Wulfgaard `Bjorn`: A saga de um guerreiro – Parte 4

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Wulfgaard `Bjorn`: A saga de um guerreiro – Parte 4
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Publicado em 10/09/2009
Escrito por Gabriel Cunha
Wulfgaard ‘Bjorn’: A saga de um guerreiro – Parte 4
Prólogo – Continuação
Eirik sem saber do ocorrido entrou na tenda e pediu permissão para
falar.
- Pode falar. – Disse Wulfgaard.
- Johan. A mulher saxã deseja falar com você.
- Que mulher saxã é essa? – Dando um soco na mesa, Koll se levantou. –
Estavam escondendo ela de mim seus porcos?
Com esse insulto Koll criou um alvoroço entre os nossos homens e os
seus. Xingamentos eram dirigidos das duas partes, alguns homens
empunhavam espadas e outros já trocavam socos. Então Wulfgaard
impôs o seu poder.
- Já basta! – Wulfgaard deu um brado e com um machado que estava
nas mãos de um homem próximo a ele, deu um golpe na mesa de
carvalho que fez com que ela rachasse ao meio.
- Você! Seu verme filho de uma vaca! Não venha aqui beber da minha
bebida, revistar a minha aldeia atrás de uma mulher que você não
soube domar e por fim insultar a mim e aos meus homens. – Wulfgaard
estava com o espírito de guerra falando mais alto.
- Como ousa tratar assim o meu filho? – Ulfrik teve que falar pelo filho. –
Vocês todos que são iguais à bosta que eu cago! Estão pedindo para
morrer!
- Tente a sorte velho. – Wulfgaard encarava Ulfrik. – Estamos em maioria
e mesmo que eu morra os homens que aqui estão, irão fazer com que
você pague caro.
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Tudo estava indicando que haveria uma matança ali naquela manhã.
Nenhum dos dois lados aceitaria ser insultado e ficar por isso mesmo.
Mas por causa de uma pessoa, a carnificina não aconteceria. Pelo menos
por hora.
De início não notei que quem estava vindo era a mulher que encontrei
aquela noite. Aquela figura suja e feia já não existia mais. Ela vinha com
um vestido branco até os pés e mangas compridas, seus cabelos que
antes estavam sujos e embaraçados, agora formavam uma grossa
trança que caía pelas costas. Agora pude ver seu rosto e quase sentir a
textura de sua pele. Ela estava séria, olhando fixamente para mim, mas
não demonstrava medo algum. Possuía lindos olhos azuis, lábios bem
desenhados e volumosos. Sua beleza era tanta naquela manhã que
parecia uma princesa. E como a maioria das pessoas, era mais alta que
eu, mas não mais que um dedo. Não falei nada ainda, mas sou bem
mais baixo que a média dos homens do norte. Dizem que não cresci
mais porque meu pai não seguiu corretamente os sacrifícios para Odin.
Seja o motivo que for isso nunca me impediu de ser um bom guerreiro. E
isso, eu sabia que era.
- É ela! A prostituta saxã que fugiu! – Koll estava de pé apontando para
ela. – Hoje você vai ser domada minha égua xucra. – Nisso segurou-a
pelo braço e a puxou para perto dele.
- Ainda não verme desprezível. – Wulfgaard queria sangue. – De quem é
esta mulher?
- Essa mulher e minha! Eu que a encontrei nas minhas terras! – Koll
reivindicava a posse de Ailith
Ele a tratava como um pedaço de carne. Apertando, cuspindo e
humilhando a mulher mais bela que eu já pude contemplar. Ela olhava
para mim. Parecia saber que eu teria que intervir. Então, já sabendo que
esse seria o meu destino e não teria como fugir dele – nem queria fugir.
– fui lutar por ela.
Levantei-me de onde estava e falei alto e em bom tom para que todos
ouvissem.
- Essa mulher está sob os meus cuidados, e só irá sair daqui se minha
espada falhar, meu escudo rachar e meu espírito tombar.
- Olha como fala comigo! Vai morrer por causa de uma prostituta! – Koll
me encarava.
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- Para mim, você é apenas um monte de bosta com uma mulher em uma
mão e uma espada na outra. – Disse rindo.
Novamente o alvoroço. Homens bêbados e de espada nas mãos nunca
davam uma boa coisa.
- Silêncio seus bastardos! – Mais uma vez Wulfgaard se impôs sobre nós.
– Vermezinho… Johan quer um combate homem a homem pela posse da
mulher. Aceita ou desiste?
- Não acho que essa prostituta valha o gume de minha espada ou uma
lasca de escudo. – Koll falou na defensiva.
- Eu já sabia que você era uma bosta. Agora, uma bosta que desiste sem
lutar… Nunca conheci uma bosta covarde. – Falei escarnecendo.
- Pois bem seu porco, teremos uma luta. – Koll desembainhou sua
espada. – Só você e eu.
Nosso costume para combates era de formar um quadrado no chão com
galhos de aveleira, porém, como não tínhamos os galhos, o quadrado foi
feito com espadas mesmo.
- As regras serão as seguintes – Wulfgaard seria o intermediário do
combate. – cada homem deverá lutar sem malhas, com a própria espada
e direito de três escudos. O vencedor fica com a mulher e com as armas
do derrotado. De acordo?
- Sim. – resmungou Koll.
Apenas confirmei com a cabeça, e lá estava eu. Não sentia medo, pois já
tinha enfrentado várias batalhas e combates homem a homem. Mas
esse era diferente. Eu só conseguia pensar nela. Seu rosto estava em
minha cabeça e por mais que eu tentasse não vê-lo, o esforço era em
vão.
O quadrado foi armado bem no centro da aldeia. Em volta estavam
todos os homens e mulheres que se encontravam lá. Atrás de mim
estavam meus onze companheiros e próximo deles estava Ailith. Nunca
me senti intimidado por uma mulher, mas ela me deixava
desconfortável. Parecia querer me dizer algo com o olhar, como se
quisesse que eu ganhasse, mas acho que era apenas excitação antes da
luta.
Koll era mais alto e mais forte que eu, mas eu sempre soube que isso
não determinava uma luta. Atrás dele estavam os quatro homens e seu
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pai. Eu não entendi porque os quatro homens gritavam tanto
incentivando Koll a me matar e dançar sobre o meu cadáver. Parecia
que ele nunca tinha feito um combate assim na vida e precisava de todo
apoio possível. Koll olhava para mim com um leve sorriso no rosto, e já
com espada e escudo empunhados, apontou sua espada na minha
direção e disse.
- Pronto para sentir o gosto do aço de Corta Cabeças? – que era sua
espada.
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