Ler é sonhar pela mão de outrem. Fernando Pessoa, Livro do

Transcrição

Ler é sonhar pela mão de outrem. Fernando Pessoa, Livro do
 Ler é sonhar pela mão de outrem.
Fernando Pessoa, Livro do Desassossego
FÓRUM DE LEITURA
O Fórum de Leitura constitui um espaço aberto à edição de experiências de
leitura de alunos, funcionários, professores e encarregados de educação.
A divulgação da descrição e crítica de obras de autores nacionais e estrangeiros,
lidas em contexto escolar ou familiar, é o objectivo de uma secção que tem nas
actividades «O Livro dos Livros», «A Companhia dos Livros» e «Viajar com
Livros» os expoentes de um esforço colectivo de motivação à leitura individual e
sobretudo à aquisição de hábitos de leitura, dentro e fora da sala de aula.
O registo das leituras individuais do aluno constará da Ficha de Leitor Individual,
a preencher ao longo do ano, conforme indicações do professor(a) de Português.
A publicação de impressões de leitura de uma obra, de um conto, de um artigo…
poderá funcionar como momento de reflexão de um primeiro leitor e momento de
motivação de muitos segundos leitores. Afinal, o escritor só existe em simbiose
com o leitor, numa relação mútua de enriquecimento pessoal e cultural. Mesmo que
o escritor se distancie no horizonte intransponível do fingimento da palavra, para
sempre gravada no tempo. Retomando o poeta, cabe ao leitor todo um sentir
múltiplo, eu-ele, pois «Sentir? Sinta quem lê» (Fernando Pessoa, Autopsicografia).
1
LIVRO DOS LIVROS 1: AS DEZ FIGURAS NEGRAS de Agatha Christie
Contrato de leitura escrito: Ana Cláudia Pinto Nunes, nº1, 11º D
Professora: Margarida Lino, Português
Data de edição: Janeiro 2010
Biografia da Autora
Agatha May Clarissa Miller nasceu
em Torquay, na Grã-Bretanha, em
1980, adoptando posteriormente o
nome de Agatha Christie para os seus
policiais.
Prestou serviço voluntário num
hospital, quer como enfermeira, quer
como responsável pela farmácia e pelo
dispensário, durante a I Guerra
Mundial, o que lhe permitiu um vasto
conhecimento sobre venenos, que mais
tarde usaria para criar o enredo dos
seus livros.
Graças ao seu segundo marido, que era uma famoso arqueólogo, pôde viajar
por todo o mundo, aproveitando avidamente o conhecimento que as escavações lhe
proporcionavam, sem nunca abandonar a escrita.
O seu talento foi reconhecido em 1956, quando foi distinguida com o título de
Commander of the British Empire, após cerca de 300 obras publicadas (entre
romances de mistério, poesia, peças de rádio e teatro, documentários, uma
autobiografia e seis romances publicados com o pseudónimo de Mary Westmacott).
Em 1971, a rainha Isabel II consagrou-a com o título de Dame of the British
Empire.
Faleceu a 12 de Janeiro de 1976, deixando um legado publicado em mais de
100 línguas.
Em 2000, foi galardoada com dois prémios: o de Melhor Autora de Livros
Policiais do Século XX e os livros protagonizados por Hercule Poirot, uma das suas
personagens mais estimadas, foram considerados a Melhor Sério Policial do mesmo
século.
Resumo da Obra
Esta obra inicia-se de um modo bastante invulgar. Ao contrário dos comuns
romances, em que as personagens são apresentadas à medida que a história se
adensa, em As Dez Figuras Negras, os protagonistas são-nos apresentados num
breve capítulo.
Cada um deles fora convidado para a Ilha do Negro, uma ilha muito famosa,
após a sua compra ter sido notícia nos jornais. A verdade é que, por muito que se
especule sobre quem fizera tão espectacular negócio, a identidade do dono da ilha
é desconhecida. As personagens foram convidadas por carta, e nenhuma delas
sabe realmente quem foi o autor do convite.
O juiz Wargrave pensa que o seu convite lhe fora endereçado por uma velha
amiga, desaparecida há anos na Europa; Vera Claythorne, uma preceptora inglesa,
julga que será contratada para uma vaga de secretária, Philip Lombard, um soldado
em licença, pensa ter sido desafiado por um judeu a fazer tal viagem, Emily Brent,
uma beata reformada, imagina ter sido convidada para umas belas férias, o
General Macarthur foi impelido por um suposto amigo dos seus amigos, o Dr.
Armstrong parte também para uns dias de repouso, Tony Marston, um jovem
impetuoso, fora convidado para uma semana exuberante de festas e por último,
Mr. Blore, um detective privado, foi convidado para investigar a ilha.
2
Na verdade, todas estas pessoas foram convidadas com um único motivo, uma
macabra justiça. A este grupo, juntam-se Mr. e Mrs. Rogers, o mordomo e a criada,
os únicos habitantes da ilha. No primeiro jantar, descobre-se que os anfitriões, Mr e
Mrs Owens não estarão presentes, mais tarde, sabe-se que eles não existem.
Na sala principal, estão expostas dez figurinhas negras, alusivas a uma velha
canção infantil:
“Dez meninos negros foram jantar;
Um engasgou-se e sobraram nove.
Nove meninos negros deitaram-se muito tarde;
Um dormiu de mais e sobraram oito.
Oito meninos negros foram viajar sobre o Devon;
Um disse que por lá ficava e sobraram sete.
Sete meninos negros foram cortar lenha;
Um cortou-se em dois e sobraram seis.
Seis meninos negros foram brincar com uma colmeia;
Um abelhão ferrou um e sobraram cinco.
Cinco meninos negros seguiram a advocacia;
Um foi para o Supremo Tribunal e sobraram quatro.
Quatro meninos negros foram para o mar;
Um caiu no anzol e sobraram três.
Três meninos negros andavam pelo jardim zoológico;
Um levou um chi-coração de um urso enorme e ficaram dois.
Dois meninos negros sentaram-se ao Sol;
Um deles ficou assado e sobrou.
Um menino negro ficou completamente só;
Foi e enforcou-se e não sobrou nenhum.”
De repente, ouve-se uma gravação num gramofone, acusando cada um dos
presentes de um crime hediondo cometido no seu passado. Todos se escusam, mas
a verdade é que cada um deles foi responsável pela morte de alguém.
Tony Marston atropelara mortalmente John e Lucy Combes. Pouco (tempo
depois de estar na ilha), engasgou-se com a bebida e morreu envenenado. Após a
sua morte, uma das dez figuras negras desapareceu.
Mrs. Rogers, responsável juntamente com o marido pela morte de Jennifer
Brady, sentiu-se mal e foi deitar-se. De manhã, estava morta. Morrera durante o
sono. E ficaram oito figuras negras.
O General Macarthur, que mandara o amante da mulher deliberadamente ao
encontro da morte numa patrulha pela selva, foi assassinado com um golpe na
cabeça. Ficaram apenas sete figuras negras sobre a mesa.
Mr. Rogers foi encontrado morto com o escalpe aberto depois de uma
machadada. Sobre a mesa, estavam seis figuras negras.
Emily Brent, acusada da morte de Beatrice Taylor, foi assassinada com uma
seringa hipodérmica no pescoço. Restavam cinco figuras negras.
O Juiz Wargrave foi encontrado sentado, com uma toga escarlate e uma
peruca, com um ferimento de bala na cabeça, depois de ter sido acusado de
considerar Edward Seton injustamente culpado. E ficaram quatro figuras negras.
Após tantas mortes, os quatro restantes só podiam desconfiar uns dos outros,
já que não se encontrava mais ninguém na ilha. Não restava mais ninguém e um
deles seria o assassino. Mas quem? Os laços timidamente feitos no início da viagem
foram quebrados, a desconfiança instalara-se.
O Dr. Armstrong, responsável pela morte de Louisa Mary Clees, desapareceu
subitamente, aparecendo algum tempo depois afogado. Restavam três figuras
negras.
Mr. Blore, acusado do homicídio de James Stephen Landor, foi morto com um
relógio em forma de urso que lhe esmagou o crânio. E sobraram dois.
3
Philip e Vera, que durante toda a estadia haviam estabelecido laços de afectos,
enfrentaram-se. Ambos pensavam que o outro era o culpado. Então, Vera, que
deixara um dos seus alunos afogar-se intencionalmente, com o revólver do soldado,
que abandonara o seu pelotão à morte, assassinou-o, com um tiro certeiro no
coração.
Depois, subiu ao seu quarto e enforcou-se.
Mas na verdade, nenhum deles era o assassino. Realmente, um dos dez
mortos, não estava assim tão morto. O juiz Wargrave, o único que era inocente nas
acusações da gravação, estava por detrás de toda aquela trama. Sentia
necessidade de matar desde jovem, mas recusava-se a possuir sangue inocente
nas suas mãos. Então, decidiu fazer justiça pelas próprias mãos. Procurou dez
assassinos que tinham escapado impunes e reuniu-os na ilha, que ele havia
comprado. E matou-os um a um. Para puder agir mais à vontade e afastar as
suspeitas de si, encenou a sua morte, com a ajuda de Armstrong, iludido que só o
fazia para que pudessem descobrir o culpado.
Mais tarde, após o suicídio de Vera, escreveu uma carta, a sua confissão, cheio
de orgulho pelo que fizera. Com um engenhoso plano, matou-se, conseguindo no
entanto que parecesse um homicídio. Assim, quando a polícia viesse, encontraria
dez cadáveres na ilha e nenhum suspeito.
Um crime perfeito, e nove criminosos castigados.
Selecção de um excerto
“Decorreu uma eternidade… sucederam-se e revolveram mundos… O tempo
imobilizou-se… Paralisou, atravessando um milhar de séculos…
Não, não passou mais do que um ou dois minutos…
Duas pessoas olhavam para o corpo de um homem morto…
Lentamente, muito lentamente, Vera Claythorne e Philip Lombard levantaram
as cabeças e olharam-se nos olhos.”
Comentário
Este excerto, na minha opinião, transmite o jeito notável da autora que nos
envolve e prende no enredo. As situações que descreve são quase palpáveis.
Philip e Vera tornaram-se próximos desde o início. Mas o instinto animalesco da
sobrevivência que o Homem possui torna-se impossível de silenciar, e tudo o resto
é sonegado. O soldado que nunca perdera uma batalha, morre aos pés de uma
mulher que julgara inocente, mas que no fundo é mais forte que ele. Vera, que via
na figura do soldado o homem forte que a protegeria, é forçada a matá-lo por
julgar que apenas um deles sobreviverá.
Este momento, quando eles se fitam, é o prenúncio da morte de ambos.
Texto de reflexão
Esta obra, tal como todas desta autora tão notável, reflecte sobre a mente
humana, sobre o que nos leva a agir deste ou daquele modo. É uma leitura leve,
apenas à primeira vista. Porque, à medida que o enredo se adensa, podemo-nos
aperceber do tom mordaz, quase satírico com que a autora nos transmite a sua
opinião sobre a sociedade, muitas vezes na forma de pensamento das suas
personagens.
Este livro em particular, revela-nos o lado mais “darwiniano” do Homem. Falanos de uma experiência macabra, num local sem escapatória, onde a lei primitiva
do mais forte se impõe.
Embora tenha sido escrito no século passado, este modelo de sociedade
permanece intemporal.
4
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6
Apenas e incrivelmente suficiente, a afeição amorosa a Edward dava cor ao
cinzento pálido da sua vida. A certa altura, Charlie propõe-lhe algo como uma
“liberdade condicional”, devido à sua conduta, agora, consciente. O único
parâmetro estabelecido era levar uma vida harmoniosa e equilibrada, conjugando
os estudos com Edward, e não esquecendo os amigos. Assim, a sua vivência, até
aqui melancólica, ganhou mais entusiasmo à medida que a sua liberdade atingia
uma maior amplitude.
Certo dia, e devido à insistência de Edward em aproveitar a viagem oferecida a
Bella por Carlisle e Esme, no seu aniversário, ambos visitaram Renée, mãe de
Bella, na Florida. Regressados a Forks, e em pleno dia escolar, Edward Cullen e
Jacob Black confrontam-se verbalmente. Nesse momento, Bella depara-se com a
verdadeira razão da persistência de Edward levar esta a visitar a sua mãe: Alice,
irmã de Edward, através dos seus poderes de antever o futuro, tinha-se apercebido
que Victoria, vampira sedenta do sangue de Bella que jurara a sua morte, iria
tentar a sua vingança durante aquele fim-de-semana. Por isso, Edward se tornou
tão perseverante ao ponto de fazer aquela viagem acontecer. Para a proteger. Na
noite do ataque, muita da realidade estabelecida mudou. Victoria quase que era
capturada, quer por lobisomens quer pelos Cullen, até ao instante em que estes se
debatem uns contra os outros, aquando da passagem da fronteira que separa os
territórios, por parte de um dos vampiros. A partir desta altura, Jacob muda a sua
atitude para com Bella. Repentinamente, declara-lhe o seu amor e afirma poder ter
estado errado, talvez ainda possam ser amigos. Por fim, a relutância de Jacob
acabara. Por fim, poderia haver consenso entre as pessoas que mais amava. Por
fim, poderia sentir a felicidade da amizade e do amor numa unanimidade aprazível.
No entanto, agora era Edward que se apresentava resistente à ideia de deixar
Bella sozinha com criaturas tão instáveis e perigosas como os lobisomens. A passo
e passo, Bella foi conseguindo arranjar lacunas na protecção de Edward e
preenchê-las com visitas a Jacob.
Entretanto, Seattle era avassalada por ataques iminentes de vampiros recémnascidos que, sedentos e descontrolados, destruíam tudo em seu redor. Tudo
parecia estar destinado a travar o amor que unia Bella a Edward.
O ano lectivo acaba, e Edward e Bella terminam o secundário, projectando a
futura entrada na universidade, no Alaska. Isto, porém, apenas acontecerá após ser
concedida a Bella a imortalidade, por parte de Edward que, para isso, impõe o
casamento.
Mais tarde, e através de uma visão de Alice, todos ficam a conhecer a estratégia
de Victoria, que, tendo, previamente, roubado peças de roupa do quarto de Bella,
para dar a conhecer o seu odor aos vampiros recém-nascidos, pretende, com o seu
exército, aniquilar todos os que se oponham e, sobretudo, matar Bella. Os
lobisomens unem-se, então, aos Cullen, na batalha mortífera, não sem antes
estudarem todos as estratégias possíveis, avançadas por Jasper, ficando Bella com
Edward e Seth (lobisomem), e Charlie com Billy Black, totalmente protegidos por
alguns dos lobisomens. Na noite antes do ataque, Jacob ficou a saber do casamento
de Bella e Edward e, emocionalmente lacerado, propôs-se a tomar uma atitude
nobre e morrer em combate. Nesse instante, Bella percebeu que também o amava,
não o suficiente, mas amava-o. Afinal, na ausência de Edward, foi Jacob que lhe
proporcionou os momentos mais afortunados que conseguira desfrutar, no seio da
tristeza profunda.
Durante a hostil batalha, os vampiros recém-nascidos foram exterminados pela
sabedoria e experiência dos seus inimigos, gerando-se, contudo, uma situação
problemática: Jacob, numa acção de protecção dos seus amigos, foi gravemente
ferido. Paralelamente, no local onde Bella se encontrava, Victoria aparece com um
dos seus discípulos e Edward e Seth são obrigados a debater-se, em equipa,
acabando por eliminar os seus oponentes, numa luta de movimentos rápidos e
subtis. Por fim, e inesperadamente, aparecem alguns membros dos Volturi, com o
intuito de controlar os incontroláveis vampiros. Estes (recém-nascidos), conquanto,
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cificamente
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8
RECOMENDAÇÃO DA OBRA
Recomendaria esta obra sobretudo aos discípulos apaixonados dos livros e das
respectivas adaptações cinematográficas, e àquelas pessoas que gostam de obras
fantásticas e procuram divagar num mundo, repleto de mistério e adrenalina,
atrelados a uma história de sentimentos impetuosos. O conhecimento profundo das
personagens, que este livro transmite, associado ao enredo arrebatador, faz
explodir sensações no leitor. Stephenie Meyer reproduz um universo imortal de
paixões mortais, numa escrita suave e deliciosa. Sumptuosa e emotiva, esta obra
expõe o amor incondicional numa batalha de ódios e sofrimentos sobrenatural.
LIVRO DOS LIVROS 3: ORGULHO E PRECONCEITO de Jane Austen
Contrato de leitura escrito: Sílvia Raquel Oliveira, nº16, 11º D
Professora: Margarida Lino, Português
Data de edição: Janeiro 2010
Biobibliografia da autora Jane Austen:
Jane Austen nasceu a 16 de Dezembro de 1775 e faleceu a 18 de Julho de
1817.
Jane foi uma escritora inglesa proeminente, considerada por alguns como a
segunda figura mais importante da literatura inglesa depois de Shakespeare. Ela
representa um exemplo de uma escritora cuja vida sem grandes sobressaltos em
nada reduziu a estatura da sua ficção.
Nasceu na casa da paróquia de Steventon, Hampshire, Inglaterra, tendo o pai
sido sacerdote e vivido a maior parte de sua vida nesta área. Jane teve seis irmãos
e uma irmã mais velha, Cassandra, da qual era muito íntima.
O único retrato conhecido de Jane Austen é um esboço colorido feito por
Cassandra, que se encontra agora na National Gallery em Londres, Inglaterra.
Os seus irmãos, Frank e Charles serviram na Marinha, tendo-se tornado
almirantes. Em 1801 a família mudou-se para Bath. Com a morte do pai em 1805,
Jane, a irmã e a mãe mudaram-se para Chawton, onde o irmão lhes tinha cedido
uma propriedade (uma cottage). Esta casa está hoje aberta ao público. Jane nunca
se casou; foi noiva de um rapaz muito mais novo que ela, Harris Bigg-Wisley, mas
acabou por cancelar o noivado.
Tendo-se estabelecido como romancista, continuou a viver em relativo
isolamento, na mesma altura em que a doença a afectou. Pensa-se que ela poderá
ter sofrido de doença de Addison, cuja causa era então desconhecida. Viajou até
Winchester para procurar uma cura mas faleceu ali, tendo sido sepultada na
catedral.
Obras:
™ Lady Susan (1794, 1805)
™ Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility) (1811)
™ Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice) (1813)
™ Mansfield Park (1814)
™ Emma (1815)
™ Abadia de Northanger (Northanger Abbey) (1818) póstumo
™ Persuasão (Persuasion) (1818) póstumo
™ Sir Charles Grandison (sua única peça teatral, escrita provavelmente
em 1791 ou 1792 e publicada somente em 1980)
Obras inacabadas:
™ The Watsons (1804)
9
™ Sanditon (1817)
Representações na televisão e no cinema:
™
™
™
™
™
™
Orgulho e preconceito
Razão e sensabilidade
Persuasão
Emma
Palácio das Ilusões
A Abadia de Northanger
™ Becoming Jane
™ Miss Austen Regrets
Resumo da Obra:
Esta fascinante e inesquecível obra baseia-se essencialmente nas relações
interpessoais entre família, amigos e amantes da sociedade vitoriana do século
XVIII. Tem como pano de fundo uma aldeia no interior da Inglaterra e descreve as
mentalidades daquela época que, por incrível que pareça, são ainda bastante
actuais.
A família principal, os Bennet, é uma típica família desse tempo, e em torno
dela e dos seus membros, vai girar a acção principal do livro.
É constituída pelo casal, o Sr. e a Sra. Bennet e pelas suas cinco filhas,
Elizabeth, Jane, Kitty, Lydia e Mary. A principal preocupação destas jovens
raparigas, e sobretudo da sua mãe, é como convém a todas as jovens em idade
casadoira, encontrar um partido à altura. É uma enorme alegria para a senhora
Bennet quando chega à cidade o senhor Bingley, com os seus amigos, jovens
cavalheiros com boas posses, sendo por isso agradáveis partidos para cobiçar.
A existência destas personagens baseia-se sobretudo nos convívios sociais e
nos inúmeros bailes que frequentam. Num desses bailes, o Sr. Bingley e a
primogénita dos Bennet, Jane, enamoram-se. Ao mesmo tempo, a sua irmã,
Elizabeth e o Sr. Darcy, um amigo do Sr. Bingley desenvolvem uma antipatia
mútua desde o primeiro encontro. Este par torna-se então o foco central do
romance, com as suas discussões socialmente correctas e hostilidade recíproca.
Entretanto, parece tudo bem encaminhado entre Bingley e Jane, e todos
esperam o anúncio do noivado que fará as delícias da senhora Bennet. No entanto,
sem aviso prévio e sem qualquer explicação, Bingley e a sua comitiva partem,
deixando os Bennet inconsoláveis.
O tempo passa e numa viagem que Elizabeth faz a Londres, descobre que a
separação da irmã Jane do Sr. Bingley se deveu à interferência do Senhor Darcy,
que discordava desse envolvimento, uma vez que Jane era de uma classe social
inferior à de Bingley. Então a aversão de Elizabeth pelo Sr. Darcy aumenta,
passando a raiva. Nessa mesma viagem, Elizabeth volta a encontrá-lo, continuando
a achá-lo arrogante. No entanto, o encontro entre ambos é surpreendente pois,
sem nada que o fizesse prever, Darcy pede Elizabeth em casamento, o que a deixa
estupefacta, pelo que, mais ofendida que satisfeita o rejeita, apresentando todas as
razões que a levam a repudiar essa união. Darcy não se manifesta no momento,
mas no dia seguinte entrega-lhe uma carta, explicando todas as suas acções até
então.
Nesta carta são explicados os motivos que levam Darcy a ter determinadas
atitudes arrogantes e mesmo mal-educadas. Elizabeth apercebe-se então de vários
mal entendidos que houvera entre ambos e a partir desta altura a sua opinião
sobre o Sr. Darcy muda completamente.
O tempo passa. Após várias peripécias e desencontros, Jane e Bingley acertamse, esclarecendo tudo o que se passou e jurando amor eterno. Elizabeth por esta
altura já está ciente de tudo o que Darcy fez para juntar os dois, redimindo-se dos
10
erros do passado. Lentamente, Elizabeth vai mudando a sua ideia acerca de Darcy,
apercebendo-se de que ele é de facto um cavalheiro. Assim, vai-se apaixonando
por aquele homem fascinante, sofrendo por pensar que ele já a esqueceu. Apesar
disso, com a aproximação entre Bingley e Jane, Elizabeth volta a conviver com
Darcy. Num passeio romântico, ele volta a confirmar o seu amor e pede-a
novamente em casamento, o que desta vez, Elizabeth aceita, feliz.
O final da obra relembra os romances épicos. É feliz para quase todas as
personagens, podendo dizer-se com toda a propriedade que “foram felizes para
sempre”.
Opinião sobre a obra:
Esta obra baseia-se essencialmente nas relações interpessoais entre família,
amigos e amantes da sociedade vitoriana do século XVIII e descreve as
mentalidades daquela época que, por incrível que pareça, são ainda bastante
actuais, visto que na nossa sociedade ainda existe alguma intolerância
relativamente à união de duas pessoas de estatutos sociais diferentes.
Actualmente, ainda existe muito preconceito, quer a nível das diferenças de
estatuto social como em relação aos papéis desempenhados pelo homem e pela
mulher. Embora a mulher já exerça profissões que eram consideradas de homem e
ocupe cargos de chefia em quase todos os sectores da sociedade, o seu número
ainda é bastante inferior ao dos homens.
Eu gostei muito de ler esta obra de Jane Austen, porque Jane mostrou como o
amor entre os protagonistas era capaz de superar barreiras de orgulho e
preconceito, de superar também a diferença social entre eles e ultrapassar o
escasso poder de decisão concedido à mulher na sociedade da época.
A crítica veio a considerá-la a primeira romancista moderna da literatura
inglesa.
Eu recomendo a leitura desta obra, principalmente ao público feminino, pois é
uma história bastante interessante e romântica.
LIVRO DOS LIVROS 4: A HISTÓRIA DO SENHOR SOMMER de Patrick
Suskind
Contrato de leitura escrito: Camila Mathias Uribe, nº9, 11º A
Professora: Nazaré Coimbra, Português
Data de edição: Janeiro 2010
Bibliografia
Patrick Suskind nasceu a
26 de Março de 1949, perto
de Munique na Alemanha.
Estudou História Moderna e
Medieval na Universidade de
Munique.
Actualmente,
reside na Alemanha.
É discreto e raramente
dá entrevistas ou aparece
em público. Pouco mais há a
dizer-se sobre este autor.
11
Algumas obras publicadas:
• (1981) –
• (1981) –
• (1985) –
internacional);
• (1987) –
• (1991) –
• (2006) –
O Contra-baixo, teatro (monólogo);
Um Combate e Outras Histórias, contos;
O Perfume – História de um assassino, romance (best-seller
A Pomba, novela;
A História do Senhor Sommer, novela;
Sobre o Amor e a Morte, ensaio.
Síntese do Livro
Esta criativa e singular obra fala-nos da história do senhor Sommer, como o
próprio título nos indica, vista através dos olhos de uma inocente criança que, ao
longo do seu percurso, se cruza algumas vezes com esta personagem sinistra.
O narrador desta história vai contando simultaneamente as vivências e
peripécias de quando era uma criança, tais como os lugares onde se refugiava dos
adultos, a sua primeira desilusão de amor e algumas outras experiências.
Este conto desenrola-se em duas aldeias próximas designadas de “Lugar de
Cima” e “Lugar de Baixo”. Nesta região vivia o senhor Sommer, sobre quem pouco
se sabia. Era um homem solitário, alto, extremamente magro e andava sempre
com um cajado ondulado e uma mochila semi-vazia. Apenas vivia com a sua
mulher, não tinha filhos nem parentes e nunca recebia visitas.
Apesar destes factores, este homem era provavelmente o mais conhecido em
todo o concelho pois andava permanentemente de um lado para o outro, durante
todo o ano, não importando a hora ou condições climatéricas.
A finalidade das marchas intermináveis e apressadas eram um mistério que
intrigava toda a população que o observava diariamente. Perguntar-lhe para onde
ia era inútil, pois algumas pessoas já o tinham feito, tendo sido sempre ignoradas.
Um dia, porém, o jovem narrador ia no carro com o seu pai, quando foram
surpreendidos pelo maior temporal de sempre, obrigando-os a encostar na berma
da estrada, à espera que o tempo melhorasse. Quando isso aconteceu, avistaram,
ao longe, o senhor Sommer completamente encharcado, deslocando-se como se
nada se passasse. O jovem e o pai alcançaram-no depressa e disseram-lhe para
entrar no carro. O homem ignorou-os primeiramente, mas, quando confrontado
pela segunda vez, afirmou apenas: “De uma vez por todas, deixem-me em paz!”.
A criança nunca esqueceu este momento, pois foi a única vez que ouviu
algumas palavras claras e directas vindas de Sommer.
Pediu então explicações à sua mãe, que julgava que a claustrofobia era a
explicação das atitudes do homem.
Anos se passaram. A senhora Sommer morreu, o rapaz foi crescendo e o
mundo evoluindo. No entanto, o senhor Sommer mantinha-se inalterável, caindo no
esquecimento, pois fazia já parte da paisagem. O único que continuava intrigado
com este homem, era o rapaz, pois nos pontos cruciais da sua vida esta estranha
personagem estava sempre presente, apesar de não estabelecerem contacto
directo um com o outro.
Finalmente, um dia, quando o jovem voltava para casa, parou para arranjar a
sua bicicleta e deparou-se com algo muito estranho. O senhor Sommer encontravase parado, dentro do lago, completamente vestido. O jovem decidiu ficar a
observá-lo e apercebeu-se de que o homem estava a caminhar lago adentro,
desaparecendo gradualmente, sem hesitar. Estava a cometer suicídio. Apesar de
estar a observar esta situação, o narrador não tentou sequer impedir o senhor
Sommer, pois lembrara-se das tão marcantes palavras um dia por ele proferidas
“De uma vez por todas deixem-me em paz!”. O rapaz preferiu respeitar a decisão
do senhor Sommer.
12
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yal Society. Colaboro
ou em três
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13
ciência popular com o Dr. Jack Cohen e Terry Prachett e já publicou mais de 140
trabalhos científicos.
Já redigiu: Labirinto Mágico, Números da Natureza e Flatterland.
Síntese da obra
Meg é uma estudante muito prudente. Para não correr o risco de fazer o maior
erro da sua vida, recorreu a um velho amigo, Ian Stewart, para esclarecer as suas
dúvidas e responder às suas questões. Então, decidiu começar a escrever cartas,
endereçadas ao seu amigo. Stewart, um professor de Matemática, que já tinha
muita experiência no ofício, decidiu ajudá-la. Ela tinha acabado de passar para a
universidade e o seu sonho era seguir Matemática, mas estava duvidosa se isso
seria a melhor opção para a sua carreira. Então, na sua primeira carta, pediu a
Stewart que lhe dissesse se deveria fazer da Matemática o seu trabalho e se
haveria mais alguém a fazê-lo também. Stewart respondeu-lhe que ficaria
encantado se ela ingressasse pelo caminho da Matemática e que, infelizmente, ao
contrário do que a maioria das pessoas pensa, muitos estudantes, hoje em dia, não
consideram fazer Matemática um trabalho e portanto preferem seguir outros
cursos. Na segunda carta, Meg pergunta a Stewart porque é que escolheu
Matemática para sua profissão. Stewart respondeu com facilidade, porque sempre
gostou muito e sempre teve queda para a Matemática. Meg, convencida com os
argumentos de Stewart decidiu seguir Matemática, mas isso não a impediu de
continuar a escrever as suas cartas. Nas cartas, Meg fala das magníficas coisas que
aprendeu sobre a Matemática e como ficou surpreendida quando as descobriu. Meg
completou a Universidade e fez um doutoramento. Mesmo antes de o concluir, Meg
fez um projecto de investigação que lhe garantiu uma posição como professora,
para quando acabasse o doutoramento. Stewart explicou-lhe as partidas e as
contrapartidas do trabalho, deu-lhe conselhos, e falou-lhe das suas obrigações, mas
também lhe disse que é um excelente trabalho e que ela ia adorar. Meg, acabou
por se tornar matemática profissional, mas nunca perdeu contacto com Stewart.
A minha opinião de leitora
Ler este livro foi muito agradável e recompensador. Gostei imenso das
curiosidades descritas e do humor do autor. Descobri coisas muito interessantes,
que, penso, nunca teria descoberto se não tivesse lido o livro. Fiquei a
compreender que a Matemática não é só, no final de contas, somar, subtrair, dividir
e multiplicar, mas contém muito mais. E que, em todas as disciplinas, existe um
pouco de Matemática. Fiquei, também a saber que nas Universidades a matéria é
muito mais aprofundada e que o estudo tem de ser muito mais duro e intenso.
Gostei de descobrir que a Matemática tem muito mais a ver com a Natureza, do
que eu pensava. Achei muito cómico quando Stewart fala de como as coisas podem
correr mal quando se vai dar uma aula ou discursar. E também achei muito
divertido quando ele dá exemplos de situações pelas quais passou na vida real. No
geral, é um livro alegre e cheio de informação interessante.
Eu recomendo o livro a todas as pessoas que gostam de Matemática e,
mesmo as que não gostam, mas que gostam de ler, que o leiam, porque eu li e
adorei. 14