Arquivo I - Percepção Inicial e Final

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Arquivo I - Percepção Inicial e Final
XXX CONFERÊNCIA INTERAMERICANA DE CONTABILIDADE
TRABALHO NACIONAL
TÍTULO
“Análise da Relação entre a Percepção Inicial e Final dos Discentes sobre as
Disciplinas Iniciais de Contabilidade
Área temática: 4 - Educação
Subtema: 4.1- A formação do Contador Público Interamericano. Para um currículo
homogéneo.
Autores:
Patrícia de Souza Costa
Gilvania de Sousa Gomes
Neilson Alves Rosa
Pâmmella Paiva Batalhone
País
Brasil
AGRADECIMENTO: FAPEMIG, CAPES E CNPQ, PELO APOIO A ESTA PESQUISA.
Análise da Relação entre a Percepção Inicial e Final dos Discentes sobre as
Disciplinas Iniciais de Contabilidade
RESUMO
As percepções dos estudantes sobre as disciplinas iniciais de contabilidade podem variar ao
longo do semestre letivo e influenciar o seu desempenho acadêmico e profissional. Diante
disso, busca-se identificar se existe relação entre as percepções iniciais e finais dos alunos
sobre as disciplinas de contabilidade ministradas no início dos cursos de Ciências
Contábeis, Administração e Economia de uma universidade pública mineira. Por meio de
testes não-paramétricos de média e análise de correlação canônica, identificou-se que,
apesar de os 145 estudantes dos três cursos analisados apresentarem percepções iniciais
positivas sobre essas disciplinas, as percepções dos alunos do curso de Ciências Contábeis
são mais otimistas, e estes concebem as disciplinas iniciais de contabilidade como sendo
mais relevantes para seu desempenho acadêmico e profissional do que os discentes dos
cursos de Administração e Economia. Além disso, os resultados da pesquisa sugerem que:
1) a percepção inicial sobre as disciplinas de contabilidade ministradas no início do curso
muda ao longo do semestre; 2) essa percepção inicial afeta a percepção final e a nota final
desses alunos nessas disciplinas; e 3) as percepções iniciais e finais dos estudantes do
curso de Ciências Contábeis sobre essa disciplina são diferentes daquelas dos discentes
dos cursos de Administração e Economia. Os resultados desta pesquisa corroboram
aqueles encontrados por Geiger e Ogilby (2000) e Mandilas, Kourtidis e Petasakis (2010),
resultando na importância em considerar a percepção dos discentes sobre as disciplinas
iniciais de contabilidade como um fator que pode afetar o seu desempenho nessas
disciplinas.
Palavras-chave: Contabilidade Introdutória. Percepção dos discentes. Desempenho
acadêmico. Qualidade do ensino superior.
1
INTRODUÇÃO
A Accounting Education Change Commission (AECC) identificou o primeiro ano de
estudo de contabilidade como um componente educacional crítico, não só do curso de
Ciências Contábeis, mas para todos os cursos de negócios (AECC, 1992, 1995). Williams
(2011) comenta que a primeira disciplina de contabilidade é muito importante, tanto para
aqueles que tencionam se tornar um profissional da área contábil, quanto para aqueles
profissionais de outras áreas que pretendem usar as informações contábeis. Nesse sentido,
vários estudos têm investigado aspectos relacionados às disciplinas de contabilidade
ministradas no primeiro ano do curso de Ciências Contábeis (por exemplo: CHERRY;
RECKERS, 1983; BALDWIN; INGRAM, 1991; CHERRY; MINTZ, 1996; PINCUS, 1997;
VAN-GERMEERSCH, 1997; GEIGER; OGILBY, 2000; MLADENOVIC, 2000; MANDILAS;
KOURTIDIS; PETASAKIS, 2010; CUNHA et al, 2011). Doran, Bouillon e Smith (1991),
Eskew e Faley (1988) e Wooten (1998) examinaram fatores que influenciam o desempenho
dos alunos nessas disciplinas. Buckless, Lipe e Ravenscroft (1991) observaram o impacto
do gênero no desempenho dos discentes nas disciplinas iniciais de contabilidade.
Adicionalmente, muitos pesquisadores têm discutido sobre o conteúdo apropriado para
essas disciplinas (CHERRY; RECKERS, 1983; BALDWIN; INGRAM, 1991; CHERRY;
MINTZ, 1996; PINCUS, 1997; VAN-GERMEERSCH, 1997). Mladenovic (2000) encontrou
que os estudantes iniciam essas disciplinas com uma percepção positiva sobre a
contabilidade.
Geiger e Ogilby (2000) aplicaram um questionário aos alunos de duas universidades
dos Estados Unidos para a verificação da percepção dos alunos matriculados na disciplina
de contabilidade introdutória quanto à percepção destes sobre a disciplina. Mandilas,
Kourtidis e Petasakis (2010) recorreram a esse mesmo questionário nos cursos de Ciências
Contábeis, Administração e sistema de informações de uma universidade da Grécia. Os
resultados desses dois estudos sugerem que a percepção inicial dos discentes sobre as
disciplinas introdutórias de contabilidade afeta o desempenho deles nessas disciplinas,
podendo incorrer, inclusive, na decisão na escolha da área profissional para atuação. Além
disso, esses autores encontraram que os alunos do curso de Ciências Contábeis possuem
uma percepção mais positiva da disciplina de contabilidade introdutória do que os
estudantes de áreas afins.
Williams (2011) acredita que a disciplina de contabilidade introdutória continuará a
ser um fator relevante para os estudantes no processo de escolha do curso de Ciências
Contábeis. Além disso, essa disciplina vai continuar a ser fundamental, não só para os
estudantes dos cursos de Ciências Contábeis e Administração, mas para um número cada
vez maior de estudantes de outros cursos. Nesse sentido, torna-se oportuno pesquisar os
fatores que condicionam o desempenho dos estudantes de Ciências Contábeis e áreas
afins ao cursarem as disciplinas iniciais de contabilidade, uma vez que esse desempenho
pode ser influenciado pelas percepções e expectativas quanto a vários aspectos da
disciplina (DANKO; DUKE; FRANZ, 1992; BERNARDI; BEAN, 1999; 2002).
Diante desse contexto, o problema de pesquisa é: existe relação entre as
percepções iniciais e finais dos alunos sobre as disciplinas iniciais de contabilidade nos
cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia? Assim, o objetivo deste estudo é
identificar se existe relação entre as percepções iniciais e finais dos alunos sobre as
disciplinas de contabilidade ministradas no início dos cursos de Ciências Contábeis,
Administração e Economia, de uma universidade pública mineira. A amostra da pesquisa é
composta por 145 estudantes matriculados nesses cursos, no segundo semestre letivo de
2012. Foram utilizados os testes de Wilcoxon e de Mann-Whitney, para verificar se as
médias das percepções iniciais e finais dos estudantes, obtidas por meio da aplicação de
questionários, são significativamente diferentes entre si e entre os cursos. A análise de
correlações canônicas será aplicada para identificar a relação entre as percepções iniciais e
finais dos estudantes sobre a disciplina introdutória de contabilidade.
Conhecer a percepção dos alunos sobre as disciplinas iniciais de contabilidade é
recomendável por dois principais motivos. Primeiro, os resultados obtidos poderão ser
empregados pelos docentes que as ministram, com o objetivo de melhorar o direcionamento
do processo de ensino, uma vez que as informações podem proporcionar maior
compreensão por parte dos docentes sobre o conteúdo ministrado e sobre o processo de
ensino-aprendizagem. Em segundo lugar, os alunos, à medida que o processo de ensinoaprendizagem for mais efetivo no início do curso, poderão ter uma formação mais sólida, o
que resultaria na construção de profissionais mais qualificados e aptos a lidar com questões
práticas da atividade profissional. Além disso, os próprios alunos podem se beneficiar dos
resultados desta pesquisa, uma vez que a melhoria da qualificação profissional pode estar
diretamente relacionada com a melhoria da imagem do profissional perante os
empregadores, a sociedade e a propria classe profissional.
Este trabalho está estruturado em seis seções. Após esta introdução, é apresentado
o referencial teórico da pesquisa. Na terceira seção, são levantadas as hipóteses da
pesquisa. Na quarta seção, é descrita a metodologia do estudo. A quinta seção traz os
resultados da pesquisa, e, na última seção, são tecidas as considerações finais do estudo.
2
REVISÃO DA LITERATURA
Nesta seção, são apresentados aspectos teóricos relacionados à percepção, à
motivação e ao desempenho dos discentes nas disciplinas iniciais de contabilidade.
2.1
Percepção dos discentes quanto às disciplinas iniciais de contabilidade
A literatura suporta que a percepção desempenha um papel importante na escolha
da carreira. Inman, Wenzler e Wickert (1989) afirmaram que, quando os alunos têm de
escolher uma área principal de estudo, suas percepções influenciam suas decisões.
Hermanson, Hermanson e Ivancevich (1995) identificaram que a percepção dos estudantes
de contabilidade e áreas afins influi as suas escolhas de priorizar ou não o estudo da
contabilidade. Segundo esses autores, os estudantes do curso de Ciências Contábeis
tinham pontos de vista mais positivos sobre as perspectivas de emprego em contabilidade e
status social da profissão do que os estudantes de Administração e Economia. Para esses
pesquisadores, a disciplina de contabilidade introdutória pode atrair bons alunos para o
curso de Ciências Contábeis, sugerindo a possibilidade de retenção de estudantes de
qualidade (RIORDAN; PIERRE; MATONEY, 1996).
O objetivo de algumas pesquisas foi identificar a percepção dos docentes (CHERRY;
MINTZ, 1996) ou a percepção dos discentes (PAOLILLO; ESTES, 1982; COREY, 1992;
COHEN; HANNO, 1993) sobre a disciplina de contabilidade introdutória. No entanto Heiat e
Brown (2007) descobriram que, na verdade, a escolha dos alunos em permanecer no curso
de Ciências Contábeis é significativamente influenciada pelo interesse genuíno desses
alunos nessa área de conhecimento.
Cohen e Hanno (1993) buscaram prever e explicar a escolha da contabilidade como
área de atuação principal e encontraram que os estudantes não a escolhem como tal,
porque eles a percebem como sendo “chata”. Chen, Jones e McIntyre (2004) averiguaram
que tanto os alunos do curso de Ciências Contábeis, quanto os alunos de áreas afins
(Administração e Economia) não valorizavam o primeiro ano de curso em contabilidade. Os
resultados dessa pesquisa indicam que esses grupos de alunos não estão convencidos de
que a contabilidade irá ajudá-los a ter sucesso em suas carreiras.
Geiger e Ogilby (2000) investigaram a percepção dos alunos sobre o primeiro ano de
estudo no curso de Ciências Contábeis e como essas percepções afetam a escolha da área
de atuação profissional. Especificamente, eles examinaram a relação entre as mudanças de
percepção, as notas finais e a decisão de escolha da área de atuação. Esses autores
constataram que a seleção da contabilidade, como área de atuação, dependia do
desempenho do aluno no primeiro ano de curso.
Germanou, Hassall e Tournas (2009) analisaram as similaridades e as diferenças
entre os estudantes de contabilidade oriundos da Malásia ou da Inglaterra, principalmente,
aspectos concernentes à escolha da profissão contábil e da associação entre as
percepções dos alunos e as intenções para prosseguir na carreira de contabilidade. Os
resultados dessa pesquisa sugerem que os dois grupos de alunos têm uma percepção
positiva da profissão contábil e que há uma correlação significativa entre a percepção dos
alunos e sua intenção de prosseguir na profissão contábil.
Gassner et al (2010) analisaram diferenças entre as percepções e as preferências,
em relação ao ensino, dos alunos de Ciências Contábeis das universidades federais do sul
do Brasil, atinentes ao ensino (estruturação e facilitação do ensino, organização da
disciplina, ambiente socioemocional e estratégias de avaliação). A motivação para esse
artigo foi a importância dos esforços na área educacional para aumentar o aprendizado dos
alunos e reduzir as deficiências na didática e metodologias dos docentes. Nesse sentido, a
melhoria dessas duas questões formaria, além de melhores profissionais, cidadãos mais
conscientes. Os resultados revelaram que os estudantes preferem que alguns atributos
sejam trabalhados pelo professor, como explicação das matérias de maneira mais oral e
didática e menos teórica.
Cunha et al (2011) checaram as oportunidades de melhoria da disciplina de
contabilidade introdutória a partir da percepção de alunos dos cursos de Ciências Contábeis
e de Administração de uma instituição de ensino superior do Vale do Itajaí (SC). O
questionário empregado para coleta de dados foi adaptado de Walter, Tontini e Domingues
(2005), complementado por meio da aplicação de um grupo de foco. Essa pesquisa recorre,
de maneira conjunta, à Matriz de Importância versus Desempenho (método linear) e ao
Modelo Kano (método não-linear) para análise dos dados. Os resultados dessa pesquisa
evidenciam como prioridades de melhoria no curso de Ciências Contábeis: a utilização de
laboratório para resolução de exercícios; a modernidade dos laboratórios de informática; e a
infraestrutura da sala de aula. No curso de Administração, os atributos prioritários foram: a
oferta de atividades extracurriculares e a modernidade dos laboratórios de informática.
Biachi et al. (2010) demonstraram, por meio da análise de correspondência, que há
relação entre a disciplina de contabilidade introdutória com as variáveis instituições, cursos,
perfil dos discentes, docentes do Rio Grande do Sul. Esses autores inferiram, ainda, que
fatores como onde se estudou no ensino médio e o turno da disciplina são bastante
representativos. No caso da UFRGS, as disciplinas iniciais de contabilidade são
organizadas dependendo do número de interessados nela, e a heterogeneidade avaliada na
pesquisa provoca um avanço negativo, devido às distintas percepções, e à compreensão
dos discentes.
Andrade (2002) conferiu as metodologias de ensino de contabilidade introdutória, no
curso de graduação em Ciências Contábeis, nas 90 universidades públicas brasileiras, por
meio de levantamento de dados visando: conhecer as metodologias de ensino de que se
valeram os professores e a estrutura dos departamentos, para a utilização de tecnologias
educacionais. Apenas 22 universidades responderam ao questionário da pesquisa. Os
resultados evidenciam que 100% dos professores empregam o estilo de aula expositiva,
muito embora a mesma proporção deseje usar software educativo para o ensino da
contabilidade. A crença desses docentes é de que essa metodologia pode aprimorar o
processo de ensino e aprendizagem. Nessa linha de pensamento, Lobosco (2007)
identificou que o discente percebe a aula expositiva como um processo de ensino que não
lhe permite transpor o conhecimento adquirido para uma situação da vida real,
reconhecendo como mais agradável e produtivo uma aula com situações que envolvam o
estudo do texto e a resolução de problemas reais. Friedlan (1995) também analisou se a
metodologia de ensino usada nas disciplinas iniciais de contabilidade afeta a percepção dos
alunos sobre a disciplina. Os resultados dessa pesquisa sugerem que a metodologia de
ensino aplicada nessas disciplinas afeta, significativamente, a percepção dos alunos.
Observa-se, portanto, as disciplinas iniciais de contabilidade como importantes para
o desempenho do aluno, para o desenvolvimento de outras disciplinas do curso, para a sua
escolha definitiva quanto ao curso (quando esta ocorre após o decurso do primeiro ano de
curso) e para as suas escolhas profissionais. Nota-se, também, que fatores como a
percepção inicial, as expectativas, as habilidades dos docentes, a estrutura das IES podem
provocar influências no desempenho dos estudantes.
2.2
Fatores de impacto no desempenho dos discentes
Estudos internacionais e nacionais têm pesquisado aspectos da disciplina de
contabilidade introdutória (BERNARDI; BEAN, 1999; GEIGER; OGILBY, 2000; ANDRADE,
2002; HEIAT; BROWN, 2007; CUNHA et al, 2011). Esses estudos investigaram se e como a
percepção dos alunos sobre o curso de contabilidade introdutória está relacionada com o
desempenho do discente no curso de Ciências Contábeis. Além disso, eles examinam se as
percepções iniciais e finais dos alunos estão relacionadas com o desempenho na disciplina,
e também comparam se as percepções dos alunos diferem entre docentes e entre
metodologias de ensino.
Turner, Holmes e Wiggins (1997) averiguaram a possibilidade de previsão das notas
dos alunos da disciplina de contabilidade intermediária e, para tanto, foram aplicados
modelos para verificar a variação das notas dos discentes. Essa pesquisa também teve
como variáveis importantes a personalidade, os fatores sociais, pessoais e qual a
naturalidade do estudante. Os resultados evidenciam que as características individuais dos
discentes têm maior peso em sua nota obtida nos exames iniciais. O teste utilizado nessa
pesquisa pode ser considerado como importante ferramenta para a tomada de decisão das
instituições de ensino, devido ao seu alto grau de correlação dos fatores ambientais, sociais
e psíquicos com as notas obtidas e, com isso, buscar meios mais eficientes para um
desempenho maior por parte do discente.
Bernardi e Bean (1999) e Danko, Duke e Franz (1992) procuraram estimar se o
desempenho dos discentes nas disciplinas iniciais de contabilidade serve de base para
determinar o desempenho desses alunos nas disciplinas de contabilidade subsequentes.
Esses autores encontraram que o desempenho dos alunos do curso de Ciências Contábeis
é influenciado pelo desempenho nas disciplinas iniciais de contabilidade, sugerindo que o
sistema de pré-requisito é adequado. Nessa mesma linha de pesquisa, Bernardi e Bean
(2002) encontraram que o desempenho do aluno na disciplina de contabilidade
intermediária I explica, aproximadamente, 50% do desempenho desse aluno na disciplina
de contabilidade intermediária II.
Alves, Corrar e Slomski (2004) verificaram se docência e outros recursos
educacionais, como os equipamentos e ambientes especializados para estudo, influem no
desempenho dos alunos dos cursos de graduação em contabilidade do Brasil, no Exame
Nacional de Cursos. Por meio da análise dos resultados, constataram que os professores
tiveram peso fundamental no desempenho de seus discentes em três aspectos principais:
domínio das disciplinas ministradas, técnicas de ensino empregadas e recursos didáticos
utilizados. O acesso aos computadores também teve um impacto considerável, porém as
bibliotecas não registraram o mesmo efeito. Conclui-se que as políticas governamentais têm
que levar em consideração o aumento no investimento de recursos educacionais, novos
conhecimentos técnico-pedagógicos e, principalmente, a atualização e a capacitação dos
professores.
Steenkamp, Baard e Frick (2009) compararam o mau rendimento dos alunos de
Ciências Contábeis em uma universidade da África do Sul com suas percepções ante a
graduação. Esses autores analisaram o primeiro ano de curso com os objetivos de ampliar
as reflexões acerca dos fatores que influenciam o sucesso dos estudantes nos primeiros
módulos, ponderaram as suas percepções quanto aos fatores que influenciam seu sucesso
em módulos específicos e compararam a percepção de professores e alunos no que tange
ao sucesso acadêmico. O desenvolvimento desse estudo culminou na identificação dos
fatores mais relevantes para o insucesso dos discentes: a falta de conhecimento prévio de
contabilidade; a língua utilizada no processo de ensino (inglês), pois alunos de outras
regiões da África não a usam como língua nativa; a falta de tempo, em razão do fato de
muitos trabalharem; e as habilidades dos professores no envolvimento dos estudantes no
processo de aprendizagem.
Como fatores de sucesso associados ao ensino da contabilidade nos primeiros
módulos, destacados por Steenkamp, Baard e Frick (2009), estão a prática profissional, a
assiduidade às aulas, a execução das atividades extraclasse e a motivação pessoal. Esses
autores sustentaram sua pesquisa levando em consideração os fatores que, de acordo com
a literatura que embasou seu estudo, influenciaram no sucesso dos estudantes
universitários, sobretudo quanto às disciplinas iniciais de contabilidade (QUADRO 1).
Percebe-se que os fatores mais pesquisados, que afetam o sucesso dos estudantes, são: a
capacidade de leitura, a extroversão e a introversão, se os alunos estão cursando o módulo
pela primeira vez e se esses alunos trabalham em tempo parcial.
Quadro 1- Fatores que influenciam o sucesso dos alunos nas disciplinas iniciais de Contabilidade
Fatores
Base teórica
Capacidade de leitura
Bohlman e Pretorius (2002); Pretorius e Bohlman (2003)
Exposição prévia à matemática
Gul e Fong (1993)
Extroversão e introversão
Gul e Fong (1993); Auyeung e Sands (1994)
Gênero
De Lange et al (1997)
Idade
Müller et al, 2007
Modalidade de ensino presencial ou à distância
Woodley (2004)
Motivação
Müller et al (2007)
Se os alunos estão cursando o módulo pela primeira vez De Lange et al (1997); Muller et al (2007)
Trabalho em tempo parcial pelos estudantes
De Lange et al (1997); Kirby e McElroy (2003)
Fonte: Steenkamp, Baard e Frick (2009, p. 118).
A motivação é algo essencial para qualquer atividade a ser realizada e é
indispensável para a aprendizagem, pois os alunos motivados a aprender tendem a fazê-lo
com mais facilidade (LIMA; KROENKE; HEI, 2011). Esses autores ainda afirmam que a
“motivação também está relacionada ao conhecimento prévio, servindo de ligação para uma
nova aprendizagem.” O que mostra que se já existe algum conhecimento sobre
determinado conteúdo, a motivação para aprendê-lo é maior.
Oliveira et al (2010) mostraram a pertinência da compreensão das necessidades dos
alunos, pois a falta de motivação resulta em fatores negativos, como tensão emocional,
aborrecimento, fadiga e baixa aprendizagem. Os resultados dessa pesquisa revelaram
resultados positivos, com altos níveis de motivação por parte dos alunos de diferentes
estágios do curso, mas também despertaram pontos que merecem atenção, como, por
exemplo, os menores níveis de motivação dos alunos de períodos mais adiantados do
curso, comparados com alunos de períodos iniciais e uma menor motivação com elementos
ligados ao prazer com a universidade.
3
HIPÓTESES DE PESQUISA
São testadas, nesta pesquisa, quatro hipóteses. Geiger e Ogilby (2000) e Mandilas,
Kourtidis e Petasakis (2010) verificaram que os alunos do curso de Ciências Contábeis
possuem uma percepção inicial sobre a disciplina de contabilidade introdutória mais otimista
do que os alunos oriundos de outros cursos. Dessa forma, tem-se a primeira hipótese da
pesquisa:
H1 - os alunos do curso de Ciências Contábeis têm uma percepção inicial sobre as
disciplinas de contabilidade ministradas no início do curso mais otimista do que aquela
dos alunos dos cursos de áreas afins à contabilidade (Administração e Economia).
Para testar a segunda hipótese de pesquisa, são confrontadas cada uma das
percepções iniciais e finais. Os resultados da pesquisa realizada por Geiger e Ogilby (2000)
sugerem que, exceto em referência à percepção relacionada ao professor, geralmente, os
estudantes mudam as suas percepções ao longo do semestre, ou seja, as percepções
iniciais e finais são significativamente diferentes. Por outro lado, Mandilas, Kourtidis e
Petasakis (2010) evidenciaram que, das dez variáveis de estudo, apenas a motivação e a
nota mudaram ao longo do semestre. Para explorar esta questão, é estabelecida a segunda
hipótese de pesquisa:
H2 - a percepção dos estudantes sobre as disciplinas de contabilidade ministradas no início
dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Economia muda ao longo do
semestre letivo.
Nessa linha de pensamento, tem-se que percepção inicial dos estudantes sobre as
disciplinas iniciais de contabilidade ministradas nos cursos de Ciências Contábeis pode ser
diferente daquela apresentada pelos alunos dos cursos de áreas afins. Tal fato também
pode acontecer com a percepção final. Mandilas, Kourtidis e Petasakis (2010) encontraram
que as percepções iniciais dos estudantes sobre as disciplinas iniciais de contabilidade,
para as variáveis ‘relevância para o curso’, ‘apreciação’, ‘motivação’, ‘expectativa de
aprendizado’ e ‘expectativa de nota’, são significativamente diferentes entre os cursos de
contabilidade e outros cursos. Para as percepções finais, esses autores observaram
diferenças significativas entre as variáveis (além daquelas encontradas nas percepções
iniciais): relevância para a carreira e para o curso, dificuldade e chata. Dessa forma, a
terceira hipótese de pesquisa é:
H3 - A percepção inicial e final dos estudantes do curso de Ciências Contábeis, sobre as
disciplinas de contabilidade ministradas no início dos cursos, é diferente daquela dos
discentes dos cursos de Administração e Economia.
Geiger e Ogilby (2000) e Mandilas, Kourtidis e Petasakis (2010) constataram que a
percepção inicial dos estudantes sobre as disciplinas de contabilidade ministradas no início
do curso pode afetar o desempenho desses discentes nessas disciplinas. Assim, a quarta
hipótese de pesquisa é:
H4 - A percepção inicial dos estudantes dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e
Economia, sobre as disciplinas de contabilidade ministradas no início dos cursos, afeta
a percepção final e a nota final desses alunos nessas disciplinas.
3.1
METODOLOGIA
O estudo é descritivo, com abordagem quantitativa. O levantamento foi realizado por
meio de dois questionários adaptados do artigo de Geiger e Ogilby (2000). O primeiro
questionário é composto por onze questões relacionadas à percepção inicial dos alunos
sobre as disciplinas iniciais de contabilidade (QUADRO 2). O segundo questionário é
composto por dez questões vinculadas à percepção final desses alunos sobre as disciplinas
iniciais de contabilidade (QUADRO 2).
Quadro 2 – Percepção Inicial e Final
Variável
Questionário 1 - Percepção Inicial
Questionário 2 - Percepção Final
Curso
CUR
Carreira
CARR
Gratificante
GRAT
Tempo
TEMP
Apreciação
APREC
1. Esta disciplina irá me ajudar a ter um
bom desempenho no meu curso.
2. Esta disciplina irá me ajudar a ter um
bom desempenho na minha carreira.
3. Ter um bom desempenho nesta
disciplina seria pessoalmente
gratificante.
4. Eu espero gastar mais tempo com esta
disciplina do que com minhas outras
disciplinas do semestre.
5. Estou ansioso por esta disciplina.
Dificuldade
DIF
6. Esta disciplina será difícil.
6. Esta disciplina foi difícil.
Chata
CHATA
Motivação
MOT
Aprendizado
APREN
Professor
PROF
7. Esta disciplina será chata.
8. Estou altamente motivado para fazer
bem esta disciplina.
9. Espero aprender muito nesta disciplina.
10. O professor irá afetar minha opinião
sobre a utilizada desta disciplina.
11. Qual a sua expectativa de nota nesta
disciplina? ------------------pontos.
7. Esta disciplina foi chata.
8. Eu estava altamente motivado para fazer
bem esta disciplina.
9. Eu esperava aprender muito nesta disciplina.
10. O professor afetou minha opinião sobre a
utilidade desta disciplina.
Nota
1. Esta disciplina me ajudará a ter um bom
desempenho no meu curso.
2. Esta disciplina me ajudará a ter um bom
desempenho na minha carreira.
3. Ter um bom desempenho nesta disciplina foi
pessoalmente gratificante.
4. Eu gastei mais tempo com esta disciplina do
que com minhas outras disciplinas do
semestre.
5. Eu apreciei cursar esta disciplina.
Nota Final (obtida na coordenação do curso)
Fonte: Elaborado pelos autores
Para cada uma das dez primeiras questões dos questionários de percepção inicial e
final, os estudantes deveriam apontar a importância percebida em uma escala de 1 (sem
importância) a 10 (muito importante). A expectativa de nota (questão n. 11 do questionário
de percepção inicial) é uma variável contínua, para a qual o aluno indicaria uma nota entre 0
a 10. A nota final (questionário 2) dos estudantes da amostra foi obtida junto à coordenação
de cada curso objeto de análise.
3.2
Seleção da amostra
A amostra da pesquisa é composta pelos discentes matriculados nas disciplinas
iniciais de contabilidade, nos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Economia, de
uma universidade pública brasileira, no segundo semestre letivo de 2012 (QUADRO 3). No
curso de Ciências Contábeis (CC), são oferecidas duas disciplinas iniciais de contabilidade
na grade curricular, sendo uma no primeiro semestre do curso (Contabilidade Introdutória I
– Int-I) e a outra no segundo semestre do curso (Contabilidade Introdutória II – Int-II). No
curso de Administração (ADM), as disciplinas iniciais de contabilidade constam do curriculo
do terceiro (denominada Contabilidade I – Cont-I) e do quarto (denominada Contabilidade II
– Cont-II) semestre do curso. O curso de Economia (ECO) oferece apenas uma disciplina
de contabilidade introdutória (Contabilidade e Análise de Balanços – C&AB). Exceto para o
curso de Economia, para cada uma das disciplinas dos cursos de Ciências Contábeis e
Administração, é disponibilizada uma turma no período integral e outra no período noturno.
Quadro 3 – Disciplinas Analisadas
Curso
Disciplina
Contabilidade Introdutória I
Ciências
Contábeis (CC)
Contabilidade Introdutória II
Contabilidade I
Administração
(ADM)
Contabilidade II
Economia (ECO)
Contabilidade e Análise de Balanços
Fonte: Elaborada pelos autores
Sigla
Turno
Int-I
Int-II
Cont-I
Cont-II
C&AB
Integral e Noturno
Integral e Noturno
Integral e Noturno
Integral e Noturno
Integral
Período em que
é ministrada
1º. período
2º. Período
3º. Período
4º. Período
1º. Período
Os questionários, compostos por questões fechadas, foram aplicados na primeira e
na última semana de aula do segundo semestre letivo de 2012. O número de alunos
matriculados nesse semestre, nas disciplinas iniciais de contabilidade nos cursos de
Ciências Contábeis, Administração e Economia, era de 180 e 176, respectivamente
(TABELA 1). Porém apenas 98 (54%) discentes do curso de Ciências Contábeis
responderam aos dois questionários (percepção inicial e percepção final). Nos cursos de
Administração e Economia, 47 alunos participaram da pesquisa (27%), respondendo aos
dois questionários (inicial e final). A amostra total da pesquisa era composta por 145 alunos
dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Economia que estavam cursando
disciplinas introdutórias de contabilidade no 2º. semestre de 2012.
Tabela 1 – Amostra por curso
CC
Composição da Amostra
Número de alunos matriculados
nas disciplinas no 2º. sem. Letivo
de 2012
(-) Número de alunos que não
responderam os questionários
(-) Alunos que responderam
apenas ao questionário de
percepção inicial
(-) Alunos que responderam
apenas ao questionário de
percepção final
(=) Amostra da Pesquisa - Alunos
que responderam aos dois
questionários da pesquisa
(percepção inicial e final)
Fonte: Elaborada pelos autores
3.3
Int I
Int II
85
95
17
17
ADM
ECO
Cont Cont
C&AB
I
II
180 100%
57
91
28
Total
34
%
19%
19
33
ADM+ECO
CC + ADM
+ ECO
No.
No.
%
176 100%
1
%
356 100%
30%
87
24%
6%
33
9%
10
12
22
12%
0
10
1
53
11
18
8
26
14%
20
28
17
65
37%
91
26%
40
58
98
54%
18
20
9
47
27%
145
41%
Testes Estatísticos
As três primeiras hipóteses da pesquisa foram avaliadas usando testes de
diferenças de médias paramétricos (t de Student) e não paramétricos (testes de Wilcoxon e
de Mann-Whitney), dependendo da normalidade das variáveis. O teste t de Student é
aplicado quando a variável em estudo apresenta uma distribuição normal, quando não se
conhece a variância populacional e se tem como objetivo testar se uma média populacional
assume ou não determinado valor (FÁVERO et al, 2009). O teste de Wilcoxon é uma
alternativa ao teste t de Student, para comparar duas médias populacionais, porém as
variáveis não devem apresentar distribuição normal. Já o teste de Mann-Whitney é
empregado para testar se duas amostras independentes foram extraídas de populações
médias iguais. Por meio desse teste, é possível estratificar a amostra em dois grupos
distintos (por exemplo, grupo 1 - curso de Ciências Contábeis e grupo 2- cursos de
Administração e Economia). Segundo Fávero et al (2009, p. 163), “esse é um dos testes
não-paramétricos mais poderosos”, sendo obrigatório o fato de a variável analisada ser
medida em escala ordinal ou quantitativa. A aplicação do teste de diferença de médias tem
como objetivo verificar se existe diferença significativa entre as percepções iniciais e finais
dos alunos das disciplinas objeto de estudo.
Percebe-se que, para escolher o teste de diferença de médias mais adequado para
a pesquisa, é necessário primeiro identificar se as variáveis de estudo apresentam ou não
distribuição normal. Para verificar se os dados possuem uma distribuição normal, recorreuse ao teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S) e Shapiro-Wilk (S-W). O teste K-S “é um teste de
aderência que compara a distribuição de frequência acumulada de um conjunto de valores
observados da amostra com uma distribuição esperada ou teórica” (FÁVERO et al, 2009, p.
112). O teste S-W é uma alternativa ao teste K-S, e “também testa se a variável em estudo
possui ou não uma distribuição normal” (FÁVERO et al, 2009, p. 114).
Para testar a hipótese H4, foi usada a técnica estatística de dependência
denominada de correlação canônica. Essa técnica permite a avaliação da relação entre
variáveis indenpendentes múltiplas (métricas ou não métricas) e variáveis dependentes
também múltiplas (métricas ou não métricas) (FÁVERO et al, 2009). A análise de
correlações canônicas tem como objetivo resumir a informação de cada conjunto de
variáveis-resposta em combinações lineares, sendo que a escolha dos coeficientes dessas
combinações é feita tendo-se como critério a maximização da correlação entre os conjuntos
de variáveis-resposta (MINGOTI, 2005). As combinações lineares que podem ser
construídas são chamadas de variáveis canônicas, e a correlação entre elas é chamada de
correlação canônica. Essa correlação mede o grau de associação entre os dois conjuntos
de variáveis.
As variáveis canônicas são resultantes de combinações lineares dos vetores X e Y.
A cada estágio do procedimento, duas combinações lineares são construídas, uma relativa
às variáveis que estão no vetor X e outra relativa às variáveis que estão no vetor Y.
Segundo Mingoti (2005), em cada estágio do procedimento, é construído um par de
variáveis canônicas (denominada de função). Esta técnica assegura que as variáveis
canônicas de uma função são não correlacionadas com as variáveis canônicas de outra
função. O número máximo possível de funções canônicas é igual ao número de variáveis do
menor conjunto, sejam dependentes ou independentes (FÁVERO et al, 2009).
As variáveis dependentes desta pesquisa são as onze variáveis representativas da
percepção final do estudante das disciplinas iniciais de contabilidade dos cursos de
Ciências Contábeis, Administração e Economia (ver Quadro 2). As variáveis explicativas
são as onze variáveis representativas da percepção inicial desses estudantes nessas
disciplinas (ver Quadro 2).
4
RESULTADOS
A Tabela 2 registra a quantidade de respondentes segregada por variáveis de
identificação: curso, disciplina, sexo, período regular, turno, primeira matrícula na disciplina
e sexo do professor. Percebe-se uma prevalência de discentes do sexo feminino no curso
de Ciências Contábeis (62%) e do sexo masculino nos cursos de Administração e Economia
(cerca de 60%). Aproximadamente, 94% dos respondentes, na data da aplicação dos
questionários, estavam cursando as disciplinas de contabilidade, objeto de estudo pela
primeira vez. A média de idade dos alunos do curso de Ciências Contábeis matriculados
nas disciplinas iniciais de contabilidade é de 20,3 anos, enquanto os alunos dos cursos de
Economia e Administração, juntos, constam média de idade de 21 anos. Os alunos que não
assinalaram o período regular e se era a primeira vez que estavam cursando a disciplina
foram classificados na opção “Outros”, na Tabela 2.
Para realizar os testes de comparação de médias, é preciso, primeiramente,
identificar se as variáveis revelam distribuição normal. Dessa forma, foram realizados os
testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk com o objetivo de averiguar a normalidade
das percepções iniciais e final dos estudantes. Os resultados obtidos rejeitam a hipótese de
normalidade, e, com isso, o teste paramétrico não pode ser utilizado. O teste que mais se
adapta às duas primeiras hipóteses desta pesquisa é o teste dos sinais por postos, de
Wilcoxon, uma vez que este teste é indicado para testar variáveis ordinárias ou contínuas
que não evidenciam distribuição normal (FÁVERO et al, 2009). Esse teste analisa os dados
pareados e leva em consideração a magnitude da diferença.
A Tabela 3 exibe um resumo das percepções iniciais e finais dos estudantes das
disciplinas iniciais de contabilidade dos cursos analisados (Ciências Contábeis e,
conjuntamente, Administração e Economia). Observa-se, nas colunas inicial e final da
Tabela 3, que a média das respostas, tanto na percepção inicial quanto na final, estão, na
maioria dos casos, acima do ponto neutro de 5,00 pontos (escala de 1 a 10). Já a variável
‘Chata’, percepção negativa sobre a disciplina, registra média inferior ao ponto neutro nas
duas percepções (5 pontos). Dessa forma, infere-se que os respondentes, tanto do curso de
Ciências Contábeis quanto dos cursos de Economia e Administração, possuem uma
percepção inicial positiva da disciplina de contabilidade introdutória.
Quanto à primeira hipótese da pesquisa, percebe-se que os estudantes do curso de
Ciências Contábeis demonstram uma percepção média inicial da disciplina de contabilidade
introdutória mais otimista do que os alunos dos cursos de Administração e Economia
(TABELA 3), corroborando essa hipótese. Esses resultados são semelhantes aos
resultados encontrados por Geiger e Ogilby (2000) e Mandilas, Kourtidis e Petasakis (2010).
As colunas z e p-value da Tabela 3 representam os resultados do teste Wilcoxon de
comparação de médias. Percebe-se, na coluna ‘Geral’, que, exceto as variáveis curso e
carreira, todas as outras apontam diferenças significativas entre as percepções médias
iniciais e finais dos estudantes da amostra. A variável professor é significante em nível de
10%, enquanto as demais variáveis são significantes em nível de 1%. Enquanto o tempo
despendido com a disciplina, a apreciação, a sensação de dificuldade, a percepção de que
a disciplina seria chata e a influencia do professor na utilidade da disciplina aumentaram,
comparando as percepções iniciais e finais dos alunos dos cursos pesquisados, houve
queda na sensação de gratificação pessoal, na motivação, na expectativa de aprendizado e
na nota. A nota final média, obtida pelos estudantes da amostra da pesquisa (6,62 no curso
de Ciências Contábeis e 6,64 no curso de Administração e Economia), foi significativamente
menor do que a nota final esperada (8,58 e 8,42, respectivamente), denotando que os
estudantes esperam que a disciplina seja fácil. Esses resultados são confirmados pelo
aumento significativo da média da variável dificuldade tanto no curso de Ciências Contábeis
(de 6,81 para 7,36) quanto nos cursos de Administração e Economia (de 5,64 para 6,22).
Dessa forma, aceita-se a segunda hipótese de pesquisa, sugerindo que a percepção dos
estudantes sobre as disciplinas iniciais de contabilidade dos cursos de Ciências Contábeis,
Administração e Economia muda ao longo do semestre letivo.
Variáveis
Int I
Feminino
27
Sexo
Masculino
13
Total
40
Idade
Média
20,4
primeiro
40
segundo
0
terceiro
0
quarto
0
Período
quinto
0
sétimo
0
Outros
0
Total
40
Integral
24
Turno
Noturno
16
Total
40
Sim
40
Cursando a
disciplina
Não
0
pela 1a.
Outros
0
Vez
Total
40
Feminino
40
Sexo do
Masculino
0
Professor
Total
40
Fonte: Elaborada pelos autores.
Tabela 2 – Perfil dos Respondentes
CC
ADM
ECO
Total
Cont
ContI
C&AB
Int II
II
No.
%
34
61
62%
7
9
3
24
37
38%
11
11
6
58
98
100%
18
20
9
20,1 20,3
21,6
20,6
20,7
0
40
41%
0
0
9
48
48
49%
0
0
0
2
2
2%
16
0
0
0
0
0%
2
19
0
2
2
2%
0
0
0
2
2
2%
0
0
0
4
4
4%
0
1
0
58
98
100%
18
20
9
27
51
52%
9
10
9
31
47
48%
9
10
0
58
98
100%
18
20
9
53
93
95%
18
18
8
5
5
5%
0
0
0
0
0
0%
0
2
1
58
98
100%
18
20
9
58
98
100%
0
10
0
0
0
0%
18
10
9
58
98
100%
18
20
9
ADM+ECO
No.
19
28
47
21,0
9
0
16
21
0
0
1
47
28
19
47
44
0
3
47
10
37
47
%
40%
60%
100%
19%
0%
34%
45%
0%
0%
2%
100%
60%
40%
100%
94%
0%
6%
100%
21%
79%
100%
TOTALCC+A
DM+ECO
No.
%
80
55%
65
45%
145 100%
20,6
49
34%
48
33%
18
12%
21
14%
2
1%
2
1%
5
3%
145 100%
79
54%
66
46%
145 100%
137
94%
5
3%
3
2%
145 100%
108
74%
37
26%
145 100%
Os resultados desta pesquisa são parcialmente divergentes daqueles encontrados
por Geiger e Ogilby (2000) e Mandilas, Kourtidis e Petasakis (2010). Geiger e Obilby (2000),
por meio do teste t, constataram significância nas variáveis curso, gratificante, chata,
motivação e nota. Ou seja, as percepções iniciais e finais médias dos estudantes desta
pesquisa, quanto a essas variáveis, são estatisticamente diferentes. Por outro lado,
Mandilas, Kourtidis e Petasakis (2010), analisando de forma conjunta os cursos de Ciências
Contábeis, Administração e Economia, por meio do teste de Wilcoxon, encontraram
diferenças apenas nas variáveis motivação e nota, ponderando que apenas para essas
variáveis as percepções iniciais e finais médias são diferentes.
Destaca-se que as variáveis gratificante, motivação e aprendizado expuseram
diferenças significativas entre as percepções iniciais e finais apenas no curso de Ciências
Contábeis (TABELA 3), evidenciando queda significativa na percepção de gratificação da
disciplina, na motivação e na expectativa de aprendizado. Enquanto que apreciação e
professor registraram médias estatisticamente diferentes para tais percepções apenas nos
cursos de Administração e Economia, sugerindo aumento nas percepções dessas variáveis.
Na Tabela 4, são divulgadas médias das percepções iniciais e finais dos estudantes
das disciplinas iniciais de contabilidade dos cursos analisados (Ciências Contábeis e,
conjuntamente, Administração e Economia). Além disso, são apresentados os resultados do
teste de Mann-Whitney para a comparação das médias das percepções iniciais dos dois
grupos de estudo (grupo 1 - Ciências Contábeis e grupo 2 - Administração e Economia) e
para a comparação das médias das percepções finais também para esses grupos. As
percepções iniciais médias, entre os cursos de Ciências Contábeis e Administração e
Economia, são significativamente diferentes em nível de 1% para as variáveis: curso,
carreira, gratificante, tempo, apreciação, dificuldade, motivação e aprendizado. Todas as
variáveis que diferem significativamente nas percepções iniciais também diferem nas
percepções finais, exceto as variáveis: gratificante e motivação.
Variável
Curso
Carreira
Gratificante
Tempo
Ansioso
Dificuldade
Chata
Motivação
Aprendizado
Professor
Nota
I
9,77
9,67
9,24
6,78
6,97
6,81
3,48
8,43
9,53
6,68
8,58
Tabela 3 – Teste de Média das Percepções Iniciais e Finais
Ciências Contábeis
Administração e Economia
F
I
F
I
z
p-value
z
p-value
9,54 -1,00 0,316
8,05 7,48 -0,97 0,330
9,24
9,54 -0,92 0,359
8,26 7,50 -0,86 0,389
9,18
8,04 -4,40 0,000 ***
7,71 7,13 -0,19 0,849
8,80
7,47 -1,97 0,049 ***
4,03 5,00 -2,73 0,006 ***
5,85
7,16 -1,14 0,255
5,55 6,67 -2,34 0,019 **
6,42
7,36 -1,89 0,059 **
5,64 6,22 -2,87 0,004 ***
6,29
4,57 -2,39 0,017 **
4,00 4,38 -2,07 0,038 **
3,65
6,95 -4,67 0,000 ***
6,86 5,98 -0,84 0,403
7,89
8,99 -3,00 0,003 ***
8,07 7,68 -0,50 0,618
9,07
6,91 -0,85 0,393
6,68 6,92 -1,77 0,078 *
6,62
6,62 -7,07 0,000 ***
8,42 6,64 -5,42 0,000 ***
8,56
F
8,94
8,96
7,88
6,78
6,87
7,17
4,68
6,72
8,63
7,08
6,64
Geral
z
-1,49
-1,26
-3,73
-3,24
-2,20
-3,22
-3,08
-4,28
-2,57
-1,84
-8,82
p-value
0,136
0,209
0,000 ***
0,001 ***
0,028 ***
0,001 ***
0,002 ***
0,000 ***
0,010 ***
0,066 *
0,000 ***
Fonte: Elaborada pelos autores.
Nota: ***, ** e * denotam a significância estatística das estimativas nos níveis de 1%, 5% e 10%, respectivamente. A
sigla I representa a percepção inicial, enquanto a sigla F representa a percepção final. Os resultados do teste de
Wilcoxon são representados pela estatística z e o p-value.
A média da percepção inicial dos estudantes dos cursos analisados revelou-se
semelhante para as variáveis: chata, professor e expectativa de nota (TABELA 4).
Especificamente, analisando cada um das variáveis da Tabela 4, tem-se que, em média, os
alunos do curso de Ciências Contábeis da amostra da pesquisa no início do semestre letivo
de 2012 (coluna de percepção inicial):
• consideram que a disciplina inicial de contabilidade irá ajudar no desempenho no curso
(9,77) e na carreira (9,67), bem como julgam ser pessoalmente gratificante ter um bom
desempenho nesta disciplina (9,24), em maior proporção do que os estudantes dos
demais cursos analisados (8,05, 8,26 e 7,71, respectivamente);
• esperam despender mais tempo de estudo para esta disciplina (6,78), quando a
compararam com as demais disciplinas que estão cursando no semestre letivo, do que
os alunos dos demais cursos (4,03);
• demonstraram-se mais ansiosos por cursar as disciplinas iniciais de contabilidade (6,97)
do que os estudantes do curso de Administração e Economia (5,55);
• acreditam que a disciplina será mais difícil (6,81) do que as demais (5,64);
• sentem-se mais motivados (8,43) e esperam aprender muito mais nesta disciplina (9,53)
do que os alunos dos outros cursos pesquisados (6,86 e 8,07, respectivamente);
• de maneira equivalente aos estudantes dos cursos de Administração e Economia,
acreditam que o professor irá afetar-lhes a opinião sobre a utilidade da disciplina (6,68).
Dessa forma, infere-se que os alunos do curso de Ciências Contábeis da amostra da
pesquisa, no início do semestre letivo, percebem as disciplinas iniciais de contabilidade
como sendo mais relevantes para seu desempenho acadêmico e profissional do que os
discentes dos cursos de Administração e Economia.
No final do semestre, os estudantes do curso de Ciências Contábeis acreditavam,
significativamente, mais do que os alunos dos cursos de Administração e Economia que a
disciplina inicial de contabilidade os ajudará a ter um bom desempenho no curso e na
carreira. Além disso, os estudantes da área contábil, quando comparados àqueles das
outras áreas de estudo, perceberam que: 1) despenderam um tempo maior na disciplina; 2)
apreciaram mais cursar a disciplina; 3) a disciplina foi mais difícil; 4) aprenderam mais na
disciplina do que os outros alunos. Por outro lado, a percepção final média dos estudantes
sobre as disciplinas iniciais dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Economia
são semelhantes com relação às variáveis: gratificação, chata, motivação, professor e nota
final.
Variável
Curso
Carreira
Gratificante
Tempo
Apreciação
Dificuldade
Chata
Motivação
Aprendizado
Professor
Nota
Tabela 4 - Teste de Média das Percepções Iniciais e Finais entre os Cursos
Percepção Inicial
Percepção Final
CC
ADM/ECO
CC
ADM/ECO
z
p-value Sig.
z
p-value
9,77
8,05
-7,20
0,000 ***
9,54
7,48
-6,68
0,000
9,67
8,26
-6,32
0,000 ***
9,54
7,50
-6,45
0,000
9,24
7,71
-4,59
0,000 ***
8,04
7,13
-1,13
0,260
6,78
4,03
-5,81
0,000 ***
7,47
5,00
-4,25
0,000
6,97
5,55
-3,53
0,000 ***
7,16
6,67
-2,08
0,038
6,81
5,64
-3,81
0,000 ***
7,36
6,22
-1,77
0,077
3,48
4,00
-1,23
0,219
4,57
4,38
-0,71
0,479
8,43
6,86
-4,12
0,000 ***
6,95
5,98
-1,39
0,165
9,53
8,07
-5,44
0,000 ***
8,99
7,68
-3,62
0,000
6,68
6,68
-0,43
0,666
6,91
6,92
-1,11
0,268
8,58
8,42
-0,83
0,404
6,62
6,64
-0,49
0,624
Sig.
***
***
***
**
*
***
Fonte: Elaborada pelos autores.
Nota: ***, ** e * denotam a significância estatística das estimativas nos níveis de 1%, 5% e 10%, respectivamente. A sigla CC
representa o curso de Ciências Contábeis, enquanto a sigla ADM/ECO representa a percepção conjunta dos cursos de
Administração e Economia. Os resultados do teste de Mann-Whitney são representados pela estatística z e o p-value.
Diante do exposto na Tabela 4, tem-se que a percepção inicial e final dos estudantes
do curso de Ciências Contábeis, sobre as disciplinas de contabilidade ministradas no início
dos cursos, é diferente daquelas dos discentes dos cursos de Administração e Economia,
corroborando a terceira hipótese de pesquisa.
4.1
Correlações Canônicas
Os resultados dos testes estatísticos para análise de significância das correlações
canônicas são registrados na Tabela 5. Primeiramente, considerando que o número de
funções canônicas (FC) é o conjunto com menor número de variáveis (FAVERO et al, 2009)
e que a quantidade de variáveis dependentes, neste estudo, é igual à quantidade de
variáveis explicativas, tem-se que o número de funções canônicas é onze (FC1 a FC11).
Para cada uma dessas funções, foi calculada a correlação canônica, as estatísticas R2 e F e
o índice de redundância.
A correlação canônica reflete a força da relação em cada par de variáveis canônicas.
O R2 canônico é o resultado da correlação canônica ao quadrado e reflete a porção da
variância de um conjunto canônico explicada pelo outro conjunto canônico, ou seja, a
porção da variância compartilhada entre os dois conjuntos canônicos (FÁVERO et al, 2009).
A correlação canônica entre as variáveis representativas das percepções iniciais e finais na
função FC1 é de 0,663 e o R2 canônico é de 0,440. Percebe-se que essa correlação é
decrescente entre as funções, ou seja, a função FC1 apresenta o maior poder explicativo
entre as variáveis de estudo (TABELA 5).
Quando analisadas separadamente, apenas as três primeiras funções são
significantes em nível de 95% de confiança (probabilidade da estatística F = 0,000, 0,000 e
0,011, respectivamente). Porém, quando analisados os testes multivariados Lambda de
Wilks, Traço de Pillais e Traço de Hotelling, percebe-se que as onze funções tomadas
coletivamente são estatisticamente significantes (probabilidade < 0,05).
O índice de redundância registrado na Tabela 5 é semelhante ao R2, que seria
resultante de uma regressão (FÁVERO et al, 2009). Esse índice mostra a porcentagem de
variância, em um conjunto de variáveis, que pode ser explicada pela variância no outro
conjunto, de acordo com Hair et al (2005). Segundo esses autores, não existe orientação
sobre o índice de redundância mínimo aceitável. Logo, a medida de redundância total das
variáveis dependentes e explicativas é igual a 21,786%. Ou seja, as percepções iniciais dos
estudantes sobre a disciplina de contabilidade introdutória influenciam 21,786% da variância
das percepções finais desses estudantes, sendo grande parte dessa variância gerada pela
primeira função canônica (11,841%).
Função Canônica
FC1
FC2
FC3
FC4
FC5
FC6
FC7
FC8
FC9
FC10
FC11
Estatística
Lambda de Wilks
Traço de Pillais
Traço de Hotelling
Tabela 5 – Testes Estatísticas das Funções Canônicas
Correlação
2
Estatística F
Probabilidade
R canônico
canônica
0,663
0,440
121,000
0,000
0,575
0,330
100,000
0,000
0,471
0,221
81,000
0,011
0,432
0,186
64,000
0,072
0,411
0,169
49,000
0,252
0,298
0,089
36,000
0,667
0,240
0,058
25,000
0,745
0,229
0,053
16,000
0,709
0,168
0,028
9,000
0,773
0,124
0,015
4,000
0,724
0,028
0,001
1,000
0,756
Testes multivariados de significância
Valor
Estatística F aproximada
0,154
121,000
1,591
121,000
2,256
121,000
Índice de
Redundância
11,841
3,399
1,958
1,734
1,379
0,596
0,347
0,259
0,174
0,094
0,005
21,786
Probabilidade
0,000
0,000
0,000
Fonte: Elaborada pelos autores.
Com a relação canônica (estatística F), considera-se estatisticamente significante,
com a magnitude da raiz canônica (R2 canônico) e do índice de redundância aceitáveis,
pode-se continuar com a análise dos resultados. Na Tabela 6, são ilustradas as cargas
canônicas para as variáveis dependentes e independentes para as onze funções canônicas.
A carga canônica reflete a relação bivariada entre determinada variável e a variável
canônica (FAVERO et al, 2009). Ou seja, a carga canônica de cada variável reflete a
variância que a variável compartilha no conjunto canônico. Logo, quanto maior o coeficiente,
maior a importância da variável na derivação do conjunto canônico.
Dentre as onze variáveis dependentes, a Carreira é a que apresenta maior carga
canônica na FC1 (0,864), seguida das variáveis Curso (0,794), Aprendizado (0,687) e
Gratificante (0,540). Essas variáveis são as mais importantes para essa função. Com
relação às variáveis independentes, as variáveis Curso (0,791), Carreira (0,784),
Aprendizado (0,757), Gratificante (0,733), Motivação (0,682) e Ansioso (0,633) são as mais
relevantes para a função FC1. Dessa forma, levando-se em conta inclusive os sinais
positivos das cargas, pode-se concluir que a percepção inicial dos discentes sobre as
variáveis curso, carreira, gratificante, ansioso, motivação e aprendizado têm um impacto
positivo na percepção final dos discentes sobre as variáveis curso, carreira, gratificante e
aprendizado. Essas relações, obtidas a partir das cargas canônicas expostas na Tabela 6,
são resumidos na Tabela 7.
Infere-se, a partir dos resultados divulgados nas Tabelas 6 e 7, que:
• FC1 - quanto mais motivado estiver o aluno no início da disciplina de contabilidade
introdutória, quanto mais o aluno estiver ansioso por cursar essa disciplina, quanto
maior a expectativa de aprendizado, de gratificação, de importância dessa disciplina
para o desempenho do aluno no curso e na carreira, melhor será a percepção de
aprendizado, de motivação, de gratificação e de importância da disciplina para o
desempenho no curso e na carreira no final do semestre letivo.
• FC2 - a percepção inicial do aluno sobre a possibilidade de o professor afetar a sua
opinião sobre a utilidade da disciplina afetou positivamente a percepção final sobre essa
variável. Esse resultado é coerente com o teste de média exibido na Tabela 4, onde a
•
•
•
•
média da percepção inicial não é diferente da média da percepção final dos estudantes
para a variável professor.
FC4 - quanto maior a percepção inicial do estudante de que a disciplina será difícil e
será chata, menor a ansiedade do aluno por cursar essa disciplina.
FC5 - quanto maior a disposição inicial do aluno em gastar mais tempo com a disciplina
de contabilidade introdutória do que com as outras disciplinas do semestre, maior será o
tempo dispêndido para este fim.
FC9 - quanto menor a expectativa de nota na disciplina, maior a percepção final de que
a disciplina foi difícil e chata.
FC10 – quanto maior a percepção inicial do estudante de que a disciplina será difícil
menor será a nota obtida por esse discente no final do semestre.
Tabela 6 – Cargas entre as Variáveis Dependentes e Independentes e as Variáveis Canônicas
Carga canônica
Variável
FC1
FC2
FC3
FC4
FC5
FC6
FC7
FC8
FC9
FC10
Variáveis dependentes (percepção final)
0,794 -0,025 -0,402
Curso
0,358
0,045
0,038
0,220 -0,107
0,005 -0,072
0,864
Carreira
0,009 -0,207
0,004
0,059 -0,211
0,205 -0,179
0,088 0,132
0,540
Gratificante
0,286
0,033
0,488 -0,070 -0,301
0,203
0,137
0,177 0,439
0,777
Tempo
0,472
0,199 -0,079 -0,006
0,005 -0,172 -0,099 -0,014 0,156
0,487
Ansioso
0,394
0,121
0,350
0,382
0,166
0,218 -0,158
0,229 0,003
0,646 -0,464
Dificuldade
0,004
0,133 -0,213 -0,310
0,036 -0,246 -0,200 -0,092
0,646 -0,464
Chata
-0,466 -0,011 -0,493 -0,377
0,204 -0,283
0,411 -0,092
0,390
Motivação
0,372
0,367
0,382
0,112 -0,407
0,052 -0,328 -0,332 -0,099
0,687
Aprendizado
0,390 -0,010
0,102
0,059 -0,027
0,323
0,372 -0,184 -0,258
0,822 -0,350 -0,021 -0,235
Professor
0,053
0,182 -0,062 -0,250
0,147 -0,049
0,480
Nota Final
0,265
0,100
0,305
0,158 -0,155
0,363 -0,355
0,037 0,367
Variáveis independentes (percepção inicial)
0,791 -0,018 -0,402
Curso
0,033 -0,100 -0,030 -0,237 -0,111
0,011 0,043
0,784 -0,269 -0,024 -0,340 -0,230
Carreira
0,234 -0,137 -0,195 -0,174 0,033
0,733
Gratificante
0,310 -0,029 -0,163 -0,183 -0,064
0,050
0,517
0,037 -0,120
0,598 -0,096 -0,209
Tempo
0,383
0,206 -0,227 -0,431
0,033 -0,252 0,312
0,633
Ansioso
0,366
0,268 -0,032
0,470
0,265
0,088 -0,147
0,177 0,154
Dificuldade
0,230
0,060 -0,078 -0,569
0,345 -0,285 -0,059 -0,269
0,161 -0,558
Chata
-0,402
0,150 -0,430 -0,428 -0,145 -0,083
0,565 -0,175 -0,188 -0,035
0,682
Motivação
0,131
0,050
0,169
0,140 -0,230
0,096 -0,368
0,112 0,123
0,757 -0,124 -0,357
Aprendizado
0,123
0,088
0,322 -0,039
0,122 -0,051 -0,232
0,718 -0,116 -0,048 -0,110
Professor
0,020
0,239 -0,411 -0,212 -0,292 -0,238
Nota Inicial
0,298 -0,102
0,110
0,454
0,207 -0,194
0,200 -0,083 -0,679 -0,214
FC11
0,106
0,251
0,084
-0,253
0,415
-0,312
-0,312
-0,140
-0,132
0,140
-0,392
-0,360
-0,032
-0,125
0,025
-0,129
-0,018
-0,183
0,492
0,291
0,208
-0,220
Fonte: Elaborada pelos autores.
Função
FC1
FC2
FC4
FC5
FC9
FC10
Tabela 7 – Relações entre Percepção Final e Inicial
Variáveis Dependentes
Variáveis Independentes
( Percepção Final)
(Percepção Inicial)
Curso, Carreira, Gratificante ,
Curso, Carreira, Gratificante, Ansioso,
Aprendizado e Motivação (2ª. opção)
Motivação e Aprendizado
Professor
Professor
Ansioso
Dificuldade, chata (3ª. opção)
Tempo
Tempo
Dificuldade, Chata
Nota Inicial
Nota Final (2ª Opção)
Dificuldade
Impacto
positivo
positivo
negativo
positivo
negativo
negativo
Fonte: Elaborada pelos autores.
O último estágio da estimativa das correlações canônicas envolve a validação dos
resultados por meio da análise de sensibilidade, de acordo com Hair et al (2005). Para esse
autor (2005, p. 370), “uma abordagem adequada é a avaliar a sensibilidade dos resultados
quanto à remoção de uma variável dependente e/ou independente”. Na Tabela 8, são
registrados os resultados da análise de sensibilidade para a função FC1. As cargas
canônicas são examinadas quanto à estabilidade quando as variáveis nota inicial, professor
e ansioso são omitidas da análise.
Variável
Curso
Carreira
Gratificante
Tempo
Ansioso
Dificuldade
Chata
Motivação
Aprendizado
Professor
Nota Final
Curso
Carreira
Gratificante
Tempo
Ansioso
Dificuldade
Chata
Motivação
Aprendizado
Professor
Nota Inicial
Tabela 8 – Análise de Sensibilidade
Coeficiente
Resultados FC1 após a eliminação
Padronizado Original
de:
FC1
Nota Inicial
Professor Ansioso
Variáveis dependentes (percepção final)
0,794
0,792
0,787
0,802
0,864
0,867
0,858
0,869
0,540
0,531
0,561
0,531
0,472
0,468
0,481
0,443
0,394
0,369
0,399
0,356
0,004
0,028
0,014
0,007
-0,466
-0,447
-0,472
-0,454
0,390
0,362
0,423
0,368
0,687
0,685
0,717
0,661
0,053
0,089
0,134
0,024
0,265
0,259
0,275
0,239
Variáveis independentes (percepção inicial)
0,791
0,803
0,789
0,805
0,784
0,791
0,763
0,795
0,733
0,746
0,757
0,725
0,383
0,395
0,395
0,37
0,633
0,634
0,658
omitida
0,230
0,240
0,231
0,208
-0,402
-0,383
(0,389)
-0,387
0,682
0,679
0,690
0,677
0,757
0,763
0,746
0,768
0,020
0,039
omitida
-0,02
0,298
omitida
0,288
0,301
Fonte: Elaborada pelos autores.
Percebe-se, na Tabela 8, que as cargas canônicas da FC1 são estáveis e
consistentes nos três casos em que uma variável independente (nota inicial, professor e
ansioso) é eliminada.
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de identificar se existe relação entre as
percepções iniciais e finais dos alunos sobre as disciplinas de contabilidade ministradas no
início dos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Economia, de uma universidade
pública mineira. Participaram da pesquisa 145 estudantes matriculados nesses cursos, no
segundo semestre letivo de 2012. Foram utilizados os testes de Wilcoxon e de MannWhitney, para verificar se as médias das percepções iniciais e finais dos estudantes são
significativamente diferentes entre os cursos. A análise de correlação canônica foi usada
para avaliar a relação entre as variáveis independentes múltiplas (percepção inicial) e as
variáveis dependentes também múltiplas (percepção final).
Os resultados da pesquisa corroboram as quatro hipóteses da pesquisa, sugerindo
que: 1) os alunos do curso de Ciências Contábeis têm uma percepção inicial sobre as
disciplinas de contabilidade ministradas no início do curso mais otimista do que aquela dos
alunos dos cursos de áreas afins à contabilidade (Administração e Economia), apesar de os
três cursos apresentarem percepções iniciais positivas sobre essas disciplinas; 2) a
percepção dos estudantes sobre essas disciplinas muda ao longo do semestre letivo; 3) a
percepção inicial e final dos estudantes do curso de Ciências Contábeis, sobre as
disciplinas de contabilidade ministradas no início dos cursos, é diferente daquelas dos
discentes dos cursos de Administração e Economia; 4) percepção inicial dos estudantes da
amostra sobre essas disciplinas afeta a percepção final e a nota final desses alunos nessas
disciplinas.
Especificamente, os resultados apontam que os alunos do curso de Ciências
Contábeis da amostra da pesquisa, no início do semestre letivo, percebem as disciplinas
iniciais de contabilidade como sendo mais relevantes para seu desempenho acadêmico e
profissional do que os discentes dos cursos de Administração e Economia. De acordo com
as médias das percepções finais, os estudantes do curso de Ciências Contábeis
despendem mais tempo com as disciplinas iniciais de contabilidade, apreciam e aprendem
mais na disciplina do que os estudantes dos outros cursos analisados.
Além disso, as correlações canônicas sugerem que quanto maior a percepção inicial
do estudante de que a disciplina será difícil e será chata, menor a ansiedade do aluno por
cursar essa disciplina; quanto menor a expectativa de nota no início do semestre na
disciplina, maior a percepção final de que a disciplina foi difícil e chata, e quanto maior a
percepção inicial do estudante de que a disciplina será difícil, menor será a nota obtida por
esse discente no final do semestre.
Os resultados desta pesquisa corroboram aqueles encontrados por Geiger e Ogilby
(2000) e Mandilas, Kourtidis e Petasakis (2010), resultando na relevância de considerar a
percepção dos discentes sobre as disciplinas iniciais de contabilidade como um fator que
pode afetar o desempenho dos estudantes nessas disciplinas.
Este é um estudo exploratório, que pode ser usado como base para o entendimento
das percepções dos estudantes sobre as disciplinas de contabilidade ministradas no início
dos cursos de graduação. As principais limitações deste estudo são o tamanho pequeno da
amostra (apenas uma universidade pública brasileira) e apenas um semestre letivo. Futuras
pesquisas podem valer-se de uma amostra representativa dos estados brasileiros e um
horizonte temporal maior.
GUIA DE DISCUSSÃO
1. A percepção inicial dos alunos do curso de Ciências Contábeis sobre a disciplina de
contabilidade introdutória é mais otimista do que aquela dos alunos de Administração e
Economia.
2. a percepção dos estudantes sobre a disciplina de contabilidade introdutória muda ao
longo do semestre letivo.
3. a percepção inicial e final dos estudantes do curso de Ciências Contábeis, sobre as
disciplinas de contabilidade ministradas no início dos cursos, é diferente daquelas dos
discentes dos cursos de Administração e Economia.
4. percepção inicial dos estudantes da amostra sobre essas disciplinas afeta a percepção
final e a nota final desses alunos nessas disciplinas.
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Currículo dos autores
Patrícia de Souza Costa
Contadora. Doutora em Contabilidade pela Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). Mestre
em Ciências Contábeis pelo Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de PósGraduação em Ciências Contábeis (UNB/UFPB/UFPE/UFRN).
Professora de Contabilidade no curso de Ciências contábeis da Faculdade de
Ciências Contábeis da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Gilvania de Sousa Gomes
Professora no curso de Ciências contábeis da Faculdade de Ciências Contábeis
da na Universidade Federal de Uberlândia (desde 2013); mestre em
Administração pela Universidade Federal de Uberlândia (2013); Especialista em
gestão de micro e pequenas empresas pela Universidade Federal de Lavras
(2010); graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de
Uberlândia (2004).
Pâmmella Paiva Batalhone
Estudante. Graduação em andamento no curso de Ciências Contábeis oferecido
pela Faculdade de Ciências Contábeis (FACIC) na Universidade Federal de
Uberlândia.
Discente do terceiro período do curso de Ciências Contábeis na Universidade
Federal de Uberlandia.
Neilson Alves Rosa
Graduando do 4° Período em Ciências Contábeis, na Universidade Federal de
Uberlândia (UFU).
Estagiário na Escola Técnica de Saúde da UFU.
E-mail para contato: [email protected]
Pseudônimos:
Patrícia de Souza Costa: Alfa
Gilvania de Sousa Gomes: Beta
Neilson Alves Rosa: Gama
Pâmmella Paiva Batalhone: Delta