Cesta do Mercado Atacadista do Rio de Janeiro – FLV - Pesagro-Rio

Transcrição

Cesta do Mercado Atacadista do Rio de Janeiro – FLV - Pesagro-Rio
CESTA DO MERCADO ATACADISTA DO RIO DE JANEIRO
Frutas, legumes e verduras (FLV) - janeiro/2009
Hilton Cunha1; Marco César Rennô2; Jose Leonel C. D. Rocha Lima3
Em janeiro, o valor alcançado na totalização dos preços médios mensais da comercialização atacadista,
praticados pelos produtores rurais e comerciantes de hortifrutigranjeiros, foi de R$ 348,52 (trezentos e quarenta e oito
reais e cinquenta e dois centavos), tendo como base os dezoitos itens expressos na Tabela 5 (Tabela 1).
Tabela 1: Valor mensal da Cesta de Mercado dos 18 produtos hortigranjeiros mais comercializados no atacado - 2005/2009.
VALOR DA CESTA
ANO
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
2005
270,85
291,23
306,27
330,35
334,85
297,69
304,65
291,32
307,36
267,48
281,90
329,86
2006
280,80
320,75
355,91
374,11
324,35
304,80
335,77
364,99
346,50
356,92
318,76
301,75
2007
309,49
327,36
356,78
322,13
326,50
334,72
328,82
311,18
343,49
345,44
305,21
310,97
2008
333,68
310,65
339,15
386,21
383,45
376,62
390,14
385,55
384,46
387,65
377,86
371,47
2009
348,52
Fonte: SIMA/PESAGRO-RIO
1
Estatístico, M.Sc. em Economia Rural - Responsável pelo SIMA/PESAGRO-RIO.
Contador - Colaborador.
3
Engenheiro Agrônomo, Extensionista da EMATER-RIO
2
A queda dos valores mensais, observada desde novembro/2008, reflete a retração da variação mensal da cesta
que, em janeiro/2009, apresenta distanciamento na variação negativa de -6,18%, contra -1,69% em dezembro/2008
(Tabela 2 e Figura 1).
Tabela 2: Variação mensal da Cesta dos 18 produtos hortigranjeiros mais comercializados no Mercado Atacadista do Rio de Janeiro.
VARIAÇÃO MENSAL DA CESTA (%)
ANO
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
2005
2,68
7,52
5,16
7,86
1,36
-11,10
2,34
-4,38
5,51
-12,98
5,39
17,01
2006
-14,87
14,23
10,96
5,11
-13,30
-6,03
10,16
8,70
-5,07
3,01
-10,69
-5,34
2007
2,56
5,77
8,99
-9,71
1,36
2,52
-1,76
-5,37
10,38
0,57
-11,65
1,34
2008
7,89
-6,90
9,17
13,88
-0,71
-1,78
3,59
-1,18
-0,28
0,83
-2,53
-1,69
2009
-6,18
Fonte: SIMA/PESAGRO-RIO
Figura 1 - Mercado Atacadista do Rio de Janeiro
Valores
Variação dos Valores Médios Mensais
R$ 410,00
R$ 390,00
R$ 370,00
R$ 350,00
R$ 330,00
R$ 310,00
R$ 290,00
R$ 270,00
R$ 250,00
2005
2006
2007
2008
2009
JAN
FEV
MAR ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Meses
A variação acumulada do período 2009/2005 expõe a máxima em 28,68% (janeiro) e a mínima no mesmo mês,
em 4,45, no período 2009/2008 (Tabela 3).
Tabela 3: Variação acumulada da cesta dos 18 produtos hortigranjeiros mais comercializados no Mercado Atacadista do Rio
de Janeiro. 2005/2009.
VARIAÇÃO ACUMULADA (%)
PERÍODO
JAN
2009/2005
28,68
2009/2006
24,12
2009/2007
12,61
2009/2008
4,45
2009/2009
28,68
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Fonte: SIMA/PESAGRO-RIO
O mercado apresentou atratividade mais abrangente, evidenciada na redução dos preços em 44,44% dos
produtos integrantes da cesta do mercado atacadista, indicador de difusão da cesta, ocorrendo redução das bases de
variação negativa (Tabela 4).
Tabela 4: Indicadores de difusão da cesta dos 18 produtos hortigranjeiros mais comercializados no Mercado Atacadista do
Rio de Janeiro. 2007/2009.
INDICADORES DE DIFUSÃO (%)
ANO
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
2007
38,89
33,33
38,89
66,67
55,56
55,56
50,00
50,00
27,78
33,33
66,67
22,22
2008
22,22
50,00
33,33
38,89
61,11
61,11
44,44
22,22
55,56
66,67
44,44
33,33
2009
44,44
Fonte: SIMA/PESAGRO-RIO
Tabela 5: Preços médios em janeiro e variação mensal e relativa dos 18 produtos hortigranjeiros mais comercializados no
Mercado Atacadista do Rio de Janeiro. 2004/2009.
PREÇOS MÉDIOS
VARIAÇÕES
VARIAÇÃO MENSAL
2009/
2004
2009/
2005
2009/
2006
2009/
2007
2009/
2008
46,96
67,65
17,66
-26,74
54,78
27,00
28,02
-11,30
36,62
47,47
22,13
22,61
20,38
10,58
37,05
27,58
29,22
36,60
33,91
62,79
19,65
32,14
27,86
18,66
28,52
11,19
14,49
18,59
12,81
26,28
Mamão Hawai
6,15
12,72
11,92
8,49
Melancia
0,73
0,72
0,95
35,31
34,42
Abacaxi
1,59
Chuchu
PRODUTOS
2004
2005
2006
2007
2008
2009
DEZ
JAN
JAN
JAN
JAN
JAN
JAN
JAN
Batata Comum
28,01
39,91
64,10
30,34
47,30
Tomate
31,59
20,51
19,00
36,03
Laranja Pêra
18,43
14,87
22,61
Banana Prata
20,83
25,83
Cenoura
13,03
Cebola
-0,72
38,14
46,96
23,13
-22,23
3,78
44,54
28,02
(37,09)
-9,86
-7,91
-9,86
23,59
20,38
(13,61)
31,28
22,95
16,05
-7,35
29,61
33,91
14,52
118,88
45,14
-11,26
2,37
52,84
23,51
28,52
21,31
22,86
104,29
57,76
22,97
78,45
-13,01
22,36
22,86
2,24
12,72
10,96
78,21
-13,84
-8,05
29,09
-13,84
14,61
10,96
(24,98)
0,85
0,94
0,87
19,18
20,83
-8,42
2,35
-7,45
0,93
0,87
(6,45)
0,00
43,64
42,43
51,61
46,16
49,94
0,00
18,26
21,64
56,78
51,61
(9,11)
1,93
2,70
2,54
2,64
2,73
71,70
41,45
1,11
7,48
3,41
2,35
2,73
16,17
10,42
16,79
13,43
19,88
19,73
17,67
69,58
5,24
31,57
-11,12
-10,44
10,55
17,67
67,49
0,63
0,73
0,72
0,77
0,90
0,76
20,63
4,11
5,56
-1,30
-15,56
0,74
0,76
2,70
Manga
10,86
12,20
9,98
17,23
14,78
21,07
94,01
72,70
111,12
22,29
42,56
19,26
21,07
9,40
Aipim
18,23
15,55
13,98
17,26
16,48
17,01
-6,69
9,39
21,67
-1,45
3,22
17,13
17,01
(0,70)
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Limão Tahiti
12,13
20,93
22,14
18,52
22,10
25,62
111,21
22,41
15,72
38,34
15,93
44,21
25,62
(42,05)
Mamão Formosa
14,19
19,08
20,36
21,22
21,89
18,82
32,63
-1,36
-7,56
-11,31
-14,02
22,20
18,82
(15,23)
0,53
0,52
0,60
0,70
0,62
0,75
41,51
44,23
25,00
7,14
20,97
0,64
0,75
17,19
Maçã Nacional
Abóbora Comum
Tangerina Ponkan
Coco Verde
Fonte: SIMA/PESAGRO-RIO
%
Tabela 6: Maiores retrações na cesta dos 18 produtos hortigranjeiros mais
comercializados no Mercado Atacadista do Rio de Janeiro.
Maiores Retrações
dezembro/2008 - janeiro/2009
(%)
Limão Tahiti
-42,05
Tomate
-37,09
Mamão Hawai
-24,98
Tabela 7: Maiores incrementos na cesta dos 18 produtos hortigranjeiros mais
comercializados no Mercado Atacadista do Rio de Janeiro.
Maiores Incrementos
dezembro/2008 - janeiro/2009
(%)
Chuchu
67,49
Batata
23,13
Cenoura
21,31
RESUMO
1 - Maiores Retrações: o limão Tahiti (caixa de 25/27 kg) foi cotado em dezembro a R$ 44,21 (quarenta e quatro reais e
vinte e um centavos), com custo em janeiro de R$ 25,62 (vinte e cinco reais e sessenta e dois centavos), com variação
retraída em -42,05%. O tomate (caixa de 20/23 kg) foi cotado em dezembro a R$ 44,54 (quarenta e quatro reais e
cinquenta e quatro centavos) e, em janeiro, a R$ 28,02 (vinte e oito reais e dois centavos), tendo a cotação no atacado
variado -37,09% em janeiro. O mamão Hawaí (caixa de 12/15 kg), cotado em dezembro a R$ 14,61 (catorze reais e
sessenta e um centavos) e em janeiro a R$ 10,96 (dez reais e noventa e seis centavos), registrou variação mensal de
-24,98%.
2 - Maiores Incrementos: o chuchu (caixa de 18/22 kg) foi cotado em janeiro a R$ 17,67 (dezessete reais e sessenta e
sete centavos), com variação de +67,49%. A batata (saco de 50 kg) teve custo de R$ 46,96 (quarenta e seis reais e
noventa e seis centavos), com variação mensal de +23,13%. A cenoura (caixa de 20/23 kg) foi cotada em janeiro a R$
28,52 (vinte e oito reais e cinquenta e dois centavos), com incremento mensal de +21,31%.
3 - A queda no preço de aquisição dos produtos da cesta do mercado atacadista, índice de difusão, foi registrada em
44,44% dos 18 produtos no mês de janeiro.
4 - A variação acumulada do período 2009/2005 expõe a máxima em 28,68% (janeiro), enquanto no período 2009/2008
observou-se a mínima nos atuais 4,45%.
5 - Retração expressiva na variação mensal da cesta de janeiro, exposta em -6,18% contra -1,69% de dezembro/2008.
SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS DO PRODUTO NO MERCADO
LEGUMES
Abóbora: as cotações das abóboras Branca, Baiana e Japonesa continuam em alta, com destaque para a Japonesa,
que teve majoração de 48,39%. A abóbora de Pescoço foi a única que teve queda, de 5,61%. A colheita da abóbora
Japonesa ficou restrita à Bahia e a oferta diminuiu muito.
As abóboras Baiana e Sergipana, muito demandadas no mercado, estão no final de colheita em Sergipe. O Rio
Grande do Norte foi o maior ofertante que, por ser mais distante, encareceu o frete e as cotações ficaram 25,97% mais
elevadas.
A chuva na região Sudeste prejudicou a colheita da abóbora Branca, que foi colhida com alto teor de umidade.
Consequentemente, houve maior perda no transporte e, principalmente, no armazenamento dentro das lojas, aparecendo
manchas na casca que evoluíram para murchas. A maior oferta foi de São Paulo e uma pequena quantidade de Paty de
Alferes.
A abóbora de Pescoço, ofertada principalmente por São Paulo, apresentou os mesmos problemas de colheita,
pós-colheita e armazenamento que a Branca.
Tradicionalmente, no mês de janeiro são altas as cotações das abóboras devido à redução da oferta do Nordeste,
principal região ofertante. A tendência das cotações é permanecer em alta. A partir de março, a oferta deve começar a
se normalizar e as cotações deverão cair.
Abobrinha: as cotações continuaram em alta acentuada, registrando média de 60,94%. O principal motivo foram as
chuvas ocorridas na região Serrana do Rio de Janeiro, principal polo produtor nessa época do ano. A cultura é muito
sensível a longos períodos de chuva e a oferta diminuiu significativamente.
Os produtores da região de Barbacena-MG aproveitaram as altas cotações e ofertaram um mix de variedades de
abobrinha, embaladas em caixas de papelão, a preços inferiores em 15%.
Alface: a tendência de alta nas cotações foi confirmada: a alface tipo extra aumentou 14,68% e a especial 4,80%,
bastante acima dos acréscimos registrados nos meses anteriores, em razão da persistência das chuvas, o que dificultou
o cultivo e a colheita, além de depreciar a qualidade do produto.
O aumento três vezes maior na cotação da alface tipo extra em relação à especial, pode ser explicado pela piora
na qualidade geral das alfaces, que ficaram muito prejudicadas com a elevada umidade e calor.
Batata: revertendo a situação anormal de queda nas cotações médias da batata em dezembro, o mês de janeiro
registrou alta em todos os tipos de batata. A alta média das batatas comum e lisa foi de 29,72%. A maior alta foi
registrada na batata lisa de segunda, com 46,07%, e a menor na comum de primeira, de 22,20%.
O principal estado ofertante continuou sendo Minas Gerais, com colheita nas regiões de Carandaí, Andrada, Maria
da Fé e Puina, entre outras. O Paraná está enviando pequena parcela, principalmente da batata Asterix (lisa e de
coloração rósea).
No final do mês, foi observado pico nas cotações e a batata lisa especial foi facilmente comercializada a R$
65,00/sc. O problema ocorrido foi a persistência das chuvas nas áreas de produção. Com o solo molhado, aumenta a
perda durante a colheita, já que a terra úmida não se destorroa quando o arado revira a leira, perdendo-se muita batata e
forçando a subida dos preços nas zonas de produção.
Beterraba: pelo terceiro mês consecutivo, as cotações apresentaram alta. Em janeiro, a aceleração foi menor e a alta
média registrou 28,70%.
Essa época quente do ano não favorece a produção de beterraba. Nas zonas de produção do Rio de Janeiro, São
Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo o produto está em alta. Sumidouro, Nova Friburgo e Teresópolis estão ofertando no
Pavilhão dos Produtores e contribuindo para a desaceleração na escalada das cotações.
Berinjela: majoração média de 14,31%. A região Serrana do Rio de Janeiro está ofertando com colheitas em Sumidouro,
Teresópolis e Nova Friburgo. Início de colheita em São Sebastião do Alto. Nos próximos meses, iniciará a colheita nas
áreas mais baixas do estado. Os estados de São Paulo e Espírito Santo também estão ofertando.
Cebola: oferta e demanda equilibradas. A cotação da cebola gaúcha se manteve estável. A boa qualidade da cebola
gaúcha e a ausência das cebolas pernambucana e argentina mantiveram a cotação média em R$ 22,86, considerada alta
para o atacado.
A qualidade da cebola catarinense melhorou com a perda do excesso da umidade e sua cotação se aproximou da
gaúcha, recuperando 7,31% na média.
A cebola holandesa continuou ausente. A cebola argentina que circulou no mercado na realidade era uma gaúcha
de excelente qualidade e embalada em sacos com inscrições argentinas. A safra argentina de cebola só é esperada para
o início de março.
Cenoura: a escalada das cotações da cenoura continuou firme, embora não de forma tão agressiva como a verificada no
mês de dezembro, quando a cotação média aumentou 75,73%. Este mês, a variação média positiva foi de 22,78%.
O produto está sendo colhido sob chuva nas zonas de produção de Minas Gerais, São Paulo e na região Serrana
do Rio de Janeiro, chegando muito úmido e dificultando a conservação.
Devido ao excesso de umidade no solo, as lavouras apresentaram problemas para o pleno desenvolvimento das
raízes. A cenoura está sendo colhida com tamanhos menores. A cenoura G está com baixa oferta; se o período letivo já
tivesse iniciado, a demanda por esse tipo seria maior e, consequentemente, a pressão por aumento da cotação seria
grande.
A coloração também está prejudicada pelo excesso de nebulosidade; a cor está fosca e as cenouras não
apresentam o brilho habitual.
Os maiores ofertantes foram São Gotardo-MG e Piedade-SP.
Chuchu: depois de registrar a maior queda nas cotações entre os legumes acompanhados pelo SIMA-RJ, o chuchu
apresentou a segunda maior alta, com 78,94% de variação na média das cotações.
As ofertas de São José do Vale do Rio Preto e de Bom Jardim continuaram firmes. O Espírito Santo também está
ofertando. Entretanto, os chuchus produzidos nas serra fluminense são mais procurados e valorizados devido à
qualidade superior do produto. Os chuchus colhidos no Espírito Santo são mais graúdos e de coloração verde clara, o
que deprecia o produto.
Inhame: final da entressafra de inhame no estado do Rio de Janeiro. Início de safra em Cachoeiras de Macacu, que
deverá se estender até março. Em seguida, a região Serrana iniciará a colheita.
Os produtores de Cachoeiras de Macacu informaram que a área de inhame diminuiu no município, devido aos
altos custos para a implantação das lavouras, uma vez que a semente, que é o próprio produto, valorizou-se muito, além
da necessidade de utilização de fertilizantes químicos que estão caríssimos. Como resultado, os produtores substituíram
muitas áreas de inhame por aipim.
As áreas de produção de São José da Boa Morte, em Cachoeiras de Macacu, estão novamente inundadas com o
novo rompimento do dique.
O Espírito Santo também ofertou inhame e conseguiu melhores cotações devido à melhor apresentação e seleção
do produto. O inhame capixaba está sendo mais bem selecionado e classificado que o fluminense. As caixas de madeira
utilizadas são novas e grandes, pesando no mínimo 22 kg.
O inhame produzido em Cachoeiras de Macacu foi ofertado sem boa classificação e embalado em caixas velhas e
pequenas, pesando entre 15 e 20 kg e não alcançando a cotação do capixaba.
Jiló: oferta reduzida e cotações majoradas em 48,34%. Sumidouro é o grande produtor de jiló. Os municípios de
Teresópolis, Nova Friburgo e São Sebastião do Alto também ofertaram. Nos próximos meses, iniciará a colheita das
áreas mais baixas do estado.
Pepino: como a lavoura é muito sensível a chuvas, verificou-se diminuição da oferta e aumento nas cotações médias de
70,59%, o terceiro maior aumento entre os legumes acompanhados pelo SIMA-RJ.
A região Serrana deverá colher até março; em seguida, haverá oferta das regiões mais quentes do estado.
Com as cotações altas, o tipo especial foi mais demandado e sua cotação aumentou mais que o extra.
Pimentão: queda de 7,59% no tipo extra e de 19,95% no especial. Depois de apresentar a segunda maior alta dos
legumes em dezembro, com incremento médio de 56,10%, o produto, que foi muito ofertado, baixou em média 12,43%.
A região Serrana fluminense deverá continuar colhendo bastante até abril.
Quiabo: diminuição da oferta e aumento de 3,52% na cotação média. É época de quiabo barato no mercado. A cotação
de R$ 30,00 pela caixa do quiabo extra é considerada alta para o período. A justificativa para esse patamar deve ser as
chuvas incessantes que dificultaram as colheitas e provocaram a diminuição do volume.
É época de colheita em todas as regiões do Rio de Janeiro e do Espírito. Santo. Os municípios de Laranja da
Terra e Joatuba, no Espírito Santo, continuaram a ofertar quiabo de excelente qualidade, muito bem embalado em
bandejas de isopor, com filme transparente, acondicionado em caixas de madeira novas, obtendo vantagens na
comercialização.
Repolho: a cotação média subiu 11,80%, mais que o dobro da alta média do mês anterior. Em consequência das
chuvas, a oferta diminuiu.
Os repolhos comercializados no Pavilhão dos Produtores durante a primeira quinzena de janeiro apresentaram
muitas folhas furadas, consequência do ataque de lagartas, que não foram controladas devido à ineficiência ou falta das
pulverizações durante o período de chuvas continuas.
Tomate: apresentou queda média de 39,00% nas cotações, a maior entre os legumes acompanhados pelo SIMA-RJ,
voltando ao patamar do mês de novembro de 2008.
Devido às chuvas ocorridas na região Sudeste, a oferta de tomate diminuiu, elevando as cotações na Ceagesp e
na Ceasa-MG. As cotações do tomate no mercado fluminense não acompanharam esse movimento de alta, em razão da
menor demanda em relação ao mês anterior e à boa oferta do tomate fluminense no Pavilhão dos Produtores.
Em São Paulo, as altas cotações canalizaram a maioria da oferta paulista, diminuindo significativamente suas
entradas no mercado do Rio de Janeiro. O mesmo aconteceu em Minas Gerais, onde as cotações elevadas atraíram
grande parte da produção capixaba.
A diminuição da demanda na primeira quinzena do período analisado e a produção fluminense, principalmente de
Nova Friburgo, Teresópolis, Bom Jardim e Duas Barras, impediram a elevação das cotações no mercado do Rio de
Janeiro.
Com a oferta restrita à produção fluminense e a aceleração da demanda na segunda quinzena do mês, as
cotações se recuperaram, entretanto a média final ficou negativa.
Os municípios de Paty de Alferes e Vassouras estão no final de safra. A produção ficará restrita à região Serrana
(Nova Friburgo, Teresópolis, Bom Jardim e Duas Barras) e a tendência das cotações para o próximo mês é de alta.
O tomate produzido no estado do Rio de Janeiro é de boa qualidade, entretanto, os produtores fluminenses não
se beneficiaram das altas cotações das praças paulistas e mineiras por dois motivos: a falta de classificação e seleção do
produto e o acondicionamento em caixas de madeira velhas e pequenas.
Vagem: a baixa oferta provocou a maior alta entre os legumes acompanhados pela SIMA-RJ. A cotação média da vagem
manteiga subiu 87,90% e a da vagem macarrão 74,16%.
A colheita da vagem é uma operação morosa e trabalhosa, sendo muito prejudicada pelas chuvas, diminuindo o
volume colhido e ofertado.
O excesso de umidade e dificuldade no controle preventivo prejudicou muito a produção e a qualidade, devido ao
aumento da incidência de antracnose, doença fúngica que ataca a vagem. Foram observados vários lotes com sintomas
da doença.
FRUTAS
Abacaxi: o término das safras do Rio de Janeiro e do Espírito Santo resultou na diminuição da oferta. Aumento médio de
14,94% nas cotações.
Começo de safra do abacaxi do Pará, o maior produtor nacional. No início da safra, os frutos ainda não estão
muito graúdos. A massa é branca e a acidez maior. A safra deverá estender-se até junho. O frete mais caro elevou os
preços no mercado.
A Paraíba está no final de safra, que deverá acabar entre 20 de fevereiro e 15 de março. O fruto é muito bem
aceito pelo consumidor fluminense, pois a massa é amarelada, semelhante à dos frutos colhidos no Norte Fluminense e
no Sul do Espírito Santo.
Os produtores fluminenses e os lojistas não gostaram do resultado da comercialização em dezembro. A oferta foi
muito grande e a desorganização na comercialização foi generalizada. Os preços foram baixos tanto no Natal como no
Ano Novo, não alcançando as cotações esperadas.
Ameixa: boa oferta de ameixa nacional e pequena elevação da cotação (6,7%), em razão da redução da oferta de
pêssego. As variedades observadas no mercado foram a Letícia, colhida em Santa Catarina; Fortuna, produzida no Rio
Grande do Sul; e Santa Rita, de Minas Gerais.
Banana: o aumento das cotações da banana Prata continuou no mês de janeiro, alcançando 13,72%, apesar da grande
alta verificada em dezembro, da ordem de 27,56%.
Em Janaúba-MG, começou a ter banana Prata, entretanto, ainda não começou a safra e também não acabou a
entressafra. Provavelmente no final de fevereiro e início de março, a oferta voltará ao normal. O preço da banana prata
nas áreas de produção de Janaúba está muito elevado. Acrescendo o custo da embalagem, mão de obra para
embalagem, frete e comissão de venda, uma caixa de banana prata especial está chegando à Ceasa-RJ a R$ 34,25,
acima do preço médio verificado no mês.
A maior parte da Prata foi ofertada por São Paulo, em menor quantidade pelo Espírito Santo e uma pequena
parcela fluminense. São Paulo oferta banana Prata na entressafra de Janaúba; quando esta voltar a ofertar, a Prata
paulista começará a escassear.
O mercado da banana D’água está equilibrado. Boa oferta de Santa Catarina e de São Paulo. Janaúba-MG,
Espírito Santo e Rio de Janeiro ofertaram pequena parcela. As regiões produtoras de banana em Santa Catarina não
foram afetadas pelas chuvas.
Caqui: o mercado recebeu as primeiras entradas da variedade precoce Costata, de Barbacena-MG. Como a safra está
no início, os frutos ainda estão pequenos. O caqui está sendo comercializado em caixas de papelão com 4 caixetas,
contendo 24, 28, 32, 36 e até 40 frutos.
Foi observada pequena oferta da variedade Rama Forte, colhida em Carandaí-MG. A safra paulista inicia em
março, iniciando-se, em seguida, a safra da região Serrana Fluminense.
Coco: recuperação da cotação do coco verde, com aumento de 17,19% no mês de janeiro, compensando a queda de
14,76% apurada em dezembro. Tendência de alta em razão da época de grande calor, com praias cheias e carnaval. O
melhor vendedor de coco é o sol. Oferta do Espírito Santo e do Nordeste.
O coco seco, com menor demanda, recuou 1,83%.
Fruta do Conde: o principal ofertante é o município baiano de Presidente Dutra, próximo a Irecê. É região de pequenos,
médios e grandes produtores de fruta do conde. Janeiro a maio é a época da safra natural da fruta do conde na Bahia.
Quatro grandes produtores e principais fornecedores da Ceasa-RJ utilizam a irrigação nos pomares, o que
possibilita a oferta durante todo o ano. Outro estado fornecedor é o Rio Grande do Norte. Os pomares não são irrigados e
a colheita natural ocorre entre abril e junho.
Os estados de Pernambuco e Ceará não fornecem mais para o mercado fluminense há aproximadamente cinco
anos. Segundo informações obtidas, uma praga (broca dos frutos) atacou os pomares e não foi devidamente combatida,
tirando esses estados do mercado.
Goiaba: inicio da safra natural do fruto. Queda de 45,17% na média das cotações, a maior queda entre as frutas
acompanhadas pelo SIMA-RJ.
Os pomares de goiaba de mesa do estado do Rio de Janeiro, manejados pela colônia japonesa, estão muito
carregados de frutos e a safra vai ser abundante. As regiões de Funchal, Mazomba, Papucaia, São Lourenço e Tinguá
estão em colheita, principalmente das variedades Itigio, Mauro Satto e Paluma, entre outras.
Laranjas:
Bahia: ausente do mercado, devendo retornar em abril ou maio.
Lima: entressafra, baixa oferta e elevação da cotação média na ordem de 19,27%.
Natal: queda de 7,77% na média das cotações. Oferta do estado do Rio de Janeiro, cuja safra está se
aproximando do final.
Pera: maior oferta e queda média nas cotações de 13,03%. Período de safra em São Paulo, maior ofertante do
mercado. O estado de Sergipe coloca laranja Pera no mercado fluminense somente durante a entressafra paulista, que
começa em março e vai até maio.
Seleta: encontra-se na entressafra. O início da safra é entre maio e junho, estendendo-se até agosto. A laranja
Seleta atualmente comercializada no mercado, na realidade é a Charmut, produzida em São Paulo, com final de colheita
previsto para fevereiro.
Lima da Pérsia: entressafra. Oferta pequena e cotações em alta de 17,45%.
Limão: segunda grande queda consecutiva na cotação, atingindo 42,05%. Tendência de baixa com o início da fase forte
da safra dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Maçã: queda de 9,11% na maçã Gala nacional e de 7,26% na Fuji nacional. A nova safra de maçã nacional (2008/2009)
começou em 15 de dezembro e a tendência é de baixa.
A variedade precoce EVA começou a ser colhida e já foi ofertada na semana do Natal. Essa variedade tem
colheita bastante rápida e terminou no final de janeiro. A colheita da variedade Gala iniciou em janeiro e se estende até
junho. A variedade Fuji é de colheita tardia, devendo iniciar em junho e se estender até dezembro.
Mamão: de acordo com a previsão da análise anterior, ocorreu queda de 15,23% na cotação do mamão Comum e de
24,98% no mamão Hawai.
O início da safra e o aumento da oferta com a regularização da colheita derrubaram os preços nas zonas de
produção e as cotações diminuíram.
Manga: a manga Carlotinha é fruta de época bem definida e está no final da colheita em Minas Gerais, principal
ofertante, elevando a cotação em 8,46%.
A manga Bourbon está na época de colheita em todo o Nordeste. Em dezembro, o maior ofertante foi o Rio
Grande do Norte; em razão da boa demanda e do maior custo do frete, a cotação subiu 9,40%.
A manga Palmer cultivada em São Paulo encontra-se em plena safra, com boa oferta, inclusive impedindo a maior
entrada da manga Tommy nordestina. Sua cotação caiu 11,01%, apesar da excelente qualidade. A manga Palmer
paulista é muito bem aceita pelos consumidores e o frete é mais econômico, dominando a oferta e o mercado. A safra da
Palmer paulista se estende até o final de fevereiro.
A variedade Tommy, colhida principalmente no Nordeste, está fora de época. Seu preço subiu muito nas zonas de
produção, perdendo a competitividade e deixando de ser negociada em razão da safra de manga Palmer paulista.
Maracujá: oferta de vários municípios do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Boa demanda e cotações
aumentadas em 7,19%.
Melancia: recuo médio de 6,70% nas cotações médias após a subida de 18,28% no mês de dezembro. Os estados
ofertantes são o Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia.
O Rio Grande do Sul está ofertando frutos de excelente qualidade e bastante graúdos, com média de 13 kg. São
as melancias mais caras do mercado devido ao maior valor do frete. A safra deverá estender-se até março.
São Paulo está colhendo o final da safra principal; em março deverá iniciar a colheita da chamada safrinha. O
estado da Bahia também está ofertando. Em maio os lojistas aguardam o início da longa safra goiana.
A tendência é de alta porque o melhor vendedor de melancia é o sol.
Melão: alta média de 4,70%, sendo que o tipo 14 subiu 8,90%. A tendência de alta. Início da entressafra no Nordeste,
principal produtor de melão, que se estende até junho.
Morango: após a alta de quase 19% em dezembro, a cotação do extra baixou 3,30%, enquanto a do especial aumentou
2,30%. A safra gaúcha está entrando na fase final, e talvez chegue até meados de fevereiro. Minas Gerais está
trabalhando para ofertar morango o ano todo, alternando os plantios entre áreas altas e baixas. A APRAV – Associação
dos Produtores de Alfredo Vasconcelos está com fornecimento constante para algumas boas lojas do mercado, que
fazem a distribuição entre outros lojistas.
Observada, novamente, a oferta de Morango Orgânico da Serra, produzido em Bom Repouso-MG. São cinco
cumbucas de 250 gramas por caixa.
Pequena oferta do Espírito Santo.
Pêssego: o final da safra do pêssego nacional ocasiona menor oferta e alta de 10,91%. A variedade Chiripá está no final
de safra. A variedade Iragil foi a última variedade a chegar ao mercado e também está no término da safra.
O resultado da safra foi considerado bom, tanto pela boa oferta como pela qualidade superior, sendo o paladar
muito elogiado. A rentabilidade foi boa para os produtores e lojistas.
Uva: época de safras no Nordeste, São Paulo e Rio Grande do Sul. Boa oferta e queda nas cotações de todas as
variedades. A queda média foi de 26,16%, sendo que a maior retração foi observada na uva Itália, de 41,43%, e a menor,
de 18,22%, na Red Glob.
A oferta da região nordestina foi de aproximadamente 50% da uva Itália e a outra metade composta pelas ofertas
da Red Glob, Thompson e Benitaka.
São Paulo ofertou Itália, Ruby, Benitaka, Brasil e Rosada, conhecida como Niágara. Observou-se maior
quantidade de Itália e menor quantidade de Niágara, além de um pouco de Isabel, que só é ofertada em janeiro.
O Paraná ofertou a Rubi e a Benitaka e, em menor quantidade, a Itália. Está no final da safra. O Rio Grande do
Sul ofertou as uvas Rosada e Isabel.
A tendência é de que esse patamar seja matido ou baixar ainda mais devido à plena safra de uva que se está
atravessando. Fevereiro é o mês da Festa da Uva na Serra Gaúcha.

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