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Revista
Faculdade Castelo Branco
científica
ISSN 2316-4255
Anos 60: O Sentido Distorcido do Poder da Flor
BAPTISTA, Karla. The Angry 1960s (1). Revista Castelo Branco Científica. Ano I - nº 01 - janeiro/junho de 2012.
O artigo The Angry 1960s (Os Furiosos Anos 60, em tradução literal para
o Português) é provido de resumo, palavras-chave, abstract e keywords.
Num total de nove páginas, a autora revela o contexto histórico vivido na
década de 1960 nos Estados Unidos da América. Na introdução, há uma
síntese do conteúdo a ser abordado e levantamento de questionamentos
importantes acerca do desenvolvimento de uma consciência político-social
e do estopim que deflagrou movimentos ativistas em massa nesse período
da história dos EUA.
O artigo atribui à década de 1950 a nomenclatura de Happy Days (Dias
Felizes). Após o término da Segunda Guerra Mundial, o baby-boom, definição genérica para crianças nascidas durante uma explosão populacional,
estabeleceu o surgimento de uma geração de jovens motivados por seus
ideais e pensamentos. A sensação de prosperidade pós-guerra, porém, logo
foi substituída pelo medo e terror psicológico imposto pela Guerra Fria, o
que contribuiu para a ascensão de uma contracultura. Baptista afirma que
“Os primeiros sinais de rebelião puderam ser vistos na segunda metade da
década de 1950”, quando a delinquência juvenil fez-se notável em meio
a tantos rebeldes sem causa que propagavam suas ideias através da arte,
principalmente da música.
A autora expõe também a luta dos negros ativistas que protestavam contra
a segregação e exigiam seus direitos enquanto cidadãos. The Movement,
O Movimento, como era chamada a manifestação contou com a ajuda de
negros e brancos que juntos em uma Marcha reivindicaram por seus DireiCastelo Branco Científica - Ano I - Nº 02 - julho/dezembro de 2012 - www.castelobrancocientifica.com.br
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tos Civis. Baptista cita o discurso I Have a Dream (Eu Tenho um Sonho)
de Martin Luther King como ápice do início de uma mudança efetiva em
1963. Todavia, a autora não faz menção a Malcolm X, um dos maiores
representantes na defesa dos direitos dos negros, o qual defendia o uso da
violência para combater o racismo ou o Black Panther Party (Partido dos
Panteras Negras), fundado em 1966, o qual alcançou notoriedade nacional
e internacional através do seu envolvimento no movimento Black Power,
que defendia a criação de grupos organizados como forma de o povo negro
exercer as suas reivindicações.
Em sequência, o artigo relata o envolvimento catastrófico dos EUA na
Guerra do Vietnã que por sua vez provocou uma divisão entre os norte-americanos. Parte da população manteve-se a favor enquanto que os estudantes
universitários e intelectuais, dentre outros, se opuseram fortemente. Mais
tarde, o clima intolerante e violento, repercutido pela imprensa, fortaleceu
uma subcultura que emergiu em São Francisco e em Nova Iorque. Eis que
surgem os hippies, “Diferentes e de comportamento diferente, usando e
vendendo maconha, meninas de cabelos cumpridos, caras barbudos, casais
interraciais usando botas e calças boca-de-sino”, como descritos por Baptista, difundiam o lema Make love, not war (Faça amor, não faça guerra)
como filosofia de vida. Finalmente, em 1973, os americanos se retiraram
da guerra, porém esta só foi encerrada, de fato, em 1975.
Apesar do discurso antiguerra e apologia à vida em comunhão e à natureza
hippie, alguns dos seguidores deste movimento ultrapassaram o limite do
bom senso e da sanidade. No artigo, a autora não relatou a barbárie dos
acontecimentos envolvendo o culto hippie fundado por Charles Manson
no final dos anos 1960, conhecido como The Family (A Família), no qual
Manson manipulou seus seguidores a matar brutalmente em seu nome. Já
na década de 1970, Jim Jones, o líder da seita Templo do Povo, teve a visão
de um mundo melhor e estabeleceu a Peoples Temple. Contraditoriamente,
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em 1978, Jim Jones levou mais de 900 pessoas ao “suicídio coletivo”, ao
fazer com que bebessem ponches com cianureto de uva.
Por fim, Baptista fala da libertação pessoal e do fortalecimento político
das mulheres. Faz referência a Simone de Beauvoir, uma escritora, filósofa
existencialista e feminista francesa e a sua obra The Second Sex (O Segundo Sexo), como também a Betty Friedan, uma importante ativista estado-unidense e sua obra The Feminine Mystique (A Mística Feminina), publicada em 1963, no início da segunda-onda feminista, no qual, encontra-se
uma série de entrevistas com suas colegas de classe. Nessas entrevistas,
Friedan descobre que muitas de suas colegas estavam insatisfeitas com
suas vidas como donas de casa. Neste momento histórico da década de
1960, as mulheres agiram junto ao governo, aos meios de comunicação,
aos jornais e televisão para mudar a imagem sexista e abolir as discriminações em relação ao emprego e aos salários. Baptista retrata a questão
feminista com propriedade e desperta o interesse do leitor para ascensão
da imagem feminina na década de 1970 através, principalmente, da música
e da literatura.
“Não houve o fim do movimento: não houve anúncio, última chamada, ou
último sinal: a geração de sessenta havia se formado”. É com este trecho
do livro The Movement and The Sixties (O Movimento e Os Anos Sessenta) do autor Terry H. Anderson que Baptista melhor define o declínio do
Movimento na década seguinte. O artigo retrata sucintamente a década de
1970, um período economicamente fragilizado, caracterizado por pessoas
exaustas e extenuadas após anos de revoltas e opressão.
O trabalho de Baptista destaca-se não só por sua linguagem coerente e
concisa como também por seu caráter evolutivo e informativo. A autora
discorre sobre o tema em ordem cronológica e de forma imparcial, proporcionalmente. As informações omitidas, porém, deixaram de somar a obra
e auxiliar o leitor num melhor processo de compreensão dos fatos. Sem
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maiores explicitações pertinente a omissões, soube destacar e ponderar
pontos importantes. A década de 1960 que propunha novas reconstruções
ideológicas acaba por desencadear facções fundamentalistas radicais, que
por sua vez distorcem o sentido de slogans que aludiam à paz, como o
Flower Power (Poder das Flores), utilizado pela primeira vez pelo poeta
Allen Ginsberg, em 1965. Atos truculentos de violência, assim como o
uso abusivo de alucinógenos, culminaram com um número agravante de
mortes que marcou a década, contrariando as filosofias alternativas que
edificavam o movimento. O artigo pode ser útil a um grande público, como
pesquisadores, professores e estudantes.
Karla Baptista é Mestre em Estudos Literários pela UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, Coordenadora e Professora de Literaturas de
Língua Inglesa do Curso de Letras da Faculdade Castelo Branco. Autora
do artigo Women’s Life Narratives.
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Karla. The Angry 1960s (1). Revista Castelo Branco Científica. Ano I - nº 01 - janeiro/junho de 2012.
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