Aut 225 Aula 3 Acesso ao Sol, Sombreamento, Ofuscamento
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Aut 225 Aula 3 Acesso ao Sol, Sombreamento, Ofuscamento
AUT 225 ACESSO AO SOL, SOMBREAMENTO E OFUSCAMENTO EM ÁREAS URBANAS Prof. Dr. Denise Duarte Estrutura Por que acesso ao sol ou sombreamento em áreas urbanas? O sol como fonte Forma urbana, insolação e sombreamento Usos finais da energia Histórico Ferramentas: envelope solar, UVA, shadow umbrella Ofuscamento urbano Aplicações Cidade Edifício Sistemas Usuário Obstrução Determinação geométrica da obstrução O recurso solar 380 nm 780 nm Frequência de ocorrência Luz Difusa – São Paulo DIFUSA 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 10 00 20 00 30 00 40 00 50 00 60 00 70 00 10 00 0 15 00 0 20 00 0 25 00 0 30 00 0 35 00 0 40 00 0 45 00 0 50 00 0 75 00 0 0 0% Iluminância (lux) Frequência de ocorrência Radiação Global – São Paulo GLOBAL 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0 10 00 20 00 30 00 40 00 50 00 60 00 70 00 10 00 0 15 00 0 20 00 0 25 00 0 30 00 0 35 00 0 40 00 0 45 00 0 50 00 0 75 00 10 0 00 0 12 0 50 0 15 0 00 00 0% Iluminância (lux) Forma urbana, acesso ao sol e sombreamento Chicago Boston Los Angeles Nova Iorque Forma urbana, acesso ao sol e sombreamento Barcelona Paris Londres Frankfurt Forma urbana, acesso ao sol e sombreamento Curitiba Rio de Janeiro Belo Horizonte São Paulo Usos finais da energia Objetivo: conforto do usuário Possibilidades de uso da energia solar Iluminação Aquecimento de ambientes (pode ser indesejável) Aquecimento de água Geração fotovoltaica PASSIVOS (PRÓ-)ATIVOS variável comum: ECONOMIA OU GERAÇÃO DE ENERGIA Histórico William Atkinson 1912 Histórico Revolução industrial (preocupação sanitarista) Estudos de Gropius (década de 1930) Histórico Daylight Code – Inglaterra / Indicadores de altura permitida (Allen & Crompton, 1947) Ângulos entre 65º e 15º Fator de céu para áreas residenciais e não residenciais Para o céu inglês => 15 a 65 lux na janela Histórico Daylight Code – Inglaterra (Allen & Crompton, 1947) Envelope solar – Los Angeles Knowles & Berry, 1980 Maior volume que uma edificação pode ocupar sem causar sombreamentos indesejáveis nos lotes vizinhos Envelope solar – Los Angeles Knowles & Berry, 1980 Define o período necessário entre 9:00 e 15:00 para Rooftop access, Whole-building access e Whole-site access Envelope solar – Los Angeles Knowles & Berry, 1980 Shadow Umbrella /envelope de sombreamento conceito oposto ao do envelope solar proteção ao sol na escala urbana uso da morfologia urbana para criar espaços sombreados , com o objetivo de evitar o aquecimento das superfícies impacto direto nas condições de conforto térmico urbano, na medida em que áreas sombreadas mantém as superfícies menos aquecidas M. Rohinton Emmanuel (Sri Lanka, 1993) Acesso ao sol e alta densidade Sombreamento mútuo inevitável em áreas de alta densidade Diferenças de altura entre os edifícios com orientações adequadas podem melhorar a disponibilidade de luz entre 20 e 30%, e de ventilação entre 30-40%, quando comparados a arranjos mais regulares (NG, 2004; NG 2010). Estudos chegando a conclusões semelhantes foram desenvolvidos também no Brasil (BITTENCOURT, 1997; BRANDÃO, 2004; BRANDÃO, 2009; PRATA, 2005). UVA – Unobstructed Vision Area Hong Kong (Ng, 2001) HK desde 2001 com uma legislação de proteção ao acesso à luz natural. A UVA é a área de um cone plano perfeito com 100º de abertura e raio igual à altura da edificação obstrutora que não intercepta a edificação UVA – Unobstructed Vision Area Hong Kong (Ng, 2001) http://www.polarinertia.com/nov05/hongkong01.htm Ofuscamento em espaços urbanos thermal and visual glare provoca desconforto no espaço externo, na maioria das vezes por reflexões dos raios solares nas fachadas envidraçadas pode ter consequências mais graves Curitiba, 2013 Ofuscamento em espaços urbanos thermal and visual glare Edifício 20 Fenchurch Street, Londres, conhecido como Walkie-Talkie, por sua forma, ou mais recentemente, por Fryscraper, depois de setembro de 2013 Ofuscamento em espaços urbanos Edifício 20 Fenchurch Street, Londres Ofuscamento em espaços urbanos, visual e térmico thermal and visual glare Ofuscamento térmico é a concentração de energia radiante que causa ganhos de calor indesejados. Não necessariamente visível, mas pode ser bastante significativo. Ofuscamento visual é mais complexo. Definições tradicionais de ofuscamento visual eram relacionadas ao efeito do ofuscamento, ao invés da origem do problema. Tratando a fonte do problema e o impacto separadamente, pode-se distinguir: Ofuscamento desabilitador (disability glare), que reduz a habilidade de visão Desconforto por ofuscamento (discomfort glare), pode acontecer sem provocar desabilidade mas, mesmo assim, causando desconforto Ofuscamento em espaços urbanos thermal and visual glare São três as causas : ofuscamento absoluto (absolute glare), ofuscamento relativ0 (relative glare) e ofuscamento informacional (informational glare). Ofuscamento absoluto ocorre quando há uma fonte de luminância no campo de visão que é suficiente para causar danos à visão, não importando o nível de luminância do entorno. Ofuscamento relativo ocorre quando o olho se adapta ao nível de luminância do fundo no campo de visão e o contraste entre uma luminância específica no campo de visão e a iluminância no fundo excede um certo limite. Ofuscamento informacional ocorre quando a informação torna-se indisponível. Luz refletida na tela do computador é indesejável porque a informação na tela é perdida, mesmo que a luminância não se encaixe nos dois casos anteriores. Ofuscamento em espaços urbanos Ofuscamento urbano pode ser provocado pelo desenho, pela localização e pela orientação do edifício implica em desconforto e comprometimento da segurança no ambiente externo, especialmente para o trânsito, bem como no aumento da carga térmica e no consumo de energia de edifícios afetados conflito entre a necessidade ou a conveniência de reflexão pela envoltória para diminuir os ganhos de calor nos edifícios ou o aquecimento das superfícies urbanas, por um lado, e o ofuscamento no espaço externo, por outro o desenho, a localização e o impacto de superfícies refletivas devem ser considerados no desenho urbano, no projeto do edifício e devem ser objeto de regulamentação urbana Ofuscamento em espaços urbanos edifícios pintados com cores claras para absorver menos radiação ou com grandes fachadas envidraçadas podem incluir soluções mitigadoras para o ofuscamento urbano: o tratamento das superfícies, a inclusão de peles externas de sombreamento o tratamento da paisagem acabamento irregular cria pequenas sombras e reduz o ofuscamento na rua; assim como um acabamento jateado em superfícies aluminizadas ao invés do acabamento especular; o uso de proteções externas também diminui o ofuscamento as peles externas de sombreamento podem também incluir vegetação, nos fechamentos verticais e horizontais. Ofuscamento em espaços urbanos Biblioteca Nacional de Cingapura. Recortes e detalhes das fachadas que contribuem para minimizar o ofuscamento provocado pelas cores claras, além de outros benefícios microclimáticos para o edifício e para o entorno Walt Disney Concert Hall, Frank Gehry Los Angeles O edifício aumentou as temperaturas do entorno até 60ºC e algumas superfícies atingiram 170ºC, suficiente para derreter alguns plásticos Implicações para o uso de materiais especulares em edifícios podem inclusive anular os supostos benefícios ao aquecimento urbano Tratamentos de superfície, incrementos às superfícies, sombreamento e tratamento paisagístico PRECIS Assessing the Potential for Renewable Energy in Cities Avalia potencial que o meio urbano tem para aproveitamento solar Utiliza o Radiance, desenvolvido pelo LBL, para verificar a radiação incidente em fachadas de novos edifícios, bem como avaliar o impacto na radiação incidente nas fachadas dos edifícios pré-existentes Avalia as áreas disponíveis para a instalação de tecnologias solares (iluminação natural, aquecimento de ambientes e conversão fotovoltaica) 0 Irradiação nas superfícies Google Project Sunroof Project Sunroof computes how much sunlight hits your roof in a year. It takes into account: Google's database of aerial imagery and maps 3D modeling of your roof Shadows cast by nearby structures and trees All possible sun positions over the course of a year Historical cloud and temperature patterns that might affect solar energy production 0 Irradiação nas superfícies LT-Urban – DEM model Baker, Steemers et al. / University of Cambridge Estudos para a LUOS Belo Horizonte (Assis, Valadares e Souza, 1995) Critérios (ALUCCI, 1986) Duas horas de sol no solstício de inverno para o quadrante N Iluminação natural mínima de 150lux das 8h às 16h, em 80% do ano Argumentos Iluminação natural Insolação Uso de energia solar para aquecimento de água Resultados Proposto => 45º Aplicado => entre 70 º e 80 º Estudos para o COE de Mogi das Cruzes (Duarte, Brandão, Prata - NUTAU, 2004) Inovação em relação aos demais códigos o país: propor recuos diferenciados para cada orientação 22.6 22.6 24.7 21.5 1.5 13.8 Insolação / Critério adotado: mínimo de uma hora de sol em todas as fachadas, exceto a sul, com tolerância de mais ou menos 15º, no solstício de inverno. 28.8 16.4 11.9 3.4 21. 24.9 3 14 0 6.1 .10 20 1 4.1 .11 22 18 .12 22 15 16 17 13 12 11 10 8.3 9 23 .2 8 7 9.2 21 .1 6 22 .12 Estudos para o COE de Mogi das Cruzes (Duarte, Brandão, Prata - NUTAU, 2004; PLEA 2004) 4 4 4 4 4 16 16 16 4 4 16 16 16 4 16 4 16 4 4 16 4 4 16 4 4 4 4 16 16 16 16 51 134 91 4 4 29 97 16 29 29 29 16 16 29 16 16 29 42 42 29 29 29 29 4 16 29 42 42 42 50 50 50 50 42 42 42 42 42 4 4 29 42 42 50 50 50 91 42 50 16 50 51 134 91 29 50 4 42 42 50 50 50 50 51 51 16 4 51 51 51 51 51 51 91 91 134 91 134 134 97 51 51 51 51 51 51 51 51 42 50 4 29 51 50 16 29 134 50 29 42 51 50 50 29 50 42 16 4 42 50 50 50 42 51 50 42 29 50 50 16 29 42 134 134 134 51 51 51 51 51 50 42 42 42 29 91 91 29 42 91 134 51 50 51 42 4 16 29 91 134 51 51 51 51 51 50 42 29 16 4 29 16 97 51 50 42 29 134 29 29 51 50 42 50 42 29 16 29 29 50 50 42 29 16 4 42 29 42 42 29 16 4 42 91 29 29 29 16 4 50 97 91 16 16 16 4 51 50 4 16 4 4 Depende da composição entre Aj/Ap, do nível de iluminância desejado no plano de trabalho e da eficiência desejada. 4 Iluminação Estudos para o COE de Mogi das Cruzes (Duarte, Brandão, Prata - NUTAU, 2004; PLEA 2004) N N N N 22.6 22.6 24.7 24.7 13.8 13.8 28.8 28.8 11.9 11.9 24.9 24.9 0 6.1 0 6.1 0.10 2 0 .1 1 20 4.1 1 1 4.1 2.1 2 1 .1 2218 18 .12 22 2 .1 22 17 17 16 16 15 15 14 14 13 13 12 12 11 11 22.6 22.621.5 21.5 1.5 1.5 16.4 16.4 3.4 3.4 21.3 21.3 10 10 9 9 8 8 7 7 = 45° 8.3 28. 3.23 3.2 92.2 21 9.2 .1 21 .1 6 6 22.1 22 2 .12 22.6 22.6 24.7 24.7 13.8 13.8 28.8 28.8 11.9 11.9 24.9 24.9 0 6.1 0 6.1 0.10 2 0 .1 1 20 4.1 1 1 4.1 2.1 2 1 .1 22 18 18 .12 222 .1 22 17 17 16 16 15 15 14 14 13 13 12 12 11 11 22.6 22.6 21.5 21.5 1.5 1.5 16.4 16.4 3.4 3.4 21.3 21.3 10 10 Relação Área de Piso/Área de janela necessária para se obterem os níveis de luminância mostrados Obstruction angle 8.3 9 9 8 8 7 7 == 70° 70° 8. 233 .2 293 .2 291.2 .1 21 .1 6 2 6 2.1 2 22 .12 Fachada Norte Norte Fachada Fachada Nordeste Nordeste Fachada N N N Iluminance (lux) 300 500 22.6 22.6 24.7 24.7 22.6 22.6 21.5 21.5 1.5 1.5 16.4 16.4 3.4 3.4 13.8 13.8 28.8 28.8 11.9 11.9 24.9 24.9 0 6.10 6.1 .10 20.10 20 .11 4 1 4.1 .11 22.11 2218 18 .12 22.12 22 21 21.3.3 16 16 15 15 14 14 13 13 12 12 11 11 10 10 9 9 17 17 8 8 7 7 = 65° Fachada Leste 8. 8. 3 23 3 23 .2 9 .2 9 .2 2 .2 211.1 .1 6 6 22 22 .12 .12 22.6 22.6 24.7 24.7 22.6 22.6 21.5 21.5 1.5 1.5 16.4 16.4 3.4 3.4 13.8 13.8 28.8 28.8 11.9 11.9 24.9 24.9 Efficiency 55° 60° 70° 80° 60% 14 13 11 8 70% 10 10 8 6 80% 7 7 5 4 60% 7 7 5 4 70% 6 5 4 3 80% 4 4 3 2 60% 6 5 4 3 70% 4 4 3 3 80% 3 3 3 2 21 21.3 .3 0 6.1 0 6.1 .10 00 2.1 20 .11 41 4.1 .11 2.121 22 18 18 .12 2.122 22 16 16 15 15 14 14 13 13 12 12 11 11 10 10 9 9 8 17 17 8 7 == 63° 63° 7 8. 8.3 3 23 23 .2 9.2 9 .2 2 .2 21 1.1 .1 6 6 22 22 .12 .12 Fachada Sudeste Sudeste Fachada Análise das obstruções máximas que permitissem uma hora de sol nas fachadas N, NE, L, SE 750 Recomendação para ângulo de obstrução de 70o, e relação de Área de Piso/Área de janela de 1/5 – 300lux iluminância por 80% ano Estudos para o COE de Mogi das Cruzes (Duarte, Brandão, Prata - NUTAU, 2004; PLEA 2004) New Building Site boundary Exisiting building Obstruction angle Orientation Angle Set-back (m) S ( 15°) 45º H - 3.20 NE - NW - L - W ( 20°) 65° 0.45 H - 2.50 N - SE - SW 70° 0.35 H - 2.50 Estudos para o COE de Mogi das Cruzes (Duarte, Brandão, Prata - NUTAU, 2004; PLEA 2004) Estudos de densidade Coeficiente de aproveitamento: De 5,5 a 10,0 Número de andares De 8 a 12 Shangai, RRogers mistura de edifícios altos e baixos; variedade de alturas para maximizar o acesso da luz natural e dos ventos; edifícios de diferentes alturas agrupados (clusters), minimizando seu impacto sobre os espaços públicos; recuos estabelecidos em função da orientação solar, e não da relação frente/fundos. Shangai, RRogers Shangai, RRogers Shangai, antes e depois Elephant and Castle, Londres http://www.elephantandcastle.org.uk/ Elephant and Castle, Londres Estudos de sombreamento http://www.elephantandcastle.org.uk/ Elephant and Castle, Londres Estudos de sombreamento http://www.elephantandcastle.org.uk/ Elephant and Castle, Londres Impacto do sombreamento das torres http://www.elephantandcastle.org.uk/