pelo autor são demonstradas nas peripécias que nosso herói
insiste em realiza em contraponto aos costumes de uma época em crise. O Triste fim de
Policarpo Quaresma nos traz a possibilidade de olharmos a nossa historia social e
identitária, com os olhos de Lima Barreto, e como ele convergia suas concepções
políticas, sociais e morais através de seu herói às avessas. A mudança da monarquia ao
discursos republicanos guiavam os clamores nacionais ainda em formação, aspecto que
analisamos no presente estudo.
Palavras-chave: Lima Barreto; Identidades; Pré-modernismo.
ABSTRACT
Sad end of Policarpo Quaresma, Lima Barreto, builds a set of multiple identities based
on the image of Policarpo Quaresma, the ingenuity of this tupiniquim hero. The author
links the character a complex slide and national identity, since the unique and
immutable identity sought by the character does not exist or never existed. The story of
this character that seeks to identify with something he at certain points is obligated to
build in order to feel or try to become part of something bigger so that their significance
make sense within their subjective searches, shouted from the rooftops by its three
projects for Brazil linguistic, agricultural politician who end up failing within their
ingenuity, shows a bit of a nation still without form or well established and still naive
structures. The multiple identity faces presented in the work, narrated in the third person
by the author are shown in the adventures our hero insists performs as opposed to the
customs of a time when crisis. The sad end of Policarpo Quaresma brings us the
possibility of looking at our social identity and history, through the eyes of Lima
Barreto, and how it converged its political, social and moral conceptions through his
hero in reverse.
Keywords: Lima Barreto ; identities; Pre- modernism.
1
Graduado pela Universidade Paranaense em Licenciatura Plena em História,Pós Graduando Lato Sensu
pela Universidade Centro Oeste,em Perspectiva em História do Brasil.
1 INTRODUÇÃO
Afonso Henriques de Lima Barreto (Rio de Janeiro RJ 1881 - idem 1922). Romancista,
contista, cronista e jornalista. Filho de pai tipógrafo (João Henriques de Lima Barreto) e
mãe professora (AmáliaAugusto Barreto), o escritor é apadrinhado pelo visconde de
Ouro Preto (1836 - 1912), influente ministro do império, que lhe garante uma educação
escolar de qualidade.
Em 1911, em formato de folhetim, nas páginas do Jornal do Comercio, publica
Triste Fim de Policarpo Quaresma, que se torna sua obra mais célebre, editada em livro
apenas quatro anos depois. Por essa época já são agudas as crises do escritor
relacionadas ao alcoolismo e à depressão que provocam sua primeira internação no
hospício, em 1914. De volta à atividade literária, em 1916,passa a colaborar em
periódicos de viés socialista.
Apesar de sua simpatia ao anarquismo, seus textos de teor político são também
publicados na imprensa tradicional. Passados quatro anos dessa primeira internação,
seus problemas de saúde persistem e Lima Barreto aposenta-se, por invalidez, do cargo
na Secretaria de Guerra. No ano seguinte, 1919, é publicado seu romance Vida e Morte
de M.J. Gonzaga de Sá.
Os períodos de internação no hospício resultam na composição de diversos diários e
no romance inacabado O Cemitério dos Vivos, que tem trechos publicados em 1921,
mesmo ano em que o autor apresenta sua terceira candidatura à Academia Brasileira de
Letras (nas duas tentativas anteriores, é preterido; nesta última, o próprio escritor desiste
antes das eleições).
Com a saúde cada vez mais debilitada, Lima Barreto falece no dia primeiro do mês
de novembro de1922, em decorrência de um colapso cardíaco. Muitos dos seus escritos,
tais como O Cemitério dos Vivos, Diário Íntimo e parte da correspondência pessoal, são
publicados postumamente.
2 CONTEXTO NACIONAL LITERARIO
Lima Barreto usa sua obra como espelho de seu tempo, interligando o cenário
nacional e as construções de identidade nesse período recente de estados democrático.
Organizado no espaço historiográfico como republica velha ou republica da espada
que vai de 1889 a 1930. Fica bem clara em suas obras esta preocupação em relatar os
aspectos sócias em que estava inserido, sua dinâmica como escritor ainda possibilita o
uso de suas obras como documentos históricos tanto nas áreas jornalísticas,literárias e
históricas.
Lima Barreto era um inconformado, um homem que não adorava os deuses
dominantes,não tinha a convicção dominante, não acreditava no acessório;
descobriu e sentiu o que nele era, realmente, uma ameaça, um sentido novo,
um caminho diferente. Ora, isso é que tem importância em Lima Barreto. O
novo,
naquele
momento,
apresentado
de
maneira
áspera,
violenta,
descomedida, como Lima Barreto apresentava, chocava, surpreendia e
provocava o revide do esquecimento, da omissão, da obscuridade, a que o
romancista tanto se prestava pela ausência de condições pessoais para vencer
obstáculos dessa natureza(SODRÉ, 1995, p. 505).
Autores como, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato acabam por partilhar esse relato
em suas obras Algo que possibilita uma leitura mais identitaria e menos ufanistas aos
moldes de Affonso Celso e sua narrativa ufanista2.
Que a vossa geração exceda a minha e as precedentes, senão em semelhante
amor, ao menos nas ocasiões de o comprovar.Quando disserdes:“Somos
brasileiros!” levantai a cabeça, transbordantes de nobre ufania. Convencei-vos
de que deveis agradecer quotidianamente a Deus o haver Ele vos outorgado por
berço o Brasil.(Celso Affonso,cap.II)
Euclides da Cunhas através dessa forma de escrita por muitas vezes adentrava nas
concepções do ser humano tentando demonstrar as múltiplas identidades apontadas
nessa recente nação que esta ainda em busca de suas matrizes históricas ou míticas,esse
estilo adotado que versa entre o jornalismo e o relato literário fica bem claro na sua
obras Os Sertões3.
É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a
fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e
sinuoso, aparenta translação de membros desarticulados.Agrava-o a postura
normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de
humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao
primeiro umbral ou parede que encontra; a cavalo,se sofreia o animal para
trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos
estribos, descansando sobre a espenda da sela.Caminhando, mesmo a passo
2
3
Porque Me Ufano do Meu País obra de Afonso Celso publicada em 1900
Os Sertões é um livro brasileiro, escrito por Euclides da Cunha e publicado em 1902. Trata da Guerra de Canudos, no interior da
Bahia. Euclides da Cunha presenciou uma parte desta guerra como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo
rápido, não traça trajetória retilínea e firme(...) É o homem permanentemente
fatigado.”.
Monteiro Lobato adota em sua composição literária fazendo relação ao cenário de
identificação nacional, uma critica aos costumes não civilizados, ao mesmo tempo em
que se faz presente nas narrativas comuns de suas obras como em URUPES4, e um
identitario às avessas e de muitos meios carregado em composições elitistas e
conservadoras.
(...) O caboclo é soturno.Não canta senão rezas lúgrubes.Não dança senão o
cateretê
aladainhado.Não esculpe o cabo da faca, como o cabila.Não compõe sua
canção, como o felá do Egito.No meio da natureza basílica, tão rica de formas
e cores, onde os ipês floridos derramam feitiços no ambiente e a infolhescência
dos cedros, às primeiras chuvas de setembro, abre a dança do angarás; onde há
abelhas de sol, esmeraldas vivas, cigarras,sabiás, luz, cor, perfume, vida
dionísica em escachôo permanente, o caboclo é o sombrio urupê de pau podre a
modorrar silencioso no recesso das grotas.Só ele não fala, não canta,não ri, não
ama.Só ele, no meio de tanta vida, não vive...”
Ser brasileiro se entoava á margem de uma identidade única de uma nacionalidade ou
de um patriotismo ideológico, vinculado ao ser latino americano de língua portuguesa.
Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos o amor da Pátria
tomou-o. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério,
grave e absorvente. Nada de ambições políticas ou administrativas; o que
Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar, foi num
conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos,
para depois apontar os remédios, as medidas progressivas, com pleno
conhecimento de causa (BARRETO, 1983, p. 22).
3 NACIONALIDADE,NAÇÃO
Os Estados, Nações, ou propriamente dito países, surgiram principalmente no fim
do século XVIII início do século XIX. Foram constituídos a partir do processo de
industrialização original e/ou clássica com mecanismo de divisão do espaço geográfico
internacional, estabelecendo uma nova configuração política e espacial, tudo isso é fruto
da burguesia e revolução industrial que contribuiu para proteger o mercado de um
determinado território.
[...] vem a ser o espectador a um tempo interessado e cético daquele Rio dos
princípios do século, onde os pretensos intelectuais macaqueavam as idéias e
os tiques da cultura francesa sem voltar os olhos para os desníveis dolorosos
que gritavam ao seu redor; onde a Abolição, sem realizar as esperanças dos
negros, prolongou as agruras dos mestiços;onde, enfim, a República, em vez de
preparar a democracia econômica, instalou os alicerces do campo no tripé de
4
Urupês é uma coletânea de contos e crônicas do escritor brasileiro Monteiro Lobato, publicada originalmente em 1918
um militarismo estreito e uma imprensa impotente, quando não venal (BOSI,
1991, p. 362).
Essa busca por uma nacionalidade no inicio do século XIX, se torna ao decorrente
em varias política sul americanas, esse senso de pertencimento carrega junto aos laços
patrióticos suas ideologias tentando compor um perfil euro americano de nacionalismo.
[...] a nação é imaginada como uma comunidade porque, sem considerar a
desigualdade e exploração que atualmente prevalecem em todas elas, a nação é
sempre concebida como um companheirismo profundo e horizontal. Em última
análise, essa fraternidade é que torna possível, no correr dos últimos dois
séculos, que tantos milhões de pessoas, não só matem, mas morram
voluntariamente por imaginações tão limitadas (Anderson,1989, p. 14).
Na obra lima Barreto deixa claro em algumas passagens como esse senso de
pertencimentos não faz sentido ou não deve ser tomando de forma cega, usando bem as
epopéias de Policarpo,acaba por ser um dicotômico ser ou não ser visto pelos olhos do
leitor.
"Não se sabia onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio
Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele algum
regionalismo; Quaresma era antes de tudo brasileiro” (BARRETO, 1983,p.52)
O desdobramento histórico social que esta ligado ao período da obra de Lima
Barreto acabava por refletir o momento em que varias nações, estavam em processo de
transformação, abandonando seus regimes políticos antes ou outra nunca imaginados
como superados por processos futuros.
4 O JOGO DAS IDENTIDADES
A forma que o autor tenta demonstra a construção identitaria fica bem clara quando
em um jogo Quixotiano ele acaba por interligar os três ideais de Quaresma para o Brasil.



Identidade primitiva e cultural
Identidade natural
Identidade Mítica
Mostrando os laços de preconceito atrelados ao passado ou a memória primitiva dos
habitantes do Brasil, ele busca claramente em primeiro plano o resgate de nossa
nacionalidade primitiva.
Tornava-se, portanto, preciso arranjar alguma cousa própria, original, uma
criação da nossa terra e dos nossos ares. Essa idéia levou-o a estudar os
costumes tupinambás; e, como uma idéia traz outra, logo ampliou o seu
propósito e eis a razão por que estava organizandoum código de relações, de
cumprimentos, de cerimônias domésticas e festas, calcado nos preceitos tupis.
(BARRETO, 1983, p.12-13).
Tentando claramente romper os laços ideológicos de dominação européia que
cercavam toda construção erudita naquele momento, mas não vinculando de fatos as
gêneses dos termos cultura por um a unidade pronta como aponta neste trecho: “O
acidente, entretanto, não lhe deu nenhum desgosto pelo folclore. Comprou livros, leu
todas as publicações a respeito, mas a decepção lhe veio ao fim de algumas semanas de
estudo.” (BARRETO, 1983, p.12)’’
Trabalha também nossa gênese de artes marginas como o uso do violão nas
composições musicais e vinculadas aos arranjos socioculturais nesse primeiro espaço
folclórico composto por essas diversas camadas étnicas decompostas dentro do espaço
nação.
Os instrumentos mais nacionais possíveis, os únicos que o são verdadeiramente
;instrumentos dos nossos antepassados, daquela gente valente que se bateu e
ainda se bate pela posse desta linda terra. Os caboclos! -Instrumento de
caboclo, ora! Disse Ricardo.
- De caboclo! Que é que tem? O Léry diz que são muito sonoros e agradáveis
de ouvir... Se é por ser de caboclo, o violão também não vale nada - é um
instrumento de capadócio.
- De capadócio, major! Não diga isso... (BARRETO, 1983, p.15)
Quando Policarpo parte para o campo em busca da ingenuidade brasileira que
não estaria ligada aos costumes de outras nações, tenta demonstrar que em suma nossa
identidade natural esta no campo oriundo dessa nação agrária.
Pela primeira vez notava que o self-help do Governo era só para os nacionais;
para os outros todos os auxílios e facilidades, não contando com a sua anterior
educação e apoio dos patrícios.E a terra não era dele?Mas de quem era então,
tanta terra abandonada que se encontrava por aí? Ela vira até fazendas
fechadas, com as casas em ruínas... Porque esse acampamento, esses
latifúndios inúteis e improdutivos?(BARRETO,1983, p.54)
A critica, proposta nessa trajetória e demonstrar como segundo Jose Murilo de
Carvalho já citara em uma de suas obras, somos todos Bestializados, onde carece dos
mínimos fundamentos básicos de investimento, se torna campo fértil ao joguete político,
básico nesse momento histórico.
Não estava ali a terra boa para cultivar e criar? Não exigia ela uma árdua luta
diária? Porque não se empregava o esforço que se punha naqueles barulhos de
votos, de atas, no trabalho de fecundá-la, de tirar dela seres, vidas - trabalho
igual ao de Deus e dos artistas?Era tolo estar a pensar em governadores e
guaribas, quando a nossa vida pede tudo à terra e ela quer carinho, luta,
trabalho e amor... O sufrágio universal pareceu-lhe um flagelo.(BARRETO,
1983, p.40).
Lima Barreto ao comparar a cidade e o campo tentar demonstrar as
características de seu povo letrado e analfabeto, ele começa a formar um discurso que
acaba por jogar todos os laços ideológicos ao constructo militar como instituição
formadora de nacionalidade e identidade brasileira, carregado de sua critica
política,forjada nos momentos e discurso patrióticos que instituição exercito exercia
sobre o cenário histórico nacional.
O ditador tão acessível antes, agora se esquivava. Havia quem lhe quisesse
beijar as mãos, como ao papa ou a um imperador; e ele já tinha nojo de tanta
subserviência. O califa não se supunha sagrado e aborrecia-se. Olga falou aos
contínuos, pedindo ser recebida pelo marechal. Foi inútil. A muito custo
conseguiu falar a um secretário ou ajudante- de ordens. Quando ela lhe disse a
que vinha, a fisionomia terrosa do homem tornou-se de oca e sob as suas
pálpebras correu um firme e rápido lampejo de espada:
-Quem, Quaresma?disse ele.Um traidor! Um bandido! (BARRETO, 1983,
p.104)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Autores como Stuart Hall e Zygmunt Bauman, tentam alocar em suas obras a
importância do constructo identidade, nas sociedades, pós-modernas, e como elas são
ferramentas importantes no campo político, social, e econômico.
Argumenta-se, entretanto, que são exatamente essas coisas que agora estão
‘mudando’. O sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade
unificada e estável, está se tornando fragmentado; composto não de uma única,
mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não resolvidas.
Correspondentemente, as identidades que compunham as paisagens sociais ‘lá
fora’ e que asseguravam nossa conformidade subjetiva com as ‘necessidades’
objetivas da cultura, estão entrando em colapso, com o resultado de mudanças
estruturais e institucionais. O próprio processo de identificação, através do qual
nos projetamos em nossas identidades culturais, tornou-se mais
provisório,variável e problemático. (HALL, 2005, pág. 12)
Policarpo ao longo de sua trajetória vem sendo construído a base do perfil
Quixotiano, proposto por Cervantes, a jornada deste personagem integro único, valente
e depositário de todos os valores cavaleiristica de um tempo outrora belo e idealizado.
O herói moderno, o indivíduo moderno que tem a coragem de atender ao
chamado e empreender a busca da morada dessa presença, com a qual todo o
nosso destino deve ser sintonizado, não pode — e, na verdade, não deve —
esperar que sua comunidade rejeite a degradação gerada pelo orgulho, pelo
medo, pela avareza racionalizada e pela incompreensão santificada (...). Não é
a sociedade que deve orientar e salvar o herói criativo; deve ocorrer
precisamente o contrário. (CAMPBELL,1949, p.195)
Os discurso que fomentaram o período da republica velha brasileira transcrita
através do movimento pré modernista e um reflexo de como a identidade nacional era
importante como objeto e discurso de afirmação nacional e como a sociedade brasileira
estava afastada deste jogo de poder legitimado através do discurso patriótico.
Mesmo atônito os arranjos proporcionados por Lima Barreto demonstram uma
certa rispidez literal em construir este persona tão idealista ,patriótico e tão carregado de
adjetivos que fortaleciam os real brasileiro buscado por Policarpo Quaresma,que acaba
por se maçante a si mesmo.
Referências
ANDERSON, Benedict. Nação e consciência nacional.1989.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2001.
BARRETO, Lima. O triste fim de Policarpo Quaresma. Rio de Janeiro: Escala, 2003.
BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. Rio de Janeiro: Escala,
2003.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, [1991]
CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Ed. Pensamento, 1949.
CUNHA, Euclides da. Ondas e outros poemas esparsos. In: Obra completa. Edição
organizada por Afrânio Coutinho. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. 2 v.
(Biblioteca Luso-Brasileira, Série Brasileira).
CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Obra completa. Edição organizada por Afrânio
Coutinho.
2.
ed.
Rio
deJaneiro,1993.
LOBATO, Monteiro. Completa. Edição organizada por Afrânio Coutinho. 4. ed. Rio de
Janeiro,1993.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós Modernidade. Tradução Tomaz Tadeu
da Silva, Guacira Lopes Louro. 7ª ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da literatura brasileira. 9. ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1995.

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