fazer - Via Rápida - Governo do Estado de São Paulo

Transcrição

fazer - Via Rápida - Governo do Estado de São Paulo
g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o
Almoxarife
e Estoquista
2
emprego
Administr ação
A lm ox a rife e Es t o q u is ta
2
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Geraldo Alckmin
Governador
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO,
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Márcio Luiz França Gomes
Secretário
Cláudio Valverde
Secretário-Adjunto
Maurício Juvenal
Chefe de Gabinete
Marco Antonio da Silva
Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante
Concepção do programa e elaboração de conteúdos
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação
Coordenação do Projeto
Marco Antonio da Silva
Equipe Técnica
Cibele Rodrigues Silva, João Mota Jr.
e Raphael Lebsa do Prado
Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap
Equipe Técnica
Elen Cristina S. K. Vaz Döppenschmitt, Fabiana de
Cássia Rodrigues e Liliane Bordignon de Souza
Wanderley Messias da Costa
Diretor Executivo
Márgara Raquel Cunha
Diretora Técnica de Formação Profissional
Textos de Referência
Dilma Fabri Marão Pichoneri, Paula Marcia Ciacco
da Silva Dias e Selma Venco
Coordenação Executiva do Projeto
José Lucas Cordeiro
Gestão do processo de produção editorial
Fundação Carlos Alberto Vanzolini
Mauro de Mesquita Spínola
Presidente da Diretoria Executiva
José Joaquim do Amaral Ferreira
Vice-presidente da Diretoria Executiva
Gestão de Tecnologias em Educação
Direção da Área
Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto
Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão do Portal
Luis Marcio Barbosa, Luiz Carlos Gonçalves,
Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira
Gestão de Comunicação
Ane do Valle
Gestão Editorial
Denise Blanes
Equipe de Produção
Assessoria pedagógica: Egon de Oliveira Rangel
Editorial: Airton Dantas de Araújo, Ana Paula Peicher Lisboa,
Bruno Meng, Camila Grande, Celeste Baumann,
Mainã Greeb Vicente, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso,
Rogério Cantelli, Stella Mesquita e Tatiana F. Souza
Direitos autorais e iconografia: Ana Beatriz Freire,
Aparecido Francisco, Fernanda Catalão, José Carlos Augusto,
Larissa Polix Barbosa, Maria Magalhães de Alencastro,
Mayara Ribeiro de Souza, Priscila Garofalo, Rita De Luca,
Roberto Polacov e Sandro Carrasco
Apoio à produção: Fernanda Rezende de Queiróz,
Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito,
Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios
Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico
CTP, Impressão e Acabamento
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material:
Campinense Transporte, DiCico, Fernando Henrique de Almeida Sobral, Longa Industrial Ltda., Nacco
Materials Handling Group Brasil, Pallets de Paula, SB Pallet, Sest-Senat Santo André, Somov, SSI Schaefer
e Transligue Transp. e Serv. Ltda.
Caro(a) Trabalhador(a)
Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do
Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto a capacitação profissional é
importante para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir
o seu próprio negócio.
Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo
desempregado.
Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manterem atualizados
ou, quem sabe, exercerem novas profissões com salários mais atraentes.
Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego.
O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profissional.
Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para
facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores
experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho
e excelentes cidadãos para a sociedade.
Temos certeza de que vamos lhe proporcionar muito mais que uma formação
profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a
realização de sonhos ainda maiores.
Boa sorte e um ótimo curso!
Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Ciência, Tecnologia e Inovação
Caro(a) Trabalhador(a)
Dando continuidade aos estudos para a ocupação de almoxarife e estoquista, neste
Caderno você encontrará os principais conceitos e práticas que envolvem essa ocupação.
Iniciamos, na Unidade 7, pelo passo a passo das atividades, mostrando a importância da organização do espaço nos almoxarifados e estoques, visto que ela é fundamental para que o fluxo de trabalho na empresa ocorra devidamente.
A Unidade 8 trata de uma etapa importante no dia a dia de um almoxarife e/ou
estoquista: como receber as mercadorias ou matérias-primas, além de todos os
procedimentos de controle e conferência que envolvem essa etapa do trabalho.
A Unidade 9 apresenta elementos presentes no almoxarifado e no estoque: equipamentos de movimentação e armazenagem, paletes, contentores, embalagens etc.
Conhecendo cada um deles você saberá melhor utilizá-los.
Na Unidade 10, por sua vez, você conhecerá as etapas de expedição e distribuição
dos produtos e, em especial, aprenderá sobre os meios de transporte mais utilizados
no País.
Na Unidade 11, trataremos da linguagem não verbal, ou seja, aquela realizada por
sinais e símbolos nos locais de trabalho e que indicam áreas de alto risco de acidentes. Esta Unidade tem, portanto, uma importância vital na sua formação, pois
compreender as formas de saúde e segurança no trabalho auxilia na prevenção de
acidentes.
Você chega ao fim de mais uma etapa de formação na Unidade 12. É o momento
de rever tudo o que aprendeu e de descobrir como isso será concretizado em seu
currículo, pois você estará certificado e apto a buscar um emprego nessa área.
Boa sorte nessa nova etapa que se inicia!
Sumário
Unidade 7
9
Passo a passo no almoxarifado: a organização do espaço
Unidade 8
17
Passo a passo no almoxarifado: a armazenagem
Unidade 9
27
Equipamentos e instalações
Unidade 10
61
Passo a passo no almoxarifado: expedição e distribuição
Unidade 11
67
Linguagem não verbal: sua segurança no trabalho
Unidade 12
97
Revendo seus conhecimentos
São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e
Inovação. Via Rápida Emprego: administração: almoxarife e estoquista, v.2. São Paulo: SDECTI,
2015.
il. - - (Série Arco Ocupacional Administração)
ISBN: 978-85-8312-173-2 (Impresso)
978-85-8312-172-5 (Digital)
1. Ensino Profissionalizante 2. Administração – Qualificação Técnica 3. Almoxarife
e Estoquista – Mercado de Trabalho I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
Tecnologia e Inovação II. Título III. Série.
CDD: 658.787
FICHA CATALOGRÁFICA
Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262
Unidade 7
Passo a passo no
almoxarifado: a
organização do espaço
Nos almoxarifados ou depósitos acontecem muitas atividades que
permitem a execução de boa parte dos processos logísticos da
empresa. Abrigar os estoques é apenas uma das atividades, o armazenamento. Nos processos que ocorrem no interior dos armazéns, o software de gestão do armazém se constitui como
ferramenta altamente eficiente e completa, uma vez que engloba
todo o gerenciamento do processo.
Talvez a primeira preocupação que os profissionais que atuam
no almoxarifado devam ter em mente é a organização do espaço físico, o desenho do armazém e suas instalações: o leiaute.
É a partir do leiaute que são definidos vários critérios que serão
adotados no dia a dia das operações que acontecem no estoque
ou armazém.
Equipamentos, instalações e o próprio almoxarifado devem
estar sempre limpos, arrumados, organizados; os paletes – que
você estudará em item próprio – devem estar sempre estruturados de forma correta, ou seja, as caixas, as embalagens, os
fardos, ou o que for, devem estar perfeitamente empilhados,
afixados e amarrados, e as caixas devidamente fechadas.
Quando houver informações, é preciso respeitá-las para evitar
inconvenientes ou acidentes no momento do empilhamento e
da colocação nas prateleiras; embalagens vazias devem estar
separadas em locais próprios, em gaiolas de armazenamento,
para reaproveitamento; os corredores devem estar desobstruídos,
especialmente quando compõem rotas de fuga; assim como
jamais devem ser obstruídos, em qualquer grau, os locais em
que estão instalados extintores e hidrantes.
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A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 9
© Renato Viotti/Latinstock
© Achim Prill/123RF
© Renato Viotti/Latinstock
Gaiolas de armazenamento.
Pode-se dizer também que o controle rigoroso do acesso de pessoas ao almoxarifado faz parte da boa organização desse espaço, uma vez que pessoas que nele não
atuam desconhecem seus procedimentos e facilmente podem vir a causar ou ser
vítimas de acidentes, além de diminuir possíveis furtos.
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© TWPhoto/Corbis/Latinstock
Almoxarifes e estoquistas em operação.
O conjunto de operações básicas de um almoxarifado compreende a recepção dos
materiais (recebimento), sejam quais forem, a guarda (armazenamento), a separação
e a entrega ao destinatário (distribuição). Além dessas, muitas outras operações
ocorrem nos almoxarifados, como veremos adiante.
No decorrer deste Caderno, você vai conhecer cada uma dessas etapas. Nesta Unidade, será destacado o leiaute.
O leiaute
O desenho do espaço do armazém deve ser feito de forma a facilitar:
• a movimentação das mercadorias, dos equipamentos e das pessoas, no sentido da
entrada, da saída e dos deslocamentos internos de materiais;
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• a definição do armazenamento, com a localização dos diversos grupos, tipos ou
famílias de produtos, e a organização dos eventuais tipos diferentes de estrutura
de armazenamento, como as prateleiras;
• a previsão da dimensão dos materiais a serem estocados e suas dimensões, como
peso, quantidade, diversidade, facilidade ou dificuldade de manejo, assim como a
frequência com que ocorrerão as operações em seu interior, não apenas de carga e
descarga, mas todas as demais, como veremos a seguir;
• a previsão da dimensão dos equipamentos de movimentação das cargas, como
paleteiras, empilhadeiras e esteiras rolantes, se vierem a ser utilizadas e, nesse caso,
também sua localização e disposição, tendo em vista os setores que interligarão;
• o estabelecimento e a sinalização de rotas de fuga e da localização de equipamentos contra incêndio e de saúde e segurança do trabalho;
• o fluxo e a quantidade das operações que possam vir a ser realizadas diariamente;
• a escolha das áreas ideais para as operações de recebimento e conferência das
mercadorias – e, eventualmente, de controle de materiais – de separação, embalagem e expedição dos produtos;
• a escolha de uma área destinada também à guarda ou realização de serviços de
manutenção do próprio almoxarifado;
• as questões de segurança na guarda do estoque e as relativas à preservação dos
materiais contra intempéries, umidade, água, excesso de exposição ao Sol etc.;
• sua localização em relação às demais áreas da empresa (almoxarifados devem se
situar próximos ou se integrar com a produção).
Veja, por exemplo, a importância em se adotar um leiaute adequado no galpão industrial, em uma situação de “antes” e “depois”.
Antes:
• havia matérias-primas desordenadas no espaço físico;
• as áreas de circulação estavam comprometidas ou pouco práticas, causando tráfego e congestionamento no deslocamento das embalagens.
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Ilustrações: © Daniel Beneventi
Fluxo de
saída
Linhas de produção
Expedição
Materiais
Fluxo de
entrada
Galpão industrial com leiaute inadequado.
Depois:
• as embalagens passaram para um setor específico; houve separação entre as áreas
de recebimento e as de expedição;
Fluxo de
saída
• a circulação não provocou mais congestionamentos.
Linhas de produção
Expedição
Materiais
Fluxo de
entrada
Galpão industrial com leiaute adequado.
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Na concepção do leiaute, deve-se ter o cuidado de buscar diminuir ao máximo os
deslocamentos dos materiais, levando-se em conta todos os motivos pelos quais os
materiais são movimentados ou manuseados dentro de toda a empresa, não somente dentro do almoxarifado.
Ao trabalhar no interior de um armazém, você pode notar se ele teve seu desenho
bem estruturado. Tudo flui sem dificuldade:
• se o leiaute, isto é, a organização dos espaços, foi pensado de modo a permitir que
o trânsito dos equipamentos usados para o armazenamento e a retirada de materiais das prateleiras seja fácil;
• se é possível manusear os produtos, independentemente de suas dimensões, como
tamanho, volume ou peso, com liberdade de movimentos;
• se há espaço suficiente para as manobras dos equipamentos e para o acesso a todos
os locais de armazenamento ou de realização das demais atividades;
• em suma, se toda a circulação interna pode ser feita sem qualquer dificuldade ou
restrição.
© Ken James/Bloomberg/Getty Images
Os corredores principais devem sempre ser em linhas retas, sem colunas ou outros
obstáculos e, preferencialmente, sem curvas, ligando as estruturas de armazenamento
dos diversos setores às portas de entrada e/ou saída, favorecendo, desse modo, o trânsito dos equipamentos de transporte da carga e a visualização das rotas para que o
operador possa ter segurança em sua movimentação. O ideal são corredores largos que
atendam à especificação do fornecedor das empilhadeiras quanto à largura, tanto os
corredores principais quanto os transversais, quando o espaço assim permitir.
Exemplo de leiaute adequado.
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Essas providências, além de facilitarem o trânsito no dia a dia, excluem a possibilidade de alterações no desenho do armazém, caso a empresa passe a utilizar produtos
ou equipamentos de maior porte no futuro, inclusive com o uso de empilhadeiras de
maior capacidade de carga.
Outro fator muito importante na concepção dos almoxarifados, que nem sempre é
devidamente observado, é o desenho de seus equipamentos ou instalações com base
nas recomendações dos estudos ergonômicos, assunto que será abordado no tópico
sobre saúde e segurança no trabalho.
O
Atividade 1
meu almoxarifado : parte
1
A partir de agora, e até o fim do curso, você projetará um almoxarifado em várias
etapas. Portanto, é importante que guarde e conserve bem o desenho que vai começar a elaborar. Você vai precisar de uma folha de papel no formato A4, lápis,
borracha e uma régua.
1. Desenhe um galpão onde você hipoteticamente trabalhará por algum tempo. A
princípio, faça apenas o galpão ou armazém visto de cima. Como você ainda não
sabe o que ele conterá, escolha como inspiração uma das empresas listadas a
seguir para ir se familiarizando com a ideia que você terá de desenvolver passo
a passo:
• fábrica de eletrodomésticos;
• loja de material de construção;
• hipermercado; ou
• loja de departamentos.
2.Desenhe um almoxarifado grande, retangular, deixando de fora os seguintes
espaços: 1,5 cm em relação às margens da folha, no sentido do comprimento
do retângulo, acompanhando o formato da folha de papel. Nos lados que
correspondem à largura da folha e do almoxarifado, deixe 5 cm de folga em
relação à margem do papel. Do lado de fora do retângulo, nos lados do comprimento, faça um risco de cada lado a 0,5 cm de distância do retângulo; nos
lados da largura, faça um risco a 2 cm do retângulo e una todos esses riscos de
modo a formar um novo retângulo exterior. Reserve o desenho e todo o material que usou, por enquanto.
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3. Faça aqui um esboço do que fará na folha A4.
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Unidade 8
Passo a passo no
almoxarifado: a
armazenagem
Quando uma pessoa compra um produto qualquer e, posteriormente, ele é entregue em domicílio, qual costuma ser o primeiro
procedimento ao recebê-lo?
Em geral, a pessoa o examina para conferir se o produto entregue é exatamente aquele que foi adquirido quanto a cor, medidas ou tamanho, quantidade de itens que podem compô-lo etc.
e, ao mesmo tempo, verifica se está perfeito, se não sofreu danos,
se não faltam partes e, no caso de máquinas ou aparelhos, se
funcionam perfeitamente, não é mesmo?
No almoxarifado, o procedimento é o mesmo: nos processos
tradicionais, em que a mercadoria chega e é armazenada para
posterior utilização, ou no crossdocking (fala-se “crósdóquin”),
em que ela é imediatamente distribuída, e não armazenada –
procedimento que será visto a seguir –, a descarga é a etapa em
que se realiza a verificação e o controle da mercadoria com base
na nota fiscal, que deve ser confrontada com o pedido e o conhecimento de frete ou quaisquer outros documentos que relacionem o que está sendo entregue.
Inicialmente, costuma-se proceder a uma verificação simples,
“cega”, em que se faz a conferência física, contando e/ou pesando as caixas ou produtos entregues; checa-se, assim, a inexistência de danos ou avarias e as quantidades, que são conferidas
com as constantes na nota fiscal.
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Há situações em que os próprios veículos são pesados diretamente. É também o
momento da conferência da exatidão da nota fiscal em relação a impostos e preços,
de acordo com a ordem de compra. Isto é, a mercadoria que será descarregada
deve estar de acordo com a que está declarada na documentação respectiva, que,
por sua vez, deve estar de acordo com as especificações da compra efetuada,
conforme o pedido de compra.
Em seguida, efetua-se a descarga da mercadoria do caminhão. E, quando é o caso,
é nesse momento que se observam, igualmente, as características de qualidade da
mercadoria, isto é, marca, cor, tamanho, tipo, pureza, ou quaisquer outras características do produto ou matéria-prima, como no caso de perecíveis, em relação aos
prazos de validade, à temperatura etc.
© Daniel Beneventi
Existem produtos que demandam uma análise mais detalhada de sua qualidade ou
características e, nesses casos, são separadas amostras para serem analisadas por
técnicos ou pelo laboratório de controle de qualidade da empresa.
Processo de recepção, conferência, armazenagem e distribuição de mercadorias.
Dependendo do produto, da empresa e do fornecedor, essa inspeção pode ocorrer
antes mesmo da descarga, de modo a evitar o trabalho da recarga caso o produto
não seja aprovado. Um exemplo é o teste de impureza, em que é checada a proporção de partículas estranhas ou a composição. Isso é feito selecionando-se algumas
amostras do produto escolhidas ao acaso (aleatoriamente) em pontos diferentes da
carga, como nas entregas de farinha de trigo a indústrias de panificação, em que
alguns sacos são abertos para a realização dos testes.
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São necessários cuidados especiais no momento da coleta de amostras, de um lado,
para evitar sua contaminação e, de outro, para prevenir acidentes em seu manuseio,
especialmente quando se trata de produtos químicos, voláteis, inflamáveis etc.
Se não é o caso de realizar a checagem qualitativa de imediato, as embalagens ou
caixas são abertas posteriormente – depois de concluída a operação de descarga do
caminhão – para que se proceda a uma verificação mais detalhada da mercadoria
entregue. Dependendo da prática adotada na empresa ou dos volumes recebidos, a
verificação pode ser feita por amostragem, ou seja, apenas parte das embalagens são
abertas para a conferência.
Mercadorias cujas embalagens, caixas, fardos, engradados etc. estiverem danificados ou violados, abertos, amassados, perfurados, embolorados, molhados,
enferrujados etc., isto é, não estiverem íntegros, devem ser examinadas mais
minuciosamente. Pode ser necessária a abertura das embalagens para a verificação
de possíveis danos ou faltas.
Dependendo do produto, embalagens perfuradas ou molhadas, por exemplo,
implicam sua devolução, como é o caso de produtos alimentícios, substâncias
líquidas, pastosas, gasosas, géis etc. Comprovados danos ou avarias na mercadoria, organiza-se a documentação que apresenta os problemas para que seja realizada a devolução ao fornecedor. O mesmo procedimento se dá quando ocorre
incompatibilidade entre a mercadoria entregue e a constante na nota fiscal ou no
pedido de compra.
Somente após a realização de todas as conferências ou checagens possíveis, e estando tudo de acordo, as notas fiscais são encaminhadas ao setor que irá processá-las
(contabilidade, contas a pagar).
Os procedimentos de controle e conferência, então, são realizados no próprio momento da descarga da mercadoria. Uma vez comprovada a conformidade ou correspondência entre documento e mercadoria, o entregador ou transportador exige
a devolução do canhoto da nota fiscal ou outro documento devidamente assinado,
datado e com o carimbo da empresa e, em geral, com o horário da entrega e o nome
do responsável pela recepção das mercadorias.
Tais informações também são registradas no documento que fica na empresa,
de forma que, havendo alguma discrepância entre o documento e a mercadoria
recebida, se possam detectar com facilidade as falhas cometidas, por distração
ou incorreção, na realização dos procedimentos, e, assim, tomar providências
para saná-las.
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Diferentemente do que se faz em casa, produtos como eletrodomésticos, por exemplo, não têm seu funcionamento testado pela empresa recebedora, mas pelo consumidor final. Isso acontece porque eles vêm em embalagens próprias para garantir
sua integridade no transporte e, sendo lacradas com fitas adesivas, cola etc. ou estando os produtos em engradados pregados, não devem ser violadas, pois embalagens
de produtos novos que estejam abertas indicam a possibilidade de o produto ter sido
usado, estar danificado, de faltarem componentes etc.
Além disso, possuem garantia que passa a valer a partir da data da nota de compra
pelo consumidor final. Os fabricantes, por sua vez, utilizam sistemas de controle de
qualidade dos produtos acabados e regularmente devem realizar testes para assegurar
o perfeito funcionamento ou a presença das características corretas do produto.
Dá para imaginar os contratempos, o trabalho e o custo que a devolução de uma
mercadoria defeituosa implica, tanto para o lojista quanto para o fabricante. Além
dos prejuízos pelos custos financeiros da devolução ou reparo na rede de assistência técnica do fabricante, há também prejuízos na imagem da marca de ambos,
lojista e fabricante, caso os defeitos sejam constantes.
Além disso, há defeitos que surgem somente com o uso dos produtos, isto é, nem
sempre são perceptíveis nos testes a que são submetidos após finalizados – também
porque tais testes costumam ser feitos por amostragem, englobando apenas algumas
unidades de alguns lotes do total produzido.
Isso tem ocorrido com alguma frequência com um dos produtos mais valorizados
pela população brasileira: o automóvel, cujos fabricantes têm feito chamadas através
da mídia ou outros meios para que os proprietários levem os veículos às redes credenciadas para reparos ou substituição de peças. É o chamado recall.
Aliás, foi exatamente na indústria automobilística, como vimos no Caderno 1, que
se criou e rapidamente se expandiu a utilização do just-in-time (JIT): um espelho
das cadeias integradas de suprimento, quando produtos como peças, partes, componentes etc. são fornecidos no momento certo e na quantidade exigida para serem
direta e imediatamente integrados à linha de produção, não passando pelo almoxarifado nem pelas conferências que nele se costuma fazer.
Independentemente da adoção ou não do JIT, muitas empresas buscam eliminar
parte das tarefas dos almoxarifados negociando sua realização com os próprios
fornecedores, que passam a executar rigorosamente os controles de qualidade da
separação, da expedição, do transporte etc. do produto para entregar sempre as
mercadorias em perfeitas condições e submetidas a controles precisos de qualidade,
quantidade e demais características e critérios exigidos.
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© Luciana Cassia/Latinstock
Nos anos de 2013 e 2014, no entanto, ganhou grande repercussão o fato de tais controles não estarem sendo devidamente executados pelos fornecedores de componentes
automobilísticos. O número de veículos chamados em recalls para troca de peças ou
componentes defeituosos – muitos dos quais comprometendo seriamente a segurança
dos passageiros – atingiu cifras de milhões de unidades no País e no mundo.
Trabalhadores armazenando produtos para transporte.
Procedimentos para descarga
Quando um produto chega a uma empresa, o software de gestão do armazém
possibilita que sejam realizadas inúmeras tarefas, começando pelos controles de
portaria:
• são registrados os dados de cada veículo, do motorista e dos acompanhantes que
estão adentrando a empresa, e o horário de entrada, de acordo com um agendamento prévio, no qual se define a prioridade de descarga de cada entrega/produto, se necessário;
• são capturados dados das notas fiscais das mercadorias;
• é indicada a localização da doca para descarga.
Entre suas funcionalidades para o processo de recebimento, destacam-se, ainda:
• o controle da qualidade dos produtos;
• o controle físico da mercadoria recebida.
A descarga dos produtos se dá nas docas (baias ou baias de atracação) de recebimento
de mercadorias, as quais podem ou não ser as mesmas utilizadas para a saída de outras
mercadorias, o que geralmente acontece nas empresas que operam em horários distintos – uma parte do dia para recebimento e outra parte, para saída de produtos.
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Essa divisão horária, então, é aplicada também internamente, com os produtos recebidos sendo armazenados em determinado período do dia e retirados para separação e expedição em outro período, a fim de evitar confusões em seu manuseio
com o entrechoque de operações.
© Paul White – Transport Infrastructures/Alamy/Glow Images
Entretanto, várias empresas realizam ambas as operações simultaneamente, e, como
se observará no tópico referente às estruturas de armazenamento, algumas delas
permitem, inclusive, carga e descarga simultâneas. Mas esse procedimento não se
confunde com o que veremos a seguir.
© DeGraaf Erik/123RF
Carregamento de navios.
Docas de atracação de caminhões.
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Existe uma operação, conhecida como crossdocking (“cruzando a doca”), que integra
ambas as operações, de modo que ocorram consecutivamente, isto é, produtos
descarregados são imediatamente separados e carregados em outros veículos para a
distribuição. É um esquema de trabalho que exige muito cuidado e atenção para
evitar extravios ou envios de volumes incorretos para seus destinos, mas que oferece algumas vantagens importantes:
• torna desnecessárias todas as atividades de armazenamento, transporte e manuseio
interno;
• economiza espaço, que pode ser utilizado para outros fins;
• diminui a necessidade, o uso e o desgaste de instalações;
• reduz as horas de trabalho dos operadores e dos equipamentos e de energia ou
combustível;
• diminui a possibilidade de danos na mercadoria ao reduzir sua movimentação;
• torna extremamente ágil o processo de recepção e entrega de mercadorias, sendo o
ideal para entregas urgentes e para a distribuição de produtos altamente perecíveis.
O software também controla a realização desse tipo de procedimento. Independentemente do sistema adotado, toda a mercadoria deve ser devidamente registrada e as informações correspondentes devem ser lançadas no sistema de controle e
gestão.
Atividade 1
C anais
de distribuição
1. Imagine que você trabalha no centro de distribuição de uma grande rede varejista, com três tipos de canais de distribuição e 60 pontos de venda na cidade:
quatro hipermercados, 32 supermercados e 24 minimercados. Um hipermercado
e, em média, oito supermercados estão localizados em cada região – norte, sul,
leste e oeste. Já os minimercados estão localizados concentradamente em apenas
duas regiões da cidade, a norte (oito unidades) e a oeste (dez unidades).
Nessas regiões em que há minimercados, as vendas no setor de hortifrutigranjeiros, especialmente as hortaliças, dos supermercados e hipermercados estão em
lenta e gradual queda há mais de um ano. Os minimercados são a grande aposta estratégica da rede, uma iniciativa bem recente, sendo que o primeiro deles foi
inaugurado há aproximadamente dez meses.
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Um belo dia, começa a chover torrencialmente e, por esse motivo, o encarregado, com alguns funcionários, não conseguiram chegar ao trabalho. Assim,
o gerente pediu que você assumisse o lugar do encarregado; parte dos pequenos
caminhões da empresa também não chegou, pois há muitos pontos de alagamento intransitáveis onde só passam caminhões altos – que é o caso dos caminhões dos fornecedores, que estão chegando normalmente para descarregar as
mercadorias.
2.Faça uma relação dos produtos comercializados nos pontos de venda que você
imagina que devam ser operados pelo sistema de crossdocking.
3.Você, um dia, viu o encarregado fazendo uma curva ABC dos produtos que
estavam chegando naquele horário. Faça uma curva aproximada desses produtos,
tendo em mente que três ou quatro deles são vendidos em quantidades de quatro
a cinco vezes menores que os campeões de vendas, mas custam de quatro a
cinco vezes mais. Outros custam de duas a três vezes mais e vendem de duas
a três vezes menos.
Decida quais desses produtos serão entregues e os canais de distribuição
preferenciais para recebê-los, tendo em vista que não há caminhões suficientes disponíveis e, portanto, nem todos os tipos de produtos serão entregues
imediatamente e nem todos os pontos de venda serão atendidos nesta primeira distribuição do dia.
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Estoquista 2
Curva ABC
Conclusões:
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 25
4.Prepare uma apresentação para a classe, tendo em mente realizar a melhor análise possível do quadro.
Leve em consideração que nas empresas sempre se espera que os operadores da
área de logística tenham a capacidade de perceber dados, fatos, fenômenos,
procedimentos, condições etc., que podem prejudicar ou melhorar o desempenho
das operações.
O
Atividade 2
meu almoxarifado : parte
2
1. Em casa, retome seu desenho.
2.Em um dos lados correspondentes à largura do papel e dos retângulos, faça um
risco de 2,5 cm, continuando o risco do lado comprido do retângulo exterior
(é um prolongamento deste lado do retângulo), em direção à borda do papel (lado
da largura); depois, faça mais seis riscos paralelos a esse que você acabou de fazer,
também de 2,5 cm de comprimento cada um deles, com 1,5 cm de distância
entre um risco e outro.
3. Agora faça a mesma coisa do outro lado comprido do retângulo (sem virá-lo, os
riscos vão se aproximar dos que você já fez): um risco prolongando o retângulo
exterior e mais seis a partir do prolongamento do retângulo exterior que você
acabou de fazer, indo em direção à borda do papel.
4. Você vai ver que ficou um espaço mais estreito entre os últimos riscos das duas
séries de riscos, no meio daquele espaço do papel. Numere os espaços entre esses
riscos da esquerda para a direita (pulando o espaço mais estreito) de 1 a 12, fazendo números centralizados em cada espaço, mas mais próximos do risco do
retângulo exterior: você acabou de fazer as baias ou docas nas quais os caminhões
vão atracar para descarregar.
5. Desenhe alguns caminhõezinhos um pouco menores que as baias, com a frente
virada para fora do papel. Faça um esboço antes de passar a limpo no seu desenho
final.
26
A rco Oc upacio nal A d m i n i s t r a ç ã o A l m o x a r i f e
e
Estoquista 2
Unidade 9
Equipamentos
e instalações
Das docas, os produtos são transferidos para o interior dos armazéns. Nesse momento, são utilizados alguns critérios de armazenamento e determinados equipamentos.
Os critérios de armazenamento são lógicos e certamente todos
nós os utilizamos cotidianamente ao guardarmos coisas em casa:
• as mais pesadas são guardadas em locais baixos e de fácil
acesso, para diminuir seu deslocamento ao máximo. No caso
dos armazéns, ficam nas prateleiras mais próximas da entrada ou da expedição e nas áreas inferiores;
• as que usamos com mais frequência, que têm mais giro, guardamos mais à frente, e as com menor giro, nos fundos. No
almoxarifado, usa-se o mesmo critério.
Por sua vez, os equipamentos são os paletes ou pallets, as paleteiras (transpaletes ou transpaleteiras) e as empilhadeiras.
Paletes
Os paletes são estrados quadrados, mas não formam um quadrado perfeito; na realidade, são ligeiramente retangulares. O
palete PBR (padrão brasileiro) mede 1 metro (m) por 1,2 m,
suporta 1 200 quilogramas (kg) e geralmente é de madeira, mas
também existem os de alumínio, aço, fibra e plástico.
Eles podem ser acessados por dois lados (duas entradas) ou pelos
quatro lados (quatro entradas); ser de uso contínuo ou descartáveis (one way; fala-se “uan uei”); de uma ou duas faces (só a
parte de cima é fechada ou tanto a de cima quanto a de baixo);
e mais ou menos reforçados, aguentando maior ou menor peso.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 27
Fotos: © Renato Viotti/Latinstock
Palete de dois lados.
Palete de quatro lados.
Palete plástico termoformado.
Palete de uma face não reversível.
Paleteiras
© © Marcin Balcerzak/123RF
/123RF
As paleteiras são pequenos veículos que têm dois braços, formando um garfo, que
se encaixam nos vãos dos paletes para suspendê-los ligeiramente e poder locomovê-los. Podem ser manuais ou elétricas e movimentam os paletes em operação horizontal na altura do solo. Existem também os stackers (fala-se “istéquers”), isto é,
paleteiras com torres, que elevam a mercadoria a até 4 m e são patoladas.
Paleteira manual.
28
Paleteira elétrica.
A rco Oc upacio nal A d m i n i s t r a ç ã o A l m o x a r i f e
e
Estoquista 2
© Mario Henrique/Latinstock
Paleteira encaixada no palete.
Empilhadeiras
© Mario Henrique/Latinstock
© Mario Henrique/Latinstock
As empilhadeiras, por sua vez, têm como função movimentar, elevar e empilhar
os paletes. Movidas a gás ou elétricas, dividem-se em quatro modelos: patolada,
contrabalançada, retrátil e trilateral.
Empilhadeira retrátil.
© Mario Henrique/Latinstock
© Somov
Empilhadeira patolada ou paleteira com torre.
Empilhadeira trilateral.
Empilhadeira contrabalançada.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 29
© Mario Henrique/Latinstock
Se quiser saber mais sobre
empilhadeiras, consulte os
cadernos e vídeos referentes à
ocupação operador de empilhadeira.
Disponível em: <http://www.
viarapida.sp.gov.br>. Acesso em:
23 abr. 2015.
Os paletes servem para que sobre eles sejam acomodadas
e empilhadas embalagens, caixas, fardos etc., permitindo
padronizar os volumes que serão colocados nas prateleiras,
junto com o próprio palete, e que a estocagem seja feita
com facilidade tanto no sentido horizontal do depósito
quanto no vertical. Para isso, são utilizadas estruturas
porta-paletes, que são estantes próprias para acomodar as
unidades paletizadas. Essas estruturas são projetadas levando-se em consideração as dimensões das unidades de carga e a altura dos volumes que ficarão apoiados sobre elas.
Armazenamento de produtos com a utilização de paletes.
Unitização: 1. Ação ou resultado de unitizar. 2. Processo
por meio do qual se reúnem
peças em lotes individuais
de mercadorias homogeneizadas e padronizadas com o
objetivo de agrupá-las em
unidades maiores e apropriadas à comercialização e ao
transporte.
© Dicionário Aulete.
<www.aulete.com.br>
30
Como visto, um palete PBR mede 1 m × 1,2 m (área
quadrada de 1 m  1,2 m = 1,2 m²). Já a altura do volume
depende do tipo de embalagem que será utilizada ou da
quantidade que será empilhada por palete. Quando se
tem uma medida padronizada das embalagens, é possível
calcular a área cúbica que pode ser estocada no espaço e
o respectivo número de paletes, ou calcular a dimensão
do espaço suficiente para o estoque que se pretende.
Se as caixas empilhadas, ou caixa única adotada na unitização – conceito que veremos adiante –, medirem
1,3 m de altura, a área cúbica ocupada por palete será de
1,2 m²  1,3 m = 1,56 m³. Dessa forma, se o depósito
contém ou necessita conter 600 paletes com essas dimensões, sua área cúbica deverá ser de 600  1,56 m³ =
936 m³.
A rco Oc upacio nal A d m i n i s t r a ç ã o A l m o x a r i f e
e
Estoquista 2
Como há empilhadeiras que alcançam até 12 m de altura, poderia haver estruturas
porta-paletes para comportar empilhamentos ou colunas com seis unidades paletizadas de altura. Seriam, então, necessárias cem colunas, com seis paletes cada
(100  6 = 600). As colunas poderiam estar dispostas em conjuntos de cinco colunas cada, uma atrás da outra, formando uma fila, ou “canal”; com essa arrumação,
haveria 20 canais (100 ÷ 5 = 20).
Se utilizadas duas estruturas porta-paletes com dez canais cada, seriam necessários
pouco mais de 10 m de largura, para comportar os dez canais, e pouco mais de
12 m de profundidade, para comportar dois canais (um canal por estrutura; duas
estruturas, uma atrás da outra) com cinco colunas cada, e, com essa disposição,
as estruturas ocupariam pouco mais de 120 m² (10 m de largura × 12 m de profundidade).
A área ocupada necessária e suficiente para o estoque de 600 unidades paletizadas
seria um retângulo com somente 10 m × 12 m, além de, naturalmente, mais alguns
metros para os corredores necessários à circulação.
© Daniel Beneventi
6m
10 m
Armazenamento com empilhadeiras.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 31
Atividade 1
Paletes
e empilhadeiras
1. Em dupla, no laboratório de informática, realizem uma pesquisa sobre paletes e
empilhadeiras buscando responder ao seguinte roteiro e justificando suas respostas.
a) Exemplifiquem o tipo de carga para cada tipo de empilhadeira:
Empilhadeira
Carga
Patolada
Contrabalançada
Retrátil
Trilateral
b)Exemplifiquem o tipo de carga para cada tipo de palete:
Palete
Carga
1 face
2 lados
4 lados
Descartável
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e
Estoquista 2
Porta-paletes
Encontram-se disponíveis no mercado basicamente três tipos de estruturas porta-paletes:
• porta-palete convencional;
• porta-palete de dupla profundidade;
• porta-palete deslizante, similar às estantes que temos em nossas casas ou que se
veem em lojas, com a diferença de que suas prateleiras são mais profundas.
As seguintes estruturas porta-paletes operam formando blocos:
Pushback (Lifo)
O modelo mais simples segue o desenho de uma estante que fica encostada na
parede, porém suas prateleiras são inclinadas, mais altas no fundo e mais baixas na
frente, de modo que os paletes escorregam sozinhos para a frente. Assim, é desnecessário esticar os braços para apanhar os volumes que estariam no fundo, mesmo
porque os garfos das empilhadeiras não os alcançariam.
Fotos: © Longa Industrial Ltda.
Esse modelo é denominado pushback (fala-se “pâchbéc” – “empurrar de volta”), pois,
ao se colocar cada volume (palete), os que já estão no lugar precisam ser empurrados
para trás. Daí o nome do sistema: Ueps, o “Último que entra é o primeiro a sair”,
ou Lifo, em inglês (Last in, first out [fala-se “lest in, fãrsti aut”]).
Porta-paletes pushback.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 33
Estrutura dinâmica ou porta-palete dinâmico (Fifo)
Esse segundo modelo é semelhante ao que acabamos de ver, com a diferença de que
a estante fica no meio do espaço, de modo que é operado tanto pela frente quanto
por trás. Isso torna a estrutura muito mais funcional, pois as operações podem ser
simultâneas, carregando-se pela frente e descarregando-se por trás ao mesmo tempo.
Nessa estrutura, o “primeiro (palete) que entra é o primeiro que sai” – sistema Peps
ou Fifo (First in, first out [fala-se “fãrsti in, fãrsti aut”]) –, o que faz com que os
produtos sejam utilizados na mesma sequência de chegada ou de produção, diferentemente do sistema anterior.
© isaac74/123RF
Para que os produtos sejam utilizados nessa mesma sequência, no sistema anterior,
é necessário retirar os que estão à frente e recolocá-los depois que os do fundo tenham
sido retirados, triplicando o trabalho. Nesses porta-paletes dinâmicos, as prateleiras
também têm inclinação, porém são rolantes, possuindo um sistema de freios e de
separação dos paletes, os quais regulam o deslizamento e evitam que se choquem
uns com os outros.
Porta-palete dinâmico.
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e
Estoquista 2
Ilustrações: © Daniel Beneventi
Drive-in e drive-thru
Drive-in.
Drive-thru.
Outros dois modelos são os das estruturas chamadas drive-in (fala-se “draive-in”
– “dirigir para dentro”) e drive-thru (fala-se “draive-tru” – “dirigir através”). Elas
seguem os mesmos modelos de manuseio das estruturas anteriores: no modelo
drive-in, a operação dos paletes é feita apenas por um lado e eles são empilhados na
sequência da chegada e retirados na ordem inversa, primeiro os últimos e, por último, os primeiros, conforme o sistema Ueps; no modelo drive-thru, os primeiros que
chegam são também os primeiros que saem, pois o manuseio se dá por ambos os
lados; nesse caso, o sistema é o Peps.
Essas estruturas não possuem prateleiras propriamente, apenas suportes para os
paletes, como se fossem longarinas (vigas de madeira que apoiam a fixação das tábuas nos paletes), já que as empilhadeiras adentram as estruturas e, por essa razão,
sua utilização inicia-se pelo “último andar” e vai descendo até o “térreo”; armazena-se a mercadoria de cima para baixo.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 35
Demais estruturas
Outras estruturas comuns em almoxarifados e que também podemos encontrar em
nossas próprias casas são estantes ou prateleiras simples.
Fotos: © SSI Schaefer Ltda.
As estantes, ou estruturas de prateleiras, são utilizadas para armazenamento de itens
de menor volume e peso, de modo geral, ou de pequena quantidade. As prateleiras,
ou cantiléveres, são utilizadas para materiais com comprimentos longos, podendo
ser simples como as que costumamos ter em casa – prateleiras apoiadas em uma
estrutura ou em mãos-francesas fixadas na parede –, ou duplas, com estruturas
sustentando prateleiras em ambos os lados.
Cantiléveres.
O
Atividade 2
meu almoxarifado : parte
3
1. Agora, de acordo com o tipo de empresa que escolheu anteriormente para criar
seu almoxarifado, você vai começar a preencher o espaço dentro do retângulo
interior com o que seriam as estruturas porta-paletes ou as prateleiras (cantiléveres). Não se esqueça que haverá empilhadeiras nesse almoxarifado, portanto, deve
haver corredores entre as estruturas.
Faça um ligeiro esquema das estruturas e estantes, para simbolizar o tipo de
operação – Peps, Ueps ou ambos – e mostrar se há instalações para volumes
compridos. Mais adiante, você terá de apagar alguns desenhos que vai fazer
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e
Estoquista 2
agora. Então, não se preocupe em fazê-los perfeitos. O ideal talvez seja fazer os
riscos tracejados, de leve, apenas para começar a visualizar melhor os espaços e
as proporções.
Endereçamento
Quando nos referimos a “último andar” e “térreo”, estamos, na realidade, utilizando
um procedimento e uma nomenclatura comumente adotados para facilitar a localização dos produtos no estoque, de modo a completar o endereço do local em que se
encontra determinado produto – que já contém informações como “rua”, “prédio”,
“andar” e até “apartamento”, além do “lado par” ou “ímpar” da rua.
As ruas podem ser denominadas por letras, números, ou ambos, e os demais dados,
por números, de tal modo que um endereço no qual se encontra uma dada mercadoria pode ser: M-1-5-4-4, significando que o local é a rua M, no lado ímpar 1 (ou
2 se par), no prédio 5, 4o andar, no apartamento 4.
Outras nomenclaturas ou definições que se servem de cores, blocos, seções, grupos,
famílias etc. também são utilizadas em empresas. O ideal, por vezes, é que se combinem critérios para favorecer ainda mais a localização: setor vermelho (materiais
de escritório, por exemplo), rua B, prédio 2; setor amarelo (materiais de limpeza,
por exemplo), rua X. No entanto, deve-se evitar formar códigos ou métodos de
identificação muito complicados, que se tornem difíceis de assimilar ou memorizar.
Todos esses procedimentos se aplicam variando, naturalmente, em função da diversidade de itens e de estoques presentes no almoxarifado. Há almoxarifados que
abrigam apenas algumas centenas de itens, enquanto outros, algumas dezenas de
milhares, ainda que muitos dos quais sejam similares.
Se você alguma vez já precisou adquirir uma peça para encanamento de água, por
exemplo, sabe que, de uma única peça, existem algumas variedades. Pense em um
cotovelo para ligação do cano à torneira ou a uma peça intermediária. Nesse caso,
podem variar: bitola do cano (meia polegada, ¾ de polegada), material (plástico azul,
plástico marrom, cobre, bronze, plásticos para uso com água quente), tipo de junção
(um lado com rosca interna e outro com externa; um lado com rosca e outro para uso
de cola ou solda; dois lados para uso de cola ou solda); bitolas do próprio cotovelo
(ambos os lados com a mesma bitola ou um lado com redução de uma delas); ângulo (90 ou 45 graus) etc. Em outras palavras, um simples cotovelo combina várias
características e utilizações e chega a representar mais de 20 itens diferentes.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 37
Em muitos almoxarifados, os endereços são sinalizados com etiquetas de código de
barras, com o auxílio do software de gestão do armazém, nos paletes, volumes,
caixas, peças etc., e nas estruturas porta-paletes ou de prateleiras. Desse modo, a
identificação do local de estocagem de cada produto torna-se rápida e fácil, como
quando um operador retira uma embalagem ou palete de um local, separa apenas
uma parte dos produtos que nela ou nele se encontravam, e não os retorna ao local
de origem – o que pode ser feito por qualquer outra pessoa com facilidade. Por essa
razão, é fundamental que toda a mercadoria seja devidamente identificada e as
etiquetas sejam preservadas no manuseio dos volumes ou paletes.
Nessa etapa do processo, o software dispõe de recursos que auxiliam bastante o
trabalho, pois classifica os diferentes produtos, de modo que sejam armazenados
respeitando classes ou grupos determinados, isto é, ele define os endereços em que
devem ser colocados os produtos de cada grupo ou classe, seguindo os critérios da
empresa.
Essa classificação pode ser baseada em inúmeras características dos materiais ou
produtos, como valor ou custo, frequência de uso, quais produtos são utilizados em
determinada etapa da produção, dimensões, peso, validade, linha de produtos,
marcas etc. Ao mesmo tempo, o software auxilia na seleção das estruturas de armazenamento e de paletes mais apropriadas.
Produtos novos, que não eram utilizados, devem ser classificados e codificados para
que possam ser endereçados e localizados de forma correta quando requisitados.
Um dos instrumentos utilizados nessas tarefas é o coletor de dados de etiquetas de
código de barras (bar code) – que veremos a seguir –, cuja função é fornecer o endereçamento que deve ser atribuído ao produto que chega.
Uma vez etiquetados, procede-se ao armazenamento propriamente dito – transportando-se os volumes paletizados com o uso das paleteiras, empilhadeiras etc. – e
aos devidos lançamentos no sistema.
Passo a passo: armazenamento
Como vimos na Unidade referente aos tipos de estoques, os profissionais que
atuam nos almoxarifados ou depósitos podem ter em mãos todo tipo de materiais, em função do perfil ou do setor de atividade econômica da empresa em
que atuam.
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Estoquista 2
© Ulrich Mueller/123RF
Assim, é possível, em uma mesma empresa, lidar com matérias-primas brutas
ou beneficiadas, como peças, componentes, produtos em processo (semimanufaturados, semiacabados, que retornarão à produção para serem submetidos a
novos processos), produtos acabados, embalagens, produtos avariados, vencidos,
devolvidos para reparos etc., lembrando que é preciso muita atenção para que
todos os registros e lançamentos sejam feitos, de preferência, imediatamente à
operação ou ao procedimento.
Todos os procedimentos de registro, cadastro, identificação, codificação, etiquetagem, estorno, lançamento, requisição, cancelamento, de baixa, saída, entrada, transferência, emissão de notas, pedidos,
autorizações, ordens, de documentos quaisquer, enfim, todos os atos realizados, devem ser devida e
corretamente lançados no sistema de gestão, de imediato, sempre.
O programa processa todas as informações necessárias ao bom andamento do
trabalho, desde que ele tenha sido devidamente alimentado. Procurar um erro devido a um procedimento não feito, ou malfeito, é quase sempre muito mais trabalhoso e demorado do que realizá-lo com cuidado e atenção no momento correto.
Por sua vez, o manuseio dos produtos requer atenção constante. Alguns produtos,
dados seus tipos ou naturezas, requerem atenção redobrada, por serem muito sensíveis à movimentação ou perigosos, mesmo não se considerando possíveis acidentes
dos quais resultem quebras, amassamentos, escape, derramamento, extravasamento
ou outros danos nas embalagens e nos produtos.
Almoxarife
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Estoquista 2
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Por essa razão recomenda-se que não sejam feitos transbordos desnecessários de
produtos, pois, quanto mais operações são feitas, maiores são as chances
de ocorrerem acidentes. Ao se retirar um produto com uma paleteira, por exemplo, deve-se mantê-lo sobre ela até sua deposição no caminhão e, se possível,
tanto o equipamento quanto a embalagem devem ser usados em sua capacidade
total, de modo a evitar a repetição desnecessária de operações ou o uso desnecessário de embalagens.
Do mesmo modo, toda a movimentação de materiais deve, de preferência, seguir
um pequeno planejamento, em que se preveem todas as operações que serão
realizadas: quantos e quais equipamentos serão utilizados na movimentação
específica; quais as características da carga a ser movimentada em termos de
peso, tamanho, volume cúbico, fragilidade, periculosidade etc.; quantas pessoas realizarão a movimentação; a duração estimada; quais serão as etapas a serem
cumpridas; os pontos de origem e destino das mercadorias, os trajetos e o número de percursos a se fazer etc.
Nesse sentido, deve-se sempre reservar o tempo necessário para sua execução
em condições normais de ritmo do trabalho humano e dos equipamentos, e
utilizar equipamentos e procedimentos adequados à operação que se vai realizar,
evitando-se improvisos, atitudes ou ações não recomendáveis e, frequentemente, perigosas.
Qualquer acidente pode provocar lesões sérias e, por vezes, permanentes ao trabalhador. E, quando isso felizmente não acontece, há grande possibilidade de danos
às mercadorias, aos equipamentos ou às instalações. Em todos os casos, há perda
de tempo e de esforço na operação frustrada e, quase sempre, a necessidade de serem
realizadas várias outras operações que não deveriam ocorrer, para poder “consertar”
a operação ou reparar os danos.
Nessas situações, é comum que ocorram prejuízos financeiros para a empresa e
para o trabalhador. Além disso, o descuido de um trabalhador pode causar graves
danos a outros, ainda que não a si mesmo.
Devem ser utilizados, preferencialmente, meios mecânicos para a movimentação de
cargas, evitando-se riscos físicos, corporais, por excesso ou inadequação de esforço
ou movimentos, e buscando-se preservar as indicações da ergonomia; obtêm-se,
assim, prioritariamente, ganhos de segurança pessoal, e preservam-se, também, os
produtos ou materiais manuseados.
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© Luciana Cassia/Latinstock
Outras vantagens de utilizar meios mecânicos para a movimentação são os ganhos
de produtividade, pela não realização de operações interrompidas, incompletas, frustradas ou inadequadas, que demandam tempo e esforços extras para serem refeitas.
Pensar sempre, antes de agir, permite avaliar se ocorrerão dificuldades ou duplicidades nas ações, se algumas delas podem ser dispensadas ou simplificadas, se requerem procedimentos, equipamentos de segurança ou cuidados especiais, e assim
por diante.
Identificação/codificação e rastreamento
Depois que as mercadorias passam pelo recebimento e, portanto, estão para ser
armazenadas – ou quando devem ser novamente conferidas, caso o recebimento e
o armazenamento sejam setores distintos e as operações, realizadas por pessoas
diferentes no almoxarifado, para que não haja dúvidas quanto à exatidão do lote –,
elas antes devem ser codificadas para que todos os dados de sua identificação sejam
facilmente acessíveis.
Um processo bastante simples e que não requer equipamentos especiais (portanto,
de baixo custo) é baseado na utilização de códigos, que são sequências de números
e/ou letras – únicos, exclusivos. Assim, facilmente se pode identificar e localizar um
produto, tanto no estoque quanto nos sistemas de controle, como, por exemplo,
Almoxarife
e
Estoquista 2
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as fichas simples nas quais se farão os lançamentos das entradas e saídas do item de
modo a saber, a qualquer momento, quantas unidades existem disponíveis.
Este processo, o de código de barras – que veremos em breve –, em geral segue uma
lógica em que alguns números identificam o grupo, a categoria, a família e a classe
a que pertence o produto e outros, o produto específico. Assim, em nossa cozinha,
teríamos, por exemplo:
• Categoria de produtos: produção de doces – código 01 ou AA.
• Grupo do tipo de doce: bolos – código 02.
• Classe do bolo: bolos com chocolate – código 01.
• Família de ingrediente: cacau em pó – código 11.
• Tipo de unidade: caixa de 200 gramas – código 200.
Desse modo, o código completo que identificaria o item cacau seria: 01 02 01 11
200 ou AA 02 01 11 200. Esse código seria anotado em todas as caixas de cacau e
na prateleira onde ficariam guardadas, bem como na ficha de controle de estoque
– nesse caso, a ficha deveria prever a existência de caixas com outras capacidades,
como 500 g, 1 kg etc.
Na primeira classificação, que aqui denominamos “categoria”, poderíamos ter produção de salgados, por exemplo, ou de refrescos etc. No que chamamos “grupo”,
poderíamos ter itens para produção de pavês, sorvetes etc. Na “classe do bolo”, de
banana, de laranja etc. Na “família”, chocolate em pó, farinha, fermento em pó etc.,
e assim por diante, de modo que cada classificação seguiria a sequência dos números: 01, 02, 03, 04, 05 etc.
O princípio é uma primeira classificação que agrega toda uma linha de produtos;
outra classificação especifica o tipo de produto completo; outra denomina de forma
mais particular a “espécie” do produto; uma outra classificação individualiza o
produto em si, no nosso caso, o ingrediente cacau; e uma última descreve a capacidade da embalagem.
O processo mais eficiente é o de etiquetagem, com a impressão das etiquetas mediante utilização de código de barras, que são afixadas em caixas, peças, volumes
etc., se não vierem previamente etiquetados pelo fornecedor. Nesse processo, é
utilizada a tecnologia de impressoras de código de barras, impressoras térmicas,
leitores e coletores de códigos.
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Estoquista 2
O código de barras é uma representação de letras e números (código alfanumérico),
e a sua leitura permite ter acesso a várias informações – de modo absolutamente
seguro, não sujeito a erros e instantâneo –, que são processadas em tempo real,
aumentando consideravelmente, dessa forma, a produtividade do processo.
© Luciana Cassia/Latinstock
© Maitree Laipitaksin/123RF
Os leitores, como o nome diz, apenas leem o código de barras, enquanto os coletores registram as informações para serem posteriormente processadas no sistema.
Alguns têm pequenas impressoras acopladas, como os utilizados pelas companhias
de abastecimento de água, e imprimem a conta no próprio local após a leitura do
hidrômetro. Eles são utilizados, comumente, para registro, identificação e catalogação dos produtos que estão dando entrada na empresa, entre outras funções.
Coletor de dados.
Leitor de código de barras.
Há dois tipos de código de barras: os lineares e os bidimensionais. Os lineares, cujas
etiquetas representam séries de números, por sua vez também são de dois tipos: o
tipo GTIN-13 (13 dígitos) é utilizado no varejo, em geral para identificação do país
de origem, do fabricante e do produto em si e aparece nas embalagens dos produtos
nos supermercados; os leitores, no caixa, identificam o produto e o programa de
gerenciamento processa a informação instantaneamente. O tipo GS1-128 é utilizado na movimentação de produtos pelas empresas e comporta mais informações
necessárias para o controle interno, como dados da compra (pedido, nota fiscal,
quantidades etc.) e da produção (lotes, datas de fabricação, validade, numeração de
identificação etc.).
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 43
© Daniel Beneventi
Os três primeiros
dígitos apresentam o
país no qual o código de
barras foi originado.
O número 789 quer
dizer que o código foi
gerado no Brasil.
7 8 9 1 8 38 95 213 5
Este último é chamado
de dígito verificador,
que comprova a
veracidade do
código de barras.
Esta sequência (que pode abranger 3, 4 ou
5 dígitos) traz a descrição de características
do produto, tais como validade, data de
fabricação, peso, medidas etc.
Esta sequência (que pode abranger 4, 5
ou 6 dígitos) representa a empresa que
fabricou o produto.
Os códigos bidimensionais, uma tecnologia mais recente, agregam um número
maior de informações utilizando espaço menor que o código de barras tradicional.
É utilizado, entre outras possibilidades, em embalagens unitárias de medicamentos
e de alimentos, que necessitam identificação mais completa, como validade, lote
etc., de modo a permitir seu rastreamento.
Nos anos de 2013 e 2014, por exemplo, ocorreram vários recalls de remédios e leites
longa-vida UHT que apresentaram problemas em suas composições, trazendo risco
de comprometimento da saúde. A utilização desses códigos tornou mais ágil a localização dos produtos nos estoques dos distribuidores e varejistas para serem recolhidos.
Código bidimensional que remete ao site do Programa Via Rápida Emprego.
Esses códigos estão se tornando cada vez mais populares, sendo conhecidos como
QR Code (Quick Response Code – “Código de resposta rápida”), e podem ser escaneados por telefones celulares que possuem tecnologia para tal.
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A rco Oc upacio nal A d m i n i s t r a ç ã o A l m o x a r i f e
e
Estoquista 2
Outra tecnologia utilizada não somente para localização dos itens, como também
para seu rastreamento, é a identificação por radiofrequência (Radio Frequency
Identification – RFID). Ela se serve de ondas de rádio e “etiquetas inteligentes”,
eletrônicas, dotadas de microchip e antena, que recebem e gravam informações e as
retransmitem de volta para os transmissores, o que permite localizar, identificar e
rastrear o produto a distância, sem contato visual, razão pela qual as próprias etiquetas não precisam ficar à vista.
Boa parte dessas etiquetas sequer possuem baterias e usam como fonte de energia as próprias transmissões que recebem. As informações do estoque podem,
desse modo, ser processadas em tempo real e em um processo muitíssimo mais
ágil do que a leitura de etiquetas de código de barras em cada embalagem ou
palete por um operador. Além disso, o microchip comporta uma gama muito
maior de informações.
© Stocksearch/Alamy/Glow Images
Em 2014, um roubo de grande volume – em que foram utilizados sete caminhões – de
aparelhos eletrônicos (celulares, tablets etc.), de uma fábrica de um grande fabricante do setor em Campinas (SP), mostrou que os ladrões conheciam essa tecnologia,
uma vez que não levaram produtos assim etiquetados.
Etiqueta inteligente.
O software de gestão do armazém é um instrumento muito eficiente nessa etapa de
armazenamento, pois faz a gestão do endereçamento, dos equipamentos e do pessoal que deve ser alocado para realizar a tarefa, como vimos.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 45
E tiquetando
Atividade 3
e codificando minha vida
1. Para fazer suas etiquetas, você precisará de uma folha de papel no formato A4.
2. Na folha de papel, marque com um tracinho o ponto que representa 10 cm a partir
de um dos lados da largura do papel e, outro, 20 cm. Siga os traços em direção ao
lado oposto, encostando a régua na borda do lado do comprimento da folha.
3. Faça o mesmo encostando a régua, virada, do lado do comprimento do papel. Agora, una os pontos da marca de 10 cm com um risco paralelo à margem do papel e de
novo na marca dos 20 cm, dividindo a folha em três partes mais ou menos iguais.
Vire a folha, e, da mesma forma, faça marcas no sentido de um dos lados compridos
para o outro, a cada 3 cm, dos dois lados da folha, e una as marcas, de maneira a
obter um grande retângulo, criando 21 pequenos retângulos que serão suas etiquetas.
4.Escreva, na margem inferior das etiquetas, o seu nome, em letras maiúsculas e
de forma, assim: ANTONIA, LUISA, JOANA, ROBERTA, CARLA CIA.
LTDA. ou S.A., ou ANTONIO, LUIS, JOÃO, ROBERTO, CARLOS CIA.
LTDA. ou S.A.
5.No verso da folha, comece a pensar no código que utilizará para identificar o
que será etiquetado. Assim, relacione, separadamente, as categorias: amigos,
material deste curso, os ideais que acha que poderá alcançar com base neste
curso, os conhecimentos que você tem, os que você precisa ter etc. Para cada uma
dessas relações, atribua uma letra ou número diferente, e para cada item, um
número. Na categoria que houver condição, crie grupos ou classes: novos amigos,
velhos amigos, nem novos nem velhos; e, como neste caso é possível, crie uma
família: “amigos de infância”, “colegas” etc. Assim, por exemplo:
• Categoria: amigos = A;
• Classe: infância = 01 / vida adulta = 02;
• Descrição: amigos do peito = 01 / colegas = 02 / amigos distantes = 03.
Veja a seguir a classificação de um velho amigo distante: João = A0103. Crie um
código para o material do curso pensando no que podem ser categorias, classes,
grupos etc. para livros, cadernos, canetas, folhas de papel, lápis etc.
6. Escolha e escreva alguns desses códigos em letras ou números graúdos, caprichados, nas etiquetas. Você deverá cortar pelo menos uma e prendê-la com fita
adesiva no seu livro do curso, identificando-o de acordo com o código que criou.
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A rco Oc upacio nal A d m i n i s t r a ç ã o A l m o x a r i f e
e
Estoquista 2
Controle de estoque
Como vimos, com a identificação por meio de etiquetas inteligentes de radiofrequência ou de código de barras, é possível localizar um produto e, inclusive, os paletes e as
prateleiras em que estão armazenados.
Além disso, mediante a utilização dos coletores ou leitores, pode-se facilmente
armazenar as mercadorias nos locais corretos e retirá-las para a separação, a fim
de atender aos pedidos de requisições dos produtos ou matérias. Do mesmo modo,
é possível fazer o levantamento de quantas unidades existem no estoque, por meio
da realização de inventários – a contagem das unidades diretamente nos locais
em que estão estocadas, para conferência ou checagem com os dados constantes
nos controles de estoque. Controles esse que podem ser feitos em fichas simples,
manualmente, ou em planilhas eletrônicas – nesse caso, como foi visto, com o
auxílio de softwares, programas de computador dedicados à execução dessa tarefa,
entre inúmeras outras alternativas.
Uma das formas usuais de controle são as auditorias simples, feitas, por exemplo,
mensalmente, com o objetivo de verificar algumas características ou condições do
estoque – como o estoque mínimo e o máximo –, a devida realização dos procedimentos de controles e registros e, também, o estado em que os materiais se encontram
etc. Esses procedimentos são feitos mediante a checagem das notas de entrada e de
saída, das requisições de compra e fichas ou registros de controle.
Fichas de controle
As fichas de controle devem permitir uma visão da situação do estoque tanto no
momento da auditoria como a qualquer momento que se deseje. Deve-se ter um
cuidado especial ao verificar como estão sendo feitos os lançamentos, já que são
fundamentais no controle.
Portanto, deve-se checar se a identificação dos produtos, sua codificação e consequentemente sua localização no estoque (estante, prateleira, rua, número, andar
etc.) estão corretas, uma vez que erros, nesse momento, vão gerar números incorretos no sistema: determinado produto poderá apresentar números inferiores ao
correto e, do mesmo modo, outro produto poderá apresentar números superiores
ao real. Assim, é importante conferir se as devoluções e as baixas por danos ocorridos foram convenientemente computadas. E, por fim, verificar se há compatibilidade entre os dados dessas fichas e os dos demais controles. Veja um exemplo
de ficha de controle de estoques.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 47
© Daniel Beneventi
Fábrica de Serras Arco
FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUE
Método:
Saída
Mercadoria:
Data
Operação
Entrada
Qtde.
Valor Unit. Valor Total
Qtde.
Valor Unit. Valor Total
Saldo
Qtde.
Valor Unit. Valor Total
Total
Ficha de controle de estoque.
Notas de entrada e saída
Verifica-se se os dados de entrada vêm sendo correta e oportunamente lançados pela
conferência das notas de entrada, que devem ser numeradas, datadas e estar conciliadas com as notas fiscais, se estas foram registradas nas fichas ou planilhas de
estoque, e se a mercadoria foi efetivamente recebida e conferida (as notas de entrada devem vir assinadas pelo responsável pela operação).
O controle das notas de saída, que também devem ser numeradas, datadas e assinadas, deve conferir se não estão ocorrendo lançamentos em duplicidade, isto é,
notas lançadas duas vezes ou lançamentos diferentes, porém com o mesmo número de nota de saída. Além disso, deve verificar se há registros de cancelamento em
quantidade ou frequência incomum, e se as notas ou outros documentos contêm
rasuras, correções, retificações – o que pode ser um indicativo de problemas, de
simples incorreções nas anotações ao desvio de produtos. Por essa razão, verifica-se
se as saídas (o consumo) estão de acordo com as entradas (o fornecimento).
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e
Estoquista 2
Rua do Conhecimento, 54
Vila Aroeira - São Paulo - SP
CEP 04743-021
(11) 2144-0000 / (11) 2144-0025
CFOP
NATUREZA DA OPERAÇÃO
Venda
SAÍDA
Nº 000.007
ENTRADA
1ª VIA
CNPJ
45.478.528/0001-33
INSC. ESTADUAL DO SUBST TRIBUTÁRIO
© Daniel Beneventi
NOTA FISCAL
X
DESTINATÁRIO/
REMETENTE
INSCRIÇÃO ESTADUAL
457874152147
2.333
DATA LIMITE
PARA EMISSÃO
00.00.00
DESTINATÁRIO/REMETENTE
CNPJ/CPF
NOME/RAZÃO SOCIAL
Dalila Razonete
DATA DA EMISSÃO
587.787.489-86
ENDEREÇO
BAIRRO/DISTRITO
Rua da Esperança nº 187
Vila Maura
MUNICÍPIO
São Paulo
24/02/2015
CEP
DATA SAÍDA/ENTRADA
01475-052
FONE/FAX
UF
(11) 71547-3285
SP
24/02/2015
INSCRIÇÃO ESTADUAL
HORA DA SAÍDA
21:48:12
FATURA
DADOS DO PRODUTO
CÓDIGO
PRODUTO
785456
DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS
Livro Infantil (A Caverna)
CF
SIT.
TRIB.
UNID.
QUANTIDADE
VALOR
UNITÁRIO
VALOR
TOTAL
1
007
Unid
1
35,00
35,00
ALÍQUOTAS
ICMS
IPI
VALOR DO IPI
0,00 0,00
0,00
CÁLCULO DO IMPOSTO
BASE DE CALCULO DO ICMS
VALOR DO ICMS
BASE DE CÁLCULO ICMS SUBSTIT.
0,00
35,00
VALOR DO FRETE
VALOR DO ICMS SUBSTITUIÇÃO
0,00
VALOR DO SEGURO
VALOR TOTAL PRODUTOS
0,00
OUTRAS DESPESAS ACESSÓRIAS
35,00
VALOR TOTAL DO IPI
VALOR TOTAL DA NOTA
0,00
35,00
TRANSPORTADOR/VOLUMES TRANSPORTADOS
NOME RAZÃO/SOCIAL
FRETE POR CONTA
1 EMITENTE
2 DESTINATÁRIO
Transportadora Vaivém
PLACA DO VEÍCULO
1
NON 0312
UF
MUNICÍPIO
ENDEREÇO
Rua das Encomendas, 745
QUANTIDADE
ESPÉCIE
1
São Paulo
MARCA
UF
SP
SP
NÚMERO
PESO BRUTO
CNPJ/CPF
75.453.858/0001-45
INSCRIÇÃO ESTADUAL
658.974.517.548
PESO LÍQUIDO
caixa
DADOS ADICIONAIS
Nota Fiscal com dados e valores fictícios
RESERVADO AO FISCO
Nº DE CONTROLE
DO FORMULÁRIO
DADOS DA AIDF E DO IMPRESSOR
RECEBEMOS DE
DATA DO RECEBIMENTO
(RAZÃO SOCIAL DO EMITENTE) OS PRODUTOS CONSTANTES DA NOTA FISCAL INDICADA AO LADO
IDENTIFICAÇÃO E ASSINATURA DO RECEBEDOR
NOTA FISCAL
Nº 000.007
Modelo de nota fiscal.
Almoxarife
e
Estoquista 2
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Inventários
Outro procedimento de controle é a realização de inventários, que são os instrumentos fundamentais para o controle eficiente do estoque, pois é no momento de
sua realização que se detectam todas e quaisquer diferenças que possam estar acontecendo entre os registros e o estoque real.
Nos inventários, todos os registros e controles são checados com o estoque, que é
contado fisicamente, item a item. Eles garantem, assim, com absoluta precisão, o
controle do funcionamento correto dos almoxarifados ou depósitos no que toca a
seus números, sendo o momento em que se procede a todos os ajustes nos registros
que sejam necessários. Por essa razão, são realizados periodicamente, de forma sistemática.
São dois os tipos de inventários: os rotativos e os gerais.
Os rotativos são efetuados em intervalos curtos de tempo, em contraposição aos
gerais, inventários mais completos que, por sua complexidade, são costumeiramente feitos em intervalos mais longos, semestralmente ou anualmente, dependendo da
importância de um produto e do seu fluxo de comercialização dentro da empresa.
Os inventários rotativos possibilitam, também, acompanhar mais de perto a eficiência dos registros e controles da movimentação do estoque, a fim de favorecer a tomada de decisões de forma mais imediata, com a concretização de ações que possam
corrigir ou sanar possíveis problemas.
Vimos que, na realização dos registros de entrada e saída dos materiais, podem
ocorrer erros de lançamento dos dados, seja por distração, por não se ter efetuado
nenhum lançamento no momento devido, seja pela leitura, anotação ou digitação
errada de números, ou em fichas ou planilhas erradas. Enfim são vários motivos que
podem levar a equívocos, além de desvios de mercadorias e furto.
Quando se tem o recurso dos softwares, é possível saber até mesmo a quantidade de
unidades de determinado produto que se encontram nas embalagens empilhadas
palete por palete, pois pode-se realizar a baixa das unidades que tiveram saída em
cada embalagem ou palete.
Nesse esquema de inventário, se faz uma contagem física parcial, isto é, apenas de
parte dos produtos, a cada vez, em sistema de rodízio. Em geral, é realizado mensalmente, seguindo uma programação que possa cobrir todos os itens do estoque,
examinando-se determinadas categorias, classes, grupos etc. a cada procedimento.
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Estoquista 2
Dependendo da necessidade, do interesse e das possibilidades, pode ser realizado em intervalos maiores ou menores de tempo; há empresas que o realizam
semanalmente.
É comum serem inventariados com mais frequência os itens que compõem a classe
A da curva ABC, assim como os itens que têm alta rotatividade (alto número de
entradas e saídas). Em geral, são inventariados três vezes ao ano.
Um segundo grupo de itens, os da classe B da curva e os que têm média rotatividade,
costuma ser inventariado duas vezes ao ano. E, finalmente, itens da classe C ou de
baixa rotatividade, apenas uma vez ao ano.
As frequências dos inventários seguem uma lógica: itens de maior valor unitário
exigem maior controle para que se consiga, mais rapidamente, evitar perdas que
serão de valor mais expressivo. O mesmo se dá com itens de alta rotatividade,
que geram grande número de lançamentos nos registros, por causa de entradas,
saídas, cancelamentos, avarias no manuseio e devoluções.
E assim, inversamente, os itens de médio valor e rotatividade podem ser inventariados
com menos frequência, já que eventuais perdas não representarão prejuízos significativos – ainda mais no caso dos itens de baixo valor e rotatividade.
É um procedimento que, em cada etapa, não demanda grandes esforços e tempo para
sua realização. Como seu ciclo é rápido, permite a detecção, a análise de causas e a
subsequente correção de erros, de maneira ágil, evitando que os erros atinjam grandes
proporções e acarretem consequências graves. Sua realização não interrompe os demais
procedimentos que se dão no almoxarifado, mesmo as operações de carga, armazenamento ou descarga.
O inventário geral, por sua vez, exige que se paralisem todas as operações do almoxarifado. Além disso, pode exigir o recurso de mais pessoas que o quadro normal
de funcionários da área, para sua realização. São contados, ao mesmo tempo, todos
os itens do estoque e são conferidos todos os registros e controles respectivos. Por
essa razão, precisam estar totalmente atualizados.
Por ser um trabalho extenso, complexo e demorado, normalmente não favorece
a realização de análises de erros ou de divergências entre os dados físicos e os
dos controles. O esforço de trabalho é maior e costuma demandar mais recursos humanos; por isso, o inventário geral requer um planejamento mais detalhado e antecipado.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 51
Pessoas devem ser recrutadas e preparadas para a tarefa, divididas em equipes, além
de orientadas e supervisionadas durante a realização. É um procedimento bem mais
rigoroso que os demais, pois são executadas duas contagens físicas de todos os itens:
uma primeira contagem por uma determinada equipe, e uma segunda por outra.
Na primeira contagem se faz o levantamento da quantidade de unidades de cada
item e, na segunda, se faz a conferência desse levantamento.
Havendo divergências, realiza-se uma terceira contagem, por uma terceira equipe.
Dessa maneira, duas contagens costumam conferir (“bater”, como dizem os
profissionais da área) e apresentar o mesmo resultado entre si. Uma vez que duas
contagens tenham convergido, os produtos são rearmazenados, as embalagens são
fechadas, por vezes lacradas e marcadas, e os registros são corrigidos se houver
necessidade.
© Daniel Beneventi
É o momento ideal, também, para que se façam rearranjos na disposição dos
itens dentro do almoxarifado, se for o caso. No decorrer de um ano pode acontecer de produtos passarem a ter outra frequência de entradas e saídas; produtos
serem descontinuados, isto é, não mais produzidos ou utilizados; a chegada de
novos itens pode determinar a necessidade de alocá-los em determinada área e,
como resultado, realocar os que a ocupavam anteriormente etc. É o momento
de se arrumar o almoxarifado efetuando todas as alterações necessárias.
Inventário Anual (2015)
Relatório de inventário de materiais permanente
Editora
Prédio / Descrição do Imóvel:
Local / Descrição:
Setor:
Inovação
Item
Cód. do material
Qtde.
Conservação
1
021.25.000012
COMPUTADOR
Descrição
4
RECUPERÁVEL
2
021.25.000013
COMPUTADOR
1
OCIOSO
3
021.25.000325
IMPRESSORA A JATO DE TINTA
2
RECUPERÁVEL
4
021.25.001254
MÁQUINA FOTOCOPIADORA
1
RECUPERÁVEL
5
021.25.000121
CADEIRA GIRATÓRIA
5
RECUPERÁVEL
6
021.24.001452
APARELHO DE FAX
1
IRRECUPERÁVEL
Observações
1) Ocioso ou excedente: quando se encontrar em perfeitas condições de uso e operação, porém sem utilidade para a seccional de patrimônio. 2) Antieconômico:
quando a sua manutenção for onerosa ou seu rendimento precário em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsolescência. 3) Recuperável: quando a
sua recuperação for possível e orçar em até 50% do seu valor estimado no mercado. 4) Inservível/Irrecuperável: quando não mais puder ser utilizado para o fim a
que se destina devido a perda de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de sua recuperação por extrapolar o limite previsto no inciso anterior.
Modelo de inventário.
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e
Estoquista 2
Estoques máximo e mínimo
As empresas necessitam exercer controle absoluto sobre seus estoques e, para que
elas possam gerenciá-los corretamente, os registros e controles a cargo do almoxarifado devem ter o máximo de precisão possível, ou seja, sempre em 100% ou o
mais próximo possível desse valor. Erros nos registros e no controle podem significar perdas financeiras. Alguns instrumentos permitem a eliminação de possíveis
erros na gestão. Um deles é o estabelecimento de valores máximos e mínimos para
a quantidade de unidades dos itens presentes nos estoques.
O estoque máximo é a quantidade máxima, limite, de dado item (ou família, ou
grupo pequeno de itens estocados) que a empresa estabelece. Ele reflete critérios relativos ao investimento de capital em materiais, matérias-primas, componentes, entre
outros, e até, ocasionalmente, ao almoxarifado em si, como disponibilidade de espaço,
operadores, instalações etc., além de eventual obsolescência, oportunidade etc.
O estoque mínimo, por sua vez, representa a quantidade mínima de unidades de
dado item, família, grupo etc. que a empresa necessita manter em estoque, de modo
a garantir a sua produção conforme programado. Para que se consiga determinar o
valor do estoque mínimo, costuma-se recorrer a estimativas baseadas no consumo
em um certo período anterior, por exemplo, durante os seis últimos meses, se não
houver sazonalidade dos produtos – o que fornecerá um número bastante aproximado como projeção do consumo nos próximos meses.
Outra possibilidade é recorrer a cálculos matemáticos. Um cálculo simples é o seguinte:
toma-se um período, de 12 meses, por exemplo, e tira-se a média de consumo mensal.
Em seguida, a empresa faz uma estimativa da frequência com a qual o item será suprido
sem falta – por exemplo, em 90% dos casos as necessidades serão atendidas.
Trata-se, sempre, de estimativas que são sujeitas às variações do mercado consumidor. Calcula-se, então, esse percentual sobre o consumo médio, e o resultado será a
quantidade de unidades daquele determinado item que deve ser mantida como
estoque mínimo ou, em parte das empresas, estoque de segurança.
Há empresas que consideram o estoque de segurança como aquele capaz de evitar atrasos ou pequenas interrupções no ressuprimento de dado item, como nos casos de entrega de materiais que não atendem exatamente às especificações do controle de qualidade,
ou quando há dilatação nos prazos de entrega, escassez, aumento de demanda etc.
Por essas razões, recorre-se também ao que se denomina ponto de pedido ou ponto
de ressuprimento – que é o momento em que se deve realizar o pedido de compra
para reabastecer o estoque, em função da quantidade de unidades que se quer
Almoxarife
e
Estoquista 2
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atingir. Deve-se levar em consideração, ainda, o tempo de ressuprimento, que se
passa entre a comunicação da necessidade da compra até a efetivação do pedido, a
produção (quando é o caso) e a entrega. Isso ocorre tendo-se em mente um fornecedor que mantenha sempre invariáveis os seus prazos de produção e entrega.
Passo a passo: separação de pedidos ou ordem de
produção
Os sistemas de endereçamento e identificação dos produtos por meio da etiquetagem
e o tipo de instalação utilizada para o estoque, além da disposição espacial dos
produtos pelo almoxarifado, são os fatores que permitem não só um armazenamento eficiente, preciso e rápido, como, igualmente, fácil acesso aos produtos, para separação (em inglês, picking [fala-se piquin]) e posterior distribuição.
Tanto no setor industrial quanto no comercial há a necessidade de separar produtos
para atender aos pedidos – dos clientes (produtos acabados) ou da área de produção
(matérias-primas, ferramentas, produtos em construção etc.), que também é entendida como cliente. É comum as empresas considerarem cada departamento como
um “cliente”, o que significa que o tratamento dispensado por um departamento a
outro deve buscar, cada vez mais, maior qualidade no atendimento.
Dependendo da forma como o almoxarifado ou o depósito está organizado – como
também da variedade de itens distintos e de suas próprias dimensões –, pode haver
uma única área de separação que centraliza essa atividade, ou várias, que, por vezes,
estão localizadas preferencialmente próximas às próprias estruturas de porta-paletes,
o que evita o trânsito desnecessário das mercadorias no interior do depósito.
Os paletes, por sua vez, são baixados, e as caixas ou outras embalagens, abertas; a
quantidade de unidades solicitada é extraída e separada; fecham-se novamente as
embalagens e retornam-se os paletes aos seus endereços.
O trânsito desnecessário das mercadorias no depósito aumenta o risco de acidentes
que podem resultar em sérias consequências ao trabalhador, além de danos ou
avarias aos produtos, aos equipamentos e às instalações. Ao evitá-lo, economizam-se horas de trabalho dos operadores, combustível das empilhadeiras, e reduzem-se
a manutenção e o desgaste desses instrumentos, visto que passam a ser bem menos
utilizados.
Em muitas empresas, existem esteiras rolantes que auxiliam o trânsito dos produtos
nessa etapa e colaboram para minimizar danos no manuseio, ao mesmo tempo que
facilitam o trabalho dos operadores, conduzindo os volumes às respectivas docas
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para a operação de carga e controlando automaticamente os produtos que são encaminhados para a separação.
A etapa da separação pode ser feita tanto a partir de um único pedido quanto a partir
de um produto. No primeiro caso, com o pedido em mãos, separam-se todos os seus
itens; no segundo caso, o ponto de partida é o produto, que é separado para todos os
pedidos.
Um exemplo prático seria o seguinte: é como se você fosse ao supermercado realizar
compras para duas famílias. Com um carrinho, você pode pegar todos os produtos da
lista e, depois, pegar outro carrinho e percorrer novamente todo o supermercado, recolhendo produtos iguais; ou pegar um carrinho e recolher os produtos das duas compras
em uma única vez e, sendo necessário, pegar outro carrinho para completar as compras.
O
Atividade 4
meu almoxarifado : parte
4
1. Retome seu desenho e crie a área de separação, desenhando uma ou mais bancadas no tamanho que julgar adequado.
Embalagem, paletização, unitização
Feita a separação ou picking, procedimento que também é controlado pelo software
gerenciador do armazém, os produtos são embalados, não necessariamente apenas
quando enviados para fora da empresa – há produtos que devem estar perfeitamente embalados para poderem ser manuseados dentro da própria empresa –, e são
encaminhados à expedição. Antes, porém, são realizados os devidos lançamentos e
a conferência dos produtos e respectivos pedidos.
Havendo sobras nas embalagens ou nos paletes, estes devem ser recolocados em seus
locais de armazenamento. Nessas tarefas o coletor de código de barras pode ser útil,
pois é capaz de fornecer os endereços em que estão estocados os produtos e informar
a quantidade a ser separada.
As embalagens são classificadas em vários tipos: a primária, que contém o produto propriamente dito; a secundária, que protege a primária; e a terciária, uma
caixa maior que contém várias unidades do produto e é feita de papelão, plástico
ou madeira. Pode haver ainda outras embalagens, maiores, mais resistentes, que
acolhem mais itens, sendo mais favoráveis à movimentação, armazenagem e redução de danos de manuseio.
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© Daniel Beneventi
embalagem
primária
embalagem
secundária
embalagem
terciária
O emprego de embalagens constitui um passo muito importante do trabalho,
já que uma de suas funções é evitar perdas de mercadorias ou produtos e
mesmo danos a pessoas nas operações de carga e descarga, uma vez que embalagens inadequadas podem provocar acidentes de toda sorte. São uma fonte
de custo, mas, eventualmente, podem causar prejuízos se não forem adequadas
às necessidades.
Outra função das embalagens é a preservação da integridade do produto; elas
devem ser capazes de manter as propriedades físicas, químicas, bioquímicas ou
biológicas inalteradas, protegendo-o do Sol, da luz, do calor, da umidade, de
pequenos acidentes etc.
Inúmeros produtos somente podem ser manuseados depois de prontos e devidamente embalados, como líquidos, gases, géis e mesmo sólidos. No entanto, esse tipo
de produtos e suas respectivas embalagens constituem assunto muito extenso e específico, razão pela qual não serão tratados aqui.
Outra função, igualmente importante, porém do ponto de vista mercadológico, é
serem atraentes, pois estimulam o consumo, a curiosidade, o impulso de compra,
além de proporcionar informações diversas em função do tipo de produto. Existem
empresas especializadas em pesquisar e criar embalagens que possam exercer, sobre
o consumidor, maior capacidade de atração para o produto.
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Além disso, órgãos reguladores exigem que inúmeras informações sejam afixadas
nas embalagens, como as tabelas de valor nutricional e as informações de serviços
de fiscalização governamental nos produtos alimentícios.
Assim, não somente os produtos devem ser embalados para serem preservados, mas
suas próprias embalagens também devem ser preservadas, já que as danificadas
desestimulam a aquisição do produto; nos alimentícios, favorecem ou permitem sua
deterioração.
Como todos os processos de logística, a área de embalagens também tem sido
objeto de estudos e pesquisas pelas empresas, apresentando grandes inovações
no decorrer do tempo, como a invenção do isopor e das embalagens longa-vida, dos filmes plásticos e, mais recentemente, dos compostos de papel de
alta resistência.
O procedimento de embalagem também tem em vista a unitização, o que significa
reunir diversos produtos embalados dentro de uma única embalagem maior, evitando a movimentação individual de pequenos volumes e protegendo a mercadoria,
pois esse tipo de embalagem é mais resistente e adequado ao manuseio por parte
dos equipamentos e dos operadores.
Assim, o ideal é que as embalagens secundárias ou terciárias tenham dimensões e
formatos que facilitem a unitização e a paletização, isto é, a composição de volumes
sobre os paletes, que respeitem suas dimensões em todas as laterais, sejam lisas no
lado superior e respeitem as alturas das estruturas de armazenagem. As cargas devidamente unitizadas costumam ser envoltas por cintas plásticas ou metálicas, ou
mesmo filmes plásticos, cantoneiras, chapas de papelão ou madeira, tudo para que
se tornem rígidas.
Um volume que não se apresente nas dimensões e com a rigidez corretas certamente trará problemas no momento de sua introdução ou remoção do porta-paletes pela empilhadeira. Volumes devidamente unitizados, paletizados e com
medidas padronizadas favorecem todas as operações de carga e descarga, não
apenas nas estruturas de armazenamento, mas, igualmente, nos caminhões, contêineres etc., aumentando a velocidade do trabalho, diminuindo riscos de acidentes, economizando espaços etc.
Um contêiner representaria o esquema de unitização elevado a sua máxima dimensão: uma embalagem bastante resistente na qual são colocadas inúmeras embalagens
menores, menos resistentes, de modo a evitar acidentes e, ao mesmo tempo, reduzir
drasticamente as operações de movimentação de carga.
Almoxarife
e
Estoquista 2
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© zelfit/123RF
Contêiner: uma “embalagem” resistente.
A origem dos contêineres
Em 1937, o jovem estadunidense Malcom McLean (1913-2001), dono de uma pequena empresa transportadora, observava, no porto de Nova Iorque, nos Estados
Unidos da América (EUA), um embarque de mercadorias contendo algodão. Ele
notou que o processo era muito demorado e causava bastante desperdício de material. Com isso, teve a ideia de criar um meio de armazenagem e transporte de cargas.
Surgiram, então, os primeiros contêineres: grandes caixas de aço padronizadas para
embarque nos navios. Depois de várias experiências realizadas no próprio país, em
1966, o empresário lançou-se na aventura de enviar o SS Fairland – o primeiro
cargueiro adaptado ao carregamento de 50 contêineres apto a navegar por águas
internacionais – até o porto de Roterdã, na Holanda, na época o maior porto do
mundo.
Anos depois, McLean fundou a companhia Sea-Land (depois Maersk-Sealand) –
entre outras, pioneira do sistema intermodal, que utiliza duas ou mais modalidades
de transporte de carga desde sua origem até o destino final.
A invenção de McLean transformou o sistema de transporte mundial: atualmente,
95% de toda a carga circulante no mundo é transportada em contêineres. Além
disso, hoje em dia os contêineres servem de inspiração para acomodar escritórios,
móveis, banheiros públicos e até mesmo salas de aula adaptadas.
58
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Estoquista 2
© Time Life Pictures/The LIFE Images Collection/Getty Images
© Nickolay Khoroshkov/123RF
Malcom McLean.
Transporte de contêineres.
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Estoquista 2
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O
Atividade 5
meu almoxarifado : parte
5
1. Reflita se em seu almoxarifado a área de embalagem ocupa o mesmo espaço da
área de separação. Caso não ocupe, talvez um pequeno e comprido retângulo
representando uma esteira rolante possa unir as duas áreas, e, se assim for, desenhe ambas: uma bancada para embalagem e uma esteira.
E studo
Atividade 6
de meio : visitando um almoxarifado
1. Agora que você e seus colegas já discutiram sobre o trabalho que é realizado nos
almoxarifados, podem se organizar em grupo para conhecê-los pessoalmente.
Para que a experiência seja mais rica para a classe, cada grupo deve escolher um
almoxarifado ou estoque diferente. Por exemplo: de uma loja de roupas, de
calçados, de eletrodomésticos, de material de construção, de uma obra de construção civil, de dois ou três tipos diferentes de indústria, de um estabelecimento
agrícola ou pecuário etc.
2.Depois de escolhido o local de visita dos grupos, para que a ida ao almoxarifado ou depósito seja mais proveitosa, é recomendável que vocês preparem
antes um roteiro de observação. Pensem no que será observado: O trabalho
das pessoas? Os equipamentos? As instalações? A forma como estão organizados os itens estocados? A expedição? Os métodos e instrumentos de controle? Tudo? Talvez seja interessante que cada membro do grupo observe
aspectos diversos, de modo que possa ver com mais atenção para depois relatar aos demais o que perceber.
3. Após a visita, façam uma discussão coletiva, de forma que o trabalho traga mais
informações para a classe.
60
A rco Oc upacio nal A d m i n i s t r a ç ã o A l m o x a r i f e
e
Estoquista 2
U n i d a d e 10
Passo a passo no
almoxarifado: expedição
e distribuição
A etapa de expedição e distribuição engloba todos os procedimentos que concretizam o envio da mercadoria ao cliente, que,
como já foi visto, pode ser um distribuidor, um atacadista, um
varejista etc. Essa etapa pode tanto ser realizada pelo próprio
fabricante ou fornecedor do produto quanto por terceiros.
Em geral, as grandes empresas, cujo volume de produtos a
serem distribuídos é bastante elevado, têm optado por não
assumir diretamente essas tarefas, preferindo terceirizá-las,
servindo-se dos operadores logísticos, que são empresas especializadas em realizar a distribuição.
Nesse ponto, o foco – não só em termos de custos, mas também
por ser aquele que encerra o ciclo de compra de um produto – é
o transporte. Segundo estudos de Salgado, Ribeiro e Ferreira,
as despesas com transporte representam 60% das despesas totais
de logística, razão pela qual todos os procedimentos nessa área
devem ser muito bem planejados.
Assim, uma empresa que procure fornecer seus produtos até
pontos muito distantes de sua fábrica deve preocupar-se em ter
custo de transporte o mais baixo possível para um nível de serviço adequado, escolhendo o modal mais barato, a fim de que
seus produtos não deixem de ter um valor competitivo em relação aos produzidos próximos ou no local. Ou seja, para a distribuição, deve haver planejamento estratégico dependendo dos
mercados que se pretenda atingir.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 61
Expedição
Um programa de gestão do armazém muito conhecido, o Warehouse Management
System (WMS), é um dos instrumentos utilizados para realizar a expedição, tendo
entre suas aplicações o controle de portaria.
Com relação aos veículos que deixam a empresa, podem-se efetuar os mesmos
procedimentos da entrada (registro dos veículos, dos motoristas, de horários, das
notas fiscais etc.), bem como o estabelecimento de rotas; a previsão e o monitoramento do tempo gasto no transporte; o agendamento da entrega com o cliente; a
checagem dos prazos de entrega dos pedidos; o conteúdo e a movimentação dos
paletes; a conferência das separações, dos pedidos, das notas fiscais e do transporte;
o acompanhamento das entregas que estão em trânsito e demais rotinas do setor.
© Chris Ratcliffe/Bloomberg/Getty Images
O WMS permite também inúmeras análises de desempenho, à medida que processa dados de todos os procedimentos realizados em centros de distribuição, almoxarifados ou depósitos, além da distribuição em si. Por isso, ele se tornou instrumento
de largo uso e de grande importância para o aperfeiçoamento dos referidos procedimentos e, consequentemente, para a obtenção de ganhos de produtividade.
Armazém de mercadorias.
O sistema de gerenciamento do transporte, também conhecido como Transport
Management System (TMS), é um software especializado na gestão da área. Suas
funcionalidades permitem realizar e controlar procedimentos que compreendem os
seguintes itens:
62
A rco Oc upacio nal A d m i n i s t r a ç ã o A l m o x a r i f e
e
Estoquista 2
• manutenção de componentes de veículos (pneus, por exemplo), processando
dados de custo, compras e estoque;
• dimensionamento da carga e dos equipamentos necessários à operação;
• controle de portaria;
• gestão de motoristas quanto ao tipo de veículo e de carga (a Carteira Nacional de
Habilitação – CNH – possui várias categorias conforme o tipo de veículo que o
motorista está habilitado a dirigir);
• controle de autorizações e ordens de entrega ou de coleta, de notas fiscais e emissão da documentação de transporte (“Manifesto de Carga”, “Conhecimento de
Transporte Eletrônico – CT-e”, entre outros);
© Alistair Berg/Getty Images
• definição de rotas, cálculos de custos das operações ou de fretes, controle de
transportadoras etc., além de se integrar com o GPS (em português, Sistema de
Posicionamento Global) permitindo acompanhar o deslocamento da frota.
Empilhadeira alocando produtos no caminhão.
As embalagens são etiquetadas com os dados dos destinatários (nome e endereço
do comprador), e são anexados os documentos de transporte e a nota fiscal do
produto. Dessa forma, os pedidos podem ser separados de acordo com as rotas que
os veículos cumprirão; por destinatários, no caso de entregas em grandes volumes;
por zonas geográficas; por urgência na entrega ou outros critérios. Também é possível acompanhar as operações de carga dos veículos, de modo a evitar trocas de
mercadorias ou de destinatários.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 63
Esses procedimentos são fundamentais na manutenção do nível de serviço, pois
entregar um produto ou uma nota fiscal errada não apenas frustra o cliente como
depõe contra a imagem da empresa, além de implicar atraso na finalização do
processo de atendimento ao cliente e acarretar custos adicionais com o retorno do
entregador àquele destino apenas para completar o serviço. Ou seja, o nível de
atenção e cuidado na realização de toda e qualquer etapa do trabalho deve ser elevado, já que o sistema de gerenciamento não é capaz de evitar erros humanos.
Entre os principais problemas que ocorrem nos almoxarifados estão justamente os erros
cometidos nos diversos passos ou tarefas que compõem os processos. Erros em geral
significam perda de tempo, de trabalho efetuado, às vezes perda da própria mercadoria,
em resumo: perda de dinheiro pela ocorrência de custos desnecessários para o funcionamento da empresa que podem, dependendo da empresa, causar demissão.
Mas, muitas vezes, esses erros são causados por falta de aprimoramento dos processos. Assim, um dos aspectos importantes da atuação dos profissionais é analisar
continuamente todos os processos realizados, com suas inúmeras etapas, para verificar a possibilidade de reduzir trabalho, combustível, energia, danos e erros, além
do tempo gasto em sua realização.
Distribuição da carga
© Carlos Antonio Soares/SESP
Outro cuidado necessário é com a distribuição da carga. É preciso ter em vista o
peso e a cubagem (volume em metros cúbicos) das cargas, de modo que possam ser
corretamente atribuídas aos veículos, pois eles possuem limites legais de carga admissível. Há controle do peso de veículos de carga nas estradas, além de vias com
viadutos ou outros obstáculos com restrição de altura.
Carga mal organizada.
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Estoquista 2
© Image Source/Julian Ward/Folhapress
Exemplo de carga bem organizada.
Em geral, não se sabe que tipo de obstáculos um veículo enfrentará ao se dirigir
pela primeira vez a outro município. Além disso, há também a questão da distribuição da carga sobre a carroceria, já que o peso deve ser dividido conforme os eixos
do veículo. A carga deve estar perfeitamente amarrada e devidamente coberta, de
modo a evitar acidentes com o seu deslocamento ou arremesso.
As cargas devem sair da empresa com toda a documentação legal obrigatória, a
fim de atender não somente ao comprador, mas também à fiscalização tributária e de trânsito, para o caso de cargas que necessitem de autorização especial.
Mercadorias sem a respectiva documentação legal são passíveis de apreensão
pelos fiscais de tributos durante a fiscalização, gerando também outras consequências para as empresas. Por essas razões, devem-se acompanhar de perto todas
as etapas do processo de expedição e de carga dos veículos, até a sua liberação.
Quando a empresa tem uma área geográfica de atuação ampla ou exporta o seu
produto, é necessário selecionar os modais de transporte para atingir os pontos
desejados de entrega das mercadorias.
Essa seleção é baseada em alguns critérios, sendo os principais: custo do transporte
pelos diferentes modais; características do produto que podem determinar o modal
ideal ou necessário para seu deslocamento; tempo gasto no percurso pelos diferentes modais ou disponível para a concretização da entrega; e existência da infraestrutura do modal nos pontos de origem e destino.
Almoxarife
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O
Atividade 1
meu almoxarifado : parte
6
1. Neste momento, insira no seu desenho o que seriam as instalações de um pequeno escritório, em que ficam os computadores nos quais são efetuados todos os
registros que os softwares processam, e onde as pessoas cuidariam da expedição,
tratando com transportadoras, profissionais autônomos ou com os motoristas da
frota própria.
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Estoquista 2
U n i d a d e 11
Linguagem não verbal:
sua segurança no
trabalho
Quando se fala em linguagem, é comum pensar logo no uso
das palavras ditas ou escritas.
A este tipo de linguagem chamamos linguagem verbal. Mas a
comunicação humana não se resume apenas à linguagem verbal;
para nos comunicarmos utilizamos também a linguagem não
verbal, ou seja, aquela baseada em sinais, símbolos, sons, gestos
e imagens diversas como fotografia, pintura, escultura, e que
são encontradas em toda parte.
Você já reparou que vivemos cercados de símbolos e sinais e que
muitos deles estão relacionados à nossa saúde, segurança e também às normas de convivência fundamentadas nas leis que vigoram em nosso país?
Nas ruas, nos deparamos a todo o momento com placas e sinais
orientando o trânsito, avisando o que é permitido e o que é
proibido, alertando para locais prioritários a idosos, gestantes,
deficientes etc.
Em escolas, hospitais, lojas, farmácias e prédios públicos encontram-se, igualmente, sinais ou avisos como: “Proibido fumar”,
“Cuidado: piso molhado”, “Em caso de incêndio não use o
elevador”, “Cuidado: escada”, “Silêncio”, “Não buzine”, “Respeite a fila”, “Respeite a faixa de segurança” etc.
Veja alguns exemplos a seguir.
Almoxarife
e
Estoquista 2
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© Paulo Savala
Ilustrações: Daniel Beneventi
EM CASO DE INCÊNDIO
Não use o elevador
Atividade 1
S inais
e símbolos
1. Reúna-se com mais três colegas e elaborem uma lista de dez sinais ou avisos dos
quais vocês se lembram, relacionados à saúde, segurança e prevenção de acidentes nos locais que constam no quadro:
Sinais ou avisos
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Locais onde podem ser encontrados
Para que servem
A rco Oc upacio nal A d m i n i s t r a ç ã o A l m o x a r i f e
Empresas
e
Estoquista 2
Ruas
Hospitais
2.Depois de terminarem o preenchimento do quadro, todos os grupos poderão
socializar os sinais e avisos dos quais se lembraram.
3.Elaborem uma nova lista, agora muito maior, com todos os sinais e avisos lembrados pela classe. Este exercício evidenciará o quanto a questão da prevenção de
acidentes e respeito à saúde está presente em nossas vidas e conta com legislação
e fiscalização próprias.
Atividade 2
R evelando
o trabalho
© Charles C. Ebbets/Bettmann/Corbis/Latinstock
1. Observe a fotografia a seguir e responda:
a) Você já havia visto esta fotografia?
b)Em sua opinião, que tipo de trabalho esses homens que aparecem na imagem
realizam?
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 69
c) Onde esses homens estão? Onde estão sentados? Quais elementos podem “comprovar” suas hipóteses?
d)O que eles estão fazendo no momento da foto?
e) Que título você daria a essa fotografia?
Biblioteca do Congresso, Washington, EUA
2.Agora observe esta outra fotografia e responda:
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e
Estoquista 2
a)Que idade você imagina ter a menina da foto?
b)Essa é uma fotografia atual? Quais evidências podem
“confirmar” sua hipótese?
Caso não recorde o que estudou
sobre saúde e trabalho, pesquise os
conteúdos dos Cadernos do
Trabalhador 1 e 7 – Conteúdos Gerais,
disponíveis em: <http://www.
viarapida.sp.gov.br>. Acesso em:
23 abr. 2015.
3.Se as imagens apresentadas nesta atividade fossem
atuais, e acionando os conhecimentos que você já tem,
que aspectos da legislação trabalhista brasileira as situações apresentadas estariam desrespeitando?
4.Agora discuta com o colega ao lado as suas respostas
e as respostas dele. Suas ideias são iguais ou parecidas
às dele? Seu colega apresentou algum aspecto diferente do seu? Você concorda com ele? Por quê? Registre
aqui suas impressões.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 71
Veja a seguir a história das fotos apresentadas.
A primeira fotografia é uma foto clássica e conhecida
mundialmente. Trata-se de Lunch atop a skyscraper (Almoço no topo de um arranha-céu), fotografia de Charles
C. Ebbets (1905-1978) feita em 1932, que mostra um
grupo de operários da construção civil almoçando em
condições de segurança precárias e inadmissíveis nos dias
de hoje. A composição, com o belo cenário de Nova
Iorque ao fundo e as condições curiosas capturadas, tornou essa fotografia uma obra de arte.
A foto é polêmica, pois há quem diga que é uma montagem, parte de uma jogada publicitária de marketing para
divulgar a construção do Rockefeller Center. Tirada no
69o andar, foi publicada juntamente com outras em um
suplemento dominical de um jornal de grande circulação.
Observe que os operários não usam cinto de segurança,
não usam capacete e qualquer passo em falso seria fatal.
A segunda fotografia mostra uma garota em linha de
produção da indústria têxtil Cheney Silk Mills, em Manchester do Sul, Connecticut, Estados Unidos, em 1924.
A fotografia foi tirada pelo sociólogo Lewis Hine (18741940) e encontra-se em exposição na Biblioteca do Congresso Nacional (EUA).
Você sabia?
A Norma Regulamentadora (NR) no 15 define
quais são as atividades e
operações insalubres. Se
quiser saber mais sobre
esse assunto, visite o site
do Ministério do Trabalho
e Emprego, disponível
em: <http://portal.mte.
gov.br/legislacao/normaregulamentadora-n-15-1.
htm>. Acesso em: 23 abr.
2015.
72
As crianças fizeram parte da força de trabalho ao longo
da História. Nos EUA, essa realidade também se concretizava no início do século XX (20). Lewis Hine encontrou
na fotografia uma forma de denunciar a exploração do
trabalho infantil e, entre 1908 e 1924, produziu um vasto material sobre a vida das crianças estadunidenses.
No Brasil, existem leis que regulamentam os direitos e deveres dos
trabalhadores. Elas fazem parte do Decreto-lei federal nº 5.452, de 1º
de maio de 1943, que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A CLT garante que condições degradantes e de exploração não mais
ocorram. Em seu artigo 403, por exemplo, proíbe o trabalho a menores de 16 anos de idade, com exceção do trabalho na condição de
aprendiz, que pode ocorrer a partir dos 14 anos.
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Estoquista 2
5. Para finalizar esta atividade, escreva em seu caderno
uma redação sobre o tema: Acidentes de trabalho e
proteção do trabalhador pelas leis – quais desafios devem
ser enfrentados?
A ocorrência de acidentes
É fato que em todos os lugares estamos sujeitos a sofrer
acidentes. Você deve conhecer pessoas que já se acidentaram em casa, nas ruas, no local de trabalho, nas estradas, não é mesmo?
Nesta seção, será abordada mais especificamente a prevenção dos acidentes de trabalho. Para isso, serão utilizadas as ideias de Leonardo Boff (1938-) para dar sequência
a nossa conversa.
Insalubre: 1. Que não é saudável. 2. Diz-se de local em
que há agentes nocivos à
saúde ou em que se dá a
exposição a estes acima dos
limites de tolerância (cidade
insalubre; fábrica insalubre).
© Dicionário Aulete.
<www.aulete.com.br>
O grande desafio para o ser humano é combinar
trabalho com cuidado. Eles não se opõem, mas se
compõem.
[...]
O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção,
de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de
ocupação, preocupação, de responsabilização e
de envolvimento afetivo com o outro.
BOFF, Leonardo. Saber cuidar: ética do humano –
compaixão pela terra. 18. ed. Petrópolis:
Vozes, 2012. p. 111 e 37.
Almoxarife
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Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 73
Quando um acidente acontece na empresa, é muito comum que as pessoas atribuam
a causa dele a uma pessoa que foi descuidada. Mas o importante é considerar a
organização do trabalho, as formas de prevenção do acidente fornecidas pela empresa e, em particular, o fornecimento pelo empregador de equipamentos de proteção individual (EPI).
Atividade 3
P revenção
de acidentes
1. Leia a seguir a notícia sobre um acidente de trabalho fatal ocorrido com um
auxiliar de almoxarifado.
Atenção aos riscos de acidente!
Um rapaz de 22 anos faleceu por causa de um acidente de trabalho. Joel, auxiliar
de almoxarifado, carregava um caminhão com bobinas de lona de freio, as quais,
juntas, pesavam aproximadamente 800 kg. Foi atingido por uma delas, o que o
conduziu ao óbito.
2.Converse com o colega ao lado sobre as possíveis causas do acidente e como ele
poderia ter sido evitado. Escreva as hipóteses levantadas nas linhas a seguir.
74
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e
Estoquista 2
3. Esse trabalhador estava cumprindo uma de suas atribuições? Justifique sua resposta.
A importância do conhecimento legal
Em primeiro lugar, a questão da segurança nas empresas
é responsabilidade do empregador. As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipa) têm o papel de
fiscalizar o cumprimento de leis e normas que garantam
a saúde e a integridade física e mental dos trabalhadores.
Portanto, pelo menos três aspectos precisam ser observados:
• o local de trabalho;
• os equipamentos;
Toda empresa com mais de 20
empregados deve ter uma Cipa,
formada por trabalhadores eleitos
pelos colegas. Você pode se
aprofundar no assunto consultando o
Caderno do Trabalhador 5 –
Conteúdos Gerais – “Saúde e
segurança no trabalho”. Disponível
em: <http://www.viarapida.sp.gov.br>.
Acesso em: 23 abr. 2015.
• os trabalhadores.
Quanto ao local de trabalho
Quando o trabalhador não utiliza os equipamentos de
segurança necessários para o exercício da sua atividade
profissional, pode-se dizer que está em um ambiente de
risco e em uma condição insegura de trabalho. As empresas precisam adotar medidas que tornem esse ambiente mais seguro. Veja algumas normas a serem seguidas.
Almoxarife
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Estoquista 2
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Sinalização de segurança
A Norma Regulamentadora (NR) no 26 determina:
26.1 Cor na segurança do trabalho.
26.1.1 Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho,
a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.
[...]
26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração,
confusão e fadiga ao trabalhador.
[...]
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 26. Sinalização
de segurança. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A31190C1601312
A0E15B61810/nr_26.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2015.
O almoxarifado emprega comumente empilhadeiras e esse “trânsito” precisa ter
normas, pois a sinalização tem a função de alertar e prevenir acidentes.
Prevenção e combate a incêndios
Os trabalhadores devem receber treinamento específico para combater qualquer foco
ou princípio de incêndio no galpão, estoque etc. É preciso saber evitar que o fogo se
inicie e, caso isso não seja possível, é necessário combatê-lo com rapidez e eficiência.
Geralmente, os incêndios têm seu princípio em pequenos focos que, se controlados,
podem evitar acidentes maiores, pois até a chegada dos bombeiros o fogo pode se
alastrar rapidamente. Para controlá-lo, é preciso ter conhecimento da melhor forma
de fazê-lo.
Daniel Beneventi
No seu ambiente de trabalho você poderá encontrar alguns símbolos com informações
quanto ao risco de incêndio. Normalmente, essa sinalização é composta por informações de proibição, de alerta e de orientação e salvamento. Veja a seguir alguns desses
símbolos.
1. Sinalização de proibição
Código 1
Proibido fumar
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Ilustrações: Daniel Beneventi
1. Sinalização de proibição
Código 2
Proibido produzir chama
Código 3
Proibido utilizar água para apagar o fogo
Código 4
Proibido utilizar elevador em caso de incêndio
2. Sinalização de alerta
Código 5
Alerta geral
Código 6
Cuidado, risco de incêndio
Código 7
Cuidado, risco de explosão
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Ilustrações: Daniel Beneventi
2. Sinalização de alerta
Código 8
Cuidado, risco de corrosão
Código 9
Cuidado, risco de choque elétrico
3. Sinalização de orientação e salvamento
Código 12
Saída de emergência
Código 13
Saída de emergência
Código 14
Saída de emergência
Código 15
Saída de emergência
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Estoquista 2
Ilustrações: Daniel Beneventi
3. Sinalização de orientação e salvamento
Código 16
Escada de emergência
4. Sinalização de equipamentos
Código 22
Telefone ou interfone de emergência
Código 23
Extintor de incêndio
Código 24
Mangotinho
Almoxarife
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Ilustrações: Daniel Beneventi
4. Sinalização de equipamentos
Código 25
Abrigo de mangueira e hidrante
Código 26
Hidrante de incêndio
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13434-2.
Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
Classes de incêndio, métodos de extinção e extintores
Classe e símbolo
80
Tipo de material
Exemplos
Sólidos que
queimam e
deixam resíduos
Madeira, papel,
tecidos,
borracha, carvão
Líquidos que
queimam e não
deixam resíduos
Elétricos que
estão ligados a
uma rede elétrica
Método de
extinção
Extintores
Resfriamento
Água, espuma
química e
espuma
mecânica
Gasolina, álcool,
diesel, tíner,
tinta, graxa,
acetona
Abafamento
Gás carbônico,
pó químico
seco, espuma
mecânica
Quadros de
distribuição,
equipamentos
elétricos, fios
sob tensão
Abafamento
Gás carbônico,
pó químico seco
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Ilustrações: Daniel Beneventi
Classes de incêndio, métodos de extinção e extintores
Classe e símbolo
Exemplos
Método de
extinção
Extintores
Metais
pirofóricos
Magnésio,
zircônio, titânio,
alumínio em pó,
antimônio
Abafamento
Pó químico seco
especial
Materiais
radioativos
Césio, urânio,
cobalto, tório,
rádio
Acionar Corpo de Bombeiros 193
Gordura animal e
óleo vegetal em
estado líquido ou
sólido
Óleo de cozinha
comercial e
industrial
Abafamento
Tipo de material
Base alcalina
Fonte: SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE (Sest); SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE (Senat). Curso para operador de transporte de cargas.
Brasília: Sest/Senat, 2011.
Quanto aos equipamentos
Os equipamentos de proteção podem ser de uso coletivo e individual.
© Pongphan Ruengchai/123RF
Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) devem
ser dispostos em todos os locais de trabalho e cumprem
a função de proteger os que neles trabalham. Você já
deve ter reparado que há em lojas, supermercados,
shoppings etc. extintores, mangueiras de incêndio e
mesmo sprinklers, que são os dispositivos instalados
nos tetos sensíveis à temperatura que, uma vez elevada, os aciona liberando água em abundância.
Sprinkler.
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 81
Daniel Beneventi
O item 6.1 da NR no 6 considera que equipamento de proteção individual (EPI)
é todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Para o almoxarife ou estoquista os tipos mais utilizados de EPI utilizados são:
© Sergey Skleznev/123RF
Capacete: obrigatório em locais que apresentem riscos de queda de peças, material
etc. São exemplos a construção de um prédio e um depósito, cujos objetos dispostos
nas prateleiras podem cair no momento de sua movimentação.
© homestudio/123RF
Óculos de segurança: importante equipamento para proteção dos olhos, eles são
mais utilizados em atividades industriais. Dependendo dos produtos estocados no
almoxarifado ou no estoque, você também precisará utilizá-los, como no caso de
produtos químicos.
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Estoquista 2
© Helga/Alamy/Glow Images
Protetores auriculares: obrigatórios em ambientes que apresentem ruído acima de
85 decibéis. O almoxarifado ou o estoque podem estar instalados ao lado, por exemplo, da produção e registrar ruídos que comprometem a audição dos trabalhadores.
Nesses casos, os empregadores são obrigados a fornecer a proteção a todos os trabalhadores.
© Paulo Savala
Máscara respiradora: almoxarifados e estoques são locais que apresentam acúmulo de poeira, além de poder abrigar produtos químicos. É, portanto, EPI fundamental para sua saúde.
© Paulo Savala
Botinas ou sapatos: são normalmente reforçados e confeccionados com material
mais resistente. Com eles você estará mais protegido contra topadas em paletes,
choques elétricos ou mesmo quedas de objetos.
Almoxarife
e
Estoquista 2
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© Serghei Velusceac/123RF
Luvas de segurança: usadas no manuseio de paletes
vazios, trabalhos de transferência de paletes, arrumação
ou manuseio de cargas.
Fique atento ao uso dos EPI
dependendo do local em que
trabalhará. É possível, por exemplo,
que seja necessário o uso de luvas
especiais ou aventais específicos
para situações que coloquem em
risco sua saúde.
© imagebroker/Alamy/Glow Images
Cinto de segurança: necessário se a operação ocorrer
em lugares altos, caso seja preciso o uso de escadas ou
no manuseio de máquinas.
A NR no 11 determina os requisitos de segurança que
devem ser observados nos locais de trabalho, em relação
ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao
manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto
manual, com o fim de prevenir acidentes.
Fonte: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma
Regulamentadora nº 11. Transporte, movimentação,
armazenagem e manuseio de materiais. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/
FF8080812BE914E6012BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>.
Acesso em: 23 abr. 2015.
84
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e
Estoquista 2
Quanto aos trabalhadores
Não bastam locais seguros e equipamentos adequados para que os acidentes não
ocorram. É fundamental que os trabalhadores estejam capacitados, orientados e
aptos para garantirem a segurança individual e coletiva.
Em relação à aquisição, utilização e manutenção dos EPI, a NR no 6 do Ministério
do Trabalho e Emprego estabelece as responsabilidades do empregado e empregador:
6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrônico. [...]
6.7 Responsabilidades do trabalhador. [...]
6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso; e,
Almoxarife
e
Estoquista 2
A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 85
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 6.
Equipamento de proteção individual – EPI. Disponível em: <http://portal.mte.gov.
br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAD35721F50/NR-06%20
%28atualizada%29%202010.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2015.
Todo trabalho implica responsabilidades, inclusive legais, podendo até mesmo resultar em punições rigorosas previstas por lei, caso não sejam observadas. O Decreto-lei
federal no 4.657, de 4 de setembro de 1942, indica, em seu artigo 3o, que é indesculpável afirmar o desconhecimento da lei:
Art. 3º – Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
BRASIL. Decreto-lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657compilado.htm>. Acesso em: 23 abr. 2015.
Ou seja, uma empresa que não oferece EPI adequado aos trabalhadores não pode
jamais alegar que desconhecia a lei e que, por isso, não fornecia os equipamentos.
Do lado dos trabalhadores, a lei também vale, pois, se é obrigatório o uso de EPI
no local de trabalho e a empresa os ofereceu, o funcionário deve fazer uso deles; do
contrário, pode sofrer penas, inclusive demissão por justa causa.
Atividade 4
S egurança
no trabalho
Clay Bennett/© 1999 The Christian Science Monitor (www.CSMonitor.com). Reprinted with permission.
1. Observe a charge e leia o texto a seguir.
AVISO
SOME
PESS
AUTOR
NORMA
SEGUR S DE
NO LOCANÇA
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TRABA L DE
LHO
ADMIN
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SAÚD
E
Tradução: Eloisa Tavares.
86
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e
Estoquista 2
As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos
impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o que fazemos. Este esforço, o de diminuir a distância entre o discurso e a prática, é já uma dessas virtudes indispensáveis – a da coerência.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 65.
2.Qual é a relação que se pode estabelecer entre a frase de Paulo Freire e a charge
observada?
3.Qual é, em sua opinião, a importância da coerência, do cuidado e do exemplo
nas atitudes e ações das pessoas, relacionadas à segurança e prevenção de acidentes no trabalho?
Almoxarife
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Estoquista 2
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4. Reúna-se com mais três colegas e compare suas respostas com as deles. Registre
as conclusões do grupo nas linhas a seguir.
Saúde e segurança no trabalho
Como foi visto, há possibilidade real e concreta de ocorrerem acidentes no interior
do almoxarifado ou depósito, nos pátios e nas docas, sem levar em conta a área de
produção com suas máquinas, robôs, esteiras etc. Por essa razão, as pessoas que trabalham em tais lugares devem estar sempre bastante atentas às questões de segurança do trabalho e utilizar sempre os EPI.
Seguem algumas orientações relativas ao manuseio de objetos:
• ao manusear materiais que possuem arestas cortantes, jamais se deve deixar de
utilizar luvas apropriadas;
• ácidos, substâncias corrosivas, gasosas, fumegantes etc. requerem, no mínimo,
luvas, óculos, aventais, botas e, em alguns casos, máscaras de gás;
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Estoquista 2
• ao manusear objetos pesados recomenda-se o uso de
luvas e calçados adequados (antiderrapantes; com proteção para os dedos dos pés no bico etc.);
• ao transportar produtos com as mãos, é preciso estar
atento para, de um lado, não se sobrecarregar com
volumes excessivos que prejudiquem a visão ou a locomoção ou cujo peso não possa ser suportado por
todo o trajeto a ser percorrido sem esforço demasiado;
de outro lado, não erguer produtos pesados sozinho,
sem auxílio mecânico ou humano (evitando distensões
e surgimento de hérnias), e, principalmente, lembrar-se continuamente das recomendações da ergonomia
(por exemplo, flexionar os joelhos ao erguer pesos com
as mãos, não flexionando a coluna vertebral), como
veremos mais adiante;
Nem todas as substâncias que
provocam danos à saúde têm efeito
imediato, existindo uma infinidade
que o fazem lentamente, de forma
imperceptível, porém irreversível –
seja por aspiração, por contato com a
pele, cabelos, olhos ou por
proximidade com substâncias
radioativas.
© Gil Tokio/Pingado
• naturalmente, é preciso um cuidado extremo no caso
de empresas que trabalham com produtos inflamáveis,
combustíveis, comburentes, voláteis, corrosivos, ácidos,
substâncias tóxicas, radioativas, venenos, alérgenos etc.
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Mas além de usar os EPI apropriados, é necessário ter sua atenção voltada para um
“hábito” que pode ocorrer com frequência em alguns locais: a obstrução de corredores, por produtos, paletes, embalagens, e, sobretudo, das rotas de fuga e dos locais
nos quais estão instalados os equipamentos contra incêndio – lugares em que muita gente gosta de “encostar” objetos que não estão em uso, temporariamente, “só
por meia horinha”. Independentemente da existência ou não de sprinklers, detectores de fumaça ou outros equipamentos, uma rota de fuga obstruída pode colocar
em risco a vida de todos.
Lembre-se de que os equipamentos contra incêndio, sejam os vários tipos de
extintores, sejam hidrantes ou mangueiras, exigem inspeções periódicas para
checagem de sua condição de uso e validade, assim como a realização de testes:
mangueiras apodrecem, válvulas emperram, extintores deixam escapar pressão
etc. Portanto, muita atenção a ensinamentos, recomendações e treinamentos
promovidos pelo pessoal da Cipa.
Outra recomendação importante é que se mantenham os pisos do armazém devidamente limpos, especialmente livres de substâncias gordurosas ou escorregadias. O
mesmo cuidado deve ser tomado com empilhadeiras, paleteiras, carretos, prateleiras,
esteiras e pontes rolantes, elevadores monta-carga, bem como com as embalagens
dos produtos, além das próprias mãos, punhos e antebraços.
No que toca aos equipamentos, é necessário estar atento:
• ao se aproximar de guindastes e esteiras ou pontes rolantes suspensas, vãos de
elevadores e, mesmo, empilhadeiras em uso;
• ao limite de volume da carga que esses equipamentos podem transportar, evitando sobrecargas;
• ao limite de velocidade com que se deve circular com os equipamentos dentro do
armazém;
• e, tão importante quanto, à permanente manutenção para garantir perfeitas
condições de uso e operação de cada um dos equipamentos, já que simples falhas
podem provocar sérios acidentes.
Tais precauções vão além das que se deve ter com toda a rede elétrica; com as
fiações, correias, correntes e tubulações dos equipamentos; com o vazamento de
óleo ou água; e com as empilhadeiras movidas a gás e os respectivos botijões,
de modo geral.
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© Mario Henrique/Latinstock
© Mario Henrique/Latinstock
Extintor de carrinho.
© Fernanda Catalão
Extintor de parede.
Extintor demarcado no chão.
Existem várias causas ou diversos fatores que podem provocar acidentes. Nunca
deixe de usar os equipamentos de segurança, pois eles podem salvar sua vida! Você
viu que todas as operações realizadas em um almoxarifado exigem cuidado e atenção. Percebeu a importância do uso de procedimentos, equipamentos e instalações
perfeitamente adequados a sua realização. Isto é, devem sempre ser utilizados paletes, prateleiras, empilhadeiras ou outros equipamentos adequados às dimensões dos
produtos (tamanho, altura, extensão, volume cúbico, peso), à facilidade ou dificuldade de manuseio, a fragilidade, acidez, condição de corrosivos, inflamáveis, explosivos etc.
Almoxarife
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A rco O c u pac i on a l A d m i n i s t r a ç ã o 91
Como foi citado, um breve planejamento prévio das operações também facilita
visualizar as etapas, os passos ou pontos em que se pode, em uma eventualidade,
estar mais sujeito à ocorrência de acidentes. E, sobretudo, pode ajudar a evitar
improvisações, “jeitinhos” que podem acarretar consequências graves não somente
ao trabalhador que os adota, como, o que é ainda pior, aos colegas que não “improvisam”.
O significado das cores
Retomando e aprofundando o que você já estudou sobre segurança, observe as
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como a NB-76/59,
que estabelece e classifica cores para a prevenção de acidentes em locais de trabalho,
e a NR no 26, que fixa cores para sinalização de segurança, de uso corrente nos
armazéns, depósitos, almoxarifados, entre outros, normatizando sua adoção como
fator de segurança das empresas. Cada cor tem uma função ao identificar diversas
situações ou condições, parte delas referindo-se a riscos imediatos.
É preciso, portanto, familiarizar-se plenamente com seu uso, de modo que seja
possível identificar as situações instantaneamente.
Veja os significados das cores:
• Vermelho: sinalização para equipamentos contra incêndio – extintores, hidrantes,
alarmes, baldes de areia ou água e caixas em que são acondicionados cobertores
utilizados para cobrir o foco de incêndio, extinguindo as chamas pelo abafamento. Pode indicar advertência ou perigo, como nas luzes ou em botões de interruptores de circuitos elétricos. Colore os equipamentos e sinaliza e delimita sua
localização, bem como de saídas de emergência. Lembre-se de que é proibida a
obstrução tanto das sinalizações quanto dos equipamentos.
• Laranja: indica alerta a equipamentos ou dispositivos que oferecem risco – partes móveis de equipamentos diversos, polias, engrenagens, caixas de proteção de
componentes ou dispositivos elétricos e partes móveis internas que se tornam
visíveis quando abertas. Indica também equipamentos de salvamento aquático,
como boias, coletes, botes etc.
• Amarelo: solicita atenção a instalações e equipamentos diversos que oferecem
risco em menor grau que os itens de cor laranja – pisos de entrada em elevadores
de carga ou misto e as bordas de suas portas; outros tipos de aberturas, como
poços; faixas delimitadoras de áreas de circulação mista (pessoas e máquinas);
paredes do fundo de corredores sem saída, escadas, corrimãos, parapeitos, colunas,
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Estoquista 2
vigas, pilastras, cancelas, cavaletes para bloqueio de tráfego; equipamentos de
movimentação de carga, como guindastes, empilhadeiras, caçambas, esteiras ou
pontes rolantes, reboques, equipamentos suspensos. Indica também componentes
dos equipamentos contra incêndio, como válvulas e registros.
• Verde: indica equipamentos ou instalações voltados à segurança – portas de salas
de atendimento médico emergencial; caixa de produtos de primeiros socorros, de
máscaras, de macas, de EPI, assim como quadros de avisos; delimitação de áreas
de circulação que não apresentam risco em relação a tráfego de equipamentos
mecânicos; áreas de vivência.
• Azul: equipamentos e instalações que requerem cuidado no uso – válvulas e
registros, escadas, elevadores, caixas de controle de dispositivos elétricos; EPI
específico. Serve também para indicar ações proibidas ou obrigatórias: não
movimentar determinados equipamentos ou instalações, não ligar a energia
elétrica, não utilizar o equipamento.
• Púrpura: indica produto, área, instalação ou equipamento radioativo – possuidores de fontes de radiações eletromagnéticas penetrantes ou partículas nucleares.
• Branco: indica áreas de circulação restrita a pessoas, como passarelas e corredores; áreas em torno de equipamentos de emergência médica; abrigos; recipientes
para coleta de resíduos da área médica; bebedouros de água.
• Preto: indica equipamentos ou instalações voltados à coleta de resíduos ou detritos a serem descartados, exceto os da área de saúde.
Fonte: ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 7195. Cores para
segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.
A adoção, mesmo que rigorosa, da sinalização por cores não é a única ação que deve
ser tomada para buscar incrementar a segurança no trabalho.
Como em outras situações, a atenção quanto à segurança tende a diminuir com o
tempo, facilitando o surgimento de situações de risco cometidas, em geral, por
imprudência ou distração. É um fenômeno denominado fadiga do estímulo, ou seja,
um estímulo visual (a visão de um cartaz, por exemplo) ou auditivo (ouvir uma
recomendação dada pelo supervisor, por exemplo), quando repetido diversas vezes,
da mesma forma e com o mesmo conteúdo, tende a ir, pouco a pouco, perdendo
o poder de estimular a pessoa até praticamente não mais causar o resultado que se
propõe (transmitir uma mensagem, no caso do cartaz e/ou da recomendação). Isso
significa que a atenção da própria pessoa em relação às situações que oferecem risco
torna-se cada vez menor, até não mais ter efeito.
Almoxarife
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Para que esse fenômeno não aconteça, as pessoas devem, com frequência, procurar
analisar as situações de risco, recordá-las, estudá-las, mesmo que já as conheçam
perfeitamente.
Por essa razão, já que as cores sinalizadoras também tendem a perder seu efeito, os
cartazes e avisos contendo séries de recomendações devem ser utilizados de modo rotativo. Se possível, devem ser sempre inovados, mesmo que tratem de um mesmo assunto, de modo que consigam chamar a atenção dos trabalhadores por mais tempo.
Por fim, sua localização deve ser estratégica, em pontos nos quais as pessoas
permaneçam paradas por algum tempo (próximo a bebedouros, ao café ou outro
local), e não devem ficar em áreas de mera passagem, como corredores. Nunca
devem ser afixados próximos a avisos de ordem geral – relacionados a qualquer
outro assunto da empresa – que não seja a segurança no trabalho. Assim, podem
vir a ser objeto da atenção necessária por parte do trabalhador.
Um bom procedimento paralelo é realizar rápidas palestras com troca de opiniões
e discussão de situações, todas as vezes que um novo cartaz ou informativo sobre a
segurança for afixado.
Ergonomia
A ergonomia (ergo, trabalho e nomos, normas, regras) é um assunto que requer
muita atenção por parte dos trabalhadores, por estar relacionado direta e profundamente à saúde. Segundo a Associação Internacional de Ergonomia (IEA):
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e
outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios,
dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e
o desempenho global do sistema.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ERGONOMIA (ABERGO). O que é ergonomia.
Disponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_
ergonomia>. Acesso em: 23 abr. 2015.
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Para o trabalho no almoxarifado, interessam especialmente as implicações de posturas e movimentos inadequados na realização de tarefas, com ou sem uso de esforço físico, bem como as consequências que deles decorrem para o corpo humano.
Os estudos ergonômicos, por exemplo, indicam a altura correta de bancadas quando são operadas com as pessoas em pé, das bancadas e cadeiras quando se trabalha
sentado, assim como a distância em que devem estar eventuais equipamentos a
serem manipulados com braços e mãos.
Os estudos ergonômicos também indicam os limites dos esforços físicos – a força
aplicada, as repetições e a duração – que são especialmente importantes quando se
trata de erguer, abaixar ou caminhar carregando peso; as formas corretas de realizarem-se movimentos e as respectivas posturas, os ângulos e os apoios necessários
para que todas as partes do corpo envolvidas nos movimentos sejam flexionadas de
maneira adequada.
A ergonomia propõe soluções com base em estudos em que se efetua uma Análise
Ergonômica do Trabalho (AET), tendo em vista as instalações e as operações que
são realizadas no almoxarifado, por exemplo, com o objetivo de evitar fadiga e
problemas consequentes de movimentos incorretos, como lombalgias, dorsalgias,
dorsolombalgias, hérnias de disco etc., além de evitar acidentes.
Como resultado, são propostas soluções como a ginástica laboral compensatória a
ser realizada como preparação para o trabalho; a introdução de pausas para recuperação; a eliminação de movimentos e posturas críticas; a orientação para as atitudes
corretas; o revezamento das operações que cada trabalhador executa; mudanças na
organização e no sistema ou modo de fazer o trabalho; e o redesenho das instalações
e operações dentro de um projeto ergonômico mais favorável.
Deve-se ter em vista que a fadiga muscular é acelerada ou mesmo provocada antes
do que seria o natural (situações de esforço físico extremo), por uma série de inadequações na postura e movimentação corporal, sobretudo na movimentação de
carga não leve, como também por conta da altura e do posicionamento dos instrumentos da bancada.
O
Atividade 5
meu almoxarifado : parte
7
1. O que você acha de incluir em seu leiaute uma pequena sala para atendimento
médico emergencial?
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Estoquista 2
U n i d a d e 12
Revendo seus
conhecimentos
Com esta Unidade, chegamos ao fim deste curso. Esse é um
momento de balanço, de rever o que aprendeu nesse período
em que se dedicou à formação básica na ocupação de almoxarife e estoquista. É importante que consiga identificar o que
sabe sobre essa ocupação e que se sinta preparado para buscar
uma vaga no mercado de trabalho.
Para isso, vamos retomar e complementar uma atividade que você
realizou no início deste curso, quando elaborou um balanço do
que já conhecia nessa área. Agora é o momento de atualizá-lo.
R evisite
Atividade 1
seus conhecimentos
1. No Caderno 1, você refletiu sobre alguns conhecimentos na
área, indicando o que sabia, ou não, fazer. Neste momento,
pense novamente sobre esse assunto e liste o que aprendeu
no curso. Essa será a base para você fazer o seu currículo e
buscar inserção no mercado de trabalho, mas também para
identificar lacunas e procurar novas formas de aprimoramento nessa ocupação. Se quiser, consulte diretamente a CBO
para ver com detalhes os conhecimentos necessários à ocupação, antes de preencher o quadro a seguir.
O que já sabia fazer
O que aprendi no curso
Almoxarife
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Estoquista 2
O que ainda preciso aprender
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O que já sabia fazer
O que aprendi no curso
O que ainda preciso aprender
2.Analise a última coluna do quadro: Ainda há coisas
que você considera necessário aprender? Sim? Isso é
normal e não deve desanimá-lo, pois o conhecimento
é um processo contínuo e, por mais que conheçamos
algo, sempre há novas concepções que precisam ser
incorporadas.
3.Procure, agora, elaborar um planejamento das próximas ações para dar sequência à construção da sua
formação e carreira, como:
• continuar a estudar;
• procurar um novo curso nessa área;
O planejamento é um instrumento
que deve ser revisto frequentemente
para não se tornar ultrapassado.
Ações e prazos podem, e devem, ser
sempre atualizados.
Uma dica: não preveja ações de
difícil concretização, pois, neste
momento de busca por um novo
emprego, a formação que acaba de
realizar é um trunfo para se
candidatar às vagas nessa área.
• ler revistas ou livros especializados;
• procurar na internet mais informações sobre temas
relacionados à área.
P laneje
Atividade 2
seus próximos aprendizados
1. Para fazer o seu planejamento, utilize o quadro a seguir.
O que fazer?
98
Por quê?
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Como?
e
Estoquista 2
Quando?
O que fazer?
Por quê?
Como?
Quando?
Prepare-se para o mercado de trabalho
Além de aprimorar os seus aprendizados, é importante preparar-se para obter um
lugar no mercado de trabalho. Para iniciar a procura, você deve organizar seus
documentos e fazer o seu currículo.
Para montar o currículo, comece organizando documentos que comprovem sua
escolaridade, diplomas e certificados de cursos, além dos documentos pessoais.
Coloque-os de forma organizada em uma pasta, pois ela servirá para a apresentação
nos locais em que você for procurar emprego. Ela deve conter:
• comprovação de escolaridade formal – diplomas;
• certificados de cursos que você fez – incluindo este;
• comprovação de experiências de trabalho, que podem incluir registros informais,
declarações, fotos etc.;
• cartas de recomendação.
No currículo, você vai elaborar um resumo de tudo o que já fez e tudo o que sabe
fazer. Até pouco tempo atrás, os currículos eram longos e com informações bastante detalhadas. Atualmente, eles são mais objetivos. Vão direto ao ponto e, de preferência, ressaltam os conhecimentos e as práticas relacionados à ocupação ou ao
cargo que você pretende.
Os dados que sempre devem constar em um currículo para tornar sua apresentação
mais adequada são:
a) dados pessoais – nome, endereço, telefone e email;
b)escolaridade – a indicação de seu grau de escolaridade;
c) objetivo – a vaga em que você está interessado;
Almoxarife
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Estoquista 2
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d)conhecimentos e práticas adequados ao trabalho pretendido;
e) experiência profissional – os trabalhos que já teve. Se
você não teve emprego formal, escreva: “principais
experiências”. Siga a ordem cronológica inversa: do
trabalho ou atividade mais atual até o mais antigo.
C omo
Atividade 3
fazer um currículo
1. Com base nas informações anteriores, elabore uma
primeira versão de seu currículo, escrevendo as informações principais.
Você pode recordar como preparar
arquivos no computador voltando ao
Caderno do Trabalhador 3 –
Conteúdos Gerais – “ABC da
Informática”. Disponível em: <http://
www.viarapida.sp.gov.br>. Acesso
em: 23 abr. 2015.
2.Troque ideias com os colegas e com o monitor do
curso, verificando se há alguma mudança a fazer.
3.Agora, no laboratório de informática, digite e formate o seu currículo no computador, deixando-o
apresentável para que seja enviado para possíveis
empregadores.
100
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e
Estoquista 2
Nem sempre os anúncios de vagas para essa ocupação no mercado de trabalho especificam o salário
inicial; a maioria dos contratantes prefere combiná-lo na entrevista de emprego. Por isso, para saber a
estimativa de salário inicial, o melhor é realizar uma pesquisa em portos, transportadoras, aeroportos de
sua região ou fazer uma busca na internet.
Última etapa
A última etapa a enfrentar é a entrevista ou a seleção para o emprego que você
pretende. Para muitos, essa etapa causa certa ansiedade; outros a encaram como
mais um desafio ou obstáculo a transpor entre muitos já enfrentados na vida. É
importante lembrar que, na entrevista, tanto o entrevistador quanto o candidato
ficam, de início, mais contraídos, mas, à medida que ela vai transcorrendo, ambos
vão se sentindo mais confortáveis.
Quando você for chamado para uma entrevista, procure manter a calma e esteja
confiante. Se você foi chamado é porque seu currículo apresentou as qualificações
que a empresa precisa. No entanto, outros candidatos também foram chamados e
será escolhido aquele que preencher mais adequadamente as condições requeridas
pela empresa e pelo posto de trabalho oferecido.
Veja a seguir algumas dicas que os especialistas dão aos candidatos:
• Prepare-se para a entrevista planejando tudo antecipadamente, reunindo os documentos em uma pasta. Leve também uma cópia do currículo; o entrevistador
nem sempre tem uma consigo e pode solicitar a sua.
• Verifique o endereço e calcule o tempo para chegar ao local com antecedência
mínima de 15 minutos.
• Seja sincero e coerente com as informações que colocou no currículo, pois elas
sempre podem ser checadas.
• Exponha com clareza o que sabe fazer na área e, caso seja perguntado, fale sobre
suas atitudes e seu jeito de ser.
• Mostre-se confiante com relação ao que sabe. Evite mencionar o que, de fato,
desconhece, mas seja honesto em dizer que desconhece algum procedimento se
lhe for perguntado.
Chegamos ao fim do curso. Nele, você teve a chance de aprimorar seus conhecimentos e praticar algumas técnicas específicas dessa ocupação.
Boa sorte!
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