Procta Associada a Vriesea sp \(Bromeliales, Bromeliaceae\), II
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Procta Associada a Vriesea sp \(Bromeliales, Bromeliaceae\), II
Notes fauniques de Gembloux, n°43 (2001): 47-51 Procta associada a Vriesea sp. (Bromeliales, Bromeliaceae), II: Cinco Novos Taxa de Amebas Testáceas (Protoctista: Rhizopoda, Testacealobosea) par Vladimir Stolzenberg TORRES* Resumo O presente estudo apresenta cinco novos taxa de amebas testáceas. Petasidae fam.n., Petasus gen.n., Petasus astrum sp.n., Ascoida gen.n. and Ascoida modesta sp.n. são descritos e ilustrados com comentários a respeito de similaridades morfológicas com outros taxa correlatos. Palavras-chave: Protista, Ameba Testácea, Fauna Bromelícola, Taxonomia, Rhizopoda. Introdução Nesta segunda contribuição (vide Torres, 2000), apresenta-se uma nova família, dois novos gêneros e duas novas espécies de amebas testáceas, com chave para os novos gêneros e Kitotrilocula Torres, 2000. Materiais e Métodos Os locais e os procedimentos de coleta e identificação foram os mesmos de Torres (2000). Resultados e Discussão Enumeração Sistemática: Filo Classe Ordem * : : : Rhizopoda von Siebold, 1845 Testacealobosea De Saedeleer, 1934 Eulobosa De Saedeleer, 1934 Universidade do Vale do Rio dos Sinos / Cel. João Pacheco de Freitas, 490 / 91.215-060 Porto Alegre RS BRASIL E-mail: [email protected] 48 V.S. Torres Petasidae fam. n. Etimologia: Petasus (latim) = que apresenta, ou lembra, a forma de um chapéu. Amebas testáceas que apresentam parte da testa, no caso a região dorsal, como em Difflugia Leclerc, 1815, ou seja com presença de partículas aglutinadas e a outra parte, no caso a região ventral, lisa como a testa de Arcella Ehrenberg, 1830. Petasus gen. n. Testa contendo inúmeras partículas arenáceas aglutinadas como em Difflugia. A região ventral projeta-se para o exterior como estrutura silicosa sem partículas aglutinadas. Dorsalmente com simetria radial. Petasus astrum gen. n. sp. n. (Figs. 1-2) Etimologia: astrum (latim) = estrela, em forma de estrela. Testa de forma circular com acentuado bordo estreliforme em vista dorsal, apresentando nesta vista, simetria radial. Ainda em vista dorsal, presença de uma região central, rica em partículas arenáceas aglutinadas, circundada por uma região silicosa. Em vista lateral percebe-se acentuado prolongamento da região silicosa atingindo até 1/4 da altura total da testa. A região ventral não apresenta tubo pilomar. A relação altura/diâmetro média é inferior a 1,0 o que indica uma espécie com testa baixa. As dimensões avaliadas são apresentadas na Tabela I. Tabela I: dimensões avaliadas para Petasus astrum gen.n. sp.n. (n=14) Dimensão Avaliada (µm) Diâmetro da Testa (D) Diâmetro Total (Dt) Altura da Testa (H) Altura da Borda (h) Diâmetro Abertura Pilomar (d) Relação Altura/Diâmetro (H/D) Média 100,0 145,0 90,7 25,3 30,0 0,9 Amplitude 71,0 - 133,0 120,2 - 160,0 64,0 - 120,8 20,0 - 30,0 24,0 - 39,0 0,7 - 10,0 Série-tipo: considerando que Protoctistas não são regulados, nem pelo código de Zoologia, nem pelo código de Botânica, os síntipos encontram-se provisoriamente tombados na coleção particular do autor, visto que até o presente momento, não existem Instituições, no Brasil, que mantenham coleções de protistas de vida livre. Petasidae fam. n. Ascoida gen. n. Etimologia: Ascon (grego) = vaso; oida (grego) = forma. Testa contendo inúmeras partículas arenáceas aglutinadas, com a região oral projetando-se discretamente em uma estrutura silicosa de maneira similar a Petasus gen n. Dorsalmente e lateralmente com simetria bilateral. Ascoida modesta gen. n. sp. n. (Fig. 3) Notes fauniques de Gembloux, n°43 (2001) 49 Etimologia: modesta (latim) = discreta, modesta. Testa achatada lateralmente, apresentando uma acentuada depressão da região dorsal de tal forma que as extremidades prolongam-se como laterais de uma bacia. A quase totalidade da testa é revestida por partículas arenáceas aglutinadas, restando a região ventral como uma discreta expansão silicosa secretada. A região ventral não apresenta tubo-pilomar. A relação altura-diâmetro média é superior a 1,0 tratando-se assim de uma espécie com testa alta. A borda ventral representa em média 1/27 da altura total da testa. As dimensões avaliadas são apresentadas na Tabela II. Tabela II: dimensões avaliadas para Ascoida modesta gen.n. sp.n. (n=15) Dimensão Avaliada (µm) Altura da Testa (H) Altura da Borda Ventral (h) Altura Total da Testa (H + h) Diâmetro da Testa (D) Diâmetro Abertura Pilomar (d) Relação Altura/Diâmetro (H/D) Média 55,00 2,00 54,00 33,70 13,70 1,63 Amplitude 46,00 - 60,00 1,80 - 2,30 47,80 - 62,30 28,00 - 37,00 11,40 - 15,00 1,62 - 1,64 Série-tipo: considerando que Protoctistas não são regulados, nem pelo código de Zoologia, nem pelo código de Botânica, os síntipos encontram-se provisoriamente tombados na coleção particular do autor, visto que até o presente momento, não existem Instituições, no Brasil, que mantenham coleções de protistas de vida livre. Embora os epípodes sejam um importante aspecto na Sistemática de Amebas Testáceas, sua visualização não pôde ser efetuada nestes organismos. Estudos mais aprofundados devem ser então realizados, com fins a de efetuar a quantificação destas estruturas e, desta forma, ampliar suas características diagnósticas. 50 V.S. Torres Figuras 1-2 1) P. astrum gen. n. sp. n., vista lateral; 2) vista dorsal. Figuras 3-4. 3) A. modesta gen. n. sp. n., vista lateral; 4) K. vriesea Torres, 2000, vista lateral. Ecologia dos Novos Taxa: Em consonância com o trabalho de Torres (2000) constata-se que habitam águas ácidas. Utilizam em sua nutrição, com certa probabilidade, a exemplo de outros testácea, bactérias, cianofíceas e pequenos flagelados. Considerando as dimensões de Petasus astrum é provável que o mesmo utilize, também, em sua alimentação Ascoida modesta e Kitotrilocula vriesea Torres, 2000, estes de dimensões bem menores e assim potencialmente alimento para Petasus. É possível que P. astrum utilize como alimento, também, rotíferos e pequenos ácaros da mesma forma que Difflugia lobostoma o faz (Torres, 1996). A. modesta, por outro lado, deve utilizar mais facilmente, em função de suas dimensões, bactérias, cianofíceas e pequenos ciliados. Chave para os Gêneros e Espécies de Kitotriloculidae e Petasidae Notes fauniques de Gembloux, n°43 (2001) 1 2 - Testa lisa com ausência de partículas aglutinadas.......... - Testa com presença de partículas aglutinadas................ - Testa circular, em vista dorsal, apresentando, nesta vista, simetria radial............................................................ - Testa dorsalmente e lateralmente com simetria bilateral ............................................................................... 51 Kitotrilocula .... (a) 2 Petasus ........... (b) Ascoida .......... (c) (a) Testa em forma de lâmpada, sofrendo um afunilamento no eixo principal no sentido dorso-oral (Fig. 4) ................................................................................ K. vriesea (b) Testa de forma circular com bordo acentuado e estreliforme (Figs. 1-2) ....................................................... P. astrum (c) Testa com acentuada depressão da região dorsal, bordo discreto (Fig. 3) ........................................................ A. modesta Agradecimentos Ao Prof. Dr. Lauro Jantsh, por sua colaboração para a correta denominação dos taxa. Abstract Procta Associated to Vriesea sp (Bromeliales, Bromeliaceae), II: Five New Taxa of Testacean Amoebae (Protoctista: Rhizopoda, Testacealobosea) This research presents five new taxa from testacean amoeba. Petasidae fam.n., Petasus gen.n., Petasus astrum sp.n., Ascoida gen.n. and Ascoida modesta sp.n. are described and illustrated with comments on morphological similarities with congeneric taxa. Keywords: Protist, Testacean Amoeba, Bromelian Fauna, Taxonomy, Rhizopoda. Referências Bibliográficas TORRES, V.S., 2000.- Procta Associada a Vriesea sp (Bromeliales, Bromeliaceae): Três Novos Taxa de Amebas Testáceas (Protoctista: Rhizopoda, Testacealobosea). Notes Fauniques de Gembloux, 41: 105-113. TORRES, V.S., 1996.- Estudos sobre Difflugia lobostoma Leidy, 1879 (Protista: Rhizopoda, Testacealobosea). Revta. bras. Zool., 13(2): 475-487.