LUTA BIOTÉCNICA NO COMBATE AO BICHADO DAS POMÓIDEAS
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LUTA BIOTÉCNICA NO COMBATE AO BICHADO DAS POMÓIDEAS
LUTA BIOTÉCNICA NO COMBATE AO BICHADO DAS POMÓIDEAS (Cydia pomonella). Autores: · António Augusto NASCIMENTO; Mª de Lurdes Bento Afonso SAMPAIO (1). (1) FRUCAR - Comércio de frutas Lda - Carrazeda de Ansiães Novembro de 2001 1- RESUMO O bichado da macieira, considerado a praga chave dos pomares de macieira, tem sido um dos inimigos que mais atenção tem merecido. Nesse âmbito, têm-se conseguido alguns avanços principalmente no que se refere à ponderação de datas de tratamentos - através da utilização de armadilhas sexuais -, e à escolha de pesticidas utilizados, recorrendo-se principalmente a produtos anti-quitina - diflubenzurão, triflumurão -, e ao fenoxicarbe, um inibidor do crescimento do crescimento de insectos (ALVES et al.,1998). Com o presente ensaio pretende-se, utilizando o luta biotécnica (ICI - s.a. triflumurão -) como método de combate ao bichado da macieira (Cydia pomonella L.), reduzir o número de tratamentos necessários ao combate da referida praga e consequente redução de custos na produção de pomóideas . Utilizando algumas estimativas do risco e os NEA, que fazem parte de todo o trabalho do técnico de protecção e produção integrada ao longo de uma campanha agrícola na produção de pomóideas, pretende-se determinar com maior exactidão as datas oportunas para a realização dos tratamentos, aplicando eficientemente a s.a. triflumurão e conseguir uma melhor eficácia do produto ALSYSTIN. PALAVRAS - CHAVE: Curva de voo, Estimativa do risco, Inibidores de crescimento de insectos (ICI), Nível económico de ataque (N.E.A.), Precocenas, Reguladores de crescimento de insectos (RCI). 2- BICHADO DA MACIEIRA (Cydia pomonella). 2.1- Classificação sistemática Ordem - Lepidoptera Familia - Tortricidae Género - Cydia Espécie - Cydia pomonella L. 2.2- Ciclo biológico (Cydia pomonella L.) O bichado passa o Inverno no estado de larva totalmente desenvolvida, protegida por uma estrutura esbranquiçada que mantém uma humidade alta e constante. Esta estrutura, designada casulo ou hibernaculum, encontra-se protegida em reentrâncias ou fendas da casca dos troncos das árvores ou mesmo em abrigos diversos, nomeadamente no solo, especialmente junto ao colo da árvore (MATEUS, 1999). A larva em diapausa tem a sua actividade reduzida, tal actividade não cessa completamente sendo mesmo possível a elaboração de um novo casulo, no caso de ele ser parcialmente destruído. Contudo este tipo de perturbações determinam uma elevada mortalidade no insecto (MATEUS, 1999). A pupação verifica-se na Primavera, numa época que varia em função do clima local e anual. Os adultos emergem de forma escalonada durante cerca de um mês e meio a dois meses (MATEUS, 1999). No estado adulto, o insecto tem hábitos crepusculares, sendo indispensável para a sua actividade que a temperatura ao pôr do sol seja superior a 15o C. Desde que este valor de temperatura seja alcançado, a actividade inicia-se um pouco antes do ocaso e termina com a noite escura LAVADINHO (1993). É durante este período que têm lugar as funções de alimentação, acasalamento e de oviposição (CRUZ, 1995 cit. BOVEY, 1966). As fêmeas vivem em média quinze dias e põem cerca de 50 ovos que são depositados em grupos de dois ou três, preferencialmente sobre as folhas, em menor proporção sobre os frutos e em escasso número nos ramos. O período de incubação dos ovos é de uma a três semanas, pelo que as primeiras larvas podem observar-se entre meados de Maio a meados de Junho, conforme os anos e a região (CRUZ, 1995 cit. BOVEY, 1966). A jovem larva à saída do ovo deambula na procura de frutos. A penetração neste verifica-se com frequência no local de contacto entre dois frutos, ou entre uma folha e um fruto e ainda na fosseta ou na base junto ao pedúnculo; no entanto a penetração pode verificar-se em qualquer outra zona livre do fruto (LAVADINHO, 1993). Uma vez no seu interior, a larva dirige-se para as pevides, abrindo uma galeria única ou bifurcada, em espiral (CRUZ, 1995 cit. BONNEMAISON, 1964). A permanência das larvas no interior dos frutos é de cerca de três a quatro semanas, período necessário ao seu desenvolvimento. Terminado este período abandonam-nos e surgem duas possibilidades: 1ª - se a larva se desenvolver em condições indutoras de diapausa, procurará um abrigo onde irá construir um casulo e aí permanecerá, no mínimo até à Primavera seguinte, em hibernação. 2ª - se não tiver sofrido indução de diapausa poderá tecer um casulo, pupar e dar origem á geração seguinte. Assim desde que haja mais do que uma geração, a população de larvas hibernantes será constituída por indivíduos de várias gerações. Nos casos em que se observa uma segunda geração, esta repete o mesmo ciclo evolutivo, tendo as larvas o máximo desenvolvimento no fim do Verão principio do Outono, altura em que abandonam o fruto e vão procurar um local apropriado para pupar. Em geral as posturas da segunda geração iniciam-se um pouco depois da realização das últimas posturas da geração anterior, razão pela qual podem existir posturas ininterruptamente desde fins de Abril até final do Verão (CRUZ, 1995 cit. GARCIA-TEJERO, 1989). Por este motivo, nem sempre é fácil distinguir o início e o fim das diferentes gerações. Numa dada região, o número de gerações anuais depende da época de voo dos adultos da geração hibernante e das possibilidades de desenvolvimento da espécie, em função particularmente da temperatura, até ao período da diapausa (LAVADINHO, 1993). Em Portugal, em função dos dados disponíveis actualmente poder-se-á dizer que há duas ou, no máximo três gerações, conforme os locais e as próprias condições ambientais anuais verificadas LAVADINHO (1993). 2.3- Estragos e importância económica Das gerações que a praga pode apresentar, a primeira e a segunda são as que provocam mais estragos, desvalorizando ou inutilizando comercialmente o fruto. Por outro lado a primeira geração revela-se menos importante em relativamente à segunda, o que quer dizer que provoca menos estragos. A importância do bichado da macieira é evidenciada numa publicação de GONÇALVES (1980), na qual este autor refere que em parcelas não tratadas observou-se até 78% de frutos atacados. Os tratamentos para combater esta praga representam sempre uma parte muito importante do custo total da protecção (entre 19 e 25% nos casos mais desfavoráveis) (MATEUS, 1999) . 2.4- Meios de Luta Actualmente quando se fala em meios de protecção há que distinguir entre o método tradicional e o método segundo a perspectiva da Protecção Integrada. O método tradicional de luta contra o bichado visa o seu combate desde o aparecimento do fruto até à sua colheita, e para evitar estragos o fruticultor recorre à aplicação sistemática de produtos fitossanitários em número bastante elevado, podendo na melhor das hipoteses ser de 5 aplicações se a região for abrangida pelos serviços de avisos, mas normalmente aquele número atinge as 8 aplicações (NASCIMENTO,1998 cit. SOBREIRO, 1993). Na perspectiva da Protecção Integrada exige-se grande envolvimento do agricultor e do técnico, é fundamental efectuar observações a nível do pomar para que se possa determinar o risco de prováveis prejuízos a realizar as intervenções quando se atinja os níveis económicos de ataque (Anexo 1). Os tratamentos deverão ainda ser enquadrados num esquema de protecção contra as doenças e outras pragas nomeadamente os ácaros, e nunca isoladamente, os tratamentos impõem uma escolha cuidada dos produtos, tendo em conta os efeitos secundários sobre os organismos auxiliares. O bichado da macieira sendo um dos principais inimigos da cultura é também uma das pragas em que mais se tem investido no que diz respeito ao desenvolvimento de meios de luta alternativos à luta química. Dentro da luta química, na perspectiva de redução do número de tratamentos insecticidas, têm-se desenvolvido diversos métodos de estimação de risco tendo por objectivo prever com melhor exactidão as datas oportunas para a realização dos tratamentos. Actualmente a previsão de risco, pode ser feita recorrendo à observação visual, ao método das somas de temperaturas de desenvolvimento, ao registo da temperatura crepuscular, à colocação de cintasarmadilhas, caixas de eclosão e à utilização de armadilhas sexuais. As lutas biológica; cultural; genética; química e biotécnica constituem, nos dias de hoje, os meios de luta disponíveis para o combate ao bichado (Quadro 1). A confusão sexual é uma técnica que consiste em difundir permanentemente o atractivo sexual sintético do inimigo na cultura a proteger. Os machos recebem o atractivo de todas as direcções e não são capazes de localizar e fecundar a fêmea. Meio de protecção Biológicos Exemplo Artrópodos entomógafos (parasitóides e predadores) Microrganismos entomopatogénicos (luta microbiológica) Biotécnicos Hormonas de crescimento Precocenas (anti-hormonas) e antiquitinas Feromonas Substâncias esterilizantes (luta autocida) Inibidores de alimentação Genéticos Cultivares resistentes Culturais Rotações Épocas e densidades de sementeira Químicos Selectivos (de preferência) Quadro 1- Meios de protecção utilizados em protecção integrada (AMARO et al, 1982). 3- CARACTERIZAÇÃO DO ENSAIO Em Portugal, Trás-os-Montes constitui a segunda maior Região Agrária em produção de maçã, com cerca de 5 400 hectares, distribuídos por 68 000 explorações (I.N.E., 1964), significando um importante factor económico e social. A parcela onde se realizou o ensaio, denominada CURTINHA (Quadro 2) e com uma área aproximada de 3 hectares, está inserida no planalto (concelho) de Carrâzeda de Ansiães cuja altitude se situa entre os 750 a 800 metros e onde a cultura da macieira ocupa uma área aproximada de 400 hectares. ANO DE PLANTAÇÃO 1994 1999 CULTIVARES JONAGORED GOLDEN HI- EARLY ROYAL GALA GOLDEN FORMA DE CONDUÇÃO PORTA ENXERTO COMPASSO Nº ÁRVORES ÁREA (ha) EIXO CENTRAL M.M 106 4 X 1,8 m 1900 2,1 EIXO CENTRAL M.M 106 4 X 1,8 m 700 0,5 Quadro 2 - Caracterização do pomar - curtinha. A região de Carrazêda é dominada por um clima do tipo sub-continental, denominado «Terra Fria do Planalto», que se caracteriza como a «Terra Fria Transmontana» por Verões curtos e quentes e Invernos frios e prolongados; as geadas podem ocorrer desde o ínicio de Outubro a principíos de Maio, podendo este período ser prolongado em situações topográficas de acumulação de frio (AGROCONSULTORES & COBA, 1988). A região apresenta, respectivamente, temperatura e precipitação média anual de 11.8º C e de 620-650 mm, sendo elevada a ocorrência de trovoadas nos meses de Maio e de Junho ( BETTENCOURT, 1980 ). Os 2º e 3º trimestres do ano em que decorreu o ensaio caracterizaram-se, em termos climáticos como: - 2º trimestre - bastante chuvoso e temperaturas médias elevadas. O mês de Maio apresentou-se bastante alterado com queda de granizo e temperaturas elevadas, principalmente na última quinzena; - 3º trimestre - em termos de precipitação foi considerado normal, no entanto em relação às temperaturas médias verificaram-se: · Temperaturas médias baixas na 1ª metade do trimestre. · Temperaturas médias elevadas na 2ª metade do trimestre (principalmente no mês de Setembro). 4- METODOLOGIA Para ajudar a definir com maior rigor as épocas em que deverá ser aplicada a estratégia de luta biotécnica - s.a. triflumurão - no combate bichado (Cydia pomonella L.), o presente estudo baseou-se nas capturas em armadilhas sexuais e simultaneamente na observação visual dos frutos. O cálculo da soma das temperaturas, na 1ª geração, permitiu - nos fazer uma previsão da actividade do bichado . Os métodos de estimativa do risco obedeceram ao seguinte procedimento: · O cálculo das somas de temperaturas, na 1ª geração, feito pelo método das médias (CRUZ, 1995 cit. WILSON & BARNETT, 1983; AGNELLO et al., 1993) para o que se procedeu à determinação dos excedentes de temperatura média diária superiores a 10°C (limiar de desenvolvimento do bichado) a partir de 1 de Janeiro. Os dados climáticos utilizados neste estudo provieram de uma estação meteorológica da DRATM localizada na região (dados até ao mês de Maio) e da UTAD (para os restantes meses até Outubro). · Observação das penetrações em 1000 frutos (20 x 50 árvores). Identificaram-se, aleatoriamente, as 50 árvores no pomar onde se efectuaram observações periódicas, a referida estimativa do risco e determinação do NEA. · Colocação, na zona mais alta do pomar, de uma armadilha de atracção sexual modelo INRA (data) para determinação do nível de intensificação do voo. Efectuaram-se três substituições das cápsulas, contendo as feromonas. A substituição foi efectuada de 6 em 6 semanas aproximadamente. Neste estudo o alvo na aplicação da luta biotécnica é a 1ª geração bichado da macieira. Esta metodologia deve-se ao facto de se considerar que é na 1ª geração que se controla melhor a praga ao reduzir a intensidade da 2ª geração e também porque se julga que os ICI actuam com maior eficácia na 1ª geração. A previsão da actividade do bichado em Carrazeda de Ansiães foi feita até ao mês Maio, no entanto, com os dados fornecidos pela UTAD, conseguiu-se completar a previsão da actividade do bichado como uma ajuda à interpretação de alguns dados. Na colheita foi feita uma contagem criteriosa dos frutos perfurados e dos frutos sãos das 50 árvores marcadas, afim de estimar com maior precisão os prejuízos ocorridos no pomar. 5- RESULTADOS E DISCUSSÃO Pelo facto de a pressão da praga no pomar ser baixa o primeiro tratamento do pomar, utilizando o Alsystin, foi efectuado a 31 de Maio (Anexo 2) devido à previsão do início do voo da 1ªgeração acontecer em 24 de Maio e o nível de intensificação do voo (2-3 machos) acontecer em 30 de Maio (Anexo 3). O tratamento efectuado a 18 Julho deve-se ao facto de nível de intensificação do voo da 2ª geração (2-3 machos) se verificar em 14 de Julho. Embora a observação das penetrações em 1000 frutos, efectuada a 2 de Julho, apresentar uma percentagem de 0,4 % de frutos perfurados, considerámos necessário um tratamento devido à importância e às características da 2ª geração. A 3ª aplicação efectuada a 8 de Agosto deriva de um atraso na previsão colheita. Tendo em consideração a persistência do produto e o intervalo de segurança, este tratamento foi considerado como um tratamento de “prevenção” face a uma possível 3ª geração. Ao contabilizar a percentagem de frutos perfurados nas 50 árvores marcadas verificou-se que os frutos atacados pelo bichado não excederam os 0,9 %. Ao mesmo tempo que se constatou, como seria de esperar, que as árvores com maior percentagem de frutos perfurados estão localizadas na parte mais alta do pomar e na árvores viradas a sul. 6- CONCLUSÃO Nos dias de hoje, e devido à forte concorrência, a agricultura em Portugal tem de ser encarada como uma empresa agrícola onde se devem ponderar e avaliar todos os custos de produção. Deste modo, os tratamentos fitossanitários assumem um papel importante na redução de custos e é no combate ao bichado da macieira, como praga número um, onde poderemos actuar. A eficácia de um ICI na 1ª e 2ª geração são bastantes diferentes pelo facto de na 2ª geração a persistência do produto ser menor que os 21 dias, devido aos factores luz e temperatura que poderão degradar o produto, e à maior rapidez no crescimento do fruto relativamente à 1ª geração. Na 2ª geração o voo do bichado é mais intenso e curto devido às temperaturas crepusculares, daí a posicionamento do tratamento ser mais difícil podendo alterar a eficácia do produto. O sucesso na utilização do triflumurão, utilizadas nesta luta biotécnica, está muito dependente do conhecimento profundo do ciclo do bichado e pressão da praga no ano em questão e do historial da praga na parcela. Quando se apreender estes parâmetros o produto torna-se eficaz, como se verificou no presente estudo, pelo facto de se ter controlado o bichado da macieira somente com 3 tratamentos. Deste modo conseguiu-se atingir os objectivos propostos no presente ensaio em consequência de se ter reduzido os custos no controlo do bichado da macieira sem se verificar prejuízos no pomar acima de 0,9 %. BIBLIOGRAFIA AGROCONSULTOES & COBA, 1988. Carta de solos, carta de utilização actual da terra e carta de aptidão da terra de Nordeste de Portugal ( versões preliminares). U.T.A.D. - Projecto de Desenvolvimento Rural Integrado de Trás-Os - Montes. 424 pp. ALVES, J.; CARVALHO, N. & TORRES, L. (1998). Possibilidade de desenvolvimento da produção integrada em macieira no agrupamento de produtores de maçã da região de Carrazeda de Ansiães. I Colóquio de Produção Integrada em Horticultura. Castelo Branco 21-25 pp. AMARO, P. (1980). Perspectivas de luta integrada em Portugal. In I Cong. Port. Fitiat. Fitof., 8:149-173. AMARO, P. & BAGGIOLINI, M., eds., 1982. Introdução à protecção integrada, I, FAO/DGPPA, Lisboa, 276 pp. AMARO, P. (1993). As pragas, doenças e infestantes da macieira e Pereira e o seu combate em Portugal. Rev. Cienc. Agrár.,16 (1-2-3):29-42 AUDEMARD, H.(1976). Étude démoecolgique du carpocapse (Laspeyresia pomonella L.) en vergers de pommiers de la basse vallé du Rhone – possibilites d’organisation d’une lutte integrée. These Doc. Ing. Univ. P. Rabelais, Fac. Tours, Ceet, 334pp (cit.CRUZ,1995). BETTENCOURT, M.L., 1980. Contribuição para o estudo das geadas em Portugal Continental. O clima de Portugal. Fascículo XX. Instituto Nacional de Metereologia e Geofisica, Lisboa. 235 pp. BONNEMAISON, L. (1964). Enemigos animales de las plantas cultivadas y florestales. Ed. Occidente. Tomo II-469 pp. (cit.CRUZ,1995). CRUZ, J. S. (1995). Protecção da macieira contra o bichado das pomóideas, Cydia pomonella L.,na região de Carrazeda de Ansiães. Um contributo. Relatório Final de Estágio. UTAD, Vila Real, 72 pp. GARCIA-TEJERO, F. D. (1989). Plagas e enfermedades de las plantas cultivadas. Eds. Mundi-prensa, Madrid,354 pp. (cit.CRUZ,1995). GONÇALVES,M.L. (1980). Insecticidas no combate ao bichado da fruta. In Cog. Port. Fitiat. Fitofarm., 5: 235-242 (cit.CRUZ,1995). LAVADINHO, A. M. P. (1993). Protecção de pomares de pomóideas, contra o bichado da fruta, Cydia pomonella L.. Rev. Cienc. Agrár. 16 (1-2-3): 89-104. MATEUS, R. (1999) - Protecção da macieira contra o bichado das pomóideas, Cydia pomonella L., na região de Carrazeda de Ansiães. Um contributo. I.P.B., Bragança, 67 pp. NASCIMENTO, A. (1998) - Protecção integrada em macieiras na região de Carrazeda de Ansiães - Níveis de toletância. I.P.B., Bragança, 87 pp. ANEXOS 1 Níveis Económicos de Ataque (NEA) e Nível de Intensificação do Voo para o bichado da macieira (Cydia pomonella L) Época de observação Metodologia NEA NIV *Armadilha sexual 2 a 3 machos/ha/sem 1-ª geração Maio - Junho *Contagem de 1000 frutos (20 frutos x 50 árvores) 0.5 % a 1% de frutos atacados *Armadilha sexual 2 a 3 machos/ha/sem 2-ª geração Julho- Meados de Agosto *Contagem de 1000 frutos (20 frutos x 50 árvores) 0.5 % a 1% de frutos atacados 3-ª geração Meados de Agosto - colheita *Armadilha sexual *Contagem de 1000 frutos (20 frutos x 50 árvores) 0.5 a 1% atacados * O.V. - Observação visual. 2 a 3 machos/ha/sem de frutos 2 Tratamentos efectuados no pomar - curtinha (2001). Data do tratamento 26/02 Inimigo a combater Cancro Formas Hibernantes de Ácaros e insectos Pedrado Substância activa 07/04 Pedrado Oídio flusilazol enxofre 25 /04 Pedrado 27/03 oxicloreto cobre óleo de verão captana fluquinconazol+pirime tanil 30/04 Pedrado captana 08 /05 09/05 17/05 Pedrado Afídios Granizo Pedrado ditianão imidaclopride oxicloreto de cobre flusilazol 31/05 Bichado triflumurão 5/06 Pedrado cresoxime-metilo 15/06 Pedrado cresoxime-metilo 25/06 Pedrado captana 18/07 Bichado Pedrado Bichado Pedrado triflumurão flusilazol triflumurão tirame 08/08 3 Capturas de machos do bichado (Cydia pomonella L) Mês Dia nº de machos capturados Abril 18 C 25 0 Maio 2 0 11 0 17 0 25 0 31 2* Junho 8 2 15 1 22 0 29 0 Julho 6 0 14 3* 23 2 31 1 Agosto 7 6 13 5 21 1 31 0 C - Colocação da armadilha * Mudança da feromona. GLOSSÁRIO ·Curva de voo - Distribuição, no tempo, da população de uma praga, determinada por capturas periódicas em armadilhas. ·Estimativa do risco - Avaliação quantitativa de inimigos das culturas e análise da influência de certos factores nos prejuízos que possam causar. ·Inibidores de crescimento de insectos (ICI) - s.a. que exercem uma actividade ovicida e larvicida bloqueando a formação de quitina, podem ser aplicados no início da postura, ou mais tarde no início das eclosões porque não são penetrantes (CHARMILLOT et al., 1997). Os ICI apresentam grande persistência, não sendo afectados pelas chuvas ou raios ultra-violetas. Contudo o crescimento dos frutos é a principal causa da perda de eficácia CHARMILLOT (1991). ·Nível económico de ataque (N.E.A.) - é a intensidade de ataque de um inimigo da cultura a que se devem aplicar medidas limitativas ou de combate para impedir que a cultura corra riscos de prejuízos superiores ao custo das medidas de luta a adoptar, acrescidos dos efeitos indesejáveis que estas últimas possam provocar (AMARO & BAGGIOLINI, 1982). ·Precocenas - Substâncias com acção de competição ou mesmo antagonismo à acção das hormonas - Anti-hormonas. ·Reguladores de crescimento de insectos (RCI) - Podemos considerar duas categorias, ou seja, s.a. que actuem sobre a estrutura e a posição da cutícula ou s.a. que actuem sobre o sistema de regulação endócrino das mudas e metamorfoses (CRUZ, 1995 cit. MAUCHAMP, 1995).