continuemos - Prefeitura Municipal de Vitória

Transcrição

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Poligonal 11
Santa Martha • Joana D’arc • Andorinhas • Comunidade de Mangue Seco
Vitória - ES
2008
Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, 1927
Bento Ferreira, Vitória – ES, CEP 29.052-121
Tel: (27) 3382-6000
Autoria
aPOIO (Equipe local da P11)
Adriele Martins Miranda
Sônia Maria Dutra da Rosa (supervisora)
Alexandro da Conceição Júnior
Aline Bragio
Agleuciane Brito Portela de Brito
Ana Andreia Barcellos Serafim
Bruno Machado Loureiro
Francisco de Assis Moraes
Caroline de Farias Corrêa
Isabel Moura Dantas
Caroline França Damião
Luciana Oliveira Bezerra
Dayanny Pereira Lopes
João Carlos Coser
Prefeito de Vitória
Dayane Pereira da Cunha
Digitação dos textos
Ebany Paulino Correia
Mirella Bravo de Souza Bonella
Gabriel Louzada Pereira
Priscila de Almeida Carvalho
Grazieli Célia Coelho
Sebastião Balarini
Vice-Prefeito de Vitória
José Alexandre Farias Corrêa
Revisão
Kamilla Cristina Hell Tomaz
Mirela Adams Canosa
Ketlen Jéssica Jhonson Barros
Mirella Bravo de Souza Bonella
Luis Fernando Martins Rodrigues
Tríade Comunicação
Luiz Carlos Oliveira da Silva
Marlene de Fátima Cararo Pires
Secretária de Educação
Luiz Fellipe Hell Tomaz
Projeto Gráfico e Editoração
Milena Amorim Fernandes
Bios
Natália Correa Ventura
Cecilia Marilac Stein
Assessora Técnica de Projetos Especiais da Seme
Patrícia Ildefonso Gonçalves
Fotos
Pedro Matheus Werneck Rodrigues
Instrutores, monitores e alunos do
Rayane dos Santos Belo
Projeto Escritores da Própria História e
arquivo da Secretaria de Comunicação
COORDENAÇÃO DO
Tania Mara Costa Marquezi
Diretora da Escola de Ensino Fundamental
Marieta Escobar
da Prefeitura de Vitória
PROJETO ESCRITORES
DA PRÓPRIA HISTÓRIA - p11
Impressão
Mirella Bravo de Souza Bonella
GSA Gráfica e Editora
Marinely Santos Magalhães
Secretária de Gestão Estratégica
Margareth Batista Saraiva Coelho
Ficha Catalográfica
Assessora de Projeto Especiais
e Coordenadora do Programa Terra Mais Igual
Ana Rita Esgario
Assessora Adjunta de Projetos Especiais
Luciano Silva de Azevedo
Coordenador da Equipe Social
Michele dos santos pereira paes henriques
Coordenadora da Equipe Urbanística
prefeitura de vitória
Projeto Escritores da Própria História. Poligonal 11. Prefeitura de Vitória.
Adriele Martins Miranda et al. Vitória: Prefeitura de Vitória, 2008.
92p.
1.Desenvolvimento Humano 2. Comunicação Comunitária 3. Projeto Terra
Mais Igual I. Prefeitura de Vitória II. MIRANDA, Adriele Martins III. Título.
CDD: 302.52
Apresentação
Temos, neste espaço, a responsabilidade de resumir mais de um ano de trabalho. De início, podemos dizer que a experiência do Projeto Escritores da
Própria História, desde sua criação, foi viva e única. Podemos utilizar diferentes
maneiras para contá-la, mas o dia-a-dia, as palavras, os olhares e as conversas,
certamente, são mais verdadeiros nas mentes e nos corações daqueles que
presenciaram e executaram o trabalho.
Tudo começou em maio de 2007, logo após a contratação da primeira jornalista para fazer parte da equipe multidisciplinar do Núcleo Gestor do programa
Terra Mais Igual, antigo Projeto Terra, vinculado à Secretaria de Gestão Estratégica (Seges), da Prefeitura Municipal de Vitória.
Terra Mais Igual é o nome fantasia do Programa Integrado de Desenvolvimento Social, Urbano e de Preservação Ambiental em Áreas Ocupadas
por População de Baixa Renda do Município de Vitória. Foi criado em
1998, a partir da experiência acumulada com o Projeto São Pedro 1, quando na década de 80 registraram-se os primeiros movimentos para enfrentar a incompatibilidade entre pobreza e qualidade de vida na capital do
Espírito Santo2.
O programa tem como público-alvo direto mais de 91 mil habitantes e
a área total atingida é de 6,2 quilômetros quadrados, divididos em 15
territórios denominados poligonais, que abrangem 33 bairros e 12 comunidades do município. As poligonais são definidas tendo como critérios
o grau de carência em equipamentos e serviços urbanos, o grau de risco
1 A região da Grande São Pedro, um extenso manguezal a noroeste da ilha, começou a ser ocupada na década de
70. Formaram-se 11 bairros, com população hoje superior a 50 mil habitantes, muitos dos quais viviam em palafitas.
Foram gastos mais de R$ 25 milhões em obras de infra-estrutura, desenvolvimento social e econômico e preservação
ambiental na região.
2 MARTINUZZO, José Antônio. Projeto Terra – Vitória para todos. Vitória: Prefeitura Municipal de Vitória, 2002.
e os baixos índices sociais da comunidade em relação às demais partes
da cidade.
O Desenvolvimento Humano é um dos eixos fundamentais do programa. O
Terra Mais Igual se preocupa em ampliar e agregar capacidades e habilidades,
proporcionando oportunidades que reduzam a exclusão social, através da formulação e implantação de ações focadas no ser humano. Entendido assim, o
programa se apresentou como um ambiente propício para o surgimento de
uma idéia que favorecesse a formação de novos sujeitos, não mais coadjuvantes, mas protagonistas de suas histórias. Sujeitos que passaram a entender
e a praticar cidadania. O Projeto Escritores da Própria História foi desenhado
como piloto para a Poligonal 11 (P11), composta pelos bairros Santa Martha,
Joana D’arc, Andorinhas e comunidade de Mangue Seco.
Em 2007, sobravam definições das tarefas que a jornalista desempenharia no
Núcleo Gestor. Porém, a demanda por uma ferramenta de comunicação capaz de resgatar a história das intervenções3 do Terra Mais Igual na P11 iniciou
um caminho sem volta na compreensão de que o papel da profissional seria
fomentar, por meio de projetos nas comunidades, o entendimento da comunicação como direito, previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos
e na Constituição Federal de 1988.
O desafio de desenhar o passo-a-passo da ação de resgate da memória local
foi repassado pela coordenação da Equipe Social do programa, com abertura
3 Em cada poligonal, o trabalho do Programa Terra Mais Igual é realizado em três etapas: pré-urbanização, urbanização e pós-urbanização. A primeira consiste no diagnóstico da região, que é compartilhado com a comunidade,
promovendo a participação popular em todo o processo de desenvolvimento do plano socioambiental e urbanístico
para o local. A partir do compartilhamento das informações entre técnicos e moradores, é construído o Plano de
Desenvolvimento Local (PDL). A segunda etapa põe em prática as definições do PDL, que abrange dois eixos: o Desenvolvimento Humano e o Desenvolvimento Urbano. A última etapa é a da pós-urbanização, na qual se encontra
atualmente a Poligonal 11, onde um trabalho social prepara os moradores.
para a criação de uma proposta nova, que ainda deveria ser mais bem definida com os parceiros que viriam. A iniciativa também teve amplo apoio da
coordenação do Terra Mais Igual.
Mas em que consistia a idéia? A estrutura foi construída tendo como base
o conceito de Comunicação Comunitária, que favorece a abertura de novos
espaços comunicativos, no qual se efetivam outros formatos e conteúdos narrativos, diferentes da lógica dos grandes meios de comunicação de massa.
Temos como premissa que se a produção do discurso não ocorre a partir das
comunidades, mas pelo contrário se efetiva por outros atores, os membros do
grupo narrado perdem o domínio de suas lembranças. Deixar-se narrar é delegar que outros digam o que será lembrado e o que será esquecido da história
de qualquer grupo. Chega-se ao ponto em que os próprios personagens das
histórias passam a crer nessa perspectiva externa. Uma lógica que se quer inverter a partir das intervenções de projetos de comunicação popular e crítica.
Basicamente, a idéia era que, a partir de uma série de oficinas de formação
em Comunicação Comunitária, os alunos adquirissem uma nova postura frente à produção de narrativas e assumissem a responsabilidade de escritores.
As lembranças das intervenções do Terra Mais Igual na P11 não seriam escritas por alguém de fora daquela área, mas resgatadas por quem teve a vida
transformada pelas ações. Todos os textos produzidos seriam reunidos em um
livro, que se apresenta aqui.
Para serem os narradores, ficou definido que seriam convidadas crianças e
adolescentes das Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) da região: EMEF Marieta Escobar, EMEF Isaura Marques da Silva e EMEF Vercenílio
da Silva Pascoal. A Secretaria Municipal de Educação (Seme) foi procurada
para ser parceira do projeto, obedecendo a um modelo de gestão que pres-
11
supõe integração institucional. De fato, a parceria, articulada pela Assessoria
Técnica de Projetos Especiais, foi importantíssima.
Aceito o convite, uma série de reuniões foi realizada com representantes das
EMEFs da poligonal e o projeto foi ganhando as indicações necessárias para
sair do papel e invadir o dia-a-dia daqueles que se inscreveriam. Entre as definições, ficou acertado que as oficinas seriam de janeiro a abril. O curso ocorreu três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas-feiras, no turno
matutino, das 8h às 11h, com intervalo de 30 minutos durante o recreio da
escola sede do projeto, a EMEF Marieta Escobar, em Santa Martha.
Destacamos o envolvimento da direção da escola-sede. Desde o início, a postura foi de apoio integral, o que fortaleceu o projeto. A direção se colocou à
inteira disposição e provou suas palavras com ações que encantavam. Também atendia todas as demandas por salas, equipamentos e material de forma
solícita e acolhedora.
Em novembro de 2007, iniciamos com técnicos da Equipe Local da P11 a visita
às escolas. Apresentamos o projeto para as crianças e distribuímos o material
para inscrição. O período de matrículas para as oficinas foi no final do mês de
novembro, o que prejudicou um pouco o processo devido à proximidade com
as férias. Foi preciso ir aos locais de intervenção refazer o convite. Um deles foi
o Conjunto Residencial Barreiros, em Joana D’arc, onde 70 unidades foram construídas pela Prefeitura de Vitória para reassentar famílias que estavam vivendo
em área de risco social e ambiental. Lá, foi obtida a maioria dos nomes.
As oficinas começaram em janeiro de 2008 com 25 inscritos. Foram contratados instrutores e monitores para desenvolver as atividades. Todos apresentavam no currículo a vivência da comunicação popular e crítica do Grupo Expe-
rimental de Comunicação Olho da Rua, que atua na região da bacia do Rio
Aribiri, em Vila Velha. Nesse momento, passou a dar apoio à coordenação do
Projeto Escritores da Própria História uma socióloga, agregando novas percepções sobre o desenvolvimento dos trabalhos.
A presença regular das crianças e dos adolescentes durante as férias de janeiro surpreendeu os instrutores, assim como os pedidos de que os encontros
fossem todos os dias. É claro que ao longo do projeto alguns desistiram, mas
foram poucos. A maioria continuou e se envolveu na produção das narrativas.
Falar sobre eles daria um capítulo à parte, mas desnecessário, já que essa obra
expressa o que são: dedicados e decididos a serem sujeitos sociais ativos.
Ainda precisamos fazer uma pequena nota sobre o conteúdo do livro. Buscamos aproveitar toda a produção dos alunos. A organização dos textos segue
uma lógica de valorização do esforço e considera tudo o que os participantes
fizeram como representativo para a memória e a identidade daquela região.
Também por isso, não há interferência na construção narrativa das crianças,
apesar de terem sido orientadas durante todo processo de escrita de poemas,
paródias, acrósticos, entrevistas e redações. Foram feitos acertos ortográficos
e gramaticais, mas nenhum trecho foi reconstruído ou teve a estrutura modificada.
Destacamos, por fim, os técnicos da Equipe Local da P11. Um grupo de profissionais que carinhosamente se envolveu com o trabalho, inclusive nos encontros extras aos sábados. A equipe teve papel primordial no detalhamento
das informações sobre o território e generosamente dividiu o conhecimento
acumulado por anos de trabalho e contato com os moradores.
Mirella Bravo de Souza Bonella
12
E
screver a própria história é um exercício e uma experiência fundamental
na construção de cidadãos sujeitos e protagonistas. Para crianças e adolescentes em permanente aprendizagem, em formação pessoal e coletiva,
em crescimento como pessoas e como cidadãos, o desenvolvimento da
escrita é um processo estruturante na construção cognitiva e psico-social
dessas crianças e adolescentes. Escrever é importante e altamente significativo, mas escrever a própria história é vital como experiência de construção
de subjetividade, cidadania e democracia. Parabéns a todos os envolvidos
nesse belíssimo projeto! E continuemos escrevendo (e construindo) a nossa
própria história!
marlene de fátima cararo pires
Secretária de Educação
O
s investimentos públicos feitos na Poligonal 11 tiveram apoio fundamental
do Governo Federal, por meio do Programa Habitar Brasil BID. As transformações urbanísticas e ambientais feitas na poligonal foram importantes e resultaram em um novo ambiente, contribuindo com a melhoria da qualidade de vida
dos moradores. Mas o desafio da promoção humana e social continua. Com a
conclusão da etapa de obras, resta a apropriação dos espaços construídos: praças, parques, telecentros etc. O Terra Mais Igual estará finalizando, neste ano, a
atuação na P11 e o Projeto Escritores da Própria História acontece no momento
em que estamos na fase de avaliação de todas as ações desenvolvidas pelo
programa. O fortalecimento da democracia participativa deve ser buscada, com
especial atenção à integração das ações da gestão pública municipal e o fortalecimento da participação social rumo à gestão compartilhada.
Margareth Batista Saraiva Coelho
Assessora de Projeto Especiais e Coordenadora do Programa Terra Mais Igual
16
Nossos escritores.................................................... 20
Rádio Escritores da Própria História apresenta....... 28
Moradia.................................................................... 37
Meio ambiente......................................................... 47
Escolas..................................................................... 52
Postos de saúde...................................................... 56
Liderança comunitária............................................. 58
Projeto Caminhando Juntos (Cajun)....................... 59
Raça, gênero, mídia e infância................................ 61
A formatura............................................................. 66
A exposição............................................................. 68
Sobre o Projeto Escritores da Própria História.........
Sobre o
O que é o projeto?
Por José Alexandre Farias Corrêa
Ren
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Bruna
Mirella
16
Mauro
Ka
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O Projeto Escritores da Própria História foi criado pela Prefeitura
de Vitória e começou neste ano de 2008. No final do projeto, os
alunos das escolas Marieta Escobar, Izaura Marques, Orlandina
D’Almeida e Vercenílio irão fazer um livro sobre a Poligonal 11.
Andressa
Agleuciane
Gabriel
Gra
ziel
i
Pedro Mateus
17
Carol
Jessica
Quantos alunos são?
Por Alexandro da Conceição Júnior
No Projeto Escritores da Própria História se inscreveram 22 alunos, só que os que comparecem à
aula hoje foram: Bruno Machado Loureiro, Caroline França Damião, Adriele Martins Miranda, José
Alexandre Farias Correa, Luiz Carlos Oliveira da Silva, Caroline de Farias Correa, Agleuciane Brito
Portela de Brito, Patrícia Ildefonso Gonçalves, Ebany Paulino Correia, Rayane Belo, Graziele Célia
e outros. Uns estudam no Marieta Escobar, outros no Izaura Marques, outros no Orlandina de
Almeida Lucas e também no Vercenílio da Silva Pascoal. Esses alunos têm entre 10 e 15 anos.
Qual a duração?
O Projeto Escritores da Própria História teve início dia 14 de janeiro e será finalizado com o lançamento do nosso livro com direito a noite de autógrafos.
Raiane
Bruno
Luiz Carlos
Ébany
dre
Alexan
Camila
Milena
Adriele
Caroline
lipe
Luiz Fel
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Alexand
Bruno
Qual é o objetivo?
Por Grazieli Célia Coelho
O objetivo do projeto é aprender. O nome do projeto já diz: “Escritores da Própria História”. Nós
nos tornaremos grandes escritores da própria história e livros serão publicados. Mas tem gente
que acha que o projeto é uma grande besteira para quem faz.
Mas eles não sabem do que estão falando, porque desde o dia que eu vim na aula, eu acordo
cedo todos os dias só para vir. Por mim, eu queria que fosse todos os dias.
Mas eu sei que eles não dão aulas só pra gente, mas pra outras pessoas também. Do mesmo jeito
que a gente pode aprender, outras pessoas têm a mesma capacidade e o direito de aprender.
Eles não dão aula só pra um.
Luiz Fellipe
Eu adoro esse projeto, os professores são uns amores de
pessoas e eu acho eles super educados e simpáticos.
Tem gente que acha que a gente vem aqui e não aprende nada, mas ninguém sabe o que nós fazemos aqui
dentro. Mas eu amo fazer o projeto, acordar cedo, muito
cedo para estar no curso, porque adoro muito estar com
vocês. Todos são muito legais e é por isso que eu gosto
muito de estar aqui.
18
Patrícia
Natalia
Nossos
escritores
20
21
Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline
Dayane • Dayanny • Ébany • Gabriel • Grazieli • José Alexandre
Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe
Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane
Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline
Dayane• Dayanny• Ébany• Gabriel • Grazieli • José Alexandre
Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe
Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane
Alexandro da Conceição
Júnior
Meu nome é Adriele Martins Miranda, tenho 10 anos.
Eu moro em Joana D’arc, Espírito Santo, Vitória. Eu moro com
a minha avó, meu avô e meu irmão mais velho. Considero
meus avós como meus pais. Tenho oito irmãos, cinco por parte de pai e três por parte de mãe. Eu moro com os meus avós
porque minha mãe já tinha dois filhos e estava doente. Eu
gosto de jogar bola, ver desenho animado, andar de bicicleta,
brincar de boneca e nadar. Eu gosto do meu bairro porque é
tranqüilo. Meu sonho é ser cantora.
Meu nome é Ebany Paulino Correia, tenho 12 anos, moro
no bairro de Joana D’arc com a minha mãe. Vivo aqui porque eu morava no bairro de Mangue Seco e teve um trabalho do Projeto Terra. Aí, eu passei a morar ao lado do Parque
Barreiros. Quero continuar morando aqui porque quero ficar
perto da minha família. Eu gosto de praticar esportes, gosto
de queimada, handebol, basquete. Mas o que eu mais gosto
é vôlei. O meu maior sonho é crescer e ser alguém na vida.
Quero ser fotógrafa.
Meu pai me deu o nome de Luiz Carlos Oliveira da Silva,
o qual é o nome do bisavô dele que ele gosta tanto e tem 93
anos. A minha idade é 11 anos, vou fazer 12 anos no dia 16
de março de 2008. Eu moro em Santa Martha (antes morava
em Alfredo Chaves), que é o bairro que minha mãe morava
quando era criança. Aí, nós mudamos para aqui, na Rua Tiradentes, nº 887. Moro com meus avós, minha irmã e minha
mãe. Meu grande sonho é ser escritor de um livro que eu
gostasse muito.
22
Olá, hoje eu vou contar
a minha história. O meu
nome é Natália Correa
Ventura, tenho 13 anos e
morava na Bahia até 2005.
Em 2007, a minha mãe foi
apanhar café. Mas o trabalho começou a ficar difícil
e depois de alguns dias o
meu tio conseguiu um emprego e falou para o meu
padrasto que ele conseguiu um trabalho para ele.
No dia 11 de setembro saímos da Bahia e no dia 12
chegamos aqui em Vitória,
no Espírito Santo, e alguns
dias depois o meu padrasto
começou a trabalhar e a minha mãe alugou uma casa
em Joana D’arc. Com 2 meses morando lá, apareceu a
Mirella e a Priscila procurando pessoas para participar
do projeto Terra Mais Igual
e eu aceitei. Hoje, eu estou
participando. Agora, moro
no bairro de Santa Martha
com a minha mãe, as duas
irmãs e o meu padrasto.
Moro com eles porque eu
gosto e também gosto de
assistir televisão o dia todo,
gosto de conhecer pessoas
novas e me divertir com as
pessoas que eu também
já conheço. O meu maior
sonho é ter um celular, um
MP5, mas agora estou atrás
de outro sonho que é continuar participando dos Escritores da Própria História.
Meu nome é Dayanny
Pereira Lopes, tenho 15
anos, moro em Joana D’arc,
no Conjunto Residencial
Barreiros. Gosto muito de
morar lá, pois é mais limpo
do que quando morava em
Mangue Seco. Minha casa
é azul e tem dois quartos,
uma sala, uma cozinha,
um banheiro e duas varandas. Moro com minha avó,
dois primos, uma prima e
um sobrinho. Gosto de fazer atividades esportivas e
Meu nome é Caroline
França Damião. Tenho
12 anos, moro em Santa
Martha com meus pais e
meu irmão mais velho de
15 anos. O que eu mais
gosto de fazer é mexer
no computador, ir à praia,
ouvir o meu MP4 e etc. E
o que eu mais gosto de
fazer no meu bairro é ficar
conversando com minhas
colegas e sair quando tem
festa. Eu moro em Santa
Martha desde quando eu
nasci e gosto muito de lá.
O meu sonho é crescer e
ser alguém na vida.
Meu nome é Dayane
Pereira da Cunha. Eu
tenho 12 anos e moro
em Joana D’arc porque é
divertido e legal. Eu morava em barraco de tábua
na maré e o Projeto Terra fez as casinhas e nos
chamou para morar lá. Aí,
nós pegamos uma casa
e ficamos lá. Já tem três
anos que estamos naquele bairro. O que gosto
de fazer lá é brincar, conversar etc. Meu maior sonho é ser alguém na vida,
estudar bastante e ter um
computador.
trabalhos na comunidade.
Gosto muito de sair, principalmente com os amigos.
Quando vou à Igreja Universal, eu me divirto muito,
mas só depois de ouvir a
palavra de Deus. Quando
estou em casa, fico ouvindo meu DVD do Sorriso Maroto, gosto de assistir também malhação, Big Brother
Brasil 8 e novelas. Sou barraqueira e bagunceira, mas
só quando alguém mexe
comigo. Fora isso, gosto
muito de fazer amizades
novas. Moro no Barreiros há
quatro anos, desde quando
inauguraram. O meu maior
sonho é ser atriz e comprar
uma casa pra minha mãe.
Essa foi e está sendo a minha história.
Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline
Dayane • Dayanny • Ébany • Gabriel • Grazieli • José Alexandre
Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe
Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane
Meu nome é Agleuciane Brito Portela de Brito. Tenho 13 anos
e moro no bairro Joana D’arc. Moro com minha mãe e com os meus
dois irmãos. Moro lá porque antes morava em Mangue Seco até que
a Prefeitura construiu as casas em Barreiros, perto da Escola Vercenílio.
Eu gosto de fazer muitas coisas legais, como jogar futebol, assistir televisão, jogar basquete e sair. Não gosto muito do bairro, porque tem
muita gente que não gosta de respeitar a hora de fazer silêncio para
dormir e também porque às vezes tem tiroteiro. O meu maior sonho é
ser uma grande pessoa no futuro, ter bastante dinheiro, ter dois filhos
gêmeos e dar tudo de bom para eles.
Meu nome é Luiz Fellipe Hell Tomaz,
moro no bairro Engenharia e gosto de
morar lá porque é um bairro seguro.
Gosto de jogar bola e videogame e etc.
Moro com minha mãe, meu padrasto
e minha irmã. Meu sonho é a paz. Eu
queria que o mundo tivesse sorte igual
a minha.
24
Meu nome é Bruno
Machado Loureiro, tenho 13 anos, moro no bairro
da Engenharia desde quando eu nasci. Moro com a
minha avó materna e com
dois tios e uma tia. Moro
no bairro da Engenharia
porque lá eu sou completo e faço tudo o que eu
quero. Só saio de lá dentro
de um caixão. Gosto de
jogar futebol, Playstation
e bolinha de gude. Meu
maior sonho é ser um empresário bem-sucedido ou
então um jogador de futebol. Tenho vontade de
conhecer outros lugares
como a Europa, a Ásia e a
Arábia Saudita.
25
Meu nome é José Alexandre Farias Corrêa, tenho
13 anos, nasci no dia 23 de
janeiro de 1995, moro em
Santa Martha e gosto muito de morar aqui. Nasci no
Rio de Janeiro, meu sonho
é ter uma profissão digna.
Meu time é o Flamengo, e
o esporte que mais gosto é
vôlei. Gosto muito da fruta
maçã e quando crescer minha profissão vai ser advogado. A frase que me inspira é: “nunca cruze os braços
porque o maior homem, Jesus, morreu de braços abertos”. Os lugares que gosto
para dar meus passeios são
praias, parques botânicos,
praças e etc. Não suporto
mentira, pois é a pior coisa
que existe.
Meu nome é Luis Fernando Martins Rodrigues. A minha idade é
nome é Pedro
Matheus Werneck Rodrigues, tenho 11 anos,
Meu
Meu nome é Kamilla
Cristina Hell Tomaz.
Eu tenho 12 anos. Moro
na Engenharia, mas eu
moro lá porque eu gosto
das crianças que são muito, muito alegres e muito legais. Eu moro com
minha mãe e com meu
padrasto. Gosto de fazer
muita coisa legal, como
jogar videogame e jogar
bola. O meu maior sonho
é ganhar um computador
ou ganhar um celular de
câmera. Também quero
uma câmera digital, mas
o meu sonho nunca se
realiza.
mas vou fazer 12 no dia
12 de junho. Moro aqui
em Santa Martha, no condomínio Sintra, com meu
pai Leilson (35), minha
mãe Daniela (30), minha
avó Maria do Carmo (69),
minha avó Ruthi (56) e
minha irmã Maria Giulia
(7). Não gosto de morar
lá porque o síndico não
deixa ninguém brincar de
nada, então eu vou pra
casa jogar videogame ou
mexer no computador.
Antes, eu morava em um
lugar melhor, lá em São
Cristovão, porque dava pra
ter cachorro e eu tinha um
chamado Apollo.
14 anos e moro em Joana
D’arc no Conjunto Residencial Barreiros, na Rua
Luis Pereira de Melo, quadra 1, casa 5. Mas, antes,
eu morava em Mimoso do
Sul, mas houve um problema de família e aí eu vim
morar aqui em Vitória. Eu
moro com a minha avó e
o meu avô e minha irmã.
Mas eu tenho três irmãos
que moram com a minha
mãe. Eu gosto de morar
aqui porque é um lugar
quieto e bom.
Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline
Dayane • Dayanny • Ébany • Gabriel• Grazieli• José Alexandre
Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe
Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane
Meu nome é Gabriel Louzada Pereira. Moro com a minha mãe e a minha irmã no bairro Joana D’arc. Eu morro lá
porque a Prefeitura construiu casas lá com dois quartos, um
banheiro, uma sala, uma cozinha e dois quintais. Eu gosto
de morar lá porque tem um parque e é muito legal. Eu gosto
de ajudar a minha mãe na tarefa de casa. Meu sonho é ser
jornalista.
Um pouco sobre mim. Meu nome é Milena Amorim Fernandes, tenho 13
anos e adoro fazer artes marciais. Sou uma pessoa muito alegre, extrovertida,
brincalhona, vivo sorrindo e adoro conversar. Adoro conhecer novas pessoas,
sou muito amiga, minhas cores preferidas são preto, rosa, roxo. Fico no computador o dia todo, moro no Bairro da Penha, na Rua Otílio João Fernandes,
casa 77. Moro com minha avó porque não dá certo eu ir morar com o meu
pai. Eu adoro minha avó. Ela é como se fosse uma mãe pra mim. Tenho três
sonhos: ser artista plástica, estudar biologia e ser uma cientista. Mas para
isso eu vou ter que ir a fundo nos meus estudos e não parar de estudar. Se
Deus quiser, eu serei sim uma cientista.
26
Meu nome é Grazieli
Célia Coelho, tenho 14
anos, moro em Joana D’arc
com a minha mãe numa
casa de cinco cômodos:
dois quartos, banheiro,
sala, cozinha. Eu morava
no barraco, mas graças ao
pessoal do Projeto Terra,
hoje eu moro numa casa
que eu me sinto muito
satisfeita. É um lar ótimo
e eu gosto muito de morar ali. Gosto muito de ler,
brincar, conversar. Eu quero estudar e ser alguém
na vida, estudar, trabalhar
e fazer faculdade.
27
Meu nome é Rayane dos
Santos Belo, tenho 15
anos, moro no bairro Joana
D’arc. Moro lá porque eu
morava em Manque Seco.
Teve uma mudança que a
Prefeitura de Vitória tirou os
moradores do mangue e
no lugar construíram uma
orla. Aonde era o matagal
em Joana D’arc, eles fizeram o Conjunto Residencial
Barreiros. Eu gosto de morar lá porque tem muitas
crianças, é um lugar muito
tranqüilo, sem muito movimento. Eu sou uma pessoa
que gosta de atividades relacionadas à comunidade.
Moro com minha mãe. Ela
tem 46 anos, tenho dois
irmãos de 25 e 23 anos. Minha mãe é separada. Ela é
manicure. Meu sonho é um
dia ser modelo e cantora,
mas eu tenho certeza que
não vou ser cantora porque sou desafinada. Tenho
esperança de ser modelo
algum dia, pois estou batalhando pra isso. Quero ser
uma pessoa que o mundo
se orgulhe, pois tenho um
sonho e não vou desistir.
Meu nome é Rayane Belo
e essa é minha história.
Bom dia, o meu nome é
Meu nome é Caroline de
Farias Corrêa. Eu nasci
no dia 30 de maio de 1995,
tenho 11 anos e eu moro
em Santa Martha. Eu nasci
no Rio de Janeiro e tenho
uma mania que é comer
muito. Meu sonho é ser
modelo, meu apelido é
Carol e meu livro predileto
é “Uma Professora Muito Maluquinha”. Tenho
medo de perder meus
pais. Meu time é o Fluminense e o esporte que eu
mais gosto é ginástica rítmica. Minha decepção é
usar óculos, meu ídolo é
Deus e os países que eu
queria visitar são: Estados
Unidos e França. O ator
que eu mais gosto é o
Bruno Gagliasso e a atriz é
Juliana Paes. O cantor que
eu mais gosto é o Cris Brown e a cantora é Kelly Key.
Adoro meu bairro. Quem
não conhece não sabe o
que está perdendo.
Patrícia Ildefonso Gonçalves, tenho 11 anos e
moro em Joana D’arc em
uma casa com cinco cômodos: dois quartos, um
banheiro, uma sala e uma
cozinha. Moro com a minha mãe, o meu irmão e
com o meu padrasto. Antes, morava em Mangue
Seco em uma casa da
Prefeitura. Aí, quando as
casas foram feitas, a casa
que eu morava antes a
Prefeitura deu para uma
senhora e é por isso que
eu moro no Conjunto Residencial Barreiros. Eu não
gosto de morar lá porque
têm muitas intrigas e brigas. Gostaria de morar
em um lugar melhor, mas
hoje em dia é muito difícil
conseguir morar em um
lugar tranqüilo. Gosto de
estudar, brincar, dormir e
etc. O meu maior sonho é
conseguir orgulhar meus
pais sendo alguém na
vida e poder retribuir tudo
o que eles me dão.
Meu nome é Ketlen Jéssica
Jhonson Barros e tenho 12
anos. Moro em Joana D’arc
nas casinhas. Moro com minha mãe e meus irmãos e
avó. Moro naquele lugar porque a Prefeitura fez um projeto lá. Eu gosto de fazer muitas
coisas, gosto de ajudar minha
mãe e meus irmãos, quero
crescer na vida, ter uma vida
média e ser veterinária.
Rádio Escritores da
Própria História
va
do
gr
Olá, ouvintes! Vocês estão
sintonizando a Rádio Escritores
da Própria História. Eu sou Luiz
Carlos e eu Caroline. Está entrando
no ar o programa: “Escritores na Rádio”.
a
apresenta
No programa de hoje vocês vão ficar por
dentro do projeto Terra Mais Igual, que está
por aí reformando casas, praças e quadras e
mudando vidas.
É isso aí. E para fazer diferente, convidamos
para uma roda de bate-papo a Ana Emília1,
que faz parte do Núcleo Gestor do Terra Mais
Igual trabalhando na coordenação urbanística.
1
28
Ana Emília Brasiliano Thomaz, 37 anos, é engenheira civil e integra a Equipe
Urbanística do programa Terra Mais Igual desde 2001, tendo acompanhado
todo o processo de urbanização da Poligonal 11.
29
Olá, meu nome é Agleuciane. Eu vou falar com a Ana Emília para saber
o que é o Projeto Terra e como ele surgiu.
Ana Emília - É um conjunto de ações do município nas áreas carentes. Para fazer o quê? Para
melhorar a situação de vida das famílias, o que a gente chama de levar promoção social, fazer
escolas, unidades de saúde, fazer rede de esgoto, drenagem, levar água para as pessoas. É isso
que é o Projeto Terra. É um conjunto de ações integradas para levar a promoção social e a qualidade de vida para as famílias.
Oi ouvintes, me chamo Luis Fernando. Agora que já sabemos o que é
o projeto, Ana Emília, quando ele começou na Poligonal 11 e quais as
melhorias que trouxe para esse bairro?
Ana Emília - O projeto começou na Poligonal 11 em 1998, quando foi realizada a primeira
fase. E o que é a primeira fase? É quando a Prefeitura vai para a área para identificar quais são as
necessidades do bairro. Foram feitas entrevistas com todo mundo que morava aqui para saber
quantas crianças tinham que estudar, se não estudavam, se tinha gente doente, se não tinha,
quanto cada família recebia. Depois disso, outras ações foram acontecendo aqui na área, como
a construção de escolas. Mas a obra mesmo, essa grande obra que vocês conhecem, quando foi
feito a orla e o Parque de Mangue Seco, começou em 2002. Se a gente for falar de obras físicas,
aquelas que são construções, o que trouxe de melhoria? Trouxe o Parque de Mangue Seco, o Parque de Barreiros, a orla da Poligonal 11, que hoje tem as quadras, tem ciclovia. Havia famílias que
moravam em casas de risco, ou de madeira ou alvenaria muito ruins. Então essas casas foram
demolidas para serem construídas outras. As famílias que moravam em palafitas, em Mangue
Seco, foram morar atrás do Barreiros. Além disso, a gente teve uma coisa super legal: o Projeto
Terra potencializou a organização da comunidade. Hoje, a comunidade se organiza melhor e está
buscando seus direitos.
Bom dia, eu sou Gabriel e gostaria
de saber quais as principais
dificuldades do projeto?
Ana Emília - Uma primeira dificuldade é a Prefeitura conseguir ser clara com a comunidade sobre aquilo que pretende fazer. Muitas vezes, nós,
da Prefeitura, temos uma forma de ver as coisas.
Outra dificuldade do projeto é que, para a realização das obras, a gente depende de recursos do
Governo Federal e de outras fontes. Nem sempre
o recurso é daqui (da administração municipal).
Além disso, a gente trabalha em áreas onde as
pessoas já estão vivendo. Então, muitas vezes temos que construir em locais que as pessoas precisam usar, para colocar uma tubulação de água, de
esgoto etc. Isso gera algumas dificuldades, mas
que a Prefeitura vem superando ao longo da implementação do Projeto Terra.
Ana Emília, me chamo Adriele e
quero saber como a comunidade
participa do projeto?
Ana Emília - A comunidade participa através
de reuniões. Existe uma forma de trabalho do Projeto Terra junto às comunidades. Então, existem
reuniões. Essas reuniões têm a participação de
vários representantes da comunidade. A partir de
reclamações, por exemplo, a Prefeitura faz uma
movimentação junto às comunidades e também
realiza essas reuniões contando com a participação das famílias para dar respostas e também
pensando junto o que pode ser feito naquela comunidade para melhorar a qualidade de vida.
30
31
Oi ouvinte, para você que sintonizou a nossa rádio agora, estamos
batendo um papo com a Ana Emília, uma das responsáveis pelas ações
do Projeto Terra Mais Igual, da Prefeitura de Vitória. Ana, vocês já
receberam reclamações?
Ana Emília - Muitas. O Projeto Terra, como faz uma série de ações juntas naquele bairro ou
naquela poligonal, às vezes incomoda. As pessoas sabem que vai trazer benefício, que elas
vão morar melhor, que não vai ter mais alagamento porque será feita a rede de drenagem, mas
durante a execução da obra você tem incômodos. As pessoas ficam incomodadas. Elas não vão
poder entrar nas casas delas como estavam acostumadas, vai ter lama, vai ter terra. Então, elas
reclamam sim, reclamam dos incômodos da obra, reclamam quando a obra demora, reclamam
quando a obra paralisa. Existem as reclamações, mas a Prefeitura se reúne com essas famílias para
dar as respostas e ir solucionando os problemas.
E por falar nisso, eu sou a Dayane. Ana, qual a importância do
Projeto Terra?
Ana Emília - Eu acho que a importância hoje do projeto para a comunidade é que a comunidade passa a ter, como no restante da cidade, uma série de benefícios que antes ela não dispunha.
Ela passa a ter rede de drenagem como todo mundo tem, ela passa a ter casas melhores como
todo mundo tem, ela passa a ter postos como no restante da cidade. Então, ela se organiza, passa
a saber como reivindicar suas demandas. Ela passa a fazer parte de toda a cidade.
Meu nome é Milena e para finalizar a nossa conversa com o Projeto
Terra Mais Igual eu pergunto: Ana, quais outros bairros ainda vão
receber melhorias?
Ana Emília - O Projeto Terra é muito é grande. Como existe a Poligonal 11, a gente tem 15 po-
gr
a
ligonais, 15 áreas selecionadas para receber os benefícios do Projeto Terra.
va
do
Como vocês ouviram, o Projeto Terra vem ajudando muita gente
a ter uma vida melhor. E nós, participantes da rádio Escritores da
Própria História, estamos aqui para contar um pouco dessa história.
Agradecemos a presença da Ana Emília e até o próximo programa.
Tchau, tchau, tchau...
As três etapas do
Terra Mais Igual?
Por Ebany Paulino Correia
Entrevistamos Ana Andréia
Serafim, assistente social
responsável pelo acompanhamento das famílias que
passaram pelas intervenções
do Terra. Ela é representante
da Secretaria de Habitação.
Ana Andréia explicou que
as intervenções do Projeto
Terra foram divididas em três
fases.
A primeira é chamada de préurbanização. Foi quando os
técnicos do Terra fizeram a
identificação dos problemas
do bairro, das casas que teriam que ser reformadas, das
famílias que teriam que mu-
32
dar de casa, das ruas que teriam que ser asfaltadas e etc.
A segunda fase é chamada
de urbanização. Nessa fase, o
projeto classificou os problemas encontrados, pois algumas casas precisavam apenas
de melhorias, como pinturas,
reboco e telhado. Outras precisavam apenas de banheiros.
Mas algumas casas tiveram
que ser derrubadas e reconstruídas no mesmo lugar e algumas famílias que moravam
em locais de risco tiveram que
mudar para outro lugar, como
por exemplo os moradores
do Barreiro e Solas das Águas.
Ana Andréia falou que foram
200 melhorias habitacionais
33
(reformas) e 69 banheiros
construídos.
A terceira fase é chamada de
pós-urbanização. Nessa fase,
o projeto ofereceu diversos
cursos e oficinas. Foi feito um
acompanhamento dessas famílias para gerar mudanças
de hábitos, e realizadas ações
educacionais voltadas para higiene pessoal e formas de tratar o lixo. Os cursos ensinaram
a conservar as melhorias e preservar o meio ambiente. Também foram realizadas oficinas
culturais, artísticas e de geração de trabalho e renda para
que as pessoas pudessem se
interessar pelos estudos e ge-
rar renda para se manter no
novo local. Pois quando moravam nas palafitas, não pagavam luz e água, e na nova casa
terão mais custos.
Ana falou que esse trabalho
foi importante e trouxe muitas melhorias na qualidade de
vida dessas pessoas, porque
antes as pessoas não tinham
onde tomar banho. Elas esperavam a noite chegar para
tomar banho de roupa com
todo mundo olhando. E também tinham muitas doenças
de pele. Após as mudanças
do Projeto Terra, o índice de
doenças de pele e alérgicas
diminuiu bastante.
O que é o
Terra Mais
Igual?
Poemas
Sobre o Terra
Por Agleuciane Brito Portela de Brito
O Projeto Terra cuidou
De mim, cuidou de mim
Não me jogou na rua
E nem na maré
O Projeto Terra
Construiu muitas casas
Construiu duas quadras
Para a criançada
Brincar
Antigamente não
Tinha onde brincar
E nem onde correr
As Melhorias do Bairro
Por Adriele Martins Miranda
Quando as pessoas moravam no mangue
As pessoas tinham muitos riscos
Até de morrer
Suas casas caírem, sua família
Suas vidas estavam
Em risco
Até que a Prefeitura viu
O estado dos moradores
E quis ajudar essas pessoas
Minha mãe ficou feliz
Pois a casa ficou muito melhor
Houve muitas melhorias
Agora as pessoas que
Moravam lá
Não precisam de se preocupar
O sonho de casa nova chegou
E as pessoas ficaram
Muito melhores
34
35
Paródias
Música: Se essa rua fosse minha
Por Dayane Pereira da Cunha
Com o Projeto Terra
Temos melhorias
A quadra de esportes
reformas de pracinhas
do
Se essa rua, se essa rua fosse minha
Eu mandava, eu mandava melhorar
Como o Projeto Terra
Fez para as pessoas morarem
A Orla tá bonita
Escolas bem legais
Agradecimento do povo bem leal
Se essa rua, se essa rua fosse mangue
Com casas desabando no chão
E o Projeto Terra fez uma coisa muito boa
Que ajudou toda a população
va
do
Projeto Terra, osso duro de roer
Ele ajuda geral e pode até ajudar você
Projeto Terra osso duro de roer
Ele ajuda geral e pode até ajudar você
Não dá bobeira não, ele é muito bom
Ele ajuda, ele ajuda pra valer
Barraco de madeira
Vou te reformar
É o Projeto Terra
Que chegou pra abalar
FOTOS: ARQUIVO PMV
gr
a
Agradecemos por nossas moradias
Salas, quartos e também cozinha
Música: Tropa de Elite
Por Luiz Fellipe Hell Tomaz
va
gr
a
Música: Marcha Soldado
Por Patrícia Ildefonso Gonçalves
Entrevista com
crianças sobre os bairros
Por Alexandre da Conceição Júnior
Lays da Vitória Pereira,
8 anos
Você gosta do seu bairro? Por quê? Sim, porque
é legal.
Qual bairro que você mora? Santa Martha.
Você se acha importante para seu bairro? Sim.
Você conhece o Projeto Terra? Não.
Saulo Bellumat Rigo,
9 anos
Você gosta do seu bairro? Por quê? Sim, porque
é legal.
Qual bairro que você mora? Santa Martha.
Você se acha importante para seu bairro? Mais
ou menos.
Você conhece o Projeto Terra? Sim.
Se você pudesse participar, você participaria?
Sim.
Se você pudesse participar, você participaria? Sim.
Qual lugar você mais gosta do seu bairro? A
orla.
Qual lugar você mais gosta do seu bairro?
Mangue Seco.
O que você acha do seu bairro? Legal.
Você gostaria de se mudar para outro bairro?
Não, porque eu acho esse bairro muito legal.
João Vitor de Souza Lima,
9 anos
Você gosta do seu bairro? Por quê? Sim, porque
é legal.
Qual bairro que você mora? Cariacica.
Você se acha importante para seu bairro? Sim.
Você conhece o Projeto Terra? Não.
Se você pudesse participar, você participaria?
Sim.
Qual lugar você mais gosta do seu bairro? A
orla.
O que você acha do seu bairro? Legal.
Você gostaria de se mudar para outro bairro?
Não, porque é legal.
36
O que você acha do seu bairro? Legal.
Você gostaria de se mudar para outro bairro?
Não, porque é ótimo.
Fabrícia,
8 anos
Você gosta do seu bairro? Por quê? Sim, porque
sim.
Qual bairro que você mora? Santa Martha.
Você se acha importante para seu bairro? Mais
ou menos.
Você conhece o Projeto Terra? Não.
Se você pudesse participar, você participaria?
Não.
Qual lugar você mais gosta do seu bairro?
Mangue Seco.
O que você acha do seu bairro? Legal.
Você gostaria de se mudar para outro bairro?
Não.
Moradia
Por Luiz Carlos Oliveira da Silva
Morava em palafitas
De repente chegou um ambientalista
E nos tirou daquele lugar
Pensei: Onde vamos morar?
Aí chegou uma pessoa do Projeto Terra
Agora moramos em Barreiros
Agradecemos o Projeto
Agora temos um teto
Agora não tem mais risco
Moramos num lugar bonito
Reformas e
reassentamentos
Por Dayane Pereira da Cunha
e Adriele Martins Miranda
Nós entrevistamos Maria da
Penha, moradora do bairro
Andorinhas há
22 anos, que
teve sua casa
reformada pelo
Projeto Terra e
ficou muito feliz com a casa nova. Ela disse que antes sua
casa era de tábua velha. Em sua casa nova, a
família adorou 100%, pois ficou melhor, bom
demais, e mudou muito porque era de tábua.
“Agora não é só a minha casa que ele fez.
O Projeto Terra mudou muito a minha vida
38
ajudando em muitas coisas. A parte financeira é a mesma. Só mudou foi a casa. Você
conversou com sua vizinha? O Projeto Terra
reformou a casa dela também. Agora, nós estamos felizes. Muito obrigado por nos deixar
conversar com você e com o Projeto Terra”.
39
Por Bruno Machado
Para saber o que aconteceu
no projeto de urbanização e
sobre as mudanças de casas
de palafitas para casas de
alvenaria, convidamos o engenheiro Antero, fiscalizador
do Projeto Terra Mais Igual.
A idéia de tirar as pessoas foi
da Prefeitura. As pessoas que
moravam nas palafitas foram
tiradas do mangue. A idéia
foi achar uma área que coubesse 70 casas. Elas foram
construídas tipo duplex, com
dois quartos, cozinha, sala e
banheiro. A conversa com
os moradores que sairiam
das palafitas foi feita com o
agente social, que disse que
essa área era de preservação
ambiental e as condições de
vida eram desumanas.
O projeto teve a idéia também
de fazer as casas no seu pró-
prio terreno e também construir banheiro para as famílias
que não tinham condições.
O conjunto Solar das Águas
foi feito porque havia famílias que moravam em áreas
de risco e também moravam onde hoje é o Parque
de Mangue Seco. O projeto
durou três anos na fase de
planejamento e semeio das
construções. Foram feitas
também quadras poliesportivas e um prédio, que futuramente será um colégio.
Foi feita também uma rede
elétrica, que passa por cima
da rua. Os colégios foram
reformados. Foram mais ou
menos 80% com verba do
Ministério das Cidades e
20% da Prefeitura.
Por Dayane Pereira da Cunha,
Bruno Machado, Adriele Martins Miranda e Luiz Fellipe Hell Tomaz
A moradora do bairro Joana D’arc, Alvina
Maria de Jesus, achou boa a mudança na
sua casa. Ela achou bom porque antes ela
morava em um barraco em cima d’água.
Quando a maré enchia, ela pensava que ia
cair, mas as coisas estão do mesmo jeito.
A casa é melhorzinha e não é barraco. Já a
moradora Rayane Belo achou boa a construção da sua nova casa, mas ela disse que
a casa que ela morava antes era melhor.
Os moradores do bairro Joana D’arc acharam boa a mudança da nova casa, porque
muitos moravam em barracos e casas de
palafitas. Já uma outra parte dos moradores não achou boa, porque acha que o
Projeto Terra esqueceu deles, como a moradora Dani Costa, que diz: “o Projeto Terra
mandou a gente sair e vir morar aqui. Aqui,
tem muita ‘zuada’, bagunça. O que a gente fala, todo mundo ouve”.
Entrevista com
moradores
Alvina Maria de Jesus
O que você achou da nova casa? Achei bom.
Como era sua casa antes? Barraco, debaixo
d’água, quando a maré enchia pensava que ia
cair.
Pra você, o que tem hoje na sua casa que não
tinha antes? As coisas estão as mesmas.
Você conheceu outra pessoa que teve a sua
casa reformada pelo Projeto Terra? Não.
Pra você essa mudança foi importante? Por quê?
Foi bom. A casa é melhorzinha, não é barraco.
Sua vida melhorou depois disso? Melhorou um
pouco, não tenho parente, só Deus.
Como foi a conversa com o Projeto Terra? Meu
filho era vivo nesta época. Falaram que iam
construir casas e que a gente ia pagar, mas até
agora eu não sei direito como aconteceu.
Sua família gostou dessa mudança? Gostei,
porque eu sou sozinha mesmo.
O projeto só reformou sua casa ou fez outra
coisa? Só a casa, eu não reformei a casa porque
não gosto.
O que você acha do Projeto Terra? Legal.
Rosemeri Lousada Pereira
O que você achou da nova casa? Achei bom.
Como era sua casa antes? Era um barraco só,
bem maior que essa agora.
Pra você, o que tem hoje na sua casa que não
tinha antes? A escada, pois era tudo baixo; e o
banheiro, que está dentro de casa.
Você conheceu outra pessoa que teve a sua
casa reformada pelo Projeto Terra? Conheço minha irmã e minha amiga.
Pra você essa mudança foi importante? Por quê?
Foi importante, as outras casas não tinham condições. A casa de tábua balança. Aqui estamos
mais protegidos.
Sua vida melhorou depois disso? Um pouco.
Porque aqui você não tem privacidade de nada,
muitas vezes você conversa com a vizinha, se
falar um “a”, todo mundo escuta.
Como foi a conversa com o Projeto Terra? Quem
conversou tudo foi a minha mãe, eu não fiquei
a par já que ela já faleceu.
Sua família gostou dessa mudança? Gostou. O
único ponto ruim é a privacidade e o fato de
ela ser pequena.
O projeto só reformou sua casa ou fez outra
coisa? Só reformaram a casa.
O que você acha do Projeto Terra? Não conheço muito, mas foi bom eles terem dado essa
casa pra gente, pois tinha gente que precisava
muito.
40
41
Gabriela Coelho Dias
Dani Costa e Toniele Costa
O que você achou da nova casa? Melhorou,
não ficou 100%, mas tá bom.
Como era sua casa antes? Era de madeira, perto da maré, na última casa.
Pra você o que tem hoje na sua casa que não
tinha antes? O espaço aumentou.
Você conheceu outra pessoa que teve a sua
casa reformada pelo Projeto Terra? Todo mundo
de Joana D’arc.
Pra você essa mudança foi importante? Por quê?
Não. Minha mãe que mora aqui.
Sua vida melhorou depois disso? Continua a
mesma coisa.
Como foi a conversa com o Projeto Terra? Não
teve conversa, mandaram a gente sair.
Sua família gostou dessa mudança? Não. É horrível, muita “zuada”, bagunça. O que um fala,
todo mundo ouve.
O projeto só reformou sua casa ou fez outra
coisa? Me despejou da minha casa.
O que você acha do Projeto Terra? Acho que
botou a gente aqui e abandonou.
O que você achou da nova casa? Pequena,
mas boa.
Como era sua casa antes? Era de tábua, pequena, um cômodo só.
Pra você, o que tem hoje na sua casa que não
tinha antes? Tem dois quartos, uma sala. Antes,
tinha só um cômodo que era tudo junto.
Você conheceu outra pessoa que teve a sua
casa reformada pelo Projeto Terra? Todo mundo
do bairro Joana D’arc.
Pra você essa mudança foi importante? Por quê?
Foi porque deu casa pra minha mãe.
Sua vida melhorou depois disso? Sim
Como foi a conversa com o Projeto Terra? Não
sei porque morava com a minha mãe.
Sua família gostou dessa mudança? Gostou.
O projeto só reformou sua casa ou fez outra
coisa? Só reformou.
O que você acha do Projeto Terra? Bom, apesar
de não ter muito contato.
Maria Aparecida Martins Miranda
O que você achou da nova casa? Achei ótimo.
A gente morava na água, melhorou muito pra
gente.
Como era sua casa antes? Barraco.
Pra você o que tem hoje na sua casa que não
tinha antes? Espaço tem bastante, melhorou
bastante. O banheiro, reformei, deu pra fazer
uma boa reforma.
Você conheceu outra pessoa que teve a sua
casa reformada pelo Projeto Terra? Várias pessoas. Luzia, Dalva, Arlete.
Pra você essa mudança foi importante? Por quê?
Muito importante. Não tinha espaço, tínhamos
que passar em cima de uma madeira.
Sua vida melhorou depois disso? Bastante. Tive
uma subida bem grande.
Como foi a conversa com o Projeto Terra? Eles
disseram que iam desmanchar aquela casa e
que íamos pagar por uma nova, mas eles acabaram dando. O que foi um presente, tem parque, ônibus...
Sua família gostou dessa mudança? Minha família adorou, gostou demais, nota 100%.
O projeto só reformou sua casa ou fez outra
coisa? Só deu a casa, a reforma foi eu. Coloquei
piso, fiz o muro, coloquei grade.
O que você acha do Projeto Terra? Pra mim e
pra todos foi bom, eu acho. Eu acho também
que deveria continuar, pois tem mais gente
que precisa.
42
Luzinete Pereira da Silva
O que você achou da nova casa? Péssima, era
melhor morar no barraco do que aqui.
Como era sua casa antes? Barraco em cima
d’água.
Pra você o que tem hoje na sua casa que não
tinha antes? Essa tem mais espaço.
Você conheceu outra pessoa que teve a sua
casa reformada pelo Projeto Terra? Conheço.
Pra você essa mudança foi importante? Por quê?
Por um lado foi, saí da água. Por outro não,
muitas coisas ruins aconteceram aqui.
Sua vida melhorou depois disso? Piorou.
Como foi a conversa com o Projeto Terra? Tiraram a gente de Mangue Seco e jogaram aqui.
Sua família gostou dessa mudança? Meu filho
gostou, pois dá pra brincar, mas eu estou pensando em mudar para São Pedro.
O projeto só reformou sua casa ou fez outra
coisa? Só a casa.
O que você acha do Projeto Terra? Achei ótimo,
pois a casa saiu de graça, pois antes a gente ia
pagar a casa. O lado ruim são as pessoas e a
violência.
43
Poemas
Moradia
Por Agleuciane Brito Portela de Brito
do
Moradia
Por Luiz Carlos Oliveira da Silva
Morava em palafitas
De repente chegou um ambientalista
E nos tirou daquele lugar
Pensei: Onde vamos morar?
Aí chegou uma pessoa do Projeto Terra
Agora moramos em Barreiros
Agradecemos o Projeto
Agora temos um teto
Agora não tem mais risco
Moramos num lugar bonito
Moradia
Por Luis Fernando Martins Rodrigues
Eu tinha uma casa de palafita
Mas o Projeto da Prefeitura de Vitória
Veio e nos tirou da zona de risco
Nos deu uma casa de alvenaria
Comunidade e Moradia
Por Milena Amorim Fernandes
Na minha comunidade existem pessoas,
Alegres, extrovertidas, comunicativas
Na minha comunidade existem pessoas
Solidárias, compreensivas, pessoas sábias
A minha rua está em perfeita ordem
Amo minha comunidade!
a
va
Moradia
Por Luiz Fellipe Hell Tomaz
Barracos, barracos
Nunca morei
Mas posso morar
Desejo que o Projeto Terra
Possa mudar a sua vida
Igual mudou
A vida de muitas pessoas
As casas que eram
De palafitas
Hoje são de alvenaria
Deixando o bairro
Mais bonito
Cheio de alegria
gr
gr
a
Marinete mora em Santa Martha
Onde vive com seus dois filhos e seu marido na casa
Em que o Projeto Terra construiu para ela
E para outras pessoas
Antes disso, Marinete morava
Em uma situação ruim
Agora ela está feliz com a nova casa
va
do
Moradia
Por Alexandro da Conceição Júnior
Na região onde eu moro era um campo de futebol
A Prefeitura melhorou muito,
Agora eu moro no prédio Sintra,
Que foi construído em cima desse tal campo de futebol.
E foram melhorando mais e mais.
Essas melhorias foram importantes para o bairro de Santa Martha
Melhoraram praças, casas, etc.
Moradia
Por Kamilla Cristina Hell Tomaz
gr
a
Certo dia dona Ana estava sofrendo muito
Morava em frente ao mangue
Mas o Projeto Terra foi lá
E deu uma casa pra ela melhor
E ela vive bem até hoje
Moradia
Por Milena Amorim Fernandes
Dona Ana sofria muito
Porque mora em palafitas
Quando chovia, sua casa alagava
A casa toda
Ela gostaria de morar em
Uma casa melhor e bem estruturada
Ela foi acolhida pelo Projeto Terra
E hoje é bem feliz
Pois tem uma casa ótima
44
va
do
Moradia
Por Patrícia Ildefonso Gonçalves
Viver, viver é um prazer
Prefeitura de Vitória foi um prazer te conhecer
Eu morava em palafitas, em palafitas eu morava
Até conhecer o Projeto Terra
Fui morar em casas raras
Um dia eu acordei,
Acordei de um pesadelo
Agradeço a Deus
Por te me dado por inteiro.
Moradia
Por Caroline França Damião
Muitas pessoas não tinham onde morar
Então ficavam morando em palafitas
Então quando chovia
Caia um monte de barracos
Então o Projeto Terra ajudou muitas pessoas
Porque deram uma casa boa
E também com muitas coisas
Agora as casas são de tijolos e
Tem um monte de pessoas felizes
Agora quando chove
Eles podem dormir em paz
Reforma
Por Luis Fernando Martins Rodrigues
O Projeto Terra rá-rá
Me ajudou
A minha casa transformou
E agora me sinto bem
Porque minha casa cheira bem
Na minha casa não podia pular
Porque senão eu ia nadar
Na minha casa não podia brincar
Porque senão ia quebrar
E agora me sinto bem
É cem, minha casa é nota cem
E agora eu pulo e brinco na minha casa
Com meus amigos
Moradia
Por Pedro Matheus Werneck Rodrigues
O Seu João morava em um barraco
Ele não tinha condições de mudar de casa
Feliz ficou porque a sua casa mudou
Graças ao Projeto Terra
Que o problema solucionou
gr
a
Paródias
Música: NX Zero, Pela Última Vez
Por Caroline de Farias Corrêa
Não, eu não vou te deixar se mudar daqui
Nada vai funcionar sem você aqui
Mas algo me diz que sua casa vai cair
Em pedaços, contra todos os planos do Projeto Terra
Agora é muito tarde pra tentar mudar
Música: A Casa
Por Luiz Carlos Oliveira da Silva
Era uma casa
Desengonçada
Meio feia, toda quebrada
Aí chegou
O Projeto Terra
E consertou aquela casa
Eu sei, não vou me mudar pois tenho
tanta coisa pra falar sobre você
Sobre mim, sobre nós
Tente me ouvir agora
Ela foi feita
Com muito Mérito
Na rua Barreiros
Número Zero
É pela última vez
É pela última vez
Eu quero que prometa
Nunca mais vai se mudar
Música: Ilariê / Xuxa
Por Caroline França Damião
Se sua casa tá caindo
Chame ele pra ajudar
O nome dele é o Terra
Ele gosta de ajudar
Dá um pulo e vem pra cá
Projeto Terra vai melhorar
Eles gostam de reformar
A sua casa agora vai
O Projeto tá vindo aí, ô ô ô
O Projeto tá vindo aí, ô ô ô
O Projeto tá vindo aí, ô ô ô
Pra reformar, pra reformar, estão aí!
46
va
do
Meio
ambiente
Tão lindo
Tão bonitinho
Tão animado
Orla de Mangue Seco
Por Agleuciane Brito Portela de Brito
Estava andando pelo bairro de Mangue Seco
e percebi que a orla contém muitas coisas
legais para os moradores. Um exemplo é a
quadra poliesportiva que o bairro tem. Conversei com Gleide Soares dos Santos sobre o
que ela achou das melhorias feitas na orla.
Ela me disse que a ciclovia ficou muito fechada, impedindo o acesso de carros, a pracinha
é um “point” bom, pois não tem confusão e
nem problemas. Pude perceber que os moradores da orla se sentem bem à vontade com
as mudanças feitas no bairro.
Carolin
e Franç
a Dami
ão
Por Grazieli Célia Coelho
Fui até a orla e conversei com os moradores para saber como era a orla
antigamente. De acordo com Fabiana
Ribeiro, de 31 anos, dona de casa, “a
orla antigamente não existia, era mangue e as casas ficavam em cima da
água”. E através de Fabiana Ribeiro, eu
pude perceber que a orla mudou muito, para melhor graças ao Projeto Terra. Agora, na orla temos uma quadra e
um parque que deixou os moradores
felizes.
Por Patrícia Ildefonso Gonçalves
Estava passando pela orla e decidi
perguntar aos moradores se eles
gostavam de morar ali e ouvi muitos elogios, como o da moradora
Gleide Soares dos Santos. Ela comentou que não trocaria a orla por
lugar nenhum pela terra, nem por
onde ela nasceu, que é a Bahia. Eu
acho muito importante que os moradores gostem do lugar onde eles
moram, mas infelizmente poucos
moradores conservam esse lugar.
48
49
Poemas
A Orla
Por Luiz Carlos Oliveira da Silva
Orla
Por Luis Fernando Martins Rodrigues
Antigamente era ruim
Depois ficou melhor
Agora está boa
Nunca mais brinco só
Nunca pensei que fosse assim
Eu pensava que era ruim
Mas quando eu vim
Eu vi que era pra ser assim
A Orla
Por Patrícia Ildefonso Gonçalves
Tão lindo
Tão bonitinho
Tão animado
A orla
É um momento de prazer
As crianças jogam bola
E vem chamar você
Conheci muita gente
Gente como a Bete
Amiga e celeste
A orla é bonita
Obrigado
Por isso
Agora eu vou te dizer
Quem mora na orla
Sente prazer, e vontade de viver
Quem mora na orla
Sente orgulho de escutar aquele barulho
A orla era lama
Agora virou um lugar
Bem bacana
Um lugar que dá pra brincar, pensar e estudar
Um lugar de lazer pra você conservar
va
do
A Orla
Por Agleuciane Brito Portela de Brito
Agora eu vou te dizer
Quem mora na orla
Sente muito prazer
Agora eu vou te falar
Quem mora na Orla
Tem vontade de morar
Chorei, chorei
Nas palafitas que morei
Quando eu mudei
O meu mundo mudou
E eu não queria mudar
Para lá de novo
Acordei, acordei
Para o mundo acordei
Espero estar atento
Para estar no mundo
Que mudou, mudou muito
E mudou para melhor
E eu tenho que agradecer
ao Projeto Terra
Obrigada
Essa orla,
Essa orla era feia de morar,
Mas com a ajuda do Projeto Terra
As coisas começaram a melhorar
Antigamente as criancinhas
Não tinham onde brincar
Mas por isso brincavam
Na maré onde caíam
Ninguém podia jogar bolinha
Porque no chão só tinha barro
Ninguém podia dormir direito
Porque tudo era imperfeito
gr
a
gr
a
E pra quem está lendo
Tchau
E um abraço
Orla
Por Grazieli Célia Coelho
Na orla é brincadeira o dia inteiro
Não posso dizer que lá só tem maconheiro
Mas tem pessoas de bem
Rezam e terminam com amém
Essa é a saudação
Todos têm Deus no coração
Pensem bem
E façam como eles também
Termine com a saudação amém
va
do
Parque Barreiros
Por Agleuciane Brito Portela
Por Caroline França Damião
e Caroline de Farias Corrêa
No Parque Barreiros, entrevistamos Cristina
Jane Santana. Ela disse que tem 36 anos e
que sua profissão é professora. Nós perguntamos como as pessoas ajudam na composição do meio ambiente. Ela respondeu: “As
pessoas ajudam na medida em que entendem o que é o meio ambiente, como preservá-lo, na questão do pertencimento, pois é o
meio em que eles vivem e o meio em que
eles convivem”.
50
O Parque Barreiros é um local muito
legal para a comunidade. Perguntei ao
vigia João Pratis Machado, de 33 anos,
como é a participação dos moradores
no parque. Ele me disse que o parque
é um ótimo local de lazer para a comunidade. Comentou que o papel dele é
proteger o parque. Andei pelo lugar e
vi que o ambiente é muito legal para
se divertir e brincar. Acho muito legal o
parque para o meu bairro.
51
Parque de Mangue Seco
Por Agleuciane Brito Portela,
Patrícia Ildefonso Gonçalves e Grazieli Célia Coelho
Conversamos com Antônio Carlos de Souza Vieira, que trabalha
como administrador do Telecentro. Ele é educador e falou que o
Telecentro do Parque Mangue Seco é um projeto de inclusão digital da Secretaria Municipal de Geração de Trabalho e Renda. Ele disse que o Telecentro é voltado para a comunidade, para as pessoas
que querem aprender cursos de informática e fazer algum curso
usando a internet. Há também um monitor que ajuda as pessoas
que precisam fazer o primeiro currículo para trabalho e ajuda as
pessoas que tem dificuldade de usar o computador. Antônio Carlos
disse que gosta muito de trabalhar no Telecentro porque gosta de
ficar junto com os jovens.
Escolas
Por Luis Fernando Martins Rodrigues
Nessa escola
Não ensinam a roubar
Nem matar, pelo contrário
Ensinam a estudar
Nessa escola tem hora pra tudo
Tem hora pra estudar
Tem hora pra ensinar
E tem hora pra lanchar
Nessa escola temos que estudar
Pra nos formar e no futuro trabalhar
Essa escola
Chama-se Marieta Escobar
52
53
Por Ebany Paulino Correia
Na Escola Marieta Escobar, entrevistamos Fernanda Moticere. Ela é pedagoga e trabalha
na escola há cinco anos. Ela
disse que o que ela mais gosta é a participação dos pais e
a relação entre os professores,
que são bons professores.
No Vercenílio, Eliane Aparecida Martins Marco, trabalha
há quase dois anos como assistente administrativo. Eliane
falou que a escola já está providenciando o Ensino Fundamental de nove anos. Antes
tinha até às 8as séries e agora
tem até a 9ª série, porque o
pré faz parte agora do Ensino
Fundamental. Para isso, a escola terá que se adaptar para
receber os novos alunos. Sobre a escola, reclamou que a
quadra não está em um bom
lugar, pois na hora da Educação Física, o barulho atrapalha as outras aulas.
Mas ela disse que gosta muita da escola e que é um ótimo lugar para a comunidade.
Eliane afirmou que os professores trabalham bastante
o tema do meio ambiente
porque a escola está próxima do mangue. Ela explicou
também que, quando tem
reunião com os pais, poucos
aparecem. Isso é ruim, pois
falta a participação dos pais
junto com a escola. Isso influencia na vida dos alunos.
Na Escola Isaura Marques da
Silva, entrevistamos Marina
Isaías Ferreira, que trabalha
como assistente administrativo há 32 anos. Ela falou
que a escola passou por
uma reforma que aumentou
e pintou as salas de aula. E
falou também que hoje a
escola está ótima e que os
professores são dedicados
e alguns alunos dão muito trabalho. O que ela mais
gosta na escola é do relacionamento com os colegas de
trabalho.
Perguntas que foram
elaboradas e feitas às font
es
pelos escritores
Como a escola era antes?
O ensino teve melhorias?
Houve bastantes reformas na
escola?
Há quanto tempo você trab
alha aqui?
O que você acha da escola
hoje?
Que tipo de melhorias voc
ê quer que aconteça
nesta escola?
O que você mais gosta nes
ta escola?
O que você acha dos profes
sores?
O que você acha dos alunos
?
Música: A Casa
Por Caroline França Damião
Música: Se essa rua fosse minha
Por Caroline de Farias Corrêa
A minha escola
Foi reformada
Antes era
Toda quebrada
A minha escola é muito engraçada
Era um barraco no meio do nada
Com a ajuda de uns tijolos
Virou esta escola engraçada
Era chamado
De barracão
Todo mundo
Era irmão
Agora, ela tem muitas
Muitas coisas, quadras
Salas bonitas
E melhorias
A diretora é legal
Você não sabe o que está perdendo
Quando o pessoal vai pra coordenação
Às vezes leva suspensão
Mas agora
Está bem melhorando
Porque antes
Dava até dor!
Música: Se essa rua fosse minha
Por Adriele Martins Miranda
Se essa escola
Se essa escola fosse minha
Eu mandava
Eu mandava reformar
Para crianças
Para as crianças irem estudar
Música: Se essa escola fosse minha
Por Alexandro da Conceição Júnior
Nessa escola
Nessa escola tem uma quadra
Pras crianças
Pras crianças irem brincar
E praticam
E praticam muitos esportes
Para fortes
Para fortes elas ficarem
Se essa escola
Se essa escola fosse minha
Eu mandava
Eu mandava consertar
Com tijolos
Com tijolos de brilhantes
Para os meus
Para os meus alunos aprovar
Nós sempre vamos
Sempre vamos ver um filme
E discutimos
Discutimos sobre ele
Pra entender
Pra entender e saber mais
Nessa escola
Nessa escola tem um bosque
Que se chama
Que se chama solidão
Dentro dele
Dentro dele mora um anjo
Que roubou
Que roubou meu coração
54
gr
a
Paródias
va
do
va
do
gr
Poema
a
55
Escola
Por Luis Fernando Martins Rodrigues
Nessa escola
Não ensinam a roubar
Nem matar, pelo contrário
Ensinam a estudar
Música: Se essa escola fosse minha
Por Adriele Martins Miranda
A minha escola
É muito engraçada
Tem muita gente
Que não faz nada
Fica brincando e não faz dever
A professora vai enlouquecer
Coordenadora morre de rir
Quando os alunos ficam aqui
O engraçado é na minha sala
Tem uma loirinha que não faz nada
Ela implica até comigo
Mas eu não ligo e também implico
Nessa escola tem hora pra tudo
Tem hora pra estudar
Tem hora pra ensinar
E tem hora pra lanchar
Nessa escola temos que estudar
Pra nos formar e no futuro trabalhar
Essa escola
Chama-se Marieta Escobar
Postos
de saúde
Andorinhas
Por Gabriel Louzada Pereira
Eu bati um papo com a senhora que se chama
Jenai da Silva. Ela é dona de uma lojinha de roupas e
mora perto do Posto de Saúde de Andorinhas. Nessa conversa, a
Dona Jenai falou o que era o posto. Ela disse que acha esse posto
de saúde muito bom para o bairro. Foi através da Prefeitura e dos
moradores que o posto foi construído. Ela disse que o atendimento
é muito bom, embora ela freqüente o hospital particular. Ela disse
que melhorou a vida dos moradores e que os moradores participam
das palestras que são dadas no posto.
Por Alexandro da Conceição Júnior
Com a moradora Jenai da Silva soubemos que o Posto de Saúde de
Andorinhas foi construído pela Prefeitura, mas teve ajuda dos moradores. Falou também que é muito bom. Falou que é bem atendida,
mas também tem reclamações. “Eles fazem o que tem que fazer”,
disse ela. O local do posto foi decidido pelos moradores e a partir
das reclamações que o posto melhorou.
56
57
Santa Martha
Por Alexandro da Conceição Júnior
O Posto de Saúde de Santa Martha já estava sendo planejado há
muito tempo. A diretora Cátia Cristina falou que a comunidade ia
para o Posto de Saúde de Andorinhas. Ela falou também que a
própria comunidade conseguiu o posto através de reclamações.
Disse também que o posto de saúde traz muito mais felicidades
para a comunidade. “Nós tentamos dar bom atendimento, mas
também recebemos reclamações”, disse ela.
Por Alexandro da Conceição Júnior
A moradora Erli Francisco Pereira falou que, quando não tinha
posto de saúde no bairro, ela ia para Maruípe. A importância do
posto é que ele é 100% de bom. E falou também que o posto de
saúde foi construído pela Prefeitura e traz muitas alegrias para a
comunidade. Falou também que as pessoas são bem atendidas.
Liderança
comunitária
Por Caroline de Farias Corrêa
e Milena Amorim Fernandes
Falamos com o líder comunitário do
bairro Joana D’arc, José Adolfo Amaral, de 36 anos, morador do bairro há
14 anos e líder comunitário há 2 anos.
Amaral disse que poucas coisas mudaram de 14 anos para cá. O número
da população aumentou muito com a
chegada do Projeto Terra e a construção do conjunto habitacional, do Parque de Barreiros, com mais de 10 ruas
que foram asfaltadas. Ele disse que
pelo fato do bairro ser residencial não
há muita renda dentro da comunidade.
O Projeto Terra faz um ótimo trabalho
tirando as pessoas que moravam em
casas de palafitas para outros lugares e
ajudando aqueles que precisam.
58
Perguntas que
foram elaboradas e
feitas à fonte pelos
escritores
Há quanto tempo que você mora
no bairro?
O que mudou de lá para cá?
O que já aconteceu de importante dentro do bairro?
Projeto
Caminhando
Juntos (Cajun)
Por Luis Fernando Martins Rodrigues
Kely Pastor Costa tem 27 anos. Ela falou que
se fosse coordenadora do Cajun de Andorinhas manteria o padrão que a coordenadora
atual tem, porque ela acha que não tem que
mudar nada. E sobre outras oficinas, Kely disse que agora não é preciso. As crianças não
têm interesse em outras oficinas e as que
existem atendem a demanda.
Conversamos com o professor Sérgio Lima,
que tem 34 anos, é professor de capoeira no
Cajun e é formado em Educação Física. Ele
disse que o objetivo dele com as crianças é
a educação.
Entrevistamos também a professora Laudinéia Sais Martins. Ela tem 45 anos e disse que
o que chama mais a atenção dela no Cajun
é o fato do projeto tirar as crianças das ruas
e ocupar o tempo delas para não deixar que
elas façam coisas ruins no tempo vago.
Batemos um papo com o professor Fábio, que
tem 24 anos. Ele é professor de Educação Física e para ele o Cajun é um dos melhores
projetos porque, como disse a professora Laudinéia, ele também acha que o projeto tira as
crianças das ruas.
Por Luiz Carlos Oliveira da Silva
Eu, Luiz Carlos, fui ao Cajun de Andorinhas
fazer entrevistas com alguns integrantes do
local. Conversei com Ângela da Vitória Nunes, que é coordenadora do Cajun de Andorinhas. Perguntei o que ela acha de ser
coordenadora do Cajun. Ela disse que “é um
trabalho gratificante” e que ela foi nomeada
por eleição. A atuação dela é coordenar o Cajun. Sem mais nada a tratar, acaba-se aqui a
nossa entrevista. Obrigado.
60
Depois de uma curta conversa com a Ângela,
conversamos com a professora de artes Kely,
de 27 anos. Ela comentou que as atividades
feitas no Cajun foram criadas em cima do desejo das crianças. “Geralmente fazemos uma
pesquisa para ver o interesse das crianças em
determinadas atividades, podendo assim inserir novas atividades que supram as necessidades”. Conclusão: percebi que as crianças
gostam do espaço Cajun como área de lazer.
A faixa etária atendida é de 7 a 17 anos.
Raça, gênero,
mídia e
infância
Ser negra
Por Rayane dos Santos Belo
Me formo um ser para ser valorizado, me torno ao teu amor
e ser empregado. Gosto de andar sem ser notado com discriminação, pois não sou diferente, pois também tenho coração. O que adianta ser branco se nunca aprendeu a amar
o próximo.
O estereótipo do negro
Por Patrícia Ildefonso Gonçalves
Estereótipo? Conceito padronizado sobre pessoas e raças.
Ser negro é: um motivo de orgulho da nossa raça, é um motivo de luta. Nós negros temos que lutar se for preciso até
a morte. Tem pessoas que acham que nós nascemos para
sermos escravos. Isso se chama racismo. Nós temos os mesmos direitos dos brancos. Lute e nunca desista. Dia 20 de
novembro é uma data para lembrar a resistência dos negros
à escravidão. Isso é mais uma prova que nós negros somos
resistentes.
62
63
Ser negro
Por Caroline França Damião
Ser negro é muito bom, mas às vezes
tem muita discriminação e isso não é
bom, porque eles ficam te chamando de macaco, tição, azulão, etc. E
também ficam te chamando de pobre, favelado, ladrão, etc. Só porque
é negro. Mas tem muito branquinho
que queria ser negro e eu tenho muito orgulho da minha cor. E também
tem muito racismo nesse país e isso
é muito ruim, e quem ofender o outro com essas palavras desagradáveis
pode até ser preso. É isso que eu
acho de ser negro.
Ser negro é
Por Agleuciane Brito Portela de Brito
Ser negro é ser discriminado por muita gente. Princesa Isabel, através da Lei Áurea, deu a liberdade aos
negros. Depois que a Lei Áurea foi assinada, muitos
homens não cumpriam a lei. A discriminação no
mundo ainda continua. Muitos jovens negros que
moram na periferia são discriminados. Quando vão
fazer uma entrevista para estagiar, muitos não conseguem porque moram na favela ou são negros. É
muito difícil saber que a nossa sociedade tem que
mudar muito. Tem que saber que todos nós somos
iguais, apesar do sexo, da religião e muito mais.
Sempre tratem as pessoas como devem ser tratadas: com muito respeito.
Chega de trabalho infantil!
Por Caroline de Farias Corrêa
Existem coisas que o dinheiro pode pagar. Você sabe o que é trabalhar na sua infância?
Muitas crianças perdem a sua infância cortando cana para ganhar R$ 0,10 centavos por metro, catar papelão para ganhar R$ 0,30 centavos por quilo, brita, pedra. Geralmente crianças
de 3 e 4 anos de idade não ganham nada, nem 1 centavo. Existem coisas que o dinheiro
não pode pagar.
Racismo
Por Patrícia Ildefonso Gonçalves
É crime! Isso é um preconceito. Os brancos acham que nós negros
somos diferentes, mas infelizmente no lado ruim. Eles
acham que são melhores do que a gente, mas
nós somos iguais ou melhores. Nem todos os
brancos são preconceituosos, mas pelo menos
70% deles são. Eu tenho orgulho da minha cor e
falo: não tenho medo do preconceito. Luto mesmo, com garra até ganhar. Nunca desisto. Por
causa disso, muitos negros são expulsos de muitas universidades ou até desistem de estudar. Se
depender de mim, nunca vou desistir de estudar.
Por causa do preconceito, em muitas escolas,
os negros têm um tratamento diferente.
Racismo
Por Luis Fernando Martins Rodrigues
Hoje vamos falar de racismo. Tem muita gente que
fala que o racismo no Brasil não existe, mas existe
sim. Você pode ir a qualquer lugar. No shopping, ninguém pode
ver um negro com terno preto que pensam que é um segurança.
Um dia lá na minha escola, falaram que eu fiz uma coisa que
eu não fiz, só porque eu estava conversando com essas pessoas que fizeram essas coisas.
Olha, Luis Fernando está pedindo a todos que têm racismo no coração, que estão lendo este livro, que vocês
não tenham racismo no coração porque não é todo
negro que rouba, mata, estupra, etc. E pra todos um
abraço e um beijo. E lembrem-se: tirem o racismo
do coração.
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Futebol para mulheres
Por Ebany Paulino Correia
Porque os homens podem ter o nome do seu time e as mulheres não? Os homens podem ter o
nome de Botafogo, Flamengo, Vasco, Corinthians, Palmeiras Neto e as mulheres não. Os homens
jogam no Maracanã várias vezes, já as mulheres, é muito raro jogarem no Maracanã. Os mais famosos dos jogos de futebol dos homens são Ronaldo, Ronaldo Gaúcho, Pelé, etc. Das mulheres
só a Marta. Por quê? Acho que sei o porquê, porque dizem que as mulheres jogam melhor do
que os homens, e nós sabemos disso.
Mulheres dizem que os homens não podem arrumar
a casa e cuidar dos irmãos, e até os colegas fazem
“zuações”. Os homens dizem que a mulher não
pode jogar futebol, até a mãe da gente fala: futebol é coisa de moleque macho, e nos proíbe
de jogar futebol.
Mídia e mulher
Sem assinatura
A mídia na televisão mostra que a mulher foi
feita para satisfazer os homens. Mas será que nós
mulheres fomos feitas para satisfazer os desejos dos
homens? Não. A mulher não foi feita para satisfazer os desejos
dos homens e nem os homens foram feitos para satisfazerem os desejos das mulheres. Quando
mostra nos comerciais uma mulher bonita, muitas pessoas pensam que também tem que se
vestir do mesmo jeito. Mas não é bem assim. A mulher tem que ser ela mesma, se vestir do jeito
que gostar. Porque quando se mostra uma mulher perfeita na TV, muitas vezes a mulher não é
perfeita, o computador ajusta muitos defeitos.
Acesso à informação
Por Bruno Machado Loureiro
Os veículos de comunicação são importantes para todos se informarem, por isso eles foram criados. Você sabe quais são eles? Eles são televisão, rádio, revista, jornal impresso e
internet. Mas nem todos têm acesso à informação, porque muitos são pobres e não tem dinheiro para comprar. Mas será que desse jeito está bom? Eu acho que não, pois eu mesmo
não tenho acesso à internet e isso eu não acho justo. Eu queria que todos tivessem acesso
aos veículos de comunicação.
A formatura
Adriele • Agleuciane • Alexandro • Bruno • Caroline • Caroline
Dayane • Dayanny • Ébany • Gabriel • Grazieli • José Alexandre
Kamilla • Ketlen • Luis Fernando • Luiz Carlos • Luiz Fellipe
Milena • Natália • Patrícia • Pedro Matheus • Rayane
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A exposição
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Conheça a Poligonal 11 seguindo
o roteiro traçado pelos escritores
legenda
01 emef marieta escobar
02 ponto final
03 centro comunitário
04 cmei maria nazareth menegueli
05 alojamento provisório
06 unidade de saúde de andorinhas
07 emef isaura marques da silva
08 ancoradouro
09Ancoradouro
10 entrada rua porto do sol
11 quadra de bocha
12 quadra poliesportiva
13 bar
14 casa da sra margarida sobre a pedra
15 igreja católica
16 mirante
17 unidade de saúde de santa martha
18 conjunto residencial solar das águas
19 escritório local da p11
20 mercearia big bom
21 conjunto residencial barreiros
22 parque municipal barreiros
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