CARACTERIZAÇÃO DO VAPOR GERADO POR ABLAÇÃO DE
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CARACTERIZAÇÃO DO VAPOR GERADO POR ABLAÇÃO DE
Tese apresentada à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências do Programa de Estudos de Doutorado no Curso de PósGraduação em Física, Área de Física Atômica e Molecular. Madalena Alice Priante Gião CARACTERIZAÇÃO DO VAPOR GERADO POR ABLAÇÃO DE TUNGSTÊNIO POR LASER DE “CU-HBr” Prof. Dr. Nicolau André Rodrigues Silveira Orientador Homero Santiago Maciel Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Campo Montenegro São José dos Campos, SP – BRASIL 2006 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Divisão Biblioteca Central do ITA/CTA Gião, Madalena Alice Priante CARACTERIZAÇÃO DO VAPOR GERADO POR ABLAÇÃO DE TUNGSTÊNIO POR LASER DE “CUHBr” / Madalena Alice Priante Gião. São José dos Campos, 2006. 112f. Tese de Doutorado – Curso de Física - Área Física Atômica e Molecular Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 2006. Orientador: Prof. Dr. Nicolau André Silveira Rodrigues 1. Ablação. 2. Lasers de vapor metálico. 3. Tungstênio. 4. Aplicação de laser. 5. Crescimento de cristais 6. Filmes finos. 7. Espectroscopia. 8. Fotoionização. 9. Óptica. 10. Física. I. Centro Técnico Aeroespacial. Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Divisão de Ensino Fundamental. II.Título REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Gião, Madalena Alice Priante. CARACTERIZAÇÃO DO VAPOR GERADO POR ABLAÇÃO DE TUNGSTÊNIO POR LASER DE “CU-HBr”/ 2006. 112f. Tese de doutorado – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos. CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: Madalena Alice Priante Gião TÍTULO DO TRABALHO: CARACTERIZAÇÃO DO VAPOR GERADO POR ABLAÇÃO DE TUNGSTÊNIO POR LASER DE “CU-HBr” TIPO DO TRABALHO/ANO: Tese de Doutorado / 2006 É concedida ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica permissão para reproduzir cópias desta tese e para emprestar ou vender cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta tese pode ser reproduzida sem a sua autorização (do autor). ___________________________ Madalena Alice Priante Gião Departamento de Física, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, CTA CEP: 12228-900 – São José dos Campos, São Paulo, Brasil I CARACTERIZAÇÃO DO VAPOR GERADO POR ABLAÇÃO DE TUNGSTÊNIO POR LASER DE “CU-HBr” Título da Tese Madalena Alice Priante Gião Nome do Autor Composição da Banca Examinadora: Prof. Dr. Jayr de Amorim Filho Presidente - ITA Prof. Dr. Nicolau André Silveira Rodrigues Orientador – ITA Prof. Dr. Gilberto Petraconi Filho ITA Prof. Dr. Rudimar Riva IEAv Prof. Dr. Claudio Lenz Cesar UFRJ Prof. Dr. Milton José Cinelli UDESC ITA II DEDICATÓRIA A meus pais pelo incentivo desde os primeiros passos escolares e a meu marido pelo companheirismo e tolerância. III AGRADECIMENTOS Em especial ao Prof. Dr. Nicolau André Silveira Rodrigues, que pacientemente orientou este trabalho e se tornou um grande amigo nestes anos de pesquisa, aprendizado cientifico e profissional. Aos colegas de instituto que muito me apoiaram, dividindo seus conhecimentos e experiências e hoje fazem parte de minha vida como amigos. A Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pelo suporte financeiro. IV Resumo Este trabalho teve como objetivo estudar detalhadamente as propriedades do vapor gerado pela ablação de um alvo sólido de tungstênio por um laser de Cu-HBr, tais como: densidade de átomos, neutros ou ionizados, e a distribuição de velocidades destas mesmas espécies, e obter informações sobre mecanismos de redução das cargas elétricas, de gotículas e de aglomerados no vapor com o objetivo de se obter um jato de vapor monoatômico e neutro, para aplicação de crescimento de filmes finos e espectroscopia de fotoionização. Foram desenvolvidas e testadas três técnicas de monitoramento da pluma de vapor: sensores de PVDF, sondas de Langmuir e ion-gauge. Destas, as duas primeiras se mostraram simples e eficazes para a determinação da distribuição de velocidade de jatos monoatômicos, com a obtenção de parâmetros como temperatura translacional e velocidade de deriva da pluma. V ABSTRACT The purposes of this work were to study comprehensively properties, like the density and the velocity distribution of neutral and ionized atoms from the vapor generated in the ablation of a tungsten target by a HyBrID copper laser, and to get some insight concerning the electric charge reduction mechanism and the droplets and cluster formation in the vapor. This information is important to the obtainment of a neutral monatomic vapor stream for thin film deposition and photo- ionization applications. Three techniques for vapor plume characterization were developed and tested: the PVDF sensor, the Langmuir probe and the ion-gauge probe. The first two are simple and effective to determine the velocity distribution of a monatomic stream, giving the translational temperature and plume drift velocity. VI Sumário 1 – Introdução.......................................................................................................................................1 2 – A ablação a laser.............................................................................................................................6 2.1 Aquecimento de metais por pulsos de laser...............................................................................6 2.2 Estimativa da Taxa de evaporação...........................................................................................13 2.3 Natureza e expansão da pluma de vapor..................................................................................15 3 – A infraestrutura experimental básica............................................................................................17 3.1 – O laser de Cu-HBr................................................................................................................17 3.1.1 Laser de Cu-HBr utilizado...............................................................................................17 3.1.2 Cuidados na operação do laser.........................................................................................20 3.1.3 Qualidade de feixe e como medí-la..................................................................................21 3.1.4 Medição do M2................................................................................................................23 3.1.5 Caracterização temporal do laser.....................................................................................26 3.2 A Câmara de evaporação.........................................................................................................27 3.3 Produção dos Alvos.................................................................................................................29 4 - Experimentos com PVDF.............................................................................................................32 4.1 – A montagem do Sensor de PVDF.........................................................................................32 4.2 - Análise de sinal do sensor de PVDF.....................................................................................33 4.3 - Distribuição angular do vapor...............................................................................................37 4.4 Medições da temperatura translacional e da velocidade de deriva..........................................40 4.5 Conclusões...............................................................................................................................44 5 - Experimentos com sonda de Langmuir.........................................................................................45 5.1 A sonda de Langmuir...............................................................................................................45 5.2 Medições dos parâmetros do plasma.......................................................................................51 5.3 Medições de tempo de vôo com sonda de Langmuir...............................................................52 5.4 Conclusões...............................................................................................................................56 6 – Medições feitas com ion-gauge...................................................................................................57 6.2 Determinação da formação de cargas......................................................................................60 7 – Medições de taxa de evaporação e densidade de partículas da pluma.........................................64 7.1 - Medições com o oscilador de quartzo...................................................................................64 7.2 – Medições de resistência do filme..........................................................................................66 7.3 – Conclusão..............................................................................................................................70 8 – Conclusão geral ...........................................................................................................................71 Apêndice.............................................................................................................................................74 VII Lista de Figuras Diagrama esquemático da absorção do pulso de laser: (a) Curva de intensidade I(t) em função do tempo t para um pulso quadrado de laser, (b) diagrama esquemático de um feixe de laser incidindo sobre a superfície da amostra e região em que o calor é gerado, (c) variação de temperatura T(z) em função da profundidade z.....................................................................................................................8 Diagrama esquemático do laser de Cu-HBr desenvolvido no IEAv..................................................19 Diagrama experimental para obtenção da qualidade de feixe onde 1 é o refletor côncavo total do laser (2.99 m do raio da curvatura), 2 é o tubo do laser, 3 é uma íris de abertura variável, 4 é a lente convexo-plano do acoplamento do laser (f=15,2 cm), 5 é um refletor plano total, 6 é uma lente de focalização (f=25 cm), 7 é um filtro ótico, 8 e 9 são prismas de quartzo, 10 é uma régua de 100 cm , 11 é o LBS-100 e 12 é o analisador do feixe de laser LBA-100. ......................................................24 Curva experimental de W2 em função da posição ao longo do eixo de propagação.........................25 Perfil temporal da linha verde do feixe de laser de Cu-HBr..............................................................26 Câmara Evaporadora..........................................................................................................................28 Diagrama esquemático da montagem experimental para os diversos sensores. ................................28 Foto do arranjo para corte dos discos de tungstênio, As plumas luminosas intensas nos dois lados da placa indicam que o corte vazou a placa, estas plumas são devido parte à emissão do plasma, parte pelo espalhamento do feixe de laser no material ejetado da placa...........................................30 Discos de tungstênio cortados com o laser de Cu-HBr e a placa de origem....................................31 Diagrama da montagem do sensor de PVDF na gaiola de Faraday, para diminuir ruidos do laser de Cu-HBr...............................................................................................................................................33 Circuito elétrico equivalente do PVDF..............................................................................................34 Distribuição de densidade de partículas em função da posição do sensor.........................................39 Representação da pluma de vapor ejetada do alvo.............................................................................40 Sinal típico do PVDF para uma resistência de entrada do osciloscópio de 50 com o sensor a uma distância de 100mm do alvo...............................................................................................................41 VIII Comparação do sinal recuperado a partir do PVDF com o calculado para uma resistência de carga de 50 ................................................................................................................................................42 Comparação do sinal recuperado a partir do PVDF, para uma resistência de carga de 1M ............43 Curva característica de uma sonda de Langmuir, onde VSP é o potencial de plasma, VF é o potencial flutuante e IES é a corrente de saturação de elétrons..........................................................46 Curva da corrente coletada pela sonda de Langmuir em função da tensão aplicada.........................51 Circuito equivalente da sonda de Langmuir no sistema de polarização e leitura do sinal.................53 Sinal característico de distribuição de íons em uma sonda de Langmuir...........................................55 Sinal corrigido da sonda de Langmuir (linha vermelha) e ajuste de uma curva de tempo de vôo do tipo Maxwelliana (linha pontilhada)..................................................................................................55 Sinal registrado do ion-gauge em função da tensão de polarização dos eletrodos transversais, para uma potência de laser de 11W............................................................................................................61 Perfil de geração de cargas para diferentes intensidades do Laser.....................................................62 Taxa de material arrancado em função do tempo, medido por um sensor de cristal de quartzo........66 Geometria do filme depositado..........................................................................................................67 Comparação da medição de taxa de evaporação entre o sistema de resistência elétrica e cristal de quartzo em função da variação de potência do laser..........................................................................68 Imagem das trilhas criadas pela passagem do feixe de laser sobre o alvo sólido...............................70 IX Lista de Tabelas Propriedades térmicas e ópticas do tungstênio e características do laser de Cu-HBr, utilizadas na estimativa do limiar de geração de vapor em tungstênio utilizando este tipo laser. Os parâmetros K condutividade térmica e k difusividade térmica adotados, são valores médios em relação aos valores encontrados na literatura para temperaturas de 300K a 3000K..........................................................13 Parâmetros de operação do Laser de Cu-HBr utilizado.....................................................................26 Resultados obtidos de temperatura translacional e velocidade de deriva das partículas de tungstênio geradas pelo processo de ablação laser de Cu-HBr para as diferentes impedâncias de entrada do osciloscópio........................................................................................................................................43 Resultados obtidos para as diferentes distâncias da sonda de Langmuir do alvo...............................52 Resumo dos resultados obtidos nos diferentes experimentos realizados...........................................74 1 1 – Introdução Durante as décadas de 60 e 70, a ablação de materiais sólidos por pulsos de laser foi extensivamente estudada, visando principalmente a produção e o aquecimento de plasmas 1,2. Os lasers utilizados, de rubi, CO2, Nd e, mais tarde, os excímeros apresentavam pulsos curtos de altíssimas intensidades, baixas taxas de repetição e altas energias por pulso. Nos trabalhos da época, os parâmetros de interesse eram parâmetros de plasma: densidade e temperatura de plasma, de elétrons, de íons, etc. Uma das primeiras aplicações tecnológicas da ablação a laser de alvos sólidos foi a deposição de filmes finos3 e observando-se as propriedades do material ejetado, verificou-se experimentalmente que o vapor do material aquecido por laser arrasta consigo, além de íons e elétrons, parte do material líquido das bordas da região aquecida e que ocorrem explosões abaixo da superfície líquida4, 5. Usando-se o laser de CO2 em regime pulsado6, com potências de pico entre 160 e 1600W, foi observado que a formação de gotículas aumenta com a intensidade do laser. O laser que se mostrou mais adequado para o crescimento de filmes finos através da ablação laser foi o de excímero, por permitir altas taxas de ablação com relativamente baixa emissão de gotículas, quando comparado com lasers que emitem em comprimentos de onda maiores7. Porém, a limitação na utilização dos lasers de excímero é a sua característica baixa taxa de repetição8, o que reduzia a taxa de deposição de filmes finos. O aumento da energia por pulso, que poderia compensar a baixa taxa de repetição, provoca, em um primeiro instante, um aumento na produção de gotículas e, para intensidades mais altas, a geração de plasma, que limita o valor máximo de intensidade utilizável. A partir de um certo valor de intensidade de laser, a geração e o aquecimento do plasma passam a blindar o alvo, de modo que um aumento de intensidade do feixe de laser não representa aumento de ablação do alvo 2 sólido. No inicio da década de 90 iniciaram-se, nos EUA e na Europa, estudos intensivos de aproveitamento do grande parque de lasers de cobre, instalado em função dos programas de separação isotópica de urânio, em aplicações industriais9,10,11. Os resultados foram bastante encorajadores no processamento de materiais de grandes condutividades térmicas, tais como o cobre, o alumínio e suas ligas, e na utilização do segundo harmônico da radiação deste laser para o processamento de materiais orgânicos12-15. Além das aplicações na indústria e na medicina, outros trabalhos de aplicação dos lasers de cobre, como em espectroscopia, espectrometria de massa, etc., também vêm sendo realizados, e exemplos podem ser encontrados na literatura 16,17 . Só recentemente tem sido estudada a utilização de lasers de cobre na ablação de alvos sólidos. Paralelamente tem havido um interesse crescente no estudo de ablação com a utilização de laser com baixas energias por pulso e pulsos curtos, como por exemplo, o laser de Ti-Safira7, com pulsos de 500fs e os lasers de vapor de cobre18 e de CuBr19, com duração de pulsos de 50ns. Estudos comparativos da aplicação de lasers na produção de filmes finos indicaram resultados similares para pulsos com duração entre centenas de femtosegundos e dezenas de nanosegundos, principalmente quando a ablação é feita em metais20. Nestas aplicações, o laser de cobre surge como uma alternativa atraente e, particularmente o laser de Cu-HBr, desenvolvido no IEAv, por apresentar taxas de repetição acima das dos outros lasers mencionados, o que permitiria, em princípio, altas taxas de crescimento de filmes finos. Este trabalho tem por objetivo estudar o vapor gerado no processo de ablação de alvos sólidos de tungstênio por pulsos de laser híbrido de cobre, desenvolvido no IEAv, usando como sensores filmes de PVDF (difluoreto de polivinila), Ion Gauge e Sonda de 3 Langmuir. O tungstênio foi o material escolhido como amostra por dois motivos: deseja-se desenvolver no IEAv filmes finos deste material para aplicação em transdutores de pressão e para o desenvolvimento de termoelementos. Outro motivo é a evaporação de metais refratários sendo de especial interesse na área de separação isotópica, principalmente na espectroscopia de fotoionização de urânio. O laser híbrido de cobre, também chamado de Cu-HBr, está sendo desenvolvido21 no IEAv para ser aplicado em diversas pesquisas que vão desde o tratamento de patologias da pele e aplicações em odontologia22 até o corte e furação de diamante CVD23. Trabalhos anteriores de ablação de metais refratários24,25, como o tungstênio, o nióbio e o molibidênio, revelaram que o limiar de evaporação, utilizando este laser, ocorre para valores relativamente baixos de potências média e de pico, quando comparado com experiências realizadas com laser de excimer, por exemplo. Neste trabalho o estudo do vapor gerado na ablação a laser de alvos sólidos de tungstênio foi feito de maneira sistemática, com pulsos de baixa energia e a altas taxas de repetição. Sensores de PVDF (diflureto de polivinila), Ion Gauge e sonda de Langmuir foram utilizados para a caracterização do vapor gerado, em substituição às técnicas de análise de vapor normalmente usadas, como espectroscopia de massa por tempo de vôo, por exemplo26,27 . No espectrômetro de massa por tempo de vôo, partículas carregadas, como íons e fragmentos iônicos de uma molécula original, são classificadas de acordo com a sua relação massa/carga, constituindo-se assim um valioso auxiliar no esclarecimento da estrutura, por exemplo, de compostos orgânicos, na análise elementar de amostras de estado sólido e na análise de misturas orgânicas complexas. O mecanismo de funcionamento desta técnica 4 baseia-se no seguinte fato: as partículas geradas num fluxo de vapor são ionizadas e aceleradas por um potencial eletrostático de modo que tenham a mesma energia cinética ao longo de um tubo de comprimento conhecido. Considerando que a energia cinética é dada pela expressão E = mv2/2, o tempo que uma determinada partícula ou átomo levará para percorrer o tubo será uma função de sua massa. Assim, conhecendo-se o espaço percorrido pela partícula ou átomo, o comprimento do tubo e medindo-se seu tempo de vôo, pode-se determinar a massa do elemento a partir da energia cinética fornecida. Particularmente neste trabalho, o tungstênio utilizado possui uma pureza de 99,9%, assumimos que todas as partículas ejetadas têm a mesma massa, uma vez que estamos interessados somente em átomos neutros e em íons de tungstênio. Enquanto que um espectrômetro por tempo de vôo convencional discrimina a energia e não a massa, se considerarmos a massa conhecida, podemos averiguar a energia cinética das partículas no sistema usando as medidas de tempo de vôo. Isto é, se todas as partículas tem a mesma massa, o sinal de tempo de vôo permite a avaliação da velocidade (logo da energia cinética) das partículas. Para este tipo de aplicação, sensores do tipo PVDF, ion gauge e sondas de Langmuir se prestam bastante bem. Com os sensores de PVDF, Ion Gauge e sonda de Langmuir também se almejou identificar as espécies carregadas no vapor gerado pela ablação a laser e determinar diretamente a distribuição de velocidades destas espécies e indiretamente suas densidades, como será discutido oportunamente neste trabalho. Com esta instrumentação foram obtidas informações da temperatura translacional, velocidade de deriva, temperatura de elétrons, densidade de íons e elétrons e distribuição espacial do vapor gerado no processo. Este trabalho está estruturado da seguinte forma: o capítulo 2, apresenta os princípios básicos do processo de ablação a laser; o capítulo 3, apresenta a infraestrutura experimental 5 básica, o laser de Cu-HBr: seu princípio de funcionamento e qualidade de feixe; a câmara de evaporação utilizada e a produção de alvos de tungstênio; o capítulo 4, os experimentos, funcionamento e montagem do sensor de PVDF e os resultados alcançados de temperatura translacional e velocidade de deriva; o capítulo 5, os experimentos com sonda de Langmuir, seu funcionamento, as medidas dos parâmetros de plasma e tempo de vôo das partículas; o capítulo 6, o funcionamento do Ion Gauge e determinação de cargas elétricas; o capítulo 7, medições de taxa de evaporação e densidades de partículas na pluma, utilizando sensor de quartzo e medições de resistência de filme; e no capítulo 8 as conclusões obtidas neste trabalho. 6 2 – A ablação a laser Entende-se por ablação a laser a remoção de material de um alvo iluminado por feixes de laser. Esta remoção pode ocorrer tanto devido ao aquecimento deste material até a sua evaporação quanto pela sua fotodissociação. Na ablação a laser de metais, o processo de evaporação ocorre pela interação do feixe de laser com a superfície do alvo a ser evaporado. Esta interação depende das propriedades do feixe do laser e do material alvo. O aquecimento de metais, como o tungstênio, iluminados por feixes de laser ocorre devido à absorção de energia por cargas livres. O campo elétrico da radiação eletromagnética acelera os elétrons livres do sólido e estes, colidindo com a rede cristalina transferem energia ao sólido como um todo28,29. Esta energia é transferida posteriormente por colisões com outros elétrons e com fônons, transmitindo calor para o resto da amostra. Os tempos de relaxação envolvidos30, são da ordem de 10-12 à 10-13s, e assim, se a duração do pulso de laser for maior que estes tempos de relaxação, a absorção da energia de um pulso de laser em metais pode ser tratada como a geração de um pulso de calor na superfície, com perfil temporal determinado pelo pulso de laser. 2.1 Aquecimento de metais por pulsos de laser Quando um pulso de calor é gerado na superfície da amostra sólida, esta superfície sofre um aquecimento e o calor começa a ser transferido por condução para o volume da amostra. Para descrever este processo, é utilizada a equação de calor, ∇.( K∇T ) + A( x, y, z , t ) = ρc ∂T , ∂t (1) onde T é a temperatura; K é a condutividade térmica; A(x,y,z,t) é a quantidade de calor por unidade de tempo e por unidade de volume depositada na amostra; ρ é a massa específica da amostra e c é o calor específico do material. Quando o diâmetro do feixe sobre a superfície da 7 amostra é muito maior que a profundidade da região em que o calor é gerado, a equação acima pode ser resolvida em uma só dimensão. Considerando-se que K é independente da posição e da temperatura e que a absorção de calor ocorre na superfície, então a equação (1) pode ser descrita como: ∂ 2T ∂T K . 2 + I (t )δ ( z ) = ρc ∂t ∂z (2) onde I(t) é a intensidade do pulso de laser, δ(z) é a função delta de Dirac. A solução dessa equação pode ser escrita como: T ( z, t ) = 2.a.I z (kt )1 / 2 ierfc[ ] K 2.(k .τ )1 / 2 com ierfc( z ) = erfc( s ).ds e erfc( z ) = 2 1/ 2 ∞ π 2 e − z .dz (3) (4) (5) z Nas equações acima a é a fração de luz absorvida, I a intensidade incidente do feixe de laser, k a difusividade térmica do material, o tempo de duração do pulso de laser e z, a posição ao longo da direção de propagação do feixe31. Existe um comprimento característico, denominado de comprimento de difusão térmica, dado por LD = 4.κ .τ (6) Este comprimento fornece a profundidade de penetração do calor na amostra durante o intervalo de duração do pulso de laser. A Figura 1 mostra diagramas que exemplificam este conceito. Supõe-se inicialmente um pulso "quadrado" de laser, com intensidade I e duração τ. O pulso é absorvido na superfície que, ao ser aquecida, transfere calor para o corpo da amostra. Ao final do pulso de 8 laser, a superfície da amostra sofre um aumento de temperatura dado por 2aI (kτ ) 1 / 2 K T (0, τ ) = (7) No interior da amostra a temperatura decresce à medida em que z aumenta, caindo a cerca de 9 % do valor da superfície quando z = LD = (4k )1/2. Amostra Feixe de laser T(z) I(t) Ts (b) 0,09 t (a) τ (c) L D LD = (4 κ τ )1/2 LD = comprimento de difusão térmica Figura 1: Diagrama esquemático da absorção do pulso de laser: (a) Curva de intensidade I(t) em função do tempo t para um pulso quadrado de laser, (b) diagrama esquemático de um feixe de laser incidindo sobre a superfície da amostra e região em que o calor é gerado, (c) variação de temperatura T(z) em função da profundidade z. Nesta solução, considera-se que a condutividade térmica não depende da temperatura, o que, de fato não corresponde à realidade. No entanto, se for considerada a dependência de K com a temperatura, não é possível se obter uma solução analítica para o problema. Para contornar esta limitação, é usual considerar o seu valor médio no intervalo de temperatura do problema, como 9 T' k (T )dT K= 0 (8) T' dT 0 Os valores de K usados neste trabalho são tabelados no trabalho de W.W. Duley 32. O mesmo procedimento é adotado com relação à difusividade térmica representada por T' k (T )dP k= 0 (9) T' dT 0 Considerando-se propriedades térmicas médias, a energia absorvida pela amostra deve ser tal que permita a extração de material de sua superfície, iniciando o processo de evaporação. Durante este processo de absorção da energia do feixe do laser pela superfície do alvo, diversos fenômenos podem ocorrer: termoionização, fusão, liquefação, vaporização e geração de plasma. A termoionização, ou extração dos elétrons de um metal sob a ação do movimento 2 térmico, acontece quando 1 / 2me v n ≥ W , onde me é a massa do elétron, vn é a projeção da velocidade térmica do elétron na direção normal à superfície e W é a função trabalho. Quando a energia do feixe de laser transferida a superfície do material é tal que a relação acima seja obedecida, inicia-se o processo de ejeção de elétrons. Este fenômeno é conhecido com efeito termoiônico. Os processos de fusão, liquefação e vaporização são devido basicamente às transições de fase provocadas pelo aquecimento do material. De um modo geral o vapor é ejetado a temperaturas tão altas (usualmente maiores que a de vaporização) que uma fração do material ejetado já está ionizado. A interação do feixe de laser com as cargas precursoras e a 10 posterior transferência de energia destas para o resto do vapor, sustentam o plasma e aumentam sua temperatura e densidade. As propriedades do plasma produzido em experiências de ablação a laser têm sido investigadas ao longo dos anos33,34. A sua presença em processos de ablação a laser é muitas vezes indesejável, uma vez que plasmas de altas densidades e de altas temperaturas blindam o feixe de luz. Estudos das características deste tipo de interação tem sido um campo crescente em ciência básica, na engenharia e na tecnologia de processamento de materiais10,11,12,35. A absorção da radiação laser pelo alvo na prática não ocorre integralmente. Da energia total que incide sobre a superfície, parte é refletida, parte é transmitida (no caso de materiais transparentes), parte é espalhada e parte será efetivamente absorvida. A troca de energia entre o feixe do laser e o alvo sólido inicia um processo de ejeção de material da superfície, neste processo térmico, a ejeção de elétrons é favorecida, precedendo a geração do vapor25. O vapor que é ejetado absorve a radiação do laser, sendo aquecido e tornando-se um plasma, como já descrito anteriormente. Este processo pode ser dividido esquematicamente em dois regimes diferentes: (a) Baixas intensidades de laser: o vapor produzido pelo pulso do laser comporta-se como um meio transparente, e a passagem do feixe de laser não é atenuada. (b) Altas intensidades de laser: as temperaturas do vapor são altas o bastante para causar a excitação e a ionização dos átomos, tornando o vapor um meio opaco para a passagem do feixe do laser. O processo de absorção é descrito pela lei de Beer-Lambert 36, dada por: I(z)=I0e-az ( 10 ) onde I(z) é a intensidade do feixe na posição z no interior da amostra, I0 é a intensidade do feixe incidente, a é o coeficiente de absorção óptica do material e z é a variável na direção de 11 propagação do feixe. O coeficiente de absorção a tem dimensões de cm-1 e depende do meio, do comprimento de onda e da intensidade da radiação37. No segundo regime as densidades e as temperaturas produzidas pelo laser permitem que o plasma possa ter sua temperatura e densidades aumentadas, pois parte da energia do laser aplicado passa a ser utilizada para sustentar o plasma, ou seja, parte da energia do feixe é diretamente absorvida pelo plasma. As propriedades do processo de ablação laser neste último caso são influenciadas fortemente pelo acoplamento do laser-plasma e pela cinética do plasma38-41. Neste trabalho será analisada somente a situação em que o vapor gerado é transparente à passagem do feixe, devido às características do laser utilizado que nos fornece baixas energias por pulso. Será assumido também, ao longo deste trabalho, que a fração de energia absorvida acompanha o perfil temporal do pulso de laser e é integralmente convertida em energia térmica. Considerando-se então os valores médios de K e k , pode-se estimar o limiar de evaporação de um dado material25, que neste caso será o tungstênio. Tomando a temperatura da superfície da amostra T(0,τ) como a temperatura de vaporização do material, conhecendose a duração do pulso e o coeficiente de absorção "a", é possível estimar a intensidade Imin de limiar de evaporação. Na literatura, assume-se que a intensidade de limiar de evaporação para um dado material é aquela para a qual a superfície iluminada da amostra atinge a temperatura de vaporização, ou: I min = ( TV − Tambiente ).K 2a (kτ )1 / 2 ( 11) onde Imin é a intensidade mínima necessária para o limiar de evaporação, TV é a temperatura de 12 vaporização, k a difusividade térmica do material, K a condutividade térmica e τ é o tempo de duração do pulso42. Entretanto, foi verificado recentemente que para materiais refratários, na temperatura de fusão a pressão de vapor já é alta o suficiente para que a temperatura de fusão, e não a de vaporização, seja considerada a de limiar para a formação de vapor25. A título de exemplo, na temperatura de fusão, a pressão de vapor do tungstênio é da ordem de 1 mbar 43. Desta maneira, a relação acima continua válida, porém a temperatura de fusão TF e não a de vaporização TV deve ser considerada para a estimativa do limiar de geração de vapor. A intensidade mínima para a geração de vapor em metais refratários deve ser corrigida então para T F T ambiente I min 2a 1 2 K (12) Tomando os valores típicos mostrados na Tabela I, pode-se estimar a intensidade mínima para a produção de vapor em alvos de tungstênio sólido usando laser de Cu-HBr como sendo Imin = 30 MW/cm2. Os parâmetros tipicamente utilizados para a caracterização de um laser como o de cobre são a potência média; a energia e a potência de pico por pulso. Quando o feixe de laser é focalizado em uma área A sobre uma amostra, a relação destes parâmetros entre sí e com a fluência (densidade de energia) e a intensidade (densidade de potência) são dadas por E A E A P Ef I (13) onde P é a potência média do feixe do laser (W), ε é a fluência do laser (J/cm2), f é a freqüência de repetição do pulso (Hz), A é a área de iluminação do feixe (cm 2), E é a energia 13 do pulso (J), I é a intensidade (W/cm2) e τ o tempo do pulso de laser (s). Tomando a intensidade mínima necessária para a produção de vapor calculada no último parágrafo e as relações acima, podemos estimar que a potência média mínima do laser de Cu-HBr para a obtenção do vapor, como sendo da ordem de 250 mW. Como o laser utilizado neste trabalho tem uma potência máxima da ordem de 12 W, este atende o requisito para a ablação de tunsgtênio. Tabela 1: Propriedades térmicas e ópticas do tungstênio e características do laser de CuHBr, utilizadas na estimativa do limiar de geração de vapor em tungstênio utilizando este tipo laser. Os parâmetros K condutividade térmica e k difusividade térmica adotados, são valores médios em relação aos valores encontrados na literatura para temperaturas de 300K a 3000K. Propriedade Unidades Valor W/cm oC 1,067 Tungstênio Condutividade térmica K Difusividade térmica – Temperatura de Fusão – TF 2 cm /s 0,386 K 3680 ns 35 cm2 1,5×10-5 - 0,5 kHz 16 Laser de Cu-HBr Duração do pulso Área iluminada pelo feixe – A Absorção em 520 nm Freqüência de repetição – f 2.2 Estimativa da Taxa de evaporação Se a amostra for iluminada por um feixe com intensidade maior que a de limiar de vaporização, o excesso de energia irá ser utilizado para converter material em vapor. A relação que descreve qual a taxa de vaporização é dada por3: a I I min mHV A (14) Onde a é o coeficiente de absorção, I é a intensidade do feixe de laser que ilumina a 14 amostra, Imin é a intensidade mínima para a ocorrência de evaporação, A é a área iluminada pelo feixe de laser, m é a massa por unidade de tempo que é evaporada e Hv é a entalpia de evaporação. A relação da massa evaporada no tempo em função da intensidade de laser pode ser escrita como: m a I I min A HV (15) Tomando a energia por pulso como E = IA , a massa total evaporada por um pulso de laser de energia E pode ser estimada pela relação m m a E I min A HV (16) Se o laser tem uma taxa de repetição de f pulsos por segundo, a taxa de evaporação média será uma função de sua taxa de repetição, dada por: m mf af E HV I min A (17) Lembrando-se que a potência média do laser é P = E f, podemos escrever m onde a P P min HV (18) P min I min A f . Assim, a taxa de evaporação média será da ordem de 1,2×10-3 g/s para uma potência média de 11W, usando os dois comprimentos de onda emitidos pelo laser de CuHBr. É importante ressaltar que este modelo é válido se, durante o pulso de laser, não houver considerável condução de calor para o volume da amostra, no entanto, o resultado calculado serve para sugerir que é possível obter altas taxas de ablação de tungstênio usando o laser de Cu-HBr. 15 2.3 Natureza e expansão da pluma de vapor A ablação a laser, caracteristicamente, gera um jato de vapor que contém, além de átomos neutros, elétrons, íons, aglomerados e gotículas. A formação de partículas carregadas (plasma) foi já discutida anteriormente. Chun e Rose4 verificaram experimentalmente que ao ser ejetado, o vapor do material aquecido por laser arrasta consigo parte do material líquido das bordas da região aquecida e Gagliano e Paek5 estudaram a ocorrência de explosões abaixo da superfície, que poderia justificar a presença do material líquido no jato removido. Em ambos os casos, ocorre a ejeção de gotículas de material líquido junto com o vapor monoatômico e com íons e elétrons, no processo de ablação a laser. Cali6 e co-autores estudaram a ablação de materiais refratários usando laser de CO2 em regime pulsado e observaram que a formação de gotículas aumenta com a intensidade do laser. Imediatamente após o término do pulso de laser, o material que foi ejetado ainda não se expandiu consideravelmente. Por exemplo, se tomarmos a duração do laser de Cu-HBr utilizado neste trabalho e uma velocidade típica de expansão da pluma43,44 da ordem de 4000 m/s, grosseiramente, ao término do pulso de laser teremos a pluma confinada em um cilindro com base igual à área iluminada (~ 1,5×10-5 cm2) pelo laser e comprimento da ordem de 140 m. Se supusermos que a quantidade de material evaporado é da mesma ordem de grandeza que do material confinado dentro do volume dado pela área iluminada pelo laser45,46 com um comprimento da ordem de difusão térmica, teremos que, no término do pulso de laser, a densidade da pluma será da ordem de 1021 átomos/cm3. Certamente este número é superestimado, mas indica que ao término do pulso de laser a pluma terá uma densidade ainda comparável com a do sólido. Acrescente-se a isto o fato da pluma ser fortemente ionizada. Neste regime, todos os processos de troca de energia são dominados por colisões, a pluma se 16 comportará como um fluido e a expansão será regida por processos hidrodinâmicos. Vários autores 47,49 argumentam que nesta fase da expansão são necessárias somente cerca de 4 colisões por partícula para que a pluma atinja equilíbrio térmico. A alguns centímetros do alvo a pluma já expandiu o suficiente para que o livre caminho médio seja suficientemente grande para que a pluma seja considerada não colisional. Esta é a região onde se estudou a pluma do tungstênio neste trabalho e mostram que a expansão da pluma pode ser então descrita como um gás em equilíbrio 50,49 com uma velocidade de deriva. A função de distribuição de velocidades é dada por uma Maxwelliana com uma velocidade de deriva vD e com duas temperaturas características: uma translacional ao longo da direção de propagação da pluma z e outra, menor, transversal à primeira. Existe uma certa controvérsia a respeito da origem da diferença nas temperaturas translacional e transversal, mas há uma tendência em se explicar este efeito como devido a um efeito semelhante ao de Z-pinch em plasmas, isto é, as cargas em expansão geram campos elétricos e magnéticos que tendem a confinar o plasma na região próxima ao eixo de propagação51,52 . Este efeito é intenso o suficiente para que até mesmo separação isotópica seja observada na pluma de elementos leves evaporados a laser 53, 54 . 17 3 – A infraestrutura experimental básica Grande parte deste trabalho constituiu na concepção, construção, montagem e caracterização da instrumentação necessária para o estudo da pluma produzida por ablação de tungstênio usando o laser de Cu-HBr. Para isto, uma infraestrutura experimental básica foi montada e caracterizada e, posteriormente, vários experimentos com instrumentação e objetivos diferentes foram realizados utilizando esta infraestrutura. Neste capítulo será descrita esta infraestrutura, dando-se ênfase ao laser de Cu-HBr, na câmara de evaporação e na produção de amostras de tungstênio. 3.1 – O laser de Cu-HBr Um dos aspectos inéditos deste trabalho é a utilização do laser de Cu-HBr para a ablação de metais refratários. Assim, neste capítulo é dada especial atenção ao laser de CuHBr, suas características e parâmetros de funcionamento de interesse para este trabalho. 3.1.1 Laser de Cu-HBr utilizado No IEAv, tem-se trabalhado no desenvolvimento do laser de vapor de cobre desde 1983, e em 1989 foi transferida a sua tecnologia de construção para a indústria55-57. Para a obtenção de vapor metálico, necessário para a ação laser no átomo de cobre, placas deste material são aquecidas à temperatura de cerca de 1500ºC, em vácuo, para que haja a vaporização direta do metal. Com a aplicação de um pulso intenso de corrente de curta duração a inversão de população do meio ativo pode ser obtida e, com isso, torna-se possível a ação laser. Este processo é utilizado nos Lasers de Vapor de Cobre convencionais, comumente identificados como LVCs. O inconveniente deste laser é a alta temperatura de operação, que obriga a utilização de materiais nobres e caros, como alumina de alta pureza (ou zircônia), lãs de alumina, entre outros. Como alternativa ao laser de vapor de cobre há o laser de sal de cobre 57 e o laser 18 híbrido de cobre (Cu-HBr)58. Na primeira alternativa, é feito o aquecimento de um sal de cobre, a uma temperatura da ordem de 400 – 600 ºC para a geração de vapor do sal. O cobre atômico é obtido após a quebra das moléculas do sal com a aplicação de um pulso de corrente de curta duração. A segunda alternativa é uma combinação das tecnologias do laser de vapor de cobre com a do sal de cobre. Nela o ácido bromídrico (HBr), adicionado ao gás tampão (Ne), reage com as placas de cobre colocadas dentro do tubo de descarga. O produto da reação é um sal de cobre (CuBr), que é evaporado e, posteriormente, dissociado numa descarga elétrica pulsada. Após a dissociação das moléculas do sal, o átomo de cobre pode então ser excitado para o nível superior de laser, e gerar a ação laser. Esta nova tecnologia foi proposta em 1990, por um grupo de pesquisa da Universidade de Saint Andrews59, e denominada HyBrID (Hydrogen Bromide In Discharge), tanto por causa da presença da molécula de HBr na descarga, como pelo fato deste tipo de laser ser um híbrido do laser de vapor de cobre convencional (LVC) com o laser de sal de cobre (LVSC). Comparada com a tecnologia convencional (LVC), a tecnologia HyBrID apresenta várias vantagens, entre as quais vale destacar: a baixa temperatura de operação, a maior estabilidade da descarga e, principalmente, a excelente qualidade do feixe. A Figura 2 mostra o diagrama esquemático de um laser de Cu-HBr construído no IEAv58. O volume ativo do laser está contido em um tubo de alumina com 80 cm de comprimento e 25 cm de diâmetro. O tubo de alumina é circundado por um tubo de quartzo, fixado com anéis de viton a um par de flanges de aço refrigeradas a água. 19 Figura 2: Diagrama esquemático do laser de Cu-HBr desenvolvido no IEAv. A principal função do tubo de alumina é uniformizar a temperatura na região da descarga. Eletrodos formados por varetas de tungstênio são fixados internamente nas flanges que suportam os tubos que formam o volume ativo. Estas flanges são ligadas a outras flanges por segmentos de tubos de quartzo de 20 cm, estas flanges secundárias suportam componentes ópticos do laser, como janelas ou espelhos da cavidade ressonante. Neste laser, a cavidade ressonante pode ser interna, com os espelhos da cavidade fixados diretamente sobre as flanges, ou externa, utilizando-se janelas, com os espelhos desacoplados da cabeça do laser. Para isolar o vácuo e permitir a passagem do feixe de laser são utilizadas janelas de quartzo, inclinadas cerca de 5º com relação ao eixo óptico, para evitar realimentações indesejáveis. O laser utilizado neste trabalho opera com cavidade externa, sendo um espelho refletor total côncavo com raio de curvatura de 2.99m e um espelho de acoplamento feito de uma lente plano-convexa com 0,15m de distância focal. Uma camada de isolante térmico, feita de alumina fibrosa, é colocada em volta do tubo de quartzo para aumentar a temperatura na região da descarga. Um cilindro de cobre refrigerado a água forma um retorno de corrente de baixa indutância e permite a remoção do calor gerado na descarga. 20 Esse laser trabalha em regime pulsado e tem seu nível inferior de laser num estado metaestável, isso implica em várias condições para sua operação eficiente, como: relaxação das espécies metaestáveis e dos elétrons gerados durante o pulso de excitação; retorno dos átomos de cobre ionizados e excitados para o nível fundamental e alta taxa de corrente no tubo de descarga, desta forma, uma simples mudança na frequência de repetição de pulsos ocasiona uma alteração das condições iniciais de descarga, o que afeta o comportamento do laser. A concentração de HBr, assim como a tensão de carga, pressão total da mistura, também exercem forte influência no comportamento da descarga do laser de Cu-HBr. 3.1.2 Cuidados na operação do laser O processo de reação entre o ácido HBr e o cobre, gerando o sal de cobre, deve ser controlado de maneira a não saturar o meio. Para tanto, é controlado o fluxo de ácido que circula pelo tubo bem como o tamanho da placa de cobre exposta à reação. Neste laser em particular, as chapas de cobre devem ter da ordem de 3g, com dimensões de (8x25x0,8)mm para um fluxo de gás de 35atm·cm3/min, a uma pressão de 30 mbar. Em condições diversas, observa-se a formação de pequenas “árvores” de cobre (dendritas) que ocupam espaço dentro do tubo, interferindo no feixe do laser e deteriorando a qualidade do feixe do laser. A produção de sal de cobre implica no acúmulo de seus resíduos nas paredes do tubo e no sistema de circulação do gás, ocasionando muitas vezes corrosão e aquecimento dos orings de vedação, gerando vazamentos e entupimentos nos sistema de vácuo. Então, para garantir uma descarga estável e boa qualidade de feixe, deve-se repor a placa de cobre em intervalos de 30 horas de uso, e efetuar uma limpeza geral do tubo e do sistema de circulação do gás a cada 3 meses. 21 3.1.3 Qualidade de feixe e como medí-la. Nas aplicações de lasers em processamentos de materiais, o conhecimento das características do feixe de laser, tais como: comprimento de onda, tamanho e posição do foco e perfil de distribuição espacial e temporal de energia do feixe, são tão importantes quanto o conhecimento das características físicas do material a ser processado, como: propriedades ópticas, térmicas e fotoquímicas. Para a evaporação de materiais, por exemplo, o parâmetro que determina a temperatura da superfície de um alvo iluminado por um laser é a intensidade e não a potência de saída do feixe de laser. A correta caracterização do feixe permitirá a determinação do diâmetro de feixe sobre a amostra e, conseqüentemente, das intensidades aplicadas. Desta forma, deve-se correlacionar o comportamento de evaporação, formação de cargas elétricas e a formação de clusters com a intensidade incidente sobre a superfície do alvo. Se o perfil de intensidade da radiação laser sofrer algum tipo de deterioração, o resultado desejado pode não ser alcançado, mesmo que a potência ou a energia total mantenha-se inalterada. Para caracterizar um feixe de laser não é suficiente apenas obter a imagem de pontos impressos pela radiação em papel termo-sensível ou obter uma imagem de seu perfil espacial em blocos de acrílico. É importante determinar, diversos parâmetros: diâmetro do feixe em várias posições, o fator de qualidade M2, a estabilidade de funcionamento, o perfil espacial, e o perfil temporal do pulso60. Em especial, para o laser de Cu-HBr, que tem emissão em modos de ordem superior61, essa caracterização de feixe é importante para que se tenha um melhor conhecimento dos parâmetros que realmente interferem no processamento. A propagação de feixes de laser no modo fundamental TEM00, pode ser descrita pela 22 descrição do seu diâmetro e do raio de curvatura da sua frente de onda em função da distância de propagação, ou seja, por w(z) e R(z), dados respectivamente por : 2 λ .z w( z ) = w0 1 + π .w02 π .w02 R( z ) = z 1 + λ .z 62,63 (19) 2 (20) onde w0 é o raio na cintura do feixe, λ é o comprimento de onda e z é a distância a partir do ponto onde o raio do feixe tem um mínimo, ao longo do eixo de propagação z. Para modos de ordens superiores, a distribuição de amplitudes Um,n(r,z), pode ser escrita como o produto da amplitude de campo de um feixe gaussiano, u(r,z), pelas funções Fmn, que representam polinômios de Laguerre, para geometrias circulares, ou de Hermite, para geometrias retangulares64, ou seja, U mn (r , z ) = Fmn (r / w). u(r , z ) (21) As funções Fmn somente têm dependência com o raio normalizado r/w(z) ao longo do eixo de propagação. Assim, os raios dos feixes de ordem superior, W(z), podem ser expressos como o produto do raio de um feixe gaussiano, w(z), por um fator constante M, como: W ( z ) = M . w( z ) (22) Substituindo esta relação nas equações 19 e 20, podemos escrever respectivamente: M 2 .λ.z W ( z ) = W0 . 1 + π .W02 π .W02 R( z) = z 1 + M .λ .z 2 (23) 2 (24) Estas equações têm o mesmo aspecto das equações 19 e 20, exceto pela quantidade 23 M2. O valor de M2 serve, portanto, para indicar, numericamente, a qualidade do feixe. Assim, M2=1 corresponde ao feixe perfeitamente gaussiano e M2>1, a feixes de ordem superior. Para campos distantes , z zR W 20 a divergência do feixe pode ser escrita M 2λ πWo (25) como: θ= Deslocando a posição da cintura do feixe, Wo, de uma distância zo, pode-se reescrever a equação 22 como: W 2 ( z ) = Wo2 + θ 2 ( z − zo ) 2 (26) Esta é a equação básica utilizada para a caracterização de um feixe de laser. Medindo, experimentalmente, o diâmetro do feixe em diversas posições ao longo do eixo de propagação, ajustamos o polinômio de segundo grau indicado acima determinando assim o parâmetro M2, o raio mínimo do feixe (cintura do feixe) e a sua posição ao longo do eixo z. 3.1.4 Medição do M2 A Figura 3 mostra esquematicamente a montagem do sistema de medida, montada na saída do laser para medir os diâmetros do feixe em diversas posições ao longo do eixo de propagação. Figura 3: Diagrama experimental para obtenção da qualidade de feixe onde 1 é o refletor côncavo total do laser (2.99 m do raio da curvatura), 2 é o tubo do laser, 3 é uma íris de abertura variável, 4 é a lente convexo-plano do acoplamento do laser (f=15,2 cm), 5 é um refletor plano total, 6 é uma lente de focalização (f=25 cm), 7 é um filtro ótico, 8 e 9 são prismas de quartzo, 10 é uma régua de 100 cm , 11 é o LBS-100 e 12 é o analisador do feixe de laser LBA-100. 24 1 3 2 4 5 9 6 10 12 11 7 8 Como já mencionado anteriormente, a cavidade do laser é externa, constituída por um espelho total côncavo e um espelho de acoplamento feito de uma lente plano-convexa. No interior da cavidade foi inserida uma íris para controle da potência do laser. O feixe acoplado por esta cavidade apresenta uma grande divergência e, para colimá-lo é utilizada uma lente convergente. Um filtro de interferência permite a passagem somente do feixe verde e um par de prismas permite colher uma amostra do feixe com uma fração da potência total, para evitar saturar a câmara CCD do analisador de feixes. É importante mencionar que, devido ao arranjo experimental, foi medida a potência total emitida pelo laser nos dois comprimentos de onda: o verde (510 nm) e o amarelo (578 nm). Com este experimento foi, então, possível determinar o perfil de propagação do feixe de laser após uma lente de focalização, o fator de qualidade M2, o raio e a posição do raio na cintura do feixe. Foi utilizado um analisador de feixe de laser, Spiricon Modelo LBA-100A 65 para medir a cintura do feixe de laser em função da posição ao longo do eixo z. Com esta ferramenta pode-se obter informações a respeito do perfil de distribuição espacial da energia do feixe, e a partir desta calcular o raio do feixe. Em cada posição, os valores de raio do feixe registrados correspondem a valores médios, calculados sobre 50 quadros, pelo próprio 25 equipamento. Assim, ajustando-se um polinômio de segundo grau aos valores de W2(z), podese determinar os valores de M2, e a posição e o valor da cintura de feixe 66, a Figura 4 mostra a curva obtida. Figura 4:Curva experimental de W2 em função da posição ao longo do eixo de propagação. Como comentado anteriormente, o feixe do laser de Cu-HBr utilizado apresenta alta divergência. Para reduzir essa divergência, foi colocada uma segunda lente, convergente, ao longo do eixo de propagação para colimação do feixe. Os dados de diâmetro do feixe foram coletados adotando-se, como origem, a posição dessa segunda lente. O fator de qualidade do M2 obtido para a íris totalmente aberta foi de 4,9. Observou-se também que o valor de M2 diminui quando a abertura da íris diminui66. Isso mostra que a íris trabalha como um filtro espacial dentro da cavidade, eliminando os modos de borda e favorecendo os modos de ordem mais baixa. Um outro comportamento interessante é que a cintura do feixe depois da lente não muda consideravelmente com a variação de abertura da íris, apresentando uma flutuação de aproximadamente 10%. Este comportamento é muito útil nas experiências de ablação, pois como o diâmetro do feixe no foco não varia, basta medir a potência total do laser para se determinar a intensidade. 26 3.1.5 Caracterização temporal do laser O perfil temporal do feixe foi obtido com um fotodiodo EGG, modelo 040B, e um osciloscópio digital Tektronix TDS-540A. A Figura 5 mostra o perfil temporal de um pulso na linha verde de laser de CuHBr. Com base neste perfil, determinou-se a largura temporal do feixe, de 35 ns, e este valor é utilizado para a determinação da potência de pico do pulso de laser. Os parâmetros de operação do laser de Cu-HBr são mostrados na tabela 2. 0,25 Verde Volt/Div (V) 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 -0,05 0 50 100 150 200 Tempo (ns) Figura 5: Perfil temporal da linha verde do feixe de laser de Cu-HBr Tabela 2: Parâmetros de operação do Laser de Cu-HBr utilizado. Comprimento de onda (nm) Potência de Saída (W) Taxa de repetição (kHz) Largura de Pulso (ns) 512/578 10 - 20 10 - 20 20 - 50 3.2 A Câmara de evaporação A câmara para ablação foi construída visando ser o mais versátil possível. As paredes 27 foram feitas em aço inoxidável e na forma cilíndrica de diâmetro igual à 50cm e com 70cm de comprimento. Estas dimensões facilitam qualquer alteração no arranjo experimental no interior da câmara de vácuo, que contém 10 janelas. A janela principal, no diâmetro da câmara, é usada para manipulação de instrumentos em seu interior. Uma janela, formando 45° com a base e com diâmetro de 5cm, é usada para a entrada do feixe de laser. Mais oito janelas, com diâmetro de 5 cm, distribuídas em sua estrutura, como mostra a Figura 6, são usadas para colocação de instrumentação e visualização do processo. A Figura 7 esquematiza a montagem experimental básica no interior da câmara para realização das medidas. Na posição esquematizada para o detetor, são colocados os diferentes sensores propostos neste trabalho, demonstrando a versatilidade do sistema para diferentes tipos de medições. Figura 6: Câmara Evaporadora 28 Figura 7: Diagrama esquemático da montagem experimental para os diversos sensores. O alvo deve estar girando para minimizar os problemas de formação de cavidades durante o processo de ablação. Portanto, há, na tampa traseira, um passador para o eixo do porta-alvo. Este eixo é girado por um sistema de motor DC e correia dentada, acoplado a um redutor de velocidade. O sensor de vácuo é colocado na parte superior da câmara, e o vácuo é obtido com uma bomba mecânica marca Edwards, modelo E2M8, acoplada a uma bomba difusora Diffstack 160/170C Edwards. São usados dois medidores de pressão: um tipo Penning 505, Edwards, e outro, Pirani 80, Edwards. O tempo de bombeamento do sistema para uma pressão de fundo de 10-5Torr é da ordem de 4 horas. 29 3.3 Produção dos Alvos Tendo em vista a dificuldade de se cortar metais refratários como tungstênio, foram realizadas tentativas com serras diamantadas comerciais que não obtiveram êxito. Foi então desenvolvido um sistema de usinagem usando o próprio laser de Cu-HBr partindo do princípio que se este é capaz de evaporar tungstênio, é capaz de cortá-lo67. Foram utilizados dois lasers de CuHBr construídos no IEAv, operando na configuração de oscilador-amplificador, com potência média de 43 W (60 % no verde e 40% no amarelo), operando a uma taxa de repetição de 16 kHz. Para movimentação e posicionamento da amostra foi utilizada uma mesa XY composta por duas mesas lineares THOMSOM mod. MS25LIBL-204, acionadas por dois motores de passo Applied Motion mod. HT23-397. Para acionamento e controle dos motores de passo foi desenvolvido um driver de potência controlado através da porta paralela de um microcomputador. Dependendo da espessura da placa que se deseja cortar, define-se uma velocidade tangencial da mesa. Quando essa velocidade é muito baixa, em cada ponto de focalização do laser é arrancado material suficiente para abrir um pequeno furo. Com um conjunto de furos próximos, efetua-se o corte da placa, como mostrado na Figura 8. O programa de interface foi escrito em linguagem FreePascal, desenvolvido na plataforma Linux. Este sistema permite realizar cortes em chapas de diversos materiais de acordo com um formato pré-estabelecido e a diferentes velocidades. 30 Figura 8: Foto do arranjo para corte dos discos de tungstênio, As plumas luminosas intensas nos dois lados da placa indicam que o corte vazou a placa, estas plumas são devido parte à emissão do plasma, parte pelo espalhamento do feixe de laser no material ejetado da placa A placa de tungstênio de partida tinha (150×100×1)mm de espessura e para cortar cada amostra com 12 mm de diâmetro foram dispendidos cerca de 20 minutos. A Figura 9, mostra o resultado final do processo de corte da chapa de tungstênio. Figura 9: Discos de tungstênio cortados com o laser de Cu-HBr e a placa de origem. Os cortes foram feitos em formato circular em função da necessidade específica das experiências de ablação a laser. No entanto, no nosso arranjo experimental, qualquer formato 31 2D pode ser cortado, uma vez que implica somente em modificações no software de controle. A geometria de corte fica limitada somente à resolução da mesa XY utilizada, 12,5 µm, na melhor hipótese, e no curso máximo da mesa de 150 mm. Não há também limitação quanto ao material que pode ser cortado, o laser de CuHBr desenvolvido no IEAv se mostrou capaz de cortar qualquer metal, materiais cerâmicos e diamante CVD23,68,69. 32 4 - Experimentos com PVDF O PVDF é um polímero semicristalino de difluoreto de polivinila com comportamentos piro e piezoelétrico. Neste trabalho é utilizado um transdutor comercial PZ01, fornecido pela Images SI Inc, polarizado de modo a explorar suas características piezoelétricas. Este material é utilizado numa variedade de aplicações como transdutores ou sensores de temperatura70,71, em microscopia de força atômica72, detetores de onda de choque73,74, monitoração cardiorespiratórias75, entre outras. As principais vantagens do PVDF são: sua flexibilidade, baixa densidade, resistência a ataques químicos e possibilidade de fabricação em forma de filmes finos. Estas características o destacam em relação aos piezoelétricos convencionais (PZT), que são quebradiços e não flexíveis. Na literatura encontrava-se referência à utilização do PVDF, em ablação a laser, somente como sensores de ondas acústicas76 nos alvos iluminados pelo laser. No desenvolver deste trabalho foi feita a primeira referência quanto à utilização do PVDF para caracterizar a pluma gerada em experiências de ablação a laser . Como o PVDF responde à pressão 77 exercida sobre sua superfície, do sinal elétrico gerado é possível obter informações a respeito da temperatura translacional e da velocidade de deriva das partículas de vapor. Neste Capítulo serão descritos: a montagem do sensor utilizado, a análise do sinal do PVDF, os experimentos para verificar a distribuição angular da pluma e os experimentos para verificar a velocidade de deriva e a temperatura translacional. 4.1 – A montagem do Sensor de PVDF Foi utilizado um filme de PVDF comercial PZ01, fornecido pela Images SI Inc, polarizado de modo a explorar suas características piezoelétricas. Este sensor já é fornecido 33 com filmes metálicos e conectores em ambas as faces e tem uma capacitância de 400 pF. O sensor de PVDF foi fixado em uma placa de circuito impresso que por sua vez foi fixada no interior de um cilindro metálico, para formar uma gaiola de Faraday, como mostra a Figura 10. Uma das extremidades do cilindro foi fechada com uma placa metálica com um passador de sinal BNC. A outra extremidade foi fechada com uma tela de arame com fios de 100 µm. A carcaça da gaiola de Faraday e o terra do conector BNC foram conectados diretamente ao terra geral do arranjo experimental. Estes cuidados foram tomados para diminuir os ruídos elétricos provenientes do laser de Cu-HBr. Um cabo coaxial conecta o sensor ao passador de sinal na câmara de vácuo e um segundo cabo coaxial leva o sinal elétrico a um osciloscópio Tektronix TDS 540 A. Invólucro Metálico Filme de PVDF Tela de arame Passador BNC Filmes metálicos Figura 10: Diagrama da montagem do sensor de PVDF na gaiola de Faraday, para diminuir ruidos do laser de Cu-HBr. 4.2 - Análise de sinal do sensor de PVDF Para utilizar o sensor de PVDF como sensor em experimentos de ablação, temos que correlacionar a pressão exercida pelo vapor na superfície do polímero com a quantidade de 34 material depositado nesta superfície. Para isto é necessário um tratamento do sinal do transdutor. Para entender o funcionamento do PVDF como sensor de partículas de vapor, considere seu circuito elétrico equivalente78,79, representado na Figura 11. Figura 11: Circuito elétrico equivalente do PVDF. Pode-se considerar o sensor de PVDF como uma fonte de corrente que se encontra em paralelo com a capacitância e a resistência intrínseca do sensor. Esta fonte de corrente é proporcional à derivada temporal da polarização do filme, ou ainda, como é um piezoelétrico, da derivada temporal da pressão exercida sobre o filme. Assim a equação que descreve o circuito equivalente intrínseco do sensor é dada por: c dV 1 1 d + + V = X (∆P ) dt Rd R dt ( 27 ) onde c e Rd são a capacitância e a resistência interna do sensor, R é a resistência de carga e X é uma constante que depende da geometria e do processo de polarização do sensor e Péa pressão exercida sobre o mesmo. Quando dV/dt<<1/RC, o sinal elétrico do sensor é proporcional à derivada temporal 35 da flutuação da pressão P. Porém, se dV/dt>>1/RC, o sinal elétrico do sensor será proporcional à pressão exercida sobre a superfície do PVDF. Para descrever a pressão exercida sobre o sensor, considere o momento transferido pelas partículas incidentes com uma velocidade v. A quantidade de movimento transferida é dada por: dp=d(m.v) (28) onde dm é o elemento de massa das partículas que incidem sobre o sensor. É conveniente escrever dm em função da densidade em um dado elemento de volume (com área A e comprimento v.dt), assim: dm= ρ dV= ρ Avdt (29) Considerando a distância entre o sensor e o alvo como sendo igual a l e conhecendo-se o tempo de chegada das partículas na superfície do sensor, obtém-se a velocidade destas partículas v=l/t. Então, substituindo-se estas quantidades na equação do momento transferido, temos: 2 l dp= ρ A 2 dt (30) t A pressão sobre a superfície do sensor será dada por: P 1 dp A dt l t 2 (31) A expansão do vapor produzido por ablação pode ser entendida como uma súbita expansão de um gás a alta temperatura e alta pressão, confinado em um volume muito pequeno80,81. Como já foi mencionado no Capítulo 2, numa camada muito fina, próxima à superfície do alvo, a expansão da pluma é dominada por processos colisionais e os componentes da pluma entram muito rapidamente em equilíbrio térmico. Esta camada é 36 conhecida como camada de Knudsen. A alguns centímetros do alvo, a densidade de partículas caiu consideravelmente e a pluma pode ser considerada como não colisional e em equilíbrio térmico. Nestas condições, a densidade da pluma pode ser descrita por uma função de distribuição Maxwelliana com uma velocidade de deriva v0 como: 2 1 m l ρ ( z , t ) ∝ 3 exp − − v0 2k B T Z t t (32) onde kB é a constante de Boltzmann, TZ é a temperatura translacional e m é a massa de cada partícula. A direção de translação é paralela à direção de z que é a direção normal à superfície do alvo. Então, substituindo-se a equação 32 na equação 31, obtém-se a pressão exercida na superfície do sensor pelas partículas de vapor: 1 m l − v0 P ∝ 5 exp − 2k B T Z t t 2 (33) A capacitância medida no sensor de PVDF é de 400 pF. Então quando a impedância de entrada do circuito característico for muito menor que o tempo de resposta do sensor, que é da ordem de 10 s, obtém-se dV/dt<<1/RC. Neste regime, o sinal elétrico do sensor é proporcional à derivada temporal de P, ou então, a integral no tempo do sinal do PVDF é proporcional a P, t S t ' dt ' 0 1 exp t5 m l 2kBT z t 2 v0 (34) Assim, a partir do sinal obtido no PVDF, integrado no tempo, é possível obter a temperatura translacional TZ e a velocidade de deriva v0 . Já, para dV/dt>>1/RC, o sinal elétrico do sensor fornece de forma direta os valores de Tz e v0 , uma vez que 37 S t 1 exp 5 t m l 2kBT z t 2 v0 (35) Experimentalmente, a escolha de um regime ou de outro implica somente na escolha da impedância de entrada do dispositivo de medição, usualmente 50 ou 1 M . Não há, a priori, nenhum motivo para a escolha de um regime ou de outro, tendo sido feitas experiências com ambas as impedâncias na entrada do osciloscópio utilizado neste trabalho, com resultados iguais, considerando os erros experimentais. Neste trabalho optou-se por utilizar o sensor no regime de baixa impedância porque, como é necessário integrar o sinal elétrico medido antes de realizar os ajustes numéricos para obtenção da temperatura translacional e da velocidade de deriva, parte do ruído gerado pelo laser de Cu-HBr é eliminado no processo de integração numérica. 4.3 - Distribuição angular do vapor No processo de evaporação a laser, o jato de vapor ejetado da superfície do alvo sólido apresenta características bastante incomuns, quando comparadas a processos de evaporação por canhão de elétrons, de deposição por feixe molecular e de pulverização catódica 82. No processo de evaporação a laser, o comportamento do vapor, no vácuo, obedece inicialmente a um processo de expansão adiabática em regime viscoso. Em seguida, sofre uma transição equivalente ao da expansão de jatos supersônicos produzidos por aberturas muito pequenas83. Neste processo, as partículas mais energéticas são ejetadas na direção normal em relação à superfície do alvo. Isto favorece o arraste das partículas de menor energia, que são ejetadas em ângulos mais abertos, resultando em uma pluma de vapor com ângulos muito pequenos, descrito de maneira simplificada pela expressão: Y=cosn(x) (36) 38 Um outro argumento para explicar esta concentração do jato de vapor no eixo normal à superfície da amostra tem origem da magnetohidrodinâmica. A pluma tem um certo desbalanço de cargas de modo que um campo magnético toroidal é gerado devido a sua expansão. Há na literatura evidências indiretas da geração de campos magnéticos da ordem de Mgauss (megagauss) em experiências de ablação84. Na presença deste campo, as partículas sofrem uma força que as forçam a se concentrar em torno do eixo de expansão, num processo semelhante ao conhecido por Z-pinch, em física de plasma85. Este efeito é tão acentuado em elementos leves que até mesmo efeitos de separação isotópica foram observados em experimentos de ablação a laser53. O efeito descrito no parágrafo acima é tanto mais acentuado quanto maior for a temperatura da superfície da amostra. Para processos de evaporação por canhão de elétrons86 os valores de n podem variar entre 3 e 9 e é de se esperar que em ablação a laser este parâmetro possa ter valores ainda maiores. Neste trabalho foi realizada uma série de experimentos para a verificação da distribuição angular da pluma na ablação de tungstênio com laser de Cu-HBr. O arranjo experimental utilizado é o mostrado na Figura 7, com o sensor de PVDF como sensor de partículas. Para uma determinada potência de laser e para uma determinada distância ao longo de z, o sensor era movido na direção transversal à da propagação da pluma para variar o ângulo de visada e para cada posição era medida a amplitude do sinal do PVDF. Na Figura 12 é mostrado um resultado típico destas medições. Foi utilizada uma potência de 10 W em ambas as linhas do laser e foi colocada na frente do sensor de PVDF uma fenda com 1 mm de abertura para melhorar a resolução angular das medições. O sensor de PVDF foi colocado a 20 cm do alvo e deslocado transversalmente a pluma de vapor e cada ponto experimental na figura corresponde à média de 10 pulsos. 39 10W Intensidade de Sinal (mV) 500 400 300 200 100 0 -3 -2 -1 0 1 2 3 Posição do sensor (cm) Figura 12: Distribuição de densidade de partículas em função da posição do sensor. Embora houvesse muita flutuação nos resultados, não permitindo uma correlação da distribuição angular com a intensidade do laser, por exemplo, todos os perfis apresentaram basicamente a mesma característica: uma base larga de pequena amplitude e um pico fortemente concentrado com amplitude maior, dando o formato de um “sombrero“ à distribuição. A interpretação destes resultados é a que se segue. Como o PVDF é um sensor de pressão, ele não distingue partículas carregadas de neutras, e a pluma tem uma concentração de íons da mesma ordem de grandeza que a de átomos neutros, como será discutido adiante. O efeito de Z-pinch, no entanto, só afeta partículas carregadas eletricamente. Daí conclui-se que a base do sombreiro deve ser devido a átomos neutros, enquanto que o pico deve ser devido a íons. Esta hipótese deve ser ainda investigada mais rigorosamente em experiências dedicadas a verificá-la, utilizando vários sensores que permitam a separação dos sinais de íons e átomos neutros. Mas, de qualquer maneira, a pluma é extremamente concentrada, mesmo quando comparada a outros processos de geração de vapor em alvos sólidos. A Figura 13 mostra os mesmos resultados da figura anterior, porém em coordenadas polares. O ajuste dos valores experimentais a uma curva do tipo cosn forneceu valores de n 40 que variavam entre 70 e 150, muito maiores que os encontrados na literatura83,86. Uma justificativa para isto pode ser o alvo utilizado, que tem temperaturas de fusão e de ebulição muito maiores que os materiais tradicionalmente estudados. Com isto, a temperatura translacional da pluma e a velocidade de deriva é também maior que as produzidas em outros alvos, determinando uma maior concentração de densidade em torno do eixo z. Figura 13: Representação da pluma de vapor ejetada do alvo. 4.4 Medições da temperatura translacional e da velocidade de deriva. Foram realizadas experiências com o sensor de PVDF colocados ao longo do eixo z a distâncias de 10, 15, 20 e 25 cm do alvo utilizando tanto a resistência de carga de 50 a de 1 M como no osciloscópio e usando o laser com 11 W em ambas as linhas. A Figura 14 mostra um sinal típico do sensor de PVDF com uma resistência de carga de 50 . Conforme descrito no item 4.2 deste trabalho, a capacitância medida no sensor de PVDF foi de 400 pF. Então, quando a impedância de entrada do osciloscópio usada era de 50 , obtemos RC=20ns, 41 que é muito menor que os 10 s característicos dos pulsos de vapor, observação esta verificada experimentalmente. Nesta condição, dV/dt<<1/RC, ou seja, o regime do sinal elétrico do sensor é proporcional à derivada temporal da pressão sobre a face do sensor exposta a ação do vapor ou, em outras palavras, a integral do sinal do PVDF é proporcional ao sinal de tempo de vôo do PVDF, ou t S t ' dt ' 0 1 exp t5 m l 2kBT z t 2 v0 (34) A Figura 15 mostra a integral de S(t) (indicada por Recuperado do sinal do PVDF) e o melhor ajuste do sinal de tempo de vôo. Figura 14: Sinal típico do PVDF para uma resistência de entrada do osciloscópio de 50 com o sensor a uma distância de 100mm do alvo. 42 1,0 Recuperado do sinal do PVDF signal Calculado Amplitude normalizada 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0 10 20 30 40 50 60 Tempo (µs) Figura 15: Comparação do sinal recuperado a partir do PVDF com o calculado para uma resistência de carga de 50 . Já para a impedância de entrada de 1M do osciloscópio, RC=400 s, e dV/dt>>1/RC e o sinal do PVDF é proporcional ao sinal de tempo de vôo da pluma. A Figura 16, mostra resultados típicos para este regime, onde são mostrados o sinal do PVDF, o melhor ajuste para a função de tempo de vôo e, apenas para comparação, o sinal recuperado do PVDF quando da utilização da resistência de carga de 50 . Observe-se que os sinais estão normalizados com o objetivo de se comparar o comportamento temporal. Pode-se verificar que, uma vez que se trate o sinal de maneira adequada, pode-se utilizar o PVDF com baixa ou alta resistência de carga. 43 Amplitude normalizada 1,0 0,8 Calculado sinal doPVDF Recuperado do sinal do PVDF 0,6 0,4 0,2 0,0 0 10 20 30 40 50 60 Tempo (µs) Figura 16: Comparação do sinal recuperado a partir do PVDF, para uma resistência de carga de 1M . A experiência descrita acima foi repetida, utilizando a resistência de carga de 50 , sempre no eixo z, normal à superfície do alvo, para diferentes distâncias deste, a saber: 15 cm e 22 cm. A Tabela 3 mostra os resultados obtidos para a velocidade de deriva e para a temperatura translacional para cada uma das situações. Tabela 3: Resultados obtidos de temperatura translacional e velocidade de deriva das partículas de tungstênio geradas pelo processo de ablação laser de Cu-HBr para as diferentes impedâncias de entrada do osciloscópio Impedância do Osciloscópio Temperatura Translacional Velocidade de Deriva ( ) (K) (cm/s) 1M 9,1 x 104 4,65 x 105 50 8,8 x 104 4,73 x 105 Essas temperaturas translacionais são muito maiores que as temperaturas de vaporização encontradas na literatura para materiais como cobre e alumínio53,87. Isto pode ser atribuído à maior temperatura das transições de fase do tungstênio. Por outro lado, a 44 velocidade de deriva é menor que as encontradas para experimentos em cobre e alumínio, o que pode ser explicado devido à massa atômica do tungstênio ser muito maior que as do cobre e do alumínio88. 4.5 Conclusões Os resultados obtidos neste procedimento mostram o potencial do PVDF em fornecer diretamente a distribuição de velocidades das partículas que formam o jato de vapor, não sendo necessária a utilização de um seletor de velocidades, como convencionalmente se faz em equipamentos comerciais para determinação de distribuições de velocidades de partículas. Neste procedimento observamos também que o sensor de PVDF não apresenta saturação do sinal medido, como os sensores de quartzo comerciais, ampliando o tempo de monitoração do processo de ablação. Outro aspecto importante é que os sensores, comercialmente utilizados em câmaras de evaporação, como por exemplo o sensor de quartzo, fornecem valores acumulados de deposição de material, enquanto que os sensores de PVDF fornecem a quantidade de material depositada pulso a pulso. 45 5 - Experimentos com sonda de Langmuir Basicamente uma sonda de Langmuir é um condutor polarizado que é imerso em um plasma pequeno o suficiente para ter perturbações desprezíveis. Devido à diferença de potencial entre a sonda e o plasma, ocorrem correntes elétricas cujo comportamento permite obter informações sobre importantes parâmetros deste plasma, em particular dos elétrons e íons. Neste trabalho utilizamos uma sonda de Langmuir para avaliar os parâmetros elétricos da pluma de plasma gerada no processo de ablação do tungstênio. Os parâmetros obtidos foram a densidade e temperatura de elétrons e a densidade de ions. Além disso, o sinal da sonda de Langmuir, convenientemente tratado, forneceu também um sinal de tempo de vôo que permitiu obter a velocidade de deriva e a temperatura translacional da pluma. Estes resultados foram compatíveis com os obtidos com o sensor de PVDF. Neste capítulo iremos apresentar o funcionamento de uma sonda de Langmuir, o tratamento de sinal necessário para a obtenção do sinal de tempo de vôo, as experiências realizadas com este sensor e os resultados obtidos. 5.1 A sonda de Langmuir Quando um condutor de geometria conhecida polarizado é imerso em um plasma, ele é bombardeado por elétrons e íons constituintes deste plasma. Variando o potencial de polarização da sonda e medindo a corrente estabelecida no circuito da sonda em função da tensão de polarização, obtém-se a chamada curva característica da sonda de Langmuir, mostrada na Figura 17. 46 IP A IES B C VF VSP VB Figura 17: Curva característica de uma sonda de Langmuir, onde VSP é o potencial de plasma, VF é o potencial flutuante e IES é a corrente de saturação de elétrons. O potencial aplicado à sonda pode ser descrito como: VB = VSP + VP (37) onde VB é o potencial aplicado à sonda, VSP é o potencial de plasma e VP é o potencial da superfície da sonda com relação à borda da bainha. Fora da borda da bainha, isto é, na região não perturbada do plasma, não existem campos elétricos acelerando as partículas carregadas (íons e elétrons) e elas atingem a sonda apenas por agitação térmica. Se nenhum potencial externo é aplicado, e como os elétrons se movem muito mais rapidamente que os íons, o potencial é predominantemente eletrônica, isto é, VF é negativo. Por outro lado, quando o potencial aplicado é positivo com relação ao plasma, os elétrons coletados pela sonda são acelerados e os íons são repelidos e a pequena corrente iônica presente em VSP se anula. Próximo à superfície da sonda, ocorre um excesso de cargas negativas, que continua crescendo até que a carga negativa total seja igual à carga positiva na sonda. Esta camada de carga, chamada de bainha, é geralmente muito fina e age como uma blindagem, fazendo com que, fora dela, praticamente não existam campos elétricos e o plasma 47 não seja perturbado. A corrente eletrônica é então aquela devida a elétrons que entram na bainha por movimentos térmicos aleatórios. Como a área da bainha é relativamente constante, a medida que a tensão na sonda aumenta, tem-se uma região aproximadamente constante, chamada de região de saturação da corrente eletrônica, indicada na Figura 17 pela letra A. Por outro lado, se o potencial na sonda é negativo com relação a VSP, os elétrons começam a ser repelidos, enquanto os íons passam a ser acelerados. Assim, na região B, região de transição, a corrente eletrônica diminui com VB. A forma da curva nesta região, para distribuições Maxwellianas de energia dos elétrons e subtraída a contribuição da corrente iônica, é uma exponencial. Para valores muito negativos de VB, como na região C, praticamente todos os elétrons são repelidos e tem-se uma bainha e uma corrente de saturação iônicas. Esta região é semelhante à região A, exceto pela diferença na amplitude das correntes. Isto se deve principalmente ao fato de que as temperaturas iônica e eletrônica não são iguais e a formação da bainha é diferente quando espécies de menor ou maior energia são coletadas pela sonda. Além desta diferença na formação das bainhas, a presença de campos magnéticos faz com que o movimento dos elétrons seja muito mais afetado que o movimento dos íons, que são mais pesados. Para a determinação dos parâmetros macroscópicos do plasma, parte-se da equação da corrente coletada através da sonda de Langmuir89, onde, com uma determinada polarização na sonda, a corrente coletada é a soma das correntes geradas pelas diferentes espécies no plasma, como: I=A α nα qα vα (38) 48 onde A é área total de coleta da sonda e nα , qα e v α são, respectivamente, densidade, carga e velocidade média da espécie α. A velocidade média das partículas de uma determinada espécie pode ser escrita como: vα = 1 v f α ( v )dv nα (39) onde v é a velocidade da espécie α na direção normal à superfície da sonda e fα( v ) é a função distribuição de velocidades de α. Segundo a mecânica estatística, colisões entre partículas resultam, no equilíbrio, em uma distribuição Maxwelliana das velocidades, como: fα (v ) = nα mα 2πk BTα 3/ 2 exp − mα v 2 2k BTα (40) sendo m a massa da partícula α, T sua temperatura e kB a constante de Boltzmann. Para determinar o fluxo de elétrons e conseqüentemente a corrente na sonda, considera-se um disco no plano yz. Com isto, contribuem para a corrente somente partículas com velocidade na direção x que se movem sob a ação de um potencial V≡ VB - VSP, assim: I = nα qα A ∞ v min mα − mα vx2 exp vx dvx 2πk BTα 2 k BTα (41) 1/ 2 Onde o limite inferior de integração é ν min = ( 2qαV / mα ) , pois partículas com vx menor que vmin não alcançam a sonda devido à repulsão eletrostática da bainha. Na região de saturação eletrônica, onde q ≡ e, o potencial na sonda é maior que o potencial do plasma e todos os elétrons com velocidade na direção da sonda, vx > 0, serão coletados. Assim, a corrente de saturação eletrônica IES é dada por: 49 ∞ I ES me − me v x2 exp = − ne eA dv x vx 2πk BTe 2k BT 0 (42) Fazendo a integração da equação 42, obteremos: I ES = −neeA k BTe 2πme (43) Da mesma forma, na região C, pode-se determinar a corrente de saturação iônica IIS. Para que apenas íons sejam coletados, o potencial VB deve ser negativo com relação ao plasma e da ordem de kBTe /e. Com isto, tem-se uma barreira repulsiva para os elétrons e uma bainha em torno da sonda, onde a densidade iônica é ligeiramente maior que a densidade eletrônica. O critério de Bohm90 para a formação de bainhas determina que íons com massa Mi chegando à pré-bainha se moverão em direção à sonda com a velocidade acústica iônica νB dada por: vB = k BTe Mi (44) Desta forma, IIS pode ser expressa por: I IS = ni eA 2k BTe Mi ( 45 ) Quando o potencial de polarização é menor que o potencial de plasma, como nas regiões B e C, e nem todos os elétrons são coletados, a corrente total na sonda será descrita por: ∞ I (V ) = I IS − ne eA dvx vx v min me − me vx2 exp 2πk BTe 2k BTe (46) Substituindo a velocidade acústica iônica na equação 46, a corrente total da sonda 50 passa a ser descrita por: I (V ) = I IS − ne eA k BTe eV exp 2πme k BTe (47) Mesmo na região B, onde o potencial de polarização é negativo em relação ao potencial do plasma, pode-se supor que a corrente iônica é pequena se comparada à corrente total, ou seja, IIS « I(V), assim: I (V ) ≅ I ES exp eV k BTe (48) Ou seja, considerando uma distribuição Maxwelliana de velocidades, a corrente coletada pela sonda cresce exponencialmente com VB para potenciais próximos ao potencial de plasma. A equação 48 pode ser reescrita como: I (V ) eV = exp I ES k BTe (49) Ou ainda, pode ser expressa como: ln I (V ) eV = I ES k BTe (50) Fazendo a derivada com relação a V em ambos os lados, teremos: d ln I e = dV k BTe ( 51) Com isto, o gráfico do logaritmo neperiano da corrente em função de VB, para valores ligeiramente menores que o potencial do plasma, resulta em uma reta. O inverso do coeficiente angular desta reta fornece a temperatura eletrônica Te. Uma vez conhecida Te, é possível então determinar a densidade do plasma utilizando-se a equação 43. 51 Toda esta análise foi feita supondo um plasma estacionário, o que não é o caso deste trabalho. No entanto, vamos supor em primeira aproximação que os tempos característicos de relaxação do plasma são muito menores que os tempos característicos da pluma, supondo um equilíbrio local podemos utilizar esta análise para a situação de transiente característico deste trabalho. 5.2 Medições dos parâmetros do plasma A sonda utilizada neste trabalho possui uma geometria cilíndrica e é constituída basicamente de um fio de tungstênio de 25µm de diâmetro e 10mm de comprimento embutido em um capilar de vidro. A carcaça condutora que é aterrada juntamente com o sistema da câmara evaporadora. Incidindo sobre o alvo um feixe de laser com potência de 14W, registrou-se a curva característica de uma sonda de Langmuir, para as posições 100mm e 200mm da sonda em relação ao ponto de interação do laser com o alvo sólido. A curva característica obtida com a sonda de Langmuir obtida e mostrada na Figura 18. Intensidade de Corrente (A) 2,5m 2,0m 1,5m 1,0m 500,0µ 0,0 -500,0µ -150 -100 -50 0 50 100 150 200 250 Tensão (V) Figura 18: Curva da corrente coletada pela sonda de Langmuir em função da tensão aplicada. 52 A curva acima foi obtida pelo registro das correntes medidas na sonda para um intervalo de tensão de -140V à 210V variados a uma taxa de 5V à cada medida, e adotada uma média de 10 registros por tensão de polarização aplicada à sonda. Considerando a inclinação mostrada na região B da curva característica da sonda de Langmuir , Figura 17, traçando o gráfico referente a equação 51, onde o eixo das ordenadas é ln(I) e o eixo das abcissas é V, obtem-se a temperatura eletrônica Te e sabendo que a corrente eletrônica diminui com o decréscimo de VB, temos em VF, o chamado potencial flutuante, um potencial suficientemente negativo para repelir todos os elétrons exceto a um fluxo igual ao de íons. A corrente total nesta situação é, portanto nula, nos fornecendo a caracterização do plasma gerado, a tabela 4 mostra os resultados obtidos utilizando as equações 43 e 45 bem como o procedimento do paragrafo acima. Tabela 4: Resultados obtidos para as diferentes distâncias da sonda de Langmuir do alvo. Distância (mm) Densidade de Elétrons ( cm-3 ) Densidade de Íons ( cm-3 ) Temperatura de Elétrons (K) 100 6,24×109 2,4×1011 3,13×105 200 9,7×108 1,3×1011 4.6×105 As temperaturas de elétrons obtidas são próximas de valores encontrados na literatura91,92 onde a temperatura de elétrons média é da ordem de 29 eV. Este valor apresenta boa concordância com processos de geração de plasma pela ação de um feixe de laser. 5.3 Medições de tempo de vôo com sonda de Langmuir A sonda de Langmuir permite também avaliar a velocidade de deriva a temperatura de íons no sistema, por pulso de laser. Para isso, é necessário realizar uma análise do circuito 53 utilizado em conjunto com a sonda, mostrado na Figura 19. Figura 19: Circuito equivalente da sonda de Langmuir no sistema de polarização e leitura do sinal. Considerando a sonda de Langmuir como uma fonte de corrente e sabendo que R2 é a resistência de entrada do osciloscópio, pode-se monitorar a tensão sobre este resistor por intermédio do sinal lido no osciloscópio. Deste sinal, a corrente gerada pela sonda pode ser obtida inicialmente a partir de uma solução para o circuito em regime permanente, ou seja, considerando a sonda como uma fonte aberta. Nesta situação, o circuito pode ser dividido em duas partes, uma malha à esquerda, composta da sonda e do sistema de polarização da mesma, e uma malha à direita, composta pela impedância característica do osciloscópio. No ponto em que a diferença de potencial se torna a mesma nas duas malhas, como a queda de potencial nos capacitores é nula (a corrente através deles é nula), pode-se escrever: V + R1 .i1 = q 02 + R2 i2 C onde q02 é a carga elétrica que se acumula sobre o capacitor, em regime permanente. ( 52) 54 Considerando a sonda não mais como uma fonte aberta, mas como uma fonte de perturbação no circuito, ocorrerá uma flutuação de tensão, que gera uma corrente elétrica. Esta corrente se dividirá em i1 e i2, e a corrente total no circuito será i = i1 + i2. A tensão entre os pontos A e B da Figura 19 será a mesma para as duas malhas, podendo-se então escrever: V + R1 .i1 = onde q2 = q02 + ∆q2 , i2 = q2 + R2 i 2 C ( 53 ) dq2 d∆q2 q = e V = 02 . dt dt C Sabendo que q02 é uma constante, pode-se escrever: R1 .i1 = ∆q 2 + R2 i2 C ( 54 ) Isolando i1 na equação 54 e substituindo seu valor em i = i1 + i2 , considerando que V(t) é o sinal de tensão sobre o resistor R2 e ∆q2 = i2dt = i= V (t ) R2 dt , podemos escrever: 1 1 1 V (t )dt + + V (t ) R1.R2 .C R1 R2 ( 55 ) Medindo-se V(t) no osciloscópio, obtém-se então os valores de corrente na sonda, por pulso de laser. Um sinal típico medido é o mostrado na Figura 20. Substituindo este sinal na Equação 55, obtemos a curva indicada em vermelho na Figura 21. 55 Figura 20: Sinal característico de distribuição de íons em uma sonda de Langmuir. Figura 21: Sinal corrigido da sonda de Langmuir (linha vermelha) e ajuste de uma curva de tempo de vôo do tipo Maxwelliana (linha pontilhada). Supondo uma distribuição de velocidades Maxwelliana, por intermédio do ajuste da curva medida à função que descreve a distribuição de velocidades dos íons, podemos obter a temperatura translacional dos íons e sua velocidade de deriva. Este ajuste é indicado pela curva pontilhada na Figura 21, e os valores obtidos de temperatura translacional, foram da ordem Ti=6,61.104K e de velocidade de deriva, da ordem de 5,38.10 5 cm/s. Estes resultados correspondem aos valores medidos pelo sensor de PVDF. 56 5.4 Conclusões Para a caracterização da pluma de plasma gerada na ablação do alvo sólido de tungstênio, assumimos que a termalização ocorre em intervalo de tempo muito mais curto que o tempo de duração do plasma e que, portanto, o sinal elétrico da sonda de Langmuir é proporcional a densidade de íons ou de elétrons, dependendo do potencial de polarização aplicado a sonda. Assim o sinal da sonda de Langmuir pode ser interpretado como o sinal de tempo de vôo e, novamente assumindo a termalização do plasma, a densidade de partículas carregadas em questão pode ser descrita por uma Maxwelliana com uma velocidade de deriva, onde a velocidade é obtida pela razão da distância entre o alvo e a sonda e o tempo de chegada das partículas até a sonda, e os valores obtidos estão em concordância aos medidos com o sensor de PVDF. 57 6 – Medições feitas com ion-gauge. Neste capítulo iremos apresentar o funcionamento do sensor Ion Gauge, que pode ser empregado para observar o perfil temporal de um pulso de feixe molecular. Esperava-se que, com pequenas alteração no modo de funcionamento deste sensor, pudéssemos analisar em tempo real o comportamento das partículas ionizadas que compõe o vapor gerado pela ablação. Foi observado, no entanto, que a configuração do ion-gauge utilizado não permite a observação direta da distribuição de velocidade das partículas constituintes da pluma, embora tenha fornecido valiosas informações sobre a pluma. 6.1 - Ion Gauge. Este sensor opera similarmente a um ionizador de Bayard-Alpert padrão, com tempo de resposta da ordem de 5µs. As aplicações típicas incluem a detecção e a caracterização de feixes moleculares pulsados e como sensor de pressão para aplicações de vácuo. Os experimentos realizados com o íon-gauge modelo FC-1, fornecido pela Beam Dynamics, Inc., visavam um terceiro método de medição, para validar as medições feitas com os sensores de PVDF. A idéia inicial era utilizar o íon-gauge como uma sonda eletrostática, que permite obter informações qualitativas da densidade de partículas carregadas (íons) em função do tempo. Quando colocado a distâncias apropriadas, permite observar o tempo de vôo referente à distribuição da velocidade das moléculas no feixe de vapor. No sensor ion-gauge, o sinal é proporcional à densidade de partículas. Por esta razão, é muito utilizado como medidor de pressão em sistemas de alto vácuo, quando é também conhecido como detetor Penning. Este tipo de sensor é constituído de três filamentos: um primeiro, linear, que trabalha polarizado negativamente; o segundo, em espiral em torno do primeiro, aterrado, que promove um campo elétrico radial entre ele e o primeiro filamento; e o terceiro filamento 58 alimentado por uma corrente elétrica de modo a funcionar como ionizador de átomos na sua proximidade. Quando já há íons na região de medição, como ocorre no processo de ablação do tungstênio, o terceiro filamento é desligado e o sinal é proporcional à densidade de íons. Na ablação de tungstênio, a ionização ocorre devido às altas temperaturas atingidas na superfície do alvo pela incidência do feixe de laser, já no inicio do processo de evaporação. Posteriormente, ocorrem processos de absorção do feixe de laser pelo próprio plasma iniciado termicamente, que pode aumentar a densidade de cargas em função da intensidade do laser. Considerando que a pluma de vapor gerada na ablação laser, nas distâncias em que foram realizadas as medições deste trabalho, é um gás em equilíbrio térmico, as velocidades das partículas do gás estão distribuídas segundo a função distribuição de velocidades maxwelliania com uma velocidade de deriva v0, para o caso unidimensional, como f v Ne m v v0 2 K BT 2 ( 56 ) onde v é a velocidade da partícula, mv2/2 é a energia cinética das partículas do gás e N é uma constante. Para a densidade de partículas no gás podemos escrever: n= ∞ f (v) dv (57) −∞ o que implica: m N =n 2πk BT 1/ 2 (58) Conhecida a função de distribuição de velocidades das partículas do gás, os valores médios de grandezas macroscópicas podem ser encontrados. A equação 59, permite encontrar a velocidade média das partículas do gás ou velocidade térmica, que é a velocidade mais provável da partícula, entre todas aquelas da distribuição para o caso unidimensional. 59 ∞ f (v)vdv v= 2 k BT m = vth = −∞ ∞ f (v)dv 1/ 2 (59) −∞ Da mesma maneira, a energia média das partículas, energia mais provável, pode ser calculada segundo a equação 60, para resolvê-la, devemos realizar uma mudança de variável, isto é, y = v/vth. mvth2 kBT Eav = = 4 2 ( 60 ) Portanto, a temperatura pode ser identificada com a energia cinética média das partículas do gás. Fazendo a mudança de variável, v=l/t, onde l é a distância do alvo ao sensor e t o tempo para que o sensor observe o sinal, teremos o sinal de tempo de vôo para uma jato de partículas com a distribuição de velocidades dada acima, l f t m n 2 KBT 1 2 e m l t v0 2 K BT 2 ( 61 ) onde n representa a densidade de partículas. Considerando que o sistema sofre uma expansão ao longo do eixo z com velocidade d 3 v = v 2 dvsenσdσdϕ , onde senσdσdϕ = dΩ , a densidade de partículas num volume será descrito por: n(v ) d 3V = n0V 2 e − mv 2 2 k BT dΩdV ( 62 ) Assim, f(l/t) pode ser escrita em função da velocidade de expansão do vapor. Podese observar o comportamento da fração de moléculas que têm velocidade no intervalo entre v e v + dv. Esta fração de moléculas é proporcional à densidade de partículas no intervalo de velocidades e se escreve f(v)dv, onde f(v) é uma função de v, que origina a distribuição de 60 velocidade de Maxwell. Considerando-se a distância do sensor à fonte de vapor e que o sensor está alinhado ao eixo z no sistema de referência de nossos experimentos e considerando a velocidade de deriva, temos f (l / t ) ∝ 1 m exp − 3 t 2k BTZ l − v0 t 2 ( 63 ) que, a menos de uma constante de proporcionalidade, é o sinal de tempo de vôo para qualquer detetor que tenha uma resposta proporcional à densidade de partículas. 6.2 Determinação da formação de cargas Para verificar o comportamento do vapor no que diz respeito à presença de cargas elétricas, foram feitas experiências de tempo de vôo utilizando o ion-Gauge, adaptado ao arranjo experimental mostrado na Figura 7. Foi monitorada a corrente de íons utilizando placas paralelas à direção de expansão da pluma de vapor, polarizadas com tensões de 0 à 130V e acopladas a um osciloscópio digital Tektronix TDS-540A. As placas polarizadas produzem um campo elétrico transversal à trajetória das partículas do jato de vapor e com a variação do campo aplicado, as cargas elétricas poderiam ser defletidas e, portanto, não atingirem o ion-gauge. Assim, o campo eletrostático das placas paralelas serviria como um seletor de partículas que chegariam até o sensor. Este procedimento foi realizado para o ion-gauge a distâncias de 150mm, 200mm e 250mm do alvo de tungstênio, e a potência do laser foi variada na faixa de 9W à 16W. A Figura 22, mostra o sinal registrado pelo ion-gauge em função da tensão de 61 polarização dos eletrodos. Pode-se observar que a forma e a amplitude do sinal praticamente independe da tensão aplicada entre placas, sugerindo fortemente um plasma denso, isto é, cujo comprimento de Debye é muito menor que a separação entre as placas. Desta forma, o campo elétrico não perturbaria o plasma, devido a um mecanismo chamado blindagem de Debye. 300,0m Intensidade de Sinal (V) 250,0m 10V 30V 50V 70 90V 110V 130V 200,0m 150,0m 100,0m 50,0m 0,0 -50,0m -100,0m -150,0m 0,0 5,0µ 10,0µ 15,0µ 20,0µ 25,0µ 30,0µ 35,0µ 40,0µ Tempo (s) Figura 22: Sinal registrado do ion-gauge em função da tensão de polarização dos eletrodos transversais, para uma potência de laser de 11W. O comprimento de Debye93 pode ser escrito como: 0 D onde 0 KBTe 1 2 (64) n e2 é a permissividade no vácuo, KB é a constante de Boltzmann, Te é a temperatura de elétrons, n∞ = ne = ni e e é a carga do elétron. Considerando-se que a distância entre as placas é L = 2 cm, para que ocorra a blindagem de Debye, L>> D. Portanto: n 0 K BT e 2 e L 2 >> 1,5×106 cm-3. Para calcular a estimativa acima foi utilizada a temperatura de elétrons de 40 eV, medida usando sondas de Langmuir. 62 Foi monitorado também o pico do sinal do ion-gauge em função da intensidade de laser. Este comportamento pode ser visto na Figura 23. 40,0m Data: Data1_0aoPico Model: ExpDec1 Equation: y = A1*exp(-x/t1) + y0 Weighting: y No weighting 35,0m Intensidade (V) 30,0m Chi^2/DoF = 3.9739E-6 R^2 = 0.97797 25,0m y0 A1 t1 0.00792 0.00007 -1.49231 ±0.00166 ±0.00009 ±0.3024 20,0m 15,0m 10,0m 0aoPico ExpDec1 fit of Data1_0aoPico 5,0m 3 4 5 6 7 8 9 Potência (W) Figura 23: Perfil de geração de cargas para diferentes intensidades do Laser. São observados dois resultados interessantes. O primeiro, já observado anteriormente quando mediu-se o sinal elétrico nos eletrodos paralelos, é a ocorrência de cargas elétricas antes do limiar de ablação, já que para intensidades menores que a de limiar identificadas na referência [24] observa-se a presença de cargas elétricas, mas não se registra sinal de vapor chegando aos sensores. Este comportamento foi atribuído ao efeito termoiônico94. O segundo resultado interessante é que não ocorre saturação no sinal para potências até 9 W, como quando medindo a quantidade de material evaporado usando PVDF. Este resultado é interpretado da seguinte forma: o aumento da intensidade do laser provoca um aumento da quantidade de material removido e, também, da quantidade de material ionizado. A partir de um certo valor de intensidade, o feixe de laser é absorvido pelo plasma e um aumento de intensidade não resulta mais um aumento de quantidade de material removido. A quantidade de cargas elétricas, e conseqüentemente a quantidade de íons aumenta com a intensidade do laser, embora a quantidade total de material removido fique 63 constante. Já a determinação da velocidade de deriva de íons e da temperatura translacional usando o ion-gauge não foi possível pois este sensor apresenta seu segundo filamento alimentado por uma tensão fixa de -120V, sem opção de variação desta tensão. Isso nos impede de usar o ion-gauge para determinar a temperatura translacional e a velocidade de deriva, pois nesta condição este sensor acaba adicionando um potencial de aceleração que altera a distribuição de velocidades da pluma, corrompendo o sinal de tempo de vôo. 64 7 – Medições de taxa de evaporação e densidade de partículas da pluma As medições realizadas com o PVDF e com o ion-gauge, relacionadas com a densidade de partículas na pluma, foram todas relativas, necessitando de procedimentos de calibração. Mesmo as medições com a sonda de Langmuir permitem a obtenção da densidade de íons, mas não a densidade de partículas neutras (ou a densidade total). Foram necessários então alguns experimentos para a determinação da densidade total de partículas da pluma gerada por ablação do tungstênio. Este experimentos foram realizados com um oscilador de quartzo e com medições da resistência elétrica do filme depositado. As medições foram comparadas entre si e com os resultados obtidos com o PVDF e com a sonda de Langmuir, permitindo comparar a densidade de cargas (ions) com a densidade de átomos neutros na pluma. 7.1 - Medições com o oscilador de quartzo Utilizou-se um monitor de espessura, comercial, marca INFICON, modelo XTM/2P, constituído por detetores a cristal de quartzo. O oscilador de quartzo ou monitor de espessura de quartzo é um equipamento de linha de produção utilizado na maioria das câmaras de evaporação. Trata-se de um método que permite medir, em tempo real, a espessura da camada depositada, para as mais variadas técnicas de deposição, nas mais variadas geometrias. O princípio básico de funcionamento de um monitor de quartzo é a variação da freqüência como função da massa depositada. Nas faces maiores de um fino cristal de quartzo, são depositados filmes condutores, geralmente de ouro. Aplica-se uma tensão RF nestes contatos e o cristal passa a oscilar em sua freqüência natural, que depende da espessura e da orientação cristalina. 65 Estas freqüências são da ordem de 5 ou 6 MHz, para equipamentos comerciais. A freqüência de ressonância cai à medida que qualquer material seja depositado numa das superfícies do cristal, ou, a mudança de freqüência é proporcional à massa adicional. A espessura pode então ser obtida a partir do conhecimento da massa específica do material e da área do filme. É necessário um sistema de refrigeração que mantenha a temperatura do cristal dentro dos limites de resposta linear. Em geral os cristais de quartzo trabalham fora do eixo principal de fluxo de vapor e, através de uma correção chamada de fator geométrico, é possível conhecer a espessura depositada na direção do fluxo principal de vapor. No primeiro procedimento realizado, posicionou-se o sensor de cristal de quartzo a uma distância de 100 mm do alvo a ser evaporado. Uma lente de focalização, de 500mm de distância focal, foi colocada, na entrada da câmara evaporadora. Usando uma íris de abertura variável, variou-se a potência de saída do laser no intervalo de 9W à 16W. Usando o monitor de espessura, foram feitas as medidas de taxa de deposição num intervalo de tempo de uma hora, para cada potência do laser. Este procedimento foi repetido posicionado o sensor a 200mm do alvo. Ao longo dos primeiros ensaios experimentais com o sensor de quartzo, observou-se um comportamento pouco estável na resposta do cristal, que após algum tempo de deposição, apresentava dados não reprodutíveis. Foi observado empiricamente que, para a utilização dos sensores de quartzo nas medições de taxa de evaporação de tungstênio, é necessário recobrilos com um filme fino de alumínio (originalmente os sensores utilizados são recobertos com ouro). Aplicada a camada fina de alumínio, as medidas tornaram-se mais reprodutíveis. Porém, a taxa de deposição do material mostrou-se muito baixa, como mostra a Figura 24. O sinal do transdutor era muito próximo do limite inferior de resposta do equipamento, 66 permitindo apenas a observação de um sinal acumulado ao longo do tempo, para as duas distâncias propostas (100mm e 200mm). Figura 24: Taxa de material arrancado em função do tempo, medido por um sensor de cristal de quartzo. 7.2 – Medições de resistência do filme Como o tungstênio apresenta uma resistividade elétrica relativamente alta95 (rW = 5,65.10-6 cm.Ω), pode-se avaliar a taxa de deposição em função da variação de resistência durante um determinado período de deposição e uma dada intensidade de feixe de laser. Aplicando a Lei de Ohm, determina-se a relação entre espessura e resistência, uma vez que é conhecida a área onde será realizada a deposição do filme, assim: e=rw B/(b R) (65) onde são conhecidos os valores de: rw resistividade elétrica do tungstênio, B comprimento do condutor, b largura do condutor e R, a resistência, como mostrado na Figura 25. Supondo-se uma deposição uniforme de material, pode-se obter a espessura depositada por uma determinada intensidade de feixe de laser em um determinado intervalo de tempo. 67 Iniciou-se então o desenvolvimento de um sistema de medida de taxa de deposição baseado na medição da resistência de um filme de tungstênio depositado. Substratos de vidro BK7 receberam a deposição de filmes de cobre em duas ilhas para contato e uma máscara para definir uma região retangular com área b x B onde o filme é depositado. Inicialmente era feita a deposição de um filme fino inicial de tungstênio, usando o próprio laser de Cu-HBr, para que houvesse uma resistência inicial de referência. Sem que o substrato fosse retirado da câmara de evaporação, era iniciada uma experiência de evaporação do tungstênio e era monitorada em tempo real a resistência do filme que ia se formando. Da evolução da resistência no tempo era obtida indiretamente a taxa de deposição de tungstênio. Cada substrato era utilizado para uma experiência somente. b e B Figura 25: Geometria do filme depositado. A Figura 26 compara os resultados obtidos com o cristal de quartzo com o processo de variação de resistência, para a taxa de deposição em função da potência do laser, com o detector a uma distância de 100mm do alvo. Para ambos os casos o tempo de formação do filme foi de uma hora. 68 9 8 Quartzo Resist Taxa de crescimento (Angstron/min) 7 6 5 4 3 2 1 0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Potência (W) Figura 26: Comparação da medição de taxa de evaporação entre o sistema de resistência elétrica e cristal de quartzo em função da variação de potência do laser. Os resultados obtidos com as duas técnicas sugerem que a taxa de evaporação do tungstênio é baixa, da ordem de 6 Å/minuto para uma potência de 16 W usando ambas as linhas do laser de Cu-HBr. Com esta taxa de deposição é possível estimar a densidade do vapor imediatamente antes da deposição sobre o substrato. Para tanto assume-se que antes de depositar sobre o substrato, uma massa m de vapor ocupa um volume cilíndrico dado pela base de área A e comprimento v vapor V t. A relação entre esta massa e a densidade de massa do é dada então por m V vA t (66) onde v é a velocidade média do vapor. A massa depositada por unidade de tempo é então dada por m V vA . (67) Uma vez que esta massa se deposite no substrato, vai formar um filme na forma de uma bolacha, com área A e espessura e, dada por m S Ae , (68) 69 onde S é a densidade do filme sólido. Como o parâmetro medido é a taxa de deposição e , derivando a equação 68 com relação ao tempo e comparando com a equação 67, temos que a densidade do vapor pode ser estimada pela relação V S e v (69) e a densidade de partículas é obtida dividindo a densidade de massa pela massa de um átomo de tungstênio. Assim, supondo uma velocidade média da ordem de 4900 m/s (média entre as velocidades medidas com o PVDF e a sonda de Langmuir) e ainda supondo que a densidade do filme é igual à densidade do tungstênio sólido (supondo um filme compacto), tem-se uma densidade média de partículas da ordem de 1,3×108 cm-3. Este resultado não pode ser diretamente comparado com as densidades de íons obtidas com a sonda de Langmuir, por exemplo, pois a sonda nos forneceu a densidade de pico enquanto que a técnica de deposição, fornece densidades médias. No entanto, como a duração da pluma é da ordem de 10 s e o tempo entre pulsos de laser é da ordem de 62,5 s, é de se esperar que a razão entre densidade de pico e média seja da ordem de 6, e não 3 ordens de grandeza, como observado. Esta inconsistência pode estar no longo tempo de medição da taxa de evaporação usando o cristal de quartzo e a variação de resistência. No início do processo a taxa de evaporação pode ser bastante elevada (com densidade de vapor da ordem de 1011 cm-3) mas, devido às sucessivas passagens do feixe de laser pela mesma posição, começa a ser formada uma trilha (um corte), como mostra a Figura 26, que determinam uma diminuição na taxa de evaporação por basicamente dois motivos. Primeiro, com a formação da trilha de corte, a intensidade do feixe de laser diminui por aumentar a área iluminada pelo feixe de laser, com a conseqüente diminuição do aumento da temperatura da superfície do alvo, que depende da intensidade. Segundo, com a formação da trilha, o jato de vapor gerado começa a ser emitido na direção do feixe de laser e não perpendicular à superfície da amostra. Embora esta 70 explicação pareça ser bastante razoável, necessita ser testada ainda. Figura 27: Imagem das trilhas criadas pela passagem do feixe de laser sobre o alvo sólido. 7.3 – Conclusão Embora sejam técnicas simples de monitoração de taxas de deposição na confecção de filmes finos, a utilização de sensores de quartzo e a medição da variação de resistência do filme depositado não se mostraram eficazes em experiências de ablação de tungstênio com laser de Cu-HBr. Os sensores de cristal de quartzo e por resistência elétrica, após um período de deposição, apresentam saturação enquanto que o sensor de PVDF permite um maior período de monitoração do processo. Outro aspecto importante é que tanto o sensor de quartzo quanto as medições por resistência elétrica fornecem valores acumulados de deposição de material, enquanto que o PVDF fornece a quantidade de material depositada pulso a pulso. No entanto, há ainda a necessidade de um procedimento de calibração do sensor de PVDF, que não foi obtido com sucesso neste trabalho. 71 8 – Conclusão geral Neste trabalho, as dificuldades encontradas foram os principais agentes para seu enriquecimento. A originalidade deste trabalho agora não se dá apenas pelo estudo inédito do vapor gerado na ablação de um alvo sólido de tungstênio por um laser de Cu-HBr, mas também pela utilização de dispositivos de observação sem precedentes como o PVDF e o Ion Gauge. O objetivo original era estudar detalhadamente as propriedades do vapor gerado pela ablação de um alvo sólido de tungstênio por um laser de Cu-HBr, tais como: densidade de átomos neutros ou ionizados, e a distribuição de velocidades destas mesmas espécies. Igualmente, pretendia-se obter informações sobre mecanismos de redução das cargas elétricas, de gotículas e de aglomerados no vapor com o objetivo de se obter um jato de vapor monoatômico e neutro, para aplicação de crescimento de filmes finos e espectroscopia de fotoionização de interesse do IEAv. Foram propostas, desenvolvidas e testadas três técnicas de monitoramento da pluma de plasma, a saber: sensores de PVDF, sondas de Langmuir e ion-gauge. Destas, as duas primeiras se mostraram simples e eficazes para a determinação da distribuição de velocidade de jatos monoatômicos, com a obtenção de parâmetros como temperatura translacional e velocidade de deriva da pluma. As medições com a sonda de Langmuir permitiram ainda avaliar a densidade de partículas carregadas na pluma e a temperatura de elétrons. Estes dados permitiram concluir que a remoção de partículas carregadas para a obtenção de um jato de vapor neutro não pode ser realizada usando campos eletrostáticos. Esta conclusão foi reforçada quando das 72 experiências com placas paralelas carregadas, onde não se verificou qualquer alteração significativa no sinal do ion-gauge com a tensão de polarização das placas. Mais, ficou evidenciado neste trabalho a inviabilidade de se obter um vapor neutro, uma vez que mesmo antes de se iniciar o processo de evaporação, o sistema apresenta um número considerável de cargas elétricas geradas por efeito termiônico. Os procedimentos aqui desenvolvidos nos forneceram informações da temperatura translacional e velocidade de deriva geradas no processo e levantaram a curiosidade do estudo da distribuição espacial deste vapor gerado na ablação. Os sensores utilizados para o levantamento de dados deste trabalho, em especial o PVDF, mostram grande potencial para análise dos mais diferentes sistemas de ablação em tempo real. Permitindo um melhor acompanhamento do processo no que diz respeito a efeitos de ablação por pulso de laser ou efeito acumulado. As medições de taxa de evaporação usando tanto cristal de quartzo como variação de resistência não se mostraram eficazes na caracterização de processos de ablação a laser (na calibração do sensor de PVDF, por exemplo). Foi verificada uma altíssima direcionalidade na pluma, o que abre uma série de novas aplicações para a evaporação não só de metais puros, como de ligas, onde talvez se possa fazer uma deposição seletiva sobre superfícies. Em suma, o laser de CuHBr é uma ferramenta eficiente no processamento de alvos sólidos de tungstênio e a instrumentação alternativa (sensor de PVDF e sonda de Langmuir) aqui propostas se mostraram eficientes para a caracterização da pluma de vapor e do plasma gerado durante este processo de ablação. Como proposta para trabalhos futuros fica estudar a possibilidade de se utilizar a 73 característica direcional do fluxo de vapor gerado na ablação laser no “desenho” de revestimento de superfícies. É interessante avaliar tal comportamento para outros materiais e verificar o comportamento da direcionalidade para vários materiais. Outro aspecto interessante é estudar a fotoionização seletiva de íons, em vez de átomos neutros, utilizando como discriminador para separação de isótopos, por exemplo, o estágio de ionização. Há ainda a possibilidade de se estudar o confinamento por armadilhas magnéticas dos íons, permitindo a separação do vapor neutro, que poderia ser utilizado em estudos de fotoionização seletiva. 74 Apêndice Tabela 5: Resumo dos resultados obtidos nos diferentes experimentos realizados Propriedade Unidades Valor Tungstênio Condutividade térmica K W/cm oC 1,067 2 cm /s 0,386 K 3680 ns 35 cm2 1,5×10-5 - 0,5 kHz 16 K 8.9 x 104 cm/s 4.6 x 105 Densidade de elétrons cm-3 3.6 x 109 Densidade de íons cm-3 3.1 x 104 Temperatura de elétrons K 3.9 x 105 Temperatura Translacional K 6.6 x 104 cm/s 5.4 x 105 Difusividade térmica – Temperatura de Fusão – TF Laser de Cu-HBr Duração do pulso Área iluminada pelo feixe – A Absorção em 520 nm Freqüência de repetição – f Sensor de PVDF Temperatura Translacional Velocidade de Deriva Sonda de Langmuir Velocidade de Deriva 75 Trabalhos Produzidos 76 &(( ,&((&- 16J'5 ! 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P 7 0 + ! $ 5* ,6- ,.**6- .&'.J.&'' E'F "Q A +2 D D ? % 5> ,.***46.J>(* E6F 2 +C ; 7 + 6 ,.**4- .>5J&(* E*F " " B 7 $G& + ! 4* ,.*16- 56(> E.(F 3 ; B 9 7 + B ; 1 ,.*1*- 4'4 E..F E.&F E.4F E.>F E.5F E.1F E.'F E.6F E.*F E&(F E&.F E&&F E&4F E&>F E&5F E&1F E&'F E&6F '5 +C 22 B9 $/ + ! >4 ,.*'&- >16( ;B <2 B "% < % B <% A D C $ ; D 9 ..( ,.**'- >6J5. $ $2% CB % ;Q ! .(*?..( ,.**'- .5J.* O B $ C2 $ $! " 0 .&'J.&* ,.**6- 1(.J1(5 ; 3 R R 32 < /2 < 22 G3 % G % ; 6 ,.**4&(4J&4( " Q A " % $ .(*?..( ,.**'- .44J.41 % $ B+; A+ $ $ $B9 % ! !A &'6* ,.**1- 4>5J45. A / $ ++ $ A! % 3 / D % % 3 % ! /"D.4 $DAG ,.**5- < 9 % G A0 ' ,&- ,&(((- 5(J55 C $ K $A D B % ,A- ! B D < ! .**1 454J41( $ D + C $" / K $A D B % ,A- ! B D < ! .**1 .&5J.41 A D% ; & ,.**....*J..&( % +; /2 $ ; $9 K BD K $ / ,A- ! B /2 ! D= " C3 $ ; + $ 3 .**1 &>.J&54 / ! P; ;& K !A +2 ,A- ; ! ; D G! ! ! .*6* A 7 3 = ! !A .616 ,.**4- &J.& +" D ! 7 61 ,.**5- '*J65 // $G& K ! R .*'1 $$ 2 $ ! '1 A $$ ! .**5 ARTICLE IN PRESS Optics & Laser Technology 38 (2006) 523–527 www.elsevier.com/locate/optlastec High beam quality in a HyBrID copper laser operating with an unstable resonator made of a concave mirror and a plano-convex BK7 lens Madalena Alice Priante Giãoa, Walter Miyakawab,c, Nicolau André Silveira Rodriguesb,, Denise Maria Zezellc, Rudimar Rivab, Marcelo Geraldo Destrob, Jaime Tsutomu Watanukib, Carlos Schwabb a Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Centro Técnico Aeroespacial, São José dos Campos, São Paulo, Brazil Divisão de Fotônica, Instituto de Estudos Avanc- ados, Centro Técnico Aeroespacia, 970 São José dos Campos, Caixa 604412-23 1, São Paulo, Brazil c Centro de Lasers e Aplicac- ões, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Trav. R. 400, Cidade Universitária, São Paulo, Brazil b Received 13 April 2004; received in revised form 20 October 2004; accepted 29 November 2004 Available online 5 February 2005 Abstract This paper presents a very simple unstable resonator, made of a concave mirror (total reflector) and a bare plane–convex BK7 lens working as a convex coupling mirror, which is quite efficient for HyBrID copper laser. In addition to a good quality factor ðM 2 ¼ 4:9Þ; experimental results showed that it is possible to control the laser output power by introducing a variable aperture iris inside the cavity, close to the coupling lens, without spoiling beam quality. A rough theoretical model helped to explain these results as a combined effect of unstable resonator plus radial gain distribution. r 2005 Elsevier Ltd. All rights reserved. Keywords: Laser beam quality; Unstable resonator; HyBrID copper laser 1. Introduction Beam quality is an extremely important issue in most laser applications because power and/or energy density usually are the parameters that must be controlled. In fact, since the advent of the laser in the 1960s, great effort has been made in studying, testing and developing laser resonators and in exploring gain medium characteristics aiming to improve beam characteristics. An extensive discussion on laser resonators can be found in Refs. [1,2]. As a general rule, unstable resonators are suitable for lasers with high small signal gain and large transversal areas, like the copper lasers (copper vapour, copper salt or HyBrID copper laser) [3]. However, conventional unstable resonators introduce Corresponding author. E-mail address: nicolau@ ieav.cta.br (N.A.S. Rodrigues). 0030-3992/$ - see front matter r 2005 Elsevier Ltd. All rights reserved. doi:10.1016/j.optlastec.2004.11.025 the so-called hard-edge effect: due to diffraction on the edge of mirrors and/or holes, a fraction of the output beam can be subtracted and the beam quality is somewhat deteriorated. In the particular case of HyBrID copper lasers, the gain profile has a bell-shaped radial distribution, i.e., the gain is maximum in the centre and diminishes as the radius increases [4]. Consequently, the deleterious effect of conventional unstable resonators is accentuated since the fraction of the beam that is subtracted is in the centre of the laser beam, where the intensity has its maximum. Coupling mirrors with variable (super-gaussian) reflectivity can avoid these hard edge effects. However, they are difficult to manufacture or obtain. Barker and Loree [5] successfully used an extremely simple unstable resonator, made of a concave mirror and an ordinary uncoated plano-convex lens, in order to improve the beam quality of an excimer laser. This ARTICLE IN PRESS 524 M.A.P. Gião et al. / Optics & paper presents the results of tests of this kind of resonator with a HyBrID copper laser. Besides the resonator, an intracavity variable aperture iris is introduced close to the coupling mirror (lens) allowing the output power to be controlled. The M 2 quality factor is measured for different iris apertures and it is verified that the beam quality is not significantly spoiled. A numerical model based on Fresnell–Kirchhoff equations is used to analyse qualitatively the behaviour of this resonator. 2. Experim ental set-up Fig. 1 shows the schematic diagram of the experimental set-up used in this work. The unstable laser resonator is 1.47 m long and constituted of a total concave reflector (2.99 m curvature radius) and an uncoated convex–plane BK-7 lens (152 mm of focal length, or about 75 mm curvature radius). A variable aperture iris (3) was used to control the laser power and a convergent lens (6), to collimate the beam. The optical filter (7) reflects the yellow (578 nm) and transmits only the green (510 nm) emission. A CCD camera was attached to the laser beam sampler (LBS-100, Spiricon, UT, USA), which in turn was connected to a laser beam analyser (LBA-100, Spiricon, UT, USA). In order to avoid damages to the CCD sensor, only the reflected beam from the two quartz prisms was allowed to reach the camera. Neutral density optical filters were placed inside the sampler, in front of the camera, in order to control the light level on it. Using the LBA-100 facilities, the spatial profile and the beam diameter for several positions along the ruler (item 10 in Fig. 1) were obtained and directly recorded into a floppy disk. Each diameter data corresponds, in fact, to the mean value taken over 50 measurements. Laser Technology 38 (2006) 523–527 From the experimental data, the curve of the square beam radius versus z position was fitted to the seconddegree polynomial that describes the propagation of high-order beams [6] W 2 ðzÞ ¼ W 20 þ y2 ðz z0 Þ2 , (1) where W ðzÞ is the beam radius, z0 is the position of the beam waist W 0 ; y ¼ M 2 l=ðpW 0 Þ is the far-field beam divergence and M2 is the beam quality factor. The laser beam parameters were then calculated from this fitting and the procedure was repeated to the six iris apertures shown in Table 1. By inserting an aluminium foil screen in the optical path after the first prism, the temporal characterization was also made. The beam scattered by this aluminium foil was detected by a photodiode (040-B, EGG) detector and the signal was sent to an oscilloscope (TDS 450A, Tektronics). 3. Results and discussions Fig. 2 shows the experimental data (squares) and fitted (dashed) curves of the squared beam radius W ðzÞ2 ; for the iris widely open, together with the fitted M 2 ; W 0 Table 1 Iris aperture in millimeters and respective total (green+yellow) laser average output power in watts P1 P2 P3 P4 P5 P6 Diameter (mm) Power (W) Totally open 11.8 10.3 8.8 7.5 6.5 6.7 6.1 5.0 4.5 4.0 3.0 2.5x10-6 E xp e rim e n ta l 3 2 6 12 11 2 M = 4.943 ----- w0 = 0.192 m m 1.5x10-6 9 10 2.0x10-6 5 7 8 Fig. 1. Schematic diagram of the experimental set-up: (1) resonator concave total reflector (2.99 m curvature radius), (2) laser discharge tube, (3) variable aperture iris, (4) resonator coupling mirror (convexplane, f ¼ 152 mm; uncoated BK7 lens), (5) plane mirror, (6) f ¼ 250 mm convergent lens, (7) optical filter, (8) and (9) quartz prisms, (10) ruler, (11) LBS-100 laser beam sampler and (12) LBA-100 laser beam analyser. w2 (m 2) 1 4 z 0 = 1.179 m 1.0x10-6 5.0x10-7 0.0 0.95 1.00 1.05 1.10 1.15 1.20 1.25 1.30 1.35 1.40 z (m ) Fig. 2. Experimental data (squares) and fitted curves (dashed) of W 2 versus z position, according to Eq. (1), for the iris totally open. The same measurements were made with apertures of 11.8, 10.3, 8.8, 7.5 and 6.5 mm. ARTICLE IN PRESS 525 M.A.P. Gião et al. / Optics & Laser Technology 38 (2006) 523–527 0.25 W0 after the lens (mm) 0.20 0.15 0.10 0.05 0.00 6 8 10 12 14 16 18 20 22 Iris diameter (mm) Fig. 4. W 0 against iris aperture. It is interesting to observe that although the iris aperture varied by a factor of about 3, the spot size after the lens did not change considerably. g reen (510 nm) 0.25 0.20 intensity (arb .u nits) and z0 parameters. Firstly, some discrepancy is observed when comparing experimental and fitted curves, probably due to the combination of two factors: the reduction in beam intensity produced by the iris diameter reduction (consequently, decreasing the CCD accuracy [7]) and the poor reproducibility in the iris aperture. The same experiment was repeated for every aperture given in Table 1. In Fig. 3 the measured M 2 against iris aperture is plotted. The M 2 quality factor obtained for totally open iris was 4.9 and, roughly speaking, M 2 decreases as the iris aperture diminishes, with a peak for an iris diameter of about 8.5 mm. It is reasonable, since the iris works as a spatial filter inside the cavity; the iris eliminates the edge modes and favours the lower order ones. This behaviour was understood as follows. For very large iris aperture, the mode formation has two main contributions: the gain distribution and the ASE. While the iris diameter is decreased, the ASE is filtered out and the beam quality is improved, until the iris diameter equals the gain distribution diameter. At this point the laser mode is determined by the radial gain distribution and has a bell-shape. If the iris diameter decreases, the bellshaped mode will be truncated, spoiling the beam quality, with an increase in the M 2 factor. For iris diameter much smaller than the gain region diameter, the coupled beam will have a diffraction pattern equivalent to a uniformly illuminated circular aperture and the M 2 decreases (the spatial coherence increases) as the iris diameter decreases. Thus, to our understanding, this explains the M 2 peak for the iris diameter of about 8.5 mm. This behaviour is still being numerically studied and the detailed results will be opportunely presented. Another interesting behaviour, shown in Fig. 4, is that the beam waist W 0 after the lens does not change 0.15 0.10 0.05 0.00 -0.05 0 5 10 15 20 time (ns) Fig. 5. Pulse temporal profile of the Cu–HBr laser for the green line. 5.0 4.8 4.6 M2 4.4 4.2 4.0 3.8 3.6 3.4 5 10 15 20 25 Iris diameter (mm) Fig. 3. M 2 versus iris diameter. For the widely open iris, the inner discharge tube diameter (20 mm) was taken. considerably with iris aperture, within a fluctuation of about 10%. This behaviour is very interesting in experiments because, once W 0 after the lens is determined for one of the experimental conditions, the intensity will be proportional to the total laser power. Thus, only the laser total power must be monitored during experiments. The temporal laser beam profile for the green line is displayed in Fig. 5. Since the resonator is 1.47 m long, the laser pulse is built during 2 or 3 round trips, and hence it is very mode-selective because, with only a few round trips, it is possible to have a beam with M 2 lower than 5. This cannot be explained by considering only the resonator geometry; it is necessary to consider the active medium geometry and the radial gain distribution. ARTICLE IN PRESS 526 M.A.P. Gião et al. / Optics & Laser Technology 38 (2006) 523–527 4. Qualitative analysis A numerical simulation was performed in order to analyse qualitatively the experimental results. The onedimensional Fox and Li procedure [8] was applied to the resonator configuration, except that only few round trips were calculated, instead of repeating the calculation until the field pattern converges to one of the resonator modes. The equivalent sequence of lenses and apertures is shown in Fig. 6. The optical field propagation between mirrors is calculated by using the one-dimensional Fresnell– Kirchhoff equation, given by [9] Z exp½iðkz p=4Þ 1 pffiffiffiffiffiffi uðxÞ ¼ uðx0 Þ lL 1 ikðx x0 Þ2 exp ð2Þ dx0 , 2L where uðx0 Þ is the input field, uðxÞ is the propagated field, k ¼ 2p=l is the propagation constant and l is the wavelength. This expression was calculated by using the convolution theorem together with fast fourier transform (FFT) routines, in order to speed up computer calculation. The effect of the lenses and apertures over the field is given by the relation 8 2 > < uðx Þ exp ikx0 for x0 inside aperture; 0 2f i uðxÞ ¼ > :0 for x0 outside aperture; (3) where uðx0 ) is the input field, uðxÞ is the field after the equivalent lens (after reflection on the mirror) and f i is the focal length for the ith lens (mirror). The process was considered to begin near the coupling mirror and the input optical field was simulated by a random distribution of amplitude and phase, in order to simulate the random spontaneous emission. The input field is reflected by the coupling mirror, propagates until the concave mirror, reflects, and propagates back to the coupling mirror, completing one round trip. After every round trip the beam quality M 2 was calculated and plotted against the number of round trips. The M 2 calculation is performed as follows. Since the field profile uðxÞ is known, the intensity profile is determined by doing IðxÞ / juðxÞj2 and then the beam radius can be calculated by using the second moment method [6]. One calculates the beam radius w just before it strikes the coupling mirror; after that, the effect of the lens (coupling mirror) on the beam after it is coupled out is calculated; the propagation until the focal plan is calculated and finally the beam radius w0 at the focal plane is calculated. The beam quality factor is then given by [6] M2 ¼ pw0 w . lf (4) The HyBrID-Cu laser has a bell-shaped radial gain distribution, with a very high small signal gain on the axis of the active medium. In order to qualitatively describe the contribution of this gain distribution on the mode formation, it was considered a parabolic reflectivity on the coupling mirror surface, with the maximum at the centre and vanishing for a 12 mm radius. So, it was considered that the very high gain, with the bell-shaped distribution acts in the mode formation as a resonator with variable reflectivity mirror [10]. Fig. 7 shows the calculated M 2 against the number of round trips for four different situations: (a) an empty unstable resonator, according to the equivalent sequence of lenses and apertures shown in Fig. 6; (b) the same resonator plus a 12 mm iris; (c) a plane-parallel resonator with the parabolic reflectivity on the coupling mirror and (d) the unstable resonator plus the parabolic M2 100 Unstale resonator without iris Unstable resonator with 12 mm diameter iris Plane paralel plus gain profile Unstable resonator plus gain profile 10 1 0 2 4 6 8 10 N umber of roundtrips Fig. 6. Equivalent sequence of lenses and apertures for the calculated resonator. It was considered a confocal negative branch unstable resonator with a 3 m curvature radius concave mirror and a 75 mm curvature radius convex mirror. The aperture for both mirrors is 20 mm. Fig. 7. Calculated M2 against number of round trips considering: (a) an ordinary unstable resonator, (b) the same resonator plus a 12 mm intracavity iris, (c) plane-parallel resonator plus the gain profile and (d) the same resonator as in (b) plus the gain profile. ARTICLE IN PRESS M.A.P. Gião et al. / Optics & Laser Technology 38 (2006) 523–527 reflectivity coupling mirror. In the first situation only the empty resonator was considered and it can be seen that, at least in the 10 first round trips, the beam quality remains in the order of 300. In the second situation, the beam was confined to the gain region (of about 12 mm diameter), or rather, it was considered that the gain works as an iris, constraining the laser beam by gain (instead of by losses, in the case of an ordinary iris). In this situation the M 2 drops down to about 60 in just one round trip and remains at this level. In the third case a plane-parallel resonator plus the parabolic reflectivity in the coupling mirror was considered, and it is verified that the gain distribution alone cannot explain the good quality obtained with the HyBrID copper laser plus the resonator presented in this paper. At last, the effect of the unstable resonator combined with the gain distribution was considered: now, M 2 drops down to unity after two round trips. The conclusion is that neither the resonator geometry nor the gain distribution alone can explain the good beam quality that is obtained with this resonator. It is necessary to take into account the geometrical aspects (including here the diffraction) plus the effect of the gain radial distribution. 5. Conclusions In this work, a very simple optical resonator made of a concave total reflector, a convex-plane BK7 lens acting as the coupling reflector and an intracavity iris placed close to the coupling mirror was presented in order to control the laser power. This resonator was installed in a HyBrID copper laser and the performance of the set-up was analysed. The beam quality M 2 factor was measured for different iris apertures and M 2 ¼ 4:9 for a widely open iris and M 2 ¼ 3:52 for the iris with a diameter of 6.2 mm was obtained. The beam quality was considered very good for this kind of laser and the reduction of M 2 value as the iris aperture decreased is reasonable, since inside the cavity the iris works as a spatial filter. The temporal beam profiles were recorded for the green (510 nm) and yellow (578 nm) emissions 527 and pulse widths of, respectively, 17 and 25 ns were found. A qualitative analysis was performed, by using a Fox-and-Li-like method, considering the radial gain distribution in the active medium, and it was understood that the combination of a negative branch unstable resonator plus the concentration of the gain on the optical axis assures the high-quality beam for this laser. Acknowledgements The authors wish to thank Fundac- ão de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo—FAPESP—for the financial support. Ref erences [1] Siegman AE. Lasers. Sausalito: University Science Books; 1986. [2] Hall DR, Jackson PE, editors. The physics and technology of laser resonators. Bristol: IOP Publishing Ltd.; 1992. [3] Little CE, Sabotinov NV, editors. Pulsed metal vapour lasers. NATO ASI series—1, Disarmament technologies, vol. 5. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers; 1996. [4] Riva R, Watanuki JT, Rodrigues NAS, Schwab C. The Cu–HBr laser: a new laser technology for AVLIS purposes. In: Schwab C, Rodrigues NAS, Wood HG, editors. Proceedings of the fifth workshop on separation phenomena in liquids and gases, Foz do Iguac- u; 1996. p. 241–53. [5] Barker DL, Loree TR. Improved beam quality in double discharge excimer laser. Appl Opt 1977;16:1792–3. [6] Sasnet S. Propagation of multimode laser beams—the M2 factor. In: Hall DR, Jackson PE, editors. The physics and technology of laser resonators. Bristol: IOP Publishing Ltd; 1992. p. 132–42. [7] Roundy CB. CCD camera baseline calibration and its effects on imaging processing and laser beam analysis. Proceedings of the tenth meeting on optical engineering, Israel; 4 March 1997. [8] Fox AG, Li T. Resonant modes in a maser interferometer. Bell Syst Technol J 1961;40:453–88. [9] Iizuka K. Engineering optics. Springer Series in Optical Sciences, vol. 35. 2nd ed. Berlin: Springer; 1983. [10] Magni V, de Silvestri SA, Cybo-Ottone. Resonators with variable reflectivity mirrors. In: Hall DR, Jackson PE, editors. The physics and technology of laser resonators. Bristol: IOP Publishing Ltd.; 1992. p. 94–105. REVIEW OF SCIENTIFIC INSTRUMENTS VOLUME 75, NUMBER 12 DECEMBER 2004 PVDF sensor in laser ablation experiments M. A. P. Gião Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Centro Técnico Aeroespacial, 12.228-900, São José dos Campos, SP, Brazil N. A. S. Rodrigues, R. Riva, and C. Schwab Instituto de Estudos Avançados, Centro Técnico Aeroespacial, 12.228-840, São José dos Campos, SP, Brazil (Received 8 July 2004; accepted 14 September 2004; published 10 November 2004) This article presents the use of piezoelectric PVDF films as a sensor for the vapor stream in laser ablation experiments. The analysis of the PVDF electric signal gives the translational temperature and the vapor drift velocity of the ablated plume. A PVDF sensor was used in a tungsten ablation experiment, using HyBrID copper laser, and it was obtained a translational temperature of 9 3 104 K and a drift velocity of 4 3 105 cm/ s. © 2004 American Institute of Physics. [DOI: 10.1063/1.1819556] I. INTRODUCTION The polyvinylidene fluoride (PVDF) is a ferroelectric polymer that, due to its pyro and piezoelectric characteristics, has been used as transducer of pressure or temperature fluctuation in a huge number of applications, such as, for instance, in photopyroelectric spectroscopy,1 atomic-force microscopy,2 surface strain sensing,3 tactile sensor,4 cardiorespiratory monitoring,5 shock-wave detection,6,7 acoustic sensor in general,8 dust sensor,9 and so on. Specifically when laser ablation is concerned, the PVDF has being used, attached to the target illuminated by laser pulses, as acoustic wave sensors.7,10 In this article we propose the PVDF as a sensor for the vapor stream in laser ablation experiments. It allows the monitoring of the amount of particles present in the vapor jet and the estimation for the plume drift velocity and translational temperature. Since the PVDF, pooled to enhance its piezoelectric characteristics, responds to pressure, a simplified signal analysis that helps to understand the sensor signal is presented. Two experiments were performed, one with low load resistance (50 V) and other with high load resistance (1 MV), and the analysis of the PVDF signal resulted translational temperatures of about 9 3 104 K and drift velocity of about 4.73 105 cm/ s, which are in good agreement with the results in the literature. Thus, at least in the small fluency regime, the PVDF is a reliable, simple and cheap sensor for monitoring the vapor production in laser ablation experiments. current is proportional to the time derivative of the dielectric polarization, or rather, it is proportional to the time derivative of the pressure exerted to the sensor surface. So, the circuit equation is given by7 C S D 1 1 dV d + + V = B sDPd, dt dt RD R s1d where C and RD are the sensor capacitance and internal resistance, respectively, R is the load resistance, and B is a constant that depends on the detector geometry and on the polling process. There are two characteristic time domains to be considered in Eq. (1). When dV / dt @ 1 / RC, the sensor electric signal V is proportional to the pressure fluctuation DP, and when dV / dt ! 1 / RC, the sensor electric signal is proportional to the time derivative of the pressure fluctuation. Both of the time domains are going to be considered in this article. The elemental moment that is transferred to the sensor surface by the particles with velocity v is dp = dmv , s2d with dm being the mass of these particles and dm = rdV = rAvdt, s3d where r is the particle mass density, dV is the elemental volume with cross section area A and length v dt. If l is the II. PVDF SENSOR ELECTRICAL SIGNAL In this article we are interested in the piezoelectric characteristics of a PVDF film. Since this sensor responds to the pressure on its surface, and not to the particles density, like the sensors usually used in time-of-flight mass spectroscopy, it is necessary to make an analysis of the sensor signal. The equivalent circuit of a PVDF sensor is diagrammed in Fig. 1.11 The PVDF sensor can be considered as a current source in parallel to a capacitance (intrinsic to the sensor) and to a resistance (internal plus load resistance). The source 0034-6748/2004/75(12)/5213/3/$22.00 FIG. 1. PVDF sensor equivalent circuit. The sensor is a current source with internal capacitance CD and resistance RD, in parallel. R is the load resistance (either 50 V or 1 MV in this work). 5213 © 2004 American Institute of Physics Downloaded 09 Nov 2005 to 161.24.254.2. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://rsi.aip.org/rsi/copyright.jsp 5214 Giao et al. Rev. Sci. Instrum., Vol. 75, No. 12, December 2004 FIG. 2. Experimental setup. distance between target and sensor, the particles that arrive the sensor surface at the instant t are those with velocity v = l / t, and DP ~ 2 dp = rAl dt. t2 s4d The pressure over the sensor surface is the time derivative of dp per unity of area, or DP = 1 dp rl2 = 2 . A dt t s5d The expansion of the vapor that is produced by laser ablation can be understood as a high temperature high pressure gas that, confined in a small volume, is suddenly released to expand to the vacuum. For distances larger than the Knudsen layer the vapor is in thermal equilibrium and its mass density is given by12–14 rsz,td ~ FIG. 4. The theoretical curve (dashed) was fitted to the integrated PVDF signal (solid), taken with a 50 V load resistance. The signal that was integrated is that one shown in Fig. 3. The best fitted values are Tz = 8.8 3 104 K and v0 = 4.733 105. F S DG 1 1 m − v0 exp − t3 2KBTZ t 2 , s6d where v0 is the drift velocity, Tz is the translational temperature and it is assumed that the direction z is normal to the target surface. Then, substituting Eq. (6) in Eq. (5), one has that FIG. 3. Typical PVDF signal for a 50 V load resistance. F S DG 1 1 m − v0 exp − t5 2KBTZ t 2 . s7d III. EXPERIMENTS Figure 2 shows the experimental setup. An 11 W average power, 0.85 mJ per pulse, 35 ns pulse-width, HyBrID copper laser15 was used to produce laser ablation in tungsten targets. Both the green sl = 511 nmd and the yellow sl = 578 nmd lines were used. A rotating blade shutter was used to reduce the pulse repetition rate from 13 kHz to about 100 Hz, such that the effect of one single pulse could be observed. The laser beam, focused to a 35 µm diameter spot size by a 500 mm focal length lens, illuminated the 10 mm diameter tungsten target inside a vacuum chamber with a base pressure of 10−5 mbar. The angle between laser beam and target surface, determined by the vacuum chamber geometry, is 45°. The target is attached to a rotating table at 120 rpm and taking into account the pulse repetition rate and the target diameter FIG. 5. The theoretical curve (dashed) was fitted to the PVDF signal (solid), taken with a 1 MV load resistance. The best fitted values are Tz = 9.1 3 104 K and v0 = 4.653 105. Downloaded 09 Nov 2005 to 161.24.254.2. Redistribution subject to AIP license or copyright, see http://rsi.aip.org/rsi/copyright.jsp Rev. Sci. Instrum., Vol. 75, No. 12, December 2004 PVDF sensor in laser ablation one has that the distance between two successive shots on the target surface is about 0.6 mm and, thus, the vapor is produced by a single laser shot per spot. A PZ-01 Images SI Inc. PVDF sensor, inside a Faraday cage, was placed 150 mm apart from the W target. The Faraday cage has a metallic mesh window that was placed in order to eliminate spurious signal fluctuations due to the plasma potential, although it decreases the PVDF signal by a factor of about 3, because it allows only part of the vapor to achieve the sensor surface. One of the sensor sides is connected to the Faraday cage and grounded, and this side faces the incoming vapor stream. This care was also taken in order to reduce the noise due to the plasma potential fluctuations. The PVDF sensor was attached to a Tektronix TDS 540A oscilloscope through a 50 V coaxial cable. Both 50 V and 1 MV oscilloscope input impedance were used, as described ahead. The PVDF capacitance was measured to be 400 pF. When the 50 V oscilloscope input impedance is used, RC = 20 ns, which is much smaller than the tens of microseconds time characteristic of the PVDF signal due to the vapor stream, as it will be seen ahead. In this circumstance, the dV / dt ! 1 / RC regime is achieved and the PVDF electric signal is proportional to the time derivative of the pressure fluctuation on the sensor surface, or E t 0 Sst8ddt8 ~ F S DG 1 l m − v0 5 exp − t 2KBTZ t 2 . s8d Thus, by taking the PVDF signal, integrating it on time and fitting the result to the pressure fluctuation signal is possible to obtain the translational temperature Tz and the drift velocity v0. Figure 3 shows a typical PVDF signal for this experimental condition. The laser noise spike indicates the t = 0 time. Figure 4 shows comparative results between experiment and theory. The solid line is the integral of the PVDF signal and the dotted line is the best fit for Eq. (7). The best fit results for the translational temperature and for the drift velocity are Tz = 8.83 104 K and v0 = 4.733 105 cm/ s. When using the 1 MV input impedance, RC = 400 ms and one has the dV / dt @ 1 / RC regime and Sstd ~ F S DG 1 l m − v0 exp − t5 2KBTZ t 2 . s9d In this case, Tz and v0 are obtained just by fitting Eq. (9) to the PVDF signal. Figure 5 shows the PVDF signal and the best fit of Eq. (7), for the same experimental conditions as in the previous figure. The best fit results are Tz = 9.13 104 K and v0 = 4.653 105 cm/ s. By comparing the results with low and high input impedance one can see that it is just a question of choice of which mode one should use. The only argument we have in favor of the low input impedance mode is that in this case, high frequency noise is eliminated since the PVDF signal must be numerically integrated prior to be fitted to Eq. (7). 5215 To our knowledge, there is no other work in the literature, dealing with tungsten ablation with copper laser, with results that can be used to validate the use of PVDF as sensor in ablation experiments. However, at least the order of magnitude of the results obtained in this article can be compared with results met in papers on metal ablation with excimer lasers. Amoruso et al., for instance, studied copper ablation with the XeF laser (l = 351 nm, 16 ns pulsewidth, 3 Hz repetition rate, 45° illumination), using a 160° spherical-sector electrostatic energy analyzer to obtain the ions energy distribution.16 Setting the analyzer in the constant energy transmission mode, they measured the amount of particles in the ablated vapor versus particle energy. For each value of energy the analyzer is set, at least one laser shot is necessary. Fitting these results to a drifted Maxwellian distribution, they obtained the drift velocity and the translational temperature. For fluencies between 2.6 J / cm2 and 3.8 J / cm2, they observed drift velocities in the range from 5.53 105 cm/ s to 6.53 105 cm/ s and translational temperatures between 1.7 3 104 K and 6.53 104 K. The translational temperatures obtained in our work are higher than the values met by Amoruso (although in the same order of magnitude), but this is reasonable since the melting and boiling temperatures of tungsten are much higher than for copper. On the other hand, the tungsten drift velocity is smaller than the value met for copper. It is also reasonable since the tungsten atomic mass is much higher than for Cu. Another aspect that is interesting to observe, when the PVDF sensor is used, is that both vD and Tz can be obtained with one single laser shot, reducing errors due to pulse-to-pulse fluctuations. ACKNOWLEDGMENT This work was partially supported by Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Proc. 00/13823-5. 1 S. B. Lang, in Ferroelectric Polymers and Ceramic-Polymer Composites Key Engineering Materials, edited by D. K. Das-Gupta (Trans Tech Publications Inc., Uetikon-Zurich, 1994), Vol. 92-9, pp. 83–142. 2 Q. X. Huang and T. Hatsuzawa, Meas. Sci. 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Embora as potências médias sejam visí vel ,simul taneamente (O = 510, modestas quando comparadas com laser comumente utilizados em processamento de materiais,as potências de pico (~ 50 kW )são suficientemente altas para aquecer praticamente qualquer materialsólido até a temperatura de evaporação [4] .Desta maneira,este laser pode ser utilizado para cortar metais refratários,como o tungstênio,por exemplo.No IEAv, estamos desenvolvendo um estudo de produção de vapor de tungstênio por ablação a laser,para confecção sensores térmicos,e era necessário produzir amostras circul ares de 10mm de diâmetro a partir de uma chapa de 150mm x200 mm x1mm.Estas amostras foram cortadas usando um laser de CuHBr desenvolvido em nosso Instituto.Este trabalho descreve os resul tados obtidos neste processo de corte. O laser utilizado foi um laser de CuHBr construí do no IEAv,operando com potência média de 43 W (60% no verde e 40% no amarelo),operando a uma taxa de repetição de 16 kHz.Para movimentação e posicionamento da amostra foi utilizada uma mesa XY composta por duas mesas lineares THOM SOM mod.M S25LIBL-204,acionadas por dois motores de passo Appl ied M otion mod.HT23-397. Para acionamento e control e dos motores de passo foi desenvol vido um driver de potência control ado através da porta paral el a de um microcomputador.O avanço da mesa é de 25Pm por passo (ou de 12, 5Pm quando utilizando o recurso de meio passo dos motores)e a velocidade máxima de avanço é de 50mm/ s. A placa de tungstênio foi fixada na mesa XY e o feixe de laser foi focalizado na superfície da placa por uma l ente pl ano-convexa de BK7 de 200 mm de distância focal ;o diâmetro da área il uminada pel ol aser (spotsize) é de 35Pm.A mesa movia-se continuamente em cí rcul os de diâmetro de 10 mm,com vel ocidade constante de 45 mm/ s,e mantinha-se o laser iluminando a placa até que se conseguisse cortar completamente a amostra circular.A Fig.1mostra um detalhe do corte.A pluma de luz intensa nas duas superfícies da placa são devido parte à emissão luminosa do pl asma produzido pel ol aser,parte pel o espal hamento da l uzdo l aser pel o vapor ejetado,e indicam que naquel a parte da amostra o feixe de l aser atravessou a amostra.Foram necessárias 860±20passagens,o que durava cerca de 20minutos, para o corte de cada amostra.Isto impl ica que foi removido cerca de 1, 2Pm de materiala cada passagem,ou ainda,que a velocidade efetiva de corte foi de cerca de 52Pm/ s. , 2, Figura 1: Detalhe da região de corte. As plumas luminosas intensas nos dois lados da placa indicam que o corte vazou a placa. Estas plumas são devido parte à emissão do plasma, parte pelo espalhamento do feixe de laser no material ejetado da placa. Figura 2: Placa de tungstênio e amostras cortadas. O tempo necessário para o corte de cada amostra foi da ordem de 20 minutos. Os cortes foram feitos em formato circular em função da necessidade específica das experiências de ablação a laser. No entanto, no nosso arranjo experimental, qualquer formato 2D pode ser cortado, uma vez que implica somente em modificações no software de controle. A geometria de corte fica limitada somente à resolução da mesa XY utilizada (12,5 Pm, na melhor hipótese) e no curso máximo da mesa de 150 mm. Não há também limitação quanto ao material que pode ser cortado, o laser de CuHBr desenvolvido no IEAv se mostrou capaz de cortar qualquer metal, materiais cerâmicos e diamante CVD [5 - 7]. Só há, na realiadade, limitação quanto à espessura a ser cortada. ,6 Referências 1R. RIVA, J.T. WATANUKI, N.A.S. RODRIGUES, C. SCHWAB, The Cu-HBr laser: A new laser technology for AVLIS purposes, In:V WORKSHOP ON SEPARATION PHENOMENA IN LIQUIDS AND GASES, 1996, Foz do Iguaçu - PR. Proceeding sof the the V Workshop on Separation Phenomena in Liquids and Gases. 1996. p. 241-253. 2R. RIVA,J.T. WATANUKI, C.L. SANTOS, N.A.S. RODRIGUES, C. SCHWAB, Maintening efficiency of a CuHbID laser while changing laser parameter. Spie, v. 4184, p. 219-223, 2001. 3R. RIVA, J.T. WATANUKI, N.A.S. RODRIGUES, C. SCHWAB, Caracterização de um laser de vapor de cobre operando com uma mistura Ne-HBr. In:ANAIS DO GRUPO DE ÓPTICA DO XX ENCONTRO NACIONAL DE FÍSICA DA MATÉRIA CONDENSADA, 1997, Sociedade Brasileira de Física, 1997. p. 230-233. 4N.A.S. RODRIGUES, M.A.P. GIÃO, C.A.B. SILVEIRA, R. RIVA, C. SCHWAB, Ablation of molybdenum and niobium with a HyBrID copper laser. 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D.R.Lide, CRC Press, Boca Raton, 1995. FOLHA DE REGISTRO DO DOCUMENTO 1. 2. CLASSIFICAÇÃO/TIPO 3. 05 de junho de 2006 TD 5. DATA DOCUMENTO N° CTA/ITA-IEF/TD-002/2006 4. N° DE PÁGINAS 100 TÍTULO E SUBTÍTULO: Caracterização do vapor gerado por ablação de tungstênio por laser de “Cu-HBr” 6. AUTOR(ES): Madalena Alice Priante Gião 7. INSTITUIÇÃO(ÕES)/ÓRGÃO(S) INTERNO(S)/DIVISÃO(ÕES): Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Divisão de Ensino Fundamental – ITA/IEF 8. PALAVRAS-CHAVE SUGERIDAS PELO AUTOR: Ablação; Laser; Tungstênio; Laser de Cu-HBr; Interação Luz e Matéria 9.PALAVRAS-CHAVE RESULTANTES DE INDEXAÇÃO: Ablação; Lasers de vapor metálico; Tungstênio; Aplicação de laser; Crescimento de cristais; Filmes finos; Espectroscopia; Fotoionização; Óptica; Física 10. X Nacional APRESENTAÇÃO: Internacional ITA, São José dos Campos, 2006, 100 páginas 11. RESUMO: Este trabalho teve como objetivo estudar detalhadamente as propriedades do vapor gerado pela ablação de um alvo sólido de tungstênio por um laser de Cu-HBr, tais como: densidade de átomos, neutros ou ionizados, e a distribuição de velocidades destas mesmas espécies, e obter informações sobre mecanismos de redução das cargas elétricas, de gotículas e de aglomerados no vapor com o objetivo de se obter um jato de vapor monoatômico e neutro, para aplicação de crescimento de filmes finos e espectroscopia de fotoionização. Foram desenvolvidas e testadas três técnicas de monitoramento da pluma de vapor: sensores de PVDF, sondas de Langmuir e ion-gauge. Destas, as duas primeiras se mostraram simples e eficazes para a determinação da distribuição de velocidade de jatos monoatômicos, com a obtenção de parâmetros como temperatura translacional e velocidade de deriva da pluma. 12. GRAU DE SIGILO: (X ) OSTENSIVO ( ) RESERVADO ( ) CONFIDENCIAL ( ) SECRETO