Junho - Adventist World

Transcrição

Junho - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Ju n h o 2 0 0 9
Movimento
Profétıco
s i n g u l a r
ARTIGO ESPECIAL
Precisa-se de Trabalhadores para a Colheita
Veja página 18
Junho 2009
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial............................. 3
Notícias do Mundo
M I S S Ã O
A D V E N T I S TA
3
A R T I G O
D E
C A P A
Movimento Profético Singular
Por James R. Nix ......................................................................... 14
Começou pequeno e insignificante, mas não permaneceu assim.
Notícias & Imagens
Janela
7
Burundi por Dentro
Visão Mundial
8
Integridade: Abertura e
Confiança
SAÚDE
Exercício — Em
Qualquer Idade ............. 11
Por Allan R. Handysides e
Peter N. Landless
DEVOCIONAL
Metáforas de Amizade Por Ross Chadwick ........................ 12
PERGUNTAS
A R T I G O
Por Angel Manuel Rodríguez
Não precisamos caminhar sozinhos; nem devemos
E S P E C I A L
Precisa-se de Trabalhadores para a Colheita
Por Homer Trecartin ................................................................... 18
O evangelho está indo a todo o mundo e nós podemos ajudar.
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Fé, não Sentimento Por Ellen G. White ............................... 21
BÍBLICAS
Educação
Superior ........................... 26
ESTUDO
BÍBLICO
O Incomparável
Jesus .................................. 27
Por Mark A. Finley
Você conhece a diferença?
INTERCÂMBIO
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
Futebol ou Fé? Por Jeffrey O. Brown ..................................... 22
Quando chegou a hora de escolher, ele escolheu.
SERVIÇO
ADVENTISTA
Legado de Fé Por Hans Olson ................................................ 24
Na África, o caminho para o futuro começa no passado.
29
30
30
31
MUNDIAL
Cartas
O Lugar de Oração
Fazendo a Diferença
Intercâmbio de Ideias
O Lugar das
Pessoas ............................. 32
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 6, junho de 2009.
2
Adventist World | Junho 2009
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Uma Questão de Compaixão
“Vendo Ele as multidões, compadeceu-Se
delas” (Mt 9:36).
lguém escreveu que o motivo principal de ter essa
frase sido registrada no Evangelho de Mateus é que ela
sublinha a singularidade de Jesus – Sua incrível habilidade de
superar a hostilidade natural da multidão e imaginar a santa
alegria em seus olhos, como indivíduos redimidos.
É assim que reagimos com as multidões ao nosso redor,
nas cidades e bairros em que moramos? Você se compadece
delas? Ou estamos satisfeitos pelo fato de que essas pessoas
permanecem sem rosto, sem nome, às quais evitamos na ebulição das ruas e calçadas? Será que sofremos quando vemos a
tristeza das crianças que ficam nas esquinas a mendigar o pão,
ou o desespero dos desabrigados e doentes mentais que se
apinham nas grandes cidades?
Será que nosso coração sangra quando vemos nossos vizinhos serem discriminados por líderes religiosos e políticos inescrupulosos, que tomam seu dinheiro e destroem seus sonhos?
Somos levados às lágrimas quando eles são manipulados por
propagandas e levados a comprar novos celulares e “brinquedos”
eletrônicos atualizados? Será que nos importamos com o fato
de tantos gastarem horas sem fim atirando em inimigos imagi-
A
nários através de videogames ou dançando freneticamente com
músicas que entorpecem a mente, se divertindo até a morte?
Alguns cristãos talvez pensem que as multidões merecem
o que estão recebendo. Talvez não mereçam nossas lágrimas
e nosso tempo. Talvez não valham o esforço necessário de
nos aproximarmos para ver suas lágrimas e temores secretos.
Fizeram a pior escolha quando a “pia da vida” estava transbordando; agora deixemos que reconheçam seu erro e que eles
mesmos enxuguem seu próprio chão. Talvez aprendam a lição.
As Escrituras, porém, dizem que Jesus teve compaixão
deles – que Seu coração e mente foi à procura deles antes que
fizessem qualquer movimento em Sua direção. E nós, temos
compaixão? Ou, hoje à noite, necessitamos orar ajoelhados
e confessar que talvez o maior obstáculo para o crescimento
do reino de Deus em nossa vizinhança pode ser nossa atitude
discriminatória?
Estou orando e pedindo a compaixão de Jesus ao observar
as multidões que enchem o mundo ao meu redor. Se esperar
por minha própria vontade, não conseguirei ser como Ele.
Neste mês, una-se a mim e peça pela graça especial de viver
acima dos temores e preconceitos para que amemos verdadeiramente aqueles por quem Cristo Se sacrificou.
— Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
BEM-VINDO A BORDO: Jan Paulsen, presidente da Igreja Adventista do
Sétimo Dia mundial, dá as boas-vindas a Karnik Doukmetzian, novo diretor
geral do Departamento Jurídico da sede mundial da igreja. O Comitê
Executivo elegeu Doukmetzian no dia 5 de abril.
Junho 2009 | Adventist World
A N S E L
■ O Comitê Executivo da Igreja
Adventista elegeu, no dia 5 de abril de
2009, Karnik Doukmetzian como vicepresidente do Adventist Risk Management [ARM] (Gestão de Riscos), com
mais de 25 anos de experiência na área
de Direito, para dirigir o Departamento
Legal da Associação Geral.
“Estou ansioso para trabalhar com
cada um dos senhores e com o presidente Jan Paulsen, de modo a proteger
os interesses da igreja”, disse ele ao
Comitê Executivo, durante o Concílio
da Primavera de 2009.
O L I V E R / A N N
Doukmetzian, magistrado
experiente, é o novo
Advogado Geral para a
Igreja Adventista
3
A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
Doukmetzian substitui Robert E.
Kyte, que ocupou a função nos últimos
quatro anos e aceitou um cargo no
conselho geral da Healthwise, entidade
sem fins lucrativos de educação do
consumidor, localizada em Boise,
Idaho, Estados Unidos. Kyte, anteriormente, atuou como consultor externo
para a empresa por 15 anos, quando
atuava na área privada.
O Departamento Legal Geral, no
momento, emprega cinco advogados
para oferecer assessoria jurídica para
as entidades da sede mundial da igreja,
principalmente na área de impostos,
pensão, liberdade religiosa, emprego,
leis de imigração e litígio.
Doukmetzian, 54, nasceu na Grécia
e foi criado no Canadá. Graduou-se
em Direito pela Universidade de
Windsor, Ontário, Canadá, em 1982.
Posteriormente, representou empresas
de seguro na iniciativa privada e serviu
como advogado geral e diretor de Relações Públicas e Liberdade Religiosa
da Igreja Adventista do Sétimo Dia no
Canadá.
Doukmetzian serviu no Adventist
Risk Management por 12 anos, primeiro como advogado em representações
judiciais e, nos últimos oito anos,
como vice-presidente, supervisor das
companhias de seguro, de serviços de
crédito e corretoras da igreja.
Apresentador frequente nas reuniões
da ARM, incluindo as conferências
anuais da gestão de riscos e simpósios
da presidência, Doukmetzian desafiou
os líderes da igreja a assumir responsabilidades por suas ações e a
concentrar-se na gestão em áreas que
possam resultar em eventuais pedidos
de indenização contra a igreja.
“Seu impacto nessa tarefa, ao longo
dos anos, tem sido importante”, disse
o presidente da ARM, Robert Sweezy.
“Ele tem agora uma grande oportunidade de continuar servindo à igreja
e realizar o que mais gosta de fazer,
4
Adventist World | Junho 2009
isto é, protegê-la por todos os meios
possíveis.
Robert Lemon, tesoureiro da Associação Geral da Igreja Adventista do
Sétimo Dia e presidente da comissão
diretiva da ARM, trabalhou com
Doukmetzian no Canadá: “O que mais
apreciei ao trabalhar com ele, mesmo
na primeira vez em que trabalhamos
juntos no Canadá, não é apenas sua
habilidade jurídica, mas o conhecimento que tem da igreja e de sua
missão. Tenho certeza de que ele trará
a mesma determinação para o Departamento Legal da Associação Geral.”
“Foi um prazer trabalhar com
ele na ARM, e creio que ele trará ao
escritório a energia, concentração e
praticidade com princípios cristãos”,
disse Kyte.
Após a faculdade, Doukmetzian
frequentou Escola de Direito nos
Estados Unidos e buscou conselho dos
mais experientes advogados adventistas canadenses. “Vá para o curso de
Direito e use seus talentos para servir à
igreja”, disseram a ele. Naquele tempo,
havia apenas quatro advogados adventistas no país.
Doukmetzian tem licença para
praticar a advocacia tanto no Canadá
como nos Estados Unidos. Ele assumiu
suas novas funções no mês de maio.
É casado com Loida Cortez Doukmetzian, professora na região de Washington, D.C. e são membros da Igreja
Adventista do Sétimo Dia de Sligo,
em Takoma Park, Maryland, Estados
Unidos. Eles têm um filho chamado
Joseph.
–Reportagem de Ansel Oliver, Rede
Adventista de Notícias, com informações
de Paula Webber, Adventist Risk
Management.
Rimoldi, Especialista em Liberdade
Religiosa, é Novo Contato Adventista
na ONU
■ Tiziano Rimoldi, um adventista do
sétimo dia italiano e especialista nas
relações igreja-estado, foi nomeado
como representante da igreja mundial
nas Nações Unidas.
Em sua nova função, o professor
e autor Rimoldi trabalhará fora do
Departamento de Relações Públicas e
Liberdade Religiosa da igreja mundial.
“É animador saber que vou fazer
parte de um departamento em que as
pessoas são altamente especializadas
e comprometidas”, disse Rimoldi, ao
saber de sua nomeação no dia 6 de
abril de 2009.
Atualmente, Rimoldi é professor
de Religião, Direito e Relações Sociais
no Colégio Adventista Italiano Villa
Aurora; é mestre pela Universidade
F O T O :
C O R T E S I A
PA R L
NOVO REPRESENTANTE: Tiziano
Rimoldi, especialista nas relações
igreja-estado, servirá como contato
da Igreja Adventista nas Nações
Unidas. Rimoldi deseja expandir a
influência da igreja nos assuntos de
liberdade religiosa na ONU.
de Bologna, onde se concentrou na
relação igreja-estado, e possui título
doutoral em lei canônica/lei eclesiástica pela Universidade de Perugia.
Rimoldi substitui Jonathan
Gallagher, que ocupou o cargo por
oito anos.
Antes disso, Rimoldi trabalhou como contador para a União
Adventista da Itália e ocupava um cargo na Firma de Advocacia Longobardi,
em Roma.
Cidadão italiano, Rimoldi, 42, fala
italiano, é fluente em inglês, francês e
entende espanhol. Seus artigos foram
vastamente publicados em revistas
acadêmicas na área de lei e liberdade
religiosa. Atualmente, está pesquisando
o financiamento estatal da religião na
Irlanda e a construção de uma missão
adventista nos Camarões.
“Com sua grande experiência em
lei internacional e relações igreja-estado, Rimoldi explorará oportunidades
para a Igreja Adventista na ONU”,
disse John Graz, diretor de Relações
Públicas e Liberdade Religiosa para a
igreja Adventista mundial. “Sua habilidade para liderar coligações e analisar
resoluções será muito importante para
o trabalho da igreja no campo da liberdade religiosa.
Enquanto isso, Rimoldi assumirá
a maior parte das responsabilidades de
sua nova função, inclusive participando da próxima sessão da ONU,
diz Graz.
Além do contato da igreja na
ONU, as responsabilidades de Rimoldi
incluem participar do Concílio de Direitos Humanos em Genebra, reunir-se
com delegações governamentais na
sede mundial da ONU, em Nova York,
trabalhar com outras organizações
não-governamentais e colocar, na
agenda de coligações, itens concernentes à liberdade religiosa.
–Reportagem de Elizabeth Lechleitner,
Rede Adventista de Notícias.
F O T O
D E
A R Q U I V O ,
C O R T E S I A
D A
R E V I S TA
M I N I S T R Y
SÁBADO ESPECIAL: Nikolaus Satelmajer,
editor da revista Ministry, liderou um
esforço no sentido de apoiar o “Sábado da
Criação” para a igreja. Votado pelo Comitê
Executivo da igreja, o dia especial está
programado para 24 de outubro.
Adventistas Votam “Sábado da
Criação” em Outubro
■ Nikolaus Satelmajer teve a ideia,
após saber que centenas de igrejas e
sinagogas celebram “Fim de Semana
da Evolução” há três anos.
Satelmajer, editor da revista
Ministry (Ministério) pensou: “Por
que não ter um dia para enfatizar a
criação?”
Em abril, os líderes mundiais da
denominação aceitaram a ideia e votaram aprovar o “Sábado da Criação”,
um dia para enfatizar Deus como
Criador. Sábado, 24 de outubro, foi o
dia escolhido.
“Não será um debate entre
evolução e criação, mas ênfase no fato
de que Deus é nosso Criador”, disse
Satelmajer aos delegados reunidos
na sede mundial da igreja, em Silver
Spring, Maryland, Estados Unidos.
O Fim de Semana da Evolução
ocorre todos os anos no fim de
semana mais próximo ao aniversário
do cientista Charles Darwin, autor do
livro A Origem das Espécies. Centenas
das congregações que participam
apoiam a criação combinada com
evolução, segundo Carta Projeto Cléri-
co, organização patrocinadora.
A Igreja Adventista do Sétimo
Dia ensina a doutrina bíblica de uma
criação literal do mundo em seis dias.
“A maior influência do trabalho
de Darwin foi separar Deus do
mundo”, disse James Gibson, diretor
do Instituto de Geociência da denominação, em Loma Linda, Califórnia.
“Nossa mensagem da criação serve
para unir Deus e o mundo na mente
das pessoas.”
Gibson diz que um dos principais
fundamentos da teologia adventista
são as três mensagens angélicas, no
Apocalipse, baseada na crença da
criação.
“Parece-me que, quando comemoramos as três mensagens angélicas,
realmente estamos comemorando a
criação também”, afirmou, referindose à primeira mensagem angélica de
adorar Cristo o Criador.
“Às vezes, penso que se gasta
muito tempo com perguntas e debates,
quando, na verdade, deveríamos dizer:
‘Exploremos o significado da palavra
Deus como nosso Criador’.”
–Reportagem de Ansel Oliver, Rede
Adventista de Notícias.
Junho 2009 | Adventist World
5
A Igreja em Ação
M AT T H E W
H E R Z E L / A D V E N T I S T
W O R L D
NOTÍCIAS DO MUNDO
naMıssão
oco
F
é Confirmado por Adventistas
Documento “Roteiro para a Missão” define
objetivo final da Igreja para evangelismo
Por Mark A. Kellner, editor de notícias da Adventist World
A
meta evangelística dos adventistas
do sétimo dia e seu trabalho
missionário entre os adeptos das
religiões do mundo é levar as pessoas à
fé salvadora em Jesus Cristo e não simplesmente aumentar a atual experiência
espiritual, afirmaram líderes da igreja,
no dia 6 de abril de 2009, segundo e
último dia do Concílio Anual da Primavera dos líderes mundiais da igreja.
“Deus está constantemente empenhado em salvar todos quantos Suas
mãos possam alcançar”, observou Jan
Pausen, presidente da Associação Geral,
ao apresentar o projeto do documento
para discussão e aprovação inicial pelos
líderes da igreja de todas as regiões e
territórios do mundo.
O projeto do documento será editado e apresentado ao Comitê Executivo
da Associação Geral no Concílio Anual,
em outubro de 2009, quando provavelmente será adotado como parte da
Política de Trabalho da Igreja, por mais
de 300 delegados na referida reunião.
“O espírito da época incentiva a
aceitação de todas as religiões do mundo como válidas expressões do espírito
humano e desencoraja os esforços para
persuadir as pessoas de uma religião
para outra”, lê-se em um trecho da
seção “Análise Racional” do documento.
Mas, os adventistas “devem encontrar
o roteiro para a missão nas instruções
específicas e atos de Jesus e dos apóstolos, como registrados nas Escrituras.”
Outra seção do documento intitulada “A Missão” observa: “Embora
outros cristãos também preguem o
evangelho, os adventistas compreendem
6
Adventist World | Junho 2009
FOCADOS NA MISSÃO: Angel Rodríguez,
diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da
Associação Geral, apresenta o documento.
seu chamado especial para proclamar as
boas novas de salvação e obediência aos
mandamentos de Deus. Essa proclamação acontece durante o juízo de Deus e
enquanto esperamos pelo breve retorno
de Jesus, que colocará um ponto final
no conflito cósmico”, baseado em
Apocalipse 14:6 e 7 e 20:9, 10.
A missão adventista, portanto,
inclui um processo de proclamação
que desenvolve uma comunidade de
crentes “que guardam os mandamentos
de Deus e têm a fé de Jesus” (Ap 14:12),
praticam o serviço aos outros e aguardam ansiosamente pela segunda vinda
do Senhor”, diz o documento.
O “Roteiro” encoraja os adventistas
a dar primazia à Bíblia como o guia de
prática e fé cristãs. Os escritos de outras
religiões do mundo podem ser usados
para construir pontes apoiadas por
verdades comuns, mas “a nutrição e o
crescimento espiritual dos recém-conversos devem basear-se na Bíblia e em
sua autoridade exclusiva.”
O documento ainda apela para a
“Abertura e Identidade” na missão,
declarando que “devemos realizar nossa
missão abertamente, não ocultando
nosso nome e nosso objetivo, a não ser
que isso crie grandes obstáculos. Em
muitos contextos, identificar-nos como
‘Adventistas do Sétimo Dia’ é preferível
ao termo ‘cristãos’.”
Os autores do documento sugeriram
apenas algumas etapas de ação para
trazer pessoas a Cristo.
“Em algumas situações, a missão
adventista pode incluir a formação de
grupos de transição (habitualmente
designados como Grupos Especiais de
Afinidades) que encaminham pessoas
de uma religião não-cristã à Igreja
Adventista do Sétimo Dia”, observa o documento. Tais grupos, entretanto, devem
funcionar com cuidadoso cronograma
“para transformar as pessoas em membros”. Além disso, “(todo) ministério ou
grupo que é formado com a intenção de
representar a Igreja Adventista do Sétimo
Dia em qualquer parte do mundo,
deverá esforçar-se para promover tanto a
unidade teológica quanto a organizacional da Igreja”, diz o documento.
Os líderes da igreja são aconselhados
a incluir todas as pessoas em seu planejamento de evangelismo: “A alocação
de recursos humanos e financeiros, as
necessidades da missão para seguidores
de outras religiões devem ser incluídas
como parte do planejamento estratégico
da missão”, aconselha o documento.
A reação de muitos dos delegados
foi positiva.
“Ele preenche uma grande necessidade da igreja e nós, na Divisão Trans-Europeia, vamos levá-lo muito a sério”, diz
Bertil Wiklander, presidente da divisão.
O documento “evita as ciladas do
universalismo e do exclusivismo”, disse
Ganoune Diop, diretor dos Centros de
Estudo de Missão Global da igreja e
especialista em islamismo.
“Gostaria que esse documento
tivesse existido anos atrás”, acrescentou
Garry Karst, um dos vice-presidentes
gerais da igreja mundial, sugerindo que
a clareza do documento teria ajudado a
resolver tensões enfrentadas pela igreja
em várias regiões do mundo.
JANELA
Por
Hans Olson
Burundi
por Dentro
burundianos foram mortos e centenas de milhares tornaram-se refugiados.
Hoje, o Burundi é uma das nações mais pobres do mundo. Fomes periódicas devastam o país, pois a maior parte dos
burundianos depende da agricultura para sobreviver. Apenas
50% das crianças vão à escola e estima-se que aproximadamente 15% dos adultos estão infectados com HIV/AIDS.
Adventistas no Burundi
O
cenário da paisagem do Burundi foi ofuscado por
mais de uma década de guerra civil e genocídio
tribal. Pequeno em tamanho, o Burundi é um país
equatoriano, sem litoral, no coração do centro-leste da África,
na região dos Grandes Lagos, delimitado pelo Lago Tanganica, da República Democrática do Congo, Tanzânia e Ruanda.
Terra de colinas onduladas e lagos profundos, o Burundi já
foi um excelente destino turístico. No entanto, muitos hoje se
preocupam mais com o Burundi de passado trágico do que
com seu futuro promissor.
Vários reis tribais governaram o Burundi até 1899,
quando o rei Mwezi IV concedeu à Alemanha a soberania da
nação, que concordou em mantê-lo como monarca, num esforço para preservar certo grau de poder. No fim da I Guerra
Mundial, a Alemanha perdeu para a Bélgica o domínio sobre
o Burundi. A Bélgica o uniu com Ruanda, que já era uma
colônia belga, criando Ruanda-Burundi.
Em 1959, o Burundi separou-se de Ruanda, independendo-se em 1963, embora só tenha sido possível realizar sua
primeira eleição presidencial democrática, em 1993. Apenas
cem dias após o início do mandato, o presidente foi morto,
junto com o presidente de Ruanda, quando o avião em
que viajavam foi atingido por tiros, sobre Kigali, Ruanda.
Atribui-se a esse incidente o início da violência étnica
generalizada entre as tribos de maioria hutu e minoria
tutsi, tanto no Burundi como em Ruanda. Mais de 200 mil
Embora haja muitos desafios no Burundi, a Igreja
Adventista é forte - uma de cada 81 pessoas no país é
adventista. Em 1925, o missionário belga David Delhove
tornou-se o primeiro adventista do sétimo dia a estabelecer
um trabalho onde hoje é o Burundi. Ele já havia viajado por
toda a região como oficial de reconhecimento para o Exército
belga, durante a I Guerra Mundial. Após o conflito, retornou
para ajudar a construir três sedes de missão e permaneceu
como missionário na África até sua morte, em 1949.
O número de membros da igreja cresceu para mais de 100
mil, que adoram em 224 igrejas. Mas a maioria desses membros
mora na zona rural. Relativamente poucos adventistas moram
em Bujumbura, capital do país. Durante anos, uma pequena
clínica tem sido o principal instrumento de evangelismo da
igreja, nessa cidade. No início do próximo ano, com parte da
oferta do décimo terceiro sábado, os adventistas de todo o mundo terão a oportunidade de ajudar a construir um novo hospital
no centro da cidade. Esse centro de saúde será um facho de luz
e um trabalho efetivo para todos os que desejam ver a Igreja
Adventista crescer ainda
mais no Burundi.
Para saber mais sobre o trabalho da Igreja
Adventista do Sétimo Dia
nesse país, acesse: www.
AdventistMission.org.
BURUNDI
Capital:
Bujumbura
Principais idiomas:
Kirundi (oficial), Francês (oficial), Swahili
Religião:
Cristã, crenças nativas
População:
8,5 milhões*
Membros adventistas:
104.774*
População adventista per capita:
1:81*
Crescimento da igreja no ano passado:
8%
*Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 145° Relatório Estatístico Anual.
Junho 2009 | Adventist World
7
A Igreja em Ação
VISÃO
MUNDIAL
A integridade tem sido amplamente
discutida na mídia atualmente. Parece
que, hoje, temos mais exemplos de
corporações e indivíduos que sacrificam os princípios para obter lucro.
Assim, provavelmente seja natural
que os membros da igreja perguntem:
“Como a minha igreja tem agido nesse
sentido?”
Primeiro, o que significa ter integridade? Para mim, tem a ver com abertura
e confiança: você é o que aparenta.
Quando as pessoas o observam, não
têm que concluir o que é ou não real.
Os valores que você projeta são aqueles
que, finalmente, norteiam sua vida.
A integridade abrange um leque
de questões quase ilimitado. Vou
me concentrar em um apenas. No
momento, ouvimos muito sobre o
que está acontecendo de errado no
mercado financeiro mundial e há um
visível sentimento de raiva, de ultraje,
para com pessoas que não agiram
honestamente nos cargos de confiança.
Trata-se de indivíduos motivados por
ganância e egoísmo extremos, pensando apenas em “ganhar para si”, e que
reivindicam remuneração muito além
do que é justo e razoável.
Podem essas práticas nos afetar
como igreja? Creio que sim. Não
estamos isolados do tipo de controle
que isso gera. Nossos membros vivem
e trabalham no mercado de trabalho
secular e são afetados pelo que acontece ali. Nesse clima econômico, ficam
mais atentos à maneira como a igreja
usa seu dinheiro, e com razão! Eles
devem estar atentos e devem cobrar
responsabilidade da liderança da igreja.
Ao falar sobre esse assunto, tenho
que me lembrar de que qualquer
observação que eu faça, as pessoas
têm o direito de perguntar: “E como
isso tudo se aplica ao senhor?” Eu
não posso falar sobre o assunto, da
perspectiva de um espectador; estou
8
Adventist World | Junho 2009
integridade:
abertura e
confiança
Entrevista com Jan
Paulsen, presidente da
Igreja Adventista do
Sétimo Dia
realmente falando de como eu, como
líder da igreja, também me encaixo
nesse cenário.
ou outro trabalho institucional − ela
está primordialmente servindo a Deus
e a humanidade.
O senhor mencionou que as pessoas
do mundo corporativo, em cargos de
confiança, devem respeitar o dinheiro
dos outros. A relação de confiança é
ainda mais crítica numa comunidade
espiritual, não é verdade?
Sim, isso é verdade. Os membros da
igreja têm expectativas elevadas justa-
Por que essa situação foi criada?
Bem, há certas categorias de funcionários – altamente especializados – que
estão em demanda na sociedade secular,
mas que a igreja também necessita por
causa das suas habilidades. Suas funções
podem não ser totalmente mantidas
pelos recursos da igreja, mas pelo servi-
ceira − o estoque de integridade estava
baixo.” O que o senhor diz sobre isso?
Por certo, poderíamos fazer uma lista de
equívocos, tanto na América do Norte
como em outras partes do mundo. O
que é importante perguntar é: “Aprendemos alguma coisa com nossos erros?”
Os maiores equívocos que me vêm
à mente não foram causados por falhas
sistêmicas, no sentido de que não temos
comissões ou pessoas em funções com
a capacidade e autoridade para supervi-
As pessoas que apóiam a igreja
financeiramente têm o direito de contar
com o mais alto grau de integridade.
mente porque essa é sua comunidade
espiritual. E se você aceita um cargo
na igreja, seja qual for, deve se lembrar
de que é um servo. A responsabilidade
colocada sobre você foi-lhe conferida
por sua comunidade de fé e pelo seu
Deus. Essa deve ser a motivação principal, uma atitude mental, não salário,
bônus e auxílios.
Mas há alguns, dentro da igreja,
que recebem funções especiais. Permitir que perguntem: “Quanto recebe
alguém com função similar à minha no
mundo corporativo secular?” e deixar
que a resposta defina suas expectativas
de salário, é um modo de pensar fundamentalmente falho.
É errado porque falha em reconhecer que, acima de tudo, eles são parte
de uma comunidade espiritual. São
servos. Se salário alto for requisito para
fazermos o nosso melhor, eu diria que
alguma coisa está fundamentalmente
errada. Em tudo aquilo em que a igreja
estiver envolvida − seja pregando,
ensinando, curando, dando assistência
F O T O S :
M AT T H E W
H E R Z E L
ço que a instituição oferece, ou, às vezes,
por fundos governamentais. Desse
modo, alguns, por causa de sua função
altamente técnica, devem ser remunerados diferentemente daqueles que, como
eu, exercem função pastoral.
Entretanto, eu ainda diria a essas
pessoas que ocupam tais funções: “Você
também é um servo do Senhor!” Sem
dúvida, deve ser remunerado adequadamente, mas chega o momento em
que podemos ir além do que é razoável.
Quanto recebe o presidente dos Estados
Unidos? Seu salário é em torno de
400 mil dólares ao ano. É substancial,
mas muito menos do que os líderes do
mundo corporativo. As pessoas que
servem a uma comunidade espiritual
devem evitar até mesmo a aparência de
excesso!
Em qualquer discussão sobre integridade dentro da administração da
igreja, alguns podem ressaltar: “Houve
épocas, na história da igreja, em que
não foi tomada a melhor decisão finan-
são. Nós temos. Mas os problemas surgem quando as informações não fluem
de onde deveriam, ou onde membros
da comissão de uma organização votam
assuntos sobre os quais pouco sabem ou
compreendem.
Somos uma comunidade spiritual –
oramos antes de cada reunião de
comissão ou do comitê executivo. Mas
não estamos imunes a falhas humanas.
E nem sempre estamos protegidos da
deliberada e inaceitável tentativa de alguns líderes de “filtrar” as informações
que dão à comissão.
Esses capítulos da história da igreja
nos custaram muito, e isso não pode ser
medido principalmente pelo dinheiro,
mas pela perda da confiança e da boa
fé. Isso pode levar anos, e até décadas,
para ser reconstruído e, eu diria, é mais
do que justo. As pessoas que mantêm
a igreja têm a mais alta expectativa de
integridade e a maior diligência dos
membros das comissões e dos que
tomam as decisões administrativas.
Assim, nunca é demais alertar sobre a
Junho 2009 | Adventist World
9
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
importância da abertura e transparência na administração – permitindo que
a comissão tome conhecimento de todas as informações relevantes e de todo
o montante de recursos com o qual se
está lidando.
Grande parte do mundo sofre com a
pobreza. Ela interfere na integridade?
A pobreza pode jogar com a mente. As
pessoas podem começar a raciocinar e a
justificar certas coisas, ou receber certos
recursos que não foram destinados a
elas. Se for uma fraude deliberada, a auditoria descobre. Temos um bom sistema
de auditoria. Mas a integridade é muitas
vezes comprometida, não porque alguém fica rico no processo, mas porque
permite ser arrastado para um tipo de
administração menos sincera e aberta.
Uma solução, talvez, seria mais envolvimento e supervisão por parte dos leigos em certas funções administrativas?
Na realidade, melhoramos ao adotar
essa prática. Já fomos várias vezes
cobrados, no passado, por deixar que
pastores tomem decisões em áreas nas
quais não têm formação. E a crítica é
justa. Estamos mais determinados agora
a certificar-nos de que as entidades
que tomam as principais decisões
financeiras, e o conselho administrativo
dessas entidades, tenham liderança
profissionalmente habilitada para tanto,
e isso tem envolvido os membros leigos.
Mas nos cumpre dizer que competência
em gestão financeira não é privilégio
exclusivo de “leigos” ou “pastores”. A
aptidão envolve formação, experiência
e bom senso, tanto de leigos como de
pastores.
Tenho me concentrado principalmente
nas situações negativas que podem
comprometer a integridade. No entanto, o senhor deve ver, com regularida-
10
Adventist World | Junho 2009
de, exemplos do lado oposto do espectro, situações em que a integridade se
destaca.
Sim, com certeza. Lembre-se de que
estamos falando de situações muito
específicas. Quando abrimos o jornal
ou ligamos a televisão, somos saturados
com informações sobre a ganância corporativa e a má gestão. Por isso, é bom
que façamos uma autoanálise e perguntemos: “Estamos fazendo o melhor
possível para garantir que a igreja não
seja invadida por essas práticas?”
Deixe-me dizer claramente: a maior
parte de nossas operações, como igreja
e instituições, funciona com transparência, abertura, honestidade e boa
administração. Ao mesmo tempo, a
menos que sejamos muito cuidadosos e
ponderados, abrimos as portas para os
problemas. Acabo de mencionar a ganância. Você sabe, é muito, muito difícil
resistir à ganância, mesmo em pequenas
porções. Mas ela irá nos prejudicar. É
tão importante reconhecer que satisfação, realização e senso de recompensa
justa por nossos esforços devem ser
avaliados, não apenas por dinheiro.
Sendo assim, a integridade pública é
construída sobre a integridade pessoal,
com a certeza de que as prioridades e
os valores de nosso pessoal estão em
ordem?
Sim. O que você é em seu comportamento e relacionamento pessoal é, basicamente, como será e se comportará em
público. Se você decide não ser aberto e
honesto em seus negócios particulares
e se torna frio e calculista, seus motivos
e intenções vão ficando cada vez menos
transparentes, tornando-se parte de
sua personalidade e influindo no modo
como você age na sociedade e na igreja.
Encontro-me com tantas pessoas
com as quais trabalho todos os dias,
cuja vida é dirigida pela devoção a
Deus, lealdade à Sua igreja, senso de
serviço e compromisso com a transparência. Infelizmente, também encontro
pessoas que venderiam sua integridade
por dinheiro. Isso é profundamente
decepcionante.
O senhor disse, em várias ocasiões,
que a Igreja Adventista deveria estar
mais envolvida em campanhas públicas sobre integridade, pois temos
muito com que contribuir. Por que a
igreja precisa se fazer mais claramente
ouvida nesse assunto?
Uma razão muito importante é que
essa questão é de imenso valor para os
jovens – até 35 anos de idade. Eles têm
que confiar em você antes mesmo que
você pense em abrir a boca. Precisam
sentir que há, pelo menos, o mínimo
de integridade e que não precisam se
preocupar se há motivos escusos, ou
se algo não foi dito de propósito. Eles
descobrem, no ato, quando o “discurso”
não se alinha com as ações!
Considere, também, o crescimento
de nossa igreja. Hoje, talvez, sejamos
uma comunidade de cerca de 25
milhões de pessoas, jovens e velhos.
Em dez anos, se as coisas continuarem
como estão e Cristo não tiver voltado,
estaremos próximos a 50 milhões de
membros em todo o mundo. Tenho
visitado vários líderes de governo e já
ouvi alguns dizerem: “Vocês adventistas
são bons para nós. Vocês são bons para
nossa comunidade e bons para nossa
nação.” Mas, em outros lugares, percebi
perguntas silenciosas: “Quem realmente
são vocês? O que vocês têm para contribuir?” Quero que saibam que os adventistas contribuirão com honestidade,
integridade e com o compromisso de
servir à humanidade de diversas maneiras; e quero que saibam que sua cidade
e seu país serão melhores por causa da
nossa presença.
Exercício —
S A Ú D E
N O
M U N D O
Idade
Em Qualquer
Por Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
Os senhores têm enfatizado a importância do exercício físico, mas tenho medo
de me exercitar, pois ouvi de atletas que
morreram durante ou imediatamente
após um evento esportivo. Afinal, é
seguro praticar exercício físico?
A prática do exercício deve ser
iniciada aos poucos e progredir gradativamente. Os benefícios do exercício são
enormes, e os riscos, quando administrados corretamente, são mínimos.
É
Qual é o melhor tipo de exercício?
an Buettner, autor do livro da National Geographic, The Blue Zone (A
Zona Azul) e quem mais tenha estudado,
entre outras coisas, a longevidade dos
adventistas do sétimo dia, recomenda um
“movimento natural ... estar ativo sem
ter que pensar nisso” (p. 231). A atividade
precisa ser moderada e constante. A
recomendação atual é de pelo menos 30
minutos todos os dias da semana.
Aqui vão algumas estratégias para
incentivar um exercício mais natural:
■ Se você está dirigindo, estacione a
certa distância do seu escritório ou outro destino qualquer. Os passos extras
serão benéficos.
■ Divirta-se enquanto se mexe.
Caminhe com um amigo nos intervalos
de trabalho ou vá às compras a pé.
■ Trabalhe no jardim. Ellen White encoraja até os pastores muito ocupados a
se engajarem nesse exercício saudável.
■ Responsabilidade. Exercite-se com
seu cônjuge ou um membro da família.
Saber que alguém conta com você contribui para manter a motivação.
■ Divida seu período de exercício de
talvez 40 minutos em dois de 20
minutos no mesmo dia. Você colherá
os benefícios.
Em resumo, desenvolva uma
atividade física que lhe dê prazer, seja
perseverante e, simplesmente, mexa-se!
verdade que ocasionalmente algum
atleta é acometido pelo que se chama de “morte súbita”. Felizmente, o fato
é muito raro, mas sempre vira notícia,
pois é inesperado nos indivíduos em
grande forma física. As causas para tais
ocorrências são:
■ Espessamento anormal do músculo
cardíaco (cardiomiopatia hipertrófica).
■ Anomalias no sistema de condução
elétrica do coração, que causam distúrbios no ritmo cardíaco.
■ Anormalidade na anatomia das artérias coronárias, que abastecem com oxigênio o músculo cardíaco (geralmente
esse é um problema congênito).
■ Doença arterial coronariana, com
estreitamento das artérias coronárias
provocado por placas de colesterol.
Queremos enfatizar, entretanto, a
importância do exercício físico regular,
pois são evidentes os vários resultados
benéficos à saúde que incentivam o
bem-estar. Esses benefícios são:
■ Condicionamento físico e bem-estar.
■ Controle de peso: as dietas, geralmente,
têm eficácia limitada. O exercício regular
e consistente é o método mais adequado
para alcançar e manter o peso ideal.
■ Menor incidência de diabetes tipo 2, à
medida que o peso vai diminuindo e o índice ideal de massa corporal é alcançado.
■ Diminui o risco de hipertensão
(pressão alta).
■ Melhora a função mental em todas
as idades.
Mas é muito importante que haja autorização do seu médico antes de começar
um programa de exercícios, caso saiba ou
suspeite de algum problema de saúde.
F O T O S
P O R
K I M B E R LY
L U S T E M A R A N
D
O exercício físico beneficia todos os
grupos etários?
ma vez que sejam compatíveis
com a idade, condição física e
condições climáticas, os exercícios são
U
benéficos para todos. Temos salientado,
no entanto, que é importante consultar
seu médico para verificar se há algum
problema de saúde, antes de iniciar um
programa de exercícios.
Um estudo recente divulgado pelo
Jornal Médico Britânico, em março de
2009, mostra que o aumento da atividade física na meia-idade, em última instância, é seguido por uma redução na
mortalidade (taxa de mortalidade em
idades específicas) para o mesmo nível
daqueles que mantinham constante atividade. Esses benefícios se assemelham
aos efeitos positivos de parar de fumar
num grupo similar de indivíduos.
As evidências estão aí, mas o conselho da serva de Deus, Ellen White,
está conosco há muitos anos. Portanto,
vamos simplesmente praticar exercício
e receber as bênçãos de muitas
maneiras!
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é
diretor geral do Departamento
de Saúde da Associação Geral.
Peter N. Landless, M.B., B.Ch.,
M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C.,
é diretor executivo da ICPA e
diretor associado do
Departamento de Saúde.
Junho 2009 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
T
E
M
E
N
ALINE
PAS
SE
L/M
OF
IF
IC
A
D
A
D
IG
IT
A
L
E
xiste um rio que transborda
com os recursos divinos. Dele
extraímos os atributos básicos
e o “suprimento” de que
precisamos para a jornada cristã: amor,
coragem, sabedoria e conhecimento.
Entretanto, por mais que recebamos
essas graças pelo companheirismo com
Deus, Ele mesmo tomou providências
para que elas fossem transmitidas pela
companhia de amigos peregrinos.
Com efeito, esses elementos (amor,
coragem, sabedoria, conhecimento
e outros do mesmo tipo) definem a
comunidade de fé, uma comunidade na
qual a nossa fé pessoal é enriquecida. A
igreja (por meio de seus membros) deve
ser os braços de Deus nos ombros dos
que estão cansados de carregar pesados
fardos, levando conforto, oferecendo
companheirismo e amizade. Estudos
mostram que, a menos que um recém-
Metáforas
mızade
A
de
converso faça de cinco a sete amigos na
igreja, provavelmente sua fé não sobreviva mais do que um ou dois anos.
Necessitamos de Amigos
Igrejas não-amigáveis são como paisagens de inverno. Por outro lado, amigos verdadeiros são como estrelas no
meio da noite, quebrando a escuridão.
Ou, para mudar de figura, são como as
palmeiras verdes em meio ao terreno
endurecido pela seca. Como pequenos
pontos na imensa paisagem desolada,
tais palmeiras são como amigos que se
mantêm fiéis através das fornalhas que
ressecam nossa vida. Esses amigos, ao
12
Adventist World | Junho 2009
permanecerem ao nosso lado em meio
a provas e tribulações, são verdadeiros
presentes de Deus.
Eu nunca havia percebido a importância desse fato enquanto tudo corria
bem. Foi quando a paisagem da minha
vida se transformou em um solo rachado
pela seca que experimentei a bênção (e
o milagre) da amizade da comunidade
cristã. Foi então que pude lançar mão
de um recurso providenciado por Deus
muito antes de sentir a necessidade dele.
Mudando mais uma vez a metáfora,
eu diria que não há sol sem uma sombra.
Quando a noite escura cai sobre a alma
e nos sentimos como que enterrados
Por Ross
Chadwick
Reflexões
aleatórias sobre
o apoio de
companheiros
peregrinos na
jornada cristã
sob uma montanha de problemas,
podemos decidir cavar uma caverna ou
um túnel. Se optarmos pela caverna,
descobriremos que estamos perdidos,
tateando no escuro, sem amigos. Se
cavarmos um túnel, há sempre a esperança de terminar no lado mais bonito
e brilhante da vida.
Cada aflição traz consigo uma janela
de oportunidade. E foi em um desses
períodos escuros que a Providência agiu
por meio da amizade humana para me
ajudar a cavar minha saída para o lado
mais bonito e iluminado.
Força que Levanta
Outra metáfora me veio à mente: Os
verdadeiros amigos são como anjos que
nos levantam de nossos pés quando nos
esquecemos de como se voa. Os verdadeiros
amigos são como o nascer da Lua quando
a maré está na mais baixa vazante e os
caranguejos já brincam na lama. É a Lua
que faz as águas brotarem para preencher a costa mais uma vez. A Lua brilha e
desvanece, recordando-nos de que o coração, como toda a natureza, tem as suas
estações. O fato de a Lua brilhar com a
luz emprestada pelo Sol nos lembra que
o brilho da alegria da amizade é mais
intenso se estiver diante do Sol da Justiça.
Com Deus em seu âmago, a igreja
flui como um rio – como um rio de
graça. No entanto, tudo isso só faz
sentido, realmente, quando a graça é
manifesta por meio da amizade calorosa
e solidária; quando, pelos membros
carinhosos da igreja, podem pôr seus
braços nos ombros do atribulado e
pesaroso; quando, como a palmeira,
podem refrescar a paisagem ressequida
da vida de alguém; ou, como a força da
Lua, podem levantar os fardos de uma
alma solitária e triste.
Ross Chadwick é
Apoiando
Uns aos Outros
Palavras inspiradas sobre a solidariedade e encorajamento cristãos
Na Igreja:
■ “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gl 6:2).
■ “Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos. …”
(Rm 15:1).
■ “Conhecemos o amor nisto: que Ele deu a Sua vida por nós, e nós devemos dar
a vida pelos irmãos. … Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua,
mas por obra e em verdade” (1Jo 3:16-18).
Na Igreja e na Sociedade:
■ “Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros” (Jo13:35).
■ "Se nos humilhássemos perante Deus, e fôssemos bondosos e corteses,
compassivos e piedosos, haveria uma centena de conversões à verdade onde
agora há apenas uma.” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189).
■ “É pelas relações sociais que a religião cristã entra em contato com o mundo.
Cada homem ou mulher que recebeu a iluminação divina deve derramar luz na
senda tenebrosa dos que não conhecem o melhor caminho” (Ellen G. White,
A Ciência do Bom viver, p 496).
No Lar:
■ “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.”
(Cl 3:18-21).
■ “Os pais criam em alto grau a atmosfera do círculo doméstico, e quando há
desinteligência entre os pais, os filhos participam do mesmo espírito… Tornai
fragrante a atmosfera do lar mediante terna solicitude.” (E. G. White, O Lar
Adventista, p 16).
■ “Ao enfrentar o recém-casado par a vida com sua carga de perplexidade
e cuidado, desaparece o romance com o qual tantas vezes a imaginação
reveste o casamento. Marido e mulher ficam conhecendo mutuamente o caráter, como não lhes era possível conhecê-lo em sua associação anterior…
Procure cada um promover a felicidade do outro. Haja amor mútuo, mútua
paciência. Então, o casamento, em vez de ser o fim do amor, será como que
seu princípio. O calor da verdadeira amizade, o amor que liga coração a
coração, é um antegozo das alegrias do Céu.” (Ellen G. White, A Ciência do
Bom Viver, p 360)
pastor ordenado. Quando
escreveu este artigo,
cursava pós-graduação
em educação no Avondale College, em
Cooranbong, New South Wales, Austrália.
Junho 2009 | Adventist World
13
A R T I G O D E C A PA
S
e os adventistas fossem solicitados a definir a
singularidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia,
a resposta seria bem variada. Alguns diriam que
sua singularidade é a maneira como seus membros
adoram no sábado em vez de no domingo. Outros mencionariam a compreensão do ministério de Cristo no santuário
celestial ou o ministério profético de Ellen White. Outros,
ainda, apontariam as questões do estilo de vida, tal como
abster-se de certos tipos de alimentos, recreações ou estilos de
vestimenta e adornos. Em certo sentido, todas essas respostas
estariam, pelo menos, parcialmente corretas.
Há, porém, outro modo de definir o Adventismo: um
movimento profético. Quando alguém pensa assim, o Adventismo é visto como um movimento singular por causa de três
características distintas. Nenhuma outra igreja alega ter tais
características, mesmo antes de a Igreja Adventista ter sido
fundada oficialmente, em 1863.
Essas características específicas definem os adventistas
como o único povo em quem podem ser encontradas:
1. Raízes proféticas, ou históricas, preditas em Apocalipse 10.
2. Identidade profética definida em Apocalipse 12.
mas o que havia ficado selado por séculos, seria compreendido no fim dos tempos.
O período de tempo que Daniel queria entender era o
dos 2.300 dias, ao fim do qual o santuário seria purificado.
Essa era a única mensagem selada no livro de Daniel. Muitos
séculos mais tarde, na Ilha de Patmos, foi mostrado a João,
em visão, um tempo, no futuro, em que um anjo poderoso
desceria à Terra, tendo na mão um livro – aberto; não fechado, não selado, mas aberto.
Olhando a História, podemos ver que foi perto do fim
dos 2.300 dias proféticos, em 1844, que o anjo, com o livro
aberto de Daniel, fez exatamente o que foi mostrado a João.
Precisamente no tempo previsto, a mensagem profética do
anjo envolveu toda a Terra. Como predito na visão de João, o
tempo profético atingiu seu clímax.
No fim do século XVIII e início do século XIX, as pessoas
começaram a estudar as profecias de Daniel e Apocalipse.
Assim, muitos chegaram à conclusão de que os 2.300 dias de
Daniel 8:14 terminariam no fim dos anos 1840. Pensando que
a purificação do santuário descrita por Daniel se
Movimento
Por
James R. Nix
s i n g u l a r
3. Mensagem profética e missão indicadas em Apocalipse 14.
Os adventistas não alegam ter tais características devido
a uma atitude de exclusividade religiosa ou jactância. O fato
não é que os Adventistas do Sétimo Dia são “melhores do
que”; ao contrário, são “diferentes de” outras igrejas.
Raízes Proféticas de Apocalipse 10
O apóstolo João, em Apocalipse 10:1-10, descreve eventos
que interessam aos adventistas quando pesquisam suas raízes
proféticas, ou a história do Adventismo. Os adventistas creem
que o “livrinho” mencionado nos versos 2, 8, 9 e 10 se refere
ao livro de Daniel. Embora a profecia de Daniel seja primariamente uma mensagem de tempo, quando ele perguntou o
significado do tempo que lhe havia sido revelado, foi-lhe dito:
“encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim” (Dn
12:4). A mensagem não era para que Daniel compreendesse,
14
Adventist World | Junho 2009
referia à purificação da
Terra pelo fogo da segunda vinda de Cristo, concluíram que
esse seria o tempo do retorno de Jesus. Essa fantástica notícia
logo foi proclamada em todo o mundo.
Para os adventistas do sétimo dia, em particular, o ano de
1844 e os que o precederam, evocam o nome de Guilherme
Miller. Entretanto, ele era apenas um dos muitos que pregavam, naquele tempo, sobre o breve retorno de Jesus. Pessoas
como Manuel Lacunza, José Wolff, Henry Drummond,
Edward Irving, Hugh M’Neile e os pregadores-mirins da
Suécia também proclamavam o fato de que as profecias do
fim dos tempos estavam quase se cumprindo e, como haviam
entendido, Jesus voltaria.
Não foi apenas na América ou na Europa que as pessoas
faziam tal proclamação. A mensagem circulava o globo. Wolff
pregou no Oriente Médio e no Norte da África (do Egito ao
Afeganistão, e da Inglaterra à Índia). Em 1837, ele visitou os
Estados Unidos, onde também pregou. Na Índia, Daniel Wilson, bispo da Igreja Episcopal de Calcutá, pregou e escreveu
panfletos especificamente sobre as profecias de Daniel.1 Em
Adelaide, Austrália, a mensagem sobre o breve retorno do
Salvador foi pregada por Thomas Playford.2 As multidões
ali se tornaram tão grandes que seus seguidores tiveram que
construir uma igreja maior para abrigar as pessoas.
No fim do tempo profético, precisamente como havia
sido mostrado ao apóstolo João e no tempo exato predito por
Daniel mais de 2.300 anos antes, a mensagem foi proclamada
com ‘grande voz’ ao redor do mundo. Não é de admirar que
os pioneiros adventistas ficassem tão eufóricos quando chegaram à conclusão de que era o cumprimento da profecia!
Lemos em Apocalipse 10:10: “Tomei o livrinho da mão do
anjo e o devorei, e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago
ficou amargo.”
Não poderia haver melhor resumo do que aconteceu a seguir, na
história da Igreja Adventista, do que
“No fim do encontro, as colinas de granito de New
Hampshire ecoavam o grande clamor: ‘Eis o Noivo! Saí ao
Seu encontro!’ Enquanto as carroças carregadas e os vagões
nas estradas de ferro voltavam para os diferentes estados, cidades e vilas da Nova Inglaterra, o clamor ainda ressoava: ‘Eis
o Noivo! Saí ao Seu encontro!’ O tempo é curto! Preparem-se!
Preparem-se!”3
“Semelhante à vaga da maré”, Ellen White disse que “o
movimento se alastrou pelo país. Foi de cidade em cidade, de
aldeia em aldeia, e para lugares distantes, no interior, até que
o expectante povo de Deus ficou completamente desperto”.4
Finalmente, o grande dia chegou. Guilherme Miller disse
o seguinte: “Mesmo os piores escarnecedores se calaram”5
naquele dia. Mas continuou dizendo: “O dia passou. Na
manhã seguinte, era com se todos os demônios do mais profundo abismo viessem sobre nós. Os mesmos … que gritavam
por misericórdia … antes, estavam agora … escarnecendo,
zombando e ameaçando da maneira mais blasfema.”6
A experiência que havia sido tão doce em sua boca, como
predito pelo apóstolo João, agora se tornara amarga no
estômago. Assim como não podemos compreender comple-
Da esquerda para direita: Joseph Wolff
e Guilherme Miller. CONCÍLIO ANUAL:
Robert Pierson, presidente mundial
da Igreja Adventista, falando aos
participantes do Concílio Anual na
Igreja de Takoma Park, Maryland,
provavelmente no final dos anos 1970.
F O T O S :
C O R T E S I A
D O
C E N T R O
A D V E N T I S TA
D E
P E S Q U I S A S ,
M I S S Ã O
aquelas palavras proféticas. Todos os fundadores da igreja
haviam sido mileritas, ou seja, seguidores de Guilherme
Miller, um fazendeiro batista que se tornara pregador e
proclamava que Cristo retornaria por volta de 1843 ou 1844,
no fim da profecia dos 2.300 dias, como ele havia entendido.
Para os adventistas que vivem hoje, 165 anos após aquele
evento, é difícil imaginar quão preciosa foi a experiência
daqueles mileritas ao se aproximarem do dia 22 de outubro
de 1844, data que, segundo os estudos feitos por eles, seria
o fim da profecia de Daniel. Sua experiência foi fascinante
durante as semanas que precederam o dia 22 de outubro.
Ao ler alguns de seus relatos, vislumbramos um imenso
sentimento de alegria.
José Bates, descrevendo a reunião campal em Exeter, New
Hampshire, em agosto de 1844, quando a data de outubro foi
pregada pela primeira vez, relembrou mais tarde:
A D V E N T I S TA
E
A R Q U I V O S
D A
A G .
tamente a experiência pela qual passaram, há tanto tempo,
ao aguardar a volta de Jesus naquela terça-feira, também não
entendemos plenamente a intensidade da dor que sentiram
nos dias e semanas após o desapontamento de 22 de outubro.
Hiram Edson resumiu sua experiência assim: “Esperamos
pela vinda de nosso Senhor até que o relógio desse as doze
badaladas, indicando a meia-noite. O dia havia passado e
nosso despontamento transformou-se em realidade. Nossa
tão acariciada esperança estava destruída e caiu sobre nós
James R. Nix é diretor do Patrimônio
Literário Ellen G. White, em Silver Spring,
Maryland, Estados Unidos.
Junho 2009 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
tamanho espírito de tristeza e lágrimas como eu nunca
havia experimentado antes … Choramos e choramos, até o
alvorecer.”7
Mas Apocalipse 10 tem mais um verso: “Então, me disseram: É necessário que ainda profetizes a respeito de muitos
povos, nações, línguas e reis” (Ap 10:11).
É certo que, em seu desapontamento, os pioneiros adventistas não compreenderam completamente esse versículo,
especialmente a parte sobre profetizar ainda “a respeito de
muitos povos, nações, línguas e reis”. A obra mundial a eles
designada nasceria gradualmente em sua mente, assim como
a mensagem ampliada que deveriam pregar, incluindo o sábado, o santuário, o estado dos mortos, a mensagem de saúde, e
assim por diante.
Esse breve panorama nos lembra a razão pela qual os adventistas veem a sua história profética predita em Apocalipse
F O T O S :
C O R T E S I A
D A
M I S S Ã O
em seu meio, nenhuma delas possui as duas características
aqui descritas. Conseguentemente, nós, adventistas do sétimo
dia, vemos nossa identidade profética nas duas características
mencionadas em Apocalipse 12:17.
Foi num dia desconhecido do mês de dezembro de 1844
que Ellen Harmon, de 17 anos de idade, enquanto orava
com outras quatro mulheres, sentiu o Espírito Santo descer
sobre ela, como nunca havia experimentado antes. Deus
agira outra vez – outro mensageiro profético havia sido
comissionado! Assim como houvera feito em tantas ocasiões
importantes na história da salvação, tal como com Noé,
antes do dilúvio, e como João Batista, antes do ministério de
A D V E N T I S TA
10. Esta, porém, é apenas a primeira das três características
profeticamente identificadas.
Idendidade Profética em Apocalipse 12
Apocalipse 12 cobre um tempo histórico maior do que
qualquer outro capítulo isolado da Bíblia: desde a queda de
Lúcifer até 1798 d.C. No verso 17, vemos a igreja de Deus
emergindo de sua experiência no “deserto”; e aparece o povo
“remanescente” identificado por duas características:
1. Guardam os mandamentos de Deus – todos os dez,
incluindo o quarto mandamento, ou o sábado.
2. Têm o “testemunho de Jesus”, o qual, em Apocalipse
19:10, na versão Ferreira de Almeida, é definido como o
“espírito de profecia” – o dom de profecia.
Enquanto um pequeno número de outras igrejas guarda
o sábado do sétimo dia e outras afirmam ter o dom profético
16
Adventist World | Junho 2009
Cristo, Deus, agora, envia outro mensageiro profético. Outra
luz decisiva havia chegado à história profética: as grandes
profecias do tempo de Daniel e Apocalipse estavam chegando ao fim, e como preditas, o dom de profecia foi restaurado
ao povo remanescente de Deus.
Em 1846, Ellen Harmon casou-se com Tiago White. Seu
ministério: 1) estendeu-se por um período de 70 anos – de
1844 até sua morte, em 1915; 2) abrangeu cerca de duas mil visões; 3) incluiu a autoria de mais de cinco mil artigos e 24 livros
(mais dois manuscritos não publicados) antes de sua morte.
Ao observarmos hoje, após mais de 150 anos, o fruto de
seu trabalho, concluímos que os conselhos que Deus deu à
igreja, por intermédio dela, resistiram à prova do tempo.
Qualquer observação sincera da história da denominação revela que a igreja prosperou quando seguiu a liderança
de Deus por meio do Espírito de Profecia, e vacilou quando
não o fez.
Assim, chegamos à terceira característica:
Mensagem Profética de Apocalipse 14
Os adventistas do sétimo dia creem que têm a mensagem
para o mundo encontrada em Apocalipse 14:6-12. Tanto
quanto eu saiba, nenhuma outra igreja, hoje, proclama as
“três mensagens angélicas”.
É interessante notar que, ao traduzir a Bíblia para o
inglês contemporâneo destinada aos católicos romanos, o
monsenhor Ronald Knox incluiu uma interessante nota para
Apocalipse 14:6.8
1. Em Apocalipse 14:6, a tradução de Ferreira de Almeida
identifica as três mensagens angélicas como o “evangelho
eterno”.
2. Em sua tradução, Knox traduz como “o evangelho
final”. Adiciona, então, a seguinte nota de rodapé: “‘Final’;
literalmente ‘eterno’. Não é claro”, diz Knox, “a razão pela qual
Queira Deus que os adventistas
nunca percam o foco de seu
senso profético e de sua missão.
o ‘evangelho’ pregado pelos anjos é assim descrito; o contexto,
porém, sugere que esse é o último chamado ao arrependimento oferecido aos homens neste lado da eternidade.”9
Sobre esse mesmo ponto, muitos anos antes, Ellen White
escreveu: “De certo modo muito especial, os adventistas
do sétimo dia foram postos no mundo como vigilantes e
portadores de luz. A eles foi confiada a última advertência
para um mundo que perece. Sobre eles está brilhando a
maravilhosa luz vinda da Palavra de Deus. Foi-lhes dada
uma obra da mais solene importância: a proclamação da
primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Não há
outra obra de tão grande importância. Não devem permitir
que nada mais lhes absorva a atenção” (Testemunhos Para a
Igreja, v.9, p. 19).
Por mais de 160 anos, os adventistas têm proclamado as
três mensagens angélicas. As duas primeiras – a pregação
do evangelho “eterno” ou “final”, no cenário da mensagem
do tempo do julgamento e o convite para sair da Babilônia
– foram pela primeira vez anunciadas pelos mileritas. Foi
necessário algum tempo para que aqueles mileritas desapontados, que mais tarde fundaram nossa igreja, descobrissem
o significado da mensagem do terceiro anjo. Mas, depois de
descobrirem o privilégio e dever de guardar o sétimo dia – o
sábado – também descobriram seu significado teológico e
profético em relação à terceira mensagem angélica.
Ellen White escreveu: “Cada aspecto das três mensagens
angélicas deve ser proclamado a todas as partes do mundo.
Esta é uma obra muito maior do que muitos percebem”
(Olhando Para o Alto, p. 277).
Conclusão
No fim dos tempos, haverá um grupo de fiéis guardadores
dos mandamentos, o qual se distinguirá dos outros grupos
religiosos por três características singulares.
Somente os adventistas do sétimo dia se encaixam
precisamente nessa descrição. Não devemos vangloriarnos pelo fato de os adventistas terem sido chamados para
falar sobre algo exclusivo pouco antes da segunda vinda de
Cristo. Afinal, a mensagem não é da igreja, mas de Deus.
Contudo, os membros da Igreja Adventista precisam viver
diferentemente, agir diferentemente e pregar diferentemente. Muitas outras igrejas estão fazendo um bom trabalho;
nenhuma, porém, está pregando o evangelho “eterno” ou
“final” no cenário do tempo do julgamento final. Tal certeza
deveria conferir aos adventistas um senso de urgência em
sua pregação.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem uma obra especial
a realizar no tempo do fim. Queira Deus que os adventistas
nunca percam o senso de sua missão profética; ao contrário,
que mais uma vez experimentem a emoção e o compromisso
dos pioneiros da igreja quando concluíram que Deus queria
trabalhar, por seu intermédio, para terminar Sua obra na Terra.
Que esse mesmo senso de admiração e dedicação seja a
experiência de cada membro da Igreja Adventista, hoje!
Para ler o artigo completo, preparado originalmente como
sermão, visite www.whiteestate.org/resources/nix/unique_
movement.html.
Nossa especial gratidão a Roger Coon pelos conceitos utilizados no presente artigo.
L. E. Froom, Prophetic Faith of Our Fathers, v. 3, p. 617-622.
M. E. Olsen, Origin and Progress of Seventh-day Adventists, p. 103.
José Bates, Second Advent Way Marks and High Heaps, 1847, p. 30, 31.
4
Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 400.
5
Guilherme Miller carta manuscrita a J. O. Orr, M.D., 13 de dezembro de 1844, citado em F. D.
Nichol, The Midnight Cry, p. 266).
6
Ibid.
7
Hiram Edson, fragmento de manuscrito autobiográfico não datado, localizado na biblioteca da
Universidade Andrews, p. 8a, 9.
8
Ronald A. Knox, A Bíblia Sagrada, 1944, 1948, 1950.
9
Ronald A. Knox, A Bíblia Sagrada (Sheed & Ward, Inc.: Nova Iorque, 1956), p. 270; nota de rodapé
sobre Apocalipse 14:6.
1
2
3
Junho 2009 | Adventist World
17
A RT I G O E S P E C I A L
F
requentemente, ficamos impressionados com histórias
dos campos missionários, ao ouvirmos sobre o que Deus
tem feito por meio de Seu povo ao redor do mundo. Outras
vezes, essas histórias nos deixam totalmente sensibilizados
ao percebermos quanto ainda há por fazer. Geralmente nos
inspiram a cair de joelhos e nos desafiam a fazer o que estiver
ao nosso alcance para cumprir a comissão do evangelho.
Ao viajar por várias regiões do mundo, por exigência do meu
trabalho, vejo a atuação do Espírito de Deus na vida e no coração
de pessoas com as quais entro em contato. Essas experiências me
motivam e encorajam e, mais que isso, me transformam.
Oração de Muhammad
Aconteceu numa quinta-feira à tarde em um país do Oriente Médio. Sunita*, enfermeira da Índia, estava terminando o
plantão e preparando-se para um fim de semana prolongado.
Ela havia planejado essa folga havia meses, especialmente sua
participação na cerimônia de Santa Ceia, sexta-feira à noite.
O pastor de Sunita morava noutro país. Só ele e outro
pastor supervisionavam igrejas em sete diferentes países do
p r e c i s a-s e d e
noite, Sunita sentiu-se incomodada.
— Não é justo! – pensava ela − Por que Deus permitiu
que isso acontecesse?
De repente, a porta se abriu de uma vez e, com um grito
exasperado, Muhammad, de 10 anos de idade, entrou correndo.
Sunita conhecia Muhammad desde bebê. Ele nasceu com
um problema de saúde e precisava de um tipo de tratamento
contínuo e doloroso. Muitas vezes, ela havia sido a enfermeira
responsável por essas difíceis seções. Muitas vezes, ela o havia
abraçado e acariciado sua cabecinha. Em seu coração, orava
pelo garotinho e por sua família.
Mas Sunita não via Muhammad havia dois anos. Quando
ele completou 8 anos, sua abastada família havia deixado o
país. Viajaram pelo mundo em busca de cura para Muhammad − ou, pelo menos, de algum tratamento menos doloroso
– mas haviam retornado havia pouco tempo, sem sucesso.
Agora, Muhammad estava tendo outra crise e precisava de
tratamento imediatamente.
Com o olhar cheio de medo e dor, o menino a abraçou
novamente e disse:
Trabalhadores
para a
Colheita
Oriente Médio. Todas as vezes que vinha visitar a igreja de
Sunita, precisava solicitar visto e, por mais de um ano, o
governo não atendeu às suas solicitações.
Quando Sunita soube que minha esposa (Bárbara) e eu
íamos visitar seu país, pediu-me que celebrasse a Santa Ceia
com eles. Assim, ela e os outros começaram o planejamento e
a preparação. Essa seria a primeira Santa Ceia, em mais de um
ano, em sua igreja.
Sunita tomou providências para não trabalhar naquele
fim de semana, fazendo plantões extras para cumprir os acertos. Tudo estava indo bem até quinta-feira à tarde, quando
seu chefe entrou no posto de enfermagem.
— Sunita – disse ele – sinto muito lhe comunicar, mas
vários funcionários estão doentes e preciso que você trabalhe
amanhã à noite.
Durante todo o tempo em que trabalhou sexta-feira à
18
Adventist World | Junho 2009
— Ah, Sunita, estou tão feliz que você está aqui! Eu orei
para que estivesse.
As lágrimas rolaram na face de Sunita. Agora ela sabia por
que estava no hospital e não na igreja. Ela era a resposta à
oração de um garotinho.
Por muitos anos, Sunita teve dúvidas se seu trabalho fazia
alguma diferença naquele país. Ela não estava estudando a Bíblia com ninguém, pois era ilegal. Ninguém havia sido batizado
ou frequentava a igreja por sua influência. Às vezes, sentia que
havia falhado como missionária. Agora, porém, percebeu que
Deus abrira seus olhos. Talvez estivesse fazendo diferença, afinal.
Adventistas na TV
Nesse mesmo país, outra enfermeira adventista também
se preocupava com o que estava fazendo para Deus. Janet
trabalhava na região havia 17 anos. Às vezes, tinha a
F O T O S :
H O M E R T R E C A R T I N
Ela sorriu e disse:
− Eles gostam de cozinhar. Então, quando assisti a um programa de culinária, contei a eles e me ofereci para sintonizar o
receptor o colocá-lo entre os favoritos; assim, poderiam assistir, quando quisessem. Agora, assistem a muitos pregadores e a
outros programas adventistas.
− Você já fez isso com mais alguém? – perguntei.
− Sim, com a maioria dos meus amigos e colegas de trabalho. Descubro um programa que possa interessá-los, sintonizo
seu receptor e gravo entre os seus canais favoritos.
Gentilmente repreendi Janet.
− Não me diga que você não está fazendo a diferença aqui
– eu disse. – Você não está vendo as pessoas se batizando ou indo
à igreja, mas em toda cidade há famílias assistindo à televisão
adventista porque aprenderam a amar e a confiar em você. Alguns
deles andarão ao seu lado pelas ruas do Céu, quando Jesus voltar!
Às vezes, podemos pensar que ninguém ao nosso redor
está interessado em ouvir sobre nossa fé. Podemos até estar em
algum lugar onde não temos liberdade para testemunhar. Mas
não desanime! Assim como fez com Sunita e Janet, o Senhor
ÁVIDO PELA PALAVRA:
Adventistas egípcios participantes
da reunião campal na Escola da
União do Nilo, no Cairo, ávidos
para examinar os livros, em
árabe, vendidos pela publicadora
adventista.
Por Homer Trecartin
sensação de que desperdiçara todos esses anos.
− Como vamos terminar a obra de levar o evangelho a
todo o mundo, se não descubro um modo de fazer isso no
Oriente Médio, onde moro e trabalho? – ela se questionava.
Um dia, Janet nos convidou para visitarmos alguns dos
seus amigos, com ela. Fomos recebidos calorosamente e era
óbvio que a consideravam como parte da família.
Em certo momento, quando a família estava fora da sala,
Janet disse baixinho:
− Pastor, olhe isso! – e ligou a grande TV, por satélite, que
estava na parede.
Tomei grande susto quando vi um rosto familiar
aparecer na tela. Era um pastor adventista, muito conhecido,
pregando em um dos canais, via satélite.
− Janet − perguntei impressionado –, como essa família
está assistindo à televisão adventista?
pode agir por seu intermédio para alcançar pessoas de um
modo que você nem imagina.
Uma Igreja que Cresce
A Igreja Adventista começou bem pequena, há quase 150
anos, com um grupo de fala inglesa, nos Estados Unidos. Levou
muito tempo para que os membros se dessem conta de que a
igreja tinha a responsabilidade de levar o evangelho a todo o
mundo. Entretanto, uma vez conscientes disso, colocaram o
Homer Trecartin é secretário-associado
da Associação Geral, diretor do Serviço
de Voluntariado Adventista e diretor de
planejamento de Missão Global.
Junho 2009 | Adventist World
19
A RT I G O E S P E C I A L
coração na missão e, desde aquele tempo, a igreja tem crescido rapidamente.
Em 1863, havia um adventista do sétimo dia para cada
373.143 pessoas no mundo. Assim, levar a mensagem do evangelho a todo o mundo parecia um desafio esmagador. Mas, em
menos de 50 anos (por volta de 1900), tínhamos um membro
para cada 21.487 pessoas! Outros 50 anos, em 1950, havia um
adventista para cada 3.300 pessoas. No ano 2000, havia um
membro para cada 519 pessoas e, no fim de 2007, um para
cada 429 pessoas na Terra. Que progresso maravilhoso!
A igreja, hoje, afirma ter quase 16 milhões de membros,
ou seja, 25 a 30 milhões, se contarmos as crianças, como a
maioria das igrejas faz. Não somos apenas uma igreja de fala
inglesa, na América do Norte. O espanhol é a língua número
um da igreja. Um terço de seus membros vive nas Américas
do Sul e Central. Um terço vive na África e o terço final está
dividido entre a América do Norte, Austrália, Europa, Oriente
Médio, Ásia, ex-União Soviética e o resto do mundo.
A Divisão Sul da África-Oceano Índico tem agora um
adventista para cada 68 pessoas. A América Central tem um para
cada 90. A América do Sul tem um membro para cada 119 pessoas. A Divisão Norte-Americana tem um para cada 319 pessoas.
“Gostaria de ter
certeza de que Jesus
morreu por mim.”
Em 18 países, os adventistas perfazem mais de 5% da população,
e em vários outros já somos 10% da população ou mais!
Sentados na Pirâmide
Que progresso fantástico! Temos muito a agradecer. Antes,
porém, de nos darmos tapinhas nas costas, olhemos algumas
outras estatísticas:
■ 53 países têm mais de 10 mil habitantes por adventista.
■ 20 países têm mais de 100 mil pessoas para cada adventista.
■ 10 países relatam ter mais de um milhão de pessoas para
um adventista.
Ilustremos de outra maneira.
Suponhamos que seja possível subir o edifício mais alto da
América do Sul e que todas as pessoas que vivem na Divisão
Sul-Americana sejam colocadas em fila única, para fazer a
escalada em 24 horas. De quanto em quanto tempo veremos
um adventista do sétimo dia passar? A cada 1,9 minutos.
20
Adventist World | Junho 2009
Entretanto, se escalarmos o Monte das Oliveiras, em Israel
(ou as montanhas da Ásia Central), teremos que esperar 148
minutos (2,5 horas) entre cada adventista. Se você for comigo
ao Egito e nos assentarmos sobre uma pirâmide e colocarmos
os egípcios em fila, para passar um por segundo durante 24
horas, esperaremos mais de um dia entre cada membro (25,1
horas). Na Arábia Saudita, levaria 284 dias (9,5 meses) entre
cada adventista!
Em Mateus 9:37, 38, Jesus diz que não precisamos nos
concentrar na colheita, porque os campos já estão maduros.
Ele diz que devemos orar por trabalhadores.
Jesus Não Morreu por Mim
Quando Bárbara e eu trabalhávamos na União do Oriente
Médio, morávamos em Chipre. Um dia, entramos numa
lojinha administrada por um grego ortodoxo.
Ele era uma pessoa falante e estava feliz com a chance de
praticar seu inglês. Logo nos perguntou de onde éramos e por
que estávamos em Chipre. Quando lhe disse que trabalhávamos
para a Igreja Adventista do Sétimo Dia, ele apertou seus olhos.
− Igreja!− disse cuspindo as palavras. – Você é cristão?
− Sim, nós somos cristãos − respondi hesitante.
− Então, em que você crê? – disse, com ar de superioridade.
Fiz uma oração e respondi:
− Creio que Jesus morreu por mim. Ele pagou o preço
pelos meus pecados, ressuscitou e virá outra vez para levar
para o Céu todos que O aceitarem.
Um olhar tristonho invadiu seus olhos quando disse:
− Gostaria de ter certeza de que Jesus morreu por mim.
Conversamos um pouco mais e, quando saí da loja, estava
confuso. Como podia um cristão não estar certo de que Jesus
morreu por ele?
Milhares de pessoas, entretanto, não conhecem a boa notícia. Não apenas os budistas, hinduístas, judeus e muçulmanos. Há, também, muitos “cristãos” que não sabem que Jesus
morreu por eles. Os campos certamente estão maduros.
Precisa-se de Trabalhadores
Precisamos de trabalhadores. Precisamos dos adventistas
de todos os países, cidades, bairros e vilas da Terra. Precisamos de voluntários por todo o mundo, dedicando um ano ou
dois para aprender a conhecer as pessoas em lugares em que
há poucos adventistas. Precisamos de membros que mostrem
o que significa ser um fiel seguidor de Jesus e ajudem as pessoas a ter certeza de que Jesus morreu por elas.
Ser um trabalhador nem sempre é fácil. Isso envolve
sacrifício e riscos. Mas os campos estão maduros. Jesus
está ansioso por voltar. Tudo o que Ele precisa agora é de
trabalhadores.
Para obter informações sobre como ser um voluntário, acesse
www.AdventistVolunteers.org.
*Com exceção do autor e sua esposa, todos os outros nomes são pseudônimos.
E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
fé
,
nãosentimento
Por Ellen G. White
Sentimentos não são bom parâmetro para
sua vida espiritual, e sim, a Palavra de Deus
“Examinai-vos a vós mesmos se
realmente estais na fé.” Ao ler esse
texto, algumas pessoas conscienciosas
começam imediatamente a criticar cada
sentimento e emoção. Esse, porém,
não é o autoexame correto. Os bons
sentimentos e emoções não devem
ser testados. A vida e o caráter devem
ser comparados pelo único padrão de
caráter: a santa lei de Deus. Os frutos
revelam a natureza da árvore. Nossas
obras, não os nossos sentimentos, testificam ao nosso respeito.
Os sentimentos, sejam eles encorajadores ou não, não devem ser o
parâmetro da nossa condição espiritual.
Devemos determinar nossa verdadeira
posição diante de Deus por meio de Sua
Palavra. Muitos estão confusos sobre
essa questão. Quando estão felizes e
alegres, pensam que são aceitos por
Deus. Quando, porém, alguma mudança ocorre e se sentem deprimidos,
concluem que Deus os abandonou.
Recebendo a Misericórdia
de Deus
Deus não vê favoravelmente os
auto-suficientes que ruidosamente
exclamam: “Estou santificado, sou santo
e sem pecado.” Esses são fariseus que
não têm qualquer fundamento para
sua afirmação. Aqueles que, por causa
de seu sentimento de total indignidade,
dificilmente ousam levantar os olhos ao
Céu, estão mais perto de Deus do que
os que afirmam tanta devoção. Eles são
representados pelo publicano que batia
no peito e orava: “Ó Deus, sê propício a
mim, pecador”, e, ao contrário do fariseu
auto-suficiente, foi para casa justificado.
Não é desejo de Deus que passemos
pela vida sem confiança nEle. Devemos
ao nosso Pai celestial uma visão mais
generosa de Sua bondade do que Lhe
é conferido pela manifestação de
nossa descrença em Seu amor. Temos
a evidência de Seu amor, evidência
que intriga os anjos e está muito além
da compreensão dos mais sábios seres
humanos.
“Nisto consiste o amor: não em que
nós tenhamos amado a Deus, mas em
que Ele nos amou e enviou o Seu Filho
como propiciação pelos nossos pecados.”
Deus doou Seu Filho para morrer por
nós, quando ainda éramos pecadores.
Podemos duvidar de Sua bondade?
Jesus Faz a Diferença
Contemple a Cristo. Permaneça em
Seu amor e misericórdia. Sua alma,
assim, se aborrecerá com tudo que é
pecaminoso e será inspirada por um
intenso anelo de obter a justiça de
Cristo. Quanto mais claramente observarmos o Salvador, mais claramente
discerniremos nossos defeitos de
caráter. Confesse seus pecados a Cristo
e, com verdadeira contrição de alma,
coopere com Ele, abandonando tais
pecados. Creia que já foram perdoados.
A promessa é positiva: “Se confessarmos
os nossos pecados, Ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça.” Esteja certo de que
a Palavra de Deus não falhará. Aquele
que prometeu é fiel. Da mesma forma
que é seu dever confessar os seus pecados, é também o acreditar que Deus
cumprirá fielmente Sua Palavra e o
perdoará.
Fé na Promessa
Exercite sua fé em Deus. Quantos há
que passam pela vida sob uma nuvem
de condenação! Não creem na Palavra
de Deus. Não têm fé de que Ele fará o
que disse que faria. Muitos que anseiam
ver outros descansando no amor
perdoador de Cristo, não conseguem
desfrutar desse descanso. Como, porém,
levarão outros a desenvolver uma fé
simples, semelhante à de uma criança,
no Pai celestial, se medem seu amor por
seus sentimentos?
Creiamos na Palavra de Deus
incondicionalmente, lembrando-nos
de que somos Seus filhos e filhas.
Exercitemos nossa confiança em Sua
Palavra. Ferimos o coração de Cristo
quando duvidamos, mesmo tendo Ele
nos dado tantas evidências de Seu amor.
Ele entregou Sua vida para nos salvar.
Ele nos diz: “Vinde a Mim, todos os que
estais cansados e sobrecarregados, e Eu
vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo
e aprendei de Mim, porque sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso
para a vossa alma. Porque o Meu jugo é
suave, e o Meu fardo é leve.”
Você crê que Ele fará o que disse?
Então, após cumprir as condições, abandone o fardo de seus pecados. Coloqueos sobre o Salvador. Confie nEle.
Este artigo foi extraído de um dos primeiros
que foram publicados na Advent Review
and Sabbath Herald, hoje Adventist Review
(www.adventistreview.org), de 21 de maio
de 1908. Os adventistas do sétimo dia
creem que Ellen G. White exerceu o dom
profético bíblico durante mais de 70 anos
de ministério público.
Junho 2009 | Adventist World
21
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚMERO 20
ou
Futebol
Eu não podia mais adiar.
Tinha que decidir entre
o domingo e o sábado.
E
Fé ?
u tinha 17 anos. Era o fim do campeonato. Eu era o
capitão do time. O jogo seria no sábado. O que fazer?
Cresci frequentando a Igreja Batista e a Brigada
de Meninos. Tornei-me sargento da Brigada e capitão do
time de futebol de nossa companhia, do time de futebol do
bairro e do time de futebol da cidade. Minha avó, adventista
do sétimo dia, regularmente nos levava à sua igreja. Eu ia às
festas de Natal da igreja Batista no sábado e na festa de Natal
adventista no domingo. Era uma doce vida.
Um dia vovó me disse:
−Jeff, você precisa se decidir.
O sucesso nos campos de futebol caminhava paralelo à
minha convicção sobre o sábado. Eu sabia que precisa ter
“uma conversa” com o Skip, líder da nossa Brigada de Meninos, mas estava com medo.
Foi aí que o inacreditável aconteceu. Após ouvir tudo
sobre minha luta, Skip aliviou minha tensão.
− Jeff− disse ele, na classe bíblica, domingo de manhã
– sempre siga suas convicções.
Não joguei naquele sábado. Ao contrário, fui à igreja.
Não me pergunte o nome do pregador ou o assunto do
sermão. Só consegui pensar em como o meu time estaria
jogando.
No dia seguinte, eu soube do resultado: estavam todos
de rosto comprido. Os olhares eram acusadores. O silêncio,
ensurdecedor. Meu time havia perdido a copa no último
jogo.
Jeffrey O. Brown é presidente da Associa-
ção Adventista do Sétimo Dia das Bermudas,
em Hamilton, Bermudas.
22
Adventist World | Junho 2009
Por
Jeffrey O.
Brown
Evolução Inesperada
Skip me procurou após a derrota.
– Jeff, como você pode abandonar seu time desse jeito?
– perguntou incrédulo.
Essa era a mesma pessoa que uma semana antes havia
dito: “Sempre siga suas convicções.” Agora, estava cantando
uma canção diferente:
− Jeff, o jogo da semana que vem será a decisão do campeonato. O que você vai fazer? Seu time precisa que você jogue
na próxima semana.
A semana seguinte significava sábado. Com o olhar suplicante de Skip e o time todo me implorando, o que eu podia
fazer? O que decidi fazer?
Joguei. E ganhamos? Não, não ganhamos. Perdemos
o jogo e perdi minha paz de espírito, aquela que sentimos
quando fazemos o que Deus diz ser correto. Ouvi as palavras
de Jesus: “E em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são
preceitos de homens” (Mt 15:9). Eu sabia o que devia fazer.
Embora amasse minha família da Igreja Batista, batizei-me e
tornei-me membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Mais e mais cristãos ao redor do mundo estão chegando
à conclusão de que o sábado é um lindo benefício, não um
fardo nocivo. Max Lucado, autor de best sellers cristãos, disse:
“Das dez declarações esculpidas nas tábuas da lei, qual delas
ocupa mais espaço? Assassinato? Adultério? Roubo? Você pode
pensar que sim. Certamente, todas elas merecem ampla cobertura. Mas, curiosamente, esses mandamentos são tributos à brevidade. Deus precisou de apenas duas palavras para condenar o
adultério, o roubo e o homicídio. Entretanto, quando chegou ao
assunto do descanso, uma sentença não foi suficiente.”1
Lucado está certo. O mandamento diz: “Lembra-te do dia
de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda
a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus;
não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a
tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal,
nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis
dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles
há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o
dia de sábado e o santificou” (Êx 20:8-11).
Lucado continua: “Deus diz que em um dia da semana
você dirá não para o trabalho e sim para a adoração. Você
vai parar, se assentar, se deitar e descansar. Ainda objetamos.
‘Mas. . . mas. . . mas. . . quem vai cuidar da loja?’ ‘E as minhas
notas?’ ‘Eu tenho minha cota de vendas.’ Damos um motivo
atrás do outro, mas Deus silencia todos com o pungente
lembrete: ‘Em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e
tudo o que neles há, e descansou no sétimo dia.’ A mensagem
de Deus é simples: ‘Se a criação não veio abaixo quando Eu
descansei, também não irá se você descansar’.”2
Nem sempre se precisa de muita teologia para convencer
as pessoas. Emprestando as palavras da Bíblia: “e um pequenino os guiará” (Is 11:6).
História de um Menino que Fez Isso
“Aloni Muhindwa, de Uganda, estudou na Grã-Bretanha
e tornou-se um sacerdote da Igreja da Inglaterra. Desde bem
jovem, tinha dúvidas sobre o sábado. Pastores, professores do
seminário e bispos recusaram-se a discutir o assunto. Foi tarde em sua vida que ficou sabendo da história por um menino,
enquanto bebericava um refrigerante, numa lanchonete, no
caminho de volta para sua plantação de café.
“O garoto disse: ‘Era uma vez um grande rei que tinha dez
filhos. Antes de sair para uma grande viagem, ele chamou o
primeiro ministro e seus dez filhos para despedir-se. Encarregou o primeiro ministro de cuidar bem de seus filhos. Assim
que ele partiu, o primeiro ministro reuniu os dez filhos outra
vez, retirou o quarto filho e o substituiu pelo seu próprio
filho, julgando ser ele um fino espécime da realeza.
“Um belo dia o rei retornou e chamou seus filhos. Cumprimentou um por um até que chegou o quarto filho. ‘Quem é
esse impostor? Esse não é o meu filho. O que aconteceu ao meu
filho, Sr. Primeiro Ministro?’ O primeiro ministro explicou:
‘Para mim, seu quarto filho não se parecia com um filho de rei,
então coloquei meu filho em seu lugar.’ No fim da história, o
rei expulsou o primeiro ministro do seu reino e resgatou o seu
filho. Aloni, então, perguntou ao garoto qual era o significado
daquela história. Ele disse: ‘O rei é Deus; os dez filhos são
os dez mandamentos. O primeiro ministro é a igreja, pois
mudou o quarto mandamento de Deus e colocou no lugar um
mandamento criado por ela. O Rei, porém, voltará um dia e
perguntará o que aconteceu com Seu mandamento.’
“‘Onde você aprendeu isso, filho?’ ‘Lá na Missão Kereka,
no topo da colina, senhor’. Assim, o velho sacerdote foi levado
pelo garoto até a missão que guardava o sábado, onde permaneceu vários dias em intenso estudo da Bíblia. No domingo
seguinte, levantou-se diante de sua congregação e disse: ‘Esse
é meu último domingo como seu sacerdote. De hoje em diante, sou um guardador do sábado’.”3
Perguntou-se ao jornalista secular, A. J. Jacobs, que por
um ano, cumpriu mais de 700 regras que havia descoberto
na Bíblia: “Quais as regras, se houver alguma, você ainda está
seguindo?” Ele respondeu: “Eu amo o sábado. Se há algo de
que realmente gosto é de um dia de descanso ‘forçado’.”4
Um dia feito por Jesus para Ele Se encontrar com Sua família, contemplar Sua criação e descansar em Sua redenção.5
Isso é algo de que eu também gosto bastante.
1
Max Lucado, Traveling Light: Releasing the burdens you were never intended to bear (Nashville: W.
Publishing Group, 2001), p. 41, 42.
2
Ibid.
3
Jeffrey and Pattiejean Brown, A Guide to Parenting: On the winning team with your children
(Grantham: Stanborough Press, 2003), p. 169-171.
4
Jennie Yabroff, “Biblical Living: Following Every Rule for One Year,” Newsweek, 21 de setembro de 2007.
5
Veja Marcos 2:27, 28; Hebreus 10:25; 4:8-11.
Sábado
ensino e prática de Jesus, o Senhor do sábado. O sábado é um
dia de deleitosa comunhão com Deus e uns com os outros. É
um símbolo de nossa redenção em Cristo, um sinal de nossa
santificação, uma prova de nossa lealdade e um antegozo de
nosso futuro eterno no reino de Deus. O sábado é o sinal perpétuo do eterno concerto de Deus com Seu povo. A prazerosa
O bondoso Criador, após os seis dias da criação, descansou
observância deste tempo sagrado duma tarde a outra tarde, do
no sétimo dia e instituiuT
o sábado
para
todas
as
pessoas
como
é uma
R A N S L A T I Opôr-do-sol
N ao pôr-do-sol,
NEE
Dcelebração
E D dos atos criadores
memorial da criação. O quarto mandamento da imutável lei de
e redentores de Deus. (Gn 2:1-3; Êx 20:8-11; Lc 4:16; Is 56:5, 6;
58:13, 14; Mt 12:1-12; Êx 31:13-17; Ez 20:12, 20; Dt 5:12-15;
Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como
dia de descanso, adoração e ministério, em harmonia com o
Hb 4:1-11; Lv 23:32; Mc1:32.)
O
Junho 2009 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
“Se você tiver homens dispostos a vir
apenas se as estradas forem boas, eu não
quero. Quero homens que venham,
mesmo que não haja nenhuma estrada.”
– David Livingstone, missionário
cristão e explorador.
S
ituada no terço sul da África, está a
Divisão Sul-Africana Oceano Índico
da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Seu território estende-se de Zâmbia à
África do Sul, de Angola a Moçambique,
incluindo nações peninsulares como
Madagáscar e Maurício. Hoje, cerca de
150 milhões de pessoas vivem nessa divisão. Mais de 2,2 milhões são adventistas
do sétimo dia, ou seja, um adventista
para cada 68 pessoas.
O missionário escocês David
Livingstone chegou à parte sul da África
em 1841. Enviado pela Sociedade Missionária de Londres, levou a mensagem
cristã ao interior do continente. Aos 27
anos de idade, Livingstone não tinha
ideia do impacto que faria na região.
Mais de 30 anos depois, ele morreria na
África e foi encontrado de joelhos, em
oração, sobre sua cama.
Os missionários adventistas chegaram ao sul da África cerca de 20 anos
após a morte de Livingstone. Em 1895,
W. H. Anderson, sua esposa Nora e
dois outros missionários americanos
viajaram por seis semanas, em carros
de bois, da África do Sul ao Zimbábue.
Ali, estabeleceram a primeira sede permanente de missão adventista no continente africano. O local daquela sede de
missão é onde está hoje a Universidade
Solusi. Os Andersons serviram por cerca
de 50 anos no Sul da África, estabelecendo, posteriormente, sedes de missão
em Zâmbia e Angola.
O legado de fé e coragem deixado
por missionários cristãos como
Livingstone e os Andersons está vivo na
Divisão Sul da África e Oceano Índico.
Por anos, muitos dos países foram
devastados por guerras, confrontos civis
e pobreza generalizada. No entanto,
24
Adventist World | Junho 2009
l
Por Hans Olson
e
g
a
Fé
de
Direita: EXERCÍCIO DE FÉ: Foram
necessárias seis semanas de
viagem em carro de boi, para que
William H. Anderson (esquerda) e
sua esposa Nora (não fotografada),
saindo da África do Sul, chegassem
à Rodésia, hoje Zimbábue. Eles
ajudaram a fundar o que é
atualmente a Universidade Solusi.
d
o
Construindo sobre
o alicerce do sacrifício
e do serviço
apesar das dificuldades físicas, Deus tem
abençoado Seu trabalho ali. As igrejas
adventistas crescem em número de
membros. Todavia, há grandes desafios.
Há poucas escolas adventistas, e muitas
das que existem foram destruídas pela
guerra, tornando difícil a educação
adventista. A falta de professores adventistas formados torna o problema ainda
mais sério, forçando a contratação de
professores não adventistas em algumas
de nossas escolas.
Angola
Localizada logo abaixo da linha do
equador, margeando a costa africana do
Atlântico na região sudoeste, Angola estende-se entre a Namíbia e a República
Democrática do Congo. Essa nação, de
fala portuguesa, está sendo reconstruída
após sofrer conflitos por mais de um
quarto de século.
Em 1975, Angola independeu-se de
Portugal, após 400 anos de colonização.
Em seguida, estourou a guerra, enquanto
diferentes facções políticas lutavam pelo
controle. Mais de 500 mil pessoas foram
mortas e 4 milhões de refugiados sofreram durante 27 anos de guerra civil.
Após a assinatura de um acordo de
paz em 2002, a economia de Angola está
sendo transformada, saindo do caos dos
tempos da guerra civil para se tornar a
segunda economia que mais cresce na
África.
A Igreja Adventista em Angola
também sofreu durante a guerra civil.
Mesmo tendo crescido para aproximadamente 300 mil membros, muito da
infraestrutura da igreja foi danificada.
Em apenas uma região do país, 145
prédios de igreja foram destruídos.
Durante a guerra, a sede da Missão
Bongo, onde William e Nora Anderson
iniciaram o trabalho adventista em Angola, em 1924, teve que ser desocupada.
Em 1986, os funcionários da sede da
missão foram forçados a fugir à medida
que os confrontos se aproximavam da
área. Mas alguns prédios da missão ain-
da estão em pé, necessitando de reparo.
Parte da oferta do décimo terceiro
sábado deste trimestre irá ajudar a
reconstruir a Missão Bongo, incluindo
o Seminário Adventista Bongo. Antes
de fechar suas portas, o seminário abrigava, em média, 300 alunos e oferecia o
ensino fundamental, o ensino médio e
três anos para instrutores bíblicos.
Moçambique
Moçambique localiza-se na costa
sudeste da África, logo acima da África
do Sul. As longas praias arenosas e as
águas tépidas do Oceano Índico fizeram
desse país um local de férias. Entretanto,
os anos de guerra civil e conflitos transformaram em desolação, onde, outrora,
havia abundância e hotéis luxuosos.
Em 1975, após cinco séculos de
colonialismo português, Maçambique
recebeu sua independência. Nas duas
décadas seguintes, o país sofreu com a
guerra civil, tendo seus efeitos agravados com anos de estiagem, resultando
em depressão econômica em espiral.
Apesar da contínua falta de recursos,
a Igreja Adventista do Sétimo Dia em
Moçambique cresceu rapidamente nos
últimos 15 anos. O número de membros saltou de 70 mil para 200 mil.
Juntamente com o número de novos
membros, vieram muitos novos desafios. Como resultado da instabilidade
da guerra, a maioria das pessoas nunca
aprendeu a ler e escrever; a maior parte
dos adventistas em Moçambique tem
pouca ou nenhuma instrução. Com
o apoio da oferta do décimo terceiro
sábado do último trimestre para essa
divisão, a igreja está trabalhando para
construir uma escola em Moçambique
visando à formação de pastores e
professores que conduzam os recémconversos ao crescimento espiritual.
Zâmbia
Zâmbia é um país interior (sem
acesso ao mar), do sul da África, localizado entre a República Democrática do
Congo, ao norte, e Moçambique, ao sul.
É considerado, por alguns, como um
dos 50 países mais pobres do mundo.
Ex-colônia inglesa, Zâmbia é o lar
de cerca de 12 milhões de pessoas e
aproximadamente 600 mil adventistas,
ou seja, um adventista para cada 20
pessoas. Em todo o país, entretanto, a
Igreja Adventista possui apenas uma
escola de ensino médio e umas poucas
de ensino fundamental.
Em 2003, a Igreja Adventista
estabeleceu a Universidade Adventista
de Zâmbia, no sul do país, a cerca
de 160 quilômetros fora da capital,
Lusaka. Mais de 800 alunos estudam
ali. A biblioteca da escola possui 42
mil livros, mas não há espaço para
abrigá-los. Parte da oferta do décimo
terceiro sábado deste trimestre ajudará
na construção de uma biblioteca para a
universidade.
No próximo décimo terceiro sábado,
você terá a oportunidade de apoiar
a Igreja Adventista do sul da África.
Poderá ajudar a contar ao mundo sobre
Jesus ao reconstruir escolas adventistas
em Ângola e Zâmbia, para que jovens
possam obter a formação necessária
para se tornar membros ativos que
contribuam com sua igreja e sociedade.
Com seu apoio, eles poderão aprender a
compartilhar a mensagem de Jesus com
as pessoas da sua comunidade.
Muito obrigado por fazer sua parte
na proclamação do amor de Deus ao
mundo. Obrigado, também, pelo seu
apoio semanal com as ofertas para as
missões.
Para saber mais sobre o trabalho
missionário da Igreja Adventista mundial,
acesse: www.AdventistMission.org.
Hans Olson é responsável
pelos Projetos de
Comunicação na Sede da
Missão Adventista.
Junho 2009 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
M
e na Mesopotâmia (cf. Js 18:9; Dt 24:1). Os acrósticos eram
uitos especialistas creem que as escolas começaram a
usados para facilitar a memorização do alfabeto. O poema
aparecer em Israel, depois do exílio de Judá. Outros
da mulher virtuosa (Pv 31:10-21)é um acróstico e contém as
argumentam que havia escolas antes do exílio. A razão dessa
habilidades básicas esperadas de uma mulher israelita, que
discrepância é que os dados bíblicos sobre o assunto não
incluíam o projeto, decoração e administração da casa, horsão claros. Somos forçados a lidar com inferências e provas
ticultura, tecelagem e a criação dos filhos. A menina poderia
circunstanciais. Vamos começar com uma descrição geral das
escolas do antigo Oriente Próximo e, em seguida, faremos um ser instruída tanto em casa como na escola.
Alguns argumentos apoiam a existência de escolas em
breve exame das evidências bíblicas.
Israel. Primeiro: o fato de as escolas serem comuns em
1. Escolas no Antigo Oriente Próximo: Iniciemos com o
outras nações no antigo Oriente Próximo. Segundo: havia a
que é aceito como fato histórico: havia escolas na Mesoponecessidade de instruir os levitas e sacerdotes nos assuntos
tâmia e Egito muito antes de Israel. Alguém pode facilmente
relacionados ao Templo, tais como os tipos de sacrifícios
argumentar que Moisés frequentou escolas. Sugere-se que,
(Lv 1–5), diferenças entre
no Egito, havia templo, coro que era limpo e imundo
te e escolas militares para a
(Lv 15), rituais (e.g., Lv 16),
formação técnica e profissiofestivais (Lev. 23), etc. Ternal dos que iriam trabalhar
ceiro: os jovens necessitavam
nessas áreas. Grande ênfase
de formação para trabalhar
era dada ao aprendizado da
em funções administrativas
escrita, tarefa de muitos anos,
e como conselheiros para os
devido à complexidade dos
reis. Essas funções requeriam
hieróglifos egípcios. Os que
não apenas alfabetização,
frequentavam escolas eram
P E R G U N TA :
mas também o aprendizado
principalmente crianças do
de línguas estrangeiras,
sexo masculino, da classe alta
Havia escolas
criação de estratégias miliegípcia. As filhas do Faraó fretares, fabricação de armas,
quentavam algumas escolas.
em Israel?
treinamento para usá-las, etc.
O sistema escolar da MeQuarto: Havia uma necessisopotâmia surgiu por volta
dade constante de escribas
de 2500 a.C. para alunos de
Por
para servir o povo em geral e,
famílias ricas. Enquanto alguAngel Manuel
também, para trabalhar para
mas evidências indicam que,
Rodríguez
o rei na confecção de docuno Egito, as aulas eram mimentos oficiais, relatórios,
nistradas dentro dos prédios,
crônicas do reino e preservação dos livros que encontramos
na Mesopotâmia o quintal era o principal lugar. Os alunos
na Bíblia. Essas escolas deviam testificar a religião e as necessentavam-se em pedaços de tecidos espalhados pelo chão,
com pequenos montes de areia em frente de cada um, para a sidades administrativas do povo e do palácio. As chamadas
“escolas de profetas” muito provavelmente existiam para tal
prática da escrita. Eram necessários vários anos para aprenpropósito (cf. 2 Reis 2:3; 6:1).
der as centenas de sinais da escrita sumeriana e acadiana.
As escolas formavam os que trabalhavam no templo, jovens
3. Deus como Professor: Havia uma forte convicção, no
país, de que o verdadeiro professor de Israel era o Senhor
para trabalhar na corte real e líderes militares. Eles aprendiam línguas, música, adivinhação, matemática, álgebra,
(Is 2:3). Nesse caso, cada professor era um instrumento de
astrologia e outros assuntos relacionados com o bem-estar
Deus na formação do caráter dos alunos e no desenvolvimento
do conhecimento e das habilidades que necessitavam para
do país.
servir ao Senhor, ao povo e ao reino.
2. Escolas em Israel: A educação das crianças em Israel
Será que não devemos esperar que o Senhor ensine nossos
repousava essencialmente sobre os pais. Eles eram os responjovens por meio de professores dedicados e consagrados?
sáveis pela instrução religiosa básica (e.g., Dt 6:4-9, 20-25).
Claro que sim!
A educação profissional era de responsabilidade do pai, que
ensinava ao filho a sua profissão. Uma vez que o alfabeto
hebraico consistia em 22 consoantes, era relativamente
fácil ensinar e aprender a ler e a escrever. Isso sugere que o
Angel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da
Associação Geral.
analfabetismo era pouco menor em Israel do que no Egito
e du c a ç ão
Superior
26
Adventist World | Junho 2009
O
E S T U D O
B Í B L I C O
Incomparável
Jesus
Por Mark A.
Finley
Neste mês, daremos início a uma série de lições sobre os grandes temas do Apocalipse.
Quando pensamos nesse livro, imediatamente nos vêm à mente vários símbolos
assustadores: bestas, pragas, conflitos e tribulação.
Nesta série, observaremos o panorama geral. Descobriremos que, do grande conflito
entre o Bem e o Mal, Cristo sairá vitorioso e Satanás, derrotado.
1. O livro do Apocalipse é a revelação de quê? Escreva sua resposta no espaço abaixo.
“Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos Seus servos as coisas que brevemente devem
acontecer; e pelo Seu anjo as enviou, e as notificou a João Seu servo” (Ap 1:1).
O livro do Apocalipse é a revelação de
.
O primeiro verso de Apocalipse revela sua origem divina. Ele vem diretamente de Deus, que
o deu a Jesus. Jesus o enviou por meio de um anjo a João, enquanto estava exilado na ilha
de Patmos, e este o escreveu.
2. Quais são as três bênçãos prometidas aos que estudam o livro do Apocalipse? Circule,
no texto abaixo, as três palavras que indicam quem receberá essa bênção especial de Deus.
“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão
escritas; porque o tempo está próximo” (Ap 1:3).
Ao lermos o Apocalipse e ouvirmos o Espírito Santo falar ao nosso coração, nossa vida
será transformada. O Espírito Santo nos revelará novas verdades e nos levará a guardar
“as coisas que nela estão escritas”.
3. Como Jesus é descrito em Apocalipse 1:4?
“Graça e paz seja convosco da parte dAquele que é, e que era, e que há de vir.”
Descreva, com suas palavras, o que o Apocalipse quer dizer quando afirma que Jesus “é, e que era, e que há de vir”.
4. Leia Apocalipse 1:5, 8, 11. No espaço abaixo, escreva os títulos de Jesus.
“E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da
terra” (verso 5).
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”
(verso 8).
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro” (verso 11).
Jesus é:
a. a fiel
b. o
dentre os mortos
c. o
dos
d. o
eo
da
Junho 2009 | Adventist World
27
e. o
f. Aquele que
eo
, e que
, e que
de
.
g. o
h. o
eo
5. Que título especial, em Apocalipse 1:13, descreve Jesus?
“E, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida,
e cingido pelos peitos com um cinto de ouro.”
Jesus é chamado de
do
.
De todos os títulos dados a Jesus no Novo Testamento, o mais usado por Ele para Se referir
a Si próprio foi “Filho do homem”. Em Lucas 19:10, Ele declara: “Porque o Filho do homem
veio buscar e salvar o que se havia perdido.” Ele ainda mantém esse título no Céu. Jesus
não é apenas o Todo-Poderoso, eterno Filho de Deus, sem princípio e sem fim; Ele também
é o Filho do homem. Ele viveu como homem, enfrentou as mais cruéis tentações de
Satanás, conhece nossas fraquezas e compreende nosso sofrimento. O Cristo ressurreto
está assentado em Seu trono à direita do Pai. Nosso amigo, no Céu, é o Filho do homem.
6. Quais são os três títulos dados a Jesus no último capítulo do livro de Apocalipse?
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (Ap 22:13).
Jesus é:
a.
b.
c.
O Apocalipse termina do modo como começou. Jesus é o Alfa e o Ômega, sem início e sem
fim, o imortal Primeiro e Último.
7. Quais são os dois últimos títulos de Jesus no livro do Apocalipse?
“Eu, Jesus, enviei o Meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi,
a brilhante Estrela da manhã” (Ap 22:16).
Jesus é:
a. a
b. a
ea
de Davi,
da Manhã.
Durante séculos, o povo de Deus procurou por um poderoso rei-pastor que o libertaria
da opressão de seus inimigos. Jesus é o poderoso libertador. Os poderes do inferno não
podem resistir-Lhe. Finalmente, Ele conduzirá Seu povo ao glorioso triunfo.
Ele é o Rei dos reis que nos levará à vitória sobre as forças do mal (Ap 11:15; 19:16).
Em um mundo de escuridão e tristeza, Ele é a “brilhante Estrela da manhã” que nos
assegura um futuro glorioso. Ele nos oferece esperança hoje, amanhã e para
sempre. Ele é o incomparável Jesus.
Continuando a série “Grandes Temas do
Apocalipse”, no próximo mês, estudaremos sobre
“O Cordeiro Imolado do Apocalipse”.
28
Adventist World | Junho 2009
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Diagrama
Profético
Que maravilha ver
o histórico diagrama profético milerita de 1843 na
capa da Adventist
World de abril de
2009, no artigo
“Interpretando os
Tempos”, por Roy Adams, na página 16!
Esse é o diagrama do qual Ellen White
fala nos Primeiros Escritos, na página
74: “No dia 23 de setembro, o Senhor
mostrou-me que Ele havia estendido a
Sua mão pela segunda vez para reaver
o remanescente do Seu povo… Tenho
visto que o diagrama de 1843 foi dirigido pela mão do Senhor, e que ele não
deve ser alterado.”
Para os adventistas, esse diagrama
é a verdade presente para esse tempo
na História, e precisamos estar familiarizados com ele. Ainda encontramos
adventistas que o desconhecem
completamente. Por exemplo, quantos
sabem a que profecia está relacionada
ao número “2520” localizado no canto
superior direito do diagrama?
Por favor, seria possível publicar,
nessa revista, uma série esclarecendo os
diferentes elementos do diagrama de
1843?
Marj Cooke
Sandpoint, Idaho, Estados Unidos
Doutor China
O artigo “Vagaroso Navio para a China”
(por Raymond S. Moore, março de
2009) sobre o doutor China, Harry W.
Miller, reflete a vida de um homem
inteiramente dedicado a Deus! Sua
vida sempre me inspirou! Enquanto
promovia as missões como secretário da
Associação Geral (AG), frequentemente
citava experiências de sua vida para
inspirar futuros missionários.
Descobri uma carta datada de 29
de março de 1905, nos arquivos da AG,
escrita por Miller a Arthur Daniells,
então presidente da AG. Aqui está um
fragmento dessa carta, escrita logo após
a morte de sua esposa: “Sua carta datada de 20 de dezembro chegou aqui cerca
de duas semanas antes da morte da Sra.
Miller... Passei pela prova mais difícil de
minha vida e não sei dizer se realmente
já está superada, pois posso senti-la
cada hora do dia, e se trata da morte
da Sra. Miller... Sua fé e coragem até o
final foram uma inspiração que sempre
guardarei comigo… As crianças sentem
muito a sua falta. Uma garotinha sentese tão sozinha que permanece ao redor
da escrivaninha do meu escritório boa
parte do tempo.”
Mais adiante, Miller escreveu: “Um
homem e sua esposa realmente aprendem a ser um no campo missionário.
Dependemos um do outro, pois não
há ninguém mais de quem depender,
exceto de Deus… Não há tempo, porém, para baixar as armas; tomá-la com
renovado vigor e pressionar a batalha
para a linha de frente, será minha determinação, com a ajuda do Senhor.”
E ele fez isso por 58 anos! Que
legado para os missionários e obreiros
desta igreja!
Leo Ranzolin
Estero, Flórida, Estados Unidos
Trabalho no Quênia
Saudações a todos da Adventist World!
Escrevo esta carta após ler essa revista
educativa. Em particular, havia um artigo muito interessante sobre o trabalho
missionário aqui no Quênia (“O Espírito de Deus em Ação na África”, por Jean
Thomas, julho de 2008). Foi comovente
e estou muito feliz pelo trabalho que a
igreja realiza em todo o mundo.
Sou adventista e, em nossa vila, somos muito poucos. Creio que é tempo
de aprendermos mais sobre evangelismo e como participar do ministério
pessoal, assim como ganhar almas para
o Senhor Jesus Cristo. Necessitamos
de fontes: livros, revistas e Bíblias para
compartilhar nossa fé e dar mais estudos bíblicos.
Sempre oro por todos vocês da
Associação Geral e creio piamente que
nós, na África Oriental, temos muito
que aprender com os nossos irmãos e
irmãs adventistas de todo o mundo.
Robert Ngobilo
Nyahururu, Quênia
Os Distantes e Isolados são
Confortados
Fiquei grato ao ouvir a pergunta de um
de nossos membros de um grupo de
crentes, aqui nas Ilhas Maurício, onde
sou pastor. Enquanto passava os olhos
pelas páginas da Adventist World com
fotos da Mongólia (edição de julho de
2006), alguém perguntou com surpresa:
“Mongólia? Há adventistas na Mongólia
também? Após responder a sua pergunta, virei a página da revista para outras
páginas e mostrei-lhe outras fotos de
lugares onde também há adventistas.
Ele ficou grato de ver a fotografia do
presidente da igreja, pastor Jan Paulsen.
É maravilhoso saber que, por meio
desta revista, membros de tão longe e
de ilhas isoladas são fortalecidos e confortados ao saber que pertencem a uma
grande família de Deus. Com alegria, o
homem pediu para levar esse exemplar
da revista para casa.
Selvin E. Intong
Delay, Majuro, Ilhas Maurício
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
Junho 2009 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
O LUGAR DE ORAÇÃO
Meu irmão mais novo sofre com câncer
no estômago. Ele tem apenas 19 anos de
idade e sonha em ser pastor. Por favor,
orem por ele.
Song, Coreia do Sul
Por favor, orem para que Deus me guie
e me dê forças para enfrentar os desafios em meus estudos.
Herilala, Quebeq, Canadá
Por favor, orem por meu tio e minha mãe.
Rebecca, Costa do Marfim
Tenho esperança de concluir a faculdade. Por favor, orem para que eu consiga
o dinheiro de que preciso.
Akim, Malavi
O inimigo tem feito da minha família
um saco de pancadas desde que nos
tornamos adventistas. Sofremos com
morte, doença e pobreza. Os problemas
estão se tornando ainda piores. Precisamos de oração para que tenhamos fé e
livramento miraculoso.
Edmore, Zimbábue
Por favor, orem para que meu marido
não desista de lutar pelo nosso casamento; orem também para que o Espírito
Santo amoleça o coração dele de modo
que sinta necessidade de Deus outra vez.
Jane, Estados Unidos
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana,
nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido,
seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu
material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para:
Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.
FA Z E N D O A D I F E R E N Ç A
B U H L E R
Superando
oAlvo
O
s leitores da Adventist World
responderam de modo extraordinário a um apelo para angariar
fundos para a compra de Bíblias para
que mulheres da Índia aprendam a ler.
O alvo de vinte mil dólares não só foi
alcançado, mas quase duplicado, num
total de 39.106 dólares até agora!
A Adventist World e a Adventist
Review (Revista Adventista em inglês)
uniram-se ao Departamento dos
Ministérios da Mulher da Divisão
Sul-Asiática (DAS) e Esperança para
Humanidade, criando cursos de alfabetização para mulheres na Índia, entre
15 e 85 anos de idade. A iniciativa de
angariar recursos destina-se a cobrir
os custos para a doação de uma Bíblia,
com estojo, para cada mulher que
terminar o curso de alfabetização oferecido pela igreja em 2009. Hepzigah
Kore, diretora do Departamento dos
Ministérios da Mulher da DAS, estima
30
Adventist World | Junho 2009
G O R D O N
Leitores da Adventist World
respondem generosamente a apelo
FORMANDOS AGRADECIDOS: Formandas do curso de alfabetização em
Karnataka, Índia, mostram as Bíblias com estojo, adquiridas com ofertas dos
leitores da Adventist World e Adventist Review.
que, neste ano, quatro mil mulheres
concluirão o curso em 200 centros de
alfabetização organizados por aquela
divisão. O custo de uma Bíblia com
estojo é de 5 dólares. Desse modo, 20
mil dólares suprirão toda a necessidade
de Bíblias para este ano. Mais de 700
leitores da Adventist World e Adventist
Review contribuíram de tal modo que
não faltaram recursos para prover
Bíblias por dois anos.
“Não tenho palavras para expressar
minha gratidão por tanta generosidade”,
diz Kore. “Há poucos anos, quando vi o
projeto em seu estágio inicial, as alunas
disseram: ‘Matriculamo-nos no curso
para aprender a ler a Bíblia. Por favor,
doe-nos uma, pois não podemos comprar.’ Em todos os lugares que visitei,
o clamor era: ‘Por favor, dê-nos uma
Bíblia.’ Isso tocou meu coração. Pedi ao
meu Pai celestial que me mostrasse um
meio de prover Sua Palavra para Suas
filhas. Ele respondeu meu pedido por
meio da campanha de doação feita para
o programa de alfabetização.”
A equipe da AW e AR também
deseja expressar sua gratidão por sua
generosidade. O espírito de sacrifício e
comprometimento com a missão ainda
está bem vivo no coração dos adventistas em todo o mundo.
–Por Sandra Blackmer, editora assistente
da Adventist World.
M AT T H E W
H E R Z E L / A D V E N T I S T
W O R L D
“Eis que cedo venho…”
INTERCÂMBIO
DE IDEIAS
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Hora
Tranquila
Leitor mostra seu plano de
A
devoção diária
vida devocional é um suporte necessário a todo crente na jornada em
direção ao Céu. O ato de separar um tempo especial para a devoção tem sido
praticado ao longo a história. Entre as personalidades que tinham essa prática,
estão John Wesley, Dwight Moody e Ellen White.
Mesmo tendo aceitado a Jesus como nosso Salvador, às vezes nos sentimos
desanimados, tristes e inseguros. A razão pode ser atribuída a uma falta de
comunhão diária com Deus. Precisamos de forte ligação com a Suprema Fonte
de vida para desfrutar da verdadeira paz e felicidade que podem ser obtidas
pela prática da “hora tranquila”. É muito simples de pôr em prática; no entanto,
propicia resultados maravilhosos.
1. Separe, diariamente, entre 20 e 30 minutos para estar a sós com Deus,
meditando e orando. Esse período pode ser pela manhã, antes de iniciar suas
atividades diárias, como Jesus fazia (Mc 1:35), ou à tarde, ao pôr-do-sol, ou em
algum outro horário que lhe seja mais favorável.
2. Escolha um lugar tranquilo, que pode ser em contato com a natureza, em
seu quarto ou em outro local mais apropriado.
3. Inicie sua devoção pedindo a presença de Deus com uma breve oração.
Leia, então, um texto da Bíblia (você pode começar com os Evangelhos ou com
os Salmos) e, calmamente, medite em silêncio sobre o que você leu.
4. Leia uma ou duas páginas adicionais do livro Caminho a Cristo ou O
Desejado de Todas as Nações, ou de outro livro do Espírito de Profecia.
5. Gaste um tempo em oração, abrindo a alma a Deus como a um amigo
e conte-Lhe seus anseios, preocupações, planos, alegrias e tristezas. Faça do Pai
celestial seu confidente. Agradeça-Lhe pelas bênçãos recebidas.
6. Sempre que o local for apropriado, cante um de seus hinos preferidos.
Jesus fez dessa prática um hábito e deveríamos seguir Seu exemplo. Tente
incluí-la em sua rotina. Se algum dia, por algum motivo, não for possível separar
uma hora tranquila, lembre-se de retornar à rotina no dia seguinte. Persevere.
Você descobrirá que algo maravilhoso acontecerá em sua vida. Por que não
começar hoje?
–Tercio Sarli, São Paulo, Brasil
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente;
Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith;
Robert E. Kyte, assessor jurídico
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson;
Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland
Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados),
Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner,
Kimberly Luste Maran
Editores em Seul, Coréia
Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan
Editor Online
Carlos Medley
Coordenadora Técnica
Merle Poirier
Assistente Executiva de Redação
Rachel J. Child
Assistentes Administrativos
Marvene Thorpe-Baptiste
Alfredo Garcia-Marenko
Atendimento ao Leitor
Merle Poirier
Diretor de Arte e Diagramação
Jeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson
Consultores
Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon,
Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu,
Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa,
Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka
T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong
Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara,
Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W.
Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD
20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
E-mail: [email protected]
Website: www.adventistworld.org
A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Vol. 5, No. 6
Junho 2009 | Adventist World
31
Q U E
L U G A R
É
E S S E ?
O Lugar Das
PESS
AS
R U T H
VID A A D V EN T I S TA
Minha viagem estava programada
para terça-feira, à noite. Assim que
chegou em casa, após comprar minha
passagem, meu marido disse que o
trem partiria às 10 da noite. Fiz planos para sair de casa às 9 e meia, uma
vez que, em cinco minutos chegamos
à estação. Conferi outras informações na minha passagem, menos o
horário, pois estava certa de que meu
marido não cometeria um engano.
No dia da viagem, fomos ao culto
de oração, que terminou às 20h10.
A mensagem, aquela noite, foi sobre
“sentar-se aos pés de Jesus.” Ao voltar para casa, assentamo-nos para o
culto familiar. De repente, perguntei:
“Você tem certeza de que o trem sai
às 10 horas?”
Meu esposo respondeu: “Sim, sai
às 20h05.”
Eu gritei: “Ah! Então é às 8h05 e
não às 10h05!”
Corremos para a estação.
DIV I D A C ON O S C O !
O Lugar das Pessoas é a cornucópia de itens de leitores de todo o mundo;
são pequenas fatias da vida que farão os leitores pensar, sorrir e apreciar ainda
mais sua família adventista. Pequenos textos, nessa categoria, são bem-vindos.
Frases (profundas e espontâneas)
Que Lugar é Esse? (fotos em alta qualidade de membros da igreja mundial)
Conheça Seu Vizinho (fotos em alta qualidade, com biografia concisa, de
membros recém-batizados, adventistas que estejam ativamente envolvidos no serviço comunitário, pequenos grupos ou responsáveis por novas
iniciativas na obra de compartilhar o evangelho; máximo
de 75 palavras)
S
É
A .
L E T TA
W A R
Envie um e-mail para @gc.adventist.org; ou
envie fax para 301-680-6638 (nos Estados
Unidos) ou envie para World Exchange,
Adventist World, 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, Maryland 20904-6600, EUA
W I N S L E I G H
C H U
Ouvimos o anúncio de que, em
alguns minutos, meu trem estaria
chegando à plataforma 2. Corremos
em direção à plataforma e ficamos
ali, aos pés de Jesus, em oração,
agradecendo-Lhe por permitir que
nos assentássemos silenciosamente
aos Seus pés, no culto de oração,
durante o qual deveríamos estar na
plataforma, esperando pela chegada
de um trem, atrasado. Que Deus!
—Ramani Kurian, Hosur, Índia
FRASE
DO
MÊS
“Se formos verdadeiras
testemunhas, não
testemunharemos da
pessoa boa que somos.
Testemunharemos do
Deus bom que temos.”
—Teresa Littell, durante a Escola Sabatina
na Dayton Community Chapel da Igreja
Adventista do Sétimo Dia em Dayton,
Tennessee, Estados Unidos.
RESP O S TA : Na Tailândia, Pastor Winsleigh Chu (atrás à esquerda) posa com membros
recém-conversos da igreja, batizados no começo de 2009. Chu é casado com Ruth,
filha do famoso Silver do “Silver e a Serpente”, uma história de Eric B. Hare.
J
O
E