ler sobre - Universidade Regional do Cariri-URCA
Transcrição
ler sobre - Universidade Regional do Cariri-URCA
0 UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA - PRPGP DEPARTAMENTO DE QUÍMICA BIOLÓGICA – DQB PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOPROSPECÇÃO MOLECULAR TIAGO RODRIGUES LEITE ANÁLISE BIOLÓGICA E QUÍMICA DE Croton limae A. P. S. GOMES, M. F. SALES & P. E. BERRY (EUPHORBIACEAE) Crato - CE 2011 1 TIAGO RODRIGUES LEITE ANÁLISE BIOLÓGICA E QUÍMICA DE Croton limae A. P. S. GOMES, M. F. SALES & P. E. BERRY (EUPHORBIACEAE) Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Bioprospecção Molecular da Universidade Regional do Cariri - URCA, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Bioprospecção Molecular. Área de Concentração: Bioprospecção de Produtos Naturais. Orientadora: Profª. Drª. Maria Arlene Pessoa da Silva Crato - CE 2011 2 TIAGO RODRIGUES LEITE ANÁLISE BIOLÓGICA E QUÍMICA DE Croton limae A. P. S. GOMES, M. F. SALES & P. E. BERRY (EUPHORBIACEAE) Dissertação apresentada à Banca Examinadora de Defesa em 09/09/2011. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________ Prof. Dra. Maria Arlene Pessoa da Silva Universidade Regional do Cariri – URCA (Orientadora) ___________________________________________________ Cláudia Araújo Marco Universidade Federal do Ceará – UFC (Cariri) (Avaliadora) ____________________________________________________ Maria Iracema Bezerra Loiola Universidade Federal do Ceará - UFC (Avaliadora) __________________________________________________ Prof. Dr. José Galberto Martins da Costa Universidade Regional do Cariri – URCA (Suplente) Crato - CE 2011 3 Dedico este trabalho à minha família, por estar presente em todos os momentos da minha vida. s da minha vida. 4 AGRADECIMENTOS A Deus pela dádiva da vida e por todas as bênçãos que ele me concede; A meus pais, Francisca Neide Rodrigues Leite e Francisco Sisnando Leite, pela educação que me proporcionaram, e por todo o apoio e amor que eles me deram ao longo da minha vida, inclusive durante o período acadêmico; A meu irmão, Raimundo Sisnando Rodrigues Leite, a minha cunhada, Regina Maria da Silva, e ao meu sobrinho, Gustavo da Silva Leite por toda o carinho e amizade; A minha orientadora, Dra. Maria Arlene Pessoa da Silva, pela paciência e orientação, tirando minhas dúvidas e me guiando nesse caminho; Aos meus amigos e colegas de Herbário, por todos os bons momentos que passamos juntos e por toda ajuda que me deram, durante as pesquisas e confecção deste trabalho e a Sylvanna Maria Villar Costa, pela amizade e por tornar o dia-a-dia no Herbário mais divertido. A Dra. Cláudia Araújo Marco, Dr. José Galberto Martins da Costa, Maria Iracema Bezerra Loiola por comporem a banca examinadora e darem sugestões para o aprimoramento deste trabalho. As coordenadoras do Curso de Bioprospecção Molecular Dra. Sirleis Rodrigues Lacerda e Dra. Imeuda Peixoto Furtado, pela competente coordenação do curso; Aos professores do Curso de Bioprospecção Molecular, por todos os ensinamentos e por terem contribuído com minha formação profissional; A secretária do Curso de Mestrado em Bioprospecção Molecular, Maria Andecieli Rolim de Brito, por proporcionar um bom funcionamento do curso através de seu trabalho; Aos meus colegas de curso, por trilharmos juntos esse caminho, fazendo trabalhos estudando e trocando conhecimentos, e pelos momentos divertidos que passamos juntos; A equipe do Laboratório de Pesquisa em Produtos Naturais (LPPN), pela contribuição na extração de óleo essencial; A equipe do Laboratório de Microbiologia e Biologia Molecular, pela ajuda na realização dos testes microbiológicos; A Universidade Regional do Cariri – URCA, por terem me acolhido, permitindo assim o meu aperfeiçoamento profissiossional através do Curso de Mestrado em Bioprospecção Molecular. A Dra. Margareth Ferreira de Sales no Herbarium Sérgio Tavares (HST) da Universidade Federal Rural do Pernambuco (UFRPE), pela identificação botânica. 5 A Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNCAP, pelo financiamento da pesquisa. A Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ pela concessão das linhagens de bactérias padrão; Ao Hospital Universitário da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, pela concessão das linhagens de bactérias multirresistentes; A Universidade Federal do Piauí, pela análise do óleo essencial; A todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho. 6 “Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante.” Albert Schweitzer (1875- 1965) 7 RESUMO Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry (marmeleiro–prateado) encontrado em áreas de cerrado na Chapada do Araripe, no Sul do Ceará foi identificado em 2009 não havendo, nenhuma pesquisa referente a esta espécie na literatura no que concerne as atividades biológicas que essa espécie possa apresentar, contudo diversos autores já comprovaram atividades alelopática e antimicrobiana em muitas espécies do gênero Croton. Por esta razão objetivou-se analisar as atividades alelopáticas, antimicrobianas, moduladora e constituição química do óleo essencial e fenologia de C. limae. Para análise alelopática foram realizados dois ensaios, dispostos em delineamento inteiramente casualizado, testando a influência do óleo essencial de folhas frescas na germinação e desenvolvimento de sementes de tomate (Lycopersicum esculentum Mill.) por contato indireto, nas concentrações (0,10%; 0,25%; 0,50%; 0,75%; 1%) e (0,50%; 1,25%; 2,50%; 3,75% e 5%), ambos com controle contendo apenas água, e com cinco repetições. Na análise da concentração inibitória mínima e modulação a metodologia empregada foi microdiluição suspensa em caldo de Brain Heart Infusion (BHI) em placas de 96 poços, sendo utilizadas cepas bacterianas e fúngicas. Para análise fenológica foram marcados dez indivíduos em uma área de cerrado na chapada do Araripe e observadas mensalmente suas fenofases vegetativas e reprodutivas. A análise química do óleo essencial foi realizada por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas. O óleo essencial de C. limae, inibiu a germinação de sementes de tomate, a partir da concentração 2,50%, e o comprimento dos caulículos e das radículas de tomate, em todas as concentrações testadas. Houve inibição do crescimento de Staphylococcus aureus ATCC 25923, com uma CIM igual a 512 μg/mL, entretanto não ocorreu inibição do crescimento de Escherichia coli ATCC 10536, Pseudomonas aeruginosa ATCC 15442 e Klebsiella pneumoniae ATCC 4362 e espécies de Candida, com Concentração Inibitória Mínima (CIM) igual ou superior à 1024µg/mL. Quanto a modulação verificou-se potencialização da ação da amicacina reduzindo a CIM de 19,53 µg/mL para 9,76 µg/mL em cepas de S. aureus SA-358 e de 312,5 µg/mL para 39,062 µg/mL em cepas de E. coli EC-27, da neomicina reduzindo a CIM de 78, 125 µg/mL para 2,44 µg/mL em cepas de E. coli EC-358, e do antifúngico benzoil, reduzindo a CIM de 1.024 µg/mL para 256 µg/mL em culturas de Candida krusei ATCC 2538; também mostrou atividade antagônica, aumentando o CIM de 128 µg/mL para 1.024 µg/mL em culturas de Candida albicans ATCC 40006. C. limae apresentou folhas durante todo o ano, havendo uma diminuição nos meses mais secos (julho a novembro). O florescimento ocorreu de dezembro a maio, e a frutificação de fevereiro a junho, durante o período chuvoso (dezembro a junho). Na análise química foram identificados 14 compostos, sendo cedrol (28,4%), eucaliptol (17,4%) e α-pineno (13,8%) os majoritários. C. limae apresentou atividades alelopática, antibacteriana e moduladora de drogas antibacterianas e antifúngicas. PALAVRAS-CHAVE: Alelopatia, fenologia, atividade antimicrobiana, aleloquímicos, Chapada do Araripe. 8 ABSTRACT Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry (marmeleiro-prateado) found in grassland areas in the Araripe in southern Ceará was identified in 2009 there was, no research concerning this species in the literature regarding the biological activities that the species may have, however, several authors have proven antimicrobial and allelopathic activities in many species of the genus Croton. For this reason it was aimed to analyze the activities allelopathic, antimicrobial, chemically and modulating the phenology and essential oil of C. limae. For analysis allelopathic tests were performed two, arranged in a randomized design, testing the influence of the essential oil of fresh leaves on the germination and development of tomato (Lycopersicon esculentum Mill.) By indirect contact, the concentrations (0.10%; 0 25%, 0.50%, 0.75%, 1%) and (0.50%, 1.25%, 2.50%, 3.75% and 5%), both control containing only water, and five repetitions. In the analysis of minimum inhibitory concentration and modulation microdilution methodology was suspended in Brain Heart Infusion broth (BHI) in 96-well plates, and bacterial and fungal strains used. To analyze phenological ten individuals were marked in an area of cerrado on the Chapada do Araripe and observed monthly their vegetative and reproductive phenophases. The chemical analysis of essential oil was performed by gas chromatography-mass spectrometry. The essential oil of C. limae, inhibited the germination of tomato seeds, from the 2.50% concentration and length of radicles and caulículos of tomato, at all concentrations tested. Suppression of growth of Staphylococcus aureus ATCC 25923, with a minimum inhibitory concentration (MIC) equal to 51μg/mL, however there was no growth inhibition of Escherichia coli ATCC 10536, Pseudomonas aeruginosa ATCC 1544 and Klebsiella pneumoniae ATCC 4362 and Candida species, with MIC equal to or greater than 1024μg/mL. The modulation was found potentiation of the action of reducing the amikacin MIC of 19.53 mg/mL to 9.76 mg/mL in strains of S. aureus SA-358 and 312.5 mg/mL to 39.062 mg/mL in strains of E. coli EC-27, reducing the MIC of neomycin 78, 125 mg/mL to 2.44 mg/ mL in strains of E. coli EC-358, and antifungal benzoyl, reducing the MIC of 1024 mg /mL to 256 mg/mL in cultures of Candida krusei ATCC 2538, also showed antagonistic activity, increasing the MIC of 128 mg/mL to 1,024 mg/mL cultures of Candida albicans ATCC 40006. C. limae leaves presented throughout the year, with a decrease in the driest months (July-November). Flowering occurred from December to May and fruiting from February to June, during the rainy season (December-June). The analysis identified 14 chemical compounds, and cedrol (28.4%), eucalyptol (17.4%) and αpinene (13.8%) the majority. C. limae presents allelopathic activity, antibacterial and modulating antibacterial and antifungal drugs. KEYWORDS: Allelopathy, Phenology, antimicrobial activity, allelochemicals, Chapada do Araripe. 9 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry. A: aspecto geral do ramo florido; B: estípula; C: fruto; D: flor pistilada; E: semente, parte dorsal; F: semente, parte ventral; G: pétala da flor estaminada, parte ventral; H: pétala da flor estaminada, parte dorsal; I: pré-floração da flor estaminada; J: corte transversal do fruto; L: corte longitudinal do fruto ainda com os pistilos; M: estame com a antera aberta mostrando os grãos de pólen.......................................... 23 FIGURA 2 - Formação e queda de folhas em Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry no período de março de 2010 a junho de 2011, em uma área de cerrado, na Chapada do Araripe...................... 40 FIGURA 3 - Precipitação média mensal no posto Crato no período de março de 2010 a junho de 2011.......................................................................... 41 FIGURA 4 - Floração em Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry no período de março de 2010 a junho de 2011, em uma área de cerrado, na Chapada do Araripe..................................................... 42 FIGURA 5 - Flores estaminadas em antese e botão de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry..................................................... 42 FIGURA 6 - Frutificação de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry no período de março de 2010 a junho de 2011, em uma área de cerrado, na Chapada do Araripe..................................................... 43 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Método proposto por Fournier (1974) para determinação das obervações fenológicas com base nas categorias adotadas................. 34 Tabela 2 - Linhagens de bactérias (padrões e Isolados clínicos) e fungos (padrões) utilizadas nos ensaios antibacterianos e antifúngicos......... 37 Tabela 3 - Drogas utilizadas para avaliação do óleo essencial como modulador da atividade antibiótica e antifúngica................................................. 38 . Tabela 4 - Valores médios dos índices de geminação de sementes, comprimento caulinar e radicular de plântulas de Lycopersicon esculentum Miller, sob o efeito do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry nas concentrações 0,10; 0,25; 0,50; 0,75 e 1,00%................................................................................................... 46 Tabela 5 - Valores médios dos índices de geminação de sementes, comprimento caulinar e radicular e de plântulas de Lycopersicon esculentum Miller, sob o efeito do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry nas concentrações 0,50; 1,25; 2,50; 3,75 e 5,00%.............................................................................. 46 Tabela 6 - Concentração Inibitória Mínima do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry frente às linhagens bacterianas........................................................................................... 49 Tabela 7 - Atividade Moduladora do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry frente às linhagens bacterianas multiresistentes................................................................................ 50 Tabela 8 - Concentração Inibitória Mínima do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry frente às linhagens fúngicas........................................................................................... 53 Tabela 9 - Atividade Moduladora do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry frente às linhagens fúngicas......... 53 Tabela 10 - Constituintes químicos do óleo essencial das folhas de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry............................... 55 11 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................. 12 2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 15 2.1 A família Euphorbiaceae...................................................................................... 15 2.2 Fenologia..................................................................................................... 24 2.3 Alelopatia................................................................................................... 26 2.4 Importância da Pesquisa Antimicrobiana............................................................. 30 2.5 Óleos Essenciais............................................................................................ 31 3. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 33 3.1 Coleta e Identificação do Material Botânico.................................................. 33 3.2 Fenologia de Croton limae................................................................................... 33 3.2.1 Percentual de intensidade de Fournier............................................................... 34 3.2.2 Índice de atividade (ou porcentagem de indivíduos)........................................ 34 3.3 Avaliação da Atividade Alelopática de Croton limae.......................................... 34 3.4 Extração do Óleo Essencial de Croton limae....................................................... 35 3.5 Análise da Composição Química do Óleo Essencial de Croton limae................. 36 3.6 Avaliação da Atividade Antimicrobiana de Croton limae.................................... 36 3.6.1 Concentração Inibitória Mínima (CIM)........................................................ 37 3.6.2 Ensaios da atividade moduladora.................................................................. 38 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 40 4.1 Fenologia de Croton lima................................................................................ 40 4.2 Efeito da Atividade Alelopática do Óleo Essencial de Croton limae sobre a Germinação de Sementes e Crescimento Inicial de Plântulas de Lycopersicon esculentum.................................................................................................................. 45 4.3 Atividade Antibacteriana e Moduladora do Óleo Essencial de Croton limae........................................................................................................................... 49 4.4 Atividade Antifúngica e Moduladora de Óleo Essencial de Croton limae................................................................................................................. 52 4.5 Análise Química do Óleo Essencial de Croton limae.......................................... 54 5. CONCLUSÕES............................................................................................ 58 REFERÊNCIAS................................................................................................. 59 12 1 INTRODUÇÃO Os primeiros registros de utilização de plantas com fins medicinais são oriundos da China (cerca de 3000 a.C.), reunidos no Compêndio de Matéria Médica Chinesa (Pen Tsao), escrito pelo Imperador Shen Nung, e muitas das 1000 ou mais drogas descritas naquela época são utilizadas pela população chinesa na atualidade (LANGMEAD; RAMPTON, 2001). A utilização das plantas medicinais no tratamento de doenças, é uma prática muito antiga, e em muitos casos é a única opção terapêutica para muitas comunidades e grupos étnicos (MACIEL; PINTO; VEIGA, 2002). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 60 a 80% da população mundial, pelo baixo poder aquisitivo e consequente falta de acesso a medicamentos alopáticos, recorrem a medicina tradicional para tratar problemas de saúde (AKERELE, 1993; RAMOS et al., 2005), gerando a necessidade de se averiguar as propriedades benéficas e possíveis efeitos colaterais dos fitoterápicos (ALONSO, 2007). O desenvolvimento da química orgânica moderna se deve em parte ao implemento da pesquisa botânica, principalmente a partir do século XIX, quando foram registrados os primeiros estudos com base científica sobre vegetais, resultando no isolamento de diversos princípios ativos. Esses estudos resultaram na obtenção de várias substâncias (morfina, quinina, cânfora e cocaína) com princípios ativos utilizados no tratamento de diversas doenças (WHEELWRIGH, 1974; GOTTLIEB; KAPLAN; BORIN, 1996). A despeito dos grandes avanços da medicina alopática a partir da segunda metade do século XX, os remédios à base de plantas ainda são muito utilizados pelas populações dos países em desenvolvimento. Isso ocorre devido ao difícil acesso aos centros de atendimento hospitalar e a obtenção de exames e medicamentos, associado à fácil obtenção e a tradição do uso de plantas medicinais (VEIGA JUNIOR; PINTO; MACIEL, 2005). Nos últimos anos, as plantas medicinais se tornaram cada vez mais importantes, tanto na saúde mundial, quanto no comércio internacional (MAHADY, 2001). Talvez isso se deva ao interesse das pessoas pela medicina preventiva, aos altos custos, aos efeitos colaterais de remédios alopáticos e a crença de que fitoterápicos não possuem efeitos colaterais. Entretanto, o uso de remédios à base de plantas deve ser feito com 13 precaução, pois, apesar dos efeitos adversos atribuídos aos mesmos serem menores, quando comparados aos alopáticos, é certo existirem (CALIXTO, 2000). Aproximadamente 25% dos remédios prescritos no mundo, são de origem vegetal. Destes, 121 com compostos ativos em uso corrente e 11% dos 252 medicamentos considerados como básicos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), são exclusivamente provenientes de plantas. Um número significativo dessas drogas é sintético, produzido a partir de substâncias naturais (RATES, 2001). As plantas do cerrado produzem uma variedade de metabólitos secundários como mecanismos de defesa, em resposta ao constante estresse metabólico (escassez de água e nutrientes) as quais estão expostas. Esse bioma representa ainda grande importância para a manutenção e conservação da biodiversidade, entretanto, ocorre em áreas relativamente restritas, estando ameaçado pela intensa utilização antrópica de seus recursos naturais. Por isso, atualmente, são realizados esforços para a manutenção e conservação dessas áreas (ALMEIDA, 1998; SCARIOT; SILVA; FELFILI, 2005; SILVA et al., 2006a). Metabólitos secundários são substâncias produzidas pelos vegetais, variando em quantidade e qualidade, de espécie para espécie, e de um local de ocorrência ou ciclo de cultivo para outro. Funcionam como aleloquímicos, e a resistência ou tolerância a eles é mais ou menos específica, com espécies mais sensíveis que outras quando em contato com os mesmos (GABOR; VEATCH, 1981; FERREIRA; AQUILA, 2000; MANO, 2006) Espécies de Croton consideradas como medicinais, são ricas em constituintes químicos com importantes atividades biológicas, sendo geralmente, utilizadas na forma de infusões, chás e emplastos, como cicatrizante, antiinflamatório, antimicrobiano, anticancerígeno, para distúrbios do sistema gastrintestinal, anorexia, ansiedade, reumatismo e dor de cabeça (MATOS, 2000). Entre as que tiveram suas constituições químicas e atividades biológicas analisadas e comprovadas destacam-se, Croton argyrophylloides Müll. Arg. -antimicrobiana, Croton cajucara Benth. -hipoglicemiante, Croton urucarana Baill., Croton sonderianus Müll. Arg. -alelopática, Croton zehntineri Pax. & K. Hoffm -anti-inflamatória e Croton nepetaefolius Baill. -antioxidante (MORAIS et al., 2006; CALEDONIO, 2008; OLIVEIRA et al., 2008; BRITO, 2010; AZEVEDO, 2010). Dada a inexistência de estudos relativos à biologia de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry,espécie ocorrente em áreas de Cerrado na Chapada 14 do Araripe, Ceará, descrita em 2009. E considerando-se que representantes do gênero Croton comprovadamente apresentam potencial farmacológico e alelopático já reconhecido na literatura, com o presente trabalho objetivou-se: analisar a atividade alelopática do óleo essencial de folhas de Croton limae na germinação de sementes e no desenvolvimento de plântulas de tomate (Lycopersicum esculentum Mill.); verificar a atividade antimicrobiana do óleo essencial das folhas, frente à cepas bacterianas padrões e multiresistentes, e cepas fúngicas padrões; verificar a atividade moduladora do óleo essencial das folhas quando associado a drogas, frente à cepas bacterianas multiresistentes, e cepas fúngicas padrões; observar e caracterizar as fenofases: formação e queda foliar, floração e frutificação, apresentadas por Croton limae no período de março de 2010 a junho de 2011; e averiguar a composição química do óleo essencial de folhas frescas de Croton limae. 15 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A família Euphorbiaceae Euphorbiaceae Juss., é uma das maiores e mais diversificada em espécies dentre as famílias de angiospermas. Abrange as subfamílias Phyllanthoideae, Oldfieldioideae, Acalyphoideae, Crotonoideae e Euphorbioideae, com aproximadamente 300 gêneros, e mais de 6.500 espécies distribuídas em regiões tropicais e temperadas (WEBSTER, 1994a; CHASE, 2002; APG II, 2003; WURDACK, 2002; WURDACK; HOFFMANN; CHASE, 2005). No Brasil foram identificados 70 gêneros e cerca de 1.000 espécies amplamente distribuídas com representantes em todos os diferentes tipos vegetacionais (SOUZA; LORENZI, 2008). De acordo com Secco (2005) Euphorbiaceae conta com diversas espécies de interesse econômico, destacando-se Hevea brasiliensis Müll. Arg. (seringueira), Manihot esculenta Crantz (mandioca ou cassava), Ricinus comunis L. (óleo de ricino, castor oil), Croton cajucara L. (sacaca, rica em linalol) e Phyllanthus niruri L. (quebra pedra). O gênero Croton L. é o segundo maior e mais diverso de Euphorbiaceae, englobando cerca de 1.200 espécies (GOVAERTS; FRODIN; RADCLIFFE-SMITH, 2000; BERRY et al., 2005), ocorrendo em regiões tropicais e subtropicais, com a maior parte encontrada nas Américas, principalmente Antilhas e América do Sul (WEBSTER 1994b, GOVAERTS; FRODIN; RADCLIFFE-SMITH, 2000), estando presentes também na África, Ásia e Oceania (WEBSTER, 1993, 1994b; SUÁREZ et al., 2003; SECCO, 2005; BERRY et al., 2005; BERRY, 2006 ). No Brasil, dentre as Euphorbiaceae é o gênero com maior número de espécies (350), distribuídas em 29 secções (BERRY, 2006). Para o Nordeste foram registradas em torno de 52 espécies distribuídas em 18 secções (CORDEIRO; CARNEIROTORRES, 2006), e encontradas em diversos habitats tais como: cerrado, caatinga e campos rupestres (SILVA et al., 2010). Espécies de Croton são frequentemente utilizadas para os mais diversos fins dentre estes: confecção de ferramentas e brinquedos; marcenaria; construção de casas e cercas; alimentação; lenha e carvão; na indústria e na medicina popular. Estas são utilizadas (na forma de infusões, chás e emplastos) como cicatrizante, anti-inflamatório, anti-microbiano, anticâncer, para distúrbios do sistema gastrintestinal, anorexia, 16 ansiedade, reumatismo e dor de cabeça (MATOS, 2000). Algumas delas já tiveram suas constituições químicas verificadas e suas atividades biológicas analisadas e comprovadas, como pode ser observado no Quadro 1. Dentre as espécies deste gênero destaca-se Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry (Figura 1), subfamília Crotonoidea, tribo Crotoneae. De acordo com Gomes, Sales e Berry (2010) essa espécie apresenta hábito que varia entre arbustivo à arbóreo com 1-8 m de altura e ramificação monopodial. O indumento é do tipo dentado lepidoto a lepidoto, prateado a amarelo-alaranjado, recobrindo ramos, estípulas, pecíolos, superfícies foliares adaxial, inflorescências, sépalas e, por vezes as pétalas, ovário e frutos. Folhas alternas, dispostas ao longo dos ramos; estípulas geralmente decíduas, estreitamente triangulares. Limbo foliar oblongo-elíptico a oblongo, membranáceo com nervação broquidódroma. Racemos terminal e subterminal, relaxado; 1-3 brácteas por flor, inteiro ou trifurcarda, forma oval a triangular, botões estaminados globosos, levemente estriadas; botões pistilados ovóides a subglobosos. Flores estaminadas, com cinco sépalas, livres, triangulares, cinco pétalas, estreitamente elípticas a oblongo-elípticas, 10-15 estames, anteras elípticas; disco nectarífero elipsóide, com uma sutura horizontal no vértice. As flores pistiladas são sésseis ou subsésseis com cinco sépalas, lobos triangulares ligeiramente valvares reduplicados, geralmente não abrangendo o ovário; as pétalas geralmente são ausentes ou rudimentares, quando presentes são filiformes; disco nectarífero glabro com segmentos elipsóides, achatados dorsalmente; ovário globoso, amarelo-claro a dourado; pistilos multífido. Frutos do tipo cápsulas globosas, indumento amarelo-alaranjado, com sépalas persistentes; sementes obovada, lisa, castanha a cinza, com pequena carúncula apical. Ainda de acordo com Gomes, Sales e Berry (2010) Croton limae ocorre na Bahia (Chapada Diamantina), Ceará (Aiuaba, Planalto da Ibiapaba, Serra do Araripe), Paraíba (Pico do Jabre), Pernambuco (complexo de montanhas bacia do Jatobá), e Piauí (Serra das Confusões), limitada, provavelmente às montanhas de arenito, cordilheiras e planaltos, geralmente em áreas acima de 700 m de altitude. Ocorre em caatinga-deareia, carrasco e, de acordo com o observado nesta pesquisa, também em áreas de cerrado. 17 QUADRO 1. Atividades biológicas comprovadas, constituição química e distribuição geográfica das espécies de Croton (Euphorbiaceae). Espécie Atividade biológica comprovada Croton sp. Canela-brava Croton sp. Velame C. argirophylloides Müll. Arg. Marmeleiro-branco, sacatinga; angolinha Tranqüilizante e estimulante do apetite Magalhães, 2006 Diurético Magalhães, 2006 C. cajucara Benth. Sacaca; marassacaca; casca-sacaca; muirásacaca; muirassacaca; cajussara; sacaquinha Streptococcus sp, Serratia sp, Staphylococcus sp, Proteus mirabilis, Enterobacter sp, Pseudomonas aeruginosa demonstraram sensibilidade ao óleo; óleo das folhas com atividade larvicida frente as larvas de Aedes aegypti; dois diterpenos apresenta potencial atividade hemolítica em ratos; atividade antifúngica contra Microsporum canis e ; antinociceptivo; antiedematogênico; antioxidante Atividade anti-inflamatória e inibição do veneno de abelha; tratamento de problemas gastrintestinais e antiulcerogênica; antitumoral; hepatotóxica; antilipidêmico; cicatrização de ulcera gástrica e proteção da mucosa estomacal; antioxidante; antinociceptivo; controle de hiperlipidemia e doenças associadas; hipolipidémica; hipoglicêmica; analgésica; antiestrogênica; antimicrobiana: Candida albicans,Rhizopus oryzae, Mucor polymorphosporus; Lactobacilus casei, Porphyromonas gengivalis, Constituintes químicos Distribuição geográfica Referências bibliográficas pineno, sabineno,pineno, paracimeno, felandreno, 1,8-cineol, 4terpineol, terpineol, elemeno, E-cariofileno, aromadendreno, humuleno, allo-aromadendreno, -muuroleno, selineno, selineno, E-guaieno, -cadineno, Enerolidol, espatulenol, óxido de cariofileno, guaiol, Biciclogermacreno, trans-cariofileno Brasil: BA; CE Matos, 1999;Almeida, 2004; Morais, et al., 2006; Agra. et al. 2008; Ramos et al. 2009; Lima et al. 2006; Santos et al., 2009; Fontenelle et al., 2008; Cordeiro et al., 2010; Caledonio, 2008 Linalol presente no óleo essencial; sesquiterpenos; diterpenos: furano clerodanes, lactona em anel transcrotonina e trans-desidrocrotonina, nor-clerodanos cajucarina A, cajucarina B, cajucarina-, cajucarinolideo, sacacarina; triterpenóides pentacíclicos e esteróis: acido acetil aleuritolico (triterpeno); stigmasterol, sitosterol, campesterol; -sitosterolO-glucosideo (extrato metanólico); Flavonoides e outras substâncias fenólicas; éter campferol-3,7-dimetil Brasil: AM; PA; MA; MT; RO; RR Silva et al., 2006 b; Agra; Freitas; Barbosa-Filho, 2007; Cordeiro et al,., 2010; Costa et al., 2007; Oliveira, 2008; Salatino; Salatino; Negri, 2007; Campos, et al., 2002; Grassi-Kassisse et al., 2003; Maciel et al., 1998; Maciel et al., 2000; Grynberg et al., 1999; Hiruma-Lima et al., 1999; Lopes et al. 2000; Alviano et al., 2005; Farias et al., 1997; Hiruma-Lima et al., 2002; Hiruma-Lima et al., 2000; Tieppo et al., 2006; Silva et al., 2001 a; Silva et al,., 2001 b; Bighetti et al., 1999; Ichiara et al., 1992; Carvalho et al., 1996; Rosa et al., 2003; Souza et al., 18 C. campestris A. St.-Hill. Velame; velame-branco C. celtidifolius Baill. Sangue-de-adave; marmeleiro Staphylococcus aureus, Streptococcus mutans; Mycobacterium smegmatis; Mycobacterium tuberculosis; atividade contra Leishmania amazonensis; antiestrogênico sobre a glândula mamária de ratas Atividade antifúngica frente a Trichophyton rubrum Anti-inflamatório; antinociceptivo anti-oxidante; C. ciliata. Glandulifer Ortega C. eluteria (L.) W. Wright Cascarilla Digestiva (aumenta a secreção de ácido gástrico estimulada pela histamina, melhorando a digestão) C. hemiargyreus Mull. Arg. Marmeleiro Anti-helmítico e éter 3,4',7-trimetil; α-pineno; 7hidroxi-calameneno; β-cariofileno Flavonóides: 3-O--D-apiofuranosil(1 2)-galactopiranosil quercetina , 3-O--D-galactopiranosil quercetina (hiperina) , 3-O--L-arabinopiranosil quercetina (guaijaverina) e 3-O--Lramnopiranosil quercetina (quercitrina); diterpenos: velamolona, velamona e acetato de velamolona Isoboldina e laudanina ; proantocianidinas polimérica e dimérica: catequina-(4-8)catequina e galocatequina-(48)catequina 2006; Abreu et a.l, 2001; Azevedo, 2010; Brito et al., 2001; Brito et al., 2006; Di Stasi et al., 1994; Van Den Berg, 1993; Rozza, 2009. Brasil: AL; BA; CE; DF; ES; GO; MS; MG; PB; PR; PE; PI; RS; RJ; TO Dantas; Guimarães, 2007; Agra; Freitas; Barbosa-Filho, 2007; Agra et al., 2008; Santos et al., 2010; Cordeiro et al., 2010; El - Babil et al., 1998; Santos; Schripsema; Kuster, 2005; Cruz 1982 Brasil: MG; PR; RJ; RS; SC; SP Salatino; Salatino; Negri, 2007; Nardi et al., 2003; Amaral; Barnes, 1997; Dalbo et al., 2005; Mukherje; Axt, 1984 flavonóides metoxilados: retusina e paquipodol. Frei et al., 1998; Salatino; Salatino; Negri, 2007. furano clerodanes; cascalin, cascarilone, cascarilins A-D, cascarilins E-I, cascariladione, eluterin K and pseudoeluterin B; dez clerodanos Alcalóides tetrahidro protoberberinos: 2,10-dihidroxi-3,10dimetoxi-8-metildibenzo[a,g]quinolizidina (hemiargirina), glaucina, oxoglaucina, salutaridina e norsalutaridina; alcaloides, Salatino, Salatino, Negri, 2007; Vigor et al., 2001; Vigor et al., 2002; Fattorusso et al.,2002; Appendino et al., 2003 Brasil: AC; AP; AM; MG; PA; PE; RO; RR; RJ; SP; TO Magalhães, 2006; Dantas; Guimarães;. 2007; Cordeiro et al., 2010; Salatino; Salatino; Negri 2007; Amaral; Barnes; 1998; Pereira et al., 1999; Pereira et al., 2002 19 aminoácidos, terpenoides e cera ésteres; triterpenoide (simiarenol) e esteres de amirina; polialcools 1L-1O-mio-inositol e neo-inositol C. jacobinensis Baill. marmeleiro-branco; marmeleiro-do-brejo; velame-de-nódea C. micans (Sw. Em.) Müll. Arg. Alecrim-de-vaqueiro; umbuzeiro Toxidade frente a Artemia salina Leach. Toxidade moderada frente a Artemia salina Leach; atividade anticarcinogênica Brasil: BA; CE; MG; PB; PE; PI; RN sesquiterpenos , monoterpenes fenilpropanoides; -tujeno, pineno, -fencheno, Sabineno, Verbeneno, -mirceno, -pineno, 3-careno, D-limoneno, p-Cimeno, terpineno, Fenchona, Linalool, fenchol, -fenchol, Terpinen-4-ol, Norborneol, -Terpineol, Mirtenal, trans-carveol, Fenchilacetato, Geraniol, Pulegono, Timol, Carvacrol, Eugenol, -cubebeno, cubebeno, -elemeno, Metileugenol, -cariofileno, -humuleno, cariofileno, Germacreno-D, Aloaromadendreno, Veratral, Ar-curcumeno, Valenceno, -Selineno, Metilisoeugenol, bisaboleno, Bisaboleno, -Cadineno, Calameneno, Elemol, Ledol, Elemicina, - Eudesmol, espatulenol, Globulol, óxido Cariofileneo, epoxido Humuleno, trimetoxibenzaldeido, Cedrol, Carotol, Bisabolol, Isoelimicina, Agarospirol, -bisabolol, Cubenol, -Cadinol,-Cadinol, - Cadinol, Eudesmeno, 4--Seleniol, Ledenol, Matos, 1999; Ramos et al., 2009; Cordeiro et al., 2010 Almeida, 2004; Agra et al., 2008; Ramos et al., 2009; Compagnone et al., 2010 20 -Ciperona Alcaloides -carbolina 2 etoxicarboniltetraidro harman e 6hidroxi-2- Metiltetradiidroharman Anabasina; novel guaiano; alcaloides muscicapinas A, B e C C. moritibensis Baill. Velame-branco; velamepreto; velame-amarelo C. muscicarpa Mull. Arg. Velame-de-cheiro C. nepetifolius Baill. marmaleiro-preto; velame; marmaleiro sabiá; marmeleiro-vermelho Atividade antioxidante, antimicrobiana;; larvicida frente as larvas de Aedes aegypti; antifúngica contra Microsporum canisi; antiespasmódico; miorrelaxante; antihipertensivo; antinociceptivo; Tratamento de cólicas intestinais C. regelianus Müll. Arg. velame-de-cheiro C. rhamnifolius Willd velame; pau-de-leite; quebra-faca; alecrim-detabuleiro Antinumoral (ratos) Toxidade frente a Artemia salina Leach. Metil-eugenol, biciclogermacreno, Óleo: pineno, canfeno, pineno, 1,8-cineol, cânfora, cubebeno, copaeno,cubebeno, elemeno, metil-eugenol, Ecariofileno, bergamutno, guaieno, humuleno, biciclogermacreno, -cadineno, óxido de cariofileno; monoterpenos (1,8-cineole), e terpineol, sesquiterpenos (biciclogermacreno), e fenilpropanoides volateis (metileugenol) e a acetofenona xantoxilina Brasil: BA; MG. Brasil: AL; BA; CE; MG; PB; PE; PI; RN; SE. Brasil: BA; CE; MG; PE fenóis; quinonas Agra; Freitas; Barbosa-Filho, 2007; Agra. et al., 2008; Salatino; Salatino; Negri 2007; Araujo-Junior et al., 2004 Agra; Freitas; Barbosa-Filho, 2007; Cordeiro, et al., 2010; Salatino; Salatino; Negri, 2007; Araujo-Junior, et al., 2005 Matos,1999; Ramos et al., 2009; Morais et al,. 2006; Lima, et al., 2006; Fontenelle, 2008; Cordeiro, et al., 2010; Salatino; Salatino; Negri, 2007; Moura; Monte; Braz-Filho, 1990 ; Lahlou; Leal-Cardoso; Magalhães, et al. 1998; Magalhães, et al., 2003; Lahlou, et al., 1999; Abdon,. et al., 2002; Santos et al., 2006; Magalhães; Lahlou; Leal-Cardoso, 2004 Matos, 1999; Cordeiro et al., 2010 Almeida, 2004; Lucena, 2005; Almeida et al., 2005; Dantas; Guimarães, 2007; Ramos et al., 2007; Agra; Freitas; Barbosa-Filho, 2007; Agra et al., 2008; Ramos et al., 2009; Gomes et al., 2008 21 C. sacaquinha Croizat. Sacaquinha, macacaporanga Atividade antimicobacteriana frente a Mycobacterium tuberculosis; fraca atividade antioxidante C. sellowii Baill. Marmeleiro Toxidade frente a Artemia salina Laech. C. sonderianus Müll. Arg. Marmeleiro preto; marmeleiro; velame; cansanção aividade anti-bacteriana contra Staphylococcus aureus; larvicida frente as larvas de Aedes aegypti; antinociceptivo; alelopática na germinação e desenvolvimento de feijão macaçar (Vigna unguiculata (L) Walp.) e o milho (Zea mays L.) Tratamento de infecções respiratórias, herpes; anti-inflamatório; antioxidante; antibacteriano frente a Staphylococcus aureus, Staphylococcus typhimurium; Enterococcus faecalis, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus mutans, Salmonella typhimurium, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus epidermidis, Streptococcus pyogenes, Mycobacterium smigmatis; antifúngico frente a Microsporum gypseum, Microsporum canis, Fonsecaea monophora, Candida albicans, Tricophyton tonsurans, Tricophyton mentagrophytes, Tricophyton rubrum, Epidermophyton floccossum (mostrando potencial para tratamento C. urucurana Baill. sangra-d’água; urucurana; pau-de-sangue; drago; sangue-de-drago β-elemeno; Germacreno D; Linalol; α-cedreno; γ-elemeno; β-cariofileno; Trans-bisaboleno; γ-cadineno ; αmuurolol; Trans-calameneno; Guaiol; β-chamigreno; α-humuleno; αguaieno; Biciclogermacreno; Selin11-en-4-α-ol; α-copaeno cubenol; óxidocariofileno, transcariofileno; mesitiileno e , e eudesmol essencial: pineno, cânfora e guaiazuleno; extrato benzênico: scopoletina; 1,8-Cineol Brasil: AM; PA Azevedo, 2010; Kalil Filho; Kalil; Luz, 2000; Lopes, et al. 2003 Brasil: AL; BA; PB; PE; SE Taninos; lignanas (dimetilcedrusina); alcalóide (taspina); furano clerodanas; (eluterinas A-J); sonderianina: 15,16-epoxi-3,13(16)clerodatrieno-2-ona e 12-epi-metilbarbascoate; triterpenóides pentacíclicos e esteróis: acido acetil aleuritolico (triterpeno), estigmasterol, -sitosterol, campesterol e -sitosterol-Oglucosideo (extrato metanólico); proantocianidinas e catequinas; furanoarabinogalactano (polissacarideo); sonderianina (diterpeno); compostos fenólicos Brasil: AC; AL; AM; BA; DF; ES; GO; MA; MT;MS, MG; PR; RJ; RS; SC; SP; TO Ramos et al., 2009; Cordeiro et al. 2010; Salatino, Salatino; Negri,. 2007; Palmeira et al,. 2004 Matos, 1999; Lorenzi; Matos 2002; Almeida, 2004; Agra; Freitas; BarbosaFilho, 2007; Agra et al., 2008; Lima et al., 2006; Cordeiro, et al., 2010; Oliveira, 2008; Salatino; Salatino; Negri, 2007; Dourado; Silveira, 2005; Santos; Schripsema; Kuster, 2005 Matos, 1999; Lorenzi; Matos, 2002; Lorenzi, 1998; Souza; Felfili, 2006; Siqueira, 2008; López, 2010; Cordeiro et al., 2010; Oliveira, 2008; Salatino; Salatino; Negri, 2007; Peres et al., 1998 a e b; Orlandi-Mattos et al., 2002; Peres et al., 1997; Vigor et al., 2001; Vigor et al., 2002; Gurgel et al., 2001; Milo et al., 2002; Gurgel et al., 2005; Oliveira et al., 2008; Craveiro et al., 1982 Brasil: BA; MG 22 C. zehntneri Pax. & K. Hoffm. canelinha; canela-do mato; canela-de cunha; alecrimcaboclo; canela-brava; canela-de-cunhã; mulatinha de dermatofitoses); anti-diarréica propiedades antioxidante, carminatívas, estomacais, calmantes, indutoras do sono, antinoceptiva; aromatizante; citotôxica; relaxante muscular (esquelético); antinociceptiva; antiinflamatório; depressor do sistema nervoso central; anti-carcinogênica; antibacteriana frente a: Shigella flexneri, Sthaphylococcus aureus, Escherichia coli, Streptococus βhaemolyticus; atividade larvicida frente as larvas de Aedes aegypti; antifúngica contra Microsporum canis pineno,E-berganuteno, guaieno, anetol, estragol eugenol E-metil-eugenol, E-anetol, anisaldeído, formiato de anisila, canfeno, 1,8-cineol, cânfora, paraanisaldeído, elemeno, Ecariofileno, selineno, E-metilisoeugenol, óxido de cariofileno,miceno, biciclogermacreno,ocimeno,sabin eno; óleos voláteis: fenilpropanoides, anetol, metileugenoe estragol Brasil: BA; CE; PB; PE Matos, 1999; Lorenzi; Matos,. 2002; Dantas; Guimarães, 2007; Morais et al., 2006; Costa et al., 2008; Agra, Freitas, Barbosa-Filho; 2007; Agra et al., 2008; Lima et al., 2006; Fontenelle, 2008; Cordeiro et al., 2010; Oliveira, 2008; Salatino, Salatino, Negri, 2007; Coelho-de-Souza et al., 1997; Coelhode-Souza; Criddle; Leal-Cardoso, 1998; Oliveira et al., 2001; Batatinha; SouzaSpinosa; Bernardi, 1995; Lazarini et al., 2000; Chainy et al., 2000; Albuquerque; Sorenson; LealCardoso,1995; Norte; Cosentino; Lazarini, 2005 23 3,2mm 2,5mm 1,5mm G B I 3mm 11mm J C 3mm M 4mm D 4,5mm E 9mm mm A 4,5mm L F 10mm H 2,5mm Figura 1. Croton limae A. P. S. GOMES, M. F. SALES & P. E. BERRY. A: aspecto geral do ramo florido; B: estípula; C: fruto; D: flor pistilada; E: semente, parte dorsal; F: semente, parte ventral; G: pétala da flor estaminada, parte ventral; H: pétala da flor estaminada, parte dorsal; I: pré-floração da flor estaminada; J: corte transversal do fruto; L: corte longitudinal do fruto ainda com os pistilos; M: estame com a antera aberta mostrando os grãos de pólen. (ARQUIVO PESSOAL; 2011). 24 2.2 Fenologia A fenologia é o estudo da ocorrência de eventos biológicos repetitivos (vegetativos e reprodutivos das plantas, tais como brotamento e queda foliar, formação de botões flores e frutos), e das causas de sua ocorrência em relação às forças seletivas bióticas e abióticas, bem como, da sua inter-relação entre as fases caracterizadas por esses eventos, dentro de uma mesma ou de varias espécies (LIETH, 1974; MORELLATO et al., 1990). Sendo de fundamental importância para compreensão da ecologia e evolução das espécies (MORELLATO et al., 1990; NEWSTROM; FRANKIE; BAKER, 1994). As observações fenológicas envolvem um método utilizado para o estudo da sazonalidade das plantas, sendo baseado no registro visual das fenofases. Métodos quantitativos têm sido empregados gradualmente, entretanto, existem dificuldades relacionadas à precisão das observações (KHARIN, 1976). Tal fato se deve a falta de padronização dos termos e métodos adotados tanto para a coleta como para a análise dos dados fenológicos (NEWSTROM; FRANKIE; BAKER, 1994). Vasconcelos (2006) afirma não existir uniformidade em intensidade e duração, nas sincronias das fenofases com a estacionalidade climática, nem dentro de uma mesma população e nem entre as espécies de uma comunidade. Borchert (1983) reforça que o tempo de desenvolvimento vegetativo da planta é mais determinado por fatores abióticos do que fatores bióticos. E Ferraz et al. (1999), acrescenta que a fenologia deve ser influenciada pela ação conjunta dos fatores climáticos e características inerentes às espécies. A região semiárida do Nordeste brasileiro, devido a sua posição subequatorial, apresenta temperaturas médias anuais elevadas, superiores à 24ºC, com pouca variação anual e uma distribuição espaço temporal das chuvas bastante irregular, com três meses de precipitação, inferior a 1000 mm, e um período de estiagem praticamente sem chuvas e com duração variável (NIMER, 1989). Portanto, como a variação de temperatura anual é baixa, o acentuado período de estresse hídrico deve ser o principal fator limitante do crescimento e reprodução das plantas e, como conseqüência, pode levar a uma sincronia entre os eventos fenológicos e o período chuvoso (PEREIRA et al., 1989; MACHADO; BARROS; SAMPAIO, 1997; GRIZ; MACHADO, 2001; BARBOSA; BARBOSA; LIMA, 2003; TABARELLI; VICENTE; BARBOSA, 2003). Porém, em altitudes mais elevadas, há variações topoclimáticas e edáficas que amenizam o efeito 25 da aridez, através da redução na temperatura, ocorrência de chuvas orográficas (chuvas de montanhas) e acúmulo de água nos solos profundos, predominantes em áreas sedimentares mais planas. Consequentemente, mesmo distante do mar, nas áreas de maior altitude o estresse hídrico é menor (ARAÚJO et al., 2005). Em relação à fenologia de Croton, Garcia (2007), pesquisando a fenologia de espécies da Canga em Barão de Cocais, quadrilátero ferrífero de Minas Gerais, constataram que Croton migrans Casar. apresentou queda foliar de 50% durante todo o ano e a floração foi indiferente ao período de chuvas. Morellato (1991), estudando a fenologia de ávores, arbustos e lianas de uma floresta semidecídua no sudeste do Brasil constatou que C. floribundus Spreng. perde as folhas nos períodos de junho a outubro e de janeiro a fevereiro, ocorrendo rebrota entre junho e novembro e Croton priscus Croizat. perde as folhas de junho a agosto, ocorrendo rebrota de agosto a outubro. Ferraz et al. (1999), ao desenvolver um estudo sobre a fenologia de árvore em fragmento de mata em São Paulo, SP, observaram que nas espécies do gênero Croton, o período de maior freqüência de floração ocorreu entre novembro e dezembro, anualmente. Já a frutificação aconteceu de dezembro a maio, com a maioria dos indivíduos produzindo frutos em dezembro e janeiro. Passos (1995), ao estudar a fenologia, polinização e reprodução das espécies de C. floribundus e C. priscus em mata semidecídua na Reserva Municipal de Santa Genebra, Campinas-SP, percebeu que as duas espécies, florescem no período chuvoso. Há uma sincronia na seqüência de abertura das flores das duas espécies e aprentaram dicogamia. O padrão de floração para ambas as espécies é anual com duração intermediária. Costa, Araújo e Lima-Verde (2004), pesquisando os padrões fenológicos reprodutivos, síndromes de dispersão e formas de vida de espécies de cerrado na Floresta Nacional do Araripe, na chapada do Araripe, Barbalha-CE, constatou que em Croton sonderianus Müll. Arg., os períodos de floração e frutificação ocorrem entre fevereiro e abril e em C. rhamifolius Kunth em abril, correspondendo ao período chuvoso. Amorim, Sampaio e Araújo (2009), analisando os padrões fenológicos de espécies arbustívas e arbóreas em uma área de caatinga na Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra - RN, constataram que as fenofases formação foliar, floração e frutificação em C. sonderianus Mull. Arg., sempre ocorre no período chuvoso (janeiro a março) e a queda de folhas ao final do mesmo. As fenofases formação e queda foliar nessa espécie 26 ocorrem mesmo depois de chuvas esporádicas (junho-agosto de 2000), apresentando pouca duração. Oliveira Junior et al. (2008), pesquisando a fenologia das plantas apícolas herbáceas e arbustivas em uma área de caatinga da microrregião de Catolé do Rocha – PB, verificaram que C. sonderianus Mull. Arg., apresenta período de floração entre fevereiro a março e C. campestris St. Hil., entre novembro a maio, sendo que o inverno na região ocorre de março a julho. 2.3 Alelopatia Moléculas do metabolismo secundário são responsáveis pela maioria das defesas passivas e ativas de plantas. Ao longo da evolução dos vegetais, diversas substâncias, em geral, de baixa massa molecular, foram produzidas como forma de defesa contra insetos, patógenos, a proteção contra raios UV, atrativos de polinizadores ou de animais dispersores de sementes e na competição interespecífica (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 2001; SANTOS, 2007). Demócritos, Theophrastus e Plínio 500, 300 e 1 a.C. respectivamente, já observavam a capacidade das plantas interferirem no desenvolvimento de outras, porém somente no século XX, tiveram início as experiências científicas visando a comprovação das atividades alelopáticas (SAMPIETRO, 2001). O termo alelopatia (allelon = mútuo, e pathos = prejuízo ou dano), foi criado pelo fisiologista vegetal Hans Molish em 1937 (RIZVI et al., 1992; INDERJIT; DUKE, 2003). Para a Sociedade Internacional de Alelopatia, as atividades alelopáticas abrangem “vários processos envolvendo a produção de metabólitos secundários em plantas, algas, bactérias e vírus, que influenciam no crescimento e desenvolvimento de sistemas biológicos e agrícolas; um estudo da função dos metabólitos secundários, sua significância em organizações biológicas, origem evolutiva e elucidação dos mecanismos envolvendo relações planta-planta, planta-microorganismo, planta-vírus, planta-inseto e interações entre planta-solo-planta” (GNIAZDOWSKA; BOGATEK, 2005). Tanto a alelopatia, quanto a competição, correspondem ao efeito de uma planta sobre outra, a diferença é que, o efeito alelopático depende da liberação de compostos químicos no ambiente, enquanto que, na competição, ocorre uma remoção ou redução de um fator ambiental, como, por exemplo água, minerais, luz (MULLER, 1969; RICE, 27 1974). Alguns autores afirmam que a separação entre ambas não seria natural, por isso, poderiam ocorrer simultaneamente ou em sequência na natureza (INDERJIT; DEL MORAL,1997; DAKSHINI; FOY; INDERJIT, 1999). As plantas e as substâncias químicas por elas liberadas no meio, podem condicionar a sucessão vegetal primária e secundária nos diversos estágios sucessionais (REIGOSA; SÁNCHEZ-MOREIRA; GONZÁLEZ, 1999). A atividade alelopática influencia na formação de comunidades vegetais, na dinâmica entre diferentes formações (RIZVI et al., 1992) e na dominância de certas espécies vegetais, afetando a biodiversidade local (REIGOSA; SÁNCHEZ-MOREIRA; GONZÁLEZ, 1999) e no manejo agrícola, florestal e horticultura (FERREIRA; AQUILA, 2000). O Brasil, pela sua expansão agrícola, é o segundo maior consumidor de agrotóxicos do mundo e de acordo com dados gerados em 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA é responsável por 84% do uso desses produtos na América Latina. Entretanto, Peres e Moreira (2007) asseguram que, o uso em larga escala, desses produtos provocam problemas ambientais e riscos a saúde humana. Considerando-se estes aspectos, é importante descobrir herbicidas naturais que não possuam os mesmos inconvenientes dos herbicidas sintéticos (SOUZA FILHO et al., 2006). Os compostos naturais (incluindo aleloquímicos) podem apresentar um grande potencial fitotóxico e geralmente apresentam baixa toxidade aos organismos que não são alvo do controle, podendo servir de base para descoberta de novas moléculas herbicidas menos agressivas ao meio ambiente (SOUZA FILHO, 2006; MORALES et al., 2007). Todas as plantas são capazes de sintetizar metabólitos secundários (aleloquímicos) apesar de muitas espécies cultivadas terem diminuído essa capacidade ao longo do tempo (MANO, 2006). Estes podem ser encontrados nas folhas, caules, raízes, frutos, flores, cascas e sementes dos vegetais (WEIR; PARK; VIVANCO, 2004). A principal função dessas substâncias de ação não muito específica, é a proteção dos espécimes que as produzem podendo um mesmo composto desempenhar várias funções, dependendo da concentração, translocação e detoxicação (DURIGAN; ALMEIDA, 1993). Essas substâncias variam em qualidade e em quantidade de espécie para espécie, e de um local de ocorrência ou ciclo de cultivo para outro. A resistência ou tolerância aos metabólitos secundários é específica, existindo espécies mais tolerantes e outras 28 mais sensíveis. Lactuca sativa L. (alface), Lycopersicon esculentum Miller (tomate) e Cucumis sativus L. (pepino), consideradas plantas indicadoras de atividade alelopática por apresentarem germinação rápida e uniforme, e um grau de sensibilidade que permite expressar os resultados sob baixas concentrações das substâncias alelopáticas (GABOR; VEATCH, 1981; FERREIRA; AQUILA, 2000). A produção de metabólitos secundários nas plantas pode ser influênciada por diversos fatores como temperatura, umidade, índice de precipitação, radiação, sazonalidade e estágio de maturação (TAIZ; ZEIGER, 2004). As principais vias de liberação de substâncias metabólicas potencialmente envolvidas na alelopatia são: decomposição de folhas e outras partes da planta; exsudação de metabólitos pelas raízes; lixiviação das superfícies do vegetal através da chuva, orvalho e neblina; volatilização pelas partes aéreas da planta e a lixívia de serrapilheira (WHITTAKER; FEENY, 1971; CHOU, 1986; ANAYA, 1999; WEIR; PARK; VIVANCO, 2004). Os aleloquímicos no ambiente vegetal podem ser provenientes de várias fontes como: numerosos microrganismos, certas plantas invasoras, uma cultura anterior ou mesmo a cultura atual. Do mesmo modo, as espécies afetadas pelos aleloquímicos podem ser de microrganismos, plantas invasoras ou a própria cultura (EINHELLIG, 1996). Para Medeiros (1990) e Rizvi e Rizvi (1992) os aleloquímicos podem atuar em diversos processos no vegetal, afetando estruturas citológicas e ultra-estruturais; hormônios (alterando suas concentrações e o balanço entre os diferentes hormônios); membranas e parede celular (permeabilidades); absorção de minerais; movimento dos estômatos (síntese de pigmentos e fotossíntese); respiração; síntese de teínas; atividade enzimática; relações hídricas e condução; material genético duzindo alterações no DNA e RNA). Os aleloquímicos podem apresentar ação direta ou indireta, os efeitos indiretos se manifestam através de alterações nas propriedades e características nutricionais do solo e, também, nas populações e, ou, atividades de microrganismos, nematóides e insetos. Os efeitos diretos compreendem alterações no crescimento e metabolismo vegetal (RIZVI et al., 1992), englobando alterações a nível celular, fitormonal, fotossintético e respiratório, modificações no funcionamento de membranas, na absorção de nutrientes e nas relações hídricas entre outras (RICE,1984; RIZVI et al., 1992). 29 Miller (1996) distinguiu dois tipos de alelopatia, a autotoxidade e a heterotoxidade. A autoxidade ocorre quando a planta produz e libera substâncias tóxicas que inibe a germinação das sementes e o crescimento de plantas da mesma espécie (HALL; HENDERLONG, 1989). A heterotoxicidade ocorre quando substâncias fitotóxicas são liberadas pela lixiviação e exsudação das raízes e decomposição de resíduos de uma espécie de planta sobre a germinação das sementes e o crescimento de outras (NUÑEZ et al., 2006). Os compostos alelopáticos ultrapassam o número de 10 mil, agrupados em várias classes de acordo com suas características. A interferência alelopática geralmente é propiciada por interações e ações sinérgicas entre os aleloquímicos somadas as condições do ambiente e dificilmente agem de forma isoladas (ALMEIDA, 1988). A origem de todos os metabólitos secundários pode ser resumida a partir do metabolismo da glicose, via dois intermediários principais, o ácido chiquímico e o acetato (SANTOS, 2007). As principais classes que englobam os aleloquímicos são: terpenos, esteróides, ácidos orgânicos solúveis em água, aldeídos alifáticos, cetonas, ácidos graxos de cadeia longa, poliacetilenos, naftoquinonas, antraquinonas e quinonas complexas, originados da rota metabólica do acetato mevalonato; e os fenóis simples, ácidos benzóicos e derivados, ácidos cinâmicos e derivados, cumarinas, aminoácidos, e polipeptídeos sulfetos e glicosídeos, alcalóides, cianidrina, flavonóides, purinas e nucleosídeos, derivados de quinonas e taninos hidrolizáveis e condensados originados da rota metabólica do ácido chiquímico (REZENDE et al., 2003). Para que a atividade de uma planta seja aceita é necessário avaliar três fatores: o ecológico - comprovando que o composto atua na natureza; o químico – objetivando isolar, identificar e caracterizar os compostos químicos envolvidos; o fisiológico – prevendo identificar quais os mecanismos de interferência a nível bioquímico, fisiológico, biológico e molecular (INDERJIT; WESTON, 2000). De acordo com Silva (1978), é importante demostrar se a planta produz um inibidor químico em uma concentração potencialmente efetiva no solo, e se essa inibição é resultante de competição por luz, água e nutrientes ou por uma atividade animal. Também é importante identificar os compostos que atuam como reguladores de crescimento e herbicidas (ROMERO et al., 2005). Para a realização desse tipo de estudo os bioensaios laboratoriais são importantes para o acompanhamento da atividade dos aleloquímicos durante sua extração, 30 purificação e identificação, e para demonstrar as possíveis interferências de compostos químicos em ambientes naturais (INDERJIT; DAKSHINI, 1995). Brito (2010), verificando efeito alelopático de extratos de ramos jovens de duas espécies de caatinga, jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.) e marmeleiro (Croton sonderianus Mull. Arg.) na germinação e vigor de feijão macaçar (Vigna unguiculata (L.) Walp.) e milho (Zea mays L.), constatou que ambas espécies são sensíveis aos extratos aquosos da parte aérea de C. sonderianus e M. tenuiflora. O extrato de jurema-preta reduziu a PGI e a PGF do feijão macaçar, e afetou negativamente o desenvolvimento de suas radículas e seus caulículos. O extrato de marmeleiro não promoveu reduções significativas na germinação de nenhuma das espécies testadas mais afetou negativamente o desenvolvimento de suas radículas e seus caulículos. 2.4 Importância da pesquisa antimicrobiana O uso intenso, de antibióticos e antifúngicos provoca nos microrganismos o desenvolvimento de defesas contra drogas antimicrobianas, resultando em resistência contra as mesmas, o que limita o tratamento contra infecções (VARALDO, 2002). Por isso faz-se necessário uma busca constante por novos princípios ativos contra bactérias e fungos amplamente conhecidos. Tal fato leva a um interesse em pesquisar compostos naturais (MACHADO, 2007). A rápida evolução da resistência aos antimicrobianos e o desaceleramento no desenvolvimento de novos fármacos, leva a busca por alternativas como o tratamento com multidrogas (KEITH; BORISY; STOCKWELL, 2005). O teste da Concentração Inibitória Mínima (CIM) é utilizado para avaliar o nível de eficiência de uma substância, pois quanto menor é o valor da CIM, maior é a atividade da substância no organismo usado no teste. Um dos parâmetros analisados para se verificar se uma substância isolada é realmente viável para tornar-se um fármaco é a menor concentração necessária para que ela demostre efeito inibitório (AZEVEDO, 2010). López (2010) verificando a capacidade antimicrobiana dos extratos brutos metanólicos das folhas e cascas de Croton urucurana Baill., constatou que os extratos brutos metanólicos das folhas não inibiram o crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli; entretanto, o extrato bruto metanólico das cascas inibiu o crescimento 31 de Staphylococcus aureus, sendo que esse resultado foi menor do que o encontrado para o antibiótico gentamicina. Ramos et al. (2009) analisando a atividade antibacteriana de 32 extratos de espécies de Croton, Protium e Mutingia, frente à Escherichia coli, Salmonella enterica Subsp. enterica var. Typhi, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, pelo método de difusão em disco, verificaram que não houve atividade com os extratos de espécies de Croton. Machado (2007) analisando a atividade antibacteriana e antifúngica de frações do extrato bruto de Euphorbia tirucali L., constatou inibição do crescimento de Staphylococcus aureus e Klebisciela pneumoniae, Candida albicans, Candida glabrata, Saccharomyces cerevisiae e Prototheca zopfii, mas nenhuma das frações testadas apresentou atividade contra E. coli. Costa et al. (2008), testando a atividade antibacteriana do óleo essencial de Croton, zehntneri Pax & K.Hoffm., verificaram que houve inibição do crescimento de Shigella flexneri, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Streptococcus βhaemolyticus, no teste de susceptibilidade de atividade antibacteriana, e Shigella flexneri na concentração inibitória mínima. Nader (2010), analisando o potencial antimicrobiano de extratos vegetais de espécies de uma área de cerrado da Reserva Ecológica Ecocerrado Brasil, no município de Araxá - MG, frente à estirpes de Staphylococcus aureus, constatou que os extratos clorofórmico e hexânico de Croton antisyphiliticus Mart., apresentaram atividade bactericida, e expressiva atividade antimicrobiana, atuando sobre cinco, das seis estirpes em teste, não sendo observada inibição apenas sobre a multiplicação da estirpe identificada com o número 112, oriunda do insuflador da ordenhadeira. Entretanto o extrato metanólico da raíz, não inibiu a multiplicação da bactéria, nas concentrações testadas. Em um segundo teste, o extrato clorofórmico atuou expressivamente sobre todas as 20 estirpes testadas. 2.5 Óleos Essenciais Óleos essenciais são substâncias líquidas, oleosas, voláteis, límpidas e raramente coloridas, lipossolúveis e solúveis em solventes orgânicos e com densidade geralmente menor que a água, presentes em diversas partes das plantas (flores, inflorescências, sementes, folhas, gravetos, cascas, frutos e raízes). Caracterizam-se pelo aroma forte, 32 sendo geralmente, farmacologicamente ativos, possuem sabor acre e picante e são constituídos por substâncias provenientes do metabolismo secundário das plantas. São instáveis, principalmente na presença de ar, luz, calor e umidade e são opticamente ativos (BAKKALI et al., 2008). São importantes na proteção das plantas por apresentarem ação antibacteriana, antiviral, antifúngica, inseticida e também contra herbívoros por reduzir o apetite deles pelas mesmas. Eles também são importantes porque atraem insetos polinizadores e dispersores de sementes (BAKKALI et al., 2008). Óleos essenciais já eram utilizados antes de Cristo, sendo apreciados pelas civilizações japonesa, chinesa, persa, indiana e egípcia. Os egípcios usavam óleos essenciais como incenso para embalsamar mortos, demonstrando que eles já conheciam suas propriedades anti-sépticas, tais conhecimentos foram incorporados pelos gregos, e posteriormente, pelos romanos, que os utilizavam como matéria prima no fabrico de perfumes. A partir do século XII, no período das cruzadas, seu uso foi difundido até a Europa (CINIGLIO, 1993; CALEDÔNIO, 2008). Nos séculos XVI e XVII, os óleos essenciais passaram a ser comercializados e, a partir do século XVIII, foram iníciadas pesquisas sobre a sua constituição química (VITTI; BRITO, 2003). Os óleos essenciais podem ter origem artificial ou natural e possuem diversas aplicações, sendo constituinte primário ou secundário da indústria de perfumes, medicamentos, química, combustíveis, conservantes, inseticida, entre outros (CINIGLIO, 1993; CALEDÔNIO, 2008). São conhecidos por suas propriedades antisépticas e propriedades medicinais de sua fragrância (aromaterapia), e são usados na preservação de alimentos, como antimicrobianos, analgésicos, sedativos, antiinflamatórios, espasmolíticos, anestésicos locais, entre outros usos (BAKKALI et al., 2008). 33 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Coleta e Identificação do Material Botânico Para extração do óleo essencial foram coletadas amostras de folhas frescas de Croton limae (marmeleiro-prateado) entre 8 e 10 horas da manhã. Para a identificação sistemática foram coletados ramos com material reprodutivo, flores e/ou frutos, posteriormente este material foi herborizado e conservado sob refrigeração. O local da coleta é uma área de cerrado na Chapada do Araripe conhecido como Barreiro Novo situado a 07° 17.77’ S e 39° 32.62’ com altitude de 923m. A identificação do material botânico foi realizada pela taxonomista, Dra. Margareth Ferreira de Sales no Herbarium Sérgio Tavares (HST) da Universidade Federal Rural do Pernambuco (UFRPE), Recife – PE. A exsicata do mesmo encontra-se depositada no Herbário Caririense Dárdano de Andrade-Lima (HCDAL) da Universidade Regional do Cariri – URCA, nº de tombo 6285. 3.2 Fenologia de Croton limae O estudo fenológico foi realizado em áreas de cerrado da Chapada do Araripe no período de março de 2010 a junho de 2011, tendo sido escolhidos ao acaso dez indivíduos, numerados com plaquetas de identificação para facilitar sua localização em campo. O estudo das fenofases de Croton limae foi realizado conforme sugerido por Fournier e Charpantier (1975). As observações fenológicas foram realizadas em intervalos mensais, sempre pela manhã. Foi considerado como período de floração aquele em que os indivíduos apresentaram flores em antese; frutificação, quando apresentaram frutos verdes e/ou maduros; brotamento, quando surgiram novas folhas até atingir ¾ do tamanho das folhas adultas; e como queda de folhas, quando as mesmas mudaram de cor e tornaram-se senescentes. Os dados pluviométricos foram obtidos no site da Fundação Cearense de Metereologia e Recursos Hídricos - FUNCEME. 34 3.2.1 Percentual de intensidade de Fournier O Método proposto por Fournier (1974), estima a intensidade de cada fenofase através de uma escala intervalar semi-quantitativa de cinco categorias (0 a 4), com intervalos de 25% entre cada uma delas (Tabela 1). Tabela 1 Método proposto por Fournier (1974) para determinação das observações fenológicas com base nas categorias adotadas. Categoria Fenofase Observadas 0 Ausência de fenofase 1 Presença da fenofase com magnitude atingindo entre 1 a 25% 2 Presença de fenofase com magnitude atingindo entre 26% a 50%, 3 Presença de fenofase com magnitude atingindo entre 51% a 75% 4 Presença de fenofase com magnitude atingindo entre 76% a 100%. 3.2.2 Índice de atividade (ou porcentagem de indivíduos) Método que consiste apenas no registro de presença e ausência das fenofases. Esse método tem caráter quantitativo, indicando a porcentagem de indivíduos da população que está manifestando determinado evento fenológico. Segundo Bencke e Morellato (2002) estes índices devem ser utilizados juntos na descrição da fenologia de espécie. 3.3 Avaliação da Atividade Alelopática de Croton limae Foi testada a influência do óleo essencial de folhas de C. limae na germinação de sementes e crescimento de plântulas de Lycopersicum esculentum Mill. (tomate) por contato indireto. Os bioensaios foram conduzidos no Laboratório de Botânica Aplicada – LBA do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Regional do Cariri – URCA. Foi utilizado como planta teste, o tomate (Lycopersicum esculentum Mill.), por apresentar uma germinação rápida e uniforme. Para a preparação das placas para o teste alelopático, o óleo foi emulsionado com Dimetil sulfoxido (DMSO) na proporção 1:1 e, em seguida, dissolvido em água destilada para a obtenção de soluções nas 35 concentrações mencionadas abaixo. Para o tratamento controle foi utilizado uma solução de DMSO e água destilada, na concentração de 1% (v/v). Em seguida aferiu-se o pH das soluções teste. Foram realizados dois testes, com cinco tratamentos cada, sendo o primeiro com as concentrações (0,10; 0,25; 0,50; 0,75; 1) e o segundo com as concentrações (0,50; 1,25; 2,50; 3,75 e 5%), ambos com um controle contendo apenas água. Os ensaios foram dispostos em delineamento inteiramente casualizado e, cada tratamento constou de 100 sementes, divididas em cinco repetições com 20 diaspóras cada. As sementes foram semeadas em placas de petri esterilizadas de 9 cm de diâmetro, sobre três discos de papél de filtro umedecidos com água destilada, na proporção de 1 grama do peso do papel para 3mL de água destilada. Logo após a semeadura, 3mL da solução de cada óleo, nas suas respectivas concentrações (correspondentes a cada tratamento) foram distribuídos em dois discos de papél de filtro colados na tampa da placa, adotando-se a metodologia de contato indireto. Visando a promoção da germinação, as placas de petri foram acondicionadas em uma câmara de germinação (BOD) regulada à temperatura constante de 25°C e fotoperíodo de 12/12h claro/escuro por sete dias. Após esse período, foram analisados os parâmetros porcentagem de germinação; biometria do caulículo e radícula e necrose radicular. Para a análise biométrica foram separadas cinco plântulas de cada placa. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 3.4 Extração do Óleo Essencial de Croton limae O óleo essencial das folhas de Croton limae foi extraído através da técnica de hidrodestilação. As folhas foram pesadas e trituradas com o auxílio de uma tesoura, e colocadas em um balão volumétrico contendo água destilada em quantidade suficiente para cobrí-las, em seguida o mesmo foi acoplado a um hidrodestilador. Após duas horas do início da fervura, o óleo essencial foi retirado, acrescentando-se sulfato de sódio para total retirada de água. Após ser mantido sob refrigeração por 24 horas, o óleo foi retirado do frasco com o auxílio de uma pipeta de vidro com algodão na extremidade (para evitar que o sulfato de sódio fosse retirado), acondicionado em um frasco etiquetado e conservado em geladeira, para posterior utilização. 36 3.5 Análise da Composição Química do Óleo Essencial de Croton limae A análise da composição química do óleo essencial foi realizada na Universidade Federal do Piauí, usando um sistema de cromatografia gasosa acoplado a espectro de massa (CG/EM), em aparelho SHIMADZU com detector seletivo de massa QP5050A, operando sob energia de ionização de 70 eV. A coluna de capilaridade utilizada foi DB-5HT (30 m x 0,25 mm de diâmetro interno); nas seguintes especificações: temperaturas de 270 ºC no injetor e 290 ºC no detector, tendo hélio como gás de arraste (1,0 mL/min); velocidade linear de 47,3 cm/seg; fluxo total de 24 mL/min; fluxo de portador de 24 mL/min; pressão de 107,8 kPa; e a temperatura de aquecimento da coluna foi programada para 60 ºC (2 min) - 180 ºC (1 min) a 4 ºC/min e de 180 - 260 ºC a 10 ºC/min (10 min). A identificação dos componentes foi realizada por comparação entre seu respectivo espectro de massa com aqueles padrões registrados na base de dados da biblioteca Wiley 229 e entre os índices de retenção calculados com valores da literatura especializada (ADAMS, 2001). 3.6 Avaliação da Atividade Antimicrobiana de Croton limae Os testes biológicos foram realizados no Laboratório de Microbiologia e Biologia Molecular da Universidade Regional do Cariri – URCA, Crato – CE. Para obtenção da solução inicial, solubilizou-se, em tubo falcom, 220μg do óleo essencial em 1mL de dimetilsulfóxido (DMSO- Merck, Darmstadt, Alemanha), obtendo uma concentração inicial de 220mg/mL, depois adicionou-se 4780μL de água destilada, resultando em um volume de 5000 μL. Em seguida, utilizando-se a formula C1 ∙ V1 = C2 · V2, diluiu-se a solução em água destilada atingindo uma concentração de 1024μg/mL. Os microrganismos utilizados nos testes foram obtidos através do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde. Para as linhagens bacterianas foram utilizadas quatro cepas padrões, sendo uma Gram-positiva: Staphylococcus aureus ATCC 25923 e três Gramnegativas: Escherichia coli ATCC 10536, Pseudomonas aeruginosa ATCC 15442 e Klebsiella pneumoniae ATCC 4362. Além destas, utilizou-se duas cepas multirresistentes isoladas de material clínico: Escherichia coli EC 27 e Staphylococcus aureus SA 358, provenientes do Hospital Universitário da Universidade Federal da 37 Paraíba – UFPB. Em relação às linhagens fúngicas foram testadas três tipos de Candida, dentre elas: Candida tropicalis ATCC 40042, C. krusei ATCC 2538 e C. albicans ATCC 40006 (Tabela 2). Todas as cepas foram inoculadas em meio de cultura do tipo Brain Heart Infusion (BHI) a 3,8% e incubadas durante 24 horas a 35ºC em estufa de circulação forçada, para serem reavivadas. Na preparação do inóculo, adicionou-se 100μL da linhagem em 1mL de BHI 10%, sendo em seguida encubado em uma estufa a 37ºC por 24 horas. Tabela 2. Linhagens bacterianas (padrões e isolados clínicos) e fungicas (padrões) utilizadas nos ensaios antibacterianos e antifúngicos. BACTÉRIAS FUNGOS Padrão Isolados Clínicos Padrão Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Candida tropicalis ATCC 25923 SA 358 ATCC 40042 Escherichia coli ATCC 10536 Escherichia coli EC 27 Pseudomonas aeruginosa ATCC 15442 - Klebsiella pneumoniae ATCC 4362 - Candida krusei ATCC 2538 Candida albicans ATCC 40006 - 3.6.1 Concentração Inibitória Mínima (CIM) O método utilizado para a determinação da CIM do óleo essencial foi a Microdiluição em Caldo em placas com 96 poços. Foram realizadas diluições seriadas 1:1 com as placas na posição numérica (horizontal), adiciononando-se 100 μL ao meio de cultura das cepas (inóculo e BHI 10%) e 100 μL do óleo essencial em cada poço, sendo que no último poço, por ser o controle, foi colocado apenas o inóculo. As concentrações variaram de 512 a 8 μg/mL para cada microorganismo testado. O material foi encubado em estufa microbiológica em temperatura constante de 35±2ºC durante 24h (JAVADPOUR et al., 1996). Após a incubação, foram adicionados 20µL de corante revelador de resazurina sódica (SIGMA) em cada poço nos testes antibacterianos, deixando em repouso, a temperatura ambiente, durante 1 hora. A leitura dos resultados foi considerada como positiva para os poços que permaneceram com 38 coloração azul e, negativa para os que obtiveram coloração vermelha (SALVAT et al., 2001). A leitura da atividade antifúngica foi realizada através da observação da turbidez do meio. 3.6.2 Ensaios da atividade moduladora Para a avaliação do óleo essencial como modulador da atividade antibiótica e antifúngica, a CIM dos antibióticos (Neomicina, Amicacina e Gentamicina) e antifúngicos convencionais (Metronidazol, Anfotericina B, Nistatina e Benzoil) foram determinadas na presença e ausência do óleo pelo método de microdiluição em concentrações subinibitórias (CIM 1/8) (Tabela 3). Tabela 3. Drogas utilizadas para avaliação do óleo essencial como modulador da atividade antibiótica e antifúngica. Antibiótico Antifúngico Amicacina Anfotericina B Gentamicina Benzoil Neomicina Metronidazol - Nistatina Foram utilizadas duas linhagens de bactérias multirresistentes: Staphylococcus aureus SA 358 e Escherichia coli EC 27 e três linhagens de fungos acima referidas. O óleo essencial foi sulfatado em DMSO, obtendo-se uma concentração de 10 mg/Ml e depois foi diluído em água destilada nas concentrações 375 μg para bactérias e 187 μg para fungos. As soluções bacterianas foram preparadas com a adição de 375 μg de óleo, 600 μg do inóculo e 5.025 μg de BHI a 10%. As soluções fúngicas foram preparadas com a adição de 187 μg de óleo, 150 μg do inoculo e 1.163 μg de BHI a 10%. Na preparação das soluções dos antibióticos e antifúngicos, adicionou-se água destilada em uma concentração de 5.000 μg/mL. Um volume de 100μL de cada solução foi diluído seriadamente (1:1) nos poços contendo o caldo BHI a 10% e a suspensão do microorganismo (1:10) em placas de microdiluição em posição alfabética (vertical). As concentrações das drogas no meio de cultura variaram de 2.500 a 2,5μg/mL. A incubação dos ensaios e a leitura dos resultados corresponderam as mesmas referidas 39 anteriormente na CIM. Também foi realizado um controle para os microrganismos, antibióticos e antifúngicos utilizados neste teste, diluindo serialmente o antibiótico no meio de cultura constituído por 1.350 μg de BHI e 150 μg de inóculo. 40 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Fenologia de Croton limae De março de 2010 a junho de 2011, constatou-se que os representantes de Croton limae, nunca ficaram desprovidos de folhas; entretanto, a partir de abril, a queda de folhas começou a aumentar, alcançando seu ápice em novembro (Figura 2). Os indivíduos dessa espécie apresentam uma menor quantidade de folhas no período de julho a novembro, coincidindo com a estiagem (Figura 3). Os dados mostram que, provavelmente a intensidade de queda e brotamento de folhas dessa espécie esta relacionada ao índice de precipitação. Figura 2. Formação e queda de folhas em Croton limae A. P. S. gomes, M. F. Sales & P. E. Berry no período de março de 2010 a junho de 2011, em uma área de cerrado, na Chapada do Araripe. 41 Figura 3. Precipitação média mensal no posto Crato no período de março de 2010 a junho de 2011. O período de floração começa em dezembro, com o aparecimento de um grande número de botões, e termina em maio (Figura 4). Essa fenofase coincide com o período chuvoso na região. As flores pistiladas abrem antes das estaminadas, e a sequencia de abertura ocorre da base da inflorescência para o ápice (Figura 5). A frutificação iniciouse em fevereiro e terminou em junho em 2010 e em abril em 2011 (Figura 6), correspondendo ao meio do período chuvoso e o termino ao final do mesmo. Os frutos dessa espécie são do tipo cápsula, e depois que se abrem, persistem por um tempo, até caírem. Os dados obtidos revelam que os períodos de floração e frutificação, provavelmente são determinados pelo índice de precipitação. Corroborando com os resultados obtidos nesta pesquisa, Ferras et al. (1999), observando a fenologia de árvores em fragmento de mata em São Paulo, SP, perceberam que as folhas de espécies do gênero Croton caíram e brotaram durante todo o ano, com uma diminuição no brotamento no período de julho até setembro, época em que ocorre uma diminuição da precipitação na região. O mesmo pode se afirmar em relação a Garcia (2007), em sua pesquisa sobre a fenologia de espécies ocorrentes em Canga, Barão dos Cocais, MG onde foi verificado que Croton migrans Casar apresentou queda foliar superior a 50% principalmente em épocas de menor precipitação. Para esta espécie entre outras este mesmo autor verificou ainda uma 42 correlação entre as fenofases vegetativas e os fatores abióticos (precipitação e fotoperíodo). Flor em antese Botão Figura 4. Floração em Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry no período de março de 2010 a junho de 2011, em uma área de cerrado, na Chapada do Araripe. Figura 5. Flores estaminadas em antese e botão de C. limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry. 43 Figura 6. Frutificação de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry no período de março de 2010 a junho de 2011, em uma área de cerrado, na Chapada do Araripe. Em outros ambientes como áreas de carrasco da Reserva Natural Serra das Almas em Crateús, Ceará, as espécies vegetais também apresentaram brotamento foliar nos primeiros meses de chuva, com mais de 90% de intensidade de janeiro a maio, chegando a quase 100% em março. E a queda foliar correspondeu ao período de estiagem, junho a dezembro (VASCONCELOS, 2006). Quanto à floração, Garcia (2007), obteveram um resultado diferente do encontrado em nossa pesquisa. Ao trabalhar com Croton migrans o autor verificou tratar de uma espécie considerada de floração indiferente, florescendo durante todo o ano, independente do período chuvoso. Constatou também que os indivíduos dessa espécie apresentaram frutificação extensa, prolongando-se durante o ano todo. Espécies do gênero Croton, em fragmento de mata em São Paulo, SP, não floraram e frutificaram no período mais chuvoso do ano na região (maio a agosto), como ocorre com C. limae. O período de maior freqüência de floração foi em novembro e dezembro e ocorreu anualmente. Ja a frutificação aconteceu de dezembro a maio, com a maioria dos indivíduos produzindo frutos em dezembro e janeiro. Observou-se uma variação dessas fenofases entre os anos em que foi desenvolvida a pesquisa (Ferraz et al., 1999). 44 Passos (1995), estudando a fenologia, polinização e reprodução das espécies de Croton floribundus Spreng. e Croton priscus Croizat em mata semidecídua na Reserva Municipal de Santa Genebra, Campinas-SP, percebeu que em ambas as espécies, as flores pistiladas, reunidas da base da inflorescência, abrem antes das estaminadas, semelhante ao observado na espécie em estudo. Outra semelhança foi a seqüência de abertura das flores em Croton floribundus, com a antese ocorrendo da base da inflorescência para o ápice. Já Croton priscus, apresentou um padrão diferente, uma vez que tanto as flores pistiladas quanto as estaminadas abriram em címulas ao longo de toda a inflorescência. As duas espécies floresceram no período chuvoso. Costa, Araújo e Lima-Verde (2004), pesquisando os padrões fenológicos reprodutivos, síndromes de dispersão e formas de vida de espécies de cerrado na Floresta Nacional do Araripe, na chapada do Araripe, Barbalha-CE constataram que em Croton sonderianus Müll. Arg., os períodos de floração e frutificação ocorrem entre fevereiro e abril e em C. rhamifolius Kunth em abril, correspondendo ao período chuvoso, em concordância com o observado na presente pesquisa. Amorim, Sampaio e Araújo (2009), analisando os padrões fenológicos de espécies arbustívas e arbóreas em uma área de caatinga na Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra - RN, constataram que em Croton sonderianus Müll. Arg., a formação foliar, floração e frutificação sempre ocorre no período chuvoso (janeiro a março), e a queda de folhas ao final do mesmo. A formação e queda foliar nessa espécie ocorre mesmo depois de chuvas esporádicas (junho-agosto de 2000), apresentando pouca duração. Os padrões fenológicos de Croton sonderianus na pesquisa supracitada assemelham-se aos encontrados para Croton limae. Ferraz et al. (1999), fazendo um estudo sobre fenologia de árvores em fragmento de mata da Reserva da Cidade Universitária "Armando de Salles Oliveira" (CUASO) em São Paulo-SP, verificou que a floração em Croton floribundus Spreng. foi mais freqüente em novembro e dezembro e ocorreu anualmente; a frutificação aconteceu de dezembro a maio, sendo que a maioria dos indivíduos frutificaram em dezembro e janeiro. A duração dessas fenofases variou entre os anos. A queda e o brotamento de folhas ocorreram continuamente, havendo uma diminuição no brotamento de julho até setembro. Esses autores perceberam que houve correlação entre as fenofases apresentadas por C. floribundus e o período chuvoso (dezembro-março), semelhante ao observado em C. limae. 45 Oliveira Junior et al. (2008), pesquisando a fenologia das plantas apícolas herbáceas e arbustivas em uma área de caatinga da microrregião de Catolé do Rocha – PB, verificaram que Croton sonderianus Mull. Arg. Tem um período de floração de fevereiro a março e Croton campestris A. St. Hil. de novembro a maio, sendo que o período chuvoso na região ocorre de março a julho. Lima e Funch (2010) destacaram que devido à complexidade dos mecanismos que regulam os ritmos fenológicos, ainda, se faz necessária uma melhor definição, para que seja determinado o grau de influência de cada um, tendo em vista que eles podem ser resultantes da ação de uma variedade de forças seletivas bióticas e abióticas. E que ao longo de um ano ou de vários anos, as variações na produção de recursos podem ser mais ou menos pronunciadas, por isso, se faz necessário que as observações fenológicas sejam relizadas durante vários anos, para que seja comprovada a repetição dos padrões fenológicos. 4.2 Efeito da Atividade Alelopática do Óleo Essencial de Croton limae Sobre a Germinação de Sementes e Desenvolvimento Inicial de Plântulas de Lycopersicon esculentum No primeiro teste o óleo essencial das folhas de C. limae não apresentou ação inibitória considerada significativa pelo teste de Tukey na germinabilidade de sementes de Lycopersicon esculentum Mil. (tomate). A taxa de germinação nos tratamentos variou entre 56% a 62%, não diferindo estatisticamente da taxa de germinação apresentada pelo controle que foi de 62% (Tabela 4). 46 TABELA 4. Valores médios dos índices de geminação de sementes, comprimento caulinar e radicular de plântulas de Lycopersicon esculentum Miller, sob o efeito do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry nas concentrações 0,10; 0,25; 0,50; 0,75 e 1,00%. Concentrações Índice de Comprimento do Comprimento da (%) Germinação Caulículo Radícula ns (%) (cm)** (cm)** Controle 62 a 2.384 a 8.008 a 0,10 58 a 1.640 b 5.496 ab 0,25 62 a 0.946 c 4.056 bc 0,50 56 a 0.852 c 5.348 ab 0,75 56 a 0.588 c 2.648 bc 1,00 60 a 0.584 c 2.148 c CV% 19. 50994 28.75876 32. 19724 Médias seguidas da mesma letra não difere entre si na coluna pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significânica. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade. CV%: Coeficiente de Variância em porcentagem. No segundo teste, o controle apresentou um índice de germinação de 59%, valor que não diferiu estatísticamente dos apresentados pelos tratamentos a 0,50% e 1,25%, que foram respectivamente, 58% e 55%; enquanto que, nos demais tratamentos a taxa de germinação variou entre 31% e 48%. O óleo essencial de C. limae apresentou melhor taxa de inibição de germinaçãoi na concentração de 3, 75%, cujo índice de germinação foi de 31% (Tabela 5). TABELA 5. Valores médios dos índices de geminação de sementes, comprimento caulinar e radicular e de plântulas de Lycopersicon esculentum Miller, sob o efeito do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry nas concentrações 0,50; 1,25; 2,50; 3,75 e 5,00%. Concentrações Índice de Comprimento do Comprimento da (%) Germinação Caulículo Radícula (%)** (cm)** (cm)** Controle 59 a 1.980 a 5.332 a 0,50 58 a 1.184 b 3.704 ab 1,25 55 a 0.720 bc 2.736 bc 2,50 43 ab 0.328 c 1.912 bc 3,75 31 b 0.468 c 1.424 c 5,00 48 ab 0.564 c 2.272 bc 23.85807 34.17205 33.16850 CV% Médias seguidas da mesma letra não difere entre si na coluna pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significânica. ** significativo ao nível de 1% de probabilidade. ns: Não significativo. CV%: Coeficiente de Variância em porcentagem. 47 Com relação ao comprimento dos caulículos, houve uma redução significativa em todas as concentrações de ambos os testes, sendo que no primeiro teste, a média de comprimento no controle foi de 2,384 cm e nos tratamentos variou entre 0,584 cm e 1,640 cm, e no segundo teste, a média de comprimento dos caulículos no controle foi de 1.980 cm enquanto nos tratamentos essa média variou entre 0.328 cm e 1.184 cm (Tabelas 4 e 5). Analisando a Tabela 4 verifica-se que, quanto maior a concentração, menor foi o crescimento do caulículo. Na Tabela 5, observa-se que o aumento da inibição do desenvolvimento do caulículo correspondeu ao aumento da concentração do óleo essencial até a concentração de 2,50%, nas concentrações seguintes houve uma diminuição da atividade inibitória do óleo essêncial. O resultado da análise estatística da biometria da radícula demonstrou uma diminuição significativa do comprimento radicular em todos os tratamentos em ambos os testes. No primeiro teste a média do comprimento das radículas no controle foi de 8.008 cm e nos tratamentos estas médias variaram, entre 2.148 cm e 5.496 cm (Tabela 4). No segundo teste, a média do comprimento das radículas no controle foi de 5.332 cm e nos tratamentos, variaram entre 1.424 cm e 3.704 cm. Verificando-se que quanto maior a concentração do óleo essencial, maior é a inibição do desenvolvimento radicular (Tabela 5). Nos resultados do primeiro teste houve um crescimento menor das radículas em concentrações acima de 0,50%, e no segundo teste, as concentrações que provocaram um menor desenvolvimento no crescimento das radículas foram 2,50% e 3,75%. Ambos os testes possuem uma concentração em comum, a concentração à 0,50%, entretanto os resultados encontrados para os parâmetros estudados para os dois testes nessa concentração, divergiram. Essa diferença de resultado pode ser atribuída às possíveis variações químicas dos óleos essenciais, uma vez que foram realizadas duas coletas de material vegetal em momentos diferentes. A produção de metabólitos secundários nas plantas sofre influência de diversos fatores como temperatura, umidade, índice de precipitação, radiação, sazonalidade e estágio de maturação (TAIZ; ZEIGER, 2004). Os resultados corroboram com Souza Filho et al. (2009) que, pesquisando o potencial alelopático dos óleos essenciais de Piper hispidinervium C. DC. (pimentalonga) e Pogostemon heyneanus Benth (oriza) sobre a germinação e desenvolvimento de Mimosa pudica (malícia) e Senna obtusifolia (mata–pasto), verificaram que o óleo essencial de ambas as espécies inibiram a germinação e o desenvolvimento do 48 hipocótilo e da radícula em todas as concentrações testadas (0,25, 0,50 e 1%), sendo mais intensos à medida que aumentava a concentração. Brito (2010), verificando o efeito alelopático de extratos de ramos jovens de jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.) e marmeleiro (Croton sonderianus Müll. Arg.) na germinação e vigor de feijão macaçar (Vigna unguiculata (L.) Walp.) e milho (Zea mays L), constatou que ambas as espécies são sensíveis aos extratos aquosos da parte aérea de C. sonderianus e M. tenuiflora. O extrato de jurema-preta reduziu a PGI e a PGF do feijão macaçar, em torno de 0,56 a 0,57% para cada unidade percentual aumentada na concentração e afetou negativamente as radículas e os caulículos. O extrato de marmeleiro não promoveu reduções significativas na germinação das espécies testadas mais afetou negativamente as radículas e os caulículos, corroborando com os resultados obtidos para o primeiro teste na presente pesquisa. Segundo Souza Filho et al. (2009), a atividade biológica apresentada por uma determinada substância aleloquímica é determinada pela concentração e pelo limite da resposta da espécie afetada. E no caso de inibição, o limite não é constante, ele depende da sensibilidade da espécie receptora, dos processos da planta e das condições ambientais. Os aleloquímicos podem apresentar dois efeitos, inibitório e estimulatório (AN; JOHNSON; LOVETTE, 1993), e em determinados casos, quando em baixa concentração, o efeito alelopático pode ser estimulatório ao inves de inibitório (RICE, 1984). No presente trabalho, o único efeito apresentado foi o inibitório. As plantas frequentemente possuem metabólitos secundários com mais de um grupo funcional, que normalmente apresentam múltiplas funcionalidades e bioatividades, e estão presentes em misturas complexas, constituídas por uma variedade de formas estruturais diferentes. Isso garante uma interferência com mais de um alvo molecular em herbívoros e micróbios, podendo assim proteger a planta contra vários inimigos. Neste caso, mesmo uma interação inespecifica e fraca de um metabólito secundário individual, quando somada as interações dos outros metabólitos secundários pode resultar em um efeito mais expressívo (WINK, 2003). Para Kliger et al. (2004), Thoison et al. (2004) e Wink, (2008), a ação das plantas medicinais pode nunca ser compreendida completamente, caso seus componentes sejam estudados isoladamente, tendo em vista que ela depende da ação de múltiplos constituintes. Essas interações são denominadas de sinergia química, e ocorre, no caso de plantas medicinais, quando a ação resultante da associação de compostos é 49 maior do que a soma aritmética da ação dos mesmos (CSEKE et al., 2006). A atividade contra várias pestes, sem estimular o desenvolvimento de resistência, como comumente ocorre quando um único composto químico é usado como inseticida (WU et al., 2002; CSEKE et al., 2006). Os monoterpenos, como o cedrol, promovem alterações estruturais e funcionais nas membranas celulares, impedindo o crescimento e atividades celulares (SIKKEMA et al., 1995). Autores afirmam que o α-pineno, o β-pineno e o linalou apresentam atividade alelopática (ALMEIDA, 1988; SINGH et al., 2002), portanto há grandes probabilidades desses compostos serem os responsáveis pela atividade alelopática apresentada pelo óleo essencial de C. lima. 4.3 Atividade Antibacteriana e Moduladora do Óleo Essencial de Croton limae Analisando os resultados obtidos para atividade antibacteriana do óleo essencial frente às linhagens padrões Gram-positivas e Gram-negativas, constatou-se que na linhagem de Staphylococcus aureus a Concentração Inibitória Mínina (CIM) foi igual a 512 µg/mL. Contudo, nas linhagem de Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae a CIM foi igual ou superior a 1024µg/mL, não havendo atividade inibitória do ponto de vista clínico para a segunda linhagem nesta concentração (Tabela 6). Resultado semelhante foi encontrado por Azevedo (2010), onde constatou que o óleo essencial de Croton cajucara Benth. variedade vermelha apresentou atividade antibacteriana frente à Staphylococcus aureus . Tabela 6. Concentração Inibitória Mínima do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry frente às linhagens bacterianas. Linhagens bacterianas Concentração Inibitória Mínima - CIM Escherichia coli ATCC 25923 1024µg/mL Klebsiella pneumoniae ATCC 10536 1024µg/mL Pseudomonas aeruginosa ATCC 15442 1024µg/mL Staphylococcus aureus 4362 512 µg/mL O óleo essencial de C. limae quando associado ao antibiótico Amicacina, potencializou sua atividade frente à S. aureus, reduzindo a CIM de 19,53 µg/mL para 9,76 µg/mL, e frente à E. coli, reduzindo a CIM de 312,5 µg/mL para 39,062 µg/mL. 50 Também potencializou a atividade do antibiótico Neomicina, reduzindo sua CIM de 78,125 µg/mL para 2,44 µg/mL (Tabela 7). Segundo Oliveira et al., (2006), geralmente, a interferência que o óleo essencial pode causar sobre a ação dos antibióticos varia de acordo com o tipo do antibiótico, tipo do óleo essencial testado em associação, e o tipo de cepa bacteriana. Tabela 7. Atividade Moduladora do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry frente às linhagens bacterianas multiresistentes. Staphylococcus aureus SA 358 Controle OECL (µg/mL)* Amicacina 19,53 9,76 Gentamicina 2,44 2,44 Neomicina 9,76 9,76 *OECL: Óleo Essencial de Croton limae Antibióticos Escherichia coli EC 27 Controle OECL (µg/mL)* 312,5 39,062 39,062 39,062 78,125 2,44 Angélico (2011), analisando a atividade antibacteriana do óleo de Croton heliotropiifolius e Croton blanchetianus, verificou que o óleo essencial de C. heliotropiifolius inibiu satisfatóriamente somente as cepas de Sthaphylococcus aureus com CIM 512μg/mL. Já o óleo essencial de C. blanchetianus inibiu as linhagens de E.coli (CIM 512μg/mL), Bacillus cereus (CIM 256 μg/mL) e Sthaphylococcus aureus (CIM de 64 μg/mL). Porém, os óleos não inibiram o crescimento das cepas P. aeruginosa e K. pneumoniae considerando a CIM ≥ 1024 μg/mL. Tais resultados são semelhantes aos encontrados para C. limae. Testando a atividade moduladora do óleo essencial de C. blanchetianus Angélico (2011), observou que houve uma potencialização da ação dos antibióticos aminoglicosídeos canamicina, amicacina e gentamicina na interação com a linhagem Bacillus cereus. Entretanto não observou nenhuma interferência da atividade dos antibióticos em contato com cepas de Sthaphylococcus aureus, diferindo dos resultados encontrados na presente pesquisa para essa cepa bacteriana. Canton e Onofre (2010), observaram em seus experimentos que os extratos e o óleo essencial de Baccharis dracunculifolia DC quando associados a antibióticos podem interferir sinérgica ou antagônicamente na ação dos mesmos. Oliveira et al. (2006), ao analisarem a interferência de óleos essenciais de Lippia sidoides Cham, Plectranthus amboinicus Lour Spr., Conyza bonariensis L. e Eucalyptus citriodora Hook, sobre a atividade de antibióticos, constataram resultados diferentes aos encontrados quando o óleo essencial de C. limae foi associando a gentamicina, onde os óleos essenciais das supracitatadas espécies vegetais apresentaram efeito antagônico em 51 contato com cepas de Staphylococcus aureus. Já em cepas de Escherichia coli, apenas L. sidoides não apresentou nenhuma interferência na atividade da gentamicina. López (2010), testando a capacidade antimicrobiana dos extratos brutos metanólicos das folhas de Croton urucurana Baill., constatou que não houve inibição do crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Entretanto, a placa de S. aureus em contato com o extrato bruto metanólico das cascas apresentou um halo de inibição de 12 mm, sendo esse valor inferior ao encontrado quando essa cepa bacteriana ficou em contato com gentamicina, cujo halo de inibição foi de 30 mm. Nader (2010), analisando o potencial antimicrobiano de extratos vegetais de espécies de uma área de cerrado frente à estirpes de Staphylococcus aureus, também constatou atividade antibacteriana de uma espécie de Croton contra essa espécie bacteriana, onde os extratos clorofórmico e hexânico de Croton antisyphiliticus Mart., apresentaram atividade bactericida e demonstraram expressiva atividade antimicrobiana, atuando sobre cinco, das seis estirpes em teste, com CIM variando entre 0,12 mg/mL e 0,50 mg/mL, não sendo observada inibição apenas sobre a multiplicação da estirpe identificada com o número 112, oriunda do insuflador da ordenhadeira. Porém o extrato metanólico da raíz não inibiu a multiplicação da bactéria nas concentrações testadas. Em um segundo teste, o extrato clorofórmico de C. antisyphiliticus atuou expressivamente sobre todas as 20 estirpes testadas, das quais sobre 17, apresentou CIM de 1,03 mg/mL, e sobre as estirpes restantes obteve CIM de 4,15mg/mL. Lopes (2010) ao verificar o CIM dos extrato bruto metanólico do caule e das folhas de C. urucurana Baill., frente a Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Streptococcus mutans observou que os resultados foram, respectivamente, 0,5 mg/mL, 0,9 mg/mL , 0,6 mg/mL , 0,1 mg/mL e maior que 1mg/mL para as cepas tratadas com extrato bruto metanólico do caule, e maior que 1 mg/mL para todas as cepas em contato com extrato bruto metanólico das folhas. Em um estudo para analisar a atividade antibacteriana de 32 extratos de espécies de Croton, Protium e calabura, frente à Escherichia coli, Salmonella enterica subsp. enterica var. Typhi, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, pelo método de difusão em disco. Ramos et al. (2009), verificaram que não houve atividade com os extratos de espécies de Croton e Protium; em contrapartida, verificaram a ocorrência de uma zona de inibição em extratos hexânicos de flores de M. 52 calabura contra B. subtilis (11.0 mm 0.5), e extratos etanólicos de folhas contra S. aureus (13,0 mm 0,5) e B. subtilis (11,0 mm 0,5). Machado (2007), analisando a atividade antibacteriana e antifúngica de frações do extrato bruto de Euphorbia tirucali L., constatou que a fração acetato de étila apresentou atividade de inibição do crescimento de Staphylococcus aureus e Klebisciela pneumoniae ambas com CIM de 500 μg/mL, a fração éter etílico apresentou atividade frente Candida albicans com CIM igual a 1000 μg/mL, a fração n-hexano apresentou atividade frente a Candida glabrata e Saccharomyces cerevisiae com CIMs iguais a 1000 μg/mL e 125 μg/mL, respectivamente, e a fração diclorometano apresentou atividade frente a Candida glabrata, Saccharomyces cerevisiae e Prototheca zopfii com CIMs iguais a 250 μg/mL, 250 μg/mL e 500 μg/mL, respectivamente, nenhuma das frações testadas apresentou atividade contra E. coli. O óleo essencial de C. zehntneri Pax. & K. Hoffm. inibiu o crescimento de Shigella flexneri, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Streptococcus βhaemolyticus, no teste de susceptibilidade de atividade antibacteriana. Em relação à concentração inibitória mínima, o óleo demostrou uma atividade significativa apenas para Shigella flexneri nas concentrações 1000, 500, 100 e 50 µg/mL, com CIM igual a 50 µg/mL (COSTA et al. 2008). Melliou, Stratis e Chinou. (2007) afirmam que cedrol e α-pineno apresentam atividade antibacteriana, portanto há a probabilidade desses compostos químicosestarem envolvidos na atividade antibacteriana apresentada pelo óleo essencial de C.limae. 4.4 Atividade Antifúngica e Moduladora do Óleo Essencial Croton limae O óleo não inibiu o crescimento das três espécies de Candidas testadas, apresentando uma CIM ≥ 1024 μg/mL (Tabela 8). Porém, quando associado ao antifúngico Benzoil, apresentou atividade moduladora frente à duas linhagens de fungos, sendo que, para C. krusei houve um efeito sinérgico, reduzindo a CIM de 1.024 μg/mL para 256 μg/mL, e para C. albicans houve um efeito antagônico, aumentando a CIM de 128 para 1.024 μg/mL (Tabela 9). 53 Tabela 8. Concentração Inibitória Mínima do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry frente às linhagens fúngicas. Linhagens fúngicas Concentração Inibitória Mínima – CIM Candida albicans ATCC 40042 ≥ 1024 μg/mL Candida krusei ATCC 2538 ≥ 1024 μg/mL Candida tropicalis ATCC 40006 ≥ 1024 μg/mL Tabela 9. Atividade Moduladora do óleo essencial de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry frente às linhagens fúngicas. Antifúngicos C. albicans ATCC 40006 Controle OECL C. krusei ATCC 2538 Controle (µg/mL)* OECL C. tropicalis ATCC 40042 Controle (µg/mL)* OECL (µg/mL)* Anfotericina B 1.024 1.024 1.024 1.024 1.024 1.024 Benzoil 128 1.024 1.024 256 1.024 1.024 Metronidazol 1.024 1.024 1.024 1.024 1.024 1.024 Nistatina 1.024 1.024 1.024 1.024 1.024 1.024 OECL: Óleo Essencial de Croton limae As atividades sinérgicas em cepas de C. krusei, e antagônicas em cepas de C. albicans sugerem que diferenças das características adaptativas entre as duas espécies teste, de alguma forma contribuem ou prejudicam a atividade do óleo essencial de C. limae quando associado ao antifúngico benzoil. Segundo Granowitz e Brown (2008), o antagônismo resultante da combinação de antibióticos pode ser atribuído a quelação mútua. Corroborando com o resultado encontrado para C. albicans no presente trabalho, Azevedo (2010) trabalhando com o óleo essencial de Croton cajucara Benth., variedade vermelha, verificou a inexistência de atividade antifúngica frente à C. albicans.Do mesmo modo que López (2010), analisando a atividade antimicrobiana do extrato metanólico bruto das folhas e das cascas de Croton urucurana Baill., pelo método de poços de ágar, não encontrou atividade antifúngica frente a C. albicans. Resultados diferentes foram encontrados por Fontenelle et al. (2008), pesquisando atividade antifúngica dos óleos essenciais de Lippia sidoides Cham., Croton argyrophylloides Muell., Croton nepetaefolius Baill. e Croton zehntneri Pax et Hoffm frente à Candida albicans, Candida tropicalis e Microsporum canis pelo método 54 de difusão em poço em gel e concentração inibitória mínima (MIC) pelo método de microdiluição em caldo. Esses autores constataram que C. nepetaefolius e do C. argyrophylloides demonstraram atividade apenas contra M. canis, enquanto que os óleos essenciais do C. zehntneri e de L. sidoides foram efetivos contra todos os fungos testados. Ramos et al. (2009), avaliaram o efeito do extrato de Muntingia calabura L. em leveduras, constatando que houve uma inibição in vitro do crescimento de Candida albicans (19,5 mm 0,5) e Cryptococcus neoformans (12,5 mm 0,5º) sob o efeito do extrato de M. calabura. E os extratos metanólicos e hexânicos de Croton campestris apresentaram atividade antifúngica frente à Trichophyton rubrum, em estudo realizado por Santos et al. (2010), cujas CIM foram, respectivamente, 1024 μg/mL e 512 μg/ml. Há relatos de que cedrol e α-pineno possuem propiedades antifúngicas (MELLIOU; STRATIS, E.; CHINOU, 2007; CHANG; WANG; KUO, 2003). O óleo essencial de C. limae não foi capaz de inibir de forma siginificativa, do ponto de vista clínico, o desenvolvimento das cepas fúngicas, más potencializou a ação dos antifúngico benzoil. Há a possibilidade do cedrol e do α-pineno estarem envolvidos nessa atividade moduladora, agindo sinegicamente na cepa de Candida krusei e antagônica na cepa de Candida albicans. 4.5 Análise Química do Óleo Essencial de Croton limae O rendimento do óleo essencial das folhas frescas de Croton limae, calculado sobre a massa das mesmas, foi de 0,36%. Na análise química do óleo foram identificados e quantificados 14 compostos representando 84,7% da composição química total. Os compostos majoritários foram cedrol (28,4%), eucaliptol (17,4%) e αpineno (13,8%), o que correspondem a 59,6% da composição total do óleo. Os compostos químicos identificados e suas respectivas quantidades, tempo de retenção e índice de Kovats (ADAMS, 2001) estão sumarizados na Tabela 10. 55 Tabela 10. Constituintes químicos do óleo essencial das folhas de Croton limae A. P. S. Gomes, M. F. Sales & P. E. Berry. TRa(min) RIb (%) α-pineno 5,2 939 13,8 ß-pineno 6,2 980 3,0 ß-mirceno 6,8 991 1,5 p-cimeno 7,7 1026 4,2 eucalyptol 7,8 1033 17,4 linalool 10,1 1098 2,5 criptona 12,8 1186 1,3 p-cimen-8-ol 12,8 1189 1,3 ß-cariofileno 20,1 1418 3,8 α-humuleno 21,1 1452 2,3 alloaromadendreno 21,2 1458 1,2 espatulenol 22,9 1576 2,8 Óxido de cariofileno 23,7 1581 1,2 Cedrol 24,9 1589 28,4 Constituintes Total identificado a 84,7 Tempo de retenção; Indices de Kovats (Adams, 2001). b Angélico (2011) analisando a constituição química de Croton blanchetianus Baill., constatou a presença de 15 compostos químicos, onde os majoritários são respectivamente cedrol (28,4%), eucaliptol (17,4%) e α-pineno (10,5%). Esses resultados corroboram com os da presente pesquisa. Compagnone et al. (2010), analisando a composição e a atividade citotóxica do óleo essencial de folhas e flores de Croton matourensis Aubl. e C. micans Sw. da Venezuela, encontraram vários compostos que também são encontrados no óleo analisado no presente trabalho, excetuando os compostos majoritários, tais como: αpineno, ß-pineno, ß-mirceno, p-cimeno, linalool, ß-cariofileno, alloaromadendreno, espatulenol, óxido de cariofileno, cedrol; ressaltando-se que houve variação entre presença, ausência e concentrações entre os óleos essenciais referidos. Já os constituintes majoritários foram: fenchil acetato (25,3%), ß-cariofileno (20,7%), αselineno (12,8%) para o óleo de folhas de C. micans; fenchil acetato (41,6%), ß- 56 cariofileno (12,6%) para o óleo de flores de C. micans e fenchil acetato (19,5%), metileugenol (14,2%) e isoelimicina (11,3%) para óleo de folhas de C. matourensis. O óleo volátil de Croton cajucara Benth. é rico em linalol (LOPES et al., 2000; ROSA et al., 2003; ALVIANO et al., 2005), constituinte relevante em C. oligandrum Pierre ex Hutch, espécie africana (AGNANIET et al., 2005), constituinte majoritário de C. stellulifer Hutch, uma espécie endêmica de São Tomé e Príncipe (MARTINS et al., 2000). O óleo de folhas de C. sacaquinha Croizat contém linalol e óxido cariofileno foi encontrado em folhas e caules de C. sellowii Baill (PALMEIRA et al., 2004). C. ovalifolius Vahl., é uma espécie venezuelana que contém óxido cariofileno e espatulenol (MECCIA et al., 2000). Folhas de C. zambesicus Müll. Arg., contém βcariofileno, óxido cariofileno, linalol e β-pineno (BLOCK et al., 2006). Costa et al. (2008), analisando a constituição química do óleo essencial de folhas de Croton zehntneri Pax & K.Hoffm. (variedade estragol), provenientes do Morro do Chapéu, em Salitre-CE, verificaram a presença de estragol, 1,8-cineol, eugenol, mirceno, biciclogermacreno, β-Ocimeno, sabineno. Os resultados encontrados no trabalho desses autores divergem dos encontrados na presente pesquisa. Souza et al. (2006) analisando a constituição química do óleo fixo das cascas de Croton cajucara Benth., provenientes de um mercado Ver-o-Peso de Belém/PA, constataram a presença de cicloisosativeno, α-copaeno, cipereno, α-bergamoteno, 2,6Dimetil-6-(4-metil-3-pentenil) biciclo[3.1.1] hep-2-eno, cis-cariofileno, allo- aromadendreno, α-longipineno, δ-guaieno, α-muuroleno, δ-cadineno, nerolidol, junipeno, cadaleno, linalool, borneol, p-cimeno-α-ol, propanoato de linalila, elemicina, nerolidol, espatulenol, viridiflorol. Entre os compostos encontrados por esses mesmos autores, no óleo fixo de C. cajucara, apenas allo-aromadendreno, linalool e espatulenol coincidiram com os encontrados na presente pesquisa. Segundo Chang, Wang e Kuo (2003) o cedrol extraído do cerne da espécie Taiwania cryptomerioides Hayata possui atividade antifúngica contra Coriolus versicolor e Laetiporus sulphureus (Bull.) Murrill e atividade antitermítica contra Coptotermes formosanus Shiraki. De acordo com Kagawa et al. (2003), o cedrol tem efeito sedativo. Melliou, Stratis e Chinou (2007) afirmam que cedrol e α-pineno isolados do óleo da própolis grega apresentaram atividade antibacteriana e antifúngica. Segundo Lorenzi e Matos (2002), o eucaliptol é bastante usado para aromatizar ambientes, em loções e preparações farmaceuticas para uso local e interno; age como expectorante quando inalado; seu uso local serve como anestésico suave e anti-séptico, 57 sendo recomendado em cosméticos para remover manchas de pele. Segundo Lee e Shibamoto (2001) o eucaliptou contribui para o efeito antioxidante de espécies do gênero Eucalyptus. De acordo com Juergens et al. (2003), o eucaliptol é recomendado, na forma de cápsulas (100 mg/cápsula; capacidade tolerada 600 mg/dia) e inalações no tratamento de bronquite crônica, sinusite e infecções respiratórias, estimulando a expectoração, e apresentando também ação antiinflamatória em pacientes com bronquite asmática. Espécies de Salvia, Eucalyptus, Artemisia e Cassia occidentalis, produzem metabolitos secundários como canfeno, dipenteno, α-pineno e β-pineno que inibem o desenvolvimento de outras plantas (Almeida, 1988). Singh et al. (2002), constataram atividade alelopática para o linalol de Occidentalis. na germinação e fisiologia de Cassia 58 5 CONCLUSÕES A partir da concentração 2,50%, o óleo essencial de C. limae, inibe a germinação de sementes de tomate (Lycopersicum esculentum Mill.). O óleo essencial das folhas frescas de C. limae apresenta a capacidade de inibir o comprimento dos caulículos e das radículas de tomate (Lycopersicum esculentum Mill.), em todas as concentrações testadas. Staphylococcus aureus é sensível ao óleo essencial das folhas frescas de C. limae, com uma CIM igual a 512 µg/mL. O óleo essencial de Croton limae mostrou-se capaz de potencializar a ação das drogas antibacterianas aminoglicosídicas amicacina, em cepas de S. aureus e Escherichia coli, e neomicina, em cepas de E. coli. No teste de modulação, óleo essencial de Croton limae apresentou melhor resultado quando associado a amicacina frente à cepas de E. coli. Quando associado ao antifúngico benzoil, o óleo essencial de Croton limae apresenta atividade sinérgica em culturas de Candida krusei; em contrapartida, também apresenta atividade antagônica em culturas de Candida albicans. C. limae apresentou padrão perenifólio, havendo uma diminuição nos meses mais secos, com a floração e frutificação ocorrendo no período chuvoso. O fator precipitação é importantes para a determinação dos padrões fenológicos de C. limae. O óleo essencial de Croton limae, é formado por 14 compostos, sendo cedrol, eucaliptol e α-pineno, os majoritários. 59 REFERÊNCIAS ABDON, A. P. V.; LEAL-CARDOSO, J. H.; COELHO-DE-SOUZA, A. N; MORAIS, S. M.; SANTOS, C. F.. Antinociceptive effects of the essential oil of Croton nepetaefolius on mice. Brazilian Journal of Medical and Biological Research,v. 35, n. 10, p.1215-1219, 2002. ABREU, A. S.; BARBOSA, P. S.; MÜLLER H.; GUILHON, G. M. S. P.; Constituintes químicos do caule e das cascas do caule de Croton pullei var. glabrior (Euphorbiaceae). Revista Virtual de iniciação Científica UFPA, v. 1, n 2, p. 1-9, 2001. ADAMS, R. P. Identification of essential oil components by gas mass spectroscopy. Illinois: Allured Publishing Corporation, USA, 2001. 458 p. AGNANIET, H., AKAGAH, A., MOUNZEO H., MENUT, C., BESSIERE, J. M. Aromatic plants of tropical central Africa. XLI. Volatile constituents of Croton oligandrum Pierre ex Hutch growing in Gabon. Journal of Essential Oil Research, v. 17, n. 2, p. 201-203, 2005. AGRA, M. F.; SILVA, K. N.; BASÍLIO, I. J. L. D.; FRANÇA, P. F.; BARBOSA FILHO, J. M. Survey of medicinal plants used in the region Northeast of Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 3, p. 472-508, 2008. AGRA, M. F.; FREITAS, P. F.; BARBOSA-FILHO, J. M. Synopsis of the plants known as medicinal and poisonous in Northeast of Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 17, n.1, p.114-140, 2007. AKERELE, O. Summary of who guidelines for the assessment of herbal medicines. Herbalgram, v. 28, p. 13-19, 1993. ALBUQUERQUE, A. A. C.; SORENSON, A. L.; LEAL-CARDOSO, J. H. Effects of essential oil of Croton zehntneri, and of anethole and estragole on skeletal muscles. Journal of Ethnopharmacology, v. 49, p. 41, 1995. ALMEIDA, C. F. C. B. R. Etnobotânica nordestina: Estratégia de vida e composição química como preditores do uso de plantas medicinais por comunidades locais da caatinga. 2004. 81 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Pernambuco, Recife. ALMEIDA, C.F.C.B.R., SILVA, T.C.L., AMORIM, E.L.C., MAIA, M.B.S.,ALBUQUERQUE, U.P. Life strategy and chemical composition as predictors of the selectionof medicinal plants from the caatinga (Northeast Brazil). Journal of Arid Environments, v.62, n.1, p.127-142, 2005. 60 ALMEIDA, F.S. A alelopatia em plantas. v.55. Londrina: IAPAR, 1988. 62p. (Circular, 53). ALMEIDA, S.P.; PROENÇA, C.E.B.; SANO, S.M.; RIBEIRO, J.F. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. xiii + 464p. ALONSO, J. R. Tratado de fitofarmacos y nutraceuticos. CORPUS EDITORIAL, ed. 2, 2007. 1150 p. ALVIANO,W. S.; MENDONÇA, R. R.; ALVIANO, D. S.; BIZZO, H. R.; SOUTOPADRON, T.; RODRIGUES, M. L.; BOLOGNESE, A. M.; ALVIANO, C. S.; SOUZA, M. M. G. Antimicrobial activity of Croton cajucara Benth linalool-rich essential oil on artificial biofilms and planktonic microorganisms. Oral Microbiology and Immunology, v. 20, p. 101-105, 2005. AMARAL, A. C. F.; BARNES R. A. Alkaloids of Croton celtidifolius. Planta Medica. v. 63, n. 5, p. 485, 1997. AMARAL, A. C. F.; BARNES R. A. A tetrahydroprotoberberine alkaloid from. Croton hemiargyreus. Phytochemistry, v. 47, p. 1445-1447, 1998. AMORIM, I. L.; SAMPAIO, E. V. S. B.; ARAÚJO, E. L. Fenologia de espécies lenhosas da caatinga do Seridó, RN. Revista Árvore, v.33, n.3, p.491-499, 2009. AN, M.; JOHNSON, I.R.; LOVETTE, J.V. Mathematical modeling of allelopathy: biological response to allelochemical and its interpretation. Journal of Chemical Ecology, v. 19, n. 10, p. 2379-2389, 1993. ANAYA, A. L. Allelopathy as a tool in the management of biotic resources in agroecosystems. Critical Reviews in Plant Sciences, v. 18, n. 6, p. 697 – 739, 1999. ANGÉLICO, E. C. Avaliação das atividades antibacteriana e antioxidante de Croton heliotropiifolius Kunte e croton Blanchetianus baill. 2011. 87 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Patos – PB. APG II. Angiosperm Phylogeny Group. An Update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants:. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 141, p. 399-436. 2003. APPENDINO G., BORRELLI F., CAPASSO R., CAMPAGNUOLO C., ATTORUSSO E., PETRUCCI F., TAGLIALATELA-SCAFATI O. Minor diterpenoids from cascarilla (Croton eluteria Bennet) and evaluation of the cascarilla extract and cascarillin effects on gastric acid secretion. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 51, p. 6970-6974, 2003 (I.F. 2.102). 61 ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V.; MARTINS, F. R. Repartição da flora lenhosa no domínio caatinga. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005. 1633. ARAUJO-JUNIOR, V.T.; DA SILVA, M.S.; DA CUNHA, E.V.L.; AGRA, M.D.; DA SILVA, R.N.; BARBOSA, J.M.; BRAZ-FILHO, R. Alkaloids and Diterpenes From Croton moritibensis. Pharmaceutical Biology, v. 42, p. 62-67, 2004. ARAUJO-JUNIOR, V. T.; SILVA, M. S.;. CUNHA, E. V. L.; AGRA, M, F.; ATHAYDE-FILHO, P. F.; VIEIRA, I. J. C.BRAZ-FILHO, R.; BARBOSA-FILHO, J. M. Muscicapines, a New Class of Guaiane-Type Sesquiterpene Alkaloids from Croton muscicapa. Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 16, n. 3 p. 553-557, 2005. AZEVEDO, M. M. B. Avaliação da atividade antimicrobiana e antioxidante dos óleos essenciais de Croton cajucara Benth. e Croton sacaquinha Croizat. e obtenção de seus componentes bioativos. 2010. 56 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro-RJ. BAKKALI, F.; AVERBECK, S.; AVERBECK, D.; IDAOMAR, M. Biological effects of essential oils – A review. Food and Chemical Toxicology, v. 46, p. 446–475, 2008. BARBOSA, D. C. A.; BARBOSA, M. C. A.; LIMA, L. C. M. Fenologia de espécies lenhosas da caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M. SILVA, J. M. C. (Eds.). Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife, cap. 16, p. 657-693, 2003. BATATINHA, M. J. M.; SOUZA-SPINOSA, H.; BERNARDI, M. M. Croton zehntneri: possible central nervous system effects of the essencial oil in rodents. Journal of Ethnopharmacology, v. 45, p. 53-57, 1995. BENCKE, C. S. C. e MORELLATO, L. P. C. Comparação de dois métodos de avaliação da fenologia de plantas, sua interpretação e representação. Revista Brasileira de Botânica, v.25, n.3, p.269-275, set. 2002. BERRY, P. Croton Research Network. Madison, University of Wisconsin Board of Regents. 2006. <disponível em: http: //www.botany.wisc.edu/croton> Acesso em: 19 de junho de 2011. BERRY, P.E., HIPP, A.L., WURDACK, K. J., VAN EE, B, RIINA, R. Molecular phylogenetics of the giant genus Croton and tribe Crotoneae (Euphorbiaceae sensu stricto) using ITS and trnL-trnF sequence data. American Journal of Botany, v. 92, p. 1520–1534, 2005. BIGHETTI, E. J.; HIRUMA-LIMA C. A.; GRACIOSO, J. S.; SOUZA BRITO, A. R. M. Antiinflammatory and antinociceptive effects in rodents of the essential oil of 62 Croton cajucara Benth. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 51; p. 14471453, 1999. BLOCK S., FLAMINI G., BRKIC D., MORELLI I, QUETIN-LECLERCQ J. Analysis of the essential oil from leaves of Croton zambesicus Muell. Arg. growing in Benin. Flavour and Fragrance Journal, v. 21, p. 222-224, 2006. BORCHERT, R. Phenology and control of flowering in tropical trees. Biotropica, v. 15, n. 2, p. 81-89, 1983. BRITO, I. C. A. Alelopatia de espécies arbóreas da caatinga na germinação e vigor de sementes de feijão macaçar e de milho. 2010. 54 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal de Campina Grande, Patos- PB. BRITO, N.M. B.; LAMARÃO, L. G.; DAMOUS, S. H.; BRITO, R. B.; CARVALHO, R. A. Morfologia e morfometria do epitélio cérvicovaginal, após o uso de óleo de copaíba em ratas ooforectomizadas. Revista Paraense de Medicina, v. 15, n. 4, p. 4246, 2001. BRITO N. M. B.; NETO, G. P. N. S; TORES, I. O.; PACHECO, F. T.; BATISTA, L. L. Efeito do extrato de sacaca (croton cajucara, benth) nas glândulas mamárias de ratas submetidas à ooforectomia. Revista Paraense de Medicina, v.20, n.1, Belém, mar. 2006. CALEDONIO, N. R. Estudo do mecanismo de ação antinociceptivo e antiedematogênico do óleo essencial de Croton argyrophylloides e seus constituintes: alfa-pineno e trans-cariofileno. 2008. 141 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Fisiológicas) - Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza. CALIXTO, J.B. Efficacy, safety, quality control, marketing and regulatory guidelines for herbal medicines (phytotherapeutic agents). Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 33, p.179-189, 2000. CAMPOS, A. R.; ALBUQUERQUE, F. A. A.; RAO, V. S. N. ; MACIEL,M. A. M.; PINTO, A. C. Investigations on the antinociceptive activity of crude extracts from Croton cajucara leaves in mice. Fitoterapia, v. 73, p. 116-120, 2002. CANTON, M.; ONOFRE, S. B. Interferência de extratos da Baccharis dracunculifolia DC., Asteraceae, sobre a atividade de antibióticos usados na clínica. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 20, n. 3, p. 348-354, 2010. CARVALHO, J. C. T. et al. Investigation of anti-inflammatory and antinociceptive activities of trans-dehydrocrotonin, a 19-nor-clerodone diterpene from Croton cajucara. Part 1 Planta Medica., v. 62, n. 5, p. 402-404, 1996. 63 CHAINY, G. B.; MANNA, S. K., CHATURVEDI, M. M., AGGARWAL, B. B.. Anethole blocks both early and late cellular responses transduced by tumor necrosis factor: effect on NF-kappaB, AP-1, JNK, MAPKK, and apoptosis. Oncogene, v.19, n. 25, p. 29432950, 2000. CHANG, S. T.; WANG, S. Y.; KUO, Y. H. Resources and bioactive substances from Taiwania (Taiwania cryptomerioides). Journal of Wood Science, v. 49, p. 1–4, 2003. CHASE, M. W. When in doubt, put it in Flacourtiaceae: a molecular phylogenetic analysis based on plastid rbcL DNA sequences. Kew Bulletin, v. 57, p.141-181. 2002. CHOU, C. H. The role of allelopathy in subtropical agroecosystems in Taiwan. In: PUTNAM, A R.; TANG, C. S. (Eds.) The science of allelopathy. New York: John Wiley e Sons, 1986. p. 57-73. CINIGLIO, G. Eucalyptus para a produção de óleos essenciais, Piracicaba: ESALQ/USP/Departamento de Ciências Florestais, p. 1-15, 1993. COELHO-DE-SOUZA, A. N.; BARATA, E. L.; MAGALHÃES, P. J. C.; LIMA, C. C.; LEALCARDOSO, J. H . Effects of the oil essential of Croton zehntneri and its constituent estragole on intestinal smooth muscle. Phytotherapy Research, v.11, n. 2, p. 299-304, 1997. COELHO-DE-SOUZA, A. N.; CRIDDLE, D. N.; LEAL-CARDOSO, J. H. Selective modulatory effects of the essential oil of Croton zehntneri on isolated smooth muscle preparations of the guinea-pig. Phytotherapy Research, v.12, p.189-194, 1998. COMPAGNONE, R. S.; CHAVEZ, K.; MATEU, E.; ORSINI, G.; ARVELO, F.; SUÁREZ, A. Composition and Cytotoxic Activity of Essential Oils from Croton matourensis and Croton micans from Venezuela. Records of Natural Products, v. 4, n. 2, p. 101-108, 2010. CORDEIRO, I. e CARNEIRO-TORRES, D. Euphorbiaceae. In: Checklist das plantas do nordeste brasileiro: Angiospermas e Gymnospermas. Brasília: Ministério de Ciência e Tecnologia. 2006. p 71-74. CORDEIRO, I., SECCO, R., CARNEIRO-TORRES, D.S., LIMA, L.R. DE, CARUZO, M.B.R., BERRY, P., RIINA, R.G. 2010. Croton in: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010). COSTA, I. R.; ARAÚJO, F. S.; LIMA-VERDE, L. W. Flora e aspectos auto-ecológicos de um encrave de cerrado na chapada do Araripe, Nordeste do Brasil. Acta botanica brasílica, v. 18, n.4, p. 759-770, 2004. COSTA, J. G. M.; RODRIGUES, F.F.G.; ANGÉLICO, E.C.; PEREIRA, C.K.B.; SOUSA, E.O.; CALDAS, G.F.R.; SILVA, M.R.; SANTOS, N.K.A.; MOTA, M,L.; 64 SANTOS, P.F.; Composição química e avaliação da atividade antibacteriana e toxicidade do óleo essencial de Croton zehntneri (variedade estragol). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 4, p. 583-586, 2008. COSTA M. P.; MAGALHÃES, N. S. S.; GOMES, F. E. S.; MACIEL, M. A. M. Uma revisão das atividades biológicas da trans-desidrocrotonina, um produto natural obtido de Croton cajucara. Revista brasileira de farmacognosia, João Pessoa, v.17, n. 2, 2007. CRAVEIRO A.; SILVEIRA, E. R.; BRAZ FILHO, R.; MASCARENHAS, I. P.. Sonderianin, a furanoid diterpene from Croton urucurana. Phytochemistry. v. 20, p.852-854, 1982. CRUZ, G. L. Dicionário das plantas úteis do Brasil. 2ª ed., Rio de Janeiro: Ed. Edel, 1982. CSEKE, L.; KIRAKOSIAN, A.; KAUFMAN, P.; WARBER, S.; DUKE, J.; BRIELMANN, H.L. Natural products from plants. Second edition. CRS Press, 2006. DAKSHINI, K.M.M.; FOY,C.L. e INDERJIT. Allelopathy: one component in a multifaceted approach to ecology. In INDERJIT; DAKSHINI, K.M.M. & FOY, C.L. (Eds.) Principles and practices in plant ecology. Boca Raton: CRC Press, 1999. p.314. DAL BO, S. JUNGENSEN, S.; HORST, H.; RUZZA, A. A.; SOETHE, D. N.; SANTOS, A. R. S.; PIZZOLATI, M. G.; RIBEIRO-DO-VALLE, R. M.. Antinociceptive effect of proanthocyanidins from Croton celtidifolius bark. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 57, p. 765-771, 2005. DANTAS I. C., GUIMARÃES F. R. Plantas medicinais comercializadas no municipio de Campina Grande, PB. BioFar (Revista de Biologia e Farmácia), v. 1, n. 1, 2007.1 DI STASI L. C.; HIRUMA, C. A.; GUIMARÃES, E. M.; SANTOS, C. M. Medicinal plants popularly used in Brazilian Amazon. Fitoterapia, v. 65, p. 529-540, 1994. DOURADO, R. C. M.; SILVEIRA, E. R.; Preliminary investigation on the volatile constituents of Croton sonderianus Muell. Arg.: Habitat, plant part and harvest time variation. Journal of Essential Oil Research, v.17, p. 36-40, 2005. DURIGAN, J.C.; ALMEIDA, F.S. Noções sobre a alelopatia. Jaboticabal: UNESP/FUNEP, 1993. 28p. EINHELLIG, F.A. Interactions involving allelopathy in cropping systems. Agronomy Journal, v. 88, n. 6, p. 886-893, 1996. 65 El-BABILI, F. E.; MOULIS, C.; BON, M.; RESPAUD, M. J.; FOURASTÉ, I. Three furano diterpenes from the bark of Croton campestris. Phytochemistry, v. 31, p.165169, 1998. FARIAS, R. A. F. RAO, V. S.; VIANA, G. S.; SILVEIRA, E. R.; MACIEL, M. A.; PINTO, A. C. Hypoglycemic effect of trans-dehydrocrotonin, a nor-clerodane diterpene from Croton cajucara. Planta Medica, v. 66, p. 558-560, 1997. FATTORUSSO, E. ORAZIO TAGLIALATELA-SCAFATI, O. T.; CAMPAGNUOLO, C.; SANTELIA, F. U.; APPENDINO, G.; SPAGLIARDI, P. Diterpenoids from Cascarilla (Croton eluteria Bennet). Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 50, n. 18, p. 5131-5138, 2002. FERRAZ, D. K.; ARTES, R.; MANTONI, W.; MAGALHÃES, L. M. Fenologia de árvores em fragmento de mata em São Paulo, SP. Revista Brasileira de Biologia, v. 59, n.2, p.305-317, 1999. FERREIRA, A. G. e ÁQUILA, M. E. A. Alelopatia: uma área emergente da ecofisiologia. Revista Brasileira de FisiologiaVegetal, v. 12(Edição Especial), p.175204, 2000. FONTENELLE, R. O. S. Efeito antifúngico de óleos essenciais de Lippia sidoides Cham., Croton argyrophylloides Muell., Croton zenhtneri Pax et Hoffm., Croton nepetaefolius Baill. e de seus principais constituintes contra dermatófitos e Candida spp. isolados de cães. 2008. 162 f. Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias) – Universidade Estadual do Ceará – UECE, Fortaleza-CE. FONTENELLE, R. O.; MORAIS, S. M.; BRITO, E. H. S.; R S N BRILHANTE, R. S. N.; R A CORDEIRO, C. A.; NASCIMENTO, N. R. F.;KERNTOPF, M. R.; SIDRIM, J. J. C.; ROCHA, M. F. G.. Antifungal activity of essential oils of Croton species from the Brazilian Catinga biome. Journal of applied microbiology; v.104, n. 5, p.1383-1390, 2008. FOURNIER, L.A. Un método cuantitativo para la medición de características fenológicas en árboles. Turrialba, v. 24, n. 4, p. 422-423, 1974. FOURNIER, L.A.; CHARPANTIER, C. El tamaño de la muestra y la frecuencia de las observaciones en el estudio de las características fenológicas de los árboles tropicales. Turrialba, v. 25, n. 1, p. 45-48, 1975. FREI, B.; BALTISBERGER, M.; STICHER, O; HEINRICH, M. Medical ethnobotany of the Zapotecs of the Isthmus-Sierra (Oaxaca, Mexico): Documentation and assessment of indigenous uses. Journal of Ethnopharmacology, v. 62, p. 149–165, 1998. 66 FUNDAÇÃO CEARENSE DE METEREOLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS. Gráficos de Chuvas dos Postos Pluviométricos. Disponível em: <http://www.funceme.br/index.php/areas/tempo/grafico-de-chuvas-dos-postospluviometricos> Acesso em: 01 Jun 2010. GABOR, W. E. e VEATCH, C. Isolation of phytotoxin from quackgrass (Agropyon repens) rhizomes. Weed Science, v. 29, p. 155-159, 1981. GARCIA, L. C. Fenologia de espécies da Canga em Barão de Cocais, Quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. 2007. 123 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. GNIAZDOWSKA, A. e R. BOGATEK. Allelopathic interactions between plants. Multisite action of allelochemicals. Acta Physiologiae Plantarum, v. 27, n. 3, p. 395407, 2005. GOMES, A. P. S.; SALES, M. F. DE; BERRY, P. E. Croton limae (Euphorbiaceae), a new species of section Argyroglossum from northeastern Brazil. Brittonia, v. 62, n. 3, p. 206–209, 2010. GOMES, E. C. S.; BARBOSA, J.; VILAR, F. C. R.; PEREZ, J. O.; VILAR, R. C.; FREIRE, J. L. O.; LIMA, A. N.; DIAS, T. J. Plantas da caatinga de uso terapêutico: levantamento etnobotânico. Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia, v. 5, n. 2, p. 74–85, 2008. GOTTLIEB, O. R., KAPLAN, M, A.; BORIN, M. R.; Biodiversidade um Enfoque Quimio biológico. Rio de Janeiro: Editora UERJ, 1996. 267 p. GOVAERTS, R.; FRODIN, D. G.; RADCLIFFE-SMITH, A. Croton. In: World Checklist and bibliography of Euphorbiaceae (and Pandaceae). Royal Botanic Gradens Kew. Lodon, v. 2, p. 417-536, 2000. GRANOWITZ, E. V.; BROWN, R. B. Antibiotic adverse reactions and drug interactions. Critical Care Clinics, v. 24, Issue 2 , p. 421-442, 2008. GRASSI-KASSISSE, D. M.; WOLF-NUNES, V.; MIOTTO, A. M.; FARIAS-SILVA, E.; SOUZA BRITO, A. R.; NUNES, D. S. Sensitivity to beta-adrenoceptor agonists of adipocytes from rats treated with an aqueous extract of Croton cajucara Benth. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 55, n. 2, p. 253-257, 2003 GRIZ, L. M. S. e MACHADO, I. C. S. Fruiting phenology and seed dispersal syndromes in caatinga, a tropical dry forest in northeast of Brazil. Journal of Tropical Ecology, v.17, p. 303-321, 2001. 67 GRYNBERG, N. F.; ECHEVARRIA, A.;LIMA, J. E., PAMPLONA, S. G. S. R.; PINTO, A. C.; MACIEL, M. A. M.. Antitumor activity of two 19-nor-clerodane diterpenes, trans dehydrocrotonin and trans-crotonin, from Croton cajucara. Planta Medica, v. 65, n. 8, p.687-689, 1999. GURGEL, L. A.; SILVA, R. M., SANTOS, F. A., MARTINS, D.T., MATTOS, P. O., RAO, V. S. Studies on the antidiarrhoeal effect of dragon´s blood from Croton urucurana. Phytotherapy Research, v. 15, p. 319-322, 2001. GURGEL, L. A.; SIDRIM, J. J. C.; MARTINS, D. T.; CECHINEL, V.; RAO, V. S. In vitro antifungal activity of dragon´s blood from Croton urucurana against dermatophytes. Journal of Ethnopharmacology, v. 97, p. 409-412, 2005. HALL, M. H.; HENDERLONG, P. R. Alfalfa autotoxic fraction characterization and initial separation. Crop Science., v. 29, n. 2, p. 425-428, 1989. HIRUMA-LIMA, C. A.; GRACIOSO, J. S.; NUNES, D. S.;SOUZA BRITO, A. R. Effects of an essential oil from the bark of Croton cajucara Benth. on experimental gastric ulcer models in rats and mice. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 51, n. 3, p. 341-346, 1999. HIRUMA-LIMA, C. A.; GRACIOSO, J. S.; RODRIGUEZ, J. A.; HAUN, M.; NUNES, D. S.;SOUZA BRITO, A. R. Gastroprotective effect of essential oil from Croton cajucara Benth. (Euphorbiaceae). Journal of Ethnopharmacology, v. 69, n. 3, p. 229234, 2000 HIRUMA-LIMA, C. A.; GRACIOSO, J. S.; BIGHETTI, E. J.; GRASSI-KASSISSE, D. M.; NUNES, D. S.;BRITO, A. R. Effect of essential oil obtained from Croton cajucara Benth. on gastric ulcer healing and protective factors of the gastric mucosa. Phytomedicine, v. 9, n. 6, p. 523-529, 2002. ICHIHARA, Y.; TAKEYA, K.; HITOTSUYANAGI, Y.; MORITA, H.; OKUYAMA, S.; SUGANUMA, M.; FUJIKI, H.; MOTIDOME, M.; ITOKAWA, H.. Cajucarinolide and iso-cajucarinolide: anti-inflammatory diterpenes from Croton cajucara. Planta Medica, v. 58, p. 549, 1992. INDERJIT; DAKSHINI, K. M. M. On laboratory biossays in allelopathy. Botanical Review, v. 61, n. 1, p. 28-44, 1995. INDERJIT; DEL MORAL, R. Is separating resource competition from allelopathy realistic. The Botanical Review, v. 63, p.221- 227, 1997. INDERJIT; DUKE, S.O. Ecophysiological aspects of allelopathy. Planta, v. 217, p. 529-539, 2003. 68 INDERJIT; WESTON, L. A. Are laboratory biossays for allelopathy suitable for prediction of field responses? Journal of Chemical Ecology, v. 26, n. 9, p. 2111-2118, 2000. JAVADPOUR, M. M.; JUBAN, M. M.; LO, W. C.; BISHOP, S. M.; ALBERTY, J. B.; COWELL, S. M.; BECKER, C. L.; MCLAUGHLIN; M. L. New antimicrobial peptides with low mammalian cell toxicity. Journal of Medicinal Chemistry, v. 39, n. 16, p. 3107-3113, 1996. JUERGENS, U.R. ; DETHLEFSENW, U.; STEINKAMPZ, G. ; GILLISSEN, A.; REPGESZ, R.; VETTER, H. Anti-inflammatory activity of1.8-cineol (eucalyptol) in bronchial asthma: a double-blind placebo-controlled trial. Respiratory Medicine, v. 97, p. 250-256, 2003. KAGAWA, D; JOKURA, H; OCHIAI, R; TOKIMITSU, I; TSUBONE, H. The Sedative Effects and Mechanism of Action of Cedrol Inhalation with Behavioral Pharmacological Evaluation. Planta Medica, v. 69, n. 7, p. 637-641, 2003. KALIL FILHO, A. N.; KALIL, G. P. C.; LUZ, A. I. R. Conservação de germoplasma de plantas aromáticas e medicinais da Amazônia brasileira para uso humano. EMBRAPA, Comunicado técnico, n. 50, p.1-4, 2000. KEITH, C. T.; BORISY, A. A.; STOCKWELL, B. R. Multicomponent therapeutics for networked systems. Nature Reviews Drug Discovery, n. 4, p. 71–78, 2005. KHARIN, N. G. Mathematical models in phenology. Journal of Biogeography, v. 3, p. 357-364, 1976. KLIGER, B.; MAIZES, V.; SCHACHTER, S.; PARK, C.M GAUDET, T.; BENN, R.; LEE, R.; REMEN, R.N. Core competencies in integrative medicines for medical school curricula: a proposal. Academic Medicine, v.79, p.521-531, 2004. LAHLOU, S. ; LEAL-CARDOSO, J. H. ; MAGALHÃES, P. J. C. . Essential oil of Croton nepetaefolius decreases blood pressure through an act upon vascular smooth muscle: studies in DOCA-salt hypertensive rats. Planta Medica, Alemanha, v. 66, n. 2, p. 138-143, 2000. LAHLOU, S.; LEAL-CARDOSO, J.H.; MAGALHÃES, P.J.; COELHO-DE-SOUZA, A.N.; DUARTE, G.P. Cardiovascular effects of the essential oil of Croton nepetaefolius in rats: role of the autonomic nervous system. Planta Medica, v.65, n.6, p.553-557, 1999. 69 LANGMEAD L e RAMPTON DS. Review article: herbal treatment in gastrointestinal and liver disease: benefits and dangers. Alimentary Pharmacology & Therapeutics, v. 15, p. 1239-1252, 2001. LAZARINI, C. A.; UEMA, A. H.; BRANDÃO, G. M.; GUIMARÃES, A. P., BERNARDI, M. M. Croton zehntneri essential oil: effects on behavioral model related to depression and anxiety. Phytomedicine, v.7, n.6, 477-481, 2000. LEE, K. G.; SHIBAMOTO, T. Antioxidant activities of volatile components isolated from Eucalyptus species. Jounal of the Science of Food and Agriculture. V. 81, p. 1573-1579, 2001. LIETH, H. 1974. Introduction to phenology and modeling of seasonality. In: Phenology and seasonality modeling (H. LIETH, ed.) Springer-Verlag, New York, p. 3-19. LIMA, M. G. A.; MAIA, I. C. C.; SOUSA, B. D.; MORAIS, S. M.; FREITAS, S. M. Effect of stalk and leaf extracts from Euphorbiaceae species on Aedes aegypti (Diptera, Culicidae) larvae. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 48, n. 4, p. 211-4, 2006. LIMA, M. R. O; FUNCH, L.S. Fenologia de espécies de Euphorbiaceae e Melastomataceae da mata ciliar do Rio Lençois, Parque Nacional da Chapada Diamantina, Bahia, In: Seminário de Iniciação Científica da Universidade Estadual de Feira de Santana, 14., 2010, Feira de Santana. Anais...Feira de Santana: UEFS, 2010. LOPES, D.; BIZZO, H.R.; SÁ SOBRINHO, A.F.; PEREIRA, M.V.G. Linalool-rich essential oil from leaves of Croton cajucara Benth. Journal of Essential Oil Research, v.12, p. 705-708, 2000. LOPES, D.; BIZZO, H.R.; SÁ SOBRINHO, A.F.; PEREIRA, M.V.G. Essential oil from leaves of Croton sacaquinha BENTH. Journal of Essential Oil Research, v. 15, p. 48, 2003. LÓPEZ, P. V. A. Bioprospecção de extratos de Croton urucurana Baill e seus fungos endofíticos. 2010. 137 f. Dissertação (Mestrado em Microbiologia, Parasitologia e Patologia) - Universidade Federal do Paraná. LORENZI, H. Árvores brasileiras:manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2º ed, vol. 1. Nova Odessa, SP: Editora Plantarum, 1998. p. 97-112. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais do Brasil: nativas e exóticas cultivadas; computação gráfica Gomes. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. LUCENA, R. F. P. A hipótese da aparência ecológica poderia explicar a importância local de recursos vegetais em uma área de caatinga? 2005. 92 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal Rural de 70 Pernambuco, Recife. MACHADO, I. C. S.; BARROS, L. M.; SAMPAIO, E. V. S. B. Phenology of caatinga species at Serra Talhada, PE, Northeastern Brazil. Biotropica, v. 29, n. 1, p. 57-68, 1997. MACHADO, M. M. Perfil fitoquímico e avaliação dos principais efeitos biológicos e imunológicos in vitro da Euphorbia tirucalli L. 2007. 105 f. Dissertação (mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria – RS. MACIEL, M. A. M.; PINTO, A.C.; ARRUDA, A.C.; PAMPLONA, S.G.S.R.; VANDERLINE, F.A.; LAPA, A.J.; ECHEVARRIA, A.; GRYNBERG, N.F.; CÔLUS, I.M.S.; FARIAS, R.A.F.; LUNA COSTA, A.M.; RAO, V.S.N.. Ethnopharmacology, phytochemistry and pharmacology: a successful combination in the study of Croton cajucara. Journal of Ethnopharmacology, v.70, p. 41–55, 2000. MACIEL, M.A.M.; PINTO, A.C.; BRABO, S.N.; SILVA, M.N. Terpenoidsfrom Croton cajucara. Phytochemistry, v.49, n.3, p.823-828,1998. MACIEL M. A. M., PINTO AC, VEIGA JR VF. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Química Nova, v. 25, n. 3, p. 429-438, 2002. MAGALHÃES, A. Perfil etnobotânico e conservacionista das comunidades do entorno da Reserva Natural Serra das Almas, Ceará-Piaui, Brasil. 2006. 81 f. Dissertação (mestrado em Meio Ambiente) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. MAGALHÃES, P. J. C.; CRIDDLE, D. N.; TAVARES, R. A.; MELO, E. M.; MOTA, T. L.; LEAL-CARDOSO, J. H. Intestinal myorelaxant and antispasmodic effects of the essential oil of Croton nepetaefolius and its constituents cineole, methyl-eugenol and terpineol. Phytotherapy Research, v. 12, p. 172-177, 1998. MAGALHÃES, P. J. C.; LAHLOU, S.; SANTOS, M. A.V.; PRADINES, T. L.; LEALCARDOSO, J. H. Myorelaxant effects of the essential oil of Croton nepetaefolius on the contractile activity of the guinea-pig tracheal smooth muscle. Planta Medica, Alemanha, v. 69, p. 874, 2003. MAGALHÃES, P. J. C.; LAHLOU, S.; LEAL-CARDOSO, J. H. . Antispasmodic effects of the essential oil of Croton nepetaefolius on guinea pig ileum: a myogenic activity. Fundamental and Clinical Pharmacology, v. 18, p. 539, 2004. MAHADY, G. B. Global harmonization of herbal health claims. Journal of Nutrition, v. 131, n. 3, p. 1120S-1123S, 2001. MANO, A. R. O. Efeito alelopático do extrato aquoso de sementes de cumaru (Amburana cearensis S.) sobre a germinação de sementes, crescimento e 71 crescimento de plântulas de alface, picão-preto e carrapicho. 2006. 102f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. MARTINS, A.P.; SALGUEIRO, L. R.; GONÇALVES, M. J.; VILA, R.; TOMI, F.; ADZET, T.; DA CUNHA, A. P.; CANIGUERAL, S.; CASANOVA, J. Antimicrobial activity and chemical composition of the bark oil of Croton stellulifer, an endemic species from S. Tome e Principe. Planta Medica, v. 66, n. 7, p. 647-650, 2000. MATOS, F. J. A. Plantas da medicina popular do Nordeste: propiedades atribuídas e confirmadas. Fortaleza: EUFC, 1999. MATOS, F.J.A. Plantas medicinais. 2 ed. Imprensa Universitária-UFC, 2000. MECCIA, G.; ROJAS, L. B.; ROSQUETE, C.; SAN FELICIANO, A. S. Essential oil of Croton ovalifolius Vahl from Venezuela. Flavour and Fragrance Journal, v.15, p. 144-146, 2000. MEDEIROS, A. R. M. Alelopatia: importância e suas aplicações. Hortisul, v. 1, n. 3, p. 27-32, 1990. MELLIOU, E.; STRATIS, E., CHINOU, I. Volatile constituents of propolis from various regions of Greece – Antimicrobial activity. Food Chemistry, v. 103, Issue 2, p. 375-380, 2007. MILLER, D.A. Allelopathy in forage crop systems. Agronomy Journal. v. 88, n. 6, p. 854-859, 1996. MILO, B.; RISCO, E.; VILA, R.; IGLESIAS, J.; CAÑIGUERAL, S. Characterization of a fucoarabinogalactan, the main polysaccharide from the gum exudate of Croton urucurana. Journal of Natural Products, v. 65, p. 1143, 2002. MORALES, F.F.; AGUILAR, M. I., DÍAZ, B. K.; DE SANTIAGO-GÓMEZ, J. R.; HENNSEN. B. L. Natural diterpenes from Croton ciliatoglanduliferus as photosystem II and photosystem I inhibitors in spinach chloroplasts. Photosynthesis Research, v. 91, n. 1, p. 71–80, 2007. MORAIS S. M.; JÚNIOR, F. E. A. C.; SILVA, A. R. A.; NETO, J. S. M.; RONDINA, D.; CARDOSO, J. H. L.. Atividade antioxidante de óleos essenciais de espécies de Croton do nordeste do Brasil. Química Nova, São Paulo, v. 29, n. 5, Sept./Oct. 2006. MORELLATO, L. P. C.; LEITÃO-FILHO, H. F., RODRIGUES, R. R.; JOLY, C. A., Estratégias fenológicas de espécies aebóreas em florestas de altitude da serra do Japi, Jundiaí, São Paulo. Revista Brasileira de Biologia, v. 50, n. 1, p. 149-162, 1990. MORELLATO, L. P. Estudo da fenologia de ávores, arbustos e lianas de uma floresta semidecídua no sudeste do Brasil. 1991. 176 f. Tese (Doutorado em Biologia 72 Vegetal) – Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, Caampinas-SP. MOURA, V. L. A.; MONTE, F. J. O.; BRAZ-FILHO, R.; A new casbane-type diterpenoid from Croton nepetaefolius. Journal of Natural Products, v. 53, n. 6, p. 1566-1571, 1990. MUKHERJEE, R. e AXT, E. M.; Cyclitols from Croton celtidifolius. Phytochemistry, 23, p. 2682-2684, 1984. MULLER, C.H. Allelopathy as a factor in ecological process. Vegetatio, v. 18, p. 348357, 1969. NADER, T. T. Potencial de atividade antimicrobiana in vitro de extratos vegetais do cerrado frente estirpes de Staphylococcus aureus. 2010. 56 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista– Unesp, Jaboticabal-SP. NARDI, G. M.; FELIPPI, R.; DALBO, S.; SIQUEIRA-JUNIOR, J. M.; ARRUDA, D. C.; DELLE MONACHE, F.; TIMBOLA, A. K.; PIZZOLATTI, M. G.; CKLESS, K.; RIBEIRO-DO-VALLE, R. M. Anti-inflammatory and antioxidant effects of Croton celtidifolius bark. Phytomedicine, v.10, n.2/3, p.176-184, 2003. NEWSTROM, L. E.; FRANKIE, G. W.; BAKER, H. G. A new classification for plant phenology based on flowering patterns in lowland Tropical Rain Forest trees at La Selva, Costa Rica. Biotropica, v, 26, n. 2, p. 141-159, 1994. NIMER, E., 1989: Climatologia do Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro, RJ; 421 p. NORTE, M. C. B.; COSENTINO, R. M.; LAZARINI, C. A.. Effects of methyl-eugenol administration on behavioral models related to depression and anxiety, in rats. Phytomedicine. v.12, n4, p. 294-298, 2005. NUÑEZ, L. A.; ROMERO-ROMERO, T.; VENTURA, J. L.; BLANCAS, V.; ANAYA, A. L.; CRUZ-ORTEGA, R. Allelochemical stress causes inhibition of growth and oxidative damage in Lycopersicon esculentum Mill. Plant, Cell and Environment, v. 29, n.11, p. 2009–2016, 2006. OLIVEIRA, A. C.; LEAL-CARDOSO, J. H.; SANTOS, C.F.; MORAIS, S.M.; COELHO-DE SOUZA, A . N. Antinociceptive effects of the essential oil of Croton zehntneri im mice. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.34, p.1471-1474, 2001. 73 OLIVEIRA, I. S.; LIMA, J. C. S.; SILVA, R. M.; MARTINS, D. T. O. Triagem da atividade antibacteriana in vitro do látex e extratos de Croton urucurana Baillon. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18 n.4, João Pessoa Oct./Dec. 2008. OLIVEIRA JUNIOR, D. A.; SILVA, R. A.; ARAÚJO, L. L.; SANTOS JÚNIOR, R. J.; ARNAUD, A. F. Caracterização fenológica das plantas apícolas herbáceas e arbustivas da microrregião de Catolé do Rocha – PB – Brasil. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.3, n.4, p. 86-99 outubro/dezembro 2008. OLIVEIRA M. F. S. Bebendo na raiz: um estudo de caso sobre saberes e técnicas medicinais do povo brasileiro. 2008. 282 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) - Universidade de Brasília – UnB, Brasília. ORLANDI-MATTOS, P. E.; GEREMIAS, R.; CORDOVA, C. A. S.; CRECZYNSKIPASA, T. B., REBELLO, J. M.; WILHEM FILHO, D.; MARTINS, D. T. O.; LLESUY, S.; PEDROSA, R. C. Free Radical Biology & Medicine, v. 33, p.645, 2002. OLIVEIRA, R. A. G.; LIMA,E. O.; VIEIRA, W. L.; FREIRE, K. R. L.; TRAJANO, V. N., LIMA, I. O.; SOUZA, E. L.; TOLEDO, M. S.; SILVA-FILHO, R. N. Estudo da interferência de óleos essenciais sobre a atividade de alguns antibióticos usados na clínica. Revista Brasileira de Farmacognosia Brazilian Journal of Pharmacognosy. v. 16, n. 1, p. 77-82, 2006. PALMEIRA, S. F.; MOURA, F. S.; ALVES, V. L.; DE OLIVEIRA, F. M.; BENTO, E. S.; CONSERVA, L. M.; ANDRADE, E. H. A. Neutral components from hexane extracts of Croton sellowii. Flavour and Fragrance Journal, v. 19, p. 69, 2004. PASSOS, L. C. Fenologia, polinização e reprodução de duas espécies de Croton (Euphorbiaceae) em mata semidecídua. 1995. 90 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) – Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, Campinas-SP. PEREIRA, A. S.; AMARAL, A. C. F.; BARNES, R. A.; CARDOSO, J. N.; AQUINO NETO, F. R. Identification of isoquinoline alkaloids in crude extract by high temperature gas chromatography– mass spectrometry. Phytochemical Analysis,. v. 10, n. 5; p. 254-258, 1999. PEREIRA, A. ; CARBONELL, S.A. ; F. R. AQUINO NETO; AMARAL, A. C. F. ; BARNES, R.A. High temperature High Resolution Gás Chromatography with glass capillary columns for the screening of natural products; Journal of Chromatography A, v. 947, p. 255; 265, 2002. PEREIRA, R. M. A. ARAÚJO FILHO, J.A.; LIMA, R.V.; PAULINO, F.D.G.; LIMA, A.O. N.; ARAÚJO, Z.B. Estudo fenológico de algumas espécies lenhosas e herbáceas da caatinga. Ciência Agronômica, v. 20, n. 1 e 2, p. 11-20, 1989. 74 PERES, F.; MOREIRA, J. C. Saúde e Ambiente e sua Relação com o Consumo DE Agrotóxicos em um Pólo Agrícola do Estado do Rio de Janeiro, Brasil; Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, 23 Sup 4:S612-S621, 2007. PERES, M. T. L. P.; MONACHE, F.D.; CRUZ, A. B.; PIZZOLATTI, M. G.; YUNES, R. A. Chemical and antimicrobial activity of Croton urucurana Baillon (Euphorbiaceae). Journal of Ethnofarmacology. v. 56, n. 3, p. 223-226, 1997. PERES, M. T. L. P.; PIZZOLATI, M. G.; YUNES, R. A.; MONACHE, F. D. Clerodane diterpenes of Croton urucurana. Phytochemistry. v. 49, p.171-174, 1998a. PERES, M. T. L. P.; MONACHE, F. D.; PIZZOLATTI, M. G.; SANTOS, A. R. S.; BEIRITH, A.; CALIXTO, J. B.; YUNES, R. A. Analgesic compounds of Croton urucurana Baillon. Phamaco chemical criteria used in their isolation. Phytotherapy Research, v. 12, p. 209-211, 1998b. RAMOS, M. A.; MEDEIROS, P. M., ALMEIDA, A. L. S., FELICIANO, A. L. P.; ALBUQUERQUE, U. P.. Can wood quality justify local preferences for firewood in an area of caatinga (dryland) vegetation? Biomass and Bioenergy, Published by Elsevier Ltd. Pgs. 7, 2007. RAMOS, S. C. S.; OLIVEIRA, J. C. S.; CÂMARA, C. A. G.; CASTELAR, I.; CARVALHO, A. F. F. U.; LIMA-FILHO, J. V . Antibacterial and cytotoxic properties of some plant crude extracts used in Northeastern folk medicine. Revista Brasileira de Farmacognosia. João Pessoa, v. 19, n.2, p. 376-381, Abr./Jun. 2009. RAMOS, S. J.; FERNANDES, L. A.; MARQUES, C. C. L.; SILVA, D. D.; PALMEIRA, C .M.; MARTINS, E. R. Produção de matéria seca e óleo essencial de menta sob diferentes doses de fósforo. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 8; n.1, p. 9-12, 2005. RATES, S. M. K. Plants as source of drugs. Toxicon, v. 39, p. 603–613, 2001. RAVEN, P.H; EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001, 906 p. REIGOSA, M. J.; SÁNCHEZ – MOREIRA, A.; GONZÁLEZ, L. Ecophysiological approach in allelopathy. Critical Reviews in Plant Sciences. Florida, v.18, n. 5, p.577608, 1999. REZENDE, C.P.; PINTO, J. C.; EVANGELISTA, A. R.; SANTOS, I. P. A. Alelopatia e suas interações na formação e manejo de pastagens. Boletim Agropecuário, Universidade Federal de Lavras, MG., v. 54, p.1-55, 2003. RICE, E. L. Allelopathy. New York: Academic Press, 1974. 150 p. 75 RICE, E.L. Allelopathy. New York: Academic Press, USA, 1984. 422 p. RIZVI, S.J.H.; HAQUE, H.; SINGH, U.K.; RIZVI, V. A discipline called allelopathy. In:RIZVI, S.J.H.; RIZVI, V. (Eds.) Allelopathy: basic and applied aspects. London, Chapman & Hall, 1992. p.1-10. RIZVI, S.J.H.; RIZVI, V. Explotation of allelochemicals in improving crop productivity. In: RIZVI, S.J.H. & RIZVI, H. (Eds.) Allelopathy: Basic and applied aspects. London, Chapman & Hall, 1992. p.443-472. ROMERO, T. NIETO, S. S ; BADILLO, S.J; ANAYA, A.L.; ORTEGA, R.C. Comparative effects of allelochemical and water stress in roots of Lycopersicom esculentum Mill. (Solanaceae). Plant Science, v.168, p. 1059 – 1066, 2005. ROSA, M. D. S.; MENDONÇA, R. R.; BIZZO, H. R.; RODRIGUES, I. D.; SOARES, M. A.; SOUTO PADRON, T.; ALVIANO, C. S.; LOPES, A. H. C. S. Antileishmanial activity of a linalool-rich essential oil from Croton cajucara. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 47, n. 6, p.1895, 2003. ROZZA, A. L. Atividade gastroprotetora do óleo essencial de Citrus lemon (Rutaceae), de seus componentes principais Limoneno e β-pineno e do óleo essencial de Croton cajucara (Euphorbiaceae). 2009. 73 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências, Botucatu – SP. SALATINO, A., SALATINO, M. L. F.; NEGRI, N. Traditional uses, Chemistry and Pharmacology of Croton species (Euphorbiaceae). Journal of the Brazilian Chemical Society, v. 18, n. 1, p.11-33, 2007. SALVAT, A.; ANTONNACCI, L.; FORTUNATO, R. H.; SUAREZ, E. Y.; GODOY, H. M. Screening of some plants from North Argentin for their antimicrobial activity. Letters in Applied Microbiology, v. 32, n. 5, p. 293-297, 2001. SAMPIETRO, D. A. Alelopatia: Concepto, características, metodologia de estúdio e importância. Disponível em: http.//fai.enne.edu. ar/biologia/ alelopatia/alelopatia.htm. Acesso em: 5 jun. 2011. SANTOS, P. M. L.; SCHRIPSEMA, J.; KUSTER, R. M. Flavonóides O-glicosilados de Croton campestris St. Hill (Euphorbiaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 15, n. 4, p. 321-325, 2005. SANTOS, F. V. ; MESQUITA, S. F. P. ; FARIA, M. J. S. S.; MACIEL, M. A. M. ; PINTO, A. C. ; MORIMOTO, H. K. ; COLUS, I. M. S. Absence of mutagenicity in somatic and germ cells of mice submitted to subchronic treatment with an extract of Croton cajucara Benth (Euphorbiaceae). Genetics and Molecular Biology, v. 29, p. 159-165, 2006. 76 SANTOS, H. S.; BARROS, F.W.A.; ALBUQUERQUE, M.R.J.R.; BANDEIRA, P.N.; PESSOA, C.; BRAZ-FILHO, R.; MONTE, F.J.Q.; LEAL-CARDOSO, J.H.; LEMOS, T.L.G. Cytotoxic diterpenoids from Croton argyrophylloides. Journal of Natural Products, v. 72, n. 10, p. 1884-1887, Oct. 2009. SANTOS, K. K. A.; MATIAS, E. F. F.; ALMEIDA, T. S.; COSTA, J. G. M.; COUTINHO, H. D. M. Atividade antifúngica de extratos vegetais e animais da região do Cariri. Cadernos de Cultura e Ciência, Ano IV, v. 1, n. 2, p. 53-65, 2010. SANTOS, R.I. Metabolismo Básico e Origem dos Metabólitos Secundários. In: SIMÕES, C.M.O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN, G.; MELLO, J.C.P. de; Mentz, L.A. & Petrovick, P.R. Farmacognosia: da Planta ao Medicamento. Porto Alegre, UFRGS; Florianópolis, UFSC. 2007. SCARIOT, A.; SILVA, J. C. S.; FELFILI, J. M. Ecologia e conservação do cerrado. MMA, Brasília, 2005. SECCO, R. S. Flora da Reserva Ducke, Amazonas, Brasil: Euphorbiaceae- Parte I. Rodriguésia, v. 56, n. 86, p. 143-168, 2005. SILVA, G. B. MARTIM, L.; SILVA, C. L.; YOUNG, M. C. M.; LADEIRA, A. M. Potencial alelopático de espécies arbóreas nativas do Cerrado. Hoehnea, v. 33, n. 3, p. 331-338, 6 tab.,2006 a. SILVA, J. S.; SALES, M. F.; GOMES, A. P. S.; CARNEIRO-TORRES, D. S. Sinopse das espécies de Croton L. (Euphorbiaceae) no estado de Pernambuco, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 24, n.2, São Paulo, abr./jun. 2010. SILVA, M. S.; ANTONIOLLI, A. R.; BATISTA, J. S.; MOTA, C. N. Plantas medicinais usadas nos distúrbios do trato gastrintestinal no povoado Colônia Treze, Lagarto, SE, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v.20, n.4, 815-829, São Paulo out./dez. 2006 b. SILVA, R. M.; SANTOS, F. A.; MACIEL, M. A. M.; PINTO, A. C.; RAO, V. S.;. Effect of trans-dehydrocrotonin, a 19- nor-clerodane diterpene from Croton cajucara on experimental hypertriglyceridaemia and hypercholesterolaemia induced by triton WR1339 (tyloxapol) in mice Planta Medica. v. 67, p. 763, 2001 a. SILVA, R. M.; SANTOS, F. A.; MACIEL, M. A. M.; PINTO, A. C.; RAO, S. N.. The lipid-lowering effect of transdehydrocrotonin, a clerodane diterpene from Croton cajucara Benth. in mice fed on high-fat diet. Journal of Pharmacy and Pharmacology, v. 53, p. 535, 2001 b. SILVA, Z. L. Alelopatia e defesa em plantas. Boletim Geogáfico, Rio de Janeiro, v. 36, n. 258 – 259, p. 90 – 96, 1978. 77 SIKKEMA, J.; BONT, J.A.M.; POOLMAN, B. Mechanism of membrane toxicity of hydrocarbons. Revista de Microbiologia, v.59, n.2, p.201-22, 1995. SINGH, H.P.; BATISH, D. R.; KAUR, S.; RAMEZANI, H.; KOHLI, R. K. Comparative phytotoxicity of four monoterpenes against Cassia occidentalis. Annals of Applied Biology, v.141, n.2, p.111-6, 2002. SIQUEIRA, L. C. Levantamento florístico e etnobotânico do estrato arbóreo em sistemas agroflorestais, Araponga, Minas Gerais. 2008. 118 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. SOUZA, C. D.; FELFILI, J. M. Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil. Acta botânica brasílica, v. 20, n. 1, p. 135-142, 2006. SOUZA FILHO, A.P.S. Proposta metodológica para análise da ocorrência de sinergismo e efeitos potencializadores entre aleloquímicos. Planta Daninha. v. 24, n. 3, p. 607-610, 2006. SOUZA FILHO, A.P.S.; SANTOS, R.A.; SANTOS, L.S.; GUILHON, G.M.P.; SANTOS, A.S.; ARRUDA, M.S.P.; MULLER, A.H.; ARRUDA, A.C. Potencial alelopático de Myrcia guianensis. Planta daninhana, v.24, n.4, p. 649-656, 2006. SOUZA FILHO, A. P. S.; VASCONCELOS, M. A. M.; ZOGHBI, M. G. B.; CUNHA, R. L. Efeitos potencialmente alelopáticos dos óleos essenciais de Piper hispidinervium C. DC. e Pogostemon heyneanus Benth sobre plantas daninhas. Acta Amazônica. v. 39, n. 2, p. 389- 396, 2009. SOUZA, M. A. A.; SOUZA, S. R.; VEIGA, J. R.; V. F.; CORTEZ, J. K. P. C.; LEAL, R. S.; DANTAS, T. N. C. Composição química do óleo fixo de Croton cajucara e determinação das suas propriedades fungicidas. Revista Brasileira de Farmacognosia. v. 16(Supl.), p. 599-610, 2006. SOUZA V. C.; LORENZI, H. Botânica sistemática – guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. 2. ed. Editora Plantarum, 2008. p.358-368. SUÁREZ, A.I.; COMPAGNONE, R. S., MARIA M. SALAZAR-BOOKAMAN, M. M. S.; TILLETT, S., MONACHE, F. D., DI GIULIO, C.; BRUGES, B. Antinociceptive and anti inflammatory effects of Croton malambo bark aqueous extract. Journal of Ethnopharmacology. v. 88, p. 11.14, 2003. TABARELLI, M.; VICENTE, A.; BARBOSA, D. C. A. Variation of seed dispersal spectrum of woody plants across a rainfall gradient in north-eastern Brazil. Jounal of Arid Environments, v. 53, p. 197-210, 2003. TAIZ, L; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal, Porto Alegre: Artmed, 2004, 719 p. 78 THOISON, O.; T. SEVENET, NIEMEYER, H.M.; RUSELL, G.B. Insect antifeedant compounds from Nothofagus dombeyi and N. pumilio. Phytochemistry, v.65, p.21732176, 2004. TIEPPO, M.; PORAWSKI, M.; SALVADOR, M.; MOREIRA, A. J.; COLLADO, P. S.; GONZÁLEZ-GALLEGO J.; MARRONI, N. P. Croton cajucara benth leaf extract scavenges the stable free radical DPPH and protects against oxidative stress induced by paraquat. Biological & Pharmaceutical Bulletin, v. 29, n. 1, p.161-165, 2006. VAN DEN BERG, M. E. Plantas Medicinais na Amazônia - Contribuição ao seu Conhecimento Sistemático. Belém: Gráfica Editora Falangola, 1993.158 p. VARALDO, P. E. Antimicrobial resistance and susceptibility testing: an evergreen topic. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v. 50, p. 1–4, 2002. VASCONCELOS, F. M. T.; ALBUQUERQUE, M. B.; FILHO, P. A. M.; SANTOS, R. C. Ação alelopática de extratos aquosos de Croton sonderianus sobre a germinação e crescimento de duas espécies daninhas do algodoeiro. In.CONGRESSO BRASILEIRO DO ALGODÃO, 7., 2009, Foz do Iguaçu –PR. Anais... Foz do Iguaçu, 2009. p. 17751780. VASCONCELOS, S. F. Fenologia e sindromes de dispersão de espécies arbustivas e arbóreas ocorrentes em uma área de carrasco no Planalto da Ibiapaba, Ceará. 2006. 70 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) – Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife. VEIGA J.R. V.F.; PINTO A.C.; MACIEL M.A.M. Plantas medicinais: cura segura? Química Nova, v. 28, n. 3, p. 519-528, 2005. VIGOR, C.; FABRE, N.; FOURASTE, I.; MOILIS, C..Three clerodane diterpenoids from croton eluteria Bennett. Phytochemistry, n. 57, n. 8, p.1209-1212, 2001. VIGOR, C.; FABRE, N.; FOURASTE, I.; MOILIS, C. Neoclerodane diterpenoids from croton eluteria. Journal of Natural Products, n. 65, n. 8, p.1180-1182, 2002. VITTI, A. M. S.; BRITO, J.O. Óleo essencial de Eucalipto. Documentos florestais, 17. p. 1-26, 2003. WEBSTER, G.L. A Provisional Synopsis of the Sections of the Genus Croton (Euphorbiaceae). Taxon, v. 42, p. 793-823, 1993. WEBSTER, G.L. Synopsis of the genera and suprageneric taxa of Euphorbiaceae. Annals of Missouri Botanical Garden, v. 81, n.1, p. 33-144. 1994 a. n. 79 WEBSTER, G.L. Classification of the Euphorbiaceae, Annals of Missouri Botanical Garden, v. 81: p. 3-32, 1994 b. WEIR, T.L.; PARK, S.W.; VIVANCO, J.M. Biochemical and physiological mechanisms mediated by allelochemicals.Current Opinion in Plant Biology, v.7, n. 4, p.472– 479. 2004. WHEELWRIGH, E. G. Medicinal Plants and their History. New York: Dover Publications, 1974. 288 p. WHITTAKER, R. W.; FEENY, P. P. Allelochemics: Chemical iteractions between species. Science, v. 171, n. 3973, p. 757 – 769, 1971. WINK, M. Evolution of secondary metabolites from an ecological and molecular phylogenetic perspective. Phytochemistry, v.64, n.1, p.3-19, 2003. WINK, M. Evolutionary advantage and Molecular Modes of Action of MultiComponent Mixtures Used in Phytomedicine. Current Drug Metabolism, v. 9, n.10, p.996-1009, 2008. WU, H.; HAIG, T.; PRATLEY, J.; LEMERLE, D.; AN, M. Biochemical basis for Wheat Seedling Allelopathy on the Suppresion of Annual Ryegrass (Lolium rigidum). Journal of Agricultural and Food Biochemistry, v.50, n.16, p.4567-4571, 2002. WURDACK, K. J. Molecular systematics and evolution of Euphorbiaceae sensu lato, Tese (PhD.em Sistemática e Evolução) - University of North Carolina, Chapel Hill, USA, 2002. WURDACK, K. J.; HOFFMANN, P.; CHASE, M. W. Molecular phylogenetic analysis of uniovulate Euphorbiaceae (Euphorbiaceae sensu stricto) using plastid rbcL and trnLF DNA sequences. American Journal of Botany, v. 92, p. 1397-1420, 2005.