Apresentação Programação Trienal | Conferência de Imprensa
Transcrição
Apresentação Programação Trienal | Conferência de Imprensa
Falemos de casas, do sagaz exercício de um poder tão firme e silencioso como só houve no tempo mais antigo. Estes são os arquitectos, aqueles que vão morrer, sorrindo com ironia e doçura no fundo de um alto segredo que os restitui à lama. De doces mãos irreprimíveis. - Sobre os meses, sonhando nas últimas chuvas, as casas encontram seu inocente jeito de durar contra a boca subtil rodeada em cima pela treva das palavras. Digamos que descobrimos amoras, a corrente oculta do gosto, o entusiasmo do mundo. Descobrimos corpos de gente que se protege e sorve, e o silêncio admirável das fontes – pensamentos nas pedras de alguma coisa celeste como fogo exemplar. Digamos que dormimos nas casas, e vemos as musas um pouco inclinadas para nós como estreitas e erguidas flores tenebrosas, e temos memória e absorvente melancolia e atenção às portas sobre a extinção dos dias altos. Estas são as casas. E se vamos morrer nós mesmos, espantamo-nos um pouco, e muito, com tais arquitectos que não viram as torrentes infindáveis das rosas, ou as águas permanentes, ou um sinal de eternidade espalhado nos corações rápidos. - Que fizeram estes arquitectos destas casas, eles que vagabundearam pelos muitos sentidos dos meses, dizendo: aqui fica uma casa, aqui outra, aqui outra, para que se faça uma ordem, uma duração, uma beleza contra a força divina? Alguém trouxera cavalos, descendo os caminhos da montanha. Alguém viera do mar. Alguém chegara do estrangeiro, coberto de pó. Alguém lera livros, poemas, profecias, mandamentos, inspirações. 1 - Estas casas serão destruídas. Como um girassol, elaborado para a bebedeira, insistente no seu casamento solar, assim se esgotará cada casa, esbulhada de um fogo, vergando a demorada cabeça para os rios misteriosos da terra onde os próprios arquitectos se desfazem com suas mãos múltiplas, as caras ardendo nas velozes iluminações. Falemos de casas. É verão, outono, nome profuso entre as paisagens inclinadas Traziam o sal, os construtores da alma, comportavam em si restituidores deslumbramentos em presença da suspensão de animais e estrelas, imaginavam bem a pureza com homens e mulheres ao lado uns dos outros, sorrindo enigmaticamente, tocando uns nos outros – comovidos, difíceis, dadivosos, ardendo devagar. Só um instante em cada primavera se encontravam com o junquilho original, arrefeciam o resto do ano, eram breves os mestres da inspiração. - E as casas levantavam-se sobre as águas ao comprido do céu. Mas casas, arquitectos, encantadas trocas de carne doce e obsessiva - tudo isso está longe da canção que era preciso escrever. - E de tudo os espelhos são a invenção mais impura. Falemos de casas, da morte. Casas são rosas Para cheirar muito cedo, ou à noite, quando a esperança Nos abandona para sempre. Casas são rios diuturnos, nocturnos rios Celestes que fulguram lentamente Até uma baía fria – que talvez não exista, 2 como uma secreta eternidade. Falemos de casas como quem fala da sua alma, Entre um incêndio, Junto ao modelo das searas, na aprendizagem da paciência de vê-las erguer e morrer com um pouco, um pouco de beleza. Herberto Helder, A Colher na Boca. Lisboa, Ática, 1961. p. 13-15. - Ou o Poema Contínuo. Lisboa, Assírio & Alvim, 2004. p. 9-12. 3 POÉTICAS DO ESPAÇO REAL Delfim Sardo Curador Geral A Trienal de Arquitectura de Lisboa será, em 2010, dedicada à casa, à habitação. Partindo do mote “Falemos de casas”, tomado ao poema de Herberto Helder, a Trienal propõe-se celebrar a arquitectura na sua ligação social mais directa a partir da casa como seu arquétipo, equacionando as questões do habitar contemporâneo. A arquitectura é, assim, vista a partir das suas valências sociais e colectivas, partindo do princípio que é uma componente fundamental de construção de cidadania e de enriquecimento da vida colectiva, mas também que esse aprofundamento só é possível a partir do seu entendimento criativo e poético. Em arquitectura, a forma e a estética ligamse poeticamente ao real, ao espaço vivencial e à construção de novas e melhores formas de viver colectivamente a cidade. Por isso, a tónica na casa é, simultaneamente, uma ponte em relação à nossa vivência primeira e estruturante do espaço, mas também uma poderosa metáfora do habitar do mundo no centro da relação entre intimidade e comunidade. Em termos mais amplos, a Trienal, como plataforma de apresentação das poéticas da arquitectura, procura também equacionar a relação entre especificidade local e globalização, olhando para a herança moderna e procurando avaliar o impacto das migrações de pessoas e de informação, no sentido de compreender como as especificidades e contingências de cada lugar podem enformar o trabalho do arquitecto, hoje colocado no centro de um gigantesco fluxo de informação. A tarefa que a Trienal se propôs é, assim, a de fazer a arquitectura descer à rua, colocá-la no centro do debate público, fazer a arquitectura ser um pólo fundamental da percepção colectiva das condições de sociabilidade. Trata-se, assim, de celebrar e comunicar a prática da arquitectura como uma generosa e socialmente actuante poética do espaço real, de mostrar a obra de arquitectos que, com a sua prática, afectam e ampliam a nossa experiência das possibilidades de habitar o mundo. O projecto A Trienal é composta por exposições, publicações, uma conferência internacional, mas também pelo lançamento de concursos de arquitectura e pela activação de uma rede de parceiros que contribuem com projectos que se associaram a este repto de pensar a casa, a cidade e a habitação. A Trienal é, assim, um processo de articulação de parcerias em rede, envolvendo a comunidade arquitectónica, as instituições que são nossas parceiras, as galerias de arte que apresentam projectos associados, os agentes culturais, as escolas de 4 arquitectura e arquitectura paisagista, os teóricos e arquitectos que participam nas conferências e seminários, as empresas que decidiram apoiar e se envolver com a Trienal. Em termos da sua construção, a Trienal definiu um circuito com três momentos expositivos: No Museu Colecção Berardo será apresentada a exposição Falemos de casas: entre o Norte e o Sul; no Museu da Electricidade/Fundação EDP, serão apresentados os resultados do concurso Universidades/projecto Cova da Moura (que envolve as escolas de arquitectura e arquitectura paisagista que durante o presente ano lectivo procuraram responder ao nosso repto: “como pode a arquitectura contribuir para melhorar as condições de vida no Bairro da Cova da Moura?”) e do concurso internacional A House in Luanda: Patio and Pavilion; no Museu do Chiado será apresentada a exposição Quando a arte fala arquitectura: construir, desconstruir, habitar. De cada uma destas exposições resultará um catálogo, publicado em parceria com a BABEL. Em Novembro terá lugar na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa a Conferência Internacional subordinada ao tema arquitectura [in] ]out[ política. A Trienal de Arquitectura é ainda responsável pela representação Portuguesa na Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza, que abriu as portas em Agosto. O objectivo da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010 é o de comunicar, celebrar, discutir e fruir colectivamente a arquitectura, abrindo esta grande conversa à comunidade. Falemos, então, de casas. 5 A TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA 2010 José Mateus Director Executivo À semelhança do que ocorreu em 2007, no segundo evento, que ocorrerá de 14 de Outubro de 2010 a 16 de Janeiro de 2011, a Trienal de Arquitectura de Lisboa vem confirmar o seu formato de grande Fórum de debate, reflexão, prospecção e divulgação da Arquitectura nacional e estrangeira. E, tal como em então, o conjunto de iniciativas é colocado numa óptica de cruzamento de fronteiras entre disciplinas, artes e geografias. Confirma-se também o objectivo de conceber a Trienal fora do âmbito restrito dos arquitectos. Por isso, prevêm-se exposições de grande riqueza e expressividade, concebidas para captar e envolver públicos de diferentes faixas etárias e de formação diversa. Reafirma-se o princípio da pluralidade na definição dos conteúdos, na escolha dos comissários das várias exposições, dos projectos expostos, ou dos intervenientes na conferência internacional. Para tal, foi colocado particular cuidado na escolha do Curador Geral, cuja orientação assegura um evento ímpar no contexto mundial. Para esse difícil encargo foi escolhido Delfim Sardo, licenciado em Filosofia pela Universidade de Coimbra, ensaísta e docente universitário, cuja actividade em tais domínios é amplamente reconhecida, onde se destaca a direcção do Centro de Exposições do CCB entre 2003 e 2005. A Trienal 2010 conta com um forte apoio do Estado Português e de instituições privadas de referência no campo da cultura portuguesa, o que reflecte a grande credibilidade e prestígio que o evento rapidamente assegurou. Foi por isso reconhecido, por despacho do Ministério de Cultura de 27 de Julho de 2009, a relevância cultural do evento e, à semelhança de 2007, a Trienal conta com o Alto Patrocínio de S. Exa. o Presidente da República. A estrutura do evento mantém-se idêntica à de 2007, estando prevista a constituição de 3 pólos expositivos no âmbito da programação central (Museu Colecção Berardo, Museu da Electricidade/ Fundação EDP e Museu do Chiado); uma Conferência Internacional (Aula Magna); a representação portuguesa na Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza e diversos Projectos Associados, entre os quais se destaca uma exposição e ciclo de palestras organizado pela Câmara Municipal de Cascais. Com a deslocação no calendário para o final do ano, a par da organização de serviços educativos, pretende-se promover o aumento do número de visitantes bem como de uma 6 maior interacção com as camadas jovens e não especializadas da sociedade. No conjunto das várias iniciativas estima-se que venham a ser envolvidas perto de 2000 pessoas na concepção, produção e nos concursos da Trienal, e, espera-se poder atingir os 150.000 visitantes. Para marcar este importante momento, não seria fácil encontrar tema mais simbólico e inspirador do que aquele que guia a programação de 2010 - Falemos de Casas - que coloca a reflexão da Trienal nas questões centrais e mais básicas da arquitectura. E onde esta, porventura, melhor revela o seu carácter essencial, humanista e universal. 7 EXPOSIÇÕES FUNDAÇÃO DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA MUSEU COLECÇÃO BERARDO FALEMOS DE CASAS: Entre o Norte e o Sul 14.10.2010 – 16.01.2011 Comissariado: Manuel Graça Dias, Ana Vaz Milheiro, Pedro Pacheco,Luís Santiago Baptista, Peter Cook, Diogo Seixas Lopes, James Peto e Max Risselada Coordenação geral de comissariado: Delfim Sardo Assistente curatorial: Julia Albani CO-PRODUÇÃO TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA | MUSEU COLECÇÃO BERARDO No Museu Colecção Berardo será apresentada a exposição Falemos de casas: Entre o Norte e o Sul, que, ocupando todo o piso do Grande Hall (3000m2) se debruçará sobre as condições de habitação e as novas soluções encontradas na especificidade das várias regiões do globo. Com um amplo leque de comissários, a exposição parte de duas experiências emblemáticas (o projecto SAAL e A Casa do Futuro, de Alison e Peter Smithson) para equacionar o sentido da especificidade do lugar, da herança modernista e das novas soluções para a questão do habitar. Entre a dimensão utópica da herança de 1956 (de Smithson) e de 1976 (do SAAL) e a contemporaneidade, diversas práticas arquitectónicas se constroem e se definem, se cruzam e complexificam. Nas diferentes zonas desta exposição será dada conta das especificidades dos problemas e das soluções locais que a arquitectura vai definindo, recorrendo à apresentação de projectos, ao uso de imagens documentais, a entrevistas com arquitectos, teóricos e habitantes. 8 Introdução Alison & Peter Smithson: A Arte Considerações sobre a Casa do Futuro de Habitar – Motivados pela adaptação das ideias progressivas do movimento moderno de antes da guerra às necessidades humanas específicas da reconstrução do pós-guerra, Alison (1928-1993) e Peter Smithson (1923-2003) contam-se entre os arquitectos mais influentes, e também mais controversos, da segunda metade do século XX. Contando-se entre os mais jovens membros do CIAM e membros fundadores do Team 10, esta dupla situou-se no núcleo do debate sobre o destino da arquitectura moderna. As suas polémicas e projectos – nos quais a sua atenção se focou na escalada da sociedade de consumo e no papel do planeamento urbano – foram seminais para a fundação do Novo Brutalismo e do movimento Pop da década de 1960. Uma das questões centrais que ocupou os Smithsons foi o desenho da habitação. Introduziram os novos conceitos de "lugar" e "território", em contraponto com as "máquinas de habitar" de Le Corbusier. Para os Smithsons, uma casa era um lugar especial que, conformando-se aos requisitos comuns da vida quotidiana se devia igualmente adequar à sua época e localização específicas. A intervenção para a Trienal de Arquitectura de Lisboa de 2010 destina-se a ser uma apresentação de quatro projectos seleccionados de Alison e Peter Smithson, do ano de 1956: “Pátio e Pavilhão”, “A Casa do Futuro”, “Grelha de Secção do Vale" e a materializada “Casa Sugden”, os quais, em conjunto, demonstram a amplitude e complexidade da sua visão em início de carreira. A adaptação para a Trienal de Arquitectura de Lisboa da exposição originalmente intitulada “Alison and Peter Smithson: From the House of the Future to the House of Today” [Alison e Peter Smithson: da Casa do Futuro à Casa de Hoje], cujo curador foi Max Risselada, da faculdade de Arquitectura da Universidade Tecnológica de Delft (TU Delft), e James Peto do Museu do Design de Londres, será realizada em colaboração com Max Risselada e a TU Delft, e conta com o apoio do Smithson Family Archive, em Stamford, Inglaterra. 9 SAAL Serviço de Apoio Ambulatório Local Vídeo instalação de Catarina Alves Costa, 10’’, 2010 Um filme de carácter experimental, feito com imagens e sons do período entre Agosto de 1974 e Outubro de 1976. É a história do SAAL, Serviço de Apoio Ambulatório Local, um movimento lançado após a revolução por um grupo de arquitectos que queria ir contra o bloqueamento da gestão territorial, respondendo à luta de rua dos moradores pobres que no Verão quente de 1974 gritavam “Casas Sim! Barracas Não!”. Se em Lisboa as operações do SAAL acontecem em subúrbios e em zonas de bairros de lata recentemente urbanizadas, no Porto tudo acontece no centro urbano, nos bairros históricos, com populações que aí vivem há longa data. No Porto, experimentou-se a ideia de uma cidade em que os pobres têm direito ao centro histórico, onde velho e novo coexistem. No SAAL, existiam as chamadas brigadas técnicas, que trabalhavam por zonas. A brigada trabalhava de forma a apressar a construção. Por isso, começa por projectar e construir em terrenos já disponíveis, sem necessidade de recurso a processos de expropriação, sempre lentos. O processo ganha uma enorme autonomia, avança rapidamente. A história é complicada e terá que ser pesquisada e descoberta. Como foram vividos estes dois anos? O SAAL foi uma proposta alternativa, utópica, uma reflexão nova sobre a cidade. O sonho era grande. A história que queremos contar começa com este sonho que acaba. A paisagem urbana, e nela o grupo de arquitectos e moradores pobres envolvidos vai ser retratado misturando arquivos pessoais, em super 8 e 16mm, fotos de família, fotos das ocupações e manifestações de rua, sons de gravações de reuniões e de encontros onde se cantavam as músicas revolucionárias, gravações de encontros, etc. Trata-se de dar conta do ambiente subjectivo e poético, pessoal, manipulando estes materiais, voltando aos locais onde tudo aconteceu, remexendo gavetas e recordações, arquivos. 10 Secção Portugal: “ Falemos de casas ... em Portugal” Comissários: Luís Santiago Baptista e Pedro Pacheco A Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010 lançou o tema «Falemos de casas», retirado da frase que abre a Poesia Toda de Herberto Helder. A representação portuguesa, respondendo ao repto dessa acção presente e aberta de diálogo sobre o habitar, convoca várias linhas de conversação sobre o habitar português contemporâneo. «Falemos de casas… em Portugal» evoca diferentes discursos em volta do habitar, dos comissários aos pensadores, dos arquitectos aos clientes. Ao mantê-los separados, mas relacionados, pretende-se mostrar que os pontos de vista sobre o habitar são diversos e plurais não se sujeitando a uma idealista unidade sintetizadora. É neste sentido que, mais do que uma apresentação expositiva unilateral ou defesa de um determinado discurso disciplinar, se procura antes efectuar um percurso de investigação transversal sobre o pensar, o conceber, o apropriar e o viver das casas intencionalmente projectadas em Portugal. «Falemos de casas… em Portugal» propõe a construção de um diálogo transdisciplinar na procura de uma cartografia possível do habitar português contemporâneo. Secção Suíça: “Fronteiras: o caso da Novartis” Comissário: Diogo Seixas Lopes Enclave entre o norte e o sul da Europa, a Suíça tem promovido uma cultura de precisão que também ganhou fama com a sua arquitectura. A sede da Novartis em Basileia é um espelho disso mesmo. A multinacional farmacêutica lançou um plano urbano para a construção da sua "cidade." Anichada pelo Reno, junto às fronteiras com a França e Alemanha, ela concentra várias redes internacionais naquele lugar. Em 2011, laboratórios desenhados por Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura vão inaugurar na Novartis. Esta secção apresenta-os, em conjunto com o centro de visitas de Peter Märkli. Este edifício luxuoso, vizinho dos outros, confirma o estatuto de Märkli como um "arquitecto de arquitectos." O mesmo podia dizer-se de Siza e Souto de Moura. É possível identificar nestes três casos certas correspondências e discrepâncias. É ainda preciso discutir o seu estatuto como parte de um espaço na fronteira de interesses públicos e privados. O espaço da Suíça também é assim. Fronteiras: o caso Novartis procura abordar este problema de uma forma concisa, analisando um dos seus casos emblemáticos. 11 Secção Países Nórdicos: A Ligação Nórdica Comissário: Sir Peter Cook Após a maravilhosa, inventiva, original e sensível transformação do calmo neoclassicismo na arquitectura moderna, especialmente adequada aos valores sociais, a que se assistiu nos países nórdicos na primeira metade do século XX, e depois do desaparecimento de Jacobsen e Aalto, assistiu-se a um certo definhamento da arquitectura nórdica (mantendo-se como excepções os trabalhos de Utzon, Fehn e Pietela). Porém, recentemente, o empenho dos jovens nórdicos em viajar e o nível elevado de conhecimento da arquitectura estrangeira (e também o nível económico e educacional relativamente elevado da população) resultaram num notável impulso na arquitectura destes países. A Noruega, em particular, tomou a liderança à Suécia (o antigo líder nesta área) através do seu excelente nível de design que abrange uma ampla gama de posições. A Finlândia tem continuado a promover um nível elevado de consciência de design e a Dinamarca tem-se mostrado extremamente activa. Esta exposição assume uma análise deliberadamente católica dos pontos-chave deste renascimento; da concentração espacial – quase barroca – da biblioteca de Antinen Oiva, em Helsínquia, até à geração de respostas computorizadas do trabalho de Mette Thomsen, na Royal Copenhagen Academy. Hibridizando-se através do pano de fundo lírico com a cultura local de Kristiansund, na Noruega, pelo atelier de arquitectura ALA de Helsínquia, ou da inspiração no Mar do Norte de Helen & Hard em Stavanger. Secção SUL-África/Brasil: “A Cidade Popular” Comissários: Ana Vaz Milheiro e Manuel Graça Dias O paralelismo entre o crescimento das grandes cidades africanas e algumas metrópoles brasileiras (contrastes sociais, conflitos “cidade informal”/“cidade da riqueza”, ameaça ao património modernista) conduziram-nos à proposta, A CIDADE POPULAR, centrada em três pólos, Recife, Luanda e Maputo, e envolvendo três tipos de espacialidade: Cidade informal/real (favelas/musseques/caniço): arquitectos demonstrar-nos-ão como infra-estruturar esses espaços, mantendo redes de ruas, consolidando habitação popular e equipando-os (escolas/centros de saúde/clubes desportivos/serviços). Cidade formal/sitiada (condomínios fechados): escritores tornarão explícita, através da ficção, a miséria arquitectónica/social dessas soluções, bem como a desurbanidade que promovem. Cidade moderna/ameaçada (Seminário Regional do Nordeste/Recife, Bairro Prenda/Luanda, Edifício Tonelli/Maputo]: pequenos filmes mostrar-nos-ão a riqueza espacial/social de propostas modernas, já históricas, aduzindo exemplos/ideias/sugestões, para soluções integradas com a cidade informal entretanto regenerada. 12 PROJECTO EXPOSITIVO A equipa coordenada pela Arquitecta Sofia Saraiva venceu o concurso para a elaboração do espaço expositivo da Trienal na Fundação de Arte Moderna e Contemporânea - Museu Colecção Berardo. A ideia que serviu de base para a proposta vencedora nasceu da própria temática desta edição da Trienal: “a casa, o chão primeiro da arquitectura”. A equipa recorreu “a imagens de casas populares do Sul e do Norte de Portugal para construir uma rua. A interpretação desses alçados deram lugar a paredes contínuas que se distinguem pelas diferenças entre os vãos do Norte e os vãos do Sul”. 13 MUSEU DA ELECTRICIDADE FUNDAÇÃO EDP FALEMOS DE CASAS: projecto Cova da Moura [Concurso para Estudantes de Arquitectura e Arquitectura Paisagista] A HOUSE IN LUANDA: Patio and Pavilion [An International Architecture Competition for Luanda] 16.10.2010 – 16.01.2011 Comissariado: Manuel Aires Mateus e João Luís Carrilho da Graça Coordenação geral de comissariado: Delfim Sardo Assistente curatorial: Rita Palma No Museu da Electricidade, resultado da parceria com a Fundação EDP, serão apresentadas duas exposições: O Concurso Universidades/Projecto Cova da Moura que envolve as escolas de arquitectura e arquitectura paisagista em torno do bairro da Cova da Moura e que partiu de um repto lançado pela Trienal à comunidade académica: Como pode a arquitectura contribuir para melhorar as condições de vida neste bairro? Ao longo do ano lectivo de 2009/2010, vinte e duas faculdades trabalham este tema no seu curriculum académico. A selecção dos 30 melhores projectos será apresentada. Comissário: Manuel Aires Mateus O Concurso A House in Luanda: Patio and Pavilion consiste num concurso internacional de arquitectura destinado a promover a habitação de custos controlados em Luanda – resultado de uma parceria com a Trienal de Luanda. A cidade de Luanda, com a sua capacidade habitacional largamente superada pela enorme migração interna, necessita de encontrar soluções habitacionais de qualidade e com baixo custo que permitam contribuir para resolver o problema dos muceques, promovendo a construção de habitação, ou mesmo a auto-construção. É este o objecto deste concurso. Comissário: João Luís Carrilho da Graça 14 FALEMOS DE CASAS: projecto Cova da Moura O projecto Cova da Moura representa um momento muito importante na Trienal de Arquitectura 2010. O seu pressuposto é claro e directo: representa a importância reconhecida à componente ética, comunitária e social da arquitectura, à sua capacidade transformadora das condições de vida e à importância do contacto com a realidade na formação dos arquitectos. A Trienal lançou um repto às escolas de arquitectura e de arquitectura paisagista para trabalharem, no âmbito do seu plano formativo, respostas para uma pergunta: como é possível a arquitectura contribuir para melhorar, em concreto, as condições de vida das pessoas deste bairro? O bairro é a Cova da Moura, realidade complexa em termos sociais e culturais, oriundo de circunstâncias históricas peculiares e com um percurso atípico. A escolha da Cova da Moura para o desenvolvimento deste projecto deveu-se ao reconhecimento de que este bairro possui uma dinâmica associativa que proporciona para os envolvidos neste projecto uma importante interlocução. Foi exactamente por aí que o projecto iniciou, por uma reunião com a Comissão de Bairro (federação das diversas associações que aí estão implantadas), no sentido de estabelecer uma parceria para o desenvolvimento deste estudo. O segundo passo foi desenvolver, em colaboração com a Fundação EDP, o projecto de um seminário de enquadramento aberto aos alunos das escolas envolvidas no projecto. A última fase será uma exposição que terá lugar no Museu da Electricidade. O desenvolvimento das diversas abordagens à questão simples que foi colocada é o centro deste projecto, sabendo que ele deriva das metodologias de cada faculdade, de cada equipa docente, das linhas programáticas de trabalho, da ideologia que preside às opções pedagógicas, didácticas e de projecto formativo de cada instituição de ensino. Em caso nenhum, no entanto, o case study deve ser tomado de forma exemplar: o que se pretende é precisamente o contrário, que os alunos desenvolvam os seus projectos a partir de um envolvimento com a especificidade da situação da Cova da Moura, que tentem compreender a complexidade olhando-a de perto, mesmo se as suas soluções forem à escala macro do território e não à escala micro da intervenção pontual. O que a Trienal de Arquitectura propõe é um entendimento deste processo como uma metodologia de compreensão do espírito do lugar (para usar a expressão de Michel Butor), sabendo que o lugar é feito de pessoas, por pessoas e, daqui, partir para o projecto. 15 A HOUSE IN LUANDA: Patio and Pavilion O objectivo deste concurso de ideias é claro: conceber uma habitação unifamiliar de construção radicalmente barata para Luanda, cidade sujeita a uma enorme processo adaptada pressão intenso às demográfica de e num transformação, condições culturais, económicas e sociais do lugar. Este projecto, promovido em colaboração com a Trienal de Luanda, deverá contar com a possibilidade das habitações comportarem soluções evolutivas, eventualmente em auto-construção, adaptando-se, assim, à velocidade de transformação do tecido social angolano e de Luanda como grande metrópole africana que, tendencialmente, será. O concurso tem por finalidade seleccionar a melhor proposta para a concepção de um protótipo de unidade familiar que origine um pátio, com um baixo custo de construção, destinada a famílias em situação de grande carência, comummente constituídas por 7-9 pessoas ( pais, 3 filhos e 2 avós ou pais, 5 filhos, 2 avós) , num terreno de topografia plana, situado no perímetro de Luanda. De entre os projectos escolher-se-á uma shortlist de 30 projectos finalistas. Os autores dos 30 projectos finalistas serão contactados pela Trienal para desenvolverem uma maqueta de apresentação da sua proposta que constará da exposição no Museu da Electricidade de 16 de Outubro 2010 a 16 de Janeiro de 2011. 16 PROJECTO EXPOSITIVO A equipa coordenada pelo Arquitecto Cláudio Vilarinho foi a vencedora do Concurso Público para a Elaboração do Conteúdo Expositivo da Trienal de Arquitectura de Lisboa no Museu da Electricidade. O Júri considerou tratar-se de um projecto singular, realçando a coerência do conceito expositivo. De acordo com a memória descritiva do projecto: “A ideia que procuramos potenciar e propomos para a Exposição da Trienal Arquitectura de Lisboa no Museu da Electricidade é uma ideia de relação entre o que é interior (casa) e o que é exterior (o seu jardim).” Assim, no projecto vencedor um objecto cenográfico figurativo de uma casa estabelece a transição entre “exterior real“ e “exterior metafórico“. A casa funciona simultaneamente como filtro entre a rua e o espaço de exposição, sendo nesse local que se integra a introdução às exposições e eventuais audiovisuais num ambiente mais obscuro. É uma alusão directa ao tema da Trienal - Falemos de Casas -, peça-chave que assume um desempenho importante e eficaz na montagem do conjunto expositivo. 17 MUSEU NACIONAL CHIADO DE ARTE CONTEMPORÂNEA - MUSEU DO FALEMOS DE CASAS: quando a arte fala arquitectura [construir, desconstruir, habitar] 15.10.2010 – 21.11.2010 No Museu do Chiado será apresentada a exposição Quando a arte fala arquitectura: construir, desconstruir, habitar. Em vários momentos, num mundo sucessivamente destruído por conflitos globais, a arte reflectiu a necessidade de pensar o sentido da habitação, da construção afectiva do espaço, do casulo e das condições mínimas de sobrevivência. Por muitas formas a arte parece falar arquitectura, construindo campos quase sem nome, na intersecção da escultura, do filme, da arquitectura. A exposição pretende apresentar obras que se situam neste limbo, oriundas dessa necessidade de trabalhar a desconstrução do espaço e a apropriação de linguagens arquitectónicas por parte de artistas, mas tentando encontrar também movimentações correspondentes de proveniências diversas neste interface. Ângela Ferreira, José Pedro Croft, Carlos Nogueira e Fernanda Fragateiro apresentam projectos concebidos especificamente para esta exposição. Ângela Ferreira; Bruce Nauman; Carlos Garaicoa; Carlos Nogueira; Catherine Opie; Cildo Meireles; Damian Ortega; Dan Graham; Ed Ruscha ; Elmgreen & Dragset; Fernando Brito; Fernanda Fragateiro; Gabriel Orozco; Gordon Matta-Clark; Hans Haacke; Jimmie Durham ;John Bock; Jonas Dahlberg; Jorge Macchi; José Pedro Croft; Juan Araújo; Julião Sarmento; Julian Rosenfeld; Luísa Lambri; Marcelo Cidade; Marcius Galan; Marepe; Mark Dion; Mateo Lopez; Miguel Arruda; Miroslav Balka; Nuno Sousa Vieira; Olafur Eliasson; Rita McBride; Rivane Neuenschwander; Robert Gober; Rodney Graham; Stan Douglas; Thomas Scheibitz; Thomas Schutte; Thomas Struth; Tom Sachs; Vangelis Vlahos; Wallid Raad/Atlas Group. Comissário: Delfim Sardo Assistentes curatoriais: Julia Albani e Rita Palma 18 NÚCLEO CASCAIS Cascais na Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010 Em 2007 o município de Cascais participou na 1ª Trienal Internacional de Arquitectura de Lisboa, com muito interesse e assinalável sucesso. Como os restantes pólos expositivos da Trienal o “Núcleo Cascais XXI” registou uma considerável afluência do público, contando nomeadamente com a visita de centenas de estudantes de arquitectura, além de profissionais, críticos de arquitectura e público em geral, com particular destaque para os turistas nacionais e estrangeiros. Esta participação contribuiu para uma forte divulgação de edifícios com elevada qualidade arquitectónica e aqui realizados no século XXI. Em 2010 a curadoria do Núcleo de Cascais será da responsabilidade da Arquitecta Ana Tostões e o projecto expositivo da autoria do Arquitecto João Mendes Ribeiro. Entre Novembro de 2010 e Janeiro de 2011 dois equipamentos irão acolher o evento: o Centro Cultural receberá a componente expositiva e a Casa das Histórias Paula Rego, o ciclo de conferências. Falemos de Casas em Cascais é o título da exposição proposto pela arquitecta Ana Tostões, o qual resulta da sua reflexão sobre a evolução da casa unifamiliar no concelho, com enfoque nos últimos 100 anos. O imaginário de Cascais assenta, entre outros aspectos, numa atmosfera de casas de excepção que, desde finais do século XIX, têm transformado e caracterizado particularmente a sua paisagem litoral. À arquitectura de veraneio seguiu-se o romantismo final tardio português e a linha estética e programática da teorização da “casa portuguesa” de Raul Lino e dos seus seguidores. A produção arquitectónica do século XX é marcada por diversas obras projectadas por Cristino da Silva, Pardal Monteiro, Ruy d´Athouguia, Conceição Silva, entre outros, que muito concorreram para a qualidade urbanística de lugares como Cascais e o Estoril. As sete casas seleccionadas para a exposição são construções exemplares que contribuíram decisivamente para a criação de uma “paisagem arquitectónica contemporânea” no concelho. Cascais revela-se, assim, como lugar mágico de pulsão dos valores da contemporaneidade, marcados pela nostalgia, pelo cosmopolitismo e pela experimentação. 19 CENTRO CULTURAL DE CASCAIS FALEMOS DE CASAS EM CASCAIS 13.11.2010 – 16.01.2011 Falemos de Casas em Cascais é um projecto de curadoria focado na produção da arquitectura doméstica. A ideia é a de revelar os dispositivos espaciais, funcionais e paisagísticos de uma concepção feita para responder ao quotidiano da vida privada. O facto do universo geográfico e social se concentrar em abordagem articulada matrizes tão Cascais diversas estimula uma acordo com de como nostalgia e cosmopolitismo, público e privado, quotidiano e vivências, construção e paisagem, experimentação e inovação. Cascais é entendido como lugar mágico de pulsão destes valores na contemporaneidade. Para tal são eleitos 7 casos de estudo de modo que permitem perspectivar o tema como: 1) a casa como programa de experimentação espacial e construtiva; 2) a casa como lugar de projecção da quimera de felicidade; 3) a casa como promessa da “boa vida”; 4) as casas de Cascais no mapa da arquitectura contemporânea. Partimos do princípio que Cascais tem uma atmosfera feita de casas de excepção e por isso perguntamos porque é que o programa da casa unifamiliar é tão fascinante para arquitectos e porque se concentram em Cascais muitos dos melhores exemplos da contemporaneidade. Os 7 casos de estudo constroem uma rede lançada da “casa portuguesa” ao modernismo, do espírito clássico à modernidade radical, da organicidade e complexidade intensas, à depuração e suspensão na paisagem. Desenhos, maquetas, instalações e projecções de imagens, são os utensílios desta mostra acompanhados de um livro crítico-reflexivo e de desejadas visitas a alguns dos lugares. Comissária: Ana Tostões 20 CONFERÊNCIA INTERNACIONAL arquitectura [in] ]out[ política 19 e 20.11.2010 Aula Magna, Lisboa A arquitectura é uma inscrição política: a edificação é dependente da capacidade económica de quem manda construir; as formas veiculam modelos sócio-culturais e formulam desejo; o poder precisa de se fazer representar e reconhecer-se representado. A acção dos arquitectos é também politicamente determinada e só o poder é capaz de sustentar experiências de grande escala. Qualquer referente de arquitectura democrática (ou democratizante) pode ter a sua génese em contextos de abundância ou de escassez. A arquitectura é uma operação socializante e consequentemente argumenta o ideário democrático: um mundo solidário, inclusivo e equitativo. A conferência arquitectura [in] ]out[ política surge como uma oportunidade para reflectir e debater sobre a arquitectura como instrumento orientador de processos democráticos e como signo temporal e espacial das suas potencialidades. Arquitectura e política são per se argumento e processo, amplos e abertos. Esta conferência propõe a discussão destes conceitos de forma transdisciplinar e interdependente, num enquadramento centrado em quatro vectores: política, cidadania, ambiguidade e dispositivo. Através destes será analisada a operatividade das práticas arquitectónicas enquanto manifesto, lugar, factualidade e função. Curadoria: Claudia Taborda e José Capela 21 PROGRAMA PRELIMINAR: PREÇOS: Estudantes e Estagiários - Primeiras 500 inscrições: 35,00€ (iva incluído) - Restantes inscrições: 80,00€ (iva incluído) Público em geral - Primeiras 200 inscrições: 75,00€ (iva incluído) - Restantes inscrições: 150,00€ (iva incluído) 22 REPRESENTAÇÃO PORTUGUESA NA 12ª INTERNACIONAL DE ARQUITECTURA DE VENEZA BIENAL NO PLACE LIKE: 4 HOUSES, 4 FILMS 29.08.2010 - 21.11.2010 Aires Mateus, Bak Gordon, Carrilho da Graça, Siza Vieira No place like - 4 houses, 4 films constitui uma mostra colectiva e transgeracional da arquitectura contemporânea portuguesa, centrada na reflexão sobre a habitação, na linha indicada por Kazuyo Sejima para a Biennale Architettura 2010 – “People meet in architecture”. A dupla Manuel e Francisco Aires Mateus, Ricardo Bak Gordon, João Luís Carrilho da Graça e Álvaro Siza Vieira são os arquitectos que representam Portugal na 12ª Exposição Internacional de Arquitectura - La Biennale di Venezia. Paralelamente à apresentação dos projectos dos 4 ateliês de arquitectura, a exposição integra 4 filmes ficcionais dos artistas Filipa César, João Onofre, Julião Sarmento e João Salaviza que desvelam a relação destas casas com os contextos em que se inserem. A participação portuguesa, organizada e produzida pela Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura com a colaboração da Trienal de Arquitectura de Lisboa, é comissariada por Julia Albani, José Mateus, Rita Palma e Delfim Sardo. 23 SERVIÇO EDUCATIVO Estabelecer relações com os diferentes públicos em torno da Arquitectura é um dos principais objectivos da programação da Trienal de Arquitectura de Lisboa. Neste sentido, a existência de um serviço educativo transversal e pluridisciplinar, integrador de diferenças, torna-se incontornável. Do ensino primário ao ensino universitário, para um público curioso ou especializado, propõem-se visitas guiadas às exposições, conversas com os comissários, workshops, debates temáticos e uma série de actividades que compõem o programa educativo oficial do evento de 2010. Mais informações, programação completa e horários das actividades: www.trienaldelisboa.com/pt/servico-educativo [email protected] + 351 21 346 93 66 (2ªf a 6ªf das 14h30 às 18h30) PRÉMIO TRIENAL MILLENNIUM BCP Em parceria com o Millennium BCP será distinguido um arquitecto pela sua carreira. O Prémio será entregue em data a anunciar onde se espera a presença das mais altas figuras públicas e governamentais do país. 24 PROJECTOS ASSOCIADOS Tal como aconteceu na primeira edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, entendeu-se divulgar a programação de algumas instituições culturais cujos projectos se relacionam com as temáticas da Arquitectura. Museu da Cidade António Bolota, A última luz do dia Inauguração: 13.11.2010 (15h) 14.11.2010 - 23.01.2011 Curadoria: Nuno Faria Com A última luz do dia, António Bolota toma o espaço do Pavilhão Branco do Museu da Cidade para ali realizar a sua mais ampla exposição individual até à data. Para esta particular arquitectura vítrea, aberta sobre os jardins do Palácio Pimenta, o artista concebeu um conjunto de intervenções site-specific que se articulam, numa lógica de revelação e de ocultação, com a escala e a natureza simbólica do edifício e do lugar. As propostas que António Bolota vem realizando colocam-no, quer pela utilização de materiais industriais, quer pela adopção da grande dimensão, quer ainda pelo diálogo que vem mantendo com a arquitectura, numa posição de particular singularidade no panorama da arte contemporânea em Portugal. Once upon a place – Haunted Houses and Imaginary Cities 1 st International Conference on Architecture & Fiction Curadoria: Pedro Gadanho (CUC) Susana Oliveira (CIAUD/FAUTL) 12 e 13.10.2010 14.10.2010 Auditório 2, Fundação Calouste Gulbenkian Museu da Electricidade A conferência internacional Once Upon a Place abordará as contaminações recíprocas entre a arquitectura e a ficção, quer esta surja na forma literária tradicional, quer sob outras formas literárias e híbridas associadas à cultura visual e popular - ilustrações, BD, novela gráfica, narrativa fotográfica, etc. O evento será organizado segundo 3 momentos distintos: um conjunto de sessões com comunicações de carácter científico/académico; 2 palestras magnas com convidados internacionais; e uma sessão de debate informal/mesa redonda com outros convidados e intervenientes. 25 Oradores Principais: Alberto Manguel (autor/escritor) Colin Fournier (arq.) Gonçalo M. Tavares (escritor) Ângela Ferreira (artista plástica) APPLETON SQUARE Appleton e Domingos arquitectos e Michael Biberstein 15 Outubro a 13 Novembro (exposição comissariada pela Appleton Square) EMPTY CUBE (projecto curatorial de João Silvério) Artista convidado: Pedro Gadanho Inauguração: 16 Novembro Apresentação única de uma noite Cursos: Arquitectura Tradicional / Uma Realidade Física Diagnóstico e Reabilitação II Coordenação: Arqtº Vitor Mestre Outubro 2010 Arquitectura/ Contaminações Coordenação: Nuno Crespo [duração 2 meses, 1 vez por semana em horário pós-laboral] Novembro 2010 a Janeiro 2011 GALERIA PEDRO CERA Futureland – Fotografias de Nuno Cera 27.10.2010 a 4.12.2010 Projecto fotográfico complementar da instalação vídeo FUTURELAND. Uma investigação artística sobre o impacto do crescimento urbano nas pessoas e no ambiente, assim como a ligação entre arquitectura, espaço público e sociedade. As fotografias pretendem formar um atlas visual das condições arquitectónicas de nove cidades espalhadas por diferentes continentes: Los Angeles, USA; Dubai, UEA; Istambul, Turquia; México D.F, México; Cairo, Egipto; Xangai, China; Hong-Kong, China; Bombaim, Índia; Jacarta, Indonésia. 26 MARZ GALERIA Haunting Memory - Ivan Grubanov 13.11.2010 – 30.12.2010 A pintura e instalação de Ivan Grubanov apresenta uma nova forma de visionar a pintura “histórica” e, mais ainda, uma novo modo de visionar o “memorial” na arte. Aludindo à ideia do pintor como um registrador e à forma como a história se apropria da imagística da pintura, Grubanov considera o próprio acto de pintar uma “intervenção no histórico”. No lugar de patéticas referências simbólicas à ideia da pintura histórica, Ivan Grubanov oferece representações de uma experiência actual: a sua própria experiência num clima político turbulento e a guerra civil, contra a qual cresceu no seu país natal, a exJugoslávia. Grubanov escapa contudo a todas as armadilhas da obra “política” e mantémse, acima de tudo, um artista, que demonstra o indivíduo rebelde e desarmado na sua luta contra sistemas políticos manipulativos. Através do seu trabalho, Ivan Grubanov transforma o seu desassossego pessoal com o político e com a noção de responsabilidade colectiva. A sua obra toma a forma de composições semi-abstractas e semi-figurativas nas quais procura a representação da sua própria “memória assombrada.” Nestas composições, são visíveis os traços de palcos, bandeiras, anúncios, edifícios públicos e outros módulos de abuso da esfera pública. Os vestígios da euforia em massa causada por uma política instigadora de guerra. Estes símbolos nascem frequentemente juntos e sobrepõem-se na tentativa de construir uma “imagem de terror”, única e universal. CRISTINA GUERRA CONTEMPORARY ART Interiores 19.10.2010 a 20.11.2010 Comissário: Pedro Gadanho Artistas: Filipa César . João Paulo Feliciano . Fernando Guerra . Daniel Malhão . Edgar Martins 27 ESPAÇO AVENIDA Inauguração 15.10.2010 A Temporalidade do Espaço – Carlos Bunga Apesar de Carlos Bunga - o primeiro artista a ser vencedor do Prémio Novos Artistas (2003) ser mais conhecido (em Portugal quase exclusivamente) pelas suas construções de grandes dimensões em cartão, a sua prática é muito mais rica e complexa do que se restringisse apenas a essas instalações. A presente exposição, que junta desenhos, pequenas esculturas e vídeos, quer oferecer o lado mais íntimo e cerebral da obra deste artista. Um trabalho que se desenvolve em torno de um pensamento sobre a arquitectura. Do seu sonho, do seu poder, da sua intromissão na vida do quotidiano, do espaço vazio entre espaços, da sua ruína. A arquitectura é aqui encarada como um ciclo, semelhante ao ciclo da vida, que se inicia na sua conceptualização e nascimento e que termina na sua destruição para depois voltar a ser sonhada e construída. Propõe assim um itinerário que é espacial, mas principalmente temporal e que se desenvolve como um mapa mental desmascarando as linhas invisíveis que estruturam uma paisagem. Futureland – Nuno Cera FUTURELAND, é um projecto videográfico e fotográfico que pretende investigar e perceber o impacto do crescimento urbano nas pessoas e no ambiente, assim como a ligação entre arquitectura, espaço público e sociedade. Cada um dos locais filmados tem características de tamanho, forma, densidade e diversidade próprias que interessa quantificar, memorizar e relacionar. Através de um ponto de vista pessoal e subjectivo, transmite a experiencia vivencial e temporal das novas e velhas “post-cities". Uma narrativa, contendo informações, reflexões, ficções e fragmentos de conversas e textos atravessam de uma forma quase poética a vídeoinstalação. FUTURELAND não é um retrato de cada cidade, mas sim uma experiência global, intensamente visual e múltipla da forma como vemos e compreendemos as transformações no mundo actual. Diferentes conceitos e linguagens visuais serão utilizados em cada uma das cidades. A estrutura é aberta, adaptável e por vezes ficcionada em pequenas histórias por actores locais. O formato da exposição: 9 projecções vídeo em múltiplos ecrãs, LCD e mini-projectores. Uma estrutura arquitectónica pensada para suportar as projecções e os vários LCDs será construída de raiz e adaptada ao espaço expositivo. FUTURELAND é uma peregrinação artística aos “giga-cities”, um estudo urbano que também se interessa por estruturas comerciais e sociais, globalização, antropologia, plataformas de transporte, sistemas de comunicação e arquitectura. 28 CCB Escultura Habitável , Miguel Arruda 14.07.2010 - 31.10.2010 Miguel Arruda, escultor, designer e arquitecto de projecção internacional, apresenta, no âmbito do CCB Fora de Si, do PortugalArte10 e da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010, a peça Escultura Habitável. Com Escultura Habitável, Miguel Arruda transporta a memória formal de uma das suas primeiras esculturas da década de 60 para a actualidade e confere-lhe a escala e a experiência espacial da arquitectura. PUBLICAÇÕES Editora: BABEL Catálogo [3 tomos] Livro de bolso Edição fac-similada da edição "Modern Architects", (1932):”, título do catálogo da exposição do MoMA, comissariada por Philip Johnson. 29 BIOGRAFIAS ANA TOSTÕES É arquitecta pela Escola de Belas-Artes de Lisboa, mestre em História da Arte Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa e doutorada pelo Instituto Superior Técnico onde é professora associada responsável pelo grupo de disciplinas de História e Teoria da Arquitectura. É presidente do Docomomo Internacional. O seu tema de pesquisa é a arquitectura e a cidade modernas focado numa visão operativa de uma história apostada na reabilitação do património moderno. Neste tópico publicou livros, artigos científicos e organizou exposições em Portugal e no estrangeiro. Das suas diversas publicações como autora ou coordenadora científica destacam-se: 1º Congresso Nacional de Arquitectura (2008); The Buildings. Calouste Gulbenkian Foundation (2006); Gulbenkian. Architecture and Landscape (2006); Arquitectura de la Indústria 1925-1965 (2005); Biblioteca Nacional: interior e exterior ( 2004); Arquitectura e Cidadania. Atelier Nuno Teotónio Pereira (2004); Os Verdes Anos na Arquitectura Portuguesa (1997); Portugal: Architektur im 20 Hundert (1997); Keil do Amaral, arquitecto dos Espaços Verdes de Lisboa (1992 ). Tem realizado conferências em Universidades Europeias, Americanas e Africanas e participou em júris como "expert" de vários prémios. É membro do ICOMOS. Integrou o Conselho Consultivo do IPPAR onde foi assessora científica para o Inventário da Arquitectura do Movimento Moderno (1999-2006). Coordenou cientificamente o “Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal”(OA, 2003-2005). Tem mantido actividade como crítica de Arquitectura no Jornal Público. Foi vice-Presidente da Secção portuguesa da AICA. Actualmente é Vice-Presidente da Ordem dos Arquitectos. Em 2006 foi agraciada pelo Presidente da República com o grau de comendador da Ordem do Infante D.Henrique pelo seu trabalho de divulgação da arquitectura portuguesa. ANA VAZ MILHEIRO Nasceu em Lisboa, em 1968. Doutorou-se em Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2004), com a tese: “Imenso Portugal – Culturas Arquitectónicas Portuguesa e Brasileira. Um diálogo a três tempos” editada pela Universidade do Porto com o título: A Construção do Brasil – Relações com a Cultura Arquitectónica Portuguesa (Porto: FAUP Publicações, 2005). Arquitecta e Mestre em “Cultura Arquitectónica Contemporânea” pela FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa com a dissertação “O Gótico e os Sistemas de Desenho presentes na Arquitectura Oitocentista. Produções teóricas europeias e a recensão portuguesa na obra escrita de Possidónio da Silva” (1992 e 1998, respectivamente). Docente nas áreas de História e Teoria da Arquitectura no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e da Universidade Autónoma. Autora de A Minha Casa é um Avião, Lisboa, Relógio 30 d’Água, 2007. Directora-Adjunta do JA-Jornal Arquitectos entre 2000-2004 e 2009-2011. Crítica de Arquitectura do jornal Público desde 1995. Entre 2005 e 2007 realizou funções de coordenação editorial das edições da Ordem dos Arquitectos - Conselho Directivo Nacional. Encontra-se a preparar pós-doutoramento na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. CATARINA ALVES COSTA Licenciou-se em Antropologia Social pelo ISCTE. Mestrado em Antropologia Visual pelo Granada Centre for Visual Anthropology da Universidade de Manchester. Desde 1997 é Assistente Convidada a tempo parcial no Departamento de Antropologia da FCSH da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona nas áreas da Antropologia Visual e Filme Etnográfico. Entre 1994 e 2000 trabalha no Museu Nacional de Etnologia. Em Janeiro de 2000 fundou com a realizadora Catarina Mourão a Produtora Laranja Azul, dedicada ao Documentário de Criação, sediada em Lisboa. Realizou, entre outros filmes, Senhora Aparecida (1994), Swagatam (1998) Mais Alma (2000), O Arquitecto e a Cidade Velha (2004), Nacional 206 (2009) Falamos de António Campos (2010). Recebeu entre outros, o 1º Prémio do festival VII Rassegna Internazionale di Documentari Etnografici, (1996), o Prémio de Excelência da Society for Visual Anthropology American Anthropological Association Film Festival, EUA(1996), Prémio Planéte no Bilan du Film Ethnographique (1999), Prémio da Crítica nos Caminhos do Cinema Português (2009). CLAUDIA TABORDA Nasceu em Lisboa, é arquitecta paisagista e estudou nas universidades de Évora, York e de Harvard. Em 1993 iniciou a prática profissional em contexto interdisciplinar. Tem colaborado com instituições públicas e privadas em projectos de âmbito académico e cultural, participado em conferências e publicado textos críticos sobre paisagem, em Portugal e no estrangeiro. O seu projecto de investigação centra-se sobre a produção de paisagem e a contemporaneidade. Em 2006, comissariou o projecto LISBOSCÓPIO, que representou oficialmente Portugal na 10ª Bienal Internacional de Arquitectura de Veneza. Em 2007, para a 1ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, comissariou a exposição Lugares e Transferência: espaço, ideologia, acção. Actualmente é professora convidada no Departamento de Arquitectura Paisagista na University of Pennsylvania School of Design. DELFIM SARDO Curador, docente universitário e ensaísta. Vive e trabalha em Lisboa. É o Comissário Geral da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010. É Professor de História de Arte Moderna e Contemporânea, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde integra a equipa instaladora do Colégio das Artes. Desde 1990, dedica-se à curadoria de arte 31 contemporânea, bem como à ensaística sobre arte. Foi fundador e director da revista Pangloss. Entre 2003 e 2006, foi Director do Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Entre 1997 e 2003, foi consultor da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1999, foi o Comissário da Representação Portuguesa da 48ª Bienal de Veneza. No campo das publicações, destacam-se os volumes Julião Sarmento, Catalogue Raisonée, Edições Numeradas, Vol.I (MEIAC, 2007), Luxury Bound (Electa, Milão, 1999), Jorge Molder (Caminho, Lisboa, 2005), Helena Almeida, Pés no Chão, Cabeça no Céu (Bial, 2004), Pintura Redux (Fundação de Serralves/Público, 2006), A Visão em Apneia (Edições Fenda, 2010, no prelo) e Olhar o Vento (Babel, 2010, no prelo). DIOGO SEIXAS LOPES Nasceu em Lisboa, em 1972. Licenciou-se em Arquitectura pela FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Trabalha em parceria com Patrícia Barbas. Obras realizadas ou em curso incluem edifícios públicos e privados, projectos expositivos e remodelações. O escritório desenvolve ainda colaborações com Peter Märkli e Gonçalo Byrne. Entre 1999 e 2004 foi um dos directores da revista Prototypo. Em 2003 publicou o livro Cimêncio com o artista Nuno Cera, apresentado nas bienais de arquitectura de Veneza e São Paulo. Comissário de exposições sobre João Mendes Ribeiro (CAV Coimbra) e Aires Mateus (CCB Lisbon, ETH Zürich, AAM Mendrisio). Entre 2000 e 2005 foi docente no DA.UAL. Desde 2006, é doutorando na ETH Zürich onde desenvolve a dissertação “Dieses ist lange her. Melancholy in the architecture of Aldo Rossi.” LUÍS SANTIAGO BAPTISTA É arquitecto e crítico de arquitectura. Doutorando em História da Arte Contemporânea (FCSH-UNL) e Mestre em Cultura Arquitectónica Contemporânea pela FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Os seus interesses de investigação integram os campos do urbanismo, arquitectura, design e arte, com especial incidência nas conexões entre a actividade criativa e as condições culturais, intelectuais e produtivas contemporâneas. Entre 1999 e 2003, foi assistente convidado no Departamento de História e Fenomenologia da FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Tem feito conferências e seminários em diversas instituições e publicado regularmente em revistas e livros nacionais e internacionais. Desde 2006, é director da revista de arquitectura e arte arq/a, com a qual colabora desde 2001. Integrou o comissariado da exposição Habitar Portugal 2006-2008, é comissário do ciclo geração z e é co-comissário da Secção Portugal da exposição Falemos de Casas: entre o Norte e o Sul da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010. Desenvolve uma actividade profissional de carácter laboratorial com projectos construídos e em desenvolvimento. 32 JOSÉ CAPELA Nasceu em Moçambique, em 1969. É arquitecto. Formou-se na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, escola onde foi depois assistente de Manuel Mendes. Entre 1996 e 2000, foi colaborador do Atelier 15, de Alexandre Alves Costa e Sergio Fernandez. Divide a sua actividade profissional entre arquitectura e teatro. Lecciona na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho desde 2000, tendo sido responsável por disciplinas de projecto e de teoria/história da arquitectura contemporânea. Prepara dissertação de doutoramento com o título operar conceptualmente na arte, operar conceptualmente na arquitectura. Integrou a equipa Norte do Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal. Trabalha pontualmente como projectista em co-autoria com Paulo Monteiro. Pertenceu ao Teatro Universitário do Porto. Em 2002 fundou a mala voadora com Jorge Andrade. É co-director artístico e cenógrafo desta companhia. Colaborou como cenógrafo com Rogério de Carvalho, João Mota e, com maior regularidade, com Álvaro Correia e Miguel Loureiro. É consultor de Dinis Machado. Tem apresentado o seu trabalho no teatro em conferências e colóquios diversos. Escreve sobre arquitectura e sobre artes performativas, tendo publicado textos em revistas como Jornal Arquitectos, Murphy, Laura, L’Architecture d’Aujourd’hui, A21, Cadernos Rivoli, Margens e Confluências, Obscena, Artistas Unidos, entre outras. Integrou o conselho editorial das revistas Jornal Arquitectos (Ordem dos Arquitectos) e Laura (EAUM). É autor do primeiro número da série Opúsculos e de um capítulo do livro Só nós e Santa Tecla: A casa de Caminha de Sergio Fernandez, ambos da Editora Dafne. JOÃO LUÍS CARRILHO DA GRAÇA Nasceu em 1952. Licenciou-se em Arquitectura pela Escola de Belas Artes de Lisboa, em 1977. Foi assistente na FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, entre 1977 e 1992. Professor na Universidade Autónoma de Lisboa desde 2001 e na Universidade de Évora desde 2005. Actualmente dirige os departamentos de Arquitectura nestas Universidades. Conferencista e Professor convidado em diversas escolas e diferentes países. Prémios: Prémio da “Associação Internacional dos Críticos de Arte” (1992); Prémio “Secil” “Escola de Comunicação Social”, Lisboa (1994); nomeado em 1990, 1992, 1994 e 2009 para o prémio “Mies Van der Rohe”, Prémio Europeu de Arquitectura; Prémio “Valmor” “Pavilhão do Conhecimento dos Mares”, Expo´98 (1998); Grande Prémio do Júri “FAD”, “Pavilhão do Conhecimento dos Mares”, Expo´98 (1999); Distinguido com a Ordem de Mérito da República Portuguesa (1999); Prémio “Luzboa-Schrèder” da Primeira Bienal Internacional de Arte de Lisboa (2004); distinguido com o “Prémio Pessoa” (2008). 33 MANUEL AIRES MATEUS Nasceu em Lisboa, em 1963. Licenciou-se em Arquitectura pela FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, em 1986. Colabora com o Arquitecto Gonçalo Byrne desde 1983 e com o Arquitecto Francisco Aires Mateus desde 1988. Foi professor na Graduate School of Design, Harvard University (EUA), em 2002 e 2005. Professor convidado na Fakulteta za Arhitekturo, Universa V Ljubljani, Ljubljana, Eslovénia em 2003/2004. Professor na Accademia di Architectura, Mendrízio, Suíça, desde 2001. Professor na Universidade Autónoma de Lisboa, desde 1998. Professor catedrático na Universidade Lusíada, Lisboa, desde 1997. Assistente na FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, de 1991 a 1998 e Assistente na Universidade Lusíada, Lisboa, de 1988 a 1990. Monitor na FAUTL, de 1986 a 1991. Participou em conferências e seminários nos seguintes países: Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Croácia, Eslovénia, Espanha, EUA, Inglaterra, Itália, Irlanda, Japão, México, Noruega, Suécia, Portugal e Suíça. Vencedor de vários prémios internacionais e nacionais. Participação em exposições em Portugal e em vários países como Itália, Eslovénia, Espanha e EUA. MANUEL GRAÇA DIAS Nasceu em Lisboa, em 1953. Licenciou-se em Arquitectura pela Escola de Belas Artes de Lisboa, em 1977. Doutorou-se em Arquitectura pela FAUP - Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em 2009. Iniciou a carreira académica na FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (1985-1996), sendo, actualmente, docente na FAUP (desde 1997), no DA/UAL (desde 1998), que também dirigiu (2000-2004), bem como Visiting Professor do DAP/FA do Politecnico di Milano (desde 2003). Iniciou a carreira profissional em Macau, como colaborador do Arqt.º Manuel Vicente (1978-1981); actualmente, vive e trabalha em Lisboa onde criou, em 1990, o atelier CONTEMPORÂNEA, com Egas José Vieira, com quem recebeu o Prémio AICA/Ministério da Cultura, pelo conjunto da obra (1999). É Director do JA-Jornal Arquitectos (2009-2011), órgão da Ordem dos Arquitectos (cuja direcção também assumiu em 2000-2004), sendo, ainda, Presidente da Secção Portuguesa da AICA (desde 2008). Em 2006 foi agraciado, por S. Exa. o Presidente da República Portuguesa, Dr. Jorge Sampaio, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. PEDRO PACHECO Nasceu em Braga, em 1965. Vive e trabalha em Lisboa. Licenciou-se em Arquitectura pela FAUP - Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em 1991. Estagiou com Josep Llinás, em Barcelona, entre 1990 e 1991 tendo como orientador de estágio Eduardo Souto Moura. Colaborou com Fernando Távora no Porto entre 1992 e 1996. Formou atelier com 34 José Adrião em Lisboa entre 1996 e 2004 e tem atelier próprio em Lisboa desde 2004. É professor auxiliar convidado na FAUTL - Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, desde 2004 e é também professor convidado na ENSAL - École Nationale Supérieure d'Architecture de Lyon, durante o 1º semestre de 2009-2010. Trabalha em coautoria com Marie Clément nos projectos para as aldeias da Luz e Estrela desde 1998. Na sequência do Concurso Internacional para a elaboração do Plano de Pormenor da Nova Aldeia da Luz (3º Prémio, 1996), desenvolve os seguintes Projectos: Museu da Luz, Reconstrução da Igreja da N. S. da Luz, Cemitério da Luz, Cemitério e Capela Mortuária da Estrela, 1999-2003 (construídos) e a Reserva Etnográfica do Monte dos Pássaros. Em 2005 a obra do conjunto do Museu, Igreja e Cemitério da Luz foi premiado com 3º Prémio do Prémio do Património Cultural da União Europeia / Concurso Europa Nostra, o Prémio Internacional de Arquitectura de Pedra e o Prémio de Honra do júri (2º Prémio) do Prémio Europeu de Arquitectura Philippe Routthier para a Reconstrução da Cidade. Em 2004 a obra do Museu da Luz recebe o Prémio Menhir e o Prémio Europeu de Arquitectura Luigi Cosenza. PETER COOK Sir Peter Cook nasceu em 1936 em Southend-on-Sea, Inglaterra. Os seus estudos no Bournemouth College of Art foram completados com uma estadia na Architectural Association School of Architecture, em Londres, sob a orientação de J.Gowan, J.killick & P.Smithson. Na década de 1960, foi um dos fundadores do colectivo Archigram (galardoado com a medalha de ouro atribuída pelo Royal Institute of British Architects - RIBA). Foi professor na Architectural Association durante 25 anos, aos quais se seguiram cátedras na Frankfurt Stadelschule e na Bartlett School do University College London, que dirigiu entre 1990 e 2006. O Kunsthaus Graz (com C.Fournier) catapultou-o de volta à construção de projectos: actualmente, a Faculdade de Direito da Universidade de Viena, habitação social em Madrid, um teatro em Itália e um museu em Taiwan, com a assinatura do gabinete de arquitectura "CRAB": o Cook-Robotham Architecture Bureau. Recebeu o título de cavaleiro do Reino Unido em 2007. 35 FICHA TÉCNICA & CONTACTOS Gerência Sociedade Trienal José Mateus, João Belo Rodeia e Leonor Cintra Gomes Direcção Trienal 2010 José Mateus, Nuno Sampaio e Pedro Araújo e Sá Comissariado Curador Geral | Delfim Sardo Comissários | Ana Vaz Milheiro, Ana Tostões, Claudia Taborda, Diogo Seixas Lopes, Luís Santiago Baptista, James Peto, José Capela, João Luís Carrilho da Graça, Manuel Graça Dias, Manuel Aires Mateus, Max Risselada, Pedro Pacheco e Peter Cook Coordenação de Produção Marco Roque Antunes Assistente – Rita Pires-Marques Coordenação Curatorial Julia Albani e Rita Palma Assistentes – Inês Vidal e Pedro Sadio Comunicação e Imprensa Maria Schiappa, Joana Cordeiro, Marta Catana, Margarida Portugal Marketing Sofia Marques Edições Rui Dantas Serviço Educativo Susana Gaudêncio COMUNICAÇÃO & IMPRENSA TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA Travessa do Alecrim, 1, 1º Esq 1200-019 Lisboa, Portugal www.trienaldelisboa.com MARIA SCHIAPPA [email protected] JOANA CORDEIRO [email protected] T + 351 21 346 71 94 | 93 112 16 04 | 91 978 31 07 36 ÍNDICE FALEMOS DE CASAS Herberto Helder pág. 1 POÉTICAS DO ESPAÇO REAL Texto de Delfim Sardo pág.4 A TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA 2010 Texto de José Mateus pág.6 pág.8 EXPOSIÇÕES FUNDAÇÃO DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA MUSEU COLECÇÃO BERARDO MUSEU DA ELECTRICIDADE - FUNDAÇÃO EDP MUSEU NACIONAL DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA MUSEU DO CHIADO NÚCLEO CASCAIS CONFERÊNCIA INTERNACIONAL pág.21 REPRESENTAÇÃO PORTUGUESA NA 12ª BIENAL INTERNACIONAL DE ARQUITECTURA DE VENEZA pág.23 SERVIÇO EDUCATIVO pág.24 PRÉMIO TRIENAL MILLENNIUM BCP pág.24 PROJECTOS ASSOCIADOS pág.25 PUBLICAÇÕES pág.29 BIOGRAFIAS pág.30 PARCEIROS FICHA TÉCNICA E CONTACTOS 37