Inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa e

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Inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa e
Inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa e Estoque de Carbono da Veracel em 2007 ÍNDICE
ÍNDICE............................................................................................................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 6 1. PREMISSAS DE INVENTÁRIO............................................................................................................................... 7 2. ÂMBITOS DE INVENTÁRIO .................................................................................................................................. 8 3. OPERAÇÕES DA VERACEL .................................................................................................................................... 9 3.1. OPERAÇÕES FLORESTAIS .........................................................................................................................................................9 3.1.1. Produção de Mudas ..........................................................................................................................................................9 3.1.2. Plantio .................................................................................................................................................................................10 3.1.3. Manutenção ......................................................................................................................................................................12 3.1.4. Colheita ...............................................................................................................................................................................13 3.1.5. Transporte.........................................................................................................................................................................14 3.1.6. Pátio .....................................................................................................................................................................................14 3.2. OPERAÇÕES INDUSTRIAIS .....................................................................................................................................................15 3.2.1. Pátio e preparo da madeira.......................................................................................................................................15 3.2.2. Cozimento ..........................................................................................................................................................................15 3.2.3. Linha de Polpa Marrom e Deslignificação com Oxigênio .............................................................................16 3.2.4. Branqueamento ..............................................................................................................................................................16 3.2.5. Secagem e resfriamento ..............................................................................................................................................16 3.2.6. Enfardamento ..................................................................................................................................................................16 3.2.7. Processo de Recuperação de Produtos Químicos e Resíduos.......................................................................17 3.2.8. Turbogerador...................................................................................................................................................................17 3.2.9. Caustificação e forno de cal .......................................................................................................................................18 3.2.10. Tratamento de efluentes...........................................................................................................................................18 3.2.11. Sistema de ar comprimido .......................................................................................................................................18 3.2.12. Transporte de celulose ..............................................................................................................................................19 3.2.13. Tratamento e destinação de resíduos.................................................................................................................19 3.2.14. Outras atividades.........................................................................................................................................................19 4. COLETA DE DADOS E CALCULO DE EMISSÕES.............................................................................................20 5. FATORES DE EMISSÃO ........................................................................................................................................21 6. METODOLOGIAS DOS CÁLCULOS.....................................................................................................................24 7. INCERTEZAS ...........................................................................................................................................................29 8. RESULTADOS .........................................................................................................................................................30 8.1. EMISSÕES DIRETAS ................................................................................................................................................................30 8.1.1. Combustíveis Fósseis em Fontes Fixas...................................................................................................................30 8.1.2. Combustíveis Fósseis em Fontes Móveis ...............................................................................................................31 8.1.3. Combustão de Biomassa..............................................................................................................................................32 8.1.4. Insumos químicos da produção................................................................................................................................32 8.1.5. Resíduos Sólidos de Produção...................................................................................................................................33 8.1.6. Efluentes de Produção..................................................................................................................................................34 8.2. EMISSÕES INDIRETAS DO USO DE ENERGIA ELÉTRICA ...................................................................................................35 8.3. EMISSÕES INDIRETAS ............................................................................................................................................................35 8.3.1. Emissões Provenientes da Queima de Combustíveis Fósseis em Fontes Móveis..................................35 2
9. GRÁFICOS DE COMPARAÇÃO ............................................................................................................................37 10. FONTES NÃO CONTABILIZADAS....................................................................................................................38 11. ESTOQUE DE CARBONO ...................................................................................................................................39 11.1. FLORESTAS IMPLANTADAS.................................................................................................................................................39 12. RESULTADO FINAL ............................................................................................................................................43 GRÁFICO 10. ESTOQUE X EMISSÕES....................................................................................................................43 13. PROTOCOLO DE KYOTO E MDL .....................................................................................................................44 14. POTENCIAL DE CRÉDITOS DE CARBONO ...................................................................................................46 14.1. OPERAÇÕES INDUSTRIAS ....................................................................................................................................................46 14.2. OPERAÇÕES FLORESTAIS ...................................................................................................................................................46 BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................................................47 3
Aquecimento global e Efeito Estufa
Efeito Estufa é o mecanismo que controla e mantém constante a temperatura do planeta. Esse
mecanismo é regulado pela quantidade de determinados tipos de gases dispersos na atmosfera,
conhecidos como Gases de Efeito Estufa (GEE). O processo se dá com a chegada da radiação solar à
crosta terrestre e a reflexão de parte desta radiação de volta ao espaço. Normalmente, em razão da
transparência da atmosfera à luz solar, dos 100% de radiação recebida, cerca de 65% ficará na Terra e
os 35% restantes da radiação será refletida novamente para o espaço.
Os raios solares incidentes irão gerar calor e também
serão absorvidos pelos produtores primários de energia
(fotossintetizantes).
O
calor
gerado
se
deve
principalmente ao efeito dos raios infravermelhos e o
Efeito Estufa é o resultado da capacidade que alguns
gases, como o Dióxido de Carbono, Metano, Óxidos de
Nitrogênio, entre outros presentes na atmosfera, têm de
reter esta radiação na Terra, mantendo a temperatura
relativamente estável.
Quando a
aumenta
proporção
retida na
planeta.
disponibilidade destes gases na atmosfera
significativamente, aumenta também a
média da irradiação infravermelha que fica
atmosfera, ocasionando um aquecimento do
Diante da evidência das ameaças das mudanças do clima
decorrentes do aquecimento global, muitos governos e
empresas estabeleceram estratégias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Essas
estratégias incluem programas de comércio de emissões, iniciativas voluntárias, taxas sobre o
carbono, legislações e padrões de eficiência energética. A realização de inventários de emissões e
posterior desenvolvimento de cenários de emissões constituem instrumentos que permitem a
identificação de potenciais projetos de créditos de carbono, além de permitir a adequação antecipada
a futuras metas empresariais de regulação. É, portanto, uma importante ferramenta para a
formulação de políticas empresariais adequadas às novas tendências do mercado mundial.
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O inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)
totaliza as emissões diretas e indiretas geradas em 2007
pela VERACEL CELULOSE nas operações florestais,
industriais e as da logística e consideram o estoque de
carbono das florestas da empresa.
A metodologia empregada, escopo e limites do inventário são apresentados ao longo deste relatório, bem
como os resultados obtidos e o detalhamento dos cálculos.
Os fatores de emissão aplicados e os demais recursos metodológicos utilizados estão devidamente
referenciados.
As fontes de emissão, as quais não foram possíveis a obtenção de dados consistentes e compatíveis com a
metodologia empregada no cálculo das emissões, foram estimadas utilizando-se de técnicas estatísticas
correntemente usadas, com vista à determinação de sua relevância.
As emissões de GEE calculadas para o período de 2007 foram classificadas em três âmbitos e as emissões
diretas das atividades da Veracel Celulose (âmbito 1) são apresentadas a seguir (em tCO2e):
3% Combus(veis Fósseis. Fontes Fixas 18% Combus(veis Fósseis. Fontes Móveis 45% 7% Resíduos Sólidos Efluentes 0.16% 27% Combustão de Biomassa Insumos Químicos 5
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
INTRODUÇÃO
A sociedade está diante de um dos seus
maiores desafios que são as alterações
climáticas preconizadas pela comunidade
científica, e que dia-a-dia vêm se
confirmando. A superação deste desafio
dependerá de uma junção estratégica de
agendas governamental, empresarial, da
sociedade civil organizada e até mesmo de
mudança de valores individuais.
O inventário de emissões diretas e indiretas
de gases de efeito estufa de uma
organização é um instrumento que permite
sua auto-avaliação e retrata a preocupação
corporativa, a assunção de responsabilidade
e o engajamento no enfrentamento das
questões relativas às mudanças climáticas,
transformando o discurso em atitude
responsável.
Com a elaboração deste inventário a
empresa começa a compreender o perfil de
suas emissões e passa a ter o conhecimento
da abrangência do impacto de suas ações
organizacionais no meio ambiente. Isto
possibilitará a implementação de ações
consistentes para redução das emissões.
Ações que deverão integrar o planejamento,
implementação
e
operação
de
suas
atividades empresariais, além de contribuir
para o desenvolvimento da assunção da
responsabilidade de cada ator com as
questões relativas às mudanças climáticas.
O registro das emissões ajudará a identificar
as oportunidades mais eficazes de redução,
podendo levar ao aumento da eficiência
energética nos processos, uso de insumos,
melhoria nas cadeias produtivas e serviços,
assim como no gerenciamento de seus bens.
Este relatório auxiliará o direcionamento e
otimização de recursos empregados em
projetos que atuem na mitigação das
emissões, com foco nas atividades mais
impactantes e passíveis de reestruturação,
destacando a Veracel Celulose no mercado
em que atua e reafirmando o compromisso
da empresa com o meio ambiente.
Objetivos
O estudo tem por objetivo quantificar as
emissões de GEE geradas pela Veracel
Celulose, bem como o estoque de carbono
permanente nas florestas da Veracel
Celulose, propiciando a identificação de
impactos gerados, a contribuição da Veracel
para o agravamento do efeito estufa e um
balanço entre emissões de CO2e e estoque de
Carbono, a partir do desempenho de suas
atividades rotineiras.
Outro objetivo é, por meio deste inventário,
possibilitar o desenvolvimento de programas
de redução de emissões em suas fontes e de
compensações
voluntárias,
minimizando
assim,
os
impactos
ambientais
inevitavelmente gerados por meio da
elaboração de projetos específicos que
melhor se adeqüem à realidade da empresa.
Motivações
O inventário das fontes e o quantitativo dos
gases de efeito estufa sistematizados em
forma de relatório e embasados em
metodologia cientificamente aceita podem
ser utilizados para:
 Conhecer com precisão as emissões
associadas às atividades da empresa;
 Possibilitar programas de compensações
voluntárias;
 Identificar oportunidades de projetos de
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL);
 Quantificar as emissões futuras em
razão de novos investimentos para um
crescimento sustentável da companhia;
 Orientar
processos
públicos
particulares de disclosure;
ou
 Apoiar ações corporativas quanto às
mudanças climáticas;
 Realizar benchmark de metodologia de
realização de inventário.
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
1. PREMISSAS DE INVENTÁRIO
Em qualquer inventário corporativo, a
diversidade de fontes, a freqüência e o
formato dos dados disponíveis são amplos.
Além
do
repertório
estatístico
para
tratamento de dados, as premissas são
critérios gerais e necessários para a realização
de inventários. Os princípios seguidos para a
realização do presente inventário foram
baseados no documento proveniente da
parceria entre o World Resorces Institute
(WRI) e o World Business Council for
Sustainable Development (WBCSD), chamado
The Greenhouse Gas Protocol, os quais são
descritos abaixo:
Aplicabilidade: Assegurar que o inventário de
GEE reflita com exatidão as emissões da
empresa, e que atenda as necessidades de
tomada de decisão de seus utilizadores – tanto
em nível interno, como externo à empresa.
Integralidade: Registrar e comunicar todas as
fontes e atividades de emissão de GEE, dentro
dos
limites
do
inventário
selecionado.
Demonstrar e justificar quaisquer exclusões
específicas.
Consistência:
Utilizar
metodologias
reconhecidas e consubstanciadas tecnicamente,
que permitam comparações relevantes de
emissões ao longo do tempo. Documentar
claramente quaisquer alterações de dados,
limites de inventário, métodos, ou quaisquer
outros fatores relevantes nesse período de
tempo.
Transparência: Tratar todos os assuntos
relevantes de forma coerente e factual, com
base numa auditoria transparente. Revelar
quaisquer suposições relevantes, bem como
fazer referência apropriada às metodologias de
cálculo e de registro, e ainda, às fontes de
dados utilizadas.
Exatidão: Assegurar que a quantificação de
emissões de GEE não esteja sobreestimada ou
subestimada pela aplicação dos dados reais, de
fatores de emissão ou estimativas. Conseguir
que as incertezas sejam reduzidas ao mínimo e
também um nível de determinação que
possibilite segurança nas tomadas de decisões.
Período do Inventário
Um passo fundamental para a quantificação
das emissões de GEE é a definição do ano base
para análise e cálculo. Esse período base é um
“período histórico específico” para o propósito
de comparação, no tempo, de remoções ou
emissões de GEE ou outras informações a elas
relacionadas. A Veracel Celulose definiu o
período do ano 2007 para o levantamento do
seu inventário.
Limites do Inventário
A quantificação das emissões de GEE depende
da estrutura da empresa e do relacionamento
com as partes envolvidas. Segundo a ISO 14064
Parte 1 - Gases Estufa: Especificação para a
quantificação, monitoramento e comunicação
de emissões e absorção por entidades, que
provê as diretrizes para concepção de
inventários corporativos, isto é definido como
o limite organizacional, e envolve o nível de
controle operacional ou controle financeiro
das operações de negócio incluindo operações
detidas
na
totalidade,
joint-ventures
incorporadas e não incorporadas etc. Ao
estabelecer o limite organizacional da
empresa é possível abordar esses negócios e
operações de forma coerente, classificando-as
como emissões diretas ou indiretas e
selecionando o âmbito de registro e relatório
para as emissões indiretas.
Os limites operacionais definem as fontes de
emissões que precisam ser inclusas para
atingir os objetivos do inventário. As emissões
consideradas neste inventário contemplam
todas as operações da Veracel Celulose: as
atividades florestais, atividades industriais,
atividades de logística, envolvendo o
transporte da celulose até o porto Portocel,
além dos processos administrativos, transporte
coletivo de funcionários, destinação de
resíduos sólidos e tratamento de efluentes.
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2. ÂMBITOS DE INVENTÁRIO
Para ajudar a delinear as fontes de emissão direta e indireta, melhorar a transparência e ser
útil a diferentes tipos de organizações, políticas climáticas e objetivos de negócios, o GHG
Protocol definiu três “âmbitos” para fins de registro e relatório de GEE.
Âmbito 1: Emissões diretas de GEE são as provenientes de fontes que pertencem ou são
controladas pela empresa; por exemplo, as emissões de combustão de caldeiras, fornos,
veículos da empresa ou por ela controlados, etc.; emissões da produção de químicos em
equipamentos de processos que pertencem ou são controlados pela empresa.
As emissões diretas de CO2 resultantes da combustão da biomassa, não deverão ser incluídas
no âmbito 1.
Âmbito 2: Emissões indiretas de GEE de eletricidade
O Âmbito 2 contabiliza as emissões de GEE da geração de eletricidade adquirida e consumida
pela empresa. A eletricidade adquirida é definida como sendo aquela que é comprada ou
então trazida para dentro dos limites organizacionais da empresa. No âmbito as emissões
ocorrem fisicamente no local onde a eletricidade é gerada, por exemplo, pelas
concessionárias fornecedoras do Sistema Interligado Nacional.
Âmbito 3: Outras emissões indiretas de GEE
O Âmbito 3 é uma categoria de relatório opcional, que permite a abordagem de todas as
outras emissões indiretas. As emissões de âmbito 3 são uma conseqüência das atividades da
empresa, mas ocorrem em fontes que não pertencem ou não são controladas pela empresa.
Alguns exemplos de atividades deste âmbito são a extração e produção de materiais
comprados, transporte de combustíveis comprados, utilização de produtos e serviços
terceirizados.
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
3. OPERAÇÕES DA VERACEL
3.1. Operações Florestais
3.1.1. Produção de Mudas
O viveiro da Veracel tem capacidade de produzir 12
milhões de mudas por ano e, atualmente, está em
processo de reforma para dobrar a capacidade
produtiva.
Para a produção de mudas são usadas brotações de
eucalipto, coletadas no jardim clonal, composto
por estruturas específicas que permitem o manejo
das brotações para o viveiro.
Após o corte, as brotações são acondicionadas em
recipientes com água e transportadas para o galpão
de plantio. Antes desta operação, ocorre o preparo
das bandejas e dos tubetes, que é realizado
automaticamente por um conjunto de máquinas
que
procede
a
limpeza,
esterilização
e
preenchimento destes com substrato. Após o
plantio, as estacas são constantemente aspergidas
com água e nutrientes, até serem transportadas
para as casas de vegetação.
Nas casas de vegetação, as mudas permanecem por
aproximadamente 20 dias, período em que é
realizada a retirada de folhas e/ou mudas mortas. A irrigação é intermitente, controlada por
uma unidade de controle automática. O objetivo desta fase é que ocorra o enraizamento das
estacas.
Após o enraizamento, nas casas de vegetação, as mudas são transferidas para as casas de
sombra onde permanecem por 10 dias até que ocorra a 1ª seleção. O objetivo desta fase é
iniciar o desenvolvimento das mudas.
Feita a 1ª seleção, as mudas são transferidas para as áreas de crescimento, onde
permanecerão por, no mínimo, 15 dias. Esta fase tem por objetivo o desenvolvimento da
parte aérea das mudas. Nesta etapa, caso seja necessário, são realizadas adubações
complementares para auxiliar no processo de crescimento. Após este período, as mudas
possuem idade entre 45 e 50 dias, é feita a 2ª seleção.
A 2ª seleção tem o objetivo de eliminar as folhas iniciais e as raízes que ultrapassem o
tubete, deixando-se somente uma brotação por muda. Ocorre também a abertura do
espaçamento entre as mudas nas bandejas além de uma classificação destas em três
tamanhos: mudas grandes, médias e pequenas.
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Todo o processo de produção de mudas por reprodução vegetativa ou estaquia tem uma
duração de 75 a 110 dias e uma eficiência final de 80%.
Figura 1. Emissões durante a fase de produção de mudas
3.1.2. Plantio
A Veracel vem executando o plantio em áreas com duas situações distintas de ocupação: em
pastagens (terras recentemente
adquiridas ou arrendadas) ou
áreas de reforma, locais onde
há plantios de eucalipto com
material genético de potencial
inferior ou com baixa taxa de
rebrota. Assim, dependendo do
atual estado do terreno, e da
situação de ocupação, são
realizadas operações diferentes
com máquinas distintas.
Abaixo
relacionamos
as
principais operações de plantio,
sendo que a relação completa
encontra-se no Anexo I.
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Identificação e delimitação de Reserva Legal, APP etc.
Mapeamento de solos identificados para o plantio
Limpeza de área, delimitação de talhões, abertura de estradas
Combate a formigas, aplicação de herbicida
Preparo do solo
Aplicação de nutrientes
Plantio mecanizado com gel
Irrigação, tratos culturais, controle de pragas e doenças
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Tipo de relevo nas terras da Veracel
Dada a situação de relevo plano existente em toda a área de operação da Veracel, a quase
totalidade das operações, inclusive as de plantio, são realizadas mecanicamente, utilizando
o mínimo possível de mão de obra.
Etapas do preparo para plantio em área de reforma
Combate a Formigas: Tem por objetivo controlar a infestação de formigas de modo a
assegurar sobrevivência das mudas plantadas. No método de combate básico utiliza-se isca
formicida granulada de baixo impacto ambiental, a base de sulfluramida, com dosagem de
uso entre 6 e 8 gramas por metro quadrado de terra solta de formigueiro.
Roçada: Trata-se de operação que visa à retirada da vegetação existente na área a ser
reformada visando facilitar a limpeza do terreno. A área a ser trabalhada é delimitada de
forma a proteger áreas de relevante interesse ecológico como: reservas florestais, áreas de
preservação permanente, matas ciliares, nascentes entre outros.
Subsolagem: Trata-se de operação que visa romper camada impermeável à água e raízes
existentes no solo a uma profundidade variável, entre 60 e 90 cm.
Plantio: Tem por finalidade a formação de maciços florestais de alta produtividade, por isso
precedem uma série de procedimentos, desde a escolha da espécie mais adequada, coleta e
análises de solo, tratamentos silviculturais. O plantio é irrigado e, portanto, realizado
durante o ano todo, usando-se gel absorvente a fim de reduzir o consumo de água e
garantir sobrevivência às mudas.
O plantio mecanizado é feito com um implemento especial para plantio, que sulca o solo,
planta a muda, adiciona gel e fecha as covas. O conjunto, trator plantadeira, necessita de
um tratorista e um operador da plantadeira, que alimenta as mudas no mecanismo que
executa o plantio. Nos locais onde não é possível utilizar-se a plantadeira mecanizada, por
motivos de variações no relevo ou por necessidade de manobras, o plantio é executado
manualmente, com auxílio de uma plantadeira manual, porém utilizando-se os mesmos
insumos.
Irrigação: Trata-se de atividade que visa fornecer água às mudas plantadas possibilitando a
sua sobrevivência.
Adubação em cobertura: Trata-se de
atividade que visa nutrir e assegurar
o desenvolvimento uniforme de todas
as mudas plantadas.
Replantio: A operação tem por
finalidade repor as mudas nos locais
onde se verificou mortalidade em
quantidade significativa das mudas.
Define-se a data de replantio de
acordo com as condições climáticas,
utilizando-se o mesmo clone plantado
originalmente no talhão e seguindose as mesmas orientações do plantio.
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Figura 2. Emissões durante a fase de plantio
3.1.3. Manutenção
A manutenção tem como objetivo principal propiciar à floresta
plantada condições adequadas para o seu desenvolvimento,
através do controle de infestação de plantas daninhas
competidoras e do fornecimento de nutrientes, ao longo do
desenvolvimento da planta. Para os indivíduos mais jovens são
mais intensas as atividades que reduzem a competição entre
diferentes espécies, mas à medida que os povoamento se
desenvolvem, as atividades mais importantes destinam-se a
prevenção de incêndios e controle de pragas e doenças.
Figura 3. Emissões durante a fase de manutenção
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
3.1.4. Colheita
O sistema de colheita adotado
pela empresa é o Sistema de
toras curtas mecanizado (“short
wood”, “log-length” ou “cut-tolength”),
onde
todas
as
operações são feitas no canteiro
de corte, com a madeira sendo
preparada em toras de 6 m de
comprimento para o transporte
primário. Para que se possa
mecanizar um sistema de toras
curtas é fundamental que o
terreno permita a entrada de
equipamentos, não sendo o sistema mais indicado para a topografia acidentada, embora seja
o sistema predominante no Brasil, tanto em locais planos como acidentados.
Atualmente, os sistemas de toras curtas empregando “harvesters” e “forwarders” são
utilizados em virtude do menor impacto ambiental resultante principalmente em operações
de desbaste.
O “harvester” ou colhedora pode executar, simultaneamente, as operações de derrubada,
desgalhamento, traçamento, descascamento e empilhamento da madeira. É composta por
máquina base de pneus ou esteira, uma lança hidráulica e um cabeçote.
O “forwarder” é uma máquina projetada para ser utilizada no sistema de toras curtas,
executando a extração da madeira. Possui um chassi articulado com tração tipo 4x4, 6x6 ou
8x8, e grua hidráulica usada no carregamento e descarregamento.
A última etapa da colheita consiste no abastecimento dos caminhões com o uso de uma grua.
Figura 4. Emissões durante a fase de colheita
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
3.1.5. Transporte
O transporte de madeira é realizado através de
caminhões que conduzem as toras até a fábrica.
O abastecimento das máquinas utilizadas no
campo se dá através de um veículo que realiza o
transporte do combustível necessário. Além
disso, ainda existem veículos no campo
monitorando
as
áreas
florestadas
constantemente.
Figura 5. Emissões durante a fase de transporte
3.1.6. Pátio
Quando a madeira retirada do campo chega até
a unidade industrial ela é descarregada dos
caminhões com o uso de gruas. Em seguida, a
madeira é empilhada no pátio aguardando o
momento em que será encaminhada ao picador
para ser transformada em cavacos.
Figura6. Emissões durante a fase no pátio
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
3.2. Operações Industriais
3.2.1. Pátio e preparo da madeira
A madeira é fornecida na forma de tora sem casca, proveniente das florestas da Veracel, e
após passar por um processo de
lavagem
para
a
remoção de
contaminantes, é transportada para
um picador, que transforma a
madeira da forma de tora para a de
cavacos. Estes são descarregados dos
picadores e estocados em pilha com
forma circular, sem cobertura.
Da
pilha,
os
cavacos
são
transportados para a estação de
peneiramento, com o intuito de
separar os cavacos finos e os
oversizes (cavacos com tamanho maior que o desejado) dos cavacos de tamanho ideal.
Os oversizes e finos são descartados do processo de celulose e serão aproveitados junto com
a casca, como biomassa na caldeira, para geração de vapor.
Os cavacos aceitos, após classificação na estação de peneiramento, são coletados em
transportador de correia para alimentação no silo de cavacos do digestor.
3.2.2. Cozimento
A finalidade do cozimento é separar as fibras
dos cavacos mediante utilização de reação
química. No processo kraft, o principal
reagente químico é o hidróxido de sódio
acrescido de sulfeto de sódio, denominado
licor branco.
Os cavacos provenientes do setor de
preparação da madeira são aquecidos a uma
temperatura de 90-100 °C com vapor para a
retirada do ar contido no seu interior, onde
as células da madeira ficam saturadas pela
umidade.
Os cavacos passarão através do separador do
topo para o vaso de impregnação, onde são mergulhados no licor negro quente.
Então, o licor de lavagem é bombeado para o fundo do digestor. Isto resfria a polpa quente
abaixo de 100 ºC antes que seja descarregada para lavagem intermediária e para o tanque de
estocagem de polpa.
Na parte inferior do digestor a polpa é retirada da coluna de massa e enviada para a linha de
descarga.
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
3.2.3. Linha de Polpa Marrom e Deslignificação com
Oxigênio
A deslignificação é um dos estágios que antecedem o branqueamento, onde ocorre a
extração da lignina devido à aplicação de agente oxidante em meio alcalino. O objetivo é
reduzir ao máximo a quantidade de reagentes químicos nos estágios posteriores, recuperar o
máximo de álcali aplicado, e gerar menor carga orgânica para o efluente.
3.2.4. Branqueamento
O branqueamento é um processo de
purificação que visa à remoção de grande
parte da lignina residual não dissolvida
anteriormente nos processos de cozimento e
deslignificação, e ou à alteração de seus
compostos cromóforos.
O objetivo é a obtenção de um grau de alvura
elevada e estável sem prejuízo das
características físico-mecânicas do produto,
facilmente atingida quando se utiliza
combinação de reagentes em vários estágios.
3.2.5. Secagem e resfriamento
A massa celulósica segue do processo de
branqueamento, e a água branca é retirada, para
que então ela passe para o secador de celulose,
onde a folha flutua por um colchão de ar quente
aquecido por vapor. Uma vez seca a folha será
resfriada em dois decks resfriadores por meio de um
colchão de ar ambiente.
3.2.6. Enfardamento
Na saída do resfriador, a folha de celulose é direcionada e tracionada por meio de uma
prensa para entrar no dispositivo de corte que a divide no sentido longitudinal e transversal
de acordo com a dimensão desejada. As folhas cortadas na dimensão desejada são reunidas
em quatorze pilhas no transportador.
O jogo completo de pilhas é, então, abaixado para o nível do transportador e passado para
uma das linhas de enfardamento conectadas ao sistema.
O enfardamento é composto por três linhas de embalagem de fardos, sendo que cada pilha
de folhas passa por uma balança, em seguida é compactada em uma prensa e,
posteriormente, os fardos são embalados em uma máquina encapadeira.
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
3.2.7. Processo de Recuperação de Produtos Químicos e
Resíduos
3.2.7.1. Evaporação
A finalidade da evaporação é concentrar o licor negro proveniente do cozimento, desde a
concentração inicial de 15%, para até 80% de sólidos.
O sulfato de sódio de reposição, proveniente da planta de dióxido de cloro, é misturado com
água e bombeado para a planta de evaporação para ser misturado com o licor negro.
O condensador de superfície é projetado para uma temperatura de água morna de 45°C. Os
ejetores de vapor de dois estágios produzem o vácuo requerido pelo sistema.
3.2.7.2. Caldeira de Recuperação
Caldeira de Recuperação foi projetada de forma a atender às mais rigorosas normas
internacionais de controle ambiental aplicáveis à sua operação, e possui duas funções
principais:
 Converter os compostos inorgânicos
para que possam ser reutilizados no
processo de cozimento, ex.: sais de
sódio para carbonato de sódio
(Na2CO3) e reduzir o sulfato de
sódio (Na2SO4) para sulfeto de sódio
(Na2S), que é um produto químico
ativo no processo da polpação.
 Gerar
vapor
superaquecido
utilizado na transferência de calor
e geração de energia elétrica no
turbogerador.
Utilizam-se como combustíveis da caldeira principalmente licor negro proveniente da
Evaporação, apenas para partidas utilizam-se óleos 1A e diesel.
3.2.8. Turbogerador
O Turbogerador produz energia elétrica através da
redução da pressão do vapor proveniente das caldeiras
(vapor de alta pressão) até as pressões de consumo na
fábrica.
O Turbogerador trata-se de um equipamento de fluxo
axial de vapor que é composto por: 1 Turbina, 1 Gerador,
1 Excitatriz de corrente contínua sem escova, 1
Condensador Principal de Vapor, 1 Condensador Auxiliar,
1 Condensador de Vapor de Fuga, 1 aquecedor de
Condensado e 3 Válvulas de By-pass (redutoras de
pressão).
17
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Distribuição de energia
São duas fontes de suprimento de energia, uma interna através do Turbogerador e outra
externa através da linha de transmissão conectada a CHESF – Companhia Hidroelétrica do São
Francisco. A distribuição de energia é feita à partir da subestação principal que abastece as
áreas. Normalmente o Turbogerador opera em paralelo com a CHESF, que fornece energia
(demanda contratada) em caso de déficit de geração. No ano de 2007 a contratação de fonte
externa não foi necessária.
3.2.9. Caustificação e forno de cal
Na caustificação, o licor verde (composto químico proveniente da caldeira e do processo em
geral) é transformado em licor branco que posteriormente é usado no cozimento da madeira.
Esta transformação consiste na reação do carbonato (do licor verde) com a cal (óxido de
cálcio), de onde se obterá hidróxido de sódio e carbonato de cálcio, que é separado por
filtração.
Para a filtragem do licor branco foi instalado um filtro de discos pressurizado, pelo qual o
licor branco flui devido à diferença de pressão. A lama de cal forma uma torta sob os
elementos filtrantes e é lavada com água quente. Após a lavagem, a torta é removida por
raspadores.
O forno de cal utilizará como combustível principal o óleo combustível, metanol e hidrogênio
(o hidrogênio é um sub-produto da produção de clorato de sódio, proveniente da planta
química) como combustíveis auxiliares.
3.2.10. Tratamento de efluentes
O processo de tratamento de efluentes é um tratamento biológico de efluentes líquidos
através de um sistema de lodos ativados. Consiste em manter a massa ativa de
microorganismos em condições aeróbicas estabilizando a matéria orgânica presente nos
despejos líquidos e então retirá-la por decantação na forma de lodo. O lodo segue para um
sistema de desaguamento e o efluente tratado para descarte no Rio Jequitinhonha num
ponto anterior à captação de água para o tratamento da fábrica.
Na Veracel existem três principais tipos de efluentes que chegam até o sistema de
tratamento, os efluentes de processo da fábrica, o efluente sanitário e o efluente geral,
como água de chuva, água de selagem, e outras.
3.2.11. Sistema de ar comprimido
O ar comprimido é produzido por meio de compressores centrífugos de três estágios, sem
reservatório de ar. Este é resfriado a água isenta de óleo que é utilizado tanto para a serviço
como para instrumentação a uma pressão de saída de 6.0 bar.
O sistema de ar comprimido é composto pelos seguintes componentes: Filtros de Entrada,
Compressores de Ar, Secadores de Ar, Coletor de Ar, Aleta Guia de Entrada, 03 Ventiladores
do Compressor, Resfriador de Óleo, 02 Resfriadores Multi-Estágios, 03 Pós-Resfriador e
Purgadores.
18
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
3.2.12. Transporte de celulose
Após a secagem da celulose, já pronta para a venda, esta é cortada e amarrada em fardos.
Os fardos são estocados com o auxílio de empilhadeiras até o carregamento do caminhão,
que normalmente segue diretamente para o Terminal Marítimo Belmonte (TMB).
O TMB, localiza-se no município de Belmonte-BA, cerca de 60 Km da fábrica de celulose da
Veracel em Eunápolis-BA. Esse terminal foi projetado especialmente para o escoamento dos
fardos de celulose.
A partir do TMB, a celulose segue, por meio de barcaças até o Portocel, em Aracruz-ES,
aproximadamente 530 Km distante de Belmonte-BA. Para que então o produto possa seguir
de navio para diferentes localidades do globo.
As Barcaças, especial para o carregamento de celulose, possuem motor, de proa para
manobras do tipo bow thruster, sendo necessário que um empurrador, seja acoplado para o
seu deslocamento.
No TMB existe uma draga que atua constantemente nas suas proximidades a fim de evitar o
acúmulo de areia no fundo do mar, mantendo a profundidade suficiente para a aproximação
das barcaças ao terminal.
3.2.13. Tratamento e destinação de resíduos
A Veracel celulose possui, na área da fábrica, uma central de tratamento de resíduos sólidos,
utilizada para a destinação dos resíduos provenientes do empreendimento.
Na central de tratamento de resíduos existem processos para o reaproveitamento do
material por meio de reciclagem, compostagem ou reutilização como insumos para a
agricultura. Esses processos resultam em uma redução dos resíduos que seriam destinados ao
aterro.
3.2.14. Outras atividades
Viagens aéreas – Passagens aéreas compradas pela Veracel no ano de 2007;
Transporte administrativo – Transporte de funcionários oferecido pela Veracel, atendendo
aos municípios onde os trabalhadores residem.
19
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
4. COLETA DE DADOS E CALCULO DE EMISSÕES
Para proceder os cálculos das emissões dos GEE, foi necessário identificar:
 O dado da atividade envolvendo GEE, ou seja, a quantidade emitida de GEE em razão da
realização de alguma atividade: dados dos consumos de energia elétrica (MWh),
combustíveis fósseis (litro ou kg), materiais e resíduos descartados (toneladas/ano),
serviços de transporte fornecidos por terceiros ligados diretamente aos trabalhos
prestados pela contratante (km percorridos) etc. Se os dados dos processos nas unidades
referirem-se diretamente ao consumo direto de uma fonte de GEE, os cálculos são
simplificados.
 O fator de emissão de GEE, ou seja, a unidade de conversão relacionada a um dado de
atividade de uma determinada fonte, geralmente se expressa pela média estimada da
taxa de emissão mínima e máxima possíveis (desvio padrão) resultadas de variáveis como
temperatura, pressão, densidade e teor de carbono de um dado GEE (e.g. litros diesel).
Visitas técnicas
Precauções tomadas
As reuniões e visitas técnicas foram realizadas
envolvendo técnicos de diversas especialidades
e áreas, objetivando um melhor entendimento
dos processos e serviram adicionalmente para
complementar o processo de coleta de
informações
para
o
inventário.
O
levantamento de dados e as estimativas dos
insumos utilizados nas unidades da empresa
foram realizados pelo corpo técnico da Veracel
Celulose, com o acompanhamento da
KEYASSOCIADOS.
Na elaboração deste inventário, foram
tomadas todas as precauções necessárias para
garantir
a
consistência
dos
dados
apresentados, tais como:
Rastreabilidade
A rastreabilidade dos dados e estimativas
utilizadas neste relatório foram estabelecidas
para melhorar a qualidade e credibilidade do
Inventário de Emissões de Gases de Efeito
Estufa. As informações foram obtidas pelo
corpo técnico da KEYASSOCIADOS, através da
consulta aos gestores da Veracel Celulose
responsáveis por cada atividade considerada
como potencial fonte de emissão de GEEs.
Os dados foram levantados por registros
existentes no sistema corporativo, notas
fiscais, registros manuais ou estimativas do
pessoal técnico da própria empresa ou
colaborador da terceirizada responsável,
podendo assim, todos os registros dos dados
serem verificados.
 Determinação do ano base como sendo a
primeira situação mais relevante, no
tempo, para o qual a Veracel, possui dados
fidedignos;
 A criação de um grupo de trabalho formado
por profissionais qualificados da Veracel e
consultores da KEYASSOCIADOS, através dos
quais, todas as mudanças significativas são
acompanhadas, incluindo a estruturação de
métodos de coleta de dados ou a
identificação de novas fontes de emissão
ainda não contempladas;
 Todos os dados foram avaliados, levando-se
em consideração a correção das unidades
de
medida
utilizadas
e
eventuais
duplicidades de informações, geradas em
algum momento por mudanças nas
metodologias de coleta de dados ou
alterações de processos de trabalho.
 Aplicação de ações corretivas em quaisquer
dos elementos componentes da metodologia
de coleta de dados, como conseqüência dos
resultados obtidos nas avaliações de
conformidade
levadas
a
efeito
periodicamente, pela Veracel Celulose
dentro
dos
limites
organizacionais
estabelecidos para este inventário.
20
5. FATORES DE EMISSÃO
O fator de emissão é o valor utilizado para determinar a quantidade emitida por uma dada
fonte em função de algum parâmetro da mesma.
Para a elaboração deste relatório, foram identificados ou desenvolvidos os fatores de
emissão dos GEE comumente contabilizados nos inventários de emissões, sendo eles o CH4
(metano), N2O (óxido nitroso) e o CO2 (dióxido de carbono).
A identificação dos fatores de emissão para diferentes GEE permite uma equiparação entre a
relevância de cada gás emitido frente a cada uma das fontes de emissão levantadas,
colaborando com a implementação de medidas adequadas em projetos de redução de
emissões.
Conforme a metodologia aplicada para cada fonte (item 6), foi calculada a emissão dos gases
e o resultado destas emissões, em todos os casos, foi convertida para a unidade de CO2
equivalente (CO2e).
A conversão para CO2 equivalente se dá através do potencial de aquecimento global (PAG) de
cada GEE, pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC). O PAG é uma medida
que simplifica o quanto um determinado tipo de GEE contribui para o aquecimento global em
relação à quantidade necessária de CO2 que causa um impacto similar. Foram adotados os
seguintes potenciais de aquecimento global:
Tabela 1. Potencial de Aquecimento Global (PAG)
Gás de Efeito Estufa Dióxido de Carbono (CO2) Valor 1 Ref. IPCC 1996 Metano (CH4) 21 IPCC 1996 Óxido Nitroso (N2O) 310 IPCC 1996 Sendo assim, a conversão da emissão de todos os GEE para Dióxido de Carbono Equivalente
(CO2e) é feita da seguinte forma:
ECO2e = Ef, GEE * PAGGEE
Onde:
ECO2e – emissões do gás de efeito estufa expressa em CO2e (kg)
Ef, GEE – emissões de gás de efeito estufa para a fonte f
PAGGEE – potencial de aquecimento global para o tipo de GEE (vide tabela 1)
Existe uma grande variação entre os valores de fatores de emissão em diferentes estudos
publicados. Desse modo, utilizam-se fontes nacional e/ou internacionalmente reconhecidas
como: International Panel on Climate Change (IPCC), o International Council of Forests and
Paper Association (ICFPA) que, por sua vez, retirou a maioria dos seus fatores do IPCC,
Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), entre outros.
Em alguns casos, na ausência de uma referência confiável para a utilização do fator de
emissão fornecido, foram adotados outros métodos de se obter o resultado da emissão, como
a utilização de fórmulas que se aplicam para processos de decomposição de matéria orgânica
ou de reações de combustão de um determinado combustível, devidamente explicados na
metodologia aplicada (item 6).
21
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Adicionalmente, para uma adequação do fator de emissão, conforme recomendação do IPCC
(International Panel on Climate Change- Revised 1996 IPCC Guidelines) foi utilizada uma
correção de fator de emissão de CO2 por carbono não oxidado. O resíduo que se quer excluir
das emissões é o constituído por cinzas (não degradáveis) ou o carbono fixado em algum
equipamento ou produto.
Lista dos Fatores de Emissão Utilizados
Tabela 2. Combustíveis em Fontes Fixas
Todas as operações
Fator de
Emissão CH4
Item
Unidade
Ref
kg / GJ
Fator de
Emissão N2O
Ref
kg / GJ
Fator de
Emissão CO2
Ref
kg / GJ
Óleo combustível BPF A1
0,0030
1
0,0003
1
76,600
1
Óleo Diesel
0,0020
1
0,0006
1
73,400
1
GLP
0,0001
2
0,0010
2
62,500
1
Ref
Fator de
Emissão N2O
Ref
Fator de
Emissão CO2
Ref
Tabela 3. Combustíveis Fósseis em Fontes Móveis
Operações industriais
Fator de
Emissão CH4
Item
Unidade
kg / GJ
kg / GJ
kg / GJ
Óleo Diesel. Veículos pesados
0,004
4
0,002
4
72,098
3
Óleo Diesel. Veículos leves
0,002
4
0,014
4
72,098
3
Gasolina. Carros com oxidação
catalítica
0,013
4
0,014
4
72,098
3
0,0001
2
0,001
2
62,50
1
0,005
1
0,002
1
76,60
1
0,007
1
0,002
1
72,098
1
GLP
Óleo Combustível. Transporte
Marítimo
Óleo Diesel. Transporte Marítimo
Operações florestais
kg / GJ
Ref
kg / GJ
Ref
kg / GJ
Ref
Gasolina. Veículos leves, oxidação
catalítica
Unidade
0,013
4
0,014
4
72,098
3
Diesel. Veículos leves, controle
avançado
0,001
4
0,002
4
72,098
3
Diesel. Caminhonetes, controle
moderado
0,002
4
0,014
4
72,098
3
Diesel. Caminhões
0,004
4
0,002
4
72,098
3
g / km
Ref
g / km
Ref
g / km
Ref
Óleo Diesel. Veículos pesados
0,05
4
0,025
4
1.011
3
Óleo Diesel. Veículos leves
0,01
4
0,063
4
331
3
Gasolina. Carros com oxidação
catalítica
0,07
4
75
4
383
3
Óleo Diesel. Carros com controle
avançada
0,01
4
7
4
237
3
Unidade
22
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Tabela 4. Combustíveis de Biomassa
Operações industriais
Fator de
Emissão CH4
Item
Unidade
Ref
kg / GJ
Fator de
Emissão N2O
Ref
kg / GJ
Fator de
Emissão CO2
Ref
kg / GJ
Liquor negro
0,03
1
0,005
1
n/a
-
Biomassa (cavaco e casca)
0,03
1
0,004
1
n/a
-
Tabela 5. Outros Insumos da produção
Insumos das operações florestais e industriais
Fator de Emissão em
CO2equivalente
Item
Unidade
Ref
kg/kg
Calcário Dolomítico (indústrial)
0,447
1
Calcário Dolomítico (florestal)
0,13
2
Adubo Nitrogenado (florestal)
0,01
2
Carbonato de Cálcio
0,12
2
Fator de Emissão
CO2e
Ref
Tabela 6. Energia Elétrica
Todas as operações
Consumo de Energia Elétrica da
Rede Nacional
Unidade
Sistema Interligado Nacional - Ano
base 2007
ton/MWh
0,0293
4
Viagens Aereas
Fator de Emissão
CO2e
Fonte
CO2e
Unidade
kg/km/passageiro
Tabela 7. Viagens aéreas
Viagens Aéreas
Fatores para Viagens < ou = 500km
0,15
5
Fatores para Viagens > 500 km < ou =
1600 km
0,12
5
Fatores para Viagens > 1600 km
0,11
5
23
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
6. METODOLOGIAS DOS CÁLCULOS
Para a elaboração deste inventário foram utilizadas as informações e instruções do IPCC
Good Practice Guidance, o principal protocolo reconhecido internacionalmente para
inventários de emissões, com o Protocolo WRI/WBCSD (World Resources Institute/World
Business Council for Sustainable Development) de GEE, e com o International Panel on
Climate Change (IPCC). Além destes, também foi utilizada uma ferramenta específica e
reconhecida internacionalmente que se aplica apenas à Indústria de Papel e Celulose, o
Calculation Tools for Estimating Greenhouse Gas Emission from Pulp and Paper Mills (version
1.1.), desenvolvido para o International Council of Forest and Paper Associations (ICFPA)
pelo National Council for Air and Stream Improvement Inc. (NCASI).
A escolha do método de cálculo apropriado decorreu da disponibilidade dos dados (de
atividade), dos fatores de emissão específicos, das tecnologias de combustão utilizadas no
processo, e outros. Neste inventário, todos esses fatores encontram-se disponíveis, visto que
existem históricos de cálculos e estudos atualizados dos fatores de emissão já aceitos (vide
referências). Foram adotados, na respectiva ordem, fatores de emissão de GEE nacionais
específicos e reconhecidos, por princípio de aplicabilidade, seguidos pelos fatores de emissão
do Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC (1996, 2001, 2006), referenciados pelo
International Council of Forest and Paper Associations - ICFPA e por fim, fatores de órgãos
de alta credibilidade mundial como GHG WRI/WBCSD PROTOCOL e departamentos
internacionais do meio ambiente como US EPA e UK DEFRA, garantindo a consistência e
transparência desses fatores.
Em alguns casos, por inexistência dos fatores ou de sua confiabilidade na literatura
encontrada, ou para quaisquer atividades cujas emissões da fonte variam muito em cada
organização (e.g. diferentes % de resíduos), foram desenvolvidos cálculos baseados em
metodologias aprovadas pelo Executive Board da UNFCCC (United Nations Framework
Convention of Climate Change).
Outras vezes as unidades de medida dos fatores precisaram ser alteradas para adequação
com as unidades de medida entre fatores propostos pelo IPCC e registros de controle da
empresa inventariada. É importante certificar-se da adequação dos fatores utilizados nos
processos inventariados, tomando-se cuidado com essas alterações de unidades.
As metodologias utilizadas para a obtenção da emissão da emissão da cada fonte estão
descritas a seguir.
a) Combustão fixa
Combustíveis Fosseis:
Ef, GEE = FCf * EFf, GEE
Onde:
E = emissões de CO2, CH4 e N2O (kg) para o combustível tipo f (kg)
FCf = consumo de combustível do tipo de combustível f (GJ)
24
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Licor Negro:
Ef, GEE = FCf * EFf, GEE
Onde:
E = emissões de CH4 e N2O (quilogramas) para o combustível tipo f (kg)
FCf = consumo de combustível do tipo de combustível f (GJ)
EFf, GEE = fator de emissão para o combustível tipo f, por tipo de GEE
b) Energia Elétrica gerada pela Veracel
Ef, GEE = FCf * EFf, GEE
Onde:
E = emissões de CO2, CH4 e N2O (quilogramas) para o combustível tipo f (kg)
FCf = consumo de combustível do tipo de combustível f (GJ)
EFf, GEE = fator de emissão para o combustível tipo f, por tipo de GEE
Como a biomassa utilizada na caldeira é composta por cavaco e casca de madeira, e uma vez
que os dados fornecidos pela Veracel foram as quantidades diárias, em toneladas, da
biomassa por tipo de biomassa.
% composição da biomassa b =
Onde:
b = tipo da biomassa: cavaco ou casca
n = dia do ano, n=1 a 365 dias
FCb, n= consumo da biomassa b no dia n
FCt, n= consumo total da biomassa no dia n
Para obter o PCI do composto da biomassa, foi calculado aplicando uma média ponderada
pela % de composição da biomassa pelos valores do PCI (poder calorífico médio) para cada
tipo de biomassa, fornecidos pela Veracel:
PCIcomposto da biomassa = PCIcavaco * %
biomassa b no composto
+ PCIcasca * %
biomassa b no composto
c) Outros insumos da produção
Calcário dolomítico:
Ef, GEE = FCf * EFf, GEE
Onde:
E = emissões de CO2 (kg) para o combustível tipo f (kg)
FCf = consumo de combustível do tipo de combustível f (GJ)
EFf, GEE = fator de emissão para o combustível tipo f, por tipo de GEE
25
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
d) Resíduos Sólidos de Produção
CH4 (m3/ano) = R*L0 (e-kC – e-kT)
Onde:
R = quantidade média de resíduos despejados no aterro por ano, Mg/ano
Lo = potencial de geração de metano, em m3 / Mg
K = taxa constante de geração de metano, l/ano
C = tempo que o aterro está sem utilização, ano
T = tempo que o aterro está funcionando, ano
Sendo que para calcular a quantidade média de resíduos despejados no aterro por ano (R) foi
utilizada a seguinte fórmula:
Onde:
R = quantidade média de resíduos despejados no aterro por ano, Mg/ano
FCr, n = Quantidade do resíduo r no ano n em ton
d = densidade média dos resíduos em kg/m3
e) Efluentes de Produção
E = (EF x TM ) - R
Onde:
E = emissões de metano para tratamento aeróbico em kg/ano
EF = fator de emissão (Kg CH4/Kg DQO), valor padrão = 0,25 kg CH4 / kg DQO do efluente
TM = total de matéria presente no sistema (Kg DQO/ano)
R = metano capturado e queimado, kg CH4/ano (quando aplicável)
Para identificar o TM é necessário empregar a seguinte fórmula:
TM = DQO x Vt
Onde:
TM = total de matéria presente no sistema (Kg DQO/ano)
DQO = valor médio anual (Kg/L)
Vt = vazão tratada no sistema (L/ano)
Além do CH4 é necessário considerar o N2O que está associado com a degradação de
componentes de nitrogênio presentes no efluente, por exemplo, uréia, nitrato e proteína. É
recomendável (IPCC e MCT) o cálculo das emissões desse GEE somente para a fração tratada
identificada no ponto de descarte, ou seja, o ponto de lançamento após o tratamento.
A fórmula usada pode ser encontrada no IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas
Inventories (IPCC 2006) e está representada abaixo:
E = Nef x FE x (44/28)
Onde:
E = emissões de N2O (Kg/ano)
Nef = nitrogênio efluente (Kg N/ano)
26
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
FE = fator de emissão (0,005 Kg N2O – N/Kg N)
44/28 = fator de conversão
g) Combustível fóssil – Fontes Moveis
Conforme 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories, a quantificação das
emissões oriundas do uso de combustível fóssil pode basear-se em dois tipos de dados
independentes: (1) consumo de combustível e (2) quilometragem percorrida.
(1) Consumo de Combustível
Ef, GEE = FCf * EFf, GEE
Onde:
E = emissões de CO2, CH4 e N2O (quilogramas) para o combustível tipo f (kg)
FCf = consumo de combustível do tipo de combustível f (GJ)
EFf, GEE = fator de emissão para o combustível tipo f, por tipo de GEE
Transformação litros para quilogramas:
FCf (kg) = FCf (l) * d
Onde:
FCf (kg) = consumo de combustível do tipo de combustível f, em kg
FCf (l) = consumo de combustível do tipo de combustível f, em litros
d = densidade do combustível f, em (kg/litros)
Transformação massa (kg) para energia (GJ):
FCf (GJ) = FCf (kg) * PCI * F
Onde:
FCf (GJ) = consumo de combustível do tipo de combustível f, em GJ
FCf (kg) = consumo de combustível do tipo de combustível f, em kg
PCI = Poder Calorífico Inferior MJ/kg
F = fator de conversão 0,001 GJ/MJ
(2) Quilometragem Percorrida
Emissões
Onde:
Emissão = emissões de CO2 (kg)
Atividade = quantidade de energia consumida ou a distância percorrida pela fonte
móvel
EF = fator de emissão
a = tipo de combustível (gasolina, diesel, gás natural etc.)
b = tipo de veículo (leve, pesado etc.)
c = controle de emissão
27
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Para cálculo de emissões de CH4 e NO2 aplica-se o mesmo método, mas usando fatores de
emissão específicos para cada atividade.
Consumo da energia de rede
Nas operações florestais a energia elétrica adquirida da rede, importada, é usada somente
na fase de produção de mudas para manutenção de viveiro.
Nas operações industriais a energia elétrica utilizada é somente destinada às operações do
Terminal de Belmonte.
O total das emissões indiretas, oriundas da eletricidade importada, é estimado pela seguinte
formula:
CE = EC * EF
Onde:
CE = emissões de CO2 (t)
EC = consumo de eletricidade (MWh)
EF = fator de emissão, tC/MWh
28
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
7. INCERTEZAS
Segundo o IPCC Good Practice Guidance,
“Evidências consideradas na reunião de
Paris indicaram que para um pais
desenvolvido, a incerteza total das
emissões medidas em potencial de
aquecimento global em um único ano
poderia ser de 20% principalmente por
causa das incertezas em gases que não são
o CO2”.
As incertezas associadas aos inventários
podem ser classificadas segundo dois
critérios:
- incerteza científica: ciência da emissão
real e/ou processo de remoção não foi
perfeitamente
compreendido.
Cita-se
como
exemplo,
o
envolvimento
significante da incerteza científica no uso
de fatores diretos e indiretos associados ao
aquecimento global para a estimativa das
emissões de vários GEE. A maioria dos
fatores abordados neste trabalho é do
IPCC. Este possui uma média de incerteza
associada de 5% dos seus fatores para o
Dióxido
de
Carbono
(GEE
mais
representativo).
- incerteza estimativa: incerteza que surge
sempre que as emissões de GEE são
quantificadas. Essas ainda são classificadas
em incerteza modelo, quando está
associada às equações matemáticas
utilizadas para caracterizar as relações
entre vários parâmetros e processos de
emissão; e incertezas dos parâmetros
introduzidos em modelos de estimativa
usados como dados de entrada nos
modelos estimados.
De acordo com as recomendações do IPCC
Good Practice Guidance, os inventários
não devem revelar emissões com vieses
que
poderiam
ser
identificados
e
eliminados, e as incertezas devem ser
minimizadas
considerando
todo
o
conhecimento cientifico existente e os
recursos disponíveis.
Essas recomendações foram seguidas em
todas as etapas da construção do
inventário, uma vez que houve uma grande
preocupação em utilizar as metodologias
de cálculos e fatores de emissão mais
recentes de organizações com grande
credibilidade referente ao cálculo de
emissões. Em relação aos dados utilizados,
houve atenção especial na conformidade
desses com a realidade (verificação dos
registros na empresa e análise dos dados
recebidos), e a busca pelos dados nas
unidades de medida que reduzissem as
incertezas associadas às emissões, de
forma a eliminar a necessidade de estimar
o valor obtido na unidade de medida da
fórmula de cálculo.
29
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
8. RESULTADOS
8.1. Emissões Diretas
8.1.1. Combustíveis Fósseis em Fontes Fixas
As emissões provenientes de combustíveis fósseis em fontes fixas foram identificadas e
registradas nas atividades exercidas por:
•
Geração de Vapor (item 3.2.7.) - tendo como fontes energéticas o óleo BPF A1, e
o óleo diesel.
•
Forno de Cal (item 3.2.9.) - que possui como fontes energéticas o óleo BPF A1 e o
óleo diesel.
•
Refeitórios do Viveiro da Fábrica e do Terminal Marítimo de Belmonte (TMB) utilizam o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o qual é registrado pela Coordenação
de Infra-estrutura da Veracel por meio das notas fiscais da fornecedora do
produto, Bahiana Distribuidora.
Tabela 8. Combustíveis Fósseis em Fontes Fixas
Atividade
Combustível
Total período
GJ
Emissão CH4
kg
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
Emissão CO2e
ton
Caldeira
Óleo Combustível
BPF A1
385.516,36
1.156,55
115,65
29.530.552,96
29.590,69
Forno de Cal
Óleo Combustível
BPF A1
1.127.321,02
3.381,96
338,20
86.352.790,19
86.528,65
Caldeira
Óleo Diesel
3.290,61
6,58
1,97
241.530,95
242,28
Forno de Cal
Óleo Diesel
1.253,49
2,51
0,75
92.006,45
92,29
Refeitórios
GLP
3.685,16
0,37
3,69
230.322,57
231,47
Gráfico 1. Emissões dos Combustíveis Fósseis em Fontes Fixas
Título do Gráfico 0.2% 0.3% Óleo Combustível BPF A1
GLP
Óleo Diesel
99.5% 30
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
8.1.2. Combustíveis Fósseis em Fontes Móveis
As emissões provenientes de combustíveis fósseis em fontes móveis foram identificadas
nas atividades exercidas por:
•
Veículos utilizados pela administração da Veracel – para tal atividade, a quantidade
total em litros dos combustíveis, óleo diesel e gasolina foi obtida através de registros
fornecidos pelo posto de abastecimento Veracel.
•
Veículos e Equipamentos utilizados pelo Setor Florestal – a quantidade total em litros
do óleo diesel e gasolina foi obtida através de dados sobre horas trabalhadas por cada
máquina em cada operação, dados esses, informados pelo departamento florestal,
considerando o consumo de combustível de cada. Em alguns casos foi considerada a
quilometragem rodada e em outros foi considerada a quantidade de combustível
consumida informada pelo departamento florestal.
•
Empilhadeiras – são movidas a Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e utilizadas pelos
operadores em atividades de logística (item 3.2.12).
Tabela 9. Combustíveis Fósseis em Fontes Móveis
Atividade
Combustível
Total período
GJ
Emissão CH4
kg
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
Emissão CO2e
ton
Transporte
Veracel ADM
Óleo Diesel
3.337,23
13,35
6,67
240.607,84
242,96
Atividades
Florestais
Óleo Diesel
937.856,10
3.711,73
2.113,90
67.617.548,96
68.027,43
Transporte
Veracel ADM
Gasolina
2.516,00
32,71
35,22
181.398,89
193,01
Atividades
Florestais
Gasolina
705,65
9,17
9,88
50.876,19
54,13
Empilhadeiras
GLP
11.524,49
1,15
11,52
720.280,85
723,88
Atividade
Combustível
Total período
Km
Emissão CH4
kg
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
Emissão CO2e
ton
Atividades
Florestais
Óleo Diesel
953.866,67
17,71
52,33
454.721,87
471,32
Atividades
Florestais
Gasolina
131.400,00
9,20
9,86
50.326,20
53,57
Gráfico 2. Emissões dos Combustíveis Fósseis em Fontes Móveis
31
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
8.1.3. Combustão de Biomassa
As emissões provenientes da combustão de biomassa foram identificas nas atividades
exercidas por:
•
Caldeira de Recuperação (item 3.2.7.) – Nessa etapa, o combustível licor negro é
queimado resultando em emissões de gases de efeito estufa (GEE).
•
Geração de Vapor (item 3.2.7.) – A biomassa utilizada na caldeira é um composto com
aproximadamente 70% de cavaco e 30% de casca, provenientes das próprias florestas
de eucalipto da Veracel, e que não foram utilizados na produção de celulose. A
biomassa abastece a caldeira para geração de vapor tendo como finalidade a geração
de energia elétrica que é utilizada pela própria Veracel, sendo o excedente vendido.
Tabela 10. Combustíveis de Biomassa*
Atividade
Combustível
Total período
GJ
Emissão CH4
kg
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
Emissão CO2e
ton
Caldeira de
Recuperação
Liquor negro
19.452.808,82
583.584,26
97.264,04
n/a
42.407,12
Geração de
Energia Elétrica
Cavaco e casca
1.983.923,68
59.517,71
7.935,69
n/a
3.709,94
* As emissões de CO2 provenientes da combustão de biomassa não foram contabilizadas (ver item 10)
Gráfico 3. Emissões da Combustão de Biomassa
8%
Licor negro
Cavaco e casca
92%
8.1.4. Insumos químicos da produção
As emissões provenientes de produtos químicos não fósseis utilizados na produção foram
identificadas nas atividades exercidas por:
•
Caldeira de Recuperação (item 3.2.7.) – O produto químico utilizado na Caldeira de
Recuperação comprado pela Veracel é o Calcário Dolomítico.
•
Adubos e calcários utilizados pelo setor florestal.
32
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Tabela 11. Insumos químicos da produção
Atividade
Insumo
Total período
Ton
Emissão CH4
kg
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
Emissão CO2e
ton
Caldeira de
Biomassa
Calcáreo
Dolomítico
990,30
-
-
-
442,66
Viveiro e Plantio
Adubo
Nitrogenado
641,74
-
-
-
3.126,20
Plantio
Carbonato de
Cálcio
4.576,00
-
-
-
2.013,44
Plantio
Calcáreo
Dolomítico
2.132,80
-
-
-
1.016,63
Gráfico 4. Emissões dos Insumos Consumidos
22%
Adubo Nitrogenado
47%
Carbonato de Cálcio
Calcáreo Dolomítico
31%
8.1.5. Resíduos Sólidos de Produção
Foram contabilizados como fonte de emissão de GEE os resíduos sólidos orgânicos
provenientes das atividades da produção. Sendo assim, por conservadorismo, foi adotada a
decomposição destes resíduos em aterro, como fonte de geração de metano (CH4).
Foram contabilizados os seguintes resíduos: biomassa de eucalipto – restos de casca de
eucalipto provenientes do processo de lavagem da tora de madeira (item 3.2.1.); Rejeito do
digestor – resíduo proveniente do processo de cozimento (item 3.2.2.); Alimentos – resíduos
orgânicos provenientes dos refeitórios da fábrica da Veracel.
Nas atividades do sistema de tratamento de efluentes (item 3.2.10.) existe a geração de
resíduos sólidos orgânicos, porém, a metodologia utilizada para o item tratamento de
efluentes (item 6.e)) contempla toda a matéria orgânica consumida neste processo, o que
justifica a exclusão dos resíduos sólidos provenientes do sistema de tratamento de efluentes:
lodo primário e lodo biológico.
Tabela 12. Resíduos sólidos
Atividade
Resíduo
Total período
ton seca
Tratamento de
Resíduos Sólidos
Biomassa de
Eucalipto
2.483,00
Tratamento de
Resíduos Sólidos
Rejeito do
Digestor
645,00
Tratamento de
Resíduos Sólidos
Alimentos
435,00
Emissão CH4
kg
20.117,11
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
-
-
-
-
-
-
Emissão CO2e
ton
422,46
33
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Gráfico 5. Resíduos Sólidos
12%
Biomassa de
Eucalipto
18%
Rejeito do Digestor
Alimentos
70%
8.1.6. Efluentes de Produção
As emissões de efluentes foram calculadas de acordo com a carga orgânica contida e a
quantidade de nitrogênio composto no efluente tratado. Desta maneira, são contempladas as
emissões de metano (CH4) geradas a partir do lodo residual, bem como a emissão de óxido
nitroso (N2O) que pode ocorrer nas reações de nitrificação e desnitrificação no efluente.
A Veracel possui um sistema de monitoramento dos dados fornecidos, sendo que as amostras
são adquiridas por amostradores automáticos e as análises são feitas em laboratório na
própria fábrica da Veracel, com freqüência diária para a análise de DQO e semanal para a
análise do Nitrogênio Total.
No sistema de lodos ativados ocorre a geração de CO2 devido à ação de microorganismos
sobre a matéria orgânica, porém, por ser proveniente de biomassa, segundo recomendações
do IPCC (2006) este CO2 não deve ser contabilizado em Inventário de Emissões.
Algumas referências indicam que a emissão de metano (CH4) no tratamento aeróbico é
mínima e podem ser desconsideradas, porém, as indústrias de produção de celulose, por
possuírem uma elevada geração de efluentes podem apresentar relativa significância dessas
emissões frente ao total de emissões geradas. Sendo assim, por conservadorismo, foi
utilizada uma metodologia sugerida pelo IPCC (2006) (item 6.e)) para o sistema de
tratamento aeróbico em indústrias de celulose conforme ocorre na Veracel.
Tendo em vista a eficiência do sistema de tratamento da Veracel, foi utilizado um fator de
correção para emissão de metano com base no potencial máximo de geração de metano por
quilo de DQO em tratamento aeróbico recomendado para sistemas bem controlados, ou seja,
é considerada uma emissão mínima de metano, que pode ocorrer devido ao lodo depositado
no fundo dos tanques de tratamento, bem como nos sistemas de desaguamento.
Tabela 13. Efluentes
Atividade
Resíduo
Emissão CH4 kg
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
Emissão CO2e
ton
Tratamento de
efluentes
Efluentes
877.785,28
759,79
n/a
18.669,03
34
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
8.2. Emissões Indiretas do Uso de Energia Elétrica
Terminal Marítimo de Belmonte (TMB) – a energia elétrica é utilizada como fonte para o
funcionamento do elevador, luz, computadores, e outros, e o registro é realizado e fornecido
pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA).
Tabela 14. Energia Elétrica
Atividade
Região
Total período
MWh
Emissão CH4
kg
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
Emissão CO2e
ton
Consumo de
Energia Elétrica
no TMB
Grid Nacional
Interligado
945,84
-
-
-
27,71
Consumo de
Energia Elétrica
no Viveiro de
Mudas
Grid Nacional
Interligado
115,58
-
-
-
3,38
8.3. Emissões Indiretas
8.3.1. Emissões Provenientes da Queima de Combustíveis
Fósseis em Fontes Móveis
•
Transporte Terrestre – utilização de óleo diesel e gasolina por todas as empresas
terceirizadas que prestam os seguintes serviços de transporte: deslocamento de
funcionários e administração; transporte de celulose; transporte interno de resíduos e
limpeza industrial; atividades de segurança do trabalho; atividades de manutenção;
transporte de suprimentos. Foi considerado o registro de abastecimento no Posto de
Abastecimento Veracel (PAV), onde os veículos são abastecidos. Apenas as
informações de consumo do deslocamento dos funcionários via ônibus e transporte da
celulose não se aplicam aos dados fornecidos pelo PAV. No caso do deslocamento de
funcionários foram fornecidos dados de quilometragem dos veículos e para o
transporte de celulose o consumo de combustível foi obtido diretamente com a
empresa Julio Simões que realiza essa atividade.
•
Empurrador Marítimo (item 3.2.12.) - que utiliza como fonte energética os combustíveis
marítimos óleo MF 180 e óleo diesel, cujo registro de abastecimento foi fornecido pela
Companhia de Navegação Norsul (NORSUL).
•
Barcaça (item 3.2.12.) – utilização de combustível marítimo – óleo diesel, como fonte
energética o cujo registro de abastecimento foi fornecido pela Companhia de
Navegação Norsul (NORSUL).
•
Draga (item 3.2.12.) – utilização de combustível marítimo – óleo diesel como fonte
energética. Os dados de consumo de combustível foram fornecidos pela MRB
Engenharia, responsável pela draga no ano de 2007.
35
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Tabela 15. Combustíveis Fósseis em Fontes Móveis
Atividade
Combustível
Total período
GJ
Emissão CH4
kg
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
Emissão CO2e
ton
Serviços de
transporte
terceirizados
Óleo Diesel
281.475,19
1.125,90
562,95
20.293.797,89
20.491,96
Serviços de
transporte
terceirizados
Gasolina
4.373,19
56,85
61,22
1.346.738,21
1.366,91
Empurrador
Marítimo
Combustível
Marítimo - Óleo
MF 180
198.293,16
991,47
396,59
15.189.256,25
15.333,02
Empurrador
Marítimo
Combustível
Marítimo - Óleo
Diesel
5.319,85
37,24
10,64
383.550,50
387,63
Barcaça
Combustível
Marítimo - Óleo
Diesel
1.460,25
10,22
2,92
107.182,35
108,30
Draga
Combustível
Marítimo - Óleo
Diesel
7.345,32
51,42
14,69
539.146,63
544,78
Atividade
Combustível
Total período
km
Emissão CH4
kg
Emissão N2O
kg
Emissão CO2
kg
Emissão CO2e
ton
Transporte de
funcionários
Óleo Diesel
2.044.010,00
102,20
51,10
2.066.494,11
2.084,48
Viagens aéreas
Combustível de
Aviação
2.387.071,30
-
-
-
290,16
Gráfico 6. Combustíveis Fósseis em Fontes Móveis
(Âmbito 3)
Óleo Diesel
1%
2%
Gasolina
38%
3%
56%
Combustível Marítimo Óleo MF 180
Combustível Marítimo Óleo Diesel
Combustível de Aviação
36
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
9. GRÁFICOS DE COMPARAÇÃO
Gráfico 7. Emissões diretas. Combustíveis fósseis
37% Fontes fixas Fontes móveis 63% Gráfico 8. Emissões por Escopo
31 40,607 Escopo 1 Escopo 2 258.259 Escopo 3 Gráfico 9. Participação das fontes fósseis
Fontes fósseis 24% 76% Fontes não fósseis 37
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
10. FONTES NÃO CONTABILIZADAS
•
As emissões de CO2 provenientes de fontes de biomassa não serão consideradas, uma
vez que o CO2 foi extraído da atmosfera durante o crescimento das árvores e
transformado em biomassa. Assim, quando essa biomassa é queimada, o CO2 emitido
retorna para a atmosfera completando um ciclo. Inserem-se neste item as emissões
de CO2 provenientes do sistema de tratamento de efluentes, bem como da queima do
liquor negro, metanol e da biomassa utilizada para a produção de vapor e geração de
energia elétrica.
•
Soldagem – O acetileno (H2C2) é utilizado como combustível nos processos de
soldagem durante eventuais manutenções de equipamentos relacionados ao processo
de fabricação da celulose. No Brasil o Acetileno é obtido por meio de carvão vegetal,
sendo, portanto, biomassa a sua matéria prima.
38
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
11. ESTOQUE DE CARBONO
11.1. Florestas implantadas
Mensuração de volume de madeira:
A Veracel possui um programa anual de inventário florestal onde povoamentos comercias,
com idade superior a dois anos e área de talhão superior a 5ha são mensurados anualmente
até o ano de corte.
Parcelas aleatórias são distribuídas
no campo, onde dados básicos de
DAP, altura, além de informações
silviculturais são coletadas. Os
dados são então devidamente
processados e os volumes dos
povoamentos são calculados a
partir do emprego de modelos de
volume devidamente testado para
cada situação.
Porém
devido
a
problemas
operacionais não foram concluídos
os cálculos do inventário contínuo até a data do fechamento deste relatório. Assim lançamos
mão dos sistemas de projeção de volume que a empresa dispõe.
Abaixo apresentamos a relação dos empregados na Empresa, segundo estratificação
necessária, e no anexo 1 podemos ver o relatório onde foi feita a avaliação dos modelos
utilizados na Veracel.
Estratificação
Tabela 16. Estratificação com base na forma das curvas de crescimento e produção:
Estrato Região
1
Central
Clones
Todos
2
Sul
3
Norte
7 25 43 367 634
4
Norte
24 32 244 245 248 361 433 830 865 953 954 975 1006 1016 1028
5
Oeste
6
Oeste
7
Talhadias
7 25 43 244 248 367 634
24 32 34 241 245 361 421 428 433 521 589 830 865 874 888 953 954
981 1006 1028 1913 1914 1915
Todos
Todos
39
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Modelos:
Tabela 17. Modelos para determinação do Índice de Sítio, para cada estrato
Regiões
Central
Sul
Norte
Estrato
Modelo
0001
Richards
0002
Richards
0003
Shumacher
RelacaoFuncional
HD = B0 / ( (1 + exp(B1 - B2 * IdadeMeses ) )^(1/B3) )
HD = B0 / ( (1 + exp(B1 - B2 * IdadeMeses ) )^(1/B3) )
HD = exp(B0 + B1/IdadeMeses)
Norte
Oeste
Oeste
Talhadia
0004
0005
0006
0007
HD = B0 / ( (1 + exp(B1 - B2 * IdadeMeses ) )^(1/B3) )
HD = B0 / ( (1 + exp(B1 - B2 * IdadeMeses ) )^(1/B3) )
HD = B0 / ( (1 + exp(B1 - B2 * IdadeMeses ) )^(1/B3) )
HD = exp(B0 + B1/IdadeMeses)
Richards
Richards
Richards
Shumacher
Tabela 18. Equações para determinação do Índice de Sítio, para cada estrato
Regiões
Estrato
Modelo
ExpressaoFinal
(HD * (1+EXP(-7.928969 - 0.032464 * IDADEMESES))^(1/0.000217)) / ( (1 + EXP(-7.928969 0.032464 * IDADEINDICE))^(1/0.000217) )
(HD * (1+EXP(-6.955114 - 0.051266 * IDADEMESES))^(1/0.000417)) / ( (1 + EXP(-6.955114 0.051266 * IDADEINDICE))^(1/0.000417) )
Central
0001
Richards
Sul
0002
Richards
Norte
0003
Shumacher
Norte
0004
Richards
Oeste
0005
Richards
Oeste
0006
Richards
EXP(LN(HD) - -25.058565/IDADEMESES + -25.058565/IDADEINDICE)
(HD * (1+EXP(6.206465 - 0.125078 * IDADEMESES))^(1/5.153691)) / ( (1 + EXP(6.206465 0.125078 * IDADEINDICE))^(1/5.153691) )
(HD * (1+EXP(0.680509 - 0.045995 * IDADEMESES))^(1/0.589910)) / ( (1 + EXP(0.680509 0.045995 * IDADEINDICE))^(1/0.589910) )
(HD * (1+EXP(-7.023653 - 0.049734 * IDADEMESES))^(1/0.000366)) / ( (1 + EXP(-7.023653 0.049734 * IDADEINDICE))^(1/0.000366) )
Talhadia
0007
Shumacher
EXP(LN(HD) - -17.464100/IDADEMESES + -17.464100/IDADEINDICE)
Modelos de crescimento e produção
Tabela 19. Modelos de crescimento e produção, por estrato.
Estrato
Região
Modelo
0001
Central
Clutter
0002
Sul
Clutter
RelacaoFuncional
LnB2 = Ln(B1)*(I1/I2) + a0 * (1 - I1/I2) + a1 * (1 - I1/I2)*S1 Ln(V2) = b0 + b1*(1/I2) +
b2*S1 + b3* LnB2
LnB2 = Ln(B1)*(I1/I2) + a0 * (1 - I1/I2) + a1 * (1 - I1/I2)*S1 Ln(V2) = b0 + b1*(1/I2) +
b2*S1 + b3* LnB2
0003
Norte
Richards
Volume = B0 / (1 + exp(B1 - B2 * IdadeMeses))^(1/B3)
0004
Norte
Richards
Volume = B0 / (1 + exp(B1 - B2 * IdadeMeses))^(1/B3)
0005
Oeste
Richards
0006
Oeste
Clutter
Volume = B0 / (1 + exp(B1 - B2 * IdadeMeses))^(1/B3)
LnB2 = Ln(B1)*(I1/I2) + a0 * (1 - I1/I2) + a1 * (1 - I1/I2)*S1 Ln(V2) = b0 + b1*(1/I2) +
b2*S1 + b3* LnB2
0007
Talhadia
Richards
Volume = B0 / (1 + exp(B1 - B2 * IdadeMeses))^(1/B3)
Tabela 20. Equações de crescimento e produção, por estrato.
Estrato
Região
ExpressaoFinal
0001
Central
0002
Sul
VCCC = EXP( 2.005832 + -21.636829/I2 + 0.017427 * S1 + 1.092401 * (( Ln(B1)*(I1/I2) + 4.474234 * (1 I1/I2) + -0.027837 * (1 - I1/I2)*S1)))
VCCC = EXP( 2.039205 + -19.712776/I2 + 0.014122 * S1 + 1.132275 * (( Ln(B1)*(I1/I2) + 4.429014 * (1 I1/I2) + -0.025086 * (1 - I1/I2)*S1)))
0003
Norte
VOLUME = 280.644640 / (1 + EXP(8.441315 - 0.164983 * IDADEMESES))^(1/2.695209)
0004
Norte
VOLUME = 325.669399 / (1 + EXP(3.359921 - 0.082213 * IDADEMESES))^(1/0.986015)
0005
Oeste
0006
Oeste
VOLUME = 510.968570 / (1 + EXP(1.473427 - 0.049761 * IDADEMESES))^(1/0.377324)
VCCC = EXP( 1.552713 + -19.683647/I2 + 0.021371 * S1 + 1.197491 * (( Ln(B1)*(I1/I2) + 4.157169 * (1 I1/I2) + -0.016178 * (1 - I1/I2)*S1)))
0007
Talhadia
VOLUME = 403.222131 / (1 + EXP(-6.725998 - 0.029006 * IDADEMESES))^(1/0.000409)
40
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Como não estavam disponíveis as medição de campo de 2.007, fez-se uma projeção da
mensuração de 2.006 para 2.007 com os modelos acima. Ocorre que devido a inexistência de
modelos para algumas situações utilzou-se a seguinte estratégia:
1
Comparação dos dados cadastrais dos povoamentos inventariados em 2.006 com
o cadastro florestal de 2.007, devidamente atualizado
2
Projeção dos dados cadastrais 2.007 sobre o IFC de 2.006
3
Há dados básicos para projeção direta (região / clone)?
4
não
sim
4
Utilização dos modelos existentes no
nível de estratificação inicial
Comparação com IMA médio por
região e idade do Inventário de
2.006
5
Comparação com IMA médio por região e
idade do inventário e 2.006
6
sim
Calculo do volume
6
não
Comparação com dados de IMA médio por
idade
7
Calculo do volume
Obs: Se idade = 0 volume = 0.
41
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Desta forma, verificou-se que o volume total projetado das florestas é de 17.378.018,46 m³
Metodologia de cálculo de estoque de CO2e nas florestas plantadas:
CB = V * D * CF * 44/12
Onde:
CB = estoque de carbono (tCO2e)
V = volume comercial de madeira (m3)
D = densidade de eucalipto (t.m.s./m3)
CF = fração de carbono em matéria seca (tC/t.m.s.). default IPCC = 0,47
44/12 – fator de coversão de C para CO2e
Conforme a metodologia de IPCC, existem fatores que permitem considerar volume de
biomassa acima do solo, inclusive galhos e pontas (volume comercial * 1,174) e raízes
(volume comercial * 1,29), porém, de forma conservadora, somente o carbono estocado na
madeira mesurada pelo Inventário Florestal Contínuo, o volume comercial, foi considerado.
Assim temos que o volume de carbono estocado nas florestas plantadas é de 14.974.059
tCO2e.
Volume estocado nas florestas nativas
Segundo levantamento fornecido pela Veracel, é a seguinte a distribuição da vegetação
nativa, segundo tipos florestais, mapeados:
Tabela 21. Classes de florestas nativas da Veracel
Classes
Floresta Primária
Floresta Sec. Avançado
Floresta Sec. Médio
Floresta Sec. Inicial
Mussununga
Restinga
Comunidade Aluvial
Área p/ Regeneração da Vegetação Nativa
(pasto)
Total de matéria seca (t.m.s.)
Área (ha)
6.784
11.103
41.617
10.115
3.840
101
571
Defaults IPCC
(t.m.s./ha)
180
130
130
70
70
70
70
n/a
30.062
8.856.690
Para estimativa da matéria seca por hectare, para cada tipo de vegetação, foram
considerados os defaults da IPCC listados na tabela acima.
Assim temos que o volume de carbono estocado nas florestas nativas é de 15.263.029
tCO2e.
42
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
12. RESULTADO FINAL
Verifica-se por meio do seguinte gráfico que a soma das emissões de CO2 equivalente
proveniente das atividades da Veracel Celulose representa aproximadamente 1% do estoque
de CO2 equivalente contido nas florestas da Veracel Celulose.
Gráfico 10. Estoque x Emissões
30.237.088
tCO2e
(Estoque)
0,99%
298.898 tCO2e
(Emissões)
43
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
13. PROTOCOLO DE KYOTO E MDL
PROTOCOLO DE KYOTO E MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO (MDL) EM QUADROS o O Protocolo de Kyoto foi adotado na Terceira Sessão de Conferência das Partes (COP‐3) da Convenção‐Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) em Kyoto, Japão, em Dezembro 1997. o O Protocolo define os compromissos quantificados de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GHG) para as Partes incluídas no Anexo I. GHG definidos Partes do Anexo I são os As partes inclusas no Anexo I têm vários níveis de exigências de países listados no Anexo I redução de emissões GHG para o período de 2008 a 2012 (primeiro pelo Protocolo são dióxido de do UNFCCC. Eles são os período de compromisso). carbono (CO2), paises industrializados  O teto de emissões, chamado “quantidades atribuídas”, para metano (CH4), incluindo os que estão em cada Participante é calculado da seguinte forma: transição para economia óxido nitroso ”Emissões do ano base” x “meta de redução de emissões” x cinco (N2O), HFCs, PFCs de mercado, ex. Rússia e e SF  As emissões do ano de base são principalmente as emissões os países do leste agregadas de GHG em 1990 (alias, os paises podem usar 1995 como europeu. seu ano base para HFCs, PFCs e SF6) o
O Protocolo introduz 3 mecanismos de mercado – Mecanismos de Kyoto. As Partes de Anexo I deverão ser capazes de atingir suas metas de redução de emissões da maneira “cost‐
effective”, usando estes mecanismos. Além das Partes, as empresas privadas podem usar os Mecanismos de Kyoto. 
Desde que as Partes correspondam às exigências para uso d os Mecanismos de Kyoto. Entrada em vigor do Protocolo de Kyoto Este Protocolo pôde entrar em vigor no nonagésimo dia após a data em que pelo menos 55 Partes da Convenção, englobando as Partes inclusas no Anexo I, que contabilizaram no total pelo menos 55 por cento das emissões totais de dióxido de carbono em 1990 das Partes inclusas no Anexo I, tenham depositado seus instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.  Até 12 de Dezembro de 2007, 176 paises e 1 Organização Regional de Integração Econômica (Comunidade Européia) tinham depositado seus instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.  Em 1990, 63,7% de emissões totais de CO2 das Partes do Anexo 1 tinham ratificado o Protocolo.  O Protocolo entrou em vigor a 16 de Fevereiro 2005. 44
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM engl., MDL port.) o As Partes inclusas no Anexo I, que tem tetos para emissões de GHG, auxiliam as Partes não inclusas no Anexo I (as quais não tem volumes máximos de emissões) à implementar as atividades de projetos que visem reduzir emissões de GHG (ou remover por sumidouros), sendo que os créditos serão obtidos baseando‐se nas reduções de emissões (ou remoções por sumidouros) conseguidos por atividades de projeto.  A Parte onde o projeto CDM for executado chama‐se Parte Anfitriã.  O credito oriundo do CDM chama‐se Certificado de Redução de Emissões (CER).  Reduções em emissões podem ser adicionais as que ocorreriam na ausência da atividade certificada de projeto o As Partes inclusas no Anexo I podem utilizar os CER para contribuir com o cumprimento de seus compromissos quantificados de redução de emissões, conforme com o Protocolo de Kyoto.  Em conseqüência, a quantidade do volume de emissões das Partes do Anexo I aumentará. o O MDL emitirá CERs antes do primeiro período de compromisso. CERs obtidas com base nas atividades durante o período do ano 2.000 até o ano 2.012 podem ser utilizadas para auxiliar no cumprimento dos compromissos das Partes do Anexo I, no primeiro período de compromisso.
Lugar especifico na Parte Anfitriã Lugar específico na Parte Anfitriã Projeção de emissão de
GHG
Emissões de GHG
Cenário de linha de base Parte incluida no Anexo I obterá CERs Os CRE obtidos são adicionados e o volume de emissões
aumenta
As Partes não‐Anexo I beneficiar‐se‐ão de atividades de projetos que resultem em CERs Cenário de projeto Figura 07. Esquema funcional do MDL 45
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
14. POTENCIAL DE CRÉDITOS DE CARBONO
14.1. Operações Industrias
Troca de combustível fóssil por biomassa ou gás natural no forno de Cal e caldeira de
vapor
Foi identificada a possibilidade de geração de créditos de carbono através da substituição de
do combustível fóssil (Óleo BPF A1) utilizado na caldeira de recuperação e no forno de cal.
Tabela 22. Substituição por gás natural
Equipamento
Consumo óleo
(ton)
Emissão atual
(ton CO2)
Emissão com
gás natural
Redução (Crédito)
ton CO2
Caldeira
9.444
29.590,69
19.769,69
9.821
Forno de Cal
27.616
86.528,65
57.808,65
28.720
Para estudo da viabilidade do projeto deve-se considerar o investimento necessário em novas
tecnologias para a substituição do combustível e a disponibilidade de gás natural na região.
Para cálculo desta estimativa foi utilizada a Metodologia ACM0011 da UNFCCC.
14.2. Operações Florestais
Utilização dos resíduos da colheita para geração de energia
Segundo estudos da própria Veracel, aproximadamente 11,4 m³/ha de biomassa são perdidos
no campo devido a perdas no momento da colheita mecânica com harvester. O material é
composto por galhos e pontas. O aproveitamento destes resíduos é de difícil
operacionalização, visto que são irregulares em tamanho, forma e disposição no campo. Seu
aproveitamento só é viável com emprego de
operação manual de coleta.
Deve-se ainda ressaltar que não é usual o
aproveitamento
destes
resíduos
por
nenhuma empresa do setor de papel e
celulose, ou seja esta prática não é
“business as usual no setor”. Por outro lado,
o emprego dos resíduos de biomassa gerados
em 10.000 ha de área colhida (114.000m³ de
madeira), segundo metodologia do CENBIO
para cálculo e conversão energética em
sistemas de baixo e alto rendimentos termodinâmicos (15% e 30%), poderia gerar,
respectivamente, entre 1,9 e 3,2 MW/ano. Então, considerando o Fator de Emissão de CO2
pela geração de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional do Brasil, isso corresponde
2.800 tCO2e e 5.700 tCO2e por ano com o desenvolvimento de um projeto MDL.
46
INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
BIBLIOGRAFIA
1- The Climate Change Working Group of The International Council of Forest and Paper
Associations (ICFPA). Calculation Tools for Estimating Greenhouse Gás Emissions from Pulp
and Paper Mills. Version 1.1. July 8, 2005.
2- Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) 2006, 2006 IPCC Guidelines for
National Greenhouse Gas Inventories, Prepared by the National Greenhouse Gas Inventories
Programme, Eggleston H.S., Buendia L., Miwa K., Ngara T. and Tanabe K. (eds). Published:
IGES, Japan.
3- Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) 1996, 1996 Guidelines for National
Greenhouse Gas Inventories.
4 - Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
(http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/75293.html#) (acesso em 08/10/2008)
5- Department for Environment, Food and Rural Affairs, United Kingdom (DEFRA, UK)
Annexes to Guidelines for Company Reporting on Greenhouse Gas Emissions, updated July
2005.
ALVIM C. F., EIDELMAN F., FERREIRA O. C., A Contabilidade das Emissões nas Metodologias
“Top-Down” Estendida (“Top-Bottom”) e “Bottom-Up”
http://ecen.com/eee51/eee51p/bal_carbono_contab_emis.htm (acesso em 01/10/2008)
Centro de Tecnologia do Gás – CTGÁS. Dados de Unidades de Conversão. www.ctgas.com.br
(acesso em 01/10/2008)
Descrição Básica de Processo da Linha de Fibras, Recuperação e Utilidades da Fábrica,
Veracel, 2004.
GHG Protocol - www.ghgprotocol.org - (acesso em 01/10/2008).
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INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE GEE. VERACEL 2007
International Panel on Climate Change (IPCC), Good Practice Guidance and Uncertainty
Management in National Greenhouse Gas Inventories
Ministério de Minas e Energia (MME), Balanço Energético Nacional, 2007.
NBR ISO 14064-1. Gases de efeito estufa - Parte 1: Especificação e orientação a organizações
para quantificação e elaboração de relatórios de emissões e remoções de gases de efeito
estufa.
NBR ISO 14064-2. Gases de efeito estufa - Parte 2: Especificação e orientação a projetos para
quantificação, monitoramento e elaboração de relatórios das reduções de emissões ou da
melhoria das remoções de gases de efeito estufa.
NBR ISO 14064-3. Gases de efeito estufa - Parte 3: Especificação e orientação para a
validação e verificação de declarações relativas a gases de efeito estufa.
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