ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

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ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO
Grupo de Serviço
ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO
PAVIMENTAÇÃO
Código
MACADAME SECO
DERBA-ES-P-09/01
1. OBJETIVO
Esta especificação de serviço define os critérios que orientam a execução de macadame seco em
camadas de reforço do subleito, sub-base ou base, em obras rodoviárias sob jurisdição do DERBA.
2. GENERALIDADES
Macadame seco é a camada granular composta por agregados graúdos naturais ou britados,
preenchidos a seco por agregados miúdos, cuja estabilidade é obtida a partir de ação mecânica
enérgica de compactação.
3. MATERIAIS
3.1 Agregado graúdo
Os materiais empregados devem ser constituídos por produto resultante de britagem primária (pedra
pulmão) de rocha sã, limpos e duráveis, livres de excesso de partículas lamelares ou alongadas,
macias ou de fácil desintegração, e de outras substâncias ou contaminações prejudiciais, devendo
ainda satisfazer aos seguintes requisitos:
a) Para o agregado retido na peneira nº 10, a percentagem de desgaste no ensaio de
Abrasão Los Angeles, não deve ser superior a 45%;
b) O diâmetro máximo recomendado é de 2/3 da espessura final de cada camada
individual executada, não devendo ser superior a 5” (127 mm);
c) Deve ser evitada a utilização de agregado graúdo com quantidade apreciável de fração
fina, se necessário, deve ser separada na peneira vibratória de 2” (50,8mm).
3.2 Agregado para camada de isolamento ou bloqueio
O agregado utilizado deve ser constituído de finos de britagem, com suas características físicas
equivalentes ao agregado graúdo e composição granulométrica idêntica à do material de enchimento
especificado. Opcionalmente, pode ser constituído por agregado de um só tamanho (3/4”), desde que
a espessura máxima utilizada no bloqueio seja de 3cm e a espessura mínima da camada de
macadame seco executada seja de 15 cm.
3.3 Agregado para material de enchimento
O agregado utilizado deve ser constituído por finos de britagem com suas características físicas
equivalentes ao agregado graúdo satisfazendo a uma das seguintes faixas granulométricas:
PENEIRA
ASTM
(mm)
I
% PASSANDO EM PÊSO
II
III
IV
V
1"
3/4"
3/8"
n. 4
n.10
50,8
19,1
9,5
4,8
2,0
n.40
n.200
0,42
0,074
100
50 - 85
-
100
69 - 100
-
100
55 - 100
100
70 - 100
100
60 - 80
25 - 50
5 - 15
40 - 70
5 - 20
20 - 50
6 - 20
30 - 60
8 - 25
15 - 25
0 - 12
a) Os materiais britados devem ser submetidos à avaliação da durabilidade com solução
de sulfato de sódio, em cinco ciclos, pelo método DERBA B-12/70, não devendo
apresentar perdas inferiores aos seguintes limites:
- agregados graúdos : 15%
- agregados miúdos : 18%.
b) A composição granulométrica das amostras de brita ensaiadas para a camada de
bloqueio, além de estar enquadrada na faixa selecionada, deve estar contida na faixa de
trabalho e dentro dos seguintes limites:
PENEIRA
ASTM
3/8 “ a 1/2"
nº 40 a nº 4
nº 200
(mm)
9,5 a 25,4
0,42 a 4,8
0,074
Tolerância para a faixa
de trabalho
8
6
2
4. EQUIPAMENTOS
Todo o equipamento deve ser inspecionado pela Fiscalização, devendo dela receber aprovação, sem
o que não deve ser dada a autorização para início dos serviços.
O equipamento básico para a execução dos serviços compreende as seguintes unidades:
4.1 Trator de esteira equipado com lâmina e escarificador;
4.2 Carregadeira;
4.3 Caminhão basculante;
4.4 Motoniveladora pesada, com escarificador e/ou distribuidor de agregados
4.5 Rolo compactador liso;
4.6 Central de britagem compatível com as produções necessárias;
4.7 Gabarito e régua, de madeira ou metálica, de 3m de comprimento;
Outros equipamentos, podem ser utilizados a critério da Fiscalização.
5. EXECUÇÃO
5.1 Preparo da superfície
a) A superfície a receber a camada de base, deve estar perfeitamente limpa e
desempenada, devendo ter recebido a prévia aprovação por parte da Fiscalização;
b) Eventuais defeitos existentes devem ser necessariamente reparados, antes da
distribuição do material.
5.2 Considerações gerais
a) Não se admite o confinamento lateral do macadame seco, devendo ser removido todo
o material enleirado resultante das operações da camada anterior.
b) Não é admitida a complementação da espessura desejada pela adição de finos, que se
acumulados sobre o agregado graúdo, possibilitam o aparecimento de trincas e
deformações no revestimento.
c) As espessuras da camada individual devem estar entre 12cm e 20cm.
5.3 Camada de isolamento ou bloqueio
a) A camada de isolamento aplica-se nos casos em que a camada inferior, apresenta mais
do que 35%, em peso, passando na peneira nº 200, para evitar que as arestas do
agregado graúdo penetrem no material subjacente, e que, como conseqüência, os finos
existentes venham a contaminar a camada executada.
b) Esta camada deve ser executada na largura da plataforma, com espessura após
compactação de até 3cm.
c) O espalhamento do material deve ser através de motoniveladora e a acomodação da
camada por compressão, com a utilização de rolo estático liso, em uma ou no máximo
duas passadas.
5.4 Aplicação do agregado graúdo
a) A operação de carga do material deve ser procedida de forma criteriosa, evitando- se
a utilização de agregados graúdos lamelares ou com excesso de finos.
b) O material deve ser transportado através de caminhões basculantes, fazendo-se o
espalhamento com motoniveladora ou distribuidor de agregados em uma camada
homogênea e uniforme, solta.
c) Após o espalhamento podem ser necessárias as seguintes correções:
- Remoção de fragmentos alongados, lamelares ou de tamanho excessivo,
substituídos por agregado graúdo de boa qualidade;
- Correção de pontos com excesso ou deficiência de material. Para a
correção da deficiência é vedado o uso de agregado miúdo.
d) Efetuadas as correções necessárias, poderá ser obtida uma melhor acomodação
através de uma única passada do rolo liso, sem vibração.
5.5 Operações de enchimento e travamento
a) O material, obedecendo a uma das faixas especificadas, o mais seco possível, deve ser
espalhado através de motoniveladora ou espalhador de agregados, em quantidades
suficientes apenas, para preencher os vazios do agregado graúdo.
b) A aplicação do material de enchimento deve ser feita em uma ou mais vezes, até se
obter um bom preenchimento, evitando-se o excesso superficial.
c) A compactação enérgica da camada deve ser realizada com rolo liso vibratório.
d) Nos trechos em tangente, a compactação deve sempre partir dos bordos para o eixo, e,
nas curvas, do bordo interno para o externo. Em cada passada, o equipamento deve
recobrir ao menos a metade da faixa anteriormente comprimida.
e) Após a cobertura completa da área, se houver necessidade, processa-se o
espalhamento da 2ª camada de material de enchimento, podendo ser empregado apenas
agregado miúdo (pedrisco mais pó), para possibilitar melhor travamento, no caso de
excesso de finos, retira-se o excedente, através de meios manuais ou mecânicos,
utilizando-se ferramentas auxiliares (enxada, pá, rastelo, carrinhos de mão e vassoura
mecânica).
f) A compactação deve prosseguir até se obter um bom entrosamento dos agregados.
5.6 Abertura ao tráfego
Após as correções e a compactação, deve se aberta ao tráfego de forma controlada, mantendo-se a
superfície umedecida. Se necessário, as operações corretivas descritas anteriormente devem ser
novamente aplicadas. Caso se tratar de camada de base, será feito o umedecimento e a nova rolagem
com rolo liso sem vibração, antes da imprimação.
6. MANEJO AMBIENTAL
Os cuidados a serem observados visando a preservação do meio ambiente, no decorrer das operações
destinadas à execução de macadame seco são:
6.1 Na exploração das ocorrências de materiais:
6.1.1 Atendimento às recomendações preconizadas na especificação DERBA-ES-T-04/01 –
Terraplenagem - Empréstimos.
6.1.2 Os seguintes cuidados devem ser observados na exploração das ocorrências de materiais
pétreos:
a) O material somente deve ser aceito após a Executante apresentar a licença ambiental
de operação da pedreira, para arquivamento da cópia junto ao Livro de Ocorrências da
Obra.
b) Evitar a localização de pedreira e das instalações de britagem em área de preservação
ambiental.
c) Planejar adequadamente a exploração da pedreira, de modo a minimizar os danos
inevitáveis durante a exploração e possibilitar a recuperação ambiental, após a retirada
de todos os materiais e equipamentos.
d) Não provocar queimadas como forma de desmatamento.
e) As estradas de acesso devem seguir as recomendações da especificação DERBA-EST-02/01 – Terraplenagem – Caminhos de Serviços.
f) Devem ser construídas, junto às instalações de britagem, bacias de sedimentação para
retenção do pó de pedra eventualmente produzido em excesso ou por lavagem da brita,
evitando seu carreamento para cursos d’água.
g) Quando a pedra for adquirida de terceiros, deve ser exigida a documentação atestando
a regularidade das instalações e da operação da pedreira, junto ao Órgão competente.
6.2 Na execução:
Os cuidados para a preservação ambiental referem-se à disciplina do tráfego e estacionamento dos
equipamentos.
a) Deve ser proibido o tráfego desordenado dos equipamentos fora do corpo estradal,
para evitar danos desnecessários à vegetação e interferências na drenagem natural.
b) As áreas destinadas ao estacionamento e aos serviços de manutenção dos
equipamentos, devem ser localizadas de forma que resíduos de lubrificantes e/ou de
combustíveis, não sejam levados até cursos d’água.
7. CONTROLE
7.1 Controle tecnológico
Os locais para realização dos ensaios de controle devem ser de livre escolha da Fiscalização e devem
ser procedidos os seguintes ensaios:
a) Granulometria do material de enchimento e do bloqueio pelo método DERBA S04/68, sendo para o reforço um ensaio a cada 600 m de pista e para a sub-base e a base
um ensaio a cada 300m de pista.
b) Abrasão Los Angeles e durabilidade, um ensaio por mês sempre que houver alteração
mineralógica da bancada da pedreira em exploração.
7.2 Verificação de campo
a) O controle deve ser basicamente visual, na bancada da pedreira, nos estoques, nas
operações de carregamento e nas operações de pista.
b) A verificação da compactação, deve ser feita com a colocação, à frente do rolo liso,
de uma pedra de tamanho razoável, avaliando-se o efeito da passagem do rolo, sobre a
pedra e sobre a camada executada.
c) As condições de enchimento dos vazios do agregado graúdo e travamento devem ser
verificadas através de poços de inspeção, em pontos escolhidos aleatoriamente, a cada
300 m de pista.
7.3 Controle Geométrico e de Acabamento
a) Cotas: após a execução do serviço, devem ser procedidos a relocação e o nivelamento
do eixo e dos bordos, a cada 20 metros, pelo menos, envolvendo no mínimo três pontos
da seção transversal.
b) Largura: deve ser determinada a largura da plataforma acabada, por medidas a trena,
executadas a cada 20m, pelo menos.
c) Acabamento da superfície: as condições de acabamento da superfície devem ser
apreciadas pela Fiscalização, em bases visuais.
8. ACEITAÇÃO
8.1 Controle tecnológico
Os serviços devem ser considerados aceitos, sob o ponto de vista tecnológico, desde que sejam
atendidas as seguintes condições:
a) Os valores máximos e mínimos, decorrentes da amostragem, a serem confrontados
com os especificados sejam calculados pelas seguintes fórmulas:
8.2 Controle Geométrico e de Acabamento
Os serviços executados devem ser aceitos à luz do controle geométrico e de acabamento, desde que
atendidas as seguintes condições:
a) A espessura média da camada de reforço, sub-base e base deve ser determinada pela
fórmula:
b) A espessura média determinada estatisticamente deve estar no intervalo de mais ou
menos 0,02 m em relação à espessura de projeto;
c) Não devem ser tolerados valores individuais de espessura, fora do intervalo mais ou
menos 0,03 m, em relação a espessura de projeto;
d) Em caso de aceitação, dentro das tolerâncias estabelecidas, de uma camada de ,
reforço, sub-base e base com espessura média inferior à de projeto, a diferença deve ser
compensada estruturalmente nas camadas a serem superpostas;
e) Em caso de aceitação, dentro das tolerâncias estabelecidas, de uma camada de base
com espessura superior à de projeto, a diferença não deve ser deduzida da espessura do
revestimento;
f) A variação máxima de largura da plataforma da camada final, deve ser de 0,10m, não
se admitindo variação para menos;
g) As condições de acabamento, apreciadas pela Fiscalização em bases visuais, sejam
julgadas satisfatórias.
9. MEDIÇÃO
9.1 Os serviços devem ser medidos, levando-se em consideração o volume compactado medido na
pista e expresso em metros cúbicos, segundo a seção transversal do projeto. Para fins de cálculo da
largura média, deve ser considerado o talude da camada igual a 1,5H : 1,0V.
9.2 No cálculo dos volumes, obedecidas as tolerâncias especificadas, deve ser considerada a
espessura média (
9.3 Quando
superior, deve ser considerada a espessura de projeto.
10. PAGAMENTO
Os serviços executados devem ser pagos, mediante medição, com base nos preços unitários
contratuais, os quais devem representar a compensação integral para todas as operações, transportes,
materiais, perdas, mão de obra, equipamentos, encargos e eventuais necessários à completa execução
dos serviços. Quando necessário o emprego da camada de bloqueio, esta não será objeto de
remuneração em separado.