IV Congresso Saúde e Qualidade de Vida

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IV Congresso Saúde e Qualidade de Vida
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Núcleo de Investigação em Saúde e
Qualidade de Vida
IV Congresso Saúde e
Qualidade de Vida:
Livro de resumos
12 e 13 de Fevereiro de 2009
Porto - 2009
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Índice
Comunicações
Qualidade de vida, bem-estar e satisfação .................................................. 5
O que nos dizem as Crianças sobre Saúde, Doença e Qualidade de Vida ................. 5
Transição para o Ensino Superior: Papel da Instituição e dos seus Actores no Processo
de Adaptação ....................................................................................... 6
Qualidade de Vida e em Pessoas com Úlcera de Perna Crónica de Etiologia Venosa:
Impacto dos Sintomas Físicos e Vida Diária ................................................... 8
A Pessoa Portadora de Diabetes Mellitus Tipo 2: Análise das Relações Entre o AutoCuidado e a Situação Sócio-Demográfica e Clínica ........................................... 9
Emoções e crenças em saúde ................................................................
Saúde Mental e Qualidade de Vida ...........................................................
Qualidade de Vida e Apoio Social: Um estudo em doentes com Perturbação
Depressiva Major .................................................................................
Qualidade de Vida em Doentes com Perturbações de Ansiedade ........................
Bem-estar Espiritual de Mulheres com Neoplasia da Mama ...............................
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A doença e suas implicações na qualidade de vida ......................................
Qualidade de Vida de Mulheres com Neoplasia da Mama .................................
Avaliação da Qualidade de Vida no Insuficiente Renal Crónico ..........................
Factores de Adaptação e Recuperação após uma Doença Hemato-Oncológica .......
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Comportamentos de adesão na saúde ......................................................
Adesão Terapêutica e Qualidade de Vida na Infecção pelo VIH/SIDA ...................
Saúde e Actividade Física ......................................................................
Prevenção Quaternária e o Primado do Primum non noccere. ...........................
Promoção da Adesão dos Utentes ao Regime Terapêutico – Um Percurso..............
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Cuidados continuados e qualidade de vida ................................................ 22
Viver com Dor Crónica – Implicações na Qualidade de Vida .............................. 22
A Vida após um Cancro ......................................................................... 23
Orientações Práticas para a Qualidade de Vida ............................................ 23
Na Fronteira da Vida e da Morte - Que Qualidade de Vida? .............................. 24
Cuidados Continuados Domiciliários: uma Mais Valia na Construção do Bem-Estar da
Pessoa (utente/enfermeiro/família) ......................................................... 25
Envelhecimento e qualidade de vida .......................................................
Cuidar de Idosos Dependentes: Estratégias de Coping, Satisfação, Dificuldades e
Sobrecarga ........................................................................................
Prevenção das Quedas dos Idosos: Projecto-piloto no Hospital de Valongo............
Qualidade de Vida da Pessoa com Artrite Reumatóide ....................................
Bem-Estar, Qualidade de Vida e Apoio Social dos Idosos com mais de 75 Anos .......
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Sexualidade e qualidade de vida ............................................................ 31
Consumo de Álcool e Drogas e Comportamentos Sexuais de Risco nos Jovens
Portugueses que frequentam Ambientes Recreativos Nocturnos ........................ 31
A Utilização de Recursos de Educação Sexual pelos Estudantes Universitários ....... 32
Contexto laboral e qualidade de vida ...................................................... 33
Qualidade de Vida e Violência Psicológica em Enfermagem.............................. 33
Empatia, Resiliência e Percepção de Stress em Enfermeiros............................. 34
Comportamento e saúde em jovens ........................................................
Consumo de Álcool na Adolescência ..........................................................
Os Acidentes Rodoviários: Um Problema de Saúde Pública nos Jovens .................
Consumo de Álcool e Drogas e Percepção da Saúde e Bem-Estar nos Jovens
Portugueses que frequentam Ambientes Recreativos Nocturnos. .......................
Hábitos Alimentares e Saúde ..................................................................
Inclusão e promoção da qualidade de vida ................................................
Inclusão e Promoção da Qualidade de Vida .................................................
Saúde e Estilos de Vida. A Escola como Espaço de Confronto entre Aprendizagens
Formais e Informais na Nutrição ..............................................................
Obesidade e Exclusão ...........................................................................
Design Inclusivo aplicado à Edificabilidade..................................................
Cidade Inclusiva..................................................................................
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Padrões de qualidade dos contextos de aprendizagem ................................. 45
Trajectórias de Enriquecimento Educativo na Adultez .................................... 45
Saúde e Rendimento Académico nos Estudantes da Universidade do Minho: Percepção
de Áreas Problemáticas ......................................................................... 46
Educação para a Saúde: o Papel do Multimédia - Apresentação de um Caso Prático
(filme em 3D). ................................................................................... 47
O pensamento de Paterson & Zderad: um Trilho Pedagógico para o Bem-Estar e o
Estar Melhor dos Estudantes de Enfermagem ............................................... 48
Posters
A vivência da Adolescência com Escoliose: Qualidade de Vida Física e Psicossocial . 49
Qualidade de Vida e Preferências Terapêuticas no Fim da Vida ......................... 50
Contextos de Aprendizagem de Enfermagem de Família no Ensino Clínico Hospitalar51
Adaptação do instrumento “School-age Children´s Self-reported Stress Symptoms” à
população portuguesa. ......................................................................... 52
Ansiedade, Depressão e Burnout em Enfermeiras .......................................... 53
Qualidade de Vida dos Profissionais de Enfermagem Da UTI Adulto E UTI Neonatal:
uma abordagem fundamentada nas dimensões de Flanagan ............................. 54
Avaliação da Qualidade de Vida de Pacientes portadores de Esclerose Múltipla,
através do Instrumento Genérico SF-36 ...................................................... 55
Proposta de um Plano Assistencial de Enfermagem direccionado ao Paciente portador
de Esquizofrenia ................................................................................. 56
Adesão ao Tratamento da Diabetes em Adolescentes: Ambiente Terapêutico e
Factores Clínicos. ................................................................................ 57
Roteiro de Intervenção em Grupo para o Combate do Stress Ocupacional em
Estagiários na Área da Saúde .................................................................. 58
Influência de dimensões da vinculação na prestação e aceitação de cuidados em
relações românticas ............................................................................. 59
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A Abordagem Holística do Cuidado de Enfermagem na Doença de Huntington ....... 60
A Dependência Tabágica e a sua Relação com a Assertividade e a Alexitimia nos
Doentes com Enfarte Agudo do Miocárdio ................................................... 61
O PAPEL do SF-36V2 em Indivíduos com Queixa de Zumbidos ............................ 62
Avaliação da Qualidade de Vida ............................................................... 62
Adaptação ao Divórcio: PApi – Grupo de Intervenção em Grupo para a Promoção da
Qualidade de Vida em Pais Divorciados ...................................................... 63
Será que há Diferenças de Género na Adaptação e na Qualidade de Vida após
Divórcio? .......................................................................................... 64
Qualidade de Vida em Contexto Laboral..................................................... 65
Qualidade de Vida em Pessoas com Úlcera de Perna Crónica de Etiologia Venosa:
Relevância das Condições Sócio-Demográficas e Económicas ............................ 66
Qualidade de Vida no Transplante Cardíaco ................................................ 67
Qualidade de Vida na Insuficiência Cardíaca Correlacionada ao Sexo .................. 68
O Peptídeo Natriurético tipo B pode ser preditor de Qualidade de Vida em Pacientes
com Insuficiência Cardíaca. .................................................................... 69
Religiosidade e Qualidade de Vida na Insuficiência Cardíaca ............................ 70
Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde e Produção Científica: O Caso da
Diabetes e da Úlcera de Perna de Etiologia Venosa ....................................... 71
A Pessoa Portadora de Diabetes Mellitus Tipo 2 e a Qualidade De Vida: Importância
das Condições Sócio-Demográficas e Clínicas ............................................... 72
Tradução e Adaptação para a População Portuguesa do Questionário de Saúde Mental
Positiva (QSM+) .................................................................................. 73
Formar em Enfermagem: Do Locus de Controlo à Concepção dos Cuidados ........... 74
Burnout e Estado Emocional em Médicos .................................................... 75
O Conto Infantil: Uma Vereda para a Qualidade do Aprender a Cuidar em Enfermagem
..................................................................................................... 76
Avaliação de um Programa de Educação Sexual numa Escola Portuguesa ............. 77
Crenças sobre a Violência Conjugal: Influência de um Plano Formação nos Estudantes
de Enfermagem. ................................................................................. 78
Promovendo a Resiliência Familiar… Estudo de Caso ...................................... 79
Transição Saúde/Doença: uma Revisão Sistemática da Literatura ...................... 80
Sexualidade Adolescente: que Formação? ................................................... 81
Conhecimentos dos Adolescentes sobre Métodos Contraceptivos ....................... 82
Qualidade de Vida num Departamento de Cirurgia ........................................ 83
Saúde e Qualidade do Viver: o Trabalho Nocturno para os Enfermeiros/as - Do
Atendimento Móvel de Urgência. ............................................................. 84
A Sobrecarga Física, Emocional e Social do Cuidador Informal .......................... 85
Os Adolescentes e o Álcool..................................................................... 86
Qualidade de Vida em Portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana ............. 88
Fidelidade e estabilidade do Questionário dos Conhecimentos da Diabetes ........... 89
Qualidade de vida: Estudo comparativo entre familiares cuidadores e população
normal ............................................................................................. 90
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Qualidade de vida, bem‐estar e satisfação: O que nos dizem as Crianças sobre Saúde, Doença e Qualidade de Vida Lígia Lima (1) Marina Serra de Lemos (2) (1) Escola Superior de Enfermagem do Porto (2) Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Na área da saúde infantil há muito se reconhece a necessidade de estudar as significações da criança acerca dos fenómenos ligados à saúde, dado que se aceita a sua influência a nível das atitudes preventivas e de confronto com a doença (Barros, 1999). Este estudo teve como objectivo geral conhecer as concepções infantis e, em particular, perceber que tipos de indicadores são mais utilizados para descrever as situações de saúde e de doença ao longo da infância. A amostra foi composta por 195 crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 13 anos de idade e foi recolhida em meio escolar. Recorreu‐se à técnica de desenhar e escrever (Pridmore & Lansdown, 1997), sendo pedido às crianças que escrevessem e desenhassem sobre o que significa estar saudável e estar doente. Neste estudo apenas se procedeu à análise dos textos, utilizando uma técnica mista de análise de conteúdo, que oscila entre uma abordagem dedutiva e uma abordagem indutiva, procurando identificar aspectos comuns e possíveis especificidades relacionadas com factores desenvolvimentais. Os resultados sugerem que à medida que a idade aumenta, há uma mudança gradual de indicadores comportamentais e concretos (ex: alimentação saudável) para a descrição de estados mais gerais e abstractos (ex: sentir‐se realizado). Comum a todas as idades, é a utilização frequente de critérios de bem‐estar psicológico, o que demonstra que desde cedo as crianças identificam as dimensões subjacentes às concepções mais compreensivas e multidimensionais, de qualidade de vida. Página | 6
Qualidade de vida, bem‐estar e satisfação: Transição para o Ensino Superior: Papel da Instituição e dos seus Actores no Processo de Adaptação Márcia Cruz(1); Anne Marie Fontaine(2) (1) Escola Superior de Enfermagem do Porto (2)Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] Transição implica mudança e segundo Chickering & Scholssberg (1995) a passagem para o ensino superior é uma transição que exige mudanças nos papeis, nas rotinas, nas relações interpessoais e na forma como o adolescente se percepciona e percepciona o mundo. A adaptação processa‐se num clima de influência recíproca entre o meio e o indivíduo, neste caso entre a instituição e seus quadros e o estudante que ingressou no ensino superior. Perante tantos desafios, que constituem a passagem para o ensino superior, por vezes o estudante não consegue mobilizar as respostas adequadas para ultrapassar as dificuldades com que se vai confrontando, passando por isso, a entrada neste nível de ensino, a ser uma época difícil e desencadeadora de mal estar. Scholssberg, Waters & Goodman (1995, cit in Pinheiro, 2003) defendem que o indivíduo terá que desenvolver e/ou potenciar um conjunto de respostas adaptativas para fazer face à transição que dependerão de quatro aspectos: situação, Self, suporte social e estratégias de coping. Segundo Ferreira (1999) e Santos & Ferreira (1999) citados por Ferreira, Almeida & Soares (2001) a Universidade constitui um contexto de desenvolvimento pessoal dos estudantes, promove a sua integração e ajustamento académico, pessoal, social e afectivo e constitui um suporte do desenvolvimento presente e de projecção futura. Astin (1993) citado pelos mesmos autores, aponta o grupo de pares, a universidade e o grau de envolvimento que o estudante tem com a experiência universitária, como os três aspectos fundamentais para o crescimento e desenvolvimento do estudante universitário. Assim, tem‐se verificado que o sucesso académico é em larga medida determinado pelas experiências dos estudantes ao longo do 1º ano da universidade (Noel, Levitz & Saluri, 1985 in Ferreira, Almeida & Soares, 2001). No estudo realizado com 239 estudantes do 1º e 2º ano da Licenciatura em Enfermagem, numa escola publica da cidade do Porto, procuramos conhecer quais as características individuais e do meio que se relacionam com a ansiedade, nestes estudantes, e perceber de que modo o apoio social (dos amigos, professores, família e outros em geral) constitui um mediador neste processo de adaptação. Página | 7
A Escala de Ansiedade de auto‐avaliação de Zung, a Escala Social Support Appraisal de Vaux e um questionário socio‐demográfico foram os instrumentos utilizados. Os resultados apontam para a uma maior percepção de suporte social dos professores nos estudantes do sexo masculino; nos que já conheciam a cidade; os que estavam no 1º ano; nos estudantes deslocados; e nos que não escolheram o curso por ter saída profissional. A maior percepção de suporte social dos amigos fez‐se sentir nos estudantes que participavam em actividades extra curriculares na escola e nos que estavam muito ou plenamente satisfeitos com o curso. Os resultados revelaram que 31% da variância da Ansiedade é explicada pelo Suporte Social Amigos e pela razão da escolha do curso “Não ter média para o curso que queria”. Enquadrando o percurso no ensino superior numa perspectiva desenvolvimentista, apresentam‐se propostas no sentido da organização institucional criar meios de articulação e mediação entre os estudantes, suas organizações e a instituição com todos os seus actores. Página | 8
Qualidade de vida, bem‐estar e satisfação: Qualidade de Vida e em Pessoas com Úlcera de Perna Crónica de Etiologia Venosa: Impacto dos Sintomas Físicos e Vida Diária Rui Pereira Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] Este Poster enquadra‐se no seio de uma investigação intitulada: “Avaliação da Qualidade de Vida em Pessoas com Feridas Crónicas: O Caso dos Doentes com Úlcera de Perna de Etiologia Venosa.”. Os objectivos fundamentais são a descrição e análise do impacto dos sintomas físicos e vida diária, bem como da sua influência na QV destas pessoas. No que concerne à metodologia, esta encerra uma dinâmica descritiva e correlacional, com base num estudo quantitativo aplicado a 79 utentes que preencheram os critérios de inclusão definidos, dos quais se destaca: estarem inscritos num dos Centros de Saúde da ULS Matosinhos e apresentarem pelo menos um registo electrónico no SAPE de diagnóstico de úlcera venosa activo à pelo menos três meses. Tratou‐se de um estudo de cariz transversal, tendo a aplicação do instrumento de colheita de dados decorrido em Junho de 2008. Utilizou‐
se um formulário composto por duas partes distintas, recorrendo‐se para este poster à versão Portuguesa do CWIS (ESQUEMA CARDIFF DE IMPACTO DE FERIDA©). Os resultados apontam no sentido de que estabelecer uma relação limitadora evidente e objectiva entre os sintomas físicos e vida diária e a existência de Úlcera de Perna Crónica. No entanto não se verifica idêntica relação linear entre estas mesmas condições e avaliação global do estado de saúde em geral, da QV e da satisfação com a mesma de um modo particular. Conclui‐se portanto que na óptica da optimização da QV destas pessoas e num paradigma holístico do cuidar, os enfermeiros deverão atender e considerar a influência destas dimensões, procurando com os utentes e famílias as medidas de remediação adequadas. Página | 9
Qualidade de vida, bem‐estar e satisfação: A Pessoa Portadora de Diabetes Mellitus Tipo 2: Análise das Relações Entre o Auto‐Cuidado e a Situação Sócio‐Demográfica e Clínica Ana Isabel Soares de Pinho Vilar; Wilson Abreu Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] Este estudo, parte de uma investigação mais ampla com o tema: “Adesão ao Regime Terapêutico e Qualidade de Vida da pessoa portadora de Diabetes tipo 2: Análise dos resultados como suporte à decisão em governação clínica”, tem como objectivos: Descrever o nível de auto‐cuidado das pessoas portadoras de diabetes mellitus tipo 2 e perceber as relações entre auto‐cuidado e situação sócio‐demográfica e clínica. Trata‐se de um estudo quantitativo, descritivo‐correlacional, com uma população de 594 diabéticos tipo 2 seguidos num centro de saúde da ULS de Matosinhos. A amostra (de conveniência) é composta por 106 sujeitos (17,9%), com consulta de Enfermagem entre Abril e Julho de 2008. Foram utilizados dois questionários, um de caracterização sócio‐demográfica e clínica e a “Escala de Actividades de Auto‐cuidado com a Diabetes” (Bastos e Lopes, 2004), traduzida e adaptada para Português de SDSCA (Toobert, Hampson e Glasgow, 2000). Este instrumento, uma medida multidimensional de autogestão da diabetes, mede indirectamente a adesão através dos níveis de autocuidado. O resultado, por sub‐escala, é apresentado em média de dias por semana. Para o tratamento utilizou‐se estatística descritiva e inferencial. Resultados: Observa‐se variação nas diferentes sub‐escalas do auto‐cuidado, assim como valores de Hba1c e outros parâmetros clínicos, superiores aos preconizados no PNPCD, encontrando‐se associações estatisticamente significativas entre algumas sub‐escalas do questionário e as variáveis clínicas e sócio‐demográficas. Conclusões: O auto‐cuidado é importante no controle da diabetes e na prevenção de complicações, pelo que a educação terapêutica assume crucial importância no desenvolvimento da autonomia e capacidade de auto‐gestão desta doença crónica. Página | 10
Emoções e crenças em saúde: Saúde Mental e Qualidade de Vida José Carlos Carvalho Professor Adjunto ‐ Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] De acordo com a OMS (2001), não existe uma definição "oficial" de saúde mental, diferenças culturais, julgamentos subjectivos, e diversas teorias afectam o modo como a "saúde mental" é definida. Saúde mental é um termo usado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional ou a ausência de uma doença mental. Lluch (2002), define saúde mental como um estado de funcionamento óptimo do ser humano, o que salienta a importância da promoção das qualidades da pessoa na optimização do seu potencial. Apesar dos múltiplos esforços, nos últimos anos, para conseguir desenvolver um conceito objectivo, do termo, a qualidade de vida ainda permanece difícil de conceptualizar, como refere Farquhar (1995) “... qualidade de vida significa diferentes coisas para pessoas diferentes”. Estima‐se que em cada 100 pessoas 30 sofram, ou venham a sofrer, num ou noutro momento da sua vida, de problemas de saúde mental. Cada vez mais a máxima “mente sã em corpo são” faz todo o sentido e sendo a saúde física e mental, duas vertentes fundamentais e indissociáveis da saúde, com esta apresentação pretendemos reflectir a relação e as implicações da saúde mental na qualidade de vida das pessoas. Trata‐se de um apresentação em que nos propomos fazer a análise dos conceitos, da “produção” de artigos nas bases de dados Scopus, Web of science e Medline e em que medida a utilização de técnicas terapêuticas e psicoterapêuticas possam contribuir para reduzir ou minimizar o impacto na vida das pessoas e consequentemente na sua qualidade de vida. Para a DGS, todos temos o dever de contribuir para promover a nossa saúde mental e a dos outros. A promoção da saúde mental é primordial no modelo de saúde mental positiva. Página | 11
Emoções e crenças em saúde: Qualidade de Vida e Apoio Social: Um estudo em doentes com Perturbação Depressiva Major Carina Milheiro [email protected] A Depressão Major apresenta‐se, actualmente, como um problema de saúde pública, sendo das doenças psiquiátricas mais frequentes e com reconhecidos efeitos pessoais, sociais e económicos capazes de afectar significativamente a qualidade de vida dos doentes. Por sua vez, o suporte social tem‐se revelado um dos factores mais frequentemente examinados relativamente ao curso e tratamento da depressão. O presente estudo tem como principal objectivo a avaliação do impacto da Perturbação Depressiva Major na Qualidade de Vida subjectiva, pretendendo, igualmente, perceber o papel do suporte social na gravidade da sintomatologia depressiva e qualidade de vida dos doentes deprimidos. A metodologia adoptada neste estudo envolveu o recrutamento de 31 doentes com Perturbação Depressiva Major, e de 31 indivíduos da população normal (indivíduos saudáveis) que constituem o grupo de controlo. A todos estes sujeitos, e após a obtenção do consentimento informado, foi administrado um protocolo de avaliação que, para além da versão portuguesa do WHOQOL‐Bref, era ainda constituído pelo BSI e BDI. Aos indivíduos do grupo clínico foi ainda administrada a escala de avaliação da vulnerabilidade ao stress ‐ 23QVS. Os resultados revelam o marcado prejuízo que a Perturbação Depressiva Major provoca nos vários domínios da qualidade de vida (Físico, Psicológico, Relações Sociais e Ambiente), bem como na qualidade de vida global. Por sua vez, evidenciam ainda que o apoio social deverá ser um aspecto a ter em conta na avaliação e tratamento de doentes deprimidos, assumindo este um papel de mediação no que se refere ao domínio Relações Sociais e Psicológico. Página | 12
Emoções e crenças em saúde: Qualidade de Vida em Doentes com Perturbações de Ansiedade: um estudo com Doentes com Perturbação Obsessivo‐Compulsiva, Fobia Social e Perturbação de Pânico Maria João Magalhães [email protected] As Perturbações de Ansiedade apresentam‐se, actualmente, como um sério problema de saúde pública devido à sua elevada prevalência e aos prejuízos pessoais, sociais e económicos que acarretam, podendo afectar significativamente a qualidade de vida dos doentes. Por sua vez, o suporte social tem‐se revelado como um importante factor na prevenção e tratamento das perturbações de ansiedade, afectando, igualmente o curso da doença mental e a qualidade de vida dos doentes. O principal objectivo do estudo consiste na avaliação do impacto das Perturbações de Ansiedade, designadamente da Fobia Social, Perturbação Obsessivo‐Compulsiva e Perturbação de Pânico na avaliação subjectiva da Qualidade de Vida, pretendendo, também perceber‐se qual a influência do suporte social na gravidade da psicossintomatologia e na Qualidade de Vida dos doentes diagnosticados com Perturbações de Ansiedade. A metodologia adoptada neste estudo envolveu o recrutamento de 30 doentes com diagnósticos de Fobia Social, Perturbação Obsessivo‐Compulsiva e Perturbação de Pânico, e de 30 indivíduos da população normal (indivíduos saudáveis) que constituem o grupo de controlo. A todos estes sujeitos, e após a obtenção do consentimento informado, foi administrado um protocolo de avaliação que incluía a versão portuguesa do WHOQOL‐Bref, o BSI e o BDI. Aos indivíduos do grupo clínico foi ainda administrada a Escala de Auto‐Avaliação de Ansiedade (S.A.S) e o Questionário de Avaliação da Vulnerabilidade ao Stress (23QVS). Os resultados sugerem que as Perturbações de Ansiedade têm implicações significativas na qualidade de vida global, assim como nos seus vários domínios, à excepção do domínio Ambiente. O impacto no domínio Relações Sociais varia consoante o tipo de perturbação de ansiedade, sendo que os indivíduos com o diagnóstico de Fobia Social apresentam mais défices neste domínio. Por sua vez, evidenciam ainda que o suporte social deverá ser um aspecto a ter em conta na avaliação e tratamento de doentes com perturbações de ansiedade. Página | 13
Emoções e crenças em saúde: Bem‐estar Espiritual de Mulheres com Neoplasia da Mama Mónica Costa (1), Rute F. Meneses (1), & Francisco Pimentel (2) (1) Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – Universidade Fernando Pessoa (2) Secção Autónoma de Ciências de Saúde da Universidade de Aveiro; Hospital Infante D. Pedro, Aveiro [email protected] O cancro muda a forma como os indivíduos percepcionam o ambiente que os rodeia e as experiências a ele associadas resultam num «desequilíbrio espiritual» (Pimentel, 2006, p. 11). Este último pode ser mais pronunciado se estiverem presentes algumas características biopsicossociais. Assim, os objectivos do presente estudo são: a) conhecer o Bem‐estar Espiritual (BEE) de mulheres com neoplasia da mama e submetidas a cirurgia; b) comparar o BEE de mulheres submetidas a mastectomia versus cirurgia conservadora; c) explorar a relação entre BEE e tempo de diagnóstico; e d) explorar a relação entre BEE e idade. Para o efeito foram avaliadas 45 mulheres, que frequentavam ou haviam frequentado a Consulta de Psicologia de um Hospital do Litoral Norte de Portugal, maiores de idade, cujo último tratamento (cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia) fora realizado há pelo menos um ano e sem a doença em progressão (critérios de inclusão). Recorreu‐se à administração assistida de um Questionário Sócio‐demográfico e Clínico elaborado para o efeito e do “The Functional Assessement of Chronic Ilness Therapy – Spiritual Well‐Being Scale” (FACIT Sp‐12). A amostra relatou um BEE que se pode classificar de moderado. Não se verificaram correlações estatisticamente significativas entre o BEE e: o tempo de diagnóstico ou a idade, nem diferenças estatisticamente significativas no BEE tendo em conta o tipo de cirurgia. Novas investigações poderão clarificar: a) que condições estão relacionadas com pior BEE; e b) até que ponto as características das participantes e/ou a metodologia utilizada justificam a discrepância entre os presentes resultados e a literatura consultada. Página | 14
A doença e suas implicações na qualidade de vida: Qualidade de Vida de Mulheres com Neoplasia da Mama Mónica Costa (1), Rute F. Meneses (1), & Francisco Pimentel (2) (1) Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – Universidade Fernando Pessoa (2) Secção Autónoma de Ciências de Saúde da Universidade de Aveiro; Hospital Infante D. Pedro, Aveiro [email protected] A existência de um diagnóstico e a vivência de uma doença, como o cancro, podem afectar profundamente múltiplos aspectos da vida do indivíduo (Parker, Baile, Moor, & Cohen, 2003). Este impacto tende a variar em função de variáveis sócio‐demográficas, clínicas e/ou psicossociais. Assim, os objectivos do presente estudo são: a) conhecer a Qualidade de Vida (QDV) de mulheres com neoplasia da mama e submetidas a cirurgia; b) comparar a QDV de mulheres submetidas a mastectomia versus cirurgia conservadora; c) explorar a relação entre QDV e tempo de diagnóstico; e d) explorar a relação entre QDV e idade. Para o efeito, foram avaliadas 45 mulheres, que frequentavam ou haviam frequentado a Consulta de Psicologia de um Hospital do Litoral Norte de Portugal, maiores de idade, cujo último tratamento (cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia) fora realizado há pelo menos um ano e sem a doença em progressão (critérios de inclusão). Recorreu‐se à administração assistida de um Questionário Sócio‐demográfico e Clínico elaborado para o efeito e do “The Functional Assessment of Cancer Therapy – Breast ” (FACT–B). A amostra apresentou uma QDV que se pode caracterizar de moderada. Contrariamente ao que indica a literatura, não se verificaram relações estatisticamente significativas entre a QDV e: o tipo de cirurgia realizada (diferenças); tempo de diagnóstico ou idade (correlações). A relevância clínica destes resultados exige a continuação deste tipo de estudos, de modo a verificar até que ponto as características das participantes, os instrumentos utilizados e/ou o próprio procedimento explicam a divergência relativamente à literatura consultada. Página | 15
A doença e suas implicações na qualidade de vida: Avaliação da Qualidade de Vida no Insuficiente Renal Crónico Nuno E. Barata (1) e Rute F. Meneses (2) (1) Faculdade de Psicologia da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha) e Centro de Estudos Culturais, da Linguagem e do Comportamento da Universidade Fernando Pessoa (Porto, Portugal); (2) Rute F. Meneses – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais e Centro de Estudos Culturais, da Linguagem e do Comportamento da Universidade Fernando Pessoa (Porto, Portugal) [email protected] O presente estudo transversal teve como objectivos: (1) caracterizar a qualidade de vida (QDV) de indivíduos portadores de insuficiência renal crónica (IRC); e explorar a relação entre esta e: (2) factores de ordem pessoal; (3) social; (4) clínica; e (5) afectivos. O estudo segmentou‐se em duas etapas: na primeira, definiu‐se o projecto, que implicou uma escolha ponderada sobre os instrumentos a utilizar (Questionário sócio‐demográfico e clínico – QSD&C; World Health Organization Quality of Life – WHOQOL‐Bref; e Hospital Anxiety and Depression Scale – HADS); na segunda, procedeu‐se ao estudo relativo dos objectivos pretendidos para o desenvolvimento deste estudo. A amostra é composta por 100 indivíduos portadores de IRC: 51 do sexo feminino e 49 do sexo masculino, com idade média de 62,09 anos (DP=14,87; 27‐86) e submetidos a Tratamento Substitutivo Renal (TSR) por Hemodiálise (N=81) ou por Diálise Peritoneal Automatizada (N=19). Os participantes apresentaram relatos bastante heterogéneos ao nível da sua QDV. Os resultados demonstraram ainda a existência de diferenças estatisticamente significativas nos diferentes Domínios da QDV em função do sexo e da profissão (activos vs inactivos), o mesmo não se passando com o estado civil (separados/divorciados/viúvos vs casados/união de facto vs solteiros): verificaram‐se diferenças significativas apenas no Domínio Físico. Outros factores de ordem pessoal, como a idade e a escolaridade, apresentaram correlações estatisticamente significativas com alguns dos Domínios da QDV. O factor de ordem clínica número de internamentos apresentou correlações significativas com a QDV. Os factores afectivos (ansiedade, depressão e afecto negativo) revelaram correlações significativas com os vários Domínios da QDV. Palavras‐chave: Qualidade de Vida; Insuficiência Renal Crónica; Ansiedade; Depressão; Afecto Negativo Página | 16
A doença e suas implicações na qualidade de vida: Factores de Adaptação e Recuperação após uma Doença Hemato‐
Oncológica – um Estudo Exploratório Sílvia Reis & Isabel Narciso [email protected] Com este estudo, pretendemos analisar alguns factores que podem favorecer ou dificultar o processo de adaptação e de recuperação em indivíduos que experienciaram uma doença do foro hemato‐oncológico. Neste sentido, foi delineada uma investigação do tipo quantitativa, exploratória, transversal e correlacional. A recolha de dados, a partir de uma amostra de 101 sujeitos em situação de remissão de uma doença hemato‐oncológica, foi realizada através de um protocolo de investigação, que incluía um questionário sócio‐biográfico, o Questionário de Orientação para Viver (QOV‐ Antonovsky, 1998b), o Questionário de Bem‐Estar Psicológico (BEP‐ Ryff, 1989), o Questionário da Qualidade de Vida (EORTC QLQ‐C30 – versão 3‐ Aaronson et al., 1993) e, o Questionário da Qualidade das Relações Familiares (FES‐ Moos, 1974). A recolha dos dados foi efectuada na Consulta Externa do Serviço de Hematologia Clínica, dos hospitais da Universidade de Coimbra. Os resultados obtidos permitem‐nos constatar que, de uma forma geral, os sujeitos com um nível de escolaridade mais baixo percepcionam‐se menos capazes de se adaptarem ao stress; a submissão ao auto‐transplante de medula óssea é um factor de stress adicional e significativo em várias vertentes; o diagnóstico de Mieloma múltiplo parece ser indutor de maior stress; e, os mais jovens, os não casados, os com maior nível de ensino, os empregados e os que não têm filhos têm maior predisposição para uma melhor recuperação. Verificámos, também, que, de uma maneira geral, o clima relacional familiar, dos participantes do nosso estudo, constitui um recurso que poderá contribuir para níveis menos elevados de stress e utilização de estratégias mais adaptativas, ao lidarem com as questões relacionadas com a sua situação anterior de cancro. Os nossos resultados indicam, ainda, que a percepção da situação influencia activamente a percepção de adaptação e recuperação. Página | 17
Comportamentos de adesão na saúde: Adesão Terapêutica e Qualidade de Vida na Infecção pelo VIH/SIDA A. Reis *, L. Lencastre & M. Guerra Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação Universidade do Porto – Portugal * Bolseira de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/43241/2008) [email protected] O objectivo do estudo foi analisar a relação existente entre adesão ao tratamento e qualidade de vida na Infecção pelo VIH/SIDA. O estudo empírico foi desenvolvido no Hospital de Joaquim Urbano (Porto) com uma amostra de 125 que frequentam a consulta externa de Infecciologia e com prescrição antiretrovírica. A recolha da amostra decorreu no período de Junho de 2006 a Fevereiro de 2007. Todos os participantes responderam a uma entrevista de caracterização sociodemográfica (idade, género, estado civil, escolaridade e ocupação). Para avaliar o grau de adesão ao tratamento foi aplicado o “Cuestionario para la Evaluación de la Adhesión al Tratamiento Antirretroviral” (CEAT‐VIH no original; Remor, 2002) na sua versão adaptada para a população portuguesa por Reis (2007). Para avaliar a qualidade de vida foi utilizado o WHOQOL‐Bref do Grupo da Organização Mundial de Saúde na sua versão portuguesa (Vaz Serra et al., 2006). A adesão ao tratamento medida pelo CEAT‐VIH apresenta correlações positivas e significativas (p≤0.01) com todos os domínios da qualidade de vida, incluindo o domínio geral. Verificamos assim que uma pontuação mais elevada na medida de adesão ao tratamento anti‐retrovírico se associa a uma pontuação também superior na medida de qualidade de vida. PALAVRAS‐CHAVE: Adesão; VIH/SIDA; Terapêutica anti‐retrovírica; Qualidade de Vida Página | 18
Comportamentos de adesão na saúde: Saúde e Actividade Física Maria dos Anjos Dixe, Helena Catarino, Manuela Gil, Lídia Cravo, Maria Luísa Santos, Nuno Santos, João Pedrosa, Sandra Rito, Ana Daniela Vieira, Filipa Pereira Escola Superior de Saúde de Leiria [email protected] Actualmente é consensual a importância da prática da actividade física regular para a saúde e bem‐estar físico e psicológico das pessoas. Este estudo teve como principais objectivos determinar os hábitos de saúde e estilos de vida na população adulta que pratica exercício físico, a taxa de prevalência da obesidade e alguns parâmetros antropométricos e clínicos na mesma população. Para além destes, pretende‐se determinar os benefícios físicos e psicológicos da prática do exercício físico ao longo de um ano. Metodologia: O presente estudo refere‐se a um estudo longitudinal a três tempos (Setembro/Outubro de 2007, Fevereiro e Julho de 2008) realizado numa população de adultos que frequentavam aulas de prática. Para a recolha de dados utilizaram‐se os seguintes instrumentos: Inventário de Hábitos de Saúde e Estilos de Vida (McINTYRE et al, 2000 adaptado de Wardle e Steptoe), Inventário de Bem‐estar Psicológico EADS‐21 (Pais Ribeiro et al, 2004), e Parâmetros antropométricos e clínicos. Resultados: Participaram 174 Mulheres (7,3%) e 51 homens (22,3%) com idades compreendidas entre os 18 e os 70 anos (media de 41,8 e 10,9 de desvio padrão). Os inquiridos apresentaram com maior frequência bons hábitos alimentares e comportamentos de saúde. Verificámos que 14% (7) dos homens e 26% (45) de mulheres apresentavam risco coronário quando se tem presente o perímetro abdominal e 69,4% dos homens e 46,0% de mulheres apresentavam excesso de peso, sendo estas quem apresenta excesso de massa gorda. As principais razões para a prática desportivas foram a melhoria da condição física (15,9%) e a gestão do stress (13,3%) Conclusões: Apesar da prática desportiva as alterações verificadas nos parâmetros físicos e psicológicos avaliados não apresentam significado estatístico. Atendendo a que o estudo se prolonga durante este próximo ano prevê – se que no final deste ano lectivo essas diferenças sejam estatisticamente significativas. Página | 19
Comportamentos de adesão na saúde: Prevenção Quaternária e o Primado do Primum non noccere. Carlos António Laranjeira Hospital Distrital da Figueira da Foz [email protected] Com o declínio da mortalidade infantil, com o aumento da esperança média de vida e com a exposição acrescida aos factores determinantes e condicionantes de doenças crónicas, estas tornam‐se cada vez mais frequentes. Prevê‐se que a carga de doença atribuível às perturbações crónicas ultrapasse 60% no ano de 2020. As doenças cardiovasculares, o cancro e a depressão serão as principais causas para este facto (OMS, 2005). Nos últimos quarenta anos temos vindo a assistir nos países industrializados a uma explosão de custos no sector da saúde, atribuíveis não só ao envelhecimento, mas também à inovação da tecnologia, à alteração da estrutura familiar (institucionalização dos idosos), bem como às acrescidas expectativas das populações face à saúde – traduzidas pela exigência de mais e melhores cuidados de saúde (Clewer e Perkins, 1998, cit. in, Almeida, 2005) Mas se a medicina curativa terá existido desde sempre, considera‐se que a emergência da medicina preventiva com a finalidade de melhorar a saúde dos indivíduos assintomáticos, terá tido como consequência major negativa a excessiva medicalização da sociedade, ou seja, o processo de definir um número crescente de problemas de vida diária como sendo problemas médicos a medicar. Neste ensaio reflexivo pretende‐se divulgar o mais recente nível de prevenção descrito e que é simultaneamente o mais elevado: a prevenção quaternária. Este nível de prevenção visa detectar indivíduos em risco de sobretratamento, para os proteger de novas intervenções médicas desapropriadas e sugerir‐lhes alternativas eticamente aceitáveis (Jamoulle, 2000). A maior racionalidade do acto médico é para alguns autores (Weinstein, 2001) a prevenção da iatrogenia que é sinónima da prevenção do sofrimento, e portanto enquadrada no âmbito dos cuidados paliativos, cuja finalidade é aliviar o sofrimento dos doentes e famílias. Apesar da pressão consumista dos doentes, e do marketing do medo existente, são várias as condições favorecedoras de Prevenção Quaternária: como são a adopção de boas práticas médicas, a decisão baseada na evidência, e o papel activo/poder dos cidadãos nas decisões da sua saúde (empowerment). Página | 20
Comportamentos de adesão na saúde:
Promoção da Adesão dos Utentes ao Regime Terapêutico – Um Percurso Isabel Rua – Enfermeira Chefe do Centro de Saúde de Murça ‐ Sub‐Região de Saúde de Vila Real [email protected]‐saude.pt Neste trabalho apresentamos o percurso que os enfermeiros têm efectuado na tentativa de ajudar os utentes no processo de se autonomizarem, para gerir os seus problemas de saúde. Desde os anos 80 que, nas consultas de enfermagem, apostávamos nos “ensinos” partindo do pressuposto que se as pessoas não cumpriam as prescrições, era porque não sabiam. Então, sempre que estas não seguiam as recomendações que eram dadas, nós ensinávamos. Não nos preocupávamos muito em perceber a causa, justificando sempre o ter que “reforçar o ensino” porque o utente não deveria ter percebido bem, ou porque esqueceu a informação. Fomos investindo em “normas de procedimentos” para colmatar eventuais dificuldades dos profissionais e em desdobráveis informativos sobre as mais diversas temáticas, para colmatar o esquecimento dos utentes. No entanto o cenário tem‐se vindo a alterar; os utentes abandonam progressivamente o papel passivo de cumpridores de ordens, questionam os profissionais de saúde sobre tratamentos e prognósticos e obrigam‐nos a uma relação de parceria informada. Assim, pressionados pela insatisfação que sentíamos, sobretudo com o contributo que estávamos a dar para o controlo dos utentes com doença crónica e pela necessidade de mudança, fomos motivados a reflectir e questionar os cuidados de enfermagem que prestávamos. Compreendemos que o caminho para autonomizar os utentes para a gestão do seu regime terapêutico, também passa pela informação, mas constrói‐se com base na comunicação, na qualidade da interacção que conseguimos estabelecer com os utentes, na nossa capacidade de envolver, de negociar, de percebermos as crenças dos outros, simplificando regimes terapêuticos complexos, operacionalizando grandes percursos em pequenas etapas, investindo no reforço positivo do elogio. Por reconhecermos a adesão ao regime terapêutico como uma arma terapêutica decisiva na doença crónica, de alta sensibilidade aos cuidados de Enfermagem, investimos em formação dos enfermeiros nesta área. Nestes processos formativos constatamos também que, informar os enfermeiros e oferecer referências para a consulta, trouxe mais‐valias mas não foi suficiente. Promovemos então encontros para discutir dificuldades e experiências, partilhamos estratégias usadas para suplantar barreiras encontradas. Discutimos modelos organizativos de prestação de cuidados Página | 21
de enfermagem à população, dotação de enfermeiros, agendamento com tempo destinado à consulta e periodicidade, boas práticas … Em 2008, em parceria com a ESEP e com o envolvimento de enfermeiros de todos os Centros de Saúde da Região de Vila Real, elaboramos um Guia Orientador da Consulta do Utente com Problemas de Saúde Crónicos, para promover a adesão ao regime terapêutico. Aqui, tentando abranger o máximo de factores que estão identificados pela literatura como potenciadores dos comportamentos de saúde, trabalhamos os focos de atenção, os critérios de diagnóstico, os diagnósticos e intervenções de enfermagem para ajudar os enfermeiros a “standartizar” a sua intervenção. Encontrando‐nos neste estadio, esperamos melhorar significativamente o desempenho dos enfermeiros na área da promoção da adesão e consequentemente ajudar os utentes a melhor viver com a sua doença. Página | 22
Cuidados continuados e qualidade de vida: Viver com Dor Crónica – Implicações na Qualidade de Vida Ana Leonor Alves Ribeiro Professora da Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A presença de dor crónica tem alterações na qualidade de vida dos indivíduos. A qualidade de vida refere a capacidade do indivíduo para desempenhar o seu papel social e doméstico, para resolver os desafios da vida do dia‐a‐dia, sem stress ou incapacidade. A qualidade de vida é algo intrínseco, é uma construção subjectiva, só possível de ser avaliada pelo próprio. As implicações da dor crónica na qualidade de vida têm vindo a ser evidenciados por vários estudos, nomeadamente por Kerr et al. (2004), Lamé et al. (2004), Widar, Ahlstrom & Ek, (2004), Lang et al. (2003) e por Savelkoul, De Witte & Post (2003). Nesta apresentação pretendemos abordar aspectos relacionados com a dor crónica e as implicações na qualidade de vida. Neste sentido, realizamos um estudo exploratório numa amostra de utentes da consulta de dor crónica da ULSM. A recolha de dados decorreu entre Julho de 2008 e Novembro de 2008. Os instrumentos utilizados foram: a entrevista semi‐estruturada, a consulta do processo clínico e o Medical Outcomes Study – Short Form – 36 (SF‐36). O presente estudo integra a 1ª fase de um projecto de Doutoramento em Enfermagem, na Universidade Católica Portuguesa. Nesta 1ª fase do estudo pretende‐se, entre outros: Caracterizar as pessoas com dor crónica, quanto à intensidade de dor e interferência da dor na vida das pessoas, à qualidade de vida, coping e auto‐eficácia face à dor. Aqui daremos conta da caracterização desta população com dor crónica, avaliada em termos demográficos, características clínicas e as implicações da dor na qualidade de vida da pessoa com dor crónica. Pretendemos apresentar os resultados após tratamento dos respectivos dados. Página | 23
Cuidados continuados e qualidade de vida: A Vida após um Cancro Orientações Práticas para a Qualidade de Vida Cândida Pinto Professora da Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A doença oncológica no conjunto das doenças crónicas e graves assume uma dimensão especial pelos mitos e crenças que a doença criou e pela insegurança, medo irracional e imprevisibilidade que cria no doente e no sistema familiar e social. O cancro, é uma doença com um elevado grau de incerteza, ao nível da etiologia, do diagnóstico, tratamento e prognóstico. Continua a revelar‐se como uma das doenças mais temidas da humanidade, que despoleta um conjunto de reacções emocionais ao nível do doente, com repercussões imediatas na família e na própria sociedade (Dias, 2005). Os estudos na área de oncologia tem‐se focalizado nos processos biomédicos referentes ao diagnóstico e tratamentos e no âmbito das ciências sociais e humanas no conhecimento das reacções adaptativas ao diagnóstico e tratamentos, na fase final de vida e tem havido um menor investimento na fase pós‐tratamento. Contudo, há uma evidência da insatisfação com os cuidados nesta fase, com as pessoas sobreviventes a referirem a pouca atenção que lhe é dada no que se refere às preocupações psicossociais, tais como depressão, medo da recidiva, disfunção sexual e problemas económicos (Hewit et al., 2006). De facto, as pessoas após terem tido um cancro expressam que gostariam que as consultas não se restringissem à análise de marcadores ou outros sinais de recidiva (Beaver & Luker, 2005). Assim, os avanços ocorridos na medicina no último século determinaram a necessidade de criar parâmetros para avaliação dos problemas de saúde, que não Nas últimas décadas do século passado assistiu‐se a um crescente interesse no construto “Qualidade de vida”, que passou a ser estudado em diversas áreas do conhecimento humano. Há mesmo a possibilidade de a avaliação da qualidade de vida por si só, ter um efeito terapêutico, pois reforça a capacidade de “ouvir” por parte da equipa de saúde (Pimentel, 2006). É neste sentido que se começam a definir orientações, “guidelines”, para os cuidados das pessoas com cancro, incluindo todas as fases da doença (Turner et al., 2005), pois a pessoa não pode ser perspectivada só na vertente biológica (Sugerman, 2005). Pretende‐se com esta abordagem, reflectir sobre orientações para uma prática em saúde, que permita dar anos à vida, mas também vida aos anos. Página | 24
Cuidados continuados e qualidade de vida: Na Fronteira da Vida e da Morte ‐ Que Qualidade de Vida? José Maria Rodrigues da Rocha Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] Do tempo em que existimos no mundo e no espaço no qual nos situamos, num contexto do humano e do materializável, somos pessoas, técnica e humanamente, envolvidas com o cuidado de saúde a outras que pela sua natureza relacional connosco, nos centram em acções de acompanhamento relacional e terapêutico. Da vida, porque a monitorizamos acrescentando‐lhe na resposta das identificadas necessidades e estados de saúde, mais‐valias. Da morte, porque a percebemos com próxima nos outros enquanto cuidadores privilegiados em múltiplos tipos e sentidos que a doença ou a saúde tenha como última manifestação do ser‐se pessoa. No encontro destas duas grandes dimensões, do Ser Humano, encontram os Enfermeiros e Enfermeiras e Outros e Outras técnicos/as em Saúde, a génese (presente e de futuro), o sentido único a essência de um renovado e constante paradigma de acção ‐ em função da vida, em função de uma morte digna. Um Homem e uma Mulher não escolhem o sofrimento, como não escolhem a morte (salvas as justas excepções) nem escolhem teorias ou taxinomias ou paradigmas. Somos nós quem por saber e talento lhes estamos presentes no percurso difícil e longo ‐ da Vida e da Morte. Página | 25
Cuidados continuados e qualidade de vida: Cuidados Continuados Domiciliários: uma Mais Valia na Construção do Bem‐Estar da Pessoa (utente/enfermeiro/família) Susana Duarte Escola Superior de Enfermagem de Coimbra [email protected]; [email protected] Para os enfermeiros, o domicilio como ambiente de cuidados esteve, desde sempre, presente nas suas práticas. As modificações sociais, demográficas e epidemiológicas da sociedade ocidental e a integração dos cuidados domiciliários na rede de cuidados continuados fazem deste ambiente um local instável que requer competências variadas na área cognitiva e tecnológica. Esta e outras constatações apontam para a complexidade dos novos papeis que se colocam como desafios para o enfermeiro, pelo que adquire sentido investigar o processo de construção do papel do enfermeiro como cuidador em cuidados domiciliários. A proposta de comunicação insere‐se num projecto de âmbito alargado, inserido no projecto de doutoramento da autora, sob o tema: o Papel do Enfermeiro em Cuidados Continuados Domiciliários e tem como objectivo compreender o papel do enfermeiro na construção da continuidade no âmbito de Cuidados Continuados Domiciliários. O trabalho de campo decorreu junto da equipa e utentes de um Programa de Cuidados Continuados Domiciliários na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (a qual autorizou o estudo). Tendo como referencial teórico o Interaccionismo Simbólico e a Grounded Theory como metodologia de investigação foram técnicas de colheita de informação a observação participante, entrevistas semi‐
estruturadas e Focus Grupo. Construir a continuidade dos cuidados no domicílio constitui um processo complexo o qual passa pela harmonização de papéis entre os diversos intervenientes e a integração do encontro como contexto peculiar os quais determinam um movimento de co‐construção da continuidade. Contudo, cuidar no domicílio pode ser gerador de bem‐estar para as partes envolvidas no processo: para a pessoa/família pela possibilidade de permanência, da pessoa doente, no espaço familiar e pela constatação de que, cuidar do familiar doente ou moribundo, gera satisfação “pelo dever cumprido”; no enfermeiro é um importante motor de satisfação profissional ao implicar a internalização da representação social do enfermeiro como o elemento securizador na população, mesmo após alta do programa. Página | 26
Envelhecimento e qualidade de vida: Cuidar de Idosos Dependentes: Estratégias de Coping, Satisfação, Dificuldades e Sobrecarga Carlos Sequeira Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected]; [email protected], A demência constitui uma síndrome característica das pessoas idosas, que representa um problema de saúde pública da maior importância, atendendo às suas repercussões no indivíduo, na família e na sociedade. A manutenção do idoso demenciado no domicílio implica a necessidade de prestação de cuidados por parte do cuidador informal, habitualmente um familiar. Este trabalho tem por matriz um estudo de natureza predominantemente quantitativa, do tipo analítico e correlacional, no qual utilizamos como instrumentos de colheita de dados: Questionário; Carers′ Assessment of Difficulties Index (CADI); Carers′ Assessment of Satisfactions Index (CASI); Carers′ Assessment of Managing Index (CAMI) e a Escala de Sobrecarga do Cuidador de Zarit (ESC). O principal objectivo deste trabalho é caracterizar o contexto da relação de prestação de cuidados, em que o cuidador se insere, em termos de dificuldades, estratégias de coping, satisfação e sobrecarga. A amostra foi constituída por 184 cuidadores familiares de idosos com e sem demência. Cuidar de idosos com demência está associado a elevados níveis de sobrecarga e de dificuldades. As principais estratégias de coping utilizadas com eficácia estão relacionadas com a categoria “lidar com acontecimentos resolução de problemas”. Os cuidadores que utilizam de forma pouco eficaz estratégias de coping apresentam níveis mais baixos satisfação com o cuidar. A correcta utilização dos recursos pessoais minimiza as dificuldades, diminui o risco de sobrecarga e proporciona uma maior satisfação com a prestação de cuidados. As dificuldades, a deterioração cognitiva e a ausência de ajudas no cuidar constituem as principais variáveis preditoras da sobrecarga, pelo que o CADI e a ESC apresentam um elevado interesse para a prática clínica e para a investigação. A utilização do CAMI e do CASI são fundamentais para a implementação de estratégias de intervenção promotoras da Qualidade de vida e bem‐estar do cuidador. Página | 27
Envelhecimento e qualidade de vida: Prevenção das Quedas dos Idosos: Projecto‐piloto no Hospital de Valongo Nilza Caldevilla (1) & Manuel Melo(2) (1) Escola Superior de Enfermagem do Porto (2) Enfermeiro Chefe da Unidade de Convalescença de Valongo. [email protected] As quedas das pessoas idosas são um sério problema de saúde pública pelas consequências médicas e económicas que acarretam, pelas transformações que implicam a nível da saúde e qualidade de vida dos idosos e alterações que trazem a nível familiar. Evitar a queda em instituições hospitalares ou em lares, é hoje cada vez mais, objecto de atenção pelas políticas de qualidade institucional na área da saúde. No entanto e apesar do aumento da população idosa, as intervenções institucionais para reduzir as quedas a nível hospitalar, tem recebido pouca atenção em Portugal. No sentido de evitar as consequências nefastas de tal evento e procurando a prevenção, avaliação, intervenção e monitorização do risco de queda, desenvolveu‐se um projecto inovador no Hospital Nossa Senhora de Valongo. Integrado numa parceria entre a instituição de saúde e a prossecução de estudos no âmbito das ciências de enfermagem especificamente na área gerontogeriátrica, foi implementado um projecto‐piloto com os seguintes objectivos: Identificar os idosos em risco de queda, no internamento hospitalar; Promover a implementação de estratégias que minimizem o risco de queda promovendo a segurança dos idosos durante o internamento hospitalar; Consciencializar e capacitar os enfermeiros para a identificação, avaliação e monitorização dos idosos com risco de queda; Educar idosos/família sobre promoção da segurança /prevenção de quedas; Equipar os serviços envolvidos com "ferramentas" e com formação específica para assegurarem a uniformidade de procedimentos. O projecto, prevenção das quedas dos idosos no hospital Nossa Senhora de Valongo, arrancou em Maio de 2008 e tem como horizonte temporal Abril de 2009. Com esta iniciativa, foi possível envolver mais de 60% dos enfermeiros da instituição, disponibilizando formação e orientação prática. A instituição investiu significativamente no desenvolvimento deste projecto, disponibilizando recursos físicos, humanos e financeiros. Foi constituída uma equipa de prevenção das quedas a nível institucional, tendo esta ficado responsável por, criar a norma “Prevenção, avaliação, intervenção e monitorização do risco de queda”, dinamizar e implementar a norma, avaliar a incidência das quedas na instituição, avaliar as causas das quedas e fazer a avaliação do projecto. A equipa tem ainda efectuado reuniões de trabalho Página | 28
regulares no sentido de conduzir o desenvolvimento do processo. A implementação da norma iniciou‐se no corrente mês, e actualmente o projecto, significa: •
Um efectivo de 80 enfermeiros actuar a nível institucional (implementar); •
Um efectivo de 9 enfermeiros actuar a nível institucional (dinamizar); •
Um professor de enfermagem actuar a nível institucional (intervir); •
Um instrumento de avaliação do risco de queda, a ser testado. •
Um fluxograma, a ser testado; •
Estratégias de segurança a serem testadas, como kit de quedas e sensores de saída de cama, •
Folha registo de quedas, a ser testado. No futuro pensamos ser possível quantificar os principais resultados do projecto, com um conhecimento mais próximo e real da situação das quedas a nível institucional. E ainda contribuir para a melhoria da qualidade institucional, viabilizada pela responsabilização da mesma na prestação de serviços de qualidade aos seus clientes. Página | 29
Envelhecimento e qualidade de vida: Qualidade de Vida da Pessoa com Artrite Reumatóide. Contributos para a Enfermagem Maria do Céu Lourenço Sá Escola Superior de Lisboa, Especialista em Enfermagem de Reabilitação [email protected] Este estudo, de natureza quantitativa, teve como objectivo avaliar o impacto da Artrite Reumatóide na Qualidade de Vida da pessoa. Metodologia, como instrumento de colheita de dados foi utilizado um questionário adaptado do Arthritis Impact Measurement Scale, (AIMS2), em 137 sujeitos de quatro instituições da região de Lisboa. Dos resultados destaca‐se: •
A Dor Artrítica foi a dimensão mais referida pelos sujeitos como geradora de grande sofrimento pessoal, com repercussões individuais, familiares, sociais e laborais. •
Verificam‐se marcantes alterações a nível Afectivo/Psicológico, tais como perturbações emocionais, desmotivação, ansiedade, nervosismo, limitações físicas de vária ordem. •
O Suporte Social e especialmente da família e dos amigos evidenciou‐se como tendo um impacto positivo nos sujeitos, diminuindo em parte, alguns efeitos negativos da doença nestas dimensões. •
A nível do Trabalho, é na maior parte das vezes comprometido pela diminuição ou perda de algumas capacidades, podendo levar à modificação da actividade laboral. •
O grau de satisfação com a saúde actual e expectativas face ao futuro encontram‐se comprometidos pelas alterações verificadas. As sugestões apontam para a necessidade dos enfermeiros contribuírem para a avaliação da saúde destes indivíduos, de modo a possibilitar uma melhor adequação da sua intervenção, com vista a aumentar a Qualidade de Vida dos doentes. Palavras‐chave: Artrite Reumatóide, Impacto, Qualidade de Vida, Intervenção de Enfermagem. Página | 30
Envelhecimento e qualidade de vida: Bem‐Estar, Qualidade de Vida e Apoio Social dos Idosos com mais de 75 Anos Maria de Lurdes Ferreira de Almeida Escola Superior de Enfermagem de Coimbra Mestre em Ciências de Enfermagem; Doutoranda em Ciências de Enfermagem [email protected] Para o estudo definimos os objectivos: descrever as características da qualidade de vida dos Idosos, identificar a relação das variáveis sócio‐demográficas e apoio social com a qualidade de vida e bem‐estar dos idosos. Participaram no estudo 108 idosos. Na selecção da amostra aplicámos critérios de inclusão (idade ≥ a 75 anos, boa orientação espaço temporal, utente dos centros de dia seleccionados). A colheita de dados foi precedida da autorização das instituições e dos participantes. Foram consideradas variáveis sócio‐demográficas e apoio social. Utilizámos os instrumentos: Questionário sócio‐demográfico; Escala de Avaliação da Qualidade de Vida e Bem‐estar do Idoso de Sousa e Figueiredo (1999‐2002); Escala de Apoio Social de Matos e Ferreira (1999). Dos resultados destacamos: • Os idosos do género masculino evidenciam melhor qualidade de vida, no factor ”saúde e qualidade de vida”, que os idosos do género feminino; • Os idosos com menores habilitações literárias apresentam menor qualidade de vida, no factor “competências cognitivas”; • Os idosos que vivem com os filhos apresentam pior qualidade de vida global e nas “competências motoras”; • Os idosos com mais apoio informacional apresentam pior qualidade de vida no factor “competências motoras” e no global; • Os idosos com mais apoio instrumental apresentam pior qualidade de vida no factor “saúde e qualidade de vida” e melhor qualidade de vida no factor “competências cognitivas”. Em conclusão As variáveis sócio‐demográficas( género, idade, escolaridade) revelaram‐se factores importantes na qualidade de vida. Os idosos que referiram maior apoio social global tendem a evidenciar menor qualidade de vida. Página | 31
Sexualidade e qualidade de vida: Consumo de Álcool e Drogas e Comportamentos Sexuais de Risco nos Jovens Portugueses que frequentam Ambientes Recreativos Nocturnos. Lurdes Lomba(1); João Apostolo(1)*; Fernando Mendes(2) (1) Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (2) Présidente Institut de Recherche Européen des Facteurs de Risque chez l’Enfant et l’Adolescent [email protected]
Objectivo: Caracterizar os jovens portugueses que frequentam ambientes recreativos nocturnos; explorar as relações entre a frequência desses locais e o consumo de álcool e drogas e analisar associações entre esses consumos e os comportamentos sexuais dos jovens. Método: Amostra: 1142 jovens de 9 cidades portuguesas, seleccionados por variação da RDS (Respondent‐driven sampling), em contextos recreativos. Instrumento: “Questionário de Caracterização da População” que integra o ECRIP ‐ Estudo da Cultura Recreativa como Instrumento de Prevenção, do IREFREA ‐ 2006. Resultados: Estes jovens têm hábitos regulares de diversão nocturna, preferencialmente ao fim‐de‐semana ( X = 6 horas/noite). As substâncias mais consumidas são: álcool, cannabis, cocaína e ecstasy e os jovens que consomem mais frequentemente estas substâncias têm hábitos recreativos nocturnos mais enraizados. Dos inquiridos, 83,3% já tiveram relações sexuais com uma média de 1,96 parceiros, no último ano. Destes jovens 51,0% teve relações sexuais sob o efeito de álcool e 22,9% sob o efeito de drogas. 46,7% dos jovens concordam que drogas e álcool os influenciam a terem relações sexuais desprotegidas e 8,2% afirma que já teve relações sexuais de que mais tarde se arrependeu devido ao seu consumo. Verificou‐se que os jovens que iniciaram mais cedo o consumo de álcool e drogas tiveram relações sexuais mais cedo do que os jovens que iniciaram esses consumos mais tarde. Conclusões: Verifica‐se uma prevalência elevada de consumo de álcool e drogas nos jovens que frequentam os ambientes recreativos nocturnos que se relaciona com a frequência desses contextos. Os jovens que mais consomem álcool e drogas são aqueles que mais adoptam comportamentos sexuais de risco: têm mais parceiros sexuais, iniciam a vida sexual mais cedo, têm mais relações sexuais desprotegidas e têm mais sexo sob a influência de álcool ou drogas. Página | 32
Sexualidade e qualidade de vida: A Utilização de Recursos de Educação Sexual pelos Estudantes Universitários Marilene Silva (1, 2) & Rute F. Meneses (2) (1) Escola Superior de Saúde do Instituto Piaget de Vila Nova de Gaia (2) Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – Universidade Fernando Pessoa, Porto [email protected] A vivência da sexualidade, uma base fundamental do desenvolvimento do indivíduo, tem mudado muito (Antunes, 2007; Nodin, 2001), verificando‐se diversos comportamentos sexuais de risco para a saúde dos jovens (OMS, 2006). Consequentemente, pretendeu‐se caracterizar um grupo de estudantes universitários quanto ao início da actividade sexual, frequência da Consulta de Planeamento Familiar e da assistência a sessões de educação para a saúde sobre temas ligados à sexualidade, fora do âmbito das disciplinas curriculares. Assim, foi administrado, em sala de aula, um Questionário Sócio‐demográfico, elaborado para o efeito, a 223 estudantes do 1.º ano do Ensino Superior da Escola Superior de Saúde do Instituto Piaget de Vila Nova de Gaia: 76,7% do sexo feminino, 91,9% entre 18 e 24 anos (amostra não probabilística acidental). Os resultados revelaram que 71,3% dos inquiridos já havia iniciado a sua actividade sexual. No entanto, apenas 25,5% frequentava no momento, ou havia frequentado no passado, consultas de Planeamento Familiar. Cerca de 70% raramente ou nunca havia assistido a sessões de educação para a saúde na área da sexualidade e apenas 2,2% referiu ter assistido muitas vezes a tais sessões. Quando muito se discute sobre a importância da educação sexual na vivência de uma sexualidade saudável e na diminuição dos comportamentos de risco, é fundamental reflectir sobre estes resultados. Respeitando a liberdade pessoal, compete aos profissionais de saúde, aos professores, à família e, em última instância, a cada cidadão, desenvolver esforços para que os jovens usufruam plenamente dos recursos da comunidade, de modo a viverem uma sexualidade responsável. Página | 33
Contexto laboral e qualidade de vida: Qualidade de Vida e Violência Psicológica em Enfermagem Elizabete Borges e Teresa Rodrigues Ferreira Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A actividade profissional do enfermeiro apresenta uma diversidade de agentes stressores (Milutinovice D, Jevtice M, 2008). Um dos stressores reconhecido pela sociedade actual é a violência psicológica no trabalho (Di Martino, 2008). Este fenómeno evidencia reflexo na qualidade de vida do trabalhador, da sua família, nas organizações e nas sociedades (Messeguer de Pedro et al, 2007). Este estudo teve como objectivos identificar factores ou variáveis psicossocias que se associam há violência psicológica no trabalho dos enfermeiros. MÉTODO: Trata‐se de um estudo transversal, exploratório e descritivo integrado no paradigma de investigação quantitativa. A população alvo são Enfermeiros/Alunos de Cursos de Pós‐
Licenciatura. A amostra é por151 enfermeiros Para além do questionário que elaborámos para recolha de dados psicossociais, utilizámos como instrumento NAQ‐R, (Einarsen & Raknes, 1997), traduzido por (Araújo, McIntyre & McIntyre, 2004). Calculando o coeficiente Alfa de Cronbach, obtivemos o valor de 0.865. RESULTADOS: Dos resultados preliminares obtidos salientamos que na amostra de 151 enfermeiros 84,8% eram do sexo feminino. Com uma idade média de 33,1 anos (DP= 5,659). A média de tempo de serviço na profissão foi de 10,3 anos. Trabalhavam em média 44,8 horas por semana, 65,6% eram enfermeiros graduados e 73,3% pertenciam ao quadro de pessoal da instituição. Os principais resultados dos actos negativos que os enfermeiros consideram corresponder à sua experiência, nos últimos seis meses, associam‐se a áreas como a da violência individual (intimidação), subvalorização e sobrecarga/rendimento de trabalho. Constatamos que 9,4% dos enfermeiros se identificam como vítimas. 42,8% dos enfermeiros a referirem ter experimentado muito stresse. Através do teste t, foram encontradas diferenças significtativas entre grupos, ao nível das várias dimensões do NACR, associados ao trabalho do enfermeiro. CONCLUSÂO: Enquanto, um processo multidimensional a violência psicológica no trabalho é um fenómeno global, com características de pandemia e em muitas das situações silencioso (DI MARTINO, 2008; KHALIL, 2008). Este fenómeno apresenta repercussões na qualidade de vida do trabalhador e da sua família, nas organizações e nas sociedades. Os resultados obtidos apontam para importância da prevenção primária. Página | 34
Contexto laboral e qualidade de vida: Empatia, Resiliência e Percepção de Stress em Enfermeiros Susana Rodrigues & Cristina Queirós Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] [email protected] Objectivos: A enfermagem é uma profissão desgastante, pois os profissionais desta área partilham emoções e experiências com doentes e familiares, sendo a relação enfermeiro‐
doente baseada na comunicação. No entanto devido à sobrecarga e ao stress enfrentado, a qualidade deste relacionamento pode estar comprometida. Apesar do stress, alguns profissionais conseguem resistir e estabelecer com o doente uma relação empática. Tentamos com este trabalho verificar se em enfermeiros existe correlação entre os traços de personalidade empatia e resiliência, bem como se estes traços estão correlacionados com a percepção de stress. Metodologia Participantes: 74 enfermeiros a exercerem funções em dois hospitais do distrito de Aveiro. Instrumentos: Questionário composto por vários grupos de questões, avaliando a resiliência através da escala construída por Coimbra e Fontaine (2008; Coimbra, 2008), a empatia através de uma tradução da Jefferson Scale of Physician Empaty (Hojat et al., 2001; Alcorta‐Garza et al., 2005) e a percepção de stress através da Perceived Stress Scale (traduzida e adaptada por Mota Cardoso et al., 2002). Procedimento: Auto‐preenchimento do questionário após autorização dos hospitais. Resultados e Conclusões: Os resultados foram consistentes com o esperado, verificando‐se que a empatia e a resiliência estão correlacionadas, bem como maiores níveis de empatia e resiliência estão associados a menores níveis de stress. Realça‐se a necessidade de intervir ao nível das instituições de saúde, no sentido de em função das características da personalidade de cada profissional e da sua percepção de stress e das condições de trabalho, o ajudar a interagir e enfrentar positivamente os desafios existentes. Página | 35
Comportamento e saúde em jovens: Consumo de Álcool na Adolescência M. R. S. Ferreira (1) e C. Paul (2) (1) Escola Superior de Enfermagem do Porto (2) ICBAS [email protected] A adolescência pode ser considerada como uma fase crucial na vida dos indivíduos, em termos de formação de hábitos de conduta e de modelos de socialização, transformando a segunda década da vida num período de transição. O desenvolvimento saudável dos adolescentes representa um aspecto muito importante na vida de qualquer comunidade, pois muitos dos comportamentos que fazem parte dos estilos de vida dos adolescentes (consumo de tabaco, álcool e drogas ilícitas, comportamentos sexuais de risco, alimentação não equilibrada, ausência de actividade física ou actividade física em grau reduzido, etc) podem influenciar, directa ou indirectamente, a sua saúde a curto ou a longo prazo. Objectivos: Analisar os hábitos de consumo de álcool dos adolescentes do ensino secundário. Resultados: Dos 680 adolescentes participantes 42,6% consomem álcool. A maioria (92,3%) não gostaria de deixar de beber, sendo a s razões apontadas categorizadas em sete categorias “Gosto de beber”, “Só bebo raramente”, “Não considero que faça mal beber”, “A bebida ajuda‐me a descontrair e ficar alegre”, “Não considero necessário, pois bebo pouco”, “Não sou viciado/a” e “Porque não passo dos meus limites”. Conclusão: O consumo de álcool e os problemas relacionados com a sua ingestão podem representar uma fase de transição na vida de muitos adolescentes, mas para outros podem ter consequências que põe em risco a sua saúde e o seu projecto de vida. É pois importante que se tomem medidas que visem inverter a tendência crescente do número de consumidores e do tipo e quantidade de consumo. Página | 36
Comportamento e saúde em jovens:
Os Acidentes Rodoviários: Um Problema de Saúde Pública nos Jovens Vanessa Azevedo; Ana Sara Ferreira; Daniela Oliveira; e Ângela Maia Grupo de Promoção da Saúde, Universidade do Minho [email protected]
A nível mundial os acidentes rodoviários matam por dia 3000 pessoas, sendo que em Portugal se registam anualmente cerca de 1000 vítimas mortais e milhares de feridos graves, muitos dos quais jovens. De facto, a principal causa de morte entre os jovens são os acidentes rodoviários. Neste trabalho será feita uma revisão das principais características das vítimas, os factores de risco que contribuem para a sinistralidade rodoviária em jovens, e as consequências a nível não só económico e social, como a nível da saúde física e psicológica. Considerando a necessidade de intervir neste problema de saúde pública, analisam‐se os programas e medidas que têm sido testados em vários países, bem como os resultados que se têm observado após a sua introdução. A ineficácia de uma parte significativa destes programas leva à necessidade de repensar as estratégias, nomeadamente ao nível da sua efectiva implementação junto de jovens. Neste sentido, o trabalho apresentado aponta algumas directivas quer no que se refere à necessidade de melhor conhecer as crenças e atitudes dos jovens Portugueses, quer à pertinência de repensar programas de promoção da saúde nesta população, de modo a que a questão da segurança rodoviária e a preservação da vida sejam reais nas estradas portuguesas. Página | 37
Comportamento e saúde em jovens: Consumo de Álcool e Drogas e Percepção da Saúde e Bem – Estar nos Jovens Portugueses que frequentam Ambientes Recreativos Nocturnos. Lurdes Lomba(1) ; João Apostolo(1) & Fernando Mendes(2) (1) Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (2) Présidente Institut de Recherche Européen des Facteurs de Risque chez l’Enfant et l’Adolescent [email protected] Objectivo: Caracterizar os jovens portugueses que frequentam ambientes recreativos nocturnos; explorar as relações entre a frequência desses locais e o consumo de álcool e drogas e analisar diferenças na percepção de saúde destes jovens consoante a frequência dos locais recreativos e o consumo dessas substâncias. Método: Amostra: 1142 jovens de 9 cidades portuguesas, seleccionados por variação da RDS (Respondent‐driven sampling), em contextos recreativos. Instrumento: “Questionário de Caracterização da População” que integra o ECRIP ‐ Estudo da Cultura Recreativa como Instrumento de Prevenção, do IREFREA ‐ 2006. Resultados: Estes jovens têm hábitos regulares de diversão nocturna, preferencialmente ao fim‐de‐semana ( X = 6 horas/noite). As substâncias mais consumidas são: álcool, cannabis, cocaína e ecstasy. Álcool e cannabis são mais consumidos pelo género masculino e os jovens mais novos consomem mais cannabis. Observa‐se um consumo mais frequente de tranquilizantes/sedativos, cannabis e cocaína nos jovens com escolaridade obrigatória. Os jovens que consomem mais frequentemente álcool, cannabis, cocaína e ecstasy têm hábitos recreativos nocturnos mais enraizados. A maioria dos jovens tem uma percepção positiva da sua saúde e sentem‐se bem globalmente. No entanto, os jovens com hábitos recreativos mais frequentes valorizam mais divertir‐se do que ser saudável e os que consomem mais tranquilizantes/ sedativos e mais ecstasy apresentam maior tendência para pensamentos suicidas. Conclusões: Verifica‐se uma prevalência elevada de consumo de álcool e drogas relacionada com a frequência dos contextos recreativos e uma sobrevalorização da diversão em relação à saúde pelos jovens que frequentam mais assiduamente estes locais. O consumo de substâncias não altera a percepção de saúde e bem‐estar destes jovens com excepção da idealização suicida que aumenta com o consumo de tranquilizantes e de ecstasy. Página | 38
Comportamento e saúde em jovens: Hábitos Alimentares e Saúde Maria dos Anjos Dixe(1), Helena Catarino(1), Pedro Gaspar(1); João Pedrosa (2), Sandra Rito(2); Paula Antunes(2), Ana Rita Costa(2), Sara Coelho(2) & Ana Filipa Oliveira (2) (1) docentes (2) alunos da Escola Superior de Saúde de Leiria [email protected] Vários são os autores que referem a extrema importância que têm os estilos de vida para o nível de saúde de uma população. O comportamento alimentar é um dos aspectos que influência de forma determinante a saúde (Gonçalves, 2006). Apesar de toda a informação disponível acerca de alimentação saudável, a dieta dos adolescentes é um assunto preocupante. Este estudo teve como principais objectivos caracterizar os hábitos alimentares dos estudantes do ensino superior determinar a frequência de consumo de alimentos saudáveis; caracterizar a prática de exercício físico e determinar os parâmetros antropométricos e clínicos dos estudantes do ensino superior. Metodologia: O presente estudo refere‐se a um estudo descritivo simples realizado em estudantes do ensino superior (área do turismo), durante os anos lectivos de 2007/2008 e 2008/2009. A amostra ficou constituída por 163 estudantes seleccionado por amostragem de conveniência. Para a recolha de dados foram utilizados o Instrumento de frequência alimentar constituído por 86 indicadores (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto); pratica de exercício físico e parâmetros antropométricos e clínicos. Resultados: A maioria dos participantes são do sexo feminino, com uma media de idades de 24 anos (DP=6). A maioria dos estudantes apresenta bons hábitos alimentares não só na frequência como tipo de alimentos, no entanto o IMG, em média no sexo masculino é de 17,7 % e no feminino é de 28% e o IMC nos primeiros é de 23,6 e nos segundos 23,8. Os parâmetros clínicos encontram – se dentro dos valores normais para a idade e sexo. A maioria pratica exercício físico. Conclusão: Apesar da literatura referir os maus hábitos alimentares da população estudantil os resultados deste estudo evidenciam boas práticas. Página | 39
Inclusão e promoção da qualidade de vida: Inclusão e Promoção da Qualidade de Vida Maria Isabel Silva Universidade Fernando Pessoa [email protected] O grande desafio de promover a qualidade de vida das populações implica o reconhecimento da existência de distintos contextos em que a exclusão é uma realidade, assim como da necessidade de neles produzir mudança. Tendo como referência um quadro conceptual em que o compromisso social, o desenvolvimento humano, a solidariedade e a cidadania são assumidos como elementos essenciais para a promoção da qualidade de vida das populações, apresentamos uma reflexão transdisciplinar sobre a importância dos esforços de inclusão neste domínio. Página | 40
Inclusão e promoção da qualidade de vida: Escola Inclusiva: Saúde Oral em Foco! Augusta Silveira, Cláudia Ribeiro, Inês Salcedo, Álvaro Campelo & Teresa Sequeira Universidade Fernando Pessoa; Grupo PRO‐QOL (CECLICO) [email protected] Contexto: O conceito de Escola inclusiva incentiva à diversidade, estando preparada para integrar todos os alunos independentemente das suas características individuais, enriquece as relações interpessoais e favorece a partilha da informação entre todos os sectores envolvidos na formação individual e colectiva das crianças e dos jovens. A Equipa de Saúde Escolar, está preparada para estabelecer a ponte entre as escolas e os serviços de saúde, disposta a mobilizar os recursos necessários à inclusão escolar. Objectivo: O objectivo desta comunicação é proceder a uma análise do conceito: Escola Inclusiva. Simultaneamente, pretende‐se analisar o impacto dos resultados de Saúde Oral no desenvolvimento de assimetrias sociais que afectem a inclusão escolar numa amostra constituída por crianças do concelho de Gondomar. Metodologia: Observaram‐se 38 crianças em idade escolar (7‐10 anos), pertencentes a escolas do Ensino Básico do concelho de Gondomar. Avaliação clínica: índices CPO‐D, ceo‐d, índice de Placa e índice CPI; quantificação na saliva de Streptococcus mutans, Lactobacillus e avaliação da capacidade tamponante; avaliação na placa de Streptococcus mutans. Análise e quantificação de hábitos alimentares: inquéritos e trabalho de campo. Resultados: No grupo de crianças avaliadas verifica‐se uma distribuição heterogénea dos parâmetros considerados. Destacam‐se relações entre a má condição oral e factores predisponentes, em particular os relacionados com a anatomia e fisiologia oral bem como as questões nutricionais e antropológicas. Conclusão: Os preconceitos culturais, sociais, étnicos ou religiosos, bem como uma condição física debilitada são barreiras à inclusão natural, evidentes desde a infância. Trabalhar as diferenças entre as crianças e jovens em idade escolar, permitirá um desenvolvimento mais salutar e aumentará a sua auto‐confiança numa perspectiva abrangente e acolhedora. Página | 41
Inclusão e promoção da qualidade de vida: Saúde e Estilos de Vida. A Escola como Espaço de Confronto entre Aprendizagens Formais e Informais na Nutrição Inês Salcedo*; Álvaro Campelo*; Augusta Silveira e Teresa Sequeira Grupo PRO‐QOL (CECLICO) – Universidade Fernando Pessoa * [email protected] ([email protected]); *[email protected] A qualidade de vida sanitária dos indivíduos está dependente dos seus estilos de vida. A interacção entre os comportamentos adquiridos desde os primeiros anos de vida no espaço familiar com o saber formal da frequência escolar é um factor decisivo para a definição de estratégias sanitárias de intervenção. Estudar os comportamentos socializados em espaços formais e informais extra‐escolares e integrá‐los criticamente na elaboração de uma política de saúde escolar, nomeadamente no campo da nutrição e da saúde oral, de forma participativa, elevará os padrões de qualidade de vida dos alunos. Objectivo: Identificar os saberes e práticas em nutrição e saúde oral das crianças no espaço familiar e definir uma estratégia de acção para uma educação em saúde oral a partir do espaço escolar. Metodologia: Estudo descritivo, piloto, numa amostra de crianças escolares do EB1 do Concelho de Gondomar. Estudo semi‐quantitativo com entrevistas semi‐estruturadas dirigidas a 39 crianças entre os 7 e os 11 anos de idade. Resultados: 2.6% identifica o Nutricionista; 75% consultou o Médico‐Dentista, 20,9% considera que evitar comer doces torna os dentes mais saudáveis; 46,8% prefere a publicidade televisiva sobre doces e bebidas; 10,4% refere consumir os produtos publicitados; 35,1% diz escovar os dentes para os ter limpos; 20.2% para evitar a cárie; 72,7% refere que os Pais são os que decidem os produtos alimentares e de higiene em casa. Conclusões: As respostas da população estudada revelam a influência da socialização familiar, bem como os discursos e comportamentos alimentares e de saúde oral, da comunidade envolvente. Para alterar os comportamentos socializados e estilos de vida conducentes a graves deficiências sanitárias no campo nutricional e na saúde oral, a escola apresenta‐se como espaço de excelência. Desta forma, a transmissão de conhecimentos em saúde oral e na alimentação deveria ser uma preocupação permanentemente nas políticas de ensino. Para a elaboração e execução de uma política de saúde oral na escola deverá ser chamada toda a comunidade educadora, juntamente com profissionais especializados nas áreas a que a problemática se refere. Página | 42
Inclusão e promoção da qualidade de vida: Obesidade e Exclusão: Qual o Peso desta Realidade na Qualidade de Vida dos Doentes? Isabel Silva (1), José Luís Pais‐Ribeiro (2) & Helena Cardoso (3)
(1) Universidade Fernando Pessoa (Grupo PRO‐QOL, CECLICO); Núcleo de Psicologia e Cirurgia de Obesidade da SPCODM (2) Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação ‐UP (3) Hospital Geral de Santo António; ICBAS ‐ UP [email protected] O presente estudo teve como objectivos analisar a percepção de estigmatização/discriminação em pessoas com diagnóstico de obesidade; e analisar a relação entre essa percepção de funcionamento social e a saúde mental desses indivíduos. Participantes: 134 indivíduos com diagnóstico de obesidade; 87,3% do sexo feminino; com uma idade média de 42,38 (DP=11,63); com um Índice de Massa Corporal médio de 43,95 (DP=6,53). Material: Foram administrados o SF‐36 e o IWQOL‐Lite. Procedimento: Os participantes responderam aos questionários no contexto de uma entrevista pessoal, após consentimento informado. RESULTADOS ‐ 57,9% dos participantes referem que, devido ao seu peso, são ridicularizados, gozados ou recebem atenção indesejada; 66,1% referem que, devido ao seu peso, se preocupam se vão caber em assentos em lugares públicos (cinemas, teatros, restaurantes, carros, aviões); 54,5% consideram que, devido ao seu peso, se preocupam se vão conseguir passar em corredores estreitos, esquinas e portas giratórias; 72,7% referem preocupar‐se em escolher cadeiras suficientemente fortes para aguentarem o seu peso; e 50,4% sentem‐se discriminados pelos outros por causa do seu peso. A percepção de discriminação/estigma revelou estar significativa e negativamente correlacionada com a qualidade de vida destes doentes ao nível do funcionamento social e da saúde mental (p<0,05). O estigma e discriminação associados à obesidade estão significativa e negativamente relacionados com a qualidade de vida destes doentes. Urge a caracterização desse estigma/discriminação no sentido de se desenvolverem programas de intervenção mais focalizados no que é considerado relevante para os doentes, programas mais eficazes e que permitam promover a sua qualidade de vida. Página | 43
Inclusão e promoção da qualidade de vida: Design Inclusivo aplicado à Edificabilidade Pedro Santiago Universidade Fernando Pessoa [email protected] Análise de edifícios do ponto de vista da acessibilidade e mobilidade de utilizadores condicionados fisicamente. Se os edifícios, com principal destaque para os públicos, são desenhados para uma ampla gama de indivíduos com características e capacidades diferenciadas, o seu desenho terá imperativamente que ser inclusivo, intuitivo, flexível, eficiente e confortável. Deverá oferecer espaços e dimensões apropriados para interacção, alcance, manipulação e uso, independente do tamanho, postura ou mobilidade do utilizador. Pretende‐se através desta análise lançar conceitos de desenho inclusivo que permitam melhorar a qualidade geral do edificado. Todos nós experimentamos dificuldades nos espaços em que vivemos, resultantes de situações de inadaptação das características do meio construído face às nossas necessidades. Edifícios públicos, como por exemplo equipamentos de saúde, onde a mobilidade é extremamente relevante, continuam a oferecer condições muito precárias à acessibilidade. Os graus de mobilidade numa edificação são caracterizados pela capacidade de movimentação individual dos utilizadores e pelos obstáculos a essa mesma mobilidade. Desde o acesso exterior até às barreiras físicas interiores, um sem número de níveis de dificuldade à movimentação tornam um edifício inclusivo na sua globalidade ou naturalmente selectivo de utentes. Num contexto de um país como Portugal, que apresenta um índice progressivo de envelhecimento da população, à semelhança da Europa, o desenho inclusivo torna‐se imperativo. É urgente uma nova atitude por parte de arquitectos, promotores, gestores no sentido de adoptarem soluções técnicas que permitam a participação e a inclusão das pessoas com mobilidade condicionada. Página | 44
Inclusão e promoção da qualidade de vida: Cidade Inclusiva Luís Pinto de Faria Universidade Fernando Pessoa [email protected] Objectivo: O objectivo desta comunicação é proceder a uma análise do conceito «Cidade Inclusiva» a partir da confrontação das noções de «Design Inclusivo» e de «Cidade Sustentável» no contexto do novo planeta urbano. Contexto: Apesar do conceito de «acessibilidade» ter sido durante muito tempo percebido como uma necessidade exclusiva das pessoas portadoras de deficiência, hoje é já evidente que esta noção tem de ser alargada não só a idosos e crianças como também à generalidade da população. De facto, ao longo da vida de um cidadão comum há grande probabilidade deste vir a experimentar determinadas debilidades físicas que, ainda que pouco relevantes e passageiras, podem resultar numa incapacidade real para interagir com o seu espaço de trabalho ou de lazer. Também para estes, qualquer objecto de uso quotidiano, um edifício ou mesmo uma cidade pode transformar‐se rapidamente num factor de exclusão social, de desconforto ou mesmo de risco. Num momento em que mais de 50% da população habita em cidades, este conceito de «Design Inclusivo» terá de ser integrado metodologicamente nas novas estratégias de desenvolvimento urbano, assumindo definitivamente o seu lugar no complexo e indissociável tecido de fenómenos que constituem o novo planeta urbano. Conclusão: Equacionar a noção de «Design Inclusivo» no contexto do espaço urbano implica necessariamente questionar a sustentabilidade social, económica e ambiental desse mesmo espaço. A Cidade Inclusiva implica uma planeamento estratégico holístico, social e ambientalmente consciente, ética e tecnicamente eficiente, por modo a garantir às gerações actuais, bem como às vindouras, uma acessibilidade plena (física e cultural) a todos os cidadãos, independentemente da sua faixa etária, condição física ou económica. Página | 45
Padrões de qualidade dos contextos de aprendizagem: Trajectórias de Enriquecimento Educativo na Adultez: Ligações com a Qualidade de Vida Laura Gil Costa (1, 2) & Diogo Lamela (2) (1) Centro Novas Oportunidade de Santo Tirso, Portugal; (2) Universidade do Minho, Portugal. [email protected] Em Portugal, actualmente, centenas de milhares de adultos estão a recorrer a várias modalidades de educação para aumentar ou verem reconhecidos os seus conhecimentos científicos, técnicos e profissionais adquiridos ao longo das suas carreiras. Este enriquecimento educativo pode levar a melhoria das condições de trabalho, rendimento financeiro, na motivação profissional e em sentimentos de competência e de controlo das suas trajectórias educativas. O presente estudo teórico tem como finalidade rever os principais contributos nacionais e internacionais sobre o tema, mais especificamente perceber e levantar hipóteses sobre como o aumento da escolaridade pode ter impacto na melhoria das condições reais de vida, bem como na promoção de novos percursos de maior qualidade de vida, pautados por novos padrões comportamentais de ajustamento. Assim, este estudo tenta compreender, tendo por base estudos internacionais já realizados, os mecanismos entre o enriquecimento educativo na idade adulta e o aumento da qualidade de vida. No final, são apresentadas, por um lado, orientações para os técnicos sociais e saúde para potenciação dos resultados da educação de adultos e, por outro lado, algumas linhas de investigação futura a realizar no contexto português. Página | 46
Padrões de qualidade dos contextos de aprendizagem: Saúde e Rendimento Académico nos Estudantes da Universidade do Minho: Percepção de Áreas Problemáticas Ana Sofia Elias, Vanessa Azevedo e Ângela Maia Grupo de Promoção da Saúde, Universidade do Minho [email protected] O principal objectivo deste estudo consistiu na identificação/caracterização das principais preocupações/áreas de saúde percepcionadas pelos estudantes da Universidade do Minho como interferindo na sua adaptação e rendimento escolar. Este estudo foi realizado com 139 participantes, estudantes universitários das Licenciaturas em Medicina, Educação e Engenharia, a frequentar o segundo, o quarto e o quinto anos. Foi utilizado o inquérito “Estilos de Vida, Saúde/Doença, Bem‐Estar e Qualidade de Vida” (Elias, Azevedo & Maia, 2008), formado por vinte e três itens que cobrem dimensões como o stress, dores de cabeça, dificuldades com o sono e a alimentação, doença crónica, entre outros. Após a recolha, os dados foram analisados recorrendo ao programa estatístico SPSS 14.0 for Windows. Os resultados evidenciam que as áreas nas quais os estudantes sentem mais dificuldades são o stress e a ansiedade (associadas à gestão do tempo e a apresentações em público) e as dores de cabeça. Os participantes revelaram ainda dificuldades ao nível da gestão da alimentação, do padrão de sono e da adopção e manutenção de estilos de vida saudáveis. Em contraponto, o consumo de substâncias, a sexualidade e a doença crónica não são áreas percepcionadas como problemáticas. Estes resultados indicam importantes pistas de acção e intervenção no contexto universitário que suportam a pertinência de oferecer serviços de apoio psicológico e desenvolver actividades com vista à promoção da saúde, numa perspectiva preventiva, com o objectivo de responder às necessidades manifestadas pelos estudantes e assim contribuir para o sucesso da sua integração e realização académica. Página | 47
Padrões de qualidade dos contextos de aprendizagem: Educação para a Saúde: o Papel do Multimédia – Apresentação de um Caso Prático (filme em 3D). Teresa Pinto; António Piedade & Pedro Pinto Take The Wind, Núcleo de Investigação e Desenvolvimento [email protected]; [email protected]; [email protected] A saúde, como um conceito positivo, implica um estado completo de bem‐estar e não apenas a ausência de doença. A Educação para a Saúde deve, pois, dotar os seus públicos de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções adequadas, ou seja, que promova o seu empowerment. Essas decisões devem basear‐se em informações claras e acessíveis, sem moralismos ou veios políticos. Apesar do aumento da procura de informação nestas áreas, a Europa tem andado afastada da Ciência, com sinais de falta de interesse e de motivação, sobretudo por parte dos mais novos. O Multimédia, pelas suas características intrínsecas, introduziu‐se com intensidade no dia‐a‐dia e na aceitação dos indivíduos, sem escolher idades. Porque não utilizá‐lo na promoção da Saúde e da Ciência? Neste contexto, apresentamos o casestudy “Potencial de Acção e Epilepsia”, com o qual mostramos como é possível visualizar de forma atractiva conceitos fisiológicos que exigem uma grande capacidade de abstracção. Palavras‐chave: Educação para a Saúde, Educação Científica, Multimédia, Vídeos 3D. Página | 48
Padrões de qualidade dos contextos de aprendizagem: O pensamento de Paterson & Zderad: um Trilho Pedagógico para o Bem‐
Estar e o Estar Melhor dos Estudantes de Enfermagem H I V M Fernandes (1) & M C Barbieri (2) (1) Doutoranda em Educação, pela Universidade Lusófona do Porto, Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] (2) Doutora em Ciências de Enfermagem, Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A percepção da qualidade da vida académica do estudante varia de acordo com o momento, a situação, as circunstâncias que rodeiam a situação de aprendizagem e as eventualidades da sua vida. A partir desta ideia reflectimos sobre o método pedagógico emergente da teoria Enfermagem Humanista de Josephine Paterson e Loretta Zderad, cuja finalidade é compreender o acto de cuidar como o ponto, em torno do qual se desenvolve o cuidar‐
cuidando na dialéctica do Eu – Outro, pela relação interpessoal. E desenvolvemos um estudo qualitativo, fenomenológico e descritivo baseado em Van Manen (1997). Como propõem Paterson e Zderad, durante as estratégias pedagógicas procuramos manter a mesma atitude de ser e de estar com estudantes como a que temos com pacientes, pois o objectivo é sempre mesmo: compreender o que essa pessoa (paciente, estudante) “é” e tentar estabelecer com ela uma relação no aqui e no agora, para que cada um alcance o bem‐estar e o estar melhor. Com estudantes da licenciatura em enfermagem (10) integrada em aulas teóricas, teórico‐
práticas na prática clínica de Enfermagem Pediátrica, em 2005‐2006, utilizamos estratégias pedagógicas activas centradas na experiência vivida oriunda da prática clínica, de histórias de vida que originaram a reflexões individuais (40). Da análise de conteúdo emergiu que os estudantes desenvolveram a consciência do cuidar do Eu‐Outro, a empatia, a responsabilidade e que nas interacções interpessoais fundamentam a auto‐valorização, identidade, aceitação de si e do outro, obtendo subsídios para a sua realização social, pessoal e profissional e por conseguinte atingem qualidade na vida académica. Palavras‐chave: Enfermagem, Humanização, Cuidar, Ensinar, Aprender, Qualidade. Página | 49
Poster A vivência da Adolescência com Escoliose: Qualidade de Vida Física e Psicossocial Ariana M. Lopes e Marina S. Lemos [email protected] A escoliose coloca desafios adicionais ao adolescente, potenciando a experiência de dificuldades físicas e psicossociais e a necessidade de adaptar‐se aos tratamentos. O presente estudo integra um projecto mais vasto que procura compreender a influência da escoliose na vida dos adolescentes e teve os seguintes objectivos: (i) examinar a qualidade de vida de adolescentes com escoliose e as identificar dimensões afectadas; (ii) analisar comparativamente a qualidade de vida de adolescentes com escoliose e sem problemas físicos; (iii) avaliar a influência do tipo de tratamento na qualidade de vida destes adolescentes; (iv) identificar as principais dificuldades sentidas por estes adolescentes. A amostra incluiu um grupo clínico composto por 31 adolescentes com escoliose, de idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos e um grupo de comparação composto por 43 adolescentes sem problemas físicos. A qualidade de vida dos adolescentes foi avaliada através da escala PedsQL‐Pediatric Quality of Life Inventory 4.0 e do auto‐relato das principais dificuldades, recorrendo a uma mini‐ entrevista semi‐estruturada. Os resultados evidenciaram que os adolescentes com escoliose tinham uma qualidade de vida significativamente inferior à dos adolescentes sem problemas físicos, no domínio físico e emocional, e relatavam sentimentos de medo e preocupação com futuro bem como dificuldades físicas, emocionais, sócio‐relacionais e de aparência física. Alguns destes adolescentes mostraram‐se capazes de auto‐gerar estratégias para minimizar as dificuldades, sugerindo pistas para o apoio neste tipo de problemática. Não se verificaram diferenças associadas ao tipo de tratamento cirúrgico ou conservador. Estes resultados apoiam uma melhor organização de serviços para esta população. Página | 50
Poster Qualidade de Vida e Preferências Terapêuticas no Fim da Vida Jorge Cunha (1); & M. C. Almeida (2) (1) Enfermeiro Especialista, Mestre em Bioética, Hospital Distrital de S. João da Madeira (2) Professora‐Adjunta, Mestre em Psicologia, Escola Superior de Enfermagem do Porto. [email protected]; [email protected] Entre as diversas questões éticas aplicadas aos cuidados de saúde, a problemática da tomada de decisão no fim da vida tem ocupado um lugar de destaque, uma vez que a morte é frequentemente precedida de intervenções clínicas em ambiente hospitalar e por vezes o doente está incapaz de tomar decisões sobre os cuidados que recebe. Em muitas situações crónicas e degenerativas, o resultado dos cuidados de saúde não é a cura ou a melhoria da qualidade de vida, mas o prolongamento do sofrimento e o adiamento do processo de morte. Este trabalho é um estudo exploratório de carácter descritivo, cujo objectivo consiste em conhecer a perspectiva das pessoas, previamente competentes, sobre as opções terapêuticas no fim da sua vida, no sentido de contribuir para o desenvolvimento de saberes, passíveis de melhorar os cuidados de saúde e o bem‐estar dos doentes em fim de vida. Participaram no estudo 96 profissionais de saúde, sendo 38 médicos e 58 enfermeiros, constituindo uma amostra de conveniência. Como instrumento de avaliação utilizamos o questionário “Preferências de tratamento no fim da Vida”. Os resultados indicam que o grupo em estudo apresenta um nível moderado de preferências de tratamento de suporte se este não contribui para reverter a situação de doença ou melhorar a qualidade de vida, rejeitando o prolongamento artificial da vida. Verificamos ainda a influência de factores demográficos e profissionais sobre as opções de tratamento no fim da vida. Página | 51
Poster Contextos de Aprendizagem de Enfermagem de Família no Ensino Clínico Hospitalar L. Andrade (1); J. Martinho (2) & C. Barbieri (3) (1) Assistente do 2º Triénio da Escola Superior de Enfermagem do Porto –E‐mail: [email protected] (2) Professora Adjunto da Escola Superior de Enfermagem do Porto – E‐mail: [email protected] (3) Professora Coordenadora da Escola Superior de Enfermagem do Porto – E-mail: [email protected]
A investigação realizada pretende dar a conhecer de que forma os alunos do 3º Ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem Cidade do Porto,
integram a família nos cuidados que desenvolvem em contexto hospitalar. Foi nosso propósito com este estudo contribuir para o desenvolvimento de conhecimentos que visem a melhoria e qualidade da prática da enfermagem de família. Sendo nossos objectivos: descrever os domínios onde incide a reflexão dos alunos de CLE em contextos de ensino clínico; identificar as temáticas que os alunos consideram importantes na enfermagem de família e que foram passíveis de experiência na sua prática cuidativa no ensino clínico. Optou‐se por uma abordagem qualitativa. Dos 44 alunos do 3º ano do CLE, constituiu‐se uma amostra aleatória de 12 alunos. Procedeu‐se a uma análise documental dos diários de aprendizagem por eles produzidos no decurso deste ensino clínico. Foram analisados 187 diários de aprendizagem. Os dados obtidos foram submetidos a análise de conteúdo. Os resultados do trabalho permitiram concluir que: •
No 1º semestre, os alunos no ensino clínico hospitalar preocupam‐se quase que exclusivamente com procedimentos técnicos e um saber teórico de suporte à prática que desenvolvem. •
No 2º semestre, os alunos tem uma visão da família muito mais abrangente porque para além de considerarem a “família como contexto facilitador de cuidados” abordam em diversos diários a “família como unidade de intervenção”. •
O contexto de trabalho onde se inserem pode propiciar experiências que desenvolvam e consolidem saberes nesta área. Página | 52
Poster Adaptação do instrumento “School‐age Children´s Self‐reported Stress Symptoms” à população portuguesa. Márcia Cruz, Lígia Lima, Conceição Reisinho e Fernanda Carvalho Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A complexidade de cuidados de saúde a que as crianças estão cada vez mais sujeitas, tem suscitado o interesse pelo estudo das suas reacções nos cuidados de saúde. O stress enquanto reacção normal da criança aos cuidados de saúde, pode comprometer o seu bem‐estar (Barros, 1999) e a eficácia dos próprios cuidados. Possuir um instrumento de auto‐relato acessível e adequado à criança e que retratasse as manifestações de stress neste período de desenvolvimento, esteve na base da construção do "School‐age Children's Self‐Reported Stress Symptoms" (Sharrer & Ryan‐Wenger, 2002). Sendo um instrumento de fácil e breve aplicação parece constituir‐se como um bom instrumento a introduzir na prática profissional em Portugal. O objectivo deste estudo foi o de testar a adequação do instrumento à nossa população, procurando identificar aspectos comuns e possíveis especificidades relacionadas com factores socioculturais ou educacionais. Depois de ter sido obtida dos autores a devida autorização, a escala foi traduzida da língua original ‐ Inglês Americano ‐ para Português e submetida a uma retro‐tradução. Foi posteriormente analisada, em termos de equivalência conceptual e linguística, utilizando a reflexão falada, tendo participado neste processo especialistas das áreas da Língua Portuguesa, da Psicologia e da Enfermagem Pediátrica, para além de uma amostra de 20 crianças com idades entre os 7 e os 12 anos. Para a elaboração da versão final dos itens foram considerados todos os aspectos assinalados relativamente a possíveis dificuldades de compreensão, ambiguidades e problemas de interpretação. Durante os meses de Janeiro e Fevereiro pensamos proceder à aplicação da versão portuguesa do instrumento numa amostra pertencente a instituições de ensino do Distrito do Porto, para estudar as suas características psicométricas. Página | 53
Poster Ansiedade, Depressão e Burnout em Enfermeiras Melani Silva, Cristina Queirós & Susana Rodrigues Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] [email protected] [email protected]
Objectivos: A enfermagem é considerada uma profissão stressante e geradora de ansiedade. O stress no trabalho e o burnout são encarados como um problema psicossocial actual, preocupando a comunidade científica e as entidades governamentais, empresariais e sindicais, devido à severidade das suas consequências individuais e organizacionais. Tentamos com este trabalho conhecer os níveis de ansiedade, depressão e burnout em enfermeiros dos cuidados de saúde primários de um distrito do interior norte do País, bem como correlacionar os níveis de ansiedade e burnout. Metodologia: Participantes‐ 48 enfermeiras a exercerem funções em três Centros de Saúde da zona de Bragança. Instrumentos: Questionário composto por vários grupos de questões, avaliando a ansiedade através da Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS, versão portuguesa elaborada por Pais‐Ribeiro et al., 2006) e o burnout através do Maslach Burnout Inventory (MBI, versão para investigação desenvolvida por Manita, 2003). Procedimento: Auto‐preenchimento do questionário após autorização dos centros de saúde. Resultados e Conclusões: Os resultados obtidos revelaram pouco burnout, mas ansiedade e depressão elevadas, existindo uma correlação mais forte da ansiedade com as dimensões do burnout exaustão emocional e despersonalização. Encontramos mais ansiedade e burnout em enfermeiras mais jovens, solteiras, sem filhos, menos experientes na profissão, com contratos de trabalho a tempo certo e que percepcionam a sua profissão como instável. A depressão não se correlaciona de forma tão forte com o burnout, sendo maior em enfermeiras casadas, com filhos, mais experientes na profissão, com contratos de trabalho com vínculo e que percepcionam a sua profissão como estável. Página | 54
Poster Qualidade de Vida dos Profissionais de Enfermagem Da UTI Adulto E UTI Neonatal: uma abordagem fundamentada nas dimensões de Flanagan Priscilla Inocêncio Rodrigues Ribeiro Shostilaine Castro [email protected] Qualidade de vida é mais que simplesmente a ausência ou presença de saúde, abrange também educação, saneamento básico, acesso a serviços de saúde, satisfação e condições de trabalho, além de outros aspectos. O estudo de natureza quali‐quantitativo foi realizado junto à equipe de enfermagem de duas unidades de terapia intensiva (neonatal e adulto), em um hospital público do Rio de Janeiro, Brasil. Fizeram parte da amostra trinta e sete (37) profissionais de enfermagem de UTI neonatal, amostra que denominamos, aqui, Grupo T e vinte e dois (22) da UTI adulto, denominada Grupo A e, cujos participantes seleccionados aceitaram espontaneamente colaborar com a pesquisa; após informações sobre os cuidados éticos. O procedimento para colecta de dados constou da distribuição da Escala de Qualidade de Vida de Flanagan aos participantes para auto‐aplicação e recolhimento posterior. O estudo objectivou verificar significado(s) de qualidade de vida para os profissionais de enfermagem; identificar as dimensões da qualidade de vida mais valorizadas pelos mesmos e explorar relação entre escores de qualidade de vida obtidos pelos profissionais da UTI adulto e UTI neonatal. Os dois grupos mostraram resultados similares quanto aos significados e dimensão de qualidade de vida mais valorizada. Os escores totais apresentaram uma avaliação positiva de qualidade de vida dos dois grupos, entretanto demonstraram diferença no nível de qualidade de vida entre as duas equipes de enfermagem. Página | 55
Poster Avaliação da Qualidade de Vida de Pacientes portadores de Esclerose Múltipla, através do Instrumento Genérico SF‐36 Priscilla Inocêncio Rodrigues Ribeiro Rogério de Rizo Morales Carlos Henrique Martins da Silva [email protected] Foram pesquisados 23 pacientes atendidos no ambulatório do Centro de Estudos Triangulinos em Esclerose Múltipla da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e clínicas particulares de Neurologia e Neurocirurgia do município de Uberlândia, Brasil. Após o consentimento livre e esclarecido dado pelo próprio paciente e autorização do médico responsável pelo paciente, foi aplicado uma entrevista com protocolo previamente estabelecido pelos autores e o questionário SF‐36. O grau de comprometimento funcional foi avaliado pelo Dr. Rogério de Rizo Morales durante a consulta médica, de acordo com a Expanded Disability Status Scale (EDSS). Os pacientes foram divididos em grupos, conforme o nível de comprometimento funcional. Os escores obtidos foram analisados e permitiram chegar às seguintes conclusões: a avaliação da qualidade de vida em portadores de Esclerose Múltipla, através do instrumento genérico SF‐36, nesta cidade, apresentou um impacto negativo na qualidade de vida dos portadores de Esclerose Múltipla, tanto no aspecto físico quanto psicossocial; a Expanded Disability Status Scale (EDSS) está fortemente relacionada com os domínios de capacidade funcional e componentes físicos, moderadamente com domínios de vitalidade e estado geral da saúde e pobremente com mentais e sociais; pacientes com EDSS <3,5 apresentaram escores menores no domínio referente aos aspectos emocionais quando comparados com os de EDSS> 4,0, mostrando uma adaptação do paciente para enfrentar a doença, ou a baixa sensibilidade do SF‐36 para este domínio. Página | 56
Poster Proposta de um Plano Assistencial de Enfermagem direccionado ao Paciente portador de Esquizofrenia Alinne Arcoverde Teixeira & Kleane Maria da Fonseca Azevedo Araújo [email protected] A esquizofrenia é um transtorno psíquico, sendo considerada uma das mais sérias entre as doenças mentais. Caracteriza‐se por uma perturbação da personalidade e perda da capacidade para interferir na realidade. Nesse contexto escolheu‐se propor uma assistência voltada para esse público uma vez que a enfermagem pode e deve exercer a plenitude do seu saber científico. O objectivo do estudo é construir uma proposta de Sistematização de Assistência de enfermagem ao portador de esquizofrenia assistido no Centro de Atenção Psicossocial. O tipo de estudo foi estudo de caso com abordagem qualitativa, a amostra foi constituída de dois pacientes com diagnóstico de esquizofrenia assistidos no Centro de Atenção psicossocial em um município da Paraíba, local da realização do estudo. A colecta de dados aconteceu no período de novembro de 2007, foi utilizado um roteiro elaborado baseado no protocolo de saúde mental. Os diagnósticos de enfermagem e as intervenções propostas foram construídos de acordo com o Carpenito‐Moyet (2006). Foram elaborados planos individuais com o objectivo de oferecer uma Assistência de Enfermagem de qualidade e humanizada; proporcionando dentro das possibilidades a solução dos problemas identificados para que haja o maior nível de bem‐estar e qualidade de vida para os pacientes portadores de esquizofrenia. As características definidoras mais encontradas no estudo foram: agressividade, tentativa de suicídio, autolesão isolamento social que leva a uma actividade de recreação deficiente, comunicação prejudicada e ansiedade. Diante desses achados julgamos necessário fortalecer as orientações para portadores de esquizofrenia, familiares e profissionais enfatizando a melhoria para qualidade de vida reduzindo riscos advindos do transtorno mental, enfatizamos aqui a importância de observar, ouvir, avaliar de maneira individualizada para que possibilitem estratégias de intervenções especificas. Palavras‐chaves: Assistência de Enfermagem, CAPS. Esquizofrenia. Página | 57
Poster Adesão ao Tratamento da Diabetes em Adolescentes: Ambiente Terapêutico e Factores Clínicos. Sofia A. Garrett & Marina S. Lemos [email protected] De acordo com a Teoria da Auto‐Determinação de Ryan e Deci, a percepção do paciente sobre a experiência das sessões terapêuticas pode influenciar a adesão ao tratamento da diabetes. Entende‐se por ambiente terapêutico, a atitude do terapeuta, que pode preponderantemente estimular a autonomia do paciente, ou actuar de um modo mais directivo. Assim, averiguar a percepção dos adolescentes sobre o ambiente terapêutico permitirá analisar a sua influência sobre a adesão ao tratamento da diabetes. Examina‐se, ainda, a influência das variáveis individuais idade, tempo de doença e idade de diagnóstico na qualidade do ambiente terapêutico e nas medidas de adesão. Os 30 participantes (14 do sexo masculino) foram seleccionados considerando os seguintes critérios: diagnóstico de Diabetes Tipo 1 e cientes do mesmo; não hospitalizados; idade compreendida entre os 11 e os 19 anos. Foi administrado o Questionário de Percepção do Cliente sobre o Ambiente Terapêutico (Q.P.C.A.T.). Avaliou‐se a adesão através do auto‐relato da frequência do seguimento do tratamento e do valor de HbA1c. Os resultados da presente investigação sugerem que o ambiente terapêutico percepcionado pelos adolescentes como estimulador da autonomia, parece conduzir à adesão a cuidados positivos de saúde. Por sua vez, o auto‐relato do seguimento do tratamento e a percepção do ambiente terapêutico são significativamente diferentes, em função da idade dos sujeitos. No nosso estudo, o tempo de doença e a idade de diagnóstico parecem ser factores individuais relevantes na adesão ao tratamento. Em conclusão, o ambiente terapêutico e os factores individuais devem ser considerados na organização dos serviços de prestação de cuidados aos adolescentes portadores de diabetes. Página | 58
Poster Roteiro de Intervenção em Grupo para o Combate do Stress Ocupacional em Estagiários na Área da Saúde Rui Nunes‐Costa & Cátia Von Doellinger Universidade do Minho, Portugal [email protected] A agência Europeia para a Segurança e Saúde no trabalho de 2002 mencionava que 28% dos trabalhadores da União Europeia referiam estar afectados pelo stress ocupacional. Este problema envolvia mais de 40 milhões de trabalhadores dos então 15 estados‐membros da UE. O stress ocupacional tem repercussões ao nível dos gastos empresariais, cuidados de saúde, assim como a aumentos dos níveis de absentismo devido a doença. A investigação empírica sobre o stress ocupacional tem corroborado estes dados, apontando ainda para um aumento vulnerabilidade do operariado a acidentes de trabalho (Cruz, Gomes & Melo, 1997). O estágio supervisionado, fase inicial de uma carreira profissional, é um momento pilar na maturação e qualificação profissional e pessoal dos jovens em formação. Como qualquer transição, a entrada no estágio profissional exige a realização de um conjunto de tarefas e a adaptação a novas rotinas, esperando‐se por parte do estagiário mudanças qualitativas assim como ganhos quantitativos significativos (Stoltenberg, 1993). Desta forma vê‐se necessário o desenho de uma intervenção, preventiva ou remediativa, para a saúde física e mental de alunos em anos de estágio. Esta comunicação destina‐se à apresentação de uma proposta de intervenção em grupo para alunos a estagiar em áreas de prestações de cuidados. Nesta intervenção pretende‐se, por um lado, avaliar a relação indivíduo‐local de estágio e, por outro, fornecer directrizes para uma intervenção ao nível das relações que se estabelecem neste local, a participação e autonomia do estagiário, para os papéis profissionais e para a relação estagiário‐ambiente de trabalho. Desta forma, pretende‐se que o sujeito explore as suas competências para lidar com potenciais fontes de stress. Página | 59
Poster Influência de dimensões da vinculação na prestação e aceitação de cuidados em relações românticas Rui Nunes‐Costa, Ana Ferreira, Daniela Oliveira, Rita Rodrigues & Tânia Nunes Universidade do Minho, Portugal [email protected] Da teoria de Shaver, Hazan e Bradshaw (1988) emerge a premissa de que o amor romântico surge da interacção de três sistemas comportamentais independentes: o sexual, o de vinculação e o de caregiving. O presente estudo ambiciona verificar se dimensões do sistema de vinculação de um dos parceiros – ansiedade e evitamento têm impacto nos sistemas de caregiving e careseeking do outro, partindo do pressuposto que novas relações com significativos podem alterar os modelos operantes internos e a prestação e aceitação de cuidados de um indivíduo. Da amostra inicial faziam parte quinze díades que, ao responderem individualmente ao ECR (Brennan, et al. 1998), foram reduzidas a dez díades (n=10). A cada díade foi solicitado que, em conjunto, conversasse acerca da informação contida em quatro cartões com diferentes temas, sem nenhuma ordem pré estabelecida e sem limite de tempo. Os cartões abordavam questões sobre o relacionamento no presente, perspectivas para o futuro da relação e apresentavam ainda situações hipotéticas de separação da díade. As informações contidas nos cartões tinham como finalidade a activação do sistema de Vinculação, gerando mal‐estar nos membros da díade o que os fariam recorrer aos companheiros (encarados como base‐segura) em busca de cuidados. Toda a situação foi registada audiovisualmente e, posteriormente, cotadas as interacções de cada díade pelo meio de grelhas de cotação construídas para o efeito. Não foram encontradas relações significativas entre as dimensões avaliadas e os sistemas de caregiving e careseeking. Sugerem‐se designs metodológicos mais robustos que contemplem medidas que avaliem outros constructos adoptados pela teoria da vinculação, tais como os modelos operantes internos. Página | 60
Poster A Abordagem Holística do Cuidado de Enfermagem na Doença de Huntington Thatiana Octaviano [email protected] O trabalho visa estabelecer um plano de assistência para o indivíduo portador de Doença de Huntington e orientações a seus cuidadores, em especial a família. Traz ainda ao conhecimento dos profissionais da saúde essa doença degenerativa pouco comum, a partir de amplo levantamento bibliográfico em bases diversas incluindo LILACS, MEDLINE e SCIELO em fontes diversas como artigos, tratados e livros num espaço de tempo ampliado até 15 anos de publicação, visto que publicações sobre a patologia são raras. Conclui‐se, a partir do referencial teórico levantado, que o grande desafio da enfermagem é prestar cuidados que ofereçam uma melhor qualidade de vida para este doente, fazendo as intervenções necessárias mediante os problemas levantados e, principalmente, aplicando a essas intervenções a visão holística e a humanização, trabalhando lado a lado com a família, o que se faz essencial. Palavras‐chave: enfermagem, doença de Huntington, doenças degenerativas. Página | 61
Poster A Dependência Tabágica e a sua Relação com a Assertividade e a Alexitimia nos Doentes com Enfarte Agudo do Miocárdio Vânia Rocha, Marina Prista Guerra & Maria Júlia Maciel
[email protected] O tabagismo é um problema de saúde pública que tem uma repercussão acentuada nas doenças cardiovasculares (Rebelo, 2004), sendo desencadeado e mantido por certas variáveis psicossociais, nomeadamente a falta de assertividade e os afectos negativos (Guerra, Viana, Fernandes & Maciel, 2007). Este estudo apresenta como objectivo geral, a avaliação do tipo preponderante de dependência tabágica (fisiológica e comportamental) nos doentes com enfarte agudo do miocárdio, propondo‐se analisar a relação entre este e a assertividade e alexitimia. A amostra é constituída por 30 sujeitos do sexo masculino, entre os 40 e os 67 anos, internados no serviço de cardiologia do Hospital de S. João com o diagnóstico de enfarte agudo do miocárdio e que apresentam o tabagismo como factor de risco cardiovascular. Foram aplicados o Teste de Fagerström para a Dependência Nicotínica, o Questionário de Glover‐
Nilsson para a Dependência Comportamental, a Escala de Assertividade de Rathus e a Escala de Alexitimia de Toronto – 20 itens. Os resultados indicam que não há um tipo preponderante de dependência tabágica e que um terço da amostra é alexitímica, assumindo‐se a falta de assertividade como uma característica predominante. A alexitimia encontra‐se relacionada com a dependência comportamental e a assertividade, o que sugere que ao terem dificuldades em expressar assertivamente as suas emoções, os sujeitos tornam‐se incapazes de gerir afectos negativos e situações de stresse adequadamente, recorrendo ao tabagismo como mecanismo de coping. Deste modo, deve incidir‐se, nas intervenções de cessação tabágica com doentes cardíacos, ao nível das competências sociais e da expressão e regulação emocional. Página | 62
Poster O PAPEL do SF‐36V2 em Indivíduos com Queixa de Zumbidos Avaliação da Qualidade de Vida Vasco Oliveira (1,2) & Rute F. Meneses (3) (1) Consulta de O.R.L. – HMR1 Porto (2) ESTSP‐Instituto Politécnico do Porto (3) FCHS – Universidade Fernando Pessoa [email protected] Introdução: Os indivíduos com queixas de zumbidos relatam que estes interferem consideravelmente na sua vida. Objectivo: Comparar a Qualidade de Vida (QdV) de indivíduos com queixas de zumbidos com a QdV da população geral Portuguesa. Método: Foram auto‐administrados um Questionário Sócio‐demográfico e Clínico e a versão portuguesa do SF‐36v2 a 74 indivíduos com zumbidos seguidos em Consulta de ORL: 37 homens; M=55,6 anos (DP=13,7) de idade; e M=7,1 anos (DP=4,5) de escolaridade. Resultados: A utilização do Score z para comparação da amostra clínica com as normas portuguesas permitiu concluir que existem diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos dois grupos, sendo mais evidentes na Função Social e Saúde em Geral. Conclusão: Os resultados confirmam que os indivíduos com zumbidos têm uma pior QdV do que os indivíduos sem zumbidos, o que reforça a necessidade de avaliar sistematicamente a QdV dos indivíduos com zumbidos, de modo a optimizar os cuidados (biopsicossociais) que lhes são prestados. Palavras‐chave: Zumbidos, Qualidade de Vida, SF36v2 Página | 63
Poster Adaptação ao Divórcio: PApi – Grupo de Intervenção em Grupo para a Promoção da Qualidade de Vida em Pais Divorciados Diogo Lamela, Maria Castro & Bárbara Figueiredo Universidade do Minho
[email protected] Este estudo teve como objectivo investigar o impacto de um programa de intervenção desenvolvimental com pais divorciados na melhoria da adaptação à dissolução do casamento. Como estratégias de intervenção, Pais por Inteiro propõe a utilização do treino de competências de comunicação, interacção e de gestão de conflito, da criação de um espaço de partilha e discussão emocional, do auxílio na melhoria da relação coparental dos pais com o ex‐cônjuge e técnicas de planificação de um plano eficaz para responder às necessidades desenvolvimentais de todos os membros da família. A adaptação ao divórcio é conceptualizada como o resultado de adequados sistemas externos de suporte social, da utilização de estratégias de coping, do desenho de novos projectos e objectivos de vida e de uma relação não conflituosa com o ex‐cônjuge. A amostra era constituída por 16 participantes, divididos pelo grupo experimental (n=8), que foi sujeito à intervenção e grupo de controlo (n=8). Para avaliar os níveis de adaptação foi usado Divorce Adjustment Inventory‐Revised (Portes, Smith & Brown, 2000). Os grupos mostraram semelhanças nas características sócio‐demográficas e no instrumento de auto‐relato no pré‐teste. Os resultados evidenciaram uma melhoria (a) entre o pré e o pós‐teste na adaptação ao divórcio no grupo experimental e (b) no ajustamento ao divórcio pós‐teste. Estes resultados preliminares evidenciam a potencialidade do Pais por Inteiro (PApi) como uma ferramenta de intervenção válida para a promoção da qualidade de vida e da adaptação em adultos divorciados. Página | 64
Poster Será que há Diferenças de Género na Adaptação e na Qualidade de Vida após Divórcio? Diogo Lamela, Lúcia Lopes, Luísa Guimarães, Rita Teixeira, Maria Castro & Bárbara Figueiredo Universidade do Minho [email protected] O divórcio é dos principais stressor na adultez, capaz de produzir mudanças significativas nas trajectórias desenvolvimentais dos adultos que o experienciam. Há relativo consenso científico sobre a definição de adaptação ao divórcio. A adaptação é caracterizada por diminuídos níveis de sintomatologia psicopatológica, níveis adequados de saúde física e emocional, por um funcionamento social ajustado e por novos projectos e objectivos pessoais. No entanto, este consenso termina quanto às diferenças de género nos níveis de adaptação do divórcio. O presente estudo, pioneiro em Portugal, tem como finalidade examinar se existem diferenças entre homens e mulheres na transição adaptada a este momento. A amostra é constituída por 50 adultos (28 mulheres e 22 homens) que divorciaram, no máximo, nos dois meses anteriores à participação no estudo. Para avaliar a adaptação ao divórcio foi utilizado o Divorce Adjustment Inventory‐Revised (Portes, Smith & Brown, 2000) que mede, entre outros, os níveis de funcionalidade do adulto na relação que mantém com o ex‐cônjuge, as estratégias de resolução de problemas e as redes de suporte social e tem sido usado para detecção precoce e tratamento do mau ajustamento à dissolução conjugal. Os resultados que não existem diferenças significativas ao nível da adaptação ao divórcio entre homens e mulheres. Estes resultados vão de encontro com as principais revisões de literatura sobre o tema que evidenciam que não existem diferenças significativas entre o género e o bem‐estar e a qualidade de vida após o divórcio. Página | 65
Poster Qualidade de Vida em Contexto Laboral Elizabete Borges & Teresa Rodrigues Ferreira Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] O trabalho de enfermagem integrado, no contexto multidisciplinar de saúde, apresenta riscos profissionais que interferem na qualidade de vida dos profissionais. Constatamos que a qualidade de vida é essencial para a vivência e realização do trabalhador, compreendendo a importância existente entre qualidade de vida no trabalho e ganhos em saúde. Este estudo teve como objectivos descrever a qualidade de vida nos enfermeiros e identificar a relação entre factores psicossociais e qualidade de vida dos enfermeiros. MÉTODO Trata‐se de um estudo transversal, exploratório e descritivo integrado no paradigma de investigação quantitativa. A população alvo são Enfermeiros/Alunos de Cursos de Pós‐
Licenciatura. A amostra é constituída por todos os enfermeiros (N=151) que aceitaram participar no estudo. Para além do questionário que elaborámos para recolha de dados psicossociais, utilizámos como instrumento SF36. O coeficiente Alfa de Cronbach para as diferentes dimensões apresentou valores compreendidos entre 0,687 e 0.901. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dos resultados preliminares obtidos salientamos que numa amostra de 151 enfermeiros 84,8% eram do sexo feminino. Com uma idade média de 33,1 anos (DP= 5,659). A média de tempo de serviço na profissão foi de 10,3 anos. Trabalhavam em média 44,8 horas por semana, 65,6% eram enfermeiros graduados e 73,3% pertenciam ao quadro de pessoal da instituição. No que se refere, aos principais resultados obtidos através do SF36, as escalas que apresentam valores mais elevados foram a Função Física (M=73,34; DP=26,60) e a Dor Física (M= 70,16; DP=22,98) sendo o valor médio mais baixo a Saúde em Geral (M=50,17; DP=20,31). Através do Teste t encontramos diferenças estatisticamente significativas entre subescalas e as variaveis sexo, classes de idade, categoria profissional e motivação com o serviço. CONCLUSÂO: Constatamos que a qualidade de vida é essencial para a vivência e realização dos enfermeiros. Os resultados obtidos apontam para o papel decisivo que os Serviços de Formação e de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho devem assumir na promoção da qualidade de vida dos trabalhadores. Página | 66
Poster Qualidade de Vida em Pessoas com Úlcera de Perna Crónica de Etiologia Venosa: Relevância das Condições Sócio‐Demográficas e Económicas Rui Pereira Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A presente comunicação enquadra‐se no seio de uma investigação mais vasta intitulada: “Avaliação da Qualidade de Vida em Pessoas com Feridas Crónicas: O Caso dos Doentes com Úlcera de Perna de Etiologia Venosa.”. Os objectivos fundamentais são a descrição e análise das condições sócio‐demográficas e económicas encontradas, bem como da sua influência na QV destas pessoas. No que concerne à metodologia, esta encerra uma dinâmica descritiva e correlacional, com base num estudo quantitativo aplicado a 79 utentes que preencheram os critérios de inclusão definidos, dos quais se destaca: estarem inscritos num dos Centros de Saúde da ULS Matosinhos e apresentarem pelo menos um registo electrónico no SAPE de diagnóstico de úlcera venosa activo à pelo menos três meses. Tratou‐se de um estudo de cariz transversal, tendo a aplicação do instrumento de colheita de dados decorrido em Junho de 2008. Utilizou‐se um formulário composto por duas partes distintas, uma inicial que visava uma caracterização inicial e uma segunda que recorreu à versão Portuguesa do CWIS (ESQUEMA CARDIFF DE IMPACTO DE FERIDA©). Os resultados apontam no sentido de que estabelecer uma relação evidente e objectiva entre os factores sócio‐demográficos e económicos e que em regra são claramente desfavoráveis e a existência de Úlcera de Perna Crónica. No entanto não se verifica idêntica relação linear entre estas mesmas condições e avaliação global do estado de saúde em geral, da QV e da satisfação com a mesma de um modo particular. Conclui‐se portanto que na óptica da optimização da QV destas pessoas e num paradigma holístico do cuidar, os enfermeiros deverão atender e considerar a influência destas dimensões, procurando com os utentes e famílias as medidas de remediação adequadas. Página | 67
Poster Qualidade de Vida no Transplante Cardíaco Fátima das Dores da Cruz*, Fernando Bacal, Philipe Vieira Pires, Sandrigo Mangini, Vitor Oliveira Carvalho, Edimar Alcides Bocchi *Enfermeira da Unidade de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco Instituto do Coração ‐ HCFMUSP ‐Brasil O transplante cardíaco é uma terapia indicada no tratamento da insuficiência cardíaca quando os recursos farmacológicos não são eficientes. Entretanto, após o transplante cardíaco, os efeitos colaterais atribuídos aos imunossupressores, bem como as comorbidades decorrentes da própria cirurgia ou dos medicamentos, podem alterar a qualidade de vida. A avaliação da qualidade de vida torna‐se fundamental, no intuito de resgatar as dimensões em prejuízo e potencializar as que se encontram preservadas, identificando elementos que possam subsidiar ações dos profissionais, buscando resultados positivos e aprimorando os procedimentos terapêuticos. Avaliamos a qualidade de vida através do instrumento “Minnesota Living With Heart Failure” nos pacientes submetidos a transplante cardíaco ortotópico. Objectivos: Avaliar a qualidade de vida do paciente após transplante cardíaco comparando com os pacientes com o diagnóstico de insuficiência cardíaca. Métodos: Analisamos a comparação da qualidade de vida de 51 pacientes submetidos a transplante cardíaco ortotópico e 51 pacientes com o diagnóstico de insuficiência cardíaca. Transplantados: Sexo: Masculino 38 (86,3%) pts; Feminino 3 (32,1%) pts; Idade: 46,6±24,2 anos; Tempo de TC: 5,2±4,9 anos; VO2: 19±2 ml/kg/min; Insuficiência Cardíaca: Sexo: Masculino 44; Feminino 7 (31%); Idade: 50,45±11,7 anos; VO2: 14,6±6,52 ml/kg/min; Gated: FEVE: 31,8±9,8 % Os pacientes foram submetidos ao instrumento Minnesota Living with Heart Failure Questionaire que compreende um questionário de 21 questões com pontuação que varia de 0 a 5 com resultado final de 0 a 105 pontos. Resultados: A avaliação de qualidade de vida dos pacientes transplantados mostrou dimensão emocional: 4,9±7,2, dimensão física: 8±11 e resultado final: 20±19,9, comparado com a dimensão emocional: 12±6,4, dimensão física 15±7,3 e resultado final: 51,9±18,7 dos pacientes com insuficiência cardíaca (p=0,0001). Conclusão: Observa‐se que o transplante cardíaco proporcionou melhora significativa da qualidade de vida dos pacientes. A análise da qualidade de vida pode determinar a importância do acompanhamento e monitorização dos pacientes, focalizando as necessidades clínicas, educacionais, sociais e psicológicas. Página | 68
Poster Qualidade de Vida na Insuficiência Cardíaca Correlacionada ao Sexo Fátima D. Cruz*, Angélica de Sousa, Kelly Alves, Suelen Daiane, Elisangela O. Freitas, Sandrigo Mangini, Edimar A. Bocchi *Enfermeira da Unidade de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco Instituto do Coração ‐ HCFMUSP ‐Brasil A insuficiência cardíaca é uma síndrome de elevada morbidade e mortalidade, o que compromete a qualidade de vida de seu portador. Avaliamos a qualidade de vida no sexo feminino e masculino medida pelo enfermeiro através do instrumento Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire em paciente com insuficiência cardíaca. Métodos: Foram analisados 221 pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca CF I a IV (NYHA), no período de 1999 a 2004. Sexo: Masculino 150 (67,7%) pcts Feminino 43 (32,1%) pcts , Idade: 50,8±11,7 anos Os pacientes foram divididos em 3 faixas etárias (20‐40; 40‐60; 60‐80 anos), submetidos ao instrumento Minnesota Living with Heart Failure Questionaire que compreende um questionário de 21 questões com pontuação que variam de 0 a 5 com resultado final de 0 a 105 pontos. Conclusão: A qualidade de vida na insuficiência cardíaca é limitante para ambos os sexos, e na pesquisa realizada mostrou que nas diferentes faixas etárias comparando homens e mulheres não apresentou dados significativos Página | 69
Poster O Peptídeo Natriurético tipo B pode ser preditor de Qualidade de Vida em Pacientes com Insuficiência Cardíaca. Fátima das Dores da Cruz*, Fernando Bacal, Philipe Vieira Pires, Sandrigo Mangini, Vitor Oliveira Carvalho, Edimar Alcides Bocchi *Enfermeira da Unidade de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco Instituto do Coração ‐ HCFMUSP ‐Brasil Introdução: O peptídeo natriurético tipo B (BNP) é útil no diagnóstico e prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca (IC). À medida em que o tratamento clínico é otimizado e a melhora clínica ocorre, a tendência é haver queda no nível sérico do BNP, bem como melhora na qualidade de vida dos pacientes. O objetivo do presente estudo é avaliar a relação entre o nível sérico de BNP e a qualidade de vida em pacientes com IC. Métodos: Foram analisados 83 pacientes (65 homens) acompanhados no período de 11/03/02 a 01/06/04. Foi dosado o BNP e, logo após, no mesmo dia, aplicado o instrumento de qualidade de vida Minessota (Minessota Living with Heart Failure Questionaire). Resultados: O resultado do BNP foi de 286±30 (pg/ml) e a avaliação da qualidade de vida mostrou: dimensão física: 12±12, dimensão emocional: 7±7, resultado final: 23±21. A análise regressão mostrou um R= 0,40 e p= 0,0004. 50
y = 0,0 158 x + 7,45 31
40
R 2 = 0 ,17 48
30
20
10
0
0
50 0
1 000
15 00
Conclusão: O BNP pode prever qualidade de vida em pacientes com IC, ainda que com baixa relação. Porém, em pacientes com BNP ≥ 500, esse parece ser um forte preditor de qualidade de vida. Página | 70
Poster Religiosidade e Qualidade de Vida na Insuficiência Cardíaca Fátima das Dores da Cruz*, Fernando Bacal, Philipe Vieira Pires, Sandrigo Mangini, Vitor Oliveira Carvalho, Edimar Alcides Bocchi *Enfermeira da Unidade de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco Instituto do Coração ‐ HCFMUSP ‐Brasil Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença grave e de alta mortalidade. A relação entre religiosidade e/ou espiritualidade e saúde tem sido sugerido em investigações recentes, onde foi demonstrado a sua influência no estado físico e mental das pessoas. A religião e as crenças pessoais e espirituais são uma fonte de conforto e bem‐estar, e tem influência na cognição, afetividade e motivação. Indivíduos que oram regularmente e possuem práticas religiosas, podem apresentar melhora no sistema imunológico, ou seja, adoecem menos, e quando doentes, superam melhor a enfermidade. Sugere‐se também que pessoas com fé podem apresentar redução na incidência de doenças cardiovasculares, câncer, hipertensão arterial, além do tempo de sobrevivência maior no caso de doenças graves, como câncer e o HIV. Esta prática pode ser considerada uma importante aliada para as pessoas que sofrem e/ou estão doentes. Objetivo: Avaliar a religiosidade e/ou espiritualidade e correlacionar com a qualidade de vida pelo questionário Minnesota ( Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire) em pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca. Métodos: Foram estudados 20 pts (14 masculino), com idade de 55±8 anos com diagnóstico de insuficiência cardíaca (NYHA), fracção de ejecção VE: 31,8±9,8 %, VD: 28,3±10,7%, VO2: 14,6±6,52 m/kg/min; submetidos a um questionário de religiosidade e espiritualidade com 9 questões somando um escore de 0 a 90 pontos, correlacionando com o resultado final da qualidade de vida medido pelo instrumento Minnesota. Resultados: O indicie de religiosidade apresenta um escore de 84,8±8,8 correlacionado com a qualidade de vida de 32,1±28,5 ( p< 0,0001). Conclusão: A religiosidade e/ou espiritualidade pode estar correlacionada com melhor qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca. Página | 71
Poster Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde e Produção Científica: O Caso da Diabetes e da Úlcera de Perna de Etiologia Venosa Ana Isabel Soares de Pinho Vilar & Rui Pedro Gomes Pereira Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] O conceito Qualidade de Vida (QV) é um constructo amplo e abstracto que abrange vários aspectos da vida humana e que pode assumir diferentes significados, dependendo da dimensão em análise e da perspectiva que a norteia. Na saúde, a preocupação com a QV e com a forma singular como esta é percepcionada, é relativamente recente, começando a ser alvo de discussão e de debate sobretudo a partir da definição de saúde advogada pela OMS. Sendo um indicador que tem vindo a marcar presença crescente em inúmeros estudos científicos, a Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde (QVRS), permite‐nos uma perspectiva mais abrangente do estado de saúde, que se alicerça no sentimento de bem‐estar e não na ausência de doença. De facto, a percepção da pessoa sobre a sua QV, vem sendo considerada como complemento a indicadores tradicionais na avaliação e monitorização de necessidades em saúde, considerando‐se que as complexas interacções físicas, emocionais e sociais estão implicadas no desenvolvimento das doenças e influenciam os resultados obtidos com os tratamentos. A avaliação da QV pode, portanto, providenciar informação valiosa acerca do equilíbrio físico, mental e social da pessoa que vivencia situações de transição e de crise provocada pela doença, podendo ser usada na prática clínica e na tomada de decisão política. Neste contexto, o presente trabalho pretende estudar a produção científica publicada em bases de dados nos últimos anos sobre Saúde, Diabetes e Úlceras de Perna de Etiologia Venosa, através da análise de artigos com o termo QV como uma das palavras‐chave. Página | 72
Poster A Pessoa Portadora de Diabetes Mellitus Tipo 2 e a Qualidade De Vida: Importância das Condições Sócio‐Demográficas e Clínicas Ana Isabel Soares de Pinho Vilar & Wilson Abreu Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] Este estudo, parte de uma investigação mais ampla com o tema: “Adesão ao Regime Terapêutico e Qualidade de Vida da pessoa portadora de Diabetes tipo 2: Análise dos resultados como suporte à decisão em governação clínica”, tem como objectivos: conhecer a qualidade de vida (QV) auto‐percebida das pessoas portadoras de diabetes mellitus tipo 2 e perceber as relações entre QV e condição sócio‐demográfica e clínica. Trata‐se de um estudo quantitativo, descritivo‐correlacional, com uma população de 594 diabéticos tipo 2 seguidos num centro de saúde da ULS de Matosinhos. A amostra (de conveniência) é composta por 106 sujeitos (17,9%), com consulta de Enfermagem entre Abril e Julho de 2008. Foram utilizados dois questionários, um de caracterização sócio‐demográfica e clínica e outro de avaliação da qualidade de vida: “Perfil de Saúde da Diabetes (DHP)” (Ferreira e Neves, 2002). Este último foi desenhado para avaliar a disfunção psicossocial e comportamental em indivíduos com diabetes, permitindo avaliar a qualidade de vida auto‐percebida através de sub‐escalas, que assumem valores que oscilam entre 0 e 100. Para o tratamento utilizaram‐se as estatística descritiva e inferencial. Resultados: Os valores encontrados apontam para percepções satisfatórias de QV. Já a Hba1c e outros parâmetros clínicos apresentam valores superiores aos preconizados no PNPCD, encontrando‐se associações estatisticamente significativas entre algumas variáveis estudadas. Conclusões: A QV autopercebida não parece ser afectada pelos valores elevados dos parâmetros clínicos analisados. A educação sobre a gestão do regime terapêutico assume crucial importância no desenvolvimento da autonomia e capacidade de auto‐gestão da diabetes e das suas complicações. Página | 73
Poster Tradução e Adaptação para a População Portuguesa do Questionário de Saúde Mental Positiva (QSM+) Carlos Sequeira & José Carlos Carvalho Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A literatura refere uma escassa atenção às dimensões positivas da saúde mental das pessoas. Em termos positivos, entende‐se a saúde mental como um estado de funcionamento óptimo do ser humano, o que salienta a importância da promoção das qualidades da pessoa na optimização do seu potencial (Lluch, 2001). Trata‐se de um estudo exploratório, em que se procede à tradução e adaptação para a população portuguesa do “Questionário de Saúde Mental Positiva” (QSM+), de Lluch (2003). No processo de tradução seguiu‐se a metodologia habitual, com a tradução da versão espanhola para português e retroversão da versão portuguesa para o espanhol (original). A validade de conteúdo foi efectuada com recurso a seis peritos na área de saúde mental e a validade de critério com recurso ao “Inventário de Saúde Mental (Ribeiro, 1999). A amostra é constituída por 220 alunos do curso de Licenciatura em Enfermagem. Em termos de resultados, verifica‐se que o QSM+ apresenta uma boa consistência interna (alfa de Cronbach = 0,92). Através da análise factorial identificam‐se seis factores: Satisfação pessoal; Atitude pró‐social; Auto‐controlo; Autonomia; Capacidade de resolução de problemas e Habilidades de relação interpessoal. Os resultados de teste‐reteste (0,87) e da análise concorrente com o inventário de saúde mental (0,56) são positivos. Contudo, é necessário continuar a desenvolver o estudo deste instrumento ou a desenvolver novos estudos, com o intuito de verificar a consistência dos resultados psicométricos encontrados, de modo a possibilitar a sua generalização. A avaliação dos aspectos positivos da saúde mental constitui‐se como um recurso determinante para a promoção da saúde das pessoas, privilegiando‐se um modelo de saúde mental positiva, em detrimento de um modelo centrado na doença. Página | 74
Poster Formar em Enfermagem: Do Locus de Controlo à Concepção dos Cuidados Márcia Cruz Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A problemática da identidade profissional, tem sido alvo da reflexão de vários autores e cada vez mais dos enfermeiros, dada a grande evolução da profissão nas últimas décadas. É imperioso reflectir sobre quem são, o que são e para onde caminham. Isso exige reflexão sobre o passado (evolução), as conquistas sociais realizadas, a formação passada e actual, os comportamentos, atitudes e concepções dos profissionais. Por outro lado, é fundamental assumir as áreas da sua exclusiva responsabilidade, reiterando a autonomia e promovendo as competências exigidas. Com este estudo pretendemos validar duas escalas de avaliação das concepções atribucionais que os enfermeiros têm para o seu desempenho (factores de locus interno/locus externo), e da importância atribuída ao domínio técnico e relacional nos cuidados de enfermagem. As duas escalas, desenvolvidas com base em pressupostos teóricos, foram submetidas a reflexão falada e posteriormente foram ministradas a 300 enfermeiros de dois hospitais públicos da cidade do Porto. A sua validação passou pelo processo de avaliação das suas qualidades psicométricas (poder discriminativo dos itens, estrutura factorial e consistência interna). A Escala de Concepção do Desempenho Profissional traduziu‐se em dois factores (depende de mim‐ Locus interno / depende das circunstâncias – Locus externo). A Escala de Concepção da Importância da Técnica/Relação revelou dois factores, um do domínio das intervenções da área da comunicação/relação e outro do domínio das intervenções técnicas/instrumentais. A produção da identidade é um processo em permanente mutação que emerge da confrontação entre o que é transmitido pelos aspectos sociais e culturais e entre o que é produzido pelo próprio enfermeiro, através da sua formação técnico‐científica, da sua experiência profissional e pessoal. Neste sentido a formação, poderá representar o primeiro passo promotor dessa interiorização, na medida em que a conceptualização do exercício profissional passa pelo domínio teórico e prático dos modelos de exercício. Assim, estas escalas poderão possibilitar uma primeira avaliação junto dos enfermeiros contribuindo para ajustar e planear acções de formação contribuindo para a reflexão sobre os comportamentos, atitudes e concepções dos profissionais e seu consequente desenvolvimento. Página | 75
Poster Burnout e Estado Emocional em Médicos Mónica Oliveira* & Cristina Queirós* * Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected] [email protected] Objectivos: Stress e burnout estão associados, sendo o burnout conceptualizado como a fase final de stress profissional crónico, apresentando três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal. Das profissões de saúde, os médicos têm sido estudados pelas condições de stress decorrentes das situações emocionalmente intensas que enfrentam no seu quotidiano. Apresentam também elevada prevalência de suicídio, depressão, problemas conjugais e profissionais, o que contribui para a vulnerabilidade psicológica destes profissionais. Tentamos com este trabalho conhecer a prevalência do burnout em médicos, caracterizar o seu estado emocional e analisar a relação entre estas variáveis em função de dados sóciodemográficos. Metodologia: Participantes: 88 médicos de vários serviços de um Hospital do Grande Porto. Instrumentos: Questionário composto por um grupo de questões relativo a dados sociodemográficos e profissionais, e também à análise da satisfação e motivação laborais. O burnout foi avaliado pelo Maslach Burnout Inventory (Maslach & Jackson, 1997) e o estado emocional pela Affect Balance Scale de Bradburn e Noll (1969, cit.in Corcoran e Fischer, 2000). Procedimento: Questionário anónimo, auto‐preenchido, distribuído e recolhido com autorização escrita da Direcção do Hospital. Resultados e conclusões: Os médicos apresentaram níveis baixos de burnout, encontram‐se satisfeitos e motivados e revelam estados emocionais positivos, bem‐estar psicológico e algum humor/felicidade. As emoções positivas correlacionam‐se com a realização pessoal e com a satisfação e motivação profissionais e o burnout correlaciona‐se negativamente com estas duas variáveis. Concluiu‐se que emoções positivas, satisfação e motivação profissionais são factores protectores no desenvolvimento do burnout. Página | 76
Poster O Conto Infantil: Uma Vereda para a Qualidade do Aprender a Cuidar em Enfermagem H I V M Fernandes (1) & M C Barbieri (2) (1) Doutoranda em Educação, pela Universidade Lusófona do Porto, Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] (2) Doutora em Ciências de Enfermagem, Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A literatura é a expressão da metáfora da vida e do homem e da sua ligação mais significativa ao mundo. A leitura do conto infantil proporciona a reflexão que se corporaliza na história, possibilita ao estudante tornar‐se um experimentador do texto, oferece‐lhe um espaço plural e aberto para viajar no universo de entes, coisas, posturas, gestos, encaminhando‐o para o que está encoberto ou ausente do consciente. No conto infantil procuramos pela estrutura discursiva, facultar e extrapolar do universo concreto para submergir na construção do imaginário do cuidar‐cuidando em pediatria, proporcionando aos estudantes múltiplos olhares sobre o cuidar. A partir desta ideia contextualizamos o conto infantil (e.g. O pássaro da alma, A operação de Lili) em dinâmicas de grupo com a finalidade do estudante compreender o acto de cuidar em pediatria na dialéctica da relação intersubjectiva do Eu – Outro. No final das quais os participantes realizaram reflexões individuais. Desenvolvemos um estudo qualitativo, fenomenológico e descritivo baseado em Van Manen (1997). Participaram voluntariamente 10 estudantes da licenciatura em enfermagem, integrada na prática clínica de Enfermagem Pediátrica, em 2005‐2006, todos eles pretendiam entender‐se, enquanto pessoas. Da análise de conteúdo das 40 reflexões emergiu que o conto infantil encantou os alunos, guiou‐os para o mundo da criança em situação de fragilidade, proporcionou‐lhes múltiplos olhares sobre o cuidar pediátrico. Contribuíram para estabelecer a relação com o outro a partir do simbólico, na dialéctica do imaginário (aluno, autor, personagens) e a realidade do (re)conhecer do cuidar do outro. Palavras‐chave: Enfermagem, Humanização, Conto infantil, Ensinar, Qualidade. Página | 77
Poster Avaliação de um Programa de Educação Sexual numa Escola Portuguesa M. Abreu; S. Oliveira; T. Martins; T. Rodrigues; M.R. Grilo; E. Borges; E. Bulcão Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] A escola é provavelmente o lugar onde a educação sexual (ES) se desenvolveu mais nestes últimos anos, sendo os enfermeiros muitas vezes convidados pelas escolas a participar. A avaliação do programa de ES é um importante instrumento para melhorar a sua qualidade. Os objectivos deste estudo foram: (i) avaliar o impacto de um programa de educação sexual a nível dos conhecimentos sobre saúde sexual. Metodologia: Trata‐se de um estudo exploratório‐descritivo, de natureza predominantemente quantitativa, realizado numa escola pública do Porto, onde foi desenvolvido o programa supracitado, planeado por uma equipe de professoras da Escola Superior de Enfermagem do Porto. A colheita de dados foi realizada mediante aplicação de um questionário, contendo questões abertas e fechadas, que forneceu informações sobre a percepção dos estudantes acerca do programa de educação sexual e dos seus conhecimentos sobre os riscos relacionados com a saúde sexual, decorreu em Março de 2008. Resultados: A população foi constituída por 147 adolescentes de ambos os sexos, todos os que participaram no programa, com uma idade média de 14.4 anos, que frequentavam o 9º ano de escolaridade, pertencentes a um nível socioeconómico médio (40.8%) e elevado (39.5%). Aproximadamente 11% dos adolescentes referiram já ter iniciado a actividade sexual. Salientamos o facto de todos os participantes (100%) terem referido o preservativo como medida preventiva para preservar a sua saúde sexual e de 91.8% não considerarem a abstinência sexual uma medida preventiva para preservar a mesma. Conclusão: Os resultados deste estudo indicam que o programa permitiu que a escola respondesse às necessidades dos alunos em termos de saúde sexual. Este programa deve continuar a ser desenvolvido nas escolas, contribuindo para que os jovens vivenciem a sua sexualidade de uma forma saudável. Página | 78
Poster Crenças sobre a Violência Conjugal: Influência de um Plano Formação nos Estudantes de Enfermagem. C Alegre, L Paiva, J Carvalho, A Poço, S Soares, & J Tavares Escola Superior de Enfermagem de Coimbra [email protected] Este estudo enquadra‐se projecto: (O)Usar & Ser Laço Branco que procura informar, sensibilizar e educar jovens através dos seus pares para prevenirem e combaterem a violência nas relações de intimidade. O processo é sustentado nas metodologias de Paulo Freire e educação por pares com ênfase na participação e no empowerment dos jovens, de forma a protegerem a sua saúde e a da comunidade. (Harden, et al, 2001; Delp et al, 2005). De acordo com o ICN (2001:5) “ os enfermeiros, (…), podem ter um poderoso efeito na redução da violência e na promoção da cultura da não‐violência”. Enquanto futuros enfermeiros podem contribuir para práticas institucionais e comunitárias promotoras de uma cultura de igualdade de oportunidades e de cidadania. O projecto inclui um plano de formação que foi iniciado e terminado com a avaliação das crenças sobre violência conjugal com este estudo pretendemos: Conhecer as crenças dos estudantes face à violência conjugal Compreender a influência do processo formativo na tolerância/aceitação desta violência Metodologia: estudo descritivo – análise estatística. População: Estudantes 3º Ano CLE Amostra: Não probabilística Instrumento de recolha de dados: Escala de Crenças sobre Violência Conjugal Resultados/conclusões: Os estudantes eram predominantemente do sexo feminino; idade média 22 anos; 28,6% residiam com os pais. A escolaridade dos pais situa‐se ao nível do ensino básico. Foi identificado um conjunto de crenças que legitimam, normalizam e banalizam a violência conjugal. Verificou‐se que o grau de tolerância/aceitação dos estudantes quanto à violência conjugal é baixo. Página | 79
Poster Promovendo a Resiliência Familiar… Estudo de Caso Nuno Filipe Inácio (1) e Tiago Coelho (2) (1) Enfermeiro da USF Faria Guimarães – Porto (2) Aluno da Escola Superior Enfermagem do Porto [email protected]‐saude.pt; [email protected] Perante famílias que lidam com uma diversidade de problemas, uma abordagem que privilegia o potencial de recuperação e crescimento da família face aos desafios, ao invés de uma prática que dá ênfase aos défices da família, torna‐a mais apta na mestria de situações de crise e na mobilização dos próprios recursos face aos desafios impostos pelo cuidado informal a idosos dependentes. Objectivos: Reflectir acerca dos Processos‐chave do modelo conceptual de Resiliência Familiar de Froma Walsh: Promover prática clínica orientada para a promoção da resiliência familiar em contexto de cuidados domiciliários. Metodologia: O conteúdo deste poster baseia‐se na apresentação de um estudo de caso fundamentado em trabalho de revisão bibliográfica acerca da temática “resiliência familiar” realizado em contexto de prestação de Cuidados Domiciliários de uma Unidade de Saúde Familiar Conteúdos: Na primeira parte do poster é exposto um resumo do modelo conceptual de Forma Walsh. Segue‐se a sua aplicação/demonstração através de um estudo de caso vivenciado durante a prestação de cuidados domiciliários de uma Unidade de Saúde Familiar. Conclusão: Durante a actual difusão de instrumentos de trabalho com as famílias em diversas Unidades de Saúde, o uso do modelo conceptual de Froma Walsh, permitirá aos enfermeiros intervenções mais eficazes e capazes de produzir ganhos em saúde e bem‐estar nas famílias em ambiente de cuidados continuados .
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Poster Transição Saúde/Doença: uma Revisão Sistemática da Literatura
F. Bastos; R.M Freire; M.J. Lumini & R.M. Pires Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] A adaptação a uma situação de transição de doença crónica deixa vulneráveis, quer o indivíduo quer a família. Os enfermeiros são frequentemente os primeiros cuidadores a coadjuvar neste processo, descobrindo as condições, significados e o impacto da transição nas suas vidas, promovendo suporte como presença, conhecimento e cuidados. O objectivo deste trabalho é compreender a experiência de transição saúde ‐ doença, evidenciada em publicações científicas. Realizamos uma revisão sistemática da literatura, consultando‐se a base de dados científica CINAHL e EBSCO Host. Previamente foram definidos critérios de inclusão, incluir “Transition” no abstract e “Chronic disease” no texto, ser um trabalho de investigação. A selecção dos artigos circunscreveu‐se de Janeiro de 2000 a Setembro de 2008. Introduzimos na base de dados as palavras‐chave, “Transição” e “Doença crónica”, relevando as áreas: “Gestão do regime terapêutico”, “Investigação em enfermagem avançada”, “Cuidados geriátricos”, “Cuidados domiciliários”, “Cuidados oncológicos”, “Saúde do homem”, “Saúde da mulher”, “Cuidados psiquiátricos”, “Segurança do doente”, Cuidados comunitários”, “Gestão da dor”, “Linguagem Classificada em Enfermagem”, “Educação em enfermagem”, “Utilizadores de Saúde”. Foram encontrados ao todo 59 artigos. Nas áreas “Saúde do homem”, “Gestão da dor”, “Linguagem Classificada em Enfermagem”, “Educação em enfermagem”, “Utilizadores de Saúde” não foram encontrados artigos. Os artigos foram inicialmente revistos por cada um dos investigadores; Posteriormente, foram conferidos de forma pareada e, finalmente, revisados em conjunto. Dos 59 artigos, foram seleccionados sete que obedeceram aos critérios de inclusão, ser um trabalho científico, texto com “Doença crónica” e no abstract “Transição” Descritores: Doença crónica; Transição saúde‐doença; revisão sistemática; Enfermagem. Página | 81
Poster Sexualidade Adolescente: que Formação? Paula Nelas; Manuela Ferreira; e Emília Coutinho & João Carvalho Duarte Escola Superior de Enfermagem de Viseu [email protected]; [email protected]; [email protected] A abordagem da educação sexual nas escolas é consensual, pois reconhece‐se a estas, a função de organizar em códigos de conhecimento, o que o aluno necessita saber sobre afectividade e sexualidade. Sendo transversal à vida a sexualidade é uma área aberta à reflexão e diálogo, integrando uma formação individual, social e moral. Considerando a sexualidade adolescente, desenvolvemos uma investigação – acção, com 232 adolescentes a frequentar o 9º ano de escolaridade, cujo objectivo foi promover a aquisição de conhecimentos e competências necessárias ao nível da prevenção primária, no que refere à sexualidade e educação da saúde reprodutiva. O instrumento de colheita de dados foi um questionário biográfico, uma escala de afectividade, crenças, atitudes face à sexualidade, conhecimentos sobre sexualidade, reprodução, DST, planeamento familiar por nós elaborado, a ESSS e a EEICA. Verificámos que as adolescentes evidenciaram melhores conhecimentos sobre reprodução do primeiro para o segundo momento avaliativo. Na amostra, 80,2% não tiveram relações sexuais, evidenciando estes, maior conhecimento sobre reprodução. As pessoas de referência na informação são os amigos (90,1%) e a mãe (33,6%). Nas fontes de informação encontramos os livros/revistas, a televisão e Internet com percentagens de 65,1%, 49,6% e 39,7% respectivamente. Após a formação, os jovens tendem a percepcionar uma melhor imagem corporal, no entanto, 28% antes da intervenção e 26,3% após demonstraram elevada insatisfação corporal. Os que tiveram relações sexuais têm tendência a uma imagem corporal mais negativa. Grande parte dos jovens permaneceu no nível em que estava antes da formação, nas questões relacionadas com afectividade. Os conhecimentos sobre métodos contraceptivos aumentaram após formação, sendo influenciados pelo sexo, pessoa com quem fala sobre sexualidade, fontes de informação, idade de início e prática de relações sexuais. Têm conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis 92,93% dos jovens. Página | 82
Poster Conhecimentos dos Adolescentes sobre Métodos Contraceptivos Paula Nelas; Manuela Ferreira; e Emília Coutinho & João Carvalho Duarte Escola Superior de Enfermagem de Viseu [email protected]; [email protected]; [email protected] A educação sexual em adolescentes, enquanto contributo para o desenvolvimento global e promoção da saúde sexual e reprodutiva, assume‐se hoje como uma das principais preocupações no âmbito das políticas educativas e da saúde na União Europeia. É sabido que na actualidade os adolescentes portugueses têm uma iniciação sexual mais precoce, o que leva à necessidade de (in)formação sobre contracepção. Trata‐se de um estudo quantitativo, descritivo‐correlacional, cujo objectivo foi avaliar o nível de conhecimento dos adolescentes relativamente aos métodos contraceptivos. A amostra foi constituída por 232 adolescentes, a frequentar o 9º ano de escolaridade, sendo 40,1% rapazes e 59,9% raparigas, com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos (X =14,88 anos). O instrumento de colheita de dados utilizado, foi o questionário biográfico que inclui questões relativas à caracterização sexual e ainda uma escala por nós construída, de concordância quantificada em intervalos tipo Likert, sobre métodos contraceptivos. A média do nível de conhecimentos foi de 82,48, (mínimo de 58 e máximo de 145), observando‐se que 43,50% tem conhecimentos baixos, 24,60% moderados e 31,90% altos. Em 90,10% dos inquiridos encontramos os amigos(as) como a pessoa significativa para dialogar sobre temáticas de índole sexual, sendo os livros e as revistas (65,10%) a principal fonte de informação sobre sexualidade. Relativamente à idade de iniciação sexual, encontramos uma média de 14,02 anos (mínimo de 11 e máximo de 17 anos). Os resultados sugerem a necessidade de investir na formação dos adolescentes no âmbito da afectividade/sexualidade, sendo que esta abordagem deveria ser iniciada na infância. Página | 83
Poster Qualidade de Vida num Departamento de Cirurgia R.M. Freire Mestre em Gestão e Economia da Saúde, Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected]
A performance psicológica e sócio‐profissional do indivíduo, nomeadamente a motivação para o trabalho, capacidade de adaptação a mudanças no ambiente de trabalho, criatividade e vontade de inovar ou de aceitar qualquer mudança na organização, podem ser consequentes à qualidade de vida no trabalho (Chiavenato, 1998, p.526), pelo que a sua avaliação adquire relevância. Pela dificuldade de avaliar a qualidade de vida no trabalho, tem sido usado uma combinação de vários instrumentos, os quais incluem satisfação no trabalho, compromisso organizacional, conflito no trabalho, clima organizacional e stress no trabalho (Brooks, Anderson, 2005). O objectivo deste trabalho é analisar a qualidade de vida do enfermeiro do Departamento de Cirurgia relativamente ao trabalho. A colheita de dados foi efectuada entre 28 de Março e 3 de Abril de 2006. Participaram no estudo 63 (90%) enfermeiros com a categoria de enfermeiro e de enfermeiro graduado, do Departamento de Cirurgia de um Hospital Geral Central da Cidade do Porto, constituído por quatro Serviços de Cirurgia Geral. Foram aplicados três questionários: um para identificar sentimentos em relação ao trabalho, outro destinado ao estudo da satisfação profissional dos enfermeiros, o “Index of Work Satisfaction Questionnaire” (IWS) e um terceiro para caracterização sócio‐demográfica da amostra. A análise estatística foi efectuada com recurso ao programa de análise estatística de dados SPSS® v, 13.0. Os enfermeiros referem “Estados” associados a síndrome de Burnout. “Normas organizacionais” foi o componente com o qual os enfermeiros se sentiram menos satisfeitos. DESCRITORES: Enfermeiros; Qualidade de Vida no Trabalho; Satisfação Profissional; Stress no trabalho; Burnout. Página | 84
Poster Saúde e Qualidade do Viver: o Trabalho Nocturno para os Enfermeiros/as ‐ Do Atendimento Móvel de Urgência. Keyla Cristiane do NASCIMENTO (1); Alacoque Lorenzini ERDMANN (2); Alain GIAMI (3) (1) Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós‐Graduação em Enfermagem (PEN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração de Enfermagem e Saúde (GEPADES) na UFSC. (2) Enfermeira. Doutora em Filosofia da Enfermagem. Professora Titular do Departamento de Enfermagem e PEN/UFSC. Pesquisadora do 1A CNPq. Coordenadora do GEPADES. E‐mail: (3) Psicólogo. Doutor em Psicologia Social. Diretor de pesquisa do INSERM ‐ Institut National de la Sante et la Recherche Medicale [email protected]; [email protected]; [email protected] INTRODUÇAO: A saúde e qualidade do viver no trabalho são fundamentais em qualquer actividade humana, especialmente para os profissionais de saúde, que se ocupam com a melhoria da saúde da população. A inquietação desvelada nesse estudo surgiu a partir da análise dos discursos da tese: “Cuidado no limiar da vida: significados e representações para os profissionais de saúde”. OBJETIVO: Apreender significados da qualidade do viver o trabalho em horário nocturno e sua relação com a saúde dos enfermeiros. METODOLOGIA: Trata‐se de um estudo qualitativo, exploratório‐descritivo, realizado com 15 enfermeiros do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192) – de Florianópolis (SC) ‐ Brasil. As entrevistas foram realizadas entre Agosto e Setembro de 2008. RESULTADOS: O viver/conviver com o trabalho em horário nocturno exige constante vigília e esforço para manter‐se acordado. Tal fato ocasiona muitas vezes, manifestações de sentimentos negativos como instabilidade de humor, cansaço, fadiga, ansiedade, estresse, dentre outros. CONCLUSÕES: A qualidade do viver em trabalho nocturno para os enfermeiros de atendimento móvel de urgência é diferenciada e indicativa de condições de saúde adversas. O sentido do viver mostra singularidades. É importante os profissionais dos plantões nocturnos adoptarem estratégias que promovam o melhor viver nestas condições, entre elas: pequenos cochilos durante o horário de trabalho, hábitos de sono mais regulares; actividade física regular, expor‐se à luz natural. A melhor saúde e a melhor qualidade do viver no trabalho é um direito de cidadania. Nós, profissionais da saúde, devemos ser os exemplos de exercício pleno da mesma ao cuidar de nós mesmos. Página | 85
Poster A Sobrecarga Física, Emocional e Social do Cuidador Informal Cristina Pinto Mestre em Oncologia, Escola Superior de Enfermagem do Porto [email protected] O envelhecimento da população é uma realidade crescente que não podemos ignorar. O aumento do índice de envelhecimento tem implicações sociais, económicas e politicas e reveste‐se de uma maior necessidade de cuidados usualmente de longa duração. Estes cuidados são prestados pelos cuidadores formais, e pelos cuidadores informais (familiares e pessoas próximas ao utente alvo de cuidados). Mas são os cuidadores informais a base de apoio das pessoas dependentes. Neste estudo exploratório de carácter descritivo, pretendeu‐se conhecer os perfis dos utentes alvos de cuidados, dos cuidadores informais, suas necessidades e dificuldades, bem como a sobrecarga física, emocional e social dos cuidadores. Estudada uma amostra de 60 indivíduos e seus cuidadores informais (33 – rurais; e 27 – Urbanos), verificou‐se que os utentes alvos de cuidados são indivíduos de ambos os sexos, a idade mediana é de 80 anos (mínimo de 50 anos e máximo de 96 anos), com elevado grau de dependência para as actividades de vida diária. O cuidador informal é geralmente familiar do utente, do sexo feminino e a idade mediana é de 53 anos) mínimo de 31 anos e máxima de 80 anos), sendo mais jovens e com mais escolaridade no meio urbano. Da avaliação da sobrecarga física, emocional e social dos cuidadores informais, com recurso ao questionário de avaliação da sobrecarga do cuidador informal, sobressai uma sobrecarga emocional mais elevada no grupo urbano (p=0,01), financeira no grupo sem escolaridade (p=0,004), no grupo mais idoso (p=0,06) e quando o cuidador era o filho (p=0,06), este ultimo desempregado. Os mecanismos de eficácia e de controlo era menor no grupo rural (p=0,02), na dimensão suporte familiar era mais importante no grupo mais idoso (p=0,04). Página | 86
Poster Os Adolescentes e o Álcool M. R. S. Ferreira (1) & C. Paul (2) (1) Escola Superior de Enfermagem do Porto (2) ICBAS [email protected] Objectivos: Identificar os hábitos de consumo de bebidas alcoólicas em adolescentes do ensino secundário. Metodologia: Estudo descritivo e exploratório. A amostra do estudo compreende 680 adolescentes, a frequentarem o ensino secundário (10º, 11º e 12º ano de escolaridade) provenientes de cinco escolas do distrito do Porto. Colheita de dados efectuada por questionário (aplicado em sala de aulas, durante um tempo lectivo), entre Junho e Novembro de 2005. Resultados: Os adolescentes têm idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos. Das 405 (59,6%) raparigas e 275 (40,4%) rapazes participantes no estudo 42,6% (n=290) bebem bebidas alcoólicas. A idade mínima do início do consumo foi os 8 anos e a máxima os 18 anos, a média de idades do início foi os 14 anos. Dos adolescentes que consomem bebidas alcoólicas 44,1% (n=126) já se embebedaram e 92,3% (n=252) não querem deixar de beber. As bebidas mais consumidas pelos adolescentes são as destiladas (83,8%, n=231). A maioria (75,8%, n=216) dos jovens bebe com os amigos. Após aplicação do teste de Qui‐quadrado (χ2) verificámos que existe uma relação estatisticamente muito significativa entre: a idade dos adolescentes e o consumo de bebidas alcoólicas (χ2=7,83, GL=1, p=0,005), constatando‐se que à medida que a idade aumenta se torna maior o número de adolescentes que consomem; a idade e o embriagar‐se (χ2=8,409, GL=1, p=0,004), são os adolescentes da classe dos 17 aos 19 anos que mais referem já se ter embriagado; o sexo e o consumo de bebidas alcoólicas (χ2=9,708, GL=1, p=0,002), sendo que há mais consumidores no sexo masculino que no feminino; o ter amigos que bebem (χ2=1,07, Gl=1, p=0,000), sendo a percentagem de inquiridos que consome álcool e cujos amigos bebem, superior à dos inquiridos que ingerem sem que os amigos o façam; verificou‐se que há também associação entre o consumo de tabaco e o de bebidas alcoólicas (χ2=53,75, Gl=1, p=0,000), sendo no grupo de adolescentes que fuma que se encontra a maior percentagem de inquiridos que ingerem álcool Discussão: Os resultados obtidos no nosso estudo relativamente ao consumo de álcool estão de acordo com outros já publicados que referem que é durante a adolescência que muitos Página | 87
indivíduos têm o primeiro contacto com o álcool (Sampaio, 2006), que o consumo aumenta com a idade e que muitos adolescentes consideram o hábito de beber positivo e como um modo de socialização com os amigos (IAS, 2007), que a percentagem de rapazes que bebe é significativamente superior à das raparigas (Scholte et al., 2008; Matos et al., 2003). Embora a idade média do início do consumo no nosso estudo (14 anos) seja ligeiramente mais elevada que a apontada no estudo HBSC (12 anos) não deixa de ser preocupante, tal como a percentagem de adolescentes que já se embriagaram pelo menos uma vez (44,1%) que é superior aos 18% a 20% referidos por Breda et al (2001, cit. in Borges & Filho, 2004). O consumo de álcool entre os adolescentes constitui um problema de saúde individual e pública que urge tentar controlar e reverter. O papel dos enfermeiros, principalmente dos que trabalham em cuidados de saúde primários é de primordial importância pois a aposta deve ser feita em termos de identificação e prevenção mais do que em termos de tratamento, assim os enfermeiros devem aproveitar todos os contactos que tem com os adolescentes para fazer despiste desta situação e ensino sobre estilos de vida saudáveis. Pois como afirma a OMS “Prevenir comportamentos de risco e promover escolhas saudáveis entre os adolescentes pode produzir resultados de saúde positivos, não somente durante a adolescência, mas também durante a vida adulta” (WHO, 2002, p.1). Página | 88
Poster Qualidade de Vida em Portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana Ana Reis (1), Leonor Lencastre & Marina Guerra (1) Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação Universidade do Porto [email protected] O principal objectivo do presente prende‐se com a caracterização da qualidade de vida em portadores do Vírus da Imunodeficiência Humana e o estudo de diferenças relativamente às variáveis sociodemográficas e clínicas. O estudo empírico foi desenvolvido no Hospital de Joaquim Urbano (Porto) com uma amostra de 125 utentes com diagnóstico de Infecção VIH/SIDA, que frequentam a consulta externa de Infecciologia e com prescrição anti‐retrovírica. A recolha de amostra decorreu no período de Junho de 2006 a Fevereiro de 2007. Todos os participantes responderam a uma entrevista de caracterização sociodemográfica e clínica. Para avaliar a qualidade de vida, foi utilizado o WHOQOL‐Bref do Grupo da Organização Mundial de Saúde adaptado para a população portuguesa por Vaz Serra e Colaboradores (2006). Foram encontradas diferenças na percepção de qualidade de vida nas variáveis sociodemográficas (género, estado civil e ocupação) e nas variáveis clínicas (via de transmissão do VIH, efeitos secundários do tratamento e medicação psiquiátrica) em diferentes domínios da qualidade de vida. Palavras‐chave: VIH/SIDA; Qualidade de Vida; WHOQOL‐Bref * Bolseira de Doutoramento da Fundação Ciência e Tecnologia (SFRH/BD/43241/2008) Página | 89
Poster Fidelidade e estabilidade do Questionário dos Conhecimentos da Diabetes Maria Rui Sousa (1), Teresa Martins(1), Maria José Peixoto(1), Fernanda Bastos (1) & Elsa Silva(2) (1) Escola Superior de Enfermagem do Porto (2) Hospital Padre Américo [email protected] Este trabalho pretende estudar as propriedades psicométricas do Questionário dos Conhecimentos da Diabetes (QCD), desenvolvido por Sousa e McIntyre (2002). O QCD visa identificar os conhecimentos que os diabéticos tipo 2 possuem acerca da doença. A versão utilizada apresenta 35 itens, divididos por 7 dimensões: Identidade, Causas, Duração, Tratamento, Limitações, Controlo e Complicações da diabetes, com a possibilidade de três tipos de resposta: verdadeiro, falso ou não sei, correspondentes a 3 subescalas de conhecimentos (respostas correctas, respostas incorrectas e incertezas). A sua aplicação foi efectuada a 249 diabéticos, inscritos em centros de saúde do distrito do Porto. Após 30 dias de intervalo, fez‐se o reteste, a um subgrupo de 124 indivíduos. A análise da consistência interna das duas subescalas Conhecimento (respostas correctas) e Desconhecimento (respostas incertezas) apresentou valores de coeficiente alfa de Cronbach, quer na primeira aplicação quer no re‐teste, superiores a 0,80. Não foi possível analisar a subescala dos Falsos Conhecimentos (respostas erradas) devido ao baixo número de respostas assinaladas. O QCD apresenta uma boa estabilidade temporal; os conhecimentos mantiveram‐se estáveis na maioria das dimensões, entre as duas aplicações. Comparando os resultados obtidos em termos de nível de conhecimentos dos diabéticos com o estudo original, estes mostraram‐se semelhantes nas várias dimensões. Concluímos que o QCD é fiável e sensível tendo boa adequação à prática clínica. Página | 90
Poster Qualidade de vida: Estudo comparativo entre familiares cuidadores e população normal Teresa Martins(1), M. José Peixoto(1), Paulo Puga(1) & M. Fátima Pires (2) (1) Escola Superior de Enfermagem do Porto (2) Hospital de Santo António [email protected] Introdução: Estudos anteriores têm vindo a descrever os familiares cuidadores como pessoas, que devido a altos níveis de sobrecarga e stress, apresentam sintomatologia depressiva e alterações no seu bem‐estar e saúde e consequentemente comprometimento da qualidade de vida. Método: Este estudo pretendeu comparar várias componentes da qualidade de vida em duas amostras distintas. Usou‐se um registo de cuidadores e uma base de pessoas sem qualquer problema de saúde. Os cuidadores vinham a desempenhar o seu papel há mais de seis meses e os seus familiares apresentavam pelo menos dependência numa actividade básica de vida diária ou duas actividades instrumentais. As pessoas alvo dos seus cuidados eram maioritariamente idosos, ou familiares que devido a situações de doença aguda ou crónica apresentavam dependência no autocuidado. A maioria vivia na mesma habitação ou geograficamente perto, apresentando um grau de parentesco ou relações de amizade com a pessoa dependente. A população designada de normal não apresentava qualquer problema agudo de doença, só entravam para o estudo se respondessem afirmativamente à questão “considera‐se um pessoa saudável”. Através das referidas bases de dados foram seleccionados 141 participantes emparelhados segundo a idade (mais ou menos um ano de diferença). Nesta selecção usou‐se a aleatorização na escolha dos participantes. Ou seja, se numa das bases havia 5 cuidadores com 50 anos e no outro registo havia 25 pessoas consideradas saudáveis com a mesma idade, através de um processo aleatório (com recurso ao SPSS) eram seleccionadas 5 participantes saudáveis. O mesmo processo era usado quando o número de pessoas saudáveis era menor que o número de cuidadores. Participantes: A amostra de familiares cuidadores, com uma M=49,1 anos (DP=12,7) passou a ser constituída por 59,6% (84) e a amostra das pessoas saudáveis, com uma M=49,2 anos (DP=13,0) por 68,8% (97) de participantes femininos. Quanto ao estado civil 76,6% (108) dos cuidadores eram casados; 13,5% (19) solteiros; 5,7% (8); viúvos e 4,3% (6) divorciados. Na amostra das pessoas saudáveis esta mesma distribuição mostrou que 88,7% (125) eram casados; 5,7% (8) solteiros; 3,5% (5) viúvos e 2,1% (3) divorciados. Página | 91
Material: Os participantes preencheram um questionário que incluía a escala de qualidade de vida SF36. Resultados: Verificou‐se que as pessoas saudáveis posicionaram‐se com níveis mais elevados em todas as dimensões da qualidade de vida avaliados pelo SF 36. Contudo, a Vitalidade, a Função social não apresentaram diferenças estatísticas. Conclusão: Estes resultados vêm dar ênfase que o desempenho do papel de cuidador expõe as pessoas a situações stressantes que comprometem o bem‐estar e condicionam negativamente a qualidade de vida. 

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