Visita à Piscicultura Wada Revista feita por e para

Transcrição

Visita à Piscicultura Wada Revista feita por e para
Ano V • Número 16 • Jan-Fev-Mar/2013• Distribuição Gratuita
Revista feita
por e para
aquaristas
amantes da
natureza.
Visita à Piscicultura Wada
Recanto Pinhão
CPA 2012:
Comentários dos Juízes
Família: Callichthyidae
Dieta alemã para peixes
de todas as nacionalidades.
Seus peixes podem ter uma alimentação de primeiro mundo. Divididas entre as linhas especial e premium, as rações oferecem alto valor nutricional para diferentes
espécies. Além da melhor nutrição, diferenciais tornarão o aquarismo cada vez mais interessante e prático: grânulos que afundam a diferentes velocidades, eficiência na
alimentação de todos os peixes e o exclusivo sistema click. Com ele, você disponibiliza a quantidade exata de alimento a ser oferecida aos peixes. JBL. Alemã por natureza.
Editorial
Sumário
4 - Recanto Pinhão
Americo Guazzelli
9 - CPA 2012:
Comentários dos Juízes
André Luiz Longarço,
Erivaldo Casado,
Luca Galarraga,
Reinaldo Uherara
Abrimos este Editorial justificando o atraso desta edição.
Respeitamos nossos leitores,
mas, como todos sabem, o
Grupo Aqualon é composto por
colaboradores e outros projetos vão surgindo ao longo do
caminho. Optamos por segurar
esta edição para que ela fosse
feita com calma e tranquilidade. Mas continuamos com
a mesma energia de antes, a
mesma vontade de divulgar
nosso maravilhoso hobby!
Nesta edição, trazemos mais
matérias interessantíssimas, como um passeio que nossa
equipe fez em Mauá da Serra – PR. Local onde pudemos ter
contato com a natureza, tirar um pouquinho do estresse da
cidade e ainda poder transmitir o que sentimos e vivemos aos
leitores da Revista Aqualon. Também temos o Ricardo Britzke
falando sobre a família Callichthyidae, um artigo muito informativo.
Com a publicação da matéria sobre a Piscicultura Wada,
encerramos a sequência de artigos sobre os produtores de
Revista Aqualon
Suzano – SP. Trazemos diversas
fotos de magníficos peixes produzidos lá, mas, por mais que
tentássemos, não conseguimos
transmitir em palavras todo o
prazer que sentimos ao visitar
o local. Agradecemos às famílias Tanabe, Takeyoshi e Wada
pelo carinho com que nos receberam durante a visita e pelo
profissionalismo que permeia
seus trabalhos. Uma das coisas
mais gratificantes no aquarismo, além da oportunidade
de conhecer a natureza, é fazer
amigos como eles.
Por fim, para animar os aquapaisagistas que irão participar
do CPA 2013, trazemos os principais comentários dos Juízes
sobre alguns trabalhos que participaram da edição de 2012.
Dicas importantíssimas para o aprimoramento de todos. Infelizmente não pudemos contemplar todos os projetos.
Um grande abraço da Equipe Aqualon e desejamos uma
ótima leitura a todos!
13 - Galeria de Peixes
Chantal W. Kornin &
Cinthia Emerich
16 - Galeria de Plantas
Aquáticas
Rony Suzuki
18 - Piscicultura Wada
Americo Guazzelli
23 - Família Callichthyidae
Ricardo Britzke
3
RECANTO PINHÃO
Por: Americo Guazzelli
Fotos: Equipe Aqualon
Uma das várias casas para locação
Piscina e lago para pesca próximos aos
chalés e casas
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A Equipe Aqualon foi até o Recanto Pinhão após o convite do amigo
Elieser, frequentador do local, para verificar qual a incidência de plantas
aquáticas e peixes nas lagoas do local.
Situada em Mauá da Serra – PR, é uma ótima opção de pousada para
aqueles que buscam tranquilidade e contato com a natureza, com vários
chalés e casas para locação.
Segundo o site da Estância, www.recantopinhao.com.br , possui ambiente de campo com 21,65 alqueires, clima de serra em altitude 1050
m, mata nativa, rios, cachoeira, trilhas, sede com 55.000 m² de gramados
e lagos entre araucárias e outras espécies, arbustos, flores e pássaros. E
pudemos comprovar que realmente o ponto forte é a fauna e a flora.
Uma de suas atrações está relacionada com o próprio nome, o pinheiro Araucária, Araucaria angustifolia, árvore símbolo do Estado do Paraná.
Conhecida também como Pinheiro-brasileiro ou Pinheiro-do-paraná, influenciou o nome da capital do Estado, Curitiba, uma vez que o nome de
origem indígena desta conífera é “curi”, portanto, Curitiba seria “local de
muito pinhão”. Podemos encontrar vários exemplares desta maravilhosa
árvore que se destaca das demais pelo formato ímpar que possui. Sua
semente é muito nutritiva, sendo fonte de alimento de muitos animais.
Costuma-se dizer que a Gralha Azul é a responsável pela disseminação
desse pinheiro, enterrando suas sementes. É considerada ameaçada de
extinção, em perigo crítico.
Indo ao ponto central do nosso objetivo, encontramos 4 lagoas na pro-
Belíssimas araucárias
Satrapa icterophrys
Revista Aqualon
Mayacas em uma das nascentes
A equipe indo em direção às lagoas naturais
A maior das lagoas
Revista Aqualon
priedade de tamanhos diversos. Possuem
grande acúmulo de resíduos no substrato,
águas claras, quase sem sinal de turbidez,
poucas espécies de peixes e plantas, sendo
estas últimas envolvidas por algas e resíduos vegetais, quase em sua totalidade.
A boa transparência da água nos permitia
visualizar os peixes que tentávamos identificar através de “chutes”, principalmente
no caso de uma espécie que nos enganava
pelas belas cores que acabavam refletindo
conforme a posição da luz do sol, o Cichlasoma paranaense, popularmente conhecido
como “cará”. Dúvida desfeita apenas após
a captura de alguns exemplares para fotos
no próprio local. Este ciclídeo neotropical
não tem muitas informações disponíveis na
Internet, mas suas cores são sua principal
característica, em contraste com as marcas
escuras que possui desde o pedúnculo caudal até os olhos. A segunda espécie
encontrada no local foi um lambari,
Astyanax paranae. Não conseguimos
localizar qualquer outra espécie de
peixe. Ficou o registro de uma ova
de sapo, impressionante pela quantidade.
Quanto à flora,
encontramos algumas ninféias com suas folhas sobre os lagos, porém, sem flores,
o que lamentamos. Também encontramos Musgo esfagno, que
espalhava por boa parte da lagoa. Outras plantas encontradas
foram a Potanogeton sp., Mayaca
cf. longipes, Eleocharis sp., Hete-
A primeira das lagoas que surge dentro da mata virgem
Bruno
e Rony
fazen
subm do as imag
ersas
ens
Cichlasoma paranaense
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Astyanax paranae
Esfagno
ranthera zosterifolia, Utricularia
gibba e Eriocaulaceae. Havia um
lago mais próximo à sede, inclusive com uma das casas quase
sobre ele, propiciando um vista
muito bela da varanda. Esse lago
é formado por uma nascente a
uns cinco metros dele, num ponto mais alto, criando um pequeno
fluxo onde havia algumas planEleocharis sp.
tas, como a Mayaca cf. fluviatilis
e a Eleocharis sp. Como este lago
deve ter sido
construído para compor o paisagismo local, apenas
tilápias foram encontradas.
Se na água a fauna e a flora não eram muito diversificadas,
fora dela era
o
contrário,
abundância
de vegetação
com floresta
nativa e muitas espécies de pássaros surgiam
a cada momento para nos conceder um show de cores e cantos.
Potamogeton sp.
Eriocaulaceae
A Cachoeira
Ova de sapo
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Além de tudo o que já citamos, que são os atrativos do local, as trilhas em meio à mata nativa são
grandes atrações, mas consideramos como o ponto
alto do passeio a cachoeira que está localizada no
Recanto Pinhão. Ela fica entre a rodovia e a sede do
local, portanto, tivemos que voltar pelo caminho
que chegamos para poder encontrar o local de acesso. Como está cercada por vegetação nativa e densa,
nem havíamos notado sua localização quando passamos pelo local. Seguimos uma trilha com descida
A equipe observando a cachoeira
Revista Aqualon
Ribeirão acima da cachoeira
A queda da água vista por cima
muito íngreme, requerendo cuidados para evitar acidentes, Após essa
parte que pode desestimular os menos dispostos, uma grande recompensa nos esperava. Uma pequena cachoeira rodeada por vegetação
fechada com altura aproximada de 20 metros. Após a queda, um pequeno lago margeado por pedras, que originava um pequeno riacho que se
perdia por entre a vegetação.
Atrás da queda d’água, um paredão se formou, tornando-se abrigo
A cachoeira com o paredão
Riccia cf. stenophila
para aves, inclusive servindo de local para reprodução, com fendas e
buracos formados ao longo do tempo. Encontramos algumas plantas,
como Riccia cf. stenophilla, Hydrocotyle sp., uma Marchantia e Fissidens
sp.
Nenhuma espécie de peixe foi localizada no local, o que não nos decepcionou de forma alguma, apesar do nosso objetivo, pois fomos recompensados com a beleza de um local ímpar, principalmente para nós
que vivemos entre o trabalho e nossas casas, tendo como paisagem prédios e veículos.
Equipe da mini expedição: Esquerda para a direita
Elieser, Fabio, Bruno, Luiggi, Rony e Guazzelli
Revista Aqualon
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CPA 2012: COMENTÁRIOS DOS JUIZES
Por: André Luiz Longarço, Erivaldo Casado, Luca Galarraga e Reinaldo Uherara
Devido às solicitações dos próprios juízes e também de muitos aquapaisagistas que participaram e que curtiram as montagens do CPA 2012, a Revista
Aqualon orgulhosamente abre espaço para os comentários dos juízes sobre algumas montagens. Esses comentários/críticas são todos construtivos,
sendo de fundamental importância para quem realmente pretende participar de concursos de aquapaisagismo, pois sob o olhar crítico e apurado dos
juízes experientes é que podemos crescer, detectando falhas que acabam passando despercebidas, evitando esse mesmo erro numa próxima edição.
Espero que apreciem os comentários a seguir!
O carpete de HC poderia estar menos denso e com menos relevo, pois além de confundir os olhos, com o uso de uma pequena porção de areia cosmética em algum lugar
na parte frontal, evidenciaria ainda mais a noção de perspectiva e daria mais leveza
no layout.
Senti falta de ondulações na superfície da água, fato que daria muita personalidade
à fotografia.
Considerações finais: Esse aquapaisagista tem alma jovem e evolui rapidamente
ano após ano. Acredito que seu poder de observação e a síntese da Natureza são a “mola
propulsora” que o ajudam a cada nova montagem. Continue assim!
Esse trabalho é daqueles que representam dignamente nosso país em qualquer concurso que participa. Parabéns.”
CAMPEÃO: Gary José Chagas - Ponta Grossa
Medidas do aquário: 120 x 50 x 43 cm
Juiz: André Luiz Longarço - Montagem campeã
“Essa montagem foi a eleita desde a primeira olhada que dei entre todos os concorrentes. Gostei muito do
primeiro impacto e da força do layout, que convida nossos olhos a percorrer o delicado “skyline” desse aquário.
O “estilo Ponta-Grossa” está muito latente, principalmente na escolha das plantas e nas cores vivas do layout.
A saúde e o vigor das plantas estão invejáveis e o posicionamento dos peixes está quase perfeito. Particularmente escolheria peixes com cores mais contrastantes ou que nadassem mais na superfície do aquário, pois,
desta forma, teriam um destaque maior.
Entre os pontos a serem melhorados, destaco o reflexo do lado direito. A última moita de Riccia poderia ter
sido eliminada. Ela interrompe o fluxo do aquário e quebra a harmonia e continuidade do reflexo. Uma pena!!!
As plantas verdes no plano central, entre as Rotalas rotundifolias, além de não estarem na relação de plantas, são totalmente dispensáveis.
O hardscape poderia estar mais em evidência, valorizando ainda mais o plano médio e conferindo mais
força ao layout.
Revista Aqualon
Juiz: Erivaldo Casado - Montagem campeã
“Certamente esse é um dos aquários mais bonitos que participou do CPA. O cardume
de neons e o contraste entre as moitas ajudou muito a se destacar no concurso. Já o hardscaping deixou a
desejar, as pedras passaram praticamente despercebidas, com pedras maiores e melhor posicionadas, esse
aquário teria alcançado uma pontuação ainda melhor. “
Juiz: Luca Galarraga - Montagem campeã
“Este é um daqueles aquários que enchem os olhos de qualquer pessoa. A coloração das plantas está vibrante e
ao mesmo tempo harmoniosa. Algumas críticas para que o próximo trabalho seja ainda melhor:
- O hardscape foi “engolido” pelas belas plantas. As rochas deveriam ter um peso maior neste layout.
- Algumas plantas isoladas estão deslocadas no layout, a meu ver são desnecessárias.
- Uma foto com a superfície agitada valorizaria ainda mais esta obra.
Meus parabéns pelo belo trabalho, não é fácil obter tal resultado num aquário dessas proporções, vejo que houve muito trabalho e dedicação!”
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pouco, a montagem vai ficar mais natural.
Senti falta de uma presença mais forte dos peixes, com certeza um cardume coeso teria ajudado muito no impacto visual da fotografia.”
Juiz: Reinaldo Issa Uherara - Montagem 3º Lugar
VICE - CAMPEÃO: Fabiane Guido - Ponta Grossa
Medidas do aquário: 60 x 35 x 25
Juiz: Luca Galarraga - Montagem vice-campeã
“Este é um aquário que agrada com muita facilidade, pela bela combinação de plantas e cores, uma obra alegre.
Como já sei a identidade da autora, posso afirmar sem medo de ofender, que é nítido o toque feminino em sua
obra. Duas críticas feitas ao aquário campeão posso repeti-las neste caso: O hardscape deveria ser mais forte e a
superfície deveria estar agitada no momento da foto. Neste caso, não gostei da textura das pedras junto ao vidro
frontal, talvez um cascalho mais fino combinaria melhor com a leveza do layout. Um pequeno detalhe a apontar
em relação aos peixes (muito bem escolhidos por sinal!): se o cardume nadasse na direção oposta, reforçaria o fluxo
natural da obra. Meus parabéns!”
“Gosto do tamanho do aquário e da composição da flora, no geral...
Sempre temos algumas críticas, então, acho que para o próximo trabalho, estes pontos serão bem corrigidos:
- Na flora, o que foge da composição geral é o uso das Pogostemon helferi, que estão denunciando o tamanho
do aquário, por serem grandes demais, para este aquário... minha sugestão seria o uso de outras plantas menores
no lugar... talvez Staurogyne repens...
- O contorno das Hemianthus callitrichoides está demasiado artificial... parece realmente desenhado... bonito,
mas pouco natural... minha sugestão seria dar um pouquinho mais de tempo (talvez uma ou duas semanas) para
a foto, da próxima vez..
- Uma pequena rocha do lado direito valorizaria bastante o trabalho no reflexo do vidro direito, dando uma
sensação de amplitude ainda maior no aquário...
- A mescla dos carpetes foi relativamente tímida... alguns pontos vermelhos (H. tenellum “blood”) e diferentes
formatos de folhas (Glossostigma elatinoides ou Marsilea hirsuta) poderiam ter sido utilizadas...
No geral, acho um trabalho bem resolvido... talvez apenas a fauna poderia ser mais impactante, e em maior
quantidade, para realmente ganhar força...
3º LUGAR: Evandro Romero - Londrina
Medidas do aquário: 60 x 30 x 30 cm
Juiz: Erivaldo Casado - Montagem 3º Lugar
“Essa é uma montagem muito promissora, o uso da limnophila entre o carpete e as moitas mais altas é um
ponto forte deste aquário. O trabalho de poda vai ser muito importante para que as pedras não desapareçam no
meio das plantas. As moitas estão muito definidas, isso dá um aspecto artificial, se as plantas se misturarem um
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5º LUGAR: Fabian Kussakawa - Foz do Iguaçu
Medidas do aquário: 35 x 24 x 28 cm
Revista Aqualon
Juiz: André Luiz Longarço - Montagem 5º Lugar
“Esse trabalho impressiona pela quantidade de detalhes em tão pouco espaço. A sutileza das texturas e o posicionamento das cores estão perfeitos. Entretanto, esse mesmo espaço reduzido atrapalha o contexto geral da montagem, pois parece que ela está “apertada” num display pequeno demais. As proporções entre a largura e a altura
não estão harmoniosas e a relação 3:2 ficou óbvia. A importantíssima zona de intersecção das moitas poderia ter
sido trabalhada de uma forma melhor. Talvez, se a montagem tivesse sido executada num display de no mínimo 60
cm, o resultado poderia ter sido ainda melhor.
O uso da areia cosmética na porção frontal está ótimo, mas mais uma vez devido ao tamanho reduzido do display, ficou tímida demais.
Quanto aos troncos escolhidos, apesar de individualmente serem de boa qualidade e visualmente bonitos, em
conjunto não falam a mesma língua. O último tronco ao fundo é totalmente desnecessário, pois acaba com a noção
de perspectiva e proporção do layout.
Acredito também que o trabalho do reflexo em ambos os troncos laterais poderia ter sido mais apurado.
O cardume deveria ter cores mais contrastantes ou estar posicionado próximo da superfície, para que não se
confundissem tanto com as plantas.
A qualidade da produção fotográfica está excelente e possibilita a análise detalhada da montagem como um
todo.
Considerações finais: É clara a influência nessa montagem do premiadíssimo “Destiny”, do aquapaisagista de
Hong Kong, Cliff Hui, entretanto, infelizmente o tamanho reduzido do display e suas proporções dificultaram o trabalho e foram determinantes para que esta bela montagem não atingisse todo o seu potencial. “
6º LUGAR: Jean Ricardo Olinik - Ponta Grossa
Medidas do aquário: 50 x 30 x 25 cm
Juiz: Erivaldo Casado - Montagem 6º Lugar
“As plantas, peixes e o tipo das rochas foram muito bem escolhidos. Se as pedras fossem colocadas mais para o
centro da montagem, poderia gerar um aspecto melhor, além disso, acredito que faltou um pouco de tempo para
as plantas se desenvolverem.
Ainda assim é um iwagume com aspecto incomum e muito agradável.“
Revista Aqualon
7º LUGAR: Americo Afonso Trannin Guazzelli - Londrina
Medidas do aquário: 80 x 40 x 40 cm
Juiz: André Luiz Longarço - Montagem 7º Lugar
“Nesta montagem é notória a preocupação em externar uma atmosfera natural. Num primeiro contato ela
agrada pela simplicidade, delicadeza de cores e texturas apresentadas. Entretanto, quando observada com mais
profundidade, percebe-se alguns problemas facilmente contornados, mas que infelizmente custaram alguns pontos valiosos.
O ponto forte da montagem está no plano central e no correto uso dos troncos e musgos. Neste caso eles falam a
mesma linguagem e estão harmoniosamente posicionados. As rochas que deveriam dar base e suporte aos troncos
estão tímidas e poderiam ter mais força. Este é um exemplo típico de montagens que possuem belo material de
hardscape, mas que são escondidos pelo excesso ou mau uso da vegetação.
Particularmente, as plantas foram o fator que mais contribuíram para o desgaste visual da montagem, quer
seja pelo posicionamento, pela escolha ou pelo seu tamanho.
As Hydrocotyles poderiam ter sido mais bem trabalhadas, pois na tentativa de oferecer um ar natural, acabaram por confundir o observador e ficaram muito grandes, fora de escala.
O carpete frontal de HC está claramente debilitado e demonstrando carências nutricionais e de iluminação.
Neste caso, o uso de areia cosmética em alguma parte do plano frontal ajudaria a dar mais perspectiva neste plano
e certamente valorizaria o plano central.
As Bolbits estão desorientadas e com folhas muito grandes, o que ressalta ainda mais a impressão de confusão.
Por serem plantas de crescimento muito lento, devem ser usadas com cuidado e constantemente podadas para
manterem suas folhas sempre pequenas e bem orientadas.
As plantas de caule da porção posterior estão bem, porém poderiam estar mais bem adensadas.
O ponto alto deste layout ficou por conta do trabalho com musgos, muito natural e agradável, exceto o Flame
Moss que poderia ter sido excluído. O “vazio Amano” foi negativamente afetado por ele, que interrompeu a sensação de perspectiva e penetração por entre as duas massas vegetativas. Essas mesmas massas por serem muito
semelhantes, deixaram o “vazio Amano” bem ao centro, o que tornou a montagem mais obvia e menos atrativa.
O visual ficaria mais interessante e agradável se o ponto focal (vazio Amano) estivesse mais deslocado e as massas
vegetativas seguissem uma relação mais próxima do 3:2.
Os neons foram bem escolhidos, mas todos os peixes deveriam estar orientados para o mesmo sentido. O sentido
oposto dos Nannostomus cria uma sensação de anulação de forças.
Considerações finais: Acredito que este layout com um pouco mais de tempo, fertilização e trabalho de podas
ficará bem mais coeso e exuberante. Particularmente gosto muito deste estilo e acho que esta montagem possui
atributos suficientes para estar entre os melhores aquários do Brasil.”
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Juiz: Reinaldo Issa Uherara - Montagem 12º Lugar
10º LUGAR: Luidi Rafael de Souza Doim - Ponta Grossa
Medidas do aquário: 120 x 70 x 80 cm
Juiz: Luca Galarraga - Montagem 10º Lugar
“O plano médio está bastante tímido, aquém do possível, para um aquário deste tamanho...
- As 2 rochas principais (esquerda e direita) me parecem simétricas demais, com a mesma altura e semelhantes... a da esquerda ainda chama atenção demais para si, talvez pela falta de ranhuras e/ou relevo... o que aparece é
apenas uma mancha clara, chapada... se fosse o caso de utilizar mesmo esta peça, ela deveria estar um pouco mais
disfarçada, com o uso de musgos e afins...
- O carpete peca em monotonia, parecendo um grande campo de golfe... mesclar o carpete seria realmente
interessante, criando diferentes texturas, cores e formatos de folhas (H. tenellum blood, Glossostigma elatinoides
e/ou Marsilea hirsuta eram boas opções)
- O uso de musgos poderia ser um pouco mais “esparso”... na foto, vemos apenas uma grande mancha escura,
que deve estar escondendo rochas e detalhes que poderiam ser mais interessantes do que o musgo em si.
- Ainda em relação ao plano médio, as Staurogyne estão ainda muito pequenas... não há formação de moitas,
de modo que passam praticamente despercebidas na fotografia... um tempo a mais seria interessante para ver o
quanto este aquário poderia mudar, apenas com este detalhe...
- Para quebrar a monotonia do aquário, criar moitas diferentes em cada lado do aquário seria bastante interessante.... fazer uma das moitas ficar mais alta (através de podas) também seria bastante recomendável para este
aquário. Para acentuar este efeito, talvez uma moita vermelha ajudasse muito...
Um aquário bastante saudável, mas ainda com alguns erros que podem ser bem melhorados.”
“Este é um aquário que demonstra o talento de seu autor para combinar plantas de forma harmoniosa e natural, entretanto o layout apresenta alguns pontos que poderiam ser melhorados. O conjunto como um todo é muito
simétrico, duas massas de volume muito parecido, quase um layout espelhado. O tronco à direita chama muito a
atenção com sua sombra excessiva, talvez rotacionando-o para baixo, junto ao substrato, teríamos um aquário
mais leve. Quanto aos peixes, acho que eles competem com a flora já multicolorida, talvez um cardume com pouca
coloração e com nado mais alto combinasse melhor neste layout.
A parte frontal está muito natural, representando claramente o leito de um rio.
Parabéns pela dedicação!”
12º LUGAR: Carlos Eduardo Pires Gonçalves - Maringá
Medidas do aquário: 55 x 30 x 30 cm
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Revista Aqualon
Hemigrammus ocellifer
Peixes
Steindachner, 1882
Por: Cinthia Emerich
Steindachner, 1876
4 Aqualon
Revista
Foto: Cinthia Emerich
Outras informações: Uma bela aquisição para
aquários plantados e temáticos. Muitas plantas,
água quente, escura e ácida formam um conjunto
ideal para o aquário.
Foto: Cinthia Emerich
Nome Popular: Peixe-Lápis de
uma faixa
Família: Lebiasinidae
Origem: Bacia Amazônica
no Brasil, Bolívia, Colômbia,
Venezuela e Guiana
Tamanho: Aproximadamente 4
a 6 cm
Comportamento: Cardumeiro,
nada próximo à superfície.
Agressividade: Pacífico com os
demais
Manutenção: Cardumes, em
aquários acima de 50 litros.
Temperatura: 25 a 28 ºC
pH: 5.5 a 7.0
Alimentação: Micropredador de invertebrados,
complementar semanalmente a ração com
alimentos vivos.
Dimorfismo sexual: O macho é mais colorido,
apresenta a nadadeira anal ligeiramente maior
e o ventre é retilíneo. A fêmea tem cores um
pouco mais pálidas e possui o ventre roliço,
principalmente em época de desova.
Reprodução: Ovíparo, a fêmea libera os ovos nas
plantas e o macho nada em volta, fertilizando-os.
Os ovos eclodem entre 24 e 48 horas. Após alguns
dias, os alevinos já consumiram o conteúdo do
saco vitelino e começam a se alimentar de rações
específicas para alevinos de ovíparos e alimentos
vivos. Os pais não cuidam dos filhotes e podem,
inclusive, encará-los como alimento.
Foto: Chantal Wagner Kornin
Nannostomus unifasciatus
Por: Chantal Wagner Kornin
Nome popular: Olho de Fogo, Lambari Azul
Família: Characidae
Origem: América do Sul: rios da Guiana, Suriname,
Guiana Francesa, Bacia amazônica do Brasil e Peru
Tamanho: 4,4 cm
Comportamento: Tranquilos e ativos, são
adequados para um aquário comunitário.
Devem ser mantidos em cardumes (no mínimo
6 indivíduos) para que se sintam bem e exibam
o melhor do seu comportamento e beleza. Não
manter com peixes grandes ou agressivos.
Agressividade: Pacífico
Temperatura: 22 – 26 ºC
pH: 5.5 - 7.0
Alimentação: Onívoro / Aceita bem qualquer
tipo de ração. Alimentos vivos como enquitréias,
artêmias e daphnia devem ser oferecidos sempre,
para manter a saúde e incentivar a reprodução.
Dimorfismo Sexual: Pouco perceptível. Fêmeas
podem ser um pouco maiores e mais encorpadas,
com o ventre volumoso em época de reprodução,
e machos podem ser um pouco mais esguios e
coloridos.
Reprodução: Relativamente fácil. Monte um
aquário separado especialmente para a desova,
com água ácida e mole. Deixe pouco iluminado
para simular seu habitat natural, que são igarapés
e rios, água escura ajuda nessa simulação. Coloque
plantas de folhas finas, como musgo, para ser
o local de desova. De outro modo, é possível
colocar uma rede ou até bolas de gude no fundo
do aquário para que os ovos caiam em um local
que os adultos não possam alcançar. Podem ser
reproduzidos em cardumes ou casal. Os adultos
devem ser retirados do aquário assim que se notar
a desova. Os ovos eclodem entre 24 e 36 horas. Em
3 a 4 dias os alevinos começam a nadar e podem
ser alimentados com infusórios, até que possam
aceitar alimentos maiores como microvermes
e náuplios de artêmia. Os ovos e alevinos são
fotossensíveis, mantenha-os protegidos de luz
forte.
Configuração do aquário: Um aquário plantado
é excelente, mas o biótopo ideal é o típico igarapé
amazônico. Para simular tal habitat, o substrato
deve ser areia fina. Há poucas plantas submersas
e algumas plantas flutuantes, como ninféias. O
fundo deve estar recoberto de folhas secas, em
decorrência disso a água é escura, o que pode ser
simulado naturalmente ou com suplementos.
Troncos e galhos também são uma adição bem
vinda e tornam o aquário visualmente atrativo.
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Plantas Aquáticas
Por: Rony Suzuki
Hygrophila polysperma
“Ceylon”
Saururus cernuus
Linné, 1753
Família: Acanthaceae
Origem: Ásia
Hábito: Aquática emergente
Tamanho: 20 a 40 cm de altura
Temperatura: 18 a 30 °C
Iluminação: Moderada a intensa
pH: 5 a 8
Manutenção: Fácil
Crescimento: Rápido
Propagação: Sua reprodução se dá através do corte e replantio do ramo.
Plantio: Área intermediária e posterior do aquário. Recomenda-se plantá-la
em molhos com 3 ramos e espaçamento de 3 cm entre eles.
Folhas emersas
Planta fácil e rápida no crescimento, ideal para
iniciantes. A H. polysperma “Ceylon” possui folhas
mais compridas que a variação normal e adquire
uma tonalidade acastanhada muito bonita
que, quando plantada em grupo, gera um efeito
fantástico, se plantadas na parte intermediária
do aquário.
Flor
16
Família: Saururaceae
Origem: América do Norte
Hábito: Aquática emergente
Tamanho: 6 a 10 cm de altura
Temperatura: 15 a 25 °C
Iluminação: Intensa
pH: 6 a 8
Manutenção: Médio
Crescimento: Lento
Propagação: Se reproduz através
de ramificações do rizoma.
Plantio: Planta para área intermediária do aquário. Recomenda-se plantá-la
em ramos individuais com espaçamento de 4 cm.
Planta muito bonita e muito utilizada pelos europeus, sendo uma das preferidas para
compor o chamado “Dutch Street”, em aquários holandeses. Nas montagens ao estilo
“Nature”, é ideal para compor a área intermediária do aquário, ficando melhor se colocada
ao lado de troncos, gerando um belíssimo contraste entre a coloração marrom do tronco
e as folhas verdes da planta. Quando se compra essa planta, geralmente está em estado
emerso e com folhas grandes, o ideal seria cortar todas as folhas maiores e deixar
somente as menores do ponteiro, dessa forma ela se adapta mais rapidamente ao estado
submerso.
Folhas emersas
Inflorescência
Revista Aqualon
(Produtos, peixes e manutenção)
Pet Shop
S.O.S.
ANIMAL
Banho & Tosa - Hotel
“o supermercado para seus animais”
Av. Juscelino Kubischeck (Perimetral), 1.213 - Zona 02 - CEP 87010-440 - MARINGÁ - PR
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PISCICULTURA WADA
Por: Americo Guazzelli • Fotos: Equipe Aqualon
Continuando nossa visita pelo paraíso dos aquaristas, em Suzano – SP, após conhecermos de perto a estufa de plantas Takeyoshi
e as famosas carpas da família Tanabe, chegamos à Piscicultura
Wada.
Fundada pelo engenheiro mecânico Luiz Wada e
sua esposa Cláudia, esta empresa familiar é responsável pela produção de muitas espécies de peixes,
até mesmo as que são consideradas muito difíceis de
reproduzir em aquários. Tudo graças à experiência e
dedicação de toda a família.
Luiz Wada começou no aquarismo ainda quando
jovem, tempo em que visitava criadores da região
para adquirir peixes, o que acabou despertando o interesse em também produzir estes animais, portanto,
podemos concluir que o sucesso dessa empresa também se deve à paixão que já existia pelo aquarismo.
Como eles próprios se definem, “produtores com paixão de aquaristas”.
Ao chegar à propriedade, fomos recebidos pelo
Luiz e a Cláudia, grandes amigos da Aqualon, acompanhados pelos mascotes já conhecidos por todos
nós, seus cães da raça Akita. Belos e imponentes aniLago com Ninféias
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Revista Aqualon
O bosque logo atrás da lagoa
Belíssima floração de orquídea
mais que nos fizeram companhia por todo o tempo. Próximo à entrada, já pudemos desfrutar do contato com a natureza. Um lindo
lago com ninféias em meio a um bosque com muitas árvores.
Acompanhados por todos os amigos que foram até lá para participar da visita, assim como nas outras empresas, passamos uma
tarde muito prazerosa, momento em que todos discutiam assuntos relacionados ao aquarismo. Tudo isso em meio ao delicioso almoço que nos foi ofertado. Não houve como ir embora sem pedir
uma receitinha secreta da Cláudia.
Visitamos as estufas para admirar os peixes ali existentes com
a impressão de que todo o tempo do mundo não seria suficiente
Uma das novas estufas de criação
Revista Aqualon
Os amigos em torno do lago na hora do
almoço
para isso, pela vontade de sempre ficar mais tempo diante dos
aquários. Encontramos belas espécies de peixes que seriam estrelas nos mais belos aquários que se pode imaginar, tudo fruto
da competência de criadores comprometidos. São vária estufas
espalhadas pela propriedade, cuja dificuldade maior de manutenção se dá no inverno, onde se torna mais difícil manter o aquecimento desses locais. É preciso muito trabalho nesta época para
não perder o que já se conseguiu fazer ao longo de anos.
Atendendo apenas na modalidade atacado, onde os clientes
vão até o local para escolher e retirar seus peixes, comercializam
aproximadamente 50 espécies, todas de produção própria. Os
Bandeira albino véu
Estufa de tetras
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peixes são criados através do sistema
superintensivo de produção em estufas,
num total de 300 m², equipadas com
alguns tanques de alvenaria e principalmente com aquários, 800 deles. A água
utilizada é de fonte própria com pH de
5,2 e dureza super baixa. A preferência
da família é por Guppy e Disco, mas os
destaques da criação são os tetras, sendo 30 variedades destes para apenas 12
de discos.
A reprodução de todas essas espécies
ocorre de forma natural, sem utilização
da indução hormonal. Uma das maiores
dificuldades está na obtenção de matrizes. Algumas vezes precisam recorrer a
espécies selvagens, tornando o trabalho
de seleção de matrizes muito demorado,
chegando a 8 anos, no caso dos discos.
Produzem os alimentos vivos utilizados para alimentar a criação, como a
Daphnia e Blood worms, mantidos em
tanques de alvenaria e alimentados com
fitoplancton e zooplancton.
Tanques para produção de alimentos vivos
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Estufa de peixes diversos
Revista Aqualon
Estufa de Acará Disco
Revista Aqualon
21
Todas as fases são executadas na empresa, reprodução, engorda e venda. Hoje
possuem uma variedade com destaque especial na reprodução, o tetra cardinal,
conhecido como neon.
A Piscicultura Wada acredita que a criação em cativeiro é sem dúvida o principal
instrumento para a preservação dos peixes ornamentais, visto que hoje na Amazônia, por exemplo, os piabeiros estão indo cada vez mais longe em busca dos peixes.
“Hoje o Brasil importa o Tetra Foguinho (Hyphessobrycon amandae) criado na Ásia,
porque quase não se encontra na natureza para a coleta”.
Foram grandes visitas a grandes amigos produtores de peixes e plantas para
completar nossos aquários. Sem dúvida, o paraíso dos aquaristas! A Aqualon agradece ao Roberto Takeyoshi, ao Leonardo e Haruki Tanabe e ao Luiz e Cláudia Wada,
assim como a todos que fazem parte destas famílias que fazem um grande trabalho
com amor e dedicação. Foi um prazer para todos poder conhecer as empresas e
desfrutar da companhia de todos eles, assim como dos amigos que lá estiveram
para nos acompanhar.
Esquerda para direita: Evandro, Guazzelli, Luiz, Rony, Claudia e Fabio
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Revista Aqualon
FAMÍLIA CALLICHTHYIDAE
Por: Ricardo Britzke, Biólogo, Mestre em Zoologia.
A família Callichthyidae é encontrada em toda a América Neotropical e é conhecida como respira o ar continuamente sob todas as condições da água. Entretanto, o ar engolido tem
peixes-gatos blindados, devido à presença de duas séries longitudinais de placas em cada um papel mais importante na manutenção do contrapeso hidrostático do que na respiração,
lado do corpo, que lhes conferem uma armadura óssea. Possuem grande variação de tama- contribuindo com aproximadamente 75% do ar necessário para a flutuabilidade.
Os hábitos reprodutivos da família são muito variados e interessantes. Os gêneros Aspidonho, onde, por exemplo, algumas espécies de Corydoras alcançam cerca de 20 milímetros e a
espécie Hoplosternum littorale cresce até aproximadamente 160 milímetros de comprimento ras, Corydoras e Scleromystax, como a maioria dos siluriformes, colocam seus ovos em rochas,
padrão. O gênero Corydoras é um dos mais diversos e mais conhecidos por aquaristas de todo folhas ou outras superfícies. Megalechis, Lepthoplosternum, Hoplosternum e Dianema possuem um comportamento interessante, construindo ninhos de flutuação à base de espuma
o mundo.
A maioria das espécies da família Callichthyidae são bentônicas e comem principalmente e restos vegetais.
A família Callichthyidae apresenta muitas características
invertebrados aquáticos como microcrustáceos e insederivadas, sendo as mais interessantes o canal sensorial da
tos, inclusive detritos vegetais. Essa família possui mais
linha lateral reduzido com 1 a 6 placas; canal sensorial do préde 160 espécies agrupadas em oito gêneros.
-opérculo não conectado ao ramo pré-opercular; ossos infra
Os representantes dessa família habitam uma varieorbitais expandidos como placas; segundo infra orbital com
dade de habitats diferentes, desde pequenos riachos de
uma expansão laminar interna, dando forma à parede poságuas rápidas e oxigenadas, até rios de grande porte,
terior da órbita; pré-maxilar sem dentes; dentário com um
incluindo também poças e locais pantanosos, onde o
processo mediano para a inserção do músculo inter mandibuoxigênio pode ser praticamente ausente. Para sobrelares; abertura lateral da bexiga de gás parcialmente fechado
viver nesses habitats, usam o intestino como um órgão
por uma expansão oca (para uma lista completa de sinaporespiratório acessório, onde o ar é coletado na superfície
morfias e caracteres, veja Brito, 2003; Reis, 1993, 1997). Esta
da água e engolido, e eventualmente é expelido através
família é reconhecidamente monofilética, sustentada por dido ânus.
versas características derivadas, apresentando duas subfamíAo contrário dos peixes-gatos das famílias Loricariilias, Callichthyinae Hoedeman, 1952 e Corydoradinae Hoededae e Trichomycteridae que praticam a respiração aérea
Foto: Ricardo Britzke
man, 1952, cada uma suportada por diversas sinapomorfias.
somente em caso de hipóxia, a família Callichthyidae
Scleromystax barbatus
Revista Aqualon
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Foto: Ricardo Britzke
Foto: Rony Suzuki
Foto: Rony Suzuki
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Holplosternum littorale
Foto: Ricardo Britzke
Dianema longibarbis
Referências
Alexandrou, M. A.; Oliveira, C.; Maillard, M.; Mcgill, R. A. R.;Newton, J.;
Creer, S.; Taylor, M. I. Competition and phylogeny determine communitystructure in Müllerian co-mimics. Nature 469, 84-88, 2011.
Britto, M. R. 2003. Phylogeny of the subfamily Corydoradinae Hoedeman, 1952 (Siluriformes: Callichthyidae), with a definition of its genera.
Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia 153: 119154.
Burgess, W.E. 1987. Corydoras and related catfishes - a complete
introduction.T.F.H. Publications, Neptune City, 128p.
Brochis splendens
Foto: Rony Suzuki
Aspidoras pauciradiatus
Distribuição geográfica
Esta família é endêmica da América Neotropical, sendo encontrada em
diversas drenagens como Paraná-Paraguai, São Francisco, Amazonas, Orinoco, Maracaibo, Magdalena e bacias costeiras atlânticas do Brasil, Guianas e Suriname. Apresentam uma grande diversidade, principalmente na
drenagem Amazônica.
Foto: Rony Suzuki
Corydoras nattereri
No caso do gênero Corydoras, existem várias espécies que são simpátricas e miméticas, ou seja, vivem no mesmo ambiente e evoluíram para
terem em comum os mesmos padrões de coloração para benefício mútuo.
Por exemplo, existem espécies que possuem uma toxina em seu acúleo
peitoral, o que normalmente afugenta os predadores. Outras espécies que
possuem a mesma coloração, mas não possuem essa toxina, passam ilesas
pelos predadores. Embora miméticas, elas ocupam nichos diferentes devido a características
morfológicas como
focinho curto, focinho
longo e focinho intermediário. Os exemplares de focinho
longo exploram mais
ao fundo do substrato
(areia, por exemplo),
enquanto as de nariz
Foto: Rony Suzuki
curto exploram apenas superficialmente Exemplares de Corydoras sp. de focinho longo
o substrato.
explorando mais ao fundo do substrato
Corydoras melini
Revista Aqualon
Burgess, W.E. 1989. An atlas of freshwater and marine catfishes. A preliminary survey of the Siluriformes. T.F.H. Publications, Neptune City, 784p.
Pinna, M.C.C. 1992. A new subfamily of Trichomycteridae (Teleostei, Siluriformes),
lower Loricarioid relationships, and a discussion on the impact of additional taxa for
phylogenetic analysis. Zoological Journal of the Linnean Society, 106:
Reis, R.E. 1997. Revision of the Neotropical catfish genus Hoplosternum(Ostariophysi,
Siluriformes, Callichthyidae), with the description of two new genera. Ichthyol. Explor.
Freshwaters, 7(4):299-326
Outras espécies da família callichthyidae
Foto: Rony Suzuki
Foto: Rony Suzuki
Aspidoras maculosus
Corydoras eques
Foto: Ricardo Britzke
Foto: Rony Suzuki
Corydoras seussi
Corydoras aeneus
Foto: Rony Suzuki
Foto: Ricardo Britzke
Foto: Ricardo Britzke
Corydoras melanistius
Revista Aqualon
Corydoras arcuatus
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Revista Aqualon é uma publicação da Aqualon - Aquarismo em Londrina. Com distribuição gratuita, visa divulgar o aquarismo em todos os seus segmentos, desde
os aquários propriamente ditos até os aspectos ecológicos que o hobby abrange.
Seja um aquarista consciente
Editor: Rony Suzuki
Coordenação: Americo Guazzelli e Rony Suzuki
Projeto gráfico e diagramação: Evandro Romero e
Rony Suzuki
Periodicidade: Trimestral
Tiragem: 2500 exemplares
Revisão: Americo Guazzelli
Fotografia: Americo Guazzelli, Chantal Wagner Kornin,
Cinthia Emerich, Ricardo Britzke, Rony Suzuki.
Colaboraram nessa edição: Americo Guazzelli, André
Luiz Longarço, Chantal Wagner Kornin, Cinthia Emerich,
Cláudia e Luiz Wada, Erivaldo Casado, Luca Galarraga,
Reinaldo Uherara, Ricardo Britzke, Rony Suzuki.
Foto: Rony Suzuki
• Não solte peixes, plantas ou qualquer outro
animal aquático nos rios ou lagos. A soltura
desses animais pode causar impactos ambientais muito sérios, prejudicando fauna e
flora nativa!
• Não superalimente os seus peixes, pois o
excesso de alimento pode poluir a água do
seu aquário.
• Não compre rações vendidas em saquinhos
plásticos transparentes. A luz retira todas as
vitaminas e proteínas da ração. Estas também não possuem prazo de validade. Procure comprar rações de boa qualidade que você
notará a diferença na saúde de seus animais.
• Não Superpovoe o aquário, pois o excesso
de peixes debilitará todo o sistema de filtragem do aquário, podendo levar seus peixes
à morte.
• Não compre peixes que estejam em aquários que tenham peixes doentes ou mortos.
Eles podem transmitir doenças para todos
os peixes que você já possui em seu aquário.
• Seja observador. É preciso conhecer o
comportamento dos habitantes de seu
aquário para se antecipar aos problemas
que possam surgir.
• Não compre peixes por impulso. Pesquise
antes a respeito da espécie. Muitas podem
ser incompatíveis com o seu aquário, seja por
agressividade, parâmetros da água ou tamanho do aquário.
• Lembre-se: Peixes são seres vivos e não
mercadorias que podem ser descartadas a
qualquer momento. Preserve a vida!
• Não coloque juntas espécies de peixes de pH
diferentes. Certamente uma delas será prejudicada, podendo adquirir doenças e contaminar todo o restante.
• Não inicie o hobby se não estiver disposto a
dispensar os cuidados básicos que os peixes
exigem. Com pouco tempo de dedicação obterá sucesso e isto se transformará em lazer.
• Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos usar a internet como uma forte
aliada para alcançar um aquarismo saudável e consciente. Temos vários sites/
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aquarismo. Citaremos apenas alguns dos
mais confiáveis, em ordem alfabética:
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