Monitor CPA - Fundação João Pinheiro

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Monitor CPA - Fundação João Pinheiro
Monitor CPA
COMÉRCIO EXTERIOR
Monitor CPA: Com. Ext. Anál. Desemp .Expo. Tecnol. Sof.
Belo Horizonte
v.1 n.2 p. 1-22
Junho | 2014
Análise das Exportações de Produtos
Tecnologicamente Sofisticados
jun. 2014
Monitor CPA Comércio Exterior
Análise de desempenho das exportações de Produtos
Tecnologicamente Sofisticados
Belo Horizonte
Junho 2014
Monitor CPA: Com. Ext. Anál. Desemp .Expo. Tecnol. Sof.
Belo Horizonte
v.1 n.2 p. 1-22
jun. 2014
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
GOVERNADOR
Alberto Pinto Coelho
SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
SECRETÁRIA
Renata Maria Paes de Vilhena
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO
PRESIDENTE
Marilena Chaves
CENTRO DE PESQUISAS APLICADAS MARIA APARECIDA ARRUDA
DIRETORA
Elisa Maria Pinto da Rocha
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
ASSESSORA-CHEFE
Olívia Bittencourt
FICHA TÉCNICA
ELABORAÇÃO
Elisa Maria Pinto Rocha (coordenação)
Ester Carneiro do Couto Santos
Jane Noronha Carvalhais (pesquisadora-visitante/Fapemig)
Mauro Araújo Câmara
Mauro Gonçalves Novaes (estagiário)
PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO
Kelly Gusmão
Todos os direitos reservados.
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, por qualquer meio, desde que citada a fonte
Disponível também em: <<http://www.fjp.mg.gov.br>>
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M744
Monitor CPA Comércio Exterior; análise de desempenho das
exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados, ano 1,
n.2, junho 2014. Belo Horizonte, Fundação João Pinheiro, Centro
de Pesquisas Aplicadas Maria Aparecida Arruda, 2014.
1. Comércio exterior – Minas Gerais – Periódicos. 2. Exportação –
Produtos tecnológicos – Minas Gerais – Periódicos. I. Fundação
João Pinheiro, Centro de Pesquisas Aplicadas Maria Aparecida
Arruda.
CDU 382.1(815.1)
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jun. 2014
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................
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2 SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE
SOFISTICADOS ......................................................................................................
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3 ANÁLISE DO DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE
SOFISTICADOS: JANEIRO A ABRIL DE 2014 ...................................................................
7
4 COMPORTAMENTO GERAL DA BALANÇA COMERCIAL MINEIRA...........................................
12
4.1 Empresas exportadoras e exportações municipais........................................................
17
5 EM FOCO: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE
SOFISTICADOS SEGUNDO PAÍS DE DESTINO E MUNICÍPIO EXPORTADOR.................................
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jun. 2014
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Destaques das exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados – Minas Gerais jan./abr. 2014......................................................................................................
11
Gráfico 1 – Exportações das modalidades de Produtos Tecnologicamente Sofisticados - Minas Gerais.
jan./dez. 2014....................................................................................................
8
Gráfico 2 – Comportamento das exportações gerais e do grupo de Produtos Tecnologicamente
Sofisticados - Brasil e Minas Gerais - jan./abr. 2014 (em %)................................
12
Gráfico 3 - Balança comercial - Minas Gerais - jan./abr. 2013 – jan./abr. 2014 (US$ mil FOB)...........
13
Gráfico 4 - Comportamento das exportações de Minas Gerais segundo principais blocos e países jan./abr. 2014 (%).......................................................................................
15
Gráfico 5 - Comportamento das Importações Minas Gerais segundo principais países de origem jan./abr. 2014 (%).......................................................................................
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Indicadores dos resultados das exportações de Minas Gerais e do Brasil de Produtos
Tecnologicamente Sofisticados - jan./abr. 2014.................................................
7
Tabela 2 – Desagregação das exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados segundo
modalidades e segmentos de produtos - Minas Gerais e Brasil - jan./abr. 2014............
10
Tabela 3 – Destaques setoriais das exportações – Minas Gerais – jan./abr. 2014.........................
14
Tabela 4 - Destaques setoriais das importações – Minas Gerais – jan./abr. 2014.........................
16
Tabela 5 – Ranking das dez maiores empresas exportadoras - Minas Gerais – jan./abr. 2014..........
18
Tabela 6 – Ranking dos vinte maiores municípios exportadores - Minas Gerais – jan./abr. 2014.......
19
Tabela 7 - Minas Gerais: Distribuição das exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados
selecionados, segundo país de destino e município exportador - jan./abr. 2014...........
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1 INTRODUÇÃO
O Monitor CPA COMÉRCIO EXTERIOR é uma publicação quadrimestral que analisa de forma sucinta e objetiva
a evolução recente das exportações de um grupo específico de produtos denominado Produtos Intensivos em
Informação e Conhecimento (PII&C)
Sofisticados
– aqui referenciados de modo geral como Produtos Tecnologicamente
– e divulga com exclusividade análises e informações sobre eles.
Além disso, o Monitor CPA COMÉRCIO EXTERIOR analisa o comportamento geral da balança comercial
mineira, das principais empresas e dos municípios exportadores do estado, utilizando-se dos mais recentes
dados colocados à disposição pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) até o
fechamento de cada edição da publicação.
Tendo em vista a base produtiva do estado de Minas Gerais e do Brasil, a maioria dos estudos, das pesquisas
e dos levantamentos sobre comércio exterior tende a enfocar produtos e setores reconhecidamente
característicos de sua economia, a exemplo da mineração, siderurgia e de commodities agrícolas e
minerais. Entretanto, o atual momento de transformações vivenciado pelas sociedades resulta na
emergência de novos produtos e processos e na reconfiguração de produtos já existentes e que não são
ainda plenamente conhecidos ou suficientemente representados nas estatísticas e nos dados oficiais. É esse
o contexto no qual se insere este informativo, que metodologicamente se apoia em tipologia de
classificação de produtos originalmente desenvolvida pela Fundação João Pinheiro (FJP), com o apoio da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Por meio da adaptação e ampliação de metodologias desenvolvidas por organismos e instituições brasileiras
e internacionais
– como a United Nations Conference on Trade and Development (Unctad), Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica
(Protec), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi)
– e do esquema de
classificação sugerido por Keith Pavitt, mapeou-se a classificação para os PII&C utilizada nesta análise.
Nesse sentido, entende-se que a metodologia aqui adotada é fruto de diversas contribuições e insights e
que se encontra em processo de aperfeiçoamento.
Embora representem, ainda, apenas pequena parcela da pauta total das exportações, os Produtos
Tecnologicamente Sofisticados possuem importância estratégica para a ampliação das inovações
tecnológicas e da competitividade do país, de regiões e empresas.
Finalmente, ao disponibilizar para a sociedade, governos, associações representativas da sociedade civil e
para os veículos de comunicação este recente produto de informação, o CPA-FJP, cumpre seu propósito de
analisar dados e informações relevantes para subsidiar processos decisórios no âmbito do planejamento e do
monitoramento das políticas públicas de desenvolvimento industrial e comércio exterior, desenvolvimento
científico e tecnológico.
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2 SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE SOFISTICADOS
As exportações mineiras de Produtos Intensivos em Informação e Conhecimento (PII&C)
Produtos Tecnologicamente Sofisticados
– aqui denominados
– somaram US$ 963,8 milhões no primeiro quadrimestre de 2014
(US$ 1.074,4 bilhão no mesmo período de 2013), o que representou queda de 10,3%. No caso das
exportações brasileiras, houve retração de 8,6% na mesma base de comparação.
O ritmo mais acelerado de queda das exportações mineiras de PII&C, em comparação com a retração
observada das vendas nacionais desse grupo de produtos, ocasionou um ligeiro recuo na participação
relativa de Minas Gerais no valor das vendas externas brasileiras de Produtos Tecnologicamente
Sofisticados: de 7,1% nos primeiros quatro meses de 2013 para 7,0% em 2014.
Com a manutenção da conjuntura internacional adversa e tendo em vista a comparação tanto com a taxa de
crescimento das exportações brasileiras de PII&C (retração menor que a mineira) quanto com o resultado
geral das vendas externas mineiras (queda de 5,9%), observa-se que, nos primeiros quatro meses de 2014, o
desempenho das exportações mineiras de Produtos Tecnologicamente Sofisticados ainda apresenta-se
bastante desfavorável.
Entre as cinco modalidades que compõem o grupo PII&C, em Minas Gerais registrou-se queda das
exportações para três deles no acumulado janeiro a abril de 2014 em comparação com o mesmo período do
ano anterior: produtos do Complexo das Tecnologias da Informação e das Comunicações, produtos da
Indústria Mecânica-Elétrica-Instrumentos de Precisão e produtos da Indústria Automotiva-AviaçãoFerroviária-Naval. Por sua vez, as vendas externas mineiras relativas às modalidades Produtos
Biotecnológicos voltados para Saúde Humana e Animal-Fármacos-Químicos e produtos Biotecnológicos
voltados para Agronegócios-Meio Ambiente-Sinergia apresentaram taxa de crescimento positiva.
No primeiro quadrimestre de 2014, as exportações mineiras de Produtos Tecnologicamente Sofisticados
corresponderam a 110,5 milhões de dólares a menos do que o valor observado no mesmo período de 2013.
Os segmentos que exerceram maior influência nessa queda foram: Veículos-Tratores-Ciclos, Máquinas e
Equipamentos Mecânicos e Ferroviária-Naval. Embora o valor das vendas externas mineiras de determinados
segmentos – Fármacos, Válvulas Cardíacas, Impressoras-Máquinas-Aparelhos para Impressão e Próteses
Arteriais-Mamárias-Substitutivas de Membros, entre outros – tenham apresentado expansão digna de nota,
tal movimento não foi suficiente para compensar a retração média das exportações mineiras de Produtos
Tecnologicamente Sofisticados.
Apesar do desempenho global relativamente desfavorável, a manutenção da hegemonia de Minas Gerais
como praticamente o único exportador nacional de segmentos como Lentes Intraoculares, Medicamentos
Contendo Insulina e Válvulas Cardíacas confirma a preponderância e grande relevância do estado nas
exportações brasileiras de determinados segmentos de Produtos Tecnologicamente Sofisticados.
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3 ANÁLISE DO DESEMPENHO DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE SOFISTICADOS:
JANEIRO A ABRIL DE 2014
As exportações mineiras do grupo de produtos intensivos em informação e conhecimento (PII&C) – aqui
denominados Produtos Tecnologicamente Sofisticados – somaram US$ 963,8 milhões no primeiro
quadrimestre de 2014 (US$ 1,1 bilhão no mesmo período do ano anterior), o que representou queda de
10,3% (tabela1).
Esse resultado pode ser considerado desfavorável tanto quando comparado com o resultado das vendas
brasileiras de Produtos Tecnologicamente Sofisticados (que apresentaram diminuição de 8,6% entre janeiro
e abril de 2014 comparativamente ao mesmo período de 2013) quanto quando comparado com o resultado
geral das exportações estaduais (retração 5,9% na mesma base de comparação).
Tabela 1 – Indicadores dos resultados das exportações de Minas Gerais e do Brasil de Produtos
Tecnologicamente Sofisticados - jan./abr. 2014
Comparando-se o período de janeiro-abril de 2014 com igual período do ano anterior, observa-se que, entre
as cinco modalidades de Produtos Tecnologicamente Sofisticados exportados por Minas Gerais, registrou-se
queda para três deles: produtos do Complexo das Tecnologias da Informação e das Comunicações (vendas
externas de US$ 4,1 milhões e retração de 67,5%); produtos da Indústria Mecânica-Elétrica-Instrumentos de
Precisão (exportações de US$ 280,4 milhões e queda de 10,0%) e produtos da Indústria Automotiva-AviaçãoFerroviária-Naval (vendas externas de US$ 356,4 milhões e retração de 20,3%). Duas modalidades de PII&C
exportados por Minas Gerais apresentaram variação positiva no período: produtos Biotecnológicos voltados
para Saúde Humana e Animal-Fármacos-Químicos (exportações de US$ 317,2 milhões e crescimento de 6,3%)
e produtos Biotecnológicos voltados para Agronegócios-Meio Ambiente-Sinergia, cujas exportações
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alcançaram US$ 5,7 milhões e apresentaram taxa de crescimento positiva de 24,4% (gráfico 1 e tabela 2).
Por outro lado, outro aspecto importante confirmado pelo estudo é a manutenção da preponderância e
grande relevância de Minas Gerais nas exportações brasileiras de determinados segmentos de produtos do
grupo PII&C. Para segmentos como Medicamentos Contendo Insulina, Válvulas Cardíacas e Lentes
Intraoculares, Minas Gerais caracteriza-se por ser praticamente o único exportador nacional: as empresas do
estado responderam por, respectivamente, 99,98%, 99,53% e 100,0% das exportações brasileiras desses
produtos no primeiro quadrimestre de 2014 (tabela 2 e figura 1).
Gráfico 1 – Exportações das modalidades de Produtos Tecnologicamente Sofisticados - Minas Gerais.
jan./dez. 2014
Comparando-se o primeiro quadrimestre de 2014 com o mesmo período de 2013, as vendas externas de
PII&C das empresas de Minas Gerais apresentaram retração de US$ 110,5 milhões em valores absolutos. As
modalidades e os segmentos que mais influenciaram esse resultado negativo são relacionados a seguir
(tabela 2 e gráfico 1):
(a) produtos do Complexo das Tecnologias da Informação e das Comunicações: a modalidade, que respondeu
por 0,4% do total das exportações mineiras do grupo PII&C, realizou vendas de US$ 4,1 milhões no primeiro
quadrimestre de 2014 (US$ 12,6 milhões em igual período de 2013), com variação negativa de 67,5%.
A elevação das vendas externas de Impressoras-Máquinas-Aparelhos para Impressão-Suas Partes (69,6%) e de
outros Equipamentos e Aparelhos Comunicação-TV-Componentes (5,2%) de janeiro a abril de 2014 em
relação ao mesmo período do ano anterior não foi capaz de compensar o desempenho expressivamente
desfavorável das exportações de Máquinas e Equipamentos de Processamento Dados-Automação-Periféricos,
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retração de 83,7% e de Aparelhos e Equipamentos Telecomunicações-Telefonia Pública-Terminais Portais e
Fixos, queda de 9,2%. Por sua vez, as exportações brasileiras do segmento também registraram queda de
35,1% no período analisado.
(b) Produtos da Indústria Mecânica-Elétrica-Instrumentos de Precisão: a diminuição das exportações desse
segmento pode ser explicada, principalmente, pelo comportamento das exportações de Máquinas e
Equipamentos Mecânicos, que responde por 18,8% das exportações da modalidade e cujas vendas nos
primeiros quatro meses de 2014 caíram para US$ 181,0 mil, contra US$ 208,0 mil em igual período do ano
anterior, o que correspondeu a uma queda de 12,9% no período sob consideração e de Máquinas e
Equipamentos Elétricos, com retração de 6,6% (tabela2 e figura1).
(c) Produtos da Indústria Automotiva-Aviação-Ferroviária-Naval: responsável por 37,0% das exportações
mineiras do grupo PII&C, essa modalidade de produtos apresentou queda das receitas de exportações de
20,3% no primeiro quadrimestre de 2014, com vendas externas de US$ 356,4 milhões (US$ 447,1 milhões no
mesmo acumulado em 2013). Tal retração está associada, sobretudo, à queda registrada para o segmento
de Veículos-Tratores-Ciclos, que responde por 36,7% do conjunto das exportações mineiras de PII&C e cujas
vendas externas caíram 18,1% no período de janeiro-abril de 2014 em comparação com o mesmo período do
ano anterior. As exportações desse segmento alcançaram US$ 353,7 milhões no período acumulado janeiroabril em 2014, contra US$ 431,7 milhões em igual período de 2013 (tabela 2 e figura 1). Vale destacar
também as expressivas quedas nas exportações dos segmentos Ferroviária-Naval e Aviação-Aeroespacial da
ordem de 82,2% e 79,2% respectivamente.
No tocante às modalidades de Produtos Tecnologicamente Sofisticados exportados por Minas Gerais, são as
seguintes as que obtiveram taxas de variação positiva no primeiro quadrimestre de 2014 em relação ao
mesmo período de 2013:
(a) produtos Biotecnológicos voltados para Saúde Humana e Animal-Fármacos-Químicos com crescimento de
6,3% (exportações de US$ 317,2 milhões no período janeiro-abril de 2014 e de US$ 298,5 milhões no mesmo
período de 2013). Destacam-se nesse grupo as exportações de Fármacos, US$ 33,2 milhões e crescimento de
72,7%, de Próteses Arteriais-Mamárias-Substitutivas de Membros, cujas exportações alcançaram US$ 1,6
milhões, o que representou um crescimento de 50,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, e de
Válvulas Cardíacas, com crescimento de 30,1% e valor exportado de US$ 16,9 milhões ou 99,5% das
exportações brasileiras desse segmento.
(b) produtos Biotecnológicos voltados para Agronegócios-Meio Ambiente-Sinergia, que apresentaram taxa de
crescimento positiva de 24,4% e somaram, no período US$ 5,7 milhões. Destacou-se nesse grupo o segmento
Milho para Semeadura, com expansão de 35,9% (exportações de US$ 4,2 milhões em janeiro-abril de 2014
contra US$ 3,1 milhões no mesmo período de 2013) (tabela 2).
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Tabela 2 – Desagregação das exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados segundo modalidades e
segmentos de produtos - Minas Gerais e Brasil - jan./abr. 2014
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Em termos gerais, pelos resultados do Monitor CPA COMÉRCIO EXTERIOR, pode-se verificar que, no primeiro
quadrimestre de 2014, o desempenho exportador do grupo de Produtos Tecnologicamente Sofisticados em
Minas Gerais mostrou-se desfavorável tendo em vista os resultados observados para o conjunto das
exportações brasileiras desses produtos. Nesse período, enquanto as exportações nacionais apresentaram
retração de 8,6%, se comparadas com os primeiros quatro meses de 2013 (19,9% do total da pauta do país),
as vendas externas mineiras de PII&C apresentaram retração de 10,3% e participação relativa de 10,0% no
total da pauta do estado (gráfico 2).
Portanto, pode-se afirmar que a manutenção das incertezas quanto à recuperação da economia norteamericana e do panorama de crise tanto na Argentina como nos países europeus são fatores da conjuntura
internacional cujos efeitos negativos permanecem se fazendo sentir nas exportações mineiras desse grupo
de produtos, uma vez que esses países são importantes compradores de Produtos Tecnologicamente
Sofisticados originários de Minas Gerais.
Figura 1 – Destaques das exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados – Minas Gerais jan./abr. 2014
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Gráfico 2 – Comportamento das exportações gerais e do grupo de Produtos Tecnologicamente Sofisticados Brasil e Minas Gerais - jan./abr. 2014 (em %)
4 COMPORTAMENTO GERAL DA BALANÇA COMERCIAL MINEIRA
Em comparação com o primeiro quadrimestre do ano anterior, registrou-se queda de 5,9% no valor total das
exportações de Minas Gerais nos primeiros quatro meses de 2014. As importações, por sua vez,
apresentaram retração ainda maior, 9,0%. Esses movimentos influenciaram o resultado da balança
comercial mineira, cujo superávit sofreu uma diminuição de 5,3% em relação ao mesmo período de 2013.
Em termos de valor, as exportações de Minas Gerais de janeiro a abril de 2014 alcançaram US$ 9,7 bilhões
(contra US$ 10,3 bilhões de janeiro a abril de 2013) e as importações somaram US$ 3,6 bilhões (contra US$
3,9 bilhões em igual período de 2013). Em decorrência, o superávit comercial de Minas Gerais atingiu US$
6,1 bilhões no período analisado, contra US$ 6,4 bilhões no mesmo período do ano anterior (gráfico 3).
Por sua vez, o volume total exportado pelo estado no primeiro quadrimestre de 2014 registrou expansão de
6,0%, quando comparado com o mesmo período de 2013 (52,2 milhões de toneladas em 2014 e 49,3 milhões
de toneladas em 2013). Segmentos exportadores importantes, como Minérios, Laticínios e Café,
contribuíram para esse crescimento com variação positiva de 7,2%, 135,4% e 18,9%, respectivamente, no
volume de exportações.
Tendo em vista a retração de 5,9% registrada para o valor das exportações mineiras e de 3,0% nas
exportações brasileiras no primeiro quadrimestre de 2014, relativamente ao mesmo período de 2013, o
coeficiente de participação relativa das vendas externas mineiras no valor total exportado pelo Brasil
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apresentou ligeira diminuição: passou de 14,4% em 2013 para 14,0% em 2014.
Comparando-se os quatro primeiros meses de 2014 com o mesmo período de 2013, observa-se que as vendas
externas totais mineiras apresentaram decréscimo absoluto de US$ 610,2 milhões de dólares. Entre os
segmentos que exerceram maior influência nesse resultado destacam-se Minérios, cuja participação no valor
total da pauta estadual representou 45,4% de janeiro a abril de 2014, com retração de 3,6% no valor das
vendas externas; Veículos-Tratores-Ciclos, com participação de 3,7% e queda de 18,1%; Produtos
Siderúrgicos, com participação de 13,3% e diminuição de 3,8% e, por fim, o segmento Pedras E Metais
Preciosos, que representou 4,8% no valor da pauta no primeiro quadrimestre de 2014 e apresentou recuo de
26,0% no valor das exportações em relação ao mesmo período de 2013 (tabela 3). Desses quatro segmentos,
apenas Minérios apresentou aumento do volume exportado no período (+7,2%). Os demais apresentaram
retração de 14,0%, 32,5% e 23,5% do volume respectivamente.
Gráfico 3 - Balança comercial - Minas Gerais - jan./abr. 2013 – jan./abr. 2014 (US$ milhões FOB)
Dois outros segmentos exportadores também contribuíram para a queda das vendas externas de Minas
Gerais no período em análise: Carnes, que representou 2,9% da pauta e diminuição de 5,3%, e Café, com
participação de 11,3% e retração de 2,0%.
Diferentemente da tendência geral de retração nas exportações mineiras registrada no primeiro
quadrimestre de 2014 em relação ao mesmo período de 2013, observou-se expressiva elevação no valor das
vendas externas para segmentos como Laticínios, que representa 0,4% da pauta e registrou elevação de
248,7% no valor das exportações; Instrumentos Científicos, com participação de 0,3% e aumento no valor
das vendas de 26,4% e de Brinquedos e Artigos Esportivos, com participação pouco relevante na pauta, mas
que apresentou aumento de 78,8% no valor exportado (tabela 3).
Além desses segmentos de produtos exportados, o Monitor CPA Comércio Exterior acompanha outros que,
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embora possuam participação relativa muito baixa na pauta geral das vendas externas de Minas Gerais,
também apresentaram desempenho positivo no período, destacam-se o de Farmacêuticos, o de Cosméticos
e Perfumaria e o de Cerâmicos. Suas taxas de crescimento no primeiro quadrimestre de 2014, em
comparação com o mesmo período do ano anterior, foram de 19,4%, 16,7% e 13,5% respectivamente.
Vale observar que os três principais segmentos de produtos exportados pelo estado, Minérios, Produtos
Siderúrgicos e Café, que representam em conjunto 70,1% do valor total da pauta, apresentaram retração
das vendas externas de 3,6%, 3,8% e 2,0% respectivamente. No caso de Minérios e Café, ainda são
observadas cotações de preços desfavoráveis no mercado internacional.
Tabela 3 – Destaques setoriais das exportações – Minas Gerais – jan./abr. 2014
No que diz respeito ao conjunto dos quatro principais blocos e regiões compradores de produtos mineiros, o
comportamento no período janeiro a abril de 2014, em comparação com o ano anterior, foi o seguinte:
retração das exportações para a União Europeia (-10,9%) e para o Mercado Comum do Sul (Mercosul), 15,7%, blocos que responderam por, respectivamente, 21,8% e 6,8% do valor total das exportações mineiras
no período, e crescimento das vendas para a Ásia, (+1,5%) e Tratado Norte–Americano de Livre Comércio
(Nafta), +6,7%, responsáveis, respectivamente, por 48,4% e 9,7% do valor total da pauta mineira (gráfico 4).
É importante ressaltar, ainda, o comportamento desfavorável das exportações para a Europa Oriental. Elas
responderam por 1,2% da pauta nos quatro primeiros meses de 2014 e apresentaram grande retração de
15,5% em relação ao mesmo período de 2013. Já as exportações para a Associação Latina de Integração
(Aladi), excluindo o Mercosul, representaram 2,9% da pauta no período e sofreram retração de 26,2%. A
combinação desses resultados aponta para maior concentração das exportações para o Nafta e a Ásia. Em
conjunto, elas aumentaram sua participação no total das vendas mineiras de 53,4%, nos primeiros quatro
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meses de 2013, para 58,1% no mesmo período de 2014 (gráfico 4).
Gráfico 4 - Comportamento das exportações de Minas Gerais segundo principais blocos e países
- jan./abr. 2014 (%)
Em termos de mercados individuais, as exportações mineiras para a China – maior comprador de produtos de
Minas Gerais – responderam por 30,5% do valor total das vendas externas do estado e alcançaram US$ 3,0
bilhões nos primeiros quatro meses de 2014. Isso correspondeu a uma queda de 2,4% em relação ao mesmo
período de 2013. Ressalta-se também o aumento de 8,7% nas exportações para os Estados Unidos (US$ 733,7
milhões em 2013, contra US$ 797,6 milhões em 2014). Elas passaram a representar o segundo maior
mercado individual de exportações mineiras em 2014 (posição ocupada nesse período em 2013 pelo Japão),
com participação de 8,2% do valor total das exportações do estado no período. Já as exportações para o
Japão apresentaram queda de 11,8% no período e totalizaram US$ 676,2 milhões de janeiro a abril de 2014,
contra US$ 766,4 milhões no mesmo período de 2013. No primeiro quadrimestre de 2013, o país era o
segundo maior comprador de produtos mineiros. Por sua vez, as vendas para a Argentina apresentaram
retração de 15,4%, US$ 710,7 milhões em 2013, contra US$ 601,3 milhões em 2014 (gráfico 4).
No que diz respeito ao comportamento das importações mineiras – que diminuíram 9,0% do valor no
acumulado em janeiro-abril de 2014 em relação ao mesmo período de 2013 – os segmentos que mais
contribuíram para esse desempenho foram: Equipamentos Mecânicos (responsável por 20,9% do valor total
das importações, com retração de 3,9%); Veículos-Tratores-Ciclos (participação de 20,0% e queda de 25,4%)
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e Máquinas e Aparelhos Elétricos (participação de 9,4% e queda de 4,3%). Por sua vez, as importações de
Combustíveis, com participação de 7,8% no valor da pauta geral de importações de Minas Gerais,
apresentaram aumento de 8,9%.
Em termos de ritmo do crescimento do valor das importações de Minas Gerais no primeiro quadrimestre de
2014, em relação ao mesmo período de 2013, as taxas de aumento mais expressivas ficaram por conta dos
segmentos alimentar, com crescimento de 133,9%; Calçados, com elevação de 76,7%; e Laticínios, cuja
expansão foi de 68,0% (tabela 4).
Tabela 4 - Destaques setoriais das importações – Minas Gerais – jan./abr. 2014
Quanto aos principais mercados de origem das importações mineiras no primeiro quadrimestre de 2014, os
seis principais fornecedores de produtos representaram 66,4% do valor das importações. A China se
posicionou como o maior fornecedor do Estado e respondeu por 15,7% da pauta de importações mineiras,
com importações de US$ 558,4 milhões (e crescimento de 2,2% nos quatro primeiros meses de 2014, em
relação ao mesmo período de 2013). Foi seguida pela Argentina, cujas importações foram de US$ 531,5
milhões em 2014 (participação de 14,9% e retração de 27,3%) e pelos Estados Unidos, com importações de
US$ 523,7 milhões – participação relativa de 14,7% e queda de 26,7% na mesma base de comparação. Por
fim, vale destacar o aumento das importações mineiras oriundas da Alemanha, US$ 284,6 milhões, e da
França, US$ 109,9 milhões, que apresentaram crescimento de 20,2% e 21,1% respectivamente (gráfico 5).
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Gráfico 5 - Comportamento das importações de Minas Gerais segundo principais países de origem - jan./abr.
2014
4.1 Empresas exportadoras e exportações municipais
Com exportações no valor de US$ 3,4 bilhões no primeiro quadrimestre de 2014, a Vale S.A manteve a
posição de maior empresa exportadora de Minas Gerais e respondeu por 35,4% do valor total das vendas
mineiras.
Com participações relativas mais modestas, posicionaram-se a Companhia Brasileira de Metalurgia e
Mineração, a Companhia Siderúrgica Nacional e a Fiat Automóveis S.A. As três responderam por,
respectivamente, 6,3%, 5,0% e 3,6% do valor total das vendas externas mineiras no período, ou seja,
segunda, terceira e quarta principais empresas exportadoras (tabela 5).
No fechamento do primeiro quadrimestre, as dez maiores empresas mineiras exportadoras responderam por
aproximadamente 63,1% do valor total das exportações estaduais. Como no mesmo período de 2013, o
percentual correspondente às dez maiores empresas foi de 62,2% do valor total exportado por Minas Gerais,
verifica-se uma tendência de ligeira elevação do grau de concentração das exportações nas grandes
empresas exportadoras, já observado no decorrer de 2013.
Por outro lado, cinco entre elas apresentaram queda nas exportações nos quatro primeiros meses de 2014,
em relação ao mesmo período de 2013. Os destaques vão para duas empresas: a Anglogold Ashanti Córrego
do Sítio Mineração S.A., cujas vendas externas sofreram retração de 31,2% (de US$ 249,2 milhões no período
janeiro-abril de 2013 para US$ 171,6 milhões no mesmo período de 2014); e a Gerdau Açominas S.A., cujas
exportações recuaram de US$ 275,7 milhões no primeiro quadrimestre de 2013 para US$ 150,7 milhões no
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mesmo período de 2014, queda de 45,3%.
Tabela 5 – Ranking das dez maiores empresas exportadoras - Minas Gerais – jan./abr. 2014
Ainda no que diz respeito às dez maiores empresas mineiras exportadoras, chama a atenção a manutenção
do forte crescimento das vendas externas da Companhia Siderúrgica Nacional. O valor exportado saltou para
US$ 486,2 milhões no primeiro quadrimestre de 2014, contra US$ 245,0 milhões no mesmo período de 2013,
o que correspondeu a um crescimento de 98,5% no período (tabela 5).
É importante destacar também o expressivo crescimento das exportações da Vallourec & Sumitomo Tubos
do Brasil Ltda. Suas vendas externas nos quatro primeiros meses de 2014 apresentaram crescimento de
120,3% (salto de US$ 97,9 milhões em janeiro-abril de 2013 para US$ 215,6 milhões no mesmo período de
2014). Já a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, segunda maior empresa exportadora de Minas
Gerais, apresentou um crescimento das exportações de 23,2% no período analisado.
Ao se analisarem as exportações dos municípios, 231 cidades mineiras realizaram exportações entre janeiro
e abril de 2014, e as 20 maiores foram responsáveis por 76,3% do valor total exportado por Minas Gerais, o
que indica elevado grau de concentração espacial das exportações (tabela 6). Esse resultado se mostrou
ainda mais acentuado quando considerado o conjunto dos dez maiores municípios exportadores. Sua
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participação relativa nas exportações mineiras alcançou 56,4% nos quatro primeiros meses de 2014. Por
outro lado, no mesmo período de 2013, esses percentuais eram de 77,7% para os 20 maiores e 57,6% para os
dez maiores, indicação de uma ligeira diminuição da concentração das exportações entre os municípios
mineiros (tabela 6).
Tabela 6 – Ranking dos vinte maiores municípios exportadores - Minas Gerais – jan./abr. 2014
O município de Nova Lima mantém a liderança entre os municípios exportadores mineiros, apesar da queda
de 11,6% de suas exportações (de US$ 1.116,1 milhões no primeiro quadrimestre de 2013 para US$ 987,2
milhões no mesmo período de 2014), ocasionada, principalmente, pela queda de 44,0% das exportações de
ouro.
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Em termos de ritmo de crescimento das exportações nos quatro primeiros meses de 2014 em relação ao
mesmo período de 2013, entre os 20 principais municípios exportadores, os destaques positivos foram:
Araxá, com aumento de 22,8% das receitas de exportação em razão da elevação de 29,4% das exportações
de ferronióbio; Montes Claros, cuja elevação de 20,8% das exportações se deu, basicamente, em razão da
alta de 20,0% das exportações de Produtos Farmacêuticos; Brumadinho, com o aumento de 33,1% das
exportações de Minério; Jeceaba, devido ao aumento de 120,3% das exportações de Produtos Siderúrgicos,
únicos produtos exportados pelo município no período analisado.
Por outro lado, três municípios contribuíram negativamente para a evolução das vendas externas mineiras.
São eles: Ouro Branco, Itabirito e São Gonçalo do Rio Abaixo. O primeiro teve queda de 45,3% das
exportações causada, basicamente, pela retração das vendas externas de produtos siderúrgicos, principais
produtos de exportação do município. O segundo deve a retração de 4,8%, principalmente, à queda das
exportações de Minério (-6,5%). Por fim, São Gonçalo do Rio Abaixo apresentou diminuição de 24,9% das
exportações de Minério, único produto exportado pelo município (tabela 6).
Por sua vez, no caso de Varginha, a retração de 16,7% das receitas de exportações se deu em razão do
comportamento desfavorável das vendas externas de Café, responsável por 97,1% das receitas do município.
Já em Betim, que apresentou uma diminuição de 25,5% da receita de exportação, observou-se uma queda
de 30,9% de Veículos-Tratores-Ciclos, segmento responsável por 61,4% das exportações do município.
O desempenho desfavorável das exportações de Belo Horizonte pode ser atribuído, principalmente, às
expressivas quedas das exportações de Minérios (-29,6%) e Produtos Metalúrgicos (-49,5%), apesar do
aumento das exportações de café em grão (40,7%) e Válvulas Cardíacas (30,1%).
5 EM FOCO: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS TECNOLOGICAMENTE
SOFISTICADOS SEGUNDO PAÍS DE DESTINO E MUNICÍPIO EXPORTADOR
Apesar de ainda representarem uma pequena parcela do total das exportações mineiras, os Produtos
Tecnologicamente Sofisticados possuem importância estratégica no que se refere promover a ampliação das
inovações tecnológicas e da competitividade do estado e das empresas nele instaladas. Nesse sentido, essa
seção procura apontar a importância relativa dos países de destino e dos municípios exportadores daqueles
segmentos de PII&C cujas exportações mineiras apresentam expressiva representatividade em relação ao
total das exportações brasileiras, procurando verificar de que maneira se apresenta a sua distribuição
espacial.
Tomados segundo a participação relativa do valor exportado por Minas Gerais em relação ao valor exportado
pelo Brasil, cinco dos 24 segmentos que compõem o grupo de Produtos Intensivos em Informação e
Conhecimento (PII&C) apontam elevada relevância das exportações do estado frente às exportações
brasileiras de determinados segmentos de Produtos Tecnologicamente Sofisticados no período analisado.
A manutenção da hegemonia das exportações mineiras de Válvulas Cardíacas, Lentes Intraoculares e
Medicamentos Contendo Insulina e a grande participação relativa das vendas externas dos segmentos Soro
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Antiofídico-Outros Soros e Veículos-Tratores-Ciclos, em relação aos demais estados brasileiros, indicam
importante papel desempenhado por Minas Gerais nas vendas externas desses segmentos (tabela 7).
Tabela 7 - Minas Gerais: Distribuição das exportações de Produtos Tecnologicamente Sofisticados
selecionados, segundo país de destino e município exportador - jan./abr. 2014
Por outro lado, ao se analisar a distribuição espacial das exportações desses produtos no primeiro
quadrimestre de 2014, percebe-se alto grau de concentração em municípios exportadores específicos. Belo
Horizonte e Montes Claros são responsáveis pelo total das exportações de Válvulas Cardíacas e
Medicamentos Contendo Insulina respectivamente; Lentes Intraoculares são exportadas por Belo Horizonte
(97,4%) e Nova Lima (2,6%); Soro Antiofídico-Outros Soros, por Lagoa Santa (81,8%) e Belo Horizonte
(18,2%). Por fim, Betim e Sete Lagoas concentram 92,2% das exportações de Veículos-Tratores-Ciclos
(tabela 7).
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Do ponto de vista do destino das exportações desses produtos, o grau de concentração é menos acentuado,
no entanto, destacam-se as vendas externas de Medicamentos Contendo Insulina destinadas à Dinamarca.
Elas representaram 70,1% das exportações mineiras desse produto. Veículos-Tratores-Ciclos são exportados
para a Argentina, e sua importância relativa alcançou 86,1% do total do segmento. Soro Antiofídico-Outros
Soros com destino ao Chile têm participação relativa de 52,4% (tabela 7).
Por fim, em termos gerais, assim como no caso da Dinamarca, pode-se notar a presença de outros parceiros
comerciais menos expressivos em termos da pauta geral de exportações do estado. Suas compras de PII&C,
no entanto, foram relevantes. A Tunísia, por exemplo, foi responsável por 32,7% das exportações de Lentes
Intraoculares; a Suíça, por 18,0% das vendas de Válvulas Cardíacas no período.
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