Jornal ONG Origem

Transcrição

Jornal ONG Origem
Jornal da Associação Ambientalista de Marília - Origem
Ano 2 - nº 01 - Marília, maio e junho de 2009.
Apenas um vazio a mais
“A Célula e a Gota”
Mesmo com seus espaços privilegiados, Marília não valoriza sua área verde
Crônica de Cid Cândido de Oliveira
Página 02
Uma reflexão sobre o atual modo
de produção, por Luiz Leme
Página 06
Eco-notas
Foto: Eduardo Pereira Mussi
Informações sobre a Associação
Ambientalista de Marília
Páginas 04 e 05
Infraestrutura versus meio
ambiente, por Ricardo Scaglion
Página 08
Na foto, área próxima as nascentes do Córrego Palmital, localizada no bairro Jânio Quadros
Por Mariana Roncari
A cidade de Marília possui uma das mais belas paisagens de toda a região. Um dos exemplos destes
espaços fica na zona norte, mais especificamente
no bairro Jânio Quadros, onde está abrigada uma
das mais bonitas vistas que o município oferece.
A área já despertou inclusive o interesse de uma
comissão formada por presidentes eleitos dos Rotary Club de Marília, em 2007. De acordo com o
presidente da Origem Luis Eduardo Diaz, que fez
parte deste grupo, a idéia era de criar um projeto
que representasse um patrimônio para a cidade.
“Diversos projetos foram apresentados, entre os
quais uma idéia que era bastante comum a todos
nós, a de um Parque Urbano que fosse um ponto
de observação e de convivência junto à belíssima
paisagem dos Itambés, as falésias que circundam a
cidade e que dão suporte às longas vistas dos vales
e córregos da região. Esta foi a nossa escolha. Doar
uma área para a cidade. Desta forma, montamos
uma pequena comissão para encontrarmos uma
área, pública ou privada, que estivesse disponível
ou cuja disponibilidade se tornasse simples, considerando que teríamos a ajuda do poder público e
o apoio do empresariado para uma oportunidade
única na cidade”.
Diaz conta que uma das áreas que mais despertou
interesse foi exatamente este espaço no bairro Jânio Quadros, que fica ao longo da Rua Mariápolis.
A área, relativamente nova na cidade, com uma
ocupação de aproximadamente 15 anos atrás, está
marcada por um triângulo vazio de aproximadamente 60.000 m². “Sem finalidade clara no entrelaçamento da malha urbana, o triângulo avança em
direção a um vale belíssimo, ladeado por paredões
de pedra dos quais em dia de chuva brotam longas e estreitas quedas d’água. O triângulo assim,
termina por nos apresentar um cenário ímpar, cujo
potencial não foge ao olhar mais atento”, relata o
empresário.
Contudo, apesar do interesse, a comissão não conseguiu viabilizar o projeto. “Todas as áreas que
apareceram apresentaram graves problemas de
registros, alguns de obras inconclusas, outras de
licitações realizadas e pagas, porém sem obras aparentes. Sem mais nem menos, o tempo foi passando e a pesquisa se esgotou. Nenhuma área atendeu
aos nossos requisitos e a idéia foi abandonada”.
Continua na página 03.
Tatiane Chrispim explica o que
é “ser sustentável”
Página 07
Óleo vegetal
Saiba como descartar o seu
óleo de cozinha
Página 08
Projeto
Município Verde
A cidade de Marília
está fora da lista
de 44 municípios
que terão prioridade na obtenção de
recursos do governo
estadual.
Página 07
02
/ Marília / maio e junho de 2009
Editorial
“La Nature c’est une sphère infinie dont le centre est partout, la
circonférence nulle part.”
“A Natureza é uma esfera infinita, cujo centro está em
todos os lugares, e a circunferência, em nenhum lugar”
Blaise Pascal
É com grande alegria que retomamos as edições do
Origem Notícias, jornal da Associação Ambientalista
de Marília, que tem como foco promover uma reflexão e apresentar propostas sobre a situação ambiental do nosso município. Sempre quando falamos
em Meio Ambiente estamos nos remetendo a um
conceito muito mais amplo, que é o da nossa preservação, da nossa relação com o mundo enfim. Mas
se podemos imaginar que o mundo afinal começa no
nosso comportamento, então é da nossa cidade que
decidimos falar.
Não apenas as nossas ações, mas a nossa falta de
ação determina qual é o uso que fazemos do espaço urbano, como a cidade é desenhada, como ela
evolui no tempo. Quais são as forças e os interesses
que enfim desenham a cidade? Qual é o projeto que
temos? Esta pergunta nos lembra do desafio que tem
sido a construção do Plano Diretor do Município e a
conseqüente implantação do Conselho de Habitação
e Política Urbana, e a cidade tem respondido a altura.
Mais de 30 entidades e associações estão envolvidas
na formação do Conselho, que tem como objeto a
co-gestão da implantação do Plano Diretor. O Plano
Diretor implantado nos possibilitará planejar a cidade
que queremos, e é essa é a sua relevância fundamental.
Precisamos assim, conquistar no dia a dia a democracia, intensa, que não se apresenta como algo pronto
à participação. São as nossas ações que determinam,
são os nossos desejos que podem fazer a diferença,
que transformam e dão graça aos nossos lares e à
nossa cidade. Precisamos assim, de uma cidade talvez mais feminina, que acolha com afeto a belíssima
paisagem na qual se insere, que não permaneça de
costas à natureza pródiga que a abençoa.
Propomos um resgate da cidade, no sentido em que
podemos sim, fazer a diferença no nosso mundo, começando pela nossa cidade, e pela qualidade da relação que estabelecemos com o nosso entorno, uma
chamada à responsabilidade que temos em desenhar
o nosso futuro, para que tenhamos uma cidade a altura do coração dos marilienses.
Este jornal não seria possível sem o empenho dos
membros da Associação Ambientalista de MaríliaOrigem, entidade que desde 1995 se preocupa em
defender o Meio Ambiente e promover a cidadania
responsável, com a excelente coordenação de Mariana Roncari. Também gostaria de agradecer a colaboração de Cid Candido de Oliveira,
e também do Sérgio Chaves e o
Ebbios, da premiada revista Café
Espacial, que contribuíram com
um toque de leveza necessário
para este número.
Luis Eduardo Diaz
Presidente da
Associação Ambientalista de Marília ONG Origem
Crônica
A célula e a gota!
Dedo em riste no nariz do palhaço! Pedras em punho diante do alvo mirado! Que atire a primeira
quem nunca... ---- Nossa, quanta pedra! O coitado do miserável que foi desprezado pelo acentuado preconceito social, sim, claro. Existe! Um dos
maiores problemas da humanidade é o desprezo
de células antes de qualquer chance para que descubram suas potencialidades para o Todo! Vamos
a exemplos clássicos de discriminação contemporânea: 1)- Você não faz parte da alta cúpula social;
2) – Você é de que família? 3) – O que acumula de
bens, fortunas ou prestígio social? 4) – O que tens a
oferecer ao legado de vitrines? 4) Já viajou para fora
do País ao menos uma vez na vida? 5) Constituiu
família? 6) Teus filhos se tornaram o que? (...) São
tantas as questões seletivas que a maioria das células com potencialidade inibida acabam por cair no
redemoinho do descaso de uma minoria dominadora, mas tragada vorazmente pela boca do tempo...E
o pior é que o tempo é curto demais para se contar
vantagens!
O Mundo continua girando e o aquecimento global
está aí, com o mesmo dedo em riste no nariz do
palhaço de carne e ossos passageiros que desprezam a vida de seus semelhantes. O desmatamento
da Amazônia, o extermínio de espécies que contri-
buem para o equilíbrio ambiental, as termoelétricas, e o que mais?
Mas feliz da célula desprezada que fez sua parte em
silêncio de gratidão! Com as linhas da vida nas mãos
calejadas plantou uma árvore, da árvore vieram os
pássaros que jamais o desprezariam e do chão trabalhado em húmus criou minhocas e dali retirava
alfaces e couves. Dali plantava e colhia o sorriso
verdadeiro de um palhaço antes do picadeiro! Eis a
célula vitoriosa para um Mundo Melhor! Cada qual
com sua gota de satisfação pessoal, sem medição de
fortunas aparentes ou glórias passageiras em colunas sociais!
Cid Cândido de Oliveira
Ator e escritor
Expediente
ORIGEM NOTÍCIAS
Associação Ambientalista de Marília
www.ongorigem.org.br
Rua Floriano Peixoto, 55 Tel. (14) 3221-6855
Tiragem - 3.000 exemplares
Jornalista Responsável - Mariana Roncari
Diagramação - Adriano Patriani
Projeto Gráfico - Estúdio Santa Fé
Presidente - Luis Eduardo Diaz
Colaboradores
Antônio Luiz Carvalho Leme, Beatriz Sabia, Cid Cândido de Oliveira,
Ebbios, Marcela Holzhausen, Ricardo Cavichioli Scaglion, Tatiane Parizotto Chrispim.
Marília / maio e junho de 2009 /
03
Um vazio chamado “Parque Mariápolis”
O local pesquisado pela comissão de presidentes rotarianos é, na verdade, o que deveria ser o “Parque
Mariápolis”, que teve sua implantação definida pelo
Plano Diretor Municipal, em 2006.
A Lei 6860, de 18 de novembro de 2008, muda o
nome desta área, denominando-o “Parque Palmital”,
área medindo 61.181,97 m², que tem como objetivos
aumentar o índice de área verde por habitante, criar
espaços para atividades culturais, de lazer e esportivas e atender aos anseios da população, de acordo
com o definido nas audiências públicas realizadas durante a elaboração do Plano Diretor.
Segundo informou o Secretário de Planejamento Urbano, Laerte Rojo Rosseto, o Parque Palmital é um
espaço livre identificado dentro do Plano Diretor
como um espaço importante para melhorar a qualidade de vida da zona norte. “A idéia foi identificar
áreas livres para fazer parte de todas as quatro regiões (norte, sul, leste e oeste), e essa área do Mariápolis, hoje Parque Palmital, foi definida para ser um
parque da cidade, em 2006, quando foi feito o Plano,
em audiência pública da zona norte. Tem aí a vontade
da sociedade civil. Agora o que falta fazer neste parque? Falta sentar com a comunidade e verificar o que
eles querem, e aí desenvolver um projeto bastante
democrático com a participação da população, mas
sempre objetivando a questão ambiental, preocupado com a vegetação e também com os equipamentos de lazer que vamos propor”.
“A primeira etapa agora seria o fechamento da área
e já tratar áreas de vegetação, definir caminhos internos e liberar áreas de plantio e já começar a criar
esse pulmãozinho da zona norte. Precisamos fazer
um projeto inteligente, de lazer ativo, com práticas
esportivas, e também de fácil manutenção, pois a intenção é dividir essa responsabilidade com a comunidade”, informa Rosseto.
Problemas
Mas a criação do “Parque Palmital” não é tão simples
quanto parece. De acordo com o presidente da associação do bairro Jânio Quadros, Paulo Lúcio dos
Santos, cortando o terreno destinado a esta área verde existe um córrego, onde há alguns anos iniciou-se
uma canalização.
“A obra foi feita por volta do ano 2000, com verba do
governo federal, porém atualmente se encontra em
situação precária. Não há como viabilizar um parque
antes de solucionar a situação do córrego, precisa ter
as condições mínimas. Em 2001 enviei uma solicitação à Secretaria de Obras para que acertassem a situação da drenagem do córrego, para cumprir o que
estava determinado na placa da obra, que dizia que a
drenagem seria feita em 180 dias, mas até hoje não
obtive nenhuma resposta”, conta Santos.
Av. República, 2635 - Tel: (14) 3444-2277
Email: [email protected]
“A implantação do Parque Palmital não será viável até que o córrego
receba a atenção e os reparos necessários”
O presidente da associação de moradores relata
também que o local se encontra abandonado, virando um depósito de animais mortos e lixo, provocando forte odor e desconforto aos moradores.
Consultado pela redação, o órgão responsável pela
fiscalização ambiental, DEPRN, indicou que consta
em registros que o citado córrego se trata de uma
galeria de água pluvial. Em visita ao local, a Associação Ambientalista de Marília, junto à sua engenheira
agrônoma Tatiane Parizotto Chrispim, constatou um
possível escoamento de esgoto nesta região, identificado através da carta topográfica do IBGE como
afluente do Córrego Palmital. A engenheira informou
que, sem uma análise mais complexa, não há como
definir se a atual situação se dá em razão de ligações
clandestinas, feitas talvez pela própria população.
A Secretária de Obras afirma que até então não há
registro de irregularidades no local. Procurado pela
redação, o engenheiro responsável pela canalização
do córrego, José Vasco, afirmou que, dentro do terreno que define o Parque Palmital, não há registros
de problemas. “O que há é o projeto para continuação da obra, para revitalização da área, que vai até a
antiga mina do DAEM”, afirma.
Depois da análise da situação a Origem se comprometeu a enviar documento à Secretaria de Obras do
município para solicitar a recuperação e manutenção
da área, mas constata que, diante dos fatos, independente de quem é responsável pela atual situação, enquanto medidas necessárias não forem tomadas não
há como viabilizar a implantação de qualquer parque
na área. O projeto de realização de um “Parque Palmital” só será possível a partir do momento em que
exista o engajamento necessário tanto da sociedade
civil como da coordenação do poder público. (MR)
Rua XV de Novembro, 2.386 - São Miguel
Fones: (14) 3453-5096 / (14) 3453-0517
[email protected]
www.marfi-marilia-com.br
04
/ Marília / maio e junho de 2009
Informe Publicitário
Associação ambientalista
de Marília ganha nova sede
Foto: TATIANE PARIZOTTO
Festa e Compromisso
Com sede na cidade de Bauru-SP a Ticomia/Impacto Eventos e Formaturas é caracterizada por
ser uma empresa moderna e dinâmica. O que a
tornou líder no setor de eventos sociais no interior paulista. Para este ano, assume como meta
firmar-se como uma empresa amiga da natureza
conquistando novos parceiros, patrocinando e
incentivando órgãos que têm como objetivo a
preservação do meio ambiente. “Apoiar ONGs
e projetos como o jornal Origem, para uma
empresa expressiva em seu segmento e com
uma carga tão grande de clientes, é uma postura muito importante no mundo atual onde o
desenvolvimento sustentável torna-se cada vez
mais necessário” – afirma o Dpto. de Comunicação da empresa. Dentre as estratégias e campanhas da meta 2009, estão o uso consciente de
papel e a logística “anti-poluição” aplicada nos
eventos, reservando-se um número de funcionários para recolher e separar os detritos recicláveis adequadamente. A empresa completa
dizendo que o ano de 2009 ainda reserva novidades: “Estamos viabilizando uma feliz parceria
com uma grande empresa brasileira de renome
internacional que trará novidades ao mercado,
oferecendo proteção à natureza e qualidade ao
público consumidor. Para a festa Black and Glasses, preparamos uma surpresa neste sentido.”
– comenta Fábio Andrade, supervisor de Design
e Comunicação da Impacto. O evento, acontece
no dia 16 de maio a partir das 23h no Espaço T!,
novo salão da empresa que atende o público de
Marília e região localizado no km 437 da Rod.
Cte. João R. de Barros, sentido Marília-Bauru.
Contatos em Marília: Crepaldi, 14 8111-3497
e Berdi, 14 97727663. Assessoria de imprensa:
Suelen Corazza de Alice, 14 3312-4140. www.
ticomia.com.br
A Associação Ambientalista de Marília tem novo endereço desde janeiro
Desde janeiro deste ano, a Origem – Associação
Ambientalista de Marília, Organização Não Governamental (ONG) fundada em 1995, está instalada
em novo endereço.
Até dezembro de 2007 a Origem contava apenas
com um espaço para receber suas correspondências. As reuniões eram feitas nas casas dos associados, no Bosque Municipal ou mesmo em shopping
e em locais de livre acesso.
Em janeiro de 2008, com o início do projeto “Novo
Óleo”, um projeto de coleta seletiva para óleo de
cozinha usado, foi necessário alugar um salão para
viabilizar a ação. O salão da coleta era situado à
Avenida das Orquídeas, na Vila Jardim.
Com o aumento da demanda e ampliação das atividades da Associação Ambientalista, verificou-se
a necessidade de um lugar mais espaçoso, que viabilizasse a realização de reuniões e projetos. Para
isso, a Origem escolheu um prédio com localização
central, mais espaçoso que poderá abrigar cursos
ambientais e também profissionalizantes, além da
possibilidade de sediar reuniões de trabalho e oficinas.
Para conhecer a nova sede da Origem, visite a Rua
Floriano Peixoto, 55, (próximo ao Hospital da Mulher). O telefone para contato é o (14) 3221-6855.
Café Espacial contribui
com o Origem Notícias
A charge do jornal Origem Notícias, na página 2, foi
uma cortesia da Café Espacial, revista alternativa e
independente que abrange várias formas artísticas,
como HQs, cinema, literatura, música, fotografias,
entre outros.
A revista é fruto de um esforço coletivo, onde todos os envolvidos colaboraram de maneira direta e
sem visar o lucro, enfatizando apenas a divulgação
da cultura. Entre o grupo de artistas e profissionais
da área que compõe a publicação estão Lídia Basoli,
Laura Gattaz, Fábio Lyra, Laudo Ferreira, DW, Samanta Flôor, Mario Cau, Lese Pierre, entre outros.
A revista tem edição do roteirista Sergio Chaves.
O colaborador da revista que marca sua presença
nesta primeira edição do Origem Notícias como
autor da charge é o ilustrador e quadrinhista Ebbios. Além de colaborador da Café, ele também é
compositor e escritor. Atualmente trabalha também com modelagem 3D, desenvolvendo a arte do
game Futuron. Mora na cidade de São Paulo, capital. Para conhecer mais sobre seu trabalho, acesse o
blog www.ebbios.blogspot.com. O e-mail de contato é o [email protected].
O endereço eletrônico da Café Espacial é o cafeespacial.wordpress.com.
Abandono da
Praça Maria Isabel
A Associação Ambientalista de Marília e vizinhos da praça em protesto
Durante o processo da abertura da Rua Sergipe,
na Praça Maria Isabel, realizado durante o início de
2008, a ONG Origem participou de um projeto de
revitalização da praça, que, de acordo com moradores, deixou de ter vida e os deixava inseguros
com a falta de iluminação e segurança. O projeto
objetivava ampliar o uso do espaço deixando o lugar agradável, com realização de podas regulares
nas árvores, novo projeto de iluminação, criação de
playground, entre outras melhorias que poderiam
atrair a população. Porém, a abertura da Rua Sergipe foi realizada e até hoje a praça não teve sua revitalização feita. A população ainda aguarda, como
sempre, pacientemente.
Marília / maio e junho de 2009 /
Casa Sol cria
jardim da nova sede
05
bre a licença para o plantio e paisagismo local. Em
seguida você deve se informar sobre quais espécies
são mais adequadas para o lugar. Dê preferência às
árvores nativas do Brasil. Enquanto a árvore cresce,
você sente o orgulho de ser pai de uma árvore brasileira. O meio ambiente agradece.
Você também pode se juntar a Associação Ambientalista de Marília no projeto “Plantando Cidadania”,
que tem realizado plantios, geralmente aos domingos, no entorno de rodovias. Para se informar a respeito dos próximos locais, entre em contato pelo
telefone (14) 3221-6855 ou visite a sede na Rua Floriano Peixoto, 55.
Programa Origem
faz aniversário
Em parceria com a Associação Ambientalista, a Casa
Sol Ecologia, extensão da loja Casa Sol, empresa de
materiais de construção fundada em 1988 em Marília, implantou no mês de abril o espaço verde da
Origem em sua nova sede. O centro de Ecologia
da Casa Sol realizou o projeto do jardim e o plantio
das mudas.
Que tal plantar uma
árvore?
HIDRÁULICA H.P.M. COMERCIAL LTDA.
Tatiane, Ricardo e Luiz Leme apresentando o Programa Origem
Equipe de voluntários da Origem se unem ao idealizador do “Plantando
Cidadania”, Antônio Carregaro (de pé, à esquerda da foto)
Se você acha que a nossa cidade está um pouco triste, com poucas plantas e cheia de tijolos e cimento,
saiba que não é difícil fazer sua parte para começar
a ter um meio ambiente mais verde até mesmo em
seu próprio bairro.
Sabe aqueles canteiros que ficam abandonados, sem
que ninguém plante nada por muitos anos? Ele pode
ser o local ideal para essa ação.
Procure obter, junto à prefeitura, informações so-
O programa Origem, que vai ao ar no Canal 9 e é
uma iniciativa da ONG Origem, completa em junho
seu primeiro ano de existência.
Apresentado por seus membros voluntários, o gestor ambiental Antônio Luiz Carvalho Leme, a engenheira agrônoma Tatiane Parizotto Chrispim e o
médico veterinário Ricardo Cavichioli Scaglion, tem
como principal intenção de levar informação sobre
questões socioambientais para a população referentes à Marília, o Brasil e o mundo, priorizando a
nossa região.
“Achamos que a questão ambiental não está desvinculada da questão social, da exclusão, como na
causa da falta de esgoto, por exemplo. Por isso costumamos ter como princípios também tratar das
questões sociais”, explicou Leme.
O programa vai ao ar toda quarta-feira, às 17h, com
reprises diários em todas as janelas da programação
do Canal 9. Alguns dos programas também se encontram no Youtube.
A atração está aberta a idéias de entrevistas e reportagens. Entre em contato com a Origem para que
ela possa ir até você, buscar o seu depoimento.
Rua: 4 de Abril, 1105
Fone/Fax: 14. 3402.6222
e-mail: [email protected]
Av. Castro Alves, 2001 - Marilia- SP
Fone: (14) 3422-6033
06
/ Marília / maio e junho de 2009
Você já viu Saci Pererê, Cavalo sem Cabeça ou
Desenvolvimento Sustentável no atual modo de produção?
Devemos começar situando dois conceitos chaves
para o entendimento do Desenvolvimento Sustentável (DS) que são os de Crescimento e Desenvolvimento. Na seqüência devemos questionar também
o “imaginário consenso” que existe na sociedade
sobre esse novo paradigma: o desenvolvimento sustentável. Ao final deixaremos uma questão para discussão: se há ou não possibilidade de haver DS no
modo de produção capitalista.
Apesar desse artigo ser pessimista quanto à questão
do DS, considero esse um tema de sobrevivência da
Humanidade ou, pelo menos, para a Humanidade
que conhecemos hoje. Devemos ainda ter em mente que o pessimista pode ser um otimista bem informado, portanto, um analista, entre muitos outros,
prevendo uma crise civilizatória.
Historicamente, no modo de produção capitalista,
como também no socialismo real ou capitalismo de
Estado, a bandeira central dos planejadores era a do
aumento da produção independente dos custos sociais ou ambientais: a ordem era crescer acumulando
o capital na mão de poucos para reinvestir e depois
(hipoteticamente) dividir o bolo com toda sociedade
- no Brasil não foi diferente e, como no restante do
mundo capitalista, nunca dividimos o bolo.
Com a mobilização da sociedade contra a exclusão
social apareceu um novo conceito que foi o de desenvolvimento que tinha a equidade e a distribuição
como dois fatores que iriam distinguir os conceitos
de crescimento e desenvolvimento. O problema é
que, na vida real, fora das universidades e dos escritórios de planejamento (produção teórica), essa
equidade pode e vem sendo tratada apenas na retórica, no discurso – ela não é e não pôde ser reproduzida no chão da fábrica, no terreiro dos produtores
rurais, na dispensa da dona de casa, na vida concreta
e diária da população. Algumas exceções existem
como Dinamarca, Suécia, casos que se contam nos
dedos da mão. A necessidade de otimização da reprodução do capital não permite essa equidade na
distribuição do desenvolvimento; por isso o que temos é crescimento apesar de toda a retórica!
Ainda sobre o Desenvolvimento Sustentável é necessário identificar como esse conceito está no discurso da direita e da esquerda, do pobre e do rico,
do patrão e do empregado, do ateu e do crente.
Todos o defendem, uma mesma referência é usada
para sustentar diferentes práticas e discursos. Como
pode ser possível pessoas e instituições que estão
em campos opostos reivindicarem e defenderem
práticas idênticas? Isso só seria possível se o ver-
bo fosse o mesmo, mas as práticas e os resultados
esperados das ações desses grupos têm resultados
absolutamente opostos. Portanto, quando ouvimos
alguém falar ou escrever sobre esse conceito (DS)
devemos sempre perguntar “qual e como?”
A definição de Desenvolvimento Sustentável apareceu nas discussões sobre o desenvolvimento
quando, além da exclusão de apenas determinadas
classes sociais os analistas começam a identificar
uma ameaça ainda maior do que possíveis reações
à exclusão: a biodiversidade, os recursos naturais,
os serviços ambientais, etc., estão em um processo contínuo de degradação, colocando em risco não
só a sobrevivência dos excluídos... mas também de
toda a sociedade! O perigo é socializado, alcança todas as classes sociais!
A definição mais utilizada nos textos e nos discursos é a da Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento – CMMAD – 1988 onde se lê:
“Desenvolvimento sustentável – “aquele que satisfaz às necessidades do presente, sem comprometer
a capacidade das gerações futuras satisfazerem as
suas próprias necessidades”.
É justamente aí que reside o problema. Existe uma
tendência entre as pessoas (e instituições) de chamarem para si essa definição de uma forma acrítica,
sem melhor esclarecer o interlocutor/leitor do que
isso de fato significa.
Para poder esclarecer melhor essa situação vou recorrer a dois personagens hipotéticos em duas situações extremas: um ambientalista e um gestor de
capital (um empreendedor) que tem a necessidade
de reproduzir seu capital ao menor custo possível
para poder sobreviver na concorrência das alocações de recursos.
No discurso do nosso personagem ambientalista a
frase “sem comprometer a capacidade das gerações
futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”
tem um significado de preservação, insistindo na
necessidade de que as futuras gerações encontrem
os recursos naturais na mesma forma, quantidade e
qualidade que nós encontramos hoje – ou em melhor qualidade.
Já para o gestor do capital que, para maximizar a
reprodução do seu investimento, usa os recursos
naturais além do seu limite, optará como solução à
mesma problemática da sustentabilidade a possibilidade de deixarmos para as futuras gerações tecnologias que possibilitem que eles, no
futuro, tenham capacidade de acesso
ao recursos naturais (ou substitutivos
originados da ciência aplicada) ao mesmo custo de hoje. Agem como se pudéssemos esgotar (ou degradar) nossos
recursos naturais desde que as futuras
gerações tenham acesso aos mesmos
serviços ambientais através da tecnologia deixada pelas gerações passadas.
As futuras gerações podem encontrar
esgotos como fonte de água desde que
possam, a partir das tecnologias deixadas pela atual geração, obter água pelo
mesmo custo econômico... a responsabilidade da sobrevivência da humanidade se dá numa equação matemática de
adequação de recursos e usos de bens
econômicos.
Na história passada e recente das políticas de crescimento/desenvolvimento podemos identificar as
ações buscando crescimento a qualquer custo, o
que nos levou a uma crise sócio-ambiental não só
pela degradação ambiental, mas também pelo esgotamento de vários recursos naturais críticos para a
sobrevivência da população como as terras produtivas, desertificação, a contaminação do ar, do solo e
das águas entre muitos outros.
No próximo número falaremos um pouco sobre
a análise que Istevám Mészáros faz sobre a teoria
do Desenvolvimento sustentável e a categoria de
IGUALDADE SUBSTANTIVA, essencial em sua análise.
Antônio Luiz Carvalho Leme
Tecnologista em Informações Estatísticas e Geográficas - Gestor Ambiental - Membro da ONG Origem
Marília / maio e junho de 2009 /
Você já ouviu essa palavrinha
“Sustentabilidade” ?
Mas o que é, afinal, essa tal de sustentabilidade?
O termo surgiu na década de 1980 e sugere que
atitudes sustentáveis ocorram quando satisfazem
plenamente suas necessidades de forma a preservar
as condições para que as gerações futuras também
o façam.
Sempre que nos policiarmos em garantir condições
a futuras gerações estaremos agindo de maneira
sustentável. Mas aí me pergunto: Como agir para
viver de forma sustentável? Sempre digo que é preciso viver ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo. Mas mudar nossos hábitos viciosos não é fácil, por isso precisamos andar
um passo de cada vez.
Algumas atitudes simples podem trazer grandes benefícios como ir à padaria comprar pão a pé. Assim
você faz uma caminhada, economiza combustível
e evita a liberação de dióxido de carbono (CO²)
minimizando os impactos do efeito-estufa. Outra
pequena atitude é usar sacolas ecologicamente corretas quando for aos supermercados. Isso vai minimizar o uso de sacolas plásticas e conseqüentemente diminuir a poluição por elas gerada.
Embora a questão da coleta seletiva esteja um pouco batida, é necessário ressaltá-la. Separe seu lixo,
pergunte ao catador do seu bairro quais os materiais ele coleta e combine um dia da semana para
entregar a ele o material que você separou. Além
de reduzir a quantidade de lixo que vai para o aterro sanitário, você também contribui com a geração
de renda destes catadores.
Não jogue o óleo vegetal usado no ralo da pia da
cozinha. Armazene e leve aos diversos postos de
coletas da cidade. Com isso você reduz a poluição
da água, pois uma única gota do óleo lançada no
esgoto contamina 100 litros de água.
Se conseguir adotar uma destas medidas por vez,
no final será de fato um ser sustentável.
Hoje, com o “boom” da filosofia ambiental, as atividades humanas altamente impactantes como a mineração, industrialização, extração vegetal, agricultura em larga escala, fabricação de papel e celulose
e todas as outras vêm adotando atitudes sustentáveis que se revelaram economicamente viáveis.
Mais informações sobre a sustentabilidade nas atividades humana ficam para a próxima edição.
Eng. Agro. Tatiane Parizotto Chrispim
Membro da ONG Origem
07
Marília é 217ª colocada em avaliação da
Secretaria do Estado de São Paulo
Os 44 primeiros municípios do ranking receberam o certificado e têm prioridade na
obtenção de recursos junto ao governo estadual
Por Mariana Roncari
Em 26 de novembro do ano passado, Marília co- “Verde”. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente
nheceu a nota de sua avaliação no Projeto Município define Esgoto Tratado, Lixo Mínimo, Recuperação
Verde, onde foram avaliados 332 municípios partici- da Mata Ciliar, Arborização Urbana, Educação Ampantes da iniciativa do Governo do Estado, que tem biental, Habitação Sustentável, Uso da Água, Poluicomo objetivo descentralizar a política ambiental ção do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho de Meio
das cidades a partir da ampliação do diálogo entre Ambiente como as 10 diretivas do Projeto.
Até agora 614 municípios assinaram o documento
elas.
A cidade de Marília foi a 217ª colocada, com nota e apenas 332 conseguiram cumprir o Plano de
41,78, perdendo para cidades como Garça, que obteve
nota 67,90 e
conquistou a
73ª posição, e
também para
cidades de porte semelhante
como São José
Dos Campos
(68º), Sorocaba (118ª) e
Ribeirão Preto
(166º). A cidade de Santa
Fé do Sul, na
região noroeste, foi a melhor
avaliada, com
nota
94,96.
Em segundo
está Angatuba, no Alto do
Parapanema,
Santa Fé do Sul, localizada na região dos Grandes Lagos e com cerca de 28 mil habitantes, foi a 1ª colocada no ranking
com 94,06, e
Ação e foram avaliados. Aqueles que conquistaram
em terceiro Gabriel Monteiro, com 92,84.
De acordo com o site oficial do projeto, no por- médias acima de 80 – foram somente 44 cidades tal da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, com receberam o certificado e têm prioridade na obtena gestão ambiental compartilhada o Governo tem ção de recursos junto ao governo estadual.
os municípios como fortes parceiros, tomando de- Para avaliar o desempenho de cada um foram atribucisões conjuntas, estimulando ações municipais em ídas notas ao cumprimento desses planos ambienprol do meio ambiente e da sociedade e garantindo, tais e à participação das prefeituras em conselhos,
assim, o desenvolvimento sustentável. Esta política comitês, seminários e ações. Participar do projeto e
descentralizada também visa promover a partici- apresentar bons resultados significa ter prioridade
pação da sociedade na gestão ambiental e, dessa na obtenção de recursos do Governo do Estado,
forma, conscientizar a população, transformando-a principalmente dos provenientes do Fehidro - Funem atores sociais comprometidos com as questões do Estadual de Recursos Hídricos e do Fecop - Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição.
ambientais de suas cidades.
O Projeto Ambiental Estratégico Município Verde Os municípios que conquistaram notas superiores
foi lançado em 2007, analisando que sem a partici- a 80 receberam o Certificado Município Verde e
pação do poder local não é possível cumprir a agen- destes, 16 ainda receberam o Prêmio Franco Monda do estado de São Paulo. As ações dos municípios toro.
têm, como contrapartida estadual, a colaboração Em 2009, uma nova avaliação será feita com os municípios que já aderiram e com aqueles que ainda
técnica e o treinamento das equipes locais.
A adesão ao Projeto se dá a partir da assinatura entregarem seu plano de ação.
voluntária de um “Protocolo de Intenções”, onde Mais informações sobre o assunto podem ser obtise estabelece uma parceria com a Secretaria do das pelo endereço
Meio Ambiente e são determinadas ações neceshttp://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverde.
sárias para que o município seja certificado como
08
/ Marília / maio e junho de 2009
O que fazer com o óleo de cozinha?
É fácil tomar uma atitude, mesmo que solitária,
para preservar o meio ambiente
Por Mariana Roncari
O óleo vegetal é um grande parceiro no preparo
de delícias na cozinha. Mas, depois de preparar o
alimento, muitas pessoas despejam
o óleo da fritura no ralo da pia, no
bueiro da rua ou em outros locais
inadequados.
Além de causar entupimento
dos canos e mau cheiro, o óleo,
quando depositado na rede de
esgoto aumenta as dificuldades no tratamento da água. E
quem joga o óleo no bueiro da
rua, para evitar o entupimento da tubulação, não sabe que
dessa forma também se dificulta o tratamento de esgoto e, ainda, contribuí-se para
a formação de uma camada
gordurosa nos tubos, podendo ocasionar, no futuro, uma
enchente em sua própria casa.
O óleo de cozinha é altamente poluente, principalmente quando está em contato com a água. Dados
apontam que com um litro de óleo é possível contaminar um milhão de litros de água. Por estas razões,
é necessário ter cuidado na hora de descartá-lo.
Caso não seja tratado, o óleo pode impermeabilizar
o solo e contribuir com enchentes e alagamentos.
Também pode se espalhar na superfície dos rios e
das represas, diminuindo a oxigenação e iluminação
destes locais, prejudicando a vida neste habitat.
Assim como o petróleo causa catástrofes ambientais,
quando derramado em grande volume nos rios, nós,
dentro de casa, quando depositamos o óleo na rede
de esgoto, estamos diminuindo as possibilidades de
vida dos animais que vivem nestes lugares.
Uma alternativa “ecologicamente menos agressiva” é
de guardar o óleo em garrafas ou latas e entregar aos
lixeiros no dia da coleta.
Em Marília, alguns locais já recolhem essa substância
para dar-lhes a destinação correta. Alguns supermercados oferecem 1 litro de óleo novo a cada “x” litros
de óleo usado.
Você também pode contribuir com o trabalho da
Associação Amor de Mãe, que recolhe o óleo para
fazer sabão em uma oficina destinada à Melhor Idade. O produto é comercializado em alguns pontos
da cidade, inclusive na ONG Origem. Para contribuir
com este trabalho, basta levar seu óleo de cozinha
até os pontos de coleta na Rua Floriano Peixoto, 55,
no Bairro Barbosa (Origem), ou na Rua João Franco Nascimento, 320, Jardim Califórnia (Associação
Amor de Mãe). Os telefones para contato são o
3422-5525 e 3221-6855.
Faça sabão com o óleo
Se você não quer depender da iniciativa de outras
pessoas, há uma solução caseira para dar fim ao
óleo. O sabão de erva-doce tem como ingrediente principal o óleo de cozinha e é fácil e barato de
fazer.
Ingredientes:
5 litros de óleo usado e coado
1 copo americano de fubá
500 ml de detergente líquido
de coco
1 litro de soda cáustica líquida
1 litro de água fervente
essência de erva doce
Modo de Preparo:
Em um balde, coloque o óleo coado, junte o fubá, o
detergente, a soda cáustica e mexa bem. Depois de
misturados acrescente a água fervente e a essência
de erva doce e continue mexendo por 40 minutos
sem parar. Coloque a massa na forma e deixe descansar por dez dias até endurecer. Se for colocar
em um recipiente único, corte no formato desejado
antes de a barra endurecer completamente.
Infraestrutura versus
meio ambiente
Na atualidade, esta em voga assuntos que abarcam
o estilo de vida das pessoas e suas repercussões.
Dentre as inúmeras causas que prejudicam a vida
do ser humano, podemos mencionar a agitação cotidiana, o ritmo acelerado nas negociações, a velocidade das informações, o desgaste físico e emocional em filas intermináveis, trânsito caótico, péssima
qualidade do ar, entre outros fatores precursores
de algumas enfermidades, como o estresse, a fadiga, a irritabilidade, a depressão, o sedentarismo,
e etc.
Todavia, faz-se irremediavelmente necessária a
implementação de projetos de infra-estrutura simples, econômicas e acessíveis à maioria da população. Seriam estes projetos a adequação das áreas
verdes (praças) através da instalação de playgrounds e equipamentos para a prática de exercícios físicos. Afinal, os mesmos poderiam beneficiar tanto
crianças quanto idosos, bem como a instalação de
ciclovias em vários setores da cidade, desafogando
o tráfego de veículos, além de contribuir decisivamente para estimular as pessoas a substituírem o
carro pela bicicleta.
No entanto, cabe a Secretaria de Planejamento
adequar à estrutura atual das praças, das avenidas,
das ruas, no intuito de facilitar a vida dos pedestres
e ciclistas, principalmente no sentido bairro-centro,
acesso que a maioria das pessoas percorre em direção ao trabalho. Outro benefício seria construir
várias calçadas largas, arborizadas e devidamente
iluminadas, que servissem como pista de cooper
em determinados bairros, contribuindo para que
a comunidade tenha condições de caminhar, correr sem ter de se deslocar para outras regiões e
consequentemente causar um acúmulo de pessoas
desfrutando o mesmo local.
Portanto, são medidas cabíveis e integralmente
saudáveis, aptas a compensar o cotidiano de uma
parcela significativa da população, muitas vezes
sem condições de pagar uma academia, clubes,
etc., que urge pela implantação desta infra-estrutura indubitavelmente, capaz de amenizar os danos
causados a saúde humana devido à saturação do
trabalho cotidiano intenso.
Dr. Ricardo Cavichioli Scaglion
Médico Veterinário
Membro da ONG Origem

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