continuam - CCHLA/UFRN

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continuam - CCHLA/UFRN
XIII Semana de Humanidades
De 04 a 08 de julho de 2005
OBJETIVO
A XIIII Semana de Humanidades tem por objetivo congregar e divulgar o
trabalho de pesquisadores (professores, funcionários e alunos) do Centro de
Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte e da comunidade científica em geral.
ATIVIDADES PROGRAMADAS
. Exposição de Painéis (com coquetel e apresentações artísticas)
. Cerimônia de Abertura
. Coquetel de lançamento de livros e revistas
. Palestra de abertura
. Grupos de Trabalho
. Minicursos e Oficinas
. Mostra de Vídeos
. IV Colóquio Humanitas
. Outros eventos propostos pelos professores do CCHLA
Exposição de Painéis
Exposição de Painéis (com coquetel e apresentações artísticas): segundafeira, 04 de julho, de 13h30 às 17h, no Setor de Aulas II.
. Os expositores de Painéis – professores, alunos e funcionários da UFRN –
deverão fazer sua inscrição na sala 119 do CCHLA ou pelo e-mail:
[email protected] , até o dia 17 de junho, sendo necessário apenas
a apresentação do resumo em disquete e em papel (máximo 300 palavras).
Incluir também: nome(s) do(s) expositor(es) – máximo de dois –; nome(s) do(s)
autor(es); vínculo com a instituição (se aluno, professor ou funcionário);
Departamento; título do trabalho e e-mail.
. Os painéis deverão ser impressos no seguinte formato: aproximadamente
1,20 m de altura e 0,90m de largura. Eles serão afixados com linhas de nylon e
ganchos, presos à parede. A instalação será feita pelo próprio expositor, com
auxílio da Coordenação, entre 12h30 e 13h30, na segunda-feira, 04 de julho,
no Setor de Aulas II. Os painéis serão recolhidos pelos próprios expositores ao
final da apresentação (17h). A lista de presença será assinada no local acima
determinado, onde também serão entregues os certificados.
Cerimônia de Abertura
.COQUETEL DE LANÇAMENTO DE LIVROS E REVISTAS:
O Lançamento de livros e revistas do CCHLA ocorrerá na segunda-feira,
04 de julho, 17h30 no hall da BCZM, seguido de coquetel. Constarão nesse
evento publicações de professores, funcionários e alunos do CCHLA, a saber:
1. Geografia : ciência do complexus: ensaios transdisciplinares. Aldo Aloísio Dantas
da Silva e Alex Galeno (orgs.).
2. Espaço, Políticas de Turismo e Competitividade. Maria Aparecida Pontes da
Fonseca
3. Letras no Éter. Flávio Rezende
4. “Chiclete eu misturo com banana: carnaval e cotidiano de guerra em Natal (19201945)”. Flávia de Sá Pedreira
5. Múltipla palavra: ensaios de literatura. Joselita Bezerra da Silva Lino e Francisco
Ivan da Silva (orgs).
6. Dialegoria – a alegoria em Grande sertão: veredas e em Paradiso. Joselita
Bezerra da Silva Lino.
7. Do gramofone ao satélite - evolução do rádio paraibano. Moacir Barbosa de
Sousa.
8. Dicionário da língua portugesa arcaica. Zenóbia Collares Moreira Cunha.
9. Humor e crítica no teatro de Gil Vicente. Zenóbia Collares Moreira Cunha.
10.Comédias na vida privada: teatro de Gil VicenteZenóbia Collares Moreira Cunha.
11. Lógica deôntica paraconsistente: paradoxos e dilemas. Ângela Maria Paiva
Cruz.
12. Quatro Vezes Lula Lá (CD-ROOM). Marcelo Bolshaw.
13. Geografia: Rio Grande do Norte. Maria Luiza de Medeiros Galvão.
14. A penúltima versão – do Seridó – uma história do regionalismo no Seridó”.
Muirakitan Kennedy de Macedo.
15. (Des)alinho: Ensaios de História Cultural e Social. Cátia Regina de Pontes
Confessor (Org.).
16 Os Guerreiros das Dunas: A História na visão dos Potiguares. Emanoel Amaral e
outros.
17. Geração Alternativa ou um alô pra Helô. João Batista de Morais Neto.
18. Viva a diferença, com direitos iguais. Elizabeth Mafra Cabral Nasser
19. A renovação do conto: emergência de uma prática oral. Maria de Lourdes Patrini
20. Brasil Urbano. Márcio Moraes Valença e Edésio Fernandes (Orgs.).
21. Revista Vivência, n.28.
22. Letras e Imagens do Bem. Flávio Rezende (Org).
. PALESTRA DE ABERTURA (com apresentação do Grupo Takasax - grupo de
Sax com Bateria da EMUFRN).
Data: 04 de julho (segunda-feira), às 19h
Local: Biblioteca Central Zila Mamede
“A arte de ensinar Filosofia com a Arte”
Palestrante: Charles Feitosa*
Pretendo apresentar os pressupostos teóricos do meu livro Explicando a
Filosofia com Arte. Trata-se de uma introdução à filosofia para leigos de todas
as idades. O livro não é nem uma história, nem uma enciclopédia da filosofia,
mas uma aproximação ao pensar, através de temas, questões e problemas,
com o apoio de obras de arte. Os pressupostos teóricos de Explicando a
Filosofia com Arte serão desenvolvidos segundo a idéia de Uma "filosofia pop",
projeto no qual venho trabalhando desde 2001 e que Envolve a associação de
conceitos com imagens, em uma linguagem acessível e bem-humorada, sem
perder contudo o rigor e a densidade inerentes à filosofia.
* Doutor em Filosofia pela Universidade de Freiburg, Alemanha, está empenhado
desde 2002 no projeto de uma "Filosofia Pop", que envolve a associação de conceitos
com imagens, em uma linguagem acessível e bem humorada, sem perder o rigor e a
densidade inerentes à Filosofia. Professor e pesquisador na Pós-graduação em Artes
Cênicas da UNIRIO, atua principalmente nas áreas de estética e de fenomenologia. É
também co-organizador dos simpósios internacionais de Filosofia “Assim Falou
Nietzsche”.
Grupos de Trabalho
Grupos de Trabalho (GTs): terça-feira e quarta-feira, 05 e 06 de julho, de 14h
às 18h (com exceção de GTs de Psicologia, que acontecerão pela manhã), nos
auditórios do CCHLA e nas salas do Setor de Aulas II.
. Os GTs reunirão apresentações de trabalhos sobre um mesmo tema. O GT
será realizado em dois dias, num total de 8 horas.
Minicursos e Oficinas
Minicursos e Oficinas: quinta-feira, 07 de julho, de 14h às 18h, nos auditórios
do CCHLA e nas salas do Setor de Aulas II.
. Os Minicursos (de natureza teórica) e as Oficinas (de natureza prática) terão a
duração de aproximadamente 4h/a.
. Poderão se inscrever nos Minicursos/Oficinas todos os interessados. As
inscrições são gratuitas e poderão ser feitas na sala 119, do CCHLA, durante o
período de 11 de maio a 24 de junho. É necessário fornecer as seguintes
informações: nome completo, e-mail e/ou telefone para contato, Departamento
e/ou instituição de origem. O aluno poderá se inscrever em apenas UM
minicurso ou oficina.
Mostra de Vídeos
Mostra de Vídeos: quarta-feira e quinta-feira, 06 e 07 de julho, de 18h às 19h,
no Auditório do CONSEC (2º andar do CCHLA). Diariamente, após a projeção,
serão realizados debates junto com o público. A programação será divulgada
oportunamente.
Programação
Quarta feira (1º dia)
Abertura Curta Potiguar Luzes da Idade - Jairo das Chagas Vieira (Premiado)
O Senhor do Engenho - Bertrand Lira(16 min.)
Cruzeiro do Sul - Bruno Santos ( 10 min.)
Devaneio do Olhar - Elizete Arantes ( 10 min.)
Ioga ou Yoga - Michelle Peluchera(5 min.)
Ponta Negra: um bairro em transformação - Lisabete Coradini, Bruno Lima (
5min.)
Debate com a presença dos diretores.
Quinta feira (2º dia)
Curta Potiguar Profissão de Morte - Marcelo Barreto
Diário de uma nota. Edileuza Martins (5 min.)
A feira de São Jose do Mipibu. SandraNogueira (5 min.)
As singularidades de Dadi no teatro de bonecos no RN - Maria da Graça
Cavalcanti e Wani Pereira ( 5 min.)
Toque de radio . Alexandre Ferreira dos Santos (17 min.)
Gaia Companhia de dança - Izabelita de Brito e Ana Claudia Viana ( 27 min.)
Debate com a presença dos diretores.
IV Colóquio Humanitas
IV Colóquio Humanitas: terça-feira, 05 de julho, de 09h às 12h no Auditório do
CONSEC (2º andar do CCHLA).
Educação e Autonomia
Prof. Manfredo Oliveira* (Filósofo e Professor de Filosofia da UFC).
O processo educativo é sempre situado no seio de uma configuração
determinada da existência humana. Qual o princípio de articulação de nosso
contexto sócio-histórico? As sociedades modernas são prioritariamente
sociedades sistêmicas, já que os mecanismos centrais de constituição da vida
social são aqui os subsistemas sistêmicos, ou seja, o econômico e o
administrativo. Na realidade aqui só o próprio sistema possui autonomia. Neste
contexto, toda a problemática da autonomia foi pensada a partir do indivíduo
entendido como egoísta racional. O ensaio pretende questionar este
fundamento da autonomia e abrir a perspectiva para uma autonomia pensada a
partir da relação do reconhecimento do outro o que abre espaço para uma
educação voltada para a complementaridade, a sociabilidade e a fraternidade.
* Doutor em Filosofia pela Universidade Ludwig-Maximilian de Munique na Alemanha.
Professor Titular de Filosofia na Universidade Federal do Ceará. Publicações mais
importantes: Subjektivität und Vermittlung. Studien zur Entwicklung des
transzendentalen Denkens bei I.Kant, E.Husserl und H.Wagner, W.Fink Verlag,
Munique, 1973; Filosofia Transcendental e Religião. Ensaio sobre a Filosofia da
religião em Karl Rahner, Ed.Loyola, São Paulo, 1984; A Filosofia na crise da
Modernidade, São Paulo, 1989; Ética e racionalidade moderna, Ed.Loyola, São Paulo,
1993; Ética e Práxis histórica, Ed.Ática, São Paulo, 1995; Ética e Economia, Ed.Ática,
São Paulo, 1995; Tópicos sobre a Dialética, Ed.Edipucrs, Porto Alegre, 1996;
F.J.S.Teixeira/M.A de Oliveira(org.), Neoliberalismo e Reestruturação Produtiva. As
novas determinações do mundo do trabalho, São Paulo, 1996 A reviravolta linguísticopragmática na filosofia contemporânea, Ed.Loyola, São Paulo, 1996; Diálogos entre
Razão e Fé, Paulinas, São Paulo, 2000; Correntes Fundamentais da Ética
Contemporânea (Org.), Ed. Vozes, Petrópolis, 2000; Desafios éticos da globalização,
Paulinas, São Paulo, 2001; Para além da fragmentação, Ed. Loyola, São Paulo, 2002;
Oliveira M./Almeida C. (org.) O Deus dos Filósofos Modernos, Petrópolis: Vozes, 2002;
Oliveira M. /Almeida C.(org.), O Deus dosFilósofos Contemporâneos, Petrópolis:
Vozes,2003; Oliveira M./ Aguiar A O/ Andrade e Silva Sahd L. F. N. de(org.), Filosofia .
Política Contemporânea, Petrópolis: Vozes, 2003; Dialética hoje. Lógica, metafísica e
historicidade, São Paulo: Loyola, 2004.
I COLÓQUIO DE ESTUDOS BARROCOS DA UFRN
COORDENAÇÃO:
Prof. Dr. Francisco Ivan da Silva
Profª Dra Joselita Bezerra da Silva Lino
Data: 04, 05 e 06 de julho de 2005
Horário: 8h às 12h
Local: Auditório da BCZM
Realização: CCHLA – Departamento de Letras – PPGEL – NAC –
UFRN
O I Colóquio de Estudos Barrocos da UFRN tem como temática a presença do
Barroco na poesia moderna brasileira e na América, numa visada que vai da
Arquitetura à Literatura, centrando-se fundamentalmente no Barroco Moderno e
sua assimilação na arte de Haroldo de Campos, tradutor e teórico decisivo dos
conceitosmodernos de Barroco na Cultura Brasileira. Daí que este Colóquio
está intensionalmente colado a uma exposição nacional das obras e objetos do
acervo particular de Haroldo de Campos, a ter lugar na Galeria do NAC –
Núcleo de Arte e Cultura da UFRN, no Centro de Convivência no período de 07
de julho a 05 de agosto de 2005.
Expositores:
Profª Dra. Joselita Bezerra da Silva Lino (UFRN)
Prof. Dr. Francisco Ivan da Silva (UFRN)
Prof. Ms. Armando Sérgio dos Prazeres (UNIVERSIDADE ANHEMBI
MORUMBI-SP E USJT-SP – UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEUSP)
MESA REDONDA: Repertórios culturais e violência cotidiana:
um desafio para as ciências sociais no Brasil hoje.
Coordenador:
Edmilson Lopes Júnior
Departamento de Ciências Sociais
Data: quarta-feira, 06 de julho de 2005
Horário: 9h
Local: Consecão
Os repertórios culturais subjacentes a ausência de reconhecimento do/a
outro/a no Brasil contemporâneo traduzem-se num aumento da intolerância em
relação aos diferentes e aos pobres. A banalização da violência e a
reivindicação, por diversos setores da sociedade, de um recrudescimento da
atuação do aparato policial contra os pobres são expressões muito concretas
dessa situação. Como, a partir da perspectiva analítica das ciências sociais,
dar sentido ao caos contemporâneo? Mobilizando aparatos metodológicos
diversos, e filiações teóricas múltiplas, os componentes da mesa procurarão
incidir sobres essas questões, tendo como ponto de partida a preocupação de
esboçar as conexões entre cultura e violência na sociedade brasileira
contemporânea.
PARTICIPANTES DA MESA:
ProfºAlípio de Sousa Filho (Departamento de Ciências Sociais)
Profº Edmilson Lopes Júnior (Departamento de Ciências Sociais)
Profª Norma Missae Takeuti (Departamento de Ciências Sociais)
MESA REDONDA: Quatro Vezes Lulala
Coordenador:
Marcelo Bolshaw Gomes
Departamento de Comunicação Social
Data: quinta-feira, 07 de julho de 2005
Horário: 9h
Local: Consecão
Elaborado a partir do projeto de pesquisa 'A Imagem Pública de Lula no horário
eleitoral nas quatro campanhas à Presidência', parte de meu doutoramento
pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFRN, orientado
pelo professorDoutor José Antônio Spinelli. A pesquisa deseja narrar a
trajetória políticadeLuis Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores nas
quatro eleições presidenciais que marcaram o período de democratização do
País: 1989, 1994, 1998 e 2002. Osprogramas do Horário Gratuito de
Propaganda Eleitoral servem como simples 'suportesdiscursivos', como
momentos privilegiados das campanhas e estratégias mais gerais (que incluem
outros suportes como a mídia impressa, as entrevistas em telejornais, os
debates ao vivo, etc) e não como fatores determinantes das intenções de voto
e do comportamento eleitoral.
Debatedores convidados: professores Jose Spinelli e João Emanuel, do
Departamento Ciências Sociais.
MESA REDONDA: a melancolia e o moderno texto literário
Coordenadora:
Profa. Dra. Joselita Bezerra da Silva Lino
Base de Pesquisa: Estudo da Modernidade
Data: sexta-feira, 08 de julho de 2005
Horário: 9h
Local: Consecão
A melancolia, como se sabe, não era, em sua origem, exatamente um
determinado estado de ânimo, mas um dos quatro humores que se podiam
encontrar no corpo humano, segundo a doutrina estabelecida por Hipócrates
no século V a.C., que foi transmitida através de Galeno à Idade Média e ao
Renascimento, tanto na cultura árabe como na cristã. A melancolia é um
estado que também acompanha os pensadores e os homens letrados. Marcilio
Ficino, grande humanista florentino, leva a cabo em De Vita Triplici uma
extraordinária reabilitação da envilecida condição (a partir dos seus estudos
sobre a doutrina do humor hipocrático), ao considerar o temperamento
melancólico com seus inevitáveis aspectos sombrios e atormentados, genuínos
ecaracterísticos dos criadores e homens de estudo. Ficino respalda seus
argumentos nas considerações de Aristóteles e Platão sobre o tema. De
Platão, seu mestre, toma a teoria dos furores, ou seja, da loucura criativa, que,
de acordo com a doutrina platônica, possuem os vates e os profetas. De
Aristóteles resgata um fragmento (Problemata XXX, 1º), em que o estagirita
postulava de maneira transparente uma conexão entre o humor melancólico e
o talento singular para as artes e as letras. Com a finalidade de validar ainda
mais seus argumentos, Ficino pesquisa a tradição astrológica, que colocava o
melancólico sob o signo de Saturno, recuperando a face mais amável da
influência desse planeta. Saturno, com efeito, tinha um duplo caráter: por um
lado, era o deus benigno da abundância, da atividade e da realização; por
outro, era o negro deus dos abismos, devorador das riquezas e de crianças. Na
Idade Média, predominou o aspecto negativo de Saturno (juntamente com o da
melancolia), porém Ficino e o humanismo em geral resgataram seu outro lado:
a melancolia, sob o influxo do signo de Saturno, seria compreendida como uma
força mais positiva, influenciando a criatividade do gênio moderno, cindido
dolorosamente entre a exultação e o desespero.
Componentes da mesa:
-A Quinta História de Amor: a angústia da linguagem em Clarice Lispector
Francineide Santos de Oliveira Santos (PPgEL -UFRN)
-Várias “Joanas” em uma só: a melancolia criativa em Perto do Coração
Selvagem
Daniel da Silva Portugal (PPgEL -UFRN)
-A cegueira melancólica em Saramago
Kalina Alessandra R. de Paiva (PPgEL - UFRN)
-A melancolia em A asa esquerda do anjo de Lia Luft
Adriana Vieira de Sena
-Nuvem-nada: a melancolia em Grande sertão: veredas e em Paradiso
Joselita Bezerra da Silva Lino – UFRN
MESA REDONDA: Narração e imagem em Guimarães Rosa
Coordenadora:
Profa. Dra.Joselita Bezerra da Silva Lino
Projeto de pesquisa – A alegoria em Guimarães Rosa
Base de Pesquisa: Estudo da Modernidade
Data: sexta-feira, 08 de julho de 2005
Horário: 15h
Local: Consecão
Na travessia - literária e existencial – o que interessa ao narrador rosiano não é
a chegada, a finalização do caminhar, mas o jogar infinito com os rastros,
traços, letras, signos e palavras que se desdobram na dobra neo-barroca.
Ouve-se na voz desse narrador, a conversa infinita, sem a esperança do fim e
da salvação.A experiência passada propicia a memória e a meditação que tece
a narração e não alinha os fatos. O contar transfigura o texto em textura do
mundo, criando uma linguagem encantatória feita de poesia, essa irmã tão
incompreensível da magia (Guimarães Rosa), num jogo entre o elemento
imagético-simbólico da linguagem e seu lado semiótico.
Componentes da mesa:
-“As margens da alegria e sua escritura sensorial”
Robeilza de Oliveira Lima
-“Toda Substância do mundo...”
Fernanda Michelle de Araújo
Ana Roberta de Rocha Moreno
-“O claro e o escuro em A Benfazeja”
Maria Tânia Florentino
-“Para trás não há paz”
Joselita Bezerra da Silva Lino
EXPOSIÇÃO: A Casa de Pedra em Pium: um lugar de memórias
Coordenadora:
Julie Antoinette Cavignac
Promoção: Projeto Tapera: em busca dos lugares de memória
Departamento de Antropologia - DAN
Pró-reitoria de Extensão - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte UFRN
Local: corredor do Departamento Antropologia - CCHLA
Em Pium, localidade situada no município de Nísia Floresta, no Estado do Rio
Grande do Norte, existe uma "casa de Pedra", ruínas de um imponente
monumento histórico colonial. Tombada pelo serviço do patrimônio histórico
estadual, desde 1990, a "casa de Pedra" tem resistido à ação do tempo. No
entanto, apesar da sua importância histórica, tal monumento se constitui em
um importante sítio arqueológico ainda inexplorado. Inscrita no projeto de
extensão TAPERA: EM BUSCA DOS LUGARES DE MEMÓRIA, a exposição
propõe chamar a atenção tanto para um monumento histórico esquecido
quanto para a necessidade de uma valorização da cultura e da memória local.
Para tanto é necessário a realização de estudos arqueológicos e etnográficos,
com o fito de valorizar o passado e a cultural locais, pelo conhecimento e
rememoração da vida dos grupos que aqui viveram e que continuam vivendo
atéhoje.
Participantes:
Carlinda Augneide Gomes - UFRN
Julie Antoinette Cavignac - DAN/ UFRN
Luiz Antonio de Oliveira - DAN/ UFRN
Roberto Airon - DH / UFRN
EXPOSIÇÃO: "Infâncias"
Coordenação e Curadoria:
Vicente Vitoriano
Obras dos membros do Grupo Universitário de Aquarela e Pastel GUAP. 5 a 15 de julho.
Local: hall da Chefia do Departamento de Artes, no setor de aulas do
DEART.
Abertura: 5 de julho, às 10 horas.
Depois de explorar a cultura popular em 2004, na exposição "Populário" (que
vai itinerar pelo Rio Grande do Norte em 2005), O GUAP mergulha em 2005
nas memórias da infância, uma pesquisa individual desenvolvida pelos membro
do grupo. Os subtemas preponderantes são a paisagem (meio ambiente), o
brinquedo e a escola.
Artistas participantes:
Ana Rique
Catarina Neverovski
Dagmar Medeiros
Fátima Dantas
Gerlúzia Alves
Ivanilda Costa
Socorro Evangelista
Vandeberg Medeiros
Vicente Vitoriano
Wicliffe Costa
EXPOSIÇÃO: Fotográfica
Coordenadora:
Lisabete Coradini
Departamento de Antropologia
Local: hall de entrada do CCHLA
Projeto 1. Labirintos
Autor: Lucas Fortunato
10 fotografias em cores, de tamanho 30 x 20 cm
Resultado de derivas psicotopológicas, a instalação artística intitulada
“Labirintos” foi realizada no setor de aulas teóricas II da UFRN, no mês de abril
do ano corrente. Os autores, Lucas Fortunato e Edson Gonçalves Filho,
inspirados por reflexões de teor artístico-filosófico, utilizando-se de materiais
achados no campus universitário, materializaram a obra criando um ambiente
psicogeográfico repleto de imagens e possibilidades de interação físicageográfica e interpretação cognitiva. Tratou-se, antes de mais nada, de um
chamado à participação crítica criadora efetiva daqueles que ali se
dispusessem a apreciar e refletir. O espaço construído foi desviado por um
manequim cercado de grades e arames, além de portas enterradas no solo,
construindo uma espécie de labirinto, dispondo portas como possibilidades de
escolhas – seria isso? – talvez. Ou então não – podendo ser uma forma de pôr
em crise a própria idéia de “escolha”. Configura-se, enfim, como uma
sofisticada e inovadora (aqui?) manifestação artística – que toma a forma de
resistência cultural em que se prima pelo questionamento, levantamento de
perguntas, para além da cultura do espetáculo que a todo momento nos
fornece respostas, a partir das quais, em nossa atitude de escolhê-las,
conduzimos nossos desejos e crenças, nossas condutas.
Projeto 2. Natureza e Cultura? O esclarecimento e o progresso!
Autor: Lucas Fortunato
10 fotografias em cores, de tamanho 30 x 20 cm
Goethe certa vez falou que a arquitetura é uma espécie de musicalidade que
se torna concreta em sua materialização. Debord, já no século XX, tratou do
urbanismo, não mais como uma mera arquitetura abstrata ou artística; pensou
tal disciplina no contexto do fenômeno cultural do espetáculo. Segundo ele, o
espetáculo chega a se constituir na socialidade das cidades modernas de
capitalismo desenvolvido, na qual a reificação de uma atitude de passividade
perante a condição sócio-vital do humano torna possível a colonização de
todas as esferas da vida pela da economia separada: a máquina de fim em si
mesmo de acumulação de dinheiro. Aí, neste complexo fenomênico que abarca
praticamente toda a terra, se inscreve também a máquina acadêmica, a
universidade, a UFRN. O mito do progresso, que já aponta no horizonte de
nossas sociedades há cerca de três mil anos, fornece a base a partir da qual a
consciência coletiva de nossa cultura pensará e almejará concreções de
práticas que se constituirão ou se efetivarão como um poder pastoral – no
nosso caso específico, por exemplo, o Estado. O aumento da demanda de
candidatos a universitários propicia a reivindicação de novas vagas nas
universidades públicas. Daí porque a idéia de esclarecimento como o anseio do
homem dominar a natureza a partir de seu conhecimento propiciado pela razão
pode ajudar-nos a clarear nossas impressões quanto à recente prática do
desmatamento do bosque de eucaliptos no setor de aulas teóricas II do
campus da UFRN. Para a construção de um novo bloco de salas de aulas,
mais de duas dezenas de seres foram mortos, ou como podem dizer:
“retirados”. O presente trabalho visa retratar in-pressões de uma cosmologia de
espaços lisos, como luzes que fogem ao olhar mais condicionado, diria
cronometrado, regrado, concreto, ordenador, cyber-estriado.
Projeto 3: Vila de Ponta Negra Des(Re)velada
Autora: Eduarda de Lima Andrade
10 fotografias em cores e preto e branco, de tamanho 30 x 20 cm
Numa perspectiva antropológica que usa como instrumento de análise para sua
reflexão a fotografia (meio utilizado para regatar a memória individual e
coletiva), essa exposição tem como objetivo mostrar como a Vila de Ponta
Negra- Natal, espaço que antes da urbanização era conhecido também como
Vila dos Pescadores, vem sofrendo transformações sócio-espaciais. No espaço
em que antes apenas atividades artesanais e pesqueiras eram desenvolvidas,
hoje apresenta-se como palco de relações características de um pólo turístico.
EXPOSIÇÃO: Mini Mostra de Arte de Otávio Rabêlo “Single
#1”
Coordenação e Curadoria:
Professor Wicliffe da Costa Andrade
Departamento de História
Obras do início da carreira do pintor ,escultor e
poeta Otávio Rabêlo.
Local: espaço interno da BCZM
Abertura: segunda-feira, 04 de julho.
A exposição pretende mostrar alguns trabalhos da Neovanguarda, cuja
rebeldia está em contestar, através da arte, os caminhos que a humanidade
está dando a si mesma. O artista ironiza a política, a guerra e o consumo
desenfreado. Luta em favor das questões sócio-ambientais e da não-violência.
Inspirado em consagrados artistas do Século XX, como o alemão Beuys, o
suíço Jean Tinguely, associado às técnicas da Pop Art Americana dos anos
1950 e inconformado com as questões da atualidade, Otávio Rabêlo traduz o
pensamento do homem que é obrigado a viver num mundo informatizado e
anseia por melhores condições para a existência de sua própria espécie.
Exposição: “VENDENDO A FEIRA”
Coordenação:
Profª Zildalte Macêdo
Departamento de Arte
Local: Departamento de Arte
Data: 04 a 08 de julho de 2005
“VENDENDO A FEIRA” traz o registro fotográfico de uma atividade bastante
antiga, a feira livre. Esta que congrega e concentra a cultura de um povo,
expressando o seu modo de se relacionar com o mundo, confere identidade a
uma sociedade que hoje se entrega às malhas do fenômeno da globalização,
ao capitalismo e ao processo de multiculturalização, findando pelo apagamento
das tradições culturais identidárias de uma sociedade. Fruto de um projeto
desenvolvido pelos alunos da disciplina de Fotografia, do Curso de Educação
Artística, “Vendendo a Feira” nos leva a refletir sobre nossas raízes, nossas
tradições, nossa cultura, nossa identidade que sucumbe diante da dominação
do capitalismo, da troca indecente de nossa cultura pela cultura imposta pela
hegemonia de uma elite de dominação cultural. De certa forma estamos
vendendo, trocando, barganhando nossos valores culturais. “Vendendo a Feira”
representa através de imagens fotográficas, o registro do olhar dos alunos e
nos convida a refletir: estamos vendendo nosso patrimômio cultural?
Lambedor, carne-de-sol, rapadura, galo cantor, cheiro verde, graviola,rapacôco, peixe serra, bolo da moça, caju, lamparina, caranguejo, tapioca, boldo,
panela de barro, camarão, buchada, milho verde, arruda, macaxeira, jerimum,
arupemba, fumo de rolo, ... Chegue freguesa. Moça bonita não paga, mas
também ...
Autores:
Adriene do Socorro Chagas
Irmã Conceição P da Câmara M de
Ângela Elvira Barbosa da P Mendes
Castro
Carlos Freire de Barros
Ivone Maria da Glória Alves
Clarissa Fernandes Monte Torres
Nogueira
Claudia Leite Guedes
José Salviano Bezerril Nogueira
Cristiane do Nascimento Lopes
Karinna Silva França
Diana de Souza Sisson
Keila Fonseca e Silva
Diego Franco Maciel de Medeiros
Lucicleide Alexandrino da Silva
Elizama Ada de Oliveira Andrade
Luiz de Siqueira Menezes Filho
Érica Fabiana Costa da Silva
Luziane Kamila Costa Campos
Flaviane Augusta Bezerril
Ricardo Pinto Paiva
Gibson Machado Alves
Silvia Alves Pereira
Gilbson Tavares Cabral
Tânia Maria Fernandes Silva
Gustavo Lourenço dos Santos Neto
Ubirandilma Maia de Medeiros
Zildalte Macedo
CIRANDA POÉTICA
Coordenadora:
Maria do Socorro de Oliveira Evangelista
Data: segunda-feira, 04 de julho
Horário: 17h.
Local: Setor de Aulas, II
A interferência poética, objetiva divulgar a Poesia no meio estudantil. Contamos
com a participação da Academia Feminina de Letras, a Associação das
Escrituras e Poetas do Brasil, AJABE, Associação dos Poetas Vivos e Afins –
RN, Poetas do Departamento de Artes e do Departamento de Letras da UFRN.
Objetivos: divulgar a Arte Poética; integrar a Poesia a clientela; em especial
estudantil e público em geral.
Relação dos Poetas participantes.
Ágda Maria Mousinho Zerôncio
Alzir Oliveira.
Américo Fernando Rosado Maia
Américo Pita
Ana Heloisa Rodrigues Maux
Ana Maria Cascudo
Cecília O. Câmara.
Cíntia Gushiken
Cleudia Bezerra Pacheco
Elli Eduardo de Lima.
Fênix Serália Galvão Nunes
Francisco Ivan
Gilberto Freire de Melo
Gildegerse Bezerra Avelino
Haydeé Nóbrega Simões
Henrique Eduardo de Oliveira
Hermenegilda Isabel de Moura
Hilda Melania soares costa
Ilza Matias
Ivanilda Pinheiro da Costa
Jania Maria Souza da silva
João Carlos da silva Lopes
Jonas Canindé Ribeiro da Cunha
Jose Antonio Martins neto
Josenildo Brasil
Judith Pereira Medeiros Cavalcante
Kalina Alessandra Rodrigues Paiva
Leda Batista Gurgel de Melo
Leda Marinho Varela da Costa
Lúcia Helena Pereira
Marcio de Lima Dantas
Marcos Antonio Neves Costa
Sobrinho
Maria Aldenita de Sá Leitão
Fonseca de Souza
Maria Antonieta Bittencourt Dutra de
Souza
Maria Conceição Lira de Paiva
Maria das Dores Lucina Fernandes
Maria de Fátima Bezerra
Maria de Fátima Oliveira
Maria do Rosário Lima
Maria do Socorro de Oliveira
Evangelista
Maria Eugênia Montenegro
Maria Rosineide Otaviano da Silva
Maria Teixeira Campus
Marluce Galvão Brandão
Nísia Pimentel Torres Galvão
Nivaldete Ferreira da Costa
Pedro Grilo Neto
Sheyla Maria Batista Ramalho
Vicente Vitoriano Marques Carvalho
Vitória dos Santos Costa
Weid Sousa da Silva.
Welshe Elda Tonhozi de Noronha
Xavier lima
Zélia Maria Freire
Zelma Bezerras Furtado de
Medeiros
Zenóbia Colares Moreira Cunha
CONCURSO DE PAINÉIS TEMÁTICOS DE ARTES
Organizador:
Prof. Dr. Tassos Lycurgo, Departamento der Artes
Da Inscrição: até o dia 17 de junho, no Departamento de Artes da
UFRN.
Das Regras para o Painel: O número de autores pode variar de um a três. O
formato pode variar de 0,50m x 0,50m até 1m x 1,20m. Pode ser confeccionado
em qualquer material e através de qualquer técnica. Os painéis devem
necessariamente abordar um dos temas a seguir: Tema (1): Relações entre
Arte e Educação; Tema (2): Relações entre Arte, Expressão e Comunicação;
ou Tema (3): Estética. Da Afixação dos Painéis: Os painéis temáticos de artes
devem ser afixados pelo(s) autore(s) no prédio do DEART no dia 04.07.2005
das 14h00min às 15h30min. Do Julgamento: O julgamento será feito por uma
Comissão de Professores do DEART, que levará em conta os seguintes
critérios: a) originalidade da abordagem; b) capacidade de síntese da idéia; e c)
sofisticação plástica do painel.
Comissão Julgadora: Luciano Barbosa, Maria Helena Costa e Vicente
Vitoriano (Todos do DEART). Prêmios: R$100,00, R$75,00 e R$50,00 (em
bônus para serem usados na Loja da Impressão) para os três primeiros
colocados, respectivamente.
MOSTRA ARTÍSTICA
Coordenadora:
Maria do Socorro de Oliveira Evangelista
Data: 02 a 08 de Julho
Horário: 08h às 11h e das 14hàs 17h
Local: Departamento de Artes – UFRN
A Mostra de Arte Didática Expressiva visa levar ao expectador linguagens
técnicas expressivas na área das artes visuais, em sala de aula para o Ensino
de Arte. A mostra se realizará no espaço de Exposição piso térreo e superior
do Departamento de Artes incluindo técnicas mistas expressivas para o
emprego das artes plásticas, exercício pratico, além de outras linguagens como
mostra de máscaras e bonecos inseridos no contexto do ensino de artes.
Nossa proposta é integrar estas práticas e leituras teóricas, ao Ensino
Pesquisa Extensão. Objetiva despertar a criatividade do aluno, e valorizar a
arte, a cultura e as tradições folclóricas regional. A mostra apresenta praticas
realizadas em Projetos de Extensão, tais como: Moda e Estilismo do DEARTE
objetivando construir este teor artístico em processo criativo para maior
divulgação da Moda / Estilismo como profissão de integração social. O Projeto
de Extensão Dança de Salão do DEARTE apresentará aulas de Dança nos
dias 4° e 6° às 19:00 tendo como proposta divulgar á arte da Dança de Salão
como uma prática artística de expressão, importante para coordenação motora
e realização pessoal, na linguagem de expressão do corpo. OBS: A Mostra
Artística está composta das atividades relacionadas. 1. Mostra de técnicas
didáticas de iniciação as artes plásticas. 2. Mostra de mascaras que falam
culturas. 3. A moda do Universo Infantil. (Desfile). 4. Mostra: moda no século
XX.
Relação dos Participantes da Mostra Artística:
Camila de Lima Carvalho
Adriana do Nascimento Barbosa
Carlos Ribeiro Sales
Alice Correa Gomes
Carmem Dalyann Texeira Lima
Alucilde de Castro V. Neto
Carolina Chaves Gomes
Amanda Maria Carvalho da Cunha
Celina Dias Andrade
Ana Gabriela Gurgel Assunção
Clara Ovídio de Medeiros Rodrigues
Ana Katarina Florêncio Apolinário
Claudia Regina Moura Freire
Ana Raquel Fernandes Lopes
Cláudio Rodrigo Lopez Figueira
Andréa Gurgel de Freitas
Clelio de Carvalho Lourenço
Andréia Carmen Cunha Oliveira
Cristiane Rocha Botarelli
Cristina Limeira
Danielle Aline Rocha Dantas
Deborah Freitas de Medeiros
Diego Andrade da Silva Filgueira
Douglas Almeida Bueno
Edifranklin Marck de Mesquita
Edilva Gomes Pedrosa Galvão
Edval de Deus Barbosa
Elíria Rocha de Morais
Elizabeth da Silva Ferreira
Emanuella Nobre V. Rodrigues
Euclides Texeira Neto
Francielio Jerônimo Feitosa Gomes
Francisca Maré Lucena de Araújo
Francisco Assis Gomes da Silva.
Geísa Pereira Alves
Gislanne do Nascimento Silva
Gleycilanne do Nascimento Silva
Humberto de Araújo Dantas.
Igor Bertoldo Leca
Ilma Gevira de Carvalho Soares
Inaldo Nunes de Souza Junior
Isaac Samir Cortez de Melo
Janeide Dayane Cruz Araújo
Jéssica Oliveira de Pádua
Jéssica Valéria Alves Bezerra
Joana Morais Sobrinho
João Diniz Serrão
Jordana Mamede Galvão Cunha
Juliana da Silva Gonçalves
Kristiane Lima de Morais
Laise Helena Nóbrega Barreto
Lídia Alves Silva
Lívia de Santana Oliveira
Lucilene Ferreira de Oliveira
Luzia Sampaio Atayde
Manuela Santos Dantas
Marcela de Melo Germano da Silva
Marcos Antonio Neves C. Sobrinho
Maria da Glória de Lima Carvalho
Maria de Fátima Medeiros de Lira
Maria do Rosário Lima.
Maria do Socorro de Oliveira
Evangelista
Maria Ferreira Lucas
Maria Gorete Lira Damasceno
Maria Suerda Dantas
Marina Rocha Meire
Mario César Gomes
Melina Gabriella França de Araújo
Milene Carla Rodrigues Silva
Milene Cristine Amarsicano Zabala
Nadja Patrícia Pereira de Paiva
Narjara Medeiros Cavalvanti
Priscila Rodrigues Bezerra
Raquel Quinderé Carneiro
Renata Sayão Lobato D. Moreira
Rosa Marieta Paiva Pimenta de
Melo
Rosangela Moura da Silva
Rubens Lucio da Silva Barbosa
Sanderson Tinoco da Silva
Sandra Patrícia Cipriano
Séphora Medeiros Brilhante
Sérgio Valério Mendonça da Silva
Sigrid Hultin.
Tereza Cristina Bezerra Pereira
Thiago Souto Galvão
Tiago Augusto de Castro F. Pereira
Uilo Azevedo de Andrade
Valéria Araújo Ferreira da Silva
Valéria de Aquino Martins
Vivian da Cunha Batista
Wendell Licius Fonseca Queiroz
Wernher Medeiros Soares de Sousa
Wicleffe Costa
JORNAL HUMANIDADES
JORNALEXPERIMENTAL DO CURSO DE COMUNICAÇÃO – HABILITAÇÂO
JORNALISMO – PUBLICADO DURANTE A SEMANA DE HUMANIDADES
COORDENADORA : Profª Kênia Beatriz Ferreira Maia
FORMATO:1 Folha A3 dobrada
IMPRESSÂO : Fotocopiadora
TIRAGEM : 1.000 exemplares
TAMANHO : 4 (oito) páginas
PERIODICIDADE : Excepcional, restrito à Semana de Humanidades. Cinco
edições.
JUSTIFICATIVA
A Semana de Humanidades é de grande importância para reafirmar o
compromisso de extensão e de pesquisa do CCHLA. O curso de Comunicação
– habilitação em Jornalismo enseja participar da divulgação das atividades do
evento.
A produção de um jornal que será distribuído durante a Semana de
Humanidades também cumpre a função de proporcionar aos estudantes de
Comunicação – habilitação em Jornalismo –, em especial dos matriculados na
disciplina Jornalismo Científico, um treinamento adequado para que possa
colocar em execução os conhecimentos teóricos obtidos nas disciplinas de
caráter técnico-profissionalizante e de articular a teoria e a prática.
OBJETIVOS E METAS
Produzir e editar cinco números de um jornal experimental divulgando as
atividades da Semana de Humanidades.
Proporcionaraos estudantes de Comunicação – habilitação em Jornalismo uma
forma de simulação das situações profissionalizantes, da rotina de trabalho de
uma redação jornalística.
Inserir os estudantes de Comunicação – habilitação em Jornalismo no
jornalismo científico
Calendário
quarta-feira, 11 de maio
Divulgação da lista de GTs, Minicursos e Oficinas na página eletrônica.
Início do período de inscrição de painéis (resumo).
Início do período de inscrição de alunos nos Minicursos e Oficinas.
Último dia para apresentação de propostas de novos eventos para a XIII
Semana de Humanidades.
sexta-feira, 17 de junho
Último dia para envio de resumos dos trabalhos a serem apresentados
nos GTs.
Último dia para apresentar solicitação para lançamento de livros e
revistas.
Último dia para os Coordenadores de GTs e ministrantes de Minicursos
e Oficinas apresentarem requisição de cópias xerográfica e
transparências.
Encerramento do período de inscrição de painéis (resumo).
sexta-feira, 24 de junho
Último dia para os Coordenadores de GTs informarem a lista completa
de trabalhos selecionados para o GT.
Encerramento do período de inscrição de alunos nos Minicursos e
Oficinas.
segunda-feira, 04 de julho
Montagem dos Painéis: 12h30 às 13h30, no Setor de Aulas II.
Exposição de Painéis (com coquetel e apresentações artísticas):13h30
às 17h, no Setor de Aulas II.
Cerimônia de Abertura:
. Lançamento de livros e revistas: 17h30, no hall do Auditório da
Biblioteca Central Zila Mamede.
. Palestra de abertura 19h, na Biblioteca Central Zila Mamede.
terça-feira, 05 de julho
Grupos de trabalho (GTs): 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e salas
do Setor de Aulas II.
quarta-feira, 06 de julho
Grupos de trabalho (GTs): 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e salas
do Setor de Aulas II.
Mostra de vídeos: 18h às 19h, no auditório do CONSEC, 2º andar do
CCHLA.
quinta-feira, 07 de julho
Minicursos e Oficinas: 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e salas do
Setor de Aulas II.
Mostra de vídeos: 18h às 19h, no auditório do CONSEC, 2º andar do
CCHLA.
sexta-feira, 08 de julho
Novos eventos: 14h às 18h, nos auditórios do CCHLA e salas do Setor
de Aulas II.
OS PRAZOS ESTABELECIDOS
SEGUIDOS RIGOROSAMENTE
NO
CALENDÁRIO
SERÃO
Coordenação da XIII Semana de Humanidades
Diretor do CCHLA: Márcio Moraes Valença
Coordenadora Geral: Profa. Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
Coordenadora dos GTs: Profa. Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
Coordenadora dos Minicursos e Oficinas: Dra. Marineide Furtado Campos
Coordenador dos Painéis: Prof. Dr. Adriano Lopes Gomes
Coordenadora da Mostra de Vídeos: Profa. Dra. Lisabete Coradini
Coordenador do IV Colóquio Humanitas: Prof. Dr. Alípio Souza Filho
Coordenadora do Lançamento de Livros e Revistas: Profa. Dra. Ângela Maria
Paiva Cruz
Coordenadora da Programação Cultural: Valdélia Maria Gurgel de Queiroz
Coordenadora de Revisão: Profa. Sandra Cristina Bezerra de Barros
Secretaria: Sara Raquel Fernandes Queiroz de Medeiros e Rosana Silva de
França
Assessor de Comunicação: Jornalista Flávio Rezende
Observações Finais
. Todos os certificados de apresentadores de trabalho nos GTs serão
entregues pelos presidentes de mesa (Coordenadores de GTs) ao final de
cada dia de trabalho. Não serão concedidos certificados para co-autores nem
para orientadores de trabalhos de graduandos e pós-graduandos,
apresentados nos GTs.
. Todos os certificados de alunos de Minicursos e Oficinas serão entregues
pelos respectivos professores ao final do curso.
. Os certificados dos Coordenadores de GTs e professores de Minicursos e
Oficinas serão entregues junto às pastas.
. Cada participante de GT, MC, Oficina ou Painel receberá apenas UM
certificado em cada modalidade de atividade, correspondente ao trabalho
apresentado.
. Os certificados de participação nos GTs serão entregues apenas para quem
assinar a lista. Estes só serão distribuídos entre 8 e 31 de agosto de 2005,
data em que a secretaria da XIII Semana de Humanidades será encerrada.
. Se os ministrantes de Minicursos/Oficinas e Coordenadores de GT
necessitarem de cópias xerográficas, transparências, TV/vídeo, deverão
procurar a Coordenação da XIII Semana de Humanidades até o dia 17 de
junho.
Exposição de Painéis (com coquetel e apresentações artísticas): segundafeira, 04 de julho, de 13h30 às 17h, no Setor de Aulas II.
. Os expositores de Painéis – professores, alunos e funcionários da UFRN –
deverão fazer sua inscrição na sala 119 do CCHLA ou pelo e-mail:
[email protected], até o dia 17 de junho, sendo necessário apenas a
apresentação do resumo em disquete e em papel (máximo 300 palavras).
Incluir também: nome(s) do(s) expositor(es) – máximo de dois –; nome(s) do(s)
autor(es); vínculo com a instituição (se aluno, professor ou funcionário);
Departamento; título do trabalho e e-mail.
. Os painéis everão ser impressos no seguinte formato: aproximadamente
1,20 m de altura e 0,90m de largura. Eles serão afixados com linhas de nylon e
ganchos, presos à parede. A instalação será feita pelo próprio expositor, com
auxílio da Coordenação, entre 12h30 e 13h30, na segunda-feira, 04 de julho,
no Setor de Aulas II. Os painéis serão recolhidos pelos próprios expositores ao
final da apresentação (17h). A lista de presença será assinada no local acima
determinado, onde também serão entregues os certificados.
ATENÇÃO
No caso de co-autoria, apenas autor(es) apresentador(es) – máximo de dois –
receberá(ão) certificado(s). Será aceita apenas uma inscrição de painel por
expositor. Ao final da exposição, será servido um coquetel.
Lista de Painéis
P-01: A FESTA DO ROSÁRIO: MEMÓRIA, FESTA, IDENTIDADE
E RELIGIÃO
Autora/Expositora:
Adriene do Socorro Chagas
Vínculo institucional: discente UFRN
Departamento: Ciências Sociais/Antropologia
e-mail: [email protected]
A memória socialmente construída carrega uma história vivida e muitas vezes
encoberta pela história oficial. Este projeto de pesquisa intenta conhecer,
através de narrativas orais, a memória dos fiéis da Igreja de Nossa Senhora do
Rosário em Martins, Zona Oeste do Estado do RN, para entender como essa
igreja, reconhecidamente a mais antiga da cidade, não alçou a categoria de
padroeira do referido município.
P-02: GRUPO DE ESTUDOS PSICOLOGIA E SAÚDE (GEPS):
UMA CONTRIBUIÇÃO PARA UMA ESPECIALIDADE EM
CONSTRUÇÃO.
Autoras:
Aline Francisca de Oliveira (expositora)
Eulália Maria Chaves Maia (expositora)
Neuciane Gomes da Silva
Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde.
Departamento de Psicologia.
O Grupo de Estudos Psicologia e Saúde (GEPS) é uma Base de Pesquisa
oficialmente reconhecida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
tendo como filosofia o modelo de saúde em que a visão biopsicossocial do
indivíduo é salientada. Tem como meta prioritária o compromisso com a
Humanização da Saúde, a Ética e o Desenvolvimento Humano em toda a sua
dimensão. O GEPS encontra-se localizado no Laboratório de Psicologia
(LabPsi) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na cidade
de Natal e está voltado para as atividades de ensino, pesquisa e extensão. A
referida Base mantém intercambio com outras instituições na área de saúde,
tais como a Asociación Latinoamericana de Psicologia de La Salud (ALAPSA),
e o Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia da Saúde (Nêmeton, São
Paulo), além de outras instituições de Saúde locais, como o Hospital
Universitário Onofre Lopes, o Hospital de Pediatria e A Maternidade Escola
Januário Cicco em Natal-RN, e o Hospital Universitário Ana Bezerra, na cidade
de Santa Cruz-RN; desenvolvendo projeto de pesquisas em conjunto, haja
vista que as universidades devem ter como parâmetro o cultivo da produção do
conhecimento a partir de uma fundamentação teórico-metodológica. Suas
linhas de pesquisa incluem temáticas como: sono e ansiedade, terceira idade,
obesidade, Oncologia, morte, entre outras que estejam associadas ao campo
de atuação do profissional em Psicologia da Saúde. Com essa proposta, o
GEPS objetiva contribuir para o avanço científico do campo de conhecimento
psicológico, sobretudo no que diz respeito à inclusão desse saber em
instituições de saúde, notando o avanço que essa área de atuação tem
alcançando nos últimos anos.
P-03: A CRIANÇA E SUA CONCEPÇÃO ACERCA DA MORTE:
UM ESTUDO PILOTO
Autoras/expositoras:
Daniella Antunes Pousa Faria
Eulália Maria Chaves Maia
Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde.
Programa de Pós-Graduação em Saúde
O processo de significação da morte nos seres humanos sofreu inúmeras
mudanças ao longo dos séculos. Embora na atualidade os adultos ocidentais
insistam em manter a crença de que a criança nada sabe sobre o assunto, e
que o contato desta com a morte poderia trazer danos ao desenvolvimento
infantil, autores que estudam este tema são enfáticos ao afirmar que a criança
desde uma idade bem precoce já tem conhecimento da morte, e que o esforço
desta para compreendê-la é extremamente importante para a formação de sua
consciência e afetividade. Tendo-se em vista estas questões a presente
pesquisa teve como objetivo avaliar a concepção de morte de 10 crianças com
câncer. Para isto se utilizou uma entrevista semi-dirigida, realizada de forma
lúdica através de brinquedos. A partir da presente pesquisa concluiu-se que o
conceito de morte nas crianças avaliadas não acompanha o desenvolvimento
deste conceito apontado pelos autores, e que a presença da patologia parece
não ter maiores influências quantitativas para a aquisição deste conceito, e de
seus critérios do pensamento formal. Acredita-se ainda que a aquisição do
conceito de morte na infância está mais relacionado à experiência de vida da
criança do que a idade cronológica. Portanto, o que vem de fato influenciar na
construção do conceito de morte nestas crianças é a vivência de cada sujeito e
aquisição dos instrumentos culturais.
P-04:
IDENTIDADE
DE
GÊNERO
DAS
MULHERES
TRABALHADORAS RURAIS DA AGROVILA PARAÍSO DO
MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DO GOSTOSO
Autora:
Frânslie Quinto Bezerra (expositora)
Aluna Especial do Programa de Pós-graduação em Antropologia
Social / Mestrado Departamento de Ciências Sociais/UFRN
E-mail: [email protected]
Orientadora: Eliana Andrade da Silva – Professora doutoranda do
Departamento de Serviço Social do Centro de Ciências Sociais
Aplicadas da UFRN. E-mail: [email protected]
Na área rural muito se fala de Reforma Agrária, desenvolvimento sustentável e
agricultura familiar. As mulheres do campo participam do processo de luta pela
terra, trabalham na casa, na roça e contribuem com boa parte da produção de
alimentos no Brasil. Entretanto as relações entre homens e mulheres se dão de
forma desigual. O trabalho da mulher não é valorizado nem reconhecido pela
sociedade. Desta forma uma série de medidas tem que ser realizada para o
enfrentamento da desigualdade de gênero. Uma delas é a organização das
mulheres em grupos nos assentamentos. Foi o que as mulheres da Agrovila
Paraíso do município de São Miguel do Gostoso/RN fizeram. O trabalho que
ora exponho, impulsionado apartir de observações quanto ao grupo, tem o
objetivo de analisar a identidade de gênero e a organização das mulheres de
Paraíso. Para o embasamento teórico, foram utilizados material bibliográfico,
entrevistas, dados documentais e observações sobre o grupo e a Agrovila. A
presente análise aborda a desigualdade de gênero e as formas particularizadas
que a mesma tem sobre as mulheres trabalhadoras rurais. Seja no
acampamento ou no assentamento, na casa, na roça ou no sindicato os
espaços e as relações são desiguais entre homens e mulheres. A formação de
um grupo de mulheres para o enfrentamento dessas questões, vem mostrar o
potencial das mulheres trabalhadoras rurais na luta por seus direitos.
P-05: LUÍS DA CÂMARA CASCUDO EM “AS BATALHAS
CONTRA O TEMPO”: A BIOGRAFIA HISTÓRICA DE UM
ERUDITO BRASILEIRO (1898-1986).
Autores/expositores:
Francisco Firmino Sales Neto
João Carlos Vieira da Costa Cavalcanti da Rocha
E-mail: [email protected]
Alunos de graduação do Departamento de História - UFRN.
Este projeto tem por objetivo compreender como se formou a subjetividade do
erudito potiguar Luís da Câmara Cascudo, de modo a entender as regras de
produção dos seus discursos acerca da cultura popular nordestina. Como parte
integrante deste projeto, o presente trabalho se propõe a interrogar e
problematizar a biografia deste homem que lutou toda a sua vida contra a
corrosão inexorável do tempo sobre as coisas e os seres, pois, ao longo de
toda sua produção intelectual, sempre quis “preservar” toda a riqueza histórica
e cultural do homem nordestino, diante da aceleração da história e,
conseqüentemente, da perda das tradições. Portanto, respaldados pelos novos
referenciais teóricos - metodológicos do gênero biográfico, realizamos um
diálogo com as várias versões que foram produzidas para a biografia de Luís
da Câmara Cascudo, seja por ele próprio, seja por aqueles que o tomaram
como objeto de memória para, assim, compreendermos a multiplicidade de
sujeitos que o compõe.
P-06: ECONOMIA SOLIDÁRIA E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Expositores:
Diego Mendes da Silva
Leonildo Noberto de Medeiros
Núcleo Local da Unitrabalho/UFRN
Departamento de Ciências Sociais/UFRN
E-mail: [email protected]
Autores:
Profa. Dra. Eleonora Bezerra de Melo Tinôco Beuagrand
Rizoneide Souza Amorim
Iane Rocha Przewodowska Ferreira
O Projeto Economia Solidária e Desenvolvimento Sustentável desenvolvido
pelo Núcleo Local da UNITRABALHO/UFRN atua, em ações de promoção e
apoio a empreendimentos solidários, tendo como público prioritário
trabalhadores adultos, excluídos do mercado formal de trabalho,
desempregados, subempregados, marginalizados e de baixa renda da Região
Metropolitana de Natal/RN, visando com isso criar condições concretas de
superação do ciclo vicioso da pobreza. OBJETIVOS: A Incubadora da
UNITRABALHO/UFRN objetiva valorizar a Economia Solidária como alternativa
de inclusão econômica e de acesso à cidadania. Incubação de
Empreendimentos Econômicos Solidários, sob a forma de pequenas unidades
de produção, cooperativas, empresas de autogestão e outras modalidades;
Assegurar a adequada inserção em cadeias produtivas desses
empreendimentos econômicos solidários; Formação de quadros técnicos e
agentes de promoção da Economia Solidária, no interior das unidades de
incubação, com vistas a aprimorar sua atuação em organizações públicas e
privadas, ou diretamente juntos aos empreendimentos. Potenciar a geração de
trabalho e renda para as pessoas diretamente envolvidas; Desenvolver um
padrão de qualidade para viabilização sustentável dos empreendimentos
solidários;METODOLOGIA:A metodologia de trabalho da incubadora consiste
em um processo que vai desde a organização do grupo até a sua inserção no
mercado. Orienta os grupos nas áreas de planejamento, gestão, qualificação
profissional e assessorias jurídica e contábil. Fornece apoio e orientação ao
grupo, através de reuniões e visitas ao local de moradia e trabalho, levantando
as capacidades e demandas, segundo uma série de etapas, a fim de construir
em conjunto um Plano de Negócios.
P-07: A IMPORTÂNCIA DA FOTOGRAFIA COMO REGISTRO
HISTÓRICO NA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
AUTORA:
Sandra Maria Regis de Sousa Lins
Aluna do Curso de Pedagogia. CCSA/UFRN
Prefeitura Municipal da Cidade do Natal
Programa Geração Cidadã – Brasil Alfabetizado
E-mail [email protected]
O trabalho de fotografia foi desenvolvido em salas de aula de Alfabetização de
Jovens e Adultos, do Programa Geração Cidadã da UFRN, em parceria com a
Prefeitura Municipal de Natal, na zona Norte desta cidade, no período de
agosto de 2004 a fevereiro de 2005. Enquanto bolsista, do Núcleo de Pesquisa
em EJA, atuando na função de articuladora pedagógica, coordenando turmas
do Programa, busquei levar para os educandos uma linguagem que
possibilitasse um novo olhar a respeito da fotografia, percebendo as distintas
épocas, semelhanças, diferenças, mudanças, sociedade, cultura, costumes,
valores, política, imbricadas nela, a qual despertou uma visão crítica. O objetivo
desse labor foi proporcionar aos educandos o reconhecimento da imagem
fotográfica como veículo de informação e comunicação, servindo como fonte de
registro histórico social de uma determinada época. A metodologia constou de
uma exposição fotográfica, discussão sobre a temática, pesquisa em revistas,
leitura de imagens, elaboração e apresentação de seminários explicativos
sobre os planos da fotografia e sua relevância para nossa história. O resultado
proporcionou aos alunos um novo olhar sobre a fotografia, reconhecendo-a
como uma linguagem comunicativa e informativa singular dos acontecimentos
históricos e sociais de uma determinada época.
P-08: CONDIÇÕES DE TRABALHO E BURNOUT EM
PROFESSORES DE PSICOLOGIA: UM ESTUDO DE CASO EM
UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
Autora/expositora:
Silvânia da Cruz Barbosa
Mestre em Psicologia.
mail [email protected]
Esta pesquisa foi realizada em uma Instituição de Ensino Superior e teve como
objetivo central investigar a incidência da síndrome de burnout em professores
de psicologia, relacionando-a com as condições de trabalho. O universo da
pesquisa era constituído por 40 professores; deste total, 26 participaram,
compondo uma amostra representativa de 65%, sendo 50% homens e 50%
mulheres; 46,15% eram casados e 38,46% estavam entre solteiros e
separados; 61,54% possuíam o título de mestre, 23,07% eram especialistas e
15,38% doutores. Para o desenvolvimento do estudo, aplicaram-se os
seguintes instrumentos de coleta dos dados: um questionário padronizado,
denominado MBI para avaliar o burnout; um questionário aberto e uma ficha
sócio-demográfica. As respostas ao questionário aberto foram categorizadas,
mediante a aplicação da técnica de análise de conteúdo (temática),
recomendada por Bardin (1995). Os resultados desse tratamento e as
respostas ao MBI foram lançados na forma de banco de dados do SPSS for
Windows (Statistical Package for Social Science for Windows) versão 1.0 e em
seguida se procedeu com a aplicação das análises estatísticas. Os principais
resultados encontrados no estudo indicam que a categoria pesquisada
apresentou baixos escores nos fatores despersonalização (0,51) e exaustão
emocional (1,18) e elevado escore no fator realização profissional (4,83),
indicando a não incidência de burnout. Sobre as condições de trabalho, os
dados revelaram que 100% da amostra considerou que trabalhava sob
condições precárias (80,8%) e péssimas (19,2%); com elevada carga de
trabalho (57,7%), relacionamento frio e distante com os colegas de trabalho
(53,8%) e em clima de conflito (23,1%). Os resultados conduzem a concluir
que, apesar de claramente insatisfeitos com as condições de trabalho, os
professores de psicologia não apresentaram sintomas de burnout, podendo
esta situação estar sendo sustentada no alto nível de realização pessoal e no
valor que estes profissionais atribuem ao trabalho que realizam.
P-09: A FOTOGRAFIA COMO ESTIMULO DA MEMÓRIA
Autora/Expositora:
Zildalte Macêdo
Professora do DEARTE
Departamento de Arte
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
E-mail: [email protected]
O uso da imagem fotográfica na pesquisa social ganha cada vez mais espaço
pela sua condição de documento visual e possibilidade de análise. Registro do
mundo visível, a fotografia traz em si não só a descrição do explícito, mas
também a história que antecedeu à sua gênese, desencadeando lembranças
contidas na memória daquele que a interpreta. A leitura da imagem fotográfica
deve ser pensada em todos os seus aspectos simbólicos, a partir dos
significados contidos na sua composição. A pesquisa teve como objetivo
analisar retratos de uma família tradicional do município de Jardim do Seridó,
RN, compreendendo o processo de formação dos retratos da memória. O
trabalho foi desenvolvido através do uso de retratos e narrativa oral do
informante. Os retratos foram organizados em mapas de análise e discutidos
em três categorias: segunda realidade, primeira realidade e análise da
pesquisadora. Concluiu-se assim que a fotografia é um recurso estimulador de
lembranças que se retratam e se reconfiguram através da leitura da imagem
fotográfica, no caso em estudo, dos retratos de família.
P-10: A MÍSTICA COMO ELEMENTOS DIFERENDIADOR NA
FORMAÇÃO DE MONITORES PROFESSORES EM ÁREAS DE
REFORMA AGRÁRIA DO MST.
Autora/Expositora:
Maria José Nascimento Soares
UFRN/UFS
[email protected]
A mística é um dos elementos que estamos estudando como uma estratégia
metodológica para fortalece o processo formativo no Movimentos dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), especialmente, quando utilizada para
chamar a atenção dos monitores professores acerca da desigualdade social
existente entre os homens, numa possibilidade de compreender o contexto
atual, do qual a injustiça social deve ser um eixo motivador a fim de garantir
uma formação diferenciada para formar o novo homem. Pretendemos
recuperas os estudos teóricos sobre a idéia de mística em BOFF (1979);
BOGO (2003, 2002); STÉDILE; FERNANDES (2000) e outros. A mística se faz
presente no processo educativo como forma de manter viva a luta e recuperar
pensamentos de pessoas que lideram e deram sua vida pela reforma agrária
no Brasil e no mundo. Assim sendo, se estabelece novas relações que se
consolidam no coletivo dos assentados, pois, a mística quando
operacionalizada na cotidianeidade do assentamento permite aos sujeitos
envolvidos à conquista de direitos sociais, mediante um processo educativo
contínuo promovido nas áreas de assentamento de Reforma Agrária. Destarte,
a mística é impulsionadora da conquista de direitos individuais e coletivos que
foram usurpados ao longo desse processo histórico, numa perspectiva de
refletir sobre o sentimento demonstrado por aqueles que lutam e continuam
lutando em prol da desigualdade social.
P-11: A RODA DOS EXPOSTOS NA HISTÓRIA DO BRASIL
Autor/expositor:
Thiago do Nascimento Torres de Paula
[email protected]
Michele Silva Santos
[email protected]
Graduandos em História / UFRN
Este trabalho é parte de uma pesquisa sobre crianças abandonadas na
Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, na capitania do Rio Grande do
Norte, na segunda metade do século XVIII. Especificamente temos como
intenção, apresenta uma discussão que serve de referencial teórico para as
nossas investigações no âmbito local, tendo como base Maria Luiza Marcílio,
Renato Pinto Venâncio e Miriam Lifchitz Moreira Leite. Partindo do principio
que a cidade do Natal nunca teve uma Misericórdia e nem muito menos uma
Roda de expostos, é queremos apresentar uma síntese de caráter panorâmico
sobre uma das mais antigas instituições da nossa história. A Roda como
organização de amparo às crianças expostas resistiu ao três regimes, surgida
no período colonial, se difundiu durante o Império e entrando em crise durante
a Republica, só desaparecendo necessariamente em meados do século XX.
Sendo assim queremos demonstrar, um pouco da história do assistencialismo
a infância desvalida no ultimo pais do mundo a abolir o sistema de Rodas.
P-12: A SOCIOLOGIA NA FORMAÇÃO DO TÉCNICO AGRÍCOLA
Autora/expositor:
Joanice e Silva Miranda
Orientador: Prof. Dr. João Maria Valença de Andrade
Programa de Pós-graduação em Educação
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ensino e Formação Docente
Este estudo tem como objetivo analisar a importância e a influência da
disciplina Sociologia na formação e no exercício da profissão de Técnico
Agrícola. Busca explicitar conexões entre os conteúdos trabalhados naquela
disciplina, sua prática pedagógica e o exercício das atividades desta profissão.
Para tanto, optaremos por uma linha teórico-metodológica que permita uma
análise da atuação do Técnico Agrícola, dos conhecimentos (conteúdos ou
temas) adquiridos no Ensino Técnico pela disciplina Sociologia, da forma como
as aulas eram dadas e sobre a importância da disciplina em si no Curso
Técnico. O trabalho será desenvolvido com os ex-alunos da Escola Agrícola de
Jundiaí (EAJ) – localizada no município de Macaíba/RN – que estudaram
Sociologia nos períodos intermitentes em que esta disciplina esteve presente
no currículo do Ensino Técnico Agrícola, tomando-se como referência os exalunos que ainda exercem a profissão nesta área. Os procedimentos
metodológicos privilegiados são a pesquisa documental nos arquivos da escola
e a entrevista aos ex-alunos do Ensino Técnico na EAJ.
P-13: AS CONTRADIÇÕES SOCIOESPACIAIS EM GUAMARÉRN
Autor/expositor:
Josué Alencar Bezerra
Mestrando do Programa de Pós-Graduação e Pesquisa em
Geografia da UFRN
[email protected]
Ademir Araújo da Costa
Orientador e professor do Departamento de Geografia da UFRN
[email protected]
Na tentativa de compreender as desigualdades socioespaciais presentes na
maioria dos centros urbanos brasileiros, tem-se procurado uma maior
ponderação na relação Estado/Sociedade, na qual as políticas públicas vêm
como resposta institucional às demandas sociais e às pressões políticas.
Quando nos deparamos com a realidade brasileira, observamos na maioria das
vezes, o esquecimento do poder público diante de questões de ordem social.
Tal postura tem gerado graves problemas a alguns elementos de sustentação
de uma população, como a saúde e a educação. Nesse sentido, tomamos
como referência o estado do Rio Grande do Norte, mais precisamente, a
porção central do litoral setentrional, por apresentar um quadro socioeconômico
preocupante em seu território. Alguns municípios desta região são
historicamente conhecidos por gerar bastante recursos para o estado,
entretanto, o município de Guamaré não expressa em seu território os recursos
provenientes das receitas municipais auferidas. Em Guamaré percebemos a
ausência de equipamentos e serviços fundamentais para a melhoria da
qualidade de vida de sua população. Embora saibamos que esta situação
apresenta-se comumente em várias cidades deste porte no Brasil, no caso de
Guamaré, a situação deve ser analisada de forma diferente. Assentado no
perímetro da Bacia Petrolífera Potiguar, segunda maior produtora do país,
Guamaré está voltado para a atividade que abriga o Pólo Industrial, sendo
assim, um dos maiores recebedores de royalties da Petrobras no estado. A
idéia de que o município tomaria o rumo do “desenvolvimento” com a chegada
da Petrobras desapareceu, visto a frente à realidade local frente à arrecadação
do município que ultrapassa a quantia de um milhão de reais/mês. A aplicação
dos recursos oriundos destas potencialidades, com o auxílio de políticas
públicas eficientes podem favorecer o despertar para o desenvolvimento em
Guamaré. Para isso, resta saber por que o município não apresenta um
diferencial em termos de qualidade de vida.
P-14: BASE DE PESQUISA: CULTURA, POLÍTICA E EDUCAÇÃO
Autores/Expositores:
Geovânia da Silva Toscano
E-mail: [email protected]
Itamar de Morais Nobre
E-mail: [email protected]
Alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais –
UFRN
A Base de Pesquisa: “Cultura, Política e Educação” coordenada pelos
Professores Dr. José Willington Germano e Dra. Vânia de Vasconcelos Gico, é
vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, do Centro de
Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte originou-se em torno de um grupo de professores que se constituiu para
realizar um Levantamento e Catalogação de Fontes da Historia da Educação
do Rio Grande do Norte. A partir dos trabalhos realizados por esse grupo, em
1993, se constituiu a Base de Pesquisa: “Educação e Sociedade”, aprovada
pelo Comitê Conjunto CNPq/UFRN e passou a fazer parte dos Diretórios dos
Grupos de Pesquisa do Brasil. Optou-se pela temática Educação e Sociedade
pelo reconhecimento da importância das questões relativas à Educação para o
estudo e a compreensão da realidade social em varias direções. Em 1998,
iniciou-se a reorganização do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais, da UFRN, e a Base de Pesquisa reestruturou-se, nesse momento,
para ampliar seu alcance, passando, no amo 2000, a identificar-se como Base
de Pesquisa: Cultura, Política e Educação. Atualmente, comporta as Linhas de
Pesquisa: Organização Social e relações de Trabalho; Política, Cultura e
Comunicação; Políticas Sociais e Educacionais; Sociedade, Dinâmicas
Culturais, e Memória e, o Grupo de Estudos Boa-Ventura.
P-15: CIÊNCIA JURÍDICA, COMPLEXIDADE E DIGNIDADE
HUMANA
Autora/Expositora:
Lenices Moreira Raymundo
Doutoranda do programa de pós-graduação em Ciências Sociais e
pesquisadora do grupo de estudos da complexidade –GRECOM
[email protected]
Maria Conceição Xavier de Almeida
Docente do programa de pós-graduação em Ciências Sociais,
coordenadora do grupo de estudos da complexidade - GRECOM
Trata-se de pesquisa que está sendo desenvolvida a partir do método
transdisciplinar e dialógico da complexidade com o intuito de contribuir para a
construção de caminhos que viabilizem a realização da dignidade humana,
através da compreensão da ciência jurídica no contexto da sociologia, da ética,
da filosofia e do próprio direito positivo, voltando-se para a concepção do
pluralismo jurídico em relação dialógica e de complementaridade com o
monismo jurídico. Para alcançar tal intento, perfazemos um diálogo entre a
teoria pura do direito, de Hanz Kelsen, a teoria tridimensional do direito, de
Miguel Reale e a proposição do pluralismo jurídico em face à crise
paradigmática sustendada por Boaventura de Souza Santos, incluindo uma
abordagem jurisprudencial mediante análise de acórdãos do Supremo Tribunal
Federal sobre a aplicação do princípio da dignidade humana. Propõe-se uma
reflexão sobre a possível introdução da epistemologia da complexidade como
novo paradigma para a compreensão e aplicação do direito, enquanto ciência
social e cultura humanística, buscando transpor os limites do monismo jurídico,
o qual fundamenta a concepção positivista do direito, ainda dominante na
prática jurídica atual. A epistemologia da complexidade, ora propugnada,
encontra respaldo nos estudos realizados por Morin, o qual considera que o
conhecimento epistemológico complexo deve ao mesmo tempo detectar a
ordem (leis e determinação) e a desordem, e reconhecer as interações entre
ordem e desordem, em relação de complementaridade, na busca da religação
entre ciência e consciência complexa e da construção da sociologia do
conhecimento científico, capaz de auto-interrogar-se e auto-refletir-se, já que
"ciência sem consciência é apenas a ruína do homem". (MORIN, 2003, p. 11)
Consideramos que o sistema organizacional do pensamento complexo em
muito pode contribuir para construção de uma ciência jurídica aberta, pluralista,
capaz de transpor a concepção positivista do direito, que o impede de melhor
exercer sua função social.
P-16: “ERA UM SONHO DESDE CRIANÇA”: O SIGNIFICADO DA
DOCÊNCIA ENTRE PROFESSORES DOS MUNICÍPIOS DE
UMBUZEIRO E REMÍGIO.
Autor/Expositor:
Jameson Ramos. Campos
Especialista em Educação. Professor do Dpto. De Filosofia e
Ciências Sociais da UEPB.
[email protected]
Esta pesquisa foi desenvolvida entre os professores da rede pública dos
municípios paraibanos de Umbuzeiro e Remígio, cursistas do Programa de
Pedagogia em Serviço oferecido pela Universidade Estadual da Paraíba, e teve
como objetivo investigar, por um lado, as motivações que conduziram estes
profissionais a ingressar na carreira do magistério e nela permanecer até hoje
e, por outro, a compreensão que estes docentes têm de sua profissão.
Acreditamos que os motivos para a escolha da profissão e a visão peculiar que
eles têm da mesma entram aqui como determinantes fundamentais, embora
não únicos, a orientar a sua prática docente. A pesquisa foi realizada com 35
professores cursistas do município de Remígio e 38 do município de
Umbuzeiro e, para tanto, foram aplicados questionários abertos e uma ficha
sócio-demográfica como instrumentos de coletas de dados. Os primeiros
resultados encontrados indicam que a escolha da profissão docente está
associada a dois tipos distintos de motivações: ora associada à vocação, ao
gosto de trabalhar com criança e a uma espécie de sonho acalentado desde a
infância – visão que eu chamo aqui de romântica – ora à falta de opção de
trabalho ou como obra do acaso. (Vieira, 2002). Os dados ainda apontam para
o fato de que, mesmo assumindo a profissão docente por um acaso ou por
necessidade, parte destes profissionais acabaram por se “afeiçoar à profissão”,
às crianças para as quais lecionam e terminaram por gostar da profissão,
passando a exercê-la com “amor”. As motivações para ingresso na profissão e
a maneira como eles concebem a docência, indicam que os requisitos
fundamentais para o exercício do magistério são o amor e a dedicação às
crianças, o carinho, o zelo e o cuidado quase materno.
P-17: ESTUDANTES DO CICLO BÁSICO DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE: UMA AVALIAÇÃO DE
SEUS HÁBITOS E DE SUA QUALIDADE DE SONO.
Expositores:
Ádala Nayana de Sousa
Liliane Pereira Braga.
Departamento de Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: [email protected]
Autores:
Ádala Nayana de Sousa (Graduanda), Liliane Pereira Braga
(Graduanda), Caroline Araújo Lemos (Graduanda), Camomila Lira
Ferreira (Graduanda), Katie Moraes de Almondes (Pós-Graduanda),
Neuciane Gomes da Silva (Professora), Eulália Maria Chaves Maia
(Professora).
A qualidade de sono envolve critérios como início de sono precoce, menos
interrupções e menos despertares durante o sono, cuja avaliação ruim pode
trazer problemas como diminuição de concentração e atenção, prejuízos no
desempenho, fadiga e irritabilidade. Podem contribuir para esses problemas
hábitos de sono considerados ruins, como fumar, ingerir substâncias
psicoestimulantes, barulho e muita iluminação onde se dorme. Objetivou-se
identificar e avaliar os hábitos e a qualidade de sono de 95 estudantes da
UFRN, que cursavam o primeiro período de 15 cursos: Pedagogia, Ciências
Econômicas, Direito, Administração, Turismo, Ciências Biológicas, Farmácia,
Medicina, Odontologia, Enfermagem e Obstetrícia, Engenharia Química,
Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia da Computação, e
Arquitetura e Urbanismo. Utilizou-se: Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg, e Questionário de
Hábitos de Sono. Resultados evidenciam o escore médio de 5,64±2,53, que
indica uma qualidade de sono ruim para os estudantes, já que tal média
encontra-se acima de 5,0. A partir da análise dos hábitos de sono, percebeu-se
que 51,7% deles não têm barulho no quarto, 76,8% afirmam não haver nada no
quarto que incomode e 100% mantém no quarto aparelho de televisão, som,
computador e material de leitura. Na amostra, mais de 80% bebem refrigerante
e ingerem chocolate freqüentemente. Quanto ao sono, 64,2% asseguram que,
às vezes, tem dificuldade iniciar o sono, e 80% dizem que, às vezes,
apresentam sonolência diurna. Assim, infere-se que a falta de um horário
regular de dormir e acordar, que se soma aos hábitos de sono ruins, associa-se
à qualidade de sono ruim e conseqüente irregularidade do padrão do ciclo
sono-vigília presente nesses estudantes. Com isso, faz-se necessário
promover melhoras em alguns hábitos de sono, a fim de evitar os malefícios
para a saúde já relatados.
P-18: FEIRA LIVRE DE CAICÓ/RN: MUDANÇAS E
PERSISTÊNCIAS
Expositor e Autor:
Marcos Antônio Alves de Araújo
Titulação: Graduando em Geografia na UFRN/CERES/CAMPUS DE
CAICÓ. E-mail: [email protected]
Co-autor (a):
Ione Rodrigues Diniz Morais
Titulação: Professora Doutora do Departamento de História e
Geografia, da UFRN/CERES/CAMPUS DE CAICÓ
E-mail: [email protected]
As feiras livres municipais, incrustadas, mormente, nos espaços centrais dos
aglomerados urbanos, se constituem como uma prática econômica e cultural,
historicamente tecida na maioria das cidades nordestinas, onde compradores e
vendedores, oriundos de áreas distantes e da própria localidade, se reúnem
semanalmente, para estabelecerem as atividades de compra, venda e permuta
dos diversos produtos. Nesse sentido, ancorado nas discussões,
problematizações e inspirações teóricas de Paul Claval, Milton Santos e
Eduardo Pazera, objetivamos perscrutar e analisar as transformações na
dinâmica sócio-espacial da Feira Livre da Cidade de Caicó/RN, entendendo
sua historicidade e sua hodierna organização espacial, bem como, as práticas
sócio-culturais que ora, ressignificam-se, ora resistem aos processos ditos
“modernos”. Para desenvolvermos esse estudo, realizamos entrevistas com
vários agentes sociais, sobretudo, caicoenses que vivenciaram, conviveram,
freqüentaram e freqüentam as feiras livres de Caicó. Devido à pesquisa está
em fase embrionária, os resultados e considerações são apenas parciais,
flexíveis a alterações. Assim, por meio de algumas observações feitas in loco,
podemos constatar que a Feira Livre de Caicó, realizada durante os sábados,
está organizada e enxertada, atualmente, em dois espaços distintos da área
central do tecido urbano. Ademais, evidenciamos que a Feira Livre dessa urbe,
mesmo mudando de espaço, ainda se constitui como o lugar do encontro, dos
costumes, das tradições, das conversas, das sociabilidades e das múltiplas
territorialidades contracenadas pelos atores sociais de Caicó e de outras
cidades circunvizinhas.
P-19: FLOGS: CULTURA E ESPAÇO NA INTERNET
Autor/Expositor:
Bruno de Oliveira Lima
Aluno do Departamento de Antropologia
Os flogs viraram mania no mundo da Internet. Os brasileiros foram os que mais
adentraram nesse novo tipo de site e hoje já contabilizam cerca de 50% de
toda a população "flogueira" do mundo. É comum as muitas tribos virtuais
postarem nos fotologs, são várias imagens que retratam as suas identidades
culturais particulares. O painel que pretendo apresentar é uma tentativa de
mostrar as fotos postadas pelos jovens nos flogs, para que se possa fazer uma
analise apurada deste "fato social", já que, os flogs são maneiras de fazer, agir
e pensar de uma coletividade, apresentam uma complexa rede de relações
sociais e são sobre tudo espaços de sociabilidade no campo do privado de do
público, construídos pelos homens da chamada pós-modernidade. Nesse
contexto, abordarei as questões referentes ao Ciberespaço e a Cibercultura
através do painel.
P-20: GRUPO DE ESTUDOS BOA-VENTURA
Autores/Expositores:
Alcides Leão Santos Júnior
Lenina Lopes Soares Silva
Alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais –
UFRN [email protected]
O Grupo de Estudos Boa-Ventura, coordenado pelos Professores: Dr. José
Willington Germano e Dra. Vânia de Vasconcelos Gico, é vinculado à Base de
Pesquisa: Cultura, Política e Educação, do Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais, do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, surgiu da convergência e do
desejo dos participantes em aprofundar estudos sobre globalização,
multiculturalismo, educação, política memória, imagem e sociedade. Como a
obra de Boaventura de Sousa Santos engloba todos esses conceitos, decidiuse por estudá-la de forma sistemática, empreendendo-se esforços para manter
um dialogo aberto e flexível com suas idéias. Objetiva-se discutir essas idéias
visando compreender seu itinerário teórico-metodológico, mediante a
interpretação do seu pensamento, para assim, promover reflexões acerca dos
conceitos que venham a ser apropriados pelo Grupo. A metodologia adotada
possibilita a troca de saberes subjacentes às idéias em estudo. O Grupo reúnese mensalmente, para discussão das leituras e planejamento de atividades
com a perspectiva de atingir as metas, entre elas: publicação da produção do
Grupo e a promoção de seminários e mesas redondas sobre as temáticas
estudadas.
P-21: HORÁRIOS ACADÊMICOS DE ESTUDANTES DO CICLO
BÁSICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO
NORTE: FORTES SINCRONIZADORES AMBIENTAIS?
Expositores:
Caroline Araújo Lemos
Camomila Lira Ferreira
Departamento de Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: [email protected]
Autores:
Ádala Nayana de Sousa (Graduanda), Liliane Pereira Braga
(Graduanda), Caroline Araújo Lemos (Graduanda), Camomila Lira
Ferreira (Graduanda), Katie Moraes de Almondes (Pós-Graduanda),
Neuciane Gomes da Silva (Professora), Eulália Maria Chaves Maia
(Professora).
O ciclo sono-vigília é sincronizado por fatores internos e externos. Os
sincronizadores ambientais desempenham um papel crucial nesse ciclo no
homem, na medida que os horários e demandas sociais, determinam os
horários de sono, interferindo nesse padrão. Tais interferências podem
acarretar prejuízos à saúde, como a privação de sono, que ocasionando
diversos efeitos maléficos, como irritabilidade, diminuição da vigilância, atenção
e concentração. Assim, objetivou-se avaliar o ciclo sono-vigília de estudantes
do 1º ano das áreas Biomédica, Humanística e Tecnológica da UFRN. O
trabalho foi realizado com 106 estudantes voluntários, utilizando-se de Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido, Ficha de Identificação, Diário de Sono,
Questionários de Hábitos de Sono, de Identificação de Cronotipo e de
Qualidade de Sono. Os 28 estudantes de Biomédica possuem médias de início
de sono de 23:30±00:50 e duração de 07:24±01:04. Essas médias passam a
ser 23:43±01:04 e 07:35±01:14, respectivamente, nos 44 estudantes de
Humanística. Já os 34 estudantes de Tecnológica possuem médias de início de
sono de 23:35±01:01 e duração de 07:19±00:43. Observou-se que esses
estudantes apresentaram índices de qualidade de sono de 5.4, 6.3 e 5,0,
respectivamente, ou seja, índices considerados ruins, já que estão maiores ou
igual ao 5,0. Isso pode estar relacionado ao padrão irregular de sono presente
em todas as áreas. Observou-se que a amostra de todas as áreas apresentou
qualidade de sono ruim, o que pode estar relacionado a um padrão irregular de
sono. Dessa forma, infere-se que os horários e as demandas acadêmicas
funcionam como fortes sincronizadores durante a semana, pois os menores
desvios padrões apontam uma maior homogeneidade nos horários, algo que
não acontece durante o fim de semana, no qual os horários associam-se ao
lazer. Cabe, portanto, uma maior atenção sobre os fatores que influenciam o
sono irregular e a qualidade de sono ruim apresentados pelos estudantes.
P-22: MODA E CORPO
Autora/Expositora:
GeísaPereira Alves (mestranda)
Instituição: Programa de Pós-Graduação
Social/DAN/CCHLA/UFRN
em
Antropologia
Associadogeralmente ao conceito de vestir, o de moda vem do latim “modus”
que significa modo, maneira. Surgiu na europa ocidental quando as roupas em
função do contexto histórico sugeriam a diferença dos sexos. A moda como
conceito começou a partir do nascimento e do desenvolvimento do mundo
ocidental. Só a partir do final da idade média e do início do renascimento foi
possível fazer um reconhecimento apurado da ordem própria da moda como
sistema, com suas transformações incessantes, suas diferenças e suas
extravagâncias. Neste aspecto sob uma análise ampla, podemos afirmar que a
imposição coletiva da moda permite uma certa relação de autonomia individual
se tratando da aparência, dessa forma engendra-se uma certa relação inédita
entre a célula individual e regra social, que se interligam e promovem o próprio
dinamismo da moda. O movimento hedonista iniciando na américa do norte e
na europa e 1960 e 1970 com a liberação sexual, a liberdade individual é
largamente divulgada e hoje podemos notar uma nova produção corporal e
novas formas de construção corporal presentes nas práticas e representações
das camadas médias urbanas, que vêm tomando status de moda. Procurando
refletir sobre este tema, priorizamos neste momento o estudo do auto controle
da aparência física, cabendo ainda investigar os processos que levam os
indivíduos a incorporarem as normas desta nova estética. Teremos como
suporte teórico para este estudo as reflexões de Marcel Mauss (1950) sobre as
técnicas do corpo, neste contexto ele afirma: “ (...) esses hábitos ou técnicas do
corpo não variam apenas de acordo com cada indivíduo e suas imitações, mas
também de acordo com as sociedades, as educações, as convenções, as
modas e os prestígios” (p. 67). Analisando este tema figura também o trabalho
organizado pela antropóloga Mirian Goldenberg (2002) ao analisar o corpo e
moda no Rio de Janeiro.
P-23: NAS CERCANIAS DO MUNDO NOVO: APONTAMENTOS
ACERCA DA PRÁTICA SÓCIO-ESPACIAL PROMOVIDA PELOS
AGRICULTORES.
Autoras:
Jossylúcio Jardell de Araújo (expositora)
Discente do Curso de Geografia, da UFRN, CERES
[email protected]
Evaneide Maria de Melo
Ione Rodrigues Diniz Morais
Discentes do Curso de Geografia, da UFRN, CERES
Neste projeto pretende-se compreender a dinâmica sócio-espacial promovidas
pelos agricultores assentados na Fazenda Mundo Novo, que é gerenciado pela
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte – EMPARN. Para
palmilhar tal perspectiva de leitura, foi indispensável à aplicação de
questionários pré-elaborados direcionados aos agricultores e a empresa
responsável – EMPARN. De igual importância foi o nosso suporte teóricometodológico, centrado nas leituras de Stuart Hall, Roberto Lobato Corrêa,
Rogério Haensbaert e Olavo de Medeiros Filho. Com a ida ao campo, um
mundo se descortina, seja ele representado nas vivências, no ato de plantar,
colher ou mesmo nas relações estabelecidas com a terra, que passam por (re)
elaborações que ganham contornos particulares, expressos pelo movimento
migratório , ou na relação com a estrutura física montada – sem o uso de
cercas. Acreditamos que nosso trabalho não encerra a discussão, mas que ela
abre horizontes para novos olhares e reflexões.
P-24: O “IDEAL DE AMOR ROMÂNTICO” E SUAS DEMANDAS:
POSSIBILIDADE DE SOFRIMENTO?
Autora/Expositora:
Vergas Vitória Andrade da Silva (expositora)
Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais –
UFRN
Orientadora: Norma Missae Takeuti
A idéia romântica de amar tem sido parte essencial da cultura ocidental. A
experiência amorosa apresenta valor central na vida dos indivíduos. Tornou-se
o centro de muitas expectativas, isso porque, dentre outras coisas, o amor é
apresentado como umas das poucas coisas que podem nos fazer feliz. Ele foi
colocado numa aura perfeita e eterna. Contudo, o amor romântico exige uma
série de cumprimentos de papéis e demandas que seriam difíceis de serem
efetivados em sua prática pelos amantes. A busca de realização deste ideal
afetivo-sexual pressupõe regras de condutas contraditórias e difíceis de seguir.
Nessa dinâmica, a perspectiva da não-realização do “sonho romântico”
acarretaria a alguns sofrimentos. Neste sentido, o presente trabalho visa focar
as principais representações e expressões do sofrimento amoroso que
decorriam das contradições geradas pelas demandas exigidas pelo ideal de
amor romântico, através da trajetória de vida amorosa de homens e mulheres
que vivenciam relacionamentos íntimos amorosos.
P-25: "O ATENDIMENTO AOS ALUNOS COM NECESSIDADES
EDUCACIONAIS ESPECIAIS NAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS DE
CAICÓ: ASPECTOS DE UMA REALIDADE".
Autora/expositora:
Hennybeth Soares da Silva
Graduanda em pedagogia.UFRN/ CERES/ DESE - RN
e mail: [email protected]
Nazineide Brito
Co-autora Professora Ms.UFRN/ CERES/ DESE -RN
e-mail: [email protected]
O conceito sobre a educação oferecida aos alunos com necessidades
especiais modificou-se ao longo do tempo. A educação que antes acontecia em
instituições segregadas passou com o tempo a ser oferecida em instituições do
sistema regular, estando esta concepção inserida na nova LDB (9.394/96).
Porém, apesar dos avanços, a realidade ainda é distante de um atendimento
de qualidade. Problemas como a falta de estrutura física adequada e a
ausência de formação específica dos professores em relação à educação
especial, são ainda gritantes em nosso país. Este trabalho visa apresentar a
realidade dos aspectos físicos e pedagógicos oferecidos pelas escolas da
educação infantil da rede privada aos alunos especiais. Para a efetivação
desse trabalho, foram realizados estudos bibliográficos, e em seguida, deu-se
início as entrevistas com os professores e gestores das escolas. Para a coleta
de dados foram utilizados questionários, entrevistas e observações, depois,
sendo todos analisados. A partir da análise, afirmamos que estão matriculadas
na educação infantil, cerca de 1.391 crianças, sendo 26 especiais. Na maior
parte das escolas a estrutura física é precária, precisando de reformas, já o
acompanhamento pedagógico específico é oferecido na maior parte fora da
instituição, através da APAE. Percebemos, portanto, que essas escolas,
mesmo com alguns aspectos melhores do que as escolas públicas, não deixam
de apresentar necessidades de modificações tanto na parte física como na
pedagógica; a falta de orientação, capacitação e formação específicas dos
demais profissionais da área, continuam sendo falhas que precisam ser
melhoradas. Já o aspecto físico, carece de modificações na construção de
rampas arquitetônicas, banheiros, carteiras e materiais específicos que
garantam a permanência desses alunos nessas instituições. Neste sentido a
inclusão de crianças de 0 a 6 anos de idade nessas escolas, ainda caminha a
passos lentos, precisando de melhorias para a sua efetivação.
P-26: “O MÉDICO DIANTE DO PACIENTE SUICIDA”
Expositores:
Beatriz Furtado Lima
E-mail: [email protected]
Juliana Gouveia Costa
Estudante de Psicologia/UFRN
E-mail: E-mail: [email protected]
Autores:
Beatriz Furtado Lima, David Emmanuel M. Ferreira, Juliana Gouveia,
Luciana Fernandes Matias, Maíra Trajano Costa, Mariliz Viegas
Nôga, Renata Oliveira, Vera Saraiva
Orientador: Elza Dutra
O suicídio é um assunto complexo, multifatorial, carregado de preconceitos e
causador de grande impacto psico-social. Lidar com o suicídio pode gerar
sentimentos de frustração e impotência nos médicos, pois podem se sentir
fracassados na sua atuação profissional. Este trabalho teve como objetivo
investigar como os médicos lidam com pacientes suicidas, tendo em vista que
se tratam de profissionais que lutam para salvar vidas. A pesquisa foi realizada
em janeiro de 2004 com médicos de três hospitais de Natal, totalizando 54
questionários com 25 questões abertas e fechadas. As perguntas focalizaram
aspectos da profissão, sentimentos em relação à morte e aos pacientes
suicidas e outras questões sobre suicídio (encaminhamento, causas, sinais,
prevenção). Na análise dos dados, criamos categorias para representar e
correlacionar as respostas das questões abertas. Percebemos que a maioria
dos médicos se sente reflexiva diante de pacientes suicidas. Encontramos uma
contradição e certa resistência ao dizerem que lidar com a morte influencia de
alguma forma sua vida, levando-os a valorizá-la mais, e ao relataram que lidar
com pacientes que tentaram se matar não causa nenhuma influência em suas
vidas. Questionados sobre o que acham que leva alguém a cometer suicídio,
responderam que as principais causas são distúrbios psiquiátricos, problemas
familiares, problemas amorosos ou dificuldades interpessoais. Citaram
comportamentos agressivos, depressão e tristeza como os mais freqüentes
sinais que poderiam indicar um possível ato suicida. Os médicos supõem ser
possível a prevenção do suicídio, mostrando-se condizentes com a concepção
de suicídio como uma doença, o que os levam a encaminhar tais pacientes a
psiquiatras. Concluímos que a morte e o suicídio são temas difíceis e
delicados, em especial para os médicos, os quais lutam pela vida
constantemente, sendo assim seria interessante para eles um suporte
psicológico para melhor lidarem com essas questões e com seu trabalho.
P-27: OS LAÇOS QUE ENTRELAÇAM A MEMÓRIA E A
EDUCAÇÃO
Autoras/Expositoras:
Alenuska Karine de Medeiros Ferreira
Discente do Curso de Pedagogia, da UFRN, CERES
Rousejacley Pereira de Araújo Silva
Discente do Curso de História, da UFRN, CERES
[email protected]
O projeto de pesquisa "A História da Educação pela via da Memória e da
Literatura", vem desenvolvendo no decorrer de seus estudos um trabalho de
organização e sistematização das fontes para o estudo da História da
Educação. Objetiva também possibilitar a realização de palestras e reflexões,
de modo à aproximar a pesquisa aos alunos e pesquisadores de outros
cursos/áreas. Para realizá-la utilizamo-nos da metodologia da história oral
como recurso para o recolhimento de narrativas através de gravação de
entrevistas, como registros de informações de populares. Também nos
valemos de obras literárias e versos de cordel como fontes de estudo.
Operacionalmente, demos início à criação de um banco de dados, que foi
precedido de uma campanha de arrecadação de livros e cartilhas antigas que
foram catalogados e arquivados. Podemos concluir que os dados coletados
são de grande relevância para a formação do corpo da pesquisa, o que
confirma o constructo de um conhecimento sustentado em variadas fontes que
se entrecruzam nas fronteiras entre história, memória e literatura. Dispomos de
um acervo considerável de entrevistas com professores e pessoas da
comunidade que, na ocasião, narraram sobre seu tempo de escola realçando
detalhes da cultura, usos, costumes e hábitos que compunham a rotina de
práticas desenvolvidas no cotidiano escolar.
P-28: POLIFONIAS DO EDUCAR: VOZES QUE RESSOAM DO
SILÊNCIO
Marinalva Pereira de Araújo
Graduanda
do
Curso
de
Pedagogia
UFRN/CERES/DESE/CAICÓ-RN
[email protected]
Antônio Lisboa L. de Souza
Prof. Dr. da UFRN/CERES/DESE/CAICÓ-RN (Orientador)
da
Quando os sonhos parecem perdidos, a maré traz perspectivas de articulação
nos fazeres que valorizam a aprendizagem escolar, sob conversas que dão
lugar às vozes caladas num silêncio de uniformidades. Os diálogos dos
educadores vêm constituir o curso de pedagogia realizado através do
Programa de formação em nível superior dos professores da Educação Básica
(PROBÁSICA). No compromisso de desvendarmos os efeitos desta formação,
detemo-nos na turma de 1998, perscrutamos os discursos colhidos em
questionários, sentamos em conversas informais e finalmente analisamos as
opiniões, ancorados nos teóricos: Edgar Morin, Paulo Freire e Perrenoud.
Relações travadas inferem a polifonia dialógica que faz bater e culminar em
conflitos, por excelência condutores da construção mediante interesses
coletivos dos profissionais. O diálogo como instante de reflexão sobre
competências, ocasião onde se traçam marcas que aventam mudança nos
modos de fazer, na relação com todos os membros da comunidade escolar.
Emergem dos escombros ânsias de maior participação e de continuidade da
formação. A formação em pedagogia-PROBÁSICA transcende ao mero
diploma e constrói ímpetos de reflexão do educador sobre suas ações,
deixando florescer um mar de possibilidades na produção do conhecimento
pedagógico, onde o ensino passa a ser cerne de inquietações, onde o
professor abre-se à invenção e à construção nos diálogos, rumores de
inovação nas ações educativas.
P-29: POLÍTICAS PÚBLICAS, ESPAÇO E EMPREGO EM ÁREAS
PERIFÉRICAS: O “PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO
TURISMO NO RIO GRANDE DO NORTE” EM QUESTÃO
Autor/Expositor:
Jean Henrique Costa
E-mail:[email protected]
Aluno do departamento de Ciências Sociais/UFRN
O turismo enquanto atividade sócio-espacial compreende em sua dinâmica
direta e indireta o fato de necessitar de intensa mão-de-obra para as diferentes
ocupações existentes em sua cadeia produtiva. Isto posto, tem-se que o
entusiasmo acrítico com que o turismo é tratado se tornou nestes últimos anos
impressionante. Com a famosa metáfora “indústria sem chaminés” a atividade
tem se propagado como nunca, isto com a ajuda de mecanismos
governamentais, empresariais e os incessantes esforços da mídia na
divulgação turística. Em decorrência disso, cresce também o número de
políticas públicas e empreendimentos voltados à atividade. Encontra-se
atualmente um discurso apologético acerca do turismo enquanto gerador de
empregos e desenvolvimento local. Em razão disso, estas políticas públicas
são justificadas pela importância que a atividade possui pelos seus pontos
positivos. No entanto, não se questiona a qualidade dos empregos gerados
pela atividade turística, que se caracterizam por serem mais precários do que
os demais empregos existentes no setor de serviços, devido fundamentalmente
ao seu caráter sazonal. No RN, em particular o recorte espacial dado pelos
municípios do PRODETUR/RN I, observa-se uma assimetria quanto as
interações espaciais entre as cidades que compõem tal programa. Em Natal,
município que caracteriza tal assimetria, observa-se a maior parte dos
empregos formais, investimentos privados e públicos. Natal neste contexto
“discrepante” funciona como o produto principal e espacialmente como o centro
das questões sobre turismo no Estado. Dado este fato, os cinco demais
municípios que compõem o programa se constituem enquanto sub-produtos da
cidade capital, onde a precarização das relações de trabalho se acentua ainda
mais nestes municípios “secundários”. Decorrente deste fato, tenta-se saber,
em que medida políticas públicas de turismo (PRODETUR/RN I) têm sido
eficazes para a geração de empregos nos municípios constituintes do
programa, quais as características destes empregos e como os mesmos se
distribuem espacialmente nestes municípios?
P-30: RECURSOS ESTRATÉGICOS DA LINGUAGEM EM
PROPAGANDAS DE CERVEJA
Autora/Expositora:
Elis Betânia Guedes da Costa
Kaline Juliana de Souza Feitosa
UFRN-CERES
O presente trabalho é o resultado de um projeto de pesquisa interdisciplinar,
realizado no campus de Currais Novos, envolvendo alunos de Letras e
Administração. Para realização de tal estudo seguimos uma abordagem
qualitativa, objetivando descrever e analisar a linguagem e os mecanismos
lingüísticos utilizados como forma de persuasão em propagandas de cerveja
entre os anos de 1994 e 2004. Dessa forma, partimos da hipótese que a
linguagem utilizada em tais textos recorreria a determinados mecanismo como:
figuras de linguagem, ambigüidade e repetição, entre outros objetivando a
indução sobre o consumidor. O “corpus” constitur-se-a de vinte propagandas
coletadas aleatoriamente em revistas informativas. Foi constatados que nos
textos em questão a formação discursiva é por excelência persuasiva, já que
se fixa num jogo parafrástico , onde o conjunto de efeitos retóricos envolve o
interlocutor, criando efeitos que sejam capazes de atrair sua atenção.
P-31: RIACHO DOS NEGROS: AS BATALHAS COTIDIANAS EM
TRAMAS HISTÓRICAS E TEIAS DE MEMÓRIA
Autora/Expositora:
Joelma Tito da Silva
Bolsista Propesq
Orientador: Prof. Joel Carlos de Souza Andrade
Este trabalho de pesquisa problematiza o cotidiano da comunidade dos Negros
do Riacho, grupo remanescente da experiência negra escrava formado há mais
de um século na zona rural da cidade de Currais Novos/RN. No trabalho efetivo
com as fontes, colhidas durante a pesquisa de campo participante, bem como
na análise das inspirações teóricas traçamos o perfil da comunidade a partir
das suas artes de fazer diárias que incidem sobre formas astuciosas e táticas
de sobrevivência. Mergulhados em espaços de marginalidade e de escassez
material, os negros do Riacho constituem homens comuns, ordinários,
estigmatizados, transformados em museu da escravidão e da miséria, são
sujeitos que criam formas de prosseguir, de caminhar, de morar, de casar, de
crer, de festejar etc. Teórico/metodologicamente esta pesquisa inspira-se nas
discussões acerca do cotidiano problematizadas por Michel de Certeau. A partir
de Clifford Geertz desenvolvemos uma descrição densa do grupo, percebendo
aquele espaço enquanto lugar investido de historicidade, de símbolos, de
subjetividades. Problematiza-se assim a cultura enquanto texto marcado por
articulações humanas, o Riacho enquanto um espaço inscrito por gestos,
fazeres e dizeres cotidianos, historicamente tramados, mnemonicamente
tecidos.
P-32: RITMOS, TONS, GOSTOS E SONS DO PATRIMÔNIO
IMATERIAL EM CARNAÚBA DOS DANTAS
Autor/Expositor:
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
E-mail: [email protected]
Programa de Pós-Graduação em História - CCHLA - UFRN
Grupo de Estudos em Patrimônio e Arqueologia do Seridó - GEPS
Apresenta os resultados parciais do Projeto Carnaúba dos Dantas: Inventário
do Patrimônio Imaterial de uma Cidade do Sertão do Rio Grande do Norte PRONAC 043906, vinculado ao Ministério da Cultura e financiado pela
PETROBRAS. Esse projeto objetiva desenvolver um levantamento acerca do
patrimônio imaterial do município de Carnaúba dos Dantas, localizado na
microrregião do Seridó, Sertão do Rio Grande do Norte, que resultará na
montagem e publicação de um inventário, além de sua divulgação nos
estabelecimentos de ensino estaduais e municipais de educação. Decorrentes
desta finalidade principal realizamos pesquisa sobre o folclore (rituais e festas,
religiosidade e saber popular), manifestações culturais (literatura, música, artes
plásticas, artes cênicas), práticas culturais coletivas e seus espaços (mercados,
feiras, santuários e praças); o preenchimento de fichas de registro baseadas na
metodologia do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do IPHAN
e composição do respectivo inventário com as principais manifestações da
cultura imaterial local; e brevemente realizaremos a publicação dos resultados
da pesquisa e sua difusão nas instituições de ensino locais através de
workshops destinados aos docentes e mini-cursos e oficinas destinados aos
discentes. As ações que propomos encontram validade na medida em que
contribuirão para o conhecimento, a preservação e a difusão dos saberes e dos
fazeres de Carnaúba dos Dantas, que se constituem enquanto patrimônio
imaterial do Rio Grande do Norte e, porque não dizer, do país. Trata-se de
discussão recente na legislação brasileira (o Decreto 3551 que institucionaliza
o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial data de 2001), porém, que
evidencia o quanto é perigoso esquecermos de, pelo menos, registrar e difundir
uma forma de patrimônio cultural que está viva no imaginário e na própria
dinâmica da sociedade brasileira, a da imaterialidade, composta dos saberes e
dos fazeres, das formas de expressão, dos lugares de sociabilidade e das
festas e celebrações.
P-33: UM SITE PARA A PLANETARIZAÇÃO
Autor/Expositor:
Néri Andréia Olabarriaga Carvalho
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
E_mail: né[email protected]
Orientadora: Maria das Graças Pinto Colelho
A idéia do trabalho surgiu a partir do Documento Jacques Dellors, que
evidencia a utilização de metodologias inovadoras no sistema acadêmico em
face influência das Novas Tecnologias na Educação. É um instrumento digital
com arquitetura em rede, que visa não só as possibilidades técnicas de fusão
entre capacidade de armazenagem de informação com modos de acesso e
escala de abrangência, mas sim, a necessidade que vem sendo sentida da
utilização do mesmo, não em seu simples contexto de utilização pedagógica ou
de legitimação do consumo, mas pelas possibilidades de reflexão que
fornecem quando bem empregadas, sobre as informações disponibilizadas em
um ambiente cultural e educativo suscetível de diversificar as fontes de
conhecimento e do saber (Delors, 2003) e contribuir no processo educativo
numa perspectiva inclusiva à formação do indivíduo. Esta ferramenta consiste
no desenvolvimento e implantação de uma ferramenta digital (site) sobre
conteúdos de caráter Ambiental, que será elaborado e alimentado a partir das
produções acadêmico-científicas disponíveis, onde projetos, pesquisas,
experiências desenvolvidas e em andamento, bem como outras informações
pertinentes ao tema serão evidenciadas. Como aporte teórico-metodológico,
utilizamos a revisão bibliográfica, análise de conteúdo documental, pesquisa de
campo e entrevistas semi-estruturadas. O objetivo é de possibilitar a
democratização de informações de qualidade, como um serviço institucional de
fonte para a comunidade Universitária, que tenha por propósito desenvolver
pesquisas; assim como apoiar o pesquisador e fomentar as atividades
relacionadas ao compartilhamento da informação científica através da Internet.
Com este instrumento, buscamos também cooperar no exercício e formação da
cidadania e na preservação do Meio Ambiente, não só do Estado, mas propor
troca de idéias e experiências de trabalhos e atitudes no âmbito Internacional,
desempenhando um papel articulador em relação aos demais programas,
Órgãos, Entidades e segmentos que atuam nesta área.
P-34: VISÕES IMAGINÁRIAS DE CAICÓ/RN: APROXIMAÇÕES
ENTRE LEMBRANÇAS E ESQUECIMENTOS.
Autoras/Expositoras
Evaneide Maria de Mélo (Graduanda em Geografia, no Centro de
Ensino Superior do Seridó, Campus de Caicó/RN, bolsista de
Iniciação Científica PPPg/, da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte )- [email protected]
Doutora Eugênia Maria Dantas (Professora do Departamento do
História e Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, do Centro de Ensino Superior do Seridó, Campus de
Caicó/RN)
A Geografia Cultural trata a paisagem como um “texto”, onde se pode efetuar
múltiplas leituras dos processos naturais, sociais e culturais. Nesta perspectiva,
objetivamos ler as paisagens urbanas da cidade de Caicó/RN, durante o
período que se estabelece de 20 a 50, do século XX, tendo como suporte de
leitura as fotografias em preto e branco, de José Ezelino da Costa e nos jornais
que circularam na cidade na mesma temporalidade. A compreensão da
paisagem requer a aproximação das fontes, das imagens, das visões de
mundo, dos discursos, que compõem uma infinidade de cartografias da ação
humana em um dado espaço-temporal. Neste sentido, nos lançamos a busca
de pistas nos primeiros jornais que circularam na cidade de Caicó/RN, às
fontes jornalísticas, ao acervo fotográfico de José Ezelino da Costa e a leitura
de autores como Michel Foucault, Boris Kossoy e Edgar Morin. A partir dos
primeiros contatos com as fontes iconográficas promovidas pelo projeto de
pesquisa “Fotografia e Complexidade: itinerários norte-rio-grandenses”,
aparece às informações iniciais referentes à paisagem citadina, sendo possível
compreendermos que a cidade de Caicó/RN, no período que se estende de
1920 a 1950, possuía uma fisionomia que beirava o silêncio, a calmaria e o
recato no espaço urbano. Consideramos também a Avenida Seridó era o palco
de moradia da “melhores” famílias da cidade, bem como, o lugar da troca
comercial. Confiamos que a leitura da paisagem é possível pela aproximação,
pela ligação, pela trama, pela ampliação, pela redução, pelo diálogo entre as
fontes documentais, numa escala que se projeta de maneira interconectada se
estabelecendo dentro e para além do foco visual.
P-35: A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
JUNTO AOS GRUPOS DE APOIO DO CECAN - CENTRO
AVANÇADO DE ONCOLOGIA.
Autoras:
Anna Paula Alcântara da Silva
Vivianne Wênia Ferreira Damasceno
[email protected]
FACEX – Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do RN
Serviço Social
Este Trabalho demonstra uma ampla reflexão e conhecimento do atendimento
oncológico da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, com ênfase na
Unidade II, O Centro Avançado de Oncologia (CECAN). Neste discurso
mostram-se os Grupos de Apoio que existem na referesrida instituição, como
também a importância dos mesmos para os pacientes, sendo estes Grupos um
complemento para o tratamento, uma forma de se obter maiores
conhecimentos sobre a enfermidade, formas de enfrentamento, direitos que lhe
são assistidos, entre outros. A coleta de dados foi realizada na referida
instituição, a partir de três encontros com entrevistas semi-estruturadas aos
próprios pacientes que se encontravam na sala de espera da Radioterapia. A
partir dos resultados, obtemos que 50% dos pacientes que fazem tratamento
no CECAN não têm conhecimento algum sobre os Grupos de Apoio e de
Acolhimento que compõe essa unidade, 20% disseram que já ouviram falar,
mas não freqüentavam por falta de interesse, 25% julgavam importante e
tinham comparecido a pelo menos 1 (uma) reunião e 5% não freqüentavam por
dificuldade de deslocamento. Destaca-se ainda a atuação do profissional de
Serviço Social nesta área, sendo este capacitado a trabalhar nas relações
humanas, contribuindo com a inserção social do paciente com câncer,
garantindo sua cidadania através de informações sobre os direitos cabíveis a
essas pessoas.
P-36: A COMPLEXIDADE HUMANA NOS ESPAÇOS DAS
BANDAS DE MÚSICA DO SERIDÓ NORTERIOGRANDENSE
Ronaldo Ferreira de Lima
Professor da Escola de Música (UFRN)
Mestrando do Programa de pós-graduação em Ciências Sociais da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Pesquisador do
Grupo de estudos da Complexidade-GRECOM/UFRN.
[email protected]
O painel é fruto de pesquisa de mestrado ainda em desenvolvimento no
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, sob a orientação da Profa.
Dra. Maria da Conceição de Almeida. Apresenta em imagens e títulos a
inserção de crianças e jovens em duas bandas de música localizadas no
Seridó norteriograndense: a banda Hermann Gmainer do Projeto Aldeias SOS
de Caicó e a Filarmônica 24 de outubro de Cruzeta. A história da formação do
músico instrumentista do sertão norteriograndense está relacionada com a
própria história das bandas de música. Elas têm se constituído ao longo dos
tempos em espaço de preservação cultural e de integração do indivíduo ao seu
espaço social, de modo que, esse espaço, está construído com base na
sensibilidade potencial, emergida e compartilhada no campo de uma
experimentação coletiva. A idéia central e conceitual que une o trabalho dessas
duas comunidades é a aposta na formação do indivíduo não apenas como
músico-instrumentista, mas como homem complexo, polifônico, engajado em
sociedade.
P-37: ARTE DO ARTESANATO NA CONSTRUÇÃO DOS
SABERES E FAZERES DO EDUCADOR E EDUCANDO.
Autores:
Eline Lúcio da Silva
Tadeuza T. B. Saraiva
Programa geração cidadã – reduzindo o analfabetismo
Programa Brasil alfabetizado
O presente trabalho objetivou possibilitar a construção do conhecimento a partir
do processo de produção artesanal a fim de socializar e contribuir para o
desenvolvimento cognitivo e afetivo dos alfabetizadores e alfabetizandos.
Através de ateliês procuramos viabilizar a interação com materiais e
procedimentos específicos em artes plásticas. A formação da autoconfiança, o
reconhecimento, reelaboração e transformação no sentido de ampliar as
competências do alfabetizador e alfabetizando. Metodologia: Exposição oral,
acerca da relevância do artesanato na educação de jovens e adultos;
observação e análise das formas do materiais; utilização dos elementos da
linguagem artística, tais como: linha, forma, volume, cor e tamanho, entre
outros elementos; pesquisa e utilização de materiais a partir de releituras e
aplicabilidade das técnicas orientadas pelos ministrandos; socialização;
interação. Perante as diversa situações de aprendizagem abordando a arte na
educação, ressaltamos que o resultado do trabalho possibilitou a construção
dos saberes em que os partícipes puderam resignificar algumas concepções
limitadas acerca da arte bem como a superação de inibições, o reconhecimento
de sua potencialidade e aplicando suas competências mediante as interações,
tornando-se, assim, sujeitos conscientes e protagonistas de sua cultura.
P-38: MANIFESTAÇÕES DISCURSIVAS DA ESTRUTURA
ARGUMENTAL
Autoras/Expositoras:
Luciana Araújo de Medeiros
Bolsista de Iniciação Científica – CNPq/PIBIC
Departamento de Letras/CCHLA/UFRN
Nedja Lima de Lucena
Bolsista de Iniciação Científica – CNPq/PIBIC
Orientadora: Profa Dra Maria Angélica Furtado da Cunha
Este trabalho, orientado pelo quadro teórico da Lingüística Funcional, visa
estabelecer relações entre a transitividade verbal descrita pela gramática
tradicional e a proposta desenvolvida por funcionalistas. Para isto, foram
analisados dados do Português do Brasil registrados no Corpus Discurso &
Gramática: A língua falada e escrita na cidade do Natal (Furtado da Cunha,
1998), produzidos por estudantes da 8a série do ensino fundamental II e por
estudantes do 3º grau. Foram coletadas 6595 orações, entre dados de fala e
de escrita, em diversos tipos textuais, tais como: narrativa de experiência
pessoal, narrativa recontada, descrição de local, relato de procedimento e
relato de opinião. Através da codificação de 12 tipos de estrutura argumental,
observamos que a classificação de um verbo muda de acordo com a oração
em que ele se encontra. Para a gramática tradicional, a transitividade é uma
propriedade inerente ao verbo, isto é, aquele que é classificado como transitivo
direto não assumirá o papel de transitivo indireto ou intransitivo, e vice–versa.
Todavia, os dados reais mostram que a distinção entre os tipos verbais
classificados não é categórica. A codificação preliminar dos dados mostrou que
há uma maior ocorrência de verbos transitivos diretos (principalmente com
objeto direto explícito), tanto na expressão oral como na escrita dos
informantes. Os verbos que apresentam menor ocorrência são os verbos
transitivos indiretos (especialmente os que não apresentam objeto explícito).
Outra observação importante é que os verbos de movimento com objeto direto
se apresentam em número maior do que os que apresentam sintagma
preposicionado, contrariamente à expectativa inicial.
P-39: PAINEL R.E.C (RÁDIO EXPERIMENTAL DE
COMUNICAÇÃO)
Autora/Expositora:
Cleidiane Vila Nova Santos
Aluna do curso de Rádio e TV da UFRN
E-mail: [email protected]
A R.E.C é uma das atividades do Projeto “Toque de Rádio”, vinculado a Base
de Pesquisa “Comunicação, Cultura e Mídia” do Curso de Comunicação Social,
orientada pelo professor Adriano Lopes Gomes. Esse Projeto de Extensão tem
por objetivo fomentar e divulgar o veículo de comunicação Rádio, possibilitando
atividades práticas e de pesquisa. A R.E.C, já na sua terceira edição, tem por
objetivo também, dinamizar as atividades acadêmicas em cujo contexto os
alunos tenham a oportunidade de ampliar a criação de produtos que possam
ser veiculados no rádio, tais como jingles, textos, programação jornalística e
musical, reportagens, produção de pauta e etc.
P-40: A ARTE RUPESTRE COMO EXPRESSÃO COMUNICATIVA
DA CULTURA NA COMUNIDADE DE CARNAÚBA DOS
DANTAS/RN
Autora/Expositora:
Gerlúzia de Oliveira Azevedo Alves
Pesquisadora do GRECOM/UFRN; Especialista no Ens. de Arte;
Mestranda em Ciências Sociais/UFRN.
As populações humanas que constituíram suas singularidades culturais antes
do período da escrita alfabética fizeram das imagens seu código de
comunicação predominante. Num artifício de duplicar os utensílios, os animais
e o próprio indivíduo, essas populações acabaram por nos legar uma forma de
comunicação cujos contextos e detalhes foram e continuam sendo um enigma
necessitando de apreensão. Sabemos que os sítios arqueológicos,
encontrados no Rio Grande do Norte, trazem sinais cada vez mais remotos,
comprovando a passagem do homem pelo território do nosso Estado, a
exemplo da região do Seridó, onde encontramos vestígios entre 6 a 12 mil
anos. Esses vestígios, narram a evolução de uma cultura. Um campo
particularmente promissor para estudarmos as estruturas semiológicas, porque
elas refletem evidentemente, o presente dos seus autores e os grafismos de
uma expressão voluntária e consciente de comunicação das populações
primeiras. Nessa perspectiva, o homem relaciona-se com objetos e fenômenos
que fazem parte do seu entorno e, para compreender e apreender o mundo
real ou imaginário, utiliza-se de recursos como a linguagem, o gesto e a
representação gráfica dessa linguagem e desse gesto. Partindo destes
argumentos, buscamos a construção, a partir da leitura das imagens, de
campos de compreensão do cotidiano e da história de grupos culturais que nos
antecederam. Como num jogo de quebra-cabeça, a diversidade das imagens
rupestres compõe um mosaico que perfaz uma totalidade aberta, mas possível
de ser retotalizada pelos conjuntos iconográficos. Ao tomar o bricoleur – que
constrói o seu projeto a partir de materiais que encontram a sua disposição –
como parâmetro, a pesquisa parte das imagens deixadas nas rochas, para
articular indícios do que pode ter sido a configuração da cultura e a cosmovisão
dos habitantes, temporários, da área conhecida hoje como Complexo xiquexique que se localiza próximo a cidade de Carnaúba dos Dantas/RN. O
discernimento de aspectos da arte rupestre, entendendo-a como forma de
comunicação que expressa o cotidiano de nossos antepassados, costumes,
crenças e valores simbólicos da cultura, é uma forma de elucidar e interpretar,
também, nossa própria história.
P-41: A MORTE E O MORRER NO SERIDÓ SÉCULOS XVIII E XIX
Autora/Expositora:
Alcineia Rodrigues dos Santos
[email protected]
Mestranda em Ciências Sociais – UFRN/CCHLA
Orientador: Prof. Dr. Alípio de Souza Filho
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes/UFRN.
As pesquisas sobre a morte, desde muito tempo, vêm conquistando grande
proporção na historiografia européia, especialmente pela França, berço dos
estudos sobre as representações humanas em torno do finitude da vida. Com o
advento da terceira geração dos Annales, autores como Michel Vovelle, Pierre
Chaunu e Philippe Áries tornaram-se propulsores dessa revolução
historiográfica, permitindo que temáticas pouco problematizadas adquirisse um
espaço significativo, é o caso da morte e das representações em torno do ato
de bem morrer, estudos que ganharam maior visibilidade a partir de 1975 com
a publicação da obra Essais sur L’historie de la mort en Ocident do historiador
Philippe Áries. Em se tratando de Brasil, o contato com o livro A morte é uma
festa de João José Reis foi fundamental para discutirmos a questão da
preocupação com a boa morte, rituais analisados pelo autor partindo do
exemplo da Bahia, com o exemplo da destruição do Cemiterada Campo Santo
construído para abrigar os mortos . Seguindo esse exemplo, nossa pesquisa
busca compreender as atitudes perante a morte no Seridó dos Séculos XVIII e
XIX a partir dos registros de óbitos e testamentos da Freguesia de Sant’Ana,
focalizando o lugar da morte neste espaço, bem como, as preocupações e os
ajustes de contas deste para com o outro mundo.
P-42: PAINEL TOQUE DE RÁDIO
Autora/Expositora:
Rita de Cássia Machado Amaral
Aluna do curso de Rádio e TV da UFRN
E-mail: [email protected]
Toque de Rádio é um projeto vinculado à base de pesquisa Comunicação,
Cultura e Mídia e se apresenta como uma proposta de atividade acadêmica do
curso de Comunicação Social - habilitações em Jornalismo e Radialismo da
UFRN - , cuja intenção é de dinamizar uma das áreas reconhecidamente pouco
explorada no tocante à pesquisa de natureza experimental: o rádio. Resulta,
pois, da necessidade de se promover o Rádio como um veículo relevante ao
exercício dos futuros profissionais da área. Este projeto tem por objetivo
implantar um grupo de estudos e práticas experimentais em Rádio; criar uma
rádio de caráter experimental (R.E.C) em que os participantes do grupo
possam exercitar técnicas pertinentes à locução e linguagem do Radialismo e
dinamizar as atividades acadêmicas em cujo contexto os alunos tenham a
oportunidade de ampliar a criação de produtos que possam ser veiculados no
Rádio, tais como Jingles, textos, programação jornalística e musical,
reportagens, produção de pautas, etc.
P-43: CIÊNCIA-ESPIRITUALIDADE: CONVERSAS COM
PACIENTES TERMINAIS.
Expositora/Autora:
Maria Tereza Penha de Araújo Silva
Auna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Orientador: Prof. Dr. Orivaldo Pimentel Lopes Júnior
Departamento de Ciências Sociais
E-mail: [email protected]
Analisa-se de que maneira o diálogo entre a ciência e a espiritualidade pode
contribuir no tratamento de pacientes terminais, tendo como sujeitos pacientes
em estado terminal, internados, do Hospital Professor Luiz Soares, na cidade
de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, utilizando-se o depoimento como
material empírico. Partindo-se de reflexões acerca do discurso desses sujeitos,
busca-se compreender, através de seus depoimentos, como o espírito humano
age diante da proximidade da morte; ou seja, compreender os seus momentos
de conflito. Como fundamentação teórica, para reflexão e discussão dos casos,
pretende-se utilizar a teoria da complexidade, além de conceitos sobre
espiritualidade, relacionando-os às questões de vida e morte dos pacientes
terminais em âmbito hospitalar e a condução da ciência no sentido explicativo
dessa problemática. A metodologia adotará a análise qualitativa e a coleta de
dados será realizada por meio de entrevistas semi-abertas.
P-44: DE PONTA NEGRA A BLACK POINT
Autoras/Expositoras:
Eduarda Cristina de Lima Andrade (bolsista PIBIC),
Suzana Cardoso Silva (bolsista PPG/UFRN).
Base de pesquisa NAVIS (Núcleo de Antropologia Visual).
Orientação: Profa Lisabete Coradini
Filiação Institucional: Curso de Ciências Sociais – habilitação em
antropologia.
A partir da fotografia e relatos de jovens e antigos moradores da Vila de Ponta
Negra, objetivamos analisar criticamente as transformações do espaço público,
como também as práticas sociais e culturais em constante reconfiguração.
Focalizamos a rua principal da Vila, também a rua Erivan França (rua da praia)
e a chamada rua do Salsa. Utilizamos a comparação de fotos de épocas
diferentes, imagens do passado e do presente para identificar as mudanças no
espaço e a afetação do caráter turístico e presença do estrangeiro no bairro.
Observamos transformações da paisagem - em urbana - e depois - da
paisagem urbana de Ponta Negra - cujas mudanças ocorrem em ritmo cada
vez mais veloz. Este trabalho é parte de um projeto maior que privilegia o uso
da imagem na pesquisa social, com pretensão de discutir as teorias e
metodologias da relação entre imagem, cidade e memória.
P-45: DOMINGO NA PRAÇA: UM CONTEXTO PARA A
MANIFESTAÇÃO LÚDICA
Autores/expositores:
Gabriela Dalila Bezerra Raulino
Graduanda de Jornalismo, Departamento de Comunicação Social
e-mail: [email protected]
Vítor Nishimura Guerra
Este trabalho é resultado de uma pesquisa desenvolvida no Projeto Cultural
Domingo na Praça, Natal-RN. É um evento que acontece em lugar seguro,
aconchegante e arborizado oferecendo, mensalmente, apresentações gratuitas
- musicais, teatrais, folclórica, exposições artesanais – para pessoas de todas
as idades, classes sociais, culturas e gostos. Nesse contexto, objetivou-se
identificar a manifestação do fenômeno lúdico nas diferentes pessoas que
vivenciam o projeto. Para isso, se trabalhou elementos como a identificação do
perfil dos freqüentadores; os motivos que os levam ao evento; e a
caracterização desse projeto cultural, evidenciando as diversas formas de
manifestação do lúdico proporcionada por este projeto. A coleta de dados foi
feita por meio de observação direta, acesso a registros documentais
concedidos pelos organizadores do projeto (panfletos, premiações, publicações
na imprensa), aplicação de questionários e entrevistas semi-estruturadas. A
partir da análise dos resultados, constata-se que a manifestação do lúdico se
deu de formas distintas, tanto nos diferentes freqüentadores – de acordo com
idade, sexo e até estado civil –, quanto nos diferentes momentos onde ele pode
ser vivenciado - na sensação de acolhimento do ambiente, nas apresentações
artístico-culturais, na degustação das comidas e na vivência do interesse
social. Mesmo com toda variação, a manifestação da essência lúdica traduziuse em duas vertentes principais: como sentimento dionisíaco alcançado pela
fuga da rotina, ou em uma dimensão mais “complexa”, proporcionando um
maior conhecimento do homem a partir da sua interação lúdica com o meio.
Sendo assim, após a constatação de tais evidências, aponta-se para a
necessidade de criação de espaços com tais características, que proporcionam
a emancipação e o autoconhecimento de todos os atores sociais participantes
do projeto supracitado.
P-46: PROJETO VIV’ARTE
Expositora/Autora:
Edízia Lessa
Aluno Especial do Departamento de Artes
Departamento de Artes
E-mail: [email protected]
O Projeto Viv’Arte realiza um trabalho voltado para a Arte junto a pacientes e
acompanhantes da Casa Durval Paiva de Apoio à Criança com Câncer,
abrangendo técnicas de expressão corporal e plásticas visando contribuir não
somente para o desenvolvimento de habilidades e aptidões, mas
principalmente propiciando uma prática inegavelmente terapeutizante.
Reconhecendo que a utilização de atividades artísticas beneficia o estado físico
e emocional do paciente oncológico que sob tensão e estresses causados pela
problemática do câncer necessitam renovar aspectos da sua vida,
reorganizando-se internamente para lidar construtivamente com as dificuldades
advindas da doença e seu tratamento, o projeto visa possibilitar ao paciente
onco-hematológico e seu familiar: o minimizar do estresse, auxiliando-os no
processo de integração de si mesmo e no equilíbrio emocional, proporcionando
uma prática terapeutizante; auxiliar no desenvolvimento do potencial criativo e
pessoal; e o contato com ansiedades, medos e conflitos internos. Através de
oficinas, o Viv’Arte caminha por duas vertentes: Jogos Teatrais e Ateliê de
Artes. Na Oficina de Jogos Teatrais focamos o momento da entrega ao jogo e
não a encenação propriamente dita, buscando desenvolver a auto-expressão, a
espontaneidade e a integração. Já o Ateliê de Artes, através de técnicas de
pintura, desenho, modelagem, e afins, buscamos o contato, as descobertas de
um fazer artístico que propicie o nosso objetivo maior que é o amenizar de
tensões. Idealizado pela Arte Educadora Edízia Lessa, aluna especial do
Departamento de Artes da UFRN, o Projeto Viv’Arte realiza suas atividades
desde outubro de 2004 na Casa Durval Paiva de Apoio a Criança com Câncer,
neste conjuntamente com a psicóloga Jacqueline Gomes, ambas funcionárias
desta; no ambulatório da Liga Norte Rio Grandense Contra o Câncer; e na
pediatria do Hospital Luiz Antônio desta capital.
P-47: A PEDAGOGIA COMO FERRAMENTA EM UM PROGRAMA
DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E HUMANO
Autor/Expositor:
Kenilson Cabral de França – Pedagogia/UVA
Maria Isabelle Costa Pereira – Serviço Social/FACEX
Profa. Dra. Marineide Furtado Campos – Orientadora - AWUniversity
O presente trabalho vem abordar a pedagogia e o multiculturalismo no mundo,
com o objetivo de repensar o mesmo tendo em vista os conflitos na atualidade
por imposições de valores e significados como ameaça às populações menos
favorecidas, pois vemos a todo instante os conflitos entre os povos, devido à
falta de respeito uns com a cultura dos outros, assim como em nossa
sociedade onde as pessoas não respeitam as diferentes étnicas, de religião,
política e cultural, é partindo desse pressuposto que a cultura ganha forma de
comportamento incluindo-se nas manifestações dos hábitos sociais de um
povo.
P-48: ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA GARANTIA DOS
DIREITOS PARA AS MULHERES MASTECTOMIZADAS
Autora/Expositora:
Patrícia Cristiane Soares Guimarães
Célia Maria Câmara
Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer – LNRCC
Centro Avançado de Oncologia – CECAN.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Este trabalho é um projeto de intervenção a ser desenvolvido no Centro
Avançado de Oncologia – CECAN, unidade II da Liga Norte Rio-Grandense
Contra o Câncer – LNRCC, realizado como exigência curricular do curso de
Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, na
disciplina Seminário de Estágio I e Inserção em Processos de Trabalho I. O
projeto tem como objetivo levar informações sobre a hospitalização e os
direitos sociais das mulheres com câncer de mama que vão passar por
mastectomia como também, promover ações que possibilitem a estas usuárias
uma melhor qualidade de vida. Para tanto, fazeremos um levantamento
bibliográfico sobre a temática, entrevista para delimitar as necessidades sociais
das pacientes mastectomizadas e a elaboração e distribuição de um folder
informativo.
P-49: INÊS DE CASTRO, UM SÍMBOLO DE GRAÇA E DE AMOR
Autora/Expositora:
Dra Marineide Furtado Campos
PhD – American World University
Busca-se neste trabalho fazer uma exposição sobre o que representa Inês de
Castro para a história de Portugal, uma vez que esse ano de 2005 comemorase os 650 anos de sua morte. Ela, por ter sido amante de D. Pedro I de
Portugal, foi assassinada em 1355, tornou-se um dos maiores mitos daquele
país e lembrada por Camões no Canto III de “Os Lusíadas”, como a “...mísera
e mesquinha, que depois de morta foi rainha...”.
P-50: SEGREGAÇÃO SOCIAL NA TERRA DO SAL: UM ESTUDO
SOBRE AS CONDIÇÕES HABITACIONAIS DOS EX-SALINEIROS
DA CIDADE DE MACAU/RN.
Autor/Expositor:
João Batista Carmo Júnior.
E-mail: [email protected]
Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Historicamente a atividade salineira representou o principal fator gerador de
emprego e renda para a população residente na cidade de Macau/RN.
Inicialmente realizada nos moldes artesanais, esse modo de produção
perdurou até a primeira metade século XX. Até que no final da década 60, deuse a mecanização das salinas no Rio Grande do Norte, colocando assim, em
xeque as formas tradicionais de produção, extração, empilhamento e tranporte
do sal. Como resultado deste processo, verificou-se a monopolização e
desnacionalização das empresas de sal, assim como um grande impacto sócioeconômico sem precedente na cidade, observado a partir do desemprego em
massa dos salineiros – maõ-de-obra desqualificada, substituída pela máquina e
pelo técnico especializado. Sem alternativa grande parte dessa mão-de-obra
desempregada migrou para outras cidades, estados e regiões do país. Já
aqueles que permaneceram, procuraram se dedicar a outras atividades como a
construção civil, e principalmente, a pescaria. Pela condição humilde e
desfavorecida resultado dos baixos salários a que eram submetidos, os
salineiros ocuparam, em péssimas condições de habitabilidade, os bairros
periféricos da cidade de Macau. Este trabalho teve como objetivo analisar as
condições habitacionais dos ex-salineiros da cidade de Macau/RN, procurando
compreender e relacionar tais condições com a formação e consolidação da
industria salineira local e o seu rebatimento na configuração do espaço urbano.
Para tanto, realizou-se um mapeamento e levantamento físico e fotográfico,
além da aplicação de questionários sócio-econômico em 50 (Cinqüenta)
habitações de ex-salineiros residentes em Macau.
P-51: EXTREMOZ: UM OLHAR HISTORIOGRÁFICO
Autoras/Expositoras:
Eliane Moreira Dias
Aluna de especialização em Arquivo Memória e História
Departamento de História
[email protected]
Rosa de Lima Câmara Guaignier
Aluna de graduação em Antropologia/Departamento de Antropologia
O presente trabalho analisa a historiografia norte–rio-grandense, produzida no
século XX, observando quais as informações existentes sobre o município de
Extremoz, quais os autores que tratam de sua história, se eles citam as fontes
que utilizaram e em que época cada um produziu sua obra. Utilizamos para
isso bibliografias que tratam da história dos municípios do Rio Grande do
Norte, que trabalham temáticas da história do estado, que são específicas
sobre o município de Ceará-Mirim, e ainda as que tentam fazer uma síntese da
história norte-rio-grandense. Tivemos acesso a essas bibliografias no Instituto
Histórico e Geográfico. Percebemos que em cada uma, são abordados
diferentes aspectos da história de Extremoz, mas há predominância de alguns
temas, como por exemplo, da igreja construída pelos jesuítas, hoje em ruínas;
das lendas sobre a lagoa e de como era o município no período colonial, uma
vez que Extremoz foi a primeira vila da Capitania do Rio Grande. Dessa forma,
observamos que a produção historiográfica que inclui Extremoz é repetitiva,
temos a impressão de que poucos autores consultaram as fontes. Os autores
que abordam a história de Extremoz nem sempre são pesquisadores atuantes.
Outros produziram suas obras em um período que ainda não era prática
comum entre os historiadores informarem as fontes de onde retiraram os
dados, por isso acreditamos, ser esse um dos motivos de não haver referência
em algumas bibliografias. Sendo assim, analisar alguns pontos dessa produção
historiográfica, nos fez perceber ainda mais, o quanto à história é subjetiva,
como os pesquisadores são filhos de seu tempo, mas isso não invalida o valor
da história, e sim a torna mais instigante para investigarmos sua produção.
P-52: NOS LIMITES DA EXISTÊNCIA: REFLEXÕES SOBRE A
EXPERIÊNCIA DE SER PSICÓLOGO EM ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA.
Autora/Expositora:
Sílvia Raquel Santos de Morais Perez
Professora do Depto.de Psicologia UFRN
Email: [email protected]
Orientadora: Elza Dutra - Programa de Pós-graduação em
Psicologia/UFRN
Email: [email protected]
O câncer continua a ser uma doença temida pela humanidade; não raro, é
considerado como sinônimo de morte, sofrimento e estigma. Ocorrendo na
infância, esse significado parece adquirir uma conotação ainda mais intensa,
tendo em vista o sentimento de piedade e perplexidade diante da precocidade
do evento. A co-existência psicólogo-criança com câncer adquire, portanto, um
sentido permeado por incógnitas, medos e fantasias. Diante disso, nosso
objetivo foi compreender esta experiência de co-existência a partir da
Abordagem Fenomenológico-Existencial, do método Fenomenológico e da
narrativa. Foram realizadas nove entrevistas com psicólogos atuantes nos
serviços de oncologia pediátrica de Natal-RN. Observamos que a experiência e
o cuidado são norteadores do saber-fazer clínico, sendo atravessados pelas
implicações de dez temáticas-chaves: história de inserção na OP e suas
implicações; percepções sobre a criança com câncer; problematizações sobre
a morte e a angústia em OP; expressão de sentimentos paradoxais; sentido do
trabalho psicológico em OP; maternidade e suas implicações na OP; recursos
necessários ao cuidado de si e do outro; fé e religiosidade como recursos de
enfrentamento do câncer infantil; necessidade de uma equipe de trabalho
integrada e percepções sobre a formação do psicólogo. Cuidar dessas crianças
adquire o sentido de lição de vida, uma vez que o câncer desfaz a ilusão de
imortalidade, lançando o psicólogo à sua condição de ser-para-a-morte. Não se
trata apenas de vivenciar a angústia e a iminência de morte, mas, sobretudo,
de ressignificá-las em prol de um aprendizado contínuo e de atendimentos de
qualidade. Os resultados sugerem aprofundamento das temáticas a fim de que
novas possibilidades de sentido possam emergir, dando margem a reflexões
sobre o saber-fazer clínico e a formação profissional em Psicologia.
P-53: O RESGATE DA ARARUNA: UMA EXPERIÊNCIA DE
VALORIZAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO
CULTURAL DO RN
Autoras/Expositoras:
Alda Martiniano Lima
Departamento de Educação
E-mail: [email protected]
Ana Paula Martiniano Lima – UFRN
Carla Regina de Oliveira - UFRN
A importância de resgatar nossa arte, história e cultura está em valorizar e
preservar este patrimônio para que através do conhecimento do passado
possamos oferecer às gerações presentes e futuras um elo de ligação com a
herança folclórica deixada por nossos antepassados. Objetivando propiciar às
crianças assistidas pelo PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil,
Núcleo de Pirangi de Dentro – Parnamirim-RN, o conhecimento, a valorização
e a preservação do folclore, foi desenvolvido um projeto que visou pesquisar,
resgatar expandir e expressar a riqueza do patrimônio histórico e cultural do
RN. Aplicando uma metodologia participativa, o estudo começou na roda de
conversa, momento de livre expressão onde cada um pôde relatar sua
experiência e conhecimento sobre a arte e cultura do Estado. Constatamos que
eles pouco conheciam sobre o assunto e, a partir de então, passamos à
pesquisa e resgate da nossa história. Este estudo permitiu-nos o contato com
as danças típicas do RN, despertando em nós o desejo de criar um grupo onde
pudessem manter vivas as tradições através da dança, em especial a araruna.
Como resultados observamos uma mudança de comportamento significativa no
sentido de apreciação e valorização às manifestações culturais, bem como
contribui para elevar a auto-estima dessas crianças. Concordamos em dizer
que a valorização e a preservação de um patrimônio acontece pelo conhecer.
P-54: ANÁLISE DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO
CONCEITUAL DE TERRITÓRIO COM OS PROFESSORES DO
ENSINO FUNDAMENTAL.
Autores/Expositores:
Francisco Vitorino de Andrade Júnior
[email protected]
Francisco Cláudio Soares Júnior.
Apoio: CAPES
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Programa de Pós-Graduação em Educação
Este trabalho objetivou apreender o grau de conceitualização dos professores
acerca do conceito de território e intervir com situações de reflexões críticas
para acompanhar e analisar o processo de elaboração do conceito de território
dos professores das 3ª e 4ª séries do ensino fundamental. Para tanto,
propusemos uma intervenção com os professores no intuito de possibilitar a
ressignificação dos seus conhecimentos e construção do referido conceito na
área da Geografia. A pesquisa foi realizada em uma escola pública municipal
de Ceará Mirim/RN, com a colaboração de seis (6) professores, os quais
lecionavam nas 3ª e 4ª séries do ensino fundamental. Os aportes teóricometodológicos que norteia este trabalho de pesquisa são os estudos de
Vigotski sobre o processo de formação e desenvolvimento de conceitos, a
metodologia qualitativa do tipo colaborativa e a concepção crítica da Geografia.
As análises dos “extrait” dos conhecimentos prévios dos professores
evidenciaram que se encontravam em grau de conceitualização dos
pseudoconceitos atrelados a dimensões do campo perceptível e norteados
pelas concepções tradicional, humanística e cultural da Geografia (positivismo
e fenomenologia) restringindo o significado de território ao Estado-Nação ou ao
lugar de moradia dos homens. Isso explicitou a necessidade de desencadear
um processo de intervenção através de situações sociais e deliberadas de
aprendizagem que se constituiu através das sessões reflexivas realizadas com
os professores-colaborado. Diante da nossa intervenção no processo de
elaboração conceptual, que se efetivou através das sessões reflexivas, ficou
evidente a cada momento que os significados de território dos professores
adquiriram graus mais elevados de generalidades. Assim, eles passaram a
elaborar abstrações por meio de análises e sínteses que permitiram identificar
aspectos (conceitos-atributo – relações sociais, relações de poder e
delimitação física) essenciais a apreensão do conceito em foco.
P-55: MATEMÁTICA APLICADA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Autora/Expositora:
Sayonara Medeiros Borges
[email protected]
Aluna do Curso de Aperfeiçoamento em Ensino de Ciências Naturais
e Matemática
Utilizando como notação figuras geométricas em alto relevo, firmadas com cola
sobre folha de papel ofício, trabalhamos as operações de somar e subtrair em
expressões algébricas no intento de oferecer em ambiente educacional
inclusivo uma opção visando tornar significativa a aprendizagem de
matemática. O objetivo maior do método desenvolvido é permitir a integração
mais efetiva entre alunos videntes e alunos com necessidades especiais,
sobretudo aqueles com deficiência visual. Visamos assim, promover o ensino
de matemática tornando-o mais democrático, atrativo e socialmente interativo.
P-56: POESIA E RELIGIOSIDADE NA OBRA DE WALFLAN DE
QUEIROZ
Autor/Expositor:
João Antônio Bezerra Neto
E-mail: [email protected]
Departamento de Letras
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Entre os poetas do Rio Grande do Norte que, desde os anos cinqüenta, vinham
participando intensamente da cena literária em Natal, figura Walflan de Queiroz
como um dos mais representativos de uma vertente modernista. Nascido na
cidade serrana de São Miguel, Walflan estreou, em 1960, com o livro de
poemas O tempo da solidão. A grande surpresa da presença desse poeta, a
sua marca indelével deixada para sempre na poesia norte-rio-grandense é
justamente a sua inspiração religiosa a qual se apresenta sob a forma de um
sincretismo, ampliando a imagística à custa de símbolos bíblicos e de símbolos
extraídos das principais religiões do mundo. O poeta de A colina de Deus
(1967), desenvolve significativamente uma tautologia, ou seja, evoca um Deus
por meio de diversas formas, resultando numa variedade de expressões para
indicar a mesma divindade. Com efeito, o próprio poeta esclarece a sua
compreensão do Ser Supremo e suas relações com a poesia: “Nos poemas
que se seguem, procurei amar a Deus de uma forma pessoal. Escrevi-os,
mergulhando meu ser, nas humildes fontes da salvação”. De outra parte, tratase de uma poesia em que coexistem elementos indicadores, ao mesmo tempo,
de uma busca metafísica de respostas para a sua angústia existencial e um
lirismo amoroso de caráter idealizado e visionário. O nosso painel tem como
objetivo mostrar através de uma seleção de poemas a expressão do sagrado e
os referenciais estéticos presentes nos livros do autor. Assim, buscamos
fornecer uma visão panorâmica e concisa da sua obra.
P-57: O USO DO PRAD COMO UM INSTRUMENTO PARA
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Autor/expositor:
Ilton Araújo Soares
Aluno e bolsista voluntário da Base de Pesquisa Espaço e Poder.
Departamento: Geografia
e-mail: [email protected]
A atividade de mineração é uma das principais responsáveis pela extração de
recursos naturais para atender as demandas humanas. Entretanto é também
uma das atividades que mais degradam o meio ambiente, principalmente
quando a extração mineral se dá em minas a céu aberto, onde a cobertura
vegetal e a camada de solo são retiradas para que se possa lavrar o minério.
Nesse sentido, torna-se necessário a implantação de tecnologias que mitiguem
os impactos causados por esses empreendimentos. Um dos instrumentos
utilizados para recuperar estas áreas é o PRAD – Programa de Recuperação
de Áreas Degradas, que consiste numa série de técnicas que visa reabilitar
áreas que sofreram alterações de suas características naturais, através de
planos preestabelecidos, restabelecendo sua cobertura vegetal e
proporcionando um novo uso para aquele sítio. Tendo como suporte a
perspectiva do desenvolvimento sustentável pretendemos neste trabalho
mostrar o PRAD como uma técnica para recuperação de áreas degradas,
usando como exemplo a atividade de mineração, em que, amparados na
bibliografia especializada, mostraremos estudos de casos de empresas
minerais que utilizam o PRAD em suas atividades extrativas como um
instrumento para a exploração sustentável dos recursos naturais.
P-58: A IMPORTÂNCIA DO ENSINO PÚBLICO DE QUALIDADE
PARA O INGRESSO NAS UNIVERSIDADES
Autoras/Expositoras:
Rhadamila Valeska Pereira da Silva
Estudante do curso de pedagogia da Universidade Estadual Vale do
Acaraú. Cursando o 4ºperíodo.
Maria Santana Borges
Estudante do curso de pedagogia da Universidade Estadual Vale do
Acaraú. Cursando o 4ºperíodo.
E-mail: [email protected]
Fazendo uma análise sobre a educação percebemos que há um grande déficit
de alunos provenientes da rede pública de ensino que obtém ingressos nas
Universidades Federais Brasileira. Esta realidade perpassa em todo o território
nacional. A deficiência do ensino público é a causa principal desta
problemática. No Rio Grande do Norte a realidade da rede pública de ensino é
bastante caótica, o quadro de professores nas escolas é reduzido, falta
material de todo o tipo, desde o giz até a merenda. Acrescenta-se a esta
questão a desarticulação que assola os adolescentes e jovens estudantes, os
mesmos não se percebem como sujeitos portadores de direitos, assumindo
uma postura passiva diante da realidade educacional. Em virtude desta
questão realizamos em Abril de 2005 uma pesquisa social cujo título “A
importância do ensino público de qualidade para o ingresso nas Universidades”
em duas determinadas escolas da rede pública de ensino. Este trabalho propõe
demonstrar a experiência de campo, os objetivos, a metodologia e os
resultados alcançados como também as possíveis alternativas para melhorar o
ensino público na atualidade.
P-59: A INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO ÂMBITO
ESCOLAR:UMA INTERVENÇÃO POSSÍVEL E NECESSÁRIA
Autoras/Expositoras:
Rosângela Maria P. Basílio da Costa (acadêmica do curso de
graduação em Serviço Social)
rosâ[email protected]
Suzanny Bezerra Cavalcante (acadêmica do curso de graduação em
Serviço Social)
[email protected]
Orientadora:
Eliana Andrade da Silva (Profª. Ms. em Serviço Social)
Universidade Federal Do Rio Grande do Norte – Departamento de
Serviço Social
O Serviço Social no campo da educação não surgiu recentemente, embora
seja um campo de atuação ainda restrito para os Assistentes Sociais.
Inicialmente a atuação dos profissionais estava direcionada à resolução de
problemas que dificultavam o processo educativo, hoje, além disso, o Serviço
Social promove o encontro da educação com a realidade social, através da
abordagem totalizante das dificuldades e necessidades dos educandos no
âmbito escolar, interligando a política educacional com as demais políticas
públicas. Assim, este trabalho tem por objetivo desvendar o universo da política
de assistência educacional não somente como dever moral do Estado, mas,
sobretudo, como dever legal e direito do cidadão, viabilizados pelo profissional
de Serviço Social em consonância com o Código de Ética Profissional, o
Estatuto da Criança e Adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Nessa direção, erige-se um novo paradigma de intervenção para o Serviço
Social no âmbito escolar, concretizado pela implementação de trabalhos sócioeducativos, através de oficinas temáticas, a fim de tratar das expressões da
questão social e fornecer elementos às camadas estudantis acerca da
significação e do enfrentamento dessas expressões em seu cotidiano e,
principalmente, explicitar qual seu papel enquanto agente demandatário de
políticas públicas e mobilizador de reivindicações dessas mesmas políticas.
Ressalta-se ainda que a inserção do Assistente Social pode se dar em
organizações de ensino públicas, filantrópicas e privadas, haja vista que as
expressões da questão social afetam todas as camadas sociais. Portanto, este
profissional está apto a inserir-se numa equipe interdisciplinar, o que significa
buscar seu espaço sócio ocupacional na educação para subsidiar o trabalho
pedagógico e auxiliar a escola a concretizar seu objetivo maior: a educação
global do cidadão. Como resultado dessa pesquisa, constata-se que o Serviço
Social é uma profissão legítima na garantia dos direitos sociais, tornando-se
possível e necessária no universo escolar.
P-60: A MOTIVAÇÃO DO ALUNO PARA A APRENDIZAGEM: UM
DESAFIO PARA O ENSINO
Autoras/Expositoras:
Luana de Lima Patrício
Bolsista de Iniciação Científica - PIBIC/CNPq,
Base de Pesquisa: Currículo, Saberes e Práticas Educacionais
CCSA/DEPED/UFRN
luana.patrí[email protected]
Márcia Maria Gurgel Ribeiro
Profa. Do PPGEd/UFRN e Vice-Coordenadora da Base
A motivação é um fator psico-social que dá início, dirige e integra o
comportamento de aproximação ou rejeição entre as pessoas, envolvendo as
experiências culturais, capacidades físicas e o contexto ambiental
impulsionando a participação e co-participação no âmbito educacional na
busca do crescimento emocional, intelectual e social do indivíduo. Para isso, é
necessário refletir sobre estratégias de motivação para aprendizagem que se
materializem no currículo do professor em sala de aula e no despertar da
curiosidade e do interesse dos alunos pela escola, pelo conhecimento e pelo
saber, compreendendo como utilizá-lo em suas relações sociais e históricas. O
estudo compreende uma investigação qualitativa partindo de observações do
cotidiano da sala de aula, marcado pela desestimulação dos alunos com a
escola e com a atividade de estudar. Com base nessas observações, podemos
apontar a necessidade de repensar a ação educativa do professor tendo em
vista o crescimento de cada indivíduo em sua vida motivacional superando os
fatores que levam à desestimulação e desinteresse do educando.
P-61: “A NEOFOBIA ALIMENTAR EM HUMANOS”
Expositora:
Bianca Tavares Rangel
Aluna da pós-graduação - Mestrado
Autor(es):
Bianca Tavares Rangel
Nívia de Araújo Lopes
Luis Wagner F. Guimarães
Rochele Castelo Branco
Orientador(as):
Dra Maria Emilia Yamamoto & Dra Fívia de Araújo Lopes
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Fisiologia
O comportamento de escolha alimentar em humanos é essencial para que um
indivíduo possua uma dieta segura. Como uma espécie onívora, convivemos,
assim, com o dilema de provar alimentos novos, mas com suficiente cautela
quanto à ingestão de itens potencialmente tóxicos. Dessa forma, alguns
indivíduos apresentam o comportamento de neofobia alimentar, caracterizado
pela relutância em ingerir alimentos não familiares. Este trabalho consistiu de
dois experimentos para observar a reação a alimentos novos dos indivíduos.
Participaram do primeiro experimento 42 estudantes, 31 mulheres e 11homens
que foram testados em situação padronizada, em duplas. Foram oferecidos
três alimentos, um conhecido (C), um desconhecido (D) e um desconhecido,
mas com condimentos familiares (F). A maioria dos participantes ingeriu
primeiro C. Homens recusaram significativamente menos os alimentos do que
as mulheres, porém recusaram principalmente F, enquanto as mulheres
recusaram principalmente D. o segundo experimento foi realizado com 264
voluntários (155 mulheres e 109 homens), havia 4 pastas – guaca-mole, ervas
finas, tapenade e queijo com ervas - que foram combinadas duas a duas e
eram oferecidas a cada sujeito uma dessas combinações. Depois, o
experimentando respondia a um questionário dizendo se conhecia ou não os
alimentos oferecidos. Os resultados demonstraram que 63% dos indivíduos
escolhiam o alimento familiar, sendo que esta preferência apenas foi
significativa para o sexo feminino – 68% apresentaram comportamento
neofóbico. Os dois experimentos revelaram uma tendência a neofobia
alimentar nos humanos. Ambos demonstraram que as mulheres são mais
neofóbicas que os homens. Apesar dos alimentos consumidos terem uma
origem segura e do fato de que os indivíduos do primeiro experimento
conheciam os experimentadores, o comportamento neofóbico persiste.
Considera-se, então, que a neofobia é uma tendência biológica que evoluiu
devido às suas vantagens adaptativas.
P-62: A PERCEPÇÃO AMBIENTAL NO CAMPUS
UNIVERSITÁRIO
Autora e Expositora:
Cíntia Camila Liberalino – aluna no 5º período do curso de
Arquitetura e Urbanismo da UFRN – [email protected]
Autoras:
Cíntia Camila Liberalino
Marcelli Monteiro Meira Bastos
Tâmara Batista Fontenelle
(Alunas do 5º período do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN)
Orientadora:
Maria Dulce P. Bentes Sobrinha
Profa. Dra. do Depto. de Arquitetura da UFRN
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a expressão da imagem
coletiva do Campus Universitário da UFRN a partir da percepção dos seus
usuários. Baseado na metodologia de Kevin Lynch, o estudo foi desenvolvido
na disciplina de Fundamentos Sociais e Ambientais da Arquitetura e Urbanismo
03 no período 2004.2. Foram realizadas 20 entrevistas e mapas mentais,
visando a identificação dos elementos classificados como formadores da
imagem das cidades. São as vias, os limites, os bairros, os pontos nodais e os
marcos. Estes elementos foram analisados dentro das categorias identificadas
pelo autor que correspondem à legibilidade, identidade, estrutura, significado e
imaginabilidade. Foi visto que quanto à legibilidade, a imagem formada foi de
uma extensa área verde que possui edifícios espalhados e desarticulados. A
identificação apresentou-se de forma clara como um local mal cuidado que
possui muito mato e edifícios antigos. Quanto à análise da estrutura
acrescenta-se a relação entre a paisagem natural percebida como exuberante
(Parque das Dunas) e a paisagem construída vista como mal cuidada. A
predominância dos depoimentos em relação ao significado foi a idéia de local
de estudo, trabalho e relações sociais que para os entrevistados deixam a
desejar em relação à segurança. Por fim, sobre a questão da imaginabilidade,
predominou a imagem de uma grande área verde com edifícios acinzentados e
espalhados pelo terreno. Os elementos propostos por Lynch são formadores da
imagem mental na medida em que possuem importância prática ou emocional.
Apesar dos pontos negativos, o Campus é tido como valioso e importante na
vida das pessoas que o freqüentam. É um templo de saber, cultura e relações
sociais, e estes aspectos estão acima de todas as imagens físicas descritas.
P-63: A POESIA DE CHICO ANTONIO – UM OLHAR
ETNOGRAFICO
Autor/Expositor:
Flávio Rodrigo Freire Ferreira
Aluno regularmente matriculado no curso de graduação de Ciências
Sociais – CCHLA – UFRN
Email: [email protected]
Orientadora: Prof.: Dra. Julie Antoinette Cavignac (Professora
Adjunta do Departamento de Antropologia – CCHLA – UFRN).
Departamento de Antropologia
O presente trabalho tem como objetivo expor uma síntese da vida e obra do
poeta popular Chico Antonio. Nascido na cidade de Pedro Velho, na região
agreste do RN, Chico Antônio foi “descoberto” em 1929, por Mario de Andrade,
em suas viagens etnográficas. Após este encontro, os cocos de Chico Antônio,
coletados pelo autor de Macunaíma, foram publicados na sua obra O Turista
Aprendiz. Tal exposição pretende, portanto, resgatar a memória deste
importante personagem da cultura popular do Estado.
P-64: A VIOLÊNCIA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE,
ENTRE 2001 A 2003
Autor/Expositor:
Aldeny Thania Dutra Garrett Borges
e-mail: [email protected] [email protected]
Departamento Pós-Graduação em Serviço Social
Orientador – Prof. Dr.João Dantas Pereira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Analisando a violência, destacam-se alguns problemas que favorecem sua
proliferação. Na escola pública, por exemplo, encontram-se as mais agravantes
defasagens. Há uma dialética entre a expectativa dos alunos em relação à
escola e o que ela pode oferecer. Outro problema é a falta de ocupação e
emprego, associada às condições pobreza da maioria da população. Na capital
do Estado, NATAL, cidade turística, a elitização da sociedade local contribui
para o consumismo excessivo, que já é cultura no país. A par disso, não se
pode esquecer a falta de diálogo e a ausência de limites aos jovens e
adolescentes no lar, bem como uma educação capaz de formar um cidadão
cumpridor dos seus direitos e deveres. Apesar da violência no Estado não
apresentar dados alarmantes, em relação aos índices verificados no país, é
uma situação preocupante, na medida em que há um crescimento gradativo
dos óbitos por causas violentas. Este trabalho tem como objetivo verificar e
divulgar a evolução da violência no Estado, entre 2001-2003, através de dados
obtidos no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Os referidos
dados assinalam que o Estado tem contribuído para o crescimento da
violência, uma vez que apresenta os seguintes índices no total de óbitos por
violência entre 2001 e 2003: 1072,1107 e 1179, respectivamente. A distribuição
desses óbitos por sexo mostra que o masculino tem maior representatividade
nas ocorrências registradas. Esses dados justificam a importância do tema. A
magnitude e a dimensão do fenômeno violência no país apontam para uma
mudança no comportamento familiar, bem como uma atenção especial,
sobretudo por parte das instituições públicas no enfrentamento da violência. O
sucesso da ação dessas instituições, entre outras, passa necessariamente pela
implementação de parcerias que favoreçam, aos jovens, atividades de
ocupação e/ou de inserção no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo
e seletivo.
P-65: A INFÂNCIA E A VIOLÊNCIA FÍSICA INTRAFAMILIAR
Autor/Expositor:
Leonardo Cavalcante– UFRN (aluno da graduação em psicologia)
Orientadora: Rosângela Francischini – UFRN (professora do
departamento de psicologia)
E-mail: [email protected]
O Estatuto da Criança e do Adolescente especifica que a criança é um sujeito
em momento especial de desenvolvimento e que deverá estar protegida de
toda forma de violência que possa prejudicar esse desenvolvimento.
Reconhecer o caráter de “especial” atribuído à condição de/do ser criança,
tributário, implica em assumir a necessidade de práticas sociais igualmente
especiais. Família, escola e instituições socializadoras mobilizam-se no sentido
de serem agentes na efetivação dos direitos estabelecidos pelo referido
Estatuto. Entretanto, a realidade de uma parcela de crianças é permeada por
variadas formas de violência, dentre estas a violência-física. Como essas
crianças concebem sua própria “condição de infância?” O que justifica a prática
de violência por membros de sua família? A partir dessas reflexões realizamos
esta investigação, procurando compor uma concepção de infância
considerando os sentidos e valores que essa população atribui à sua condição.
Participaram da pesquisa sete crianças, na faixa etária de 7 a 12 anos, sobre
as quais haviam sido encaminhadas denúncias de violência intrafamiliar ao
SOS Criança, do município de Natal/RN. Realizou-se entrevistas, produção e
interpretação de desenhos e a história de Pinóquio, como desencadeadores do
discurso das crianças. A partir da Análise do Conteúdo identificou-se condições
que configuram o ser criança para os sujeitos .Também investigou-se o papel
que a criança ocupa nesse espaço e à avaliação que faz em relação ao
julgamento e às atitudes do adulto quando elas agem de forma considerada
errada por este. Constata-se a concepção de que o julgamento dos adultos é o
correto; justificando, portanto, atitudes de violência por eles. Esses sentidos
refletem, em alguma extensão, os valores que estão presentes no cotidiano
dessas crianças e que são internalizados por elas como sendo as únicas
formas de resolução de questões que permeiam o cotidiano nas famílias.
Merecem, portanto, atenção dos profissionais ocupados dessa população.
P-66: “A LOJA DA IMPRESSÃO” TRABALHA EM EQUIPE?
Apresentadoras:
Anna Rivênia A. Ferreira, Isabelle Silva do Nascimento
Professora: Cândida Melo
(Estudo de Caso)
E-mail: [email protected]
Departamento de Psicologia
O trabalho em equipe é almejado para o bom desempenho da organização.
Uma equipe é constituída por indivíduos trabalhando em conjunto com um
objetivo em comum, devendo apresentar bom nível de integração e realização.
O presente estudo foi realizado na “Loja da Impressão” – empresa de médio
porte que trabalha com material de serigrafia, sinalização, artístico, artesanal e
escolar – com o objetivo de investigar se a organização trabalhava em equipe.
Foi utilizado como referencia o modelo de equipe de alto desempenho calcado
nas quatro competências que a caracterizam: Cooperação, Visão
compartilhada, Liderança, e Resultado. As quatro competências são
igualmente importantes e a ausência de uma delas pode comprometer a
formação da equipe. No processo de análise dos dados, percebeu-se que
informações relevantes na interpretação não se encaixavam em nenhuma das
quatro competências, sendo necessária a criação de duas novas categorias:
Identificação com loja; e Condições de trabalho. Os dados foram coletados
através de entrevista individual semi-aberta e por focus group, aplicados com
os empregadores e colaboradores, respectivamente. Os dados foram
interpretados pelo método qualitativo de análise do conteúdo. Inferimos que
apesar de possuir potencialidades para trabalhar em equipe – como
cooperação, liberdade para comunicação entre o empregado e a gerencia e
ambiência agradável – a loja ainda não contempla todas as competências
necessárias para tal. Observou-se que a missão e a visão de crescimento da
empresa não é compartilhada por todos, existe dificuldade na passagem de
informações prejudicando o funcionário e a empresa, a liderança composta por
três pessoas não está definida causando divisão, e existência de uma alta
rotatividade que prejudica a integração do grupo, impossibilitando a
concretização da equipe. Observa-se que não há uma equipe integrada, existe
dois grupos trabalhando, corroborando a não efetivação da equipe. Assim
pode-se concluir que a empresa possui potencial para desenvolver o trabalho
em equipe.
P-67: CAUSALIDADE: UM CONCEITO SIGNIFICATIVO PARA O
ENSINO-APRENDIZAGEM DA HISTÓRIA
Autoras/Expositoras:
Maria Luciana Almeida de Souza
Francisca Lacerda de Góis
Maria Luciana Almeida de Souza – Bolsista de Iniciação Científica –
PIBIC/CNPq – Base de Pesquisa: Currículo, Saberes e Práticas
Educacionais CCSA/DEPED/UFRN [email protected] ; Francisca
Lacerda de Góis Profa. do DEPED/UFRN.
O presente trabalho faz parte do Projeto de Pesquisa O Ensino da História
através de Conceitos: uma perspectiva para a formação continuada dos
professores. Tem como objeto de estudo o conceito de causalidade e sua
importância para o ensino/aprendizagem da História. Seu objetivo é refletir
junto aos professores com os quais trabalhamos no referido Projeto de
Pesquisa, o conceito de causalidade por eles já internalizados. Nos últimos
anos, a História vem passando por uma importante evolução em sua
configuração como disciplina científico-acadêmica. Internamente, a produção
historiográfica tem se renovado e se revestido no sentido de encontrar novas
abordagens, novos rumos, novos problemas, enfim, novos campos de
investigação. No entanto, apesar dos significativos avanços, ainda predominam
os velhos sistemas mecânicos/memorísticos. Esta forma de se proceder ao
processo ensino/aprendizagem da História, contribui para reforçar o raciocínio
causal. Os acontecimentos históricos não podem ser explicados de maneira
simplista e a História não deve ser explicada a partir da identificação das
causas longínquas e imediatas dos fatos históricos. É preciso compreender
que, muito mais importante que as relações causais é a compreensão de
sentido das mudanças, permanências, continuidades, descontinuidades dos
acontecimentos históricos, ou seja, a compreensão das complexas interrelações que interferem nos processos de mudança social. O estudo prevê
uma adequada utilização dos métodos quantitativo e qualitativo reconhecendo
as contribuições de cada um na compreensão do estudo, facilitando uma
negociação entre hipóteses e categorias que orientam a pesquisa e os dados.
Inserida na Base de Pesquisa Currículos, Saberes e Práticas Educativas do
Departamento de Educação, a qual adota princípios de pesquisa colaborativa
visando contribuir para a construção/desconstrução/reconstrução, com os
professores, de significados históricos e culturais sobre os conhecimentos
escolares e as práticas educativas no Ensino Fundamental.
P-68: A CONSTRUÇÃO DA COERÊNCIA PELA RELAÇÃO
ENTRE OS NÍVEIS VERBAL E NÃO-VERBAL NO GÊNERO
TEXTUAL TIRINHA
Autora/Expositora:
Olga Carla Espínola da Hora e Souza
Professora de Língua Portuguesa da Escola Agrícola de Jundiaí
e-mail: [email protected]
Neste trabalho abordaremos a coerência textual a partir da análise da
integração dos níveis verbal e não-verbal na construção do sentido de um texto
do gênero tirinha. Em tela, uma tirinha do artista americano Bill Watterson, com
os personagens Calvin e Haroldo. No nosso objeto de estudo, veremos que é
na relação de interação entre os níveis verbal e não-verbal que o sentido do
texto é construído. Mostraremos que com a leitura apenas do nível verbal o
leitor não consegue identificar com precisão algumas informações necessárias,
apesar de a idéia principal do texto ser mantida. Na verdade, é no nível nãoverbal, com a organização das imagens, que o sentido do texto se completa. É
também nesse nível que o texto se encaixa na metarregra da progressão
(CHARROLES, 1978), o que garante a coerência textual e propicia uma leitura
mais precisa.
P-69: CERÂMICA ARTESANAL DE SANTO ANTÔNIO DO
POTENGI: ELEMENTOS QUE CONSTITUEM A TRADIÇÃO.
Autor/Expositor:
Nilton Xavier Bezerra
Mestrando do curso de Pós-graduação em Antropologia Social /
UFRN
Orientador: Prof. Dr. Luís Carvalho de Assunção
Participante da Base de Pesquisa sobre Cultura Popular da UFRN
[email protected]
No Rio Grande do Norte, a atividade artesanal é geradora de economia,
envolve um número expressivo de pessoas e é diversificada em suas matériasprimas e tipologias. Como referência do artesanato local, a cerâmica supriu as
necessidades primárias nos utilitários domésticos, adquiriu feição devocional
nas figuras religiosas, foi brinquedo nos divertimentos infantis e, por fim,
ganhou status de puro ornamento. A opção por Santo Antônio justifica-se por
sua representatividade como um dos centros mais significativos de produção
da cerâmica artesanal no Estado. Nasceu lá a famosa bilha em forma de galo,
símbolo da cidade do Natal e que se transformou em ícone do artesanato e da
arte potiguar. Para o embasamento conceitual, parto da concepção de que a
cultura é simbólica e passível de análise crítica. Evidencio o objeto artesanal
como elemento da cultura material e simbólica, através do qual é possível
desenvolver uma investigação sobre os modos de vida existentes nas
sociedades. Os princípios metodológicos consistirão basicamente no
desenvolvimento de material etnográfico elaborado mediante entrevistas
escritas e gravadas com os ceramistas, na observação direta e interpretação
da realidade local e no registro através de recursos visuais que complementem
os dados da pesquisa. Como objetivos centrais, pretendo examinar de que
maneira é mantida a tradição da manufatura de objetos cerâmicos em Santo
Antônio, refletir sobre as possíveis relações entre artesanato e tradição, discutir
o processo histórico-cultural da produção da cerâmica local e salientar na
contemporaneidade as manifestações responsáveis pela visibilidade da
tradição no artesanato potiguar, justificando também a importância do saber
fazer como exemplo de patrimônio imaterial.
P-70: CONFABULANDO: OUVINDO E CONTANDO FÁBULAS NA
ESCOLA INFANTIL
Autoras/Expositoras:
Analice Cordeiro dos Santos Victor
Professora -NEI/UFRN
[email protected]
Claúdia Limeira de Sena
Bolsista - NEI/UFRN
Em nossa prática de professoras de educação infantil procuramos dar à história
não só o lugar de significações dos sonhos e imaginação da criança, mas
também um espaço favorável ao seu desenvolvimento cognitivo, pois ouvir
histórias possibilita a construção de conceitos como de cultura, civilização e de
tempo histórico. Sistematizamos, então, junto a nossa turma, constituída por
vinte e uma crianças com idades de seis e sete anos, um trabalho com a leitura
de fábulas. Essas histórias milenares retrataram em seus personagens certas
atitudes humanas, como a disputa entre fortes e fracos, a esperteza, a
ganância, a gratidão, a inveja, o ser bondoso, o não ser tolo. Têm, também,
como características aconselhar, transmitir algum ensinamento, fazer uma
crítica, que geralmente aparecem no texto como a “moral da história”. Para
esse estudo definimos como objetivos: refletir os valores/lições transmitidos/as
pelas fábulas; produzir coletivamente um conceito para essas histórias
percebendo suas características – narrativa curta, personagens/animais,
transmitir ensinamento; conhecer dados biográficos de alguns fabulistas –
Esopo, La Fontaine e Lobato. Os procedimentos metodológicos adotados para
o desenvolvimento do estudo foram - ouvir e ler fábulas; reescrever em grupo a
que mais gostou, ilustrando-a através da confecção de uma maquete; organizar
uma linha do tempo com os fabulistas estudados; pesquisar junto às famílias as
fábulas conhecidas e seus assuntos; produzir coletivamente uma fábula.
Acreditamos que o trabalho relatado nos permite reafirmar a idéia de que
contar e ouvir história é uma atividade que deve ser constante na rotina da
escola infantil, pois contribui com os diferentes aspectos do trabalho
pedagógico. Aspectos que vão desde oferecer subsídios para a criança lidar
com questões relacionadas às suas emoções e imaginação como, também,
ajudá-la a desenvolver-se intelectual e socialmente.
P-71: LENDAS INDÍGENAS: REVELANDO A ARTE DE SER E
VIVER DE UM POVO
Autora/Expositora:
Maria Dulcilene de Lima
Professora – NEI/UFRN
Sirleide Silva de Oliveira Souza
Professora – NEI/UFRN
Orientadora: Analice Cordeiro dos Santos Victor – Nei/Ufrn
[email protected]
Este trabalho relata a experiência vivenciada junto a uma turma de Educação
Infantil constituída por crianças na faixa etária de 4 a 5 anos. O interesse em
aproximar a turma da cultura indígena surgiu da curiosidade suscitada no grupo
ao ouvir a leitura de algumas lendas contadas pela professora na roda da
história. Para esse estudo foram definidos como objetivos: estabelecer relações
entre o modo de ser e viver do índio de ontem e hoje; perceber a influência da
cultura indígena no nosso modo de se alimentar, falar, vestir; favorecer a
ampliação e estruturação da linguagem oral. Adotamos na realização desse
trabalho os seguintes procedimentos metodológicos: leituras das lendas: como
nasceu a primeira mandioca, como nasceram as estrelas a lenda de amor de
Naipi e Tarobá e como nasceram o sol e a lua,entre outras; conversas com
profissionais que estudam a temática indígena, construção de painéis,
releituras de obras de arte, reescrita e produção de textos coletivos,
dramatização. Refletindo acerca da realização desse trabalho, percebemos que
o índio distante da nossa realidade tornou-se real e presente, despertando o
interesse das crianças em saber mais sobre o modo de viver desse povo, o que
sem dúvida contribuiu para que todos – professoras e alunos – ampliassem
seus conhecimentos acerca da cultura indígena e, também com a valorização
da diversidade cultural.
P-72: DADI: REVISITANDO O UNIVERSO DO TEATRO DE
BONECOS NO RN
Maria das Graças Cavalcanti Pereira
[email protected]
Graduando do Depto. de História, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte-UFRN.
Orientadora: Wani Fernandes Pereira
Professora Doutora, Museu Câmara Cascudo, GRECOM, UFRN,
Natal/RN.-Orientadora
O tema tem por referência um projeto de pesquisa que registra como fato
cultural a descoberta de uma Calungueira, fazedora de bonecos, também
conhecidos como mamulengueiros, titereteiros ou João Redondo. Trata-se de
Maria Ieda de Medeiros (64 anos) conhecida por Dadi, residente em Carnaúba
dos Dantas RN. Para dar conta do itinerário artístico de Dadi e sua história de
vida, fizemos uso de uma diversidade de estratégias: registro etnográfico,
fotográfico e videográfico, de todo o cotidiano da artesã, coletando histórias e
enredos criados, coleta da matéria-prima , etapas da confecção dos bonecos.
Da pesquisa bibliográfica destacamos obras que tratam de uma genealogia dos
bonequeiros no Rio Grande do Norte, de uma conceituação dessa arte
entendida como "da tradição", de uma estética do arcaico. São os autores:
Deífilo Gurgel (1999), Hermilo Borba Filho (1966), Altimar de Alencar Pimentel
(1971),além
do
suporte
teórico:Hobsbawm(1997),LeGoff(1998),Halbwachs(1973),EcléaBosi(1994),Jan
aínaAmado(2000),e outros. Dos dados obtidos e em fase sistematização final
podemos reiterar: a identificação até o momento da artesã, como única mulher
fazedora de bonecos num universo tradicionalmente masculino; autodidata e
fazedora de ex-votos - também conhecidos como “milagres”, Dadi não se torna
santeira, envereda pelo caminho do lúdico, dedicando-se ao conceber e
paramentar seus bonecos ou calungas, à arte do riso, ao jogo da sátira. Ao
longo da pesquisa, adquirimos uma coleção de bonecos, para o acervo do
Museu Câmara Cascudo/UFRN, em consonância com a política patrimonialista
da instituição, procedendo seu estudo e documentação. A conclusão de um
portfólio, que conta uma breve história de vida e obra da artesã, servirá como
apresentação junto às leis de incentivo à cultura, para publicação de um livrocatálogo, com o registro dessa manifestação da cultura da tradição, dentre
outras estratégias como: CD-Rom, Vídeo, permite ampliar o conhecimento de
novos atores e suas singularidades, atualizando e ampliando o universo de
bonecos e bonequeiros no RN.
P-73: ABUSO SEXUAL INFANTO-JUVENIL: PODEMOS MUDAR
ESSE QUADRO
Kátia Maria Nascimento Patriota
Delma Dias de Morais Batista
Acadêmicas do Serviço Social
E-mail: [email protected]
O presente trabalho teve como base inicial, a análise institucional do Centro de
Referência Programa Sentinela Natal/RN, localizado à rua Mipibu nº 440, no
bairro de Petrópolis, onde por um espaço de quatro meses, observamos o fazer
profissional da Assistente Social e a dinâmica do atendimento daquela
instituição. Nas sucessivas observações, percebemos que a intervenção
poderia se dar na divulgação do Programa Sentinela junto aos professores das
escolas públicas municipais e estaduais de Natal. Obtivemos a informação de
que seriam visitadas as escolas da rede pública dos bairros de maior incidência
de qualquer tipo de violência sexual, cujos atendimentos foram feitos no
Sentinela. Percebendo a necessidade de divulgação do trabalho da instituição
em que estamos inseridas como estagiárias do Serviço Social, direcionamos
nosso trabalho interventivo, dando suporte ao Serviço Social, através de
palestras aos professores sobre Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.
Foram utilizados como subsídios: um folder com informações sobre o tema
abordado e locais onde podem ser feitas as possíveis denúncias; uso de
transparências; aplicação de questionário. Entendendo a escola como
instituição socializadora do indivíduo, cuja função não é apenas transmitir
conhecimentos, mas transformá-los e adequá-los a realidade vivida pelo aluno,
percebemos a importância dessa parceria com os professores. Considerando
que é na a escola onde distúrbios familiares podem ser refletidos e percebidos
pelo professor, em virtude do seu contato diário com crianças e adolescentes,
divulgar o Programa Sentinela é uma forma de proporcionar ao referido público,
um desenvolvimento saudável e a garantia de seus direitos preservados no
Estatuto da Criança e do Adolescente.
P-74: “DE LEGISLADOR A PRODUTOR” – (NATAL, 1889 – 1964)
DOIS MOMENTOS DA INTERVENÇÃO ESTATAL NA QUESTÃO
DA MORADIA
Expositoras;
Aliny Fábia da Silva Miguel
Graduanda,
Depto.
de
Arquitetura
UFRN;
Bolsista
PIBIC/CNPq/UFRN; Base de pesquisa: Estudos do Habitat do
Depto. de Arquitetura – UFRN [email protected]
Ana Paula Campos Gurgel
Graduanda, Depto. de Arquitetura - UFRN; Bolsista voluntária; Base
de pesquisa: Estudos do Habitat do Depto. de Arquitetura – UFRN
Autor (es):
Caliane Christie de Oliveira Almeida Silva
Mestranda em Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de
São Carlos/USP; Pesquisadora na Base de Pesquisa: Estudos do
Habitat
do
Depto.
de
Arquitetura
UFRN
[email protected]
Orientador:
Angela Lúcia de Araújo Ferreira
Profa. Dra. do Depto. de Arquitetura, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte - UFRN [email protected]
Em decorrência da Revolução Industrial e da conseqüente necessidade de
mão-de-obra para a indústria, as cidades do final do século XVIII viram-se
diante de um significativo aumento populacional que ocasionou na adequação
do espaço físico para atender às novas exigências de moradia. O ideário de
cidade moderna constituído nesse momento e difundido pelo mundo, chegou
ao Brasil no final do século XIX. Em Natal essa nova concepção veio incorporar
e reforçar os anseios de modernidade das elites locais. Neste contexto, a
questão habitacional, antes “responsabilidade” da iniciativa privada, ao ser vista
como empecilho à concretização desse ideal, tornou-se foco importante das
políticas públicas. Compreender as características e os significados destas
intervenções no processo de produção da moradia em Natal é o objetivo deste
trabalho. A partir das falas e discursos oficiais que as justificaram, e das ações
concretizadas no setor, assim como através de revisão bibliográfica e pesquisa
documental (periódicos locais e documentos oficiais), foi possível sistematizar
dois momentos específicos de intervenção pública. O primeiro, delimitado da
Proclamação da República até o final da década de 20, caracterizou-se pela
elaboração e implementação de legislação rigorosa, muitas vezes punitiva e
excludente, e relacionada a concepção e adequação de moradias, verbalizadas
pelo código de posturas, arraigado aos princípios higienistas. O segundo, que
se estende da Revolução de 30 à criação do Banco Nacional da Habitação –
BNH (1964), apresentou o Estado como criador das condições de uso e
produção habitacional, através da criação dos Institutos de Aposentadoria e
Pensões - IAP´s (1933) e da Fundação da Casa Popular – FCP (1946). O
delineamento desse panorama histórico das intervenções neste setor, no
período de 1889 a 1964, fornece elementos para entender não somente a
evolução do parque habitacional de Natal, como também as mudanças na
postura do Estado frente a questão da moradia social.
P-75: DESMISTIFICANDO O TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA
E OS DIREITOS SOCIAIS DO PACIENTE COM CÂNCER
Autoras:
Jussara Keilla Batista do Nascimento – DESSO – UFRN
[email protected]
Luciana Freire Gavazza – DESSO – UFRN
[email protected]
Orientadoras: Prof. Ms. Sheila Pedrosa – DESSO – UFRN
Assistente Social Sinara Françoise – Liga Norte Riograndense
Contra o Câncer – LNRCC
Apresenta a Liga Norte Riograndense Contra o Câncer – LNRCC, em particular
o Centro Avançado de Oncologia – CECAN, como também as atividades
desenvolvidas pelo Serviço Social na referida organização. No tocante ao
Serviço Social, identifica algumas dificuldades que perpassam o fazer
profissional no que se refere a garantir a viabilidade do tratamento, expresso
principalmente através do considerável índice de pacientes faltosos. Os
principais indicadores das faltas são as dificuldades com o transporte, o
agravamento do estado clínico, o medo do tratamento pela mistificação que
perpassa a temática do câncer e a falta de acompanhante. Identifica que essas
dificuldades se dão pelo desconhecimento do tratamento e dos direitos sociais
que garantem sua realização. Apresentadas as justificativas, oferece algumas
propostas de intervenção no sentido de auxiliar as ações realizadas pelo
Serviço Social para reafirmar os direitos sociais do paciente e viabilizar a
continuidade do tratamento. Mostra como a realização de momentos
alternativos de informação, como o grupo de acolhimento realizado pela equipe
multidisciplinar – serviço social, enfermagem, psicologia e nutrição - oficinas
sociais, distribuição de folders ou cartilhas informativas, bem como o
atendimento individualizado contribui para a desmistificação do tratamento de
radioterapia, aumentando o conhecimento do paciente a cerca do tratamento,
da sua importância e dos direitos sociais. Neste sentido, esclarece o que é o
tratamento, como é realizado e quanto tempo dura em média. Leva ao
conhecimento dos pacientes direitos como o saque do FGTS, a licença para
auxílio doença, a renda mensal vitalícia, a aposentadoria por invalidez, a
isenção do imposto de renda na aposentadoria, a quitação de financiamento
habitacional, a viabilização de transporte para o tratamento, bem como o
acesso a exames e medicamentos e as vias que se deve seguir para solicitálos, reafirmando por fim o direito a saúde, aqui expresso pelo tratamento
oncológico radioterápico.
P-76: “ENFIM, HENFIL: HUMOR EM QUADRINHOS NA
RESISTÊNCIA A DITADURA”.
Autores/Expositores:
Armando Pinheiro de Araújo Junior e Fabiano Moura de Souza.
Alunos do Departamento de História.
armando.pjunior@gmail
[email protected]
O tema da exposição tem por objeto de estudo a vida e a representação de
Henrique de Souza Filho, o Henfil. Através de reproduções de fotos pessoais e
charges de cunho crítico e satírico aos ditames da sociedade brasileira e
internacional no período compreendido entre as décadas de 60 a 80. Tendo
como base a sua atuação como chargista em vários seguimentos da imprensa
e principalmente no “Pasquim”. Tem a exposição o intento de resgatar a
memória de um artista de destaque na oposição ao período ditatorial militar,
assim como a sua atuação na campanha para de eleições Diretas Já. O painel
também mostrará aspectos da vida pessoal do artista, aspectos estes que se
entrelaçam com sua posição de crítico, ressaltando também o período em que
morou na cidade do Natal, Rio Grande do Norte.
P-77: ESCRITA: SUA HISTÓRIA E SEU PAPEL NA VIDA DO
HOMEM
Expositores:
Adriana Rodrigues Gomes Matrícula: 20002230-6
E-mail: [email protected]
Departamento de Letras
O homem tem muitas necessidades, entre as quais estão a de se expressar e a
de se comunicar socialmente, ambas relacionadas. Um dos meios de
comunicação e expressão criados por ele foi a escrita, a qual levou milênios
para chegar a sua forma alfabética. Partindo dessa constatação, focalizam-se
as modificações tanto internas quanto externas dos sistemas (códigos) de
escrita ao longo da história, as dúvidas levantadas a partir dos anos de 1960
quando pesquisadores de diversas áreas do conhecimento se juntam para
discuti-la, revelando-se ser, então, o tema da escrita uma questão muito mais
complexa. Esses questionamentos põem em xeque os pressupostos
profundamente aceitos e compartilhados em relação ao seu domínio como, por
exemplo, aquele que sabe escrever tem acesso a uma elite privilegiada. Diante
disso, procura-se compreender a influência da escrita nas instituições e
atividades de diversas áreas quando os documentos escritos passam a ter um
papel fundamental, assim como as transformações que ocorrem nas
sociedades quando um número relevante de pessoas sabe ler e escrever.
P-78: ESTUDO ETNOBOTÂNICO NAS COMUNIDADES
INSTALADAS ÀS MARGENS DO RIACHO ÁGUAS VERMELHAS
(PARNAMIRIM/RN), COMO SUBSÍDIO PARA CONSERVAÇÃO E
RECOMPOSIÇÃO DA MATA CILIAR
Alídia Hernandes Ribeiro
Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Maria Iracema Bezerra Loiola
Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia – UFRN.
A ocupação dentro do município de Parnamirim iniciou-se de fato após o final
da Segunda Guerra Mundial. Desde então os cursos d`água em geral vem
sofrendo uma série de agressões, como a remoção da mata ciliar (que causa
assoreamento do seu leito), deposição de lixo e esgoto, entre outras, devido a
ocupação de suas margens. Esse processo vem ocorrendo, pois, alem da
ausência de políticas publicas durante a ocupação do local, verifica-se o
desconhecimento da importância do riacho como fonte de recurso mineral e
biológico. Antagonizando todo esse processo de devastação, que ocorre em
toda Bacia do Rio Pirangi, cerca de 5ha encontram-se bastante preservados
desde 1950 como propriedade particular e que, desde 1998, foi transformada
na Área de Proteção Ambiental (APA) Hidrominas Santa Maria, que se localiza
as margens do riacho Águas Vermelhas. No sentido de dar subsídio à
conservação e recomposição da mata ciliar, duas linhas de trabalho foram
iniciadas: o levantamento florístico e a realização de entrevistas em um dos
bairros que compõem a comunidade ribeirinha do caso (Vale do Sol). Para
coleta de material botânico, foram realizadas 12 excursões onde foram
registrados 85 taxa, ressaltando-se que esta etapa ainda encontra-se em
andamento. A análise comparativa preliminar da flora evidenciou a similaridade
com outras áreas já inventariadas no Rio Grande do Norte, presença de
espécimes que são tidos como medicinais em outros Estados, e plantas com
grande potencial ornamental e paisagístico. A realização de entrevistas conta
com 100 depoimentos até a presente data. E estudo dos dados coletados
revela entre os entrevistados, o desconhecimento do que é uma APA e da
existência de uma na proximidade de suas residências. Mostra também que a
grande maioria não utiliza nenhum recurso proveniente da mesma, apesar do
uso de medicamentos fitoterápicos.
P-79: CONSTRUINDO VALORES POSITIVOS NA EDUCAÇÃO
INFANTIL A PARTIR DA INCLUSÃO DE CRIANÇAS
PORTADORAS DE SÍNDROME DE DOWN.
Expositores:
Elaine Munic Torres Ferreira – Aluna do curso de Pedagogia –
UFRN
Marianne da Cruz Moura – Aluna do curso de Pedagogia – UFRN
Autores:
Dominique Cristina Souza de Sena – Aluna do curso de Pedagogia –
UFRN
Elaine Munic Torres Ferreira – Aluna do curso de Pedagogia –
UFRN
Marianne da Cruz Moura – Aluna do curso de Pedagogia – UFRN
Departamento de Educação – DEPED
[email protected]
O presente trabalho foi desenvolvido em 2004.1, como parte das exigências
para conclusão da disciplina Introdução a Educação Especial, no curso de
Pedagogia/UFRN. Objetivou analisar como está sendo feita a inclusão de
crianças com Síndrome de Down no Núcleo de Educação Infantil (NEI), da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A pesquisa,
empreendida com base em princípios qualitativos, envolveu um estudo
bibliográfico, a coleta de dados através de entrevistas com educadores e uma
observação não-participativa em três classes. Constatamos que, embora a
instituição venha desenvolvendo um trabalho de Educação há vinte e cinco
anos, somente a partir de 1989 começou a incluir educandos com
necessidades educativas especiais em suas classes, entre elas as crianças
que apresentam Síndrome de Down. Atualmente, estudam na escola seis
crianças com Síndrome de Down (nos níveis III, IV e V). Para desenvolver um
trabalho efetivo com esses alunos, os professores se reúnem constantemente
para estudar e discutir conteúdos e estratégias relevantes para o
aprimoramento da prática pedagógica. Observamos que, através do
relacionamento diário das crianças em geral, os laços de amizade e
companheirismo se fortalecem, fazendo desaparecer os traços da diferença,
ensinando a todos a se relacionarem de forma igualitária, derrubando assim
possíveis barreiras de preconceito. A inclusão, portanto, beneficia tanto as
crianças normais, quanto as que apresentam Síndrome de Down, fazendo-as
crescer na sua aprendizagem e construir valores positivos.
P-80: ESTUDOS DE ELEMENTOS DE COESÃO E COERÊNCIA
TEXTUAIS A PARTIR DA ANÁLISE DE CHARGES
Expositores:
Fabíola Barreto Gonçalves (UFRN)
E-mail: [email protected]
GILMARA FREIRE AZEVEDO (UNP)
E-mail: [email protected]
As perspectivas atuais de ensino de leitura e interpretação de textos primam
pela atenção ao ensino dos mecanismos de Coesão e Coerência Textuais
como fundamentais no processo de atribuição de sentidos dos textos e os
livros didáticos há algum tempo registram essa realidade. As charges têm sido
um recurso muito utilizado nessa perspectiva de ensino. O uso da linguagem
verbal e não-verbal também concorrem para a construção de sentidos na
utilização desses recursos em sala de aula. Trabalhar com Linguagem verbal e
não-verbal nos possibilitar mostrar aos alunos que o significado das palavras
não está apenas nelas mesmas e que as pessoas não se comunicam apenas
por palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, a
entoação são também importantes: são os elementos não verbais da
comunicação. A comunicação verbal é plenamente voluntária já o
comportamento não-verbal pode ser uma reação involuntária ou um ato
comunicativo propositado, mostrando que um evento comunicativo é composto
também da interação dessas duas linguagens. É dentro dessa abordagem que
propomos trabalhar com exposição de painéis, oferecendo uma interpretação
de charges em três níveis de leitura. O primeiro superficial, um segundo
intermediário e por fim, o nível profundo, nos quais elencaremos os elementos
de Coesão e Coerência Textuais, bem como a linguagem verbal e não-verbal e
a contribuição deles para a construção e/ou recuperação de sentidos do texto.
P-81: FOTOGRAFIA E INTERSUBJETIVIDADE
Diego André da Silva Filgueira
Bolsista de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq – Base de Pesquisa:
Currículo, Saberes e Práticas Educacionais CCSA/DEPED/UFRN
[email protected]
Jefferson Fernandes Alves
Prof. Dr. do DEPED/UFRN
O presente trabalho faz parte do projeto de pesquisa Educação do Olhar e
Prática Docente: fotografia e deficiência visual. Tem como objetivo
compreender o papel mediador da fotografia no processo intersubjetivo da
constituição do sujeito, assim como apreender os processos intersubjetivos
desencadeados pelos professores do Instituto de Educação e Reabilitação de
Cegos do Rio Grande do Norte (IERC) nos contextos de interações e vivências
em torno do fotográfico e analisar as atividades pedagógicas propostas pelos
professores do IERC que estimulem a constituição de contextos e situações
intersubjetivas, a partir da mediação fotográfica. A fotografia pode ser
entendida como um jogo interativo que contempla o sujeito que fotografa,
aquilo ou aquele que é fotografado e aquele que aprecia o resultado
fotográfico. Essa interatividade permite que os sujeitos envolvidos no processo
fotográfico façam uma re(visão) contínua da imagem que fazem de si mesmos.
E é no campo da intersubjetividade, no olhar do outro sobre si que construímos
nossa própria imagem. Nesse caso, pensar a fotografia como reveladora de
imagens internas, considerando a prática docente com alunos portadores de
cegueira e visão-subnormal, implica em uma perspectiva que ultrapasse os
limites biológicos da visão em favor de um entendimento mais alargado do
olhar como uma faculdade multisensorial de perceber e ser percebido. Ao
trazer a fotografia para a sala de aula como mediadora dos processos
intersubjetivos contamos também com outras linguagens, sobretudo, a verbal e
a corporal, como componentes intersemióticos que concorram para a revelação
de imagens por parte dos não-videntes, a partir da intervenção pedagógica dos
professores.
P-82: FUNDESCOLA: UM ESTUDO SOBRE A
DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA EM ESCOLAS DE NATAL E
MOSSORÓ, NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.
Daniela Cunha Terto
Graduanda em Pedagogia
[email protected]
Shirmênia Kaline da Silva Nunes
Graduanda em Pedagogia [email protected]
Orientadora: Profª Drª Magna França - Profª do Departamento de
Educação da UFRN
[email protected]
O estudo aborda a política de descentralização financeira no cenário
educacional brasileiro, para o Ensino Fundamental e as suas diretrizes para a
implantação do FUNDESCOLA nas unidades de ensino nos municípios de
Natal e Mossoró. Verificou-se o resultado de sua implementação por meio das
varáveis: índice de matrícula e rendimento escolar, quantidade de recursos,
vantagens e obstáculos à implementação da descentralização financeira. Seu
desenvolvimento ocorreu por meio de uma revisão bibliográfica (FRANÇA;
SOARES; TOMMAZI) bem como análises de diagnósticos realizado nas
escolas pesquisadas. No plano empírico, serviu como fonte substancial a
análise dos dados coletados que mostrou-se fator determinante para situar a
experiência no contexto da descentralização financeira, recorreu-se, também,
aos documentos elaborados pela Secretaria de Educação do estado. Durante a
pesquisa, constatou-se que posterior ao FUNDESCOLA, efetivado em 1999,
houve um decréscimo nos índices de abandono no município de Natal, entre
2000 a 2003, entretanto, detectamos que os índices de reprovação crescem
em 1999, 2002 e 2003. O município de Mossoró, por sua vez, possui o índice
de matriculados maior na rede estadual, mesmo com a municipalização do
ensino fundamental. Observou-se, também, que embora a rede estadual
detenha esse maior índice de matrículas, o índice de abandono oriundo da
escola municipal sempre superou a estadual. Os índices de reprovação oscilam
após o Fundo, mas, com crescimento considerável em 2003 na rede estadual.
Enfim, a implementação do FUNDESCOLA não tem assegurado uma melhora
na educação pública como um todo, nos aspectos estudados, de acesso e
rendimento escolar percebeu-se que não tem contribuído para alguns de seus
fins: uma política promotora de equidade social em face de uma nova realidade
educacional e a de promover o acesso e a qualidade de ensino.
P-83: MODA, CONSUMO E MÍDIA DEFININDO
COMPORTAMENTOS
Autora:
Evaneide Lúcia Pereira César de Souza
Aluna do Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais
UFRN – Nível: mestrado
E-mail: [email protected]
O presente estudo discute a questão do consumo contemporâneo, a partir da
sua associação com mídia televisiva e com a publicidade a ela vinculada.
Discorre sobre conceitos como consumo, moda, publicidade, televisão e
indústria cultural, a partir de relevantes contribuições, e procura ressaltar que o
conteúdo da televisão, bem como o das campanhas publicitárias, estimulam o
desejo, induzem à ação da compra, e com isso, definem padrões de
comportamento. O trabalho apóia-se em dados coletados de uma amostra
representativa de 256 questionários, aplicados junto à população feminina que
freqüenta o Shopping Cidade Jardim.
P-84: MULHERES: AS DIVERSAS SITUAÇÕES DE
VULNERABILIDADE
Adaciara de Fátima Dias Soares (aluna do curso de Serviço Social)
E-mail: [email protected]
Percilene Gonçalves de Sá (aluna do curso de Serviço Social)
E-mail: [email protected]
Departamento de Serviço Social
Base de Pesquisa Sociabilidade e Relações Sociais
Este trabalho constitui-se em uma análise da situação de pobreza na realidade
brasileira associada às relações de gênero. Trata-se de uma reflexão, a partir
de uma perspectiva de gênero, acerca do contexto de precariedade sócioeconômica no país. Representa uma contribuição no âmbito dos debates sobre
a temática de gênero e desigualdade social, apesar de ser apenas um recorte
analítico, considerando a amplitude dos aspectos que envolvem essa
discussão. Tem o propósito de apresentar elementos que possibilitem a
apreensão do contexto de vulnerabilidade em que estão inseridas as mulheres,
destacando fatores como renda, atividades ocupacionais, chefia familiar e raça.
Pretende explicitar como se expressam as diferenças entre os sexos, tendo em
vista os papéis estabelecidos tradicionalmente para homens e mulheres. Foi
elaborado mediante a análise de dados estatísticos, obtidos através de órgãos
responsáveis pela pesquisa e divulgação de informações sócio-econômicas.
Está fundamentado em estudos de autores que abordam o tema da pobreza e
sua correlação com as questões de gênero. Constatou-se, diante dos dados
contemplados, que os níveis de pobreza no Brasil são extremamente elevados
e que esse quadro acentua-se ao ser observada a realidade da mulher,
sobretudo por sua presença na sociedade ainda ser marcada pelo preconceito
e discriminação. Evidenciou-se, como já foi citado, que há alguns aspectos
preponderantes para o agravamento dos índices de pobreza da população
feminina. Dentre esses, podem ser destacados: as discrepâncias entre
rendimentos de mulheres e homens; o fato de as mulheres trabalharem, mais
comumente, em ramos de atividades precarizados; as dificuldades enfrentadas
pelas mulheres, que exercem a chefia familiar, para conciliar a dupla jornada
de trabalho; e a influência do sexo e da raça na delimitação da desigualdade
social. A realidade analisada, portanto, demonstra que a problemática da
pobreza no Brasil configura-se também como uma questão de gênero.
P-85: NECESSIDADES INFANTIS EM PARQUES DE PRÉESCOLAS: RESULTADOS DO PAINEL INTERATIVO DA XII
SEMANA DE HUMANIDADES (2004)
Autora/Expositor:
Odara de Sá Fernandes
Orientadora: Gleice Azambuja Elali
Departamento de Psicologia
e-mail: [email protected]
Diversos estudos enfatizam a relação do homem com o ambiente como um dos
aspectos de extrema importância para a formação humana. As pesquisas na
área de Psicologia Ambiental revelam as implicações desta relação para o
desenvolvimento da criança e para o planejamento de espaços lúdicos. Visto
que a escola consiste no ambiente por excelência infantil, onde as crianças
passam importantes momentos de suas vidas e desenvolvem as suas
primeiras habilidades sociais e intelectuais, ela costuma ser o principal foco de
estudo dessas investigações. Porém, poucos estudos têm analisado a
influência nos comportamentos infantis dos espaços abertos das escolas, como
os pátios e parques. Este trabalho objetiva discutir a opinião de estudantes e
professores universitários em relação ao que se deve ter nesses ambientes
para que se possa favorecer o desenvolvimento da criança. A pesquisa foi
realizada na UFRN, durante a XII Semana de Humanidades. Foi montado um
painel interativo, no qual os visitantes podiam deixar sua opinião sobre a
seguinte questão: o que é importante ter em um parque de pré-escola? Nossos
resultados revelam que os respondentes consideram o espaço e os
equipamentos dos parques infantis das escolas como sendo de grande
importância no processo de desenvolvimento, aprendizagem e socialização da
criança. A maior parte da respostas enfatiza a necessidade de grande espaço
para atividade livre, como também a presença de árvores, areia e brinquedos
(playground). Além disso, a segurança foi citada algumas vezes como sendo
um elemento fundamental. Foi relatada, também, a necessidade de brinquedos
seguros, areia limpa, bancos confortáveis, entre outros aspectos. Essas
opiniões demonstram como os espaços abertos, nas escolas, são importantes
e como vários aspectos do ambiente físico podem favorecer ou não o
desenvolvimento saudável da criança. Dessa forma, estudos da relação
criança-espaço são essenciais para subsidiar o planejamento de espaços mais
favoráveis ao desenvolvimento infantil.
P-86: CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL NO CONTEXTO DA
ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE
Autora/Expositora:
Yalle Fernandes dos Santos
[email protected]
Orientadora: Magda Dimenstein
[email protected]
Programa de Pós graduação em Psicologia/UFRN
Desde os anos 1990 enfatiza-se a reestruturação da atenção psiquiátrica
vinculada à atenção primária em saúde e constituição de redes de apoio social
que dêem suporte aos indivíduos em sofrimento psíquico. No Brasil, esta
questão é pode efetivar-se com a inserção das equipes de saúde nas
comunidades, através do Programa Saúde da Família (PSF). Este propõe uma
atuação baseada na integralidade das ações, concebendo o indivíduo de forma
sistêmica e elegendo a família como locus de intervenção. Nesse sentido, o
cuidado é pensado como integralidade, significando a capacidade de ouvir o
usuário, acolher sua demanda, articular conhecimentos na solução dos
problemas e na construção de projetos terapêuticos individualizados. Este
trabalho buscou mapear a demanda de saúde mental que chega à unidade de
saúde do PSF nas comunidades de Nordelândia e Boa Esperança, no Distrito
Sanitário Norte de Natal/RN. Utilizamos como ferramenta metodológica um
questionário semi-estruturado que visa mapear o histórico de uso de
psicotrópicos e internação em instituições psiquiátricas dos moradores dessa
comunidade. O instrumento foi aplicado na residência dos participantes, com o
auxílio dos agentes comunitários de saúde. Entrevistamos 34 mulheres e 25
homens, na faixa etária predominante de 31 a 50 anos. O uso de psicotrópicos
é muito elevado - 47 sujeitos os utilizam -, sendo mais usados os neurolépticos
e ansiolíticos. Vimos que 23 entrevistados foram internados em hospitais
psiquiátricos, a maioria das internações são involuntárias. Os serviços
substitutivos em saúde mental são desconhecidos por 56 dos entrevistados.
Tais dados nos mostram a necessidade de uma rede de saúde integrada, que
ofereça resolutividade e ações de referência e contra-referência entre o nível
primário e os serviços substitutivos em saúde mental, de forma que os sujeitos
não precisem recorrer aos hospitais psiquiátricos.
P-87: ENVELHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA – CENTRO
DE SAÚDE DE CANDELÁRIA.
Autora/Expositora:
Ana Jarves de Lucena Fernandes Gonçalves
Micarla Duarte de Lima
[email protected]
UFRN/CCSA/DESSO.
Apresenta uma análise acerca da implementação do projeto de intervenção,
desenvolvido no Centro de Saúde de Candelária, pelas estagiárias Ana Jarves
e Micarla Duarte, no período de setembro a dezembro de 2004. Esboça as
atividades realizadas, os resultados alcançados assim como também expõe a
dinâmica que envolveu todo o processo de implementação do projeto de
intervenção elaborado pelas estagiárias em um primeiro momento de
aproximação e observação na instituição. Contextualiza os aspectos
pertinentes ao idoso como expressão da questão social e demanda para o
Serviço Social. Também relata a importância de se trabalhar com esse
segmento, em meio aos esteriótipos que a sociedade dissemina: “inativos”,
“incapazes”, “apáticos”, etc. As ações ora desenvolvidas foram respaldadas na
perspectiva de igualdade e de garantias de direito, onde foram ministradas
palestras, oficinas e atividades lúdicas, contemplando aspectos pertinentes a
Qualidade de Vida na III idade. Os resultados foram satisfatórios para os atores
envolvidos: idosos, estagiárias e instituição, sendo perceptível na receptividade
e nas atividades dos idosos, assim como através de seus depoimentos.
Considera-se que o trabalho desenvolvido no Centro de Saúde de Candelária,
com o grupo de idosos, contemplou as perspectivas e o empenho dedicado
pelas estagiárias, como também realização pessoal das mesmas.
P-88: NOVAS CONFIGURAÇÕES DO ATIVISMO ANTI-AIDS
Autor/Expositor:
Maio Spellman Quirino de Farias
e-mail: [email protected]
Orientadora: Magda Dimenstein
Universidade Federal do Rio Grande do Norte-RN
Nos anos 80 atuar contra a aids, institucionalmente, na sociedade civil,
significava brigar, voluntária e caritativamente, por mais leitos em hospitais, por
políticas públicas em HIV/AIDS e fazer visitas domiciliares e hospitalares às
pessoas que viviam e conviviam com a doença. Entretanto, esse cenário de
luta vem mudando desde o inicio dos anos 90, com a consolidação da parceria
do movimento antiaids com o Estado. Tal parceria trouxe um dilema para as
entidades da sociedade civil: são elas apenas executoras das políticas
governamentais ou assumem o papel de propositores efetivos de políticas
públicas? Desde então, ativismo contra a aids passou a significar execução de
projetos e considera-se que esse modo de funcionamento institucional antiaids
tem problemas porque constrói uma estratégia básica para despolitizar o
Terceiro Setor. As ONGs/AIDS não apenas consolidam a reestruturação
moderna do capital como afastam-se da atividade de rua. Todas essas
questões acima levantadas levaram-nos a mapear esta nova estrutura
ONGuiana que rompeu com o caráter caritativo, assumindo uma gestão semigovernamental e empresarial que visa sustentabilidade para gerenciar a aids. A
pesquisa foi iniciada com as visitas, previamente agendadas, à instituição
Grupo de Apoio à Vida-GAV na cidade de Campina Grande-PB. Aplicou-se
entrevista semi-estruturada com 06 voluntários/técnicos da referida entidade.
Nosso objetivo foi investigar a prática do ativismo antiaids, identificar as
concepções de ativismo antiaids e conhecer como os atores sociais avaliam as
práticas. Resultados preliminares indicam que a concepção de ativismo
presente entre os entrevistados refere-se à execução de projetos através das
parcerias ONGs e órgãos financiadores, abrangendo a participação nos fóruns
de discussões, governamentais ou não. Observou-se diferença entre ativismo e
militância, bem como a criação de estratégias de ativismo e não de militância
na instituição pesquisada.
P-89: NOVAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS: A FÁBRICA
SEM FÁBRICA
Autora/Expositora:
Joumara Araújo
[email protected]
Sunamita Nunes de Oliveira
[email protected]
Orientador: Profº Paulo Ney Silva Bulhões
Pesquisa sobre Novas Estruturas Organizacionais. Enfatiza a FÁBRICA SEM
FÁBRICA, que foi tema de trabalho acadêmico da disciplina Organização &
Métodos do curso de Biblioteconomia. Introduz conceitos de marca, patente,
consumidor, produção, mercado, estrutura, departamento e segmentação,
ampliando o entendimento da Estrutura de uma Empresa que implanta esta
forma de atuar no mercado. Fala do surgimento das Fábricas, e, logo em
seguida, da visita efetuada às empresas: Botton, Supermercados Carrefour e
Rede Mais. Define, segundo CRUZ (2002), que a implantação da FÁBRICA
SEM FÁBRICA é uma questão de sobrevivência das empresas que participam
no pool de produção. Objetiva esclarecer o funcionamento da operação:
FÁBRICA SEM FÁBRICA, onde sua finalidade maior é reduzir custos por meio
de segmentação por especialização, ou seja, a empresa que investe em tal
ferramenta, está pronta para a concorrência; opera um produto mesmo sem
produzi-lo, estando com vantagem a mais no mercado. Utiliza como
metodologia entrevista aplicada a gerentes nas empresas visitadas. Usa
perguntas-chave, levando ao entendimento da atuação dessa operação, como
uma Nova Estrutura de Organização, fazendo que elas tenham diferencial no
mercado. Obteve resultados a partir das definições de CRUZ (2002), sendo, o
seu contexto, no geral, uma abordagem na tentativa de sobrevivência de
muitas empresas que participam no pool de produção. Tem em vista que essas
empresas estão investindo numa estratégia nem tampouco recente, de
conquistar mercado ante a concorrência. Justifica o porquê dessas empresas
aderirem a essa Nova Estrutura Organizacional: investir nesse ramo de
produção sem ter que produzir o produto é ganhar uma vantagem a mais no
mercado.
P-90: O ENSINO DA GEOGRAFIA: LEMBRANÇAS DE
PROFESSORES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS.
Autores/Expositores:
Glauciana Timbó Ferreira
Bolsista de Iniciação Científica – PIBIC/CNPq – Base de Pesquisa:
Currículo, Saberes e Práticas Educacionais CCSA/DEPE/UFRN
[email protected]
Francisco Cláudio Soares Júnior
Prof. do PPGEd e DEPED/UFRN
O ensino da Geografia possui uma história social que se encontra diretamente
articulada aos processos de desenvolvimento do modo de produção capitalista.
Este vincula formas de pensar geográfico às suas necessidades de extorção de
valores capitalistas através da apropriação dos produtos elaborados no campo
das ciências, artes e tecnologias, fazendo uso deles para reproduzir os
interesses da sua lógica produtiva no interior da sociedade e da escola. Nesse
sentido os conteúdos dos conceitos geográficos possuem uma carga políticaideológica que expressam os interesses da fase do capital que particulariza um
determinado tempo histórico. Daí a necessidade de estudarmos as formas de
transmissão-assimilação dos saberes geográficos ao longo da história, no
intuito de apreendermos os processos de cristalização dos ideários de
explicação da realidade concreta, nas instituições escolares num dado contexto
histórico-social. Portanto, faz-se necessário ressaltarmos a importância do
processo de apreensão teórico-metodológico das práticas de ensino dos
conhecimentos geográficos na escola, nos espaços-tempos da sua evolução
histórica, através da produção dos saberes sistematizados pelos professores
no fluxo dos seus processos de formação docente e nos ofícios de ensinar. A
pesquisa se define como um estudo qualitativo do tipo colaborativo que
abrange um levantamento de dados sobre as histórias de vida de professores
inscritos no curso de Pedagogia - PROBÁSICA (2004.2) do município de
Ceará-Mirim. Esta nortea-se em alguns princípios do enfoque dos relatos de
vida fundamentados em teóricos como: Nóvoa (1992 1995); Bueno (1998); Bosi
(1994); Alves (1998); Catani (2003); Goodson (1995); Vygotsky (2001).
Objetivamos com essa investigação, fazermos uma reflexão sobre o ensino da
Geografia na escola pública de Ceará-Mirim/RN através do estudo das
lembranças de professores e práticas pedagógicas (presente/passado)
materializados no espaço escolar.
P-91: O ESTRESSE ENTRE PROFISSIONAIS DA ÁREA DA
SAÚDE: A EDUCAÇÃO EM FOCO
Autores/Expositores:
Emeline das Neves de Araújo Lima
e-mail: [email protected]
Aluna da graduação do curso de Odontologia da UFRN;
Celene de Figueiredo Diniz
Médica do Hospital Walfredo Gurgel;
Orientadora:
Profª. Drª. Maria do Socorro Costa Feitosa Alves. 4
Profª. Adjunta do departamento de Odontologia da UFRN.
Departamento de Odontologia
O presente trabalho tem por objetivo fazer uma revista crítica da literatura
visando discutir o efeito do trabalho relacionado à saúde para as condições
psicofisiológicas do trabalhador, bem como enfatizar a importância da
educação no cotidiano das ações. Com embasamento nos estudos realizados,
procurou-se elucidar as características e principais sintomas dos transtornos
mentais que mais acometem essa classe, como o estresse; bem como outros
efeitos decorrentes da vida pessoal. O estresse é a resposta do organismo
frente a diversos mecanismos que produzem tensão e agressão. Pôde-se
observar, em relação ao sexo, uma relevante diferença, com predominância
dessas patologias entre mulheres, sendo justificado pela situação atual da
participação feminina no mercado de trabalho. A associação do trabalho
doméstico com o assalariado é um fator que agrava de forma imperativa essa
significância. Entre os fatores de risco presentes no ambiente de trabalho,
sobretudo em clínicas e hospitais, pôde-se inferir os seguintes: calor, ruído,
esforço físico, posições forçadas, além de trabalho intenso e repetitivo, o que
promove indiscutivelmente um alto nível de alteração psicológica. Por outro
lado, existem também fatores protetores que podem amenizar essa incidência
sendo, dentre outros, uma grande habilidade profissional, satisfação no
trabalho e criatividade, levando assim a um equilíbrio entre as demandas
ocupacionais e as características pessoais. Uma excessiva carga de trabalho é
responsável pelo estado de fadiga, o que também tem efeito significativo para o
aparecimento de transtornos como depressão e ansiedade, tidos como os mais
freqüentes em meio aos trabalhadores da saúde. Portanto, é notada a imensa
importância de um estudo mais apurado acerca dos fatores que regem a
presença de problemas neurológicos como estresse em meio aos
trabalhadores da saúde, no sentido de favorecer a compreensão das atividades
educativas e preventivas nessa área.
P-92: O PERFIL DOS ENFERMEIROS DA REDE PÚBLICA E
PRIVADA
Expositores:
Emanuela de Oliveira Justino (Graduanda de Psicologia-UFRN)
Joel Lima Júnior (Pesquisador Voluntário/GEPS-UFRN)
Depto. de Psicologia / CCHLA.
E-mail: [email protected]
GRUPO DE ESTUDOS: PSICOLOGIA E SAÚDE.
Autores:
Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN), José Hélder Franco
Aquino
(Graduando/UFRN);
Soraya
Guilherme
Cavalcanti
(Graduanda/UFRN); Ariane Cristiny da Silva Fernandes
(Graduanda/UFRN);
Larissa
Mascarenhas
Souza
(Graduanda/UFRN).;Felipe
Serquiz
Elias
Pinheiro
(Graduando/UFRN);
Ana
Suzana
Pereira
de
Medeiros
(Graduanda/UFRN).
Atualmente, percebe-se uma maior atenção para a questão do bem-estar dos
profissionais de saúde e dos pacientes nas instituições, e dessa forma uma
maior ênfase na abordagem da humanização como elemento fundamental para
a aquisição deste. Logo, observa-se uma nova exigência para os elementos
que compõem o cenário da saúde, uma vez que o diálogo, a escuta e o olhar
assumem nova importância dentro desse novo paradigma. Sendo assim, ao
conceber a equipe de saúde como principal elemento no processo de
implementação da assistência, optou-se por desenvolver a presente pesquisa
(em andamento) que visa inicialmente identificar o perfil dos profissionais de
enfermagem da rede pública e privada, bem como analisar como fatores sócioeconômicos interferem na qualidade dos serviços prestados por estes
profissionais. Os dados foram coletados através de um questionário em dois
hospitais da cidade de Natal–RN e analisados pelo programa estatístico SPSS.
Diante dos questionários aplicados (N 30), (90 %) dos sujeitos são do sexo
feminino, com idade entre quarenta e um e cinqüenta anos, e renda mensal
entre um e cinco salários mínimos. (66%) desses profissionais atuam em
apenas uma instituição e trabalham em média quarenta horas semanais.
Percebeu-se ainda que os (30 %) que possuem pós-graduação são do sexo
feminino e ganham entre seis e dez salários mínimos. Os profissionais do sexo
masculino atuam em mais hospitais que os do sexo feminino, possivelmente
devido à dupla jornada de trabalho enfrentada pela mulher. Notou-se também
que o salário não acompanha o aumento da carga horária de trabalho. Sendo
assim, verifica-se a importância de se encontrar novas e eficazes estratégias
que visem melhores condições não só para usuários como também para a
equipe de saúde, uma vez que a qualidade das relações mantidas no ambiente
de trabalho está intrinsecamente ligada a fatores sócio-econômicos da
categoria profissional.
P-93: O PROFISSIONAL DE SAÚDE E A ANSIEDADE PERANTE
O PACIENTE ONCOLÓGICO NAS DIVERSAS FASES DE
DESENVOLVIMENTO HUMANO.
Expositores:
Mônica Morgado Horta Monteiro de Oliveira
Graduação em psicologia da UFRN
Autores:
Daniella Antunes Pousa Faria (pós-graduação CCS), Ádala Nayana
de Sousa (Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia
(Professora/UFRN).
Departamento de Psicologia / Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Saúde / CCS / UFRN.
A presente pesquisa visou identificar em relação a qual fase do
desenvolvimento humano (criança, adolescente, adulto, e idoso) do paciente
terminal com câncer, o profissional de saúde se sente mais ansioso ao realizar
seu trabalho, e qual a percepção destes profissionais acerca deste resultado.
Para identificar estas variáveis se utilizou como instrumentos uma entrevista
dirigida, realizada no próprio hospital, com os profissionais que lidam
diretamente com pacientes terminais de diversas fases do desenvolvimento
humano. Participaram desta pesquisa 22 profissionais de saúde, de ambos os
sexos, do Hospital Luiz Antônio que lidam com pacientes terminais com câncer.
A análise dos resultados foi realizada através da freqüência de respostas.
Como resultado obtivemos que 91,31% dos profissionais pesquisados afirmam
se sentir ansiosos quando lidam com pacientes terminais, os demais, ou seja,
8,69% não se percebem ansiosos ou com sentimento diferenciado quando se
trata de pacientes em estágio terminal. Destes 91,31%, 65,21% apontam a
criança como sendo a fase mais difícil de se lidar, pois as crianças os remetem
a seus filhos. Além disso, afirmam que quando se trata desta faixa etária eles
ainda estão no início da vida e não merecem morrer; 8,72 % afirmam se sentir
mais ansiosos com adolescentes, e descrevem como motivo para este
sentimento o fato do adolescente ter consciência de que vai morrer e pelo fato
destes geralmente ficarem bastante agressivos nesta situação, o que faz com
que o profissional se sinta mais ansioso; e 4,34% afirmam que se sentem mais
ansiosos com idosos, por considerarem que a “pessoa quando velha fica mais
fraca”; por fim, 13,04 afirmam não conseguir identificar em qual faixa etária se
sentem mais ansiosos.
P-94: A RELAÇÃO ENTRE IDADE E O VALOR DE REALIZAÇÃO
EM TRABALHADORES DE BAIXA INSTRUÇÃO DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Expositor/Autor:
Leonardo Braga Galvão Alexandre
Email: [email protected]
Estudante da graduação do curso de Psicologia)
Co-autora:
Sandra Souza da Silva Chaves (Doutoranda em Psicologia
UFRN/UFPB)
Email: [email protected]
Sabe-se da aceitação do conceito de valores como princípios que guiam a vida
de uma pessoa, sendo metas desejáveis e transituacionais, variando em grau
de importância. Assim, eles direcionam a ação das pessoas mediante os
processos de socialização sejam eles na escola, na família, entre amigos etc..
É utilizado para este trabalho o valor de realização proposto por Schwartz,
sendo a busca do sucesso pessoal e da competência. Atende a interesses
individuais, originando-se nas necessidades de interação grupal. Buscou-se
nesse projeto de pesquisa estabelecer uma relação entre a idade dos
trabalhadores da construção civil de baixa instrução e o escore atribuído ao
valor de realização pelos mesmos. Sendo a hipótese levantada quanto maior a
idade dos participantes maior o valor de realização. O perfil da população
pesquisada é predominantemente masculino, constata-se um baixo grau de
escolarização e baixos índices salariais. O trabalho caracteriza-se como
perigoso, devido aos riscos que estão submetidos no ambiente laboral.
Participaram da pesquisa 80 sujeitos. O instrumento utilizado foi a Adaptação
do Inventário de Valores Humanos, constando 55 itens e ficha sóciodemográfica. A coleta realizou-se em unidades de construção de uma empresa
natalense. A aplicação dos questionários foi coletiva. As respostas foram
inseridas no programa Statistical Package for Social Science. A amostra foi
dividida em dois grupos: grupo um (idade entre 19 e 31 anos) grupo dois
(acima de 31 e abaixo de 60 anos) depois, foram correlacionadas as variáveis
desses grupos. Para o grupo um foi possível estabelecer uma correlação
significativa entre as variáveis, porém, inversa, ou seja, quanto maior a idade,
menor a preocupação com a busca do sucesso pessoal. Para o grupo dois,
apesar de direta, a correlação não foi significativa. Para o grupo um, tem-se
que quando jovens estes trabalhadores visualizam este trabalho como algo
temporário até conseguirem um emprego melhor.
P-95: A AUTO-AJUDA E O PROCESSO PSICOTERÁPICO DE
ACORDO COM OS ESTUDANTES DE PSICOLOGIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Autor/Expositor:
Murielle de Araújo Gomes
Tatiana Minchoni
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Este estudo parte da preocupação de se conhecer a opinião dos alunos de
psicologia em relação aos mais diversos veículos de auto-ajuda, um
instrumento que possui uma crescente demanda direcionada atualmente. O
principal objetivo é traçar um panorama da utilização de auto-ajuda e da prática
de psicoterapia pelos estudantes de psicologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, bem como mensurar a associação entre esses dois
processos. São investigados itens como a utilização de auto-ajuda pelos
entrevistados, bem como a prática de psicoterapia, os veículos disponíveis
mais comuns, os motivos que levam ao uso da auto-ajuda, as expectativas
daqueles que recorrem a algum tipo de auto-ajuda, a forma que os estudantes
de psicologia vêem a auto-ajuda associada à psicoterapia, entre outros.entre
outros. A metodologia utilizada consistiu de um questionário individual
contendo 9 questões abertas e fechadas, elaborado com base em um
questionário piloto aplicado na Universidade Potiguar. A pesquisa contou com
uma amostra de 180 questionários respondidos, constituída de 137 mulheres e
43 homens. Os resultados indicaram que a utilização de auto-ajuda pelos
entrevistados não é comum, uma informação abaixo das expectativas dos
pesquisadores visto que a auto-ajuda tem sido bastante divulgada atualmente.
Dentre os motivos que levam à busca da auto-ajuda, os mais citados foram
autoconhecimento e curiosidade/interesse. Quanto ao tipo do recurso mais
utilizado de auto-ajuda, os livros tiveram destaque, o que pode ser relacionado
com a grande divulgação desse material, apresentando-se até como os livros
mais vendidos. Apesar de ser formada por estudantes de psicologia, a amostra
apresenta um pequeno número de alunos que estão passando por um
processo psicoterápico, resultado um tanto preocupante, posto que os futuros
psicólogos precisam entender o processo no qual o paciente estará inserido, o
que é condição fundamental para a atuação profissional.
P-96: A IMAGEM ATRIBUÍDA PELA COLEÇÃO MOSSOROENSE
DE DIX-SEPT ROSADO: HISTÓRIA, VALORES E IDEAIS
Autor:
Alessandro Teixeira Nóbrega
aluno do Mestrado de História/UFRN
[email protected]
Orientadora: Prof. Drª Margarida Dias (Departamento de História da
UFRN)
Este trabalho é uma pesquisa desenvolvida no programa de Mestrado em
História da UFRN e que surgiu da reflexão sobre a construção do espaço de
Mossoró, através da Coleção Mossoroense. Objetiva estabelecer os valores e
ideais atribuídos a imagem de Dix-sept Rosado pela Coleção e sua
identificação com a construção do espaço do lugar, no caso aqui de Mossoró.
O trabalho é desenvolvido através de entrevistas e levantamento bibliográfico
para análise do discurso escrito da Coleção sobre Dix-sept, além da
observação das festas cívicas. A pesquisa está em andamento. Mas já é
possível observar um dos traços de construção do espaço de Mossoró através
da identificação de sua história com a imagem ou valores atribuídos a Dix-sept
Rosado pela Coleção Mossoroense.
P-97: “A INSURGÊNCIA DA ARTE NO COTIDIANO”
Autor/Expositor:
Wernher Medeiros Soares de Sousa
Aluno do Curso de Artes Plásticas
Departamento de Artes/UFRN
E-mail: [email protected]
Propõe-se observar como o ser humano se utiliza da arte como forma de uma
melhoria de seu status individual e de sua integração social. Análise de
depoimentos de artistas e pessoas comuns sobre artes: “eu como arte, vivo
arte”, Rosa Costa, bailarina. Formas exemplificativas de expressões e
comunicação artísticas: .a.Grafismos e pichações: denunciação das
desigualdades sociais. .b. Arte no cotidiano: tatuagens. .c. As “máquinas” e a
arte.
P-98: A TEORIA ATÔMICA DE LEUCIPO DE MILETO E
DEMÓCRITO DE ABDERA
Autora/Expositora:
Gleba Coelli Luna da Silveira
Curso de Filosofia
Acreditamos que Leucipo tenha nascido em Mileto, porém há quem afirme que
este possa ter nascido em Eléia ou Abdera. Leucipo teve como seus
contemporâneos Anaxágoras, os sofistas e Sócrates. Para alguns seu mestre
foi Zenão, e para outros foi Melisso. Com freqüência encontramos Leucipo
associado a Demócrito. De acordo com Aristóteles, Leucipo era o criador da
teoria dos átomos, sendo que esta, depois foi desenvolvida e elaborada por
Demócrito. A Leucipo é atribuída a autoria de duas obras: “A Grande Ordem do
Mundo” e “Sobre o Espírito”. Acredita-se que esta ultima tenha sido somente
uma parte da primeira. Assim, Demócrito foi discípulo e sucessor de Leucipo na
direção da escola de Abdera.
P-99: ANÁLISE DA REALIZAÇÃO DO PLURAL NA FALA
POTIGUAR
Autora/Expositora:
Luciana de França Lopes
(Aluna e voluntária do Projeto ALiRN)
Universidade Potiguar –UnP
Departamentos de Letras
Este trabalho investiga a realização do plural de palavras terminadas em –ão, l, -au, e –éu no falar do Estado do Rio Grande do Norte. O objetivo desta
pesquisa é analisar a realização do plural, nas terminações citadas, em
diferentes pontos do estado. Nesta pesquisa foi utilizada a questão relativa ao
número de substantivos do questionário morfossintático do Atlas Lingüístico do
Brasil (ALiB), com dados colhidos através dos inquéritos definitivos realizados
em alguns municípios do nosso estado, incluindo a capital, os quais fazem
parte da rede de pontos do Projeto Atlas Lingüístico do Rio Grande do Norte
(ALiRN). Os inquéritos foram realizados com informantes selecionados a partir
de critérios estabelecidos pelo Comitê Nacional do Projeto ALiB: nível
escolaridade (superior e fundamental), ambos os sexos, e duas faixas etárias
(18 – 30 anos e acima de 45 anos). Os dados obtidos através desta
investigação confirmam a hipótese que nos guiaram nesta pesquisa, de que a
variante de prestígio é utilizada principalmente por pessoas de nível de
escolaridade mais elevado.
P-100: ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA NA PERSPECTIVA
DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: UM NOVO
CAMINHO GARANTIRÁ UMA NOVA REALIDADE?
Autora/expositora:
Mariane Araújo Mendes Pereira (Discente)
Orientadora: Eliana Andrade da Silva
Departamento de Serviço Social (CCSA)
E-mail: [email protected]
Introdução: O protagonismo dos Conselhos no debate da Assistência Social,
fez com que o governo Lula incorporasse na agenda governamental, a
proposta de redesenhá-la, a partir da discussão e implementação do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS); baseado na Constituição de 1988 e na Lei
Orgânica da Assistência Social (LOAS). Essa atitude visa garantir que essa
política pública ultrapasse o caráter caritativo e fragmentado, através da
mudança de enfoque do individuo para a família, considerando a
universalidade que essa se propõe. Objetivo: O referido trabalho visa discutir
os limites e possibilidades da nova Política Nacional da Assistência Social, a
fim de analisar se as mudanças preconizadas nessa, se reduziram ao âmbito
institucional ou se efetivamente, garantirão ao usuário a efetivação e ampliação
dessa política, visando o horizonte da garantia de direitos. Metodologia:
Pesquisa bibliográfica, documental e observação participante. Resultados
parciais: Constata-se que a nova Política Nacional da Assistência Social é uma
consolidação da proposta de universalização da assistência social como direito
social garantindo os avanços da Constituição e da LOAS. Observamos
também, a sensibilização, mobilização e incorporação dessa proposta pela
sociedade civil, conselhos municipais e federal, e profissionais da área de
assistência. Entretanto, apesar da construção desse novo caminho, persistem
velhos problemas, como a indefinição do co-financiamento, a falta de recursos
humanos, diversidades regionais, entre outras, que só serão abolidos com uma
postura ousada, e até arriscada politicamente, pois vai de encontro à cultura
pública do país.
P-101: CAUSOS DE BOTIJAS: HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
SOBRE O SOBRENATURAL EM CARNAÚBA DOS DANTAS
Autor/Expositor:
Thiago Stevenny Lopes
Departamento de História e Geografia, CERES, UFRN
Esp. Helder Alexandre Medeiros de Macedo
Orientador [email protected]
Programa de Pós-Graduação em História, CCHLA, UFRN
Este trabalho emergiu do Projeto Carnaúba dos Dantas: Inventário do
Patrimônio Imaterial de uma Cidade do Sertão do Rio Grande do Norte PRONAC N° 043906 e tem como objetivo a investigação a respeito das
histórias sobre botijas contadas pelos moradores de Carnaúba dos Dantas
(zona urbana e rural) e como essas histórias vieram a contribuir para a
reafirmação do imaginário dos mesmos narradores. Justificamos a edição da
pesquisa tendo em vista as discussões que o patrimônio imaterial tem
levantado, tanto na historiografia, como nos estudos patrimoniais, com relação
à participação ativa de grupos minoritários ou marginalizados na construção
das histórias locais. Enfatizamos, também, que a rememoração dessas
histórias dá visibilidade a esse patrimônio - oral, material e imaterial pertencente aos carnaubenses. Ainda levantamos um interesse pessoal a
respeito da forma como essas histórias vieram a inserir visões fantasiosas de
mundo na imaginação dos moradores do município. A metodologia está
baseada na leitura e discussão do referencial teórico - ancorado no conceito de
memória discutido por Jacques Le Goff, Ecléa Bosi e Maurice Halbwachs - e no
de patrimônio cultural, cujos aportes são levantados por Françoise Choay,
Maria Cecília Londres Fonseca, Carlos Lemos e Roque de Barros Laraia.
Seguiu-se o reconhecimento da colônia de narradores - que agrupa os mais
antigos moradores - e coleta das entrevistas, sendo utilizadas para este
trabalho apenas as que já se apresentam digitadas, revisadas e que se
relacionam ao tema em questão. Viajar pelas memórias dos narradores nos
permitiu compreender como as narrativas em torno de tesouros enterrados, no
mundo rural e na paisagem citadina, contribuem para que se pense a relação
entre medo, religiosidade popular e crença na existência do sobrenatural
presentes no tecido mnemônico desses indivíduos.
P-102: CORPORALIDADE: REPRESENTAÇÕES E
SEXUALIDADE DO CORPO FEMININO
Autor/Expositor:
Honório, Maria das Dores ([email protected])
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Esta comunicação apresenta pesquisa em andamento que tem como objetivo
investigar a construção de representações de corpo e sua relação com a
sexualidade, em adolescentes de 14 a 17 anos, do sexo feminino, de camadas
populares. Partindo da concepção de corpo como uma construção cultural e
social específica de cada cultura, sociedade e/ou classe social, pretendemos
investigar essa construção, localizando significados/representações do corpo e
sua relação com a sexualidade enquanto linguagem na construção de gênero.
P-103: CUIDADO: O QUE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
FAZEM COM O MEIO AMBIENTE?
Autor/Expositor:
Thiago F. Pinheiro
Grupo de Estudos Inter-Ações Pessoa-Ambiente/UFRN
Bolsista de Iniciação Científica do Pppg/CNPq
Curso de Psicologia/UFRN
E-mail: [email protected]
Co-autor: José Q. Pinheiro (orientação)
A crescente preocupação com os níveis atuais de destruição do meio ambiente
tem gerado uma maior atenção aos temas ecológicos por parte dos
pesquisadores e das pessoas em geral. Este trabalho se propõe a explorar um
aspecto importante do posicionamento pró-ecológico que, no entanto, tem sido
pouco estudado: o cuidado ambiental. Nosso grupo de pesquisa aplicou um
questionário em 355 universitários da cidade de Natal, RN com a intenção de
investigar o posicionamento das pessoas em relação a cuidar ou não do
ambiente e o tipo de ação que elas qualificam como atividade de cuidado
ecológico. O grupo de respondentes foi composto por 229 mulheres e 126
homens, de universidade pública e privada, com média de idade de 22,7 anos
(DP = 5,05). Cerca de metade dos universitários (53,2%) afirmaram realizar
alguma atividade de cuidado ambiental, dentre os quais a maioria foi
constituída por mulheres (69%). Houve associação significativa da prática de
cuidado ambiental com deixar contato para participar de campanhas ecológicas
e com a postura pró-ecológica medida por escalas consagradas na literatura. A
análise de conteúdo das práticas relatadas como atividades de cuidado
ambiental mostrouque a expressão do cuidado, na sua maior parte, apresenta
aspectos lingüísticos que sugerem positividade e implicação do sujeito na ação.
Além disso, a maioria das atividades de cuidado foi apresentada como sendo
atual, espontânea e dispendiosa de esforço. Tais aspectos relacionais são
configuradores de um ambientalismo que parece genuíno e implica
responsabilidade e comprometimento. Os dados explorados apontam para a
associação do cuidado ambiental com formas tradicionais de investigação do
posicionamento pró-ambiental das pessoas. Considerando ainda que o
indicador estudado seja uma forma de comportamento auto-relatado, que se
aproxima mais do comportamento real do que as tradicionais medidas
disposicionais internas, sugerimos maior atenção ao tema em estudos futuros
sobre o ambientalismo das pessoas.
P-104: DEBULHANDO FEIJÃO NO MUNDO RURAL EM
CARNAÚBA DOS DANTAS: HISTÓRIAS DE UM LUGAR DE
SOCIABILIDADE
Autor/Expositor:
Sidney Santos da Silva
[email protected]
Departamento de História e Geografia, CERES, UFRN
Esp. Helder Alexandre Medeiros de Macedo - Orientador
[email protected]
Programa de Pós-Graduação em História, CCHLA, UFRN
Essa pesquisa faz parte do Projeto Carnaúba dos Dantas: Inventário do
Patrimônio Imaterial de uma Cidade do Sertão do Rio Grande do Norte,
PRONAC Nº 043906, vinculado ao Ministério da Cultura e financiado pela
Petrobras, coordenado pelo mestrando Helder Macedo. Objetivamos
compreender quais eram os espaços de sociabilidade no mundo rural de
Carnaúba dos Dantas e como as pessoas se relacionavam nesses espaços.
Justificamos esse trabalho na perspectiva de valorizar os estudos patrimoniais
nos quais se alargam de tal forma que inserem os estudos da historiografia,
como também dar visibilidade a essas histórias como patrimônio imaterial dos
moradores de Carnaúba dos Dantas. O contato com os narradores nos
despertou um interesse pessoal, já que esses eventos nos remetem a um
passado festivo e contagiante. O referencial teórico está ancorado no conceito
de memória discutido por Jacques Le Goff, Ecléa Bosi e Maurice Halbwachs, e
nas discussões sobre Patrimônio Cultural que emergem das obras de
Françoise Choay, Maria Cecília Londres Fonseca, Carlos Lemos e Roque de
Barros Laraia. A sistematização está pautada na leitura e discussão dos textos
teóricos, na etapa de reconhecimento da colônia de narradores, na coleta das
entrevistas gravadas, transcrição e digitação das mesmas, tomada da carta de
sessão e por fim análise das narrativas tendo em vista a base teórica e o
referencial bibliográfico. Quarenta pessoas foram entrevistadas, destas, um
número significativo, percorrendo os caminhos da memória revisitaram as
lembranças das debulhadas como momentos de encontros, de conversas, de
sociabilidades e festividades entre amigos e familiares. Descortinamos esses
momentos tatuados na memória dos carnaubenses como formas de
socialização e modos de conciliar trabalho, laços familiares e entretenimento,
artes de extrair da labuta do cotidiano momentos de atividades aprazíveis e
incandescer das teias de relações humanas.
P-105: DOUTRINA E ESPAÇO: ARQUITETURAS DAS IGREJAS
PROTESTANTES E PENTECOSTAIS
Autores/Expositores:
Daniel Fernandes de Macedo (aluno)
E-mail: [email protected]
Departamento de Arquitetura/UFRN
Pablo Gleydson de Sousa (aluno)
E-mail: [email protected]
Departamento de Arquitetura/UFRN
As igrejas evangélicas têm intensificado sua aparição na mídia nacional e o
crescimento numérico de certos grupos tem aumentado a procura por espaços
de culto, novos ou adaptados. Nesse contexto, o painel propõe uma análise
comparativa das tipologias edilícias entre as igrejas protestantes históricas,
pentecostais e neopentecostais. São investigados os elementos formais
comuns e destoantes desses três grandes grupos e como as influências
estilísticas refletem suas ideologias, cosmologias e inserções no mundo
religioso e secular, no passado e no presente. O estudo fomenta a pesquisa
sobre o espaço sagrado ao tentar compreender as antigas e recentes
manifestações religiosas e seu rebatimento no espaço construído.
P-106: ESTUDO ETNOBOTÂNICO NAS COMUNIDADES
INSTALADAS ÀS MARGENS DO RIACHO ÁGUAS VERMELHAS
(PARNAMIRIM/RN), COMO SUBSÍDIO PARA CONSERVAÇÃO E
RECOMPOSIÇÃO DA MATA CILIAR
Autora/Expositora:
Alídia Hernandes Ribeiro
Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Maria Iracema Bezerra Loiola
Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia – UFRN.
A ocupação dentro do município de Parnamirim iniciou-se de fato após o final
da Segunda Guerra Mundial. Desde então os cursos d`água em geral vem
sofrendo uma série de agressões, como a remoção da mata ciliar (que causa
assoreamento do seu leito), deposição de lixo e esgoto, entre outras, devido a
ocupação de suas margens. Esse processo vem ocorrendo, pois, alem da
ausência de políticas publicas durante a ocupação do local, verifica-se o
desconhecimento da importância do riacho como fonte de recurso mineral e
biológico. Antagonizando todo esse processo de devastação, que ocorre em
toda Bacia do Rio Pirangi, cerca de 5ha encontram-se bastante preservados
desde 1950 como propriedade particular e que, desde 1998, foi transformada
na Área de Proteção Ambiental (APA) Hidrominas Santa Maria, que se localiza
as margens do riacho Águas Vermelhas. No sentido de dar subsídio à
conservação e recomposição da mata ciliar, duas linhas de trabalho foram
iniciadas: o levantamento florístico e a realização de entrevistas em um dos
bairros que compõem a comunidade ribeirinha do caso (Vale do Sol). Para
coleta de material botânico, foram realizadas 12 excursões onde foram
registrados 85 taxa, ressaltando-se que esta etapa ainda encontra-se em
andamento. A análise comparativa preliminar da flora evidenciou a similaridade
com outras áreas já inventariadas no Rio Grande do Norte, presença de
espécimes que são tidos como medicinais em outros Estados, e plantas com
grande potencial ornamental e paisagístico. A realização de entrevistas conta
com 100 depoimentos até a presente data. E estudo dos dados coletados
revela entre os entrevistados, o desconhecimento do que é uma APA e da
existência de uma na proximidade de suas residências. Mostra também que a
grande maioria não utiliza nenhum recurso proveniente da mesma, apesar do
uso de medicamentos fitoterápicos.
P-107: JOVEM, ÉTICA E CIDADANIA NO MUNDO
CONTEMPORÂNEO
Autora/Expositora:
Sílvia Maria Jerônimo da Silva – Acadêmica em Artes
[email protected]
Departamento de Artes - UFRN
Co-autoras:
Maria José Cavalcante de Lima – Profª de Letras Portuguesa
Monique Dias de Oliveira – Acadêmica em Artes
O projeto de caráter interdisciplinar integrou a língua portuguesa e a arte,
pretendendo exercitar no jovem a capacidade de desenvolver seu pensamento
crítico para atuar na sociedade de forma ética e cidadã nas diversas áreas,
assim como ter a responsabilidade de aplicar as informações recebidas. A
partir da sensibilização do tema gerador definido pela escola: “Jovem, ética e
cidadania no mundo contemporâneo” para o ano letivo de 2004, surgiu a
problematização do que é ser jovem neste mundo contemporâneo; quais os
desafios que enfrentam e que atitudes geralmente tomam. A partir destes
questionamentos, chegamos aos subtemas: Consumo, educação, sexualidade,
drogas, participação política, gangs juvenis entre outros. Em grupos, os alunos
formularam hipóteses e iniciaram pesquisas, produziram textos e apresentaram
seminários com discussões sobre os temas. Após todas estas etapas, eles
tiveram um novo desafio que foi de expressar através da linguagem das artes
visuais, os temas abordados. A ação oportunizou a todos a aquisição de um
novo conhecimento dentro da arte contemporânea: o conceito de ‘instalação’.
Sob a orientação da disciplina de arte, foi trabalhada, em sala de aula, a idéia
de arte conceitual e desenvolvido a prática que culminou com uma mostra de
arte e cultura na Escola Estadual Berilo Wanderley. Ao final do projeto, obtevese a assimilação dos conteúdos, a identificação dos alunos com os temas,
gerando, em parte, mudança de comportamento, construção de uma nova
identidade mais crítica e participativa em relação ao grande grupo. Ficou
evidente o crescimento da auto-estima, das habilidades, da fluência verbal na
hora da exposição, das atitudes de cooperação e respeito em relação às
diferenças. Além dos excelentes resultados das instalações, idéia tão pouco
difundida e conhecida pelos mesmos, apesar da existência desde a década de
70. Todavia, repercutiu de forma positiva e até mesmo de vanguarda dentro da
escola pública.
P-108: MEMÓRIAS DE UMA MODERNIDADE
Autor/Expositor:
Jânio Gustavo Barbosa
Graduando em História
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
[email protected]
A motivação contemporânea para o estudo das representações da vida
Privada, está na configuração das sociedades ocidentais atuais, nas quais
predominam a profusão imagética acelerada e a exploração, pelos meios de
comunicação da vida intima, ocorrendo concomitantemente a aceleração de
ritmos, da comunicação, tudo baseado na ênfase ao individual e na exposição
deste aos olhares do público. Desta forma, tal problema instiga a investigação
que é o objetivo geral deste trabalho: entender como a Modernidade foi
apresentada na iconografia da vida privada, mais precisamente nos álbuns de
família que acabaram, junto com os ícones da intimidade e os cartões postais,
por se tornar símbolos de uma época, e como esta mesma iconografia retrata
as transformações ocorridas no fim do século XIX até a década de 1940 do
século XX. A metodologia usada para este trabalho foi a análise de
representações fotográficas presentes no final do século XIX e início do século
XX, principalmente as representações voltadas a família, bem como, a leitura
de teses e dissertações que tratam do assunto.
P-109: MUTIRÃO POR AUTOGESTÃO
Expositor:
Cecília Marilaine Rego de Medeiros
Aluna do 5º período do curso de graduação em Arquitetura e
Urbanismo da UFRN
Co-autor(es):
Amadja Henrique Borges – Profa. Dra. do Departamento de
Arquitetura da UFRN
Departamento de Arquitetura – CT
E-mail: [email protected] ou cecí[email protected]
O Departamento de Arquitetura da UFRN, através do Grupo de Estudos em
Reforma Agrária e Habitat, desde 1994 presta assessoria aos movimentos
populares no processo construtivo dos habitats dos Assentamentos de
Reforma Agrária no Rio Grande do Norte. Em 2003, sob solicitação de Direção
Estadual do MST, teve início, com o projeto de extensão universitária
Assentamento do MST: O Habitat do Maria da Paz, a assessoria aos
moradores desse assentamento, em João Câmara. O projeto passou por
muitas etapas, dentre elas o zoneamento agro-ecológico da área, principal
subsídio para os projetos de parcelamento do solo, de escolha dos locais de
moradia e de trabalho, e demais projetos específicos, tanto do habitat, como os
de produção. A orientação da autogestão ocorreu durante a construção do
habitat do assentamento (agrovila). A construção em mutirão possibilitou,
dentre outras coisas, a melhoria na qualidade e a otimização do custo-benefício
do Crédito Habitação, cada unidade passando de 43m² (padrão do INCRA)
para 68m². A implementação do planejamento participativo, que envolveu todos
os agentes do processo (a Universidade, o INCRA, a Coordenação do
Movimento e assentados), resultou em uma metodologia de mutirão em linha
de balanço que garantiu, enquanto acompanhada, a participação dos próprios
assentados na gestão e construção de suas casas. Apesar da orientação
quanto à gestão da remuneração (limitada), os construtores (assentados)
demoraram a perceber que teriam que dividi-la por etapas. Só quando ela
acaba melhora seu interesse pela qualidade da habitação. A utilização da
ciência em projetos populares como este, objetivando a organização do
trabalho e educação formal e específica de mão-de-obra especializada está em
processo de elaboração e análise pelo GERAH e configura como uma
alternativa as necessidades específicas dos projetos populares.
P-110: NARRATIVAS DE MEMÓRIAS DO SÍTIO BREU
Autoras/Expositoras:
Aldinida de Medeiros Souza
(Base de pesquisa sobre Cultura Popular/UFRN)
Ivani Machado
(Grupo de Cultura Popular Calembar)
O presente trabalho busca evidenciar, através das Narrativas de Memórias dos
antigos moradores do Sítio Breu, a relevância da oralidade que compõe as
músicas e teatralizações, dos folguedos de São Gonçalo do Amarante. O Breu,
como é chamado, encontra-se hoje desabitado. Mas as memórias do lugar
estão vivas, nos poucos habitantes que restam dos muitos que povoaram o
sítio.
P-111: NOS PASSOS DA HISTÓRIA: DAS SALAS DE AULA ÀS
RUAS.
Autoras/Expositoras:
Cristiane Monteiro Aragão;
Rosangela Monteiro Aragão;
E-mail: [email protected]
Nosso trabalho é o resultado de uma proposta de retirar a história do Rio
Grande do Norte, mais especificamente da cidade de Natal, de dentro da sala
de aula, levando o aluno a conhecer a realidade do acontecimento in loco.
Através de visitas dos pontos históricos o aluno terá a possibilidade de
compreender e analisar a história da cidade por meio da observação e
conhecimento dos locais visitados. Nesse contexto o professor permite ao
aluno, através da percepção visual do espaço, compreender e analisar, por
meios próprios, fragmentos da história local. Para isso realizar esse trabalho
fizemos uso de aulas de campo, visitas em grupos a locais previamente
determinados, em que os alunos puderam ver os cenários dos acontecimentos
além de receberem explicações teóricas dos mesmos. O objetivo final do nosso
projeto foi fazer com que o aluno produzisse conhecimento, pois, após visita,
os alunos prepararam relatórios referentes às aulas dadas.
P-112: O CONSUMO DE ÁLCOOL NAS FAMÍLIAS DE
ADOLESCENTES E JOVENS ESTUDANTES EM NATAL E OS
PROBLEMAS CAUSADOS POR ESSA PRÁTICA
Autoras/Expositoras:
Monique Brito
Bolsista de iniciação científica CNPq
Magda Dimenstein (Orientadora)
Emanoel Lima
O consumo de álcool é um fenômeno mundial que ultrapassa fronteiras
nacionais, culturais, sociais, políticas e econômicas. Dentre todas as drogas
lícitas e/ou ilícitas, é a mais consumida em todas as sociedades. É considerado
problema de saúde pública pelo fato de seu uso abusivo resultar em inúmeras
complicações que abrangem as áreas física, judicial, profissional, escolar,
social e familiar, sendo muitas vezes associado ao crime e à violência, seja
como causa direta ou relacionada. A adolescência é considerada como a etapa
do desenvolvimento humano onde o indivíduo encontra-se mais vulnerável e
exposto ao uso de substâncias psicoativas. Com base nisso, realizou-se uma
investigação abrangendo questões como o uso de álcool e outras drogas, porte
de armas, envolvimento em conflitos corporais, bem como vivência de violência
policial por adolescentes e jovens estudantes de uma escola pública de bairro
periférico de Natal, com idades entre 13 e 24 anos que estão cursando o
Ensino Fundamental II, o Ensino Médio e o Supletivo. Foram aplicadas
entrevistas semi-estruturadas com 35 adolescentes e jovens. Nesse trabalho,
objetiva-se apresentar e discutir os dados específicos a respeito do consumo
de álcool por essa população e sua família, articulando aos aspectos sóciodemográficos, aos dados escolares, bem como aos aspectos que podem
influenciar esse consumo, segundo os participantes. Além disso, apontar os
problemas que podem ser causados pelo consumo de álcool, na perspectiva
dos jovens e a presença ou não na comunidade de bases de apoio formais ou
informais que ajudem os jovens a lidar com essa questão. De acordo com os
resultados obtidos, não foi identificada a presença de bases de apoio formais
ou informais que estivessem voltadas para essa temática ou mesmo que,
indiretamente, contribuíssem para o enfrentamento dessa situação ou na
minimização de seus efeitos na vida desses adolescentes e jovens.
P-113: O OLHAR DO ARQUITETO NOS ASSENTAMENTOS
RURAIS DO RN
Expositoras:
Rosa de Fátima Soares de Souza
Mestranda em Arquitetura e Urbanismo
E-mail: [email protected]
Cinthia Soares de Oliveira
Arquiteta
E-mail: [email protected]
Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPGAU
Autoras:
Rosa de Fátima Soares de Souza – Mestranda em Arquitetura e
Urbanismo
Cinthia Soares de Oliveira – Arquiteta
Camila Azevedo Fernandes de Figueiredo –Arquiteta
Experiência acadêmica nos assentamentos rurais, dentro dos municípios de
Mossoró (Paulo Freire e Eldorado Carajás) e João Câmara (Santa Terezinha,
Marajó, Boa Sorte, TTL e Maria da Paz). Acampamento é a fase anterior, que
corresponde à etapa inicial de luta pela concessão de terra do Estado, existe
uma forte coesão do grupo pela causa comum - terras para desenvolvimento
de atividades produtivas e moradia. Caracteriza-se sobretudo pela ocupação
nas proximidades de propriedades rurais; barracos construídos com plástico
preto e/ou amarelo, com precária estrutura em madeira tosca e existência de
liderança vinculada ao movimento nacional dos Sem Terra. A percepção dos
assentamentos rurais quanto aos aspectos da tipologia do habitat rural,
condições de vida, economia e organização são bastante enriquecedoras tendo
em vista que a filosofia premente é a reforma agrária, entretanto a realidade é
a concessão de terra e o sonho da moradia individualizada. Quando há a
inserção do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, através
de suas lideranças, nota-se um grau de organização comunitária, todavia em
assentamentos onde a liderança é atrelada a outro movimento ou mesmo
quando já houve a retirada de lideranças vinculadas aos movimentos rurais
nacionais existe um visível declínio na organização interna e esmaecimento do
inicial objetivo comum - Terra para produção. Dentre os assentamentos
visitados a diferenciação de tratamento do espaço produtivo e edificado era
contundente, a apreensão de maior influencia do movimento organizado foi no
assentamento Eldorado Carajás (antiga fazenda Maisa), contudo há uma
lacuna quanto ao aproveitamento da terra produtiva e o escoamento da
produção (acerola) para o mercado local, no Maria da Paz houve uma
organização quanto a tipologia do habitat, no que se refere à racionalização de
materiais e aproveitamento de espaços internos, houve a participação do
arquiteto no projeto da moradia. Porém a atividade produtiva é ainda diminuta.
P-114: O SURGIMENTO DA ESCRITA: DO ONTEM AO HOJE
Autoras/Expositoras:
Izana Maria Araújo Fernandes
Rutilene Santos de Sousa Melo
Professoras do NEI/UFRN
Orientadora: Ruth Regina Melo
O presente trabalho foi desenvolvido no Núcleo de Educação Infantil – UFRN junto a vinte crianças, com cerca de mais ou menos seis anos de idade. O
tema de pesquisa “Como Surgiu a Escrita” foi definido pelo grupo devido à
efervescência das questões relativas ao processo de apropriação da leitura e
da escrita. Consideramos importante que as crianças pudessem compreender
este processo como uma construção social humana, elaborada por diferentes
povos, em diferentes épocas e contextos, objetivo definido para esse trabalho,
e, percebessem a familiaridade do processo percorrido por cada uma enquanto
se apropriam desse sistema. Como procedimento metodológico realizamos
leituras acerca do modo de vida da sociedade primitiva; passando pela
Mesopotâmia para conhecemos a vida dos povos Sumérios e a escrita
cuneiforme; seguindo pelo Egito para conhecer a escrita hieroglífica; com os
Fenícios descobrimos o primeiro alfabeto; estudando a cultura grega
descobrimos as contribuições desse povo para a constituição do alfabeto latino
- utilizado na atualidade. As sínteses dessas leituras aconteceram através de
registros com desenhos e escritas das crianças que nos possibilitou ir
montando, ao longo do estudo, uma linha de tempo dividida em “História e Préhistória”. Para que as crianças conhecessem os diversos portadores de escrita
utilizados por esses povos realizamos algumas vivencias: com a fibra da
bananeira fizemos o “bananiro”; escrevemos em placas de argila; fizemos
papel vegetal; reciclamos papel, entre outros. Foi realizada uma grande
exposição com todo o material produzido pelo grupo durante o estudo.
Refletindo acerca do trabalho desenvolvido, consideramos que para a sua
realização, foi fundamental o envolvimento do grupo e a participação dos pais
enviando
materiais,
compartilhando
experiências
enquanto
produtores/construtores de conhecimento na instituição UFRN, como também o
envolvimento dos mesmos na organização da exposição final, quando todo o
conhecimento elaborado foi compartilhado com a comunidade escolar.
P-115: O USO DO PRAD COMO UM INSTRUMENTO PARA
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Autor/expositor:
Ilton Araújo Soares
Vínculo: aluno e bolsista voluntário da Base de Pesquisa Espaço e
Poder.
Departamento: Geografia
e-mail: [email protected]
A atividade de mineração é uma das principais responsáveis pela extração de
recursos naturais para atender as demandas humanas. Entretanto é também
uma das atividades que mais degradam o meio ambiente, principalmente
quando a extração mineral se dá em minas a céu aberto, onde a cobertura
vegetal e a camada de solo são retiradas para que se possa lavrar o minério.
Nesse sentido, torna-se necessário a implantação de tecnologias que mitiguem
os impactos causados por esses empreendimentos. Um dos instrumentos
utilizados para recuperar estas áreas é o PRAD – Programa de Recuperação
de Áreas Degradas, que consiste numa série de técnicas que visa reabilitar
áreas que sofreram alterações de suas características naturais, através de
planos preestabelecidos, restabelecendo sua cobertura vegetal e
proporcionando um novo uso para aquele sítio. Tendo como suporte a
perspectiva do desenvolvimento sustentável pretendemos neste trabalho
mostrar o PRAD como uma técnica para recuperação de áreas degradas,
usando como exemplo a atividade de mineração, em que, amparados na
bibliografia especializada, mostraremos estudos de casos de empresas
minerais que utilizam o PRAD em suas atividades extrativas como um
instrumento para a exploração sustentável dos recursos naturais.
P-116: PAÇOS CULTURAIS DA CIDADE DO SOL: RELAÇÕES
URBANISMO-LAZER
Expositoras:
Ana Julinda de Oliveira Góes
Jeffersiane Letieri Marinho de Souza
Acadêmicas do Curso Superior de Tecnologia em Lazer e Qualidade
de Vida do CEFET-RN.
Autores:
Maísa Carvalho de Souza e Juliana Dantas Rocha
Acadêmicas do Curso Superior de Tecnologia em Lazer e Qualidade
de Vida do CEFET-RN e graduandas do Curso Superior de
Comunicação Social - Jornalismo da UFRN.
Tatiana Gomes de Souza Medeiros, acadêmica do Curso Superior
de Tecnologia em Lazer e Qualidade de Vida do CEFET-RN e
graduanda do curso Superior de Serviço Social da UFRN.
O estudo que segue objetiva apontar espaços culturais de lazer urbanos da
esfera pública e privada da Cidade do Natal, localizada no Estado do Rio
Grande do Norte, conhecida turisticamente por Cidade do Sol. Para tanto,
busca-se entender o papel da urbanização no mundo moderno e a ocorrência
de uma procura por qualidade de vida. Nesse meio, enfocando as relações da
modernidade, de mercado capitalista, bem como a importância de áreas livres,
utiliza-se de uma metodologia de característica exploratória-explicativa,
resultando numa fundamentação teórica composta pelos respectivos tópicos:
Lazer: um direito; Urbanização: um fato; Cidade: turbilhão de complexidades;
Natal: Cidade do Sol; Paços Culturais e Qualidade de Vida. A pesquisa vem a
suscitar, no universo contemporâneo, uma necessidade de se aproveitar de
forma multifacetada e eficaz os espaços destinados ao prazer, produzindo
sujeitos críticos, concebedores do elemento lazer enquanto expoente ímpar à
qualidade de vida. Assim, o lazer desponta reclamando uma prática atrelada à
atuação profissional responsável, livre iniciativa e gratuidade, expoente de
espaços compreendidos como ambientes de relações humanas, nos quais se
resguardam riquezas inestimáveis à história de um povo, pois que remetem
formação de sistemas e modo de viver em sociedade.
P-117: POLÍCIA E VIOLÊNCIA: UM ESTUDO SOBRE O
COTIDIANO DE JOVENS DA PERIFERIA DE NATAL/RN.
Autor/Expositor:
Emanoel José Batista de Lima
E-mail: [email protected]
Co-autora: Monique Brito
Orientadora: Magda Dimenstein
Departamento de Psicologia
Violência é um fenômeno contemporâneo, complexo, multifacetado; trata-se de
um dispositivo de poder que supõe uso da força e coerção, podendo causar
algum dano individual ou social. Diante do contexto de violência e pobreza em
que vivem jovens de Natal/RN, esta pesquisa buscou identificar dados sobre a
violência policial em um dos bairros mais pobres da cidade. Entrevistamos 35
jovens estudantes, de 14 a 23 anos, acerca da temática da violência policial.
Indagamos aos participantes desta pesquisa se eles consideravam a polícia
local violenta ou não. Muitos entrevistados consideraram a polícia violenta: dos
35 participantes, 22 responderam afirmativamente. Investigamos também os
motivos pelos quais a polícia age de forma violenta. A maioria (22) dos
entrevistados atribuiu às práticas violentas dos policiais à inversão de valores
presentes na sociedade onde se dá mais proteção aos marginais do que cuidar
da população não envolvida com crimes. Outros 11,44% (04) consideraram que
os atos de violência são ocasionados devido ao status da profissão de policial.
Uma pequena parcela, 8,57% (03) afirmou que os policiais são violentos por
que atuar com violência faz parte de seu trabalho, ou seja, são práticas de
violência legitimadas socialmente. Uma parcela ainda menor 5,71% (02),
afirmou que atos de violência ocorrem devido à corrupção presente entre os
policiais. A mesma quantidade de jovens relatou que a violência perpetrada por
policiais se deve ao consumo de bebida ou outras drogas por parte dos
mesmos. Duas pessoas relataram não saber os motivos que levam um policial
a ter condutas violentas. Concluímos que, principalmente nas comunidades
carentes, a polícia não vem cumprindo sua função, sendo considerada corrupta
e violenta. O que podemos questionar é que medidas devem ser tomadas para
mudar tal situação, fazendo com que a polícia exerça seu papel e atue de
modo a proteger a população.
P-118: POR UMA EDUCAÇÃO DO OLHAR: BUSCANDO AS
INTERFACES ESTRE TELEVISÃO E EDUCAÇÃO INFANTIL
Autor/Expositor:
Sandro da Silva Cordeiro
[email protected]
Programa de Pós-Graduação em Educação/UFRN
Orientadora: Maria das Graças Pinto Coelho
O mundo contemporâneo encontra-se imerso numa teia de transformações
engendrando uma nova concepção de homem, de identidade e de sociedade.
As mídias, incorporadas em seus diversos suportes, estão inseridas neste
ambiente trazendo consigo a possibilidade de acesso a uma grande quantidade
de informações. Neste cenário encontramos as instituições educativas, sendo
confiadas a estas a responsabilidade de democratização do conhecimento,
incluindo também o acesso aos bens tecnológicos e midiáticos. O docente é
considerado o agente impulsionador desta mudança, tendo a missão de
preparar os indivíduos para viver esses novos tempos, visando uma formação
voltada para a cidadania cultural. Incorporar o conteúdo midiático no cotidiano
escolar é uma atitude necessária e deve ser cultivada, tendo em vista a sua
presença constante no cotidiano das crianças desde a mais tenra idade. Com
base nesses pontos levantados propomos o desenvolvimento deste projeto de
dissertação. Objetivamos investigar a relação criança/televisão, discutindo o
entrelaçamento estabelecido entre Educação Infantil e a mídia televisual,
destacando o papel do professor neste processo. Acionaremos o seguinte
acervo bibliográfico: BASSEDAS (2003), BELLONI (2001), MARTÍN BARBERO
(1999), PFROMM NETTO (1998). É depositada nos educadores a missão de
esclarecer acerca do poder da televisão, buscando artifícios para avaliar a
programação veiculada e estabelecendo uma discussão crítica a respeito do
que está sendo consumido, contribuindo para o desenvolvimento intelectual,
sócio-afetivo infantil e a transformação das informações em conhecimento
significativo.
P-119: PRESENTE DE NEGRO: RELAÇÕES DE COMPADRIO
ENTRE NEGROS E BRANCOS NA CAPITANIA DO RIO GRANDE
DO NORTE.
Autor/Expositor:
Sebastião Genicarlos dos Santos.
Discente do curso de História
CERES/UFRN
E-Mail: [email protected]
Não raramente encontramos na historiografia, alusões às relações de
compadrio entre escravos e senhores, onde o principal motivo para que
ocorresse esse tipo de relação era a intenção de adquirir pecúlio para a compra
da alforria dos escravos. Este é o ponto de vista pelo qual a família escrava
seria beneficiada, pois um de seus membros estaria sob a “proteção” de
alguém com grandes possibilidades de ajuda-lo a livrar-se da condição de
escravo. Mas, e o senhor o que ganharia com isto? Não é refutável a idéia de
que ao tornar-se padrinho de um escravo o senhor cumpriria o papel de um
benevolente religioso. Em contrapartida receberia como PRESENTE DE UM
NEGRO, a responsabilidade de doar uma pequena parte dos seus bens a um
não parente, a fim de propiciar a compra de sua alforria. Neste sentido,
objetivamos estudar essas relações na região que compreende o atual Seridó
(Capitania do rio Grande) durante o século XVIII. Para tal usamos como base
de dados os inventários post mortens do fundo da comarca de Caicó/1º
Cartório Judiciário, hodiernamente, sob a guarda do LABORDOC (Laboratório
de Documentação Histórica) UFRN. Estes documentos também subsidiam as
pesquisas da equipe que compõe o projeto “Sangue da Terra: história da
Família Seridoense Colonial”, coordenado pelo professor Muirakytan Kennedy
de Macedo. Realizamos ainda uso das leituras e inspirações historiográficas de
Cristiany Rocha (2004), Mary Karash (2000) e Denise Monteiro (2002). O
diálogo com as fontes nos fez “saber” que no recorte espacial da pesquisa,
ocorria também este tipo de prática cultural, onde em dezessete inventários
pesquisados e palmilhados constatamos a incidência desse costume, em cinco
documentos. Isto evidencia o fato de que pelo menos neste aspecto a
escravidão tecida no Seridó não diferia da forma praticada em outras regiões
da América Portuguesa. Embora, esta apresentasse suas peculiaridades.
P-120: PROCESSOS DE GLOBALIZAÇÃO E NEOLIBERALISMO:
ELEMENTOS DE UMA ABORDAGEM RELACIONAL DO
CENÁRIO MUNDIAL CONTEMPORÂNEO
Autora/Expositora:
Ivaneide Oliveira da Silva
Mestranda Em Ciências Sociais
[email protected]
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Ciências Sociais
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Apoio: CAPES
As últimas três décadas evidenciaram profundas mudanças atreladas à
globalização. Esta tem sido alvo de várias interpretações que tendem a atribuirlhe um efeito ou potencialidade maior do que realmente lhe é devido. Esse
trabalho visa destacar perspectivas teóricas que desnaturalizam os processos
de globalização e evidenciam seus aspectos positivos e negativos, ressaltando
os conflitos existentes na sociedade. Partindo de pesquisas bibliográficas,
destacamos o papel das decisões políticas locais, embora muito pressionadas
pelo ideal neoliberal, como o “motor” da reprodução de processos políticos
contra-hegemônicos, construídos às margens da globalização neoliberal.
P-121: PROGRAMA GERAÇÃO CIDADÃ: REDESCOBRINDO UM
NOVO CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO PARA JOVENS E
ADULTOS
Autoras/Expositoras:
Claudiana Telles de Oliveira
[email protected]
Silvia Sales Medonça
[email protected]
Departamento de Educação – UFRN - CCSA
O interesse desse Pôster nasceu de nossas experiências como alfabetizadora
e posteriormente como coordenadora pedagógica na alfabetização de jovens e
adultos, no Programa Geração Cidadã. A temática aqui a ser desenvolvida
abordará as propostas educacionais promovidas pelo programa Geração
Cidadã em sua atuação ao longo dos seus cinco anos de existência.O nosso
objetivo principal é a divulgação do trabalho que está sendo realizado frente à
alfabetização desses jovens e adultos com pouca ou nenhuma escolaridade no
contexto do programa já mencionado acima.Esse programa iniciou-se suas
atividade em 2001 como projeto piloto, com a formação apenas de 50 turmas
em Natal. No decorrer do tempo ele foi sendo reformulado chegando a
formação de 200 turmas nas mais diversas esferas da sociedade, utilizando
espaços como: escolas, igrejas, associações de moradores, etc. O programa
aborda questões pedagógica como a formação do ser integralmente,
trabalhando sua sociabilidade respeitando sua individualidade e formando para
sua inserção na sociedade de maneira satisfatória. Para isso, defendemos o
trabalho com atividades educacionais diferenciadas, acreditando que essas
atividades são auxiliares no projeto de alfabetização dos indivíduos; Tais como:
ateliês, aulas passeios, trabalhos com incentivo a Oralidade (palestras,
debates), cursos artesanais, além de contar com o projeto “corpo e memória”
que utiliza atividades corporais aliada a cultura e praticas de danças e
folguedos populares.Um dos diferencias do programa é manter um ambiente
alfabetizador acolhedor, bem como trabalhar a afetividade como fator
determinante em todos os projetos desenvolvidos, implicando na construção de
um novo conceito de alfabetização mais voltado para o atendimento das
atividades educacionais e que estão implicitamente interligadas as carências
afetivas dos alunos. Essa abertura afetiva é uma maneira que o educador
encontra para mostrar suas verdadeiras intenções na prática educativa.
P-122: PROJETO MÍDIA E MEMÓRIA: ESTUDO DOS
DOCUMENTOS SONOROS DAS EMISSORAS DE RÁDIO
DA CIDADE DO NATAL-RN (1941-1955)
Autora/Expositora:
Edivânia Duarte Rodrigues e Érica Conceição Silva Lima (alunas)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Comunicação Social
[email protected]
Orientador: Prof. Dr. Adriano Lopes Gomes
Este projeto se apresenta como uma proposta de pesquisa interdisciplinar entre
Comunicação Social e História, cuja relevância recai sobre a necessidade de
conhecer e analisar os registros sonoros das emissoras de rádio da cidade do
Natal – RN (1941-1955). Para reconstituir a memória radiofônica da primeira
emissora de rádio do Rio Grande do Norte, a Rádio Poti, foram realizadas
entrevistas abertas com oito informantes, categorizados como profissionais e
ouvintes da emissora. A pesquisa delimitou a grade de programação
desenvolvida pela Poti, contextualizada nos programas de auditório, de humor,
radionovelas e radiojornalismo.
P-123: QUEM CASA QUER DOTE: DE COMO A MULHER ERA
INSERIDA NA ORDEM FAMILIAR HIERÁRQUICA COLONIAL
(VILA NOVA DO PRÍNCIPE, CAPITANIA DO RIO GRANDE. 1754
- 1795).
Autor/Expositor:
Rosenilson da Silva Santos
Discente do curso de Licenciatura Plena e Bacharelado em História
E-mail: [email protected]
Muirakytan Kennedy de Macêdo
Prof. Ms do Departamento de História e Geografia UFRN/CERES/CAICÒ
E-mail: [email protected]
A América portuguesa do século XVIII viveu um momento de ricos intercâmbios
culturais, época de transmissão, criação e transformação de costumes. No
entanto, pouca coisa mudou no sentido de transformar a “marginalização” e a
exclusão social das mulheres. Na Vila Nova do Príncipe, Capitania do Rio
Grande, também se evidenciou esta realidade. O dote para aquelas famílias de
posses foi um dos mecanismos de integração da mulher na ordem familiar
hierárquica colonial. Porém, se as colocavam na possibilidade de sair da
condição de solteira, novamente as aferravam ao casamento cuja cabeça-decasal era na maioria das vezes o homem, administrador de todos seus bens.
Nossa pesquisa trata destas mulheres dotadas no século XVIII em uma região
pecuarística. Nossas leituras ancoram-se em obras de Muriel Nazzari (2001),
Sheila de Castro Faria (2002) e Maria Beatriz Nizza (1998). A atividade de
pesquisa iniciou-se pelo mapeamento das fontes, inventários post-mortem e
testamentos do século XVIII, do Fundo da Comarca de Caicó, atualmente sob a
guarda do LABORDOC (Laboratório de Documentação Histórica –
CERES/UFRN). Quarenta e cinco documentos – de um total de oitenta e dois
que o fundo dispõe para o século mencionado - foram catalogados, transcritos
e feita a coleta de dados que povoam um banco de dados da pesquisa de
doutoramento, coordenada pelo Prof. Muirakytan Kennedy de Macêdo, da qual
fazemos parte como bolsista voluntário.
P-124: RÁDIOS COMUNITÁRIAS NA CONSTRUÇÃO DA
CIDADANIA.
Autor/Expositor:
Alexandre Ferreira dos Santos
estudante de Comunicação Social - UFRN
e.mail: [email protected]
As rádios comunitárias podem desempenhar um papel muito importante no
desenvolvimento da cidadania. Quando geridas democraticamente
representam o espaço do cidadão. O espaço em que a pessoa e suas
organizações coletivas, de uma dada localidade, podem se apropriar de um
canal de comunicação e colocá-lo a serviço dos interesses e necessidades da
comunidade.Esta proposta visa discutir a importância das rádios comunitárias
na construção da cidadania, estimulando a cultura local e atuando como
instrumento a serviço da democratização da comunicação por isso, levanta
alguns questionamentos e mostra-se de extrema relevância uma vez que as
rádios comunitárias estão cada vez mais presentes nas pequenas cidades e
grandes centros, um estudo como esse procura fornecer subsídios para uma
avaliação mais consistente desse novo panorama da comunicação social no
Brasil.
P-125: RESGATE POPULAR PELO ERUDITO
Autora/Expositora:
Maria Tânia Florentino de Sena
E-mail: [email protected]
Aluna especial do PPgEL
UFRN
Este estudo tenta expor os traços semelhantes e díspares entre o poema A
morte do touro mão de pau de Ariano Suassuna e o romance Boi da mão de
pau de autoria do romanceiro potiguar do ciclo do gado Fabião das Queimadas.
Ariano Suassuna fundador do Movimento Armorial busca na arte popular bases
para sua produção intelectual. Neste poema, é notório que o poeta tem
conhecimento da cantoria sertaneja e a reconta à sua maneira. Dentro do
contexto da recriação, é permitido fazer a comparação do artista armorial com
o narrador benjaminiano. Walter Benjamin diz que o grande narrador tem
sempre suas raízes no povo, principalmente nas camadas artesanais. Isso é o
que o “Arauto do Movimento Armorial” faz: colhe na cultura popular para criar.
P-126: SOMOS TODOS IGUAIS!
Autora/Expositora:
Fabiana Ferreira Batista
Departamento de Educação / UFRN
[email protected]
Este estudo busca analisar o processo de inclusão dos alunos especiais na
escola regular, ancorado neste o portador de Síndrome de Down. Falar da
inclusão de portadores de Síndrome de Down significa entender que seu grau
de desenvolvimento e socialização pode ser bastante satisfatório quando os
mesmos passam a ser vistos como indivíduos capazes de fazer parte de um
mundo designado para habilidades e competentes. Deste modo a formação de
jovens portadores de síndrome de Down deve começar a partir do nascimento,
continuar na infância e na adolescência, sujeitos a adaptações curriculares e
metodologia próprias. Os alunos com essa deficiência é capaz de compreender
suas limitações e conviver com suas dificuldades, 73% deles tem autonomia
para tomar iniciativas, não precisando que os pais digam a todo momento o
que deve ser feito. Isso demonstra a necessidade/possibilidade desses
indivíduos de participar e interferir com certeza autonomia em um mundo onde
“normais” e deficientes são semelhantes em suas inúmeras indiferenças. Esta
analise partiu de uma observação direta, na Escola estadual Professor Luiz
Gonzaga, na cidade de Natal, com o objetivo de conhecer de perto o
desenvolvimento da aluna Débora Seabra, dentro da observação proposta nos
detemos nos fatores como: posição dos pais, histórico da criança, estrutura da
escola e a sala de aula. Ao estudar os detalhes de todo esse processo de
inclusão é perceber de perto que um dos objetivos para esta inclusão é o
desenvolvimento e programas criativos e ações que resultem em melhor
qualidade de vida destas crianças, fazendo com que elas se tornem mais
autônomos na sala de aula, interiorizando regras de vida social, reunindo
também um conjunto de experiências integradas e vivenciadas globalmente,
lhe permitindo funcionar relacionar-se, comunicar-se, jogar e divertir-se no
contexto familiar e escolar.
P-127: STRESS OCUPACIONAL: UM ESTUDO COM OS
PROFISSIONAIS MÉDICOS
Expositora:
Eliane Medeiros Costa
Psicóloga, Psicopedagoga, Mestranda do Programa de Pósgraduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
Autoras:
Ana Lúcia de Souza Carvalho
Vânia de Vasconcelos Gico
Íris do Céu Clara Costa
Em conseqüência da globalização econômica e tecnológica informatizada,
dentre outros motivos, o homem vive hoje um intenso processo de mudança,
tendo cada vez menos tempo para refletir o seu dia a dia, afetando sua
qualidade de vida. O stress, um dos maiores vilões do nosso tempo vem
interferindo significativamente no cotidiano das pessoas, tornando-as, mais
vulneráveis. É um mecanismo de adaptação do organismo frente a alguma
ameaça, pressão ou fortes emoções demandadas do meio ambiente externo
que interferem e trazem conseqüências ao organismo humano. A ênfase deste
trabalho que se baseou no referencial humanista e existencial, concentra-se no
stress ocupacional dos médicos, profissionais que sofrem constantes pressões.
O diferencial dos demais profissionais é que o médico lida com a vida humana,
tornando-se responsável pelo seu cuidado. O objetivo desse trabalho foi
verificar o stress de sete especialidades médicas, anestesiologia, cirurgia geral,
ginecologia, ortopedia, oftalmologia, pediatria e psiquiatria. A pesquisa foi de
natureza exploratória, tendo uma amostra estratificada de 67 sujeitos,
escolhidos aleatoriamente de um universo de 841 médicos das especialidades
supra citadas, dado concedido pela Associação Médica do Rio Grande do
Norte. A metodologia teve por base a análise quantitativa e o instrumento de
coleta utilizado foi o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp
(ISSL). Os dados foram analisados pelo Statistical Parcket for Social
Science/99 (SPSS). Os resultados apontam para um maior percentual de
stress em anestesiologistas e psiquiatras, observando-se uma predominância
da fase de resistência em profissionais com faixa de renda até 15 salários
mínimos, assim como os que trabalham em três turnos. Considerando-se as
evidencia de stress nesses especialistas, o estudo revela a emergência do
cuidado para com o profissional cuidador responsável pela vida do outro.
Evidenciam-se implicações sociais, relacionais e humanas, bem como
institucionais, uma vez que faltam condições laborais para o bom
desenvolvimento das atividades profissionais, o que tem levado os médicos a
buscarem complementação salarial, comprometendo seu profissionalismo e
sua qualidade de vida.
P-128: TEMPLO E PODER: O CASO DE ALGUMAS IGREJAS
EVANGÉLICAS EM NATAL/RN
Autores/Expositores:
Anaxsuell Fenando
[email protected]
Priscila Vieira Ferreira
[email protected]
Vínculo: Graduandos do curso de ciências sociais (UFRN)
O presente trabalho mostra a relação existente entre os templos de igrejas
evangélicas na cidade do Natal e sua prática religiosa, doutrinária e política.
Segundo teóricos, o espaço determinado aos rituais litúrgicos é um lugar de
comunicabilidade com o céu – representação do céu na terra – onde o cosmo
sustenta-se e as impurezas são exorcizadas, exercendo uma função
soteriológica importante. Com o crescimento do número de evangélicos, e, por
conseguinte, do número de denominações, este espaço consagrado à prática
dos ritos ganhou uma nova função – configurando-se como um elemento
distintivo entre tais denominações. Atestando a qualidade das suas práticas
litúrgicas e simbólicas, com vias de arregimentar novos adeptos a estes
grupos. Desta forma, a grandeza e o sucesso destas instituições está
proporcionalmente relacionada com a magnitude arquitetônica do templo
utilizado para tais práticas. Quanto maior e mais belo for este, mais eficiente
será a instituição e, portanto, apta e eficaz na resolução dos dilemas e mazelas
vividas pelos indivíduos, conseqüentemente possibilitando o aumentando da
sua demanda. Um número maior de fieis por sua vez viabilizará a construção
de novos templos – ainda maiores e mais impactantes – com os mesmos fins.
Percebe-se que a idéia vigente em algumas denominações de crescimento
como fim último da religião, fez gerar um ciclo vicioso e assim, passível de
análise. O crescimento, porém, não é só no tamanho do templo ou do número
de fiéis, mais cresce também a influência dessas igrejas na sociedade através
da relação do poder político e cultural que elas estabelecem.
P-129: TRABALHO INFANTIL DOMÉSTICO : LUGAR DE
CRIANÇA NÃO É NA COZINHA
Autora/Expositora:
Márcia Alves de Mello e Silva
Aluna do Departamento de Serviço Social
e-mail : [email protected]
A proposta de painel é provocar o debate sobre a questão do Trabalho Infantil
Doméstico, uma realidade que afeta milhares de meninas, essas trabalham
como empregadas domésticas, durante uma fase da vida , que deveriam se
dedicar a escola. O painel será composto por dados estatísticos, síntese da
legislação brasileira que protege e assegura os direitos das crianças e dos
adolescentes, visto a grande necessidade de conscientizar para a total
erradicação do Trabalho Infantil Doméstico, esse trabalho deslumbra a
transmissão de informação , para conscientizar para um problema que
acontece dentro de casa, um ambiente “velado” pela Constituição Federal
Brasileira.
P-130: VENHA VER A SEMANA SANTA: OS RITOS PASCAIS
NUMA COMUNIDADE POTIGUAR
Autora/Expositora:
Andreia Regina Moura Mendes
Mestranda do programa de pós graduação em Antropologia socialUFRN
[email protected]
Os rituais fazem parte da sociedade e expressam os seus valores e
representações, comunicando através dos seus símbolos os significados das
suas crenças. O fenômeno religioso em análise é o rito da semana santa,
repetido por diversas gerações na comunidade potiguar do Venha Ver, no
oeste do estado do Rio Grande do Norte. Neste município, as formas rituais
são os vínculos que conferem a identidade religiosa e estreitam os laços de
parentesco e de colaboração entre todos da localidade. O objetivo deste
trabalho é buscar estudar o significado positivo deste fenômeno religioso e
entender a sua importância para a compreensão das relações sociais
encontradas no Venha Ver. Os ritos pascais começam com a celebração do
Domingo de Ramos, quando o pároco faz a tradicional benção dos ramos e
folhagens levados pelos fiéis para a missa. Desta tradição surgiu o hábito de
confeccionar uma cruz de palha e colocar na porta de entrada com a garantia
que a mesma vai proteger de todos os malefícios e infortúnios. Por toda a
semana santa se repete um conjunto de práticas, há muito desaparecidas em
outras localidades, como o costume da esmola entre vizinhos e compadres e a
obrigação de retribuição do que é recebido. O hábito de malhar um boneco
como sendo o próprio discípulo Judas é muito forte e mobiliza crianças e
adultos na farra. As senhoras idosas, correm para cobrir com panos brancos as
imagens religiosas e ainda afirmam que "é pra Deus não ver Judas passar".
Doravante, buscaremos expor o trabalho já realizado e fazer uma análise do
rito para descobrir o que Durkheim havia anunciado, como a sociedade pode
através de seus ritos e crenças recriar a si mesma e tomar consciência da sua
vida social.
P-131: VERIFICAÇÃO DA EFETIVAÇÃO DO PROGRAMA DE
ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL (PETI), NOS
NÚCLEOS DE AÇÃO SOCIAL DE CIDADE NOVA E PRAIA DO
MEIO
Expositores:
Keila Karoline Souza do Nascimento
Andreza Barbosa da Silva.
Autores:
Andreza Barbosa da Silva, Estelita Maria de Lima Cabral, Keila
Karoline Souza do Nascimento e Tatiana Camila Dantas.
Alunas da UFRN do Departamento de Serviço Social.
e-mail: [email protected]
Tendo em vista o crescimento do trabalho infantil, como uma das expressões
da questão social, que ocorre na cidade do Natal, apresentamos a verificação
da efetivação do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), nos
núcleos de Ação Social de Cidade Nova e Praia do Meio, um dos programas
sociais de transferência de renda, criado pelo Governo Federal, que na
tentativa de erradicar as piores formas de trabalho infantil repassa para a
família das crianças nessas condições, um valor que varia entre R$ 25,00
(zona rural) e R$ 40,00 (zona urbana). Para tal verificação, coletamos em
ambos os núcleos informações a respeito das condições (estruturais ou físicas)
em que o programa se realiza, do seu alcance e os impactos que o mesmo
causa na sociedade. A partir daí constatamos que apesar das varias limitações
existentes, o programa consegue alcançar seus objetivos, pois proporciona
para essas crianças, mesmo que de maneira restrita, um pouco de educação,
lazer, cultura e o conhecimento sobre seus direitos e deveres, para que as
mesmas comecem a construção do exercício da sua cidadania.
P-132: “VIAJANDO O SERTÃO”: A IMAGEM CONSTRUÍDA A
PARTIR DA VISÃO DA CIDADE (PRIMEIRAS DÉCADAS DO
SÉCULO XX)
Autores/Expositores:
Hélio Takashi Maciel de Farias
Graduando, Depto. de Arquitetura, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte - UFRN - bolsista IC/CNPq
E-mail: [email protected] (fone: 3206-8096)
Gabriel Leopoldino Paulo de Medeiros
Graduando, Depto. de Arquitetura, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte - UFRN - bolsista IC/PROPESQ
E-mail: [email protected]
Orientadora:
Angela Lúcia de Araújo Ferreira
Profa. Dra. do Depto. de Arquitetura, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte - UFRN
E-mail: [email protected]
A questão da relação entre as cidades capitais e o sertão é de grande
complexidade, pois responde a diferentes óticas e situações, contemplando os
âmbitos político, econômico, social e cultural. A aproximação entre esses dois
“universos” – urbano e sertão – pode ser tida como recente, surgindo na
passagem do século XIX para o XX. O intercâmbio desse conhecimento
intensificou-se com a divulgação de relatos de viagens do homem da cidade
aos sertões, que contribuíram na criação de uma imagem do sertão e do
sertanejo. O presente estudo visa a identificação e compreensão das forças
políticas e culturais responsáveis pela criação da imagem estereotípica do
sertão, abordando o tema das representações e imaginário, elementos
fundamentais na definição das políticas públicas e intervenções sobre o
espaço. Como principais fontes, o estudo recorreu a obras literárias e artigos
resultantes de excursões ao sertão do início do século passado. Entre estas
encontram-se a excursão pioneira de Euclides da Cunha aos sertões da Bahia,
culminando em sua obra “Os Sertões” (1902), as excursões de Mário de
Andrade ao sertão Nordestino (1928), produzindo um diário de viagens, “O
Turista Aprendiz”, além dos relatos de viajantes potiguares, como o de Câmara
Cascudo “Viajando o Sertão” (1934) e o de Garibaldi Dantas, “Pelo Sertão”
(1922). Esses relatos levavam o conhecimento de um outro Brasil, o do interior,
ao Brasil do litoral, criando uma “ponte” entre esses dois “universos”
fundamentalmente distintos. É notável a diferença entre a descrição de
Euclides da Cunha, vindo do Rio de Janeiro e exprimindo desconforto e
estranhamento, e os relatos que posteriormente são publicados por autores
locais, que – já contando com melhorias nas comunicações e transportes, além
da proximidade com o terreno – têm a clara intenção de desmistificar para os
habitantes da cidade a imagem do sertão.
Grupos de Trabalho
Grupos de Trabalho (GTs): terça-feira e quarta-feira, 05 e 06 de julho, de 14h
às 18h (com exceção de GTs de Psicologia, que acontecerão pela manhã), nos
auditórios do CCHLA e nas salas do Setor de Aulas II.
. Os GTs reunirão apresentações de trabalhos sobre um mesmo tema. O GT
será realizado em dois dias, num total de 8 horas.
A lista de trabalhos
GT-01: IMAGENS CONTEMPORÂNEAS E PÓS-MODERNIDADE
Coordenadora:
Maria Helena Braga e Vaz da Costa
E-mail: [email protected]
Departamento de Artes
Local: Consecão
O debate sobre o pós-modernismo e a pós-modernidade tem confirmado sua
posição de destaque no cenário intelectual e acadêmico contemporâneo. Da
mesma forma, autores como Fredric Jameson, centrais a esse debate,
pressupõem a existência de uma correspondência entre a produção cultural, as
experiências e os modos de subjetividade nas sociedades contemporâneas, e
de um momento no qual "a sociedade se submerge em imagens, ocorrendo
uma estetização e visualização mais completa da realidade" (Jameson, 2004,
p.23). Sendo assim, esse GT abre espaço para a apresentação de trabalhos
que tratem do conceito de pós-modernismo e/ou pós-modernidade e sua
relação com a produção de imagens através de meios de representação visual
como a pintura, a fotografia, o cinema, o vídeo, a televisão e a arte digital.
Somente terça-feira 05/06
01: A METAFICÇÃO PÓS-MODERNA NA LITERATURA
Eduardo Augusto de Andrade Galvão
Aluno do Curso de Licenciatura Plena em Educação Artística com
Habilitação em Artes Cênicas. Departamento de Artes da UFRN
email: [email protected]
Este trabalho insere-se no contexto da contemporaneidade cultural e sua teoria
literária, em relação ao conjunto dominante de idéias e práticas críticas do
mundo pós-moderno. Trata da questão da metaficção (Connor, 1989) que por
hora prevalece nas produções literárias da pós-modernidade, sendo
caracterizada como a “exploração pelos textos literários de sua própria
natureza e condição de ficção” (Connor, 1989; p. 104).
Este trabalho pretende discutir alguns pontos de vista sobre a ficção pósmoderna que acentuam a capacidade da mesma de criar e sustentar mundos
puros e autônomos, e a forma como a literatura emprega suas técnicas
inovadoras para essa criação. Nesse contexto, os postulados são relacionados
com a literatura infanto-juvenil (que constroem “realidades fantásticas”), a partir
de exemplos de produções contemporâneas, na intenção de construir uma
análise crítica que permeará questões sobre a narrativa e sua “nova”
construção de tempo e espaço. Autores como Brian McHale, Jean-François
Lyotard, Linda Hutcheon, Steve Connor, entre outros especialistas da poética
pós-moderna, compõem o embasamento teórico do trabalho, que pretende
levantar questões como: que tipos de “mundo” existem, como são constituídos
e como diferem entre si nestas ficções? O que acontece quando tipos distintos
de mundo são postos em confronto ou quando fronteiras entre mundos são
violadas? (McHale, 1987). Este estudo, portanto, aborda o texto literário pósmoderno como um “objeto ideal de análise para uma teoria da leitura que
suspeita de toda forma de identidade ou de fixidez, mas ainda exige algum
objeto sobre o qual praticar” (Connor, 1989; p. 107).
02: O SUJEITO PÓS-MODERNO
Ângela Elvira Barbosa da Paz Mendes
Aluna do Curso de Educação Artística – Habilitação Artes
Plásticas(UFRN)
Bolsista PROPESQ - Base de Pesquisa em Artes Visuais, Cultura e
Representação.
E-mail: [email protected]
Este trabalho trata da discussão do sujeito enquanto ser "deslocado" e
"descentralizado" diante dos diversos conflitos de identidade cultural. Stuart
Hall (2001) em seu livro "A identidade cultural na pós-modernidade" apresenta
o conceito de identidade cultural com indagação sobre novas concepções a
respeito das identidades culturais. Propondo responder algumas indagações, o
autor mostra a mudança do sujeito e da identidade no século XX, refletindo
sobre a fragmentação nas sociedades moderna, três concepções de sujeito
presentes na modernidade (dentre eles o sujeito pós-moderno); as mudanças
na sociedade tardia; e as identidades nesse contexto. De acordo com Hall,
essa "fragmentação" do sujeito e de sua identidade cultural afetou diretamente
a identidade nacional construída na modernidade. Este trabalho propõe,
portanto, entender e discutir o entendimento de Hall sobre o sujeito pósmoderno e as identidades culturais colocando a necessidade de redimensionar
o sujeito e a sociedade sobre outros paradigmas.
03: UMA CONFIGURAÇÃO PÓS-MODERNA NO TEATRO
Rummenigge Medeiros de Araújo
Aluno do Curso de educação Artística – Habilitação em Artes
Cênicas
Bolsista PIBIC – Base de Pesquisa em Artes Visuais, Cultura e
Representação
Fone: 9106 2071
[email protected]
Esse trabalho trata da apresentação e discussão teórica da representação
teatral e sua produção de imagens na sociedade do espetáculo e da imagem,
conhecida por nós como a sociedade contemporânea. Nesta sociedade, a
performance dita ‘pós-moderna” constitui-se em uma forma curiosamente
híbrida, surgindo do teatro, que por sua vez, localiza-se entre o pósmodernismo sem história e o pós-modernismo emergente.
A falta de uma versão coerente e de consenso do modernismo no teatro levou
as teorias do teatro pós-moderno a recorrer à teoria pós-moderna de outros
campos culturais (em maior freqüência e um foco ligado ao cinema) causando
assim uma certa hibridização e inversão na cena contemporânea que cada vez
mais se torna multimídia. Configurando assim uma nova estética realista e uma
própria avaliação do realismo e do fazer teatral.
É sobre estes “empréstimos” cinematográficos e fílmicos tomados pelo teatro,
juntamente com o seu resultado, ou influência, que este trabalho pretende
discutir e avaliar a idéia de “pós-modernismo”,seja ele performático ou não.
04: TRIBOS VIRTUAIS: IMAGENS E SOCIABILIDADE DOS
"FLOGUEIROS" A PARTIR DA INTERNET.
Bruno de Oliveira Lima
Departamento de Antropologia
Núcleo de Antropologia Visual
Os flogs viraram mania no mundo da Internet. Os brasileiros foram os que mais
adentraram nesse novo tipo de site e hoje contabilizam cerca de 50% de toda a
população "flogueira" do mundo. É comum as muitas tribos virtuais postarem
nos fotologs, são várias imagens que retratam as suas identidades culturais
particulares. O trabalho que pretendo apresentar é uma tentativa de mostrar a
importância de uma analise apurada deste "fato social", já que, os flogs são
maneiras de fazer, agir e pensar de uma coletividade, apresentam uma
complexa rede de relações sociais e são sobre tudo espaços de sociabilidade
no campo do privado e do público, construídos pelos homens da chamada pósmodernidade. Nesse contexto, abordarei as questões referentes ao
Ciberespaço e Cibercultura, usando autores como: Pierre Lévi, Tomaz da Silva,
André lemos, Támara Benakouche, Ariosvaldo Diniz entre outros.
05: ASPECTOS DA MODA CONTEMPORÂNEA NA DISCUSSÃO
DO PÓS-MODERNISMO
Thiago Liam.
Aluno do Departamento de Artes com Habilitação em Artes Cênicas
(UFRN)
Este trabalho analisa a Moda como fenômeno sígnico, responsável pela
definição de padrões éticos, estéticos e sociais. A abordagem procura
identificar suas novas formas de expressão que representariam de maneira
simbólica e cognitiva a essência da sociedade pós-moderna. Apresento uma
fundamentação, que parte da relação intrínseca entre a moda e o sistema
capitalista, resultando no surgimento, atual, de uma mídia que interfere
diretamente na vida cotidiana das pessoas e é especialista em produzir
imagens que se tornam mercadorias. Como é a interação entre os indivíduos
através da aparência, num momento em que as inovações tecnológicas
sugerem uma substituição do real pelo virtual? Demonstro, assim, a
necessidade da preocupação com o estudo de elementos visuais da moda
contemporânea, em conjunto com os demais meios de comunicação, na
tentativa de discutir os temas que inspiram o universo pós-moderno.
06: O ONÍRICO E O EFÊMERO NO PÓS-GUERRA: CULTURA DE
CONSUMO NO RECIFE ENTRE OS ANOS 1950 E 1960.
Marcos A. de M. S. Arraes - UFPE
Licenciado em História – UFPE
Bacharelando em História – UFPE
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, em 1945, e a conseqüente “bipolarização” do
mundo entre os lados vitoriosos, boa parte do mundo ocidental caiu sobre a
influência econômica e política dos Estados Unidos capitalista, que, em luta
contra o “medo vermelho”, representado pela URSS, iniciam uma política de
pesados investimentos em novas formas de propaganda para a divulgação de
um ideal de liberdade que, segundo queriam fazer acreditar, se atingia com a
sociedade capitalista. Nesta, as pessoas, “diferentes por natureza”, poderiam
ter a livre escolha de adquirir aquilo que melhor atingia a suas necessidades.
Dentro desse panorama, nasce, nas pessoas comuns, não sem um certo
conflito, novas formas de entender o mundo, novas formas de se relacionar, de
necessidade, de ser, de prazer. É a emergência de um mundo pós-moderno,
segundo alguns filósofos, no qual se verifica a exacerbação e
institucionalização social do hedonismo moderno ou do prazer obtido a partir de
imagens construídas mentalmente. A mercadoria tornou-se um fetiche, para
usar a idéia de Marx e o ter e o ser se fundem, sendo um necessário e mesmo
imprescindível para a obtenção do outro. Buscaremos, então, apresentar nosso
plano de pesquisa de fazer um breve apanhado das negociações das elites
recifenses na aceitação dos valores culturais divulgados pelo bloco capitalista,
a partir da(s) lógica(s) do consumismo nos limites do espaço e tempo dados.
Para tornar tal objetivo mais claro, tentaremos, na pesquisa, diferenciar o
consumo pré-industrial que busca apenas a satisfação das necessidades, e o
consumismo pós-moderno, ligado à dimensão do desejo, explicitando a relação
entre o consumo de produtos e a aquisição de princípios e valores culturais
imanentes a estes produtos como legitimadora da dominação imperialista.
07: ZAÍRA CALDAS: TRÂNSITO PARA ALÉM DA FIGURA.
Vicente Vitoriano Marques Carvalho
Professor Doutor do Departamento de Artes - UFRN
Tendo em vista a intenção da artista norte-rio-grandense Zaíra Caldas de criar
uma “escola” de pintura, o transfigurativismo, a comunicação discute a
pertinência desta atitude no cenário pós-modernista das artes visuais, face a,
segundo uma abordagem histórico-crítica, conceitos como novismo,
vanguarda, apropriação e revisão do modernismo. A discussão leva ainda a
considerações sobre as relações entre indivíduo (rebelde/herói solitário) e
coletividade, teoria e produção artística nas situações do modernismo e do pósmodernismo. Autores como Compagnon, Jameson, Habermas, Huyssen, entre
outros, orientam a discussão.
08: A SOBREMODERNIDADE: PENSANDO OS NÃO-LUGARES
A PARTIR DE MARC AUGÉ
Conceição Maciel
Doutoranda em Ciências Sociais – UFRN
Edivania Duarte Celestino
Doutoranda em Ciências Sociais – UFRN
Ricardo Canella
Doutorando em Ciências Sociais – UFRN
Este trabalho propõe, a partir da análise de um “Vídeo” produzido através de
colagem de cenas de filmes e entrevistas, confeccionados para a disciplina
Teorias Contemporâneas da Cultura - PPGCS, contribuir para a reflexão de
aspectos da subjetividade na vida contemporânea. Nesta perspectiva, Marc
Augé nos apresenta uma significativa contribuição para a compreensão da
sobremodernidade, particularmente quanto à necessidade de se discutir os
novos espaços e os aspectos da percepção. Ou seja, cumpre compreender em
que a pós-modernidade, na figura do excesso, ultrapassa e relativiza, pois
nunca a história coletiva interferiu tão explicitamente nas histórias individuais e
nas referências das identificações coletivas. O grande desafio que se
apresenta hoje, é pensar um presente onde os sistemas de representação
passam a formar novas categorias de identidade e de alteridade. Torna-se
necessário, portanto, reaprender a pensar o espaço da sobremodernidade, pois
ele já não se mostra feito à exata medida daquele em que até um presente
recente era tomado como referência. Este novo espaço, segundo Auge, impõe
novas experiências às consciências individuais, diretamente ligadas ao
aparecimento e a proliferação de “não lugares”. Pensar as cidades no presente,
paisagens saturadas, espaços diferentes, diferentes tempos, parece mais
complexo do que se poderia pensar. Requer novas significações, que passam
necessariamente por um questionamento da contemporaneidade e um novo
balanço de suas relações com o eu. Esse cenário, como aponta o próprio
autor, vem acompanhado de profundas transformações e implicações para a
vida do indivíduo, levado a um processo de esvaziamento do tempo e do
espaço, que vem alterando de forma significativa o tempo vivido. Para tanto, o
conceito de não-lugares, lança luzes sobre esse novo cenário, a um
desvendamento do que esses desvios de olhares, esses jogos de imagens,
podem provocar nas consciências individuais.
09: CARTOGRAFIAS DO DESEJO: HOMOAFETIVIDADE NA
NARRATIVA DE CAIO FERNANDO ABREU
André Luiz Machado Santos
Orientador: Antônio Eduardo de Oliveira (UFRN, Departamento de
Letras)
A obra do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu (1948-1996) mostra-se
impregnada de citações da cultura pop. São frequentes o emprego de
referências fílmicas e musicais em seus contos e romances. Estes elementos
fragmentários revelam um toque de pós-modernidade na obra de Caio. A partir
daí cria-se uma cartografia homoafetiva e a formação de um "cinema interior"
nas narrativas do autor. Nosso objetivo é discutir a cartografia sentimental
homoerótica construída por Caio, enfatizando uma leitura da novela Pela Noite
(1983).
10: HIBRIDAÇÃO DE LINGUAGENS: O CASO GRUDE
Prof. Es. Leonardo Rocha da Gama
DEART/UFRN.
A História vem registrando que ao longo dos tempos a arte vem buscando
sempre novos caminhos. Basta vasculhar a recente história da arte na
Modernidade para contatar uma sucessão de movimentos artísticos nas
diferentes linguagens. A cada novo movimento, a negação do anterior, cujo
pretexto é avançar ou superar a forma que antecede, entretanto, o fato se dá
por necessidade de afirmação e aceitação do novo. Atualmente, a arte se
manifesta de múltiplas formas, porém, sinaliza pontos comuns, entre eles a
hibridação de linguagens (traço forte presente nos discursos sobre o pósmoderno). Seguindo a tendência da arte contemporânea o Grupo de Dança
Experimental (GRUDE) vem buscando uma linguagem que perpasse o
conhecimento da Dança Moderna, a partir das contribuições de Laban, e do
Teatro Moderno, a partir das produções de Brecht, Stanislavsk, Meyerhold,
Artaud e Grotowski. É objetivo desse estudo de caso apontar as estratégias
utilizadas no processo de produção artística do GRUDE para alcançar a
hibridação da dança com as diferentes correntes do teatro. Essa pesquisa
sinaliza questões que podem contribuir para o entendimento da arte
contemporânea, a partir das reflexões que cercam a dança no contexto do pósmodernismo e da pós-modernidade.
GT-02: ESTUDOS EM PSICOLOGIA E SAÚDE
Coordenadores:
Eulália Maria Chaves Maia
E-mail: [email protected]
Neuciane Gomes da Silva
E-mail: [email protected]
Departamento de Psicologia.
Local: Consequinho (Manhã)
Ao longo dos anos, o conceito de saúde sofreu diversas alterações, até que,
em 1977, a Organização Mundial de Saúde redefiniu o conceito de Saúde
como “o total bem-estar físico, psíquico e social do indivíduo, e não a ausência
de uma doença ou de uma enfermidade”. Isso provocou uma mudança da
visão cartesiana que dividia o homem em corpo e mente, promovendo uma
visão integral do mesmo e valorizando a interação entre o biológico, o psíquico
e o social, ou seja, o indivíduo passou a ser visto como uma confluência
desses fatores. Com isso, houve um resgate da compreensão biopsicossocial
do homem e do processo de saúde-doença, levando a uma maior inserção do
psicólogo em novos locais de atuação (as instituições de saúde) e ao
desenvolvimento de trabalhos em equipes transdisciplinares. Esses avanços da
Psicologia se expandem também para a área de pesquisa, havendo um
crescimento das investigações na área de Psicologia da Saúde/Hospitalar.
Dessa forma, objetiva-se criar um espaço para a discussão e reflexão de
estudos desenvolvidos no âmbito da saúde em que a visão biopsicossocial do
indivíduo é salientada, tendo como compromisso a Humanização na Saúde, a
Ética e o Desenvolvimento Humano em toda a sua dimensão.
Primeiro dia
01. EQUIPE DE SAÚDE E PACIENTE TERMINAL COM CÂNCER:
ANSIEDADE EM SUA ATUAÇÃO
Proponente: Daniella Antunes Pousa Faria
Pós-Graduanda/UFRN
[email protected]
Autores: Ádala Nayana de Sousa Mata (Graduanda/UFRN),
Camomila Lira Ferreira (Pós-Graduanda/UFRN), Katie Almondes de
Moraes (Pós-Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia
(Professora/UFRN).
Departamento de Psicologia / Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Saúde / CCS / UFRN.
Trata-se de um estudo que teve como objetivo geral avaliar o nível de
ansiedade dos profissionais de saúde que lidam com pacientes terminais com
câncer. A partir disso, verificou-se em relação a qual fase do desenvolvimento
humano (criança, adolescente, adulto, e idoso) do paciente terminal com
câncer, o profissional de saúde se sente mais ansioso ao realizar seu trabalho,
e qual o possível motivo para tal resultado. Para se identificar estas variáveis
se utilizou como instrumentos uma entrevista dirigida e o inventário de
ansiedade Traço-Estado (IDATE). Verificou-se que todos os profissionais
pesquisados estão com a ansiedade Estado acima da média proposta pelo
manual. Verificou-se que a maior média foi alcançada pelo profissional de
nutrição (60). Após este profissional tem-se os técnicos de enfermagem com
média 54, os assistentes sociais e os enfermeiros com média 50,5, os
auxiliares de enfermagem com média 50,28, os médicos com 48,5 e os
psicólogos com 44. No que se refere a ansiedade Traço verificou-se que
57,14% das categorias de profissionais pesquisados (Técnicos de
enfermagem, Nutricionista e técnicos de enfermagem) encontram-se com esta
ansiedade superior à média proposta pelo manual (41,33). Além disso, se
identificou que dos 91,31% dos profissionais que afirmam se sentirem ansiosos
quando se trata de pacientes terminais, 65,21% destes profissionais apontam a
criança como a faixa etária que lhes causa maior ansiedade.
02. VELHICE: UMA RELAÇÃO COM O AMBIENTE DE
CONVIVÊNCIA.
Proponente: Felipe Serquiz Elias Pinheiro (Graduando/UFRN)
Autores: Felipe Serquiz Elias Pinheiro (Graduando/UFRN), Lisane
Filgueira Maciel (Graduanda/UFRN) Soraya Guilherme Cavalcante
(Pós-Graduanda/UFRN), Katie Moraes de Almondes (PósGraduanda/UFRN), Neuciane Gomes da Silva (Professora/UFRN),
Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: [email protected]
Introdução: O crescimento da população classificada como idosa cresceu
bastante nas ultimas décadas Tal fato implica numa demanda social que
favoreça essas potenciais necessidades.. Assim, instituições de variadas
naturezas absorvem tais carências e, consequentemente, requerem pesquisas
que as fundamentem nesse processo. Objetivo: Este trabalho objetiva analisar
a adaptação dos idosos às instituições aos quais estão relacionados; a
qualidade do apoio psicossocial oferecido aos idosos por parte do grupo no
qual estão inseridos, e como esses fatores podem influir na relação dos idosos
com si mesmo e com o mundo. Metodologia: A amostra foi constituída por
idosos acima de 65 anos contextualizados em instituições de naturezas
distintas num total de 42 sujeitos, sendo 14 mulheres e 7 homens residentes no
abrigo Juvino Barreto, e a mesma quantidade e proporção da amostra
constituída em grupo de terceira idade praticante de atividades no SESC,
ambas da cidade de Natal-RN. Tratando-se dessa forma de um estudo
comparativo. Para isso, utilizou-se um questionário semi-estruturado, o Teste
de Apercepção para Idosos (S.A.T.) e o teste Mini-Mental. Os questionários
foram analisados com o auxilio do software Alceste. Resultados: Apesar dos
idosos de ambas as instituições declararem encarar a velhice como uma “fase
natural da vida”, não a imaginando anteriormente, os idosos da Instituição
Social referem ao aspecto biológico a maioria das dificuldades que
experienciam nessa fase. Também destaca-se o insuficiente apoio psicossocial
da Instituição Social. Conclusões: Com relação à adaptação dos idosos ao
Grupo de Terceira Idade, verificou-se que esta foi boa, estando associada às
relações inter-pessoais implicadas. Já na Instituição Social Juvino Barreto, há
um conjunto de perdas significativas que dificultam a adaptação na instituição,
pois também está atrelado a carência de apoio psicossocial, o que não ocorre
com os idosos do Grupo de Terceira Idade (SESC), no qual, estão
perfeitamente adaptados com o processo de envelhecer.
03. ESTUDANTES DE PSICOLOGIA DA UFRN:
ESTABELECENDO CORRELAÇÕES ENTRE O PADRÃO DO
CICLO SONO-VIGÍLIA E A ANSIEDADE.
Proponente: Caroline Araújo Lemos (Graduanda/UFRN)
Autores: Ádala Nayana de Sousa Mata (Graduanda/UFRN), Liliane
Pereira Braga (Graduanda/UFRN), Caroline Araújo Lemos
(Graduanda/UFRN),
Camomila
Lira
Ferreira
(PósGraduanda/UFRN),
Katie
Moraes
de
Almondes
(PósGraduanda/UFRN), Neuciane Gomes da Silva (Professora/UFRN),
Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Departamento de Psicologia / CCHLA / UFRN.
e-mail: [email protected]
A partir de evidências sobre as relações entre ciclo sono-vigília e ansiedade,
objetivou-se verificar se essas relações existem em 39 alunos do curso de
Psicologia da UFRN, sendo 26 alunos do 1º ano, e 13 do 5º ano. Utilizou-se
uma Ficha de Identificação, Índice de Qualidade de Sono de Pittisburgh,
Inventário de Traço-Estado de Ansiedade, Questionário de Identificação de
Cronotipo, e Diário de Sono. Resultados mostraram escores médios de traço e
estado de ansiedade para o 1º ano de, respectivamente, 52,7±9,1 e 54,3±10,2,
e para o 5º ano o escore médio de traço foi 42,0±10,7 e de estado de
ansiedade foi 45,9±10,4. Tais escores médios estão acima do valor esperado
para a população de estudantes universitários tanto para os alunos do 1º
quanto do 5º ano. Observou-se ainda que a duração de sono média para os
estudantes do 1º ano foi de 08:00±01:00, durante a semana, e 08:04±01:14 no
fim de semana. Para o 5º ano, esses valores são, respectivamente,
07:09±01:18 e 07:31±01:03. Verificou-se, portanto, uma relação entre sono e
ansiedade através da análise de regressão linear entre estado e traço de
ansiedade e duração de sono na semana e no final de semana de ambas as
turmas. Desta forma, os resultados encontrados mostraram que correlações
positivas ocorreram entre o traço e o estado de ansiedade e a duração de sono
durante o fim-de-semana (p=0,01 e p=0,03, respectivamente). Isso indica que
quanto maior a ansiedade situacional e disposicional dos estudantes mais
estes dormiam durante o fim-de-semana. Assim, uma das considerações a ser
feita refere-se a interferência dos altos níveis de ansiedade e de um padrão de
sono irregular na saúde dos estudantes, podendo acarretar a diminuição do
nível de vigilância, da atenção e da concentração, além de irritabilidade,
tensão, e distúrbios de sono como insônia e sonolência diurna excessiva.
04. QUALIDADE E HÁBITOS DE SONO EM ESTUDANTES DOS
1OS. ANOS DA ÁREA HUMANÍSTICA DA UFRN.
Proponente: Liliane Pereira Braga (Graduanda/UFRN), Ádala
Nayana de Sousa Mata (Graduanda/UFRN).
Autores: Ádala Nayana de Sousa Mata (Graduanda/UFRN), Liliane
Pereira Braga (Graduanda/UFRN), Caroline Araújo Lemos
(Graduanda/UFRN),
Camomila
Lira
Ferreira
(PósGraduanda/UFRN),
Katie
Moraes
de
Almondes
(PósGraduanda/UFRN), Neuciane Gomes da Silva (Professora/UFRN),
Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: [email protected]
A qualidade de sono envolve critérios como início de sono precoce, menos
interrupções e despertares durante o sono. Uma qualidade de sono ruim pode
trazer problemas como diminuição da concentração e da atenção, prejuízos no
desempenho, fadiga e irritabilidade. Estes efeitos, possivelmente, diminuem o
rendimento dos estudantes. Podem ainda contribuir para isso os hábitos de
sono considerados ruins, como fumar, já que a nicotina favorece a insônia,
ingerir bebidas com cafeína, barulho e muita iluminação onde se dorme.
Objetivou-se identificar e avaliar os hábitos e a qualidade de sono de 38
estudantes da UFRN, que cursavam o primeiro período de 05 cursos da área
Humanística. Responderam ao Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg e ao
Questionário de Hábitos de Sono. Deve-se considerar o dado de que os
estudantes apresentaram horários irregulares de início e fim de sono, como
indica o Diário de Sono por eles respondido. Os principais resultados foram: a
amostra apresentou uma qualidade de sono ruim, com média de 6,3±1,0, já
que tal escore está acima de 5,0. Além disso, 100% dos estudantes mantém no
quarto aparelho de televisão, som, computador e material de leitura. Na
amostra, 94,7% não é fumante, 34,2% bebe café cotidianamente e 89,4% bebe
refrigerante freqüentemente. De todos os estudantes, 50% afirmam não ter
problema de sono, 65,7% assegura que, às vezes, tem dificuldade em pegar no
sono à noite, e 79% dizem que, às vezes, tem muito sono durante o dia. Assim,
infere-se que a falta de um horário regular de dormir e acordar, que se soma
aos hábitos de sono ruins, associa-se à qualidade de sono ruim e conseqüente
irregularidade do padrão do ciclo sono-vigília presente nesses estudantes. Com
isso, faz-se necessário promover melhoras em alguns hábitos de sono, a fim de
evitar os malefícios para a saúde já relatados.
05. PROJETO VIDA, AMOR E ALEGRIA: A INSERÇÃO DA
PSICOLOGIA EM UMA BRINQUEDOTECA HOSPITALAR
Proponente: Camomila Lira Ferreira (Pós-Graduanda/UFRN)
Autores: Ariane Cristiny da S. Fernandes (Pós-Graduanda/UFRN);
Soraya G. Cavalcanti (Pós-Graduanda/UFRN), Maria Galdino da
Silva (Técnico de Enfermagem/HOSPED), Luciana Carla Barbosa de
Oliveira Trindade (Pós-Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves
Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Setor de Psicologia do Hospital de Pediatria, Grupo
de Estudos: Psicologia e Saúde - UFRN
e-mail: [email protected]
A criança hospitalizada demonstra um alto nível de angústia/ansiedade,
afetando e comprometendo o seu desenvolvimento biopsicossocial.
Considerando que o brincar para a criança é aprender a desvendar o mundo,
passou a ser dada a importância ao espaço do brincar para estimular, interagir,
desenvolver e socializar dentro do hospital. A Brinquedoteca do Hospital de
Pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte traz a proposta de
oferecer o lúdico como recurso minimizador do sofrimento causado pela
hospitalização. As atividades efetuadas diariamente contam com as
participações de brinquedistas e equipe de Psicologia. No Espaço
Brinquedoteca utiliza-se jogos, desenhos, pinturas, fantoches, livros e teatro
através de técnicas lúdicas, educativas e ludoterápicas (diretivas e nãodiretivas), reportando o brincar como técnica lúdica, terapêutica, estimulativa e
educativa. Permitir à criança o brincar com o material que ali se apresenta
significa ajudá-la a se apropriar daquela situação e, assim, poder elaborar seus
conflitos e medos. Utilizar técnicas ludoterápicas em atividades lúdicas é uma
das maneiras mais adequadas de se trabalhar com a criança, os seus aspectos
emocionais e cognitivos. Isto foi possível de perceber nas crianças, através dos
seguintes pontos: a) a facilitação para a elaboração dos conflitos ocasionados
pela situação do adoecer e da hospitalização, incentivando às crianças a
expressão de sentimentos; b) da estimulação, interação, socialização e
educação dentro do hospital; c) da mobilização para o resgate da motivação e
adesão ao tratamento; e, d) fortalecimento do vínculo paciente-equipe-família.
Percebe-se que estas ações propiciam o desenvolvimento de áreas da
linguagem, social e emocional, contribuindo para a otimização do processo
evolutivo infantil. A atividade lúdica no hospital é um recurso facilitador para a
comunicação e o contato efetivo com a criança hospitalizada, acolhendo-a,
permitindo uma maior adesão ao tratamento e assim, amenizando seu
sofrimento.
06. A IMPLANTAÇÃO DO APOIO PSICOPEDAGÓGICO A
CRIANÇA INTERNA NO HOSPITAL DE PEDIATRIA: UMA
ATUAÇÃO INTERDISCIPLINAR
Proponente: Simone Maria da Rocha (Graduanda/UFRN)
Autores: Fátima Castro do Nascimento (Pedagoga/HOSPED);
Clébia do Santos Silva (Pedagoga/HOSPED), Maria Galdino da Silva
(Técnico de Enfermagem/HOSPED), Luciana Carla Barbosa de
Oliveira Trindade (Pós-Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves
Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Setor de Psicologia do Hospital de Pediatria, Grupo
de Estudos: Psicologia e Saúde - UFRN
e-mail: [email protected]
O Projeto Escola Hospitalar é caracterizado por prestar um atendimento psicopedagógico, objetivando atender às necessidades do desenvolvimento psíquico
e cognitivo de crianças hospitalizadas. Leva-se em consideração a viabilização
de um atendimento integral e de qualidade à criança, seguindo os parâmetros
da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde. Tal projeto visa
atender crianças e adolescentes em fase escolar (inseridas ou não na escola),
internados no HOSPED, proporcionando estímulos psico-pedagógicos voltados
aos seus interesses e necessidades escolares, estes rompidos pela
hospitalização. Na sua realização conta-se com uma equipe interdisciplinar
composta por Psicóloga, Pedagogas, Psicopedagoga, Auxiliares e técnicos de
enfermagem e Assistentes Sociais. As atividades são desenvolvidas através de
recursos lúdicos e educativos baseados na linha construtivista, considerando: a
seriação, idade, potencialidades individuais e coletivas da criança, assim como
conteúdo oferecido em sua escola de origem. A Escola Hospitalar do HOSPED
em sua amplitude espera, proporcionar o fortalecimento do vínculo entre
criança hospitalizada e o mundo externo, através do aprendizado, colaborando
na sua reintegração escolar após a alta minimizando o prejuízo na sua
aprendizagem. Torna-se notório a importância de parcerias com instituições e
instâncias nas áreas de Educação e Saúde, para que se torne viável não só a
continuidade de atividades como esta, mas também a divulgação e a
possibilidade de implantação em outros hospitais do RN, colaborando para a
solidificação da humanização hospitalar.
07. PADRÃO ALIMENTAR EM PESSOAS OBESAS E COM PESO
NORMAL
Proponente: Aline Aguiar Pereira de Lima (Graduanda/UFRN), Ana
Heloiza Cassimiro Costa (Graduanda/UFRN).
Autores: Neuciane Gomes da Silva (Professora/UFRN), Ana Nunes
Ribeiro (Nutricionista/UFRN), Aline Aguiar Pereira de Lima
(Graduanda/UFRN),
Ana
Heloiza
Cassimiro
Costa
(Graduanda/UFRN).
Departamento: Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: [email protected]
A obesidade é uma doença que vem aumentando sua prevalência nas últimas
décadas no mundo. Esta tem sido considerada uma doença crônica,
multifatorial, caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo no
organismo e é inter-relacionada com diversas situações patológicas. O
presente estudo visa traçar o perfil da pessoa obesa, comparando este ao de
pessoas com peso normal. Os dados foram obtidos a partir de questionários
aplicados no ambulatório do Hospital Universitário Onofre Lopes. De acordo
com os dados iniciais, existem diferenças entre indivíduos obesos e magros
com relação ao ato de se alimentar. Os dados obtidos mostram haver
diferenças entre os dois grupos, pois a relação de alimentação com
saúde/nutrição está menos presente nos obesos que nos magros e aqueles
também não obedecem a horários para se alimentar, como faz a maioria dos
magros. Isto, aliado a outros hábitos contribui para o excesso de peso. Esses
resultados, apesar de iniciais, e a experiência de aplicação do questionário,
evidenciaram a necessidade de reformulação desse instrumento e do
procedimento de coleta de dados. Como conseqüência desses aspectos e
outras questões que estão sendo levantadas para melhor abarcar os objetivos
da pesquisa.
08. OBESIDADE: QUESTÃO COMPORTAMENTAL E FAMILIAR
Proponente: Mariana Mendonça de Castro (Graduanda/UFRN),
Jakeline Maurício Bezerra de Souza (Bolsista-PIBIC/CNPq).
Autoras: Ana Nunes Ribeiro (Nutricionista/UFRN), Katie Morais de
Almondes (Pós-Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia
(Professora/UFRN), Neuciane Gomes da Silva (Professora/UFRN),
Mariana Mendonça de Castro (Graduanda/UFRN), Jakeline Maurício
Bezerra de Souza (Bolsista PIBIC/CNPq).
Departamento: Psicologia / CCHLA / UFRN.
E-mail: [email protected]
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é uma doença
crônica, epidêmica, multifatorial e um dos mais graves problemas de saúde
pública do mundo. O objetivo desta pesquisa consistiu em identificar variáveis e
comportamentos envolvidos na dificuldade em perder peso e mantê-lo a longo
prazo. Dentre os fatores que influem na obesidade está um aspecto pouco
mencionado pela literatura e que foi alvo deste estudo: a dinâmica familiar. A
amostra foi composta por 5 pacientes obesos em tratamento no Hospital
Universitário Onofre Lopes e seus familiares. No início do tratamento
identificou-se que as pacientes possuíam um padrão de comportamento
alimentar incorreto e desorganizado. Um dos aspectos mais importantes referese ao fator emocional, a maioria considera sua vida estressada todos os dias e
refere-se a sentimentos e/ou situações desagradáveis. Após 6 meses de
tratamento, as pacientes fizeram modificações em seu comportamento
alimentar, no entanto estas modificações não foram suficientes para garantir
bons resultados, já que apenas 2 conseguiram perder peso. O apoio social é
uma variável que se revelou significativa. Mediante dificuldades quanto ao
pequeno número de sujeitos e acesso a estes posteriormente, mostrou-se
necessário algumas modificações na metodologia e uma reformulação dos
questionários.
09. ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO EM SITUAÇÕES DE MORTE DE
PACIENTES: REPENSANDO A PRÁTICA
Proponente: Maria Christina Santos Barker (Pós-Graduanda/UFRN)
Autor: Maria Christina Santos Barker (Pós-Graduanda/UFRN)
Departamento: III Curso de Especialização em Psicologia da
Saúde: desenvolvimento e Hospitalização / Departamento de
Psicologia / CCHLA / UFRN.
e-mail: [email protected]
A representação que cada um possui da morte é algo particular construído a
partir da sua vivência e do seu processo de desenvolvimento, assim não
podemos perceber que duas pessoas irão apresentar a mesma reação diante
da situação de morte, apesar de existirem aspectos que possam ser
semelhantes nas duas. O objetivo do trabalho é de fazer uma reflexão com o
objetivo de repensarmos a prática psicológica em situações de morte no
hospital, a partir do âmbito da intersubjetividade, da relação existente entre
subjetividade do cuidador e do sujeito que vivencia a experiência da morte e do
que consistiria da prática do Cuidado. Entendendo-se por cuidado algo que vai
além das técnicas utilizadas em situações como a de morte, mas percebendo
este encontro como o desenvolvimento de atitudes e espaços de genuíno
encontro subjetivo, em que há o exercício de uma prática ancorada em
técnicas de promoção à saúde, mas sem se resumir a elas, como afirma Ayres,
2004. Esta forma de percebermos o atendimento nestas situações nos remete
a questionar formas de atuação que se eximem do contato com o paciente
principalmente em situações de morte que muitas vezes são tabus para os
próprios psicólogos e repensarmos formas de atuação mais abrangentes e que
atendam ás necessidades dos pacientes e não o que julgamos ser necessário
para os mesmos.
10. O ESTÁGIO EM PSICOLOGIA CLÍNICA NO AMBULATÓRIO
PÚBLICO DE SAÚDE: ALGUNS PONTOS PARA REFLEXÃO.
Proponente: Sílvia Raquel Santos de Morais Perez
Psicóloga e Bacharel em Psicologia pela UFPE. Mestre em
Psicologia pela UFRN e Professora do Depto.de Psicologia UFRN.
E-mail: [email protected]
O espaço público de saúde demanda do psicólogo uma prática pautada pelo
incessante questionamento do saber-fazer clínico, tendo em vista as
especificidades inerentes deste contexto. Este trabalho originou-se de uma
experiência de estágio curricular realizado em ambulatório público de saúde. O
objetivo foi compreender o sentido atribuído, por nós, à prática de estágio em
Psicologia Clínica a partir do referencial teórico da abordagem fenomenológicoexistencial. A metodologia utilizada foi qualitativa de caráter fenomenológico e
os procedimentos foram observações do campo de atuação e registros dos
atendimentos aos usuários. Estes, por sua vez, serviram de instrumento de
acesso ao sentido da prática vivenciada, subsidiando um diálogo crítico entre o
sentido do estágio e o referencial teórico. A pesquisa sugeriu que o fato de
sermos estagiários e com "pouca" idade, mobilizava insegurança nos usuários
quanto ao nosso desempenho profissional e eficácia clínica. Aos poucos, isto
foi sendo contornado, levando os mesmos a narrarem e re-significarem suas
experiências de mal-estar, e até mesmo, a sentirem-se mais à vontade para
optar por um dado estagiário. O sentido desta experiência sugere que as
dificuldades do espaço público de saúde podem trazer um certo mal-estar e
desencantamento
para
psicólogos
iniciantes,
podendo
levar
ao
desenvolvimento de práticas instituídas e descomprometidas com um projeto
mais amplo de atenção em saúde. A condição de ser estagiário implica em
grandes investimentos, gerando angústia diante do possível não saber-fazer e
das lacunas da formação. Soma-se a isso contingências sócio-políticas e as
condições precárias de trabalho, que ultrapassam o âmbito psi propriamente
dito. A experiência de estágio em Psicologia Clínica no ambulatório público de
saúde aponta para um necessário des-centramento de uma lógica linear prédeterminada, uma vez que a atenção psicológica em saúde requer um saberfazer que contemple práticas mais solidárias e eticamente humanas, assim
como, o resgate da vida em cidadania.
11. IDOSOS DIABÉTICOS E/OU HIPERTENSOS:
PERSPECTIVAS DE QUALIDADE DE VIDA – CENTRO DE
SAÚDE DE CANDELÁRIA
Ana Jarves de Lucena Fernandes Gonçalves
Micarla Duarte de Lima
UFRN/CCSA/DESSO
e-mail: [email protected]
Apresenta uma análise acerca da implementação do projeto de intervenção,
desenvolvido no Centro de Saúde de Candelária, pelas estagiárias Ana Jarves
e Micarla Duarte, no período de setembro a dezembro de 2004, com o grupo
de idosos hipertensos e/ou diabéticos da referida unidade de saúde. Esboça as
atividades realizadas, os resultados alcançados assim como também expõe a
dinâmica que envolveu todo o processo de implementação do projeto de
intervenção elaborado pelas estagiárias em um primeiro momento de
aproximação e observação na instituição. Contextualiza aspectos pertinentes a
saúde do idoso, como expressão da questão social e demanda para o Serviço
Social. Também relata a importância de se trabalhar com esse segmento, em
meio aos esteriótipos que a sociedade dissemina: “inativos”, “incapazes”,
“apáticos”, “doentes”, etc. As ações ora desenvolvidas foram respaldadas na
perspectiva de igualdade e de garantias de direito, onde foram ministradas
palestras, oficinas e atividades lúdicas, contemplando aspectos pertinentes à
saúde como não sendo apenas ausência de doenças e a Qualidade de Vida na
III idade. Os resultados foram satisfatórios para os atores envolvidos: idosos,
estagiárias e instituição, sendo perceptível na receptividade e nas atividades
dos idosos, assim como através de seus depoimentos. Considera-se que o
trabalho desenvolvido no Centro de Saúde de Candelária, com o grupo de
idosos, contemplou as perspectivas e o empenho dedicado pelas estagiárias,
como também realização pessoal das mesmas.
Segundo dia
12. PERFIL DA HUMANIZAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA NOS
HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS DA UFRN SOB A ÓTICA DOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE: UMA ANÁLISE PRELIMINAR.
Proponente: Luciana Carla Barbosa de Oliveira Trindade (PósGraduanda/UFRN)
Autores: José Hélder Aquino Franco (Graduando/UFRN), Priscila
Karla Reis (Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia
(Professora/UFRN).
Departamento: Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Saúde, Hospital de Pediatria, Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde
- UFRN
e-mail: [email protected]
A Humanização Hospitalar tem trazido várias contribuições na assistência,
no entanto, percebe-se que a Qualidade de Vida (QV) do profissional de saúde
não tem alcançado a mesma dimensão. Diante deste quadro, o presente
estudo objetivou, avaliar a percepção da Humanização do profissional de
saúde dos Hospitais Universitários da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN) e da a QV do mesmo. A pesquisa quantitativa e qualitativa foi
realizada em 04 Hospitais da UFRN, compondo uma amostra de 39
profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, assistentes sociais e
psicólogos). Como instrumentos foram utilizados: um questionário semi-aberto
seguido da aplicação do Questionário de Avaliação da Qualidade de Vida
Breve/WHOQOL – Bref. Dados demonstram que a concepção acerca da
Humanização abrange diretamente o atendimento e tratamento ao paciente,
com 38% cada. Discursos mostram uma definição de Humanização vinculada
entre a qualidade no atendimento e ao acolhimento ao paciente. São
apresentadas dificuldades de envolvimento e divulgação dos programas
institucionais, sendo desconhecidas atividades que englobem o usuário (33,
3%) e os profissionais (41%). O termo QV nos discursos está comumente
associado ao bem-estar e satisfação de necessidades individuais,
apresentando diferenças em nível de prioridades, como as necessidades
pessoais e/ou considerações voltadas a necessidades do trabalho. Percebe-se
a necessidade da inserção de investimentos direcionados à divulgação,
interdisciplinaridade, e necessidades do profissional de saúde, visando à
qualidade no trabalho, interdisciplinaridade e qualidade de vida dos mesmos,
afinal se não oferecer melhores condições de saúde a quem “faz” saúde, este
não terá condições “reproduzir” saúde ao próximo.
13. QUESTÕES SOBRE A MORTE: UMA VISÃO DOS
ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE.
Proponente: José Hélder Aquino Franco (Graduando/UFRN)
Autores: José Hélder Aquino Franco (Graduando/UFRN), Luciana
Carla Barbosa de Oliveira Trindade (Pós-Graduanda/UFRN), Eulália
Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Hospital de Pediatria, Departamento de Psicologia,
Grupo de Estudos: Psicologia e
e-mail: [email protected]
O presente trabalho tem como objetiva investigar como os estudantes de
cursos ligados à área da saúde estão enfrentando possíveis situações de perda
e luto durante o seu estágio curricular, bem como a percepção de morte que
eles possuem e o preparo que avaliam estar recebendo dessa instituição de
ensino durante a sua formação acadêmica. A amostra foi composta por um
total de 40 estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) que estão cursando o último ano dos seguintes cursos: Medicina e
Enfermagem, da área Biomédica; e Serviço Social e Psicologia, da área
Humanística. Como instrumentos foram utilizados um desenho temático
seguido de um questionário semi-estruturado. Observou-se que uma grande
quantidade de estudantes já presenciou alguma situação real de morte durante
o estágio curricular – 82,5%. Apesar disso, a morte de pacientes causa um
impacto para esses estudantes, visto que 41,4% daqueles que se defrontaram
com esse tipo de situação relataram que, pelo menos inicialmente, sentiram-se
afetados emocionalmente. Isso pode ser reflexo da concepção de morte que
eles compartilham, pois ela possui uma forte associação com a emergência de
sentimentos negativos – 65,8% dos sentimentos apontados como relacionados
à morte podem ser assim classificados. Percebe-se que A morte é uma
temática que causa desconforto em grande parte os futuros profissionais da
área de saúde, além da evidência da falta de um preparo mais específico
fornecido pela UFRN para lidar com essas questões também contribui para o
agravamento desse quadro.
14. SÍNDROME DE DOWN E INCLUSÃO: CONCEPÇÕES DE
FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO ESPECIALIZADA
Proponente: Lúcia Maria Gomes Torres (Pós-Graduanda-UFRN)
Autores: Camomila Lira Ferreira (Pós-Graduanda-UFRN)), Aline
Francisca de Oliveira (Graduanda/UFRN), Angélica de Medeiros S.
Boucinhas (Graduanda/UFRN), Clarisse Alves da Mota Souza
(Graduanda/UFRN), Lúcia Maria Gomes Torres (Pós-GraduandaUFRN), Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Saúde / CCS / UFRN
E-mail: [email protected]
OBJETIVO: Identificar e analisar as concepções dos funcionários de uma
Instituição Especializada sobre a Síndrome de Down e o processo de inclusão
dessas pessoas. MÉTODOS: A amostra constou de 12 funcionários na faixa
etária de 22 a 60 anos, destes, 75% foram preparados para trabalhar numa
instituição de apoio especializado, ficando 25% privado deste conhecimento. O
instrumento utilizado consistiu em entrevistas semi-estruturadas, realizadas
individualmente na própria Instituição. Os dados coletados foram submetidos à
técnica de Análise de Conteúdo Temática, obedecendo às etapas de préanálise, exploração do material e tratamento dos resultados e interpretação. A
análise permitiu a organização do material textual em categorias, utilizando-se
também da inferência e a interpretação. RESULTADOS: As informações sobre
a SD apontaram resultados organizados a partir das percepções,
posicionamentos e explicações, concernentes às vivências com as
desarmonias do processo inclusivo, ou seja, ainda há necessidade de uma
conscientização em todos os segmentos da sociedade, a fim de acabar com a
discriminação e a segregação sofrida por essas pessoas. CONCLUSAO: Os
conceitos dessas pessoas expressam as contradições de nossa sociedade dita
inclusiva, mas com visões tão excludentes sobre as pessoas com Síndrome de
Down. Quanto às previsões positivas do processo inclusivo dessas pessoas,
ficou claro que um trabalho de base tem que ser feito, uma vez que a
sociedade ainda não está preparada para recebê-las satisfatoriamente. Falta
esclarecimento sobre as múltiplas diversidades existentes nas pessoas em
geral, pois todos temos nossas particularidades ditas únicas e especiais.
15. SENTIMENTO DAS MÃES VINCULADOS AO IMPACTO DO
DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DE DOWN EM SEUS FILHOS.
Proponente:
Angélica
de
Medeiros
S.
Boucinhas
(Graduanda/UFRN).
Autores: Aline Francisca de Oliveira (Graduanda/UFRN), Angélica
de Medeiros S. Boucinhas (Graduanda/UFRN), Camilla Danielle
Silva de Lima (Graduanda/UFRN), Camomila Lira Ferreira (PósGraduanda/UFRN),
Clarisse
Alves
da
Mota
Souza
(Graduanda/UFRN),
Lúcia
Maria
Gomes
Torres
(PósGraduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Departamento de Psicologia / CCHLA / UFRN.
e-mail: [email protected]
A Síndrome de Down (SD) é uma condição decorrente de alterações no
cromossomo autossômico de número 21. Apesar de bastante comum, ainda
está envolvida por idéias errôneas e preconceituosas que prejudicam o
desenvolvimento do indivíduo, principalmente quando estão presentes nos
cuidadores, especialmente na mãe, afetando o estabelecimento do vínculo. A
diferença entre o funcionamento psíquico da mãe e o da criança são fatores
relevantes na formação da estrutura psíquica da criança, e, o
comprometimento desse vínculo mãe-filho prejudicará seu desenvolvimento. A
maneira como o diagnóstico é transmitido influencia o estabelecimento do
vínculo mãe-bebê, podendo retardar esse desenvolvimento quando dado de
maneira inadequada. Este trabalho objetiva analisar os sentimentos das mães,
frente ao diagnóstico de SD do seu filho, verificando as diferentes formas de
transmissão do diagnóstico, e investigando a existência de uma relação entre
essa transmissão e a formação do vínculo. A pesquisa foi realizada com 20
mães cujos filhos, na faixa de 0 a 3 anos de idade, apresentam SD e recebem
atendimento no Hospital de Pediatria da UFRN (Natal/RN), com as quais foi
aplicado um questionário semi-aberto. Os resultados encontrados indicaram
que receber o diagnóstico de um filho com SD é um choque para as mães,
sendo comumente atribuído a sentimentos de tristeza, havendo poucos relatos
de uma boa aceitação inicial. Esses sentimentos apresentam-se como
característicos desse primeiro momento, havendo uma posterior aceitação da
Síndrome. As mães, em geral, acharam insuficientes as informações recebidas
sobre a SD, e relataram ter sentido necessidade de falar com outras mães que
passaram pela mesma situação e com sua própria família, indicando a
importância do apoio da família e do conhecimento sobre o assunto na
aceitação da síndrome. Os resultados obtidos apontam para a necessidade de
uma melhor preparação (e sensibilidade) dos profissionais da área de saúde ao
transmitirem o diagnóstico.
16. FONTES DE STRESS E DOENÇAS OCUPACIONAIS DOS
MÉDICOS
Proponente: Eliane Medeiros Costa
Autores: Ana Lúcia de Souza Carvalho, Vânia de Vasconcelos Gico,
Íris do Céu Clara Costa
e-mail: [email protected]
Este artigo discute as fontes de stress e as doenças ocupacionais que
acometem os médicos, em Natal - Rio Grande do Norte - Brasil. Trata-se de um
estudo exploratório, de natureza quanti-qualitativa, tem como aporte teórico o
referencial humanista existencial. Os dados foram coletados através de um
questionário contendo 18 questões abertas sobre a inserção deste profissional
no curso de medicina, sobre relacionamentos familiares e sociais, ambiente
laboral, e questões referentes ao estresse e a qualidade de vida. Do universo
de 841 médicos associados na Associação Médica do Rio Grande do Norte nas
especialidades: Anestesiologia, Cirurgia Geral, Ginecologia, Oftalmologia,
Ortopedia, Pediatria e Psiquiatria, foi retirada uma amostra de 67 sujeitos. Os
resultados apontam para diversas fontes desencadeantes do estresse na
atividade médica, dentre elas: as condições inadequadas de trabalho (28,76%),
as condições clínicas dos pacientes (21,92%), a sobrecarga de trabalho
(9,59%), os riscos em cirurgias (9,59%) e os colaboradores ineficientes por
falta de atualização (6,85%). Evidenciou-se os especialistas que são
acometidos por mais de uma doença apontando um maior percentual nos
pediatras (32,5%), ginecologistas (22%) e anestesiologistas (15%); verificandose também as doenças ocupacionais que mais acometem os profissionais
médicos, quais sejam: Doenças Coronarianas (26%), Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) (15%), Cálculo Renal
(9%) e Gastrite (6%). Conclui-se que as doenças ocupacionais que acometem
os sujeitos pesquisados podem estar relacionadas com as fontes de stress
presente no exercício profissional da medicina.
17. SIGNIFICADO DA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR PARA
MÉDICOS DE HOSPITAL PÚBLICO E PRIVADO
Proponente: Joel Lima Júnior (Pós-Graduando/UFRN), Ana Suzana
P. Medeiros (Graduanda/UFRN).
Autores: José Helder Franco Aquino (Graduando/UFRN), Soraya
Guilherme Cavalcanti (Pós-Graduanda/UFRN), Ariane Cristina da
Silva Fernandes (Pós-Graduanda/UFRN), Larissa Mascarenhas
Souza (Graduanda/UFRN), Felipe Serquiz Elias Pinheiro
(Graduando/UFRN),
Emanuela
de
Oliveira
Justino
(Graduanda/UFRN), Eulália Maria Chaves Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Psicologia / Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde /
CCHLA / UFRN.
E-mail: [email protected]
Com o advento de propostas de humanização da assistência a saúde, assunto
bastante em vigor atualmente, fez-se necessário que os profissionais de
instituições hospitalares procurassem observar melhor sua forma de atuação, o
ambiente de trabalho e seu relacionamento com os usuários. Observa-se ainda
que, os vários contextos hospitalares podem ter perspectivas diferenciadas
segundo a visão desses profissionais, o que pode ocasionar em formas
distintas de postura profissional. A presente pesquisa (em andamento) busca
verificar qual o significado de instituição hospitalar para os profissionais da área
médica que atuam em hospitais públicos e privados, bem como o perfil
profissional influencia nesse significado. Os dados foram coletados através de
um questionário, aplicado individualmente nas respectivas instituições. Até o
momento, dos dez questionários plicados (88%) dos sujeitos são do sexo
masculino, ganham em média vinte e um salários mínimos nas instituições
privadas e entre seis e dez nas instituições públicas. De um modo geral, o
hospital público é visto como uma instituição de condições de trabalho
precárias, uma vez que os profissionais são sobrecarregados, recebem baixos
salários e não possuem materiais suficientes para o exercício de tal profissão.
Já o hospital particular é visto como aquela instituição que valoriza o
profissional e usuário, e coloca à a disposição o necessário para o
desenvolvimento das tarefas assistenciais, no entanto possui muita burocracia.
Percebe-se então que, o significado atribuído à instituição pelos profissionais
de saúde é um caminho eficaz na tentativa de compreender as relações que se
travam no âmbito hospitalar uma vez que ele é construído baseado nas
experiências desses sujeitos.
18. A SOBRECARGA DE TRABALHO NA EQUIPE DE TÉCNICOS
DE ENFERMAGEM
Proponente: Ariane Cristiny da Silva Fernandes (PósGraduanda/UFRN), Larissa Mascarenhas Souza (Graduanda/UFRN)
Autores: José Helder Franco Aquino (Graduando/UFRN), Soraya
Guilherme Cavalcanti (Pós-Graduanda/UFRN), Felipe Serquiz Elias
Pinheiro (Graduando/UFRN), Emanuela de Oliveira Justino
(Graduanda/UFRN), Ana Suzana P. Medeiros (Graduanda/UFRN),
Joel Lima Júnior (Pós-Graduando/UFRN), Eulália Maria Chaves
Maia (Professora/UFRN).
Departamento: Psicologia / Grupo de Estudos: Psicologia e Saúde /
CCHLA / UFRN.
E-mail: [email protected]
As principais características do exercício profissional em saúde se constituem
na longa jornada de trabalho e na atuação laboral em várias instituições
simultaneamente, características estas que atuam como ferramentas de
compensação para a baixa remuneração dos profissionais. O excesso de
trabalho, tanto no que se refere ao volume quanto no que diz respeito à
diversidade de tarefas, atrelado a forte carga emocional envolvida no contexto
assistencial em saúde e as precárias condições de trabalho, são alguns dos
elementos que compõem um quadro de “insalubridade ocupacional”, o qual
interfere diretamente no bem-estar biopsicossocial do profissional de saúde.
Sendo assim, a presente pesquisa (em andamento) visa inicialmente identificar
o perfil da equipe de auxiliares e técnicos de enfermagem (N-30) em um
hospital estadual da cidade de Natal – RN, bem como analisar aspectos
relativos à sobrecarga de trabalho destes profissionais e as possíveis
conseqüências de tal fator em seu desempenho cotidiano no contexto
hospitalar e em sua saúde psíquica. Os dados foram coletados através de um
questionário, aplicado individualmente e foram analisados pelo programa
estatístico SPSS. Verificou-se até o momento que (73, 3%) da amostra é do
sexo feminino, com idade entre trinta e quarenta anos. Observou-se também
que, os profissionais do sexo masculino geralmente trabalham em mais
hospitais que os do sexo feminino (75%) e em média a remuneração desses
profissionais está entre um e cinco salários mínimos. Percebe-se ainda que, a
maior carga horária de trabalho foi encontrada no hospital público, o que já
aponta para uma sobrecarga de trabalho. Diante do exposto, verifica-se a
urgência de se encontrar novas estratégias que visem melhores condições não
só para usuários como também para a equipe de saúde, pois a sobrecarga de
trabalho desta categoria é uma variável determinante da qualidade das
relações mantidas no ambiente laborativo, bem como da sua saúde mental.
19. PATOLOGIAS CRÔNICAS E FAMÍLIA NA CLÍNICA-ESCOLA
DA UNIVERSIDADE POTIGUAR
Alexsandra Romualdo de Souza
Aracelle Batista Gonzaga
(Departamento de Serviço Social/UFRN)
[email protected]
O presente trabalho relata uma discussão à cerca da importância da
participação da família no tratamento de patologias crônicas especificamente
hipertensão e diabetes. Trata-se de uma experiência interventiva com o Projeto
Família Doce Vida vinculado ao Projeto Doce Vida realizado na Clínica-Escola
da Universidade Potiguar, tendo em vista a educação em saúde. Teve como
objetivo favorecer o controle no tratamento da hipertensão e diabetes através
do intermédio da família e equipe técnica; da família e paciente, visando o
fortalecimento do grupo do Projeto Doce Vida e a diminuição do abandono do
tratamento após o desligamento dos usuários do Projeto. Teve como
metodologia a realização de visitas domiciliares com a aplicação de
questionário avaliativo e a realização de reuniões semanais com os usuários do
Projeto Doce Vida, buscando intervir na realidade e nas dificuldades em que os
portadores de doenças crônicas enfrentam para controlar a doença através de
tratamento adequado, e por outro lado à exclusão social que percebem no seu
enfrentamento diário ocasionado por sua doença. Posteriormente foram
realizadas reuniões mensais com os familiares do Projeto Doce Vida através da
implementação do Projeto Família Doce Vida, visando desta forma sensibilizar
para a promoção da qualidade de vida de ambos os usuários, no âmbito de
suas relações sociais. Constatou-se que as famílias foram sensibilizadas a
respeito de sua importância no apoio ao portador de doença crônica como
também a importância do trabalho realizado em grupo, que se confirmou
segundo os relatos dos usuários e dos próprios familiares.
20. A SAÚDE COMO UM FENÔMENO ALÉM DOENÇA
Proponentes/Autoras: Dayanne Priscilla Ferreira de Sousa
Francisca Sandrinny Maia Rocha
Professor(a): Izete Dantas
Endereço eletrônico: [email protected]
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento: Serviço Social
Apresentou uma proposta de intervenção junto aos pacientes do Hospital
Universitário Onofre Lopes, no período de agosto a dezembro de 2004. A
escolha do objeto foi feita através de uma pesquisa realizada dentro do
Programa de Avaliação da Satisfação do Usuário Interno, onde se constatou
que um número considerável dos pacientes permanecia um longo período de
tempo na instituição à espera de cirurgia, este fato ocasionava nestes
pacientes um profundo estado de ociosidade. Para que se pudesse amenizar
esta situação, foram sistematizadas ações, através do Método Altadir de
Planejamento Popular (MAPP), que objetivavam reduzir a ociosidade dos
mesmos durante este período de hospitalização, procurando fazer com que
este tempo não se apresentasse de maneira tão dolorosa, bem como na
tentativa de proporcionar-lhes um aumento do companheirismo e da ajuda
mútua, já que estes eram, em sua maioria, provenientes do interior do estado
do Rio Grande do Norte e não se encontravam no grupo de pacientes com
direito a acompanhantes. Para isto foram desenvolvidas atividades grupais
interativas, manuais, dinâmicas de grupo, palestras, filmes e troca de
experiência. Conseguiu-se através deste trabalho, despertar neles uma
preocupação mais solidária com o outro, proporcionando uma maior aceitação
das diferenças, mas acima de tudo foi utilizado convenientemente o seu tempo
livre e ocioso.
21. SAUDE POLÍTICA: UM DESAFIO PARA UMA DOCE VIDA
Ednara Gonçalves de Oliveira
Graduanda do Curso de Serviço Social da UFRN
E-mail: [email protected]
Gilkelly Sibelly Filguera
Graduanda do Curso de Serviço Social da UFRN
E-mail: [email protected]
Orientador: Prof. Dr. João Dantas Pereira – DSS/UFRN
Considerando o novo conceito de saúde, que a define como um bem estar
biopsicossocial, pode-se concluir que as condições sociais interferem na saúde
dos indivíduos. Tendo em vista esse pressuposto, o presente estuda visa
elucidar a implementação do Projeto Curricular “Saúde política: um desafio
para uma doce vida”, o qual se propõe a desenvolver atividades comunitárias,
cujo propósito principal é o desenvolvimento de ações capazes de possibilitar
uma maior sensibilização política de portadores de hipertensão, diabetes e
obesidade. Tais atividades são realizadas junto ao Grupo Doce Vida, vinculado
a Universidade Potiguar. Os resultados preliminares mostram-se satisfatório,
confirmando as influências dos fatores sociais na saúde e a importância da
formação cidadão no tratamento das questões relacionadas à saúde, fazendose, então, necessária uma maior discussão sobre o tema em evidência.
22. MULHER E SAÚDE: UMA QUESTÃO DE DIGNIDADE
Giordana de Oliveira Alves
[email protected]
Depto. de Serviço Social
A relação mulher e saúde é um dos temas alvo de estudos nas diversas
especialidades, e em todas, temos que levar em consideração o aspecto social.
Por tal motivo, a presente pesquisa visa uma análise inicial sobre mortalidade
materna no mundo, no Brasil e no Rio Grande do Norte, enfocando as causas
principais que são falta de assistência com boa qualidade, pré-natal mal-feito,
hipertensão, hemorragias, infecções; logo após trataremos um pouco da AIDS
no Brasil e no mundo, mostrando dados de uma realidade em que o número de
casos tem diminuído, mas não igualmente para homens e mulheres, já que o
meio de prevenção mais comum é a camisinha, e é um método que dá
privilégio aos parceiros do sexo masculino. E por fim o aborto inseguro, onde
no Caribe e América Latina associa-se 21% das mortes femininas à gravidez,
parto e pós-parto, conseqüência disto sendo o aborto realizado sob condições
sanitárias precárias, pois a legislação dos mesmos proíbe o aborto; No Brasil,
no ano de 2000, dados do SUS calculam que de 700 mil a 1,4 milhão de
abortos clandestinos ocorreram, sendo muitos destes espontâneos (não
provocados), Concluindo nesta análise que, o aumento decorre de problemas
sociais como a pobreza, desigualdade, exclusão, gravidez indesejada, práticas
sexuais inseguras, etc. No Rio Grande do Norte, um dos quatro Estados do
Nordeste que tem hospitais que realizam aborto legal em vítimas de violência
sexual, em 1998, 6,3% das mortes maternas foram por causa do aborto, e em
2000, houveram 3.136 internações com este diagnóstico.
23. A LOUCURA: DOS ALIENADOS AO HOSPITAL JOÃO
MACHADO
Josivan Silveira de Oliveira
Francisco Miranda de Franca Jr
e-mail: [email protected]
O processo de loucura institucionalizada como objeto de pesquisa está muito
em volga para os trabalhos acadêmicos, principalmente aqueles ligados à área
das ciências da saúde; como psiquiatria e psicologia. O estudo proposto
apresenta-se em um levantamento e catalogação de um dos fundos do arquivo
do Hospital Estadual João Machado. Com uma grande relevância para o
campo do conhecimento amplo e disponível a estudos psicológicos,
psiquiátricos e históricos e sociais futuros. Neste trabalho tentamos fazer o
auxílio a estudos a partir da investigação dos prontuários médicos utilizados em
instituição direcionada ao ramo da psiquiatria, onde se encontram informações
de ordem pessoal, os diagnósticos com seus referentes CIDS e os seus
processos de tratamento utilizados em pacientes internados nas devidas
instituições.
GT-03: FORMAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA
Coordenador:
Marcos Falchero Falleiros (Departamento de Letras)
E-mail: [email protected]
Base de Pesquisa Formação da Literatura Brasileira
Departamento de Letras
Local: Auditório da BCZM
Estudos da literatura brasileira com o objetivo de valorizar a leitura historicizada
do elemento estético e suas relações entre forma literária e processo social,
dentro da lição que nos dá a obra fundadora de Antonio Candido, Formação da
Literatura Brasileira, e as conseqüências teóricas desenvolvidas por autores
como Roberto Schwarz. Tal enfoque atinge manifestações significativas da
literatura brasileira e os mais variados desdobramentos de suas relações com
outras literaturas, no memorialismo, no regionalismo e nas configurações
próprias ao contexto das migrações de sentido e influências.
Primeiro dia
01: VIVÊNCIA HISTÓRICA E MEMÓRIA POÉTICA
Antônio Fernandes de Medeiros Júnior - UFRN
A moderna literatura brasileira do século XX produziu vasto material que
privilegia o registro da memória poética por meio de versos lapidares que
ecoam e são facilmente reconhecidos: de Manuel Bandeira (“A vida inteira que
poderia ter sido mas não foi”) a Carlos Drummond de Andrade (“Itabira é
apenas um retrato na parede. / Mas como dói”); de Mário Quintana (“A saudade
é o que faz as coisas pararem / no Tempo”) a Dante Milano (“A poesia me leva
a perdidos caminhos / De onde volto mais só, mais desesperançado”) todos
eles, uns mais outros menos, para continuarem a escrever pagaram seu
quinhão ao enlevo e à vertente lírica, através de versos impregnados de
saudade e da lembrança melancólica da infância. Em relação ao tópico, a
poesia de cunho rememorativo de José Paulo Paes constitui caso à parte.
Nela, o leitor pode divisar a dicção de um eu-lírico que exala o sabor acre
resultante da sua vivência histórica e o espírito pensante que, fincado no chão
do tempo presente, repele o direito a expressar-se por meio do enlevo e da
ordem sentimental; por isso, não reclama da matéria vivenciada nem aguarda
recompensa do devir. A vitalidade desse eu-lírico decorre dos seus
compromissos para com as coisas da materialidade, da concretude histórica e
da sobriedade de caráter; assim, figura no mundo pedestre – sem esperança
nem medo – empenhado em transfigurar a sua compreensão do aqui e agora e
do fato vivido em linguagem de cunho poético, expressando-a sem afetação e
de maneira concisa. Comentar acerca da natureza lírico-epigramática da
poesia de José Paulo Paes é o objetivo dessa comunicação.
02: GREGÓRIO BEZERRA – O VELHO REVOLUCIONÁRIO
Afonso Henrique Fávero –UFRN
O pernambucano Gregório Bezerra publicou duas obras autobiográficas em
1979. A pesquisa procura examiná-las tanto em seu caráter intrínseco como
nas relações que venham a apresentar dentro da nossa literatura de memórias.
Gregório Bezerra narra sua trajetória desde o nascimento num sítio de Panelas
de Miranda, pequeno município de Pernambuco, até chegar a sua condição de
exilado político em Moscou, com a idade de 78 anos. Suas memórias
constituem um forte testemunho de vida, marcado pelo desejo de retratar o
percurso que se inicia numa situação de miséria quase absoluta. Sobre o ano
em que nasceu, 1900, diz: “Foi um ano seco, de muita fome e muita sede, que
matou o nosso reduzido rebanho de carneiros e cabras”. Estamos, na verdade,
diante de um narrador que na infância conheceu de perto as imensas
dificuldades da existência num meio natural e socialmente inóspito; e que
pautou sua atitude de adulto na busca da superação do convívio humano
injusto.
03: “PUPILAS DO SOL DA SECA”: A IMAGEM DO
“FLAGELADO” NA LITERATURA NORTISTA
André Gustavo Barbosa da Paz Mendes - História - UFRN
O presente trabalho tem por objetivo analisar a construção discursiva do
homem e da mulher do norte a partir da literatura regionalista, entre 1876 e
1938. Para tanto, foram utilizadas obras específicas desse período que tratam
do tema do regionalismo e, consequentemente, do que mais marca essas
obras: a seca. Contudo, o presente trabalho é parte de um estudo em
andamento e se restringe a duas obras específicas: O Cabeleira, do cearense
Franklim Távora e O Sertanejo, do cearense José de Alencar. Esse estudo se
justifica na medida em que a obra literária é importante para o historiador pela
sua capacidade de construção e representação dos eventos, ou seja, dos
acontecimentos e seus detalhes. Em relação às obras mencionadas acima,
isso é bastante nítido, pois fazem parte de uma tendência literária que
procurava descrever com realismo os aspectos naturais, sociais e até
psicológicos dos habitantes da então região Norte. Além disso, essa literatura
regionalista se configura como fonte importante desse estudo por ter sido
capaz de produzir um discurso sobre o homem e a mulher do Norte e difundi-lo
– devido ser naquele período um dos principais meios de comunicação, assim
como os jornais – por toda a região Norte e Sul do Brasil. Segundo Sandra
Jatahy Pesavento a literatura é um texto e remete-nos a noção de que todo
texto é uma construção historicizada e que se expressa por um conjunto de
signos que comportam significados e coerências dentro do universo mental de
uma época. Assim, propomos perceber as regularidades discursivas dessas
obras literárias que construíram os enunciados da formação discursiva da
imagem do “flagelado”.
04: A EXPRESSÃO DO SOFRIMENTO – NO SERTÃO DE JOÃO
CABRAL DE MELO NETO
Carlos André Pinheiro- Letras - UFCG
Grande parte da obra de João Cabral de Melo Neto está intimamente ligada
aos temas do nordeste brasileiro, lugar onde nasceu e viveu por alguns anos –
daí porque se encontra com certa facilidade uma série de textos que aborda a
temática da seca, da fome, da morte, da aspereza e da falta de recursos
financeiros que caracteriza boa parte dessa região. O poeta recupera algumas
experiências sofridas de seu povo e constrói um acervo de imagens árduas,
que confere expressividade ao poema e parece traduzir o sofrimento no
instante em que a dor se mostra mais aguda. O objetivo deste trabalho,
portanto, é exatamente estudar o processo de composição dessas imagens,
sempre atentando para a idéia de sofrimento que está ligada ao nordestino.
Para tanto, leremos os poemas “O luto no sertão”, “Cemitério pernambucano
(Nossa Senhora da Luz)” e “O sertanejo falando”, procurando também deixar
bem evidente a relação do homem com a sua terra.
05: REIFICAÇÃO E VIOLÊNCIA EM “MORTE DO LEITEIRO”
Caroline Mabel M. S. Martins
Virgínia de S Falcão - Bolsistas PET-Letras - UFCG
Em meio a um cenário de guerra e desolação, Drummond publica, em 1945, A
Rosa do Povo, ponto alto da poesia moderna de participação social (ACHCAR,
1993). Dentre os 55 poemas encontrados no livro, selecionamos “Morte do
Leiteiro”, pela sua maneira particular de revelar “o desconcerto do mundo”,
através da narração de um “fato cotidiano (a entrega diária do leite) suspenso
por uma ação violenta (assassinato de um inocente)” (TITO, 2002). Nosso
objetivo é, portanto, enfocando os temas da reificação humana e da violência,
verificar como o poeta está atento às formas de desumanização do mundo
moderno e suas conseqüências. Para tanto, procederemos a uma análise
interpretativa do poema, com base nos pressupostos teóricos de Candido
(2002), que propõe uma interligação entre texto e processo social, em que o
social deixa de ser elemento externo, e passa a ser essencial na constituição
da obra, tornando-se interno. A perspectiva analítica adotada favorece uma
leitura “historicizada” deste importante poema de Carlos Drummond de
Andrade.
06: O LUGAR DA UTOPIA NOS CONTOS ROSIANOS
Cássia de Fátima Matos dos Santos
Letras – Campus de Açu - UERN
O lugar de Guimarães Rosa no processo de formação da literatura brasileira já
é evidente e não nos cabe nenhum esforço nesse sentido. O nosso objetivo é,
somente, discutir o fio condutor de alguns de seus contos, demonstrando, com
isso, o caminho trilhado pelo autor para constituir sua obra e revelar o seu
projeto literário e, junto a isso, a sua visão de nação. No olhar ficcional de Rosa
é possível perceber o que ele recorta como imagens de um Brasil rural e
peculiar. Linguagem e temas se imbricam numa metonímia que resulta em uma
leitura livre de impregnações ideológicas, mas partidária de uma busca de
entendimento do lugar pátrio. Na busca desse entendimento, há um lugar
utópico que se mostra recorrente nos textos observados. Nesse sentido, o
regionalismo pode ser evocado como um componente integrante da visão de
país do autor. É, todavia, no dizer de Antonio Candido, um super regionalismo,
já que teríamos ultrapassado a idéia de país novo (românticos) e também de
país subdesenvolvido (modernistas). É, portanto, um outro momento do
processo de formação de nossa literatura. É, possivelmente, um salto evolutivo
e que supera os caminhos postos até então. Entretanto, personagens, lugares
e linguagens, sertões enfim, estão postos nos textos como resistência (daí a
idéia de utopia), levando-nos a questionar o que pretendeu o autor dos gerais
ao optar por caminhos tão permeados de aspectos interioranos do país, para
compor seu projeto literário.
07: RIOBALDO E SEUS TRÊS TIPOS DE AMOR
Claudinale Martins Pinto
Bolsista Letras - UFRN
A obra de Guimarães Rosa Grande Sertão:Veredas vai relatar a vida de
Riobaldo, fazendeiro do estado de Minas Gerais, que contará sobre sua vida de
jagunço a um ouvinte não identificado.Dentre suas várias histórias narradas,
podemos observar a forte presença do “amor”.Segundo o estudioso Benedito
Nunes em seu texto teórico O amor na obra de Guimarães Rosa, Riobaldo
conhece três espécies de amor,cada um em uma esfera diferente.São três
amores, três paixões qualitativamente diversas por três mulheres que irão
mexer com um certo ponto do seu pensamento.Esse tema perpassa todo o
enredo na obra de Guimarães Rosa,e esse sentimento assume uma posição
muito privilegiada no texto, pois vai se entrelaçar com o problema da existência
do Demônio e da Natureza do Mal. Portanto, com base no texto teórico de
Benedito Nunes correlacionado com a própria obra Grande Sertão: Veredas,
este trabalho pretende mostrar as diversas espécies de amor (em seu estado
humano ou divino) vividas por Riobaldo.
08: REGISTROS LITERÁRIOS DA PROSA NO RIO GRANDE DO
NORTE NA DÉCADA DE 30
Daíse Fernandes Dantas - Letras - UFRN
Durante as primeiras décadas do século XX, aconteceram processos no Rio
Grande do Norte, determinados por conjunturas em que a tradição e a
realidade urbana em processo de modernização interferiram no movimento de
renovação literária e cultural. Este fenômeno está relacionado à introdução do
modernismo no estado. Ao final da década de 1920, foram produzidos
inúmeros textos modernistas, criando-se uma expectativa de continuidade para
as décadas posteriores e abrindo a possibilidade de inserção dessa produção
poética local no sistema literário nacional. Neste sentido o objetivo deste
trabalho é divulgar a leitura de um levantamento de dados e observações feitas
sobre registros literários da prosa no Rio Grande do Norte durante a década
de1930. Foram coletados textos do jornal natalense A República, datados dos
anos de 1931, 1933, 1934 e1935. Feito o estudo dos textos, verificaram-se
alguns temas recorrentes como: Modernismo, Vanguardas européias,
regionalismo, folclore, música e filosofia.
09: PALMYRA WANDERLEY: PERFIL FEMININO DOS ANOS 20
Daniella Lago Alves Batista de Oliveira -Letras - UFRN
Este trabalho pretende apresentar uma discussão sobre a perspectiva de
escritoras potiguares que publicaram no espaço de jornais (especificamente, A
República e O Feitiço) no início do século XX . Entre as escritoras da época, o
destaque apresentado nesta pesquisa é para a escritora Palmyra Wanderley, a
qual exerceu com brilhantismo sua função de jornalista, levantou questões
relativas à emancipação feminina, sendo pioneira com esse questionamento.
Palmyra Wanderley serviu à causa da mulher através do jornal, que, por sua
vez, serviu-lhe como veículo do ideário moderno, como um novo espaço para a
expressão feminina quanto à vida social, com o objetivo de mudar o modo de
pensar, propagando novas idéias. Incluía, entre os principais temas: o amor, o
casamento, o reconhecimento do papel da mulher no seio familiar e a
educação feminina. Essas temáticas aparecem sob uma forma de expressão
moderna, combinando-se com a presença do movimento modernista no Rio
Grande do Norte.
10: LITERATURA BRASILEIRA: UMA ILHA DE PALAVRAS
CERCADA DE LABIRINTOS
Elaynne Camilla Alves Costa
Maria de Fatima de Araújo
Letras - UFRN
Compreender a literatura é praticar teoria dialógica, como a proposta por
Bakhtin, cujo entendimento advém da interação social, da interlocução entre
leitores, ou seja, é com as palavras e idéias dos outros em diálogo com as
nossas que o conhecimento é tecido. Assim, o leitor "literário" é aquele para
quem o texto escrito pulsa como um horizonte infinito de possibilidades
imaginativas, ricas e poéticas. A formação da literatura brasileira deu-se
através da ponte entre a colonização portuguesa e a busca de identidade
cultural; o conhecimento e a apreensão da cultura estrangeira: constante
movimento de auto-descoberta, auto-reconhecimento e construção das raízes
nacionais. As tendências, os estilos ou manifestações artísticas se diversificam
assim como os modos de vida na sociedade, os sistemas econômicos, políticos
e ideológicos. Olhando mais profundamente, observamos que esses não só
nos caracterizam como seres históricos, mas, como seres humanos: espírito
clássico e espírito medieval; razão e emoção; vontade urgente de crescer e
medo do novo; individualidade e coletividade etc. O homem e o mundo em sua
relação dialética, nos faz lembrar que as raízes nas quais falamos são mais
antigas do que parecem: os deuses Apolo e Dionísio, um representando a luz
solar, a racionalidade humana, e o outro a necessidade de embriaguez, de
irracionalidade - ambos pertencentes à mitologia clássica - já anunciavam esse
velho dilema de que a arte expressa , não apenas as nossas dualidades,
nossas contradições, mas, na medida em que tendemos a fundi-los, de fazer
com que se interpenetrem em um mesmo texto, a nossa eterna sede de
completude. Em suma, a literatura brasileira é um retrato da cultura, dos
costumes, de uma civilização de múltiplas faces, realidades e cores, portanto,
não devemos estudá-la de forma linear, mas, compreendendo a multiplicidade
de suas manifestações.
11: A HISTÓRIA NA LITERATURA: A REVOLTA DA VACINA E O
ALIENISTA
Inês Florence
Mestranda - PPgEL - UFRN
Entre 1881 e 1882, Machado de Assis publica O Alienista. Em 1904, ocorre a
revolta da vacina, movimento popular ocorrido no Rio de Janeiro, em reação ao
plano de saneamento da cidade, do então diretor-geral da Saúde Pública,
Osvaldo Cruz, em que uma das metas era tornar obrigatória a vacina contra a
varíola. O objetivo do trabalho é comparar os dois episódios - a revolta da
vacina e a revolta dos Canjicas (manifestação fictícia ocorrida no conto
machadiano). Ambas as revoltas possuem a participação popular, bem como
são reação ao discurso e atitudes cientificistas e à invasão da vida privada, o
que será discutido no trabalho.
12: O ITINERÁRIO EXISTENCIALISTA DE G.H.
Joanna Angélica Borges da Silva
Mestranda - PPgEL -Letras - UFRN
Através da tensão conflitiva, Clarice Lispector consegue estabelecer
uma correlação entre estranheza e o olhar perceptivo, que qualificam alguns de
seus personagens, no momento que questionam a respeito da sua própria
existência. Questões filosóficas profundas, como a verdade e a condição
humana, estão colocadas no romance A paixão segundo G.H.. Uma reflexão
que é despertada a partir de um fato aparentemente banal, e jorra como
produto incontrolável de um fluxo de consciência. A tomada de consciência
pela personagem G.H., obedece muitas vezes a um ritual reflexivo, tortuoso e,
até mesmo, doloroso. G.H. busca, em si mesma, pela introspecção radical, sua
identidade e as razões de viver, sentir e amar. Sendo assim, podemos
aproximar a obra de Clarice da corrente filosófica existencialista, especialmente
do existencialismo literário-filosófico de Jean Paul Sartre, pois no romance de
Clarice Lispector, destaca-se a introspecção, que ao pé da letra, quer dizer
visão para dentro, e é mais ou menos isso que vamos observamos em G.H., a
autora parte da vida interior de sua personagem, e se preocupa em mostrar o
mecanismo psicológico dos atos, que é a própria razão metafísica do seu estar
no mundo. A teoria sartreana do ser-para-si conduz a uma teoria da liberdade.
O ser-para-si define-se como ação e a primeira condição da ação é a liberdade.
O que está na base da existência humana é a livre escolha que cada homem
faz de si mesmo e de sua maneira de ser. O em-si, sendo simplesmente aquilo
que é, não podendo ser livre. A liberdade provém do nada que obriga o homem
a fazer-se, em lugar de apenas ser. Portanto, esse trabalho pretende traçar um
paralelo entre a teoria sartreana e a reflexão existencial da personagem G.H.
13: O NARRADOR EM DÃO-LALALÃO (O DEVENTE)
Joel Maurício Fialho
Mestrando - Letras - PPgEL - UFRN
Noites do sertão, de Guimarães Rosa, leva-nos ao contato com a profundidade
do psicológico e nos faz penetrar na essência do pensamento humano através
da saga, da vida, dos amores dos seus personagens. A primeira novela, da
obra Dão Lalalão (O devente), revela a genialidade do seu criador que, fazendo
o uso de técnicas que privilegiam o fluxo de consciência do personagem
principal (Soropita), percorre com ele o que cronologicamente sucede em, mais
ou menos, um dia (24h). Esse tempo físico, porém, é extrapolado por uma
narrativa que não obedece a uma construção presa à lógica. O que, na
verdade, o narrador acompanha são os pensamentos dessa personagem que,
ao gosto de suas oscilações naturais, divagam sem tempo nem espaço
definidos, como comumente se dá com nossos processos reflexivos. Percebese na narrativa que o autor (narrador) faz a captação de um momento em que
um conjunto de conflitos se instalam na mente da personagem principal e
caminham para o seu clímax e desfecho. A causa profunda desses impasses
liga-se à necessidade que Soropita sentia, tanto de esconder-se de seu
passado, como de não querer que se revelasse no Ão a vida que anteriormente
tivera a sua esposa. Como último recurso, esse anti-herói transforma-se em
herói, fazendo vir à tona o seu ser do passado (O homem de armas), preferindo
expor a sua anterior condição, a deixar que se maculasse a beleza da imagem
de mulher que a todo o tempo se revela em Doralda.
14: O RACIALISMO ROMÂNTICO EM O TRONCO DO IPÊ: A
FRAGILIZAÇÃO DO FORTE
Joyce Kelly Barros da Silva
Bolsista PET-Letras - UFCG
O racionalismo romântico configurou-se no século XIX como uma visão
paternalista e aparentemente humanitária do homem negro, adotada pela
camada burguesa, intelectual e “científica” da época, que buscou através dessa
ideologia justificar a presença da instituição servil no Brasil escravocrata.
Nesse sentido, o escravo foi visto e tratado como um ser incapacitado de
manter-se livre na sociedade, já que se afirmou por meio das teorias vigentes
que o negro era um ente extremamente dócil, humilde, infantil, impossibilitado
de conviver entre os malvados homens brancos. Esta concepção perpassa
também parte da literatura desse momento histórico, mais precisamente no
Romantismo, no qual a idealização, como caractere forte, contribuiu para a
omissão de relações conflituosas entre escravos e senhores, criando uma
noção de servilismo voluntário por parte do escravo negro. O objetivo do nosso
trabalho é observar como esta visão de mundo apresenta-se no romance O
tronco do Ipê, do escritor José Martiniano de Alencar. Nosso estudo tem
caráter analítico e o auxílio das leituras de BOSI (1974); CANDIDO (1985;
2000); GOMES (1988); GUIMARÃES (2001). Além disso, buscamos traçar
paralelos com outras obras desse e de outros escritores do estilo literário
romântico, nas quais vemos matizes desse perfil ideológico.
Segundo dia
15: A PERSONAGEM FEMININA E A FORMAÇÃO DO
ROMANCE BRASILEIRO
Maria Edileuza da Costa
CAMEAM - NELLP- UERN
O trajeto da narrativa e a criação da personagem feminina na literatura
brasileira foram delineados, definidos e construídos ao longo da história. Até o
Romantismo, os textos literários apresentavam-se majoritariamente em poesia;
o triunfo do romance se amparou na estratificação simples de grupos familiais,
na atenção ao meio e no espaço geográfico e social, onde a narrativa se
desenvolve e floresce. A primeira narrativa brasileira, que ficou conhecida pelo
público, tem como personagem feminina Carolina (A moreninha), dá origem ao
mito sentimental; logo depois, a imaginação do escritor brasileiro vai se
espraiando na busca de narrativas que representassem o tempo, o espaço e a
personagem feminina perfeita. Quanto ao desenvolvimento da personagem
feminina na literatura brasileira, não podemos estudá-la sem antes nos ater a
outras personagens que nasceram antes e cresceram na História e na
Literatura. O princípio de que o texto literário se insere num espaço intertextual,
e dele deflui, leva-nos a relatar fatos sobre: Lilith, Eva, Maria, Dalila, Helena,
Penélope, pois essas personagens fizeram parte de um universo feminino.
16: GREGÓRIO BEZERRA - O VELHO REVOLUCIONÁRIO
Maria de Fátima Dantas de Souza
Bolsista - Letras - UFRN
Gregório Bezerra foi um comunista que lutou com garra e sem medo pelos
seus objetivos e pelo seu povo. Foi líder camponês, deputado federal e inimigo
do latifúndio. Gregório foi fiel aos seus ideais até os últimos dias de sua vida.
Foi devido a seu interesse e participação nas lutas pelos direitos iguais que
Gregório, ao 17 anos de idade, foi encarcerado pela primeira vez. Em 78 anos
de vida, foi por várias vezes preso, sofreu muitas torturas e injustiças. São
esses momentos cruéis de Gregório que serão expostos neste trabalho.
17: A ESTÉTICA DA REMEMORAÇÃO EM JORGE ANDRADE
Maria Tânia Florentino de Sena
Este trabalho pretende mostrar a interligação que existe entre o primeiro e o
segundo planos da peça teatral A moratória de autoria de Jorge Andrade. O
dramaturgo tece um fio de seda para unir passado (segundo plano) e presente
(primeiro plano) de uma família, distanciados pelo tempo (três anos) e pelo
espaço (fazenda x cidade). Esta ligação é realizada pela reminiscência, pela
intercalação de diálogos ou pela disposição espacial das personagens. A
elucidação ou evocação que as falas de um plano estabelece com a do outro,
solda e modela o texto implicando numa auto-afirmação da peça; ela mesma
se escreve e interpreta por meio dessa simbiose entre os dois palcos.
18: ANÁLISE DA PRODUÇÃO POÉTICA DE 30 NO RIO GRANDE
DO NORTE
Maria Aparecida de Almeida Rego
Letras - UFRN
A proposta deste trabalho é apresentar um levantamento de dados sobre
registros poéticos nos jornais A República e Feitiço nos arquivos do Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte referentes à década de 30. Por
meio da análise do material coletado, verifica-se a produção poética nos anos
em estudo. Observa-se a presença marcante de alguns poetas como
produtores literários na década de 30, bem como a presença de alguns temas
recorrentes (natureza sertaneja, acontecimentos do cotidiano, religiosidade,
dentre outros), além da diversidade estrutural na publicação de poesia.
Pretende-se discutir elementos característicos do movimento literário e cultural
do Rio Grande do Norte, da década de 30, incorporando-os ao movimento
literário e à produção nacional, relacionado com essa discussão o método de
pesquisa histórica.
19: MEMÓRIAS DE INFÂNCIA
Marcel Lúcio M. Ribeiro
Mestrando- Letras - UFRN
Jasseana A. de Souza
UnP
No ano de 1938, Graciliano Ramos foi um dos jurados do Concurso de Contos
Humberto de Campos, promovido pela Livraria José Olympio. Coube ao
escritor de Vidas secas decidir qual autor receberia o prêmio, pois os demais
avaliadores estavam em dúvida entre Maria Perigosa, do pernambucano Luís
Jardim (1901-1987), e um livro denominado Contos assinado pelo pseudônimo
Viator, que mais tarde soube-se tratar do escritor mineiro Guimarães Rosa.
Graciliano Ramos optou por votar em Maria Perigosa e fez com que Luís
Jardim recebesse o primeiro lugar do concurso. No entanto, no cenário literário
atual, os escritos de Jardim estão relegados ao segundo plano, enquanto que a
obra de Guimarães Rosa é alçada ao posto de uma das mais importantes da
literatura brasileira e até da universal. A estudiosa Sônia Maria van Dijck Lima
afirma que essa mudança de perspectiva ocorreu, dentre outros motivos, por
causa da saudação da crítica literária ao livro Sagarana, de Guimarães Rosa
em 1946. Segundo Sônia, a crítica, ao elogiar Sagarana (que era o livro Contos
reformulado), repreendia o livro de Jardim, que foi publicado em 1939, por
causa do resultado do concurso de 1938. Assim, Rosa ganhou espaço e
contribuiu para o eclipse da carreira literária de Jardim. Porém, lendo-se Maria
Perigosa, constatou-se que os contos de Jardim possuem qualidade literária e
podem haver influenciado a autobiografia Infância, de Graciliano Ramos,
porque esta obra, publicada em 1945, traz muitas semelhanças com o livro de
Luís Jardim, como o memorialismo, o narrador adulto que, ao relembrar sua
infância, assume na narrativa um ponto de vista de criança e a descrição de
paisagens do Nordeste. Portanto, este trabalho pretende reavaliar um autor de
qualidade que está fora do cânone literário brasileiro e traçar um paralelo entre
as obras Maria Perigosa e Infância.
20: OS TÍTULOS DE OSWALD E O COLUNISMO SOCIAL
Marcos Falchero Falleiros - UFRN
Haroldo de Campos deixa de perceber a sutil perspicácia crítica de Mário de
Andrade quando considera equivocada sua percepção a respeito do “espírito
parnasiano” das tiradas conclusivas de Oswald de Andrade, que, assim,
manifestariam o uso do pior de todos os processos parnasianos: o verso de
ouro: “Pau-Brasil está cheio de poemas escritos unicamente por causa do
verso de oiro, que no caso, em vez de ser lindo à parnasiana, é cômico, é
ridículo etc `a Osvaldo”. Parece, entretanto, que as tiradas de Oswald de
Andrade se confirmam nesse diagnóstico se as considerarmos transferidas da
finalização para os títulos de seus poemas o que sugere uma análise a
respeito de sua estética modernista bem mais problemática e exigente de
minuciosas mediações, na medida em que nisso observamos que o processo é
imitado e muito bem assimilado pela linguagem do colunismo social posterior
que ainda vigora em nossos dias.
21: UMA PAUSA … OUTRA VIDA … UMA PAUSA…
Maria da Conceição Oliveira Guimarães
Doutoranda - PPgEL - UFRN
O conto “Pausa” de Moacyr Scliar oferece uma leitura vincada na ação de um
anti-herói que José Paulo Paes analisa sob a categoria do pobre diabo. O
pobre diabo, explica Paes, é um personagem patético pequeno-burguês quase
sempre alistado nas hostes do funcionalismo público mais mal pago, vive à
beira do naufrágio econômico que ameaça atirá-lo a todo instante à porta da
fábrica ou ao desamparo da sarjeta, onde terá de abandonar os restos de seu
orgulho de classe. No conto de Scliar, Samuel é um personagem de vida baça
e incolor. Na tentativa de transformar seu pequeno mundo insignificante e
repetitivo, constrói uma vida à parte. Para isto, reproduz um mundo tão
medíocre e desprezível quanto àquele que ele se nega a viver. Instala uma
rotina dominical, realizada com exatidão. Levanta-se cedo, faz a barba, prepara
os sanduíches enquanto a mulher, que ignora o seu destino, coça a axila
esquerda. Despede-se dela dizendo que volta à noite. Dirige-se a um hotel
miserável, acorda o gerente que lhe entrega a chave do mesmo quarto de
todos os domingos. Fecha as cortinas esfarrapadas, dá corda ao despertador
de viagem, afrouxa a roupa, come vorazmente os sanduíches e dorme. Acorda
sobressaltado às sete horas depois de um sonho sem relação aparente com
sua vida. Lava-se na bacia, veste-se rapidamente e sai. Despede-se do
porteiro que o saúda com “Até domingo que vem seu Izidoro.” Depois, segue,
para casa. Não são claras as atitudes de Samuel como também não é claro o
seu estar no mundo. Nada se sabe de sua vida, de seus projetos e o que o
angustia. Percebe-se apenas que é um pobre diabo que luta para sufocar a
somatória das insignificâncias de sua existência real.
22: XEXÉU: UM POETA POPULAR DIALOGANDO COM A VOZ
ROMÂNTICA
M. Alda M. da Costa -UnP
M. Virgínia Xavier
Aluna especial -PPgEL- Letras UFRN
Trataremos de mostrar neste trabalho a relação da composição poética de
Xexéu (João Gomes Sobrinho), com o a composição poética românica. A
escrita de Xexéu dialoga com a voz romântica, porém numa perspectiva de
“ressonância de voz”, pelo fato do tempo da escrita ser outro e não o
romântico. Xexéu leu livros de escritores da literatura brasileira, principalmente
do romantismo, tais como: Castro Alves e Casimiro de Abreu. A poesia de
Xexéu enquadra-se na visão de Mouralis, quando afirma que é uma literatura
colocada fora dos domínios literários e que, só com a sua presença,
constituem já uma ameaça para o equilíbrio do campo literário, (...) visto que
assim revelam tudo o que nele há de arbitrário. Levando em conta o caráter
arbitrário da literatura, revelado por Moularis, notamos que o romantismo
estrutura-se de forma despótica, pois os escritores dessa geração buscaram
refúgio no passado para suas construções. Bosi mostra que com os românticos
há uma retomada das “formas medievais”, talvez por terem se desenvolvido em
oposição ao intelectualismo e a tradição racionalista e neoclássica do século
XVIII, tenham escolhido o “subjetivismo” e o senso de mistério, além do culto a
natureza, sendo capazes de criarem mundos imaginários. Essas características
também estão presentes nos cordelistas. Para Antonio Candido (1975) os
românticos foram buscar nos países estranhos, nas regiões esquecidas e na
Idade Média pretexto para desferir o vôo da imaginação. Vemos que grandes
nomes da literatura erudita buscaram suas fontes no passado histórico e
lendário da Idade Média, assim também Xexéu buscou inspiração tanto no
romantismo como também na Idade Média.
23: GREGÓRIO DE MATOS GUERRA
Natalia de Lima Nobre
Letras - UFRN
Os escritos brasileiros do período colonial são considerados, por muitos críticos
e estudiosos literários, apenas como manifestações literárias. Classificando
como literatura a produção Árcade e Romântica, devido a sua consciência e
continuidade dum sistema literário organizado (ou em organização). Entretanto,
mesmo passando tanto tempo oculto a gerações imediatamente posteriores
Gregório de Matos Guerra pode, hoje, ser considerado o maior poeta do
período colonial e não menos literário que tantos outros que nossa
historiografia nos apresenta como clássicos. Gregório de Matos legou rica e
extensa produção literária, relevante não só pela documentação da sociedade
de seu tempo, mas também pelo teor artístico que alcançou. Sobretudo,
considerando-se as condições de produção: “num meio sem imprensa, sem
tradição, sem ambiente cultural – mas com censura rígida”. Deter-me-ei, na
tentativa de tecer modestamente uma leitura analítica e interpretativa, a um de
seus sonetos, uma sátira social. A qual, como bem diz Antonio Dimas,
esquadrinha “o lado escuso da colonização”.
Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar, mais increpa:
Quem dinheiro tiver pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa:
Mais isento se mostra o que mais chupa.
24: EM BUSCA DE UMA HISTÓRIA PARA O NE: VERDADE E
MITO EM ARIANO SUASSUNA
Paulo de Macedo Caldas Neto
Aluno especial – Mestrado-Letras- UFRN
A religiosidade está sempre presente na obra suassuniana, seja no Teatro, seja
no romance, ou até mesmo na poesia. O componente litúrgico vai funcionar
aqui na recriação dos fatos sociais, históricos, políticos e culturais de um
Sertão de muitas lutas, ainda desconhecidas. A oposição entre Tempo Sagrado
e Profano ajuda a compor um Tempo Mítico, caracterizado pelo ilusionismo das
festas populares. É retomando certos acontecimentos da cultura nordestina
que Ariano os transfigura de maneira a provar a existência do belo artístico,
tanto na tragédia do povo como no seu lado cômico de viver.
25: A ESCRITURA ORALIZADA NA OBRA ROSIANA
Roberta Duarte de Araújo
Mestranda - PPgEL - UFRN
Na obra de Guimarães Rosa percebemos a construção de uma nova
linguagem, em que a língua portuguesa surge recriada através da associação
de uma linguagem culta ao falar sertanejo, reformulada através da imaginação,
apresentando inúmeras significações, não só no campo semântico, como
também no plano sonoro, através da representação de recursos poéticos que
irão ocasionar a fluidez poética da narrativa. Faz-se necessário, portanto, um
diálogo com a produção rosiana visando ressaltar imagens que se aproximam
e se contrapõem, ancorando-se nos conceitos existentes na Crítica Literária e
na Semiótica, procurando identificar, através do processo de escrita rosiana, as
marcas da literatura oral, enquanto representações da tradição da cultura
popular, propondo o estabelecimento de limites, ou mesmo, de continuidade
entre a tradição cultural oral e escrita.
26: INTERTEXTUALIDADE EM GRACILIANO RAMOS:
ALEXANDRE E OUTROS HERÓIS
Wagner da Matta Pereira
Aluno especial – Mestrado - Letras - UFRN
O objeto de pesquisa deste trabalho privilegiará o livro Alexandre e outros
heróis de Graciliano Ramos, tendo como foco as quatorze histórias narradas
por Alexandre, personagem central. Todas as histórias possuem temáticas
originais e são, aparentemente, independentes entre si. A proposta é fazer uma
leitura psicanalítica e biográfica dos textos narrativos, recorrendo a outras
publicações do autor. Contudo, não há qualquer pretensão de resumir a obra
às teorias interpretativas supra citadas. Em Alexandre e outros heróis, o leitor
encontra um Graciliano mais leve e brincalhão, mas sem perder o traço crítico,
irônico e pessimista. A obra, embora pouco visitada pela crítica, não deixa de
ter seu valor dentre os grandes trabalhos de Graciliano Ramos.
27: UM BAILE DE MÁSCARAS: MACHADO DE ASSIS EM “PAI
CONTRA MÃE”
Willams Carlos Oliveira Cabral
Letras - UFCG
Profundas e inquietantes são as implicações veiculadas por Machado de Assis
em sua prosa. Porém, para além do escritor consagrado pelos leitores em geral
e pela crítica especializada, um outro Machado nos chama a atenção em sua
contística. Em que medida podemos enxergar na obra do bruxo do Cosme
Velho, mais especificamente no conto por nós contemplado, as reflexões de
um escritor que, ao contrário das críticas feitas em sua contemporaneidade,
demonstrou uma visão singular e desveladora dos mecanismos internos da
sociedade de sua época? Tomando como princípio a abordagem do realismo
machadiano, nos propomos então a tecer uma leitura de cunho histórico-social
do conto “Pai contra mãe”, ancorados nas reflexões de críticos de renome da
nossa literatura, como Antonio Candido, Roberto Schwarz, Alfredo Bosi e
outros. Assim, pretendemos abordar alguns aspectos da obra deste que, como
nenhum outro, soube desvelar os sentidos subliminares e as máscaras de uma
sociedade regida pela ótica do interesse e da impostura e que avidamente
buscava as práticas sociais e uma retórica como forma de legitimação para
suas condutas particulares.
28: OS BRUTOS: MEMÓRIA E IDENTIDADE CULTURAL NA
PROSA DE UM ESCRITOR DE PROVÍNCIA
Vilma Nunes da Silva
Mestranda -PPgEL-UFRN
Estudar a obra de um minor-writer é um desafio para qualquer pesquisador:
estabelecer uma referência crítica, desmistificar os comentários elogiosos ou
agressivos, ou até reforçá-los, realizar o mapeamento do acervo, na verdade,
contribuir para a existência de uma fortuna crítica. O autor a que esse texto faz
alusão é um escritor norte-rio-grandense, nascido em Currais Novos. José
Bezerra Gomes (1911-1982) publicou o seu primeiro romance, Os Brutos
(1938), pela Editora Irmãos Pongetti, no Rio de Janeiro. O presente trabalho
promove uma leitura crítica deste romance, procurando situá-lo no contexto
histórico-literário em que foi escrito, destacando o projeto estético do autor de
acordo com as propostas literárias da época (romance de 30). Através da
análise de um dos elementos da narrativa (o narrador), pôde-se verificar a
presença de registros neo-realistas, as estratégias lingüísticas utilizadas na
composição da obra, a intrínseca relação entre autor-narrador/leitor-obra e a
evidência de aspectos biográficos e memorialísticos. A prosa bezerriana é
construída ao molde da narrativa de reminiscências. A história da nossa
literatura nos conta que a década de 30 foi marcada pela forte presença do
romance social. O grupo dos escritores nordestinos alimentou suas obras com
elementos caracterizadores de suas regiões, abraçando a causa da obra
engajada, do intelectual comprometido com o meio em que vive e com
disposição para lutar em prol de mudanças. José Bezerra Gomes filia-se a
essa tradição. Sua obra endossa um anel temático de articulação inter-regional
que não possui começo e fim em si própria. Seus temas variam em torno do
contraste entre a monocultura artesanal e a modernização dos processos
operatórios das culturas produzidas nos latifúndios nordestinos; campo versus
cidade; autoritarismo patriarcal; coronelismo e a decadência das oligarquias
rurais remanescentes etc.
GT-04: CULTURA E SOCIEDADE NA AMÉRICA PORTUGUESA
coordenadores:
Paulo César Possamai
E-mail: [email protected]
Departamento de História
Prof. Ms. Muirakitan Kennedy de Macedo
E-mail: [email protected]
Departamento de História CERES
Local: Consequinho
Este GT tem por objetivo apresentar as pesquisas sobre temáticas que
remetem ao período colonial brasileiro, como: sociedade, economia, cultura,
religiosidade, imaginário, representações, etc. Dele poderão participar
professores e alunos da graduação e da pós-graduação da UFRN e outras
universidades.
Primeiro dia
01: FREGUESIA DA GLORIOSA SENHORA SANTA ANA DO
SERIDÓ: A PRODU-ÇÃO DE UMA CARTOGRAFIA DA FÉ
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
[email protected]
Dr. Paulo César Possamai - Orientador
[email protected]
Programa de Pós-Graduação em História - CCHLA – UFRN
A Freguesia da Gloriosa Senhora Santa Ana do Seridó foi criada em 1748,
desvinculada da de Nossa Senhora do Bom Sucesso, do Piancó. A sua
instalação, na sede da Povoação do Caicó, representa um dos frutos do
movimento de expansão da fronteira pecuarística no sertão da Capitania do Rio
Grande, vez que corresponde à institucionalização de mais uma cartografia
para a região: a da fé. Interessa-nos, com este trabalho, indagar a respeito de
como se deu a produção do espaço dessa freguesia: qual a paisagem natural
que serviu de base para que a Igreja Católica pensasse e cartografasse os
seus limites e quais as implica-ções desse ato; qual a estrutura da freguesia e
sua relação com as manchas urbanas surgidas no sertão a partir do século
XVIII; quais os grupos sociais que conviviam no espaço apa-drinhado por
Santa Ana e quais as fontes coloniais que nos permitem conhecer o cotidiano e
as cifras populacionais da freguesia. A inspiração para que formulássemos
essas pergun-tas surgiu a partir da problemática levantada por Simon Schama
a respeito da intrínseca relação entre homem, natureza e cultura. Acreditamos
que a escolha da Povoação do Caicó para sediar a Freguesia de Santa Ana
tenha relações muito próximas não apenas com os grupos sociais que
conviviam desde o início do Setecentos nesse território, mas, também, com as
condições propiciadas (por vezes, hostis) pelo meio natural. Essa hipótese
poderá ser melhor verificada quando nos debruçarmos sobre as fontes que
elencamos, na tentativa de responder aos objetivos da pesquisa: livro de tombo
da freguesia; correspondência ofici-al das Capitanias de Pernambuco e anexas
e do Rio Grande; crônicas coloniais e narrativas orais colhidas no início do
século XX e publicadas pela historiografia regional.
02: OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA
Úrsula Andréa de Araújo Silva
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Atualmente ouvimos uma série de discussões acerca da Amazônia, inclusive
por to-do o potencial econômico e terapêutico que ela oferece. Contudo, nem
sempre a Amazônia foi vista assim. Durante o início do período colonial
brasileiro, ela teve um papel secundá-rio e figurou como uma prisão para
degredados do reino. Porém, com o passar do tempo, os missionários
começaram a ocupar as margens dos rios da região e promoveram o trabalho
religioso ali, o que possibilitava a penetração e a ocupação do sertão
amazônico. Mesmo assim as atenções do governo português continuavam
voltadas para as capitanias açucarei-ras. Somente com a intensificação desse
movimento – bandeiras – e com a conseqüente descoberta de potencialidades
econômicas é que a Amazônia torna-se preocupação política. Assim,
pretendemos buscar na bibliografia a emergência amazônica no cenário
colonial e a atuação dos religiosos conjuntamente com a dos colonos nesse
contexto.
03: “AS CERIMÔNIAS PÚBLICAS NAS IRMANDADES DE
HOMENS PARDOS NOS SÉCULOS XVII E XVIII”
Ivson Augusto Menezes de Souza Leão
Orientadora: Profª Drª Kalina Vanderlei Silva
Instituição: Universidade de Pernambuco
Grupo de estudos História Sócio-Cultural da América Latina
Surgido na Europa no século XVII, o Barroco transformou-se em uma estrutura
de pensa-mento que foi trazida para América portuguesa. Ao chegar na colônia
foi reinterpretado e adaptado às condições sócio-culturais a partir do contato
com os grupos sociais existentes, índios, africanos e reinóis. Utilizando-se
deste cenário colonial barroco dos séculos XVII e XVIII nas vilas açucareiras de
Pernambuco, observamos as cerimônias barrocas das irman-dades de homens
pardos, isto é, cortejos, procissões e festas como instrumento de resistên-cia,
distração, dominação e diversão. Para tal pesquisa utilizamos os
compromissos das irmandades leigas.
04: PRESENTE DE NEGRO: RELAÇÕES DE COMPADRIO
ENTRE NEGROS E BRANCOS NA CAPITANIA DO RIO GRANDE
DO NORTE.
Sebastião Genicarlos dos Santos.
Discente do curso de História
CERES/UFRN
E-mail: [email protected]
Não raramente encontramos na historiografia, alusões às relações de
compadrio entre es-cravos e senhores, onde o principal motivo para que
ocorresse esse tipo de relação era a intenção de adquirir pecúlio para a compra
da alforria dos escravos. Este é o ponto de vista pelo qual a família escrava
seria beneficiada, pois um de seus membros estaria sob a “pro-teção” de
alguém com grandes possibilidades de ajuda-lo a livrar-se da condição de
escra-vo. Mas, e o senhor o que ganharia com isto? Não é refutável a idéia de
que ao tornar-se padrinho de um escravo o senhor cumpriria o papel de um
benevolente religioso. Em con-trapartida receberia como PRESENTE DE UM
NEGRO, a responsabilidade de doar uma pequena parte dos seus bens a um
não parente, a fim de propiciar a compra de sua alforria. Neste sentido,
objetivamos estudar essas relações na região que compreende o atual Seridó
(Capitania do rio Grande) durante o século XVIII. Para tal usamos como base
de dados os inventários post mortens do fundo da comarca de Caicó/1º
Cartório Judiciário, hodierna-mente, sob a guarda do LABORDOC (Laboratório
de Documentação Histórica) UFRN. Estes documentos também subsidiam as
pesquisas da equipe que compõe o projeto “San-gue da Terra: história da
Família Seridoense Colonial”, coordenado pelo professor Mui-rakytan Kennedy
de Macedo. Realizamos ainda uso das leituras e inspirações historiográfi-cas
de Cristiany Rocha (2004), Mary Karash (2000) e Denise Monteiro (2002). O
diálogo com as fontes nos fez “saber” que no recorte espacial da pesquisa,
ocorria também este tipo de prática cultural, onde em dezessete inventários
pesquisados e palmilhados constatamos a incidência desse costume, em cinco
documentos. Isto evidencia o fato de que pelo menos neste aspecto a
escravidão tecida no Seridó não diferia da forma praticada em outras regi-ões
da América Portuguesa. Embora, esta apresentasse suas peculiaridades.
05: DOS MALES, O MAIOR: SAÚDE E DOENÇA NOS
ESCRAVOS DA CAPATANIA DO RIO GRANDE DO NORTE.
(SÉCULOXVIII).
Sebastião Genicarlos dos Santos.
E-Mail: [email protected]
Hugo Romero Cândido da Silva.
E-Mail: [email protected]
Semelhante ao que ocorreu nas demais regiões do semi-árido da América
portuguesa, a colonização sertaneja da capitania do Rio Grande realizou-se
sob a égide da pecuária, pois mesma não poderia dividir espaço com a
economia canavieira que ocupava terras próximas ao litoral, região propícia
para a esse produto central da exportação colonial. Deste modo povoaram-se
os sertões de fazendas de gado, sendo a mão de obra escrava um dos
sustentá-culos desta economia no espaço que viria a denominar-se Seridó.
Todavia, nesta região, a escravidão caracterizou-se por um pequeno número
de cativos em relação às regiões cana-vieiras, visto que o criatório poderia ser
executado por pouca quantidade de pessoas, Par-tindo desta perspectiva, esta
pesquisa objetivou uma melhor compreensão da escravidão seridoense,
através de estudos sobre a saúde e mazelas que afetavam os seus escravos.
A base de nossa pesquisa encontrou-se nos inventários post- mortens do fundo
da comarca de Caicó/ 1º cartório judiciário, que estão atualmente sob a guarda
do LABORDOC ( Labora-tório de Documentação Histórica) UFRN, e que
compõem a pauta de pesquisas do projeto “ Sangue da Terra: história da
Família Seridoense Colonial” coordenado pelo professor Mui-rakytan Kennedy
de Macedo. Analisamos dezessete inventários do século XVIII, que deli-nearam
um recorte de 37 anos (1737-1774). A análise deu-se através das leituras de
Mary C. Karasch (2000), Denise Matos Monteiro (2002) e Olavo de Medeiros
Filho (1983) e preenchimento de fichas de coleta. Nos documentos
pesquisados encontramos 52 escravos dos quais 11,53% apresentavam
alguma mazela, enquanto que 88,46% eram tidos como saudáveis, fator que
influencia no valor dos escravos. Percebemos que a sanidade da escra-varia
era motivo de preocupação dos proprietários sertanejos, pois a maioria não
apresenta-va deformidades físicas ou doenças, naqueles que sofriam algum
mal constatamos que a hérnia era o mais comum, junto as mutilações, ambas
provavelmente frutos do trabalho cotidiano, logo, o trabalho era um dos
maiores causadores das mazelas dos escravos.
06: O SERTÃO E O ABASTECIMENTO DE ALIMENTOS NAS
VILAS AÇUCAREI-RAS.
Alberon de Lemos Gomes (Orientador) – UPE - Universidade de
Pernambuco
Tiago Silva Medeiros (Proponente) - UPE – Universidade de
Pernambuco
Grupo de Estudos em História Sócio-Cultural da América Latina GEHSCAL
Propomos nesse trabalho uma contribuição à revisão não só da historiografia
econômica, como dos estudos da história colonial brasileira. Com esse intuito,
estudaremos o sertão e o abastecimento de alimentos nas vilas açucareiras do
Nordeste colonial entre 1654 e 1750 e assim, estudar o fluxo comercial entre o
sertão e as vilas açucareiras do nordeste colonial pela necessidade de
abastecimento alimentar do litoral especificando as analises do proces-so de
produção de alimentos, em especial farinha de mandioca, carnes verdes e
secas, no Sertão Nordestino. Visamos aqui avaliar documentos oficias
burocráticos, para melhor visualizar os aspectos sócio-políticos desse comércio
e, assim, reconstituir o processo de abastecimentos na economia interna do
nordeste brasileiro e averiguar o impacto desse comércio na economia interna
do Nordeste colonial.
07: A RELIGIÃO TUPI NO PRIMEIRO SECULO DE CONQUISTA
PORTUGUESA NA AMÉRICA.
Beatriz Costa Paiva
Orientadora: Kalina Vanderlei Silva
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE NAZARÈ
DA MATA
Esta pesquisa investiga a construção da religião Tupi no primeiro século de
colonização portuguesa no atual território do litoral brasileiro. Faz-se relevante
mencionar o conceito de religião. Segundo Helen Clastres para o conceito
ocidental de religião são necessários al-guns elementos básicos, como: os
cultos, os rituais, as cerimônias, os templos, as divinda-des etc. Isto não foi
encontrado pelos missionários na crença Tupi levando-os considera-rem os
Tupi como um povo desprovido de fé e religiosidade. Na realidade, este não
era o conceito pelo qual os tupi encaravam a religião. A sua crença era
baseada em um mundo aonde o homem (e não Deuses) era a essência da
criação. Os missionários não conseguiram interpretar a crença Tupi sendo esta
mal vista pelos colonos e jesuítas. Como a documenta-ção parte
principalmente destes autores criou-se uma visão estereotipada acerca da
inexis-tência da religião na cultura Tupi. Pretendemos resgatar a religião Tupi
levando em consi-deração o imaginário dominante da época em relação a
mesma. Partimos, desta forma, de um estudo sócio cultural para observar a
relação entre os Tupi e os colonos bem como as condições de existência
desses personagens na sociedade colonial.
08: A CONQUISTA TERRITORIAL DA AMÉRICA: O CASO DOS
PAULISTAS NA COLONIZAÇÃO DO SERTÃO NORDESTINO
NOS SÉCULOS XVII E XVIII
Mirian Silva de Jesus (autora)
Mestranda em História/UFRN;
Paulo César Possamai (orientador).
Os motivos econômicos que levaram a conquista do sertão, baseado na
pecuária, são bas-tante conhecidos da historiografia clássica. Porém as
conseqüências desastrosas da guerra envolvendo a Coroa portuguesa, os
colonos pecuaristas, a população da zona canavieira e as tribos continentais,
tiveram pouca ênfase por essa historiografia. A chamada “Guerra dos
Bárbaros”, iniciada na segunda metade do XVII, se desenrola em duas frentes
principais: o recôncavo baiano e os vales de rios do Rio Grande, principalmente
do Açu. O Rio Grande, assim como todo território que compreende do norte do
São Francisco ao Ceará, estava sob jurisdição do governo pernambucano, o
qual servirá como centro de irradiação das tropas mobilizadas para o sertão.
Conhecido pelo imaginário da zona açucareira desde o século XVI, a idéia de
sertão foi construída a partir de uma oposição entre as regiões colonizadas do
litoral da América portuguesa e aquelas não inseridas na órbita administrativa
metropoli-tana. A conquista desse território significava para a Coroa uma etapa
da expansão ibérica, daí os esforços para empreender tal processo. E perante
as dificuldades das tropas regulares enviadas para conter o conflito, contratase a mão-de-obra bélica dos paulistas – hoje de-nominados bandeirantes famosos em aprisionar índios e se embrenhar pelos sertões. Sabe-se que os
mesmos se valiam da manipulação de tribos aldeados, porém são apontados
clas-sicamente como responsáveis pelo fim da guerra. Procuramos observar a
participação dos paulistas na Guerra do Açu, analisando os discursos que os
envolvem.
09: ARQUEOLOGIA COLONIAL: AS CASAS FORTES (DE
PEDRA) NA OCUPA-ÇÃO, DEFESA E RELAÇÕES
INTERÉTNICAS NA CAPITANIA DO RIO GRAN-DE - SÉCULO
XVII.
Roberto Airon Silva
Prof. Ms. Depto de História
CCHLA/UFRN
[email protected]
O contexto da expansão portuguesa diante das invasões holandesas exigiu
adapta-ções e modificações, tanto nas estratégias de ocupação quanto no
controle do espaço e nas relações entre colonos, índios e sesmeiros. Esse
espaço agora, então, tornava-se instrumen-to importante de reavaliação por
parte da Coroa portuguesa na utilização e viabilidade eco-nômica desses
espaços, desta maneira, ocupados através de doações de novas datas de terra
e sesmarias. As referências que se têm da construção das Casas fortes (aqui
no Rio Grande cha-madas de “Casas de Pedra”), remontam exatamente ao
período dos primeiros embates con-tra o gentio Tapuia nas proximidades do
litoral, e nos chamados sertões da Capitania, sendo citadas pela
documentação escrita. Parte dessas construções ainda encontram-se em
forma de ruínas no espaço norte-rio-grandense, oferecendo a possibilidade de
informações materiais, e de uma pesquisa do-cumental para estabelecer as
origens, as relações sociais, e as diversas formas de utilização e adequações
que sofreram esses lugares no século XVII e início do séc. XVIII. Utilizamos
uma metodologia arqueológica para recuperar os vestígios materiais na
configuração das relações interétnicas nesses espaços, e de uma metodologia
de análise histórico-documental para recuperar as informações escritas para
adequar a dimensão mate-rial à dimensão social.
10: E NO MEIO DOS CAMINHOS, UMA CASA DE PEDRA...
CAMINHOS ANTIGOS E OCUPAÇÃO NO RIO GRANDE DO
NORTE.
Florizel de Medeiros Júnior
Ana Larissa Araújo de Menezes Cardoso Bueno Freire Teixeira
Alunos do Departamento de História
A política inicial de colonização da América Portuguesa, calcada na ocupação e
ex-ploração econômica do litoral, se reveste de um novo impulso colonizador
durante o século XVII e primeira metade do século XVIII. Isso se manifestou
concretamente através da construção de inúmeras casas-fortes, conhecidas
como “casas de pedra”. Como parte de um projeto mais amplo que visa a
analisar como essas construções assumiram as funções de fortaleza e
moradia, aglomerando em torno de si contingentes populacionais, se pensou a
respeito de estudar as estradas e caminhos que durante esse re-corte
cronológico serviram não somente à interligação desses núcleos ocupacionais,
mas também como vias de penetração. Tendo em vista tais considerações,
objetiva-se por meio deste trabalho responder à duas questões principais:
quais os caminhos fluviais e terrestres e como os mesmos influen-ciaram nas
relações interétnicas? No sentido de elucidar tais questionamentos,
utilizaremos subsídios históricos (fon-tes bibliográficas e documentação
cartográfica) e de métodos arqueológicos (observação in situ, sondagem,
elaboração de planilhas, uso de GPS e detector de metais etc.). Com isso,
visa-se a fazer um mapeamento dessas estradas e caminhos coloniais no RN,
a fim de dimensioná-los no espaço atual, bem como promover o entendimento
espa-ço/ocupação no referido recorte temporal.
11: DIRETÓRIO DOS ÍNDIOS: IMPLANTAÇÃO E RESISTÊNCIA
NO NORDESTE
Fátima Martins Lopes
Professora Assitente do DEH-UFRN
Doutoranda em História na UFPE
No presente trabalho, o que se estuda são as formas com que as autoridades
da área sob a jurisdição da Capitania de Pernambuco receberam e
implantaram a legislação indigenista pombalina em meados do século XVIII: o
Diretório dos Índios. Estudam-se, ao mesmo tempo, as ações dos índios
aldeados frente à imposição da nova forma de relacionamento entre índios e
não-índios. Nesse sentido, identifica-se, no primeiro momento de implanta-ção,
um movimento político pautado nas conversações e nos acordos entre o
Governador de Pernambuco e os Principais indígenas da sua jurisdição, onde
são observadas as variadas estratégias de dominação dos colonizadores,
assim como a resistência indígena que impu-nha limites à implantação das
determinações legais.
12: A RESISTÊNCIA INDÍGENA E O IMPÉRIO ATLÂNTICO
PORTUGUÊS NO NORDESTE COLONIAL BRASILEIRO
(SÉCULO XVIII).
Soraya Geronazzo Araújo
Profa. Depto de História/UERN
Grupo de Estudos do Século XVIII – UFC
[email protected]
Após a expulsão dos holandeses do Nordeste colonial brasileiro e com todas
as dí-vidas arcadas por Portugal na guerra de reconquista, esta região
apresentou-se como uma possível geradora de dividendos. O projeto
implantado nesta região visava a exploração de novas áreas para intensificar a
criação de gado, para com isso melhor explorá-la economi-camente. Desta
forma, passaram a ocupar antigas áreas de domínio de vários grupos indígenas comumente conhecidos à época como Tapuias. O resultado foi um
confronto entre colonos e índios que perdurou durante mais de vinte anos,
trazendo graves conseqüências econômicas e produzindo adequações e
modifi-cações que geraram novas práticas e formas culturais, inclusive no
próprio mecanismo de ação de guerra. Além disso, novos conceitos foram
formados sobre os grupos indígenas transformando-os em indivíduos alijados
do processo econômico e social vindouro. Utilizamos fontes documentais
escritas, impressas e digitalizadas do Instituto Histó-rico do Rio Grande do
Norte; da Divisão de Documental e Pesquisa da Universidade de Pernambuco
e Documentos do Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio
Branco do Ministério da Cultura/BR.
13: GASTRONOMIA SERTANEJA: HISTÓRIA E MEMÓRIA
Maria das Vitórias de Araújo Macedo
Especialista em Patrimônio Histórico Cultural e Turismo (UFRNCERES)
A gastronomia sertaneja está arraigada as origens e histórias de povos que
vieram colonizar o Brasil no século XVI, ou seja, a base histórica e etnográfica
se fundamenta na cozinha derivada do cardápio do cardápio indígena, da dieta
africana – especialmente a da África Ocidental, e da cozinha portuguesa que
através da re-elaboração das receitas e da substituição de ingredientes, teria
se consolidado por volta do final do século XVIII, e assim assumindo a
dominação social e cultural sobre indígenas e africanos.Quanto a isso
podemos dizer que a cozinha indígena se traduz na constante permanência
alimentar de frutos, raiz, caça e pesca, suas técnicas, recursos e condimentos,
a fabricação de alimentos sólidos e líquidos, e a participação na comida
contemporânea nacional. Já os africanos, da África Ocidental, sudaneses e
bantos no final do século XVII e no século XVIII deixaram marcas culturais nos
viveres dos grandes engenhos de açúcar brasileiro. Sua presença influenciou o
Brasil com sua atuação na cozinha da casa grande e nas ruas. Os
portugueses, como cultura dominante, importaram produtos, substituíram
ingredientes que incorporados aos saberes disponíveis fizeram a cozinha
brasileira, onde cores, formas e sabores dão gosto ao paladar com grande
variedade de produtos que se caracterizaram no vasto território do Brasil.
Nesse sentido, a presente monografia investiga como historicamente se
processaram esses costumes culinários e que de maneira eles se incutiram no
cotidiano da família seridoense e ganha respaldo no campo turístico.
Segundo dia
14: SERIDÓ COLONIAL: FAMÍLIA PATRIARCAL, TERRA
SAGRADA E SOCIEDADE PATRIMONIALISTA
Douglas Araújo
Doutor pela UFPE e professor do DHG/CERES/UFRN.
O trabalho discute aspectos do caráter patriarcal e patrimonialista da formação
colonial do Seridó. Destaca o papel pivotante do patriarca e de sua família
como núcleo ordenador da vida social, cultural e econômica da região. Neste
contexto, o espaço territorial foi representado como terra prometida ao
colonizador e miscigenador católico que teve a proeza, de incorporando
elementos das etnias submetidas, aculturar o negro e o ameríndio. Enquanto
espaço sagrado, o sertão do Seridó foi construído como lugar da promissão, da
permissão, da queda pelo pecado, e também, como lugar da remissão desses
pecados. Como recheio desse mundo religioso e oficial se catalisaram as
lendas, os mitos, os contos e estórias pagãs centrifugadas pelo de
miscigenação cultural e étnica. Dessa forma, se constitui nessas plagas do Rio
Grande do Norte uma sociedade tradicional possuidora de uma dinâmica
social, econômica e cultural com peculiaridades próprias que não podem ser
confundidas com outros espaços e outras territorialidades da sociedade
colonial brasileira.
15. CAPITANIA DO RN, FRAGMENTOS DE REVOLUÇÃO:
ANÁLISE DO GOVERNO DOS CAPITÃES MORES DO RIO
GRANDE DO NORTE (1802 A 1811)
Adriana Carla de Azevedo Borba
Mestranda do Programa de Pós-graduação de Arquitetura e
Urbanismo (PPGAU)/ Dep. de arquitetura/ UFRN/ Bolsista da
CAPES.
Este trabalho trata da análise do governo de dois capitães-mores da então
capitania do Rio Grande do Norte, a saber: Lopo Joaquim de Almeida
Henriques (1802 a 1806) e José Francisco de Paula Cavalcante de
Albuquerque (1806 a 1811), num total de onze anos (1802 a 1811). Em
pesquisa exploratória, o que chamou atenção foi o aparecimento constante de
denúncias e conflitos acerca de um governo (ex-capitão-mor Lopo Joaquim
Henriques) e sobre o outro governo, elogios e agradecimentos (ex-capitão-mor
José Francisco de Albuquerque), demonstrando atuações políticas
completamente divergentes num curto espaço de tempo. Identificada esta
situação, surgiram algumas questões de pesquisa: esta dicotomia entre os dois
governos realmente existiu? Caso comprovada, qual destes dois governos se
ligavam às ideologias vigentes e qual seria o contexto internacional e nacional
à época que forneciam subsídio a estas ideologias? Que condições permitiram
duas formas de governo tão distintas num período tão curto? Visando elucidar
tais perguntas, procurou-se construir um quadro referencial da (s) ideologia (s)
vigente (s) – movimentos intelectuais e contexto sócio, político ou econômico –
que poderiam ter servido como pano de fundo justificando as condutas e ações
governamentais. Foi levantado o contexto internacional e nacional do período,
através de pesquisa bibliográfica. Em seguida levantou-se realidade da
capitania do Rio Grande do Norte; na seqüência foi feita uma biografia dos dois
capitães-mores e através de análise estatística simples foram comparados os
governos de cada um, tomando como fonte documentos contidos no Arquivo
Histórico Ultramarino. Pode-se afirmar que este momento da história do RN é
ilustrativa de uma situação macro que vinha se processando no restante do
mundo. É um exemplo bastante didático de dois governos: um absolutista, em
declínio e outro adepto a ideais democráticos, dentro dos padrões da época,
enfim, um fragmento de uma realidade que vinha acontecendo em todo mundo.
16: PERQUIRINDO TESTAMENTOS E INVENTÁRIOS: DA
HISTÓRIA DO DOTE NO SERTÃO DO SERIDÓ (1754 - 1795).
Muirakytan Kennedy de Macêdo
([email protected])
Professor do Dhg da UFRN –CERES – Campus de Caicó
Rosenilson da Silva Santos
([email protected])
Discente do Curso de História da UFRN –CERES – Campus de
Caicó
Percorrendo as sendas caligráficas e históricas dos testamentos e inventários
das famílias seridoenses coloniais, visualizamos a partir das leituras que
lançamos sobre os mesmos, fragmentos dos costumes e cotidiano dos
habitantes do Sertão do século XVIII. Neste lugar, a exemplo de outros da
colônia, famílias abastadas concediam quantias em bens, muitas vezes
vultuosas, as suas filhas casadouras, o dote. Neste sentido nos propomos a
estudar a composição dos dotes que foram outorgados nesta plaga, cuja
capitalização era inferior a região açucareira. O trabalho partiu do rastreamento
da fonte que pudessem servir de suporte para as análises, encontradas no
Fundo da Comarca de Caicó, e hoje custodiadas pelo LABORDOC (Laboratório
de Documentação Histórica. UFRN/CERES/CAICÓ). Obras de Muriel Nazzari
(2001), Sheila de Castro Faria (2002) e Maria Beatriz Nizza da Silva (1998),
serviram de arcabouço para a observação do objeto na conjuntura histórica da
colônia e elementos que permitiram estabelecer analogias entre os bens que
compunham os dotes concedidos pelas famílias do Seridó e de outras
capitanias. Num universo de 82 inventários, que o Fundo dispões do século em
questão, 45 foram lidos e colhidas as informações concernentes ao nosso
objeto de estudo, delimitando o interstício nos anos de 1754 a 1795, períodos
que remetem ao primeiro inventário em que se encontra dote e ao último,
respectivamente. Integravam os dotes os bens que consideramos essenciais
para a manutenção do modo de vida da época: os bens de raiz: casas, sitos,
fazendas e os bens semoventes: escravos, bois, cavalos, dentre mais,
artefatos de cozinha feitos de prata e outros metais, assim como também, jóias
que adornavam os corpos e preservavam o status da família, segundo Muriel
Nazzari.
17: O SENADO DA CÂMARA SETECENTISTA E OS EXPOSTOS
DA FREGUESIA DE Nª SRª DA APRESETAÇÃO, CAPITANIA DO
RIO GRANDE DO NORTE
Thiago do Nascimento Torres de Paula
(Graduando em História / UFRN)
Orientador: Prof. Dr. Paulo César Possamai
Este trabalho é parte do último momento de uma pesquisa sobre crianças
expostas na Freguesia de Nossa senhora da Apresentação, na segunda
metade do século XVIII. Temos por fim, caracterizar os documentos de Termos
de vereação pertencentes ao Senado da Câmara da cidade do Natal,
localizado na freguesia. Dentro dessa discussão, vamos apresentar os
resultados parciais de nossa investigação documental, externando quais foram
as posições dos camaristas diante do processo de abandono de crianças
recém-nascidas na jurisdição eclesiástica. Considerando que a pesquisa está
em processo de conclusão.
18: “RITOS FÚNEBRES NAS IRMANDADES LEIGAS NO
PERNAMBUCO COLONIAL DOS SÉCULOS XVII E XVIII”
Myziara Miranda da Silva Vasconcelos
Orientadora: Prof Dr Kalina Vanderlei Silva
Instituição: Universidade de Pernambuco
Grupo de Estudos História Sócio- Cultural da América Latina
Partindo da análise dos compromissos das irmandades leigas das vilas
açucareiras pernambucanas, nos séculos XVII e XVIII, procuramos reconstruir
as atitudes e o imaginário do homem colonial diante da morte. Sabemos que a
crença na vida além-túmulo. Está presente nas culturas barroca ibérica,
africana e indígena e que portanto, as ações dos homens durante a vida
refletiam sua preocupação com o destino após a morte. A busca pela salvação
da alma levava brancos, pretos e pardos na sociedade açucareira a se
tornarem membros das irmandades leigas, isto porque estas associações tinha
por objetivo maior, além da função assistencialista, a promoção de funerais
honrosos. Os estatutos compromissais, documentos onde estão listados uma
série de procedimentos sobre o modo como os irmãos deveriam se comportar
com relação a atos específicos, reservam diversas capítulos referentes à forma
de como proceder na assistência aos irmãos defuntos. Dentro desse contexto,
buscamos traçar o perfil das cerimônias de enterramento realizadas pelas
confrarias no Pernambuco colonial.
19: O MONTE E A FÉ: OLINDA QUINHENTISTA E SEUS
CRISTÃOS-NOVOS.
Daniel Oliveira Breda
Licenciado em História/UFPE
Mestrando em História/UFRN
E-mail: [email protected]
Olinda quinhentista. Uma cidade na colina à beira-mar: o urbanismo de defesa
mais viável diante das dificuldades dos princípios da capitania Duartina. A
ocupação do espaço das colinas foi cravejado, não obstante a falta de um
planejamento complexo, de alguns fortes símbolos da sociedade portuguesa na
América. No alto, o colégio dos Jesuítas, a Sé, a casa do Donatário e a Santa
Casa de Misericórdia formavam um polinômio alegórico do quadro institucional
português na América. Ao lado dos monumentos da Fé, na rua dos Palhais, na
ladeira da Misericórdia amontoavam-se as casas dos primeiros colonizadores.
Talvez a área mais ‘nobre’ do espaço urbano. Quando nos debruçamos sobre
os documentos para buscar seus moradores surgem nomes de diversos
moradores cristãos-novos, um elemento tão relevante e controverso do
universo colonial barroco europeu. Que indícios pode nos dar esta organização
espacial de Olinda? Que particularidades para a socialização este
avizinhamento com cristãos-novos pode ter proporcionado, especialmente
quando superposto à situação portuguesa? Esta comunicação busca explorar
algumas nuances da espacialidade olindense, com enfoque em sua dinâmica
cristã-nova.
20: OS JUDEUS E CRISTÃOS-NOVOS E SUA
MARGINALIZAÇÃO NO PERÍODO FILIPINO.
José Carvalho Silva Júnior
[email protected]
Universidade Federal do rio Grande do Norte
A partir da Idade Média os judeus entraram na Europa junto com vários povos
que chegaram ao Ocidente. Apesar de já nesse período terem sido importantes
para o seu desenvolvimento social, econômico e cultural, foram alvo de
constantes perseguições, repetindo o que já vinham sofrendo no transcorrer de
suas migrações por vários lugares do mundo, especialmente os de cultura
cristã. A ganância e radicalismo da política ibérica tiveram um significativo
aumento com a ascensão da dinastia dos Habsburgos a Coroa de Castela.
Este foi um período importante e de grandes transformações ditadas por uma
dinâmica que a maioria dos historiadores concordam em caracterizar como de
expansão imperialista. O período habsburgo foi marcado pelo ímpeto religioso
representado, sobretudo, pelas figuras de Carlos V e Felipe II. A questão a ser
estudada é então o aumento da perseguição aos judeus e cristãos-novos na
Península Ibérica e na sociedade colonial brasileira durante o período de União
Ibérica, definindo desse modo o tema deste trabalho: os judeus e cristãosnovos e sua marginalização no período filipino. Nosso objetivo é apresentar os
resultados de um estudo sobre a marginalidade dos judeus e cristãos-novos na
Idade Moderna, expondo a trajetória dessa marginalidade da Europa até a
América, assim como, entender essa problemática aplicada a União Ibérica,
com a atenção centrada na política dos Habsburgos.
21: A INQUISIÇÃO E O BARROCO: O TRATAMENTO AMBÍGUO
NOS CASOS DE BLASFÊMIA E SACRILÉGIO NAS VISITAÇÕES
DO SANTO OFÍCIO AO BRASIL COLÔNIA.
Raul Goiana Novaes Menezes
[email protected]
Ms. Alberon de Lemos Gomes (Orientador)
[email protected]
Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata
Grupo de Estudos de História Sócio-cultural da América Latina
A insuficiente malha eclesiástica e a inexistência de um tribunal da fé no Brasil
colonial forneceram um cenário propício à transgressões dos ensinamentos e
doutrinas da fé católica. Tendo em vista as ações do Santo Ofício, através de
três visitações, em território brasileiro, o trabalho se propõe a delimitar os
conceitos dos crimes de blasfêmia e sacrilégio com base nos decretos do
Sagrado Concílio Tridentino, reproduzidos nas Ordenações Filipinas,
Cosntituições de Lisboa e nas Constituições Primeiras do Arcebispado da
Bahia, e também traçar o perfil das pessoas enquadradas nos referidos crimes,
utilizando os livros de denunciações e confissões da Bahia(1591-93/1618-19),
de Pernambuco(1593-95) e do Grão-Pará(1763-69), tentando apontar a
incidência destes delitos nos registros inquisitoriais. Enxergando o espaço
colonial como tentativa de recriação adaptada dos moldes sociais da
Metrópole, a pesquisa tem por objetivo entender o discurso da Igreja Católica e
como ela tratava e punia de diferentes maneiras indivíduos acusados de crimes
semelhantes tendo como parâmetro a posição social do criminoso, revelando
mais uma nuance da estrutura de pensamento gerada na sociedade colonial
22: “OS PAPÉIS SOCIAIS DESEMPENHADOS PELAS
MULHERES NA SOCIEDADE BARROCA COLONIAL DOS
SÉCULOS XVII E XVIII”
Juliana da Cunha Sampaio
Orientadora: Profª Drª Kalina Vanderlei Silva
Instituição: Universidade de Pernambuco
Grupo de estudos História Sócio-Cultural da América Latina
Quando ocorreu a implementação do projeto colonial nas Américas, inúmeras
instituições metropolitanas foram transplantadas para as colônias, entre elas as
irmandades leigas. Percebendo essas irmandades como espaço de inserção
de homens e mulheres de cor na sociedade barroca colonial, buscamos,
através da análise dos estatutos compromissais -conjunto de normas que
regem as confrarias -, verificar como se desenvolviam os papéis sociais
femininos no “espaço público”. Para essa compreensão, levamos em conta as
reelaborações culturais feitos por esses homens e mulheres de cor, os
discursos misóginos da igreja católica e o imaginário barroco, que permeava as
relações sociais no período colonial. Observamos por meio da análise dos
Estatutos compromissais, a possibilidade das mulheres exerceram funções
consideradas proibidas no “espaço privado”, como ocupar cargos
administrativos e ter iguais direitos aos homens em algumas ocasiões, tais
como, o enterramento, o título de rainha do congo, no caso das irmandades de
pretos, e a participação em cerimônias públicas.
23: INTER UNIVERSITAS ET COLLEGIUM: O MUNDO
INTELECTUAL PORTUGUES NO SÉCULO XVI
Lenin Campos Soares
Mestrando em História e Espaços DEH/UFRN
Portugal descobre o Brasil em 1500, e a partir de então se torna foco irradiador
de uma tradição cultural para sua colônia americana. Contudo, que cultura
portuguesa é essa que vem para o Brasil? Como ela se define? Como ela se
organiza? É visando responder a essas perguntas que este trabalho se
apresenta. Aqui, através da observação do mundo intelectual português no
século XVI, o qual temos acesso, entre outras obras, através de J.S. Dias e
Luis Felipe Barreto, tentaremos entender como a cultura portuguesa se
organiza para depois ser transposta para o Brasil. Este
trabalho é fundamentalmente de pesquisa bibliográfica e se dá como parte da
construção de uma dissertação de mestrado sobre a formação do espaço
americano no mundo intelectual europeu por esta tradição cultural oriunda do
Renascimento.
24: AS REPRESENTAÇÕES SOBRE A MULHER NA
LITERATURA DA AMÉRICA IBÉRICA: AS OBRAS DE SÓROR
JUANA INÉS DE LA CRUZ E PADRE ANTONIO VIEIRA NO
SÉCULO XVII.
Isabela Maria Lucena Batista de Araújo Pereira
Orientadora: Kalina Vanderlei Silva
Faculdade de Formação de Professores de Nazaré Da Mata
Pretendemos analisar as representações femininas nas obras de Sóror Juana
Inés de La Cruz e Padre Antonio Vieira no contexto barroco do século XVII.
Através do estudo do contexto histórico e do imaginário social, buscamos
entender as visões e imagens que estes autores possuíam da figura feminina.
A Igreja tridentina via a mulher como disseminadora de pecados e por isso
fazia-se necessária a constante conversão, fiscalizando-a para que agisse
segundo os preceitos morais. Daí a existência dos sermões moralizantes e
edificantes como os de Vieira. Segundo esses discursos a mulher teria que ser
fiel, cuidar da educação dos filhos guiando-os sempre sob os valores morais de
conduta. Umas das pessoas que se manifestou contra essa postura misógina
foi Sóror Juana Inés de La Cruz. Em alguns de seus poemas questionou
porque as mulheres eram pecadoras se os homens as faziam pecar, além de
defender o sexo feminino, e o acesso às letras, ciências e ao estudo com um
todo. Devido a isso, sofreu reprimendas e pressões para mudar posturas, o que
posteriormente parece ter influenciado no seu “abandono” às letras. Diante
disso, através dos poemas (como os vilancicos à Santa Catarina) e cartas de
Sóror Juana (principalmente a Carta Atenagórica e a Respuesta a Sor Filotea
de La Cruz), e sermões de Vieira buscamos compreender como as obras
literárias e os discursos de religiosos tão diferentes como Sóror Juana Inés de
La Cruz e Padre Antonio Vieira abordam a misoginia no contexto barroco.
Percebemos uma tentativa de controle, principalmente por parte da Igreja,
inclusive sobre as questões mais intimas, o que demonstra seu poder de
coerção da cultura “de homens sobre as mulheres”.
25: PURGANDO PECADOS E LIMPANDO A EUROPA: O
DEGREDO NO COTIDIANO DOS PRIMEIROS SÉCULOS DE
COLONIZAÇÃO NO BRASIL
Francisco das Chagas Silva Souza
CEFET-RN, Unidade de Mossoró.
e-mail: [email protected]
[email protected]
É comum ouvir das pessoas e encontrar nos livros antigos de História do Brasil,
referências aos primeiros povoadores do país como tendo sido a escória, a
gente pobre e desonesta, que era expulsa de Portugal pelos crimes que havia
cometido. Alguns intelectuais chegaram a compreender os problemas
brasileiros como decorrentes desse passado nada nobre. Assim, com base em
uma preocupação revisionista, que tem marcado as pesquisas históricas da
atualidade, busca-se compreender quem eram essas pessoas e quais crimes
haveriam cometido para receberem tão grave punição. Quais as leis
portuguesas vigentes na época? O que estas consideravam crimes? Por que
vir para o Brasil era como uma morte em vida? A partir de uma revisão
bibliográfica, chegou-se aos seguintes resultados: as Ordenações, sistema
jurídico vigente em Portugal na época da colonização, apesar de serem
propostas pelo Estado absolutista, tinham fortes influências da Igreja, daí a
condenação por crimes cometidos contra a fé; os exilados para o Brasil eram
homens e mulheres, nobres e plebeus, que haviam sido condenados pelas
severas leis do Reino por cometerem heresias e se chocarem com os rígidos
princípios da moral vigentes naquela época; o Brasil, mal visto pelos europeus,
assumiu a função de purgatório para os pecados desses criminosos – seria
uma transição entre o céu e o inferno. Considerando-se que a concepção de
crime varia de acordo com o tempo e os valores de uma sociedade, pode-se
concluir que a percepção dos “primeiros brasileiros” como marginais é
simplista, preconceituosa e racista. Tais idéias são exageradas e apressadas,
criadas sem um rigor acadêmico, e feitas pela historiografia positivista para
legitimar os interesses das elites.
26: UM ESTUDO SOBRE A ORGANIZAÇÃO DAS
CORPORAÇÕES DE OFÍCIO NAS VILAS ACUCAREIRAS DE
RECIFE E OLINDA, SÉCULOS XVII E XVIII.
Marco Tomé Costa Monte – [email protected]
Orientadora: Kalina Vanderlei Silva – [email protected]
UPE – F.F.P.N.M. (campus de Nazaré da Mata)
Durante a segunda metade do século XVII e todo século XVIII, a busca por
status, respeito e privilégio era uma constante da sociedade colonial escravista
açucareira da capitania de Pernambuco. Dentro desse contexto, havia a
tentativa de inserção social de negros e sua participação nas corporações de
ofício, e a urbe colonial americana portuguesa, como palco deste processo.
Destarte, objetivamos, de uma forma geral, compreender mais sobre o
cotidiano dos pretos que viviam nas vilas açucareiras portuguesas de Recife e
Olinda, durante o período colonial. Para tanto, através da perspectiva de Peter
Burke - que procura entender as relações sociais por meio de uma abordagem
cultural - e da análise do livro de Cartas Patentes, observamos a relevância da
manutenção das corporações pelos negros, enfocando os aspectos de
diferenciação social, que a inclusão nestes grupos de trabalho trazia para o
escravo ou forro que deles participasse, a relação das corporações com a festa
de coroação de rei do Congo e a importância que elas tinham dentro dessa
sociedade.
27: A REPRESSÃO SEXUAL VISTA NA ATRAVÉS DA
DOCUMENTAÇÃO INQUISITORIAL
Michele Silva Santos
Graduanda em História
O estudo em questão faz parte da monografia que está sendo redigida a fim de
ser defendida ao fim do curso de história da UFRN. Observamos que, nas
monografias apresentadas, a relação entre Inquisição e sexualidade na
América portuguesa foi muito pouco discutida. As decisões da Igreja Católica
chegam à América Portuguesa com os primeiros missionários, mas só em 1707
foram redigidas as Constituições Primeiras do Acerbispado da Bahia, que
passaram a reger a vida religiosa na colônia. Porém, a preocupação da Igreja
Católica em controlar a vida social e espiritual dos habitantes da colônia era
antiga, como comprovam as visitações do Santo Ofício da Inquisição. A
sociedade colonial estava calcada em relações de miscigenação, entre os
portugueses e suas escravas índias ou negras, por falta de mulheres brancas
na colônia. Muitas dessas uniões estão relatadas nos papéis da Visitação. A
Visitação do Santo Ofício à capitania de Pernambuco, em 1593-1595, gerou os
depoimentos feitos ao inquisidor Heitor Furtado de Mendonça, que são de
grande importância para o conhecimento dos hábitos, usos e costumes do
século XVI. A presença de um inquiridor em Pernambuco veio a revelar a vida
dos residentes de forma crua, bastante diferente da visão dos primeiros
cronistas. Existem textos sobre as ditas “mulheres do mundo”, mulheres que
faziam “mau uso do corpo”, fossem elas prostitutas ou infiéis ao marido. Entre
os homens as fornicações eram práticas constantes, a dúvida pairava no teor
do pecado. De acordo com Ronaldo Vainfas no livro Trópicos do Pecado, estes
foram delatados ou pelas “devassas eclesiásticas, ou diretamente acusados
aos comissários e aos familiares do Santo Ofício espalhados pelo Brasil”. A
partir das Denunciações e confissões da Capitania de Pernambuco 1593-1595
e da bibliografia que citamos, pretende-se analisar a sociedade da capitania de
Pernambuco durante o período da visitação do Santo Ofício, mais
especificamente de que maneira ela se comportava diante do poder inquisitorial
com relação ao sexo.
GT-05: LITERATURA E FILOSOFIA
Coordenadores:
Sandra Sasseti F. Erickson
E-mail: [email protected]
Departamento de Letras
Antonio Basílio N. T. Menezes
E-mail: [email protected]
Departamento de Filosofia
Local: Setor II C6
O Grupo de Trabalho Literatura e Filosofia reúne diferentes trabalhos destas
áreas de conhecimento que tenham por perspectiva uma visão interdisciplinar
de temas, autores e problemas. Ele tem por finalidade o estabelecimento de
um diálogo acadêmico entre os vários campos da Filosofia e da Literatura, bem
como constitui seu objeto a investigação das possíveis relações entre eles. A
Filosofia como forma de Literatura; a Literatura como fazer filosófico; as
problematizações em torno da Filosofia e da Literatura; Escritores, Poetas e
Filósofos identificam o espectro temático deste GT para a subscrição dos
trabalhos.
Primeiro dia
01. VINICIUS DE MORAES & SHELLEY: UM EXERCÍCIO DE
DESLEITURA
Adriana Assis de Aquino
Mestranda PPGEL, UFRN
Dra. Sandra S. F. Erickson
Letras, UFRN
Este trabalho tem por objetivo identificar nos recursos da voz lírica do poema
de Vinícius de Moraes (1930-1980), “O operário em Construção” (1955), um
“agon” nos moldes articulados por Harold Bloom, que configurem o fenômeno
da melancolia da criatividade, ou seja, a influência poética de Percy Bysshe
Shelley (1792-1822), mais especificamente de seu poema,“ A Song: Men of
England” (1818), neste poema de Vinícius de Moraes. Dentre essas
semelhanças, apontamos a temática, qual seja, a questão da exploração das
classes trabalhadoras, a formação da consciência da classe operária e o
apontamento da voz lírica do descumprimento de certos direitos humanos por
parte dos empregadores. Como o poema de Shelley, o de Vinicius de Moraes
representa da tomada de consciência da classe operária nos moldes
postulados pelo marxismo dialético.
02. VISÕES PROFÉTICAS EM FAHRENHEIT 451 E SUAS
INFLUÊNCIAS
André Luiz Machado Santos
Letras, UFRN
Este trabalho estuda as relações entre Fahrenheit 451 (1952), do autor norteamericano Ray Bradbury (1920 - ) e o filme Matrix (Larry e Andy Wachowski,
1999). Propõe-se uma leitura de Matrix como uma projeção das temáticas e do
imaginário de Fahrenheit 451. Do ponto de vista da temática ambos tratam de
sociedades totalitárias nas quais as pessoas “autorgam” ao sistema a
autoridade através de mecanismos artificiais (instrumentos tecnológicos
avançados), nas quais tudo: entretenimento, instrução, trabalho é desenvolvido
“artificialmente”, ou seja, não representam o resultado de decisões de vontades
individuais, mas da “necessidade” da população de fechar os olhos e de
possuir uma falsa ignorância e, portanto, a necessidade do controle do sistema.
Utilizando uma metodologia comparativista e a partir do conceito de distopia,
articulado Ernest Bloch discute-se o impacto da literatura na nossa sociedade
contemporânea em que as visões “sombrias” de um futuro negativo se tornam,
em nosso presente histórico problemáticas. Discute-se também a importância
da ficção científica como área de debate e reflexão da nossa sociedade, pois
as conseqüências vividas no futuro (que os autores tanto se preocupam em
apontar) se refletem nas escolhas e nos erros cometidos por nós, seres
humanos, em épocas anteriores. Até que ponto esses universos ficcionais se
constroem a partir dos conceitos de alienação e cultura de massa expostos por
alguns dos Frankfurtianos mais notáveis como Adorno pode ser a questão.
03. FAUSTUS VS HAMLET
Carla Iriane
Letras-Inglês, UFRN
Este trabalho tem como intenção traçar um paralelo entre duas tragédias
expressivamente marcantes no mundo da dramaturgia: A trágica história de
Doutor Faustus de Christopher Marlowe (1604) e Hamlet, O príncipe da
Dinamarca de William Shakespeare (1600). Mais precisamente pretendemos
mostrara uma das semelhanças existentes entre as duas peças que
misteriosamente parecem ter grande parentesco e mediante a análise de seus
protagonistas observar estas similaridades. Doutor Faustus e o Príncipe
Hamlet, com objetivos diferentes, o primeiro em busca do conhecimento e o
segundo querendo vingar a morte de seu pai, caminham em direção um ao
outro através dos longos solilóquios feitos por ambos e do constante tormento
da consciência maravilhosamente trabalhados por seus autores nestas longas
falas. Esse trabalho utiliza o método do revisionismo dialético de Harold Bloom.
04. A CONSISTÊNCIA INCONSISTENTE DE ROMEU
Christielen Dias da Silva
Letras, UFRN
Este trabalho pretende discutir o papel do personagem Romeu na obra de
William Shakespeare Romeu e Julieta. A partir do título, um leitor atento pode
pensar que Romeu é o protagonista da história, o que não se pode provar no
texto. Romeu não possui todas as características que um herói trágico deveria
ter, de acordo com as “instruções” dadas por Aristóteles em sua aclamada obra
Arte Poética. No seu caminho pela peça, este personagem vai de pensamentos
inconsistentes a um total controle de si (consistência). O Romeu adolescente,
imaturo, confuso e impulsivo que começa a peça não é o mesmo que tira a vida
diante da tumba de sua amada. A prova textual disso pode ser o modo como
são trabalhadas as falas de Romeu pelo autor: no início, ele usava muitos
paradoxos e rimas nas últimas palavras de cada verso; porém à medida que
peça se desenvolve, principalmente após a morte de Mercúcio e até o seu final,
as falas de Romeu tornam-se mais claras, menos ambíguas e sem rimas.
05. "OUTRORA" VICTOR HUGO
Cláudio Everton Martins da Silva
Letras, UFRN
Outrora é um poema da primeira parte de Contemplations, um dos mais
profícuos livros de poemas de Victor Hugo, produzido em seu auto-exílio na
Inglaterra entorno de 1855. Esse poema nos apresenta uma atmosfera de
harmonia e grandeza da natureza, nos apresenta uma bonança que só ocorre
porque "Satan" sonha. Esta imagem de beleza que só se componhe durante o
sonha do "inimigo" é algo falso, ou seja, uma ilusão, elemento com o qual
podemos trabalhar a idéia de pessimismo quanto à "natureza" do Homem.
06. O QUE DIZ A BOCA DA SOMBRA
Nouraide Fernandes Rocha de Queiroz
Letras, UFRN
Este trabalho propõe-se a uma análise sucinta de um poema de Victor Hugo
extraído da antologia poética Contemplações (1856: O que diz a boca da
sombra, que se encontra no Volume Hoje. Através de um mergulho menos
superficial no texto literário tentaremos fazer emergir alguns dos múltiplos
sentidos que se entrelaçam organizando uma rede de significados na qual
evidenciaremos aspectos que refletem a compreensão de mundo do poeta,
sobretudo com um olhar contemplativo enfatizando a dualidade da inspiração
introspectiva e elegíaca como também cósmica e visionária. Nesta obra o autor
expõe suas teorias filosóficas sobre a existência, a morte, o destino e a criação.
07. FREI LAWRENCE
M. Marcela Bezerra da Cunha
Letras, UFRN
O presente trabalho tem como objetivo investigar uma personagem do drama
Romeu e Julieta de Shakespeare, o "frei Lawrence", o qual se mostra no
desenrolar do enredo suspeito e antagônico, à medida que, tentando ajudar os
“heróis”, suas ações provocam o desenlace trágico do enredo. O
comportamento da personagem dá margem a várias interpretações sobre sua
conduta e intenções, configurando, assim, o perfil d eum personagem em
desacordo com o principio de coerência aristotélica. Pretendemos aqui, com
base no texto e no conceito de trama da Poética de Aristóteles, investigar esse
personagem.
08. SER OU NÃO SER: EIS A QUESTÃO NO SONETO
“AGREGADO INFELIZ DE SANGUE E CAL”, DE AUGUSTO DOS
ANJOS
Danielle Paiva Vilela
PIBIC, Letras, UFRN
Sandra S. F. Erickson
Departamento de Letras, UFRN
Este trabalho tem como objetivo a análise, do soneto Agregado Infeliz de
Sangue e Cal, considerado, segundo a crítica tradicional, um dos sonetos mais
mórbidos do poeta Augusto dos Anjos. Como pano de fundo para interpretar
esse soneto, temos o Solilóquio de Hamlet de William Shakespeare, o qual,
propomos, como um provável “pai poético” do soneto em questão. Para
evidenciar o agon existente entre os dois textos, discutiremos o fato de ambos
abordarem o mesmo tema--o questionamento quanto à identidade do ser; além
de explorarem o imaginário de morte e de uma possível existência pós-morte.
As conclusões provam que as imagens grotescas tão utilizadas pelo poeta
paraibano não são, segundo ERICKSON, uma “anormalidade estética” e sim
“eixos de força de poemas fortes”, ou ainda armas com as quais o poeta luta no
campo das palavras com outros textos para se inserir e permanecer no cânone.
Nossa metodologia é o revisionismo dialético de Harold Bloom.
09. A QUESTÃO DO HERÓI TRÁGICO EM ROMEO & JULIETA:
EIS A NOSSA QUESTÃO
Luciana Bernardo
Letras, UFRN
A peça Romeu e Julieta (William Shakespeare, 1594) desperta variadas
discussões acerca de seus temas e também de sua estrutura. Estudamos aqui
qual dos personagens principais dessa peça se encaixa melhor no perfil do
herói trágico segundo a concepção clássica de Aristóteles. Nossa metodologia
é comparativista no sentido em que utiliza a teoria trágica apresentada na Arte
Poética (Aristóteles, DATA) como base para a análise do protagonista da
tragédia de Shakespeare. Percebemos que apesar de nenhum dos dois
protagonistas se enquadrarem exatamente no padrão definido por Aristóteles,
Julieta se destaca para cumprir a função do herói, principalmente por ser um
personagem mais consistente que Romeu.
Segundo dia
10. MICHEL FOUCAULT E A LITERATURA: “ALÉM DAS
FRONTEIRAS DA FILOSOFIA”
Dr. Antônio Basílio Novaes Thomaz de Menezes
Filosofia, UFRN
A relação de Foucault com a Literatura perpassa a maioria das suas principais
obras, em específico naquelas que concernem ao pensar arqueológico nos
trabalhos da década de 1960. Em 1975, numa entrevista ao jornal Le Monde,
Foucault declara que não conferiu nenhum lugar aos textos literários na
História da Loucura e em As Palavras e as Coisas, apenas mencionando en
passant, sem nenhum outro papel intrínseco. Para ele “a literatura era algo a
ser observado e não analisado ou reduzido ou integrado ao campo de análise.
Era um descanso, um pensamento a caminho...” Assim, esta breve exposição
aponta para uma investigação da pergunta posta em termos foucaultianos
sobre “O que é a Literatura?”. Mais precisamente, procura tratar da afirmação
do autor na mesma entrevista acerca das obras de Blanchot, Klossowski e
Bataille que “muito mais que trabalhos literários dentro da literatura eram
discursos fora da filosofia”. Investigar a dimensão do pensar “fora” nos
aspectos que implicam a pergunta pelo estatuto da Literatura constitui-se então
no objeto da análise que objetiva esboçar a percepção de Foucault da
Literatura como “linguagem iluminada”.
11. MITO: O FANTÁSTICO NA CONSTRUÇÃO DO TEXTO
FILOSÓFICO
Enoleide Farias
Aluna especial PPGFil, UFRN
Ao estabelecer as partes da alma e, a partir dessa classificação, a ordenação
política n'A República, Platão propõe excluir do seu estado ideal o poeta
criador de mitos, capaz de enganar quantos lhe ouvem, portanto, alguém cuja
existência parece dominada pela parte concupiscente da alma. Assim, renega
a poesia mimética e seus autores, referidos como meros imitadores, incapazes
de colaborar na construção da cidade justa, por ele pensada como possível,
apenas, a partir de um rigoroso método educacional. O trabalho busca
entender como o filósofo, mesmo criticando o mito, o utiliza como recurso
dialógico na construção do seu texto. É, pois, n'A República onde se encontra o
mais comentado mito filosófico, a Metáfora da Caverna. Os argumentos são
construídos a partir de uma leitura d'A República, apoiados nas considerações
apresentadas por Vernan, Rodrigues e Nunes acerca dos mitos presentes na
filosofia pré-filosófica, na filosofia e na linguagem contemporânea.
12. ANÁLISE ESTÉTICA DE ALBERT CAMUS ACERCA DA
OBRA LITERÁRIA DE FRANZ KAFKA
Igor Bezerra Barreto
UFPB
O trabalho pretende fazer uma relação entre o escritor Franz Kafka e o filósofo
e, também escritor, Albert Camus, assim fazendo uma relação entre literatura e
filosofia. Será estudado o apêndice do ensaio filosófico “O Mito de Sísifo”, de
Camus, onde este analisa a obra de Kafka, notadamente os romances “O
Processo” e “O Castelo”. Este Apêndice recebe o título de “A esperança e o
absurdo na obra de Franz Kafka”.Para trabalhar esta análise de Kafka por
Camus, iremos antes fundamentar algumas idéias do filósofo franco-argelino
no referido ensaio, quais sejam, as idéias de “sentimento de absurdo” e as
considerações sobre a “criação absurda”. Vistas assim essas questões de “O
Mito de Sísifo”, partiremos, juntamente com Camus, para considerações sobre
os romances de Kafka, sempre fundamentados nas reflexões acerca do
absurdo e suas relações, nas obras do escritor tcheco que serão analisadas.
Nesse discorrer através de Kafka e Camus, iremos ver como se apresenta o
absurdo na obra kafkiana e de que forma o escritor tcheco parece querer
superar essa noção de absurdo, ao buscar uma esperança; fato este, que nos
fica apenas sugerido na conclusão do já referido apêndice.
13. O CONCEITO DE ESQUECIMENTO NIETZSCHIANO EM
JORGE LUIS BORGES
Fábio Henrique R.Sousa
UFPB
Este trabalho visa explicitar o diálogo existente entre um dos conceitos
basilares do pensamento filosófico de Nietzsche e a literatura de Jorge Luis
Borges. Tarefa essa que se pretende executar através de uma análise filosófica
do conto Funes, o memorioso. Texto em que o literato argentino constrói uma
personagem de cunho fantástico baseada no Conceito de Esquecimento do
filósofo alemão. E, embora Borges conceda a sua personagem todas as
características opostas ao que propõe o filósofo, o faz, tão somente, para
atingir a mesma conclusão que o pensador alemão.
14. LITERATURA, FILOSOFIA E ENGAJAMENTO:
CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PALAVRAS DE JEAN-PAUL
SARTRE
Francisco Júnior Damasceno Paiva
Filosofia,UFPB
Na tentativa de compreender a condição humana podemos lançar mão de
vários instrumentos. Entre eles, dois são especiais: a filosofia e a literatura.
Jean-Paul Sartre(1905-1980) é, sem dúvida, o intelectual que mais soube
interligar essas duas formas de expressão. Em As Palavras (1964) Sartre
discute o estatuto da literatura. Mais do que um relato de sua infância, esta
obra-prima é um verdadeiro tratado sobre a condição dos intelectuais na
sociedade contemporânea. Ler e escrever é a sina do intelectual. Mas o que
pode e o que não pode a escrita? Qual a força dessa arma? Introduzido nas
letras desde cedo pelo avô, Sartre ia da ficção para a realidade. Achava mais
verdade nos livros do que nos objetos. Este vício o transformou num idealista.
Durante muito tempo tomou a pena por uma espada. A sua escrita talvez tenha
sofrido a influência dos romances de aventura que lia na infância. Sartre
retoma aqui questões que havia desenvolvido em Que é a literatura? Agora à
luz do marxismo ele redimensiona o papel da cultura nos nossos dias.
Utilizando-se do método progressivo-regressivo, ele tenta explicar, ao mesmo
tempo, o autor pela obra e a obra pelo autor. Curado do idealismo, Sartre
descobre a impotência dos escritores. Isso não significa, no entanto, que
devamos abjurar de tudo: "a cultura não salva nada, nem ninguém, ela não
justifica. Mas é um produto do homem: ele se projeta, se reconhece nela; só
esse espelho crítico lhe oferece a própria imagem". A contribuição de Jean-
Paul Sartre, enquanto intelectual militante, homem de pensamento e de ação,
permanece de valor inestimável. As questões suscitadas por Sartre continuam
ainda hoje, no centenário de seu nascimento, pertinentes e atuais, a desafiar a
humanidade e certamente será assim pelos próximos cem anos.
15. AS CONCEPÇÕES FILOSÓFICAS DE LIBERDADE
SUBJACENTES EM JOSÉ PAULO PAES
Gesimiel Rodrigues Santos
PET Letras, UFCG
Prof. Dr. José Hélder Pinheiro Alves (orientador)
UFCG
A poesia de José Paulo Paes apresenta-se como uma das melhores da
literatura brasileira contemporânea. As temáticas contidas no conjunto da sua
obra apontam para um autor com uma aguçada percepção da realidade e uma
extrema sensibilidade no trato com as palavras. A sua poesia está permeada
por um teor filosófico que o coloca entre os mais versáteis poetas do nosso
tempo. Nela, o homem encontra espaço para reflexões sobre o estar-no-mundo
e as implicações da aventura existencial humana. Exemplo disso é o poema A
liberdade como problema, no qual o poeta, possuidor das “antenas da raça”,
tece considerações sobre um dos mais controversos temas da existência
humana: a Liberdade. Baseados nas afirmativas acima expostas, analisamos o
texto utilizando como suporte as concepções aristotélico-sartreana, bem como
as propostas por Hegel e Marx. Além de verificar a evolução histórica de tal
assunto. Nosso objetivo principal é trazer à tona as concepções de Liberdade
que jazem ocultas nos meandros do texto, aliada à apreciação estética do
corpus literário, servindo-se, para tanto, de um método essencialmente
estilístico de análise textual.
16. PESSOA E O FUROR POÉTICO DE PLATÃO
Rosângela Trajano da Silva
mestranda PPGEL, UFRN
Drª. Lourdes Patrini
O presente trabalho desenvolveu-se a partir da observação de que a poesia de
Fernando Pessoa transmite um estado de melancolia arrebatado pelo furor
poético considerado por Platão nos seus diversos diálogos que tratam daquilo
que dá à alma o conceito de criadora, ou seja, poeta. Dos diálogos de Platão
que abordam este assunto destacamos o Íon por se deter tão-somente na
preocupação de investigar a inspiração divina. O poeta português Fernando
Pessoa nos seus mais diferentes heterônimos apresenta sempre uma
melancolia criativa, que o envolve e o desassossega como ele mesmo diz no
título da sua excepcional obra Livro do Desassossego onde apresenta um
estado de espírito insaciável com aquilo que o cerca, que cria, que sonha e
enxerga. O poeta no seu estado melancólico escreve poesias tomado pelo
furor poético das Musas de Platão, o ser-eu deixa de existir e naquele instante,
como nos diz Platão no Íon, Fernando Pessoa é possuído por uma inspiração
divina. Isto é claramente percebido nas palavras de espanto do poeta num
fragmento escrito pelo heterônimo Bernardo Soares.
17. A EXPRESSÃO ALEGÓRICA EM DESENREDO E
REMINISÇÃO
Robeilza de Oliveira Lima
Letras, UFRN
Drª. Joselita Bezerra da Silva Lino
Letras, UFRN
Este trabalho é parte integrante do projeto de pesquisa A alegoria em
Guimarães Rosa, orientado pela Profª. Drª. Joselita Bezerra da Silva Lino e
está vinculado à base de pesquisa Estudos da Modernidade. O trabalho visa a
apresentar uma análise feita a partir de dois contos de Tutaméia, quais sejam,
Desenredo e Reminisção, à luz da concepção de Walter Benjamin (1984, p.
181) sobre a alegoria barroca, segundo a qual Cada pessoa, cada coisa, cada
relação pode significar qualquer outra (1984, p. 196). Nossa análise tem como
objetivo principal observar os procedimentos alegóricos utilizados na escritura
desses contos. Para tanto, buscaremos estabelecer uma relação entre suas
temáticas, analisando-os comparativamente a fim de realçar as semelhanças e
diferenças quanto ao emprego de tais procedimentos, os quais surgem através
da fragmentação e da recriação da linguagem, expressas na desconstrução e
construção da escritura rosiana, ou ainda, quando o autor confere valores
orais, alógicos, poéticos à prosa. Nosso suporte metodológico compreende a
semiótica, a filosofia e a crítica literária. Com base neste estudo, acreditamos
ser possível interpretarmos muitos dos elementos que constituem a escritura
de Guimarães Rosa sob a perspectiva alegórica benjaminiana, o que pode
sinalizar para um novo direcionamento nas leituras feitas desse grande escritor
brasileiro.
18. UM ABECEDÁRIO PARA A POÉTICA DE AUGUSTO DOS
ANJOS
Profa. Dra. Sandra S. F. Erickson
Conforme já vimos argumentando nesses últimos cinco anos, a base estrutural
do imaginário de Augusto dos Anjos é constituída por dois tipos de imagens as
“imagens deslocadas” entre as quais destacamos as do poço artesiano, (Os
Doentes, l. 278 e 29) do fósforo (Versos Íntimos, l. 9), as imagens
antropofágicas (As Cismas do Destino, l. 35; 65-69), de fetos, aborto, sangue
(indiscriminadamente) e a do “Nabucodonossor do Pau d´Arco” (Gemidos da
Arte, l. 30) e as imagens unhimlich, entre as quais a do vestido de hidrogênio
incandescente, Solilóquio de um Visionário l. 9), “cantando sobre os ossos do
caminho a poesia de tudo quanto é morto”, (Poeta do Hediondo, l. 12-13), a
psiquê das massas mortas (Os Doentes, l. 48), a do “cavalo de eletricidade”
(Poema Negro, l. 8-9) e a de misturar-se com as violetas (Os Doentes, l. 239).
Essas imagens articulam quatro níveis de significado, a saber, um etimológico
(onde encontramos os conceits utilizados pelos poetas metafísicos ingleses),
um simbólico (onde encontramos alusões ao neoplatonismo e as religiões de
mistério do mundo helênico), um retórico (onde o poeta utiliza de um modo
sofisticado e radical tropos como alusões, metáforas, metonímias, ironias,
metalepses, hipérboles atingindo assim o nível de “poeta forte”) e um que
chamamos “agônico” (o qual articula a luta pela prioridade criativa). Nesse
presente trabalho propomos desafiar o leitor/ouvinte com um abecedário para a
leitura do poeta que redireciona certos vocabulários e temas recorrentes na
poética de Augusto dos Anjos, exercitando uma “desleitura”, nos moldes
propostos por Harold Bloom na qual fique evidente a profundidade com a qual
o poeta paraibano deitou e rolou no cânone ocidental.
GT-06: HISTÓRIA, MOVIMENTOS SOCIAIS E PARTICIPAÇÃO
POLÍTICA
Coordenadoras:
Irene Alves de Paiva
E-mail: [email protected]
Departamento de Ciências Sociais
Maria da Conceição Fraga
E-mail: [email protected]
Departamento de História
Local: Setor de Aula II, sala B1
O grupo de trabalho reúne pesquisadores (professores, alunos de Graduação e
Pós-Graduação) que trata da história e das lutas dos Movimentos Sociais
(incluindo sindicatos, partidos e ONG´s) e da participação política dos atores na
sociedade. Tem como objetivo intercambiar áreas de conhecimentos distintos;
estágios de pesquisa diferentes, bem como reunir pesquisadores de áreas
afins para a produção do saber.
Primeiro dia
01. A HISTÓRIA ORAL E O TEMPO PRESENTE
Autores:
Eliane Moreira Dias – Pós-Graduação/ UFRN
Giselda Dantas Galvão– Pós-Graduação/ UFRN
Co-autoras:
Rosângela Galvão Siqueira
Ivonilde dos Santos de L. e Souza
O presente artigo objetiva traçar um breve histórico sobre a Historia oral,
discutindo-a enquanto proposta metodológica, a partir das entrevistas
realizadas com eleitores e candidatos nas eleições ocorridas em 2004 para
prefeito e vereador na cidade de Natal/RN. Trata-se da candidatura à reeleição
à Prefeitura da cidade do Natal. O relato dos depoentes foi voltado para
privilegiar o voto protesto manifesto em diferentes formas no processo eleitoral,
possibilitando hoje uma reflexão sobre a história do tempo presente. Partimos
da noção de memória coletiva em Halbwachs para observarmos que a fala dos
depoentes revela o quanto o discurso oral depende de quem é a pessoa e do
posicionamento que tem na sociedade.
02. DOS MOVIMENTOS SOCIAIS AO PODER EXECUTIVO NO
RN
João Mauricio Gomes Neto
Orientadora
Prof.ª Doutora Maria da Conceição Fraga
O presente trabalho analisa os Movimentos Sociais como um espaço de
formação de lideranças políticas (GOHN, DAGNINO, entre outros) e causa tal
tem possibilitado contribuir com a formação das equipes de governo em
diferentes instancias do poder Executivo. No Rio Grande do Norte são várias
as lideranças que participaram dos Movimentos e se tornaram secretários de
saúde, educação, entre outras, nos podres municipal e estadual. Para este
trabalho tomamos como lócus da investigação o município de Natal que, talvez
por ser a capital do Estado, tem revelado ser a cidade que mais tem
incorporado essas lideranças nas equipes de governo. Tomamos como fonte
informação documentos das entidades pelas quais registram a passagem
dessas lideranças; a legislação que os nomeia como secretários; documentos
que tratam dos planos de governos elaborados por eles ou com sua
participação, bem como os depoimentos desses protagonistas ou por
personalidades que acompanharam suas trajetórias. Tudo isso para construir
uma memória de indivíduos e grupos que participaram desse percurso
(HALBWACHS, BENJAMIN, THOMPSON e ARENDT).
03. ESCOLAS RADIOFÔNICAS: A INFLUÊNCIA DOS
TREINAMENTOS NA CONCEPÇÃO DE UMA IDEOLOGIA
Carolina Tavares da Silva
Marlene Tavares de Araújo Sobrinha
Orientadora:
Marlúcia Menezes de Paiva
Com base em documentos e relatórios oficiais das Escolas Radiofônicas,
entrevistas com professoras que atuaram neste movimento e em trabalhos
realizados nesta área. Percebemos que entre os anos de 1950 e 1965, a Igreja
investe maciçamente em trabalhos sociais com a intenção de aumentar seu
número de adeptos, passando então a priorizar a Educação como técnica de
influenciar pessoas. Isso funcionou de tal maneira que promoveu uma
crescente expansão do Movimento de Educação de Base (MEB), mais
especificamente das Escolas Radiofônicas, havendo a necessidade de treinar
um maior número de monitores, bem como de professores para atender às
concepções ideológicas da Igreja e para que as aulas pudessem ocorrer de
forma mais acessível aos alunos. Neste trabalho trataremos exatamente destes
treinamentos; da forma que ele se deu e de como ele conseguiu mudar a
maneira de ser, agir e pensar da população alcançada pelas ondas do rádio,
influenciando nas concepções ideológicas, políticas, religiosas e morais dos
monitores e professores, bem como no repasse dos conteúdos das aulas,
atingindo diretamente os alunos diante dessas mesmas concepções. Vale
enfatizar que o rádio passou a ser uma maneira não só de alfabetizar, mas de
evangelizar, fazendo com que a população tivesse um maior alcance a
informações, contribuindo para a politização de um povo.
04. MEMÓRIAS CAICOENSES: A DITADURA MILITAR.
Alexsandra de Brito Torquato- CERES /HISTÓRIA.
É sabido que na década de 60 irrompe um movimento político em solo
brasileiro, a Ditadura Militar. Esta, obviamente, atingiu as diversas esferas
regionais, desde o extremo Norte até o cone Sul do país. Este momento de
verdadeira carnificina velada, deve, assiduamente, ser posto em destaque, pois
açambarca a tenebrosa face da nossa história. Embora muitos clássicos
(como: Fernando Gabeira, Élio Gaspari, Zuenir Ventura, e outros) já tenham
feito menção ao assunto em escala nacional, faz-se mister abordar de que
forma e como esse regime ditatorial atuou nos mais longínquos redutos do
país, principalmente no interior do sertão nordestino. Por isso, tentar-se-á
exemplificar, através de uma pacata cidade norte-riograndense, Caicó, como a
“máquina repressiva” militar cravou o seu domínio, à época. Admissível se faz
assinalar que todo este metiê histórico encontra-se sob o encalce da oralidade,
pois, a mesma, concebe respaldo a reconstrução e pulsante vivacidade de um
passado citadino e brasileiro. Ressalta-se: toda a tessitura dialógica do trabalho
de campo, com os imanentes depoentes, contribui para que a memória do
momento em xeque não feneça e mergulhe, amiúde, no campo do
obscurantismo. Detalhe: esta reconstrução do passado histórico está em
processo de andamento, inconcluso, maculado pelas limitações e lacunas da
própria pesquisa.
05. MULHER E POLÍTICA NO MOVIMENTO ESTUDANTIL DO RN
Adriana Cristina da Silva Patrício - Mestranda em História
Orientadora:
Prof.ª Dr.ª Maria da Conceição Fraga
A história das mulheres tem sido uma importante temática no campo da
historiografia nos últimos tempos. Analisar as transformações de gênero e suas
conseqüências ocorridas, principalmente, a partir da segunda metade do séc.
XX, passa ser um dos objetivos de vários historiadores norteados pelo curso da
nova historiografia e suas vertentes que procuram dar dimensões da vida social
e cultural, destacando o cotidiano e as mentalidades dos indivíduos na história.
O Movimento Estudantil (ME) do RN tem sido analisado priorizando as falas
dos militantes masculinos, por estes estarem a frente das entidades estudantis
(Silva, Andrade, Patrício, Maia, entre outros). A participação feminina no ME
acentua-se a partir dos anos 60 e é procurando conhecer o cotidiano dessas
mulheres que comporam um importante espaço de atuação política no RN dos
anos 60 aos anos 90 que nos propomos a pesquisar. Para este trabalho
recorreremos ao estudo em diversos tipos de fontes, dando destaque ao
recolhimento de fontes orais (Halbwachs, Benjamim) por compreendermos que
as mesmas oferecem a possibilidade de entender o ator, privilegiando suas
experiências. Através dos fragmentos de memória tentaremos reconstruir o
espaço (Certeau) dessas militantes – até então secudarizado – para
ampliarmos nossa compreensão da história contemporânea do nosso Estado,
dando visibilidade a participação da mulher nessa história.
06. A RECONSTRUÇÃO DO PC DO B NO RIO GRANDE DO
NORTE ( 1979-1986)
Aline Corrêa do Nascimento
Orientadora:
Prof.ª Drª. Maria da Conceição Fraga
No Rio Grande do Norte , depois de 21 anos de clandestinidade,
acompanhando e participando dos processos que restauraram as liberdades
democráticas após o regime militar , o PC do B através do trabalho de seus
militantes à época, adquiriu um certo grau de visibilidade e amadurecimento.
As lutas certamente trouxeram resultados positivos , alguns deles podendo ser
sentidos na atualidade. Os militantes reconhecem que a situação atual do país
é reflexo do esforço conjunto promovido pelas esquerdas , durante este
período. A sociedade , neste contexto , também contribuiu para tal intento,
participando e obtendo maior conscientização . Constatamos que a
reconstrução do partido foi promovida pelos militantes , oriundos do movimento
estudantil , que à época reorganizaram o Diretório de Exatas na UFRN, num
processo originado entre os anos de 1979 - época em que o núcleo de atuação
estava sendo organizado – e 1981, ano da conferência para reorganização do
partido. Para os entrevistados, a participação no movimento estudantil foi
importante para aquisição de experiências , mas o partido tornou-se a forma
mais amadurecida de espaço e preparação para maiores embates . No
entanto, alguns dos ex-militantes, , suscitam criticas no tocante a ocorrência de
um centralismo excessivo e conseqüente ausência de discussões . Sobre a
Frente Democrática - ponto polêmico contestado por uns e reafirmado por
outros – afirmam que a fim de obter expressão , o partido não poderia ter
optado pelo isolamento. Porém , esta tendência nacional gerava um paradoxo
no tocante ao apoio a pessoas que apesar de naquele momento partilharem os
mesmos objetivos , outrora defendiam posições contrarias.
07. DOS MOVIMENTOS SOCIAIS AO PODER LEGISLATIVO
Denis Macário Freire de Lima
Rodrigo Torres de Morais
Orientadora:
Profª. Drª. Maria da Conceição Fraga
Os movimentos sociais no Brasil passaram a ter papel destacado após a
redemocratização ocorrida nos anos 80 e 90 do século passado. Ao mobilizar
parcela significativa da sociedade, contribuíram decisivamente no processo de
formação de lideranças políticas. Sindicatos, entidades estudantis, igreja
católica, organizações não-governamental, movimentos voltados para
organizar trabalhadores da terra, entre outros, se constituíram num laboratório
de formação de lideranças. Já no final dos anos oitenta percebia-se o quanto
estes movimentos conseguiram ocupar espaço no poder legislativo no âmbito
do estado e do município. Foram vários os vereadores, deputados estaduais,
federal e senadores que têm passagem nos movimentos. No Rio Grande do
Norte, especialmente Natal, não foi diferente, desde a primeira eleição para
prefeito e vereadores (1985), bem como governador, deputados estaduais,
federal e senadores (1986), foram vários os parlamentares que advieram dos
movimentos. A presente pesquisa se justifica na medida em que pretende
identificar nomes e projetos políticos desses atores políticos com a pretensão
de verificar, numa análise crítica, a contribuição dos movimentos na construção
do processo democrático do País, em especial de Natal e no Rio Grande do
Norte.
08. MOVIMENTOS SOCIAIS CONTEMPORÂNEOS: NOVOS
SUJEITOS E VELHAS QUESTÕES
Sandra Damasceno da Rocha
Departamento de Ciências Sociais
Ao longo da história do pensamento social, numerosos autores se propuseram
a estudar os movimentos sociais em sua capacidade de imprimir novas
configurações
às
relações
sociais,
tornando-se
potencialidades
transformadoras e reconstrutivas da realidade. Tratando mais diretamente da
capacidade de intervenção humana no curso das mudanças, as análises
acerca dos movimentos sociais tocam no ponto crucial do debate
contemporâneo nas ciências sociais: a redefinição da relação entre os
elementos de estrutura e ação e as crescentes tentativas de ruptura com o
predomínio da objetividade da realidade sobre a subjetividade do homem,
marcas de diversos movimentos teóricos contemporâneos nas ciências sociais.
O estudo dos chamados “novos movimentos sociais” representa a tentativa de
superar a divisão entre teorias estruturais e teorias da ação, marcando
sensivelmente a produção e o debate teórico sobre os movimentos sociais nos
últimos vinte anos. O “fim do sujeito histórico”, corporificado na tradição do
materialismo histórico, é anunciado e, para os analistas, os movimentos sociais
desta nova situação histórica não vinculam sua ação de oposição a um
adversário social real, muito menos almejam a realização de uma ordem “metasocial” liberadas de conflitos como foi (ou é) encarado o socialismo. O papel
central dos arranjos institucionais, da divisão do trabalho e das formas de
organização econômica sede espaço neste campo de estudos para os
enfoques culturais e para as formas da “micro política”. Minha proposta de
trabalho é problematizar o debate contemporâneo acerca dos movimentos
sociais, visualizando as rupturas fundamentais com os referenciais teóricos
clássicos e discutindo até que ponto essas análises são mais prescritivas do
que realmente descritivas destes fenômenos políticos. Visa também, por
conseguinte, a construção um modelo de análise para orientar a observação de
um movimento social específico, a Marcha Mundial de Mulheres em Natal/RN,
articulado o material observado às categorias de análise resultantes desta
revisão bibliográfica.
09. PEDREIRO: A PROFISSÃO EXPRESSA ATRAVÉS DA ARTE
Karem Cibelly de Souza
Maria Francimária Cavalcante
Helensandra Lima da Costa (co-autora)
Este trabalho toma como tema a profissão do pedreiro, tendo como base a
leitura da música Cidadão (c0mposição de Lúcio Barbosa) interpretada por Zé
Geraldo. O interesse por este surgiu a partir da necessidade de discutir a
importância da profissão na nossa sociedade e de sua pouca valorização
perante a mesma. Tem-se pó objetivo resgatar a história desta, utilizando-se
para isso, não só de fontes escritas, mas principalmente de fontes orais, as
quais nos auxiliarão na busca por fatos que no passado fizeram a diferença e
no entanto não são lembrados quando da escrita da História. A metodologia
utilizada é o uso de conceitos relativos a história e memória e também o uso de
entrevistas com estes (pedreiros) profissionais da Construção Civil
10. HISTÓRIA ORAL COMO FONTE DE PESQUISA: O VOTO
PROTESTO NA ELEIÇÃO MUNICIPAL EM NATAL - 2004
Apresentadores: Francisco de M. F. Junior – Aluno da Pósgraduação em História UFRN
George H. F. dos Santos - Aluno da Pós-graduação em História
UFRN
Autores: Josivan S. Oliveira - Aluno da Pós-graduação em História
UFRN
Zeuda Pereira de Araújo - Aluna da Pós-graduação em História
UFRN
O presente trabalho faz um esboço histórico sobre a origem, importância e
metodologia da História Oral, dentro da perspectiva da valoração dos
depoimentos orais e do resgate da memória como fontes históricas.
Realizamos um trabalho de pesquisa de campo, onde utilizamos os métodos
criteriosos da História Oral na abordagem do voto protesto que marcou a
eleição para prefeito em Natal no pleito de 2004. Parte do conceito de memória
coletiva em Halbwachs para investigar os diferentes discursos produzidos por
eleitores e candidatos durante o processo eleitoral, sobretudo, o discurso de
uma candidatura advinda de um grupo de esquerda que, por mais de uma vez,
lança candidatura fazendo oposição as elites e os grupos dominantes.
11. UMA ANALÍTICA VISÃO ACERCA DOS MOVIMENTOS
SOCIAIS
Bernardo Luís de Melo Freire – Direito/ CCSA
Marcelo Lauar Leite – Direito/ CCSA
Mostra-se demasiadamente comum ouvir-se falar em movimentos sociais. Eles
grassam-se diariamente pelos meios de comunicação, sendo noticiados,
muitas vezes, com enfoques paradoxais, o que desvirtua a noção da origem,
dos anseios, e o motivo da formação de cada um deles. Deve-se compreender
esses movimentos como um fenômeno inerente aos processos de mudança no
funcionamento da sociedade, em qualquer que seja a época. Eles nascem
como expressão de conflitos e tensões, sendo instrumento de fortalecimento de
certos grupos de uma sociedade em disputa com outros. Assim se destacaram,
na Antiguidade, movimentos de escravos e os religiosos. Na Baixa Idade
Média, de camponeses e servos. Na Moderna, mercadores e religiosos. Na
contemporânea, o movimento operário, e, com o passar do século XX, os
“novos movimentos sociais”, como o ecológico, o estudantil, o feminista, o semterra, dentre outros. Vimos no decorrer da pesquisa que os Movimentos Sociais
se proliferam porquanto o Estado mostra-se incapaz de satisfazer as
necessidades dos diversos grupos. Devem ainda eles perceber o quanto e por
quem são oprimidos, visando não direcionar os descontentamentos para o
lugar errado, atingindo quem é tão vítima quanto eles. Os movimentos sociais
detêm uma característica que se sobressai: uma considerável variedade
tipológica. Sua própria designação "movimento" indica outro atributo: o
dinamismo que lhes é inerente. Além disso, percebe-se a multiplicidade e
freqüente heterogeneidade de seus agentes. Um movimento social costuma
congregar diversas entidades, simultaneamente, em torno de determinadas
demandas, insatisfações e desejos por elas compartilhados. Abordou-se, pois,
visões gerais sobre a temática, como discussões sobre conceitos básicos:
conflito e ação coletiva, bem como aprofundamentos concernentes ao
movimento operário, ao estudantil e aos “novos movimentos sociais”. Por fim,
foi oferecido um maior enfoque no Brasil, levando em conta o caráter
dependente do desenvolvimento nacional e a importância dos Movimentos na
conquista dos direitos à cidadania.
12. A EVOLUÇÃO NO CONTEXTO INTERNACIONAL E
NACIONAL DO MOVIMENTO POLITICO-SOCIAL DE GARANTIA
DOS DIREITOS HUMANOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
Proponente: Diego Vale de Medeiros
Acadêmico do Curso de Direito da UFRN
Historicamente, a luta pela atribuição de autonomia e direitos à criança e ao
adolescente constituiu-se em uma travessia das sociedades rumo ao
reconhecimento a estes, tais como os atribuídos aos adultos. As diversas
concepções relacionadas à infância e juventude contribuíram para paradigmas
ora reducionista ora garantidor de direitos do público em tela. De uma visão
menorista arraigado de discriminação cuja compreensão era direcionada à
coisificação da pessoa humana e conseqüente processo de vitimização,
convergiu-se compreensões rumo ao princípio da dignidade da pessoa
humana, que implica em todas as múltiplas e mínimas necessidades e
capacidades para uma vida decente que correspondem ao conteúdo dos
direitos humanos assumidos como princípios e direitos fundamentais. O
princípio da proteção integral às crianças e adolescentes se estrutura no
reconhecimento incontestável da garantia equânime dos direitos fundamentais
a este público. Todavia, em face à lógica compartimentada que por muito
tempo perdurou nas discussões de conjuntura internacional e nacional, refletiu
no comprometimento da proteção infanto-juvenil. O movimento em favor da
infância e juventude defende, dentre outros, o princípio do interesse superior da
criança, motivo este que reflete inclusive na esfera política no que tange à
formulação e execução das políticas públicas cujos alicerces ora enaltecidos
devem nortear a garantia dos direitos sociais, civis e políticos com a devida
prioridade, através de uma construção coletiva e promoção da participação
social. Propõe-se em suscitar tal debate, em especial uma análise histórica,
política, jurídica e social do movimento internacional e nacional de garantia dos
direitos humanos das crianças e adolescentes, assim como as respectivas
repercussões na gestão pública constitucional.
SEGUNDO DIA
13. A RESISTÊNCIA DO COLETIVO NUM PROCESSO DE
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO: A CONSTRUÇÃO DA
MORADIA EM ASSENTAMENTO DO MST
Cecília Marilaine Rego de Medeiros
Aluna de graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN
Arquitetura – CT
A assessoria aos moradores do Assentamento Maria da Paz, no Município de
João Câmara é desenvolvido pelo Grupo de Estudos em Reforma Agrária e
Habitat – GERAH (DARQ/UFRN) desde 2002, quando ainda estavam
acampados. Este trabalho refere-se a avaliação de uma de suas etapas, a
construção de suas moradias em processo de mutirão. Sua metodologia deu
continuidade ao planejamento participativo já desenvolvido no assentamento e envolveu os
principais agentes do processo. O trabalho coletivo, através de grupos e etapas
(preparação do almoxarifado, compras, fundação, alvenaria, entre outras) possibilitou a
melhoria na qualidade e a otimização do custo-benefício do Crédito Habitação,
cada unidade passando de 43m² (padrão do INCRA) para 68m². foi sendo
adaptada às decisões das assembléias. Mas, apesar das conquistas, a proposta original de
mutirão por autogestão em linha de balanço foi-se modificando, a partir da resistência dos
pedreiros, acostumados aos métodos tradicionais da construção de casas populares. Aos
poucos, envolveram os assentados mais envolvidos com a construção, aborrecidos com
aqueles que achavam que o INCRA tinha a obrigação de entregar-lhes as casas prontas. Ou
seja: a hegemonia transferiu-se do Movimento a seus construtores. Após algum tempo, os
assentados chegaram à conclusão que estavam errados, se reorganizando ao final do
processo, minimizando os prejuízos do período de autoconstrução. O reconhecimento da
eficiência da metodologia inicial foi um ganho do papel educacional da assessoria, na
perspectiva do crescimento profissional e político das bases de um Movimento
que, segundo Maria da Glória Gohn, é o de maior importância do final do
século XX. A partir dele, o Movimento tem uma referência para a construção da
autogestão em mais um campo de sua atuação.
14. DE ÁGUIA A GALINHA: OS CONFLITOS NA
ADMINISTRAÇÃO DO CRÉDITO HABITAÇÃO DOS PROJETOS
CHAMADOS DE REFORMA AGRÁRIA
Amadja Henriques Borges (Professora Dra. - DARQ/UFRN)
Irene Alves de Paiva (Professora Dra. – DCS/UFRN)
Segundo Ademar Boggo, teórico do MST, o acampamento é o momento da
águia, das possibilidades de crescimento de suas bases, enquanto o
assentamento é o momento da galinha, quando o acesso à terra pode reduzir o
interesse pela luta e gerar acomodação. Quando os acampados se tornam
assentados, têm acesso a créditos referentes às suas primeiras necessidades,
como alimentação e compra de instrumentos de trabalho, animais e construção
de suas habitações. Os equipamentos sociais, as estradas, os poços, o
esgotamento sanitário, dependem da organização e conhecimento da entidade
que dirige o grupo e da disponibilidade de militantes, assessores técnicos e
apoios que os orientem a planejar o novo, o desconhecido, o inusitado. Apesar
do Estado liberar recursos insuficientes para sua infra-estrutura – o Crédito
Habitação, por exemplo, é de cerca de 17 salários mínimos por unidade – a
soma destinada ao conjunto de famílias corresponde a cifras jamais
administradas pelos recém-assentados. Estes se vêm em conflito entre o que
aprenderam no acampamento – momento da águia – e suas dificuldades,
diante das contradições que estão sujeitos a enfrentar diante de possibilidades
de “ganhos” individuais. De águia a galinha visa analisar os conflitos, avanços e
retrocessos do MST junto às suas bases, assim como a participação dos
demais agentes envolvidos no Projeto do Assentamento Maria da Paz, através
da análise da utilização dos recursos do Crédito Habitação, como parte das
ações do Grupo de Estudos em Reforma Agrária e Habitat - GERAH - que criou
a metodologia inicial de seu planejamento e participa ou acompanha as várias
fases de sua implementação desde seu acampamento, em 2002.
15. A PARTICIPAÇÃO DOS ATORES DO CAMPO NA
CONSTRUÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO
ASSENTAMENTO MARIA DA PAZ.
Pedro Henrique Pinheiro Xavier Pinto
Orientadora: Irene Alves de Paiva
O presente trabalho tem como objetivo investigar a relação universidade
movimentos sociais tendo como enfoque principal a participação, tanto do
ponto de vista metodológico (pesquisa participante) quanto da dinâmica social
dos atores envolvidos. A observação do trabalho se desenvolverá no
assentamento Maria da Paz que se localiza no município de João Câmara na
região do mato grande do Rio Grande do Norte. Este assentamento se
apresenta como lócus privilegiado de investigação, pois, desde 2002 a UFRN
tem trabalhado esta relação dialógica instituição-movimento social em um
projeto coordenado pela professora Amadja Borges do Departamento de
Arquitetura em conjunto com o Programa de Pós-graduação em Educação
PPGEd, que tem desenvolvido ações que apontam para a construção de uma
proposta de autogestão dos espaço de moradia e trabalho. O referido trabalho
tem como intenção ressaltar as principais ações desenvolvidas no projeto da
professora Amadja identificando as estratégias de participação utilizadas.
16. OS OLHOS E OUVIDOS DO MUNDO: DOCUMENTOS
OFICIAIS FRENTE À PESSOA COM SURDA-CEGUEIRA
Profª Marta Cristiane Aquino De Lima –UFRN
Profª Dra. Ana Lucia Aragão Gomes – DEPED /UFRN
A idéia deste estudo numa pesquisa referente aos documentos oficiais
produzidos pelas instituições públicas com o incentivo das Organizações nãoGovernamentais voltados as pessoas com surdocegueira. Desse modo,
discutindo as estratégias e os procedimentos tantos legais como políticofilosóficos relacionados aos surdocegos. Como esses documentos podem
auxiliar os pais, profissionais e as pessoas que têm deficiências? Nessa
pesquisa sistematizamos reflexões dos representantes do governo,
profissionais, pais e surdocegos documentadas pela Organização das Nações
Unidas e pelo Ministério da Educação, da Cultura e do Desporto Brasileiro. Tais
reflexões faziam referências à necessidade de se oportunizar situações e
condições a todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas,
financeiras, psicológicas, filosóficas, culturais e/ou políticas. Foram iniciadas
mais sistematicamente as reflexões sobre a pessoa com surdocegueira na I
Conferência Mundial Helen Keller, na qual discutiram os serviços destinados
aos surdocegos jovens e adultos e o conceito da surdocegueira. No entanto, o
alicerce das políticas e das preocupações com a pessoa surdacega é sem
dúvida a Declaração dos Direitos Humanos, de 1940, que esteve presente
desde as discussões da terminologia à necessidade de criar condições para a
participação das pessoas com deficiências na sociedade. Nos anos 1980, o
foco de atenção estava centrado nas organizações de e para as pessoas com
deficiências, na descentralização de forças e de custos convidando a
sociedade civil para o fim do cabo de guerra. A Lei de Diretrizes e Bases do
Brasil denota que independentemente de estar em classe especial ou não deve
ser garantido a aprendizagem às pessoas com deficiências, inclusive a
surdacega. Do exposto, observou-se que as Organizações Nãogovernamentais atuaram com maior pertinência nas questões legais da pessoa
surdacega do que o Estado, porém esses dois pilares influenciaram um ao
outro significativamente nas decisões sobre o tratamento e a condição deste
público.
17. RENDA DE CIDADANIA: CLIENTELISMO OU DIREITO
HUMANO?
Daniel Araújo Valença
Departamento de Direito
Por vários séculos foram idealizadas diferentes propostas de uma renda
mínima para a população como um todo em diversos países e momentos
históricos distintos. Em alguns Estados como uma renda para os pobres, em
outros como uma renda para a população visando livrá-la da estagnação
econômica. No Brasil, após o empenho incansável do Senador Eduardo
Suplicy na luta pela aprovação de um projeto de lei que instituísse a renda
mínima e a adoção por parte do Governo Federal do Bolsa Família, o tema
atraiu os holofotes da imprensa nacional, e a sociedade em seus mais diversos
setores protagonizou o debate sobre a questão . Surgiram as indagações: a
transferência de renda não estimularia a “vadiagem”? Não seria “humilhante”
para aqueles que a recebem? “É justo uma pessoa trabalhar um mês todo e
outras receberem verbas do Estado sem trabalhar nada”? “Não seria
assistencialismo com objetivos eleitorais”? Percebe-se que a sociedade
brasileira demonstra uma desconfiança tremenda quanto a esta política
pública. Inclusive parcelas significativas da sociedade civil organizada revelam
tal postura. Este trabalho visa, portanto, analisar historicamente as propostas
de transferência de renda, seus resultados, e se a mesma representa um
direito humano ou uma política pública clientelista. Ademais, diante desta
resposta, se perceberá a importância da sociedade civil organizada aprofundar
o debate sobre o tema e até adotá-lo como “bandeira de luta”.
18. SOBRE OS ITALIANOS: ESTRANHAMENTO NA VILA DO
PRÍNCIPE NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX
Erivan Ribeiro de Faria
Esta pesquisa surgiu a partir da Catalogação dos Processos-crime da Comarca
de Caicó (1853-1900) e com base na historia oral, em que se identificou a
constante presença de indivíduos de nacionalidade italiana em tais processos,
ora como vítima, ora como réus, ora ainda como testemunhas. A partir dessa
constatação, resolvemos fazer uma pesquisa sobre o cotidiano de italianos na
Vila do Príncipe (1850 – 1900), pela ótica das relações de sociabilidade, onde,
com o aprofundamento do estudo, acabou por se ter como tema central o
estudo do processo de estranhamento sofrido pelas famílias italianas no
território do Príncipe, por parte da comunidade local, na segunda metade do
século XIX, como resultante dessa constante presença nesses processos. Para
tanto, foram elencados como motivos desse estranhamento o fato de serem
comerciantes e usarem da usura como forma de enriquecimento fácil, o fato de
trabalharem com o comercio ilícito (trafico de escravo e roubo de jóias da santa
padroeira da cidade, á época), bem como o próprio fato de serem estrangeiros,
considerados como invasores, portadores de costumes diferentes.
19. HABITAÇÃO E RESISTÊNCIA: A HISTÓRIA DE LUTA DE
UMA COMUNIDADE PELO DIREITO DE MORAR (NATAL/
RN)
Francisco de Assis Duarte Guimarães
Mestre em Ciências Sociais
O trabalho estuda a resistência dos mutuários, através de sua organização
social, centrando-se, nesse aspecto, na luta empreendida, com grande
voltagem emocional, principalmente nas arenas da Justiça Federal e da
Imprensa, durante dez anos (1992-2002), pelos moradores do Conjunto
Habitacional Parque dos Coqueiros, em Natal/RN, contra o Caixa Econômica
Federal (CEF), a Companhia de Habitação Popular do Rio Grande do Norte
(COHAB/RN) e cinco empresas da construção civil locais, ECOCIL, PROEX,
FIMAC, A. AZEVEDO e EC – Engenharia e Consultoria. Para isso faz, antes,
um resgate das condições históricas da problemática habitacional no Brasil e
no Rio Grande do Norte, analisa as políticas públicas para resolver a questão e
aponta alguns de seus equívocos.
20. O CORONELISMO NA REGIÃO DO SERIDÓ: A TROCA DE
FAVORES E O VOTO DE CABRESTO
Sálvio Garcia Santos
DHG/CERES
Orientador:
Ms. Joel Carlos de Souza Andrade
Esta comunicação faz parte de uma pesquisa inicial que propõe realizar um
estudo sobre as praticas ditas coronelisticas na região do seridó potiguar. As
singularidades desta nomeação precisam ser pontuadas embora alguns
trabalhos já tenham sido realizados. “Voto do bico de pena”, mandos e
desmandos dos coronéis etc. A partir do envolvimento com a pesquisa no
Laboratório de Documentação Histórica do CERES e das leituras sobre novas
abordagens no campo da história política despertou-me o interesse em realizar
tal estudo, ainda em construção. Os coronéis na região do Seridó como em
outras do país, tiveram sua influencia na política através da “troca de favores”
na região quando eles “ajudavam” as pessoas que não possuíam uma boa
condição financeira através da doação de roças, proteção, alimentação,
emprego etc. Então, com esses “favores” que os “coronéis” prestavam
recebiam, em troca, o voto das pessoas que ficavam a eles subordinadas,
tendo que votar, de qualquer maneira, nas figuras indicadas pelos coronéis,
pois, do contrario, recebiam represálias por parte do grupo político. Assim, as
dimensões do coronelismo extrapolam o político e se insere, também, na
economia e no cotidiano das pessoas envolvidas.
21. PADRE MIGUELINHO: O INTELECTUAL E O PROFESSOR
Keila Cruz Moreira – Mestranda em Educação/ CCSA
Orientadora:
Profª Drª Marlúcia Menezes de Paiva
Este trabalho de pesquisa preocupa-se em construir a história do natalense
Padre Miguel Joaquim de Almeida Castro, Miguelinho, não apenas como um
dos heróis e mártir da Revolução Pernambucana de 1817, como nos conta a
história tradicional, mas o homem culto, o intelectual e o professor admirado. O
período que estudamos compreende o início do século XIX quando Padre
Miguelinho retorna ao Brasil para assumir a docência no Seminário de Olinda,
época em que as idéias libertárias encontram eco em vários movimentos
organizados. E concluiremos no ano de 1817, marcado pela Revolução
Pernambucana liderada, entre outros, por Miguelinho; pela extinção da
revolução com suas idéias anticolonialista que atinge as províncias da Paraíba
e do Rio Grande do Norte; e é também o fim para Padre Miguelinho que é
executado pelas tropas reais. Desta forma, procuramos compreender a relação
conflituosa do Padre, enquanto representante clérico de uma Igreja que por
séculos obteve um quase monopólio através da difusão do cristianismo como
religião e ideologia dominante na conquista do domínio intelectual; seus ideais
mais voltados para uma ordem social e econômica do Iluminismo, que até certo
ponto condenava atitude da própria Igreja e as condições reais de uma colônia
vinculada a um país que estava aquém da riqueza necessária ao incremento
capitalista. Nesse contexto colonial, de repetição, imutabilidade e de forte
tradição religiosa, tendo como instrução pública as aulas régias, contrastam
assim, com as idéias difundidas pelo Seminário de Olinda na pessoa de seu
professor de retórica, Miguelinho, como uma vanguarda para aquele momento
histórico. Nosso objetivo então, é compreender através da trajetória de vida do
Padre Miguelinho não só o intelectual e o professor, mas a representação de
suas idéias pedagógico-educacionais em um dado momento histórico,
procurando a pluralidade de um universo que procura por vezes fugir de nosso
arcabouço teórico.
22. ENTRE HISTÓRIA E MEMÓRIA: A PRODUÇÃO
HISTORIOGRÁFICA DA REPRESSÃO NO RIO GRANDE DO
NORTE
Wiara Marinho de Castro
Acadêmica do curso de História, 9º período
O trabalho analisa algumas obras da produção historiográfica norteriograndense feita a partir dos anos 1980, sobre o governo de Aluízio Alves
(1961-1965). A pesquisa mostra como a historiografia aborda o referido
governo, de inegável importância para o Estado dado seu caráter
modernizador, evidenciando os acontecimentos políticos que permitiram que o
governador vivenciasse uma administração que vai do apoio popular a um
cenário de perseguições políticas; identifica ainda as imagens do governo
Aluízio Alves que aparecem no discurso acadêmico e no didático; e por fim,
investiga o que pensam as vítimas de perseguição política desse governo nos
anos 1960. A metodologia usada é análise historiográfica posto que examina
os discursos produzidos a partir da década de 1980, conectando-os ao
contexto no qual estão inseridos os autores responsáveis por sua construção.
23. MOVIMENTOS DE LUTA PELA MORADIA EM JOÃO
PESSOA: A EXPERIÊNCIA E RESISTÊNCIA DAS OCUPAÇÕES
URBANAS.
Gabriela Buonfiglio Dowling
Mestranda PPGCS da UFRN
Orientadora: Lisabete Coradini
De acordo com o Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM-PB) a
estimativa é que existam mais de 20 mil pessoas cadastradas pela Companhia
de Habitação Popular da Paraíba que aguardam uma moradia, considerando
que destas 10 mil só na grande João Pessoa. Nosso objeto de estudo se refere
exatamente a esse último caso : o movimento de luta pela moradia na grande
João Pessoa. Sem políticas voltadas à habitação ou às cidades, num quadro
de desemprego e empobrecimento, o resultado, do ponto de vista habitacional,
é a carência absoluta de moradias populares e a degradação das cidades.
Portanto, este trabalho procura investigar as condições, o contexto e as causas
da ocupação de prédios que vem acontecendo na cidade de João Pessoa,
sejam estabelecimentos públicos ou privados, por populações carentes que
não tem onde morar. Essas ocupações, embora inicialmente se assumam
como instrumento de pressão ou de visibilidade para obtenção de uma solução
(moradias), frequentemente pelo descaso ou ausência de solução, tornam-se
definitivas. Ou seja, perpetua-se a ocupação do local, apesar das deficiências,
do acúmulo de famílias num espaço nem sempre adequado, precário em
instalações sanitárias, que não permite a privacidade necessária. O estudo
inicialmente prevê, para a pesquisa empírica e para o registro visual da(s)
ocupações, a área da cidade de João Pessoa, incluindo Cabedelo, em especial
um assentamento urbano conhecido por Comunidade do Cajueiro, em Jacaré.
Desta forma, as ocupações urbanas representam uma resposta dessas
populações super carentes que a partir de um envolvimento com partidos ou
Organizações Não Governamentais, e movimentos sociais partem para a ação
coletiva conhecida pela apropriação / ocupação de moradias que na maioria
das vezes são estabelecimentos públicos abandonados ou terrenos
desapropriados.
24. A IMAGEM DO ‘OUTRO’: A VISÃO DOS DEFENSORES DA
ORDEM SOBRE OS SUBVERSIVOS DO RIO GRANDE DO
NORTE (1964)
José Evangilmárison Lopes Leite – Graduação em História – UFRN
Com a deflagração do golpe civil-militar no Brasil, em 1964, os movimentos
sociais e políticos, sindicais, intelectuais, de educação e cultura popular, que
caracterizaram o quadro de efervescência política característico do início da
década de 1960, passaram a ser considerados, pelas forças golpistas,
como“subversivos”,“ameaça à democracia”, “ligados ao comunismo”, “agentes
da desordem” e, dessa forma, passíveis de todo tipo de perseguição política,
prisão e até mesmo tortura e morte aos seus participantes. Assim sendo,
focalizando nossa análise nos desdobramentos do golpe de 1964 no Rio
Grande do Norte, o presente trabalho objetiva analisar a atuação dos
defensores da ordem – organizados através da formação de Comissões de
Inquérito – sobre os movimentos sociais que atuavam nesse Estado, no
referido período. Objetiva ainda, identificar, no discurso produzido pelas forças
golpistas, as justificativas utilizadas para reprimir politicamente os
representantes dos diversos movimentos. A principal fonte de investigação de
nossa pesquisa é o Relatório Subversão no Rio Grande do Norte, resultado do
trabalho de investigação de uma Comissão de Inquérito instituída pelo governo
do Estado do Rio Grande do Norte e o Jornal Diário de Natal; tendo como
aporte teórico autores como Bandeira, Comblin, Costa, Galvão, Gaspari,
Germano, Góes, Ianni. Percebemos, assim, a partir do discurso produzido
pelas forças golpistas que, por apresentarem propostas ligadas às perspectivas
de mudanças no país, questionando a ordem vigente, os movimentos sociais
que atuavam no Estado no início de 1960, passaram a ser vistos como ameaça
à democracia e, portanto, seus representantes deveriam ser afastados em
nome da ordem.
GT-07: ESTUDOS DE FILOSOFIA DO DIREITO
Coordenador:
Tassos Lycurgo
E-mail: [email protected]
Departamento de Artes
Local: Setor de Aula II, D1
O GT sobre Filosofia do Direito tem por propósito analisar os mais diversos
ramos do saber filosófico que apresentem interesse para o mundo jurídico. Tais
temas se subdividem em três grandes áreas: a primeira diz respeito à história
da filosofia do direito (em que se deve mostrar a evolução histórica do
pensamento); a segunda é relativa aos temas tradicionais da filosofia do direito,
sejam analíticos ou continentais (em que se deve aprofundar os
questionamentos decorrentes do jusnaturalismo, do juspositivismo, do realismo
jurídico, da relação entre direito e Wittgenstein, entre direito e Nietzsche, da
Escola Escandinava (Uppsala), entre tantos outros); a terceira área é
concernente ao estudo avançado da filosofia do direito (aqui, espera-se
principalmente contribuições para a semântica e para a sintaxe de lógicas
heterodoxas que possam funcionar como contrapartes formais para teorias do
direito).
Primeiro dia
01: CONTRIBUIÇÕES DA HERMENÊUTICA FILOSÓFICA (HANS
GEORG GADAMER) PARA UMA NOVA COMPREENSÃO DA
CONSTITUIÇÃO (CF) DE 1988.
Emanuel Dhayan Bezerra de Almeida
Unisinos
Hans Georg Gadamer, em sua obra Verdade e Método, traz importantes
contribuições sobre o modo como ocorre a compreensão (não como um modo
de conhecer, mas como um modo de ser). Afirma que sempre interpretamos e
que para isto ocorra é necessário que exista um compreensão, compreensão
esta que é formada através de pré-compreensões. Levando-se estas noções
para a hermenêutica (jurídica) e para as particularidades do estudo do Direito,
pode-se afirmar que, no sistema jurídico, toda lei deve estar conforme a
Constituição (CF não como uma categoria fundante / fundamento último de
Kelsen, mas como um "fundamento" sem ser fundamento, ou seja, uma
construção cuja obra não está definitivamente concluída) e que para que isto
aconteça é necessário ter uma pré-compreensão do sentido da CF e das
modificações que esta implementou no ordenamento jurídico. Assim, esta précompreensão, baseadas em pré-juízos inautênticos , calcados em uma história
que tem relegado o Direito Constitucional a um plano secundário,
hermeneuticamente, estabelecem o limite do sentido e o sentido do limite de o
jurista "dizer" o Direito, impedindo, conseqüentemente a manifestação do ser
(do Direito e da Constituição). Para tanto, procuramos responder como é
possível olhar o novo (CF 1988), se as nossas pré-compreensões estão
dominados por uma compreensão inautêntica do Direito, onde, no campo do
direito constitucional, pouca importância tem sido dada ao estudo da jurisdição
constitucional ?
02. BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A NORMA
FUNDAMENTAL DE KELSEN:
Diana Pedrosa Lima
UFRN
O Normativismo Jurídico defendido por Kelsen consisti em um partir da norma
jurídica dada para chegar à própria norma jurídica dada. Nesse sentido, Kelsen
através de sua teoria tentou trazer para o Direito a pureza necessária a
qualquer ciência. Procurou desvencilhar a Ciência Jurídica de qualquer
resquício proveniente da Psicologia, Sociologia, Economia. Nesse diapasão,
Kelsen, sofria sérias dificuldades para explicar o fundamento de validade do
direito dando, assim, uma organicidade lógica ao sistema. Para resolver tal
problema Kelsen desenvolveu a teoria da norma fundamental. A Teoria da
Norma Fundamental baseia-se na idéia de que Kelsen admitia unicidade do
ordenamento jurídico: o Direito é formado por normas hierarquicamente
subordinadas e existe uma única autoridade que atribui direta ou indiretamente
caráter jurídico a todo o conjunto de normas. O sistema jurídico, assim, é
unitário, orgânico, fechado, completo e auto-suficiente, nada falta para seu
aperfeiçoamento, pois normas inferiores buscam sua validade em normas
superiores. Pode-se concluir, então, que haveria um regresso ad infinitum, pois
sempre uma norma buscaria a sua validade em outra. Ocorre que, a norma
fundamental foi criada justamente para fechar o sistema, tornando-o hermético.
Essa norma é o suporte lógico de todo o ordenamento e não é positivamente
verificável, visto que não é posta por um outro poder superior mas suposta
pelo jurista para compreender o sistema. A norma fundamental atribui ao poder
constituinte a faculdade de produzir normas jurídicas dando, assim, validade e
unicidade à Constituição, às leis ordinárias, aos regulamentos, às decisões
judiciais, etc. Ela é hipotética, uma ficção que surge e morre de uma revolução
histórica no ordenamento jurídico. Kelsen, assim, apesar das veementes
críticas à sua teoria, tentou buscar uma solução para a questão da validade do
sistema, dando uma vasta contribuição para a teoria do ordenamento jurídico.
03. TEORIAS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Anna Carolina Araújo Novello
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN.
O art. 927 do Código Civil assim preceitua: "Aquele que, por ato ilícito (arts. 186
e 187) causar dano a outrem, é obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá
obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem."
Com base no artigo retro, é possível perceber que a Responsabilidade Civil
pode ocorrer tanto quando aja culpa (caput) como quando ela inexiste
(parágrafo único). No primeiro caso, a responsabilidade civil é pautada na
Teoria Subjetiva, enquanto que no último, na Teoria Objetiva da
Responsabilidade Civil. A Teoria Subjetiva, como exposto acima, baseia-se na
culpa, e tem como pressupostos o ato ilícito, o dano e o nexo causal. O ato
ilícito pode ser desmembrado em dois elementos: o objetivo, representado pela
antijuridicidade (ser contrário ao ordenamento jurídico); e o subjetivo, assente
na culpabilidade. O dano representa uma lesão a um bem jurídico, e pode ser
de dois tipos: patrimonial, quando atinge os aspectos financeiros da vítima, ou
seja, bens comvalor econômico; ou extra-patrimonial, também denominado
dano moral, que corresponde a uma lesão a um dos direitos da personalidade,
atingindo a pessoa enquanto ser humano. O nexo causal é a relação de causa
e efeito entre a conduta do agente e o dano. A exclusão do nexo causal pode
se dar nos seguintes casos: caso fortuito, força maior, fato exclusivo da vítima
e fato e terceiro. No que concerne a Teoria Objetiva da Responsabilidade Civil,
não há que se perquirir a existência ou não do ato ilícito, mas sim se há uma
atividade de risco. É esta que vai gerar a responsabilidade, seja o ato lícito ou
ilícito, independentemente de culpa. Onde existir o dano, haverá reparação. O
Novo Código Civil ainda tem como regra a Teoria Subjetiva, mas a Objetiva
vem cada vez mais sendo valorizada e utilizada.
04. PLATÃO NA FILOSOFIA DO DIREITO
Fernanda Gouvêa
E-mail:[email protected]
Direito, UFRN
Suzana Régia Fontes de Souza
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN
Ateniense de origem aristocrática, Platão (427-347 a.C.) formulou a maioria das
questões sobre o conhecimento formador da base da discussão filosófica. Sem
grande sucesso, participou das atividades políticas, fato visto como importante
na constante evolução do seu pensamento. Para entender a Filosofia do Direito
segundo esse filósofo, são essenciais duas obras, diálogo da República e
diálogo das Leis. A República descreve a concepção ideal do Estado, a mais
perfeita unidade, detentor de um poder ilimitado, nada reservado
exclusivamente à vontade dos cidadãos, e dividido em três classes: os
governantes (filósofos que exercitam a sabedoria); os guerreiros (responsáveis
pela defesa); os artífices e agricultores (encarregados pela alimentação). A
imperfeição do indivíduo é a causa da sua submissão ao Estado. Ele domina a
atividade humana e tem por fim a felicidade de todos. Platão apresenta, sem
condenar a escravidão, a abolição da família e da propriedade, uma comunhão
dos bens a fim de alcançar a unidade orgânica e a harmonia do Estado (vale só
para as duas classes superiores, governantes e guerreiros). O diálogo “As Leis”
trata largamente sobre o problema da legislação, mostrando uma visão realista
sobre o que deveria acontecer e que na realidade não ocorre. Para ele, a
prática e a natureza humana, principalmente a má conduta do ser humano,
geram a necessidade de leis que orientem o indivíduo e o conduzam a um bom
proceder, visando o bem comum, possuindo, portanto, um caráter educativo,
assim como o Estado deve possuir. Este, além de educador, também possui
domínio e poder, respeitando, apesar disso, a personalidade individual dos
homens livres. No que concerne à forma de governo, nem a monarquia, nem a
democracia seria o regime mais adequado, mas sim a fusão dessas duas
formas, através da qual a cidade seria governada através de sábios e
guardiões das leis.
05. A FILOSOFIA DO DIREITO E O JUSNATURALISMO
Diana Câmara Rodrigues
E-mail:[email protected]
Direito, UFRN
Maria da Conceição Oliveira
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN
A teoria do Direito Natural é antiqüíssima, o primeiro pensador a expor uma
doutrina sobre esse tema foi Heráclito de Éfeso. Na descoberta ateniense do
homem -da natureza humana- parece encontrar-se a semente desse
movimento, que atende ao anseio comum, em todos os tempos, a todos os
homens (caráter universal, tendo como prova incontestável a Declaração dos
Direitos do Homem), por um direito mais justo, mais perfeito, capaz de protegêlo contra o arbítrio do governo. Por ser tido, pelos defensores dessa corrente,
como superior ao Direito Positivo, como sendo absoluto e universal por
corresponder á natureza humana; servindo como referência para o legislador e
para as consciências individuais. Dotada de uma concepção dualista, a
corrente Jus Naturae apesar de criticada por muitos, mantêm-se fiel a um
princípio comum: a consideração desse direito como sendo justo por natureza,
independente da vontade do legislador, derivado da natureza humana, ou dos
princípios da razão (jus racionalismo), sempre presente na consciência
humana. Esse modelo engloba uma variedade de teorias que divergem não só
quanto a sua fonte (natureza ou razão) como também, quanto aos meios de
deduzi-lo ou aprendê-lo (lógico ou intuitivo) e, quanto á conceituação da
natureza humana: belicosa (Hobbes), boa e pacífica (Locke e Rousseau),
racional, social, individualista etc. Essa escola foi fruto de discursões por
muitos estudiosos como: Grocio, Pufendorf, Leibniz, de certa forma Kant,
dentre outros. Sua importância é indubitável, visando sempre à proteção á vida,
á liberdade, a integração física e moral e ao patrimônio.
06. SOFISTAS X SÓCRATES
Cassandra Hágata Dantas
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN
Nathália Cardoso Amorim Salvino
E-amil: [email protected]
Direito, UFRN
O pensamento sofista surge no século V a.C., num contexto de franco
crescimento da democracia ateniense, onde a arte da palavra passa a ter
importância decisiva em discussões jurídicas, morais e políticas, as quais eram
travadas nas assembléias e tribunais. O conhecimento passa a ser elemento
de subordinação à retórica e à oratória; e surge um período antropológico, que
revela características individualistas e subjetivistas, em que o homem é sujeito
da verdade e do conhecimento ("o homem é a medida de todas as coisas",
Protágoras), e em que cada indivíduo é possuidor da sua própria visão da
realidade. Os sofistas negam, portanto, o caráter absoluto, não só da verdade,
como também da justiça, considerando o direito relativo e expressão mutável
do arbítrio, da força e da capacidade oratória. Em contrapartida, Sócrates (470
- 399 a.C.), apesar de nada de escrito ter deixado, devolveu ao pensamento
grego a confiança na verdade numa época de ceticismo geral marcada pelo
relativismo dos sofistas. A ética socrática, recomendando o bem, identificando
sabedoria com virtude, possibilitou a prática de uma aprendizagem racional.
Além disso, deixou-nos a compreensão de que são idênticas a justiça e a
legalidade desde que a lei tenha por objetivo o direito natural. Esse pensador
grego defendeu o respeito às leis escritas e não escritas, boas ou más, para
que não houvesse encorajamento ao mau cidadão de violar as boas leis.
Nesse tocante combateu seus adversários sofistas, que se insurgiam contra os
textos legais. Sócrates foi assim o precursor de uma tríade - Sócrates, Platão e
Aristóteles - que assinalou momentos altos do pensamento jusfilosófico
helênico.Observa-se então uma contrariedade entre as proposições defendidas
por cada escola, tendo Sócrates combatido o sofismo na busca de uma
verdade única decorrente da consistência dos argumentos e condenando a
relativização da verdade.
07. MAQUIAVEL E SUA OBRA PRIMA, O PRÍNCIPE.
Jorgeana Câmara.
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN
Pablo Everton Macedo.
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN
Maquiavel nasceu num contexto de instabilidade política governos despóticos e
escentralizados que se mantinham no poder às custas de astúcias e alianças
com outros principados, é marcante a decadência italiana após seu
enfraquecimento econômico, militar sua descentralização política. Segundo
Maquiavel a psicologia e a historia seriam guias para nortear a ação do
governo o estado deveria basear-se na ordem, regulando conflitos ele
existentes. A forma de compartilhamentos dos bens numa sociedade
relativamente igual everia compor uma república (dividida em aristocracia,
democracia restrita ou ainda democracia ampla), sendo o contrário, caberia
então um principado, caso não houvesse essa distinção poderia se gerar um
desequilíbrio e consequentemente o fim do estado. Maquiavel tinha metas e
objetivos práticos, que buscou descrever no seu trabalho usando métodos
istemáticos. Existem algumas metas que são próprias da ciência experimental,
e sem as quais ela não existe: a descrição precisa e sistemática de fatos
públicos, a correlação destes atos por meio de leis, e por meio destas, antever
eventos futuros, com certo coeficiente de probabilidade. Em Maquiavel, elas
estariam sempre presentes e controlariam a dialética de uma investigação. A
obra-prima de Maquiavel pode ser considerada um guia de recomendação para
governantes. O objeto central do livro é o de que para permanecer no poder, o
líder precisar estar preparado para transgredir qualquer conceito moral, e
recorrer inteiramente à força para atingir um bem maior, as idéias de Nicolau
Maquiavel podem não ter sido éticas, mas foram com certeza influentes. O
próprio Maquiavel assumiu que elas não eram originais: seus conselhos já
haviam sido adotados na prática por diversos governantes bem-sucedidos.
Maquiavel é visto erroneamente como um mau caráter devido ao cunho não
ético de sua obra, porém como foi dito anteriormente ele apenas descreve
sistematicamente condutas de lideres que contribuíram para a conquista e
manutenção do poder político.
08. IDADE MÉDIA: A PATRÍSTICA E A ESCOLÁSTICA
Antônio Marinho da Rocha Neto
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN
A religião cristã, que havia sido difundida durante o império romano, acabou se
consolidando na Europa e portanto,tornou-se um traço marcante na vida das
pessoas na Idade Média. O cristianismo acabou atingindo também a filosofia
do direito deste período,colocando no direito da época uma função muito mais
espiritual, do que utilitarista. Desta forma, o fim maior do direito passaria a ser a
beatitude celestial pela subordinação a Deus e não a plena harmonia na vida
civil, como vinha sendo até então. Assim, na idade média, a igreja se
sobrepunha ao estado já que este cuidava apenas aos assuntos relativos a
vida terrena,enquanto a igreja cuidava dos assuntos de ordem eterna. Nessa
época, é resgatada da jurisdição romana a concepção de direito
jusnaturalista.Essa concepção exerceu papel fundamental no direito
medieval,pois legitimava a sobreposição do direito teológico sobre o direito
positivo. Nesse contexto,nascem duas filosofias de grande importância no
estudo da idade média que são a escolástica,de São Tomás, e a patrística,de
Santo Agostinho. A patrística,que tem como sua principal obra “A cidade de
Deus,de Santo Agostinho, procura colocar como filosofia a ser seguida a
devoção exclusiva as coisas divinas,já que ele afirma que somente essas
podem levar a salvação,pois ele coloca que todas a coisas originárias do
homem são impuras por descenderem do pecado original. A escolástica,ao
contrário da Patrística,procura relacionar estado e religião. Essa filosofia
afirmava que o homem deveria obedecer a leis fornecidas pelo estado dos
homens,mas somente até o ponto em que elas não contradissessem as leis da
igreja.São Tomás portanto, considera a manutenção da ordem essencial,já que
ela seria um reflexo da vontade de Deus,porem toda lei que fosse contra os
ideais da igreja,era contra Deus e portanto,ilegítima. Assim,Tomás coloca o
poder da igreja sobrepondo o do estado e confere ao papa o poder de fiscalizar
o governo de todos os soberanos de acordo com as regras canônicas.
09. A SANÇÃO NA CONCEPÇÃO DE HANS KELSEN
Felipe Augusto Magalhães Branco
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN
Jordão de Almeida Rodrigues Fernandes
Direito, UFRN
Quando se aborda a teoria pura do direito, a primeira impressão que surge
diante de leigos é a de um reducionismo às normas que seria nocivo à ciência
do direito. Porém tal impressão é derivada de uma visão deturpada que
desconhece os verdadeiros propósitos dessa abordagem tida como polêmica.
Para entender a teoria de Kelsen, é preciso observar o período em que se deu
a elaboração da mesma, onde nesse contexto a ciência jurídica tinha sua
autonomia ameaçada diante do positivismo de várias tendências, além dos
teóricos da livre interpretação do direito, que permitiam o acoplamento da
ciência do mesmo com outras de cunho humanístico, como a psicologia, a
sociologia e até mesmo princípios das ciências naturais. Visando solucionar a
problemática da autonomia, Kelsen reduz o método e objeto da ciência jurídica
ao enfoque normativo através do princípio da pureza, que consistia em fazer
com que o direito não se perdesse em discussões estéreis e que, dessa
maneira, não perdesse o rigor científico. Apesar de tudo, o autor da Teoria
Pura do Direito não discordava do aspecto multifacial das normas, cuja
evidência está presente no estudo específico da sanção. Segundo a
antropologia Kelseniana, o homem nasce disposto a satisfazer os seus
interesses seguindo a conduta que lhe permita atingi-los, assim não hesitando
em prejudicar o seu próximo. Apesar da vontade do legislador em modificar a
vontade natural do homem, isso é impossível, porém passível de limitações
que se concretizariam através das sanções. Trata-se de prescrever uma
conduta através do sancionamento de conduta oposta àquela. Logo "o ilícito
seria o pressuposto do direito e não sua negação"(Coelho, 1999), podendo-se
aferir que se o direito é uma ordem coativa, só haverá sentido em sua
existência se suas normas forem passivas de transgressão para que haja
imputação da sanção.
10. DAS ORIGENS A PÉRICLES
Maycon Alexandre Espíndula
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN
Rosaver Alves da Costa
E-mail: [email protected]
Direito, UFRN
Neste projeto pretendemos explanar sobre como o homem se organizou na
terra em tempos primitivos, tomando por base a sociedade grega antiga num
período anterior a Sócrates, tentado mostrar alguns desdobramentos da
legislação em face do pensamento, das crenças, e práxis social da época.
Inicialmente o homem vivia na natureza, seu referencial. Vivia de acordo com a
lei que imperava: a sobrevivência do mais forte, lembrando que na natureza
inexiste maldade, só organismos tentando sobreviver onde os deuses fazem as
leis; natural acreditar que se um ser tem mais força que outro, tal fato se deve a
um favor divino, e até aí os homem eram nômades, viviam em pequenos
grupos para sobreviver e por isso “não podiam se debruçar sobre coisas inúteis
como filosofia ou arte” (Lycurgo, 2005), mas o homem se torna sedentário,
primeiro com o domínio da agricultura, depois com a domesticação de animais
e a produção de ferramentas para dominar a natureza. "Quanto às cavernas,
muitas delas acabaram se transformando em recintos funerários, por seguinte,
em centros cerimoniais, num movimento que indicava um germe das futuras
cidades históricas" (Vicentino, 2002, pg. 13). Nesse período toda "legislação"
se fundamenta no poder religioso, "nessa natureza do primitivo o acaso não
tem vez. Tudo, em seu entender, é coberto pelo determinismo mágico"
(Pereira, 1980, pg. 15). Nesse período os homens não conheciam leis, mas
eram "punidos" por aqueles que as conheciam: os deuses. Com a
personificação dos deuses gregos se vê uma primeira aproximação das leis
humanas das divinas e nesse período até mesmo os seuses estão submissos
às leis naturais. Com a chegada das ciências médicas começa um movimento
no sentido de se ter o homem em evidência ao invés dos deuses e junto com
isso certa separação entre o que seria religião e legislação.
11. A EVOLUÇÃO DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA DO DIREITO E
A CRENÇA REALISTA NO IMPOSSÍVEL
Kassia Vanessa de Souza Rego
E:mail: [email protected]
— Direito, UFRN
A partir de um exame atento da linha evolutiva da história da Filosofia do
Direito, esta apresentação tem como objetivo avaliar e criticar as influências
teóricas desse pensamento para o curso do Direito atual e as formas de
governo vigentes ou amplamente defendidas. Pretende-se questionar as
ideologias políticas de esquerda e direita de acordo com sua real eficiência
para os problemas enfrentados no contexto histórico presente e suas possíveis
ilusões ideológicas nocivas por irem de encontro ao princípio da dignidade
humana explanado por Kant. De acordo com as conclusões apresentadas, a
argumentação se encaminha para se discutir até que ponto é possível uma
efetiva evolução do ser humano, a construção de um projeto comum de
progresso social baseado em reformas morais e políticas. A essência humana
e a crença do homem nos membros da sua própria espécie entram em questão
para, tendo em mente as obras de pensadores como Hobbes, Rousseau, Kant
e Nietzsche, o colóquio se abrir e os espectadores presentes exporem suas
idéias quando questionados sobre o preço da autonomia, a descrença na
democracia, a capacidade de se permanecer num estado comunista, a paz
perpétua, a bondade ou maldade humana e medo do homem pelo homem. Por
que não ser realista e acreditar no impossível? Por que ainda ter esperança?
GT-08: PRÁTICAS DISCURSIVAS NA CONTEMPORANEIDADE:
modos de subjetivação, identidades e relações de poder
Coordenadores:
Marluce Pereira da Silva
E-mail: [email protected]
Maria Bernadete Fernandes de Oliveira
E-mail: [email protected]
Departamento de Letras
Local: Setor de Aulas II, sala B3
A compreensão da subjetividade como integrante das relações sociais permite
considerar que o indivíduo se inscreva num processo de pertencimento a
diversos grupos culturais. Nessa perspectiva, o discurso é concebido como
uma prática realizada por indivíduos que, através dele, se constituem sujeitos,
agindo sobre si e sobre aqueles com quem interagem, construindo a sua
realidade social. Este GT reunirá discussões que focalizem a linguagem e suas
implicações no agenciamento de subjetividades, na constituição de identidades
culturais e na presentificação de relações de poder. A pretensão é a de
apresentar e socializar pesquisas concluídas e em andamento que revelem
práticas discursivas em que a linguagem, ao produzir sentidos, possibilite que
os sujeitos utilizem mecanismos e estratégias de diferenciação, ao
posicionarem-se ou serem posicionados em diferentes lugares, exercendo
poder e constituindo subjetividades e identidades em cenários culturais
diversos. Desta forma, serão acatadas as pesquisas cujas temáticas versem
sobre aspectos discursivos de práticas sociais que apontem para modos de
subjetivação, relações de gênero, relações de poder, pertencimentos étnicos e
questões éticas na produção do conhecimento.
01. O CONCEITO DE FALO: A PRESENÇA DA IDEOLOGIA NO
DISCURSO FREUDIANO SOBRE O AMOR E SUAS
IMPLICAÇÕES PARA OS ESTUDOS DE GÊNERO
Augusto César Francisco
Orientador: Alípio de Sousa Filho
A presença da ideologia no discurso freudiano tem implicações teóricas e
metodológicas importantes na construção conceitual da psicanálise. Por
ideologia, entendemos ser o discurso, nas sociedades, que naturaliza o que é
socialmente construído, perpetuando uma dominação social; por exemplo, a
idéia do amor como natural, tal como acontece no mito do amor materno,
perpetuando uma dominação masculina. O presente trabalho analisa a
presença da ideologia no discurso freudiano sobre o amor, especificamente na
sua elaboração conceitual-psicanalítica sobre o Falo, entendido,
esquematicamente, como a representação simbólica do pênis, e geralmente
considerado adjetivado como na fase ‘fálica’ da evolução da libido – com
conseqüências pertinentes para a classificação entre o masculino e o feminino.
02. A MATERIALIZAÇÃO DA IDEOLOGIA NOS SLOGANS DE
PROPAGANDA POLÍTICA
Janaina Tomaz Capistrano (UFRN - PPgEL)
Orientadora: Profª Drª Maria Bernadete Fernandes de Oliveira
Este trabalho pretende descrever a proposta de estudo do projeto de mestrado,
intitulado A materialização da ideologia nos slogans de propaganda
política. Tal projeto está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em
Estudos da Linguagem e concentra-se na área de Lingüística Aplicada,
inserindo-se na linha de pesquisa Linguagem e Práticas Sociais. Temos como
proposta a análise discursiva dos slogans de campanhas políticas dos
principais candidatos à prefeitura de Natal e Mossoró, realizadas em 1996,
2000 2004. Para tanto, nos basearemos nas teorias da Escola Francesa da
Análise de Discurso e do Círculo Bakhtiniano, as quais fundamentam as
concepções de linguagem, discurso, ideologia e sentido, considerando as
condições de produção – sujeito e situação -, o interdiscurso e as formações
discursivas que as delineiam.Nesse sentido, esse estudo poderá contribuir para
uma melhor compreensão de como a ideologia, as condições de produção e os
lugares sociais dos interlocutores estão intimamente ligados à produção de
discurso. Para Bakhtin, a comunicação verbal não pode ser compreendida sem
se considerar o seu estreito vínculo com a situação concreta. “A criatividade da
língua não pode ser compreendida independentemente dos conteúdos e
valores ideológicos que a ela se ligam” (BAKHTIN: 1995, 127). È para desvelar
os conteúdos e valores ideológicos, aos quais a teoria bakhtiniana se refere e
que estão presentes em toda e qualquer enunciação, inclusive nos slogans
políticos que este estudo pretende contribuir.
03. SÍTIO DO PICAPAU AMARELO:O ARQUÉTIPO DOS
PERSONAGENS NA VERSÃO DA REDE GLOBO DE TELEVISÃO
Maria Betânia Peixoto Monteiro da Rocha
O discurso é o que se deseja dizer dentro de um texto, seja este temático ou
figurativo. Para cada discurso há uma ideologia. Para cada ideologia duas
mensagens: uma superficial - aparente - e uma profunda. O discurso é o
recurso mais utilizado dentre as formas de Poder. Na atividade Política, é o
discurso que transmite, transforma e percebe as manobras que têm por
finalidade organizar e determinar a estrutura social delimitada por fronteiras
espaciais e filosóficas. Convencer um cidadão a utilizar uma arma para
defender os interesses de “seu país” é o discurso recorrente em instituições
militares. O que seria da economia, e, portanto da acumulação de produtos, se
não fosse o discurso de que é “preciso” comprar e que, conseqüentemente, é
necessário vender? E por fim, o que seria das igrejas, instituições de ensino, e
dos veículos de informação se não houvesse uma forma de falar sem omitir a
intenção? Diante da qualidade macunaímica do discurso, ou seja, da qualidade
de adaptar-se a partir de uma transformação estética da linguagem, é que nós
analisaremos o programa infantil Sítio do Pica-pau Amarelo, inspirado na obra
de Monteiro Lobato. Percebendo que os textos figurativos são os que mais
omitem as mensagem de nível profundo e os que possuem maior alcance, é
que determinamos a escolha do programa a ser analisado.Nossa estratégia é
definir a intenção do discurso da Rede Globo a partir da linguagem (verbal e
não verbal) dos personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo.
04. TECNOLOGIAS DO EU E AUTOBIOGRAFIA
Carmen Brunelli
PPGEL/UFRN
As tecnologias do eu são produzidas a partir de técnicas que conduzem o
indivíduo a tornar a si próprio o sujeito de suas práticas e das práticas dos
outros sujeitos sobre si, recusando ou resistindo a certos modos de
subjetivação. No entanto, essas técnicas não se dão independente de
dispositivos discursivos e não discursivos. A partir dessas considerações,
analisaram-se alguns memoriais acadêmicos de um curso de Pedagogia que
se configuram em uma escrita autobiográfica. A partir de uma perspectiva
foucaultiana, as conclusões deste estudo apontam para o fato de que o
discurso nos textos autobiográficos reflete não apenas as experiências do
sujeito mas também a forma singular e normativa dos dispositivos pedagógicos
que regulam e modificam essa relação reflexiva.
05. CRENÇAS NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: ANÁLISE
DOS DISCURSOS DE SLOGANS PROPAGANDÍSTICOS DE
ESCOLAS DE LÍNGUAS
Ivonete Bueno Gratão
[email protected]
PPGEL/UFRN
O trabalho proposto apresenta uma análise, em fase introdutória, de uma
pesquisa cuja temática versa sobre a questão de crenças em relação à
aprendizagem de língua inglesa que atravessam os discursos propagandísticos
de escolas de línguas. A questão norteadora dessa investigação é que valores
e representações são utilizados nesses discursos com o propósito de “seduzir”
as pessoas para o ingresso em alguns cursos propostos? Utilizam-se como
corpus folders de escolas franqueadas nacionalmente, Yazigi, Fisk e Skill, com
o propósito de averiguar efeitos de sentido que perpassam tais discursos, de
forma a motivar as pessoas a ingressarem nessas escolas, a partir da
evidência em torno da aprendizagem de outros idiomas, ou, ainda, verificar, se
de fato, a preocupação expressa por esses cursos está relacionada às
vantagens dirigidas para ascensão e status social. Fundamentam teoricamente
a investigação os trabalhos de Barcelos, Pajares, Almeida Filho, entre outros. A
partir da análise até então realizada, percebe-se que as práticas discursivas de
tais propagandas refletem aspectos culturais de que o conhecimento de uma
língua estrangeira, em especial o inglês, traz ao indivíduo posição privilegiada
no mundo contemporâneo.
06. DISCURSO, MEMÓRIA E IDENTIDADE: ESTUDO DE
MARCAS DE IDENTIDADE ÉTNICO-RACIAL DE PROFESSORES
Girlane Costa de Sousa- UFRN
Nesta pesquisa, procurar-se-á analisar práticas discursivas de professores
negros pertencentes a escolas da cidade de Natal. Para tanto, realiza-se um
estudo, numa perspectiva discursiva, das marcas de identidade destes sujeitos
em espaços escolares, com o propósito de averiguar a sua inserção nas
instâncias públicas onde são identificados em seus papéis à busca da
ascensão social. Toma-se a memória como elemento central para o resgate
dos relatos desses profissionais na trilha da construção de sua identidade
social e racial. Colocam-se como questões de pesquisa até que ponto os
professores negros incorporam a sua identidade racial e que tipo de interdição
enfrenta estes sujeitos nas diversas instâncias da convivência social no seu
cotidiano. Como procedimento metodológico, analisaremos, qualitativamente,
dados da entrevistas. Recorre-se às postulações da AD de linha francesa. e
aos estudos de Hall (1996) e Tomás Tadeu da Silva (2000), (Moita Lopes
(2002), entre outros, voltados para a questão da relação educação e raça.
Espera-se, a partir da análise, apreender dos discursos dos docentes negros
aspectos relevantes da sua história de vida sobre a temática da identidade
racial.
07. PROCESSOS DISCURSIVOS DE CONSTITUIÇÃO
IDENTITÁRIA DO GOVERNO LULA NA PROPAGANDA EXIBIDA
NA MÍDIA
Ady Canário de SOUZA
PPgEL - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
[email protected]
Este trabalho resulta do interesse em compreender procedimentos discursivos
de construção dos sentidos da/pela linguagem na propaganda do governo Lula
que circula na mídia. Com foco na construção da identidade do Governo Lula, a
análise, de forma introdutória, procurará mostrar como, ao fazer uso da
linguagem, se constrói essa identidade constantemente negociada com o outro.
Observando o discurso dessa propaganda, vemos que a midiatização da
política pode também nos levar a entender essa arena na qual a política se
assemelha a uma empresa de vendas. No seu interior, desenvolve-se o plano
estratégico que pressupõe a aplicação das ferramentas do marketing para
vender a imagem que o governo objetiva negociar com o outro. Busca-se,
ainda, investigar de que forma a penetração da política na mídia poderá
contribuir também para explicar a relação da língua ao político, ao histórico,
aos acontecimentos discursivos inerentes aos processos de construção dos
sentidos da/pela linguagem. Para tanto, orienta teoricamente esse trabalho a
AD de filiação francesa, especificamente, na utilização de noções como efeitos
de sentido, interdiscurso.
08. SUJEITO(S) DA NOTÍCIA: UMA ANÁLISE DISCURSIVA
José Zilmar Alves da Costa
Análise dos processos discursos constitutivos da notícia, com enfoque na
tríade jornal-jornalista-fonte, vistos como figuras discursivas, com certas
capacidades fixas e com um lugar na ordem das coisas, que se apropriam da
língua, instalam-se como centro de referência interno de seu discurso,
postulam o outro, expressam uma relação com o mundo e pelo discurso coreferem com seu interlocutor mas que sofre constrangimentos e
condicionamentos diversos. Sujeitos que ocupam um lugar social e a partir dele
passam a enunciar, a fazer um discurso ideológico, sempre inseridos num
processo histórico.
09. A PROBLEMÁTICA DA PESQUISA NAS CIÊNCIAS
HUMANAS E NA LINGÜÍSTICA APLICADA: MODO DE
SIGNIFICAÇÃO E RELAÇÕES ÉTICAS.
Renata Archanjo
Departamento de Letras – UFRN
Os estudos sobre a produção do conhecimento, na área das Ciências
Humanas vêm sofrendo modificações decorrentes das crises dos paradigmas
científicos que orientam o modo de produção das mesmas e de sua
significação na contemporaneidade. No campo da linguagem, a Lingüística
Aplicada e a sua vertente crítica, igualmente apontam para uma modificação
em seu campo de atuação que caminhe para além de um estudo teórico /
prático das manifestações do fenômeno lingüístico, constituindo-se em
posicionamentos que, ao levar em conta questões históricas, políticas, sociais,
econômicas, culturais, tecnológicas, questões que abarquem diferentes
comunidades, grupos étnicos, minorias, apontem para um conhecimento sobre
como as vozes presentes nos discursos significam e como as relações éticas
se constituem no interior desses discursos. O conhecimento passa pela
subjetividade de cada indivíduo e, sendo o sujeito múltiplo, heterogêneo,
fragmentado, axiológicamente atravessado em todas as suas manifestações,
mas único em sua eventicidade, a subjetividade de cada um é produto de suas
relações singulares com o mundo e com os outros. O objeto de estudo de
nossa pesquisa é o discurso teórico-científico produzido no âmbito dos estudos
da linguagem e, portanto, dentro do campo das Ciências Humanas, e seu
significado. Ao questionar a significação do discurso estamos partindo do
pressuposto que este se constitui na dialogicidade na qual circulam vozes em
constante tensão. Entender como as diferentes vozes se fazem ouvir e
significam no discurso científico é o primeiro de nossos objetivos. Entender
como o sujeito estabelece uma relação ética com seu discurso e com o outro
para quem ele se dirige é o segundo de nossos objetivos.As questões
apontadas acima dizem respeito às idéias centrais que fundamentam minha
pesquisa de doutorado e constituirão a base das discussões propostas para o
presente GT.
10. O OLHAR EXOTÓPICO DO REVISOR DE TEXTOS
Risoleide Rosa Freire de Oliveira
(UFRN)
O trabalho apresenta os primeiros momentos de um estudo sobre o processo
de revisão de textos de autores maduros em que o ato de revisar é
considerado como um ato ético, um ato de responsabilidade e responsividade,
um ato de negociação entre os pontos de vista do revisor e do autor.
Fundamentada na concepção de linguagem enquanto prática social e
discursiva, de acordo com a teoria da enunciação na vertente bakhtiniana, a
investigação tem como principal objetivo compreender como se dá o trabalho
do revisor, como ele se posiciona na relação revisor-texto-autor e até que ponto
interfere no conteúdo temático, na forma composicional e no estilo textuais.
Parte-se do pressuposto de que ao desenvolver seu trabalho, o revisor exerce
a função de mediador entre o texto e o produtor, de modo que este assuma sua
posição de autor, ou seja, aquele que é responsável pelo texto nas dimensões
lingüísticas e discursivas. Para isso, é necessário que o revisor assuma uma
posição “exotópica”, ou seja, de distanciamento do texto do outro, o que lhe
permite “ver no outro aquilo que ele não pode ver em si próprio”, por meio do
“excedente de visão”. Nessa perspectiva, o revisor de texto deve ser, portanto,
aquele que dialoga com o autor do texto e tenta, de uma “posição de
distanciamento”, colaborar para o sucesso do produto final.
11. MULHERES QUE RETOMARAM A SUA TRAJETÓRIA
ESCOLAR:
PENSANDO IDENTIDADES SOCIAIS
Cássio E. R. Serafim (UFRN/PPgEL)
[email protected]
Marluce Pereira da Silva (UFRN/PPgEL)
[email protected]
Neste trabalho, buscamos situar mulheres adultas num mundo onde,
constantemente, as identidades coletivas e individuais estão sendo
questionadas, com o propósito de serem reconstituídas sob a influência de
aspectos culturais, sociais, políticos, econômicos e históricos. Ponderamos
sobre a decisão desse sujeito social de retomar a sua trajetória escolar.
Indagamo-nos se esse retorno pode ser justificado com base na necessidade
de elevar a escolaridade na tentativa de inserir-se e/ou manter-se no mercado
de trabalho e/ou se pode ser refletido como uma inserção num processo de
revisão de identidades sociais antes dadas como fixas; em especial, a de
gênero. Na busca de possíveis respostas para o nosso problema, estamos
analisando relatos de mulheres adultas que retomaram a sua trajetória escolar,
em programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), na cidade de Natal
(RN). Buscamos dialogar com textos de estudiosos que invistam no estudo da
constituição de identidades sociais na contemporaneidade, bem como na sua
relação com a educação e com a linguagem. Entre eles, encontram-se Britto
(2003a; 2003b), Hall (2000), Escosteguy (2001), Kleiman (1995; 1998), Mey
(2001), Hoffnagel (1999), Ribeiro (2003), Signorini (1998; 1999). Em termos de
conclusão parcial, inferimos que a retomada da trajetória escolar e a obtenção
de um certificado de conclusão do Ensino Fundamental podem isentar esse
sujeito de certos constrangimentos sociais e podem contribuir para a
ressignificação da sua imagem social e, conseqüentemente, para o constante
processo de constituição e questionamento de suas identidades sociais.
12. A HORA DA ESTRELA: A RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA E A
LITERATURA, UMA QUESTÃO DE GÊNERO?
Durval Muniz de Albuquerque Júnior
Professor do Departamento de História
Bolsista de Produtividade em Pesquisa - CNPq
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO: Uma das questões mais debatidas hoje entre os historiadores
é a relação entre a história e a literatura, a história e a narrativa. Grande parte
dos textos escritos sobre esta temática defende sempre o mesmo ponto de
vista, ou seja, a necessidade de diferenciar a história da literatura, de se
defender da ameaça que parece representar a aproximação entre o texto do
historiador e o texto literário. Por que tememos a literatura? Porque a
denegamos? HIPÓTESE: Nossa hipótese é que a história, como um saber
surgido no seio da sociedade grega clássica e de seu esforço de racionalização
do mundo, teme a experiência literária onde se foi alojar, na modernidade, a
dimensão trágica da existência, o lado não racionalizado e não luminoso da
realidade. METODOLOGIA: Partindo do que Lacan, Deleuze e Guattari
chamam de instâncias da vida psíquica ou movimentos do desejo e tomando a
obra da escritora brasileira Clarice Lispector como material para reflexão, a
comunicação procurará discutir a relação entre história e literatura como a
relação entre duas formas de discurso que buscam afrontar o real, entendido
enquanto caos, e tentam ordená-las simbolicamente de distintas maneiras.
RESULTADOS OBTIDOS: Sugerimos, ainda, que a relação entre estas duas
ordens de discurso é uma questão de gênero, não apenas discursivo, mas de
gênero entendido como a forma social de pensar e organizar a relação entre o
masculino e o feminino, ou seja, achamos que a história veio se alojar naquilo
que a sociedade ocidental definiu como sendo o masculino: a racionalidade, a
objetividade, a verdade, enquanto a literatura é inscrita no que o ocidente
definiu como feminino: a sensibilidade, a subjetividade, a ficção, o
mascaramento.
13. MÁSCARAS DE PAPEL: A PRÁTICA LITERÁRIA CRIANDO
LUGARES DE SUJEITO PARA LUIS DA CÂMARA CASCUDO
Francisco Firmino Sales Neto
E-mail: [email protected]
Orientador: Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Junior
Departamento de História - UFRN
O presente trabalho é parte integrante do projeto financiado pelo CNPq, Luís
da Câmara Cascudo em “As batalhas contra o tempo”: a biografia histórica de
um erudito brasileiro (1898-1986). Este projeto tem por objetivo compreender, a
partir da elaboração de uma biografia, como se formou a subjetividade do
erudito potiguar Luís da Câmara Cascudo e, assim, entender a diversidade de
temas por ele pensados. Nesse momento, nos propomos a discutir a
emergência da primeira construção subjetiva de Câmara Cascudo – a de crítico
literário – pois, parafraseando Foucault, foi esta a sua primeira estratégia
discursiva. Isso é o que nos mostra a análise de seus primeiros artigos no
Jornal A Imprensa, a partir de 1918, bem como sua primeira obra publicada,
Alma Patrícia: crítica literária, de 1921. Estes textos demonstram a intenção de
um homem em se afirmar como sujeito do saber, por meio da prática literária.
Assim como um personagem de teatro da Grécia Antiga, que utilizava uma
máscara para cada personagem apresentado, Câmara Cascudo portou-se,
obviamente, de acordo com os princípios básicos de cada área do saber em
que atuou, assumindo múltiplos lugares de sujeito: historiador, folclorista,
memorialista, etnógrafo e biógrafo, por exemplo. Portanto, entendendo o sujeito
como uma construção social e histórica, buscamos mostrar como estes
discursos atuaram na construção do primeiro de vários lugares de sujeito
ocupados por Câmara Cascudo ao longo de sua vida, arrogando para si um
espaço entre a elite letrada do Rio Grande do Norte, no início do século XX.
14. ENTRE A VIDA E A CIÊNCIA: A SUBJETIVIDADE DO
PROFESSOR NA PRODUÇAO DO CONHECIMENTO
Gilberto Ferreira Costa
Aluno do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) vinculado ao
Núcleo de Pesquisa em Educação, Ciência e Tecnologia (NEPECT)
e Grupo de Estudos de Práticas Educativas em Movimento
(GEPEM). Professor do Departamento de Educação da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco
Professora do UFRN (PPGEd). Coordenadora do NEPECT e
GEPEM.
O presente trabalho propõe discutir o tema subjetividade e educação. Parte-se
do princípio de que o professor não é apenas mediador da aprendizagem no
processo de ensino, pois se o ato pedagógico constitui-se num ato político
entende-se que em sala de aula ao propor a discussão de um conteúdo ele
utiliza-se de instrumentos escolhidos a partir de uma posição políticoideológica. Entre esses o mais importante é o discurso. Nele, o professor
expõe, além do conteúdo considerado científico, elementos de sua
subjetividade, sendo essa fortemente influenciada por suas experiências
vivenciais. Nesse sentido, considera-se que o professor é produto de uma
formação ampla onde aspectos culturais, econômicos, psicológicos e sociais
são determinantes para a elaboração de um sujeito que pelo diálogo e pela
consciência é capaz de pensar e transformar a realidade, sendo ao mesmo
tempo produto e produtor de conhecimentos. Compreendendo que a realidade
é extremamente complexa e que uma só teoria não daria conta de explicar tal
complexidade utiliza-se um amplo referencial teórico que possa dar conta das
questões a serem analisadas. Assim, a pesquisa situa-se no pensamento de
Michel Foucault, Paulo Freire, Vigotsky, entre outros. Os sujeitos da pesquisa
são professores que moram e atuam em assentamentos rurais entre estes, 06
(seis) vinculados a rede pública de ensino e que estão no curso de formação
Pedagogia da Terra em Ceará-Mirim (RN). A metodologia utilizada tem sido,
nesse momento, a análise de suas narrativas escritas de vida, onde buscamos
encontrar nas mesmas, experiências individuais e coletivas que, para eles,
sejam norteadoras de suas práticas sociais. Consideramos que observações às
aulas, entrevistas e diálogos constantes com os sujeitos são de extrema
importância para uma melhor compreensão do objeto. Dessa forma, essa
pesquisa busca contribuir para a reflexão de novas práticas pedagógicas a
partir de uma nova concepção sobre o processo de produção do conhecimento
na contemporaneidade.
15. IDENTIDADE, IMAGINÁRIO E ONTOLOGIA
Sheila Mendes Accioly
Este artigo tece as relações entre identidade e imaginário, rumo a uma visão
ontológica da contraparte do sujeito na análise discursiva, a partir da
aproximação entre a teoria do inconsciente de Sigmund Freud e a teoria do
imaginário de Gilbert Durand.
16. IDENTIDADE E PODER EM TEXTOS MIDIÁTICOS ESCRITOS
Luiz Freire
(UFRN-LETRAS)
Tida historicamente nos meios acadêmicos contemporâneos como uma subárea do conhecimento originalmente circunscrita e periférica, a Lingüística
Aplicada, doravante LA, no final dos anos 80 e ao longo dos anos 90, passou
por um processo de discussão e ampliação de suas linhas de contorno com
conseqüente expansão de suas zonas fronteiriças. Com isso, consegue
legitimar procedimentos de investigação que levam a uma prática cientifica de
investigação do diverso, do instável, do provisório, do novo, do que emerge.
Assim, a referência cientifica clássica, representada pelos padrões de
investigação praticados pela lingüística teórica deixam de ser a referência
única. Fenômenos e problemas do chamado mundo real passam a ser
abordados em sua dimensão sociológica. Com isso, emerge a necessidade de
se visualizar as práticas de linguagem, ou seja, a linguagem passa a ser vista e
abordada como prática social. As práticas discursivas passam a ser
constitutivas do universo social. Em função dessa expansão epistemológica, a
LA passa a assumir efetivamente um compromisso com a realidade social.
Nesse novo quadro, questões como identidade, ética, subjetividade e poder
passam a ser contemplados como fatores relacionados à responsabilidade
social da lingüística aplicada. A partir desse novo olhar, entendendo que o
discurso midiático, pelo papel ascendente nas formas de sociabilidade e do
registro do cotidiano, representa uma prática social importante de ser
investigada, propomo-nos a trabalhar com textos midiáticos escritos, obtidos
em sua versão on line, de dois jornais de circulação nacional, versando sobre
uma temática comum que, apesar de universal, reflete-se a nível local de forma
diferenciada. Desse modo, entendemos, torna-se relevante perscrutar o
discurso midiático no sentido de visualizar melhor o aspecto não adâmico deste
discurso, considerando-o como constituído a partir das vozes que emergem de
seu interior.
17. DISCURSO, ESTILO E IDENTIDADE: UMA ABORDAGEM
ESTÉTICA DA CIDADE DE NATAL
Marília Varella Bezerra de Faria
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Esta pesquisa visa estudar as identidades da cidade de Natal, construídas ao
longo do século XX. Sabemos que os espaços urbanos resultam de um
conjunto de relações históricas, políticas, econômicas, culturais, sociais e
estéticas. As cidades brasileiras, formadas a partir de modelos europeus,
sobretudo espanhóis e portugueses, fomentaram, ao longo do tempo, um modo
desigual, mas articulador do local com o que veio do exterior e de outras partes
do país. Dessa forma, a construção de suas identidades tem acontecido
através da hibridação resultante das múltiplas interpenetrações que existem
entre os contingentes migratórios que formam o país. Nesse contexto, a
pesquisa de doutorado proposta objetiva estudar, à luz da produção literária de
poetas e poetisas natalenses, as representações que se fazem da cidade de
Natal, em vários momentos do século XX, buscando marcas identitárias, a
partir de visões de mundo e de estilos. Para tal, considera-se a poesia como
definidora de um modo característico de vida, que adquire significado através
do campo social ao qual está incorporada. O estudo toma como base o modelo
sócio-histórico de linguagem, entendendo esta como uma prática discursiva,
que constitui identidades (Bakhtin, Foucault, Pêcheux, Fairclough), assunto que
vem ganhando espaço no campo da Lingüística Aplicada. A pesquisa
apresenta, ainda, interface com os estudos sobre identidades culturais,
considerando que a cultura significa e constrói valores, produzindo diferenças
em função de suas condições de produção. Destacam-se as identidades
plurais, flutuantes (Hall), construídas nas relações de alteridade, sejam
pessoais, étnicas, de gênero, de classe e territoriais. Sendo a cultura
perpassada por todas as práticas sociais, é através dela que as sociedades
refletem suas experiências comuns.
18. LITERATURA E HISTÓRIA: A MODERNIDADE POR OUTRO
PRISMA.
Jânio Gustavo Barbosa
[email protected]
A literatura tem figurado na História Humana como um escape, onde os seres
se isentam de si, e expõe suas angustias, suas aflições, suas vitórias, suas
decepções, enfim, a forma como vê o mundo, como quer que ele seja e os
moldes pelos quais absorve a realidade. O final do século XIX e o início do
século XX, nos dá uma demonstração de como a literatura serve a História de
forma a evidenciar um passado incomum, um passado muitas vezes
idealizador de um futuro, um passado arredio ao presente e que nos mostra
naquele tempo, outro tempo, nos levando a uma fusão de tempo e espaço, no
primeiro momento, incompreensíveis ao presente. Nesse momento a literatura
nos traz bons préstimos e nos permitem ir além do que se há coletivamente. As
individualidades chocam-se com as coletividades e nesse contexto de
mudança a literatura é muito mais do que uma metodologia para a História, ela
é um momento outro do presente daqueles tempos. A partir disso o presente
trabalho enseja evidenciar os resultados iniciais de uma pesquisa bibliográfica
acerca do tema, correlacionando os estudos interdisciplinares entre Literatura e
História, tomando a literatura do Rio Grande do Norte entre os anos de 1920 e
1930, como base das evidencias de um aspecto da modernidade figurante.
19. “ALMA PATRÍCIA”: UMA ANÁLISE DA CRÍTICA LITERÁRIA
FEITA POR CÂMARA CASCUDO
João Carlos Vieira da Costa Cavalcanti da Rocha
Graduando em História
Bolsista de Iniciação Científica – Balcão/CNPq
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO: Em 1921, Cascudo publicou o livro “Alma Patrícia”, livro de
crítica literária sobre os poetas do Rio Grande do Norte. Por esta época,
começavam a aparecer as primeiras influências do Modernismo na literatura
brasileira, movimento do qual Cascudo foi o principal divulgador no Estado.
HIPÓTESE: Nossa idéia é a de que “Alma Patrícia”, mesmo escrito ainda sob
influência parnasiana e antes da Semana de Arte Moderna, já apresentava as
primeiras idéias sobre a originalidade de temas, livre-métrica, dentre outros
aspectos que foram propagados pelo Modernismo no Brasil. METODOLOGIA:
Utilizando-nos dos pressupostos de Michel Foucault acerca da análise de
discurso e das idéias sobre a história da literatura no Rio Grande do Norte de
Humberto Hermenegildo, pudemos verificar os elementos que tornou singular
as análises literárias feitas por Cascudo. RESULTADOS OBTIDOS: Na análise
do livro “Alma Patrícia”, pudemos perceber características da primeira fase da
formação intelectual de Câmara Cascudo, que, através da crítica literária, ainda
demonstrava estar vinculado a vários pressupostos parnasianos. No entanto,
estas questões estavam em transformação, pois surgiram as primeiras idéias
que vinculava a prática literária à necessidade de originalidade, aos temas
regionais, ao riso e à livre-métrica, idéias que serão fortemente pregadas pelos
modernistas.
GT-09: GUIMARÃES ROSA E CLARICE LISPECTOR: FICÇÃO,
FILOSOFIA E PAIXÃO
Coordenadora:
Ilza Matias de Sousa
E-mail: [email protected]
Departamento de Letras
Local: Salão Vermelho
A finalidade do GT é mobilizar leituras de Guimarães Rosa e Clarice Lispector
que reflitam em suas abordagens questões basilares sobre a ficção e a sua
dimensão filosófica, dentro da concepção criadora de uma poética dos afetos,
na perspectiva de um dizer (neo) humanista. Linha de pesquisa: Poéticas da
modernidade e da pós-modernidade.
Primeiro dia
01. A QUINTA HISTÓRIA DO AMOR: O MAL SECRETO NA
ESCRITA DE CLARICE LISPECTOR.
Francineide Santos de Oliveira
Mestrado em Estudos Letras, área de concentração - Literatura
Comparada
UFRN/PPGEL
O presente trabalho leva em conta dois textos de Clarice em que será
abordada a relação entre mal moral e “mal secreto” - enquanto trabalho de
autoconhecimento e auto- constituição da alma humana. Em que consiste o
“mal secreto” referendado nas obras de Clarice? Certamente que o conceito de
“mal” está atrelado a uma filosofia que discerne entre “mal moral” do binômio
“bem/mal”, caracterizado pelo senso comum. Mas afastando-se das
prerrogativas de “cientificidade” dos conceitos, as produções lispectorianas
suspendem o olhar caquético das pretensões filosóficas para considerar o
terreno movediço da constituição da alma humana. O “mal” torna-se, assim,
uma espécie de encarnação do “trabalho secreto” promovido pela
paixão/desejo de autoconhecimento; uma ruptura com a exterioridade
ordenadora do “EU”; um mergulho vertiginoso na dor móvel e contingente da
vida. Afinal, o “mal secreto” emplacado na dor de viver nos proporciona: um
gosto sádico, um gosto reprimido de morte, um gosto de nos conhecermos ao
máximo... ( Denis de Rougemount in História do Amor no Ocidente,p.69)
02. GRANDE SERTÃO: VEREDAS E A MÚSICA COMO UMA
POÉTICA DOS AFETOS
Cleodon Martinho de Carvalho
Jônatas Torres da Silva
Orientadora: Profª Ms Ana Santana Souza
Universidade Potiguar – UnP
No ano de 2004, lemos em grupo e de forma oral, no projeto de extensão Cais
da Leitura, o romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Essa
leitura resultou em alguns trabalhos acadêmicos, inclusive uma monografia
onde abordamos como Rosa utiliza na escrita os recursos da língua para
representação dos sons. Para Facó (Guimarães Rosa: do ícone ao símbolo,
1986), a união entre o som e o sentido convida a uma viagem a todos os níveis
de sentido e de realidade, uma vez que a beleza sonora das palavras é, ao
mesmo tempo conhecimento e poesia, história e meditação, substância do
visível e sentido da vida. Desta forma a interação entre os produtores dos sons,
o ambiente, e aqueles que captam psiquicamente essa sonoridade, diga-se, os
leitores, dar-se-á na forma de equilíbrio, propiciando um complexo
discernimento da paisagem sonora presente na obra, uma vez que o equilíbrio
é um ponto fundamental para que haja harmonia entre a obra e o leitor. Para a
compreensão da obra não podemos entrar em conflito psíquico com os
elementos sonoros presentes nas palavras, e que são produzidos por Rosa. O
Autor considera ainda que nossas raízes também estão profundamente ligadas
às canções populares, dando sustentação às crenças, costumes e modos de
vida de um povo. A linguagem de um povo define sua linguagem musical. E
essa é, ao mesmo tempo, esperança e vida desse povo, renovando-lhe as
forças para enfrentar a natureza e o descaso. Como diz Rosa: “Tudo, nesta
vida, é muito cantável”. Concluímos que a musicalidade contida no romance
chega ao leitor afinando-lhe o sentimento e tornando-o apto a receber
impressões sonoras, especialmente no que se refere aos sons ambientais.
Neste contexto, acreditamos que a poesia de Rosa, contida na prosa, é a
poesia da música e também sua poética dos afetos.
03. FELICIDADE SE ACHA É SÓ EM HORINHAS DE DESCUIDO
Ana Santana Souza
UnP/UFRN
Este trabalho é uma leitura de Barra da Vaca, conto de Guimarães Rosa
publicado em Tutaméia (2001). A análise se concentra no protagonista
Jeremoavo que, forasteiro, migra em busca dos “achegos do mundo”. A
errância do personagem é investigada a partir do conceito de estrangeiro,
elaborado na obra Estrangeiros para nós mesmos (1994), por Julia Kristeva,
para quem a estrangeiridade está no próprio homem que persegue
eternamente uma identidade. Também será consultado o livro Sobre o
nomadismo, de Michel Maffesoli (2001). Jeremoavo, como Riobaldo, Matraga,
e um sem fim de outros personagens de Rosa, fazem parte de uma falange de
estranhos, de estrangeiros. Portanto, quando falar de Jeremoavo, estarei
invocando todos os viajantes rosianos, todos os que estão em travessia.
04. SOBRE FITA VERDE NO CABELO DE GUIMARÃES ROSA
Wellington Medeiros de Araújo
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte
Na busca constante de representação dos afetos, o texto literário rompe
paradigmas e estabelece o inusitado. Assim se faz ao (re) contar a tradição
literária dos contos de calçada, dos momentos em que as insuspeitadas
estrelas correspondem aos astros no firmamento. Desde Chapeuzinho
Vermelho, coletado da tradição oral por Perrault (1697), a história da menina
que escolhe sua estrada a ser trilhada tem vivido emblemáticas recriações
poéticas. Entre elas, consideramos a ilustração de João Guimarães Rosa, com
seu Fita verde no cabelo, quando a poética roseana desfaz os princípios
centralizadores das concepções clássicas postuladas pela teoria literária.
Nesse sentido, o texto de Rosa estabelece concepções descentralizadoras do
fazer literário, ao experimentar, no conteúdo humanitário e no artesanato
sintático do conto, uma articulação inóspita. Rosa passa do caminho da
intertextualidade – entendida não apenas como princípio mimético de outros
textos (Kristeva), mas sim como formação dos discursos sócio-culturais
estabelecidos, como proposto inicialmente pelo dialogismo bakhtiniano – para
uma desconstrução simbólica no mundo das certezas humanitárias (a mimeses
aristotélica). No percurso que se lança aos olhos do leitor, instância das
significações, o universo das causas orais, antropologicamente ditadas pela
performance popular, vai se abrindo lentamente no reerguimento do conto
infantil Chapeuzinho Vermelho. Inevitável é a associação imediata com a
historieta da meiga menina que se lança ao mundo para satisfazer os prazeres
da pobre avó, enferma em uma cama, em local distante, perdido em meio à
floresta. Guimarães Rosa, ao contar sua “versão” da menina em conflito com o
lobo, de modo criativo e inventivo, propõe um olhar caleidoscópico sobre, não
apenas a tradição oral, mas, e sobretudo, sobre o fazer humanístico nas
relações discursivas postas no fazer poético.
05. CLARICE LISPECTOR: O MISTÉRIO QUE FALA TUDO SEM
REVELAR O SEGREDO.
Ailton Siqueira de Sousa Fonseca
(Doutorando na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC/SP), prof. do Departamento de Ciências Sociais da
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e membro
do
Núcleo
de
Estudos
do
Pensamento
Complexo
(COMPLEXUS/PUC-SP). E-mail: [email protected]
Nesse trabalho, fruto de uma pesquisa que realizo no doutorado sobre a vida e
a obra de Clarice Lispector, pretendo abordar, em linhas gerais, como a obra
inteira dessa escritora pode ser vista como um sedutor e inquietante convite a
se escutar a voz do silêncio. Clarice usa a palavra como isca para fisgar o que
não é palavra, escreve sem sufocar as entrelinhas, aposta no não-dito como
forma de dizer. Ela não escreve para explicar, mas para fazer as explicações
surgirem e, assim, estabelecer diálogos com o desconhecido, com a natureza e
os mistérios de cada ser. Em sua obra há sempre um mistério e uma forma de
dizer tudo sem tocar no segredo. A escritora e o leitor não participam da
revelação dos mistérios, mas ambos são envolvidos nos sedutores fios das
palavras que, ligando-se umas às outras, engendram a trama da narrativa, da
realidade e do ser. Os mistérios de Clarice Lispector.
06. UM SOPRO DE VIDA OU AS PULSAÇÕES DO INSTANTE
CRIADOR
Valdenides Cabral de Araújo Dias
UFRN/ CERES/ DCSH – Campus de Currais Novos
Escrever como forma de salvação — “eu escrevo e assim me livro de mim e
posso então descansar” — dando a Ângela o poder da palavra que tanto o
amedronta, mas que, uma vez dita, ilumina o instante da sua criação sagrada e
impregnada do “misterioso cheiro de âmbar”. Pela escrita, a tentativa de
fotografar as sensações mais profundas, suas e de Ângela. E é comportandose como o ‘ouroboros’ — “cobra que engole o próprio rabo” — que escreve,
seguindo o esquema da serpente enrolada comendo-se indefinidamente a si
própria que, conforme DURAND (1997), tomando as palavras de Bachelard, “é
dialética material da vida e da morte, a morte que sai da vida e a vida que sai
da morte, não como os contrários da lógica platônica, mas como uma inversão
sem fim de morte ou da matéria de vida”. E é dentro dessa dialética que o
‘autor’ escreve: fazendo pulsar em cada palavra um coração que um dia vai
morrer, demolindo alma e corpo na procura ab(surda) da palavra divina e
iluminadora que ascende do caos, fragmentada como o são ‘autor’ e
personagem. O sopro criador clariceano gerou, não um lamento, nem uma
autobiografia. Menos ainda uma história. Trata-se de um grande poema de
amor à vida breve e misteriosa. Resume-se, conforme o pensamento de
Octavio Paz, em um “exercício espiritual, é um método de libertação interior
[...]. Oração, litania, epifania, presença [...], condensação do inconsciente”.
07. “ERA NO TEMPO EM QUE OS BICHOS FALAVAM”:
UIMARÃES ROSA E A CONVERSA DE BOIS
Auristela Crisanto da Cunha
Universidade Federal do Rio Grande do norte
Parte integrante de Sagarana, obra cuja construção orgânica é composta por
um grupo heterogêneo de procedimentos lingüísticos, narrativos e semânticos,
o conto Conversa de Bois já aponta, desde o título, para um retorno ao aspecto
fabular da linguagem, tirando-a do domínio exclusivo do humano e
relativizando o seu potencial de racionalidade, o que permite uma aproximação
do universo rosiano com aspectos de linguagem abordados por autores como
Michel Foucault, Nietzsche e Machado de Assis.
Segundo dia
08. FICÇÃO E FILOSOFIA EM CLARICE LISPECTOR
Maria Eliane Souza da Silva
Bolsista PIBIC/CNPq
Base de Pesquisa: Metafísica e Tradição
Coordenadora da Pesquisa: Ilza Matias de Sousa
Este trabalho tem como objetivo correlacionar ficção e filosofia na perspectiva
da escritura clariciana nas obras A paixão segundo G.H., A via Crucis do Corpo
e a A bela e a fera. Descortinar, projetar e aflorar, nos interstícios da narrativa,
“mythos” e “logos” contidos em imagens entrelaçadas, dentro de um” deserto
de verdades” e “feridas abertas”, na busca do (des)velar do ser no âmbito
metafísico.
09. TRADIÇÃO E MODERNIDADE FUNDANDO UMA ESTÉTICA
DO QUASE-BELO NO CONTO ARROIO DAS ANTAS.
Roniê Rodrigues da Silva
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN
O texto roseano parece ter guardado para a figura masculina um lugar de
destaque, em detrimento de uma presença mais discreta da figura feminina.
Mas, como nem tudo que parece é, uma análise mais apurada do texto de
Rosa vai mostrar alguns perfis femininos construídos sob múltiplas e
insuspeitadas fontes. Assim, procuraremos apontar, nesse trabalho, a trajetória
da personagem Drizilda, do conto Arroio das Antas, forjada a partir do prefixo
des. Ela é desdenhada, desvalida, despetalada, escolhendo o retiramento para
viver “desde desengano”, apontando para os desenredos das histórias do
universo guimarãesrosiano. A construção identitária da personagem Drizilda
vincula-se ao meio social marcada por uma trágica experiência afetiva.
Contudo, como por encantamento, cumpre-se a máxima que aparece no texto
“toda grande distância pode ser celeste” e vemos o escrito assumir a estrutura
de um conto de fadas tradicional no qual, de acordo com Betteheim (1980),
apresentam-se as seguintes partes: fantasia, recuperação, escape e consolo. A
personagem principal do Arroio passa por todas essas fases. Primeiro, quando
escapa das garras de um marido violento que se desfazia dela. Posteriormente,
passa por um momento de reclusão, mas recupera-se com a chegada de seu
príncipe, o consolo final. Temos, então, o que deve ocorrer em todos os contos
de fadas, a reviravolta com final feliz. O lugar que outrora era “o último lugar do
mundo”, “recanto agarrado e custoso, sem aconteceres” transforma-se em
lugar “forte e feliz”. A paixão funciona como humus fecundador que renova as
forças de Drizilda e de todo o lugar.
10. VOLTAR AO PRÓPRIO CORPO: UM ESTUDO
FOUCAULTIANO SOBRE “PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM”,
DE CLARICE LISPECTOR.
Juliana Batista de Oliveira
Orientadora Prof. Pós-dra: Ilza Matias de Sousa
O objetivo deste trabalho é estudar as relações entre corpo e educação dentro
da obra Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector; observando as
relações de poder e saber sob a luz do pensamento foucaultiano.
11. REPRESENTAÇÕES DA PAIXÃO EM MEU TIO O IAUARETÊ
DE J. GUIMARÃES ROSA E NOS POEMAS DE VIAGEM DE
CECÍLIA MEIRELES.
Laís Karla da Silva Barreto – Mestranda do Programa de Pós
Graduação em Estudos da Linguagem – PPgEL/UFRN.
Orientadora: Profª Drª Ilza Matias de Sousa / PPgEL/ UFRN.
A proposta deste trabalho é identificar traços que codifiquem a paixão nas
leituras do conto Meu Tio o Iauaretê de João Guimarães Rosa e em poemas da
obra Viagem de Cecília Meireles. Nossos objetivos buscam mostrar a
representação e o deslumbramento da paixão através da linguagem, situada
aqui através do conto e da poesia. E é nesta perspectiva apaixonante que
mostramos este sentimento excessivo, inserido no cotidiano dos seres,
relatado pela ficção e pela filosofia, repercutindo assim diretamente nos
questionamentos sobre identidade, metafísica, cultura e imaginário.
12. AS REMINISCÊNCIAS EM GUIMARÃES ROSA..
Flávia Batista de Lima
Aluna concluinte Letras-Português; Bolsista PROCEM
Guimarães Rosa ao escrever Primeiras Estórias tece a rede das
reminiscências, compreendendo-as como agentes do processo de recriação,
presentes nas literaturas oral e erudita. Este trabalho objetiva apresentá-las
como mediadoras plásticas no processo da construção ficcional rosiana. A
partir do conto Sorôco, sua mãe, sua filha, foco de observação deste trabalho,
GR apresenta imagens que provocam a percepção do leitor para uma possível
descoberta da construção de elementos essenciais da narrativa.
13. : SAGACIDADE INTERIORANA: TRANSCENDÊNCIAS
FICCIONAIS EM GR.
Romão Inácio da Silva Júnior
Mestrando Literatura Comparada
Guimarães Rosa, em Sagarana, cria universos de complexidade imersos em
seus personagens; universos desvelados gradualmente ao passo que o leitor
suplanta suas percepções iniciais e imerge na atmosfera de transcendências
que está contida numa subjetividade de cada elemento de composição da
narrativa. O objetivo deste trabalho é sugerir o conceito e momentos próprios
de transcendências que permeiam contos de Sagarana, em especial A hora e a
vez de Augusto Matraga.
14. “A PAIXÃO DE CLARICE LISPECTOR PELA ESCRITA E
SUAS CONSEQÜÊNCIAS”
Francisco Leandro Torres
vinculado ao Departamento de Letras
O trabalho propõe-se a partir de duas obras clariceanas “A Hora da Estrela“ e
“Um Sopro de Vida” exemplificar o tema abordado e ir desdobrando a paixão
de Lispector no ato da escrita, criação e o seu processo de desencadeamento.
Expor também as várias relações existentes (envolvidas) nesse “Ato de
Escrever” , como, a matéria básica utilizada, o porque de escrever , a própria
paixão dissolvida no Ato e vice-versa, a criatividade, o que era escrever na
ótica dela, entre outras. As obras usadas servirão ainda de suporte para
retratar, demonstrar e expandir os comentários, as reflexões a respeito do
conteúdo ligado diretamente ao título do trabalho .Trataremos também as
diversas perspectivas e rumos da escrita de Lispector, por exemplo, a
confluência de paradigmas que a escritora tece, entretece, destece e põe em
tensão, as “mutações” e sua estilística pessoal; ressaltaremos também as três
histórias entrecruzadas na “A Hora da Estrela”, como: O narrador-escritor,
Macabéa e a Composição do romance com suas diversas relações;
culminando na estética –filosófica. Enquanto, no livro “O Sopro de Vida”
evidenciará o ato de criar (as personagens) e suas implicações, o paralelismo
entre criador e criatura, desembocando nas questões filosóficas profundas. Em
suma, a paixão envolvida no próprio ato de criação intermediado via o Ato de
Escrever, compreendendo a sua complexa teia de interligações variadas com
os inevitáveis e originários fluxos de consciência de Clarice.
GT-10: ESTUDOS HISTÓRICOS, FILOLÓGICOS E DESCRIÇÃO
DE LÍNGUAS
Coordenadoras:
Carla Maria Cunha
E-mail: [email protected]
Maria Hozanete Alves de Lima
E-mail: [email protected]
Departamento de Letras
Local: Setor de Aula II, sala E6
O grupo de trabalho Estudos Históricos, Filológicos e Descrição de
Línguas tem como objetivo reunir pesquisadores de língua e literatura, alunos
e professores, que desenvolvam trabalhos sobre tradução e leitura de textos
clássicos, estudos históricos e filológicos que privilegiem uma reflexão sobre as
características e a natureza das mudanças lingüísticas, bem como trabalhos de
descrição e funcionamento de línguas, sejam eles do ponto de vista fonológico,
lexical ou sintático.
01. ENTÃO: UM GRADUAL ADEUS À INDICAÇÃO TEMPORAL
Maria Alice TAVARES
Prof.ª do DL-UFRN
Neste estudo, abordo a forma lingüística ENTÃO em uma das funções que
desempenha no âmbito da articulação de partes do discurso: a seqüenciação
retroativo-propulsora de informações. Como conector codificador da
seqüenciação, ENTÃO interliga duas porções discursivas através de uma
estratégia pela qual a atenção do interlocutor é conduzida para trás, para o já
dito (retroação) e, ao mesmo tempo, para o que será introduzido (propulsão).
Cria-se, desse modo, a expectativa de que haverá uma relação semânticopragmática de continuidade e consonância entre as partes do discurso assim
interligadas. A seqüenciação envolve subtipos que denominei “subfunções
seqüenciadoras”. São elas: seqüenciação textual, seqüenciação temporal,
introdução de efeito, retomada e finalização. Pretendo averiguar se ENTÃO
tem passado, ao longo do tempo, por um processo de abstração crescente de
significado em seu uso como conector. Busco indícios da ocorrência de tal
processo e das etapas de mudança pelas quais ele se constitui em textos
escritos nos séculos XIV, XVI e XVIII e em amostras de fala atual, cuja fonte é
o Banco de Dados do Projeto VARSUL (Variação Lingüística Urbana na Região
Sul). Como resultados mais significativos, aponto a ocorrência de um grande
uso de ENTÃO como seqüenciador temporal no século XIV, e a diminuição
gradual de seu aparecimento na codificação dessa subfunção seqüenciadora
até o século XVIII, em que o conector passa a predominar na subfunção de
introdução de efeito. Na amostra de fala atual, ENTÃO é bastante freqüente
como conector introdutor de efeito, retomador e finalizador, e é pouco utilizado
como seqüenciador temporal. Essas tendências de uso podem ser
interpretadas como indícios quantitativos das diferentes etapas do percurso
seguido por ENTÃO rumo a significados mais abstratos em seu emprego como
conector seqüenciador.
02. A OCORRÊNCIA DO VERBO “TER” EM CONSTRUÇÕES
EXISTENCIAIS NOS TEXTOS JORNALÍSTICOS
Francisco Wildson CONFESSOR
Graduando em Letras - UFRN
A ocorrência do verbo ter em construções existenciais é cada vez mais comum
na língua falada, em que essa posição era normalmente ocupada pelo verbo
haver. Como afirma Ribeiro (1996: 373), o verbo ter “coocorre com haver nas
estruturas existenciais, havendo um predomínio de ter existencial sobre haver
existencial na língua oral”. Assim, evidenciada a presença do ter existencial na
língua falada, o objetivo deste trabalho é observar sua ocorrência na língua
escrita, mais precisamente em textos jornalísticos, levando-se em consideração
que a gramática normativa não admite o uso do ter existencial na língua
escrita. Nosso corpus de análise é composto por alguns exemplares do Jornal
Tribuna do Norte publicado no Estado do Rio Grande do Norte no mês de junho
de 2005.
03. ESTUDOS SOBRE OS PROCESSOS DE HIFENIZAÇÃO NA
LÍNGUA PORTUGUESA
Jairo De Souza MOURA
Marcos César TINDO
Graduandos de Letras - UFRN
Os critérios de colocação do hífen, no Português, podem ser obscuros: pouco
etimológicos, raramente fonéticos e contendo minúcias complexas. Não
surpreende, portanto, que a maioria dos utentes desconheça os usos
adequados e, mesmo aos que os conhecem, sempre apresentam-se sutilezas.
Assim, averiguaremos uma possível contradição entre as regras. A gramática
preconiza o uso em substantivos (e adjetivos) compostos cujo primeiro
elemento for verbo. Contudo, também proíbe ligar por hífen adjetivo a
substantivo. Ocorre assim uma leve dificuldade de discernir entre este e aquele
caso, a exemplo: “café-expresso” ou “café expresso”? “idéia-fixa” ou “idéia
fixa”? Os termos “expresso” e “fixa” seriam parte dos nomes ou adjetivos
restritivos destes? O sentido diferiria com o contexto? O caso mais explícito
desse aparente choque sintático-semântico entre as regras é o da expressão
“ser-humano” (ou “ser humano”?): Sabe-se que ser é verbo e que o termo
humano é substantivo. Será, pois, simples como “guarda-chuva”? Entretanto,
pode julgar-se ser, nesse caso, um substantivo e humano, daí, adjetivo. O que
seria destarte o “ser(-)humano”? Substantivo composto (e obrigatoriamente
com hífen) ou substantivo e adjetivo (e necessariamente sem)? Perguntas não
muito explicitamente respondidas na gramática ou no dicionário. E como
recentemente o hífen tornou-se espécie em extinção no cotidiano, quase
sempre grafa-se “ser humano”. Sucederá de consagrar-se o não-hifenizado?
Ou a padronização que vem orientando as últimas reformas estenderá o uso ao
caso do “ser-humano”? Naturalmente, encontram-se sempre frases
indubitáveis: a sentença “ser humano é difícil” jamais levaria hífen. Mas e
quanto a “o ser(-)humano sabe viver”, de classes não-facilmente observáveis?
Aparentemente um pormenor inofensivo, mas afeta outras estruturas, como o
verbo (ou substantivo?) seguido de advérbio: “o único viver que conheço é o
viver(-)bem”. Tocantes a muito mais construções do que se imagina, são
questões a discutir, pela regulamentação futura da tão-querida (ou tão
querida?) língua portuguesa.
04. AS ORIGENS “BASTARDAS” DO GÊNERO DISSERTAÇÃO
Sylvia Coutinho ABBOTT GALVÃO
Departamento de Letras-UFRN
Como todo tipo de educação se insere numa determinada sociedade e por ela
é influenciado, as exigências do ensino variam de acordo com a evolução
dessa sociedade. Nesse sentido, pode-se afirmar que a dissertação, um dos
mais conhecidos gêneros escolares, não constitui um mero exercício escolar,
mas sobretudo “uma prática ideológica cuja história se acha diretamente
condicionada às mudanças de valores culturais” (ABASTADO, 1981, p.3). Em
pesquisas realizadas em documentos oficiais, manuais escolares (de retórica e
de redação) e exemplares da literatura pedagógica, alguns estuduiosos
franceses, especialistas em história da educação e história da literatura, como
Viala e Chervel (CHERVEL, 1990), identificaram as origens “mundanas” da
dissertação, associadas à formação do honnête homme pascaliano, noção que
remonta ao século XVI. Conhecer, portanto, um pouco dessa história poderá
ajudar professores e alunos a melhor compreenderem as imprecisões
metodológicas e as dificuldades de aprendizagem desse gênero tão polêmico.
05. AS OPOSIÇÕES CONSONANTAIS NA LÍNGUA MAKUXI
(KARIB)
Carla Maria CUNHA
Prof.ª do DL-UFRN
A língua Makuxi apresenta em seu quadro fonológico consonantal a oposição
entre obstruintes e soantes. Partindo de um aparente fenômeno de
vozeamento que atinge as consoantes obstruintes após a realização de vogal
longa, segmento nasal ou glotal, fundamentamos uma correspondência entre
os conceitos 'lenis/fortis' - da Fonologia Clássica- ao que constitui o traço SV
(vozeamento espontâneo) - do modelo Auto-segmental. Em nossa análise, o
traço SV é fundamental na geometria dos arquifonemas soantes oral /s/ e
nasal /N/, pois com sua instituição sobrepomos a interpretação de lenição à de
vozeamento das consoantes obstruintes. Com base em diferentes processos
fonológicos desencadeados pela presença fonética de [], estabelecemos o
arquifonema obstruinte // em oposição ao /s/, soante. E pela presença ou
ausência do traço SV na geometria dos sons consonantais em Makuxi,
definimos o quadro de sua oposição: obstruinte versus soantes oral e nasal.
06. A LINGUAGEM NO DE MAGISTRO
Francisco Vitoriano da Silva Júnior
Concísia Lopes dos Santos
Graduandos em Letras - UFRN
Santo Agostinho, grande filósofo e teólogo, é um dos partícipes da chamada
filosofia Patrística. A obra desse Padre da Igreja se destaca pela conciliação
entre as idéias neoplatônicas e as verdades reveladas do Cristianismo. Dentre
sua extensa obra, uma das que muito tem chamado atenção aos estudos sobre
a linguagem é o De Magistro. Nessa obra, entendida como tratado filosófico
sobre a linguagem, Santo Agostinho procura responder a perguntas, tais como:
o que é a linguagem, para que serve e como ela se estrutura? Essas questões
se apresentam tomando como pano de fundo um diálogo entre o autor e seu
filho, Adeodato. Não obstante, mais do que proceder em investigações acerca
do que é e como funciona a linguagem, Santo Agostinho se utiliza desse
expediente para defender que somente através da palavra divina se alcança a
verdade, pois as palavras em si mesma não conseguem “ensinar” sobre a
verdade que se trata aqui da primeira verdade, a divina, alcançada apenas
mediante Cristo. Esse trabalho, portanto, tem como objetivo acompanhar o
pensamento de Santo Agostinho para entender as argumentações levantadas
por ele, de como ele se coloca em relação à linguagem, à sua estrutura e
função, especialmente, às palavras e sua relação arbitrária com o objeto.
07. O TEXTO PRÓDIGO: UMA DISCUSSÃO SOBRE A PERDA
SEMÂNTICO-POÉTICA NAS TRADUÇÕES DO NOVO
TESTAMENTO
Nelson Ferreira de SOUSA JUNIOR
Graduando em Letras – UFRN
A busca pelo desconhecido é inerente ao humano, e uma forte expressão disso
é a religião. Na sociedade ocidental a mais conhecida é o cristianismo, que tem
como base textos judaicos (Antigo Testamento) e cristãos (Novo Testamento –
originalmente escrito em grego koiné). Infelizmente, parece não haver, no
Brasil, traduções que contemplem a amplitude significativa neo-testamentária
original, sendo necessária, portanto, uma criteriosa observação dessa
tradução, a qual deve conter a significação sui generis original. A primeira
tradução do NT em grego para o português foi empreendida por João Ferreira
de Almeida (1681). Influenciado pela Renascença, traduziu os textos tendo
como princípio a equivalência formal, a qual estabelece uma relação formal
grego/ português quanto ao vocabulário, estrutura e demais aspectos formais.
A ordem interna/ externa dos sintagmas são preservadas (sujeito, predicado,
objeto/ substantivo, verbo, complemento...). Entretanto, observando as
idiossincrasias das línguas, é possível visualizar certa dissonância na tradução,
já que é difícil fazer uma tradução com tal equivalência sem comprometer o
significado. Mesmo que não se perca o sentido, a significação poderá ser
limitada. E se as relações gramaticais indicam o conteúdo, a forma da
expressão de determinada língua, como o koiné, vale para si, a relação
significante/ significado se restringe a cada idioma. Almeida apenas seguiu a
lógica do seu tempo, esse tipo de equivalência indicava veracidade de
tradução. Entretanto, com o avanço da Lingüística, pode-se compreender a
dinamicidade da língua e não a idéia de gramática universal. Na parábola do
filho pródigo (Lc. XV, 14) há um termo metafórico condicionado a uma possível
interpretação. Tal fato deve ser examinado com atenção. Tomando por base
tais considerações, este trabalho vem apreciar os princípios atuais de tradução
bíblica, visando a obtenção de uma maior compreensão do texto neotestamentário original.
08. ESTUDO E ANÁLISE DA TRADUÇÃO DE UM EXCERTO DA
SUMA TEOLÓGICA DE SÃO TOMÁZ DE AQUINO.
Maria Hozanete Alves de LIMA
Prof.ª do DL-UFRN
Admirado por sua eloqüência, São Tomás de Aquino, filósofo e teólogo, é
considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos. Sua obra se
solidificara como base da teologia católica, razão que fez de Tomás de Aquino
um dos pais da Igreja. Dentre sua extensa obra, merece atenção a Suma
Teológica, em que o aquinate, servindo-se de grande eloqüência, discorre
sobre questões filosóficas e cristãs, a exemplo da natureza de Deus, a missão
de Cristo, a natureza do homem, a doutrina divina, a verdade, a fé, dentre
outras. Tem nos chamado atenção na Suma Teológica um modo singular
utilizado pelo escritor para construir seus minuciosos argumentos: a exploração
do modo de funcionamento de certas categorias da língua latina latina. Uma
situação específica, exemplo disto, pode ser encontrada em um excerto da
Suma teológica. Nele, o escritor recorre e explora uma “certa” plasticidade
subjacente à categoria de gêneros para demonstrar a consubstancialidade
existente entre Deus e Cristo que simboliza a unidade entre eles; o filho e o pai
são um só, embora se diga que também são dois. Nosso interesse particular
em relação a este excerto, todavia, não é explorar as questões filosóficas ou
cristãs desenhadas por ele, mas investigar como, se, e de que modo a
plasticidade simbolizada no texto original se encontra marcada na tradução
portuguesa, especificamente porque, como aprendemos, a categoria de gênero
se encontra formalizada de maneira diferente na língua portuguesa e na língua
latina. Se não há, por exemplo, o gênero neutro na língua portuguesa, como a
tradução recupera a plasticidade anotada por Santo Tomás de Aquino? Que
expedientes lingüísticos são utilizados na língua tradutora para recuperar isto
que falta na língua traduzida? O que diz de menos o texto tradutor e o que diz
de mais o texto traduzido?
GT-11: AS CIDADES COMO OBJETO E SUJEITO:
CONSTRUÇÃO, PRÁTICAS, REPRESENTAÇÕES
Coordenador:
Raimundo Arrais
E-mail: [email protected]
Departamento de História
Local: Setor de Aulas II, sala B4
A proposta desse GT é reunir contribuições originadas da pesquisa histórica,
mas também de pesquisas que, convergindo para o estudo da cidade e do
espaço urbano, possam contribuir com a discussão a respeito de um tema
essencialmente interdisciplinar: a cidade, o espaço urbano. Serão bem vindos
trabalhos que se voltem para qualquer recorte cronológico e espacial, não
importa os conceitos utilizados ou as perspectivas teóricas adotadas. Porém,
será dada preferência a estudos que tomem a cidade não como mero suporte
físico das ações e dos fenômenos examinados: não basta que os fenômenos
ou eventos se passem dentro da cidade: gostaríamos de discutir, nesse GT,
como esses fenômenos se relacionam com a cidade, o espaço urbano, a vida
urbana. O que se pretende é promover um encontro de trabalhos sobre os
modos de produzir (sob o ponto de vista material ou simbólico), e representar o
espaço urbano, incluindo aí intervenções no espaço físico, práticas espaciais,
memórias que se constroem sobre os espaços, ações políticas em que os
espaços urbanos desempenhem papel na construção das referências
identitárias dos grupos, ou qualquer outra manifestação em que se reconheça a
possibilidade de se pensar a cidade como objeto de estudo e sujeito que
participa dos eventos e fenômenos sociais.
Primeiro dia
01. CARTOGRAFIAS DE UM ESPAÇO: O SERIDÓ COMO UM
CORPO ESCRITO HISTORIOGRAFICAMENTE
Olívia Morais de Medeiros Neta
Mestranda em História
Orientador: Iranilson Buriti de Oliveira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - CCHLA
O Seridó, região localizada no sul do Estado do Rio Grande do Norte,
adentrando a porção norte do Estado da Paraíba, é escrito e prescrito por
advogados, literatos, religiosos, educadores, historiadores, eruditos ou não,
que produzem-no um corpo escrito, “o inventam” e isto nos instiga a visibilizar a
literatura regional expressa em obras como ”Homens de Outr’ora” (1941), de
Manuel Dantas; “Seridó” (1954), de José Augusto; “Velhos costumes do meu
sertão” (1965), de Juvenal Lamartine e “Sertões do Seridó” (1980), de Oswaldo
Lamartine, onde no tecido da história e da memória escrevem-se poéticas de
uma saudade, noções de natureza, espaço e temporalidade, saberes e noções
do Seridó como um espaço lido. Assim na dimensão discursiva de tais obras
buscamos enfatizar como o ambiente é dado, objetivado fora dos sujeitos e
narrado pelos autores como recortes da saudade, do idílico. O Seridó como um
corpo escrito, visível e dizível é uma produção historiográfica de sujeitos que
como Manuel Dantas, Juvenal e Oswaldo Lamartine e José Augusto pintam
formas e cores para um espaço, dando-o vida poética e histórica.
PALAVRAS-CHAVE: Seridó, Juvenal e Oswaldo Lamartine, Discurso.
02. OS ESPAÇOS DE LAZER E CULTURA NA CIDADE DE
NATAL NO GOVERNO DJALMA MARANHÃO (1960-64): AS
PRAÇAS DE CULTURA
Isa Paula Zacarias Ribeiro
Departamento de História - UFRN
Os espaços de lazer e cultura na cidade de Natal no governo Djalma Maranhão
(1960/64) – As Praças de Cultura Isa Paula Zacarias Ribeiro Departamento de
Historia - UFRN Este resumo trata do projeto que pretende analisar os espaços
de lazer e cultura no segundo governo Djalma Maranhão (1960/1964) na
cidade de Natal. Em 1962 a prefeitura lançou o programa de Democratização
da Cultura nos bairros articulado a Campanha De Pé no Chão Também se
Aprende a Ler. Os projetos culturais apesar de articulados a campanha de
educação tinham espaços específicos. São esses espaços que nos interessam
aqui. As praças de cultura. Analisar esses espaços, quais as formas de lazer e
cultura, quem freqüentava qual o objetivo de construir esses espaços, que
lugares essas praças ocuparam (os bairros). Entendemos que os lugares de
diversão e lazer, de reunião de pessoas devem ser entendidos como práticas
sociais, políticas e culturais que fazem parte do cotidiano de uma pessoa e sua
inserção na comunidade. As praças de cultura eram lugares destinados à
diversão e lazer da população. Eram constituídas por quadras de esportes,
parque infantil, praças de leitura, postos de empréstimos de livros, com espaço
para apresentação de grupos folclóricos, de exposição de artista locais, de
realização de eventos, como feira de livros e festivais de folclore. Em 1963 foi
construída uma praça de cultura que seria modelo para as seguintes, na Praça
André de Albuquerque, constituída de galeria de arte, concha acústica,
biblioteca. Aqui então pretendemos trabalhar com fontes orais e imagens. As
imagens, são as fotografias do arquivo pessoal de Mailde Galvão, que numa
primeira análise, nos revelaram a forte participação da população nesses
lugares de lazer e cultura. Os depoimentos orais, em parte são os depoimentos
usados em minha monografia de graduação – Prefeitura e classes populares –
um estudo sobre as administrações Djalma Maranhão.
03. CAICÓ NO JORNAL DAS MOÇAS: ESPAÇO, PAISAGEM E
HISTÓRIA
Juciene Batista Félix
Mestranda em História – UFRN
[email protected]
Dr. Raimundo Arrais – orientador
O Jornal das Moças foi um importante semanário da cidade de Caicó-RN no
período de 1926 a 1932, enfocando em suas matérias várias temáticas como
festas, sociabilidades, inserção da mulher no espaço público etc. Todavia, esta
comunicação analisa apenas o ano inaugural do semanário – 1926 – com o
intuito de abordar as noções de “paisagem” e “espaço”, suas leituras e
apropriações nos artigos que enfocam “sertão”, “derrubada de árvore no meio
urbano”, “pedras”, “praças”, “calor do seridó” etc. estão ligadas a um conjunto
de preocupações com as mudanças pelas quais a cidade vai passando. Tais
considerações, aparentemente inocentes, nos permitem compreender os
projetos, as inquietações, os desejos de parte da população investidos no
espaço historicamente vivido, nos fazendo perceber que a ‘paisagem’ é cultura
antes de ser natureza, que existe uma memória histórica na forma como os
sujeitos e sociedades se relacionam com o espaço e a natureza.
04. A AÇÃO DO PODER PÚBLICO E AS PRÁTICAS ESPACIAIS
NO PASSO DA PÁTRIA (NATAL/RN): A INTEGRAÇÃO X A
CONSTRUÇÃO DAS REFERÊNCIAS IDENTITÁRIAS DOS
MORADORES
Daline Maria de Souza
mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
E-mail: [email protected]
Nas últimas três décadas, o crescimento da cidade do Natal/RN resultou num
modelo de urbanização com segregação sócio-espacial; diversos tipos de
poluição (atmosférica, sonora, visual e dos reservatórios de água), ocultamento
da natureza, entre outros problemas ambientais. Desde 2003, o poder público
local está implementando o “Projeto Integrado do Passo da Pátria” que
corresponde a uma proposta de reurbanização centrada na construção de
melhorias habitacionais, obras de infra-estrutura nas áreas da educação, saúde
e transportes, além de propor o fomento à mobilização e organização
comunitária, geração de trabalho e renda e educação ambiental. O Passo da
Pátria corresponde a um complexo favelar cujo sistema de classificações
operado pelos moradores sinaliza para singularidades no que se refere às
práticas espaciais de determinados grupos sociais. Um recorte sócio-espacial
no Passo da Pátria permite a identificação de quatro espaços: a Pedra do
Rosário, o Passo, o Areado e o Pantanal. A ação do poder público local
também objetiva “integrar” estes quatro espaços com o intuito de homogeneizar
os arranjos, formas e referências das redes de relações dos seus moradores. O
presente trabalho analisou o ponto de vista, sobre a ação do poder público, dos
diversos grupos, atores e agentes sociais que inscrevem suas práticas culturais
dando sentido e significado aos espaços constituintes do Passo da Pátria. A
metodologia consistiu em: revisão bibliográfica sobre os temas do espaço,
sociabilidade, memória, identidade, questão ambiental urbana, cidades e
segregação sócio-espacial; pesquisa documental e entrevistas com moradores
do Passo da Pátria. A avaliação dos dados aponta que os moradores do Passo
da Pátria vivenciam positivamente a ação do poder público quanto a ampliação
da infra-estrutura urbana. Ao mesmo tempo, valorizam negativamente a idéia
de integração, a qual para os mesmos desconstrói tempos, experiências e
narrativas que se expressam nas suas relações com os espaços em que
vivem.
05. VIAJANDO O SERTÃO: A IMAGEM CONSTRUÍDA A PARTIR
DA VISÃO DA CIDADE (PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX)
Hélio Takashi Maciel de Farias
Graduando, Dpto. De Arquitetura, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN – bolsista IC/CNPQ
E-mail: [email protected] ( fone: 3234-8096)
Gabriel leopoldino Paulo de medeiros
Dpto. De Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN- blsista IC/PROPESQ
E-mail: [email protected] ( fone: 3234-7374)
Orientadora:
Angela Lúcia de Araújo Ferreira
Profa . Dra. Do departamento de Arquitetura, Universidade Federal
do Rio Grande do Norte – UFRNe-mail: [email protected] ( fone: 3215-3721 – ramal 228)
A questão da relação entre as cidades capitais e o sertão é de grande
complexidade, pois responde a diferentes óticas e situações, contemplando os
âmbitos político, econômico, social e cultural. A aproximação entre esses dois
“universos” – urbano e sertão – pode ser tida como recente, surgindo na
passagem do século XIX para o XX. O intercâmbio desse conhecimento
intensificou-se com a divulgação de relatos de viagens do homem da cidade
aos sertões, que contribuíram na criação de uma imagem do sertão e do
sertanejo. O presente estudo visa à identificação e compreensão das forças
políticas e culturais responsáveis pela criação da imagem esteriotípica do
sertão, abordando o tema das representações e imaginário, elementos
fundamentais na definição das políticas públicas e intervenções sobre o
espaço. Como principais fontes, o estudo recorreu a obras literárias e artigos
resultantes de excursões ao sertão do início do século passado. Entre estas
encontram-se a excursão pioneira de Euclides da Cunha aos sertões da Bahia,
culminando em sua obra “Os Sertões” (1902), as excursões de Mário de
Andrade ao sertão Nordestino (1928), produzindo um diário de viagens, “O
Turista Aprendiz”, além dos relatos de viajantes potiguares, como o de Câmara
Cascudo “Viajando o Sertão” (1934) e o de Garibaldi Dantas, “Pelo Sertão”
(1922). Esses relatos levavam o conhecimento de outro Brasil, o do interior, ao
Brasil do Litoral, criando uma “ponte” entre esses dois “universos”
fundamentalmente distintos. É notável a diferença entre a descrição de
Euclides da Cunha, vindo do Rio de Janeiro e exprimindo desconforto e
estranhamento, e os relatos que posteriormente são publicados por autores
locais, que – já contando com melhorias nas comunicações e transportes, além
da proximidade com o terreno – têm a clara intenção de desmistificar para os
habitantes da cidade a imagem do sertão.
06. O GOVERNO JUVENAL LAMARTINE E A CONCEPÇÃO DE
UMA CIDADE MODERNA: NATAL, 1928-1930.
Autor: Hemeter Heberton Damasceno de Morais (Graduando em
História – UFRN) – (Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPQ, em
projeto sob orientação do Prof. Dr. Raimundo Pereira Alencar Arrais,
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
E-mail: [email protected]
A Primeira República no Brasil tem como uma de suas principais
características a influência de um conjunto de idéias da chamada “Belle
Époque”. Entre essas idéias estão aquelas baseadas principalmente na
modernização e progresso. Tal progresso, no início do século XX, tem como
uma de suas marcas principais a transformação do espaço, sobretudo nas
cidades. É o que se pode chamar de modernização, ou seja, a melhoria
material. Nesse primeiro momento, as concepções de modernidade baseiamse numa apropriação contundente de modelos importados, principalmente da
França. Em Natal, tal influência também é notada, nos planos urbanos, na
construção de edifícios, entre outros. Contudo, principalmente após a Primeira
Grande Guerra, há uma alteração no sentido de “moderno”, quando as
sociedades se voltam para um padrão nacional, afastando-se cada vez mais da
influência européia anterior. Em Natal, tal momento ocorre na década de 1920,
que se caracteriza também por uma mudança política significativa. Nesta
década, destaca-se em especial o governo de Juvenal Lamartine (1928-1930).
Tido como um dos mais atuantes políticos potiguares, adotou uma série de
medidas importantes, tanto na capital como no interior. Neste trabalho,
pretendemos analisar seu governo à luz dessa segunda fase da modernidade,
explorando como suas ações se encaixam nesse novo quadro, principalmente
para a configuração de uma cidade moderna. Para tal fim, teremos como fonte
principal a obra Meu Governo, da autoria do próprio ex-governador, que nos
mostra a visão que este tinha de suas próprias ações, constituindo um relato
interessante para partimos de uma perspectiva particular a fim de entendermos
sua atuação como político “moderno”.
07. EDIFÍCIO BILA – UMA OPÇÃO DE MORADIA
Emmanuela Wanderly Campos Arimateia
Gilmar de Siqueira Costa
Este estudo aborda questões relacionadas com ações de intervenção para
centros históricos. Considerando o uso residencial como imprescindível na
efetiva revitalização, propõe-se uma discussão acerca da potencialidade
habitacional em prédios com relevância histórica e arquitetônica para cidade.
Inicialmente é relatado o quadro de descaracterização e abandono dos bairros:
Cidade Alta e Ribeira que juntos compõem o sítio histórico de Natal. Constatase que a Ribeira, diferentemente da Cidade Alta, guarda alguns exemplares
representativos em termos patrimoniais. Dentre vários fatores pode-se
evidenciar, como garantem estudos anteriores na área, que o uso residencial é
responsável pela melhor conservação das edificações, pois exige menores
adaptações no prédio que o comércio. O estudo reafirma ainda, as constantes
críticas à prática atual mais difundida: revitalização baseada em usos
específicos para entretenimento e lazer, que se opõem totalmente a proposta
de “revitalizar” e limitam a valorização do prédio apenas em suas
características externas – “obras de revitalização de fachadas” – meramente
superficiais e insuficientes. Como solução para a fragilidade e ineficiência
dessas propostas, mesmo entre as diversas linhas de pensamento, a
importância da habitação é fator reconhecido internacionalmente. Com o
objetivo de demonstrar a potencialidade do uso habitacional, recorre-se neste
estudo, a uma comparação entre o Edifício Bila, localizado no sítio histórico da
Ribeira (Natal, década de 50) exemplar da arquitetura art deco, e um
condomínio residencial recém construído. Seguindo a metodologia da sintaxe
espacial (HILLIER, 1996), procura-se trabalhar com características gerais do
prédio, ultrapassando os limites da “caixa”, visualizando seu interior e sua
funcionalidade. Pretende-se afinal, comprovar a eficácia do uso residencial em
prédios históricos, respeitando, contudo, suas características internas. Tal
postura garante a manutenção do acervo cultural, histórico e se configura como
uma possibilidade abrangente que atende à demanda social como solução de
moradia dentro dos padrões das necessidades atuais – pode-se morar bem no
centro histórico.
08. A VILA DE PONTA NEGRA: ENTRE O PASSADO E O
PRESENTE ALUNAS
Eduarda Cristina de Lima Andrade (bolsista PIBIC),
Suzana Cardoso Silva (bolsista PPG/UFRN).
Base de pesquisa: NAVIS (Núcleo de Antropologia Visual).
Orientação: profa Lisabete Coradini. Filiação Institucional: Curso de
Ciências Sociais – habilitação em antropologia.
Nosso maior interesse na apresentação do GT é mostrar os resultados da
pesquisa feita na Vila de Ponta Negra. A pesquisa tem como finalidade analisar
criticamente as mudanças do espaço urbano da Vila de Ponta Negra, como
também verificar as práticas sócio-culturais que estão em constantes
transformações. Nossa preocupação é em compreender como a Vila de Ponta
Negra, espaço que antes da urbanização era conhecido também como Vila dos
Pescadores, vem recebendo essas transformações (um espaço onde seus
moradores se dedicavam especificamente a atividades pesqueiras e a
artesanais, e hoje é um dos pólos turísticos de Natal) e como ela pode criar
novas identidades culturais, como também, perceber, a partir da memória
coletiva, como os moradores vêem essas mudanças e como se re-configuram
e criam novos espaços na paisagem da Vila de Ponta Negra.
09. FOTOGRAFIAS E A (RE)CONSTRUÇÃO DAS CIDADES:
MAGENS DE UMA CURRAIS NOVOS ENTRE OS ANOS 1890 E
1930.
Willian Pinheiro Galvão
UFRN/CERES/DHG/Curso de História
Bolsista de Iniciação Científica - CNPq/Pibic
e-mail: [email protected]
Orientadora: Profa. Dra. Eva Cristini Arruda Câmara Barros A presente
comunicação possui como objeto de estudo fotografias que retratam uma
Currais Novos (RN) entre os anos de 1890 e 1930. Assentada sob a
perspectiva da produção social do olhar, objetiva discutir como práticas e
representações reveladas em imagens serviram à edificação dessa cidade. No
âmbito da análise do material iconográfico estuda a cidade como lugar de
trocas (poder, cobiça, orgulho) como concebe Jacques Le Goff (1998).
Tomando a cidade como lugar de memórias em sua dimensão tripla (material,
funcional, simbólica) inspiramos-nos também em Pierre Nora (1989) ao dizer
que as imagens reinventam o urbanismo e criam um imaginário urbano,
possibilitando uma leitura polissêmica do espaço citadino, na qual o passado e
o presente contribuíram para a produção de representações e práticas culturais
possíveis de serem analisadas.
10. AUTORIDADE MÉDICA E EXCLUSÃO SOCIAL NA NATAL
MODERNA (1900-1930)
Eduardo Matos Lopes
Juliana Cavalcante de Azevedo
Orientador: Raimundo Nonato Araújo da Rocha
Este trabalho visa Compreender a autoridade médica e seu poder de exclusão
social na Natal moderna, no período de 1900 a 1930, a partir do tratamento
dispensado aos pacientes do Leprosário São Francisco de Assis e do Hospital
de Alienados. Em fins do século XIX, o Brasil vislumbrava a necessidade de
construir uma nação brasileira civilizada, a partir dos projetos de modernização
dos E.U.A. e da Europa. Tais projetos colaboraram para cientistas,
governantes, médicos, higienistas, sanitaristas e grande parte da população
brasileira modernizar o Brasil – principalmente as capitais. Autoridades públicas
buscaram definir uma geografia da marginalidade a fim de separar os espaços
dos “indesejáveis” dos espaços de convívio social moralmente aceitáveis. A
transição do século XIX para o XX abrigou as primeiras criações de hospitais,
casas de saúde e instituições que funcionavam como micro-cidade, cuja
missão era “prender” tais indivíduos até que estivessem, em tese, aptos a
voltar ao espaço público. Por essa razão, era necessária a construção de locais
apropriados àqueles que não se enquadravam nos moldes de beleza
estabelecidos pelas práticas sanitaristas e eugenistas. Estas pessoas deveriam
ser afastadas dos centros urbanos e serem tratados como “diferentes” e, por
isso, recebiam tratamento subumano. A implantação em Natal, em 1926, do
Leprosário São Francisco de Assis explicita uma prática sanitarista e eugênica
nesta cidade; pois, para esta instituição foram destinados portadores ou
suspeitos de lepra com condições socioeconômicas precárias, advindas do
interior do Estado, em sua maioria da zona rural, e em más condições de
higiene. O Hospital dos Alienados (atual Hospital Psiquiátrico João Machado)
foi pioneiro na função de preservar a sociedade norte-riograndense do convívio
com indivíduos indesejados no século XX. Os prontuários médicos e fichas de
pacientes armazenados nas instituições, apontam o perfil social e físico dos
asilados no período.
Segundo dia
11. A IMAGEM ATRIBUÍDA PELA COLEÇÃO MOSSOROENSE
DE DIX-SEPT ROSADO: HISTÓRIA, VALORES E IDEAIS
Alessandro Teixeira Nóbrega
Mestrando de História/UFRN – [email protected]
Orientadora: Prof. Drª Margarida Dias (Departamento de História da
UFRN)
Este trabalho é uma pesquisa desenvolvida no programa de Mestrado em
História da UFRN e que surgiu da reflexão sobre a construção do espaço de
Mossoró, através da Coleção Mossoroense. Objetiva estabelecer os valores e
ideais atribuídos a imagem de Dix-sept Rosado pela Coleção e sua
identificação com a construção do espaço do lugar, no caso aqui de Mossoró.
O trabalho é desenvolvido através de entrevistas e levantamento bibliográfico
para análise do discurso escrito da Coleção sobre Dix-sept, além da
observação das festas cívicas. A pesquisa está em andamento. Mas já é
possível observar um dos traços de construção do espaço de Mossoró através
da identificação de sua história com a imagem ou valores atribuídos a Dix-sept
Rosado pela Coleção Mossoroense.
12. ESCOLA, ENSINO DE HISTÓRIA E ESPAÇO PÚBLICO: AS
COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA NA
CIDADE DE NATAL ( 1922).
Adriana Moreira
Graduada em História pela UFRN
Raimundo Arrais
Prof. do Dpto. de História da UFRN
Entre os dias três e nove de setembro de 1922, ocorreram na cidade de Natal
as comemorações do centenário da Independência do Brasil. O evento
consistiu em festas, desfiles marciais, inaugurações de monumentos públicos,
discursos, e foi uma iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande
do Norte, tendo recebido todo o apoio do governador do Estado, Antônio de
Souza e, contando, na opinião dos organizadores do evento, com a
participação de “todas as classes”. Dos participantes, a maior presença foi a
das escolas, pois todo o corpo de alunos e professores da cidade foi
mobilizado no evento. O objetivo dessa comunicação é reconstituir o modo
como as concepções de ensino de História vigentes nos programas
pedagógicos das escolas do Rio Grande do Norte no início do século XX, se
realizavam nas comemorações do centenário. Por meio de forte carga
simbólica que imprimiu nos eventos, as elites locais transformaram o espaço
público da cidade no grande teatro no qual se realizam os objetivos últimos do
ensino de História nas escolas: estimular o patriotismo, contribuir para a
construção da nacionalidade e de um povo. Nas comemorações do centenário
da Independência, a escola e a História vão desempenhar um papel
fundamental para encenar no espaço público da cidade de Natal o maior
espetáculo que, até então, as elites locais haviam conseguido realizar.
13. AS CRÔNICAS INFORMANDO A CONSTRUÇÃO DA
MODERNIDADE NO ESPAÇO DA CIDADE DO NATAL/RN: A
BUSCA DE OUTRAS FONTES, DE OUTROS DOCUMENTOS E
DE UMA OUTRA HISTÓRIA DA CIDADE.
Giovana Paiva de Oliveira
Departamento de Arquitetura – UFRN
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano - UFPE
Virgínia Pontual
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano - UFPE
A construção do espaço da cidade do Natal nos parece que sempre foi
perpassada por discursos de conteúdo modernizador, revelando um ideal de
futuro que sua elite acreditava ser o modelo que possibilitaria a adequação aos
novos tempos e, portanto, não importava a preservação da tradição. Parecia
significar que elegiam a cada “novo” um caminho mais curto para buscar sua
identificação com a modernidade que se difundia. E o concreto sempre foi
apostar no almejado uma vez que, particularmente na primeira metade do
século XX, a cidade viveu permanentemente buscando essa modernidade
através de intervenções estatais, enquanto os documentos e a imprensa
justificavam as ações que pareciam destruir a memória do passado. Diante das
mudanças que a infra-estrutura física trazidas pela II Guerra Mundial produziu
no espaço da cidade, as crônicas publicadas na imprensa local manifestaram,
no primeiro momento, expectativas de progresso e modernidade, festejando as
novidades e a prosperidade. E, posteriormente, quando essas mudanças
pareciam ter tomado uma direção inesperada, as crônicas publicadas
passaram a se revelar quase distantes ou, o que nos parece, mostrar as
incertezas quanto ao que se estava construindo. Os discursos, no entanto,
continuam balizando-se no progresso e na modernidade, ao mesmo tempo em
que os escritos sobre a cidade escondem as dificuldades vividas, as mudanças
no quadro social, o aumento populacional e o descontrole do crescimento
urbano. O foco teórico deste trabalho privilegiará a questão do esquecimento,
que marcou a historiografia e a memorialística de Natal, tendo em vista a
recorrente idéia de que a cidade viveu um momento glorioso e sem precedente
na sua história, ao qual pode ter sido associado um sentimento de perda de
alguma coisa que, provavelmente, nunca teve; e refletir sobre o significado da
imagem de cidade que provocou mudanças no espaço, na sociedade, na vida
urbana e no cotidiano das pessoas.
14. COMÉRCIO E DESENVOLVIMENTO URBANO O EMPÓRIO
COMERCIAL MOSSOROENSE DE 1850 A 1890.
Pablo Gleydson de Sousa
[email protected]
Daniel Fernandes de Macedo
[email protected]
O trabalho pretende estudar as relações entre a atividade comercial e suas
repercussões no espaço urbano mossoroense entre 1850 e 1890, contribuindo
para o estudo da memória urbana da cidade. No período, um conjunto de
fatores econômicos colaborou para a afirmação de Mossoró enquanto empório
comercial, pólo comercial sertanejo, ao polarizar a produção algodoeira de uma
região de influência formada por cidades do oeste potiguar e paraibanas e
cearenses próximas. A crise na oferta de algodão aos mercados europeus é
prejudicada pela guerra civil americana de 1861-1865. Neste contexto,
investidores estrangeiros instalam suas firmas em Mossoró exportando
principalmente o algodão e o couro entre outros produtos primários, e
importando manufaturas distribuídas através de Mossoró a sua zona de
influência. A estiagem de 1877 afastou o capital estrangeiro e favorece a
acumulação de capital pelas elites locais que lucravam com a venda de
alimentos aos programas de assistência do governo central e com a atividade
salineira. O comércio, enquanto atividade de prestigio, influencia nesta época
desde a localização de equipamentos de destaque na hierarquia urbana como
as sedes de lideranças políticas e intelectuais, e mesmo favorecendo a um eixo
específico de crescimento físico urbano e a melhorias urbanas como a
reestruturação do Porto de Areia Branca / Mossoró, e a projetos modernizantes
da elite local como o da Mossoró Railway que viria a se concretizar em 1915.
15. A CONSTRUÇÃO DE UM LUGAR: HISTÓRIA E MEMÓRIA DA
CIDADE DE NOVA CRUZ -RN.
Karla Isabella Brito de Souza Azevedo
[email protected]
Mestranda em Ciências Sociais (UFRN)
Orientadora: Julie A. Cavignac.
Propomos uma reflexão das representações sociais acerca da cidade de Nova
Cruz a partir do discurso dos moradores, especialmente os mais antigos.
Ancoramos nosso estudo em campos comuns à Antropologia e à História: a
perspectiva de estudo se situa em uma área de fronteiras disciplinares,
consorciando as categorias e conceitos, sugeridos pelo nosso objeto de
estudo, de espaço, lugar (es), história, memória, representações sociais,
narrativa(s) e identidade. Nossa problemática sugere que a história da cidade
de Nova Cruz, no Agreste Potiguar, como a de tantas outras cidades, é
resultado de um jogo entre mudança e permanência. Interpretar as
representações dos moradores sobre a cidade de Nova Cruz seria “visualizar”
os marcos de memória, os medos de perdê-la e os desejos de (re) conquistála.
16. “FEIÇÕES IDENTITÁRIAS NO CALÇADÃO DA AVENIDA
ENGENHEIRO ROBERTO FREYRE”
Leonardo Alexandre da Silva Freire
Bolsista do PET – Geografia
E-mail: [email protected]
A pesquisa “Feições identitárias no calçadão da avenida Engenheiro Roberto
Freire”, em dsenvolvimento, visa analisar as feições de identidade das pessoas
que transitam no calçadão da referida avenida, enfatizando elementos sociais,
culturais e referenciais que se remetam à identidade daqueles que o utilizam,
adentrando na discussão dos espaços de lazer construídos a fim de beneficiar
a população ali residente, assim como aos turistas por influência do potencial
desta área da cidade do Natal. A partir disso, pode ser questionada a
possibilidade do calçadão ser um lugar ou um não-lugar. Nessa perspectiva, o
espaço urbano representado pelo calçadão é sujeito e o objato, devido a sua
funcionalidade e interação com o meio que o rodeia. Para tanto, será utilizada a
descrição asociada ao materialismo hisórico buscando compreender as
divergências sociais ocorrentes naquele espaço, assim como questionários
despadronizados no intuito de apreender o sentido daquele local para os
transeuntes, além da própria observação empírica como fatoer essencial do
método descritivo.
17. LEITURA DA PAISAGEM URBANA: AS MARCAS DA
MINERAÇÃO RECONFIGURANDO O ESPAÇO DA CIDADE DE
OURO BRANCO/RN
Genison Costa de Medeiros
Este trabalho tem como objetivo descrever as transformações na paisagem do
espaço citadino de Ouro Branco, localizado na Microrregião do Seridó
Ocidental Norte Riograndense. Nosso recorte temporal corresponde ao período
de 1960 a 2005, período que reflete o passado e o presente da extração
mineral nesse território. A leitura da dinâmica do espaço, no que concerne a
transformação paisagística, tem como suporte teórico-metodológico de análise,
as idéias de Milton Santos e Edivânia Gomes, quando tratam das formas como
marcas representativas da ação do homem sobre a natureza. Os
procedimentos metodológicos adotados consistiram em entrevistas concedidas
por habitantes privilegiados desta cidade que vivenciaram épocas anteriores a
1960, e a análise de fotografias antigas e atuais, cujo propósito é desvelar, a
partir da memória fotográfica, as mudanças ocorridas no período recortado pela
pesquisa. Como primeiros resultados, constatamos mudanças na arquitetura,
principalmente nas fachadas e calçadas de parte significativa da cidade, tendo
em vista o uso da pedra ornamental Itacolomy, minério de maior incidência no
solo ourobranquense. Portanto, tomando como suporte a atividade mineradora,
podemos constatar uma nova maneira de produzir formas, construir espaços e
paisagens, com base no desenvolvimento da extração mineral, tecendo e
construindo uma nova face para a cidade de Ouro Branco-RN.
18. JARDIM DO SERIDÓ (RN): (RE)ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
DE SUA ÁREA CENTRAL A PARTIR DA DÉCADA DE 60.
Danielle Góis de Oliveira
[email protected]
ORIENTADORA: Prof(a) Dr(a) Eugênia Maria Dantas
Este trabalho tem o propósito de compreender as mudanças ocorridas na área
central da cidade de Jardim do Seridó (RN), município localizado na
microrregião do Seridó potiguar, no recorte temporal de 1960 a 2004. É
importante ressaltar que a cidade de Jardim do Seridó foi fundada por volta de
1770, vindo a ocorrer mudanças mais significativas a partir do período
mencionado acima, onde a cidade já não conseguia atender ao
desenvolvimento da sociedade, diante das inovações do mercado capitalista.
Através dessa observação, é possível analisar as adaptações urbanísticas
ocorridas em Jardim do Seridó, fazendo a descrição do processo de expansão
da área central da mesma, como também, a identificação das mudanças
estruturais e funcionais nas edificações dessa área e, verificando se as
primeiras casas preservaram, ou não, suas fachadas de origem. Estão sendo
comparadas fotografias anteriores e posteriores a 1960, assim como,
entrevistas estão sendo feitas a cidadãos que vivenciaram as mudanças do
período abordado e visitas “in loco”, para isso nos baseamos numa leitura
paisagista. O projeto está em andamento, mas já podemos classificar alguns
resultados de acordo com as metodologias que estão sendo utilizadas. Visto
que os espaços e suas paisagens vão sendo modificados e reutilizados no
decorrer do tempo de acordo com a necessidade da sociedade, consideramos
ainda a influência da cotonicultura, que se fazia presente, na época da
(re)organização da área central da cidade de Jardim do Seridó, sendo essa
economia um processo fundamental no crescimento da cidade.
19. A (RE)DEFINIÇÃO DO ESPAÇO URBANO EM NATAL NO
INÍCIO DO SÉCULO XX: UM ESTUDO SOBRE A CRIAÇÃO DO
BAIRRO CIDADE NOVA.
Ricardo José Vilar da Costa
Este trabalho busca compreender os ideais de modernidade presentes em
Natal na Primeira República. Especificamente, estuda a formação de um bairro
– Cidade Nova –, que foi concebido por intelectuais da cidade e implementado
pelo Estado a partir de concepções modernas européias. Dedica especial
atenção aos vínculos entre esses intelectuais e elite agrária decadente que se
transferiu para Natal, desde o final do século XIX e, sobretudo, no início do
século XX. Procura identificar as particularidades das modificações ocorridas
no espaço urbano da cidade, bem como as características que se assemelham
a processos que ocorriam em outros locais do Brasil desse momento. Identifica
que intelectuais e políticos, ao adotarem um padrão modernizador para o
espaço urbano, redefiniram a urbanização da cidade, constituindo um “espaço
natalense” a partir de diferentes referenciais. Demonstra que as origens rurais
desses políticos e intelectuais se somam à noção de mundo moderno,
constituindo-se, tal simbiose, em elemento crucial para se compreender a nova
configuração do espaço urbano. Sugere que a “adaptação” adotada por essa
elite permitiu sua permanência em tal posição privilegiada, fazendo que o novo
espaço da cidade, se apresentasse como um mundo urbano, moderno.
Constituíram-se como fontes para compreensão desse momento o jornal A
República; o traçado urbano e as casas construídas no período; os escritos de
Manoel Dantas e Henrique Castriciano. Encontra nos jornais os padrões
fundamentais para a modernidade natalense de beleza, saúde, conforto e
higiene existentes no período em Natal. Almeja-se identificar nas fontes da
cultura material diferentes possibilidades e imagens da cidade nesse período.
Detecta nas obras de Manuel Dantas exemplos de adaptações da cidade ao
"mundo moderno". Demonstra que membros de camada privilegiada
desempenhavam funções públicas importantes. Além disso, a cidade foi
responsável pela formação de uma concepção de mundo urbano, civilizado e,
colaborou para a consolidação de diversos referenciais modernos.
20. SOBRE OS ITALIANOS: ESTRANHAMENTO NA VILA DO
PRINCIPE NA SEGUNDA METADO DO SECULO XIX
Erivan Ribeiro de Faria
Ms. Ciências Sociais – PPGCS – UFRN
[email protected]
Esta pesquisa surgiu a partir da Catalogação dos Processos-crime da Comarca
de Caicó (1853-1900) e com base na historia oral, em que se identificou a
constante presença de indivíduos de nacionalidade italiana em tais processos,
ora como vítima, ora como réus, ora ainda como testemunhas. A partir dessa
constatação, resolvemos fazer uma pesquisa sobre o cotidiano de italianos na
Vila do Príncipe (1850 – 1900), pela ótica das relações de sociabilidade, onde,
com o aprofundamento do estudo, acabou por se ter como tema central o
estudo do processo de estranhamento sofrido pelas famílias italianas no
território do Príncipe, por parte da comunidade local, na segunda metade do
século XIX, como resultante dessa constante presença nesses processos. Para
tanto, foram elencados como motivos desse estranhamento o fato de serem
comerciantes e usarem da usura como forma de enriquecimento fácil, o fato de
trabalharem com o comercio ilícito (trafico de escravo e roubo de jóias da santa
padroeira da cidade, á época), bem como o próprio fato de serem estrangeiros,
considerados como invasores, portadores de costumes diferentes.
21: FORMULAÇÕES PARA UMA CIDADE (JARDIM) TROPICAL
Proponente: Angela Ferreira
Autores: George Dantas
Anna Rachel Eduardo
Grupo de Pesquisa HCURB, Depto de Arquitetura, UFRN
O pensar e o produzir as cidades no Brasil foram marcados por diversas
referências que se entrecruzaram amiúde e que, mais ainda, extrapolaram a
dimensão puramente técnica do debate. Nesse sentido, é importante observar
como certas idéias, temas, conceitos e termos foram apropriados e mobilizados
em meio as disputas dos saberes e poderes sobre a cidade. O que significa,
por exemplo, na justificativa do seu Master Plan para Natal, a menção do
arquiteto Giacomo Palumbo à “cidade-jardim”? Que valores o termo agrega per
se? Ele se limita à realização de um sistema de jardins públicos, de amplos
gramados, arborização urbana e, como corolário, sombras aprazíveis? Esta
comunicação pretende portanto entender as mediações que aí se confrontam a
partir de uma discussão sobre os processos de transferência e circulação de
idéias e modelos urbanísticos no Brasil, no caso específico das cidade-jardim.
Para entender a materialização deste processo, propõe-se três eixos
investigativos: a concepção de planos gerais por engenheiros politécnicos
(como instrumentos que viabilizariam o ideal de cidade moderna e salubre nos
trópicos); a criação de bairros-jardins como partes integrantes destes projetos e
essenciais para se pensar a cidade como um todo (a partir do novo desenho
urbano e dos benefícios das áreas verdes); e a proposta destes bairros como
núcleos isolados na cidade (em parte, ícones de valorização do mercado
imobiliário). Parte-se do princípio que a discussão desse processo inclui, por
um lado, a emissão (ou o emissor) das idéias e, por outro, o receptor (ou leitor)
destas que se encontram imersos num ambiente técnico e cultural préexistente que ampara e credita os novos conceitos.
GT-12: RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE
Coordenadores:
Orivaldo P. Lopes Junior
E-mail: [email protected]
Maria Lucia Bastos
E-mail: [email protected]
Departamento de Ciências Sociais
Local: Setor de Aula II, sala G2
O novo milênio trouxe consigo uma nova composição no quadro religioso da
sociedade mundial e de modo notável no Nordeste brasileiro. No quadro que se
apresenta, cresce simultaneamente o secularismo e a religiosidade privatizada,
forjando novas formas de espiritualidade. Devido ao lugar que tal fenômeno
ocupa na sociedade, seu estudo tem sido privilegiado nas ciências humanas,
tendência só mais recentemente seguida na academia norte-riograndense.
Estamos propondo um grupo de trabalho que dê oportunidade à apresentação
da produção acadêmica nas mais diversas facetas do estudo da religião, como
identidade, ritos, mitos, saúde, gênero, globalização, etc. e com isso dinamize
futuros estudos, criando uma rede entre os pesquisadores da religião e da
espiritualidade. O grupo de discussão “espiritualidade, saber e arte” vinculado
ao GRECOM (Grupo de Estudos da Complexidade), vem se reunindo
sistematicamente há dois anos. Com a proposta deste GT, o grupo pretende
ampliar as redes trans-disciplinares e inter-institucionais de estudos da religião
e espiritualidade, não restrito às Ciências Sociais, mas incluindo qualquer área
de estudo que se interesse no tema.
Primeiro dia
01. O MOVIMENTO SEBASTIANISTA NO BRASIL - RAZÕES E
CONTEXTO DE SEU SURGIMENTO
Otaviano Lacet de Lima Segundo
O movimento messiânico sebastianista surgiu na Portugal do séc. XVI como
resposta a crise sócio-econômica e de poder vivida na época. Com a morte de
Dom Sebastião durante a batalha de Alcácer-Qibir (Marrocos), assim como
pelo desaparecimento de seu corpo jamais encontrado, mitos foram tecidos em
torno de sua figura fortalecendo a idéia – já presente em vida – deste como
sendo o redentor do povo português. A esperança de retorno do rei – que
acreditavam ter sido encantado por uma feiticeira moura – simbolizava na
verdade o anseio pelo restabelecimento da soberania nacional – tomada pelos
espanhóis – assim como a volta dos tempos áureos da nação. Dom Sebastião
encarnava assim o poder transformador próprio dos heróis mitológicos. Apesar
do sebastianismo estar presente no Brasil desde o séc. XVI – graças aos
portugueses que aqui se estabeleceram – somente no séc. XIX este surgiu em
nossas terras com a força de movimento organizado, precisamente no sertão
de Pernambuco. O fato ocorreu apenas nesse momento porquê precisamente
nele se deu à repetição das mesmas condições e situações de crise
experimentadas por Portugal quando do surgimento da crença sebastianista.
Deste contexto nasce o ‘sebastianismo brasileiro’, que culminará com o evento
do ‘Massacre da Pedra do Reino’.
02. O SANTO DO PURGATÓRIO: O MAL COMO CONSTITUINTE
DO HUMANO
Kesia Cristina França Alves
A simbologia cristã, em particular da Igreja Católica, é um campo fértil para a
reflexão sobre os aparentes paradoxos produzidos pela dialética entre o bem e
o mal e a força propulsora desses valores para as ações sociais. Um caso
ocorrido aqui no Rio Grande do Norte é um fenômeno que em particular facilita
o caminho para este tipo de abordagem. A história de José Leite Santana,
vulgo Jararaca, um cangaceiro assassinado por policiais em 1927, na cidade
de Mossoró e que hoje é cultuado como santo no catolicismo popular. Na
(re)construção do mito dilui-se, ou desloca-se a noção do que se convencionou
chamar de mal. A pesquisa segue no caminho de perceber o mal enquanto
interpretação e, como tal, indispensável ao jogo social.
03. A ARTE RUPESTRE COMO EXPRESSÃO COMUNICATIVA
DA CULTURA
Gerlúzia de Oliveira Azevedo Alves
As populações humanas que constituíram suas singularidades culturais Antes
do período da escrita alfabética fizeram das imagens seu código de
comunicação predominante. Num artifício de duplicar os utensílios, os animais
e o próprio indivíduo, essas populações acabaram por nos legar uma forma de
comunicação cujos contextos e detalhes foram e continuam sendo um enigma
a ser decifrado. Partindo deste argumento, caminhamos na direção de
construir, a partir da leitura das imagens, campos de compreensão do cotidiano
e da história de grupos culturais que nos antecederam. Como num jogo de
quebra-cabeça, a diversidade das imagens rupestres compõe um mosaico que
perfaz uma totalidade aberta, mas possível de ser retotalizada pelos conjuntos
iconográficos. Ao tomar como parâmetro o bricoleur que constrói o seu projeto
a partir de materiais que encontram a sua disposição, procuramos nas imagens
deixadas em formações geológicas, para articular indícios do que pode ter sido
a configuração da cultura e a cosmovisão dos habitantes, temporários, da área
conhecida hoje como Complexo xique-xique que está localizada próximo a
cidade de Carnaúba dos Dantas/RN. O discernimento de aspectos da arte
rupestre, entendendo-a como forma de comunicação que expressa o cotidiano
de nossos antepassados, costumes, crenças e valores simbólicos da cultura, é
uma forma de elucidar e interpretar, também, nossa própria história.
04. MIDIANIZAÇÃO DOS MITOS CRISTÃOS: DA GÊNESE Á
BANALIZAÇÃO
Eliude Gomes Buarque de Souza
Dentro de uma perspectiva interdisciplinar dos Estudos da Religião, com
fundamento nos estudos fenomenológicos do mito, esta pesquisa se propõe a
uma reflexão sobre o cristianismo nos dias atuais. Partindo do pressuposto de
que o cristianismo é o grande fenômeno religioso que caracteriza o ‘sagrado’
da civilização moderna ocidental, e a mídia televisiva seu agente disseminador,
nossa proposta é analisar como este fenômeno se evidencia em modelos
‘massificados’ de propagação. Para esta compreensão, buscaremos analisar o
cristianismo, dentro da perspectiva do “Mito Vivo”, aquele que vive e revive a
história sagrada, vivenciada pelos modelos exemplares, e que, “revelada” ao
homem, pode ser preservada, transmitida e repetida de maneira infinita, em
todo o seu percurso fenomenológico, e refletir acerca das ‘infantilizações’ que
lhe são acometidas, quando submetidas a propagações midiático-televisivas.
Com esta análise, é possível inferir a hipótese de que, como mito, sobrevive,
porém ao passar por um processo de ‘massificação”, ele se descaracteriza.
05. UMA FENOMENOLOGIA DA LUZ
Anaxsuell Fernando
É a luz que nos permite perceber o mundo ao redor. A luz é uma das formas
pelas quais a energia se manifesta, Graças à radiação luminosa, nossos olhos
percebem, com exatidão, formas, tamanhos, cores, movimentos. Desde a
Antiguidade, os físicos vêm tentando investigar a natureza da luz, mas ainda
não se conseguiu estabelecer princípios que expliquem a totalidade dos
fenômenos luminosos. Tudo é criado a partir da luz, além de produzir o
universo físico, ela é responsável por suas permutações. As duas grandes
mudanças históricas da física no século XX (teoria da relatividade e mecânica
quântica) estão relacionadas com a luz. Este impulso da ciência ajuda a
compreender a imagem da luz. As tradições religiosas valem-se dela para
ajudar na compreensão das experiências subjetivas, tornando-a uma metáfora
universal para a divindade. Partindo da trajetória das descobertas cientificas
relacionadas à luz; o presente trabalho pretende discutir a importância deste
símbolo nas tradições religiosas.
06. ESPAÇO SAGRADO
Priscila Vieira
O espaço sagrado é um lugar que pode instigar muitas emoções. Lugar de
adoração, reflexão e comunhão. Esse lugar é revelado ou descoberto pelo
homem. Ao tirar as sandálias dos pés para pisar em solo santo, Moisés
simbolizou uma atitude que o fiel deve assumir quando entra no lugar sagrado.
Esse ritual remete uma separação de limites entre o espaço sagrado
(cosmizado) e o espaço profano (desorganizado).Os templos são a
manifestação física de uma relação íntima do seres humanos com o sagrado,
por isso, vê-se edificações suntuosas simbolizando o lugar sagrado, das
orações, da comunhão e das cerimônias rituais. Vemos indicações de
mudanças quanto à manifestação da fé no quadro religioso atual. O
secularismo e a racionalização das religiões possibilitou uma mudança do
espaço sagrado. Qualquer lugar pode ser escolhido para expressar a união
com o sagrado. Os shows e cultos evangélicos acontecem em ginásios de
esporte, auditórios, clubes, salões, galpões, etc. A música, em particular, a
música gospel, afirma essa mudança em suas alternativas distintas de
apresentações. A mudança de espaço não mostra apenas uma mudança física,
mas principalmente, uma mudança social, cultural e religiosa. Conseqüências
do processo de sistematização das novas formas de espiritualidade do mundo
ocidental. Como se expressa as modalidades de cosmização e consagração
dos espaços sagrados e profanos? Como se constrói o espaço sagrado e por
que a mudança ou a escolha pelos cenários profanos nos rituais cristãos?
07.A MÚSICA GOSPEL E O NEGRO ESPIRITUAL: A
INFLUÊNCIA DA POESIA ESCRAVA AMERICANA NO
CONTEXTO RELIGIOSO BRASILEIRO
André Gustavo Gomes Buarque de Souza
O presente artigo tem como objeto de reflexão a influência da poesia escrava
americana, que interferindo no modelo musical dos espaços religiosos
brasileiro, propõe, através da música ‘gospel’, novas formas de se conceber o
‘sagrado’. A principal intenção deste artigo é refletir como este estilo musical,
apercebendo-se da ‘comunicação sensitiva’, interage com as emoções
humanas e proporciona ‘o alívio’ espiritual. Entendendo que este estilo adveio
do lamento do escravo nos Estados Unidos, que buscou na música o consolo
pela perda da liberdade, nossa proposta é estabelecer parâmetros de
comparação entre este estilo poético, que irrompe como fenômeno ‘espiritual’,
trazendo consigo a influência do cântico negro afro-americano para os espaço
religiosos, até então delimitados pela música anglo-saxônica.
08. RELIGANDO OS SABERES DA CIÊNCIA E DA
ESPIRITUALIDADE
Maria Tereza Penha de Araújo Silva
Pretende-se dar uma panorâmica dos caminhos percorridos pela ciência e pela
espiritualidade durante o período da Renascença, bem como a cisão entre
essas duas áreas de conhecimento humano. Pretende-se ainda mostrar que
apesar de todo o empenho da cultura moderna para banir o Sagrado, através
de um trabalho de dessacralização e secularização filosófica e tecnológica,
procurando explicar tudo pela razão, desligando o homem da religião não foi de
todo eficaz. Mas, ao contrário, o que ocorreu foi um despertar do Sagrado em
grandes proporções e nas mais variadas formas de expressão. O capítulo
finaliza procurando mostrar que não há necessidade de um duelo entre a
ciência e a espiritualidade; que é possível um dueto, pautado na interpretação,
em nível antropológico, e não na tentativa de explicação.
Segundo dia
09. A VISÃO DOS ACARIENSES EM RELAÇÃO AOS
EVANGÉLICOS DA IGREJA ASSEMBLÉIA DE DEUS
Francisco Flávio Epifânio
Nesta pesquisa pretendemos analisar os discursos que construíram a visão
preconceituosa da população de Acari em relação aos evangélicos da Igreja
Assembléia de Deus. Discutiremos as fontes históricas que explicam a conduta
ética dos evangélicos da Igreja Assembléia de Deus. Destacaremos usos e
costumes dos evangélicos considerados “diferentes” pela sociedade e que
geram preconceitos. Analisaremos a postura dos evangélicos da Igreja
Assembléia de Deus diante da visão preconceituosa de moradores da cidade.
A partir dessas proposições iniciais, pretendemos dar início a pesquisa
bibliográfica documental e oral – para esse fim, fará parte da pesquisa
entrevistas com pessoas de diferentes faixas etárias, ou seja, cidadãos
acarienses que vão da juventude à terceira idade – com a finalidade de
acrescentar novas informações à literatura que trata sobre religiosidade no
Brasil, especialmente sobre a história da Igreja Evangélica Assembléia de
Deus, apresentando assim,algumas respostas que ajudem a esclarecer certas
indagações que têm sido levantadas a respeito do referido assunto.
10. BATISTAS REGULARES: UMA EXPRESSÃO RELIGIOSA DA
MODERNIDADE
Francisco Jean Carlos da Silva
As Igrejas Batistas Regulares, instaladas desde 1938 em solo potiguar, têm
representado e produzido seu discurso através de suas 50 igrejas espalhadas
pelo estado, além de contar com uma Escola Teológica, dois Acampamentos,
uma Associação (AIBRERN) e uma Casa de Assistência Espiritual aos
Dependentes de Drogas (CAEDD). Esse trabalho tem como objetivo
compreender as mudanças do novo perfil religioso do protestantismo brasileiro.
Também se faz importante um futuro aprofundamento que possibilite uma
reflexão mais apurada do substrato simbólico da espiritualidade dos Batistas
Regulares no RN, que pousa sob a herança de um fundamentalismo cristão.
Além disso, partimos do pressuposto que de que os Batistas Regulares
representam uma das mais perfeitas traduções de um discurso religioso da
modernidade e assim, observamos esse agrupamento procurando encontrar
em suas doutrinas, práticas e regras de condutas, uma demonstração de que o
espírito da pós-modernidade sugere uma nova dinâmica no modelo tradicional
da espiritualidade das Igrejas Batistas Regulares deste Estado.
11. NOVOS MOVIMENTOS COMUNITÁRIOS
José Roberto Oliveira dos Santos.
Do século XX até hoje o mundo tem passado por transformações céleres. As
relações entre os seres humanos, e estes com o meio-ambiente tem sofrido
mudanças drásticas que comprometem a qualidade de vida de todo o planeta.
Neste contexto, iremos refletir sobre a relação comunitária. Como ela na
sociedade tradicional/rural se apresenta “natural”, tácita; como na sociedade
industrial/urbana foi desfeita essa relação “natural”; e atualmente, a retomada
desse ideal comunitário por alguns grupos. Tendo como ponto de base o
seguinte problema: de que maneira está sendo a constituição desses novos
movimentos comunitários, especificamente os religiosos? Primeiramente,
abordaremos a racionalização técno-científica e a secularização relacionandoas ao mito prometeico. Depois, introduziremos a questão do pluralismo cultural
e religioso. Para então tratarmos do surgimento de novos movimentos
religiosos comunitários na atualidade. Na reflexão e compreensão desse
problema utilizaremos como fundamento teórico a perspectiva de Peter Berger,
Anthony Giddens, Aldo Natale Terrin e Zygmunt Bauman, no intuito de
apontarmos indicativos para discussão em grupo.
12. SERIAM OS MIDI-ÁTICOS, CHARISM-ÁTICOS?
Eliude Gomes Buarque de Souza
O presente artigo tem como objetivo fazer uma análise da palavra ‘carismático’,
interpretando, com a perspectiva epistemológica do termo, sua aplicabilidade
no tipo social ‘‘homem-carisma’’. E, sob a égide desta análise, examinar as
premissas atuais, requeridas ao ‘personagem carismático’, quanto se adequar
a ‘um modelo de sucesso’ nos espaços organizacionais, dentre eles a mídia
televisiva. Seguiremos três linhas de raciocínio: a primeira, premissa fundadora
de nossa investigação, diz respeito à utilização do neologismo Paulino
‘carismático’ por Max Weber, quando procedeu às análises sobre a ‘liderança
carismática’ no trabalho “tipos puros de dominação social”; a segunda,
contextualizada por um recorte, reflete e legitima as refutações que Pierre
Bourdieu faz a Weber no texto ‘Uma interpretação da teoria da religião de Max
Weber’; na terceira, foco de nossa maior atenção, propomos uma reflexão do
termo ‘charisma’ a partir de uma pesquisa do léxico grego, de forma a refletir a
interpretação que adveio ao uso da expressão, que, por técnicas de oralidade,
domínio de público, linguagem persuasiva e magnetismo pessoal, impingiu à
palavra ‘carisma’ uma pseudo-caracterização, que lhe conferiu um sentido
banalizado.
13. A IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO NA PÓS-MODERNIDADE
Edivaldo Correia Bastos
Este trabalho resulta da reflexão colhida das circunstâncias históricas geradas
a partir da “ilustração iluminista” que gerou a modernidade, cujos resultados,
em pleno esplendor tecnológico, surpreende aos que previam o
desaparecimento da Religião. Como ser globalizado, do alto de seu status
mais elevado como criador, o ser humano rende-se a Religião deixando
perplexos os vaticinadores de seu fim. A proposta é mostrar que o fator
religioso é um dos componentes essenciais da personalidade humana. A
dimensão religiosa, apesar de ter sido marginalizada na modernidade continua
a orientar o ser humano no descobrimento do seu verdadeiro sentido
existencial. Por isto, para remediar a herança vazia, angustiante e
desesperadora da sociedade produtora e consumista, acrescenta a prática da
religião. Num sentido geral, a religião significa a relação moral que une o
homem a Deus através da inteligência e vontade que, por sua vez, se baseiam
na relação física e ontológica, pela qual toda a criatura depende inteiramente
do criador. É possível, dentro da crítica pós-moderna à racionalidade iluminista
afirmar que, como criatura racional, dotado de inteligência e vontade, o homem
para não quebrar a ordem do universo, que exige inter-relação de criaturacriador, de filho-pai e servo-dono, deve reconhecer intelectualmente as
relações morais que ligam a Deus, como criador e, conseqüentemente, através
da sua vontade, ordenar toda a sua atividade livre de tal forma a prestar a Deus
o culto que lhe é devido?
14. HÁ VIDA NO CÂNCER: EXPERIÊNCIAS DE UMA VIDA
TRANSFORMADA
Débora Cristina Gomes Buarque de Souza
Nossa proposta tem como foco de atenção um estudo de caso, a partir da
experiência vivenciada por um portador de câncer, relatada em um modelo
autobiográfico, de forma que possibilite uma reflexão acerca da pessoa, a partir
de sua ‘experiência espiritual’ e das interatividades sociais, vivenciada antes,
durante e depois da doença. Com a ‘experiência espiritual’, o trabalho ressalta
pelo campo de conhecimento da religião, o Mito - o fenômeno social que pode
apreender o significado do comportamento do humano diante do sagrado.
Através de análises de autores como Mircea Eliade, o trabalho busca refletir o
fenômeno da fé como “emancipação absoluta de qualquer tipo de ‘lei’ natural”,
que transpõe o homem à ”mais elevada liberdade” que ele pode imaginar,
provendo ‘respostas’ e ”garantia de apoio em Deus”, proporciona com isso
maior liberdade existencial. Dentro da visão interdisciplinar do fenômeno
religioso e do ‘Interacionismo Simbólico’, o trabalho busca percepções mais
detalhadas acerca das reações do homem, através dos estudos que diz
respeito aos ‘Momentos Charneiras’, proposto António Nóvoa,
15. MATRIMÔNIO E RITOS MATRIMONIAIS – SACRAMENTO OU
EXPRESSÃO SOCIOCULTURAL?
Érica Verícia de Oliveira Canuto
A família, enquanto vínculo importante para formação da sociedade, sempre
teve como paradigma a existência de um matrimônio. Importa estudar o
casamento como possibilidade de formação de vínculos de parentesco. Em si
mesmo, ou isoladamente, não é o casamento indispensável à formação da
família, considerando-se, inclusive, as mudanças pelas quais tem passado
nossa sociedade, reconhecendo a família como plural, formada que é por
inúmeros outros vínculos afetivos ou jurídicos, além do casamento. Tal fato, no
entanto, não retira do matrimônio o status de paradigma para formação da
família. Quanto à forma com que esse matrimônio se realiza, tornando-se
válido, não só enquanto vínculo jurídico reconhecido, mas também enquanto
vínculo social e relacional entre os interessados, há, culturalmente, a coexistência de ritos matrimoniais, sejam eles impostos pela lei, ou mesmo pela
expressão da religiosidade. Embora se percebam certos e determinados ritos e
formalidades nas diversas expressões religiosas, onde o casamento é
considerado também como sacramento, tais práticas (rituais) não advêm de um
comando religioso, senão pela própria expressão sociocultural. O presente
trabalho tem por objetivo discutir o matrimônio e os ritos matrimoniais
existentes nas mais diversas culturas, enquanto fenômeno sociocultural,
importante para formação do núcleo social de família. Também tem por objetivo
discutir a existência de diversos arranjos familiares como expressão
sociocultural, confrontando a visão dos grupos religiosos a seu respeito.
GT-13: JORNALISMO ECONÔMICO E REALIDADE SOCIAL
Coordenadores:
Adriano Lopes Gomes
E-mail: [email protected]
Luciano Ferreira Oseas
E-mail: [email protected]
Departamento de Comunicação Social
Local: Auditório de Comunicação
Este GT pretende reunir trabalhos que mantenham estreita relação entre a
epistemologia do Jornalismo Econômico e a construção social da realidade
através das notícias veiculadas pela imprensa. Tem por objetivo problematizar
o cotidiano e refletir sobre as rotinas de produção da notícia, adotando as
editorias de Economia como delimitação de estudo, qualquer que seja o
suporte midiático. Apresenta-se como uma proposta transdisciplinar de
interação de conhecimentos, no âmbito do jornalismo especializado, tendo em
vista a necessidade e a relevância de se priorizar assuntos que incidam
diretamente sobre a atividade jornalística e o enfoque sistêmico da Economia.
01. JORNALISMO E ECONOMIA: TRANSDISCIPLINARIDADE A
SERVIÇO DO CONHECIMENTO
Albery Lúcio da Silva
Bolsista de Iniciação Científica/Pesquisador
Adriano Lopes Gomes
Orientador/Docente UFRN
A busca pelo conhecimento aponta um horizonte cheio de transformações.
Nessa procura, as ciências têm a oportunidade de dialogar entre si, até
surgirem novos conceitos. Quando Jornalismo e Economia se unem à procura
de explicações para o desenrolar dos acontecimentos, nasce uma forma de
desvendar a realidade social. Com o objetivo de analisar como ocorre o
processo transdisciplinar do conhecimento nesses dois ramos científicos, está
em desenvolvimento o presente trabalho de pesquisa. O estudo apresenta-se
em caráter inicial e pretende acompanhar a construção do saber durante o
Curso de Especialização em Jornalismo Econômico, promovido na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A metodologia utilizada foi a
aplicação de questionários. Como resultado dos dados obtidos, percebemos a
carência de um maior aprofundamento na área econômica por parte dos
profissionais que já atuam do segmento.
02. CONJUNTURA BRASILEIRA E EXPECTATIVAS
ECONÔMICA E POLÍTICA
Luiz Carlos Santos Júnior
Departamento de Economia
A demanda agregada - que é sensível a curto prazo - pode ser aumentada através do
incremento no consumo das famílias, investimentos e gastos governamentais.
Esse conjunto de fatores, por sua vez, pode ser elevado através de uma modificação na
taxa de investimento, para cima. Dessa forma aumentar-se-ia o nível de
emprego e o Governo Lula cumpriria o prometido nas últimas eleições. Por que então
não se altera tal taxa? Para a síntese deste artigo foi utilizada a pesquisa bibliográfica,
através de uma visão macroeconômica sobre a notícia chegada aos receptores da
informação. O Governo Lula não altera a taxa de investimento porque considera a
estabilização da economia prioritária em relação ao crescimento. A
preocupação gira em torno da incerteza frente à inflação, além da dívida externa, que
pode aumentar através do uso de mecanismos desenvolvimentistas-estatistas. Há dois
possíveis rumos para a economia brasileira: especula-se a possibilidade de uma volta
ao populismo, já que o Governo atual não vêm cumprindo suas promessas quanto a
números (emprego, salário mínimo etc); ou se pode manter o uso de ferramentas
ortodoxas de ajuste fiscal e estabilização - o futuro é incerto.
03. CARCINICULTURA EM BARRA DE CUNHAÚ:
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO PARA OS GRANDES,
ESPERANÇA PARA OS PEQUENOS
BRENO PERRUCI DE PAIVA
Aluno da especialização em Jornalismo Econômico
O trabalho pretende abordar jornalisticamente a atual realidade econômica da
Praia de Barra de Cunhaú, transformada há alguns anos, após a instalação de
várias grandes empresas carcinicultoras. Pudemos acompanhar o processo
evolutivo da atividade no local, bem como as mudanças no estilo de vida dos
nativos, que antes viviam da pesca e hoje trabalham quase nos criadouros e
laboratórios. A questão é que o desenvolvimento não foi sentido pelos
trabalhadores. Eles apenas mudaram de profissão, sem conseguir melhorar de
vida de forma considerável.
04. MÍDIA E ECONOMIA: PARADOXOS DO
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO POTIGUAR
Edwin dos Santos Carvalho
Aluno da especialização em Jornalismo Econômico
Diariamente, o noticiário exibe o resultado de tabelas, números e gráficos que
comprovam o crescimento da economia potiguar. As manchetes dos jornais
apontam para uma fase de intensa evolução dos indicadores econômicos do
Estado, seja pelo aumento do fluxo de turistas ou por mais um recorde nas
exportações. Mas de que modo a imprensa contribui (u) para esse crescimento
e que mudanças tal avanço trouxe para a sociedade? Esta reflexão teórica se
propõe a discutir o papel do jornalismo econômico na construção deste novo
cenário de progresso e desenvolvimento que se forma no Rio Grande do Norte.
05. O JORNALISMO ECONÔMICO NA INTELIGÊNCIA
COMPETITIVA
Érika Zuza
Aluno da especialização em Jornalismo Econômico
Um dos métodos usados pelas organizações para coletar, analisar e
disseminar informações para tomada de decisão no nível estratégico é a
Inteligência Competitiva. A IC visa gerir o conhecimento da organização acerca
dos ambientes interno e externo, além de buscar informações sobre os
concorrentes. As informações coletadas geram conhecimento que, sendo
aplicado em beneficio da organização, transforma-se em inteligência, uma
vantagem competitiva. Entre as fontes lícitas para a aquisição de informações
está a imprensa. Este trabalho visa analisar o jornalismo econômico na atuação
dos programas de inteligência competitiva nas empresas.
GT-14: COMUNICAÇÃO, CULTURA E MÍDIA
Coordenadores:
Moacir Barbosa de Sousa
Gerson Luiz Martins
E-mail: [email protected]
Departamento de Comunicação Social
Local: Setor de Aula II, sala A4
Este GT é um espaço de discussões teóricas no qual serão aceitos trabalhos
de pesquisa que estabeleçam relações conceituais de estudos contemplados
nesse eixo temático, além da relevância e pertinência com a área de
concentração. Os trabalhos devem refletir aspectos relacionados ao fenômeno
da comunicação e suas implicações na cultura das mídias, observando-se
coerência, fundamentação bibliográfica e consistência do ponto de vista
epistemológico.
Primeiro dia
01. O MITO NINFETA NA CULTURA DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO
Lindinês Barros
A sexualidade é um tema que está sempre abordado nos meios de
comunicação de massa, e em virtude da própria dimensão e do alcance dos
mesmos, falar sobre a sexualidade traz uma ampla discursão para ser
explorado, e quando este tema se assenta na mídia televisiva os
questionamentos ganham uma efervescência ainda maior. Pretendemos
analisar como esta temática é representada, e que paradigmas são tomados
para ser difundida na nossa sociedade através dos meios de comunicação.
Salientamos que no meio televisivo o símbolo da sensualidade/sexualidade e
erotismo, em muitas vezes, é representado através do mito da ninfeta dentro
do nosso contexto sócio-cultural. Diante da representação da
sensualidade/sexualidade através da imagem da ninfeta, analisaremos como
ele está presente e como foi incorporado na nossa cultura, se deslocando do
imaginário até suas materializações em peças da mídia nacional, como por
exemplo, a mini-série Presença de Anita exibida na Rede Globo; na novela
Laços de Família (2000) a personagem Íris; na novela Celebridade (a
personagem Darlene); recentemente na novela América (a personagem
Lurdinha) interpretada por Cléo Pires. Esses exemplos materializam este mito
através dessas expressões comunicativas, que ao mesmo tempo configura-se
enquanto linguagem, para abordar a temática da sensualidade/sexualidade.
Dentro desses campos empíricos citados, iremos direcionar a nossa
problemática na mini-série Presença de Anita, por considera-la a peça
comunicativa que sintetizou e construiu de forma bem visível este mito da
ninfeta. Teremos como referencial do mito da ninfeta a obra de Vladimir
Nabokov, Lolita, considerada uma das obras mais polêmicas da literatura
contemporânea, por ser um romance muito arrojado para moral vigente na
época. Observaremos na mídia nacional como Lolita é representada e
resignificada dentro da cultura brasileira.
02. DESAFIOS PARA A MÍDIA EDUCAÇÃO: COMUNICAR,
INFORMAR E EDUCAR
Denise Accioly
O objetivo do trabalho é refletir sobre os desafios da mídia educação. A
linguagem audiovisual predominante na mídia, sobretudo na televisão, é
conseqüência da aceleração no trânsito de informações, proporcionada pelo
avanço tecnológico e se fundamenta na imagem, que é a forma mais poderosa
de comunicação. Cada novo meio de comunicação incorpora a linguagem do
anterior, melhorando e abrindo novos espaços. Assim, a televisão adotou a
linguagem do jornal, do rádio e do cinema, utilizando-as de maneira mais
ampla e eficaz, principalmente com a introdução de novas tecnologias. A partir
desta reflexão é preciso pensar no espaço que a mídia pode ocupar dentro da
escola, não só fisicamente, mas em todo o universo conceitual da educação,
em toda forma de reflexão sobre o que seja educar. O novo conceito de
educação para o século XXI inclui a leitura dos meios como parte de uma nova
ordem mundial. O termo educação para a mídia pode receber diferentes
nomeações que dependem das diferentes tradições e teorias pedagógicas em
diversos paises. Tem sido chamada de “educação para a compreensão da
mídia”, “educação para a conscientização da mídia”, “compreensão visual da
linguagem” e “educação para a mídia”. Segundo Maria Luiza Belloni, autores
brasileiros utilizam o termo “mídia-educação” ou “educação para as mídias”,
que se refere à dimensão “objeto de estudo” e tem importância crescente no
mundo da educação e da comunicação. De acordo com Lúcia Santaella a
palavra mídia utilizada no Brasil tem origem do termo medium (singular) e
media (plural) que significam meio e meios. Em inglês, os termos são usados
para designar um meio (medium) e os meios (media) de comunicação.
03. RÁDIO E VOZ: A HIGIENE VOCAL DOS LOCUTORES
NATALENSES
Adriano Charles da Silva Cruz
A voz é um dos principais componentes da comunicação humana. O radialista,
como locutor, é um profissional da voz, por excelência, utilizando-a como maior
instrumento de trabalho. Sendo assim, esse estudo tem por objetivo geral
diagnosticar os hábitos vocais dos locutores das rádios FM de Natal além de
apontar a necessidade de ser ter uma boa higiene vocal. Inicialmente, foi
realizada uma pesquisa quantitativa, por amostragem, onde foi aplicado um
questionário de questões fechadas, respondido pelos locutores de três rádios
FM de Natal: FM Universitária, 96 FM e Rádio Cidade. Elas foram escolhidas
em função da disponibilidade dos locutores em responder o questionário e,
também, porque englobarem programas variados com diversos estilos de
locução. O questionário foi aplicado a dez locutores; esse número foi escolhido
por representar uma mostra significativa dos locutores de FM da cidade. Todas
as perguntas referem-se a atitudes relacionadas à higiene vocal. Além disso,
foi realizada uma pesquisa bibliográfica. Após a analise dos dados constatouse um baixo nível de conhecimento vocal e uma deficiência na prevenção de
problemas de voz, já que a maioria dos entrevistados não tem o hábito de
procurar especialistas para diagnosticar possíveis doenças ou atitudes
inadequadas.
04. O ONÍRICO E O EFÊMERO NO PÓS-GUERRA: CULTURA DE
CONSUMO NO RECIFE ENTRE OS ANOS DE 1950 E 1960
Marcos Arraes
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, em 1945, e a conseqüente “bipolarização” do
mundo entre os lados vitoriosos, boa parte do mundo ocidental caiu sobre a
influência econômica e política dos Estados Unidos capitalista, que, em luta
contra o “medo vermelho”, representado pela URSS, iniciam uma política de
pesados investimentos em novas formas de propaganda para a divulgação de
um ideal de liberdade que, segundo queriam fazer acreditar, se atingia com a
sociedade capitalista. Nesta, as pessoas, “diferentes por natureza”, poderiam
ter a livre escolha de adquirir aquilo que melhor atingia a suas necessidades.
Dentro desse panorama, nasce, nas pessoas comuns, não sem um certo
conflito, novas formas de entender o mundo, novas formas de se relacionar, de
necessidade, de ser, de prazer. É a emergência de um mundo pós-moderno,
segundo alguns filósofos, no qual se verifica a exacerbação e
institucionalização social do hedonismo moderno ou do prazer obtido a partir de
imagens construídas mentalmente. A mercadoria tornou-se um fetiche, para
usar a idéia de Marx e o ter e o ser se fundem, sendo um necessário e mesmo
imprescindível para a obtenção do outro. Buscaremos, então, apresentar nosso
plano de pesquisa de fazer um breve apanhado das negociações das elites
recifenses na aceitação dos valores culturais divulgados pelo bloco capitalista,
a partir da(s) lógica(s) do consumismo nos limites do espaço e tempo dados.
Para tornar tal objetivo mais claro, tentaremos, na pesquisa, diferenciar o
consumo pré-industrial que busca apenas a satisfação das necessidades, e o
consumismo pós-moderno, ligado à dimensão do desejo, explicitando a relação
entre o consumo de produtos e a aquisição de princípios e valores culturais
imanentes a estes produtos como legitimadora da dominação imperialista.
05. CULTURA EM QUADRINHOS
Carlos Macedo
Uma pesquisa realizada por Serpa e Alencar publicada na revista Nova Escola,
nº 111, de abril de 1998 mostrou que 100 % dos alunos pesquisados gostavam
de ler histórias em quadrinhos (Calazans, 2004). Conhecidas
preconceituosamente apenas como forma de entretenimento, as HQs também
podem ser usadas com outros fins, como a transmissão da cultura por meio da
quadrinização de livros clássicos. A Editora EBAL, já em 1948, lançou a
coleção Edição Maravilhosa, com adaptação de romances estrangeiros, e a
partir de 50, passou a trabalhar com romances nacionais, estreando a coleção
com "O Guarani", de José de Alencar. A coleção deixou de ser publicada em
1964, após mais de 200 edições (Cirne et al, 2002). O projeto experimental
"Cultura em Quadrinhos" tem um pouco disto. Só que ao invés de quadrinizar
obras consagradas, o trabalho pretende resgatar as lendas nacionais, tão
importantes para a identidade de um povo. O nosso público alvo são as
crianças e os adolescentes para que logo cedo despertem o interesse pela
área.
06. POTI DE SAUDADES E LEMBRANÇAS: O
RADIODOCUMENTÁRIO COMO INSTRUMENTO DE
RECONSTITUIÇÃO DA MEMÓRIA
Edivânia Rodrigues
Este radiodocumentário é proveniente da pesquisa Mídia e Memória: um
estudo dos documentos sonoros das emissoras de rádio da cidade do Natal
(1941-1955) fundamentada no método da História Oral. As narrativas orais
reconstituem a história da Rádio Poti, delimitando o surgimento, episódios,
atores sociais e grade de programação da emissora, contextualizada nos
programas de auditório, de humor, radionovelas e radiojornalismo. Os
resultados preliminares da pesquisa sobre a emissora foram formatados na
linguagem dinâmica e simples do documentário. “Poti de Saudades e
Lembranças”, composto de texto do locutor, sonoras produzidas, depoimentos
e efeitos de sonoplastia, caracteriza-se como um instrumento que possibilita a
reconstituição da memória radiofônica Potiguar.
Segundo dia
07. EDUCAÇÃO PELO RÁDIO – UM ESTUDO DE CASO
Konia Racheqelle e Antonio Eufrazio Neto
No Brasil, o rádio e a educação estiveram associados nos primórdios do
veículo Roquette Pinto, fundador da primeira emissora de rádio no país
(embora registrem-se divergências acerca do assunto, já que os
Pernambucanos clamam para si a primazia), defendia a transmissão de
edu8cação e cultura pelo rádio como estratégia para erradicar o analfabetismo
no país. Antropólogo, Roquette dizia que o homem brasileiro não precisava ser
estudado, mas educado. Ao doar os equipamentos e a estrutura já montada da
Rádio Sociedade à União, ele não imaginava a mudança de rumo que o veículo
tomaria a partir dos anos 1930 com a popularização dos programas e a
apropriação do meio pelo governo Vargas. O rádio, então, adquiriu um tom
apologético dos feitos governamentais. Hoje, o veículo está voltado para o
entreteniumento, visando ao lucro fácil dos donos de concessões. O objetivo do
trabalho, é conhecer o papel do rádio na educação popular, como o Movimento
de Educação de Base, cujos expoentes no estado, nos anos 1960, foram as
emissoras de Educação Rural de Natal, Mossoró e Caicó.
08. PROLEGÔMENOS PARA UMA TEORIA DA ANÁLISE
DISCURSIVA APLICADA À COMUNICAÇÃO SOCIAL
Sheila Accioly
Este artigo propõe uma possível aplicação da metodologia da análise do
discurso ao campo da Comunicação Social e do Jornalismo, inovando a
abordagem a partir das teorias do imaginário.
09. RÁDIO E EDUCAÇÃO: A EXPERIÊNCIA DO MEB DE 1961 A
1965
Aidil Brites Fonseca Guimarães
Orientador: Adriano Charles da Silva Cruz
O trabalho a ser apresentado tem por objetivo resgatar a história da utilização
do rádio no Movimento de Educação de Base, MEB, no período de 1961 a
1965, ou seja, nos primeiros anos de sua existência. O MEB nasce como uma
iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, a partir da
expansão das Escolas Radiofônicas que pretendia educar o homem do campo
através do rádio. Na época, esse era o veículo mais moderno e de maior
penetração social. Para tanto, foi feita uma reconstituição histórica do
Movimento, utilizando o método da história oral apresentado por Jacques Le
Golff, através da realização de entrevistas com os atores sociais, divididos
entre monitores, idealizadores e líderes do Projeto. Além disso, foi realizada
uma pesquisa bibliográfica e documental. Esse estudo, justifica-se pela
escassez de trabalhos sobre o tema no curso de Comunicação Social e pela
necessidade de se resgatar a contribuição histórica do Projeto na educação
brasileira , já que o MEB existiu a partir de uma experiência pioneira
desenvolvida no Estado e, posteriormente, ampliada nacionalmente. Após essa
pesquisa, percebeu-se que, através do MEB, o rádio tornou-se um instrumento
importante na formação das consciências, na promoção da pessoa humana e
na transformação social. Verificou-se ainda, que os meios de comunicação
social podem ser ferramentas fundamentais para a educação em massa.
10. AS RÁDIOS COMUNITÁRIAS COMO ESPAÇO DE
ALTERNATIVA POPULAR
Alexandre Ferreira dos Santos
As rádios comunitárias podem desempenhar um papel muito importante no
desenvolvimento da cidadania. Quando geridas democraticamente
representam o espaço do cidadão. O espaço em que a pessoa e suas
organizações coletivas, de uma dada localidade, podem se apropriar de um
canal de comunicação e colocá-lo a serviço dos interesses e necessidades da
comunidade.este trabalho visa discutir a importância das rádios comunitárias
na construção da cidadania, estimulando a cultura local e atuando como
instrumento a serviço da democratização da comunicação por isso, levanta
alguns questionamentos e mostra-se de extrema relevância uma vez que as
rádios comunitárias estão cada vez mais presentes nas pequenas cidades e
grandes centros, um estudo como esse poderá fornecer subsídios para uma
avaliação mais consistente desse novo panorama da comunicação social no
Brasil, mais especificamente em Natal e na Grande Natal.
11. PUBLICIDADE E IDEOLOGIA: REPRESENTAÇÕES DO
FEMININO E DO MASCULINO NA PUBLICIDADE
Dalvacir Andrade
Este estudo busca uma interpretação da publicidade, de forma a retirá-la do
campo das análises sobre o consumo de bens materiais e o modo de produção
capitalista, para focalizá-la em um espaço mais amplo, que se desenrola na
cultura, nas representações sociais e na ideologia da sociedade, na qual a
publicidade se apresenta. Partimos dos pressupostos de que a publicidade se
configura como um artefato cultural, que, encontrando, nas práticas cotidianas,
os objetos para a sua materialização, se relaciona com a ideologia, uma vez
que difunde padrões, costumes etc., divulgando significações que são
consumidas em níveis maiores que os próprios produtos anunciados. Nesse
sentido, a partir da questão da relação entre os sexos − tema bastante
apresentado na publicidade −, procuramos investigar como se configuram
nesta as representações do feminino e do masculino, mediante a análise de
anúncios publicitários.
12. AS TELENOVELAS E A REPRESENTAÇÃO DA CLASSE
POLÍTICA BRASILEIRA
João Paulo Araújo
O Brasil é um dos principais produtores mundiais de telenovelas. Esse gênero
ficcional vem ano a ano consolidando sua posição no cenário cultural nacional
e internacional. A despeito da qualidade das produções da teledramaturgia
brasileira e da importância que elas representam como cenário de confluência
das diversas formas de linguagem, as telenovelas não receberam dos
estudiosos da academia o tratamento adequado. Elas ainda são vistas como
“arte menor”, ou muitas vezes não são consideradas produções artísticas.
Dada a importância que as telenovelas apresentam hoje no cenário cultural
brasileiro, este trabalho propõe-se a estudar a forma como as telenovelas
retratam um dos principais elementos da sociedade: a política. Mais
especificamente, o estudo deve centrar-se na representação da classe política
nas telenovelas.
GT-15: QUESTÕES AMBIENTAIS NO SEMI-ÁRIDO
Coordenador:
Fernando Moreira da Silva
E-mail: [email protected]
Departamento de Geografia da UFRN
Local: Setor de Aula II, sala B2
O GT objetiva discutir as questões ambientais no semi-árido do Nordeste, bem
como conscientização de pesquisas inerentes ao ecossistema e seu estado da
arte. Área: Geografia Física, Bioclimatologia, Hidrologia, Meteorologia.
Primeiro dia
01. ANÁLISE PRELIMINAR DAS PROBABILIDADES
PLUVIOMÉTRICAS DOS ANOS 04 E 06 NO MUNICÍPIO DE
LAJES/RN
Gustavo Szilagyi
Mestrando do curso de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia UFRN
Professor orientador
Fernando Moreira da Silva
Docente do Curso de Geografia/UFRN
Objetivando dar uma contribuição ao entendimento do fenômeno das secas e
por conseguinte, entender a dinâmica climática da pluviometria na região de
Lajes, Estado do Rio Grande do Norte, foi realizado um estudo sobre as
estimativas mensais dos anos 04 e 06 das chuvas ocorridas em uma série
temporal de 9 décadas neste município, coletadas e armazenadas no banco de
dados da Empresa de Pesquisa e Agropecuária do Rio Grande do Norte –
EMPARN. Para tanto, fez-se uso de ferramenta computacional e análise dos
dados por vias do modelo estatístico, distribuição de Kimball, que nos
indicaram probabilidades de ocorrência de intensa pluviosidade (acima dos
600mm) variando na ordem de 35 a 40% nos anos 4, enquanto que para os
anos 6, a probabilidade de ocorrência de grandes precipitações é de apenas
10%, o que nos indica uma pré-disposição deste último à ocorrência de secas.
Estes resultados probabilísticos indicam que os anos terminados em 04 são de
bons invernos, e consequentemente bons para a agricultura, concordando com
a crença popular. Este estudo, preliminar, vem nos mostrar que para minimizar
os riscos de perdas de safra por conta das secas e, consequentemente, reduzir
o avanço das áreas desertificadas na região, se faz necessário um
monitoramento e prevenção de fenômenos inerentes à falta de precipitação.
02. A IMPORTÂNCIA DO UMBUZEIRO NA CULTURA
SERTANEJA
Marcel Lima Pinheiro
Marcelo de Medeiros Nascimento
Fernando Moreira da Silva
A pesquisa procura mostrar à dinâmica ambiental, fisiológica e cultural do
umbuzeiro (Spondias tuberosa), árvore típica da caatinga nordestina, possui
esse nome pela importância de suas raízes cultural (do tupi-guarani “ymbu”,
que significa “árvore-que-dá-de-beber”). A metodologia utilizada foi um
levantamento teórico do ecossistema caatinga, disponível na literatura. Esta
árvore possui características de pequeno porte (6m), tronco curto,
esparramada, copa em forma de guarda-chuva, vida longa (100 anos), é
xerófila, com raízes superficiais que possuem uma túbera (xilopódio) para
armazenamento de água e minerais; o caule tem ramos novos e lisos e ramos
velhos, folhas verdes e imparipenadas, flores brancas, frutos com diâmetros
médios de 3 cm e sementes arredondas e ovaladas. A árvore torna-se
“Sagrada no Sertão” (Euclides da Cunha, 1929), principalmente, pela sua
capacidade de sobrevivência durante longos períodos de seca, pois os
xilopódios armazenam reservas que servem para a nutrição da planta em
períodos cítricos da água. O umbuzeiro necessita de algumas características
ambientais para se desenvolver, como clima quente, temperatura acima de
18ºC, umidade relativa do ar entre 30% e 90%, insolação anual de 2.000-3.000
horas/luz e uma precipitação média de 400 mm e 800 mm. A planta necessita
de solos com boa fertilidade, e necessariamente com boa permeabilidade e
bem arejados. Resultados de campo mostram que do umbu representa o mais
frizante exemplo de adaptação ao clima semi-árido, chegando a produzir em
média 300Kg/ano por péem umbuzeiro nativo. Vale salientar que; nada se
perda, polpa para sucos, doces e geléias, casca e folhas para alimentação de
animais, caroço para o farinha e/ou ração animal, além disso, o umbuzeiro dá
lenha, sombra e “água fresca”.
03. CONDIÇÕES SOCIOAMBIENTAIS E INSUSTENTABILIDADE
NO MANEJO DA CAATINGA NO ASSENTAMENTO HIPÓLITO,
EM MOSSORÓ-RN
Apresentadores:
Francisco das Chagas Silva Souza
Jacqueline Cunha de Vasconcelos Martins
Autores:
Gildson Souza Bezerra
Maria do Socorro Moura Paulino
Maria Luciana da Silva Nóbrega
Jailton Barbosa dos Santos
Denílson Antonio Maia da Silva
Elainy Danielle Guedes Pereira
(INTRODUÇÃO) Desde a década de 1970, cresce a preocupação com o
modelo de desenvolvimento implementado pelos governos. Estudos
reivindicam políticas que se baseiem na sustentabilidade – um crescimento
econômico com eqüidade social e prudência ecológica. Na área rural,
pesquisas visam analisar a sustentabilidade nas ações públicas de
desenvolvimento. No Rio Grande do Norte, nas últimas décadas, foram criados
vários projetos de assentamentos de reforma agrária no semi-árido, um bioma
devastado ao longo de séculos. Esta pesquisa levantou dados socioambientais
e suas implicações no uso da caatinga no assentamento Hipólito, em Mossoró,
buscando verificar a possível ocorrência de desenvolvimento rural sustentável.
(METODOLOGIA) A escolha desse assentamento deu-se por ser um dos
primeiros da região, implantado em meados dos anos 1980. Partindo-se de
revisão bibliográfica, foram realizadas entrevistas com 29 assentados,
representando 20% da população. Quanto à variável sócio-econômica,
observou-se os aspectos: produção, ocupação, renda e qualidade de vida.
Concernente à variável ambiental, verificou-se: conservação da fauna e flora da
caatinga e análise do solo. (RESULTADOS) A principal atividade econômica é
a agricultura de sequeiro, sendo a renda complementada com a venda
esporádica da mão-de-obra, além de aposentadorias e programas de
assistência social. Os entrevistados asseguraram que a utilização dos recursos
naturais da caatinga é feita exclusivamente para a subsistência, contrariando
estudos outrora realizados; a agricultura ocasiona impactos negativos ao meio
ambiente e o desmatamento desordenado agrava problemas como salinização
do solo, desertificação e redução e/ou desaparecimento de espécies
endêmicas. (CONCLUSÃO) A realidade da área aponta para a
insustentabilidade sócio-econômica e ambiental, verificada pelo estado de
pobreza, na maioria das famílias, implicando na qualidade de vida; a falta de
políticas que gerem emprego e renda faz com que utilizem irracionalmente os
recursos naturais disponíveis. Assim, faz-se necessário um trabalho de
orientação técnica e de educação ambiental.
04. O USO DO SATÉLITE CBERS COMO FERRAMENTA EM
ESTUDOS AMBIENTAIS NO NORDESTE DO BRASIL
Rodrigo de Freitas Amorim
Fernando Moreira da Silva
Cilene Gomes
Devido aos processos de ocupação o Nordeste brasileiro há muito tempo vem
sofrendo com problemas ambientais, tais como: desmatamento, erosão,
desertificação, entre outros. Assim, considerando que a região é um
ecossistemas frágil, e que devido à forma de ocupação, já se encontra bastante
antropizada, é neste contexto que se fazem necessários estudos, técnicas e
ferramentas que venham auxiliar no monitoramento e preservação do semiárido. Uma das principais ferramentas no monitoramento ambiental é o uso de
técnicas do sensoriamento remoto, notadamente as imagens obtidas pelo
satélite CBRES. O objetivo do trabalho é mostrar a viabilidade do
sensoriamento com o uso do satélite CBERS nas questões do semi-árido. A
metodologia utilizada foi um levantamento teórico do sistema CBERS,
disponível na literatura. Resultados mostram que; atualmente o Brasil já detém
de tecnologia em sensoriamento remoto com destaque para o satélite CBERS,
uma parceria brasileira e chinesa onde o Brasil responde por 30% e a China
70%. O CBERS tem como maiores vantagens o preço das imagens em média
três vezes mais barato, o usuário pode ter acesso as imagens quase em tempo
real em relação à passagem do satélite. Uma das características do CBERS é
a câmara CCD que fornece imagens em uma faixa de 113 quilômetros
quadrados, com resolução de 20 metros. Este sensor leva 25 dias para cobrir
totalmente a terra. Isto faz do CBERS uma nova ferramenta nos estudos
ambientais, bem como no auxilio para com o planejamento urbano. Um dos
maiores benefícios que o domínio da tecnologia em satélite pode trazer, sem
duvidas, é a autonomia do país em relação aos países ricos que
economicamente, tecnologicamente e belicamente dominam a área.
05. USO DO SPRING EM ESTUDOS AMBIENTAIS NO SEMI–
ÁRIDO DO RIO GRANDE DO NORTE
Miguel Zanic Cuellar
Manoel Joseane M. Carvalho
Ana Mônica de Britto Costa
Fernando Moreira da Silva
Cilene Gomes
O SPRING é um sistema de processamento de informações espaciais que
oferece mecanismos para combinação de diferentes tipos de informações. Com
o uso dessa ferramenta, é possível estudar temas urbanos, ambientais,
socioeconômicos, rodoviários, de gestão das águas, dentre outros. O clima
com seus elementos e fatores impõe ao Rio Grande do Norte o contextualizado
fenômeno das secas. A região do semi-árido do Estado é submetida a
precipitações pluviométricas torrenciais, concentradas e irregulares, no tempo e
no espaço, causando ao norteriograndense, entre outros problemas, a
escassez de águas. Considerando que essa problemática é mais política e
cultural do que natural, exigindo cada vez mais estudos especializados para
subsidiar estudos de impactos sócio-ambientais, bem como nos processos de
tomadas de decisões, foi produzido, usando o software SPRING, um mosaico
de imagens CBERS e LANDSAT para o estado do RN. Esperamos que os
resultados possam ser agregados aos futuros Sistemas de Informações
Geográficas (SIG), e assim poder auxiliar nos processos de planejamento
regional, políticos e administrativos do Estado.
Palavras-chave:
Regional.
Semi-árido,
SPRING,
CBERS,
Mosaico,
Planejamento
06. GEOGRAFIA DA SAÚDE E MAPEAMENTO DE VETORES
ENDÊMICOS NO SEMI-ÁRIDO UTILIZANDO O SISTEMA DE
PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES GEOREFERENCIADAS
(SPRING)
Luiz Antonio Nascimento de Paiva
A Geografia da Saúde como ramo da geografia estuda a geografia das
doenças sob a ótica dos conhecimentos geográficos e no semi-árido nordestino
verifica-se um desamparo sobre à vigilância de endemias. Para uma melhor
compreensão sobre incidência de vetores endêmicos o conhecimento sobre o
ambiente é necessário, levando em consideração características do uso e
ocupação humana do solo e suas relações, o ambiente físico e vetor endêmico
propagador da doença. Nesse sentido o uso de Sistemas de Informações
Geográficas torna-se uma ferramenta importante para ações de planejamento,
levando em conta a maior agilidade e precisão para o mapeamento das
ocorrências de endemias. A metodologia pode ser bem aplicada utilizando o
software SPRING, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE),
em escalas urbanas a partir de 1/15.000, com imagens digitais de fotografias
aéreas ou de satélite. Os dados a serem coletados devem ser os municipais
através das secretarias de saúde pelos agentes endêmicos para o
mapeamento cadastral das ocorrências, com a finalidade de geração de cartas
cadastrais temáticas localizando as áreas com maiores incidências. O uso do
SPRING demonstra que hoje é possível obter um maior controle de vigilância
endêmica a custos relativamente baixos, visto que o software desenvolvido
pelo INPE é de fácil aquisição, além de também de executar outras funções
além do controle de vetores endêmicos que requeiram Planejamento Urbano e
Regional ou Ambiental.
07. CONDIÇÕES BIOCLIMÁTICAS DE PROLIFERAÇÃO DO
AEDES AEGYPTI
Bruno Claytton Oliveira da Silva
Eruska Rocha de Sousa
Fernando Moreira da Silva
O projeto versa a respeito de um dos maiores problemas relacionados à saúde
pública no mundo, a dengue. A metodologia utilizada se constituiu de um
levantamento bibliográfico, além do uso de climogramas. A literatura mostra
que: em condições naturais sua proliferação se dá com temperaturas oscilando
entre 24º e 28ºC, com uma umidade relativa do ar acima de 70%. Assim, a
região tropical é um ambiente ideal para seu desenvolvimento. A doença
atinge, atualmente, mais de 100 países por todo o mundo, resultando na
infecção de 80 milhões de pessoas, sendo que, desse total, pelo menos 20 mil
chegam a falecer vítimas do seu contágio. O Brasil está inserido,
geograficamente, na principal faixa de atuação do mosquito da dengue, o
Aedes Aegypti, principal vetor da doença. Dados do Ministério da Saúde
estimam que no Brasil aproximadamente 800 mil pessoas foram infectadas no
ano de 2002, onde a maior parte dos casos foram localizados na região
Nordeste do País. O Rio Grande do Norte não foge a essa tendência nacional:
no ano de 2003, tivemos a ocorrência de 31.507 casos de dengue, entre esses
os casos da doença mais tênues e os mais graves (dengue hemorrágica). O
esforço público aliado à diminuição das condições de desenvolvimento do
mosquito resultou na redução significativa dos casos verificados no ano
seguinte (2004). Grandiosos são os problemas para controle da dengue no
Estado. Tais problemas vão desde as precárias condições sanitárias onde vive
a maior parcela da população, até o deficiente e imediatista programa de
controle endêmico instalado no RN. Os resultados bibliográficos sugerem que é
possível avaliar as condições bioclimáticas do vetor, a partir de um climograma
ambiental do Aedes Aegypti.
08. CONFORTO TÉRMICO EM DUAS PRAÇAS COM
CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DISTINTAS
Érika Danielle de Oliveira
Bernardete de Lourdes Queiroga
Kelly Stefany Diniz de Lima
Rodrigo de Freitas Amorim
Ana Mônica de Britto Costa
Maria do Socorro Costa Martim
Fernando Moreira da Silva
Conforto térmico é a satisfação térmica relacionada ao ambiente em que
estamos. Um exemplo básico disto é quando estamos em um mesmo ambiente
confortável, mas com vestimentas completamente diferentes, ou seja, uns com
roupas quentes e outros com roupas leves e frescas. O mesmo pode ser usado
para o desconforto térmico, onde o corpo humano é uma máquina térmica que
constantemente libera energia e qualquer fator que interfira na taxa de perda
de calor do corpo afeta sua sensação de temperatura. Além da temperatura do
ar, outros fatores significativos que controlam o conforto térmico do corpo
humano são: umidade relativa, vento e radiação solar. O objetivo da pesquisa é
comparar o conforto térmico entre as praças Augusto Leite e André de
Albuquerque, ambas localizadas na cidade de Natal/RN, onde as mesmas
possuem características geográficas distintas. A metodologia utilizada constituise de verificações de temperaturas em cinco pontos espaciais das praças, que
foram feitas a partir das 9hs da manhã até 16hs, em dias favoráveis. Os
termômetros ficaram dentro de um abrigo meteorológico, protegidos da
radiação solar, e coletados a cada 30 minutos. A fundamentação física foi o
Índice de Temperatura e Umidade – ITU, proposto por Tom (1959). Os
resultados obtidos demonstram que o ITU, nas duas praças apresenta um valor
que causa uma sensação de desconforto. Na praça Augusto Leite o ITU
máximo e médio é variável, mas não chega a valor de 25, considerado
confortável. A praça André de Albuquerque, também apresentou índice de
desconforto chegando a ser maior que 25, apesar de a mesma possuir uma
maior cobertura vegetal e estar situada próximo ao mar e ao rio Potengi.
GT-16: ITINERÁRIO DA LITERATURA PORTUGUESA
Coordenador:
Márcio de Lima Dantas
E-mail: [email protected]
Departamento de Letras
Local: Setor de Aula II, sala D5
Aceitamos trabalhos relacionados ao engendramento da Literatura Portuguesa
ao longo da sua história, remontando ao século XII. Nesse sentido, os
trabalhos deverão ressaltar o papel histórico e estético das obras ou de autores
que detiveram alguma espécie de importância para a construção dos principais
topoi que permeiam os diversos discursos que integram o conjunto das obras,
quer sejam de natureza ficcional, dramática ou poética.
Somente quarta-feira 06/06
01. O RITMO NA POESIA DE FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO
Prof. Márcio de Lima Dantas
Departamento de Letras e Coordenador do GT
Inútil dizer que o signo poético é entretecido no decorrer da leitura do texto. É
por demais sabido que o referente do poema é construído, como imagem
mental, a partir do seu processo de estruturação. O discurso poético é
engendrado tendo em vista uma específica maneira de articulação, cujo dito se
caracteriza por ser o resultado de um conjunto de procedimentos empregados
para a consecução de um macrosigno que o leitor decodifica consoante o
cristalizado nas diversas camadas constituidoras do poema. Um dos principais
procedimentos empregados para a elaboração do signo poético é o ritmo. A
nossa comunicação busca alcançar alguns sentidos na poesia da escritora
portuguesa Fiama Hasse Pais Brandão.
02. PEDRO, O CRU, POR ANTÓNIO PATRÍCIO E AFONSO
LOPES VIEIRA: DOIS TEXTOS, UMA MESMA SAUDADE
Aldinida Medeiros
O episódio de amor e morte de Inês de Castro tem rendido à literatura
Portuguesa vários textos que a tornaram um mito do amor eterno, do amor que,
apesar de impossibilitado se sobrepõe mesmo à morte. O texto dramático
Pedro o cru (1913), de António Patrício, traz um personagem construído sob o
signo da saudade. Toda as falas e atitudes de Pedro, chamado O cru pela
vingança aos assassinos de Inês, são marcadas pela dor e pelo tormento de
uma saudade infindável. O romance de Afonso Lopes Vieira, A paixão de
Pedro o cru (1943), difere do texto de Patrício tanto na forma, quanto no estilo.
Entretanto, traz o mesmo tema: a paixão de um homem ensandecido pela
perda da mulher amada. Para Afonso Lopes Vieira, razões do coração e razões
de Estado se cruzam no fato histórico da morte de Inês de Castro, fato este
que se justifica pelo que diz Eduardo Lourenço sobre a saudade como palavramito do povo português. Depois da morte de Inês, Portugal se torna para Pedro
um reino de saudade, coroado da lembrança que perdura, no espaço
atemporal da memória. É esse reino de saudade que se faz presente em dois
diferentes estilos literários, de espaçadas épocas, nos textos de Patrício a
Lopes Vieira.
03. AS MÁSCARAS DA LITERATURA E DO HOMEM
Natalia de Lima Nobre
A literatura não é, pois, sucedânio de nenhuma nenhuma outra atividade.Ela
preenche um desejo humano. Representa uma emergência da imaginação.
(Bachelard, 2001, p. 257). Dize-se que a literatura é a expressão do homem na
busca do essencial e do universal, explorando todas as potêncialidades da
linguagem. Talvez por causa disso tendamos a procurar nela um espelho , no
qual reconheçamos à nós mesmos e os outros. Procuramos o que não somos,
ou ainda, reafirmar o que somos e não sabemos. Seria o que o francês Gaston
Bachelard chama de “máscaras virtuais colhidas pela imaginação”(Bachelard,
1994, p.170). Destas a literatura é rica e preenche o desejo humano de
dissimulação e simulação. “Todos os rostos descritos pelos romancistas são
máscaras. São máscaras virtuais. E cada leitor as ajusta, deformando-as a seu
sabor; à sua própria vontade de possuir uma fisionomia. Quantos tesouros
psicológicos dormem esquecidos nos livros! E quantos leitores quase nem
prestam atenção à vida dos semblantes descritos nos livros!” (Bachelard, 1994,
p.170). Mascarar-se é uma necessidade e um verdadeiro instinto humano,
logo, tal qual “expressão do homem”, a literatura transcreve, inova e renova as
máscaras humanas. . Por volta dos séculos XI e XIII, o alvorecer da literatura
portuguesa já nos dava exemplos de que mascarar-se é inerente ao homem e
à literatura. Para exemplificar modestamente tal afirmação, deter-me-ei às
cantigas de amor e de amigas galego-portuguesa, que, apesar do seu caráter
simplório, nos presenteia com sua beleza e encanto. Na poesia trovadoresca,
com sua simplicidade, estilização e depuração, podemos encontrar “um ser que
quer parecer o que não é e acaba por se descobrir ao se dissimular, por meio
de sua dissimulação”: o homem.
04. A TRAGÉDIA E O TRÁGICO – ALGUMAS REFLEXÕES
SOBRE O DIÁRIO DO ÚLTIMO ANO DE FLORBELA ESPANCA
Alessandre Tavares
As reflexões acerca do fenômeno do trágico, entendendo esse, não como uma
morfologia da tragédia, seguindo a tradição aristotélica, em que busca-se ora a
lei formal da composição poética, ora uma teoria dos efeitos do poético nos
espectadores. Mas como uma configuração das tenções ou dos paradoxos
implicados na apresentação, ou melhor, na encenação trágica. O presente
trabalho pretende assim, desenvolver essas reflexões, tendo em vista, a sua
realização no livro póstumo da escritora portuguesa, Florbela Espanca, Diário
do último ano. Onde pode-se perceber uma série de tenções que dizem
respeito tanto ás noções de gênero, a saber a natureza ficcional ou
confessional da obra, quanto acerca da natureza do literário, a saber as
relações entre verdade e mimesis.
05. PROJETOS DE UM HOMEM, SONHOS DE UM HERÓI:
POÉTICAS SEBASTIANISTAS EM CAMÕES E PESSOA
Abnele de Queiroz Ramalho
CERES
Jossefrânia Vieira Martins
Ms. Joel Carlos de Souza Andrade – orientador
Em uma perspectiva histórico-literária a tradição do sebastianismo será
analisada em dois momentos da produção poética portuguesa. Enfocando dois
escritores em diferentes épocas: Luís de Camões e Fernando Pessoa. Portugal
em meados do século XVI, não era mais a potencia marítima de antes. O
declínio foi irrevogável e os portugueses projetaram em Dom Sebastião a
angustia de perder o poder, a possibilidade de expandir a fé e os domínios; ele
passara ser o Desejado. Já no século XX, no contexto da política imperialista
Ocidental, Portugal se ver mais uma vez ameaçado, despertando nos seus
poetas e escritores uma reapropriação do mito sebastianista. Portanto, a
discussão concentra-se na “dedicatória” feita por Camões em sua obra Os
Lusíadas publicada em 1572, como também, no modernismo de Fernando
Pessoa quando em sua obra “Mensagem” faz uma ‘invocação” ao Rei Dom
Sebastião e busca as origens e os “fatos” gloriosos da história portuguesa
enquanto afirmação de sua identidade.
06. MURILO MENDES: AS JANELAS COMO METÁFORAS DO
ESPAÇO
Márcio Rodrigo Xavier Sobrinho
Departamento de Letras
O presente trabalho tem por objetivo continuar o mapeamento e leitura das
obras do poeta brasileiro Murilo Mendes, dando atenção especial, neste caso,
à sua relação com a tradição literária portuguesa. Trataremos aqui do livro
Janelas Verdes, título de relevante diálogo com a cultura portuguesa na obra
do autor, por tratar-se de relato de viagem pela mais variadas localidades geográficas, psicológicas e espirituais - de Portugal.
07. A GÊNESE DO TROVADORISMO IBÉRICO
Francislí Costa Galdino
Dentro da temática exposta, proponho-me a apresentar trabalho em torno do
Trovadorismo, levando como aspectos principais o nascimento da Trova e sua
relação com o nascimento da Literatura Portuguesa, onde também serão
analisados as obras mais importantes, seus autores e paralelos com a
contemporâneidade.
08. SÃO CRISTÓVÃO: A ENCARNAÇÃO DO PANTEÍSMO EM
EÇA DE QUEIRÓS
Samuel Anderson de Oliveira Lima
Orientadora: Profa. Dra. Luísa Nóbrega
PPGEL -Departamento de Letras – CCHLA – UFRN
A novela eciana cria um personagem que, em si mesmo, apresenta
características do Titã, do deus-Pã e do santo da lenda hagiográfica. Nessa
mistura, Eça constrói o ideário panteísta, através de irrupções pulsionais na
obra São Cristóvão; porém, não só nesta como em outros textos ecianos.
Dessa forma, nossa comunicação objetiva mostrar as marcas recorrentes do
panteísmo, primordialmente na obra em estudo, mas também em outros textos
do autor português.
GT-17: MEIO AMBIENTE URBANO E GEOMORFOLOGIA
Coordenadora:
Tásia Hortêncio de Lima Medeiros
E-mail: [email protected]
Departamento de Geografia – UFRN
Local: Setor de Aula II, sala D4
O olhar a paisagem na cidade de Natal está no entendimento dos arranjos
naturais, sociais e da sociedade como ela apreende a partir do uso e ocupação
do solo, e de sua geomorfologia. A paisagem natalense constitui-se num
espaço físico, com predominâncias de dunas fixas e móveis, lagoas
interdunares e de ações antropogênicas, que vão descaracterizar as feições
geomorfológicas. É no olhar e no apreender do como está inserida essa
paisagem, que são passiveis de identificar as mudanças ocorridas ao longo dos
seus 403 anos. Conhecer a paisagem permite compreender como um sistema
ambiental, físico e socioeconômico funciona e, sua dinâmica. Assim, entendese que essa paisagem ultrapassa o perceptível e o observável, pois, ela
representa o ontem e oagora. Mas ela vai além, quando o real esconde
mudanças sutis, que estão além do visível e que a transformam, sempre no
linear do estar e do que será. Entender os processos formadores dessa
paisagem aguça o espírito investigativo no sentido de descobrir nos vestígios
deixados pela natureza ao longo do tempo e do espaço, transformações que
provocaram a formação de sua paisagem, atual. O objetivo deste trabalho é
compreender as constantes transformações da cidade de Natal, já que suas
mudanças geo-ambientais estão atreladas ao espaço. Atualmente, visualiza-se
um arranjo espacial que denota e caracteriza uma história cultural da paisagem
e que vai interceder nas mudanças, ora de ordem geo-ambiental e
socioeconômica.
Primeiro dia
01. A CIDADE DO FUTURO.ESTRUTURA ECOLÓGICA
URBANA: DA SUSTENTABILIDADE DO ECOSSISTEMA
URBANO. ESTUDO DE CASO: NATAL/RN – BRASIL
Carla Alexandra Filipe Narciso
Departamento de Planejamento Biofísico e Paisagístico
Universidade de Évora – Portugal
O crescimemento acelerado e casuístico da cidade determinou que o campo
pré-industrial e a fantasia paisagística a ele associada fossem sendo
substituídos por subúrbios fragmentados, sociais e sensorialmente
preocupantes, marcados por uma dinâmica imobiliária volúvel e especulativa. O
desenvolvimento da cidade não obedece aos condicionamentos biofísicos do
lugar original de implantação, sendo na sua intervenção feita de forma
desorganizada, desintegrada e sem qualquer unidade e harmonia. Desta
forma, os espaços de vivência da Cidade sofreram uma forte segregação
deteriorando o sentido do “lugar” e resultando na “volatilização” e desgaste dos
espaços abertos públicos. É importante criar modelos e mecanismos de ligação
e interacção que possam contribuir para a união dos sistemas vivos dentro do
perímetro urbano. Este mecanismo passa por um novo conceito de
intervenção, em que a componente ambiental constitua a base de uma política
em que a sustentabilidade ecológica seja assumida no contexto territorial ao
nível do perímetro urbano, por uma estrutura com características próprias,
impondo-se de forma inquestionável através das componentes unívocas que a
constituem. Assim, é objectivo do presente trabalho um ensaio de
implementação da Estrutura Ecológica Urbana na Cidade de Natal, actuando
através dos Corredores Verdes, contemplando propostas que integre e
salvaguarde os sistemas naturais e culturais fundamentais ao equilíbrio
ecológico e à qualidade de vida da população. Por fim, pretende-se contribuir
para a reflexão sobre este modelo de organização da Paisagem Urbana (EEU),
no município de Natal e sua integração com o Plano Director de Natal e o
Plano de Arborização.
02. A ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA DO JIQUI E SUA
IMPORTÂNCIA PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL
NA CIDADE DE NATAL/RN
Breno Gurgel Bezerra
Aluno do curso de Administração na UFRN.
e-mail: [email protected]
O crescente processo de urbanização da cidade de Natal, sem um projeto de
saneamento básico que o acompanhasse, implicou em problemas no aqüífero
Dunas/Barreiras, devido à contaminação por nitratos provenientes das
transformações químicas ocorridas nas fossas sépticas, principal disposição
final dos efluentes domésticos. A cidade não sofre com problemas de seca,
mas a qualidade da água pode interferir no seu abastecimento doméstico.
Cerca de 70% da Zona Sul da cidade é abastecida com água proveniente do
aqüífero, que vem apresentando aumento da concentração de nitrogênio em
sua fase mais estável, o nitrato, sendo necessário uma filtração bastante
específica e onerosa, o que levou a empresa responsável pelo abastecimento
de água de Natal, a CAERN, a optar por uma maneira mais viável: a diluição
das águas captadas no aqüífero utilizando a água das lagoas de Jiqui e
Extremoz. O trabalho tem como objetivo demonstrar o tratamento de água
potável para abastecimento na Estação de Tratamento de Água do Jiqui,
localizada no município de Parnamirim, e sua importância na saúde ambiental,
e foi estruturado com base na experiência de estágio na Estação de
Tratamento de Água do Jiqui – ETA-Jiqui, realizado no período de 19 de
novembro de 2002 até 30 de junho de 2003.
03. (RE) PENSANDO A PROBLEMÁTICA DA POLUIÇÃO VISUAL
NA
AVENIDA ENGº ROBERTO FREIRE: UM DESAFIO A SER
VENCIDO
Ana Cristina de Lima Rodrigues
[email protected]
Aluna do curso de especialização em Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável - UnP
A Avenida Engenheiro Roberto Freire, situada nos bairros de Capim Macio e
Ponta Negra, na cidade do Natal, registra-se o excesso de propaganda
espalhada pela Avenida causa impactos visuais, colocando em risco a saúde
da população, como também a integridade física e psicológica, através de
acidentes automobilísticos, elevação de nível de stress das pessoas visto que
os painéis luminosos, desviam a atenção dos motoristas e; com relação ao
stress, o excesso de informações ao alcance das pessoas gera uma espécie
de cansaço, irritação, tontura, entre outros.Pretendemos através deste trabalho
apresentar alternativa de soluções para o problema em enfoque, contribuindo
assim para a amenização dos tais impactos. Tal pretensão justifica-se pela
constação da incômoda poluição observada na citada área anteriormente
mencionada e pela necessidade de mudança radical no cenário ora
estudado.Desta forma tem sê como objetivo conscientizar a comunidade local
dos danos causados pela poluição visual. Baseado nesse objetivo foi realizado
um levantamento fotográfico da área e o mapeamento, visitamos o
Departamento de Controle Ambiental e Urbanístico da SEMURB (Secretaria
Especial de Meio Ambiente e Urbanismo). órgão responsável pela fiscalização
e concluímos que o problema da poluição visual na Avenida Engenheiro
Roberto Freire, se dá pela falta de um trabalho de fiscalização consistente dos
órgãos competentes, e conscientização da população local no que diz respeito
o desenvolvimento urbanístico da cidade do Natal.
04. POLUIÇÃO VISUAL EM NATAL-RN
Ilton Sávio Batista Martins
Dentro das problemáticas ambientais observados na cidade de Natal, elegeuse como tema de trabalho a poluição visual. Percebe-se a poluição visual nos
principais corredores da cidade, tais como: Av. Roberto Freire, Av. Prudente de
Morais, Av. Salgado Filho, João Medeiros Filho,Av. Hermes da Fonseca, Av.
Bernardo Vieira, Av. Alexandrino de Alencar, como as demais formas de
poluição encontradas em Natal são frutos de um crescimento urbano
desordenado, que não é privilégio de Natal, mas da maioria das cidades do
Brasil. Analisar-se-á os tipos de poluição visual encontrados em Natal , que são
os gerados por meios de publicidade (faixas, outdoors, muros, tapumes,
banners, fachadas, etc) e aqueles gerados por resíduos sólidos. Busca-se
identificar os principais pontos de incidência de poluição visual nas quatro
zonas administrativas do município de Natal decorrentes dos meios de
publicidade fundamentado no decreto Lei n˚ 4.621/92 – Publicidade ao ar livre,
e sua interferência na paisagem urbana, conforme a Lei n˚ 4.100/92 – Código
de Meio Ambiente do Município de Natal. Com isso, este projeto tem por
finalidade analisar de que forma os órgãos municipais responsáveis pelo
controle, conscientização e fiscalização da poluição visual estão fazendo para
minimizar este tipo de problema na cidade de Natal. Outro ponto de suma
relevância a ser analisado é o papel da educação ambiental como processo de
gerenciamento destes problemas.
05. GEOPROCESSAMENTO APLICADO A GESTÃO DE
INFORMAÇÕES TERRITORIAIS DO MUNICÍPIO DE GROSSOS –
RN ESTUDO MULTITEMPORAL DO USO E OCUPAÇÃO DO
SOLO
Sergio Roberto Vidal do Nascimento
Mestre em Geociências - UFRN
O presente trabalho foi realizado no Município de Grossos – RN e teve como
principais objetivos a elaboração de um levantamento físico-ambiental, sócioeconômico e execução uma avaliação multitemporal de 10 anos, entre o
período de 1986 e 1996, para avaliar as modificações ocorridas na utilização e
ocupação do solo, visando a geração de uma base informacional para
implementação de um Sistema de Informações Geográficas (SIG) voltado para
a gestão ambiental do referido Município.
Segundo dia
06. ASPECTOS GEO-AMBIENTAIS DA DRENAGEM URBANA
NO BAIRRO DE PAJUÇARA, NATAL / RN, VISANDO OS
RISCOS SOFRIDOS PELO MANANCIAL LOCAL.
Nivânia Ferreira Costa
Graduanda em Geografia
[email protected]
O presente trabalho foi desenvolvido para compreender a variação da
influência antropogênica na rede de drenagem urbana e suas conseqüências
em uma área de Dunas localizado no Bairro de Pajuçara, no município de Natal
/ RN, margeando o vale de curso fluvial. A área de estudo compreende o
complexo de Dunas e Lagoas, localizados no trecho superior da bacia do Rio
Doce, na zona Norte de Natal. O rápido crescimento populacional, o
incremento industrial e mercantilização de uma nova concepção de qualidade
de vida fizeram com que a política habitacional implementasse uma
impermeabilização do solo fazendo com que, a água superficial advinda
pluvialmente, passe a se acumular e inundar ruas e casas por causa da falta de
vias de infiltração. Com isso, foram admitidas políticas governamentais que
visavam à construção de poços de visitas, que no Bairro de Pajuçara, são
drenados para a lagoa do Sapo, impedindo um novo alagamento da região. No
entanto, a população, na sua concepção individualista, vem fazendo ligações
clandestinas do seu esgoto particular às galerias dos poços de visitas,
bloqueando sua função principal devido à presença de muito lixo e
excrementos sólidos e contaminando o aqüífero da lagoa de Extremoz,
principal manancial de abastecimento da zona Norte de Natal. O trabalho foi
desenvolvido através da revisão bibliográfica e do levantamento do uso do
solo, nas áreas de saturação da drenagem do bairro. Afinal, deve-se haver a
manutenção e o monitoramento da área, reconhecendo a influência das
intervenções do passado sobre o cenário atual, identificando as paisagens
atuais de acordo com suas características, potencialidades, fragilidades,
acertos e impactos e identificando as áreas e alternativas para ações
prioritárias.
07. "ANÁLISE DO SISTEMA DE DRENAGEM DO BAIRRO
PITIMBU NATAL-RN NO PERÍODO 2000-2004", PARA O GT:
MEIO AMBIENTE URBANO E GEOMORFOLOGIA.
Ingrid Graziele
Os impactos que ocorrem na drenagem urbana são, em primeiro lugar,
conseqüência direta das práticas de uso do solo e da forma pela qual a infraestrutura urbana é planejada legislada e implementada. O processo de
“pensar” as cidades não tem sido realizado de forma sistemático e coerente ao
longo dos últimos anos do Brasil, justamente quando foi intenso o processo de
urbanização.As conseqüências dessa ausência são as enormes perdas de
vidas humanas, qualidade de vida, bens e serviços materiais e ambientais,
causados pelas águas pluviais urbanas. O trabalho a ser elaborado se propõe
a realizar uma análise do sistema de drenagem urbana do bairro Pitimbu, que
se localiza na zona Sul da cidade de Natal, é uma área de relevante
importância devido a estar inserido em uma região de recarga do aqüífero da
cidade. O bairro apresenta sérios problemas no sistema de drenagem urbana,
destacando-se a avenida dos Xavantes e áreas próximas a lagoa de captação
o que acaba ocasionando sérios transtornos tanto para a comunidade local
quanto para o meio ambiente.Para se conduzir o presente trabalho será
realizado pesquisas de gabinete, visitas a órgãos públicos e observações “in
loco”.
08. DIAGNÓSTICO DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS
DO BAIRRO DE ROSA DOS VENTOS EM PARNAMIRIM – RIO
GRANDE DO NORTE.
William Leonardo Oliveira da Silva
Departamento de Geografia – Programa de Educação Tutorial (Pet)
[email protected]
O Trabalho Diagnóstico dos problemas ambientais urbanos do bairro de Rosa
dos Ventos em Parnamirim – Rio Grande do Norte, ainda em andamento, tem
por objetivo diagnosticar os problemas de caráter ambiental-urbano deste
bairro, uma vez que estão intrinsecamente associados ao processo de
urbanização e de crescimento demográfico que vem ocorrendo no município de
Parnamirim desde o final da década de 1940; o bairro em estudo, que começou
a se formar por volta dos anos 1980, apresenta a mesma dinâmica municipal,
e, por está em pleno processo de (re)organização espacial possui uma série de
problemas como os associados ao lixo, à drenagem, à poluição sonora etc.
Para tanto foi realizado um estudo que possibilitou representar a realidade da
vivência – enquanto moradia num lugar, e relações que se faz nele – dos
moradores, demonstrando assim os problemas existentes, utilizando
estratégias metodológicas como pesquisa bibliográfica, levantamento
estatístico de informações socioeconômicas, aplicação de questionários à
população residente avaliando o nível de qualidade de vida e a percepção dos
moradores para a existência dos impactos, pesquisas em instituições públicas
e/ou privadas em busca de informações relevantes ao estudo, além de análise
crítica das questões envolvidas no assunto.
09. ESTUDO DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO DA PAISAGEM
URBANA DOS BAIRROS DE CAPIM MACIO E PONTA NEGRA
NA CIDADE DE NATAL
Francisco Ivam Maia Alves
[email protected]
O trabalho intitulado “ESTUDO DO PROCESSO DE EVOLUÇÃO DA
PAISAGEM URBANA DOS BAIRROS DE PONTA NEGRA E CAPIM MACIO”
tem como objetivo identificar os momentos históricos do processo de
construção da paisagem urbana dos bairros de Capim Macio e Ponta Negra
localizados na zona Sul de Natal/RN. Ao longo dos anos a cidade de Natal
cresceu e se urbanizou de forma bastante acelerada acarretando inúmeras
modificações no seu tecido urbano e fazendo surgir novas paisagens, criadas
e/ou transformadas pela interação de diversos agentes políticos, econômicos e
culturais, que fizeram com que as mesmas adquirissem novas formas e
funções. Os bairros aqui trabalhados são exemplos dessas transformações,
ganhando um novo valor, um novo sentido e uma nova função dentro da
Capital, onde uma das principais causas foi o desenvolvimento da atividade
turística, que nos últimos anos vem se destacando como umas das principais
atividades da cidade. Capim Macio e Ponta Negra apresentam hoje uma nova
paisagem, com novos elementos, ausentes em tempos pretéritos. Referenciado
nessas constatações o trabalho, ainda em andamento, procurará identificar as
mudanças lá ocorridas no que concerne a sua morfologia, ao seu meio
ambiente e a sua estrutura urbana, dentro da perspectiva da evolução da
paisagem, entendida como sendo dinâmica, e que reflete o hoje e ontem, o
visível e o invisível.
10. OS TERRENOS BALDIOS EM CAPIM MACIO SÃO UM
PROBLEMA?
Leonlene de Sousa Aguiar
Departamento de Geografia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
O presente trabalho surgiu por acreditar-se que o acúmulo de lixo em áreas
indevidas está se tornando um sério problema, sobretudo na zona Sul de Natal.
No caso, dos terrenos baldios em Capim Macio, eles são alvo de constantes
despejos de resíduos. Caminhões, moradores e carroceiros descarregam
entulhos e lixo nessas áreas. Esta atitude constitui um crime ambiental
podendo trazer problemas relacionados a doenças, a impacto ambiental, e a
alteração da paisagem. Outra abordagem relacionada a estes terrenos baldios
é a questão da violência, já que estes terrenos ficam desprovidos de
iluminação e segurança à noite. Na tentativa de abordar todas essas questões
que vem ocorrendo nos terrenos baldios do bairro de Capim Macio na cidade
de Natal, o trabalho visa comprovar se eles constituem de fato um problema
inserido no meio urbano das cidades. Geralmente estes terrenos, conhecidos
também como vazios urbanos, são frutos do processo de especulação
fundiária, estes por passarem tanto tempo sem um uso para construção por
parte dos seus donos ou por parte do poder público passam a assumir uma
outra função considerada ilegal e que pode acarretar sérios problemas. O
problema é que os terrenos baldios vêm assumindo o papel de depósito de lixo
por causa da deposição de materiais por parte de carroceiros e algumas
empresas, o que pode implicar num sério problema ambiental. Estes terrenos
também não vêm cumprindo a lei que diz que eles têm que ser cercados, o que
acarreta em casos de violência. Enfim o trabalho tem como objetivo estudar o
que, o não cumprimento das leis ambientais vem propiciando nos terrenos
baldios do bairro de Capim Macio na cidade de Natal, no que se refere ao lixo
que é depositado nestas áreas e a violência que vem sendo proporcionada.
11. EDUCAÇÃO AMBIENTAL – UM INSTRUMENTO VIÁVEL À
EFETIVAÇÃO DO PROGRAMA DE COLETA SELETIVA NO
BAIRRO DA CIDADE DA ESPERANÇA – NATAL/RN
MARIA HOSANA DA SILVA
Aluna do Curso de Especialização em
Meio Ambiente e Políticas Públicas,
UFRN.
[email protected]
Com o intuito de dar um destino final correto para o lixo e, ao mesmo tempo,
inserir no mercado de trabalho os ex-catadores que atuavam no extinto “lixão”,
foi criado e implantado (no mês de outubro do ano de 2004 -, pela Companhia
de Limpeza Pública da cidade do Natal – URBANA), no bairro da Cidade da
Esperança (situado na zona Oeste da cidade do Natal/RN), o Programa de
Coleta Seletiva Modalidade Porta. Porém, tal Programa não está surtindo
efeito, visto que a maioria da população do referido bairro não adotou o sistema
de coleta seletiva, postura esta decorrente da ausência de um árduo trabalho
de Educação Ambiental e, conseqüentemente, da falta de conscientização
dessa população. Diante de tais fatos, este trabalho pretende, por meio de
estudos e visitas in loco, buscar alternativas de soluções para o problema
apontado. A efetivação da proposta ora apresentada justifica-se pela
necessidade de realização de trabalhos educativos na Comunidade em foco. O
objetivo deste trabalho é, pois, promover Educação Ambiental formal para o
desenvolvimento do Programa de Coleta Seletiva Modalidade Porta. Baseado
mais precisamente neste objetivo, foi feito um levantamento fotográfico das
atividades desenvolvidas através do citado Programa, o mapeamento da área,
bem como visita à sede da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis
do Rio Grande do Norte (ACRRN) e à URBANA, dados estes que muito
subsidiarão o trabalho proposto.
GT-18: HISTÓRIA, PODER E ESPAÇOS
Coordenador:
Almir de Carvalho Bueno
Departamento de História
e-mail: [email protected]
Local: Setor de Aula II, sala E3
O GT se propõe a discutir pesquisas e trabalhos referentes a íntima relação
entre o conhecimento histórico e o(s) poder(es) em diferentes tempos e
espaços sociais, entendendo poder em sua concepção mais ampla e não
apenas restrita ao político, procurando abarcar as diversas maneiras pelas
quais se dá a legitimação de poderes na concretude das lutas sociais
cotidianas.
Primeiro dia
01: OS MILITARES DE COR EM PERNAMBUCO EM FINS DO
SÉCULO XVIII E INÍCIO DO XIX.
Clécia Maria da Silva. [email protected]
Universidade de Pernambuco (UPE)
Prof. Ms. Maciel Henrique Silva. [email protected]
Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET/PE)
O recrutamento militar no Brasil em fins do século XVIII e início do XIX é
caracterizado por uma complexa rede de negociações, resistências e
compromissos. Isto se deve ao Estado, que não tinha capacidade de exercer
sua autoridade de forma direta por causa das precariedades das bases
materiais e morais da administração patrimonial tendo que para isto delegar
aos notáveis da terra amplos poderes. Dentre estes: privilégios, imunidades e
isenção, principalmente no recrutamento militar conhecido na época como
“tributo de sangue”, o qual isentava as pessoas da mor condição, seus criados
e dependentes. Os que ficavam à margem viam o recrutamento como uma
caçada humana, porque as vilas e cidades ficavam abandonadas, os
recrutados se auto-mutilavam, falsificavam documentos, arrumavam
documentos de última hora, tudo servia de estratégia para evasão militar.
Entretanto, a província de Pernambuco apresentou significativo aumento nas
tropas militares, principalmente nos terços de homens pretos e pardos, que
desde o século XVIII constituíam redes de sociabilidades políticas, as quais
congregavam em torno delas identidades sociais de matizes étnicas e raciais,
associando no século XIX com o nativismo radical, cuja participação foi intensa
nos movimentos ocorridos nos anos de 1817 e 1824.
02: PODER E DISCURSO NA REVOLTA DA PRAIA (1837-1850).
Nome: Diego Henrique Barros Nery.
Orientador: Maciel Henrique Carneiro Silva (CEFET – PE).
E-mail: [email protected]
Título da pesquisa: Poder e discurso na revolta da Praia (1837 –
1850).
Instituição: UPE – FFPNM.
Este trabalho procura analisar o movimento da Praieira, ocorrido em
Pernambuco (1837-1850), sob a perspectiva das práticas discursivas,
considerando os métodos discursivos utilizados no convencimento dos diversos
grupos, como lavradores meeiros, senhores de engenho, moradores de
engenho, grupos médios urbanos, lideranças políticas, entre outros. Com um
enfoque nos jornais, nos manuscritos e fontes bibliográficas, este trabalho
busca trazer as relações entre os diversos grupos envolvidos, correlacionando
os discursos e práticas ao entendimento do contexto existente no período,
caracterizado pelo esfacelamento gradual do tráfico de escravos e pela
formação do estado nacional. Neste movimento, os grupos que apoiavam tanto
os liberais como os conservadores procuravam lutar por motivos pessoais e
políticos, visto que estes motivos se misturavam. A importância deste trabalho
para a historiografia reside na análise dos meios de persuasão construídos
para que cada grupo participasse. Com o intuito de atingir os objetivos da
pesquisa, foi necessário estabelecer uma articulação entre as lutas armadas
ocorridas no campo com os conflitos político-partidários, entre praieiros e
‘guabirus’ (liberais e conservadores).
03: A CASA DE DETENÇÃO DO RECIFE: INSTITUIÇÃO
(IN)DISCIPLINAR, ESPAÇO DE (DES)ORDEM.
Flávio de Sá Cavalcanti de Albuquerque Neto – História/UFPE
A partir do final do século XVIII, a Europa passou por um processo de reforma
penal, a partir da qual o crime deixara de ser uma “lesa-majestade” ou heresia,
como fora durante o Antigo Regime, e a penalidade ficara, assim, independente
do arbítrio do monarca. Crimes e penas eram, doravante, previstos nas leis,
passando as penas a ter a função de reeducar e reinserir no convívio social o
criminoso. No Brasil, a formalização destas mudanças se consolidou com o
Código Criminal de 1830. Em seus artigos nota-se uma “humanização” das
punições, e, no caso da pena por trabalhos forçados, uma preocupação com a
correção do criminoso. Os espaços em que a correção dos indivíduos seria
fomentada foram as penitenciárias, idealizadas, no Brasil, a partir da década de
1850. Tendo isto em mente, o objetivo deste trabalho é analisar o
funcionamento da Casa de Detenção do Recife, construída entre os anos de
1850 e 1867, e que fora projetada para ser uma instituição disciplinar modelo,
adequada para a reeducação e reinserção dos criminosos no convívio social.
Porém, por questões operacionais, que serão discutidas nesta comunicação,
todo o aparato disciplinar da Casa de Detenção tornou-se “letra morta”.
04: A CRÍTICA LITERÁRIA DE LUÍS DA CÂMARA CASCUDO
COMO ARMA DISCURSIVA.
Marília Barbosa de Brito
Graduanda em História – UFRN
Em 1921 Luís da Câmara Cascudo lança seu primeiro livro: Alma Patrícia. Nele
o autor realiza uma critica literária sobre poetas e jornalistas do Rio Grande do
Norte. Uma das coisas que nos chama a atenção é o publico a quem é
endereçado este livro, a elite local, pois, segundo Cascudo, uma das coisas
que faz parte da identidade da elite é fazer poesias, e só ela é capaz de
apreender sua obra. Dessa forma, objetiva-se compreender quais eram os
vínculos políticos de Câmara Cascudo com as elites locais, e observar também
como ele utiliza seu discurso para legitimar seu lugar dentro dessa elite.
Analisar o discurso de Cascudo como aparece na obra, quando ele realça o
lugar de destaque da elite, pensando também na exterioridade do texto, ou
seja, quais eram as relações por trás do texto, é também um dos objetivos
desta comunicação.
05: CARTOGRAFIAS DE UM DISCURSO, ESPAÇOS DE UMA
ESCRITA: O NORDESTINO, O NORDESTE E SUAS INVENÇÕES.
Leonardo Carneiro Ventura – PPGH/CCHLA/UFRN
Olívia Morais de Medeiros Neta – PPGH/CCHLA/UFRN
Os discursos como produções históricas enunciadoras de poder são
construtores de visibilidades e dizibilidades. O nordestino e o Nordeste são
invenções discursivas, saberes e enunciados que deram corpo a inúmeros
discursos para o homem e a terra hoje denominada Nordeste; estes não são
naturais, são produções imagético-discursivas. Assim, a partir de obras que
destacam o Nordeste e o nordestino buscamos perceber as imagens, os sons e
a escrita que corporificam espaços e signos para estes. Elencamos para nossa
análise obras como “A invenção do Nordeste e outras artes” e “Nordestino uma
invenção do falo” de Durval Muniz de Albuquerque Júnior, para assim
discutirmos a noção de invenção do nordestino e do Nordeste em
contraposição as representações de Manuel Correia de Andrade em “A terra e
o homem do Nordeste” e de Ariano Suassuna e o Movimento Armorial.
Segundo dia
06: ARRUDA BARRETO E A INFLUÊNCIA DO PATRIOTISMO NA
EDUCAÇÃO DOS JOVENS MOSSOROENSES: 1900-1904
Rozélia Alves da Silva – UERN
(INTRODUÇÃO) A partir do final do século XIX, época da mudança do regime
monárquico para a república, a educação brasileira teve uma grande influência
dos ideais patrióticos, devido a concepção dos republicanos de que a educação
serviria como um instrumento de consolidação do novo regime e de
transformação do país. Um exemplo disso é a presença do patriotismo na
prática educativa de Arruda Barreto na formação dos jovens mossoroenses no
período de 1900 a 1904. (OBJETIVOS) Explicitar a presença dos ideais
patrióticos na prática educativa de Arruda Barreto na formação dos jovens
mossoroenses. (METODOLOGIA) Utilizou-se como referência bibliográfica,
entrevistas com pesquisadores sobre a educação de Arruda Barreto (como por
exemplo, Raimundo Soares e Vingt-un Rosado), pesquisa do arquivo do Jornal
O Mossoroense e o Museu. (RESULTADOS) Detectou-se na prática educativa
de Arruda Barreto, atos patrióticos como a exaltação da pátria, culto aos
símbolos nacionais, homenagens aos “heróis nacionais” e desfiles. Como
também a formação de um modelo de homem a ser alcançado: sábio e
patriótico, apto às causas políticas e capaz de realizar qualquer sacrifício em
nome do país. (CONCLUSÃO) A pesquisa mostra que a influência educativa
deste paraibano na cidade de Mossoró no período de 1900 a 1904 foi muito
forte, levando os jovens a conceberem o patriotismo como algo essencial em
suas vidas, com a idéia de que seriam retribuídos ao terem seus nomes na
História do Brasil como bravos defensores da Pátria, sendo lembrados e
relembrados pelos cidadãos brasileiros como “heróis nacionais”.
07: CONSTRUÇÃO DOS HERÓIS REPUBLICANOS POTIGURES
Consolação Linhares de Carvalho
Graduanda em História/UFRN
Bolsista de Iniciação Científica/ PIBIC/CNPq
O presente trabalho se propõe a estudar as tentativas feitas pelos republicanos
potiguares de legitimar socialmente o novo regime, ligando o movimento
republicano, do final do século XIX, à participação dos “heróis” do Rio Grande
do Norte nas insurreições de 1817 e 1824: André de Albuquerque Maranhão e
Frei Miguelinho. Este trabalho está vinculado ao projeto de pesquisa do
Professor Dr. Almir de Carvalho Bueno, que estuda o processo de legitimação
da República no Rio Grande do Norte. O nosso estudo vem sendo,
inicialmente, orientado pelo levantamento documental realizado no jornal
situacionista, A República, no período que vai de 1889 a 1930. Depois,
analisaremos os discursos dos jornais de oposição e, em seguida a esse
trabalho nos jornais, pretendemos registrar monumentos e espaços públicos no
Estado que celebram a memória desses “heróis”. A análise dessas fontes
evidencia que os discursos dos republicanos buscavam atribuir aos “heróis”
uma personalidade que se enquadrasse nos modelos coletivamente
valorizados, associando-os aos ideais religiosos e enfatizando, com muita
freqüência, suas origens potiguares. Assim tem sido possível reconstituir as
estratégias usadas pelos novos donos do poder político no Rio Grande do
Norte para respaldar historicamente o novo regime.
08: A IMPRENSA POTIGUAR COMEMORA A REPÚBLICA (18901896).
Verbena Nidiane de Moura Ribeiro
PPGH/UFRN
Todo regime político recém-instituído necessita de legitimação popular.
Contudo, no Brasil, a República foi instituída sem a participação do povo, tendo
assim o governo que buscar esta legitimação. Uma das “armas” utilizadas foi o
uso de símbolos, mitos, datas comemorativas que alcançassem o imaginário
popular, uma identificação entre o povo e o novo regime. No Rio Grande do
Norte, nos conturbados anos iniciais do regime, entre 1890 e 1896, o governo
republicano teve de enfrentar as oposições formadas, que reclamavam da
maneira como os governantes exerciam a República e ainda tinham que se
preocupar com a divulgação do novo regime. Já em janeiro de 1890 o governo
federal instituiu datas que deveriam ser comemoradas em memória do novo
regime. E em agosto do mesmo ano, o governo do Rio Grande do Norte
decretou as datas que considerava caras à República. Os jornais, principal
meio de comunicação do período, foi também o principal veículo de divulgação
de idéias políticas, que também eram perpassadas através dos artigos
comemorativos. Situação e oposição travaram uma batalha nas folhas de seus
jornais, utilizando-se das datas comemorativas para divulgar seus ideais e
construir, cada um a sua maneira, suas memórias do regime republicano,
travando desta forma uma luta pelo poder.
09: DISCURSOS DE UM FATO: PROCLAMAÇÕES DA
REPÚBLICA NOS LIVROS DIDÁTICOS.
Bruna Rafaela de Lima
DEHIS/UFRN
Olívia Morais de Medeiros Neta
PPGH/UFRN
Os livros didáticos constituem-se enquanto fonte histórica e são entendidos
como uma produção histórica de seus autores, em determinado tempo e
contexto histórico. Os discursos produzidos e difundidos nos livros didáticos
marcam concepções de história e veiculam determinadas visões, daí
decorrendo as histórias ensinadas; assim, a partir da análise de livros didáticos
de diferentes épocas (décadas de 60, 70, 80 e 90 do século XX), esta pesquisa
deu visibilidade a Proclamação da República brasileira como fato histórico
ocorrido em 1889, em que se busca destacar pela dimensão discursiva como
tal fato é visto nos livros, considerando seus autores, suas editoras, o contexto
de produção e as concepções de história nos livros didáticos. Metodologias,
escrita, iconografia, atividades propostas, fontes e tantos outros elementos são
por nós elencados para mostrar a construção da escrita da história como
relações de poder e saber que a envolvem. Percebe-se que autor, obra e
contexto constituem uma tríade que expressa elementos da produção dos
livros didáticos e da escrita da história. O fato destacado para a análise é
escrito e representado distintamente a cada década.
10: O RÁDIO COMO IMPORTANTE VEÍCULO FORMADOR DE
OPINIÃO.
Rosângela Monteiro Aragão
PPGH/UFRN
O rádio foi um importante veículo de informação, entretenimento, lazer e
socialização na primeira metade do século XX em Natal. Mesmo quando a
cidade ainda não possuía uma estação local, milhares de natalenses se
reuniam para escutar as retransmissões radiofônicas que ocorriam no período.
As antigas diversões, assistir as retretas militares, as competições esportivas,
apresentações folclóricas, tiveram que ceder espaço às retransmissões
radiofônicas, que ao lado das exibições cinematográficas foram tomando lugar
de destaque no cotidiano social da cidade e assumindo um importante papel
como veiculo formador de opinião e influenciando o comportamento de seus
ouvintes. Durante o período da Segunda Grande Guerra foi o rádio que
possibilitou aos natalenses o acesso rápido às informações sobre o desenrolar
do conflito além de exercer seu poder de persuasão influenciando a opinião
pública em favor dos norte-americanos. Durante as décadas de 1930 e 1940 o
rádio influenciou comportamentos, criou novos hábitos de consumo e lazer
além de ter sido um importante aliado a determinados grupos políticos (que
usavam o rádio como veículo de sua mensagem política aumentando seu
poder de alcance).
GT-19: SOCIEDADE, DINÂMICAS CULTURAIS, MEMÓRIA
Coordenadores:
Vânia de Vasconcelos Gico
E-mail: [email protected]
Departamento de Ciências Sociais
Local: Setor de Aula II, sala G6
Propõe-se discutir os estudos e pesquisas sobre memória e sociedade;
pesquisas da educação e da saúde em sua dimensão sócio-politícaantropológica; análise de obras e correntes de pensamento representativo do
Campo da Ciências Sociais, bem como das Imagens traçadas nesse percurso,
numa perspectiva transdisciplinar.
Primeiro dia
01: A EMERGÊNCIA DE MUDANÇAS NA FORMAÇÃO
UNIVERSITÁRIA EM SAÚDE: A VISÃO DOS ALUNOS DA
SAÚDE E CIDADANIA/SACI-UFRN (2001-2004)
Proponentes: Geovânia de Silva Toscano
Aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/UFRN
E-mail:[email protected]
Vânia de Vasconcelos Gico
Profa. Dra. Departamento Ciências Sociais
E-mail: [email protected]
Pretende-se identificar as mudanças na formação universitária de estudantes
da área de saúde participantes do Projeto Ensino e Extensão Saúde e
Cidadania / SACI da UFRN, no período de 2001 a 2004. Iniciado em 2002.2,
participando professores e estudantes dos cursos de Fisioterapia, Nutrição,
Farmácia, Enfermagem, Medicina, Odontologia, e Psicologia do Centro de
Ciências Humanas. O Programa PESC/SACI tem como meta fortalecer uma
formação geral sólida a partir do trabalho em equipe interdisciplinar e
multiprofissional, de uma pedagogia problematizadora, na perspectiva da ação-
reflexão-ação mediante o diálogo entre ensino, serviço e comunidade.
Desenvolvido nos bairros da zona Oeste de Natal/RN: Bairro Nordeste, Felipe
Camarão, Guarapes, Cidade Nova e Cidade da Esperança. O embasamento
teórico discutido será sobre Universidade, extensão universitária e educação
possibilitando o diálogo entre os saberes, a partir de aportes bibliográficos
como Darcy Ribeiro, Luiz Antonio Cunha, Cristovão Buarque , José Ortega Y
Gasset, Boaventura de Sousa Santos, Edgar Morin, Humberto Maturana, entre
outros. Realizar-se-ão leituras e análises do projeto da PESC/SACI, relatórios
de alunos, textos produzidos sobre suas experiências, no qual aparecem as
falas dos alunos sobre a contribuição das atividades desenvolvidas na SACI
para a formação profissional. Constata-se que as atividades desenvolvidas pela
SACI contribuem para a ampliação da dimensão social e política da
universidade, com a formação mais ampliada do aluno, aproxima a
universidade da comunidade, estabelece a relação teoria e prática, permite
uma formação crítica e social da realidade, aspectos estes de uma renovação
na formação universitária em busca de uma sociedade menos excludente,
cooperativa, cidadã e humana.
02: REZADEIRAS E PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF)
– PRÁTICAS DE SAÚDE SOB A VISÃO DA POPULAÇÃO DE
CRUZETA/RN.
Francimário Vito dos Santos
UFRN- Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
E-mail: [email protected]
Em pesquisas já realizadas no município de Cruzêta-RN, na região do Seridó,
pudemos perceber que a prática mágico-religiosa desenvolvida pelas
rezadeiras ou benzedeiras de tradição católica continua latente e resistindo às
transformações sócio-econômicas e culturais. As pessoas tanto utilizam os
serviços de saúde da medicina “popular” quanto da medicina oficial estabelecendo uma complementaridade. Nesta perspectiva, buscamos fazer
uma análise antropológica tendo como viés as práticas das rezadeiras e as
políticas do Programa de Saúde da Família (PSF). Este modelo faz parte da
medicina tradicional e tem como proposta atuar junto à comunidade no sentido
de implantar uma cultura de saúde preventiva. E como recomenda o Ministério
da Saúde (1997), cada equipe deve ter no mínimo, um médico, um enfermeiro,
um auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Podendo ampliar
o quadro de profissionais de acordo com o número de habitantes existentes.
Diante do exposto, o nosso objetivo é entender como as ações destas duas
práticas - medicina “popular” (rezadeiras) e medicina oficial - são vistas e
vivenciadas pelas pessoas da comunidade. Que representações os clientes
das rezadeiras, têm sobre o PSF e vice-versa. Apesar da pesquisa estar em
fase preliminar, a análise reflexiva que se fará no decorrer do mestrado vai
discutir tais práticas populares com as políticas de saúde do PSF, sob o ponto
de vista da comunidade. Na obtenção dos dados acompanharemos as equipes
de saúde em visitas às famílias, e na ocasião faremos entrevistas abertas,
aplicação direta de questionários e observações participantes. O mesmo
ocorrerá com clientela das rezadeiras quando estiverem aguardando a vez de
se rezar.
03: HISTÓRIAS E CAUSOS DE BOTIJAS EM CARNAÚBA DOS
DANTAS
Thiago Stevenny Lopes
Departamento de História e Geografia CERES/UFRN
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
Programa de Pós-Graduação em História/UFRN
E-mail: [email protected]
O Projeto Carnaúba dos Dantas: Inventário do Patrimônio Imaterial de uma
Cidade do Sertão do Rio Grande do Norte - PRONAC N° 043906 abriga este
estudo. Objetiva-se investigar as histórias sobre botijas contadas pelos
moradores de Carnaúba dos Dantas (zona urbana e rural) e como essas
histórias vieram a contribuir para a reafirmação do imaginário dos mesmos
narradores. Justifica-se tendo em vista as discussões que o patrimônio
imaterial tem levantado, tanto na historiografia, como nos estudos patrimoniais,
com relação à participação ativa de grupos minoritários ou marginalizados na
construção das histórias locais. Enfatizamos, também, que a rememoração
dessas histórias dá visibilidade a esse patrimônio - oral, material e imaterial pertencente aos carnaubenses. Discute-se como essas histórias vieram a
inserir visões fantasiosas de mundo na imaginação dos moradores do
município. A metodologia está baseada na leitura e discussão do referencial
teórico - ancorado no conceito de memória discutido por Jacques Le Goff,
Ecléa Bosi e Maurice Halbwachs - e no de patrimônio cultural, cujos aportes
são levantados por Françoise Choay, Maria Cecília Londres Fonseca, Carlos
Lemos e Roque de Barros Laraia. Seguiu-se o reconhecimento da colônia de
narradores - que agrupa os mais antigos moradores - e coleta das entrevistas,
sendo utilizadas para este trabalho apenas as que já se apresentam digitadas,
revisadas e que se relacionam ao tema em questão. Viajar pelas memórias dos
narradores nos permitiu compreender como as narrativas em torno de tesouros
enterrados, no mundo rural e na paisagem citadina, contribuem para que se
pense a relação entre medo, religiosidade popular e crença na existência do
sobrenatural presentes no tecido mnemônico desses indivíduos.
04: JOÃO DA COSTA MACHADO - UM PSIQUIATRA POTIGUAR
HUMANISTA A FRENTE DE SEU TEMPO
Juliana Rocha de Azevedo
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/UFRN
E-mail: [email protected]
Discute-se a trajetória do psiquiatra potiguar João da Costa Machado, trazendo
ao Rio Grande do Norte a vanguarda dos tratamentos médico-hospitalares na
psiquiatria. A sua chegada, na década de 1930, se constituiu um marco divisor
de águas para o entendimento da loucura no estado. João Machado foi o
difusor da Psiquiatria Social numa época em que a doença mental era vista
como degenerescência racial. Seu trabalho foi constituído de mudanças nos
âmbitos: da estrutura manicomial, e das mentalidades. Sua meta era esclarecer
à sociedade o que seria a loucura mostrando que, os fatores sociais colaboram
diretamente para a mudança do estado psíquico do homem. Era a psiquiatria
social derrubando a eugenia facista. Entre seus feitos destacam-se a fundação
da "Sociedade de Assistência a Psicopatas de Natal" na qual organizou uma
ação educativa para a população com a realização de Semanas de Higiene
Mental e publicação mensal do Boletim de Saúde Mental e criação do Hospital
Colônia de Psicopatas, hoje Hospital João Machado. O hospital foi construído
nos moldes de colônia agrícola, onde uma das finalidades era o tratamento
pela laborterapia (terapia pelo trabalho). Não possuía grades de ferro nem
muros internos separando as enfermarias, pelo contrário elas convergiam e se
interligavam, favorecendo a integração e a convivência entre pacientes,
funcionários e corpo clínico. A idéia era dar continuidade a vida social do
paciente. A relação médico-paciente passava a ser reconhecida no contexto
dos laços afetivos e produtivos, priorizando o respeito humano. Sendo contra
os internamentos, ele idealizou os “hospitais dia” nos quais os pacientes
voltariam para casa ao fim do dia, essa idéia hoje materializou-se nos CAPS
(Centros de Atendimento Psico- social).
05: MEMÓRIA DE PESCADORES: A SOCIALIZAÇÃO DOS
SABERES NA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL ESTADUAL - RDS PONTA DO TUBARÃO/RN
Lenice Lins Goulart
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/UFRN
E-mail: [email protected]
Vânia de Vasconcelos Gico
Profa. Dra. Departamento de Ciências Sociais/UFRN
E-mail: [email protected]
Discute-se as representações sociais de moradores da Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Estadual – Ponta do Tubarão, através das
memórias de mulheres, companheiras de pescadores, com idade acima de
sessenta e cinco anos e possuidoras de um saber socialmente construído.
Especificamente através de relatos orais autobiográficos, busca-se as
representações de suas histórias de vida. A memória será trabalhada
acreditando-se na importância da transmissão cultural e na vivência dos grupos
sociais que refletem seus valores, crenças, hábitos e visões de mundo. O ponto
de partida para análise foi o processo de criação da RDS. O rito da criação da
reserva foi tomado como fato que motivou a pesquisar a partir da memória de
antigos moradores. Outro viés que se deseja conhecer e a consciência
ecológica que a população da RDS possui e como deseja preservá-la. O
processo de criação da RDS foi conduzido por várias instituições de classe,
atores e atrizes sociais, que reagiram aos estrangeiros que ameaçavam o
equilíbrio dos ecossistemas. O objetivo é uma reflexão sobre a Memória
Cultural que revela a socialização dos saberes das mulheres, numa perspectiva
transdiciplinar, unindo os conhecimentos da tradição, a partir da realidade
empírica das comunidades, e o conhecimento científico, compatibilizado-os
com o paradigma emergente em que se leva a acreditar que “todo o
conhecimento é autoconhecimento” expresso por Santos, (2003).
06: A TRANSFORMAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES
MORTUÁRIAS E A CONSTITUIÇÃO DE UMA NOVA
“SENSIBILIDADE”.
Luciana Lima Vasconcelos
Curso de Ciências Sociais/UFC
E-mail: [email protected]
Discute-se as transformações sofridas pelas representações sociais da morte,
em cerimônias fúnebres. Especial destaque será conferido à influência do
discurso sanitarista que estabelece-se em Fortaleza em meados do século XIX,
principalmente de 1860 a 1930, instituindo todo um sistema de controle e
disciplina social através da higienização das cidades e medicalização das
populações. Observa-se que qualquer referência à morte passa a ser afastada
do nosso cotidiano, por isso falo da constituição de uma nova sensibilidade.
Esta pode ser entendida como o resultado do desenvolvimento de um maior
comprazimento com a dor alheia da perda, mas também de uma maior
“delicadeza”, de uma repulsa frente a qualquer referência de morte, culminando
num processo cada vez maior de “falência ritualística”, quando se observa uma
considerável diminuição dos ritos fúnebres e uma re-significação dos mesmos.
Almejo analisar costumes, hábitos e representações referentes aos rituais de
morte e luto na cidade de Fortaleza, a partir da experiência individual e de
como essa experiência é vivenciada pela coletividade. Tento compreender o
conjunto padrão de atitudes morais que constituem a “etiqueta do morrer” e do
comportar-se frente ao morto, já que existe todo um sistema de ações
esperadas dos indivíduos, no qual o decoro e o comedimento são atributos
essenciais de “civilidade”. Trata-se de um paradoxo exprimido no dever social
de manifestar certo sofrimento ao mesmo tempo em que este deve ser contido.
Se por um lado a distância emocional entre as pessoasaumenta, por outro, a
exigência de solidariedade e demonstração de afeto para com quem sofre uma
perda é eminente. Para coleta de dados realizaremos entrevistas e observação
participante em sepultamentos, velórios e missas de sétimo dia.
07: DELIMITANDO CARTOGRAFIAS, CRIANDO PAISAGENS:
AS CERCAS DE PEDRA NO MUNICÍPIO DE CAICÓ (RN)
José Mário Morais do Nascimento
E-mail: [email protected]
Erivan Ribeiro de Faria
E-mail: [email protected]
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ/UFRN
O município de Caicó (RN), localizado na microrregião do Seridó potiguar,
possui uma forma peculiar de delimitação: as cercas de pedra, que tendem a
persistir dentro da cultura das cercanias existentes no Brasil, no estado do Rio
Grande do Norte, e mais especificamente no caso do nosso estudo, na região
do Seridó. Estas eram construídas para fins de delimitação de propriedades
particulares, sobretudo, nas circunscrições territoriais dos currais de gado, tão
presentes na citada região. Na atualidade, a cerca de pedra, no espaço
seridoense, vem passando pelo um processo de resignificação, sendo
substituída por outros tipos de delimitações cartográficas. Objetivamos nesta
pesquisa destacar a importância histórico-cultural das cercas de pedra,
identificando
os
principais
fatores
que
processaram
sua
erradicação/substituição nas últimas décadas do século passado e atual. Como
metodologia estamos utilizando a observação “in loco”, bem como recorrendo a
fragmentos de memórias de pessoas mais antigas da cidade e da região que
construíram ou que tinham a cerca como algo presente em seu desenrolar
cotidiano e que, através de entrevistas, cederem estes fragmentos para a
(re)construção da importância da cerca de pedra para aquela dada sociedade.
Desse modo, observamos que a cerca de pedra está sendo
destruída/substituída e que a arte da construção desta tornou-se incomum. Um
dos possíveis fatores que compromete a sua perpetuação é a capacidade
involuntária destas de abrigar o barbeiro, inseto que transmite o mal de
Chagas. Consciente que os valores sociais são (re)criados na escala temporal
é interessante destacar , no momento, a importância cultural das cercas de
pedra, ainda, existentes na paisagem do Seridó.
Segundo dia
08: A NARRATIVA VISUAL FOTOGRÁFICA NA COMPREENSÃO
DA SOCIEDADE:UMA EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO E SAÚDE.
Itamar de Morais Nobre
E-mail: [email protected]
Vânia de Vasconcelos Gico
E-mail: [email protected]
Profa. Dra. Departamento de Ciências Sociais/UFRN
Discute-se o uso da fotografia na sala de aula como uma narrativa visual,
conferindo-lhe as qualidades de fonte de informação para a compreensão do
contexto sociocultural do qual foi captada, refletindo sobre a compreensão do
seu significado a partir do entendimento dos signos organizados na sua
composição. A experiência que nos serviu como argumento para esta
discussão foi realizada em uma sala de aula com 30 alunos do Curso de
Enfermagem, na disciplina de Sociologia da Saúde, oferecida pelo
Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, no ano de 2003. Os dados foram coletados a partir da observação em
sala, dos seminários promovidos e das avaliações utilizando a imagem
fotográfica como mediação no ensino superior na área da saúde.
09: TEMPO DE FESTA: UM ESTUDO SOBRE A CULTURA
POPULAR NO LITORAL NORTE PARAIBANO
Gekbede Dantas da Silva
Luiz Carvalho de Assunção
E-mail: [email protected]
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/UFRN
Barra de Camaratuba, localizada no extremo norte do litoral paraibano, foi à
comunidade escolhida para desenvolvermos uma pesquisa de campo, levando
em conta a oralidade, a memória e as narrativas dos seus moradores. Essas
vozes tornam-se essenciais para a construção da história cultural e a
percepção das mudanças decorrentes da inserção do turismo no local. As
mudanças ou transformações ocorridas causam desestruturação ou uma
reestruturação, substancializada. Ao invés da participação tem-se a
apresentação. A festa é esquematizada e as tradições viram espetáculos.
Assim como a festa, os espaços também mudam. Há interferência na vida dos
pescadores e nos seus espaços: o mangue, o mar, o rio, a caiçara dos
pescadores. O turismo torna-se uma mercadoria intermediadora das relações
sociais, dentro de todo esse processo cultural. O turismo que se pretende
desenvolver e implementar na comunidade precisa ser repensado de forma a
beneficiar seus moradores. Essa comunicação portanto, tem como proposta
refletir sobre a relação da comunidade de Barra de Camaratuba com o turismo,
a realização da festa de São Pedro e a produção de novas formas de
sociabilidade.
10: NARRADORES DE PIUM: A FESTA DA PADROEIRA PELA
MEMÓRIA SOCIAL
Adriene do Socorro Chagas
Curso de Antropologia/UFRN
E-mail: [email protected]
Busca-se entender os motivos para a emergência de uma festa pela memória.
Para tanto concentra-se as narrativas sobre a festa de Santa Luzia, padroeira
de Pium, no município de Parnamirim-RN, segundo os que a vivenciaram em
tempos idos. A memória como categoria socialmente construída permite
compreender determinados processos sociais, além de contribuir para a
visibilidade de uma “história vivida”.Utilizamos como metodologia a história oral.
Nas narrativas colhidas a referência à dinamicidade espacial e à formação de
constituição da prática religiosa são uma constante. Inferimos que a seleção
desta festa religiosa pela lembrança funciona como um registro sobre um
tempo e um espaço grandemente pertencido aos “primeiros” moradores do
local.
11: TRAJETÓRIA EDUCACIONAL DE MULHERES
PARTICIPANTES DO PROGRAMA UNIVERSIDADE ABERTA
PARA A TERCEIRA IDADE - UNATI /UNP
Ana Cristina Cabral Medeiros
E-mail: [email protected]
Vânia de Vasconcelos Gico- [email protected]
Profa. Dra. Departamento de Ciências Sociais/UFRN
Discute-se a trajetória de mulheres participantes da Universidade Aberta para a
Terceira Idade – UnATI, da Universidade Potiguar, sediada em Natal/RN/Brasil,
enfocando seu itinerário educacional. Este estudo integra uma pesquisa mais
abrangente intitulada “Re-invenção da velhice cidadã” em elaboração e
constituíndo-se em tese vinculada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais discutindo os desafios postos pelo acelerado envelhecimento
da população mundial, em particular a do Brasil, cuja população idosa, em
2003, era de 16,7 milhões de pessoas, representando 9,6% da população total,
com previsão de dobrar nos próximos 15 anos (IBGE). Foi realizado um estudo
transversal, de base populacional junto às alunas da UnATI-UnP, nascidas na
primeira metade do século XX. Utilizando-se o processo de amostragem, foram
entrevistadas 33 mulheres, com nível superior, entre as alunas matriculadas
em 2005, que constituíram a amostra desse estudo. Para a coleta de dados foi
utilizado o Questionário multidimensional BOAS (Brazil Old Age Schedule),
acrescido de questões específicas sobre a trajetória de vida com enfoque na
educação. A análise e a discussão dos dados foi realizada numa abordagem
transdisciplinar numa visão da complexidade, tendo como instrumento principal
o conjunto das idéias de Humberto Maturana sobre a Biologia do
Conhecimento. O estudo revelou que, a trajetória de cada uma dessas
mulheres, possui uma potencialidade transformadora dessa estrutura, pois
cada uma delas superou seus problemas de maneira singular. Revelou, ainda,
que para elas a UnATI-UnP representa o espaço privilegiado de apropriação
das experiências vividas, necessária à transformação que favorece um
envelhecimento ativo numa perspectiva de uma educação para a vida toda.
12: CARNAÚBA DOS DANTAS: A ARTE DO DEBULHAR FEIJÃO
Sidney Santos da Silva
Departamento de História e Geografia CERES/UFRN
E-mail: [email protected]
Helder Alexandre Medeiros de Macedo
E-mail:[email protected]
UFRN-CCHLA-Programa de Pós-Graduação em História
O Projeto Carnaúba dos Dantas: Inventário do Patrimônio Imaterial de uma
Cidade do Sertão do Rio Grande do Norte, PRONAC Nº 043906, vinculado ao
Ministério da Cultura e financiado pela Petrobras, coordenado pelo mestrando
Helder Macedo, abriga a pesquisa em questão. Objetivamos compreender
quais eram os espaços de sociabilidade no mundo rural de Carnaúba dos
Dantas e como as pessoas se relacionavam nesses espaços. Justificamos
esse trabalho na perspectiva de valorizar os estudos patrimoniais nos quais se
alargam de tal forma que inserem os estudos da historiografia, como também
dar visibilidade a essas histórias como patrimônio imaterial dos moradores de
Carnaúba dos Dantas. O contato com os narradores nos despertou um
interesse pessoal, já que esses eventos nos remetem a um passado festivo e
contagiante. O referencial teórico está ancorado no conceito de memória
discutido por Jacques Le Goff, Ecléa Bosi e Maurice Halbwachs, e nas
discussões sobre Patrimônio Cultural que emergem das obras de Françoise
Choay, Maria Cecília Londres Fonseca, Carlos Lemos e Roque de Barros
Laraia. A sistematização está pautada na leitura e discussão dos textos
teóricos, na etapa de reconhecimento da colônia de narradores, na coleta das
entrevistas gravadas, transcrição e digitação das mesmas, tomada da carta de
sessão e por fim análise das narrativas tendo em vista a base teórica e o
referencial bibliográfico. Quarenta pessoas foram entrevistadas, destas, um
número significativo, percorrendo os caminhos da memória revisitaram as
lembranças das debulhadas como momentos de encontros, de conversas, de
sociabilidades e festividades entre amigos e familiares.
13: ENTRE O ESQUECIMENTO E A LEMBRANÇA DOS
AGRICULTORES NAS CERCANIAS DO MUNDO NOVO.
Jossylúcio Jardell de Araújo.
Curso de Geografia CERES/UFRN
Evaneide Maria de Mélo.
Curso de Geografia CERES/UFRN
Eugênia Maria Dantas
Profa. Dra. do Departamento de
DHG/CERES/UFRN.
História
e
Geografia
–
Palmilhando pelas veredas do meio agrário seridoense, nos deparamos com
um mundo múltiplo discursivo e efervescente, cujas vivências e lembranças do
passado tocam o presente. Nesta perspectiva, objetivamos compreender as
práticas cotidianas alicerçadas nos saberes e fazeres de um homem singular e
plural. Para tanto, nosso suporte corresponde às narrativas dos agricultores
assentados na Fazenda Mundo, localizado no município de Caicó – RN, que é
gerenciado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte –
EMPARN. A nossa pesquisa de campo recorreu metologicamente ao uso da
história oral, para as discussões teóricas nos inspiramos nas leituras de
autores como Éclea Bosi, Paul Thompson, Roberto Lobato Corrêa e Zenny
Rosendahl. Com a ida ao campo e a sistematização das informações,
passamos a acreditar que todos os agricultores do Mundo Novo têm um ponto
de intersecção que os unem, que os aproxima, que os liga ao meio rural num
desejo individual, social e coletivo, que expressa o desejo de permanência nas
cercanias agrícolas até os últimos dias de suas vidas.
14: FRAGMENTO DE MEMÓRIA: ESTUDO E DOCUMENTAÇÃO
DO ACERVO FOTOGRÁFICO DO INSTITUTO DE
ANTROPOLOGIA CÂMARA CASCUDO/UFRN
Aline Gurgel da Silva
Graduando do Curso de História/CCHLA
Wani Fernandes Perreira
Museu Câmara Cascudo
Objetiva-se registrar a história do “Instituto de Antropologia Câmara Cascudo”,
atual Museu Câmara Cascudo/UFRN. Escolheu-se um conjunto de fotografias
que retrata parte da trajetória da instituição compreendida no período 19601970. De um total de quinhentas fotos, escolhemos vinte delas para criar uma
primeira coleção museológica. Até o momento estas fotografias representavam
uma recordação coletiva ou individual, revestidas de um valor afetivo expressado pelos professores e funcionários entrevistados -, não eram
consideradas como fonte de informação, não se conhecia seu valore
documental, nem se constituíam como acervo museológico. Para transformar
este contexto recorremos a um cenário teórico que desse conta e validasse o
valor documental da fotografia compreendendo-a como uma fonte relevante e
indispensável para a história e pesquisa histórica, tanto quanto os documentos
oficiais, atas e jornais, dentre outros, como defende Jaques LE GOFF (1996); a
fotografia representa sempre um objeto de contexto, um fragmento (SONTAG,
1981); um instrumento de apoio à pesquisa nos diferentes campos da ciência,
um documento visual, um original fotográfico é uma fonte primaria (KOSSOY,
2001), um objeto de pesquisa relativamente pouco explorado pelos
historiadores (BURKE, 2004). Por se tratar de uma pesquisa interdisciplinar,
contamos com uma co-orientação na área da documentação e conservação
museológicas. Assim após a identificação, uma primeira catalogação e
higienização das fotos, demos então início à uma sistematização desses
registro imagético (LÉVY, 1993) e elaboramos uma Ficha de Documentação –
em processo de revisão e complementação -, até então inexistente. Pensa-se
assim contribuir para o conhecimento e divulgação da memória da primeira
instituição de pesquisa e primeiro museu universitário ambos pioneiros nestas
áreas no Rio Grande do Norte.
GT-20: MODELOS DE EXPLICAÇÃO NA CIÊNCIA E NA
FILOSOFIA
Coordenadores:
Maria da Paz Nunes de Medeiros
E-mail: [email protected]
Departamento de Filosofia
Daniel Durante Pereira Alves
Departamento de Filosofia
Local: Setor de Aula II, sala F5
Visa à análise de variados modos de entender a realidade, encontrados na
história da ciência e da filosofia ou propostos na contemporaneidade, como
modelos de explicação e representação do conhecimento. Trata de
investigações acerca dos fundamentos lógicos e ontológicos dos modelos e
das implicações para estudos interdisciplinares que priorizam entendimentos
mais amplos dos conceitos.Serão consideradas propostas de trabalhos que
discutam:
1. Análises conceituais na ciência, na filosofia;
2. Sistemas de lógica clássica e não-clássicas;
3. Modelagens conceituais e suas implicações para a pesquisa
interdisciplinar.
Primeiro dia
01. A AÇÃO SOCIAL COMO TEXTO
Prof. Dr. Abrahão Costa Andrade
UFRN / Departamento de Filosofia
Relacionar as características do conceito de texto de Paul Ricoeur às
características do conceito de ação social desenvolvido por Max Weber.
02. CONDICIONAIS CONTRAFACTUAIS
Adriano Marques da Silva
UFRN / Departamento de Filosofia
Sabemos que em sistemas formais o ‘significado’ dos conectivos lógicos, por
ser determinado de forma funcional-veritativa, é muito mais restrito do que o
dos conectivos das linguagens naturais. Historicamente, as discrepâncias entre
o conectivo formal ‘’ e o ‘se’ foram consideradas as mais sérias, dando
origem a um novo ramo da filosofia da lógica, conhecida como “lógica dos
condicionais” e cujo objetivo central é elucidar as condições de assertabilidade
dos condicionais. Os objetivos do presente trabalho são dois: dar uma breve
introdução a um dos tópicos da lógica dos condicionais, a saber, a
interpretação dos condicionais contrafactuais (do tipo ‘Se tivesse sido o caso
que A, teria sido o caso que B’) e mostrar de que maneira este problema está
relacionado a tópicos cruciais da filosofia da ciência, tais como a definição de
lei, confirmação e o significado de potencialidade.
03. SISTEMAS TUTORIAIS INTELIGENTES NA WEB: UMA
APLICAÇÃO EDUCACIONAL DAS LÓGICAS
PARACONSISTENTES
Antonio Júlio Garcia Freire
UFRN / Programa de Pós-Graduação em Filosofia
O desenvolvimento do ensino-aprendizagem sob a perspectiva de uma rede
mundialmente conectada, como a internet, possibilitou o surgimento novas
atividades interativas e de cognição, ao mesmo tempo em que colocou, para
educadores, filósofos e cientistas da computação, problemas e desafios de
grande complexidade, principalmente no que tange ao modo como o
conhecimento é representado. Nesse escopo, os ambientes virtuais de ensinoaprendizagem já evoluíram de forma significativa, desde o seu aparecimento
nos anos 60, passando por sistemas centrados no paradigma behaviorista
(CAI-Computer-Aided Instruction), até às mais recentes abordagens baseadas
em simuladores, micromundos, ambientes de aprendizagem social e os
sistemas de tutoria inteligente na web (STI). Tais abordagens têm em sua
concepção, muito dos progressos na área da IA (Inteligência Arificial). Nos STI,
o conhecimento do processo de raciocínio do aluno se dá através de técnicas
de modelagem qualitativa, simulando o processo de solução de um problema.
Teoricamente, fundamentam-se na Psicologia Cognitivista, com uma estrutura
baseada em módulos e de inspiração heurística. Além disso, fazem uso de
uma modalidade interativa que privilegia o diálogo do tipo socrático, acrescido
da detecção de erros. Sob o aspecto lógico, tais sistemas são complementados
pelos avanços dos sistemas lógicos paraconsistentes, uma vez que admitem
teses contraditórias mas não triviais em suas estruturas. Utilizam
intensivamente os avanços teóricos na área de aprendizagem de máquina
(Machine Learning), através da descrição de princípios e processos gerais de
ensino-aprendizagem em sistemas computacionais. O objetivo desta
comunicação é apresentar um panorama dos sistemas de tutoria inteligente
baseados em interface web, apontando as eventuais conexões com os
princípios da lógica paraconsistente.
04. A NOÇÃO DE CONSEQÜÊNCIA LÓGICA NOS
CONTEXTOS INFORMAL E FORMAL
Ângela Maria Paiva Cruz
UFRN / Base de pesquisa “Lógica, Conhecimento e Educação”
A Lógica tem sido definida por vários lógicos contemporâneos como uma área
do conhecimento que trata da noção de “conseqüência lógica”. Essa noção é
definida em um sistema lógico por satisfazer determinadas propriedades. Em
Cruz; Dal Pian; Lycurgo (2002) encontra-se uma análise obtida pela
metodologia da “Grade de Repertório” – proposta por Kelly (1955) -,
evidenciando em que medida a modelagem lógica dessa noção se aproxima
dos modos informais de entendê-la e explicá-la. Esse trabalho tem por objetivo,
apresentar os resultados desta análise e discutir certas propriedades da
conseqüência lógica em algumas lógicas.
05. A LÓGICA DA DOR: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO
DA DOR COMO FENÔMENO PSÍQUICO.
Bertulino José de Souza
Professor Universitário - Mestre em Educação UFRN - 2002
A presente proposta de investigação foi gestada a partir do curso
Racionalidade e lógica no contexto das mudanças epistêmicas. O estudo
situa-se no âmbito das estruturas de pensamento interrogando as crenças nele
formalizadas (C). Nesse contexto, busca na racionalidade, discutindo os
diversos graus de credibilidade (G), uma forma de explicação do referido
mecanismo (M – J) e sua compreensão pela juventude (15 a 17 anos de ambos
os sexos), indicando com isso, um estado epistêmico (K). Trata da questão da
dor, investigando na etimologia da palavra, diferentes orientações, uma das
quais, capturando a lógica (no sentido da estruturação da racionalidade), que
permeia a formação dos sujeitos sociais e lhes imprime uma orientação que
durará toda a vida. Para tanto, baseia-se na Metafísica assim como sugerida
no livro IV de Aristóteles e nas proposições de teóricos como: Cruz (2001,
2004); Epstein(1999), entre outros.
06. O MUNDO DE TARSKI E O ESTUDO DA LÓGICA
David Gomes da Costa
Flammarion Gomes Mendonça
UFRN / Departamento de Filosofia
Um dos grandes problemas que os alunos iniciantes enfrentam ao se deparar
com o estudo da Lógica é a dificuldade em perceber sua real amplitude, já que
nem sempre é possível assimilar de forma clara sua aplicabilidade, bem como
de suas fórmulas e sentenças. Esta comunicação, na tentativa de resolver este
problema, introduz o aluno ao programa de computador Mundo de Tarski, parte
integrante do livro Language, Proof and Logic, dos professores norteamericanos Jon Barwise e John Etchemendy, da Universidade de Standford. O
programa simula vários mundos, que podem ser construídos a partir da
inserção de três formas geométricas – que podem assumir três diferentes
tamanhos – num tabuleiro. Sobre a disposição feita pelo aluno, pode-se
construir em outra janela sentenças baseadas em predicações prédeterminadas pelo programa, juntamente com os símbolos veri-funcionais da
lógica clássica e os quantificadores. A pertinência entre o que aparece no
mundo e a sentença escrita pode ser verificada numa terceira janela, dispondo
o programa de um jogo que pode ser utilizado quando ainda restam dúvidas
sobre o valor de verdade da sentença. O objetivo desta comunicação é
justamente dar um panorama do programa, dando vários exemplos práticos de
construção de mundos e sentenças através do seu manuseio, bem como dos
outros recursos citados anteriormente. Desta forma, ao formalizar situações
dadas em um mundo restrito, o aluno terá mais facilidade na formalização de
situações cada vez mais complexas, que extrapolam as limitações do
programa.
07. LÓGICA LÚDICA : APRENDENDO LÓGICA ATRAVÉS DE
CHARADAS
Prof. Dr.Daniel Durante Pereira Alves
UFRN / Departamento de Filosofia
Um interessante e poderoso recurso didático para a aprendizagem de lógica
são as charadas e adivinhações. Nesta comunicação pretendo, através de
alguns exemplos, mostrar como importantes conceitos da lógica podem ser
aprendidos, exercitados e exemplificados em situações lúdicas de enigmas e
adivinhações. Tais situações motivam os alunos a buscarem saídas intuitivas,
chegando, através de suas próprias pernas, aos antes "complexos" e
"inacessíveis" conceitos lógicos. Usaremos alguns exemplos dos livros de
Raymond Smullyan, eminente lógico, filósofo e matemático norte-americano
que se dedica ao tema."
08. CORPO E EPISTEMOLOGIA: APONTAMENTOS EM TORNO
DA TRANSVERSALIDADE DOS SABERES
João Carlos Neves de Souza e Nunes Dias
Profª. Drª. Maria da Conceição de Almeida - orientadora
Grupo de Estudos da Complexidade - GRECOM
UFRN / Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Esse trabalho caracteriza-se como um projeto de pesquisa que vem sendo
desenvolvido no programa de pós-graduação strictu sensu - mestrado - em
Ciências Sociais da UFRN, na linha de pesquisa Estudos da Complexidade.
Para o desenvolvimento dessa pesquisa, partimos da compreensão de que há
configurações que podem ser reconhecidas como ciência por apresentarem
caracteres de objetividade e de sistematicidade e há as que não possuem
estes critérios, mas que possuem coerência e são determinadas por sua
positividade, condição que não deve ser tratada de forma negativa, uma vez
que significa o reconhecimento de outras configurações do saber que não
apenas o saber científico. Objetivamos, nesse sentido, refletir sobre a
configuração epistemológica dos saberes, apontando na direção de um arranjo
mais flexível do conhecimento, numa configuração transversal dos saberes.
Nesse movimento de (re)configuração epistêmica, torna-se importante
compreender que a ciência não é a única forma de conhecimento existente,
bem como reconhecer os limites e relações entre o saber científico e de outras
positividades. Nesse contexto, buscamos evidenciar as diferentes lógicas e
mecanismos de explicação e compreensão que configuram esses saberes, a
partir da produção do conhecimento em torno do corpo e da gestualidade
enquanto indicadores epistêmicos para pensarmos um arranjo transversal do
conhecimento. As concepções sobre o corpo constituem-se como uma
narrativa marcada pelos códigos do conhecimento científico, filosófico, artístico,
social, das tradições, entre outras, nessa escrita epistêmica o corpo não se
separa no espaço e no tempo das marcas da estrutura biológica humana, ela
mesma simbólica, nem dos aspectos sociais, econômicos e éticos. Uma
narrativa que não pretende naturalizar a cultura ou culturalizar a natureza,
indivíduo e sociedade, sujeito e objeto, de modo disjuntivo, mas fazer dialogar
o conhecimento sobre estes domínios do humano e em geral da vida, separado
por um paradigma disjuntor dos saberes humanos.
09. CONTROLE, RACIONALIDADE E NEUTRALIDADE
CIENTÍFICA
Prof. Josailton Fernandes de Mendonça
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN
A discussão em torno da racionalidade cientifica deve considerar quais os
objetivos estabelecidos para a ciência. E da mesma forma que a racionalidade
envolve tanto grupos como indivíduos, os objetivos tendem a ressaltar aquele
conjunto de valores e regras fixadas pela comunidade cientifica para a ciência,
tanto quanto aquelas regras fixadas por indivíduos, sobretudo filósofos e
cientistas. Igualmente deve ser considerado que ao longo dos quatro últimos
séculos, isto é, a partir da revolução cientifica moderna a idéia de racionalidade
cientifica tende destacar como valor fundamental da ciência a idéia de controle
da natureza. Neste sentido os objetivos fixados para a ciência de modo geral
querem, entre outras coisas, apontar a identificação dos meios para a
realização desse controle. Assim, talvez, ao invés de falar como Paul Thagard
de objetivos epistemicos e objetivos práticos, fosse mais apropriado descrever
a relação entre racionalidade e objetivo científico em termos de controle
teóretico e controle prático. O que remete a análise da questão da neutralidade
e da imparcialidade cientifica. Aquela uma temática ligada a tese do controle
prático e esta última uma tese ligada a idéia de controle epistemico. Em assim
sendo o objetivo do trabalho é mostrar, tomando como referencia o trabalho de
Hugh Lacey e Paul Thagard, que a racionalidade cientifica fixa objetivos para a
ciência de modo a comprometê-la com o controle prático da natureza.
09. LÓGICA E DIREITO
Leonardo Oliveira Freire
Orientadora: Drª Ângela
UFRN / Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Ao investigar a Lógica Jurídica, encontramos uma estrutura que não é
simplesmente uma lógica matemática ou formal, no sentido clássico. O que
ocorre é que não se pode conceber o raciocínio jurídico partindo de premissas
absolutas e incontestáveis, sobretudo porque os juízos jurídicos são
invariavelmente juízos de valor, a saber: o direito como e a moral processandose com suas estruturas lógicas. Os procedimentos decisórios e o raciocínio
jurídico não obedecem a esquematismos pré-concebidos ou a qualquer tipo de
pré-determinação de seus conteúdos. Enfim, acima de tudo quando se pensa
na aplicação do Direito, deve-se afirmar que está a utilizar o Logos do razoável.
Devemos entender o Direito a partir da noção de Logos. E este corresponde a
razão no sentido universal como ampla possibilidade de realização da idéia do
bem. Assim o principio axiológico nasce enquanto norma, cuja validade lhe é
imanente pela ordem universal que lhe dá origem. Por exemplo, o juízo
negativo: não matarás. A afirmativa desta lei preconiza um juízo de valor
universal, a vida como um bem inalienável, ou seja, um direito fundamental. No
entanto, existem as excludentes de ilicitude. Tomemos a penas uma delas, o
estado de necessidade. Neste contexto, no qual a vida está em iminente perigo
o detentor de direitos e deveres não seguirá a norma a respeito de conservar
sua própria vida, agredindo a de outrem, contradizendo a norma que
estabelece o homicídio como crime. Isso, porém não torna o sistema ineficaz
ou a ação um erro, pois a contradição se estabelece, mas resolve-se pela
concretização do mundo prático, onde a exceção é devido a própria natureza
das possibilidades. Assim a razão amplia a capacidade de compreensão da
lide, pois o problema não é visto no contexto da lógica aristotélica, onde a
contradição não é aceita mas é tratado a partir de uma lógica mais ampla que
consegue absorver as características do mundo mesmo. Entrando na esfera do
direito enquanto realização efetiva.
10. A RAZÃO - UM MODELO VÁLIDO DE EXPLICAÇÃO NA
CIÊNCIA E NA FILOSOFIA?
Maria José da C. Souza Vidal
UFRN / Programa de Pós-Graduação em Filosofia
O objetivo desse trabalho é desenvolvermos uma análise filosófica na
perspectiva de penetrarmos no núcleo da chamada “crise da razão”. Assim
como verificarmos a origem dessa “crise” e como esta se apresenta na
contemporaneidade. Na tentativa de identificarmos quais as suas implicações,
no intuito de respondermos a questão proposta no título desse ensaio, se a
razão ainda pode se constituir enquanto um modelo válido de explicação.
11. A APLICAÇÃO DO PARADIGMA CIBERNÉTICO NAS
CIÊNCIAS SOCIAIS: UM DIÁLOGO COM O PENSAMENTO
COMPLEXO DE EDGAR MORIN
Maria de Lourdes de Medeiros
UFRN / Programa dede Pós-Graduação em Ciências Sociais –
PPGCS
A obra “O Método” de Edgar Morin pretende desenvolver um novo paradigma
científico a fim de solucionar problemas que ultrapassam os limites dos velhos
cânones cartesianos e religar as diversas dimensões do real, a partir da Teoria
Geral dos Sistemas de Ludwig von Bertalanffy e da revolução cibernética de
Norbert Wiener. A generalização dos conceitos físicos de “sistema” e “máquina”
abrange todo ser que dispõe das propriedades organizacionais de
competência, práxis, poíesis e transformação, e dá conta da propriedade
generativa da organização sistêmica e sua evolução na physis, deduzindo daí a
originalidade das máquinas sociais como prolongamentos do princípio de autopoiésis e de suas potencialidades. A cibernética wieneriana toma a “máquina”
como objeto de uma ciência geral, desencadeando a revolução paradigmática
que Morin anuncia mediante a analogia estrutural entre astros, seres vivos,
organizações humanas e máquinas artificiais, e define o circuito recursivo da
produção-de-si como fundamento lógico da generatividade da linguagem, da
cultura, da sociedade e do Estado. Para além dos ganhos heurísticos dessa
revolução, pode-se questionar, seguindo a discussão de Jürgen Habermas com
o sistemismo de Niklas Luhmann, até que ponto a subversão das barreiras
epistemológicas não renova velhos preconceitos naturalistas e o projeto
positivista de uma ciência totalizadora e única.
12. RELEVÂNCIA DE SOFTWARES NA CONSTRUÇÃO DE
PROVAS EM SISTEMAS FORMAIS
Patrick César Alves Terrematte
Stanley Kreiter Bezerra Medeiros
UFRN / Base de Pesquisa “Lógica, Conhecimento e Educação”
As provas lógico-formais são de grande relevância para os lógicos. Com elas,
podemos provar a validade sintática de argumentos que, às vezes,
informalmente, não nos parecem intuitivos. Ao estabelecer um sistema formal,
o lógico decidirá quais regras ou axiomas (ou ambos) lhes melhor caberá para
suas demonstrações. No presente trabalho, utilizaremos o sistema Fitch como
sistema lógico-formal base para demonstrações lógicas. Apresentaremos o
programa de computador Fitch, parte integrante do livro Language, Proof and
Logic, dos professores norte-americanos Jon Barwise e John Etchemendy, da
Universidade de Standford para ressaltarmos a relevância de softwares na
construção de provas em sistemas formais. Tal programa, com considerável
praticidade, permite a construção de provas formais e a demonstração de
teoremas em linguagem de primeira ordem. Deste modo, utilizamos de uma
maneira didática a lógica e a computação, mantendo uma visão prática do
sistema lógico-formal e suas provas em dedução natural.
13. A INDUÇÃO E SUAS CRÍTICAS
Stanley Kreiter Bezerra Medeiros
Orientadora: Profa. Dra. Ângela Maria Paiva Cruz
UFRN / Base de Pesquisa “Lógica, Conhecimento e Educação”
O processo de raciocínio pelo qual se infere uma proposição geral a partir de
uma ou mais proposições particulares é geralmente conhecido por indução;
com base em um conjunto finito não-vazio de proposições particulares, que
descrevem algum tipo de fenômeno, a razão humana pode, através do
raciocínio indutivo, inferir uma proposição geral como conclusão. Tal processo
do entendimento humano sempre foi bastante utilizado por todos nós. Em
contrapartida, as questões levantadas contra a utilização da indução como
base para o conhecimento são datadas já dos meados do século XVIII, com
Hume. Apesar de todas as críticas levantadas contra a indução, alguns a
defenderam ou tentaram defendê-la tenazmente. Estes, pela sua postura de
defensores da indução, ficaram conhecidos como indutivistas. O presente
trabalho propõe uma explanação acerca da indução e das críticas mais comuns
levantadas contra ela, tomando como base a discussão de Hume e seguindo
até as críticas de Popper.
14. LÓGICAS CLÁSSICAS E NÃO-CLÁSSICAS E SUAS
POSSÍVEIS RELAÇÕES COM A METAFÍSICA
Jorge dos Santos Lima
Programa de Pós-Graduação em Filosofia/UFRN
Lógica e metafísica são indissociáveis. A relação entre elas consiste no fato
que a metafísica trata as questões que a lógica faz referência. No modelo da
lógica clássica, utilizamos o modelo da lógica há pressupostos de natureza
metafísica. Reflete-se sobre o que a coisa é, mas para isso é preciso encontrar
um princípio que oriente todo raciocínio, sendo esta uma questão da lógica.
Dessa forma, concordando com teorias que afirmam a existência de mais de
uma concepção de lógica, afirmamos que as que se fundam no princípio da
não contradição, não são as únicas capazes de dar conta das relações mentemundo. Também não são as únicas que possuem questões de caráter
metafísico. Algumas, não-clássicas, derrogando o princípio da não contradição,
percebem que o homem não fica impedido de agir racionalmente, mas sim, seu
entendimento de mundo interior e exterior torna-se muito mais significativo
admitindo a contradição. Essa visão no campo das lógicas não clássicas,
através da lógica Paraconsistente e baseando-se nos argumentos de CRUZ
(2003), nos leva a considerar aspectos metafísicos. De acordo com essa
perspectiva, o sujeito possui estado(s) epistêmico(s) onde ocorre(m) conflitos,
gerados pelas possíveiscontradições entre crenças. Ousamos dividi-lo em três
conjuntos para demonstrar como lidamos com crenças contraditórias: conjunto
constituído de crenças aceitas; o constituído de crenças refutadas; e o de
crenças indeterminadas. Observamos, assim, que o princípio da não
contradição pode ser derrogado. Concluímos, afirmando que o metafísico nesta
abordagem, além da tentativa de compreender o ser do mundo a partir do
contraditório e do não contraditório, de tomar decisões baseadas nestas
compreensões, são as relações existentes entre as crenças de um estado
epistêmico qualquer e entre este e mundo.
GT-21: CAMINHOS DO CORPO
Coordenadores:
Edson César Ferreira Claro
E-mail: [email protected]
Teodora de Araújo Alves
E-mail: [email protected]
Departamento de Artes
Local: Sala 19 do DEART
Trata-se de um GT que pretende atender uma demanda crescente de
pesquisas, debates e relatos de experiências no campo da Corporeidade.
Incluindo temas transdisciplinares como arte, cultura e educação, a proposta
expressa a possibilidade de diálogo, do contato entre pessoas de diversas
áreas do conhecimento, da exploração criativa e da construção de posturas
que reconheçam as inter-relações e a característica interminável do
conhecimento (Abreu Jr., 2002). Desse modo, o GT propõe refletir sobre tais
questões, buscando reconhecer a importância do corpo, do ponto de vista da
existência e expressividade humana e portanto da corporeidade, tantas vezes
silenciada no processo de construção do conhecimento ocidental.
01. CORPOS EM-CENA: UM ESTUDO SOBRE DRAGS QUEENS
Anne Christine Damásio
[email protected]
Departamento de Ciências Sociais/PPGCS/UFRN
O projeto que pretendemos apresentar surge quando da observação
participante para dissertação do mestrado, intitulada: Ilhas de Lesbos: uma
cartografia do desejo orgíaco feminino em espaços de lazer. Dentro dos
espaços que analisamos nos deparamos com sujeitos que transgrediam
explicitamente e através do corpo a fronteira construída entre sexo/gênero. A
sociedade como um todo, eivada de representações sociais, irá considerar o
corpo sexuado e as práticas sexuais enquanto fundantes no processo de
identificação do humano. Ao observarmos o transgênero percebemos que ele
desfaz as polaridades e hierarquias, revelando o assujeitamento ao “verdadeiro
sexo”, causando claramente um desassossego. A escolha do objeto nos
remete, dentre outras coisas, ao questionamento das supostas evidências
identitárias, sociais e biológicas. Pois percebemos que é a identidade e nesse
caso em particular, a identidade de gênero que institui sua própria imagem.
02. A PERFORMANCE DO CABOCLO DE LANÇA: UM ESTUDO
SOBRE A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A PREPARAÇÃO
CORPORAL DO ATOR
Maria Cristina da Silva Pereira
DEART/UFRN
Essa pesquisa é uma investigação sobre a performance corporal do caboclo de
lança do maracatu – rural pernambucano. Através do estudo da gestualidade
desse personagem buscamos elementos que pudessem contribuir para a
formação do ator, mas especificamente na sua preparação corporal. Para efeito
da pesquisa, nosso principal instrumental metodológico foi o sistema de analise
do domínio do movimento de Rudolf Laban. O material disponível para as
nossas observações foram imagens do objeto de estudo disponibilizados em
fitas de vídeo e CD Rom.
03. POESIA E SUBJETIVIDADE: REPRESENTAÇÕES POÉTICAS DO
CORPO NA ESCOLA
Cynthia Larissa M. Cortez
Departamento de Pedagogia/UFRN
Teodora Alves/Orientadora/DEART/UFRN
O trabalho aqui inscrito teve início com observações da prática de
ensino/estágio com alunos do primeiro ciclo de uma escola pública de
Natal/RN. Na referida prática buscamos conhecer em primeiro lugar o aluno e o
mesmo conhecer o professor numa relação dialógica em que um não se efetiva
sem o outro. A partir de tal experiência, de caráter prático-investigativo,
objetivamos promover/reconhecer a unidade corpo e mente, através do contato
com a poesia e seu ritmo. Para tanto, optamos pela ampliação do conceito de
poesia como pressuposto para que esse objetivo acontecesse, bem como
considerando a corporeidade como expressão e da formação da subjetividade
plural e concreta. Nessa ampliação do conceito de poesia encontramos através
do diálogo com Morin e outros autores, a necessidade de trazermos para sala
de aula uma “hiperpoesia”, a partir da qual outras interrogações vão perfazendo
o caminho. Nesse sentido, fizemos tentativas em encontrá-la na poesia em
movimento. Seguindo esse caminho, a corporeidade e sua expressão poética
foi apresentada na prática, como representação de poemas e estórias
trabalhadas
com
as
crianças.
De
um
modo
geral,
vivenciamos/interpretamos/descrevemos sinais das subjetividades, que
demonstraram também o que caracteriza a metodologia da pesquisa-ação
como descritiva. Apresentando a poesia como linguagem diversa e de múltiplos
canais de expressão, realizamos uma revisão bibliográfica, onde abordamos a
questão da poesia como necessidade do jogo social, do mesmo modo que o
movimento. Nesse contexto, tivemos a necessidade de trazer a dança, também
como jogo social em movimento e como um dos possíveis elos para alcançar a
nossa busca pela essência do ser humano, bem como em trabalhar os
potenciais humanos de forma lúdica. Trilhando esse caminho descobrimos
também a necessidade de o professor rever suas próprias atitudes dualistas,
as quais muitas vezes impede um olhar mais efetivo sobre a corporeidade de
seus alunos no processo ensino-aprendizagem. O conteúdo vivencial, se
apresenta então como de essencial relevância, para que possamos, "dançar
com o poema jogado em sala de aula".
04. O EXPERIMENTO COMO CAMINHO PARA O FAZER DA
DANÇA
Emmanuela Regina de Azevedo Costa
DEART/UFRN
Prof Es. Leonardo Rocha da Gama – DEART/UFRN
O Grupo de Dança Experimental (GRUDE) se reuniu pela primeira vez em
1999, com intuito quase espontâneo de fazer dança. Esta fase de ação
espontânea foi amadurecendo ao longo desse tempo e deu origem a segunda
e atual fase denominada referencialização, nessa etapa o GRUDE passou a
buscar o conhecimento no seu sentido lato. Em ambas as fases o experimentar
foi o foco das ações, seja no fazer da dança enquanto uma experiência, no
sentido estrito, seja na organização do conhecimento que cerca esse fazer e o
descobrir de outras linguagens como poesia e teatro. É objetivo desse trabalho
apontar os caminhos que constituem o experimentar do GRUDE. Entendemos
o experimentar não como uma doutrina, mas, como uma possibilidade para o
exercício criativo, uma ação de conhecer, produzir e expandir a linguagem da
dança de uma forma coletiva. A importância dessa intervenção se constitui
principalmente pelo perfil dos integrantes do grupo: quatro professores de
Educação Física e uma arte-educadora da rede municipal de educação, três
alunos de Artes Cênicas, um de Música e um de Educação Física, todos da
UFRN; juntos buscando além do fazer artístico, ampliar seus conhecimentos e
melhorar a qualidade do fazer educativo no contexto escolar e não escolar
através do experimento referencializado. O experimento parte da aplicação do
conhecimento produzido por Laban, Viola Spolin, Tchkov e Stanislavsk. Esse
estudo é realizado através de uma pesquisa-ação em processo.
05. A DANÇATERAPIA: UM CAMINHO PARA A
CORPOREIDADE
Gabriela Olivar de Oliveira Santos
graduanda do curso de Comunicação Social – Jornalismo, na
UFRN, e Tecnologia em Lazer e Qualidade de Vida, no CEFET-RN].
O tema corporeidade sucita discussões bastante pertinentes no que diz
respeito ao homem enquanto sujeito (construtor) e objeto (construído) do
mundo em que vive. O assunto deve ser explorado e analisado de forma
interdisciplinar, já que o entendimento do corpo como matéria e espírito,
existência e essência, numa constante dicotomia, só é alcançado com muitas e
diversas reflexões biológicas, culturais e sociais. A presente pesquisa
acadêmica é bibliográfica e trata especificamente da questão da dançaterapia,
uma técnica de autoconhecimento corporal através da dança, como um dos
caminhos para se obter a corporeidade em sua essência. O estudo baseia-se,
quase totalmente, no trabalho de Maria Fux, profissional da dança e uma das
precursoras da técnica. E teve como objetivos específicos caracterizar a
dançaterapia; conceituar a corporeidade; analisar a influência da dança na
recuperação da auto-estima e na melhora da auto-imagem e autopercepção e
analisar a influência da dançaterapia no processo educacional. O estudo
despertou grande interesse pelas várias possibilidades que o corpo oferece
enquanto discussão fenomenológica, que abrange a filosofia, a antropologia e
outras ciências. A relevância pessoal consiste no interesse em aprimorar um
repertório sobre práticas de qualidade de vida através da dança. Socialmente,
pode vir a ser uma vertente para futuras pesquisas que desejem se aprimorar
mais na temática da dançaterapia enquanto caminho para a corporeidade, já
que o seguinte trabalho não constitui uma análise tão profunda do tema.
Concluiu-se que a dançaterapia é um caminho para o entendimento do corpo
na medida em que, com os próprios movimentos, o indivíduo percebe-se e
percebe também seu ritmo, sua essência, seu interior e sua subjetividade. A
corporeidade vem de encontro à dualidade sensível/inteligível imposta,
principalmente na sociedade ocidental, e reafirma o homem como tendo um
corpo que pensa, sente, reage, dança, movimenta-se, vivencia o lúdico e, vale
ressaltar, cria símbolos e significados, deixando marcas para a construção da
posteridade, e isso não de forma segmentada, mas constantemente interrelacionada.
06. CORPORALIDADE: REPRESENTAÇÕES E SEXUALIDADE
DO CORPO FEMININO
Maria das Dores Honório
[email protected]
Mestranda do Programa
Sociais/UFRN
de
Pós-graduação
em
Ciências
Esta comunicação apresenta pesquisa em andamento que tem como objetivo
investigar a construção de representações de corpo e sua relação com a
sexualidade, em adolescentes de 14 a 17 anos, do sexo feminino, de camadas
populares. Partindo da concepção de corpo como uma construção cultural e
social específica de cada cultura, sociedade e/ou classe social, pretendemos
investigar essa construção, localizando significados/representações do corpo e
sua relação com a sexualidade enquanto linguagem na construção de gênero.
07. UM OLHAR PARA AS RAINHAS DRAGÕES
Pedro Vieira da Costa Filho.
Departamento de Antropologia da UFRN.
O ovo da Rainha Dragão é meu trabalho acadêmico na graduação em
antropologia (urbana e visual). Nele descrevo os seres andróginos de hábitos
noturnos. O interesse dessa pesquisa é dar visibilidade, principalmente, às
drag queens. Andando pelas boates e eventos gay deste 2000, capto imagens
através de fotografias, em Natal. Focalizo na observação e descrição dos
signos e comportamentos que os caracterizam enquanto tribos urbanas. Esse
movimento crescente existente hoje em dia, se dá pelas aberturas em vários
meios sociais, artísticos e políticos mundiais. Na pesquisa exponho a
visualidade drag, com suas características específicas. Defendo o ser drag
queen enquanto uma produção de arte, com peculiaridades nas modalidades
do teatro, da dança e das artes visuais, conectado com o mundo da moda e da
criação artística. O que mais me chama a atenção são as drags com a
tendência top model de ser: cabelos, roupas e maquiagens inspiradas nas
modelos e coleções das famosas passarelas. Ao mesmo tempo em que,
também, lançam formas de ser e de se produzir pois ousar e criar é o tema das
drags.
08. COMUNICAÇÃO SEM LIMITES: A CORPOREIDADE DO
ATOR COMO EIXO DO PROCESSO CRIATIVO NA MONTAGEM
DO EXPERIMENTO TEATRAL “COMO ANJOS”
Sandro Souza Silva
Departamento de Comunicação Social /UFRN
Teodora Alves/Orientadora/DEART/UFRN
As transformações culturais que emergiram solidamente no século XX, dentre
outros fatores, limitam a compreensão do fenômeno da comunicação humana
aos meios tecnológicos de transmissão de informação de massa. "Estes meios
são tão poderosos e importantes em nossa vida atual que às vezes
esquecemos que representam uma mínima parte de nossa comunicação total"
(BORDENAVE,1982, p.18). Mas o que seria essa comunicação total? Como
pensar o homem através da comunicação? Podemos nos remeter a um
enorme número de signos, que originam diversas formas de linguagens e que
expõem um universo comunicacional irrestrito que não deve ser confundido
nem limitado pela lógica capitalista do lucro e do consumo. Na
contemporaneidade, existe um culto ao corpo que exalta, em primeiro lugar, a
estética e o padrão de beleza mistificado pela sociedade. Este trabalho
apresenta a possibilidade de um encontro com uma visão diferenciada a
respeito do corpo e da comunicação humana através do teatro. Encontrei nas
raízes do trabalho do ator uma descoberta da corporeidade humana que vem
das heranças culturais e se estrutura como técnica teatral, explorando a
comunicação de diversas maneiras e possibilitando repensá-la e vivenciá-la de
forma ampla e direta. A pesquisa traz uma discussão que parte da realização
de um experimento teatral cujo foco principal foi o trabalho de ator, baseado em
estudos a cerca da Antropologia Teatral de Eugênio Barba e de autores
contemporâneos como Artaud, Grotowisk, Burnier e Ferracine, que propõem
uma criação cênica a partir da corporeidade humana, buscando uma energia e
presença capaz de transmitir verdade e “vida” em estado de representação.
09. MEXE-MEXE: DAS BRINCADEIRAS DE CRIANÇA ÀS
PRÁTICAS TEATRAIS
Weid Sousa da Silva
Departamento de Artes/CCHLA/UFRN
Este projeto, ainda que inicial, trabalha com as crianças do Curso de Iniciação
Artística – CIART/EMUFRN, de faixa etária entre 06 e 10 anos, a partir de
brincadeiras pertencentes as suas cultura e realidade, para a partir deste
contato com elementos próprios e/ou conhecidos delas, perceberem o teatro e
suas linguagens. É necessário que a criança se perceba e não entre em
“amarras e couraças” que venham sofrer pela sociedade, diante desta situação,
a escola torna-se um dos lugares mais propício para esta percepção, por ter
contatos, principalmente, com crianças outras crianças, e é neste espaço lúdico
que ela pede para ser livre, poder se expressar e pensar como criança,
percebendo seu corpo e suas sensações. Acredito que as brincadeiras são
formas lúdicas de socialização e quebra de rotina já estabelecida na vida
destas crianças, além de liberta-la corporalmente, sendo assim mais fácil aderir
ao processo teatral, aguçando sua sensibilidade para a vida.
10. O ESPETÁCULO DOS ``METALEIROS´´ EM FORTALEZA:
CENÁRIOS E ENCENAÇÕES CORPORAIS
Abda de Souza Medeiros
Universidade Federal do Ceará
A apresentação trata da relação entre o rock pesado e o estilo corporal (gestos,
adereços e vestimentas) a partir da pesquisa realizada com duas bandas de
Fortaleza que estão agregadas à Associação Cultural Cearense do Rock
(ACR). A pesquisa foi iniciada em maio de 2001 e se concluída em novembro
de 2004. O trabalho de campo consistiu em idas a shows das bandas,
observação e registro das apresentações, participações nas reuniões da ACR,
conversas informais e entrevistas com os integrantes das bandas. Os
resultados da pesquisa mostraram que o corpo é por eles utilizado como
extensão da música à qual se dedicam e que conformam um estilo de vida
próprio.
GT-22: EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Coordenador:
José Willington Germano
E-mail: [email protected]
Departamento de Ciências Sociais
Local: Setor de Aulas II – G5
A educação se constitui um dos temas mais importantes na agenda pública e
no debate acadêmico neste início de século. Vários são os ângulos da
discussão envolvendo questões atinentes a cidadania, ao mundo do trabalho, a
chamada sociedade do conhecimento, a exclusão social, ao imaginário e a
memória sócio-cultural das sociedades. Pretende-se, pois, discutir no GT a
educação sob múltiplos aspectos. compreendendo as políticas públicas,
universidade, práticas educacionais, imaginário social, história e memória. Será
dado especial relevo as práticas alternativas de ação coletiva no campo
educacional, como as redes sociais, que se inserem na perspectiva de
construir uma outra globalização, contra-hegemônica, orientada ao
fortalecimento do espaço público, a cidadania planetária e a cultura política
democrática.
Primeiro dia
01: A ORDEM E O DESEJO: AS RAZÕES DOS CASOS DE
“FRACASSO” DO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
Geraldo Magela Daniel Junior
UFRN
Mestrando em Ciências Sociais/PPGCS
Departamento de Ciências Sociais
As ciências humanas designam de processo de socialização o amplo leque de
experiências educacionais pelas quais passam todos os seres humanos que
vivem em sociedade, a fim de internalizarem os padrões sociais necessários
para que se tornem adultos adaptados e funcionais a seus respectivos
universos culturais. O processo de socialização é levado a cabo por uma vasta
gama de instituições e mecanismos educacionais através dos quais a ordem
simbólica (conjunto de representações sociais) é internalizada em cada
indivíduo particular. O êxito do processo de socialização é determinado pelo
grau de simetria alcançado entre o mundo objetivo da sociedade e o mundo
subjetivo do indivíduo. A socialização de êxito é aquela que consegue
estabelecer grande semelhança entre a subjetividade e a sociedade ou,
quando menos, a interiorização, pelo indivíduo, das representações sociais
básicas à manutenção da ordem social. Inversamente, o “fracasso” do
processo de socialização é atestado por um grau elevado de assimetria entre o
indivíduo e a sociedade, principalmente aquela assimetria oriunda da rejeição
das representações sociais básicas. Embora pouco expressivos em termos
quantitativos, casos de “fracassos” do processo de socialização ocorrem,
resultando na constituição de subjetividades culturalmente rebeldes e/ou
transgressoras. Embora a teoria social admita a possibilidade desses
“fracassos” da socialização, ainda não teorizou sobre suas “causas” ou
“determinantes”. O objetivo deste trabalho é encontrar possíveis explicações
para os casos de “fracasso” da socialização. Para tal, conjugará procedimentos
teóricos (análise e síntese das perspectivas teóricas que interpretam a
subjetividade como socialmente determinada) e procedimentos empíricos
(entrevistas em profundidades com indivíduos classificados como rebeldes ou
transgressores - militantes socialistas e anarquistas, artistas e intelectuais
contestadores, prisioneiros civis, homossexuais travestis etc.).
02: A INTIMIDADE VISITADA: O SENTIDO DE PRAZER NA VIDA
E OBRA DE MARX, WEBER, FREUD, JUNG, BACHELARD E
FOUCAULT – ASPECTOS GERAIS DE UM ESTUDO
Paulo Henrique Façanha de Miranda
Maria da Conceição de Almeida (Orientadora)
O estudo proposto levanta, de maneira preliminar e geral, qual o sentido de
prazer na vida e obra de Marx, Weber, Freud, Jung, Bachelard e Foucault. O
prazer é um acontecimento ao mesmo tempo natural e cultural. Proponho-me a
observar, como este acontecimento pode apresentar-se na obra dos diversos
autores: Como abordam e como desenvolvem seus pensamentos-sentimentos
a respeito do prazer - seja na dimensão dos seus estudos e/ou na dimensão de
suas diversas relações sociais/pessoais -? É inegável a contribuição, para o
pensamento ocidental, desses intelectuais que fizeram da ciência e da filosofia
sua condição de vida. Entretanto, não é desconhecido do mundo acadêmico o
pessimismo teórico (só teórico?) de Weber, Freud e Foucault e suas agudas
analises a respeito da vida moderna. Por outro lado, é também conhecida a
perspectiva aberta e otimista da vida social e da vida em geral por parte dos
estudos de Marx, Jung e Bachelard. Seja por um aspecto ou por outro há um
sentido de prazer na produção e visão de mundo dos referidos autores. Minha
intenção é estudar o sentido de prazer enquanto um assunto de interesse
intelectual para os referidos autores, mas também como eles lideram com tal
sensação, sentimento e sentido em suas vidas. O que escreveram era aquilo
que viviam e sentiam e experimentavam ou ao escreverem buscavam realizar
teoricamente o que na sua vida cotidiana-social-familiar não conseguiam
resolver? É um estudo que pretende cruzar a vida pessoal e intelectual de
pensadores notórios mediados pelo sentido de prazer.
03: A ESCOLA E O FETICHISMO DA NOTA
Sérgio Luiz Lopes
UFRN
Orientador: Prof. Dr. Alípio Souza Filho
A pesquisa se propõe fazer uma arqueologia da nota como prática escolar, a
partir de sua origem na Idade Média até a contemporaneidade, apresentando
as várias mudanças que a mesma sofreu ao longo desse período. Os objetivos
de nossa pesquisa são: investigar, dentro de um contexto escolar definido, as
representações em torno da nota; analisar os fatores que contribuem para a
construção de uma cultura escolar cuja preocupação primeira é a nota; revelar
esse fenômeno em uma escola pública de ensino médio na cidade de Natal;
situar, histórica e criticamente, o homem como sujeito portador de uma
linguagem discursiva, sua relação quanto às representações sociais, ideologia
e o fetichismo da nota. Os tópicos são possíveis envolvimentos e ramificações
dos escritos de Alípio Filho, Monroe, Mayer, Cambi, Durkheim, Germano,
Becker, Manarcorda e principalmente Bourdieu, Ariès e Foucault. A pesquisa
privilegiará o estudo de caso, por considerá-lo o mais adequado para
apreender o fenômeno supra-mencionado – o fetichismo da nota. Entendemos
que através desse procedimento se torna possível retratar a realidade escolar,
desvelando ações e práticas pedagógicas que continuam centradas na figura
do professor. A pesquisa comporta um estudo bibliográfico para a construção
do referencial teórico, relativos à temática. O corpus empírico da pesquisa está
constituída do levantamento de dados realizado em escola pública, a partir de
entrevistas abertas com os professores. As entrevistas estão sendo analisadas
mediante categorias abstraídas da leitura do material coletado e análise das
representações circulantes no discurso dos entrevistados. Esta pesquisa,
eminentemente exploratória, busca a crítica epistemológica da prática escolar,
epistemologia praticamente inconsciente, subjacente ao trabalho docente.
Objetivamos elaborar uma reflexão acerca de como o HABITUS DA NOTA
criou uma dimensão ideológica, envolvendo a todos, de forma que os sistemas
de ensino sedimentaram e transformaram a obtenção de notas em privilégios
naturais e não de construção.
04: ENTRE O PÚLPITO E A CÁTEDRA: PADRE ANTONIO
VIEIRA E A EDUCAÇÃO COLONIAL
Rodson Ricardo Souza do Nascimento
Doutorando em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte
Orientador: Prof. Dr. José Willington Germano, UFRN
O trabalho pretende analisar a importância da obra do Padre Antonio Vieira
(1608-1697) na formação intelectual e moral das elites do século XVII. A partir
de pesquisa na literatura pertinente e da hermenêutica de seus textos. Buscase compreender a relação entre a estrutura retórica de seus sermões e o
contexto social da época, particularmente aqueles produzidos entre 1640 e
1662. Tomando-se como base as noções de “intelectual” e “situação de vida”
(Sitz im Lebem) procura-se explicar a ação educativa do autor. Verifica-se a
existência de uma tensão na sua obra, tanto no âmbito político - religioso,
quanto educacional, no que concerne a visão de homem, tradição e
modernidade.
05: A TESSITURA DO CONCEITO DE
GLOBALIZAÇÃO/GLOBALIZAÇÕES EM BOAVENTURA DE
SOUSA SANTOS
Orientando: Alcides Leão Santos Júnior
Orientanda: Lenina Lopes Soares Silva
Orientador: Prof. Dr. José Willington Germano
Trata-se de uma atividade de natureza teórica desenvolvida no Grupo de
Estudos Boa- Ventura, da Base de Pesquisa: “Cultura, Política e Educação,” do
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, coordenado pelos professores: Dr. José Willington
Germano e Dra. Vânia de Vasconcelos Gico. Nesta atividade, discute-se o
conceito de globalização/globalizações que vem sendo construído por
Boaventura de Sousa Santos. Objetiva-se analisar o referido conceito para
compreender seu lugar, importância e desenvolvimento na composição de suas
idéias, enquanto componente epistemológico articulador, tendo em vista que o
conceito em estudo encontra-se entre aqueles que conferem unidade e
coerência lógica a sua obra, permitindo que aflorem, tanto argumentações
explicativas, contextuais e significativas para diferentes fenômenos e questões
sociais tais como: a educação, a crise nas Universidades, os movimentos
sociais e o desemprego, quanto caminhos metodológicos para as mais
diversificadas áreas do conhecimento, dentre eles: a cartografia como técnica
de sistematização e análise de dados e conteúdos de pesquisas.
06: ENTRE UM PEDAÇO DE TAPIOCA E UM GOLE DE CAFÉ:
EDUCAÇÃO DO CAMPO, RELAÇÕES DE GÊNERO E DE
TRABALHO NAS CASAS DE FARINHA DO ALTO-OESTE
POTIGUAR
Maria Elis Natália Alves Silva
Aluna do Curso de Pedagogia do Campus Avançado de Pau dos
Ferros/UERN
Maria Euzimar Berenice Rego SILVA
Professora do Departamento de Educação/Campus Avançado de
Pau dos Ferros/UERN
(INTRODUÇÃO) Partindo do estudo das categorias: relações de gênero
(FARIA, NOBRE, 1997; HIRATA, 2000; LOPES, 1994; SCOTT, 1996),
educação do campo (ARROY, CALDART, MOLINA, 2004; LACKI, 2004; LEITE,
1999), cultura (SANTOS, 1995; CUCHE, 2002) e relações de trabalho (MARX,
1996), refletimos sobre os diferentes papéis desempenhados por homens e
mulheres nas casas de farinha de cidades serranas do Alto-Oeste Potiguar,
articulando-os com a análise dos fatores de exclusão de escolaridade no
campo. (METODOLOGIA) Para isso, realizamos pesquisa bibliográfica,
documental, observação in loco e entrevistas com proprietários(as),
produtores(as) de mandioca e trabalhadores(as) de 06 casas de farinha dos
municípios: Dr. Severiano, Luís Gomes, Portalegre e São Miguel.
(RESULTADOS)
Através
das
farinhadas
visitadas,
constatamos,
preliminarmente, a existência de intensas jornadas de trabalho, baixa
remuneração e baixo nível de escolarização, tanto para homens como para
mulheres. Embora que, no município de Dr. Severiano as mulheres sejam mais
escolarizadas do que os homens. Observou-se também que as atividades
produtivas são distribuídas segundo o sexo, refletindo-se na existência de
“salários” diferenciados. (CONCLUSÃO) A existência de baixo nível de
escolaridade na população do campo, especialmente as mulheres nordestinas,
tem sido atribuído na literatura feminista e sobre educação do campo, dentre
outros fatores, ao currículo escolar inadequado às especificidades da vida no
campo; à formação inadequada dos(as) professores(as); a dificuldade das
mulheres conciliarem o trabalho domiciliar, atividades desenvolvidas no
mercado de trabalho e o estudo; e a falta de infra-estrutura das escolas rurais.
07: O TRABALHO NA EDUCAÇÃO E UMA EDUCAÇÃO PARA O
TRABALHO
Osicleide de Lima Bezerra – Mestranda em Ciências Sociais
(PPGCS - UFRN)
Orientador: José Willington Germano – Departamento de Ciências
Sociais (DCS - UFRN)
Nossa proposta busca pensar as representações elaboradas pelos sujeitostrabalhadores em torno do trabalho - dimensão central de organização das
sociedades capitalistas. O trabalho aparece envolto de um conjunto de valores
e representações, que perpassam o campo educacional, via formação escolar,
enquanto uma atividade-ação que “dignifica e moraliza o Homem”. Para pensar
isso se propõe algumas reflexões sobre as relações entre o sistema
educacional e o sistema ocupacional. Em determinados momentos da história
brasileira (em 1942; em 1961 e posteriormente em 1971, já em meio à ditadura
militar; e num momento mais recente, com a Lei de Diretrizes e Bases – LDB,
de 1996) podemos delinear algumas problemáticas que se expressam no
caráter das reformas no sistema educacional brasileiro, considerando
interesses gerais assentados no plano do trabalho. Tentamos chamar atenção
para o modo como têm sido instituídas tais transformações no sistema
educacional numa correlação implícita com demandas do sistema ocupacional.
Nessas correlações indiretas e difusas observa-se a formação educacional
para o trabalho destinada à determinada camada da sociedade através da
bifurcação histórica presente nos nossos sistemas de ensino.
08: QUALIFICAR PARA O TRABALHO PRECÁRIO: O PLANFOR
E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA A INFORMALIDADE
Francisco José Lima Sales
Doutorando PPGEd-UFRN
Desenvolve-se uma reflexão sobre a natureza do Plano de Qualificação
Profissional (PLANFOR) implementado pelo governo Fernando Cardoso, no
período 1995-2002. Procura-se estudar a intervenção do Estado, materializada
por meio do PLANFOR, que se apresentou como o principal indutor da
promoção de cursos de qualificação profissional de nível básico aos
desempregados, e envolveu um número significativo de organizações e
instituições como Organizações Não Governamentais, empresas, sistema “S”,
sindicatos e centrais sindicais, na promoção da formação dos trabalhadores.
Reflete-se também sobre o processo de articulação entre qualificação
profissional e emprego, em um mercado de trabalho cada vez mais
flexibilizado/precarizado em função das transformações técnico-organizacionais
ocorridas na produção capitalista, que resultaram no agravamento das relações
de trabalho informais. Analisam-se as ações voltadas para a qualificação
profissional, tentando descortinar o caráter de seu uso como estratégia de
combate ao desemprego, erigindo conceitos, como o de empregabilidade, que
redirecionaram a educação dos trabalhadores aos interesses diretos do grande
capital, sob a justificativa das atuais exigências da produção flexível. Objetivase demonstrar que o PLANFOR, por meio de cursos de curta duração, visava à
inserção dos trabalhadores na informalidade. Para alcançar tal objetivo, o
exame das complexas relações que envolvem o objeto de estudo será
realizado por meio da captação das mediações necessárias que possam
desvelar a sua constituição, revelando por sucessivas aproximações as
conexões internas, tão necessárias à configuração das múltiplas
determinações dessa totalidade histórica que é o objeto aqui demarcado. Por
fim, uma das características desta pesquisa é o seu caráter documental. No
que se refere a tal caráter, se valerá da técnica de documentação indireta,
quando se recorrerá tanto aos instrumentos da pesquisa bibliográfica (dados
secundários), como aos da pesquisa documental (dados primários), que
possibilitem subsídios teóricos e elementos do real para a análise e apreensão
do objeto estudado.
09: EDUCAÇÃO E TRABALHO SINDICAL NO CAMPO:
OLHANDO A EXPERIÊNCIA DE MULHERES DA FETAGRI.
Neila Reis
A educação integral, envolvendo o desenvolvimento intelectual, emocional e
afetivo é uma referência atualíssima à humanização do gênero humano,
ocorrendo em diferentes espaços e continuamente no processo histórico-social.
Neste sentido, refletir sobre educação e sociedade, considerando que a
dimensão pedagógica vai além da escola, é significativo para trazer para a
academia o pensamento, as ações e propostas de mulheres da Amazônia
paraense, vinculadas à Federação de Agricultura do Estado do Pará, visando
socializar suas experiências, nas associações, nos sindicatos de trabalhadores
rurais, nas organizações de mulheres e nas unidades produtivas familiares, em
torno de crédito agrícola, previdência social, saúde da família, agrocoecologia,
reforma agrária, violência no campo, a partir de seus depoimentos no
Seminário Estadual de Mulheres da FETAGRI, em julho de 2003. A importância
da atuação das mulheres do campo, para o redimensionamento das políticas
públicas é especial, uma vez que acontecem embasadas nas demandas
sociais do coletivo de muitas Vilas Rurais, para os sujeitos históricos do campo.
Além disso, ocorrem em movimento para transformar as relações sociais e as
políticas compensatórias, feitas, na maioria das vezes, de maneira
centralizadora e não atendendo as necessidades básicas dos trabalhadores do
campo de cada região. Nesse cenário, no tempo histórico analisado das
últimas décadas, as mulheres camponesas têm tido uma participação
qualificada, não só para buscar um crédito para si, como também, buscar o
direito social de participação na legislação, nos programas e nos projetos de
desenvolvimento do campo (como exemplo, PROAMBIENTE, PROTEGER,
PRONAF), entre esses, discutem e solicitam uma outra educação para seus
filhos. Assim, os temas discutidos nas oficinas temáticas deste evento, pelas
mulheres da FETAGRI têm um caráter pedagógico e, muito mais, têm
relevância sócio-educativa para o debate acadêmico.
10: TÍTULO: A DESIGUALDADE SOCIAL COMO ELEMENTO
DIFERENCIADOR NA FORMAÇÃO DE MONITORES
PROFESSORES DO MST.
Maria José Nascimento Soares
Professora do Departamento de Educação da Universidade Federal
de Sergipe
Orientadora: Profª Drª BETÂNIA LEITE RAMALHO
UFRN-PPGED
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organiza
trabalhadores para conquistar direitos sociais, mediante a promoção de cursos
de formação e escolarização, com a intenção de formar o novo homem que se
consolidará no coletivo. Na perspectiva de explicitar a práxis dos monitores
professores envolvidos no MST, especialmente no Estado de Sergipe, surgiram
questionamentos a respeito da diferenciação e peculiaridade dessa ação
docente. Este estudo trata de aspectos relevantes do caminhar de um processo
educativo diferenciado, que se desencadeia num grupo bastante singular, qual
seja: áreas de assentamentos. Temos a pretensão de realçar os fatores
significativos que fundamentam a ação docente, os quais surgem a partir do
entendimento por parte dos monitores professores da discrepância social e
econômica, visto que eles tomam como bandeira de luta a superação da
gritante desigualdade social entre os homens, presente no contexto atual. O
objetivo deste estudo é de desvelar as estratégias metodológicas que os
monitores professores adotam para operacionalizar os princípios educativos
propostos pelo MST, numa perspectiva de entender seus pressupostos e
motivações para re-significar e re-dimensionar propósitos definidos
anteriormente no planejamento, com a postura de um “idealizador,
transformador sócio político da sociedade” (Gauthier, 1996). A estratégia
metodológica para a estruturação dessa pesquisa é a associação de momentos
no campo empírico (análise dos diários de campo; realização de entrevistas;
análise de relatórios técnicos e pedagógicos) para uma reflexão teórica numa
direção empírico-teórica simultaneamente, viabilizando assim, a possibilidade
de sistematizá-la sem perder de vista, no âmbito da investigação, as
contribuições e as contradições presentes no projeto de educação do MST.
11: AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DE QUALIFICAÇÃO
PROFISSIONAL NO ÂMBITO DO PLANO TERRITORIAL DE
QUALIFICAÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE PLANTEQ- RN / 2003
Autores:
Profa. Dra. Denise Câmara de Carvalho ( Mestrado em Serviço
Social/UFRN),
Profa. Dra. Dinah dos Santos Tinoco (PPGA/DEPAD/UFRN),
Profa. Ms. Antônia Agripina Alves de Medeiros (Associada do Depto
de Serviço Social /UFRN)
Profa. Ms. Vanusa Alves Resende (Depto de Economia da UERN)
A qualificação profissional no Estado do Rio Grande do Norte como nos demais
estados brasileiros passou por mudanças com a implantação do Plano
Nacional de Qualificação – PNQ, criado em substituição ao PLANFOR (Plano
Nacional de Formação Profissional). O PLANFOR, ao longo de sua atuação se
concretizava nos diversos estados por intermédio dos Planos Estaduais de
Qualificação-PEQs. No Rio Grande do Norte o PEQ teve inicio em 1996
vinculado à Secretaria de Estado do Trabalho e Ação Social - SETAS, em 1999
passou a vincular-se a Secretaria do Trabalho da Justiça e da Cidadania. Após
evidenciar dificuldades quanto a aplicação desse recurso em alguns PEQs, o
Governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva extinguiu o PLANFOR e
conseqüentemente o PEQ e criou, em 10 de julho de 2003 um novo plano de
qualificação – PNQ, o qual busca promover tanto a integração entre as políticas
publicas quanto a articulação das medidas de qualificação profissional no país
em prol da universalização do direito dos trabalhadores à qualificação. Partindo
dessas mudanças imposta às políticas de qualificação, este trabalho tem como
objetivo avaliar as Ações de Qualificação do PlanTeQ/RN 2003 face as
diretrizes do Plano Nacional de Qualificação – PNQ. Em termos metodológicos
utilizou-se de pesquisa documental e de pesquisa de campo mediante
entrevistas com os envolvidos diretamente no processo (tais como: executoras,
educadores e educandos). Dos principais resultados observou-se que as novas
diretrizes do PNQ foram incorporadas aos Planos de Ações das entidades
executoras, apresentando avanços em termos de concepção, mas que
apresenta dificuldades quanto aos recursos financeiros disponíveis e ao
processo de mudanças de orientação. Como também, dificuldades quanto as
estruturas e procedimentos institucionais como as referentes ao funcionamento
dos Conselhos, que dificultam e atrasam o alcance dos seus objetivos e
resultados.
12: PAZ NAS ESCOLAS: UMA PERSPECTIVA FRENTE À
VIOLÊNCIA NO MEIO ESCOLAR
Autora: Jane Cristina Guedes da Costa – Departamento de Serviço
Social
Orientador: Prof. Dr. João Dantas Pereira
Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte - UFRN
A experiência escolar marca profundamente a vida dos sujeitos. Nesse espaço
desenvolvem-se capacidades como: ouvir, interagir, participar, colaborar, entre
outros. Destarte, a escola é afetada pelo contexto histórico, social, moral e
cultural da violência. “Violência nas escolas” tornou-se um marco dentro da
atuação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura) no Brasil, na medida em que chamou a atenção de
pesquisadores, acadêmicos e formuladores de políticas públicas para uma
problemática que, quando presente nas escolas, prejudica seu funcionamento,
impedindo que ela cumpra sua função institucional, ensinar crianças e jovens.
“Paz nas escolas: Uma perspectiva frente à violência no meio escolar” é um
projeto que vem sendo desenvolvido no Mestrado em Serviço Social. O
objetivo deste trabalho é entender o fenômeno da violência e mais
especificamente no ambiente escolar, além de analisar seus desdobramentos e
o papel do assistente social neste contexto. Inicialmente, realizaram-se
pesquisas bibliográficas. Para a consecução dos objetivos propostos serão
realizadas: aplicação de questionários e observação participante. É uma
articulação das abordagens extensiva e compreensiva dada a natureza do
fenômeno. O trabalho de pesquisa encontra-se em fase de elaboração de
questionários e aplicação do pré-teste, visando a construção definitiva do
instrumento de coleta de dados: Paralelamente, estão sendo feitas leituras
sistemáticas do rol de literatura especializada, neste caso em particular, das
publicações da UNESCO. Os dados disponíveis sobre a incidência da violência
nas escolas exigem, sobretudo políticas públicas de prevenção e
implementação de parcerias com Organizações Governamentais e Não
Governamentais que desenvolvem estudos sobre esta temática. Os resultados,
ainda que insípidos, apontam uma luz no fim do túnel no que se refere a
implementação de uma cultura de paz nas escolas em detrimento de uma
cultura da violência há muito instalada no nosso país.
13: DIREITOS HUMANOS: NO ESPAÇO ESCOLAR, REALIDADE
OU UTOPIA?
Autor: Ana Cristina Petter Gitaí ( aluna especial do mestrado)- UFRN
Professora: Ana Tereza Lemos – Nelson
Departamento Ciências Sociais - UFRN
Disciplina: Política Global Dos Direitos Humanos
O presente trabalho é um estudo que está sendo realizado nas cidades de
Natal e Parnamirim, onde aborda a violência doméstica cometida contra
crianças e adolescentes oriundas de famílias de baixa renda. Pretendemos
investigar a postura social que a Escola toma diante do binômio: família e
violência doméstica. O espaço escolar se revela como a extensão do “Lar”,
onde se alicerça a construção de saberes, onde focaliza, num constante
exercício, uma cidadania fundamentada num princípio maior, o combate a
discriminação, a promoção da igualdade entre as pessoas e a proteção dos
direitos humanos da criança e do adolescente e a afirmação que estes direitos
sejam indivisíveis e interdependentes. Quando pesquisamos dados sobre
crianças e adolescentes, nos assustamos com o índice de violência doméstica
que permeia a classe “infância feliz” e isso nos faz repensar sobre o papel da
Escola como agente de socialização e interlocutora de ações pertinentes à
defesa dos direitos humanos no espaço escolar e junto aos conselhos tutelares
e DCA. Quando falamos em direitos humanos, queremos chamar a atenção
para a relação entre Escola - família - violência e como estas se dimensionam
diante de um contexto que vem crescendo cada vez mais. A violência que
crianças e adolescentes sofrem em seus lares. Embora estudos científicos
procurem desvendar questões sobre cultura , gênero e violência, cidadania,
percebemos uma sociedade onde homens e mulheres se enfrentam em
experiências conflitantes que muitas vezes, recebem participações externas
como alcoolismo, desemprego, dificuldades financeiras. Estas influências
externas estimulam o comportamento agressivo dos homens e mulheres que
por sua vez recai sobre as crianças apresentando assim, um recorte triste e
cruel. Percebemos, em nossa pesquisa, que um número expressivo de Escolas
são indiferentes a este problema social e esta indiferença gera invisibilidade.
Dentre muitos autores que participam na composição da pesquisa,
destacamos: Norma Takeuti,, Orlando Miranda, Heleieth I.B. Saffioti, Alípio de
Sousa, Boaventura santos, Pierre Bourdieu e outros.
14: ITINERÁRIOS DA ADOÇÃO NO BRASIL:
O ESTADO COMO MODELADOR DAS RELAÇÕES FAMILIARES
Autora: Juliana Alves de Oliveira – Aluna do Programa de Pósgraduação em Ciências Sociais do Centro de Ciências Humanas,
Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Orientador: Doutor José Antonio Spinelli Lindoso – professor e
Pesquisador do Departamento de Ciências Sociais e do Programa
de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte.
A presente pesquisa é um estudo sobre o universo adotivo brasileiro. Referido
universo é constituído, em termos de adoções por brasileiros, por pessoas que,
a fim de adotar, conseguem uma criança: a) de modo particular e formalizam
esta ação num cartório (modalidade conhecida, internacionalmente, como
“adoção à brasileira”); b) também de modo particular, denominada de “pronta”,
formalizam essa ação no Juizado da Infância e Juventude; c) buscando-a junto
ao Juizado. Essa modalidade adotiva é conhecida como “cadastral”. Entre as
modalidades supracitadas, apenas duas geram registros oficiais (“pronta” e
“cadastral”), ou seja, somente duas delas são lícitas. O que faz pensar em
DaMatta (1997) e nas relações que ele descreve para dar conta dos
“indivíduos” que fazem fila contrapondo-os as “pessoas” que preferem “dar um
jeitinho” para resolverem seus assuntos públicos. Escolhi pesquisar sobre os
brasileiros que, tendo outras alternativas adotivas, optaram pela realização
dessa sua experiência absolutamente em respeito a legislação. Busquei
compreender o que os motivava a optar pela modalidade “cadastral”. Nesse
sentido foi realizada uma pesquisa preliminar por estudo quantitativo através da
aplicação de questionário sob 86% dos processos de “adoção cadastral” (19972001) no Juizado da Infância e Juventude de Fortaleza – CE e, também, por
estudo qualitativo através de entrevistas semi-diretivas e semi-estruturadas
com 40% dos adotantes cadastrais, que possibilitou a construção de um perfil
destes adotantes (64% tinha entre 30-50 anos; 100% eram considerados
inférteis até o período da adoção; 52% tinha, no mínimo, nível médio; 75%
tinha envolvimento religioso ativo; 55% tinha per capta superior a 01 salário
mínimo e 82% gozava de imóvel próprio). A pesquisa também indicou que as
variáveis, nível de escolaridade e religião, pareciam exercer uma maior
influência sobre a escolha dos adotantes.
15: TÍTULO: AS ESTRATÉGIAS FORMATIVAS PARA A
DOCÊNCIA NO INTERIOR POTIGUAR: QUE SABERES? QUE
COMPETÊNCIAS?
Nome do proponente: SORANEIDE SOARES DANTAS FREIRE
VILLA FLOR
[email protected]
Departamento de Ciências Sociais e Humanas – DCSH – CERES
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
O estudo se propôs a discutir a formação e profissionalização do professor no
contexto do conhecimento da sociedade moderna e da noção de competência
como um novo conceito pedagógico na prática da formação. Os modelos
formativos tradicionais não conseguem atender às condições reais de trabalho,
acentuando o despreparo técnico e pedagógico para atuar efetivamente na
construção do conhecimento. O problema também é evidenciado pela ausência
de uma política de aperfeiçoamento e fortalecimento da docência para atuarem
competentemente, de forma que as crianças aprendam mais na escola pública.
(Ramalho, 2003; Gauthier, 1998; Alarcão, 1996; Perrenoud, 2002 e Schön,
2000). O objetivo central foi analisar, sob a perspectiva crítica-reflexiva, o
desenvolvimento de práticas formativas de professoras, tendo em vista a
construção de um novo paradigma emergente para a formação do ensino, tanto
em seu aspecto teórico quanto operacional. Adotou-se como categoria de
análise a competência profissional para a ação, tomando como referência à
ação multiplicadora da prática educativa num contexto real. Elege-se o
Programa Integrado para o Desenvolvimento da Educação Infantil no Rio
Grande do Norte, que busca a construção permanente de um núcleo de
reflexão sobre os saberes e fazeres da docência. Propõe uma metodologia
diversificada, pautada em atividades de extensão em articulação com o ensino
e a pesquisa. Optou-se por um procedimento metodológico, de caráter
qualitativo, que possibilitasse a organização das estratégias formativas para o
ensino. Os resultados obtidos indicam que o agir competente atende a
capacidade de saber, saber-fazer e saber ser (DELORS, 2000). Ademais,
reafirma a necessidade do pensamento crítico e acentua a dimensão coletiva
de atividades dos professores em formação, tomando como base o elemento
identificador desta atividade pedagógica: a ação multiplicadora da prática
educativa.
GT-22: EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
Coordenador:
José Willington Germano
E-mail: [email protected]
Departamento de Ciências Sociais
Local: UFRN
A educação se constitui um dos temas mais importantes na agenda pública e
no debate acadêmico neste início de século. Vários são os ângulos da
discussão envolvendo questões atinentes a cidadania, ao mundo do trabalho, a
chamada sociedade do conhecimento, a exclusão social, ao imaginário e a
memória sócio-cultural das sociedades. Pretende-se, pois, discutir no GT a
educação sob múltiplos aspectos. compreendendo as políticas públicas,
universidade, práticas educacionais, imaginário social, história e memória. Será
dado especial relevo as práticas alternativas de ação coletiva no campo
educacional, como as redes sociais, que se inserem na perspectiva de
construir uma outra globalização, contra-hegemônica, orientada ao
fortalecimento do espaço público, a cidadania planetária e a cultura política
democrática.
Segundo dia
16: ESCOLA PROFISSIONAL FEMININA DE NATAL, UM
ESPAÇO PARA A EDUCAÇÃO.
Fabiana Ferreira Batista
[email protected]
Departamento de Educação – CCSA.
O presente trabalho é parte da monografia intitulada Escola Profissional
Feminina de Natal, um espaço para a educação, orientada pela Professora
Doutora Maria Arisnete Câmara de Morais, que trata do processo de criação e
desenvolvimento de uma entidade publica profissional, situando a participação
de Maria Eutália Menezes Ribeiro como diretora desta escola. A sua prática
educativa ganhou forma e expressão potiguar entre os anos de 1950 e 1960,
período este marcado pelo acentuado debate em torno da Lei de Diretrizes de
Bases de Educação, votada em 1961, principalmente, no que diz respeito ao
controle da gestão de educação em nosso país. Realizei um levantamento de
dados, através de fontes bibliográficas, acervo da família, visitas ao Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, Arquivo Público do Estado,
Escola Estadual Padre Monte, entrevistas com ex-alunas e professoras da
Escola Profissional Feminina. Percebi que estudar sobre a formação dessa
escola e vida dessa professora, se justifica pela importância de analisar o papel
que a sociedade de sua época havia estabelecido para a mulher.
17: O I CURSO DE CONFERÊNCIAS DO ATHENEU (1943):
RESGATE DE UMA MEMÓRIA
Edilma da Silva Cortez
Eva Cristini Arruda Câmara Barros
Depto. de Ciências Sociais e Humanas / UFRN
O Atheneu Norte-Riograndense foi palco, no ano de 1943, do I Curso de
Conferências do Colégio Estadual, idealizado pelo então diretor Alvamar
Furtado de Mendonça. Este evento constou de quatro conferências proferidas,
nas noites de 01, 17, 24 de julho e 05 de agosto, por alunos daquele
estabelecimento, a saber: Rivaldo Pinheiro (Retrato de uma hora de transição),
Antônio Pinto de Medeiros (Conversa sobre Anatole France), João Wilson
Mendes Melo (Presença de alguns mortos) e Luiz Inácio Maranhão Filho
(Lembrança de Zaratustra). Todos eram alunos do 2º ano do Curso Clássico,
com exceção de Antônio Pinto, estudante do 1º ano do Curso Científico. Muito
embora a sociedade natalense estivesse envolvida com o desenrolar da 2ª
Guerra Mundial, as Conferências do Atheneu obtiveram grande repercussão,
tendo sido prestigiadas por intelectuais, jornalistas e políticos e rendido 38
inserções na impressa periódica da época nos meses de junho, julho e agosto
daquele ano. Passados 62 anos da realização desse ciclo de conferências, o
mesmo ainda não recebeu um tratamento teórico-metodológico necessário à
elucidação de questões tais como: por que realizar as conferências; em que
contexto esse evento está inserido; como justificar, entre outros aspectos, a
repercussão que recebeu na imprensa; quais os sentidos emanados dessas
matérias; como ocorreu o processo de seleção dos conferencistas e dos temas;
quais os seus objetivos; qual público visava atingir; quais as representações
construídas a partir desses discursos; que práticas culturais foram ou não
instituídas; que identidades ajudaram a elaborar de si próprios e do Atheneu;
quais trajetórias idealizadores e conferencistas traçaram após sua participação
no evento, dentre outras. Nesse sentido, o presente trabalho constitui-se em
uma proposta de estudo e um esforço no sentido de resgatar essa memória
adormecida do Atheneu, com vistas a favorecer a reconstituição de fragmentos
da história dessa instituição.
18: EDUCAÇÃO E POLÍTICA: O IDEOLÓGICO E O
PRAGMÁTICO NA 12ª LEGISLATURA DE SERGIPE
Helcimara de Souza Telles, Dra em Ciência Política, coordenadora
do projeto de pesquisa
Jonatha E. F. dos Santos, bacharelando em Ciências Sociais (UFS)
e bolsista PIBIC/CNPq
Esta comunicação apresenta resultados parciais da pesquisa intitulada
“Políticas Educacionais em Sergipe: um diagnóstico dos ensinos médio e
fundamental – 1991/2002”, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de Sergipe – FAP/SE e CNPq/MTC, através do Programa Primeiros
Projetos - PPP. Nesta parte, será apresentada uma interpretação das
indicações para a educação, que foram apreciadas no legislativo sergipano, no
período compreendido entre 1991-1995, durante os trabalhos da 12º
legislatura. A Assembléia Legislativa é composta pelos deputados, eleitos por
um período de quatro anos; tem sua sede na capital do Estado e o recinto
normal de seus trabalhos no Palácio Governador João Alves Filho. A
Assembléia exerce a sua função legislativa através de proposições, como os
projetos de lei, moção, indicação e emendas. A “indicação” é uma proposição
que sugere aos poderes do Estado medidas de interesse público que não
caibam em projetos de iniciativa da Assembléia. No decorrer da coleta de
dados, ficou evidente a existência de interesses que se voltaram para a
construção e a reforma de escolas públicas. Observou-se que há uma
quantidade majoritária de indicações que objetivam apenas mudanças
quantitativas, em detrimento do reordenamento das políticas educacionais. Por
detrás do conteúdo desta proposição, observou-se um comportamento
baseado na personalização das práticas políticas e na relação instrumental dos
representantes com a educação. Pôde ser notado que a atuação dos
deputados estaduais no legislativo, no que tange ao tema da educação,
orienta-se mais por um movimento pragmático de apropriação da educação
para a maximização de suas bases eleitorais, do que por questões de natureza
ideológica.
19: POR UMA CULTURA SUSTENTÁVEL: PRÁTICAS SÓCIOEDUCATIVAS NO PROJETO CANUDOS
Lúcia de Fátima Vieira da Costa
Mestre em Ciências Sociais; professora substituta do Departamento
de Ciências Sociais-UFRN
Departamento de Ciências Sociais-UFRN
Base de Pesquisa “Cultura, Política e Educação
Discute as práticas sócio-educativas desenvolvidas no Projeto Canudos
(PROEX-UFRN), implementado no período de junho a dezembro de 2004, em
Bento Fernandes/RN, município constituído por assentamentos rurais
organizados e comunidades agrárias. A proposta do Projeto era estabelecer a
integração de atividades sócio-econômicas e sócio-educativas, que
permitissem o desenvolvimento de uma cultura sustentável. Neste sentido, as
atividades produtivas existentes no município – piscicultura, avicultura,
apicultura, entre outras – serviram de alicerce para as atividades sócioeducativas, que se destinaram à formação pedagógica de alfabetizadores de
jovens e adultos, principalmente, e tiveram, como enfoques da prática
educativa: “Qualidade de Vida”, “Desenvolvimento Local”, “Organização
Política” e “Geração de Renda”. O processo de formação pedagógica dos
educadores, bem como as atividades sócio-econômicas, priorizavam aspectos
da organização social como discussões coletivas sobre as possibilidades e
limitações dessas atividades, formação de cooperativas, controle do meio
ambiente, qualidade de vida, distribuição de renda. As ações do Projeto,
portanto, tiveram como base as concepções de cidadania e desenvolvimento
sustentável e buscaram viabilizar aproximações entre a organização social e o
processo educativo como meios de promover uma cultura sustentável.
20: POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO E O CONTROLE
SOCIAL DE PROGRAMAS PARA BIBLIOTECAS ESCOLARES E
O LIVRO DIDÁTICO
Aquiles Sá Xavier de Lira – Graduando em Biblioteconomia UFPB
Jemima Marques de Oliveira – Prof. Ms. Departamento de
Biblioteconomia UFPB [email protected]
Trabalho de Conclusão de Curso que investiga as Políticas Públicas de
Informação no Brasil , e o monitoramento de Programas, Planos e Projetos que
objetivam a criação de bibliotecas e acervos nas escolas públicas, em especial
o Programa de Leitura É PRA LER da Secretária de Educação do Município de
João Pessoa desenvolvido nos anos de 2003-2004. O acesso a informações , o
desenvolvimento e disponibilização de conteúdos que estabeleçam a
comunicação com a sociedade apesar de ser dever legal do Estado, ainda não
é suficiente para o exercício do controle social autônomo das ações públicas
que envolvam políticas de geração, uso e transferência de informação. O
programa municipal examinado, embora tenha se configurado como uma
política pública, não apresenta possibilidades de avaliação nem de
monitoramento pois com a mudança de governo todas as informações
anteriores foram deletadas e até mesmo a equipe executora não possui
documentos referentes ao planejamento da política, embora este tenha sido
parte do Programa Nacional Biblioteca na Escola. Comparando dados
apresentados na imprensa à época divulgando o Programa, foi possível
identificar que das intervenções inicialmente planejadas, apenas quatro se
efetivaram consumindo cerca de um milhão e quatrocentos mil reais em
recursos. Conclui pela necessidade de maior transparência dos poderes
públicos municipais com o planejamento e desenvolvimento de suas ações,
principalmente aquelas desenvolvidas em parceria com o Governo Federal,
disponibilizando informações e promovendo a participação cidadã dos atores
sociais envolvidos no monitoramento das ações públicas.
21: A APRENDIZAGEM DA PARTICIPAÇÃO NA ELABORAÇÃO
DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Proponente: Luciane Terra dos Santos Garcia
Autora: Luciane Terra dos Santos Garcia
Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte
Este trabalho tem como objetivo analisar a elaboração do projeto políticopedagógico da Escola Municipal Ascendino de Almeida, situada na zona sul de
Natal (RN), como uma aprendizagem da participação no âmbito escolar.
Utilizamos como procedimentos de pesquisa: entrevistas semi-estruturadas,
análise de documentos e revisão da literatura. Historicamente, no contexto da
democracia, os sujeitos sociais foram considerados inaptos a tomarem
decisões importantes na sociedade, devendo deixá-las a cargo de
representantes hábeis que decidem em seu nome. Entretanto, a representação
democrática vem apresentando problemas que podem ser minorados com uma
maior participação política dos atores sociais. Para tanto, torna-se necessário
que esta seja aprendida, sendo o contexto escolar um local privilegiado desse
aprendizado. A participação dos atores escolares na elaboração do projeto
pedagógico é uma oportunidade para as pessoas refletirem acerca da
educação que pretendem instituir, sendo importante que toda comunidade
escolar esteja nela envolvida, a fim de que este ideal se mantenha vivo no
cotidiano escolar. A participação, neste contexto, permite que os sujeitos se
comprometam com a execução do que definiram, podendo se tornar uma
postura perante a vida.
22: UM OLHAR SOBRE AS IMAGENS
Sandra Maria Rëgis de Sousa Lins
E-mail: [email protected]
Profª: Patrícia Carla de Macedo Chagas (orientadora)
Departamento de Educação/ UFRN
Este trabalho faz parte de um projeto desenvolvido, através de oficinas
pedagógicas, em oito turmas de alfabetização de Jovens e Adultos do
Programa Geração Cidadã, uma parceria da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte e a Prefeitura Municipal do Natal. Considerando as
particularidades desse grupo, buscamos levar para esses alunos assuntos que
tornassem as aulas mais dinâmicas e prazerosas, utilizando como fonte de
aprendizagem o não-verbal, através de imagens fixas. O objetivo desse
trabalho é despertar nos educandos um novo olhar diante das imagens,
percebendo o teor de suas mensagens, carregadas de valores sociais,
políticos, econômicos e culturais, de uma determinada sociedade, em distintas
épocas. Para a realização desse estudo, utilizamos como metodologia à
seleção e coleta de várias imagens fotográficas antigas e recentes, cartazes,
panfletos, outdoor, elaboração de desenhos livres e discussões sobre a
linguagem não verbal. Como culminância, os partícipes apresentaram
seminários explicativos das temáticas trabalhadas e de suas interpretações
acerca do que foi exposto. O resultado desse trabalho favoreceu aos
educandos outras interações e socializações com o não-verbal, possibilitando
uma nova compreensão diante da linguagem imagética, contribuindo para a
educação do olhar, dando-lhe contornos críticos. Ademais, favoreceu a
construção e reconstrução do conhecimento dos alfabetizandos, enriquecendo
na multiplicidade de experiências e situações captadas do cotidiano,
aprimorando a leitura e a interpretação do mundo.
23: EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO: CAMINHOS
ENTRELAÇADOS
Denise Cortez da Silva Accioly
Departamento de Educação - UFRN
O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a relação
educação/comunicação, denominada por alguns autores de comunicação
educativa, educomunicação ou educação para os meios. O texto aborda o
assunto a partir do pensamento de Paulo Freire, um dos primeiros educadores
a traçar um conceito de comunicação e sua ligação com a educação. Também
recorre aos estudos de Mario Kaplún, considerado um dos mais destacados
estrategistas latino-americanos no campo da interação educação/comunicação,
cujo núcleo ideológico fundamental do seu pensamento é baseado nos
pressupostos teóricos de Paulo Freire. No seu livro Extensão ou Comunicação,
Freire estabelece uma noção de comunicação que se insere no agir
pedagógico libertador. Para ele a comunicação é “co-participação dos sujeitos
no ato de pensar”. De acordo com o autor a educação é comunicação, é
diálogo, na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro
de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados. Mário
Kaplún denomina a inter-relação comunicação/educação de comunicação
educativa, cuja função é dar à educação um suporte capaz de qualificar os
docentes para que possam adquirir uma competência necessária ao uso
adequado dos meios de comunicação. A troca de experiências entre
educandos e educadores é condição básica para aquisição do conhecimento.
Educar-se é, sobretudo, envolver-se em uma rede de interações. Essa opção
tem seu correlato na comunicação entendida como diálogo em um espaço
entre o emissor e o receptor, que também reflete o pensamento de Paulo
Freire.
24: A ROTINA COMO EIXO DE INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO DE
CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
Marianne da Cruz Moura
Prof. ª Dr.ª Denise Maria de Carvalho Lopes
Departamento de Educação
Base de Pesquisas Processo de Aprender e Ensinar na Educação
Infantil.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Este trabalho vincula-se ao projeto “O atendimento à criança de 0 a 6 anos na
grande Natal: em busca de um perfil”, desenvolvido pela Base de Pesquisas
“Processos de Aprender e Ensinar na Educação Infantil”, vinculada ao
Departamento de Educação (DEPED) da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN). Propõe-se a analisar os modos de participação de crianças
com necessidades especiais diversas incluídas em salas de ensino regular na
rotina diária. Considerando-se a rotina (organização dinâmica do tempo e das
ações da criança na instituição educativa) como um eixo estruturador do
trabalho pedagógico e possibilitador da função educar-cuidar da Educação
Infantil, busca-se identificar as dificuldades/necessidades percebidas na
inclusão dessas crianças na rotina fazendo uma reflexão acerca dos aspectos
que devem ser considerados para um melhor atendimento das necessidades
educacionais especiais no sentido de uma inclusão efetiva. A pesquisa assume
os princípios qualitativos de investigação com caráter exploratório, envolvendo
o estudo bibliográfico e sessões de observações, do tipo não-participativa em
salas de aula do Núcleo de Educação Infantil. Os dados obtidos ainda em
processo de análise, apontam para a necessidade de adaptação/flexibilizações
na organização do cotidiano das crianças como forma de garantir uma inclusão
que respeita as diferenças e cria condições de educação.
25: SONHOS REVOLVIDOS, ESPERANÇA INCRUSTADA NOS
MODOS DE FAZER DOS EDUCADORES
Marinalva Pereira de Araújo (autora)
[email protected]
Pedagogia-graduanda
Departamento de Estudos Sociais e Educacionais-DESE
Maristela Pereira de Araújo( co-autora)
Antônio Lisboa L. de Souza (orientador)
Quando os sonhos parecem perdidos, a maré traz perspectivas de articulação
nos fazeres que valorizam a aprendizagem escolar, sob conversas que dão
lugar às vozes caladas num silêncio de uniformidades. Os diálogos dos
educadores vêm constituir o curso de pedagogia realizado através do
Programa de formação em nível superior dos professores da Educação Básica
(PROBÁSICA). No compromisso de observarmos os efeitos desta formação,
detemo-nos na turma de 1998, perscrutamos os discursos colhidos em
questionários, sentamos em conversas informais e finalmente analisamos as
opiniões, ancorados nos teóricos: Edgar Morin, Paulo Freire e Perrenoud.
Relações travadas inferem a polifonia dialógica que faz bater e culminar em
conflitos, por excelência condutores da construção mediante interesses
coletivos dos profissionais. O diálogo como instante de reflexão sobre
competências, ocasião onde se traçam marcas que aventam mudança nos
modos de fazer, na relação com todos os membros da comunidade escolar.
Emergem dos escombros ânsias de maior participação e de continuidade da
formação. A formação em pedagogia-PROBÁSICA transcende ao mero
diploma e constrói ímpetos de reflexão do educador sobre suas ações,
deixando florescer um mar de possibilidades na produção do conhecimento
pedagógico, onde o ensino passa a ser cerne de inquietações, onde o
professor abre-se à invenção e à construção nos diálogos, rumores de
inovação nas ações educativas.
26: CRECHES E PRÉ-ESCOLAS: ESPAÇOS DE VIVÊNCIA PARA
A INTEGRALIDADE NA ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA.
Rosalba Pessoa de Souza Timoteo
Doutora em Educação. Professora da Disciplina Enfermagem na
Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente
Sara Lira Silva da Costa
Acadêmica do 8º período do Curso de Enfermagem da UFRN.
Bolsista PIBIC / CNPQ.
A convivência nos espaços da saúde e educação tem nos mostrado a pouca
articulação entre esses setores, dificultando a realização de ações conjuntas
impulsionadoras de mudanças de hábitos e condições de vida e saúde das
crianças do bairro de Felipe Camarão em Natal/RN. Essa preocupação somada
as demandas oriundas das pré-escolas e do serviço de saúde, nos mobilizou a
realizar o presente estudo com o fito de colaborar com a aproximação desses
espaços e subsidiar discussões e construções coletivas com vistas
intersetorialidade como a melhoria da saúde e educação da criança desse
bairro. Assim, durante os meses de outubro de 2004 a janeiro de 2005, foi
realizado, por acadêmicos de enfermagem da UFRN que cursavam a disciplina
“Enfermagem na Atenção à Saúde da criança e do adolescente”, um
mapeamento de dez instituições educacionais do bairro, utilizando-se um
formulário aplicado aos diretores, com o objetivo de obter dados sobre a infraestrutura, recursos humanos e organização das instituições, realizar ações de
promoção e proteção à saúde nas creches e escolas e conhecer as
expectativas das instituições quanto à participação do serviço de saúde na vida
da escola. Os resultados apontaram as diferenças organizativas, econômicas e
infra-estruturais das instituições independentemente da sua natureza jurídica;
os recursos humanos em sua maioria não estão preparados para lidar com
crianças; inexistência de ações sistemáticas para promoção e proteção à
saúde da criança; e, a necessidade de ações conjuntas, tendo a unidade de
saúde como responsável para a viabilização dessas ações voltadas à saúde da
criança. Assim, compreendemos que é preciso ter uma ação mais efetiva dos
serviços de saúde junto aos espaços de inserção da criança, e a escola é um
deles, com vistas a assegurar uma atenção mais integral à sua saúde, e
assegurar a efetivação das políticas públicas previstas no Sistema Único de
Saúde-SUS.
27: VIAGENS PEDAGÓGICAS E REFORMAS DE ENSINO: UMA
ANÁLISE DE SEUS REGISTROS NOS JORNAIS (SERGIPE,
PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XIX)
Maria Neide Sobral da Silva
Doutroranda do Programa de Pós-graduação da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, da linha de Pesquisa “Cultura,
Política e Educação” (Bolsista da CAPES)
Marlúcia Menezes de Paiva (Orientadora)
Viagens pedagógicas realizadas pelos chamados “missionários do progresso”
(HERSCHMANN; KROPF; NUNES, 1996), especialmente para São Paulo,
objetivavam buscar referencia no modelo de ensino adotado naquele estado,
para a realização de reformas na Instrução Pública de Sergipe. Essas viagens,
com maior ou menor repercussão, eram acompanhadas, divulgadas e
discutidas nos jornais locais, em forma de propaganda de determinado partido
político que estivesse no poder ou, em alguns casos, tornavam-se motivo de
conflito, gerando matérias em jornais da oposição. Num ou noutro caso,
procuramos analisar a forma como os jornais locais davam importância às
referidas viagens (pelo número de matérias ou notas publicadas) e como
traduziam as possíveis inovações nas reformas ou medidas adotadas em
conseqüência da realização das mesmas. Esse estudo tem como objetivo,
portanto, acompanhar e analisar os registros das seguintes viagens: de Carlos
da Silveira (São Paulo a Sergipe, em 1911), convidado pelo governo sergipano
para assumir a direção da Escola Normal e da escola-modelo anexa e, quase
de imediato, a Diretoria da Instrução Pública de Sergipe; de Abdias Bezerra
(Sergipe a São Paulo, 1923) que, no retorno, elaborou um novo regulamento
de ensino, efetivado pelo Decreto nº 836, de 11 de setembro de 1924; de José
Augusto da Rocha Lima (Sergipe a São Paulo), com o objetivo de adequar os
métodos e processos pedagógicos lá adotados à realidade sergipana e, no
mesmo ano, de Penélope Magalhães que fez esse mesmo itinerário, com
passagem no Rio de Janeiro, para estudar os jardins de infância. Consultamos
fundamentalmente jornais digitalizados do Instituo Histórico e Geográfico de
Sergipe e alguns CDs do Arquivo Público de Sergipe para a realização desse
estudo.
28: O NACIONALISMO DE DJALMA MARANHÃO
Pablo Cruz Spinelli (PIBIC/CNPq-UFRN)
Orientador: Prof. Dr. José Willington Germano
Este trabalho aborda o pensamento de Djalma Maranhão, prefeito de Natal
(1961-64), procurando identificar o seu ideário nacionalista presente na
“Campanha de Pé no Chão se Aprende a Ler” e em outras iniciativas de seu
governo. Maranhão dizia querer “emancipar a economia do país, a valorização
do trabalho, o respeito à dignidade da pessoa humana e às liberdades
democráticas”. Posicionando-se como um nacionalista de esquerda, favorável
à reforma agrária e à industrialização nacional, busca romper com a dominação
imperialista. Entretanto, não faz reverência ao caráter conservador e de
dominação de uma classe sobre outra no capitalismo industrial. Conforme o
contexto de intensa crise político-econômica das classes dominantes
nordestinas e por meio de Comitês nacionalistas (onde discutia com as
populações locais sobre a campanha eleitoral bem como os problemas locais e
nacionais), que Maranhão logo se constitui como “o prefeito do subúrbio”, visto
que não mostrou vínculo ao pólo dominante da sociedade natalense da década
de 60. Assim, as camadas populares se politizaram local-regional e
nacionalmente consubstanciando em reivindicações e organização dos
trabalhadores urbanos e rurais (Ligas Camponesas). Por conseguinte, com o
nascimento de movimentos e Campanhas de Educação e Cultura Popular,
oriundas de instituições da sociedade civil e até mesmo por ramificações do
aparelho do Estado é que floresce em março de 1961 a “Campanha de Pé no
Chão” pretendendo erradicar o analfabetismo, levantando a bandeira de luta
contra a miséria, a espoliação e “por uma escola brasileira consciente, crítica e
demonstrativa”. Dessa maneira, estimula as manifestações populares como
resgate da tradição popular da cidade do Natal. Todavia, com o advento do
Golpe Militar de 1964, “a campanha” foi eliminada e teve seus participantes
perseguidos, presos, depostos e até torturados.
29: ORIGEM E PRIMEIROS PASSOS DA UNE (1937-1945)
Thalita Costa da Silva
Orientador: Prof. José Willington Germano
O presente trabalho aborda a origem da UNE em 1937, em pleno Estado Novo,
assim como os primeiros anos de sua existência, procurando destacar os
conflitos internos do movimento estudantil, a sua relação com o Governo
Vargas e suas principais lutas no período,como a implantação do “ensino
popular obrigatório”, as atuações contra as potências nazi-fascistas por ocasião
da II Guerra Mundial, exigindo um posicionamento do governo brasileiro, bem
como a sua participação em favor da redemocratização do Brasil no pósGuerra.
30: OS GRUPOS ESCOLARES SOB VALORES CÍVICOS,
MORAIS E PATRIÓTICOS: A CONSTRUÇÃO DE CRIANÇASMODELO NA PRIMEIRA REPÚBLICA
Gracielle Cristine Farias MOURA
Eva Cristini Arruda Câmara BARROS (orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Departamento de Ciências Sociais e Humanas
Campus de Currais Novos
[email protected]
Este trabalho é produto do Projeto de Pesquisa denominado Grupo Escolar
Capitão Mor Galvão: a institucionalização de uma cultura escolar no município
de Currais Novos (1911-1929), vinculado à Base de Pesquisa Cultura e
Educação no Seridó Norte Rio Grandense. Trata-se de um estudo sobre a
proposta e o desafio de uma higienização de costumes mediante a
disseminação dos valores de moral, civilidade e patriotismo dentro dos grupos
escolares, em conseqüência do percurso à instauração de um novo plano
pedagógico no âmbito da Primeira República. Para tanto, partiu-se da análise
dos materiais requeridos e utilizados por esse novo modelo de escola mediante
a observação de exemplares textuais inerentes às anotações feitas por
diretores, inspetores e professores em documentações como inventários ou
diários de classe do Grupo Escolar Capitão Mor Galvão (1911-1929). Os ideais
cívicos, morais e patrióticos, situados neste período como prenúncios de uma
nova cultura escolar, são representados nos conteúdos programáticos das
disciplinas escolares; nos jogos recreativos; nos passeios; nas festas; na
imagem física dos alunos e na materialidade e estrutura arquitetônica dos
suntuosos prédios dos grupos escolares e, por fim, são simbolizados através
dos hinos nacionais; estaduais; municipais e escolares bem como pelo
hasteamento de bandeiras, preparando e produzindo a construção de criançasmodelo como espelho e como reflexo do ideário republicano.
GT-23: SOCIOLOGIA ECONÔMICA
Coordenadores:
Edmilson Lopes Júnior
E-mail: [email protected]
Departamento de Ciências Sociais
Marconi Gomes da Silva
E-mail: [email protected]
Departamento de Economia
Local: Auditório de Psicologia (Tarde)
O GT reunirá trabalhos que analisem fenômenos econômicos a partir de uma
perspectiva sociológica, especialmente aqueles que busquem articular as
ferramentas teórico-metodológicas fornecidas tanto pela sociologia da cultura
quanto pela chamada Nova Sociologia Econômica. Identificamos os seguintes
temas como constituintes de nossa pauta: a) a análise teórica de categorias e
conceitos sociológicos – tanto clássicos quanto contemporâneos - dedicados à
análise da vida econômica; b) a articulação entre interesses e ação coletiva; c)
a instituição social de mercados específicos; d) os elementos culturais
fornecedores de sentido para o consumo na contemporaneidade; e)
instituições, política e mercado; e e) estudo dos fundamentos sociológicos das
formas coletivas da ação econômica, temática que se desdobra nos seguintes
itens: processos contemporâneos de descentralização do trabalho, economia
solidária, marcas territoriais de qualidade e organizações de micro-finanças,
dentre outros.
01. A RACIONALIDADE ECONÔMICA DIANTE DA VIDA
COTIDIANA: O CASO DO PLANEJAMENTO FAMILIAR E SEUS
DISCURSOS ACRÍTICOS EM POLÍTICAS SOCIAIS
Jean Henrique Costa
Mestrado em Geografia –UFRN
Esta proposta de trabalho, ausente inicialmente em seu conteúdo de grandes
inovações, é uma tentativa de análise relacional, no sentido de que os fatos em
geral, ou seja, as heterogêneas realidades sociais, “são na medida em que
estão” num patamar de relações com as demais esferas sociais,
“durkheimianamente” fixadas ou não, no qual as mesmas podem e até
possuem suas dinâmicas e estruturações próprias, mas não se constituem
absolutamente como autônomas. Pierre Bourdieu, para exemplificarmos e
“sentarmos” numa teoria, que em nosso caso, constitui uma escolha totalizante,
possui tal compromisso com esta possibilidade de apreensão/compreensão do
mundo social vivido. Tal reflexão relacional nos oferece condições de
prosseguirmos, com vistas aos objetivos aqui estabelecidos. Ver-se-á
demograficamente nosso objeto de estudo numa análise sociológica da vida
econômica quanto à constituição familiar contemporânea. Tal modelo de
análise é então aplicado neste trabalho sociológico, ao se situar um aspecto
pertinente na dinâmica demográfica de nossa sociedade, mas que, sob um
rótulo ideológico de aparente importância, é distorcido de suas reais
necessidades analíticas e práticas. É o caso do planejamento familiar e o seu
sentido acrítico em realidades como o Brasil, nas quais as condições objetivas,
ou seja, a relativa queda nas taxas de fecundidade, vêm contribuindo cada vez
mais para a redefinição de sua necessidade enquanto práxis teórica e social,
aonde, inversamente, tal contribuição analítica não vem ocorrendo de maneira
geral. Tentar-se-á, então, fazer a relação entre “um certo” sentido de
planejamento familiar que abarca algumas práticas e discursos já efetuados no
Brasil, baseados em elementos por nós denominados de “conspiratórios” e
“vitimizadores”, de maneira geral; o seu redefinido significado proposto neste
ensaio e algumas críticas feitas à ideologia capitalista do controle da natalidade
enquanto diminuição das mazelas sociais entre as populações mais pobres.
02. O TRABALHO VOLUNTÁRIO: UMA FACE DA ECONOMIA
SOLIDÁRIA
Marcos Antonio Gomes Pena Júnior
PEP – UFRN
[email protected]
Françoise Dominique Válery
PEP – UFRN
As ações sociais fora do âmbito do Estado não são um fenômeno recente. A
sociedade civil denomina-se assim para representar o lócus social que tem
suas ações norteadas não pelo estado nem pela iniciativa privada, mas pelas
iniciativas individuais de caráter público, a representação da economia
solidária. Estas iniciativas encontram sua maior expressão quando norteadas
pela o interesse de apoio social às classes e populações excluídas e é dentro
dessa iniciativa que se percebe a realização de trabalhos voluntários. A
finalidade da presente discussão é esboçar um quadro teórico que fundamente
a participação popular às questões do trabalho voluntário, caracterizando um
espaço econômico de solidariedade. Analisam-se textos que tratam da
evolução do conhecimento acerca do terceiro setor e do voluntariado aí
colocado. Conclui-se que em decorrência da atual crise mundial do trabalho e
da precarização das condições de vida de boa parte da população, o trabalho
voluntário é um caminho alternativo viável à consecução de atividades
geradoras de melhores condições de vida à boa parte da população que
necessita de apoio externo a si.
03. BARRACRÉDITO: MICROCRÉDITO, MUDANÇA SOCIAL E
ECONÔMICA NA COMUNIDADE DO CAÇA E PESCA
Manuella de Souza Oliveira
PIBIC/CNPq Ciências Sociais - UFC
A presente pesquisa tem como objetivo analisar as mudanças ocorridas na
comunidade do Caça e Pesca localizada em Fortaleza-CE, após a
implementação de um Programa de Crédito Solidário (no formato do
microcrédito) denominado Barracrédito. Este programa foi criado e gerenciado
por um grupo reduzido de pessoas e não está vinculado a nenhuma instituição
pública ou privada. Este se caracteriza por conceder empréstimos de valores
pequenos a pessoas de baixa renda que, em geral, vivem na economia
informal. Analisando através disso, em que medida a comunidade se liga ao
Barracrédito de tal maneira que possa surgir certa dependência e certeza
quanto à ajuda financeira que estará sempre lá quando precisarem. Segundo
Muhammad Yunus, “microcrédito é muito mais do que dar e receber o crédito,
é também mudança social”. Tomarei como princípios metodológicos leituras
bibliográficas, pesquisa de campo, internet, jornais, entrevistas feitas com os
criadores do Barracrédito, como também com os moradores da comunidade
em questão e banco de dados feito com as fichas preenchidas pelas pessoas
que pedem o crédito, servindo para analisar algumas questões como: Quais as
mudanças que ocorreram na comunidade do Caça e Pesca? Como os
moradores lidaram com essas mudanças? Qual o olhar dos moradores e por
que pedir empréstimo ao Barracrédito e não aos bancos convencionais? Quais
as atividades que mais realizam? Além de outras questões que vão surgir no
decorrer da pesquisa
04. FAMÍLIA E TV: CONSTRUINDO MAIS DO QUE UMA
RELAÇÃO DE DOMINAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
Mônica Costa de Oliveira Zacarias
Ciências Sociais-UFRN
A indagação central deste trabalho é investigar a relação social entre a
Televisão e a Família, a partir das ressignificações dos indivíduos sobre as
mensagens televisivas e os discursos que eles próprios fazem sobre família.
Tentar-se-á, para isso, responder a questões como: 1) De que forma princípios,
valores e crenças construídos e repassados dentro da Família medeiam a
mensagem dos Meios? 2) Qual é o lugar da identidade cultural familiar ou, dito
de outra forma, ainda existe uma cultura familiar capaz de forjar uma identidade
neste momento de profundos intercâmbios culturais? 3) Qual é o papel dessa
identidade enquanto mediação na produção de sentidos? Para tanto foi
estabelecido como meta o estudo das representações que os sujeitos
constroem sobre Família, a descrição das práticas sociais dentro e fora da
Família, a percepção do confronto e/ou a confirmação dos valores defendidos
pelo sujeito nos seus discursos sobre as mensagens televisivas. Foi elaborada
e aplicada uma pesquisa qualitativa através de entrevistas com todos os
membros de treze Famílias oriundas de Natal/RN, pertencentes à Classe
Média.
05. EVOLUÇÃO DO EMPREGO FORMAL NAS METRÓPOLES
NORDESTINAS (1996/2003)
William Eufrásio Nunes Pereira
Economia/Ciências Sociais-UFRN
Nos últimos anos a questão do emprego tem se acentuado principalmente, nas
grandes cidades, devido às elevadas taxas de desemprego fruto de diversos
fatores estruturais e conjunturais. Este trabalho não tem por intuito estudar os
fatores responsáveis pelo desemprego, mas tão somente analisar a evolução
do emprego formal nas metrópoles nordestinas, procurando perceber que
segmentos do mercado de trabalho apresentaram maior crescimento relativo e
absoluto. Partindo-se da concepção de que o aglomerado urbano metropolitano
apresenta normalmente um núcleo e uma periferia, se utiliza os dados do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do
Trabalho e Emprego, de forma desagregada - nas duas esferas - visando
perceber quais os rumos do emprego formal assumiu nos últimos oito anos.
Assim, pretende-se nesse trabalho apresentar e avaliar comparativamente a
evolução do emprego formal nos núcleos das metrópoles frente a sua periferia.
Busca-se perceber se nos últimos anos o emprego formal das metrópoles
nordestinas cresceu mais no núcleo ou na periferia e quais os setores que
apresentaram variação positiva ou negativa. Este trabalho se estrutura assim
em quatro partes, além dessa breve introdução. A segunda procura apresentar
sucintamente o processo de urbanização no Brasil, fornecendo alguns dados e
informações sobre o processo de institucionalização das metrópoles brasileiras.
A caracterização das metrópoles nordestinas visa ambientar o leitor para uma
exposição acerca da evolução do emprego formal nessas metrópoles e
encontra na terceira parte deste trabalho. Por fim, a quarta parte consta de uma
breve conclusão acerca das informações dos dados apresentados. O período
de estudo deste trabalho refere-se aos últimos oito anos (1996-2003) e os
dados apresentados constam do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego
(CAGED) do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) do Brasil.
06. SETOR
TERCIÁRIO E MERCADO DE TRABALHO
BRASILEIRO: UM CONTRAPONTO ENTRE REALIDADE
NACIONAL E O LOCAL
Ricélia Maria Marinho da Silva
Geografia-UFRN
Este trabalho tenta promover uma articulação entre o setor terciário, o mercado
de trabalho brasileiro e suas às exigências, principalmente no que tange a
qualificação da mão-de-obra. Sendo assim, o objetivo é estudar como se
estrutura e se amplia o setor terciário brasileiro para então fazer a relação com
o setor terciário que se desenvolve e se amplia no município de Bayeux-PB.
Assim, recorre-se à literaturas que versam sobre o desenvolvimento do
capitalismo no Brasil, as ações governamentais, e particulariza o mercado de
trabalho brasileiro. Ao estudar o mercado de trabalho brasileiro Theodoro
(2004) aponta que é possível verificar a existência de importantes marcos
temporais, e com base nisso subdividi-se o mercado de trabalho em três
momentos: um período que se estendeu da escravatura aos anos 30, um
segundo, dos anos 40 a 70, e um terceiro dos anos 80 aos dias atuais, dando
um destaque à década de 90. Estes recortes históricos além de ajudar
entender as especificidades do mercado de trabalho e o setor terciário, eles
também apontam para as raízes da informalidade no Brasil.
07. O MERCADO EM WEBER: ESPAÇO DE PODER E
DOMINAÇÃO
Marconi Gomes da Silva
Economia/Ciências Sociais-UFRN
Objetiva-se empreender uma discussão sobre “O mercado” segundo uma
perspectiva weberiana. A instigação à realização desse esforço de
interpretação foi provocada pela leitura do capítulo sexto do livro Economia e
Sociedade de Weber, de leitura bastante complexa, sobretudo em função do
seu caráter inacabado. Além desse capítulo foram utilizados como referências
importantes à formulação de tal “perspectiva”, os capítulos econômicos da
citada obra, notadamente os do capítulo 2 da primeira parte, bem como alguns
trabalhos da área da ciência econômica. Então, é importante destacar que a
“perspectiva” adotada é a de que o mercado é, por excelência, um espaço que
envolve relações de poder e dominação marcadas pela presença decisiva “do
dinheiro”, portanto, é algo bem distante da perspectiva dominante por longo
período na teoria econômica, segundo a qual o mercado caracteriza-se por
relações simétricas entre distintos agentes econômicos.
GT-24: LETRAMENTO E GÊNERO NA CONTEMPORANEIDADE
Coordenadores:
Maria do Socorro Oliveira
E-mail: [email protected]
Alzir Oliveira
E-mail: [email protected]
Departamento de Letras
Local: Setor de Aula II, sala C3
Os novos estudos de letramento têm focalizado esse fenômeno como um
complexo multifacetado, constituído como uma prática social mediada por
gêneros discursivos. Em razão disso, este Grupo de Trabalho (GT) tem como
objetivo aprofundar a discussão a respeito dessa prática discursiva, explorando
a forma como esta é determinada pela cultura, pelas estruturas sociais, pelas
atividades em que se insere e pelas relações de poder que a atravessam.
Nesse sentido, serão aceitas comunicações que tratem de leitura, escrita e
oralidade, em contextos diversos. Serão, também, focos de discussão
construtos teóricos relacionados a esses temas (por exemplo: a nova retórica,
comunidade discursiva, metáfora e pedagogia, ação comunicativa,
textualização, interação), bem como a questão da formação do professor e de
outros agentes de letramento.
Primeiro dia
01. LETRAMENTOS MÚLTIPLOS: UMA EXPERIÊNCIA DE
INTERCÂMBIO CULTURAL
Maria do Socorro Oliveira – UFRN/DL/PPgEL
Esta comunicação tem como objetivo apresentar um Programa de Intercâmbio
de professores em formação, desenvolvido através de um acordo de
cooperação firmado entre a UFRN e a Universidade de San Diego, na
Califórnia. O foco está centrado na questão dos letramentos múltiplos,
pretendendo-se examinar os diversos mundos de letramento e as formas usar
a linguagem para comunicar, compartilhar conhecimento, desenvolver a
comunidade e celebrar a sua história. Nesse sentido foram desenvolvidas
várias atividades, relacionando linguagem, história, cultura e memória. A
experiência aponta para a importância do desenvolvimento da consciência
crítica do professor e de outros agentes de letramento em face da questão dos
fundos de conhecimento dos alunos no processo de letramento acadêmico
02. A DIMENSÃO RETÓRICA DO GÊNERO
Alzir Oliveira – Doutorando do PPgEL/DL/UFRN
Maria do Socorro Oliveira – Orientadora (DL/UFRN)
Tanto a Retórica, em sua versão moderna denominada Nova Retórica, quanto
a teoria dos gêneros discursivos têm como fundamento uma visão de
linguagem que ultrapassa de muito a língua em si, envolvendo o uso e,
conseqüentemente, tudo o mais que lhe diz respeito. Buscamos aqui
estabelecer os fundamentos da concepção sócio-retórica dos gêneros tal como
preconizada por Miller (1984) e por outros autores que seguem na sua esteira,
tais como Swales (1990) e Bhatia (1993), tendo como ponto de partida a teoria
dos gêneros de Bakhtin (1992).
03. A CIDADE COMO UM ESPAÇO DE LEITURA E ESCRITA:
RÁXIS DE UMA PROFESSORA-AGENTE DE LETRAMENTOS
Glícia Marili Azevedo de Medeiros Tinoco
UFRN/UNICAMP
Diferentemente do que se pode observar na maioria das escolas brasileiras e
em determinados documentos que sustentam a necessidade de um projeto de
educação para a cidadania, entendida como algo a se conquistar no futuro, há
professores que já atuam em uma práxis de cidadania dentro do ambiente de
ensino-aprendizagem. Esse fazer pedagógico emancipatório utiliza a
linguagem para motivar os alunos a analisar situações-problema, lançar
opiniões, defender pontos de vista, produzir projetos de ação, avaliar propostas
e colocá-las em votação. Trata-se de utilizar a leitura e a escrita para o
exercício político de todos os dias, de lutas cotidianas de resistência e de
reivindicação. É desse fazer pedagógico de uma professora-agente de
letramentos (KLEIMAN, 2004) que nos ocuparemos nesta comunicação, por
meio da análise de um projeto de ensino a partir do qual eventos de letramento
são desenvolvidos em função dos propósitos comunicativos dos agentes
envolvidos: professora e alunos.
04. O ENSAIO JORNALÍSTICO COMO UM GÊNERO
DISCURSIVO RECORRENTE
Maria Assunção Silva Medeiros
Doutoranda do PPgEL /DL/UFRN
Maria do Socorro Oliveira – Orientadora (DL/UFRN)
Ao analisar os ensaios de Roberto Pompeu de Toledo, publicados na revista
Veja, partimos da definição de ensaio proposta por Severino (2000:153) visto
que percebemos claramente a liberdade que o autor demonstra ao defender
seus posicionamentos sem aquela preocupação de se apoiar em rigoroso e
objetivo suporte teórico que envolva documentação empírica e bibliográfica
como exigem outros gêneros discursivos tais como os artigos científicos,
dissertações e teses acadêmicas. Realmente, são perceptíveis aqueles
gêneros que são mais livres e que admitem reestruturações e usos muito mais
criativos do que outros. Entretanto, Bakhtin (1992) aconselha que para alguém
usar criativamente os gêneros é necessário que tenha um bom domínio sobre
eles. Reconhecemos que Roberto Pompeu de Toledo, além de já ter publicado
livros, revela, nos ensaios publicados semanalmente na revista Veja, erudição
e uma acentuada tendência literária. Para esse trabalho escolhemos apenas
um ensaio, cujo título é: “Discurso da esperança contra o medo”, publicado no
dia 15 de junho de 2005 na revista citada anteriormente. Uma das
características marcantes nos ensaios de Roberto Pompeu de Toledo e que
reafirma a idéia de liberdade do autor são os subtítulos que mostram de forma
resumida o tema que será tratado. Nesse ensaio que nos propomos analisar o
subtítulo é: “Dedicado ao Presidente Lula, sem ônus, e com carinho, para tirar
proveito da presente conjuntura”. Gostaríamos de salientar que para os termos
título e subtítulo vamos denominá-los, de acordo com a abordagem sócioretórica proposta por Miller (1984) e que influenciou a proposta de análise de
gênero de Jonh Swales (1990) de movimentos retóricos, ou seja, esse é um
modelo de análise que tomará por base os movimentos retóricos através dos
quais o autor expressa suas intenções ou propósitos comunicativos.
05. PRÁTICAS DE ESCRITA E CULTURA: UM ESTUDO SOBRE
O GÊNERO CARTÕES DE SAUDAÇÃO EM LÍNGUA INGLESA.
Silvana Moura da Costa
Doutoranda do PPgEL / DL/UFRN
Maria do Socorro Oliveira – Orientadora (DL/UFRN)
Esta comunicação tem como objetivo analisar “cartões de saudação”, prática
sócio-cultural bastante produtiva, usada por povos falantes de língua inglesa,
especificamente, britânicos e americanos. Os dados a serem analisados foram
produzidos por falantes nativos dessa língua, coletados através de correio
tradicional e eletrônico. Metodologicamente, a pesquisa é de natureza
documental, sendo informada teoricamente por estudos que consideram a
noção de “gênero” como uma ação social (Miller, 1984; Bazerman, 1993,
2003). Dentro desse quadro teórico, cada comunidade lingüística é, em geral,
produto de sua história e apresenta características peculiares, o que vai
construir a base de sua evolução cultural e social. Interpretar o que uma
comunidade lingüística expressa através de escritos autênticos recorrentes
possibilita compreender os traços culturais que caracterizam essa prática.
06. A METÁFORA NAS HISTÓRIAS DE VIDA: IMPLICAÇÕES
PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Cristiane Soares Guerra Pereira
Bolsista do PPPg/DL/UFRN
Maria do Socorro Oliveira – Orientadora (DL/UFRN)
Nesse trabalho, discutimos a metáfora não sob o ponto de vista poético, mas
como uma necessidade de singularização do sujeito. Para autores como Lakoff
(2002) e Johnson (2002), a metáfora está infiltrada na vida cotidiana, não
somente na linguagem, mas também no pensamento e na ação. De acordo
com essa idéia, realizamos um estudo que tem por objetivo analisar as
metáforas ligadas ao cotidiano do letramento de professores. O corpus
analisado é constituído de histórias de vida, na forma de narrativas escritas
produzidas por professores integrados ao Programa de Formação Básica
(PROBÁSICA), desenvolvido no pólo de Santa Cruz (Natal/RN). A análise dos
dados coletados evidencia que a metáfora estrutura o pensamento e o modo
como o sujeito concebe a sua realidade. As conclusões indicam que nas
histórias de vida narradas há um partilhamento de medos, problemas, conflitos
vividos e conquistas alcançadas, que se apresenta relevante para a
compreensão do letramento do professor.
07. AS REPRESENTAÇÕES CONSTRUÍDAS PELO PROFESSOR
ACERCA DO PAPEL DE ESCRIBA DE DIÁRIOS DE MEMÓRIAS
EM EVENTOS DE FORMAÇÃO CONTINUADA
Ana Maria de Oliveira Paz
Doutoranda do PPgEL/UFRN
Maria do Socorro Oliveira – Orientadora (UFRN)
Em se tratando de prática de escrita configurada através de relatos ou
descrições de fatos perpassados ou não por comentários reflexivos da parte do
autor, a escrita diarista ultrapassa os limites das produções meramente
técnicas elaboradas pelo professor com vistas a atender às exigências
burocráticas do exercício da docência, apresentando-se como uma nova
situação de produção textual a ser implementada pelos professores em
eventos de formação continuada. Nessa perspectiva, se constitui foco de nosso
interesse as representações construídas pelo professor frente à nova tarefa de
produção textual, bem como de que modo essas representações interferem na
atuação do professor ao assumir o papel de escriba. Para tanto, tomaremos
como suporte teórico os fundamentos estabelecidos por Moscovici (1978),
Abric (1994), Jodelet (1994; 2001), dentre outros autores vinculados à Teoria
das Representações Sociais. A pesquisa proposta assume uma perspectiva
que se adequa aos moldes das investigações de caráter interpretativista,
enquadrando-se no paradigma de pesquisa próprio da Lingüística Aplicada.
08. LEITURA DIALÓGICA E ATIVA: O DIÁRIO COMO
FACILITADOR DESSA INTERAÇÃO
Sibéria Maria Souto dos Santos
DL/UFCG
A prática de elaboração de diários é antiga, inclusive com finalidades didáticas.
Grandes pensadores como Gide, Maiakowski, Virgínia Woolf, Elias Canetti,
Wittgenstein, Anais Ninn declaravam que o uso do diário proporcionou a eles
um desenvolvimento de seus trabalhos intelectuais. Entretanto, houve um
tempo que esse gênero foi esquecido, desprezado, não chamando a atenção
dos pesquisadores. Atualmente, estudiosos se voltaram mais à pesquisa dos
diários como instrumento valioso de reflexão dos indivíduos no processo de
ensino-aprendizagem, pois os diários se apresentam como uma ferramenta
para a reflexão de práticas docentes e do ensino-aprendizagem de atividades
relacionadas à linguagem. Eles não registram apenas a expressão do que se
pensa, mas também a forma de descoberta dos próprios pensamentos; são um
instrumento de pesquisa interna, um balanço das próprias ações, um
julgamento de si. Apoiados em estudos como os de Machado (1998) e (1999),
Zalbaza (1994) e Kleiman (1998), pretendemos investigar os diários produzidos
por alunos de Língua Inglesa Instrumental I e II, da Universidade Federal de
Campina Grande. Nosso objetivo principal é identificar quais os tipos de
informações estão presentes nos diários desses alunos e como o diário de
leitura se apresenta como uma ferramenta que leva o aluno a uma leitura
sociointeracional. Esse gênero permite ao aluno registrar seus pensamentos e
impressões sobre os textos lidos, seus problemas de compreensão, suas
interpretações etc.
09. A ABORDAGEM DO GÊNERO TEXTUAL NAS
ORIENTAÇÕES PARA A REESCRITA NO ENSINO MÉDIO
Germana Correia de Oliveira
Mestranda do PPgEL/UFRN/CNPq
Symone Nayara Calixto Bezerra – UFCG/CAPES
Os atuais estudos sobre o ensino da escrita têm apontado como práticas ideais
aquelas conduzidas de modo que os alunos reconheçam a importância social
do gênero textual, enfatizando os aspectos discursivos que lhe são subjacentes
e reforçando a importância de um trabalho sócio-histórico de produção de
textos em sala de aula. Dentro desta perspectiva, este estudo visa identificar
que traços discursivos do gênero textual são contemplados pelo professor na
orientação para a reescrita. Para tanto, analisamos os “recados” avaliativos
escritos por um professor do 3º ano do Ensino Médio com relação às
produções textuais elaboradas por seus alunos, às quais foram submetidas à
reescrita. Como suporte teórico para nossas análises utilizamos alguns estudos
recentes sobre gênero e didática da escrita (Bakhtin (1997), Bronckart (1999),
Schneuwly (1994), Dolz e Schneuwly (1996), Swales (1990), Bathia (1993),
Menegassi (2000) e Rocha (2003)). A análise interpretativa dos dados nos
revelou que o professor informante ainda não contempla satisfatoriamente os
traços discursivos peculiares ao gênero textual estudado, não sugerindo aos
alunos um trabalho de reescrita que vise adequar os textos produzidos à
situação comunicativa em que se inserem, realizando, no entanto, uma atitude
de privilégio aos elementos estruturais dos textos dos alunos.
10. AS CHARGES ELETRÔNICAS DO CHICO (CARUSO) COMO
SUPORTE PARA O TEXTO DE OPINIÃO
Suzana Maria de Queiroz Bento
PROLER – Campina Grande – PB
O presente trabalho pretende discutir as CHARGES ELETRÔNICAS do CHICO
CARUSO apresentadas no Jornal Nacional da TV Globo, como suporte para
formar opinião. Essas charges são a reprodução animada do trabalho de
CHICO publicado no jornal impresso “O Globo”, do estado do Rio de Janeiro.
Atualmente, em plena fase da então intitulada “cultura eletrônica”, a Charge
“constitui-se na ilustração de um fato contado inteiramente numa forma gráfica”
( Fernando Moretti, 2001). Marcuschi (2002:19) defende que “os gêneros
surgem emparelhados a necessidades e atividades sócio-culturais, bem como
na relação com inovações tecnológicas”. Em seu trabalho para a televisão,
CHICO procura retratar principalmente fatos políticos, caricaturando pessoas
públicas, na maioria das vezes, individualizando-as. Foram analisados vários
vídeos contendo esse gênero midiático e apresentados a dez leitores assíduos
de jornais e revistas, dez pessoas não escolarizadas e dez estudantes da 6ª
série para verificarmos o grau de compreensão dessas pessoas em relação ao
conteúdo que as respectivas CHARGES estavam querendo repassar e como
esses conhecimentos interferem ou não na produção de textos de opinião orais
ou escritos dessas pessoas. Nas primeiras análises, constatamos que é
preciso que o expectador esteja por dentro dos fatos e notícias “quentinhos” do
cenário nacional e internacional, pois muitas pessoas ao verem a exibição das
CHARGES no vídeo, riem mais pela animação e movimentos dos personagens
do que pelo conteúdo crítico deste tipo de gênero e por isso se restringem a
dar uma opinião mais consistente e embasada no que realmente as charges
estão querendo repassar. O trabalho com charges eletrônicas deveria ser
realizado efetivamente nas salas de aula como uma possibilidade de os alunos
compreenderem melhor a realidade e tornarem-se leitores proficientes.
Segundo dia
11. A INTERAÇÃO EM SALA DE AULA: ASPECTO LINGUÍSTICO
E ASPECTO PEDAGÓGICO.
Lucineide Socorro Dantas da Silva
PIBIC/CNPq /UFRN
Marise Adriana Mamede Galvão – Orientadora (DCSH / CERES
/UFRN)
A incessante busca por novas técnicas de ensino reflete a grande necessidade
de inovação da educação. Em meio a tantas evoluções, a tradicional aula
expositiva recria seu perfil. O professor, peça chave nessa prática, renuncia ao
seu papel de porta-voz do saber e passa a dividir com o aluno a
responsabilidade de mediar conhecimentos. Essa exposição da vivência dos
alunos transporta-os para além dos limites do conteúdo restrito da aula e até da
proposta pedagógica. As diversas vozes que compõem um evento educacional
direcionam essa perspectiva. Buscando dados que subsidiem essa proposta,
observamos e gravamos a aula de Psicologia aplicada à Educação – curso de
Administração/DCSH/CERES/UFRN. Para efetivarmos essa análise, baseamonos nos estudos de FREIRE e SHOR (1986), FREI e FAUNDEZ (1985),
SAVIANI (1983), BARROS (1991) e VAN LIER (1990). Nesse âmbito,
esperamos contribuir para reflexões sobre a importância da interação em sala
de aula.
12. A REFERENCIAÇÃO ANAFÓRICA EM ARTIGOS DE
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA.
Lidiane de Morais Diógenes
Orientador: Prof. Dr. Luis Passeggi
Mestranda do PPgEL/DL/UFRN
Com esta pesquisa, objetivamos analisar os processos de referenciação
anafórica em artigos científicos, observando, ainda, como os autores
organizam as informações em seus textos. Para isso, discutimos os conceitos
de informação dada e informação nova (TOMLIN et al., 2000). Segundo os
estudos de Koch (2002), partimos de uma concepção interacional da língua,
que compreende o texto como o próprio lugar da interação, uma vez que o
sentido é construído na interação texto-sujeitos. A partir dos estudos de Koch
(2004), definimos nossas categorias de análise (anáfora correferencial/anáfora
não-correferencial). A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa documental,
com objetivos descritivos e exploratórios. Quanto à forma de abordagem, a
pesquisa mostra-se de cunho qualitativo, com algumas quantificações de
maneira a organizar os dados a serem interpretados. O corpus é construído por
cinco artigos científicos publicados na revista DELTA (Documentação de
Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada), extraídos de três números
especiais. A seleção dos artigos focalizou aqueles escritos por autores
brasileiros reconhecidos no campo da lingüística, e que, após uma primeira
triagem, nos pareceram exemplificar melhor o assunto abordado. A
metodologia de análise seguirá os seguintes passos: identificação das
ocorrências de referenciação anafórica; quantificação destas ocorrências e a
interpretação das regularidades identificadas. Num primeiro momento,
podemos observar que o tipo de anáfora mais utilizado foi a anáfora por
repetição parcial, uma vez que a anáfora retoma parcialmente um termo já
introduzido no texto. A presente pesquisa encontra-se em andamento e
acreditamos que a mesma possa contribuir para uma melhor descrição dos
mecanismos lingüísticos utilizados no artigo científico e, do ponto de vista
prático, para o ensino de técnicas de leitura direcionadas para esse gênero
textual.
13. RESISTÊNCIA E VOZ EM JOÃO COTA: O PAPEL DO
CONTADOR DE HISTÓRIA E A ORALIDADE NA SALA DE AULA
Arandi Robson Martins Câmara
Especialização em Leitura e Literatura/UnP
Dilma Cléa Barbosa Gomes da Silva
Especialização em Psicopedagogia/UnP
Pesquisadores do GPCP (Grupo de Pesquisa sobre Cultura Popular)
Podemos encontrar espaços onde brotam e emanam manifestações culturais
capazes de resistir, preservar e legitimar a cultura local. Seu João Cota é um
símbolo de resistência a esse modelo de mundialização, através de suas
narrações orais. Este trabalho tem o objetivo de legitimar o papel do contador
de histórias, João Cota, como uma atividade de transmissão de memória capaz
de ocupar um lugar relevante na transmissão escrita literária de leitura em sala
de aula, tornando possível o diálogo entre o que o aluno estuda como
normativo e codificado com o não normativo e o não codificado. Além disso,
faz-se necessário aplicar a performance de Zumthor e Graciela Ravetti na
reconstrução desse contador de história, haja vista, que o corpo em
performance pretende atuar como mobilizador de margens, de territórios, de
saberes engavetados, procurando resgatar as forças que resistem as infinitas
formas de encarcerar a liberdade, a resistência e a voz.
14. CONCEPÇÕES DE LETRAMENTO DOS ALFABETIZADORES
DE JOVENS E ADULTOS: UM ESTUDO DE CASO DO
PROGRAMA GERAÇÃO CIDADÃ
Rute Régis de Oliveira – DEPED/UFRN
Maria Estela Costa Holanda Campelo – Orientadora (DEPED/UFRN)
As questões que motivaram a realização do presente trabalho tiveram origem
durante uma significativa experiência que vivenciamos no período de março de
2002 a novembro de 2003, como alfabetizadora de jovens e adultos do Projeto
Redução do analfabetismo, hoje Programa Geração Cidadã. Essa experiência
nos colocou diante da problemática em desenvolver uma proposta de
alfabetização sob a ótica do letramento, com base em nossa formação durante
o curso de Pedagogia e pelas vivências nas capacitações do referido
Programa. Assim sendo, decidimos que a temática da nossa Monografia do
final do curso de graduação versaria sobre o letramento na alfabetização de
jovens e adultos. E aí, nos deparamos com uma preocupação que passou a se
constituir na Questão de Pesquisa do nosso trabalho; e essa questão, assim,
se configura: ‘será que os alfabetizadores do Programa Geração Cidadã têm
clareza acerca dos pressupostos teórico-metodológicos de uma proposta de
alfabetização na perspectiva do letramento?’. Tomando, pois, a questão de
pesquisa como referência, definimos os Objetivos do nosso trabalho
monográfico: a) investigar as concepções dos alfabetizadores do Programa
Geração Cidadã acerca dos pressupostos teórico-metodológicos de uma
proposta de alfabetização na perspectiva do letramento; b) contribuir para um
maior conhecimento do nosso objeto de pesquisa e do campo empírico onde
foi feita a investigação. Para a concretização do estudo de caso, trabalhamos
com o questionário, a entrevista semi-estruturada e a análise documental. Da
análise dos dados emergiram as categorias concepções teóricas dos
alfabetizadores e prática pedagógica dos alfabetizadores de jovens e adultos.
15. LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS: COMO PENSAM E AGEM OS ALUNOS
Saimonton Tinôco da Silva
DEPED/UFRN
Denise Maria de Carvalho Lopes
DEPED/UFRN
O presente trabalho objetiva analisar os motivos e as expectativas de alunos
alfabetizandos jovens e adultos em relação ao seu retorno à escola e à
aprendizagem da língua escrita. Partimos da consideração de que estas
concepções são relevantes ao processo de ensino-aprendizagem, posto que os
usos e funções da escrita são aspectos constitutivos de sua natureza sóciofuncional e que as idéias iniciais dos alunos são ponto de partida para novos
conhecimentos. O estudo assumiu as características de uma pesquisa
exploratória (Gonsalves, 2001) e envolveu entrevistas com sessenta alunos do
Projeto GerAção Cidadã – Reduzindo o Analfabetismo (MEC/UFRN/SME-RN).
Dos sujeitos entrevistados, foram selecionados dezenove respostas mais
significativas às questões propostas. A partir da análise das informações
obtidas foi possível constatar que esses alunos não vêem a escrita apenas com
uma função acadêmica, portanto, restrita à escola. Demonstraram
compreender que a escrita está presente em diversas situações do dia a dia,
assumindo funções e usos diversos e importantes em sua vida cotidiana,
embora seja da competência da escola sistematizá-la enquanto objeto de
conhecimento em suas dimensões de sistema relevância desta questão na
formação e atuação de professores alfabetizadores. e prática cultural. Suas
respostas revelaram, ainda, que o aprendizado efetivo da escrita serve também
para constituí-los/efetivá-los enquanto atores sociais, pois aumenta sua autoestima e suas possibilidades de socialização e inserção social. Estes
resultados, ainda que iniciais e provisórios, apontam para a importância desta
questão converter-se em conteúdos na formação e atuação de professores
alfabetizadores.
16. A UTILIZAÇÃO DAS DIFERENTES TIPOLOGIAS TEXTUAIS
COMO PROPOSTA DE FORMAÇÃO DE ALFABETIZADORES DE
JOVENS E ADULTOS.
Marta Carola Coelho de Brito
DEPED/UFRN
Patrícia Carla de Macedo Chagas – Orientadora (DEPED/UFRN)
Este trabalho faz parte de um projeto desenvolvido através da prática
pedagógica que pertence a um trabalho de formação continuada com
alfabetizadores do programa: Alfabetização Solidária no Município de
Montanhas-RN. A análise contempla e considera as particularidades desse
grupo de professores. Essa proposta de formação tem como objetivo
possibilitar ao alfabetizador e alfabetizando um contato com as formas de
escrita da qual a sociedade faz uso, bem como, promover o aperfeiçoamento
prático dos alfabetizadores quanto ao trabalho com as diferentes tipologias
textuais na sala de alfabetização de alunos jovens e adultos, ao visar também,
formar indivíduos que participem das relações sociais as quais lhe são
impostas aos possibilitar a fazer uso desses instrumentos nos diferentes
segmentos de sua vida. Diante disso, surgiu a idéia de trazer para o espaço
formador, situações concretas de leitura e escrita, com as quais a clientela dos
alfabetizandos sinta necessidade de interagir em sua vida social e cotidiana
como, no trabalho, no supermercado, na rua e nos mais diversos espaços
sociais. O resultado desse trabalho favorece e busca apresentar aos
alfabetizadores a construção do conceito de letramento, e análise do texto
como unidade mediadora significativa no processo ensino-aprendizagem na
prática com a alfabetização.
17. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: REFLETINDO SOBRE
SUAS ESPECIFICIDADES E RELAÇÕES.
Giane Bezerra Vieira
DEPED/UFRN
Partindo do pressuposto de que o letramento é uma questão central no debate
educacional na atualidade, o presente trabalho discute as especificidades e
relações dos conceitos de letramento e alfabetização à luz de referenciais que
verticalizam estudos sobre essa temática. Busca-se em SMOLKA (1991),
KLEIMAN (2000), SOARES (2003), BAKHTIN (1997) e CURTO (2000) as
dimensões técnicas, cognitivas e culturais da alfabetização e do letramento.
Parte-se da concepção de letramento como atividade simbólica, como discurso
e interação entre sujeitos concretos que constróem significados de acordo com
as relações que mantêm com a língua. Realça-se os aspectos constitutivos dos
dois conceitos, sua simultaneidade e interdependência e sua importância para
a pedagogia. O processo de aquisição da leitura e da escrita na perspectiva do
letramento proporciona à criança significativas mudanças nos seus processos
cognitivos e discursivos. Essa pesquisa bibliográfica possibilitou a
compreensão de que os usos sociais da leitura e da escrita são fatores
indispensáveis para o desenvolvimento dos processos de socialização e
comunicação humana. A síntese entre alfabetização e letramento se expressa
na indissociabilidade entre o ler e o escrever e a utilização efetiva dessas
habilidades em práticas sociais concretas.
18. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: ASPECTOS
CONCEITUAIS E IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS
Edileide Gonzaga de Lira
DEPED/UFRN
Francinaide de Lima Silva
DEPED/UFRN
Giane Bezerra Vieira (Orientadora)– DEPED/UFRN
O presente artigo traz uma análise sobre os conceitos de alfabetização e
letramento e suas implicações para a prática pedagógica através de uma
pesquisa de campo e de um estudo bibliográfico. Essa análise é feita tendo por
base Curto (2000), Ferreiro (2001, 2002, 2003), Ribeiro (2001) e Soares (2000,
2003, 2004), referencial teórico estudado na disciplina Processo de
Alfabetização, e a concepção de uma professora de educação infantil a
respeito de tais conceitos. Visto que os conceitos de alfabetização e letramento
são amplamente discutidos e várias são as teorias que lançam luz a esses
processos os quais auxiliam o trabalho pedagógico, no sentido de evitar o
fracasso escolar .Verificou-se através dessa articulação de perspectivas a
consonância entre o dizer da professora de alfabetização de crianças e a
definição desses processos feita pelos teóricos estudados na disciplina, para
os quais a alfabetização é um processo de aquisição da língua oral e escrita e
o letramento é o conjunto das práticas sociais de uso da leitura e da escrita.
Evidenciou-se, ainda, através da observação da aula ministrada pela
educadora, a aplicação prática dos conceitos em estudo. Dessa forma,
acreditamos que o ensino aprendizagem eficaz seria a articulação de
conhecimentos e metodologias, fundamentadas em diferentes ciências, e sua
tradução em uma prática docente que integre as várias facetas, articulando a
aquisição do sistema de escrita que é favorecida por ensino direto, explícito e
ordenado (processo de alfabetização), com o desenvolvimento de habilidades e
comportamentos ao uso competente da língua escrita nas práticas sociais de
leitura e de escrita (processo de letramento).
19. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: DOIS PROCESSOS
PARALELOS
Liliane Gomes da Silva
DEPED/UFRN
Maria Monique da Silva Dantas
DEPED/UFRN
Giane Bezerra Vieira (Orientadora) – DEPED/UFRN
O presente artigo constitui-se na sistematização de estudos realizados a
respeito das concepções sobre alfabetização e letramento, baseado em alguns
autores, como Curto (2000), Ferreiro (2001, 2003), Soares (2000, 2003, 2004)
e Kleiman (1995) e a fala de uma professora alfabetizadora. Orientada
metodologicamente pelo programa da disciplina Processo de Alfabetização e
por uma entrevista semi-estruturada, podemos perceber, que existe uma
articulação entre as concepções da professora e dos autores lidos. Para eles,
alfabetização é o processo de aquisição da linguagem oral e escrita e o
letramento é o uso que o sujeito faz daquele código que ele adquiriu nas suas
práticas sociais, ou seja, o uso do código falado e escrito.Constata-se também
que a discussão sobre alfabetização e letramento no Brasil vem se tornando
algo muito abrangente e de grande relevância, pois esses processos estão
interligados, embora sejam distintos. As possibilidades de aplicação e
reconhecimento da ligação desses dois processos viabilizam o
desenvolvimento das capacidades de interpretação da criança em relação ao
estabelecimento de diferentes significados nas suas práticas cotidianas. Dessa
forma, acreditamos que os profissionais que atuam na área de educação
devam estar comprometidos com a formação de seus alunos no sentido de
continuarem a refletir sobre a proposta do letramento e da alfabetização na sua
prática pedagógica.
GT-25: METAFÍSICA E TRADIÇÃO
Coordenadores:
Markus figueira da Silva
Juan Adolfo Bonaccini
E-mail: [email protected]
Departamento de Filosofia
Local: Setor de Aula II, sala E4
O GT Metafísica e Tradição é composto por professores e alunos do Curso de
Filosofia e do Programa de Pós-graduação em filosofia da UFRN. Conta
também com a participação de professores e alunos de outros cursos, ligados
à Base de Pesquisa GEMT. Seu maior objetivo é congregar, discutir e divulgar
toda a produção acadêmica na área da Metafísica no âmbito da UFRN, além
de fomentar a participação e integração de outros membros da comunidade
científica desta universidade.
Primeiro dia
01. A MORTE COMO LIMITE NATURAL PARA O DESEJO
DENTRO DO PENSAMENTO DE EPICURO
Everton Rocha
[email protected]
O exame da natureza, ou physiologia,é a principal ferramenta utilizada pelo
sábio que busca conhecer a constituição das coisas. Fazendo uso dela,
Epicuro separou diferentes categorias de desejos, seguindo basicamente dois
critérios, a saber: se são naturais e se podem ser encarados como
necessários. No homem há um patamar de desejo que corresponde aos
desejos necessários para a sobrevivência do corpo, ao analisar os limites
desse composto chamado homem, Epicuro ressaltou a importância de
delimitação dessas necessidades fundamentais. Para evitar a morte é preciso
tratar da manutenção desses desejos, que nos apontam a carência de
alimentos, de água, certas condições ambientais. Aquilo que é necessário
encontra-se em abundancia na natureza, assim acreditava Epicuro, essa
perspectiva ressaltava a postura de sustentar a felicidade como possível,
entendida como ausência de dor no corpo e perturbação na alma. A nitidez em
relação a simplicidade do que é necessário a continuidade da vida é um bem
produzido pelo exame da natureza, que aponta um outro caráter aos desejos
ao mostrar que muitos deles se sustentam sobre opiniões vazias. O desejo de
imortalidade é um exemplo emblemático de afastamento e esquecimento em
relação a nossa própria condição natural. O distanciamento diz respeito a
alienação no que refere-se ao próprio corpo como composto vivo em equilíbrio
transitório, o esquecimento pode ser encarado como produto desse
afastamento, a medida que os desejos são sustentados por opiniões que
negam a morte como limite incontornável. A morte surge como fim do equilíbrio
chamado vida, surpreendente por estar completamente fora da experiência,
mas que precisa ser assimilada pelo sábio, visto que tratar desta questão é
imprescindível para desfrutar da tranqüilidade e do prazer inerentes a uma vida
preenchida pelo exercício da sabedoria prática.
02. MITO: RAZÃO E FANTASIA N'A REPÚBLICA DE PLATÃO
Enoleide Farias
Aluna especial Mestrado em Filosofia - UFRN
Ao estabelecer as partes da alma e, a partir dessa classificação, a ordenação
política n'A República, Platão propõe excluir do seu estado ideal o poeta
criador de mitos, capaz de enganar quantos lhe ouvem, portanto, alguém cuja
existência parece dominada pela parte concupiscente da alma. Assim, renega
a poesia mimética e seus autores, referidos como meros imitadores, incapazes
de colaborar na construção da cidade justa, por ele pensada como possível,
apenas, a partir de um rigoroso método educacional. O trabalho busca
entender como o filósofo, mesmo criticando o mito, o utiliza como recurso
dialógico na construção do seu texto. É, pois, n'A República onde se encontra o
mais comentado mito filosófico, a Metáfora da Caverna. Os argumentos são
construídos a partir de uma leitura d'A República, apoiados nas considerações
apresentadas por Vernan, Rodrigues e Nunes acerca dos mitos presentes na
filosofia pré-filosófica, na filosofia e na linguagem contemporânea.
03. DEUS E O MUNDO: PARTICIPAÇÃO E CRIAÇÃO EM
ESCOTO ERIÚGENA
Íris Fátima da Silva - PPGFIL - Mestranda
Em que consiste a participação? Instigado pelo problema da criação, que
circula todo o livro III do periphyseon, cujo argumento principal anela a obra
dos seis dias Eriúgena entende que deve evitar a confusão entre Deus e o
mundo e ao mesmo tempo a separação entre um e outro. O mundo é criado e
eterno, era e não era, procede de Deus, mas é distinto de Deus, é a antinomia
que porta consigo o ato criativo e que Eriugena tenta resolver e conciliar; o
mundo procede de Deus porque é uma participação de Deus. A palavra
participação, no entanto pode gerar equívoco, necessitamos, entretanto melhor
definir o seu significado. Para Eriúgena a participação é atividade, causalidade,
criação, a dificuldade está no determinar a essência desta atividade ou
causalidade por evidenciar-se a natureza da relação entre a causa e o efeito,
entre o mundo e Deus. Nada no sistema eriugeniano é imóvel tudo é
dinamicidade, visto que o princípio da realidade não é o Ser, mas o Ato; por
isso o seu monismo se diferencia essencialmente do monismo grego.
04. EPICURO E O TÝCHE
Maíra Bezerra da Costa
[email protected]
O termo Týche significa acaso enquanto noção necessária para pensar a
questão do conhecimento, sendo a ciência em Epicuro o desvelamento do
limite do individuo, que ao conhecer a natureza conhece a si mesmo. Esse
desvio ou parênklises, como é conhecido o acaso, ocorre como necessidade
ativa para que existam corpos, quando na queda os átomos desviam-se e
chocam-se com outros, nisso nascem os compostos. É extremamente
importante para o exercício da prática da sabedoria conhecer para não temer o
desconhecido. A mudança de curso espontânea e sem explicação do átomo
justifica a liberdade individual, abolindo toda a determinação exterior que
fantasia através das opiniões vazias, originando homens fracos, ansiosos e
dependentes da providencia divina. O týche relativisa o conhecimento por
causa do movimento atômico que afeta elementos e compostos. Na constante
mudança as possibilidades e as dúvidas são muitas, mas o homem precisa ser
capaz de construir a sabedoria de acordo com sua maneira de ser, em uma
realidade formada por partículas que materializam para não abrir espaço para
os mitos, enfatizando que tomar atitudes próprias ou não esperar pelos Deuses
era facil.
05. ENTRE APOLO E DIONISO: ANÁLISE NIETZSCHIANA DA
TRAGÉDIA
Joana Brito de Lima
Trata-se de uma pesquisa em desenvolvimento a respeito da análise
nietzschiana da tragédia grega clássica. Procurando os elementos definidores
da arte trágica grega nos dramaturgos clássicos, como Eurípides, Ésquilo e
Sófocles, além de buscar inspiração na mitologia, notadamente pela escolha
dos deuses gregos Apolo e Dioniso como referenciais teóricos, Nietzsche
elabora em O Nascimento da Tragédia uma teoria do trágico fundamentada
sobre a oposição e complementaridade entre apolíneo e dionisíaco,
racionalismo e instinto, e a rejeição do pessimismo como afirmação da vida.
Nosso objetivo é pensar a teoria da tragédia elaborada por Nietzsche, na qual
Dioniso representa o excesso e Apolo a medida, aspectos incorporados ao
herói trágico a representar a limitação humana diante das Moiras do destino.
06. O USO DAS PALAVRAS PHÝSIS, KÓSMOS E LÓGOS
PELOS ESTÓICOS GREGOS
Thiago Barbalho
[email protected]
Para compreender a physiología estóica é preciso, antes de tudo, traçar os
conceitos que, ao longo da tradição filosófica, foram se confundindo, fato que
dificulta o entendimento do estoicismo como sistema filosófico. O trabalho fará,
portanto, um contorno ao redor de três termos fundamentais para a doutrina
estóica: phýsis, kósmos e lógos, com ênfase no caráter divino esboçado nas
noções ontológicas de todos eles.
07. DA ÉTICA A NICÔMACO: CONHECIMENTO X AÇÃO
Sheila Mendes Accioly
Este artigo discute as relações entre conhecimento (saber) e ação (fazer) na
obra aristotélica Ética a Nicômaco. Propõe que entre as dimensões da teoria e
da prática há uma cisão, passível de unificação na dimensão estética.
Segundo dia
08. A TEORIA DO CONHECIMENTO DE BENEDICTUS DE
SPINOZA: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DO TRATADO DA
CORREÇÃO DO INTELECTO
Ana Carolina Nogueira Guedes
Universidade Estadual do Ceará (graduação)
Prof. Dr. Emanuel Angelo da Rocha Fragoso
Nossa intenção com o presente trabalho é a de expormos, por meio de uma
detalhada descrição seguida de uma análise, os argumentos propostos por
Benedictus de Spinoza em sua crítica e subseqüente reforma do método pelo
qual o intelecto melhor se dirige ao verdadeiro conhecimento das coisas. Para
tal, inicialmente, faremos a exposição, seguida de uma análise mais detalhada
e comparativa, dos modos de conhecimento conforme descritos por Spinoza
nas três obras em que nosso autor trata desse tema, o Breve Tratado, o
Tratado da Correção do Intelecto e a Ética. A partir da leitura dessas obras,
procuraremos explicitar a descrição spinozista dos modos de conhecimento,
evidenciando a alteração da terminologia da primeira à terceira obra, dos
termos “modos de conhecimento”, empregado nas duas primeiras, aos termos
“gêneros de conhecimento”, empregados por Spinoza na Ética. Também
evidenciaremos a opção de Spinoza pelo conhecimento do terceiro gênero, ou
conhecimento intuitivo, pois é este o tipo de conhecimento que possibilita ao
homem atingir a beatitude. Por absoluta necessidade do sistema, abordaremos
também a questão do método desenvolvido por Spinoza, o método geométrico
ou euclidiano, e qual a sua importância dentro da reforma do conhecimento,
bem como sua importância dentro do sistema considerado em sua totalidade.
Por fim, faremos uma apresentação por meio de uma “introdução” presente em
nosso texto, na qual evidenciaremos a importância do Tratado da Correção do
Intelecto para a fundamentação epistemológica da Ética.
09. OS MODOS DE CONHECIMENTO SEGUNDO BENEDICTUS
DE SPINOZA
Isabel Maria Pinheiro Arruda
Mestranda em Filosofia – UECE
Bolsista da FUNCAP
Orientador. Prof. Dr. Emanuel Angelo da Rocha Fragoso
Esta pesquisa tem como finalidade descrever os modos do conhecimento na
filosofia de Benedictus de Spinoza. Esta questão é abordada em três obras, o
Tratado da Reforma da Inteligência – TIE (1662) o Breve Tratado – KV e a
Ética (1677). Iniciaremos nossa exposição pelos modos de conhecimento no
TIE, no qual o conhecimento não é mais apresentado como o resultado de uma
influência da coisa sobre a mente. No TIE o conhecimento é o meio pelo qual o
homem alcançará a beatitude, ou seja, é através do conhecimento que o
homem alcança a perfeição, aqui entendida como “o conhecimento da união da
mente com a natureza inteira”. No § 19 desta obra Spinoza distingue quatro
modos de percepção: o primeiro se baseia numa percepção que temos pelo
ouvir dizer ou por algum outro sinal designado convencionalmente, no
segundo, há uma percepção adquirida por experiência vaga, no terceiro há
uma percepção na qual a essência de uma coisa se conclui de outra e
finalmente, há uma percepção em que uma coisa é percebida só pela sua
essência ou pelo conhecimento de sua causa próxima e, é denominado
conhecimento intuitivo. No KV, Spinoza inicia demonstrando alguns conceitos
ou a consciência do conhecimento de nós mesmos e das coisas que estão fora
de nós. Na Ética, Spinoza modificou a nomenclatura utilizada em suas obras
anteriores no que se refere ao conhecimento passando a adotar o termo
“gêneros de conhecimento”, devido à natureza do conhecimento verdadeiro. A
descrição e análise dos mesmos se encontram na Parte 2 deste livro, cuja
denominação é as seguintes: conhecimento do primeiro gênero, do segundo
gênero e, finalmente o terceiro gênero. Sendo este último necessariamente
verdadeiro, pois procede de uma idéia adequada de um atributo de Deus.
10. HEIDEGGER E A QUESTÃO DA TÉCNICA.
Alan Marinho Lopes.
Orientador: Oscar Bauchwitz.
A proposta de meu trabalho é efetuar uma investigação acerca da segunda
fase do pensamento de Martin Heidegger, precisamente o momento em que
ele resolve abordar e problematizar a técnica moderna. Colocando o Dasein
(ou ser-aí) de “Ser e Tempo” como ponto de partida, o raciocínio será
desenvolvido a partir de um argumento embrionário encontrado na obra
principal e desdobrado em textos como “A Questão da Técnica” e “Língua de
Tradição e Língua Técnica”. Pretendo, junto de Heidegger, desvelar a técnica
em sua essência não técnica, e será explicitado, também, que onde está o
perigo e alienação, pode residir salvação.
11. HEGEL E O CETICISMO
Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto.
Orientador: Prof. Dr. Juan Adolfo Bonaccini
O presente trabalho tem por objetivo encetar uma discussão em torno da
problemática da possibilidade do conhecimento, tendo por norte três posturas
filosóficas: uma cética, cujo principio basilar se assenta numa recusa geral do
conhecimento; outra, parcialmente cética, é o pensamento kantiano, cujo
pensamento se coloca a meio caminho entre o ceticismo e a metafísica
dogmática; e, enfim, a postura de Hegel, para quem a possibilidade do
conhecimento, alçando para além do dogmatismo, se afirma como total. Sendo
que, ao fim da discussão, após pesar os principais argumentos de cada uma
das três vertentes, forçoso será concluir a favor de uma das posturas,
notadamente a do ceticismo.
12. O CONCEITO DE ATRIBUTO EM ESPINOSA
Wander Resende
Trata-se da articulação do conceito de atributo exposto na obra “A Ética” de
Espinosa. A exposição visa a explicitação deste conceito em relação à noção
de substância ali apresentada.
13. O DEVIR EM HEGEL
Bartira Calado
[email protected]
Dentro do sistema hegeliano, o devir tem um caráter importantíssimo, pois –
representando a lembrança do movimento efetuado pela consciência, durante o
seu processo de descobrimento – garante que a verdade seja percebida na sua
totalidade, passando a ser encarada não mais como um alvo que pode ser
alcançado de imediato ou por uma revelação, mas essencialmente como algo
que demanda desenvolvimento para mostrar-se. Este trabalho pretende fazer
uma pequena, mas significativa exposição, sobre como o vir a ser na história
da humanidade corresponde à própria manifestação do Absoluto – que se faz
mundo para conhecer-se; de como é imprescindível ao sistema de Hegel a
adoção de uma lógica polivalente, para que, dessa maneira, seja evidenciado o
valor e a necessidade da série sucessiva de figuras que compõem a vida do
Todo; analisa-se também, o papel que a negatividade assume dentro do
processo dialético, permitindo e determinando o surgimento dos estágios do
saber. E por fim, esclarece sobre a necessidade do Absoluto ser entendido não
como substância, mas sujeito.
14. A RELAÇÃO ENTRE O MUNDO SENSÍVEL E O INTELIGÍVEL
NA FILOSOFIA DE PLOTINO
Assileide de Melo Dantas.
Orientador: Prof. Dr. Oscar Federico Bauchwitz
Nas Enéadas, Plotino apresenta como tese fundamental a distinção entre o
mundo inteligível e o mundo sensível. Distinção esta que apresenta um grave
problema, tendo em vista que o sistema plotiniano se pretende essencialmente
monista. Ou seja, se partirmos do pressuposto segundo o qual o sistema de
Plotino é monista, como de fato o próprio pretendia, a distinção entre os dois
mundos necessita de uma justificativa. O presente trabalho, portanto, visa a
uma apreciação da resposta oferecida por Plotino no que respeita
especificamente à passagem (processão) ontológica da dimensão do
incorpóreo para a do corpóreo, pois, segundo Plotino, apenas há uma única
realidade, a saber, o Uno, do qual todas as coisas procedem. Dessa forma, os
dois mundos, o sensível e o inteligível, participam desta única realidade, e a
processão do incorpóreo para o corpóreo se afigura como necessária. E do
resultado de tal processão fica eliminado o caráter dualista, uma vez que a
matéria é tida como não subsistente, o que acaba por garantir que o sistema
plotiniano deve, sim, ser considerado monista, pois o mundo sensível não foi
produzido do nada.
15. "HEGEL E O CETICISMO".
Juan Adolfo Bonaccini
Depto. de Filosofia
A relação de Hegel com o ceticismo está longe de ser clara. A par de existirem
alguns poucos trabalhos sobre o assunto, e de Hegel abordar o tema em várias
obras, não está bem determinado se Hegel possui uma teoria global sobre o
ceticismo ou se apenas é um mero crítico de posturas céticas clássicas na
antiguidade e na modernidade. O presente trabalho pretende primeiro sugerir
que apesar de Hegel ser um crítico ferrenho do ceticismo moderno (por ex. em
Sobre a relação do Ceticismo com a Filosofia, nas Preleções sobre História da
Filosofia, na Enciclopédia das Ciências Filosóficas), a sua crítica não se
restringe a esta ou aquela forma de ceticismo. Sustenta-se que a posição de
Hegel se funda numa teoria geral do saber da consciência que compreende o
ceticismo como uma pretensão de verdade que implica a absolutização de um
de seus saberes parciais e pretende refutá-lo mediante a descrição do modo
como ele mesmo seria auto-refutativo (sobretudo na Introdução à
Fenomenologia e no início da Ciência da Lógica). A partir de essa análise são
tecidos comentários sobre a fecundidade de um tratamento análogo como
estratégia a ser recuperada para refutar posturas céticas em outros âmbitos do
conhecimento filosófico. Por fim, atesta-se a atualidade do pensamento de
Hegel em face do problema filosófico do ceticismo.
16. UMA “TEORIA DAS FORMAS” CHINESA: O
SURPREENDENTE “PLATONISMO” DE CHU HSI
Edrisi Fernandes (GEMT/UFRN)
Chu Hsi (1130-1200) é certamente o maior pensador chinês dos últimos mil
anos, pela relevância e pela duradoura influência de seus escritos, capitais
para o estudo do Neo-confucionismo, corrente de pensamento que,
notadamente pela assimilação de elementos metafísicos antes encontradiços
apenas no Taoísmo e no Budismo, buscou neutralizar a debilitação do
Confucionismo. Uma das coisas que mais chama a atenção de pensadores
ocidentais que se debruçam sobre os escritos de Chu Hsi é a notável
semelhança entre as noções chinesas de Li (“princípio”) e Ch’i (“força material”)
e suas relações ontológicas, e as noções platônicas das “idéias” e dos “entes”
que “representam” aquelas mediante “participação”. Passagens de Chu Hsi
serão lidas e contextualizadas em articulação com o pensamento de! Platão
(ao qual Chu Hsi, segundo consenso geral, não teve acesso), para indicar
afinidades insuspeitadas do pensamento de filósofos tão distanciados no
tempo, no espaço e no universo das culturas, mas surpreendentemente
próximos no continente das idéias.
17. OS FUNDAMENTOS DA TÉCNICA E DA INFORMAÇÃO EM
SER E TEMPO
Soraya Guimarães da Silva
Extraído do capítulo dedicado à obra Ser e Tempo, de Martin Heidegger, da
dissertação ainda sem título definido, mas que investiga a tecnologia da
informação a partir da essência da técnica e de uma ontologia da informação,
estudo completamente baseado no pensamento do filósofo alemão, o trabalho
pretende abordar brevemente duas reflexões a cerca do tema geral proposto
para a pesquisa de mestrado e que estão contidas nas investigações feitas em
Ser e Tempo: a relevância do modo da ocupação [Besorgen] na questão da
técnica e a gênese da informação do conceito de Compreensão [Verstehen] e
Interpretação [Auslegung].
GT-26: IDENTIDADE E ETNIA
Coordenadores:
Liliane Cunha de Souza
E-mail: [email protected]
Departamento de Antropologia
Luiz Antonio de Oliveira
E-mail: [email protected]
Departamento de Antropologia
Local: Setor de Aulas II, sala D3
O presente Grupo de Trabalho pretende reunir professores, pesquisadores e
alunos de pós-graduação e graduação, das áreas de antropologia e história,
que trabalham sobre a temática das identidades diferenciadas. Os assuntos a
serem abordados deverão tratar da questão étnica e das identidades culturais,
preferencialmente no Rio Grande do Norte, dentro das perspectivas etnográfica
e historiográfica, em diferentes contextos urbanos e rurais. Os principais
objetivos do GT são: levantar questionamentos sobre as marcas memoriais e o
devir dos grupos; reunir pesquisadores interessados na temática; apontar para
novas problemáticas e perspectivas teórico-metodológicas de pesquisas sobre
etnicidade, bem como propor a investigação sistemática de grupos étnicos
presentes no Nordeste e no estado do Rio Grande do Norte.
Primeiro dia
01. PARQUE DAS DUNAS: REMINISCÊNCIAS DE POVOS SEM
HISTÓRIA
Abrahão Sanderson Nunes F. da Silva
Mestrando em Arqueologia no Programa de Pós-Graduação do
Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo
(USP)
A região concernente ao município de Natal, mesmo com uma documentação
escrita e uma presença vestigial passíveis de reconhecimento, possuí indícios
que apontam para o esquecimento da etnia Potiguar. Neste caso específico,
podemos exemplificar a ocorrência dessa situação através da importância
outorgada ao Parque das Dunas, uma área considerada patrimônio do estado
devido apenas aos seus atributos ecológicos. Contudo, essa iniciativa não
contempla os materiais representativos das ações concretas de determinados
grupos humanos, em nosso caso específico os indígenas potiguares,
responsáveis por uma cultura material presente nesse local e que mesmo
costeando um dos principais acessos turísticos da cidade e, em meio aos
acréscimos urbanísticos de uma zona em pleno crescimento comercial e
residencial, está bastante distante da memória e da identidade dos natalenses.
02. ETNICIDADE, INDIGENISMO E AS RAZÕES DO ESTADO:
ENTENDENDO OS PROCESSOS DE EMERGÊNCIA ÉTNICA NO
NORDESTE INDÍGENA
Prof. Dr. Carlos Guilherme do Valle
Departamento de Antropologia (DAN/UFRN)
Ao longo de boa parte do século XX, casos de emergência étnica ou
etnogênese irromperam no Nordeste brasileiro, sobretudo nos últimos 25 anos.
Estados como o Ceará e agora o Rio Grande do Norte, se eram antes
conhecidos pela ausência de índios, têm assistido o paradoxo do
reaparecimento de povos que eram dados como desaparecidos ou
supostamente estavam diluídos na população regional. Caracteristicamente
conflitivos por meio das relações interétnicas entre índios e “não-índios”, a
destacar os interesses fundiários em jogo, estes processos de emergência
étnica não têm se concretizado sem a intervenção de agentes e instituições
variadas, que vão desde o órgão indigenista oficial, a FUNAI, a missionários e
pesquisadores, conformando um campo social bastante heterogêneo e
atravessado por tensões políticas, além das convergências e contradições no
conjunto de suas idéias e práticas. Ao considerar tais pontos, este trabalho
pretende discutir os impasses mais recentes que envolvem o indigenismo, em
particular na sua atualização no Nordeste, atravessado por pressões e
demandas étnicas, mas igualmente condicionando os processos de
etnogênese segundo suas próprias idéias e diretrizes conceituais. Por meio de
uma abordagem histórica e antropológica, espero refletir sobre alguns pontos
centrais envolvidos nos processos de emergência étnica. Estes pontos tocam
em questões teóricas igualmente importantes, especialmente a tensão entre
abordagens essencialistas e construcionistas da idéia antropológica de cultura.
03. A ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA E A QUESTÃO
TERRITORIAL TAPEBA
Igor de Meneses Soares
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGCS/UFRN)
Em meados dos anos 80 do século XX, no instante em que nos deparamos
com a realidade de um grupo étnico estabelecido na região Nordeste – os
Tapeba – são perceptíveis os conflitos existentes, centralizados
prioritariamente em duas questões: a identidade e a terra. Referimo-nos a todo
um processo de mobilizações e reivindicações dos indígenas que vêm
configurar a idéia de etnia e “luta”. Luta seria o termo apropriado, utilizado
pelos índios Tapeba, a fim de denotar os esforços convergidos para fins que
motivaram o início das referidas manifestações. Os variados processos
envolvendo os índios Tapeba que tiveram continuidade estavam
freqüentemente, direta ou indiretamente, ligados à questão territorial. Eram
associados à invasão de propriedades, a violências ou formas de intimidações
que objetivavam a imposição de uma condição de insegurança e medo a fim de
excluir os indígenas da posse de uma determinada porção de terra. Partindo
dessa idéia, explicitamos a motivação que nos impele à realização deste
trabalho. Uma vez que nos deparamos com uma intensa participação da
Arquidiocese de Fortaleza em todo o processo de reconhecimento da
identidade étnica dos índios Tapeba, bem como das referidas questões
territoriais, acreditamos ser fundamental recuperar a ação da Igreja nesse
processo. A representatividade política que a Arquidiocese de Fortaleza
assume possibilita a consolidação de um movimento social. Buscamos analisar
as motivações que levaram a Arquidiocese de Fortaleza a desenvolver intensa
apoio aos índios Tapeba, utilizando para tal fim algumas entrevistas realizadas
com antigos integrantes da Pastoral Indigenista, índios Tapeba, bem como
documentos escritos, formulados a partir dos esforços empreendidos pelos
membros da Arquidiocese de Fortaleza e jornais que estavam atentos,
noticiando esse contexto em questão.
04. IDENTIDADE E DIFERENÇA
Rita Gomes do Nascimento
Mestranda do PPGEd da UFRN
Bolsista da FUNCAP
A trajetória de constituição das identidades étnicas indígenas está marcada
pelas ações desses grupos em se afirmarem enquanto tais, em busca do (auto)
reconhecimento, tanto, particularmente, para si mesmos, quanto, no geral,
frente à sociedade nacional. Tal movimento vai se corporificando na (re)
elaboração de práticas culturais visando a economia de ganhos simbólicos
(Bourdieu,1998), precisamente através da “luta” empreendida entre estes e as
instituições de Estado na demarcação de direitos sociais. Compreendemos os
processos identitários como uma construção social, ou seja, como
“identificações” em curso, pois participamos da concepção de que a identidade
não é algo fixo, invariável, (pré) determinado, mas sim, que vai se constituindo
historicamente, sendo, portanto, modificada conforme “o sujeito é interpelado
ou representado, a identificação não é automática, mas pode ser, ganhada ou
perdida” (HALL,1997). Neste artigo apresentamos as histórias de três grupos
indígenas, sobre os sentidos que atribuem à constituição de seus processos
identitários. Para a execução deste trabalho, guiadas pela análise
compreensiva do discurso oral (Kaufman,1999), tomamos como unidade de
referência principal as falas de 08 (oito) entrevistados, participantes do Curso
de Formação de Professores Tapeba, Pitaguary e Jenipapo-kanindé, sendo 01
(um / a) professor / a e 01 (uma) liderança de cada uma dessas etnias e 02
(dois) membros da Associação de Professores Indígenas Tapeba (APROINT),
entidade proponente do Curso. Ao longo de seus discursos percebemos uma
seqüência temporal e situacional, atribuídos as categorias medo e
preconceito, saltadas de suas falas. Inicialmente, tais categorias, implicam na
negação de suas identidades, usadas ora como impedimento, ora como
explicação para o não - ser – índio. Mais adiante, em outro contexto, medo e
preconceito, aparecem com a conotação de superação numa situação e / ou
num tempo de assunção identitária, precisamente quando estes grupos
decidem afirmarem-se etnicamente, realizando “a viagem da volta”, alusão à
expressão de Oliveira (1997), presente em seus estudos sobre os povos
indígenas do Nordeste Brasileiro.
05. MEMÓRIA, ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ETNICIDADE: OS
ELEOTÉRIOS - CATU/RN
Claudia Maria Moreira da Silva
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGAS/UFRN)
Situado entre os Municípios de Canguaretama e Goianinha o Catu dos
Eleotério, conforme é identificado na região, fica distante da capital Natal em 79
Km. A área que abrange a localidade constitui parte da microrregião Litorânea
Sul do Estado. A partir do final dos anos 90 uma parcela dos Eleotério, família
que se diz ocupar o local tradicionalmente e que originou o povoamento,
passou a se mobilizar afirmando uma “descendência indígena”, e a reivindicar
o reconhecimento étnico enquanto coletividade. Nesse contexto passaram a
procurar articulações junto ao povo Potiguara no Estado da Paraíba. Este
estudo possui como objetivo compreender como está sendo reelaborada a
identidade indígena, nesse contexto, onde articulam memória com organização
política e se mobilizam pela reapropriação das matas e antigos modos de vida.
As Entrevistas até então realizadas sinalizam que os Eleotério passaram a se
auto identificar indígenas, ressaltando uma história comum. As narrativas
possuem como suporte referências a memória de parentes que habitavam as
matas e memórias de eventos vivenciados que circunscrevem toda sua
construção sobre a ocupação antiga do território que no atual momento
histórico se encontra sob controle oficial de empresas que promovem o cultivo
da cana-de-açúcar.
06. IDENTIDADE ÉTNICA ENTRE OS XUKURU DO ORORUBÁ –
A FESTA DE NOSSA SENHORA DAS MONTANHAS NA VILA DE
CIMBRES.
Ana Sávia Farias Ramos
Aluna do curso de graduação em Ciências Sociais da UFCG
O presente resumo é baseado em um primeiro exercício etnográfico realizado
entre os Xukuru do Ororubá, povo indígena cuja terra está localizada no
município de Pesqueira, interior de Pernambuco. O trabalho etnográfico foi
realizado a partir de observações feitas no dia 2 de julho de 2004 durante a
festa de Nossa Senhora das Montanhas, uma festa popular que acontece
anualmente na Vila de Cimbres, terra indígena Xukuru, e que cuja abrangência
ultrapassa os limites étnicos proporcionando a confluência entre índios e nãoíndios. A partir da observação da festa de Nossa Senhora das Montanhas
enquanto uma situação representativa do processo de afirmação da identidade
étnica que se deu em um contexto de ação política em função da reivindicação
do direito às terras identificadas como terra indígena Xukuru, pretende-se tratar
da afirmação da identidade indígena deste povo através da observação da
utilização do espaço durante a festa, como uma forma de se perceber o lugar
ocupado pelos índios em três momentos principais; a missa, o toré e a
procissão. Partindo da percepção de que a afirmação da identidade indígena
Xukuru se dá através da comunicação de um discurso que os expressa como
etnicamente distintivos, observou-se que durante a festa de Nossa Senhora
das Montanhas foi também através das “tradições” que este discurso foi
expresso, e que por meio da prática das “tradições” os índios Xukuru marcaram
sua distintividade em meio aos festejos populares, portanto, é também objetivo
deste trabalho tecer considerações acerca do discurso comunicado através das
“tradições” percebendo os significados atribuídos a estas pelos índios Xukuru.
07. FESTA E PODER: O CICLO FESTIVO-RELIGIOSO DOS
FULNI-Ô
Eliana Gomes Quirino
Mestranda em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-Graduação
em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (PPGCS/UFRN)
O grupo está situado entre o agreste e o sertão de Pernambuco, mais
precisamente no município de Águas Belas. São, em média, 4.300 índios que
apresentam como signos de identificação étnica: o Yaathê, língua específica do
grupo que continua sendo utilizada no cotidiano; o Ouricuri, termo que designa
o ritual, o lugar e o período de reclusão que acontece durante a primavera; o
Toré dança comum aos índios do Nordeste. Tratamos de escolher as festas
religiosas – a abertura do Ouricuri; a festa da padroeira da aldeia, Nossa
Senhora da Conceição; festas juninas – para trabalhar situações de poder e
etnicidade. Buscaremos fazer uma análise conjunta dos temas: festas –
religiosidade – etnicidade. Estas festas supracitadas, onde se tem a presença
garantida de regionais, do poder local e do órgão indigenista oficial por convite
e permissão dos próprios índios para circularem no espaço aldeão, podem ser
visualizadas como campo de demonstração dos sinais de identificação,
tomados como bandeiras étnicas. Também podem ser vistas como um campo
de forças, disputas e conquistas associadas à mobilização étnica Fulni-ô. Há
autores que defendem que a festa é uma inversão da ordem, uma negação da
estrutura social, política e econômica vigente, como se ela representasse uma
descontinuidade em relação ao cotidiano. Todavia, nos afastamos de
concepções como estas para adotarmos a idéia de que a festa, mesmo sendo
um momento de diversão, de descontração coletiva, não chega a superar as
normas da vida cotidiana. Portanto, preferimos defender que a festa, sobretudo
a festa religiosa, é “uma recriação das normas da vida diária”. O nosso campo
empírico nos conduz a essa perspectiva teórica, nos faz entender a festa, com
sua natureza comunicativa, como uma continuidade da vida cotidiana. As
festas Fulni-ô buscam informar e reforçar a posse sobre o território e a
identidade étnica; renegar o passado da desconstrução étnica; reiterar as
formas de (re) construção identitária.
Segundo dia
08. A LINGUAGEM DO CORPO
Nury Isabel Jurado Herrera
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da
Universidade Federal de Rio Grande do Norte(PPGCS/UFRN)
"O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência, nem uma culpa como nos
faz crer a religião. O corpo é uma festa". Eduardo GaleanoA noção do corpo
tem transformado consideravelmente o panorama Antropológico nas últimas
décadas, um dos primeiros pilares que ínsita olhar o corpo como uma
linguagem além do visual encontra-se no estudo clássico de Mauss sobre as
técnicas corporais, segundo Lévi-Strauss, Mauss abriu às investigações
etnográficas um novo território: o das técnicas do corpo. Baseada na obra de
Jacques Galinier, “La otra mitad Del mundo. Cuerpo y Cosmos en los rituales
Otomíes”, pretendo discutir neste trabalho o uso da linguagem do corpo como
uma forma de interpretação das relações cosmológicas nas sociedades
primitivas.
09. IDENTIDADE E ETNICIDADE NO MARABAIXO: UMA
ABORDAGEM ETNOMUSICOLÓGICA
Ms. Sheila Mendes Accioly
Prof. Decom/UFRN
Ms. Sandro Guimarães de Salles
Prof. CPM/PE
Os primeiros negros chegaram ao Macapá no século XVIII, vindos de Belém,
do Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia e Maranhão, para a construção da
Fortaleza de São José. Além destes, aportaram, no município de Mazagão,
várias famílias negras fugidas das guerras entre mouros e cristãos, travadas no
norte da África. O Marabaixo nasce do encontro entre estas diferentes etnias e
os colonizadores brancos, interagindo dentro de um mesmo contexto social.
Símbolo de identidade social e etnicidade do povo do Amapá, este folguedo
consiste em uma manifestação musical elaborada a partir das referências do
catolicismo popular. Nele, os aspectos lúdicos, religiosos e transgressores
transpõem os limites entre o lícito e o não lícito, entre o sagrado e o profano.
Na vila do Curiaú, comunidade rural a oito quilômetros da capital, esta tradição
se mantém, por vezes vinculada a práticas afro-religiosas. No contexto urbano,
ela é praticada em Macapá, notadamente nos bairros do Laguinho e Favela. A
música do folguedo consiste em cânticos acompanhados de membranofones,
feitos em madeira esculpida. Sua coreografia, seguindo a tendência da maioria
das danças religiosas afro-brasileiras, é circular e em sentido anti-horário. O
aspecto religioso aparece, ainda, na presença de uma bebida ritual
denominada “gengibirra”. Nosso trabalho busca compreender, dentro de uma
perspectiva interpretativa, a importância do Marabaixo enquanto elemento de
identidade social e etnicidade, partindo de uma abordagem etnomusicológica.
10. NEGROS NA CIDADE DA LIBERDADE? A CONSTRUÇÃO
DA IDENTIDADE NEGRA EM MOSSORÓ-RN
Francisco Carlos de Lucena
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGAS/UFRN)
Existe em Mossoró um contexto social interessante para se refletir acerca do
processo de construção da identidade negra. Esta cidade se proclama a
pioneira do Brasil a libertar seus escravos. Para a história local, tal fato
acontecera em 30 de setembro de 1883 cinco anos antes da sansão Lei Áurea.
Este feito é comemorado anualmente com grandes festividades artísticas e
culturais organizadas pelo poder público local, vangloriando o heroísmo do
povo mossoroense. Além dos eventos festivos, encontram-se em Mossoró
diversos marcos que relembram a abolição da escravidão na cidade. São
nomes de bairros como o bairro Abolição I, Abolição II, um Shopping com o
nome de Liberdade e uma rádio por nome de libertadora. Estes referenciais,
arquitetados pela elite política local, se direcionam no sentido de construir um
discurso acerca do espírito libertário do mossoroense. Há também em Mossoró
um movimento negro por nome de Raízes que busca afirmar a negritude na
cidade. Podemos perceber, então, que existe em Mossoró um contexto
histórico e social que põe em relevância a figura do negro com um dos
referencias da história local. Esta pesquisa pretende apreender como os
negros mossoroenses se autopercebem e percebem a negritude dentro de um
contexto que tenta se afirmar como a “terra da liberdade”. Nosso trabalho está
ancorado nas discussões de Antonio Alfredo Guimarães, Carlos Hasenbalg,
Livio Sansone, Stuart Hall e Florestan Fernanades sobre as relações raciais
brasileiras.
11. NEGROS DO RIACHO: MEMÓRIAS CONTADAS E
SILENCIADAS
Joelma Tito da Silva
Bolsista Propesq
UFRN/CERES, Campus de Caicó
Prof. Ms. Joel Carlos de Souza Andrade
DHG/CERES/UFRN
Entre lembranças e esquecimentos caminham cotidianamente os negros do
Riacho, comunidade rural localizada no município de Currais Novos/ RN. O
grupo começa a se formar no final do século XIX, quando o ex-escravo Trajano
“Passarinho” e parentes próximos teriam se apossado das terras do Riacho dos
Angicos, casando-se e constituindo famílias que deixaram descendentes e
deram substância à manutenção daquele espaço em torno da comunidade. No
trabalho direto com as fontes o nosso olhar sobre os moradores do Riacho
efetiva-se a partir da entrevista oral, que possibilitou uma leitura histórica a
partir de imagens presentes na memória, em silêncios e vozes que delineiam
as singularidades inseridas no cotidiano do grupo. Teórico/metodologicamente
desenvolvemos discussões acerca da memória, da oralidade e da arte da
narrativa e questões referentes ao cotidiano inspiradas nas discussões de
Michel de Certeau. Na prática da pesquisa com os negros do Riacho lemos
silêncios, interpretamos dizeres - histórias contadas – identidades sentidas e
refeitas nas tramas incertas da memória, tecendo espaços a partir da arte de
narrar e lembrar.
12. AUTO-AFIRMAÇÃO E RECONHECIMENTO: A BUSCA DA
IDENTIDADE ÉTNICA
Wellington de Jesus Bomfim
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGAS/UFRN)
Este resumo introduz a discussão sobre Identidade Étnica enquanto uma
categoria auto-atributiva que se remete a elementos do passado, de uma
história comum de cada grupo, concepção esta presente nos processos de
titulação das terras dos “remanescentes de quilombos”. Com a Constituição de
1988, no Artigo 68, percebemos a necessidade de um laudo antropológico que
comprove a ligação destas comunidades com os eventos de quilombagem. Em
2003 o Congresso aprova o Decreto 4.887 de 20 de novembro de 2003, onde
apresenta a auto-identificação como critério fundamental para o
reconhecimento de direito às terras. Levantamos este fato para discutir as
implicações desta nova legislação no tocante as declarações de pertencimento
ressaltadas por estes grupos, perante este quadro. Para tanto nos valemos de
algumas publicações que destacam este procedimento em determinados
agrupamentos localizados em diferentes regiões do Brasil. Nos baseamos na
concepção de Frederik Barth (2000) acerca de grupos étnicos que se relaciona
diretamente com a prerrogativa legal, assim como a idéia de memória coletiva
de Maurice Halbwachs (1990) para analisar os fatores de identidade coletiva
(Michel Pollak, 1987) presentes em tais grupos. Foi possível perceber que
algumas implicações são comuns nessas comunidades: a coesão do grupo, o
reconhecimento de descendência, aderência do grupo ao lugar e lembranças
de um passado próximo. Contudo, trata-se de um debate em andamento que
carece de alguns aprofundamentos, e possíveis esclarecimentos.
13. JUDEUS RETORNADOS: IDENTIDADE E
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS.
Prof. Ms. Thadeu de Sousa Brandão
Faculdade Câmara Cascudo - RN
O presente trabalho preocupa-se em compreender o processo de construção e
efetivação da identidade social dos indivíduos pertencentes à Comunidade
Judaica de Natal/RN. Assim, propomos o estudo dessa “comunidade” que
transita em torno do Centro Israelita de Natal, um velho prédio em escombros,
mas sacralizado como local de culto, tentando perceber como se efetiva a
construção da identidade do grupo enquanto judeus e enquanto indivíduos
pertencentes a uma sociedade mais ampla e que, acredito, tende a englobálos. Do mesmo modo, analisar as relações que são construídas a partir desse
centro, que se torna espaço privilegiado de sociabilidade para a comunidade.
Para tanto, partimos do conceito de comunidade presente na obra de
Ferdinand Tönnies, assim como os conceitos de Representações Sociais
presentes em Durkheim e Mauss e em Peter Berger e Luckman. Nosso
caminho teórico-metodológico pauta-se na perspectiva da etnografia densa, tal
qual pensada por Clifford Gertz. Nosso eixo central tenta dar conta das
motivações que levam a um indivíduo (os bal-teshuvah – “aqueles que
retornam”) a se converter a uma religião “fechada” (no sentido de não
proselitista) como o judaísmo.
14. O GRUPO CALON EM NATAL: CONSTRUÇÃO DE
IDENTIDADE CIGANA E ESPAÇO
Andria Carla Araújo da Silva
Departamento de Geografia (Bolsista PET)
Estudo sobre como os ciganos Calon na cidade de Natal constroem seu
espaço mantendo sua identidade; mostrado através de trabalho de campo,
entrevistas e levantamentos bibliográficos. Apresenta caráter etnográfico no
que se refere à vida semi-sedentária deste grupo residente na Zona Norte de
Natal, analisando as relações de espacialidade do grupo, mediante as
referências identitárias que os tornam unidos quanto ao aspecto dos seus
símbolos e elementos culturais, e distinguindo-os da porção majoritária em que
estão inseridos. Será exposto como os ciganos estão fixados na localidade
habitada, e fazendo alguma possível relação com as suas condições sociais,
não desprezando a forma como eles são vistos pela população local. Será
explorado o espaço produzido por eles, onde através de suas dimensões
simbólicas e estéticas fica notória a forma como se dá a dinâmica identitária,
levando em consideração que o espaço se constitui em um dos principais
elementos de estruturação da realidade humana, determinando dentro das
práticas sociais a sua organização, definidora das relações entre as pessoas,
grupos, atividades e conceitos. Serão abordados elementos formadores da
identidade cigana, onde alguns são considerados “herança” proveniente dos
ciganos há anos atrás, como a prática da leitura de mãos, e alguns outros
elementos pertencentes ao costume cigano que tiveram o sentido modificado
ao longo dos tempos, como o casamento de um cigano com um não-cigano.
GT-27: A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA GEOGRAFIA
Coordenadora:
Maria do Socorro Costa Martim
E-mail: [email protected]
Maria Francisca de Jesus Lírio Ramalho
Departamento de Geografia
Local: Setor de Aula II, sala D2
O objetivo do Grupo de Trabalho "A educação ambiental na Geografia" é,
proporcionar discussões sobre o tema entre os participantes, de modo que
essa integração crie condições de troca de experiências, contribuindo para o
enriquecimento de propostas de modo exeqüível.Sabe-se que a educação
ambiental, necessariamente, não é exclusividade da geografia, contudo, por
ser o profissional, enquanto licenciado ou bacharel, a tratar das questões
ambientais onde existe o envolvimento das pessoas, interagindo em uma
constante busca para o equilíbrio sociedade/natureza, faz-se imprescindível a
sua atuação à luz da legislação ambiental brasileira.
Primeiro dia
01: O CURSO UNIVERSITÁRIO FREQÜENTADO ESTÁ
RELACIONADO COM O POSICIONAMENTO AMBIENTAL DOS
ESTUDANTES?
Ana Beatriz Bezerra Cortez
Bolsistas de Iniciação Científica (Curso de Psicologia/UFRN)
Grupo de Estudos Inter-Ações Pessoa-Ambiente/UFRN
E-mail: [email protected]
Prof. Dr. José Q. Pinheiro (Orientador)
O objetivo do trabalho é analisar o posicionamento ambiental de estudantes
universitários, para verificar se esse posicionamento tem relação com o curso
universitário freqüentado. O estudo de Ewert (2001) mostrou evidências de que
estudantes de diferentes disciplinas acadêmicas revelam níveis diferenciados
de compromisso ambiental e expressam crenças diferenciadas em relação ao
ambiente.Trata-se assim de um estudo exploratório realizado a partir do banco
de dados de um trabalho mais amplo que está sendo realizado por nosso grupo
de pesquisa. Foram aplicados questionários em 355 alunos universitários,
atingindo cursos de todas as áreas de conhecimento. Procuramos por
diferenças nas médias dos seguintes fatores: Ecocentrismo e Antropocentrismo
(Escala de Thompson & Barton, 1994); na questão que perguntava se o
respondente teve ou tem algum tipo de cuidado ambiental e no item que pedia
um tipo de contato para uma possível participação em uma campanha
ecológica. Constatamos que alunos do curso de Enfermagem e dos de
Biologia/Ecologia obtiveram escores altos em Ecocentrismo. Por outro lado,
cursos como odontologia e direito apresentaram resultados diferentes aos
primeiros, tendo obtido médias baixas em Ecocentrismo e altas em
Antropocentrismo. Com relação às demais variáveis investigadas, cuidado e
contato, foi encontrado que cursos como enfermagem, serviço social e
pedagogia, a maioria dos respondentes afirmam ter cuidado e deixam algum
tipo de contato. Já cursos como matemática e odontologia mostram índices
diferentes, já que a maioria afirma não ter cuidado e não deixa contado. Podese observar que estes últimos apresentam um posicionamento ambiental
diferente dos primeiros, sugerindo que “curso freqüentado” pode ser uma das
variáveis responsáveis por tal diferença no posicionamento dos alunos. Esses
resultados, assim como escores intermediários que serão oportunamente
apresentados, permitem concluir que o posicionamento ambiental pode ter
ligação com o curso universitário, justificando atenção para com esse aspecto
por parte de pesquisas futuras sobre o tema.
02: EXPLORAÇÕES VISANDO O DESENVOLVIMENTO DA
NOÇÃO DE COMPROMISSO AMBIENTAL
Mônica de Oliveira Link
Prof. Dr. José Queiroz Pinheiro
Grupo de Estudos Inter-Ações Pessoa-Ambiente – UFRN
Educação ambiental e outras iniciativas que visam proteger o ambiente têm
crescido nas últimas décadas, em conseqüência do esforço empreendido por
vários setores da sociedade com o intuito de reduzir o impacto humano sobre
seu entorno, ao mesmo tempo as pessoas têm procurado se adaptar a estilos
de vida compatíveis com o cuidado com o ambiente sem perder o conforto e
qualidade de vida. Compreender como elas reagem a essa nova forma de viver
tem sido o objetivo de muitas pesquisas e nosso grupo realizou um programa
de pesquisa onde utilizamos a Escala Novo Paradigma Ecológico (NPE) para
identificar e descrever o compromisso das pessoas com o ambiente, base para
uma conceituação de conduta sustentável. Os 15 itens dessa versão revisada
foram traduzidos para o português e realizada sua análise semântica,
assegurando a inteligibilidade da redação final. Empregamos quatro níveis de
concordância (estilo Likert) e mantivemos a estruturação dos itens conforme a
sintaxe original. Junto a ela, foram incluídas outras três escalas, a saber:
Coletivismo e Individualismo, Ecocentrismo e Antropocentrismo, e inventário de
Zimbardo de perspectiva temporal (IZPT), além de um questionário que
continha itens sobre a situação sócio-demográfica dos respondentes e
questões abertas sobre alguns aspectos de seu comportamento pró-ambiental
como definição de desenvolvimento sustentável, participação em eventos
relacionados ao meio ambiente e deixar contato. Responderam ao questionário
355 universitários, de diversos cursos, da cidade de Natal, RN; 229 mulheres e
126 homens, sendo de universidade pública e de particulares, com média de
idade de 22,7 anos. Apesar das diversas tentativas de análises fatoriais, a
escala NEP não se mostra muito adequada a nossa realidade cultural, uma vez
que seus resultados não foram os esperados de acordo com a literatura e o
estudo realizado aponta recomendações para usos futuros da Escala NPE. E
essa inadequação que pretendo discutir.
03: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: OXE!? O QUE É
ISSO?
Hugo Juliano Duarte Matias
Bolsistas de Iniciação Científica, PIBIC-CNPq (Curso
Psicologia/UFRN)
E-mail: [email protected]
Prof. Dr. José Q. Pinheiro (Orientador)
Grupo de Estudos Inter-Ações Pessoa-Ambiente/UFRN
de
Desenvolvimento Sustentável (DS) é um conceito complexo, porém muito
importante na história do crescente movimento de preocupação com a crise
ambiental pela qual passamos, sendo, por isso mesmo, bastante divulgado
pela mídia em todo o mundo, estando presente nos debates acadêmicos, no
discurso político, etc. Isso se deve ao fato de que Desenvolvimento Sustentável
é aceita por políticos, cientistas e ambientalistas, como a mais efetiva
estratégia de enfrentamento da crise ambiental de que dispomos. É por isso
que propomos, para esta comunicação, uma reflexão sobre o conhecimento
que a população local possui sobre essa idéia, a partir de um estudo, realizado
com estudantes universitários da cidade de Natal/RN. Solicitamos deles uma
definição de DS, junto com informações sócio-demográficas, auto-relato de
cuidados pró-ambientais, informações sobre disposição e forma de contato
para participar de campanhas ecológicas, e utilizamos escalas de
predisposição pró-ambiental e perspectiva temporal, tudo isso parte de um
projeto mais amplo. Depois da realização de uma análise do conteúdo dessas
definições, comparando-as com uma definição simples e muito aceita do que
seja DS, pudemos ver que as definições dadas pelos universitários contêm
poucos temas daqueles que compõem a noção de DS, mostrando o
desconhecimento do seu caráter multidimensional. Além disso, constatamos a
ocorrência de um tema, que é contrário à noção de DS, como parte da
definição dada. Contudo, pudemos ainda relacionar a ocorrência de alguns
temas que fazem parte da noção de DS com outras variáveis concernentes ao
comportamento pró-ambiental (gênero, cuidado ambiental, etc.). O quadro
esboçado com esses resultados mostra que aquilo que os universitários
conhecem de DS é uma idéia empobrecida, possivelmente, pela mediação dos
meios de comunicação de massa, que provavelmente tem implicações sobre a
mentalidade da população, de modo que torna mais difícil a consecução dos
objetivos essenciais do Desenvolvimento Sustentável.
04: O CUIDADO AMBIENTAL COMO UM INDICADOR DE
COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL
Thiago F. Pinheiro
Bolsistas de Iniciação Científica (Curso de Psicologia/UFRN)
Prof. Dr. José Q. Pinheiro (Orientador)
Grupo de Estudos Inter-Ações Pessoa-Ambiente/UFRN
E-mail: [email protected]
O comportamento pró-ambiental tem se destacado ultimamente nas pesquisas
e no interesse das pessoas preocupadas com os níveis atuais de destruição do
meio ambiente. O cuidado ambiental, aspecto importante do posicionamento
pró-ambiental, no entanto, tem sido pouco estudado. Com a intenção de
investigar o posicionamento das pessoas em relação a cuidar ou não do
ambiente e o tipo de ação que elas qualificam como atividade de cuidado
ecológico, nosso grupo de pesquisa aplicou um questionário em 355
universitários da cidade de Natal, RN, como parte de um projeto de pesquisa
mais amplo. A prática de cuidado com o ambiente se mostrou associada com
variáveis das escalas utilizadas no estudo maior, indicadoras de um
posicionamento pró-ambiental, como Ecocentrismo (Escala de Thompson &
Barton) e Pró-Ecologismo (Novo Paradigma Ecológico). O não cuidar, por sua
vez, associou-se com os fatores Apatia Ambiental e Individualismo. A resposta
de prática do cuidado ambiental, portanto, mostrou-se consoante com a
postura pró-ecológica medida por escalas sugeridas pela literatura,
configurando-se como indicadora adicional da disposição ao comportamento
pró-ambiental. A análise de conteúdo das práticas relatadas como atividades
de cuidado ambiental revelou que a maior parte das expressões do cuidado
apresentam aspectos lingüísticos que sugerem positividade e implicação do
sujeito na ação. Além disso, a maioria das atividades de cuidado foi
apresentada como sendo atual, espontânea e dispendiosa de esforço. Tais
aspectos relacionais são configuradores de um ambientalismo que parece
genuíno e implica responsabilidade e comprometimento. Este estudo forneceu
informações importantes sobre a clara associação do cuidado ambiental com
formas tradicionais de investigação do posicionamento pró-ambiental das
pessoas. Considerando que o indicador estudado seja uma forma de
comportamento auto-relatado, que se aproxima mais do comportamento real do
que as tradicionais medidas disposicionais internas, sugerimos maior atenção
ao tema em estudos futuros sobre o ambientalismo das pessoas.
05: INDICADORES DO VÍNCULO AMBIENTAL DE ESTUDANTES
UNIVERSITÁRIOS NA CIDADE DE NATAL
Fernanda Fernandes Gurgel
Aluna do Doutorado em Psicologia UFRN/UFPB
Orientador: José Queiroz Pinheiro
Grupo de Estudos Inter-Ações Pessoa-Ambiente – UFRN
Atualmente é de grande relevância o estudo de temas relacionados ao meio
ambiente e, principalmente, que tentem compreender as formas do
relacionamento pessoa-ambiente associadas à grave crise ecológica que
enfrentamos. Isto porque os problemas ambientais são problemas humanoambientais, pois a ação do homem está na raiz de sua grande maioria. Num
dos nossos mais recentes trabalhos investigamos características associadas a
uma atuação responsável em relação ao meio ambiente, levando à
compreensão dos motivos que contribuem para uma “Vínculo ambiental”.
Participaram da pesquisa 355 universitários de Natal, RN, alunos de diversos
cursos de universidades pública e particular, sendo 229 mulheres (64,5%) e
126 homens (35,5%) e a média de idade de 22,7 anos (DP = 5,05). Utilizando
uma estratégia multimétodos, que nos permitiu uma melhor aproximação do
fenômeno estudado, investigamos algumas das diversas dimensões que
caracterizam o Vínculo Ambiental, segundo a literatura da área, tais como:
ambientalismo antropocêntrico e ecocêntrico, individualismo e coletivismo e
perspectiva temporal .Os resultados confirmam estudos anteriores, realizados
em 1999, no sentido de um claro pró-ambientalismo dos estudantes
universitários. Mas é necessários destacar o efeito do “modismo ambiental”,
pois ser a favor das causas ambientais é algo valorizado socialmente, o que
provoca o efeito de contaminação dos resultados por desejabilidade social. Os
resultados desse estudo chegam a ser desanimadores, no sentido de que os
estudantes desconhecem até mesmo o conceito de Desenvolvimento
Sustentável e que seus motivos para preservação do meio ambiente visam as
vantagens que podem obter a partir da extração de recursos da natureza.
Diversos focos de investigação dessa temática estão sendo realizados em
colaboração com colegas e que acrescentam informações importantes àquela
constatação, no sentido de identificar valores diversos para as dimensões
componentes do ambientalismo dos respondentes. Destacamos ainda a
importância de compartilharmos e utilizarmos amplamente o conhecimento das
diversas áreas que trabalham com a temática ambiental (Arquitetura, Ciências
bio-ecológicas, Geografia, Urbanismo, Antropologia, psicologia etc.).
06: A GEOGRAFIA, O MEIO AMBIENTE E O LIXO
Mariete de Araújo Freitas
Especialista em Geografia
O presente trabalho envolve as questões ambientais, as quais pode
proporcionar algumas mudanças na geografia do lugar, causando, dessa
forma, conseqüências desfavoráveis ao Meio Ambiente. No desenvolver do
trabalho, utilizou-se uma forma inteligente e tomou-se como base a utilização
de três palavras iniciadas com a letra R: Reduza o lixo, consumindo menos e
fazendo a coleta seletiva, separando plásticos, metais, papel e vidros; Reutilize
o lixo orgânico transformando-o em adubo de boa qualidade e utilize os demais
resíduos para o trabalho artesanal; Recicle o que for possível, evitando
desperdícios na comunidade onde vive, garantindo, dessa forma, mais
qualidade de vida para as gerações presente e futuras. Por isso, tendo a escola
como ponto de partida, numa junção professor/aluno/aluno para realizar uma
ação mais efetiva através da educação ambiental, buscou-se a sensibilização
das pessoas em relação ao problema do lixo. Diante disso, acredita-se que
haja maior clareza e que essas pessoas atinjam um maior nível de
conscientização.
07: EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONFORTO TÉRMICO EM
PRAÇAS DE NATAL/RN
Érika Danielle de Oliveira – Bolsista PIBIC – Geografia UFRN
(Apresentadora)
Ana Mônica de Britto Costa – Geografia - UFRN
Bernardete de Lourdes Queiroga – Geografia – UFRN
(Apresentadora)
Fernando Moreira da Silva – Prof. Dr. Geografia - UFRN
Kelly Stefany Diniz de Lima – Geografia - UFRN
Maria do Socorro Costa Martim – Profª. Drª. Geografia - UFRN
Rodrigo de Freitas Amorim – Bolsista PROEX - UFRN
Uma das preocupações atuais em sala de aula é a forma como se dá a
educação ambiental para um efetivo desenvolvimento sustentável. Nesse
contexto, surge uma variável que tem relação direta com a qualidade de vida, o
conforto térmico. Conforto térmico é a satisfação térmica relacionada ao
ambiente em que estamos inseridos. O mesmo pode ser usado para o
desconforto térmico, onde o corpo humano é uma máquina térmica que
constantemente libera energia e qualquer fator que interfira na taxa de perda
de calor do corpo afeta sua sensação de temperatura. Além da temperatura do
ar, outros fatores significativos controlam o conforto térmico do corpo humano:
umidade relativa, vento e radiação solar. O objetivo da pesquisa é comparar o
conforto térmico entre as praças Augusto Leite e André de Albuquerque, ambas
possuindo características geográficas distintas, e assim poder dar subsídios
aos educadores de nível médio, quanto às condições de conforto ambiental em
praças, freqüentadas essencialmente por jovens e jovens estudantes. A
metodologia utilizada constitui-se de verificações de temperaturas em cinco
pontos espaciais das praças, que foram feitas a partir das 9hs da manhã até
16hs, em dias astronomicamente favoráveis. Os termômetros ficaram dentro de
um abrigo meteorológico, protegidos da radiação solar, e coletados a cada 30
minutos. A fundamentação física foi o Índice de Temperatura e Umidade (ITU).
Os resultados obtidos demonstram que o ITU, nas duas praças, apresentam
um valor que causa uma sensação de desconforto, com índice variável;
apresentando na praça Augusto Leite um nível confortável e na praça André de
Albuquerque, desconfortável, apesar de a mesma possuir uma maior cobertura
vegetal e estar situada próximo ao mar e ao rio Potengi. Os resultados,
também, mostram que é possível levar ao conhecimento de estudantes
secundaristas o comportamento da relação praça versus qualidade de vida.
08: O ESTUDO DA PERCEPÇÃO PÚBLICA FRENTE AOS
PROBLEMAS AMBIENTAIS NA CIDADE DE NATAL/RN
Camila Dantas
Bolsista do PET – Geografia, UFRN
E-mail: [email protected]
A pesquisa intitulada “O estudo da percepção pública frente aos problemas
ambientais na cidade de Natal/RN” objetiva avaliar como se encontra o nível de
percepção ambiental dos moradores da cidade de Natal/RN, procurando
identificar os principais problemas ambientais dos bairros, e traçar o perfil
socioeconômico dos entrevistados, assim como oferecer uma análise
comparativa do nível de percepção ambiental nas diferentes zonas da cidade;
entendendo-se por percepção ambiental a maneira como os indivíduos vêem,
compreendem e se comunicam com o ambiente. Para tal, foi aplicado
formulários contendo questões que possibilitavam apreender o nível de
entendimento da população acerca das questões ambientais. A amostra
compreendeu três bairros das quatro zonas administrativas da cidade,
totalizando um número de cento e vinte questionários aplicados. Os resultados
obtidos permitirão uma reflexão sobre o pensamento ambiental dessas
pessoas, constituindo-se, inclusive, num subsídio para possíveis programas de
educação ambiental voltados para os problemas locais, podendo com isso,
proporcionar um melhor êxito nos resultados propostos.
09: EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA OS PROFESSORES DE
ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE
CAICÓ/RN.
Cleane Garcia de Medeiros (Apresentadora)
E-mail:[email protected]
Danielle Góis de Oliveira (Apresentadora)
E-mail:[email protected]
Diógenes Félix da Silva Costa
E-mail:[email protected]
Gênison Costa de Medeiros
E-mail: [email protected]
José Mário Moraes do Nascimento
E-mail: [email protected])
Marcos Antônio Alves de Azevedo
E-mail:[email protected]
Milton Araújo de Lucena Filho
E-mail: [email protected]
Verônica Vera da Silva
E-mail:[email protected]
Alunos integrantes do Laboratório de Ecologia do Semi-árido –
LABESA
Coordenador:
Prof.
Renato
de
Medeiros
Rocha
([email protected])
A cidade de Caicó-RN está localizada na mesoregião do Seridó Ocidental, área
hoje indicada como um dos pólos avançados de desertificação no Brasil, onde
a problemática ambiental urge uma providência(s) imediata(s), trazendo à tona
a necessidade de se implantar ações que (propiciem) à população dessa
região, e do município em particular, uma consciência ambiental que possibilite
a mesma viver em harmonia com o seu meio. Procurando formar
multiplicadores da consciência ambiental, a Prefeitura Municipal de Caicó/RN
em conjunto com o Laboratório de Ecologia do Semi-Árido-LABESA, da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN, elaboraram um curso de
Educação Ambiental para os professores do ensino fundamental da rede
pública de ensino desse município, com intuito de sensibilizar estes
profissionais acerca da sua importância na formação de uma consciência
ambiental nos seus educandos, levando-os a ter um maior cuidado com o meio
ambiente e, por conseguinte, com todos os elementos que nele se inserem.
Com base nessa prerrogativa, desenvolveu-se um curso de Educação
Ambiental com estes profissionais durante os meses de setembro a dezembro
de 2004, onde foram abordadas todas as peculiaridades ambientais da região
onde o município está inserido, ressaltando-se a importância do bioma caatinga
para composição do ecossistema local e quais as implicações que sua
alteração pode acarretar para o meio ambiente local e regional, como também
se explanaram temas referentes à problemática ambiental nessa região e no
próprio município, envolvendo as questões ambientais, políticas, econômicas e
culturais do Seridó Potiguar. A partir destas ações, espera-se haver ampliado a
consciência ambiental nos docentes e que os conhecimentos e metodologias
adquiridos durante o referido curso sejam empregados em sala de aula junto à
comunidade local do município.
10: HÁBITO ALIMENTAR E PRODUÇÃO DE LIXO EM ESCOLA:
UM ESTUDO DE CASO
Augusto de Souza Marinho
A pesquisa faz, atualmente, um estudo de caso com estudantes do curso
médio da rede privada de ensino em Natal, buscando resposta para o seguinte
problema central: Como condutas de educação alimentar refletem em condutas
de preservação ambiental entre estudantes? O diagnóstico foi feito através da
observação direta do comportamento alimentar apresentado pelos estudantes
na escola, frente ao modelo de oferta de alimentos e a carga de resíduos
sólidos ali gerada. Utilizando-se do método sistêmico, o estudo envolve a
aplicação de questionários e execução de entrevistas com os estudantes,
diretores, coordenadores, professores e funcionários da unidade educacional.
Trabalha-se com a hipótese de que a reeducação alimentar em uma unidade
educacional pode reduzir o resíduo derivado dessa atividade e aumentar o
envolvimento dos adolescentes com as questões ambientais. O objetivo é
apresentar a possibilidade de implantação de alternativas alimentares que
contribuam para a manutenção da saúde, redução da produção de lixo e
ampliação da consciência ecológica entre os escolares. Os resultados até
agora btidos, apontam para uma demanda significativa, entre os estudantes,
por alternativas alimentares, também os diretores das unidades educacionais
vêem interesse em implantar programas de conscientização quanto à produção
e destinação de lixo na escola. Assim, a intervenção envolve a exposição de
painéis com tabelas nutricionais adequadas para cada fase escolar, valores
calóricos dos alimentos comercializados; o delineamento de um cardápio
alternativo com baixo número de produtos industrializados e preços
competitivos com os do cardápio convencional; apresentação, em aulas
expositivas, dos problemas ambientais locais e soluções possíveis. Por fim, a
avaliação será feita através da análise comparativa dos resíduos produzidos
antes e depois da intervenção, dimensionamento do grau de satisfação dos
estudantes através de questionários e contabilidade direta do consumo de
produtos do novo cardápio.
11: INFLUÊNCIA DA AÇÃO ANTRÓPICA NO PERFIL
PAISAGÍSTICO DO BAIRRO DE FELIPE CAMARÃO – NATAL /
RN
Sandra Maria de Lima Bezerril (Apresentadora)
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento e
Meio Ambiente PRODEMA/ UFRN
Maria Iracema Bezerra Loiola;
Profa. Dra. Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia/Centro
de Biociências- UFRN
Maria do Socorro Costa Martim
Profa. Dra. Departamento de Geografia/Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes- UFRN
A rápida urbanização por qual passou o Brasil, nos últimos 50 anos, trouxe
uma série de problemas relacionados principalmente com a provisão de
habitações para as classes de renda baixa, assim como a qualidade dos
espaços urbanos dessas habitações. Seguindo o modelo de urbanização
periférica predominante no país, a cidade do Natal também apresenta áreas de
expansão onde os processos de segregação social e parcelamento do solo
contribuiu substancialmente para a formação de espaços de pobreza que são
denunciados principalmente pelo número de loteamentos irregulares ou
clandestinos. Situado na zona oeste da cidade, o bairro de Felipe Camarão
encontra-se dividido em dois territórios: Camarão I que ainda abriga
remanescentes da antiga comunidade peixe boi e o Camarão II que é formado
pelos conjuntos habitacionais Promorar Vida Nova e Jardim América. São
áreas periféricas que quando loteadas ofereceram terras mais baratas que
foram ocupadas ao longo dos anos de forma desordenada, ocasionando uma
série de alterações no ambiente local traduzidos principalmente pela falta de
estrutura física e pela pressão sobre os recursos naturais. Entre as inúmeras
alterações observadas “in loco”, a análise da cobertura vegetal sugere modos
variados de interferência antrópica responsáveis por uma cadeia de impactos
significativos nas dunas, no mangue e na área habitada. A dinâmica
ocupacional consolidada como conseqüência de todos os fatores supracitados
é um forte indicador da superexploração detectada nas áreas verdes. Os
adensamentos de moradias figuram como elementos da paisagem, reduzindo o
domínio das zonas de proteção ambiental e transformando-as em pressionados
remanescentes que para preocupação das entidades relacionadas à
preservação dos recursos ambientais não são percebidas pela comunidade
como bens coletivos. Deve-se ressaltar que a implantação de estratégias para
transformação do espaço implica na socialização de uma ética, até então,
despercebida pela maioria das pessoas.
12: DOAÇÃO DE SANGUE: UM TRABALHO DE
DESMISTIFICAÇÃO NA COMUNIDADE DE PONTA NEGRA
Suzana da Cunha Joffer
Luana Gleyce Souza da Silva
Departamento de Serviço Social/UFRN
Trata-se de um trabalho desenvolvido a partir de uma experiência de estágio
curricular realizada no Hemocentro Dalton Barbosa Cunha. O trabalho tem
como finalidade refletir sobre o processo de doação de sangue e sua
importância para a sociedade, enfocando os aspectos culturais que permeiam
essa questão. Procura-se entender os fatores que contribuem ou dificultam o
processo de doação. Dessa forma, foi descrito todo o funcionamento da
instituição ressaltando as suas esferas física e política, fazendo uma analise de
suas diversas faces e principalmente enfatizando a inserção do profissional do
Serviço Social dentro dessa realidade e sua relação com os usuários da
instituição. Diante da problemática da carência de doadores, principalmente
advindos dos segmentos das classes média e alta, foi desenvolvido na
Comunidade de Ponta Negra o Projeto “Doação de Sangue: Um Ato de
Cidadania”, que teve como objetivo à construção de uma consciência voltada
para a doação sanguínea voluntária e regular, bem como a desmistificação dos
mitos, medos e preconceitos contidos no imaginário popular, através de
palestras educativas e uma pesquisa social, procurando assim entender a
influência que a cultura exerce na sociedade e na decisão do ato da doação de
sangue.
GT-28: SUBJETIVIDADE E DESENVOLVIMENTO HUMANO
Coordenadoras:
Elza Dutra
E-mail: [email protected]
Suely Alencar
E-mail: [email protected]
Departamento de Psicologia
Local: Auditório de Psicologia (Manhã)
O Grupo de Trabalho aqui proposto tem como objetivo a apresentação e
discussão de estudos que promovam uma articulação mais efetiva e
sistematizada em torno da temática: subjetividade e desenvolvimento humano.
Tal tema vem sendo abordado pelas pesquisadoras deste grupo por meio de
duas principais perspectivas teórico-metodológicas: a fenomenológicaexistencial e a psicanálise, aprofundando estudos voltados para a relação entre
subjetividade, autodestrutividade e processos psicossocias, além daqueles que
se debruçam sobre as aplicações do pensamento freudo-lacaniano ao campo
da educação e da clínica psicológica e psicanalítica.
Primeiro dia
01. “O MÉDICO DIANTE DO PACIENTE SUICIDA”
Beatriz Furtado Lima-UFRN
E-mail: [email protected]
Autores: Beatriz Furtado Lima, David Emmanuel M. Ferreira, Juliana
Gouveia, Luciana Fernandes Matias, Maíra Trajano Costa, Mariliz
Viegas Nôga, Renata Oliveira, Vera Saraiva
Orientadora: Profa. Dra. Elza Dutra-PPGPSI/UFRN
O suicídio é um assunto complexo, multifatorial, carregado de preconceitos e
causador de grande impacto psico-social. Lidar com o suicídio pode gerar
sentimentos de frustração e impotência nos médicos, pois podem se sentir
fracassados na sua atuação profissional. Este trabalho teve como objetivo
investigar como os médicos lidam com pacientes suicidas, tendo em vista que
se tratam de profissionais que lutam para salvar vidas. A pesquisa foi realizada
em janeiro de 2004 com médicos de três hospitais de Natal, totalizando 54
questionários com 25 questões abertas e fechadas. As perguntas focalizaram
aspectos da profissão, sentimentos em relação à morte e aos pacientes
suicidas e outras questões sobre suicídio (encaminhamento, causas, sinais,
prevenção). Na análise dos dados, criamos categorias para representar e
correlacionar as respostas das questões abertas. Percebemos que a maioria
dos médicos se sente reflexiva diante de pacientes suicidas. Encontramos uma
contradição e certa resistência ao dizerem que lidar com a morte influencia de
alguma forma sua vida, levando-os a valorizá-la mais, e ao relataram que lidar
com pacientes que tentaram se matar não causa nenhuma influência em suas
vidas. Questionados sobre o que acham que leva alguém a cometer suicídio,
responderam que as principais causas são distúrbios psiquiátricos, problemas
familiares, problemas amorosos ou dificuldades interpessoais. Citaram
comportamentos agressivos, depressão e tristeza como os mais freqüentes
sinais que poderiam indicar um possível ato suicida. Os médicos supõem ser
possível a prevenção do suicídio, mostrando-se condizentes com a concepção
de suicídio como uma doença, o que os levam a encaminhar tais pacientes a
psiquiatras. Concluímos que a morte e o suicídio são temas difíceis e
delicados, em especial para os médicos, os quais lutam pela vida
constantemente, sendo assim seria interessante para eles um suporte
psicológico para melhor lidarem com essas questões e com seu trabalho.
02. O FANTASMA NAS FANTASIAS DA MORTE:UM ESTUDO
QUALITATIVO DOS TESTEMUNHOS DE ADEUS
Beethoven Hortencio Rodrigues da Costa- UFRN
O objetivo principal desse estudo consiste em compreender o que mais se
repete nos testemunhos de adeus (cartas, bilhetes ou fitas de áudio deixados
pelos suicidas) e quais fantasias se mostram nesse discurso, focalizando a
enunciação. Considerando os textos contidos nestes testemunhos como
mensagens a serem lidas, como lê-las? A partir da teoria (ato de ver)
psicanalítica com Freud e Lacan, pode-se ter uma leitura possível destas,
considerando as questões da angústia, melancolia, fantasias, pulsão de morte,
etc. Não respondendo a questão, mas recolocando-a. Uma leitura se faz
através da sua articulação com uma teoria, precisando que ela também seja
lida, ou seja, ela também requer de nós o esforço, dedicação, atenção, amor e
o tempo para lê-la adequadamente. A apresentação desta pesquisa vai na
direção de demonstrar o início do caminho dessa articulação, como um relato
de experiência e discussão por onde ‘melhor’ posso continuar. A morte do
suicida, como bem disse Rubem Alves, pede para ser lida, “(...) no corpo do
suicida encontra-se uma melodia para ser ouvida. Ele deseja ser ouvido. (...) O
seu silêncio é um pedido para que ouçamos uma história cujo acorde
necessário e final é aquele mesmo, um corpo sem vida”. Testemunhar essa
morte consiste em escrever o texto que o suicida escreve em ato, nesse
aspecto, o testemunho que ele escreve de próprio punho pode ser a maneira
mais próxima de ouvir a melodia que o Sujeito vinha construindo. Por outro
lado a morte nos proíbe de representá-la e como diz Lacan é outro nome para
o Real – o que é impossível de ser representado – mas pode ser contornado. O
silêncio pode ser a única maneira de testemunhar essa morte, mas se deve
continuar mesmo que impossível, que é o que propõe a Psicanálise: Um
tratamento do Real pelo simbólico.
03. CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DA POPULAÇÃO
ATENDIDA PELA CACC- DURVAL PAIVA NOS ANOS DE 1995 A
1998
Proponentes: Cynara Ribeiro e Ana Paula Ribeiro-UFRN
Autoras: Aline Maia
Ana Paula Ribeiro
Cynara Ribeiro
Lívia Ottaviani
Juliana Santos
O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa maior, que está em
andamento e que visa apresentar um perfil demográfico da população atendida
pela Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva. Esta instituição
atende, desde 1995, a crianças e adolescentes portadores de câncer e
doenças hematológicas no intuito de proporcionar-lhes melhores condições de
tratamento. E o recorte aqui apresentado abrange apenas o período de 1995 a
1998. A realização desta pesquisa é fruto de uma parceria entre a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte e a instituição acima citada e se justifica por
tratar-se de um primeiro levantamento do perfil da população atendida pela
CACC- Durval Paiva, desde sua fundação, há 10 anos. A partir desse
levantamento pode-se correlacionar os dados com os obtidos em outras
pesquisas realizadas em instituições que se propõem ao mesmo fim - acolher
crianças e adolescentes portadores de câncer e doenças hematológicas. Abrese também a oportunidade de investigar as possíveis demandas da instituição
que possam viabilizar a realização de projetos de intervenção, por este grupo
e/ou outros grupos.
04. O DISCURSO DO PORTADOR DE HIPERTENSÃO
ARTERIAL, UMA FALA SOB-TENSÃO ONDE O DITO FICA NÃO
DITO (NÃO EXPRESSADO), COMPLEXIDADE E SUBJETIVISMO,
UMA REFLEXÃO ANALÍTICO-CRÍTICA DOS ESTILOS DE VIVER,
ADOECER E MORRER.
Everaldo Tõrres Barbosa-UFRN -Doutorando do Programa de Pósgraduação em Ciências Sociais da UFRN.
Orientação: Profa. Dra. Norma Missae Takeuti (UFRN)
A clínica ao lidar com o seu objeto, investiga um conjunto numérico de
indivíduos, não os considerando sujeitos. Não olhando para os seres de cultura
Descartes pensava o indivíduo como lugar da verdade; Freud o pensava como
construto de cultura, fruto de “Totem e Tabu” e um eterno desamparado em
seu “Mal-estar na civilização”, um sujeito caminhado sobre o fio da navalha
entre os registros da pulsão e do social. É somente nos últimos anos do século
XIX e nos primeiros do século XX que o império da consciência sofre uma
transformação com o surgimento do conceito freudiano do inconsciente,
provocando assim uma clivagem na teoria cartesiana da subjetividade. Assim,
a psicanálise opera um descentramento da consciência como lugar privilegiado
do conhecimento e da verdade. A partir da psicanálise que sustenta a
importância da relação do homem com o seu desejo, o cogito não é mais o
lugar da verdade, mas o lugar de seu desconhecimento. Considerando que o
doente de hipertensão arterial não fala a sua fala, pois ela não é própria, é que
ela não está sendo expressão, objetivação, problematização de sua
experiência, de seus temas geradores e conseqüentemente, não tem um
posicionamento em face dele que represente um desdobramento em termos de
ação e de novas experiências, (FREIRE, 1980). Existe uma opressão
hospedada no portador de HAS, hospedando a doença, cuja sombra o doente
introjeta, são eles e ao mesmo tempo são o outro. O não-dito é um silêncio. E
as novas perspectivas, aquilo que não contém, ou o que não pode ainda
conter, deve indicar o espaço apropriado para o humano. Hipertensão arterial é
a condição em que a força exercida pelo sangue contra as paredes dos vasos
sanguíneos (pressão sanguínea) ultrapassa o padrão aceito como normal.
05. O ADOLESCENTE SURDO: UMA MUDANÇA SILENCIOSA.
Lyna Maria Ferreira Malheiros-UFRN
Orientadora: Profa. Dra. Elza Dutra-PPgPsi/UFRN
O surdo vive em silêncio e não escuta nada. Seu problema não é apenas o de
não poder ouvir, mas também o de ser diferente da maioria, que pode. No
mundo dos ouvintes o surdo é um estrangeiro e tende sempre a se adaptar às
contingências desse mundo. Como todo estrangeiro, quando em um ambiente
diverso daquele de seu costume, sua comunicação com os outros é
prejudicada. Sendo assim, a forma como vai lidar com os significados desse
mundo é bem particular e muito diferente em significantes. O presente trabalho
visa questionar esse mundo em que vive o surdo e, em especial, a maneira
como o adolescente surdo vivencia esse mundo nesse período específico. Por
ser uma época marcada por transformações físicas e psíquicas bastante
importantes, o adolescente irá buscar uma identidade. É esse confronto da
crise de identidade versus a confusão de identidade que, segundo Erick
Erickson, faz com que o adolescente se torne um “adulto com um senso de
identidade coerente, e um papel valorizado pela sociedade”. Como seria então
para alguém, nesse momento, lidar com a sociedade sem compartilhar com
essa sua linguagem? Como é, para ele, surdo, buscar uma identidade em uma
sociedade de ouvintes? Procuro analisar, então, como o adolescente surdo se
insere nessa sociedade, ou até mesmo fica à margem dela num momento de
mudanças tão marcantes, como é a adolescência.
06. “EXPRESSÃO DE SENTIMENTOS: O MAIOR SEGREDO DA
ARTE DO CONTAR”
Nara Juscely Minervino de Carvalho Marcelino
UnP – Universidade Potiguar
Numa sala de aula, com aproximadamente trinta alunos, é difícil despertar em
toda a turma o interesse pela leitura prazerosa, no entanto não é impossível.
Um professor que ama a leitura, que sente alegria em contar histórias e, no uso
da performance, dá vida aos personagens, certamente conseguirá trazer para a
sua classe o prazer do texto ouvido e, conseqüentemente, a busca pelo livro. O
trabalho “Expressão de sentimentos: o maior segredo da arte do contar”
procura mostrar que uma história narrada com amor e com performance pode
despertar o empenho do ouvinte em buscar, ele próprio, o livro, além de
apresentar uma gama de possibilidades de que o professor dispõe quando
pretende fazer uso da narrativa, dando maior especificidade à importância de
se transmitir o texto com sentimento, com amor.
07. POESIAS SUICIDAS
Rafael Figueiró- UFRN
Orientadora: Profa. Dra. Elza Dutra-PPgPsi/UFRN
O presente trabalho tem a intenção de discorrer sobre dois poetas que
cometeram o suicídio ( Jim Morrison e Florbela Espanca), bem como analisar
suas poesias do ponto de vista da fenomenologia, atentando para os
sentimentos do poeta expressos na obra, sua dor, seu sofrimento e o seu modo
de estar no mundo. As poesias são, dessa forma, encaradas como textos
narrativos onde podem ser percebidos como relatos de um sujeito diante do
fenômeno “existir”. Sem querer testar nenhuma hipótese, o autor deste trabalho
parte do pressuposto que a arte, particularmente a poesia, diz muito do autor;
e, em se tratando de artistas que se suicidaram, a poesia tende a mostrar seu
sofrimento e suas angústias, dando sinais de um possível suicídio futuro. A
partir disso, algumas poesias são analisadas e discutidas, com o objetivo de
compreender como os autores experienciam suas realidades e seus
sofrimentos, tentando dessa forma perceber qual sentido a vida e a morte têm
para os mesmos.
08. BAREBACK: UMA ROLETA RUSSA NA QUAL O VÍRUS DA
AIDS É A BALA NO TAMBOR DA ARMAV
João Thiago de Oliveira Pinto- UFRN
Orientadora: Profa. Dra. Elza Dutra –PpgPsi-UFRN
A Aids surgiu como epidemia no início dos anos 80. Durante toda a década de
80 e boa parte de 90 ficou conhecida como uma doença que matava de forma
cruel, o que acabou se tornando um estigma para quem a portasse. Durante
anos pacientes soro-positivos viram amigos, parentes e cônjuges se afastarem
e os deixarem na mais completa solidão. A Aids já não matava apenas
fisicamente. Havia uma morte social. Foi também nos anos 90 que teve início
um movimento que ia de encontro a toda uma nova forma de fazer sexo que se
promoveu após a Aids. Os praticantes do bareback (prática onde há a exclusão
voluntária da camisinha), pregavam o não uso de prevenção à Aids na busca
de um maior prazer e contato mais profundo com o parceiro. Muitos praticantes
ainda levam essa prática a outros extremos: buscam o contágio pelo vírus da
Aids. Esse grupo mais extremista tem um linguajar próprio e encontros, nos
quais o sexo ocorre com vários parceiros, sem o uso de preservativo, na busca
do contágio pela Aids, numa verdadeira roleta russa sexual. Esse tipo de ação
nos leva a refletir sobre as condutas suicidas e se esse ato suicídio não
significa apenas o momento do desfecho final, com a morte física.
Questionamos se os comportamentos expressos pelos praticantes do bareback
podem ser entendidos como comportamentos autodestrutivos, como propõe
Cassorla (1991), resultado de uma cultura autodestrutiva, uma existência
tóxica. “A existência, quando é tóxica, implica um projeto de morte, ou seja:
viver suicidando-se.” (Kalina & Kovadloff).
GT-29: MUNDO RURAL: ESTRUTURAS E DINÂMICAS SOCIAIS
Coordenadores:
Aldenor Gomes
E-mail: [email protected]
Fernando Bastos
E-mail: [email protected]
Departamento de Ciências Sociais
Local: Setor de Aula II, sala A2
O meio rural brasileiro sempre esteve, conceitualmente, associado ao espaço
do vazio, à ausência de serviços, à pobreza generalizada. Pensado assim,
enquanto espaço residual do mundo modernizado, o meio rural era visto como
o espaço do atraso e, diante da sua frágil estrutura social, cultural, demográfica
e econômica, seu desenvolvimento estava à mercê de políticas sociais
compensatórias. Havia um preconceito tão forte quanto à fragilidade econômica
do meio rural que os focos de dinamismo quando aí surgiam eram comumente
relacionados aos efeitos de políticas de urbanização da região. Isto posto sem
uma relativização do que venha a ser essa urbanização do rural, acaba-se por
reforçar a idéia de desvalorização do rural, campo bastante propício aos
interesses conservadores nacionais, principalmente em relação aos intentos do
que sempre se colocam contra qualquer alteração da estruturação fundiária.
Contrariamente a essa posição surge a idéia de valorização do espaço rural
redefinindo o seu papel no paradigma atual de produção pós-fordista, de cuja
dinâmica dependerá o surgimento de alternativas para fazer frente às seqüelas
herdadas pelo esgotamento do modelo urbano de desenvolvimento, tais como:
desemprego, violência urbana, depredação do meio ambiente, etc. De posse
dessas análises, salvo pequenas divergências quanto às estratégias de
implementação, podemos concluir que se estabelece um consenso no sentido
de apontar que a ausência de condições mínimas de sociabilidade e de lazer
nas localidades rurais ou em pequenas cidades do interior (dadas as
dificuldades de definição no Brasil dos espaços rurais) tem contribuído para
aumentar a expulsão de contingentes populacionais do campo, com ênfase nos
segmentos mais jovens.Daí, porque, a adoção de políticas públicas para o
meio rural precisa ser complementada por ações capazes de criar
oportunidades de ocupação no campo e/ou nas pequenas e médias cidades
circunvizinhas, tendo como pré-requisito básico o desenvolvimento de
programas de alfabetização rural e de requalificação profissional para aquela
população, além do reconhecimento e valorização das diferenças de gênero,
geração raça e etnia.
Primeiro
01. O QUE PENSAM OS JOVENS DO CAMPO: PERSPECTIVAS
ATUAIS E FUTURAS DA JUVENTUDE RURAL NO MUNICÍPIOS
DO OESTE POTIGUAR
Autor: João Freire Rodrigues
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
Um dos desafios apresentados à sociologia rural na atualidade é justamente
pensar a ruralidade enquanto categoria social, principalmente levando-se em
conta as novas ruralidades, ou seja, as novas configurações por que passa o
espaço e a vida rural. A questão que se coloca com maior visibilidade é a de
como as populações rurais se percebem enquanto atores dentro um contexto
que já não se diferencia tanto das influências urbanas, ou já não se consegue
delimitar uma fronteira tanto conceitual como espacial totalmente rígida entre o
rural e o urbano. Neste trabalho, pretendemos analisar as perspectivas atuais e
futura da juventude rural no município de Apodi, localizado no Oeste do Rio
Grande do Norte. Este município de economia essencialmente agrícola, é um
dos dez municípios mais populosos do estado, contando com uma população
rural superior à urbana. O que significa que a maioria dos jovens apodienses
ainda vivem no meio rural. Procuraremos analisar as condições sociais e as
trajetórias dos jovens rurais, e como estes se diferenciam dos jovens urbanos.
Isto é, como os jovens se percebem enquanto habitantes do espaço rural,
quais as suas demandas, seus projetos de futuro. Se eles têm como ideal a
permanência no campo, a migração para a cidade, como pensam o mercado
de trabalho, quais as oportunidades encontradas no campo, a busca de
alternativas para o futuro.
02. ORGANIZAÇÃO NO MEIO RURAL: ANALISANDO
ASPECTOS DA AÇÃO COLETIVA ENTRE PEQUENOS
PROPRIETÁRIOS DE LAJES, RN.
Andrea Maria Linhares da Costa
Professora Substituta do DCS/UFRN
Considerando-se a centralidade do fator organização na dinamização dos
processos sociais e oportunidades econômicas, o presente trabalho busca
fornecer elementos para a compreensão de alguns dos entraves e dificuldades
em relação à constituição de experiências associativas entre agricultores do
sertão semi-árido do Rio Grande do Norte.
03. NOVA ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA RURAL: A
EXPERIÊNCIA DO SERIDÓ EM SEUS ASPECTOS SÓCIOPOLÍTICO E ECONÔMICO (1987 A 2002).
José Lucena de Medeiros
Mestrando em Ciências Sociais-UFRN
Hipoteticamente há uma mudança em construção no modo de vida do campo
seridoense. A partir do momento que surge a oportunidade do homem rural
iniciar uma nova forma de lidar com questões históricas do semi-árido, ele se
dispõe a trilhar o caminho da organização comunitária na intenção de modificar
um cenário composto de escassez de ordens diversas. A pretensão central da
pesquisa é demonstrar que existe melhoria na qualidade de vida das famílias
rurais que se envolvem no processo de construção da organização de suas
comunidades, através de associações comunitárias, principalmente, em seus
aspectos sócio-político e econômico. Compreender os (distintos) significados
da organização comunitária rural no Seridó, na trajetória dos programas de
desenvolvimento rural, destacando possíveis mudanças ocorridas a partir dela,
é o objetivo principal do trabalho. O fenômeno de organização comunitária dos
municípios seridoenses necessita ser sistematizado e analisado para, se
confirmado (ou não) sua positividade, poder servir de instrumento colaborador
nos estudos e planejamentos à melhoria de qualidade de vida de comunidades
em situação de pobreza. A pesquisa será caracterizada pelo estudo de caso de
natureza qualitativa. Para uma melhor compreensão do objeto, além do contato
com a literatura que se relaciona com o tema, se faz necessário buscar fontes
documentais diversas como: artigos em revistas e jornais, fotografias, vídeos,
documentos de associações comunitárias, ferramentas da história oral
(entrevistas), além do uso da Internet e outros instrumentos que poderão servi
de apoio técnico à pesquisa.
04. ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL: UM NOVO
OLHAR PARA O DESENVOLVIMENTO DO MEIO RURAL
BRASILEIRO
Joaquim Pinheiro de Araújo
Doutorando em ciências Sociais/UFRN
Dando ênfase a uma nova concepção de atividade agrícola e no visível
questionamento da experiência do que se tornou conhecida como a Revolução
Verde, procura-se afirmar as possibilidades que a reforma agrária e a
agricultura de base familiar pode ocupar para o desenvolvimento do meio rural
brasileiro a partir de uma efetiva prioridade do poder público em colocar em
prática um novo modelo de Assistência Técnica e Extensão Rural. Essa
proposta está ancorada na permanência da atualidade da reforma agrária
vinculada a uma política de crédito, infra-estrutura, comercialização, políticas
sociais, entre outras ações para que a Agricultura Familiar ocupe seu devido
espaço na agenda nacional. Por isso, a nossa abordagem sobre a
possibilidade de uma nova Assistência Técnica e Extensão Rural está
intimamente vinculada à contraposição do modelo tecnicista da Revolução
Verde e a um olhar positivo para o meio rural brasileiro, valorizando a
agroecologia, a segurança alimentar, o associativismo, a cultura camponesa, a
inclusão das mulheres e jovens nas ações cotidianas e nas tomadas de
decisão. O que se pretende, é analisar a importância, nesse novo contexto de
aumento do número de assentamentos e maior visibilidade da Agricultura
Familiar de uma assistência técnica com caráter humanista, pública, gratuita e
com controle social. Uma proposta utópica, não no aspecto do irrealizável, mas
no sentido necessário, possível e transformador.
05. QUAIS AS FRONTEIRAS ENTRE O VELHO E O NOVO
RURAL ?
Laeticia Medeiros Jalil
PET/Departamento de Ciências Sociais/UFRN
Como podemos definir o Novo Rural? Quais são conceitos que baseiam as
discussões sobre este Novo Rural? Podemos dizer que é mesmo um novo
espaço de relações sociais e produção econômica? E o Velho Rural, já que
supomos que existe um Novo Rural, onde fica? Quem são os atores desta
transformação? Onde estão, no rural ou no urbano? Quais os “olhares” que
estamos dando para esta transformação?
Como falar entre o Velho e o
Novo Rural, Rural e Urbano como espaços à definir fronteiras, em plena
discussão da mundialização/globalização ? Devemos manter a dicotomia
rural/urbano num mundo onde todas as fronteiras estão sendo questionadas, e
conceitos como nacionalidade e identidade perdem sua relação com o espaço
físico e passa a ocupar um espaço virtual, simbólico, que se faz em relação ao
outro, na linguagem, nas trocas simbólicas? Pretendo trazer para o grupo a
discussão da construção simbólica das relações sociais, compreendendo a
subjetividade como integrante destas relações e considerando o indivíduo (ou
os atores) como construtores destes espaços e que dividem com outros,
símbolos, que os fazem pertencem a estes grupos culturais. Como isso se dá
na construção deste novo espaço social que chamamos de Novo Rural ?
Nessa perspectiva, o discurso é concebido como uma prática realizada por
indivíduos que, através dele, se constituem sujeitos, agindo sobre si e sobre
aqueles com quem interagem, construindo a sua realidade social, que se
materializa em espaços e relações políticas e econômicas. De que forma estas
construções estão influenciando para a elaboração e discussão epistemológica
do Novo Rural? Estamos dando ouvidos para os homens e mulheres rurais, ou
nosso olhar urbano/acadêmico constrói um Novo Rural, bem como construímos
e estamos desconstruindo o Velho Rural?
06. SITUAÇÃO DA (IN)SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL DAS FAMÍLIAS DE UM ASSENTAMENTO RURAL
NO RIO GRANDE DO NORTE.
Islandia Bezerra da Costa Teixeira
Nutricionista. Especialista em Saúde Pública\ FACISA\CBPEX.
Aluna Especial do Programa de Pós Graduação em Ciências
Sociais/UFRN.
E-mail: [email protected]
Análises fundamentadas apontam para um fato: as políticas públicas
implementadas nas últimas décadas para promoção do desenvolvimento rural
no Brasil ou foram insuficientes, ou não foram efetivamente focadas no objetivo
de generalizar melhorias substanciais na qualidade de vida e nas
oportunidades de prosperidade das populações que habitavam o interior
brasileiro. Josué de Castro sempre mostrou, exaustivamente, a influência dos
fatores sócio-econômicos sobre os próprios fatores biológicos de nossa
população, através da deficiência alimentar e da primazia dos interesses
privados, junto à incapacidade equilibrante das instituições políticas. E como as
causas sociais são sempre correlativas essa “deficiência alimentar“, causada
primacialmente por fatores políticos-sociais, veio afetar indiretamente essas
estruturas políticas, sempre intimamente ligadas às subestruturas econômicosociais. Para garantir a Segurança Alimentar e Nutricional da população, é
necessário um diagnóstico que apresente os grupos mais vulneráveis,
apontando para algumas alternativas de superação do problema. Assim, podese dizer que o diagnóstico da realidade é uma ferramenta útil para a gestão de
políticas públicas e ações governamentais sendo, portanto uma etapa
imprescindível no processo de transição, isto é, entre o momento atual e o
futuro, também sugere índices objetivos e tecnicamente justificados a partir dos
quais se poderá vir a pautar a gestão de suas políticas. O objetivo precípuo
deste estudo é diagnosticar a situação alimentar e nutricional de um
assentamento rural no Estado do Rio Grande do Norte, associando a este o
estado nutricional de crianças e adolescentes.
Segundo dia
07. PACTO TERRITORIAL NO MEIO RURAL: A PROPOSTA DO
PRONAF
Ivaneide Oliveira da Silva
Mestranda em Ciências Sociais/UFRN
E-mail: [email protected]
As políticas de promoção econômica, desde os anos 90, diante da necessidade
de flexibilização das ações do Estado, adotaram a participação de atores e o
controle social no processo de construção do desenvolvimento local. O
PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar consiste em uma das estratégias de interferência do Estado que se propõe a
ultrapassar as questões específicas do mundo rural, no intuito de abranger a
dimensão territorial do desenvolvimento, enfocando ações que estimulam a
prática cooperativa entre os agentes locais. A presente proposta de trabalho
visa identificar os avanços e retrocessos do PRONAF, na organização de um
pacto territorial, considerando seus mecanismos de administração de conflitos
de interesses, entre os diferentes atores, e sua capacidade de estimular a
construção de novas relações entre os governantes e governados.
Compreendendo as ações do PRONAF enquanto um processo, que parte da
superação de suas medidas instrumentais em busca da construção de
elementos mais substanciais de intervenção no desenvolvimento local,
consideramos sua trajetória de atuação no município de São Paulo do Potengi
–RN, a partir da criação e implementação do Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural, bem como das mudanças no seu arranjo institucional.
Através de um estudo documental, pesquisa bibliográfica e realização de
entrevistas, apontamos algumas hipóteses para a realização da análise dos
avanços e retrocessos do programa na articulação dos atores locais de
construção do pacto Territorial. Justifica- se a escolha do município em função
de ser um dos primeiros no estado a participar do PRONAF institucional e pelo
seu histórico de conquistas sociais.
08. BENEFÍCIOS SÓCIO-ECONÔMICOS E EFEITOS DA TILÁPIA
DO NILO (OREOCHROMIS NILOTICUS) SOBRE A QUALIDADE
DA ÁGUA EM AÇUDES DO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO,
BRASIL.
Proponentes: Jandeson Brasil Dias
Mestrando do PRODEMA/UFRN
José Luiz de Attayde
Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia/DBEZ/ UFRN
Autora: Ivaneide Alves Soares da Costa
Departamento de Microbiologia e Parasitologia/DMP/UFRN
Devido às adversidades climáticas do semi-árido nordestino, a população local
tem na prática da açudagem o principal mecanismo para retenção de água
para os longos períodos de estiagem, sendo os mesmos utilizados para
diversos fins como: irrigação, dessedentação de animais, pesca e
abastecimento público. A pesca é uma importante fonte nutricional e
atualmente sua intensificação, como a tilapicultura, é vista como ferramenta
para desenvolvimento sócio-econômico da região, porém os riscos ambientais
associados a esta prática são muitos, dentre os quais podemos destacar a
deteriorização da qualidade da água, que põe em conflito a atividade da pesca
com o uso dos açudes para fins de abastecimento público. Com isso, os
objetivos deste trabalho são: verificar os efeitos da tilápia do Nilo sobre a
qualidade da água (turbidez, transparência, biomassa e densidade algal) e
confrontar os benefícios sócio-econômicos da pesca da tilápia com os custos
para manter o padrão de potabilidade da água dos açudes dominados por
tilápias. Para avaliar o efeito da tilápia sobre a qualidade da água. foi realizado
um experimento entre junho e julho de 2004 em 20 enclosures distribuídos
aleatoriamente entre 5 tratamentos com diferentes densidades de tilápia. Os
benefícios da pesca da tilápia, assim como os custos ambientais sobre a
qualidade da água, serão mensurados para valores de comércio e
posteriormente realizado uma análise de custo-benefício. Os resultados
preliminares mostraram que os ‘enclosures’ com tilápia apresentaram maior
turbidez, menor transparência da água e maior densidade de algas. Portanto,
podemos concluir que a tilápia do Nilo afeta a qualidade da água, podendo vir a
encarecer seus custos de tratamento para abastecimento público.
09. PRODUÇÃO AGRÍCOLA E GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA:
O LUGAR DA AGRICULTURA FAMILIAR NA FRUTICULTURA
GLOBALIZADA
José Nunes da Silva
Agrônomo, Mestre em Extensão Rural/UFV, Doutorando em
Sociologia/ PPGS/UFPE.
No final do século XX e início do século XXI intensificou-se uma nova fase do
capitalismo mundial consolidada como um processo de globalização. Neste
processo rápidas transformações refletem nos diferentes setores da economia
como resultado de correlações de forças entre diferentes atores sociais em
contextos específicos colocando na pauta do debate um conjunto de
dualidades que se apresenta como objeto para a Sociologia Rural, tais como a
relação local vs global, sociedade vs natureza e homogeneização vs
resistência. Neste contexto torna-se fundamental entendermos como este
processo reflete na agricultura familiar envolvida na fruticultura no nordeste
brasileiro. Objetivamos entender as estratégias dos agricultores familiares para
se inserirem no mercado global. Os espaços escolhido para a análise foram os
Pólos Petrolina/Juazeiro (PE/BA) e Açu/Mossoró (RN), por serem áreas
dinâmicas da fruticultura nacional e por contarem com significante produção
científica publicada. Nesta análise conclui-se que para a agricultura familiar da
região o processo de globalização apresenta-se como desafiador, à medida
que requer uma inserção numa neo-modernização produtiva, tecnológica e,
sobretudo, informacional, que causa dependência entre grupos. Como
processo ambíguo que é, a globalização abre perspectivas para esta mesma
agricultura familiar, expressas pelas oportunidades de ocupação de nichos e
janelas de mercados para produtos específicos. A demanda por estes produtos
específicos, “bons produtos”, “produtos saudáveis”, combinada com o savoirfaire particular dos agricultores familiares sinaliza para uma excelente
oportunidade de inserção no mercado global. É essa ambigüidade da
globalização que a caracteriza como um processo que longe de homogeneizar
economias, culturas e sociedades, contribui para resignificação de tradições,
ruralidades, modos de vida, reforçando identidades e abrindo espaço para que
a categoria “agricultor familiar”, utilizando-se de modus operandi estratégico, se
reproduza em conjunturas diversas em todo país, constituindo-se num dos
principais atores do campo brasileiro na atualidade, convivendo com todas as
dualidades colocadas pelas novas relações local vs global.
10. O AMBIENTE INSTITUCIONAL PARA FINANCIAMENTO DO
PRONAF B NO RN.
Fernando Bastos Costa
Doutorando em Ciências Sociais/ UFRN
E-mail: [email protected]
O PRONAF foi concebido com o propósito de corrigir as distorções no campo,
decorrência da modernização. O PRONAF B, particularmente, pretende inserir
um maior contingente das famílias rurais que trabalham a terra ou praticam
outras atividades de maneira precária. A hipótese central deste trabalho é que
apesar de todas as mudanças ocorridas nas normas de crédito no sentido de
reduzir os obstáculos para acesso dos outsiders, permanece o mesmo arranjo
institucional que deu apoio à modernização e cristalizou estruturas que
reforçam essa exclusão. Esta pesquisa teve o propósito de estudar o ambiente
institucional que faz a mediação desta política publica no RN, realizada em
treze municípios, através da aplicação de 190 questionários, diretamente com
esses agricultores mais pobres, beneficiários e não. Além disso, foram feitas 46
entrevistas com mediadores locais, da AT, do sindicato rural, do banco e do
CMDRS. Os resultados demonstram que esta política, como outras, depende
de mediações que transcendem a racionalidade dos marcos legais.
11. (RE)VISITANDO O PÓLO FRUTICULTOR IRRIGADO DO RN
Aldenor Gomes da Silva
Prof. do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais/URFN
Levantamento da realidade atual de produção e exportação de frutas irrigadas
no Pólo Fruticultor Açu/Mossoró, objetivando fazer uma análise do processo de
exclusão/inclusão dos pequenos produtores daquela região e desvendar os
meandros
das
recorrentes
crises
daquele
setor,
tais
como:
falências/substituição de grandes empresas, desemprego, desgaste da infraestrutura, etc.
GT-30: ESTUDOS SOBRE MULHER E RELAÇÕES DE GÊNERO
Coordenadoras:
Vanilda Vasconcelos da Silva
e-mail: [email protected]
Maria Francinete de Oliveira
E-mail: [email protected]
NEPAM (Núcleo de Estudos e Pesquisas na Área da Mulher e
Relações de Gênero)
Local: Setor de Aula II, E1
O NEPAM faz parte de redes (regional, nacional e internacional) que estudam e
desenvolvem ações com mulheres e relações de gênero. Com o presente GT
pretende-se socializar as pesquisas, concluídas ou em andamento, que
privilegiam a temática Mulher como campo de investigação, envolvendo ou
não as relações de gênero. Portanto, apresenta-se como uma proposta
transdisciplinar de interação do conhecimento, aceitando-se trabalhos
produzidos sobre a temática, em diversos ramos do saber. Neste sentido, o GT
contribuirá para a pesquisa “A mulher como objeto de investigação” na UFRN,
desenvolvida pela equipe de pesquisadoras (es) do NEPAM.
Primeiro dia
01. A VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTO-JUVENIL
Renata Rocha Leal de M. P. Pinheiro
Departamento de Serviço Social.
Orientador: Prof. Dr. João Dantas Pereira.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte -UFRN
A análise da Violência Sexual sofrida por crianças e adolescentes, enquanto
uma das expressões das relações econômicas, de gênero, raça e cultura que
configuram a estrutura material e simbólica de uma sociedade. É abordada ao
longo deste trabalho, através de uma reflexão sobre a crise sócio-econômica
mundial e sua relação com a violência sexual, suas características e
especificidades e, finalmente, onde a proposta metodológica foi realizada
através de uma pesquisa documental em documentos oficiais e textos
jornalísticos sobre a temática tendo como fonte privilegiada de dados o
Programa Sentinela-Natal/RN, enquanto um Programa Federal voltado à
violência sexual infanto-juvenil, que atua no município de Natal/RN. Nesse
sentido, pretende-se, com essa discussão, estabelecer subsídios para melhor
compreensão da Violência Sexual infanto-juvenil e seu relacionamento direto
com a crise econômica, a desestruturação familiar, entre outros fatores sócioeconômicos conjunturais. Segundo o autor Vicente Faleiros estas violências
sexuais contra crianças e adolescentes constituem-se um fenômeno complexo,
cuja compreensão deve ser situada no contexto histórico, econômico, cultural,
jurídico, político, psicossocial que configuram a estrutura da sociedade
brasileira estabelecendo seus valores e suas relações de gênero, de
sexualidade, de raça e de poder. Finalmente, o Brasil só estará combatendo
esse tipo de crime, quando cada um dos atores social, estiver de fato fazendo a
sua parte, derrubando tabus, encarando a corrupção, etc., cujo alvo são
crianças e adolescentes desprotegidos e muitas vezes ignorados pela
sociedade brasileira.
02. AIDS E MULHER : UMA QUESTÃO DE GÊNERO?
Rosa Cristina Pereira Paixão
Graduada em Enfermagem, Especialista em Saúde Pública, aluna
especial do Programa de Pós-graduação em Enfermagem
(Mestrado) - UFRN
NEPAM/CCHLA/UFRN
O presente trabalho tem como objetivo relatar nossa experiência de um grupo
de profissionais que trabalham em um programa de Doença Sexualmente
Transmissível e HIV/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde de Juazeiro-BA,
assim como, relatar o sentimento expresso pelas mulheres após o recebimento
do resultado da testagem sorológica positiva para HIV, analisado-os na
perspectiva de gênero. Tomando como base os dados notificados no
município, no período compreendido entre o ano de 1987 ao ano de 2003, com
4 casos em 1987 e 32 casos em 2003,podemos afirmar que houve um
acréscimo significativo no número de casos notificados. Com relação ao
trabalho da equipe ele acontece da seguinte forma: aconselhamento coletivo,
aconselhamento individual pré e pós testagem sorológica, consulta médica,
consulta de enfermagem, acompanhamento psicossocial, oferecimento da
testagem sorológica para HIV e Sífilis, fornecimento da medicação
antiretroviral, realização de palestras educativas nas escolas e comunidade,
acompanhamento das pessoas que vivem com HIV/AIDS, entre outras.
Observamos que, de um modo geral, a equipe “sofre” ao ter que revelar um
resultado positivo. Este sofrimento é revelado em palavras e expressões
faciais. Ele torna-se maior quando estão envolvidos gestantes e crianças. As
mulheres demonstram seus sentimentos também com palavras, expressões e
lágrimas. Observamos o sentimento de revolta com relação ao parceiro, e de
culpa e preocupação com a soro positividade das crianças. Analisando nossa
experiência na perspectiva de gênero podemos inferir que vários fatores
contribuíram para a feminização da AIDS, quais seja a compreensão da
ciência, no início da epidemia, que a vagina possuía capacidade de
autodefesa, era uma doença de grupos de riscos (homossexual masculino,
usuários de drogas injetáveis, prostitutas e hemofílicos) e a falta de autonomia
da mulher quanto a sua sexualidade imposta pela construção das identidades
de gênero.
03. TÍTULO: MULHERES PROFESSORAS DA PROVÍNCIA
MARISTA DO BRASIL NORTE.
Iran de Maria Leitão Nunes
Orientadora: Profª Dra Betânia Leite Ramalho
UFRN/PPGED
O estudo tem por objetivo identificar e configurar o ingresso das mulheres
professoras nos Colégios da Província Marista do Brasil Norte, através do
registro da trajetória das pioneiras, ou seja, as professoras contratadas pelos
Colégios Maristas em foco, no primeiro ano da presença feminina em seus
corpos docentes. Em nosso objeto de estudo há convergências das questões
relativas à educação e as que se referem à História da Igreja, para tanto,
buscamos os aportes de Giorgio (1990) e Martina (1996). Nos apoiamos ainda
nas produções da Teologia Feminista, como as de Zanlochi (2001), visto que a
História precisa ser compreendida também a partir da relação entre perfis de
comportamentos femininos e masculinos “construídos social, cultural e
historicamente” (BOURDIEU, 1999, p.34), colocando em relevo a categoria
gênero, na tentativa de “desnaturalizar as diferenças de comportamento e de
estatuto social de homens e mulheres, bem como da divisão social (sexual) do
trabalho” (CARVALHO, 2003, p. 58). Visto que este processo se realizou em
um espaço masculino e religioso, onde a pessoa mulher era minoria e não
participava das decisões: o Instituto Marista, buscamos sua história e de seu
fundador em autores como: Furet (1989), Balko (1979), Emile (1988), Martins
(1989) e Zind (1988). Esse percurso lento, silencioso e pouco visualizado da
presença da mulher leiga em institutos religiosos masculinos, e sua decorrente
atuação, nos suscita evidenciarmos este processo de exclusão partindo das
contribuições de Perrot (1991; 1992) e Scott (2002). Assim, a realização dessa
pesquisa histórica visa a contribuir para dar visibilidade à atuação das mulheres
de forma plural, visto serem elas diferentes em sua condição social, credo
religioso, etnia e história de vida, nos variados espaços e tempos históricos.
04. A MULHER NA CÃMARA MUNICIPAL DE NATAL (1984-2004)
Aluizia do Nascimento Freire
Orientadora: Profª Drª Maria Francinete de Oliveira
Instituição: NEPAM/CCHLA/UFRN
O Rio Grande do Norte é reconhecido como o primeiro Estado brasileiro a ter
mulheres a frente de cargos políticos, como exemplo: a primeira prefeita eleita
em 1928, Alzira Soriano; a primeira Deputada Estadual, Maria do Céu
Fernandes; e a primeira eleitora Celina Guimarães. Entretanto, durante muito
tempo a participação feminina na política foi sub-representada devido aos
Sistemas de Gênero. Assim, somente em 1996 é que foi instituída a lei de
cotas ( nº 9.504), que estabeleceu o percentual mínimo de 30% de participação
política partidária para as mulheres..Portanto, traçamos como objetivo da
presente pesquisa analisar a participação de Mulheres na Câmara Municipal de
Natal , no período de 1985- 2004 e sua sub-representação. A pesquisa em
questão é do tipo descritiva e analítica, usando-se como instrumento para
analise os documentos existentes na Câmara e Tribunal Regional Eleitoral, da
referida cidade A investigação feita até o momento presente revela que nestes
setores não há registros atualizados, nos forçando a fazer um verdadeiro
serviço de “garimpagem” entre os vários arquivos existentes nas instituições.
De acordo com as informações de funcionárias e funcionários da Câmara, até o
momento, só houveram sete mulheres eleitas como vereadora. Este dado
revela a sub-representação feminina desvelando a cultura da mulher potiguar
como pioneira dos seus direitos políticos e civis e, revelando a cultura de
gênero que fortalece e determina o lugar da mulher ao espaço privado.
Concluímos, afirmando que apesar do Estado ser governado, na atualidade,
por uma mulher, não há nenhuma representação na Câmara Municipal do
Natal.
05. “DOAÇÃO DE SANGUE: UM TRABALHO DE
DESMISTIFICAÇÃO NA COMUNIDADE DE PONTA NEGRA”
Suzana da Cunha Joffer
Luana Gleyce Souza da Silva
Departamento de Serviço Social
Trata-se de um trabalho desenvolvido a partir de uma experiência de estágio
curricular realizada no Hemocentro Dalton Barbosa Cunha. O trabalho tem
como finalidade refletir sobre o processo de doação de sangue e sua
importância para a sociedade, enfocando os aspectos culturais que permeiam
essa questão. Procura-se entender os fatores que contribuem ou dificultam o
processo de doação. Dessa forma, foi descrito todo o funcionamento da
instituição ressaltando as suas esferas física e política, fazendo uma analise de
suas diversas faces e principalmente enfatizando a inserção do profissional do
Serviço Social dentro dessa realidade e sua relação com os usuários da
instituição. Diante da problemática da carência de doadores, principalmente
advindos dos segmentos das classes média e alta, foi desenvolvido na
Comunidade de Ponta Negra o Projeto “Doação de Sangue: Um Ato de
Cidadania”, que teve como objetivo à construção de uma consciência voltada
para a doação sanguínea voluntária e regular, bem como a desmistificação dos
mitos, medos e preconceitos contidos no imaginário popular, através de
palestras educativas e uma pesquisa social, procurando assim entender a
influência que a cultura exerce na sociedade e na decisão do ato da doação de
sangue.
06. A FEMINIZAÇÃO E A RELIGIÃO NOS PROGRAMAS PARA A
3ª IDADE:
Ana Paula Santos de Souza
Liana Sílvia Nunes de Carvalho
Maria Francinete de Oliveira
Departamento de Enfermagem/NEPAM/UFRN
A partir da década de 1980 surgiu no Brasil um novo paradigma sobre a
velhice. Uma forma encontrada para dar visibilidade e cor a essa fase da vida
foi a criação dos chamados Programas para a 3ª Idade. Assim, para conhecer
os objetivo e o perfil das pessoas atendidas por esses programas, utilizamos
questionários, cadastros da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência
Social (SEMTAS) e informantes chaves. Identificamos 130 Programas. Destes,
50 estão vinculados a ATIVA (Associação de Atividade de Valorização Social) e
67 ao MEIOS (Movimento de Integração e Orientação Social). Com relação a
idade há uma juventude própria desses Programas promovida pelas pessoas
de meia idade. Muitos nomes são escolhidos como uma forma de “negar” a
velhice, por exemplos: “Melhor Idade”, “Feliz Idade”. Assim, ela se distancia
cada vez mais da doença e se descobre uma nova forma de viver com prazer.
Os objetivos mostram ainda que estes programas alimentam e são alimentados
por uma visão de velhice dissociada da doença e da inutilidade. Entretanto,
excluem as pessoas idosas com limitação física. Ou seja, apenas as pessoas
saudáveis participam deles. Quanto ao sexo, as mulheres dominam. De acordo
com o último Censo brasileiro as mulheres imperam, principalmente, nas
últimas décadas da vida. Daí uma boa justificativa para tornar os programas
mais atraentes para os homens. Encontramos um com 100% de mulheres e
outro com 98%. Entendemos que a participação mais efetiva dos homens
reduz a mortalidade entre eles e, conseqüentemente, o número de mulheres
viúvas. A maioria dos programas é espaço para orações ( católica), limitando
ou impedindo a participação de pessoas que separam essas atividades. O que
foi exposto mostra a necessidade de se compreender as relações de gênero
própria dessa fase da vida para que homens e mulheres possam ter uma
velhice tranqüila e feliz.
07. ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE GÊNERO NAS MULHERESALUNAS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Thalyta Mabel Nobre Barbosa (Apresentadora)
Assistente Social, Mestranda do Programa de Pós-Graduação em
Serviço Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN)
Dalenir Francisca Praxedes Izidoro – Assistente Social
Danielle de Sousa Barbosa – Assistente Social
Para as mulheres o século XX foi o século no qual organizaram-se como
sujeitos políticos em contraposição as opressões e privações, visualizado a
partir dos movimentos feministas e de mulheres. Alcançaram conquistas como
direito de freqüentar ás escolas, ás universidades, o voto, inserção no mercado
de trabalho, liberdade sexual e reprodutiva, exercício da cidadania no âmago
familiar e social, enfim a igualdade de direitos. A fim de apreender essa
realidade empírica tivemos uma aproximação com as mulheres da
alfabetização do Centro Social Luís da Câmara Cascudo – CSLCC – localizado
em Natal-RN. O CSLCC possui a tarde, turno escolhido para realizarmos as
entrevistas, vinte e três (23) alunas. Realizamos a entrevista semi-estruturada
com doze (12) dessas alunas o que corresponde a aproximadamente 52,17%.
Para a efetivação da entrevista utilizamo-nos de categorias próprias do
referencial teórico-metodológico do Assistente Social, como também do nosso
projeto profissional adotado, ao tentar compreender o universo vocabular das
alunas do CSLCC, os seus valores, as suas representações, o seu significado
do contexto sócio-econômico e cultural. Isso aliado aos seus gestos,
expressões e sentimentos, permitiu-nos elaborar um perfil sócio-econômico
destas mulheres. Ou seja, a partir desses dados, foi possível perceber o que as
alunas da EJA conhecem sobre o Feminismo, Patriarcado e Direitos Humanos.
Percebemos que a maioria das mulheres entrevistadas compreende a
educação de forma restrita como para somente a possibilidade de ler e
escrever. Contudo, apesar do aumento do feminino em todos os níveis
educacionais; da inserção da mulher em diversos campos profissionais; do
desvendamento da sexualidade feminina; da conquista dos direitos; faltam
estratégias para modificar as relações de gênero de forma a atingir um maior
número de mulheres, levando as mesmas a reflexão e a compreensão do papel
da mulher na sociedade machista.
08. TRAJETÓRIA E ASCENSÃO FEMININA NOS NEGÓCIOS: UM
ESTUDO TEÓRICO
Kali Micheline de Oliveira
Maria Francinete de Oliveira
NEPAM/CCHLA/UFRN
O presente artigo descreve, de forma sucinta, a trajetória da mulher no mundo
dos negócios; discorre também sobre a liderança na atualidade e analisa a
inter-relação existente entre as diferenças na administração feminina e
masculina. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, cujos dados foram
organizados em partes distintas mas, correlatas. Inicia-se a exposição com
algumas das “ancestrais”. Seguindo o percurso da história, vem as mulheres
que se dividiam, dentro da própria casa, entre o trabalho produtivo e o
reprodutivo, Posteriormente apresenta-se um novo estilo de liderança exigido
pelas empresas e o papel que deve desempenhar o líder para conseguir uma
maior eficácia e crescimento econômico da empresa e, por último, mostra-se
as diferenças entre a gestão feminina e a masculina, segundo o modelo de
Marylin Loden. Com o conteúdo selecionado para a exposição teórica foi
possível identificar que as mulheres sempre estiveram presentes no mundo dos
negócios, sobressaindo com dignidade e destreza e sem as limitações que a
cultura põe a seu sexo. Observa-se ainda que, mesmo diante de todo o
desenvolvimento social e econômico e com as quedas de determinados
paradigmas, as mulheres ainda caminham de modo lento na acessão
profissional.
09. NOTAS SOBRE O “IDEAL DE AMOR ROMÂNTICO” E A
DOMINAÇÃO MASCULINA.
Vergas Vitória Andrade da Silva
Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte e mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em
Ciências Sociais – UFRN.. E-mail: [email protected]
Orientadora: Norma Missae Takeuti
Departamento de Ciências Sociais – UFRN e Coordenadora do
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – UFRN.
O ideal de amor romântico consagrou-se como uma das marcas registradas da
cultura ocidental, tornando-se uma norma de conduta emocional produtora de
sentidos e comportamentos. A experiência amorosa constitui-se num valor
central no imaginário social, visto que, dentre outras coisas, a expectativa
romântica de realização amorosa surge como garantidora de “completude” e
“felicidade”. Estudos como o do sociólogo Anthony Giddens revelaram que o
surgimento do ideal de amor romântico afetaram sobremaneira as mulheres a
partir do final do século XVIII. O amor romântico tornou-se essencialmente
“feminilizado” em nossa cultura e muito de suas demandas levavam muitas
mulheres a práticas submissas. A experiência do sofrimento amoroso feminino,
por exemplo, decorrente das contradições geradas pelo ideal de amor
romântico, esta envolvida com questões culturais e históricas, ou seja, com
questões relativas a dimensão de gênero (“dominação masculina”) e das
representações construídas pelas mulheres acerca do ideal amoroso ocidental.
Neste sentido, o presente trabalho visa discutir como o sofrimento amoroso
gerado em relacionamentos afetivo-sexuais estão implicados e relacionados
com a “dominação masculina”.
10 -MULHERES JORNALISTAS: DAS LUTAS INICIAIS AO
APOGEU NAS REDAÇÕES
Cleidiane Vila Nova Santos
Rita de Cássia Machado Amaral.
Instituição:CCHLA-UFRN
Este trabalho tem como objetivo levar à tona as lutas, as barreiras e os
preconceitos que foram quebrados para que a mulher tenha conquistado seu
espaço na sociedade, no mercado de trabalho e sobretudo no jornalismo.
Tentamos aqui desfazer o estigma atrelado ao Jornalismo realizado por
mulheres, ao qual se credita a efetuação de um trabalho puramente destinado
a periódicos fúteis e alienados. Essa característica tende a ser abolida à
medida que se toma conhecimento da real participação da mulher nesse
mercado, a qual vem desempenhando seu papel de forma cada vez mais
competente e abalizada.
11. A QUESTÃO DO GÊNERO EM EMPERATRIZ PORCINA DO
POETA POPULAR BALTASAR DIAS
Profª Drª MARIA FRANCINETE DE OLIVEIRA
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Natal, RN
Considerando-se o gênero segundo Teresa de Lauretis como um conjunto de
efeitos produzidos pelas personagens através de seus comportamentos e suas
relações sociais, verificar-se-á nessa comunicação os processos de construção
ou desconstrução das personagens na obra Emperatriz Porcina, para constatar
a sua posição enquanto classe ou grupo. Nessa obra, as personagens são
construídas através de traços relacionados à sua conduta moral, arraigada a
uma sociedade tradicional, com resíduos fortemente medievais. São, portanto,
seres ficcionais que atuam com representação concreta da sociedade de sua
época.
12. CENTRO DE REFERÊNCIA “MULHER CIDADÔ: UM ÓRGÃO
EM DEFESA DA MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.
Veralucia Raposo da Fonseca
Centro de Referência Mulher Cidadã – Natal/RN
O Projeto Centro de Referência “Mulher Cidadã” é uma iniciativa da Secretaria
Municipal de Trabalho e Assistência Social de Natal – SEMTAS, desenvolvida
pelo Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres e das Minorias - CMDMM,
que se integra ao programa de Combate à Violência Contra a Mulher da esfera
federal. Em Natal, a maioria da população pertencente ao sexo feminino
(377.962 em 712.317 habitantes / IBGE – 2000). O perfil mais característico
das natalenses segundo registros do CMDMM, indicam que a maioria estão na
faixa etária entre 25 e 50 anos, mantêm união conjugal de pelo menos um ano,
não concluíram o ensino fundamental, possuem renda inferior a um salário
mínimo e situam-se em sua grande parte no mercado informal. Constituem,
portanto, um segmento carente de acesso a direitos e em situação de
vulnerabilidade social. É para responder a essa demanda que se propôs a
implantação e implementação do Centro de Referência “Mulher Cidadã”,
oferecendo ao Estado do Rio Grande do Norte, a partir de Natal, uma central
de atendimento as mulheres, com prioridade as que se encontram em situação
de violência de gênero, realizando ações de acolhimento, atendimento,
encaminhamento e acompanhamento psicológico, social e jurídico a cada caso
em particular, buscando assim a promoção social da mulher e
conseqüentemente de sua família. Nesta perspectiva, o trabalho é
desenvolvido de forma conjunta e integrada com a educação, saúde, trabalho,
previdência, habitação, cultura, esporte e lazer. Há uma rede de cidadania
formada por entidades governamentais e não governamentais comprometidas
com a eficácia e efetividade dos serviços prestados atuando em parceria
estreita e direta com o Centro de Referência. Espera-se, dessa forma,
contribuir para que as mulheres possam refletir conscientemente sobre seus
conflitos, bem como garantir e/ou resgatar sua cidadania, intervindo no meio
familiar e social em defesa de seus direitos.
13. MULHERES QUE CUIDAM DE MULHERES
Karlanaizyl Catarina Brito de Góis ( relatora)
Maria Francinete de Oliveira
Keila Marise Lopes de Oliveira
Elisângela Bezerra de Araújo
Instituição: Departamento de Enfermagem/NEPAM/UFRN
A presente pesquisa foi planejada com o objetivo de delinear o perfil e o
cotidiano de um grupo de mulheres que cuidam de mulheres idosas, em uma
instituição asilar, na cidade do Natal, RN. O principal instrumento utilizado foi a
observação indireta e não sistematizada. Essa observação foi registrada, por
um período de três anos, em três situações: visitas a instituição, prática da
disciplina Saúde do Idoso e durante a execução do Projeto de Extensão
“Assistência a mulher idosa em situação asilar”. As cuidadoras observadas
possuem uma baixa escolaridade, pertencem as camadas sócio-econômicas
mais baixas e são chefes de família. Cuidar de mulheres tão pobres e
excluídas quanto elas além de significar a falta de oportunidade para um
melhor emprego, significa, mais ainda, o lado humano do cuidar. É possível,
que esse cuidar humanitário e esse analfabetismo funcional sejam a causa da
baixa consciência política quanto aos seus direitos enquanto trabalhadoras.
Reconhecem que exercem a função de cuidadoras e de serventes; queixam-se
de dores na coluna, nos braços e do excesso de trabalho. Reconhecem a
importância do descanso e do alongamento após o esforço físico, mas o
trabalho não permite essas atividades. Cuidar de mulheres idosas, na maioria
totalmente dependente, exige delas habilidade, destreza, conhecimento sobre
posturas que não afetam sua coluna, sobre agravos (doenças) e
contaminações, sobre higiene e, principalmente, sobre o próprio processo do
envelhecimento. Entretanto as cuidadoras observadas demonstraram ter um
baixo ou nenhum conhecimento sobre estas questões.
14. DESENHANDO O CORPO, PINTANDO O FEMININO:
Elizângela Azevedo
UFRN
A partir de análises feitas in locu sobre o comportamento dos membros da
Igreja Presbiteriana do Brasil – instituição evangélica de vertente calvinista –
percebe-se que são criados vários discursos que moldam o “ser” feminino
como seres criados para o lar e demais tarefas domésticas. A imagem de
mulher do final do século XX construída pela Igreja, onde o período estudado
abrange os anos de 1990-2000, é de um “ser” mulher que mantém um
equilíbrio e sabe conciliar seu papel no lar, no trabalho e nas demais tarefas
exercidas na sociedade, para que colabore com a manutenção da ordem social
prevista desde os tempos dos personagens bíblicos. A Igreja Presbiteriana do
Brasil é organizada internamente por sociedades internas, que são elas: União
Presbiteriana de Homens (UPH), União Presbiteriana de Crianças (UPC),
União da Mocidade Presbiteriana (UMP) e Sociedade Auxiliadora Feminina
(SAF), onde a última é o nosso objeto de pesquisa. Segundo Joan Scott,
pensamos gênero como uma categoria relacional construída socialmente, e
nos baseamos em Susan Bordo, onde buscamos compreender o papel sutil e
inconsciente desempenhado por nossos corpos na simbolização e reprodução
do gênero. Como metodologia, além das fontes hemeroráficas, que sejam as
revistas da SAF analisadas, realizamos também entrevistas orais.
15. IMPORTÂNCIA DA CONCEPÇÃO CULTURAL NAS
DIFERENÇAS ENTRE FEMININO E MASCULINO.
Evaneide Lúcia Pereira César de Souza
Pós Graduação em Ciências Sociais- UFRN – Nível: mestrado)
[email protected]
O presente estudo propõe discutir a questão da existência de diferenças entre
os espaços sociais destinados a homens e mulheres. Busca explicitar que as
justificativas para a existência de tais diferenças, na maioria das vezes recaem
sobre a natureza dos corpos - feminino e masculino apenas como biológico - e
que relegam a importância da cultura, bem como da diversidade cultural, na
definição desse processo.
16. ESTUDO DAS RAZÕES DA ESTERILIZAÇÃO FEMININA NA
CIDADE DE NATAL
Lorena Lima de Moraes
Departamento de Ciências Sociais/UFRN
Segundo Perpétuo (1996), o uso da esterilização era mais priorizado nas
mulheres brasileiras de renda mais alta, com alto nível de educação, nascidas
em capitais, com 10 a 15 anos de vida marital e tendo 4 filhos nascidos vivos.
Por volta da década de 80, as mulheres de classes menos favorecidas vão
tomando espaço no índice de opção pelo método irreversível (Arruda et al,
1987; Ferraz, et al, 1992; Berquó, 1993). Perpétuo (1996) afirma também, que
tem havido significativo aumento de mulheres mais jovens e com menor
número de filhos propensas a esterilização. Tendo em vista a Região Nordeste,
os dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS- 1996)
mostram que as mulheres unidas do Rio Grande do Norte ocupam o segundo
lugar na opção pela esterilização com 43,86 % dentre os outros métodos, só
ficando atrás de Pernambuco que apresenta 44,86 %. Outros estados da
mesma região como Ceará e Bahia, também mostram altos índices nessa
opção, com 31,25 % e 40,57 % respectivamente. Portanto, tendo como base
tais constatações, esta pesquisa tem como objetivo divulgar e analisar as
razões que levam as mulheres natalenses unidas, em idade reprodutiva (15 a
49 anos) e pertencentes a diferentes estratos sociais a optar pelo método da
esterilização.
17. DE SEDUZIDAS A SEDUTORAS: TECENDO ESTERIÓTIPOS
FEMININOS NAS DÉCADAS DE 1900 - 1930.
Edivalma Cristina da Silva
Iranilson Buriti de Oliveira
Campus de Caicó: Departamento de História e Geografia - DHG
Licenciatura Plena e Bacharelado em História
A instauração do Regime Republicano no Brasil (1889) levou a reformulação
dos conceitos de família, honra, feminilidade e moralidade. Emergem estes
esteriótipos de mulheres disciplinadas, vigiadas e territoralizadas pelos
discursos, inserindo-as em modelos femininos, ora, como honradas, pura,
virgem, servidora da prática e seduzida, ora, como leviana, frívola, sedutora,
burladora da ordem familiar. Neste viés, buscou-se analisar os discursos
(jurídicos, médicos, literários e religiosos) a cerca do ser feminino no interstício
de 1900 a 1930 a partir da análise de Processos Crimes de defloramento e
crimes de sedução, bem como no Jornal das Moças. Esta análise tem como fio
condutor Michel Foucault que tecendo uma rede discursiva referente ao corpo,
poder, saber, disciplina e sexualidade possibilitou perceber dois esteriótipos
femininos seridoense/RN nas décadas estudadas: Mulheres seduzidas e
mulheres sedutoras, tecidas pelas linhas da justiça e pintadas pelas tintas dos
literatos.
18. ASSENTAMENTOS RURAIS E AS RELAÇÕES SOCIAIS DE
GÊNERO: INVISIBILIDADE DO TRABALHO FEMININO.
Janaína Souza Fernandes da Rocha
Iara Cristina Lima da Fonseca
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA/CCHLA/UFRN
Uma das principais características do mundo capitalista é a constante mudança
que ocorre na forma de uso e ocupação dos territórios. Tais transformações
são observadas em países, à medida que o intenso processo de concentração
populacional se acentuou como é o caso do Brasil, onde necessariamente as
formas antigas cederam seu lugar para as novas. Dependendo da intensidade
de como ocorreu essa substituição muitas áreas transfiguraram-se,
modificando não só a paisagem, como também a forma de interação social. A
fim de visualizar essas transformações tomamos como referência as relações
sociais de gênero nos assentamentos rurais brasileiros, onde a partir desse
contexto o trabalho tem como objetivo analisar tais processos de mutações, á
medida que se percebe certa estratificação no tocante aos gêneros, pois os
aspectos sócio-culturais nos possibilitam identificar algumas características
peculiares que esses atores (assentados/das) fazem do seu entorno. O
trabalho justifica-se à partir de observações no que se refere às construções de
novas relações entre homens e mulheres que remete ao esforço de mudança
da ordem social como um todo, apontando aspectos de uma análise mais
abrangente, correlacionando fatores ligados ao cotidiano dos assentados de
acordo com a estrutura familiar, educação, saúde, lazer, religião, entre outros.
Sendo utilizados como procedimentos metodológicos, a observação “in loco”
das áreas, assim como aplicação de formulários, através dos quais foram
coletadas informações da população local.
19. UMA ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO
JORNAL “A REPUBLICA”
Verônica Gomes de Miranda
Orientadora: Prof. Vanilda Vasconcelos da Silva
A presente pesquisa teve como objetivo (re) construir certos fatos nos campos,
social, político, cultural, referentes a historiografia potiguar contada a partir da
perspectiva dos artigos publicados pelo jornal "A República, durante seus 98
anos de atividade -1889-1987). Isto significa dizer que trata-se de uma
pesquisa documental e descritiva-analítica coletada nos arquivos do referido
jornal. Para análise selecionamos dados referentes a participação política da
mulher , suas atividades sociais e culturais, assim como, identificar sua postura
e o vestuário a partir de fotos publicadas.. A pesquisa mostra a relevância do
jornal para os(as) norte-riograndeses, apresentando-se um referencial teórico
construído a partir de fragmentos jornalistícos, dando as pessoas a
oportunidade de, através da sua leitura, entender o imaginário de uma
sociedade, num período de nove décadas de atuação.
20. ANJOS & SÚCUBOS: AMBIGÜIDADE E AMBIVALÊNCIA
NAS REPRESENTAÇÕES DA MULHER
Thiago Leite de Barros
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Departamento de Ciências Sociais
Muitos âmbitos da cultura ocidental representam o feminino com o caráter de
ambigüidade e ambivalência. A mulher, sendo um dos principais símbolos a
encarnar o feminino, é uma personagem inconstante e contraditória.
Geralmente se concebe que há, pelo menos, dois tipos ideais de mulher (que
podem ser vistos nas dicotomias pura e impura, esposa e amante, mãe e
meretriz, santa e puta, e mesmo na tríade hindu Parvati-Durga-Kali etc.). Esses
tipos podem classificar uma hierarquia entre as mulheres, como podem ser
facetas (antagônicas) que um mesmo indivíduo pode apresentar, dependendo
da situação. Seja imaginando paradoxos na personalidade feminina, seja
opondo tipos virtuosos e perversos, a representação do feminino e da mulher
como ambíguos, ambivalentes, inconstantes e contraditórios serve para
justificar o lugar inferior e submisso das mulheres e o papel controlador e de
maior poder dos homens sobre elas.
21. IMPRENSA FEMININA:DA ACEITAÇÃO PRECONCEITUOSA
AO SEU ÁPICE
Ana Caroline Medeiros Lacet
Professora: Vanilda Vasconcelos da Silva
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências humanas, letras e artes – CCHLA
Departamento de Comunicação Social – Jornalismo
Este trabalho irá tratar da mulher como objeto de estudo no campo profissional.
Irá abordar sobre o papel da mulher, desde a época em que se tinha a visão
que ela servia apenas como “dona de casa”, para cuidar da casa e dos filhos,
até os dias atuais nos quais vem se destacando e mudando o conceito
conferido à mulher de “sexo frágil”. Atualmente as mulheres vêm, a cada dia
mais, lutando e obtendo crescimento contínuo e considerável na área
profissional, muitas até ocupando lugares de grande destaque e servindo de
comentários exemplares, não só para profissionais da área, como também
diante dos olhos de toda a sociedade. Entretanto, apesar da classe feminina
estar cada vez mais presente nos lugares que antes só os homens poderiam
ocupar, infelizmente até hoje vemos que ainda existe certo tipo de preconceito
por parte de alguns em vários ramos profissionais. Por exemplo, a mulher
muitas vezes possui a mesma competência que a do homem (ou até mesmo
melhor), no entanto, perde de ser promovida para cargos maiores por ser vista
como um “sexo frágil”, ou mesmo acontece dela ocupar o mesmo cargo que o
de um homem, no entanto, por infelicidade de certos pensamentos machistas,
recebe salários bastante inferiores. Ao ser apresentado, este trabalho terá
como objetivo destacar a importância do papel feminino não só na imprensa,
mas também em todo o campo profissional, mostrando como a mulher
conseguiu conquistar esse espaço dentro de nossa sociedade atual.
22. ALGUNS MECANISMOS LINGÜÍSTICOS ORGANIZADORES
DE TEXTO PUBLICITÁRIOS.
Elis Betânia Guedes da Costa
Kaline Juliana de Souza Feitosa
CERES-UFRN
O trabalho em questão, resulta de um projeto de pesquisa desenvolvido no
Campus de Currais Novos, envolvendo alunos de Letras e Administração.
Neste estudo, objetivamos investigar a questão da linguagem na construção de
gêneros em texto publicitários. Partindo desse pré-suposto fundamentamo-nos
em vários autores entre eles: CITELLE (1990); SANT’ANNA (2002); e SILVA
(2004). O “corpus” se constitui de oito propagandas coletadas aleatoriamente
revistas informativas entre os anos de 1994 e 2004; já que nesta fonte, não há
uma referencia explicita ao sexo do destinatário, possibilitando uma
amostragem geral, que não favorece diretamente a nenhum grupo. Para tal
analise, seguimos uma abordagem qualitativa de natureza interpretativista.
Dessa forma, estabelecemos como hipótese que em tais textos a
representação feminina será inferiorizada perante a figura masculina. Sendo
assim, ao fim da analise, contatamos que a hipótese inicial foi confirmada, uma
vez que a imagem da mulher apesar de não ser excluída deste universo textual
é retratada como um personagem que venha complementar o contexto.
23. O POPULAR E AS REPRESENTAÇÕES DE GÊNEROS NO
CONTO “O VAQUEIRO QUE NÃO SABIA MENTIR”
Ananília Meire Estevão da Silva - PIBIC/CNPQ
Márcia Tavares Silva - Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
CERES/ DCSH/ Campus de Currais Novos
[email protected]
A Novelística Popular Medieval se destaca no campo literário mundial e se
perpetua até os dias atuais por meio da memória popular e do registro da
oralidade pela escrita. Sendo sabedores deste fato, buscaremos, através da
análise do conto “O vaqueiro que não sabia mentir” - Bazar do Folclore (2001)
de Ricardo Azevedo - demonstrar as possíveis similaridades e divergências
entre os personagens masculinos e femininos, no concernente às
representações de gêneros dos mesmos, sua caracterização, bem como sua
repercussão na literatura oral e escrita. Para tal baseamo-nos em estudos de
COELHO (1991), CASCUDO (1978), AYALA (1995) e AMARILHA (2002).
24. VIOLÊNCIA DE GÊNERO E SUA TRANSVERSALIDADE NO
COTIDIANO INSTITUCIONAL DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
SEXUAL E REPRODUTIVA, NO MUNICÍPIO DE NATAL.
Carmen Oliveira Medeiros Melo (Mestranda)
ORIENTADOR: Prof. Dr.George Dantas de Azevedo
Pós-Graduação em Ciências da Saúde/ Centro de Ciências da
Saúde
INSTITUIÇÕES: Universidade Federal do Rio Grande do Norte/ PósGraduação em Ciências da Saúde, Unidade Básica de Saúde de
Felipe Camarão, Unidade Mista de Saúde de Felipe Camarão,
Centro de Saúde Reprodutiva Leide Morais, BEMFAM-Bem-Estar
Familiar no Brasil, Maternidade Escola Januário Cicco.
OBJETIVO: analisar a ocorrência da violência de gênero no cotidiano
institucional dos serviços de atenção à saúde sexual e reprodutiva, enquanto
construção social e expressão das relações de poder. METODOLOGIA: foi
realizada uma pesquisa piloto, através da aplicação de 52 questionários em
usuárias das 5 instituições que compõem o universo pesquisado.O número de
questionários aplicado em cada campo de pesquisa contemplou cerca de 10%
do nº total de instrumentos a serem utilizados até a finalização da investigação,
através de amostragem estratificada, de acordo com os seguintes critérios de
inclusão: estar cadastrada a um dos programas das supracitadas unidades de
saúde, ter demostrado capacidade cognitiva adequada para responder
questões pertinentes ao instrumento utilizado e apresentar disponibilidade
voluntária em participar da investigação. A pesquisa foi analisada e aprovada
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN (processo nº 003/
2005).RESULTADOS: as 52 entrevistadas possuem idade entre 14 a 59 anos,
sendo a média de idade de 34,5 anos. Observou-se uma prevalência de 50%
de pardas e mestiças. 65,4% estão na condição de casada ou vivendo em
união consensual.A média de anos de estudo foi de 7,78. Percebem 1,64
salário mínimo por família. 62,7% tiveram que comparecer mais de uma vez à
unidade de saúde para conseguir atendimento. 53,8% presenciaram algum fato
que as deixaram indignadas e 55,8% em algum momento, sentiram-se
frustradas na sua expectativa de um bom atendimento.CONCLUSÕES: os
resultados parciais permitem conceber pelos dados sócio-demográficos das
envolvidas, que a discussão de gênero faz emergir outras diferenças como a
raça/ etnia, classe social e geração. Quanto ao atendimento nas unidades de
saúde, há sentimentos de indignação e frustração por parte das usuárias, o que
leva a deduzir que há violências durante as abordagens de saúde sexual e
reprodutiva, quando da interação usuária/ profissional (is) de saúde.
25. (IN)VISIBILIDADE DAS MULHERES NA ECONOMIA
SOLIDÁRIA NO RIO GRANDE DO NORTE: REALIDADE E
PERSPECTIVAS
Françoise Dominique Valéry
Programa de Engbenharia da Produção – PEP da UFRN / NEPAM
Sempre houve muitas dificuldades em trazer a tona as atividades
desempenhadas pelas mulheres, até no setor formal da economia, mas
também no setor informal ou no âmbito doméstico. Principalmente porque não
havia, por parte de estudiosos e outros responsáveis, um esforço sistemâtico
em tira-las da invisibilidade onde estão relegadas historicamente. No entanto, a
partir dos anos 70 do século XX, a multiplicação dos estudos sobre “mulheres e
trabalho” contribuiu para a construção de um vasto campo de estudo, hoje
consolidado, que evidenciou as diferentes modalidades de participação das
mulheres tanto na vida econômica do país como na esfera da vida privada. Nos
ultimos anos, segundo pesquisas realizadas por organismos oficiais (IBGE etc),
dados estatísticos mostram que, de um lado, a participação das mulheres no
mercado de trabalho se consolida em todos os campos de atividades, e de
outro lado que as mulheres, sendo um terço dos chefes de família no Brasil,
sofrem o violento impacto da reestruturação produtiva e partem,
individualmente ou coletivamente, para uma vasta gama de atividades, afim de
prover a subsistência de suas famílias. A questão que se coloca é portanto a
seguinte: onde estão essas mulheres? Quantos são? Que tipos de atividades
desenvolvem? Em que quadro organizacional? Com que resultados? No busca
de uma resposta, a Secretaria Nacional de Economia Solidária (MTE), montou
um vasto projeto de investigação para tira-las da invisibilidade. No Rio Grande
do Norte, os primeiros resultados evidenciam a variedade de atividades e a
complexidade das questões relacionadas à trabalho, associativismo e
cooperativismo, emprego e desemprego, educação e formação profissional,
cidadania e direitos sociais, dentre outras reflexões sugeridas pelos resultados
preliminares desta pesquisa. Ao apresentar essas reflexões, pretende-se
focalizar as dimensões de cor, geração e gênero, para fazer uma análise da
situação das mulheres na chamada “economia solidária”.
26. RELAÇÕES DE GÊNERO NA AGRICULTURA FAMILIAR: O
CASO DO PRONAF MULHER NO ASSENTAMENTO MILAGRES
(APODI/RN)
Cleudia Bezerra Pacheco – NEPAM/CCHLA/UFRN
Maria Aparecida Ramos da Silva – NEPAM/CCHLA/UFRN
O trabalho tem como objetivo verificar as mudanças que estão ocorrendo na
vida das mulheres que participam do Programa de Fortalecimento da
Agricultura Familiar - Pronaf, no Assentamento Milagres, em Apodi. O
assentamento foi escolhido por ter sido o local onde o Pronaf Mulher foi
lançado nacionalmente no dia 8 de março de 2005, como parte das
comemorações do Dia Internacional da Mulher, e contou com a presença do
Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva. O Pronaf Mulher tem como
proposta inverter a lógica do modelo familiar tradicional – sendo o homem o
chefe da família – e garante a inclusão da mulher no crédito agrário,
possibilitando a realização de investimentos e o desenvolvimento de atividades
econômicas. Esta pesquisa pretende identificar se o Programa vai contribuir
para mudar as representações tradicionais da imagem da mulher no campo e
as mudanças no imaginário da população em relação à participação feminina
na renda familiar.
27. MULHER NOVA, BONITA E CARINHOSA [...]: UMA LEITURA
DE GÊNERO
Otêmia Porpino Gomes
Instituição: NEPAM/CCHLA/UFRN
Entre muitas oportunidades e instrumentos para a prática da leitura, na
perspectiva de gênero, escolhemos a música da autoria de Otacílio Batista e
Zé Ramalho: “Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir
dor”, que trata sobre a intervenção da mulher em três grandes momentos
históricos. Compreendendo a questão de gênero como uma construção social,
cristalizada pela cultura através de suas instituições dominantes, elegemos
como objetivo da presente pesquisa, identificar estratégias que possam
contribuir para a melhoria na qualidade do estudo de gênero, utilizando este
tipo de manifestação cultural. A letra da música mostra a preocupação dos
autores em associar a beleza e a juventude feminina a destemida força e poder
masculino. Com isto mostra quais as tarefas que as sociedades exigem das
mulheres: nas relações político-sociais, no cotidiano familiar, no trabalho e na
apresentação de sua representação física. Desta forma, as tarefas de leitura
crítica de músicas que costumamos ouvir estão inseridas na necessidade de
uma aprendizagem. Neste entrelaçar de música, letra, história e gênero; nos
apropriamos de estudos realizados por autores populares nordestinos,
expressos em uma manifestação artística que é também uma prática de
comunicação social, que tem um eixo comum, mas que passa por modificações
de acordo como cada público a que pode ser direcionada e a cada espaço que
seja apresentada. Como também pode ser usada na educação formal escolar
ou na educação informal adquirida através de leituras do mundo, como este
tipo de canção temática.
28. MORTALIDADE MATERNA: CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS
Giordana de Oliveira Alves.
Depto. de Serviço Social/ UFRN
A relação mulher e saúde é um dos temas alvo de estudos nas diversas
especialidades, e em todas, temos que levar em consideração o aspecto social.
Por tal motivo, a presente pesquisa visa uma análise inicial sobre mortalidade
materna no mundo, no Brasil e no Rio Grande do Norte, enfocando as causas
principais que são falta de assistência com boa qualidade, pré-natal mal-feito,
hipertensão, hemorragias, infecções; logo após trataremos um pouco da AIDS
no Brasil e no mundo, mostrando dados de uma realidade em que o número de
casos tem diminuído, mas não igualmente para homens e mulheres, já que o
meio de prevenção mais comum é a camisinha, e é um método que dá
privilégio aos parceiros do sexo masculino. E por fim o aborto inseguro, onde
no Caribe e América Latina associa-se 21% das mortes femininas à gravidez,
parto e pós-parto, conseqüência disto sendo o aborto realizado sob condições
sanitárias precárias, pois a legislação dos mesmos proíbe o aborto; No Brasil,
no ano de 2000, dados do SUS calculam que de 700 mil a 1,4 milhão de
abortos clandestinos ocorreram, sendo muitos destes espontâneos (não
provocados), Concluindo nesta análise que, o aumento decorre de problemas
sociais como a pobreza, desigualdade, exclusão, gravidez indesejada, práticas
sexuais inseguras, etc. No Rio Grande do Norte, um dos quatro Estados do
Nordeste que tem hospitais que realizam aborto legal em vítimas de violência
sexual, em 1998, 6,3% das mortes maternas foram por causa do aborto, e em
2000, houveram 3.136 internações com este diagnóstico.
29. CRIMES DE SEDUÇÃO NA CIDADE DO NATAL: HONRA
SEXUAL E IDENTIDADE NACIONAL NO ESTADO NOVO.
Allan da Silva Rodrigues
Departamento de História
O objetivo desta comunicação é divulgar a pesquisa, em andamento,
desenvolvida no Curso de Especialização em História “Arquivo, Memória e
História”, que tem como tema “Crimes de sedução na cidade do Natal: honra
sexual e identidade nacional no Estado Novo”. O estudo insere-se nas relações
de gênero, articulando História e Direito na discussão das idéias jurídico-penais
deste período de autoritarismo no Brasil, principalmente com a imposição de
uma nova legislação penal (Código Penal de 1940). Nesta comunicação
compreendemos a honra sexual como sinônima à honra feminina, pois o que
está em jogo tanto nos processos de defloramento como nos de sedução é a
virgindade feminina. Considerando a honra feminina como contributiva para a
construção da honra das famílias. A honra da família será destaque na
legislação civil e criminal do Estado Novo, quando o poder de Vargas se
consolida e ele vincula moral pública e valores da família à honra nacional.
Sendo redefinidas as relações de gênero, família e crimes sexuais nas leis
brasileiras, um processo que se inicia nas primeiras décadas do século XX.
Procuraremos avaliar a honra feminina e sua contribuição para a construção de
uma honra nacional adequada às mudanças políticas, econômicas e sociais
advindas do Estado Novo que intervém na sociedade com a elaboração de
uma legislação civil e criminal que fere individualidades defendidas pelo
anterior estado liberal. E para isso, será fundamental a análise do discurso
jurídico-penal dos processos de sedução em Natal: como os juízes,
promotores, advogados, réus e vitimas entendiam a honra feminina e a sua
relação com uma identidade nacional que busca legitimar e tornar naturais as
instituições autoritárias a partir da noção de honra sexual: a formação da honra
nacional e sua vinculação à honra da família, esta última sob a influência da
honra feminina.
GT-31: A NATUREZA NAS CIDADES
Coordenador:
Luiz Antonio Cestaro
E-mail: [email protected]
Departamento de Geografia
Local: Setor de Aulas V, sala G2
A análise do ambiente urbano numa abordagem sistêmica exige o
envolvimento de outros atributos, além do ser humano. Os demais seres, que
voluntária ou involuntariamente fizeram das cidades seu habitat, influenciam
direta, ou indiretamente, na qualidade de vida do ser humano.O Grupo de
Trabalho “A Natureza nas Cidades” pretende convergir para a discussão
investigadores das diversas áreas de conhecimento envolvidos com os demais
habitantes urbanos, principalmente plantas e animais, e suas relações com o
homem e com o ambiente urbano.
Somente terça-feira 05/07
01. INVENTARIO FLORISTICO DE PLANTAS EXÓTICAS NO
CAMPUS CENTRAL DA UFRN, NATAL-RN.
Rubens Teixeira de Queiroz
Mestrando em Ciências Biológicas
Maria Iracema Bezerra Loiola
Professora do DBEZ/UFRN
Plantas exóticas são todas aquelas que foram introduzidas (intencional ou
acidentalmente) pelo homem em determinada região, em ambientes adversos
do seu centro de origem (Rizzini, 1997). No Campus Central da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, localizado no município do Natal (5º50’25”S e
35º12’08”W), verificou-se a presença de um número considerável de espécies
introduzidas em toda a sua área de abrangência. O objetivo deste trabalho foi
realizar um estudo sobre a flora exótica da área e através deste levantamento
fazer a identificação das espécies, como subsídio para proposta, no futuro, de
um plano de arborização com plantas nativas para o Campus da UFRN. Foram
realizadas coletas semanalmente, durante os meses de março/2003 a
junho/2004, para a aquisição de material botânico, fotografias e observação
dos indivíduos. Para cada espécie foram obtidas cerca de cinco amostras com
flores e/ou frutos e anotadas em caderneta de campo, informações sobre o
hábito, altura e cor das partes vegetativas e reprodutivas. Após o processo de
herborização e secagem das amostras botânicas (Mori et al.1989), procedeuse a identificação através de literatura especializada e/ou por comparação com
plantas já existentes no Herbário UFRN do Departamento de Botânica,
Ecologia e Zoologia/CB. A coleção resultante foi inserida no acervo do Herbário
UFRN. Foram registradas 80 espécies, pertencentes a 68 gêneros e 38
famílias. As famílias que se destacaram pela riqueza de espécies foram
Leguminosae (9 gêneros, 10 espécies); seguida de Euphorbiaceae (6 gêneros
e 7 espécies) e Convalaricaceae (2 gêneros, 5 espécies). Os taxa com maior
ocorrência em número de indivíduo foram: Senna siamea (Lam) Irwin &
Barneby (Leg. Caesalpinioideae), Cocos nucifera L. (Arecaceae) e
Trandescantia spathacea SW. (Commelinaceae).
02. ARBORIZAÇÃO URBANA EM NATAL
Mariluce dos Santos Santos Souza (Apresentadora)
Marcelo e Silva Monte
Kelly Stefanny Diniz de Lima
Luiz Antonio Cestaro
Departamento de Geografia – UFRN
O trabalho tem por objetivo principal analisar a atual situação da arborização
existente nas ruas e canteiros centrais da cidade do Natal, mais
especificamente, a arborização do Conjunto Residencial Cidade Satélite.A
pesquisa foi realizada a partir de um levantamento bibliográfico e de campo
onde foram observados alguns parâmetros importantes, tais como: diâmetro do
tronco; altura das árvores; estado fitossanitário; existência de poda ou não;
presença de cupins; sinais de vandalismo e adequabilidade aos locais onde
foram plantados. Através da análise quantitativa e qualitativa, foram
encontrados 796 indivíduos, desse total 29,69 % apresentaram diâmetro entre
5 e 20 cm; 76,78% das árvores apresentaram altura média variando entre 2 e 6
cm e 27,97 % possuíam o diâmetro de copa entre 5,05 e 7,14m. No que se
refere ao estado fitossanitário, 65,67% das àrvores registradas apresentaram
estado regular e 30,59% encontravam-se em estado saudável. Muito dos
problemas encontrados, refletem um pouco a realidade da arborização urbana
existente em Natal/RN, que são gerados, em sua grande maioria, pelo plantio
inadequado causando danos aos equipamentos urbanos, tais como: fiação
elétrica, sinalização, postes de iluminação além de vários outros.Todos os
cuidados, relativos á arborização, são de grande importância na prevenção de
problemas conflitantes entre as árvores e os equipamentos urbanos, que
muitas vezes levam o componente arbóreo a ser sacrificado. Para que
possamos reverter esta situação é preciso estabelecer parcerias entre o poder
público e a comunidade, caso contrário, os possíveis benefícios da arborização
não poderão ser atingidos.
03. A COBERTURA VEGETAL NO CAMPUS CENTRAL DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE EM
NATAL
Marcelo e Silva Monte (Apresentador)
João Damasceno Filho
Luiz Antonio Cestaro
Departamento de Geografia – UFRN
[email protected]
Este estudo objetiva apresentar um diagnóstico da arborização e analisar a
distribuição espacial das árvores no Campus Central da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte em Natal. O trabalho foi realizado no período de
novembro de 2004 a janeiro de 2005, sendo considerados todos os indivíduos
arbóreos, independente da altura, plantados nas dependências do Campus.
Para cada indivíduo foram estimados: diâmetro do caule, altura da árvore,
estado fitossanitário e a adequação do indivíduo ao local onde foi plantado. O
Campus Universitário apresentou um total de 3733 árvores distribuídas em 88
espécies, numa densidade de 30,3 indivíduos/ha. As cinco espécies mais
abundantes foram: coqueiro (Coccos nucifera), com 520 indivíduos, cássiaamarela (Senna siamea) com 491 indivíduos, cajueiro (Anacardium
occidentale) com 444 indivíduos, mangueira (Mangifera indica) com 306
indivíduos e eucalípto (Eucalyptus cf. citriodora) com 268 indivíduos. Mais da
metade das espécies (47) ocorreu com uma população menor do que cinco
indivíduos, os quais estão distribuídos esparsamente pelo Campus. Cerca de
33,4% das árvores apresentam diâmetro do tronco superior a 20cm, indicando
uma população antiga, e 1,4% das árvores apresentam o diâmetro de tronco
inferior a 5cm indicando um baixo índice de reposição. 86% das árvores têm
altura média entre 2 e 6m, 74% dos indivíduos apresentam estado fitossanitário
regular e 10% estão infestados com erva-de-passarinho e/ou por cupim. A
maior parte das árvores está plantada próximo aos edifícios e nas vias de
acesso, com uma deficiência de plantas nos estacionamentos e nos setores de
aulas. Há necessidade de uma maior atenção para com a arborização do
Campus Central da UFRN, preocupação compartilhada pela equipe que
elabora o Plano Diretor do Campus.
GT-32: POLÍTICA, CULTURA E SOCIEDADE
Coordenadores:
José Antonio Spinelli
E-mail: [email protected]
João Emanuel Evangelista
E-mail: [email protected]
Departamento de Ciências Sociais
Local: Setor de Aula II, sala G4
Este GT tem como objetivo apresentar trabalhos que tenham como recorte as
interfaces entre política, cultura e sociedade. Neste sentido acolhe temáticas
variadas, abrangendo as áreas de Estado e sociedade civil, políticas públicas,
poder e cultura política, educação e cultura, sociedade e práticas culturais,
política e movimentos sociais, mídia e eleições, mídia e cultura, mídia e
educação.
Primeiro dia
01: ILHA DOS INDIVÍDUOS: A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA
FORTALEZA MODERNA DIANTE DA VIOLÊNCIA URBANA
João Batista de Menezes Bittencourt
Norma Missae Takeuti (orientadora)
‘Com a crise instaurada pela modernidade, fez-se necessário repensar a
questão da violência, tanto no nível de representações, como das abordagens
desenvolvidas pelas ciências sociais (Wieviorka, 1997). Pretendo através de
um estudo de campo em um bairro de classe média/alta da cidade de
Fortaleza, entender a construção de um pensamento baseado na exclusão e
no “evitamento”, e como o mesmo acaba se tornando uma regra social
partilhada entre esses moradores. Envolta numa atmosfera de medo e
insegurança, a sociedade produz de forma compulsiva, discursos e práticas
segregacionais, que tem colaborado diretamente para a ineficácia das políticas
de segurança pública e consequentemente para a intensificação da violência
urbana em níveis alarmantes. Os apelos “calorosos” da sociedade civil para
que haja uma solução imediata do problema, se assenta sobre uma forte carga
emocional, reflexo do clima de tensão e medo característicos das metrópoles
(Simmel, 1950). Grande segmento da população acredita que a maneira mais
adequada de coibir a ação dos transgressores da lei e minimizar a violência
urbana, é reprimindo de forma mais agressiva possível esses indivíduos, pois
segundo os mesmos, a lei é muito generosa com os “criminosos”. Os
representantes do Estado, pressionados pela opinião pública, acabam
assimilando o discurso da população, e também agindo “emocionalmente”,
confundindo o papel de cidadão com o de autoridade. Hannah Arendt (1969),
nos mostrou que o aumento da ineficiência da polícia está acompanhada do
aumento da brutalidade policial, e ao que tudo indica, o uso da força
violência/legítima nas sociedades contemporâneas, tem se revelado meio
insuficiente e ineficaz para combater a violência urbana.
02: VIOLÊNCIA E CONSOLIDAÇÃO DEMOCRÁTICA: UM
ESTUDO SOCIOLÓGICO SOBRE O PROCESSO DE TRABALHO
POLICIAL
Cristiane do Socorro Loureiro Lima
Segundo o Plano Nacional de Segurança Publica a segurança e “um bem por
excelência democrático, legitimamente desejado por todos os setores sociais,
que constitui direito fundamental da cidadania, obrigação constitucional do
Estado e responsabilidade de cada um de nós”. A constituição de 1988
reconheceu os direitos á vida, à liberdade e á integridade pessoal, e considerou
a tortura e a discriminação racial como crimes. No entanto, apesar do
reconhecimento formal desses direitos, a violência oficial continua a ser usada
pelas elites como forma de manter a ordem social, constituindo-se como foco
da repressão policial as chamadas “classes perigosas”, ou seja, os “excluídos”
do trabalho, de moradia, de saúde, de educação e de outros direitos. Cabe citar
episódios como Carandiru-SP (1992), Vigário Geral –RJ (1993), CorumbiaraRO (1995), Eldorado dos Carajás-PA (1996), Diadema-SP (1997), alem dos
“recem-descobertos” grupos de extermínio, formados na sua maioria por
policiais. Enfim, os agentes de segurança tornam-se instrumentos de
insegurança da população. Neste contexto emergem propostas de maior
regulação da ação policial e reforma do aparelho policial com objetivo de
melhoria dos meios e métodos de atuação para exercício de suas funções, mas
considera-se que um estudo sobre a ação policial deve buscar o entendimento
do tema, articulando-o com a questão da ampliação dos direitos de cidadania e
dos espaços de liberdade democrática. Logo, o trabalho aqui proposto objetiva
analisar as relações entre processo de trabalho policial e a consolidação
democrática do Estado Brasileiro, desvendando os valores presentes neste
universo e sua significação na ação profissional. Utilizando um olhar
privilegiado sobre as dimensões da violência, da cidadania, da democracia e
dos Direitos Humanos.
03: SOBRE AS FORMAS DE DOURAR CORRENTES: TÁTICAS
PARA SE LEGITIMAR A TORTURA NAS CULTURAS
David Loiola Rego
O presente trabalho tem como objetivo de mostrar o verdadeiro caráter de
argumentos e/ou raciocínios concebidos com o objetivo de produzir a ilusão da
verdade, combater argumentações que aparentam veracidade, mas que
cometem voluntária ou involuntariamente incorreções lógicas, principalmente,
naquilo que se diz respeito à defesa do Artigo 5º da declaração universal dos
direitos humanos ao afirmar que “ninguém será submetido à tortura nem a
penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”. Tem-se portanto
como principal objetivo analisar práticas de torturas em diversas culturas,
buscando denuncia-las, retirando-lhe a máscara do relativismo absoluto e,
mostrando uma ideologia fatalista, imobilizante, que, com ares de pósmodernidade, insiste em convercer-nos de que nada podemos contra a
realidade social que, de histórica e cultural, passa a ser ou virar “quase
natural”.
04: MÍDIA, SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA E CULTURA DE
VIOLÊNCIA: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS PARA UMA
POLÍTICA PÚBLICA DE SEGURANÇA NO RN
Marcos Baptista Mendes
Apesar das diversas pesquisas voltadas ao estudo da violência e da
criminalidade apontarem o Rio Grande do Norte e, em especial, a cidade do
Natal, como redutos onde se pode gozar relativa tranqüilidade, percebe-se a
ocorrência de uma crescente sensação de insegurança entre a população. A
partir de uma breve análise sobre as recentes transformações no sentido geral
da violência, do entendimento sobre o papel socializador das emoções e sobre
como os meios de comunicação utilizam-se desse poder, contribuindo na
construção do imaginário popular relativo à segurança, o trabalho aponta para
a ação da mídia e para a ocorrência dos pequenos delitos no cerne das
comunidades, como os principais agentes promotores e difusores da
insegurança subjetiva que aflige a sociedade potiguar, ao mesmo tempo em
que sugere novas perspectivas teóricas para o estudo da relação entre o
fenômeno da violência e a questão local, bem como, para o estabelecimento de
políticas públicas de segurança que, ao exemplo da idéia de polícia
comunitária, aproximem e integrem em sua elaboração e desenvolvimento os
diversos segmentos e atores sociais.
05: O MOVIMENTO DE CRIAÇÃO DOS SINDICATOS RURAIS NO
SERIDÓ
Maria Auxiliadora Oliveira da Silva
A partir da década de 60, vinham surgindo no Seridó os sindicatos rurais, que
contavam com o apóio da Igreja Católica. As tentativas de organização dos
trabalhadores do campo pela Igreja Católica, em decorrência da exploração
sofrida, marcam toda a história do movimento sindical na região. Os sindicatos
além de pouca aceitação por parte dos políticos, que em sua maioria eram
proprietários de terra, tiveram muitas dificuldades para trabalhar, pois suas
condições financeiras eram muito precárias e, quando veio o golpe militar, a
situação agravou-se cada vez mais. Os sindicatos passaram por momentos
muitos difíceis, pois sindicalistas foram presos, perseguidos, o que levou
alguns a saírem da cidade para não serem presos. Devido a toda essa
perseguição, os sindicatos “fecharam suas portas” por um longo tempo, mas
reunindo-se na clandestinidade. Em Caicó dos 200 associados que faziam
parte do quadro social, ficaram apenas 18. Mesmo com muitas dificuldades,
essa diretoria continuou o seu trabalho em favor do trabalhador rural não só em
Caicó, mas nas outras cidades do Seridó, como Jucurutu, Cruzeta, Parelhas,
São João do Seridó, São João do Sabugi e outras, articulando, organizando,
mobilizando, levando a mensagem aos poucos sindicalistas e aos
trabalhadores, para que se unisses e criassem o seu sindicato.
06: O PARTO DOS CAMINHOS: FORMAÇÃO DOS SINDICATOS
RURAIS NO RIO GRANDE DO NORTE (1960 – 1964)
Ruy Alkmim Rocha Filho
O presente trabalho procura abordar os movimentos dedicados à reivindicação
por terra e direitos sociais para os trabalhadores do campo, no período que vai
de 1960 a 1964. Para compreender esta problemática no Rio Grande do Norte,
é necessário considerar as ligações entre a Igreja Católica e os sindicatos, bem
como a atuação do Partido Comunista Brasileiro e ainda outros movimentos
sociais no estado. Os contextos políticos local, nacional e internacional tiveram
importância considerável para a organização dos trabalhadores rurais
potiguares. Os Sindicatos Rurais Potiguares surgem no ano de 1961 – após um
massivo trabalho de organização a partir do Serviço de Assistência Rural – e
se expandem pelo Estado até meados de 1962. Em 1963 são observados os
primeiros grandes conflitos e as maiores manifestações, aludindo a uma
crescente representatividade do movimento. As correntes progressistas
conquistavam maior influência nos destinos políticos do Rio Grande do Norte,
diante da integração entre Sindicatos, projetos educacionais e políticos
progressistas. Mas o golpe militar impediu que as esperanças se
transformassem em fatos.
07: O RÁDIO E A IGREJA DE NATAL
Márcio Cézar da Silva Pinheiro
O rádio foi utilizado como instrumento de comunicação pela Igreja Católica de
Natal, nas décadas de 60 e 70, através do Movimento de Educação de Base –
MEB, como forma de organizar as comunidades rurais, através de seus
trabalhadores e suas famílias para realização de seu trabalho de “catequese” e
reforçar a doutrina da Igreja no meio rural. A Igreja despertou para a
importância desse meio de comunicação em 1944 com o Papa Pio XII, mas foi
em 1958 que Dom Eugênio Sales, então Bispo de Natal, conheceu uma
experiência na Colômbia de escolas radiofônicas e trouxe para Natal. Com o
argumento que a população brasileira tinha uma grande quantidade de
analfabetos, principalmente a região nordestina e as comunidades rurais
estavam completamente isoladas, a Igreja elaborou um plano de alfabetização
que iniciou em Natal, mas foi encampado pela Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil –CNBB, criando o Movimento de Educação de Base - MEB,
onde a Igreja Católica tornava as escolas radiofônicas um centro de uma
irradiação do trabalho educativo. Com a estrutura formada a Igreja de Natal
discutia a idéia de empreender, através das escolas radiofônicas que era de
grande importância para seu trabalho doutrinário. Era necessário somente
“plantar a semente” e criar as condições nas próprias comunidades para o
desenvolvimento do trabalho e a formação de líderes rurais e o rádio seria
fundamental nesse momento. A Igreja na década de 60 tinha uma atuação forte
através do Movimento de Natal e começava a definir suas prioridades e
assumir novos compromissos sociais. Propostas com educação,
desenvolvimento econômico e mudanças estruturais, sem fugir da linha da
Igreja. Além dos grupos já formados de alfabetização existia grupos de
audiências que se reuniam exclusivamente para ouvir os programas de rádios
– as informações passadas através da equipe técnica existente.
08: O MOVIMENTO DE LUTAS DOS TRABALHADORES EM
EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO NORTE: UM ESTUDO SOBRE
A TRANSFORMAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE PROFESSORES
EM SINDICATO
José Maximiano dos Santos
O movimento de lutas dos trabalhadores em educação do Rio Grande do Norte
que resultou na transformação da Associação de Professores em Sindicato,
surgiu em 1989, em Natal, a partir das necessidades imediatas do magistério,
onde se afirma que, através do qual poderia-se construir um Sindicato único
para representar e defender os interesses dessa categoria de profissionais
junto aos servidores públicos estaduais. É importante ressaltar que esse
movimento estava inserido no contexto nacional, a partir da realização dos
congressos de unificação dos trabalhadores em educação, que reivindicavam
basicamente a qualidade do ensino público e a democratização das escolas
públicas, frente aos sucessivos governos tradicionais. O movimento, por está
inserido também no contexto do capitalismo no Brasil, em 1990, resistia com o
apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores) às políticas neoliberais
implementadas pelo governo Collor, que não correspondiam mais ás
expectativas da nação brasileira, entregando, inclusive o patrimônio e as
riquezas nacionais às grandes empresas nacionais e estrangeiras, que por sua
vez repercutiam no contexto local. A partir das políticas autoritárias e
antidemocráticas, impostas pelo governo de Geraldo Melo no RN, sendo
justificadas pela repressão policial às lutas democráticas dos servidores
públicos e pelos descumprimentos de acordos firmados com os trabalhadores
da educação, por exemplo, o não pagamento da gratificação dos especialistas
em educação e o processo de democratização da escola pública, já se
percebia intensamente a ascensão desse processo de transformação da APRN
– Associação de Professores do RN em Sindicato.
09: ELEIÇÕES PARA O GOVERNO DO RN 2002 – A
COBERTURA DO DIÁRIO DE NATAL/O POTI: OS DISCURSOS,
AS MANCHETES
Emanoel Francisco Pinto Barreto
O objetivo do trabalho é analisar a cobertura do Diário de Natal/O Poti relativo à
campanha governamental no Rio Grande do Norte em 2002. A análise baseouse no marco teórico do newsmaking, na hipótese do agenda setting e no
enquadramento (framing) dos fatos, além de entrevistas com a equipe que
cobriu a campanha. Constatou-se que o jornal não cumpriu com seus princípios
de imparcialidade e isenção. Além de ser constatado um processo de distorção
involuntária dos fatos, pela prevalência de atores econômica e politicamente
poderosos, tidos previamente pela cultura jornalística como mais relevantes, o
jornal publicou, sem avisar aos leitores, material das assessorias desses
candidatos. Inexistiu jornalismo investigativo/interpretativo. Predominou o
político como formulador primário da mensagem.
10: MÍDIA E ELEIÇÕES: UM ESTUDO SOBRE A COBERTURA
DO JORNAL O MOSSOROENSE NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS
DE 2004 EM MOSSORÓ/RN
Lerisson Christiam Nascimento
O presente trabalho tem por objetivo descrever a forma como o caderno
Política do jornal O Mossoroense, com sede em Mossoró/RN, tratou os
candidatos à Prefeitura Municipal desta cidade nas eleições de 2004. Os
candidatos foram Larissa Rosado (a época no PMDB hoje PSB), Fátima
Rosado (PFL), Francisco José (PSB) e Crispiniano Neto (PT). Analisamos 215
matérias veiculadas entre os dias 01 de julho e 03 de outubro de 2004, através
do modelo teórico-metodológico do Enquadramento, com as subclassificações
(episódico, corrida de cavalos, temático, personalista), procuramos identificar
ainda a visibilidade (número de citações do nome do candidato) e a valência
(positiva, negativa, neutra) com a qual o candidato foi identificado. O tipo de
enquadramento mais identificado foi o episódico (88,2%), Larissa Rosado teve
grande visibilidade (73,1%) e foi tratada de forma muito positiva, 94,4% das
situações em que seu nome apareceu foram em situações positivas, 5,6%
neutras e nenhuma negativa. Em 66% das situações em que apareceu, Fátima
Rosado teve enquadramento negativo. Francisco José aparece negativamente
em 42,8%. Crispiniano Neto foi poupado, 66,7% das situações em que
apareceu foram neutras e 30% positivas. A cobertura foi polarizada entre
Larissa Rosado, apoiada pelo grupo controlador do jornal, e por Fátima
Rosado, apoiada pela então prefeita de Mossoró/RN, Rosalba Ciarlini (PFL).
Larissa Rosado apareceu como candidata da oposição. O jornal contribui para
a formação de uma imagem pública dos candidatos na qual Larissa Rosado
estaria preparada para administrar a cidade, resolver seus problemas e
promover o desenvolvimento; enquanto que Fátima Rosado não estaria
preparada e daria continuidade a administração da prefeita Rosalba Ciarlini,
qualificada pelo jornal como deficiente.
11: CULTURA POLÍTICA E RECEPÇÃO NO HORÁRIO
GRATUITO DE PROPAGANDA ELEITORAL
Gustavo César de Macedo Ribeiro
Em seu atual estágio, a pesquisa de recepção dos Horários Gratuitos de
Propaganda Eleitoral (HGPEs) precisa ser pensada frente à compreensão
hegemônica de que os meios massivos, na contemporaneidade, assumem
papéis que sobrepujam dinâmicas próprias à política. Desta forma, tal tipo de
pesquisa assume os propósitos críticos da reposição dos sujeitos, e sua
capacidade de interpretação de sentidos, formulação de discursos e símbolos.
Neste sentido, compreender quais (e como) os elementos da visão de mundo
dos eleitores-telespectadores orientam suas leituras dos programas do HGPE,
indagando sobre a cultura política na qual estão imersos, é o nosso principal
objetivo. Para tanto, lançamos mão, durante as últimas eleições municipais na
cidade de Natal-RN, de uma pesquisa baseada na utilização da técnica de
grupos focais. Neles, os participantes foram divididos através de diferentes
critérios, tais com idade, ocupação, gênero e orientação religiosa (todos estes
participantes, porém, tinham em comum a proveniência das classes populares).
Ao cabo, os programas eleitorais (exibidos e comentados pelos participantes
dos grupos focais) funcionaram como “temas geradores”, na acepção dada por
Paulo Freire, que levaram os entrevistados a indagações mais amplas sobre
política. Neste sentido, cumpriram o papel de interpeladores, no sentido que
Jesus Martín-Barbero dá ao termo, à vivência cotidiana dos indivíduos e sua
relação com a política (ou as representações que elaboram sobre a mesma).
Para eles, são estes símbolos advindos de uma vivência específica em relação
à política, e não aqueles que permeiam os programas, os elementos decisivos
para a compreensão destes mesmos programas.
12: A COBERTURA DO DIÁRIO DE NATAL PARA AS ELEIÇÕES
MUNICIPAIS DE 2004 EM NATAL/RN
Vitória Régia Arruda Moreira
O trabalho versa sobre a cobertura das eleições para prefeito da cidade de
Natal/RN em 2004, na mídia impressa. Tem como objetivo mostrar qual foi o
conteúdo e o espaço concedido aos principais candidatos no primeiro turno,
analisando se o discurso de neutralidade e imparcialidade corresponde à
prática jornalística do jornal Diário de Natal, bem como as nuances provocadas
pelas pesquisas de opinião. O método de análise adotado baseia-se no
conceito de enquadramento (framing), aplicado em planilha desenvolvida por
pesquisadores brasileiros que estudam as relações entre mídia e política
(GEMP).
13. A IDENTIDADE E A IDENTIFICAÇÃO PARTIDÁRIA NA
MODERNIDADE TARDIA
Anderson Cristopher dos Santos
A convivência entre quatro tempos no mundo sociológico, a saber: o prémoderno, o moderno, a modernidade tardia e o pós-moderno refletem a
realização dialética das idéias sociais no que é material. A despeito do tempo
espacializado, a discussão sobre a modernidade tardia nesse trabalho tem
como interpretação vetorial (esfera + campo + interesse social) sua tônica. A
passagem cada vez mais radical das relações de parentesco para as de
confiança, segundo Giddens, é o cerne da reflexividade na modernidade tardia,
em intimidade com o desenvolvimento capitalista atual. O político-partidário não
escapa das mudanças na identidade, não há o fim dos partidos, mas
reconfiguração de suas estruturas, de maneira dialógica/reflexiva com a base
popular na sociedade brasileira, afetando de maneira central a “ideologia” do
partido político. Como prefácio a uma necessária reflexão, o trabalho se refere
à teoria em seu trato genérico, sem analisar um partido político em especial.
Além de Giddens, para se referir ao caso brasileiro, a idéia de
destradicionalização se apoiará na velocidade e mestiçagem vetorial, trazendo
Gilberto Freyre de forma marginal, como devido cuidado à autenticidade
teórica.
14: MÍDIA E POLÍTICA NO CARNAVAL FORA DE ÉPOCA DE
CAMPINA GRANDE
Sebastião Faustino Pereira Filho
O trabalho sugerido tem sua base de pesquisa nas imagens midiatizadas na
Micarande, carnaval fora de época de Campina Grande, Paraíba. Como elas
são publicizadas ou omitidas, seu uso e abuso, e como determinados sujeitos
políticos se apropriam e fazem uso delas perante os meios de comunicação e
das pessoas no espaço de realização da festa. Consolidando na construção do
sujeito mitiático termo que designamos para significar a criação do mito através
da mídia. Considerando também, como os meios de comunicação processam a
mediação das imagens, fatos e personagens de relevante importância no
evento.
15: ELEIÇÃO E PESQUISA ELEITORAL
Ana Patrícia Dias
Ao longo do tempo, as campanhas eleitorais mudaram de estilo, a luta pelo
voto transferiu-se para o recesso das casas, onde os meios de comunicação
eletrônicos atingem massas eleitorais que praça nenhuma comportaria. Como
arsenal moderno dos períodos eleitorais têm destaque as pesquisas de
sondagens de opinião sobre a intenção do voto. Tal ferramenta vem tomando
cada vez mais expressão com o desenvolvimento dos meios de comunicação
de massa. Essa tendência é facilmente identificada nos anos em que se
processam os pleitos para cargos proporcionais e majoritários. Esta realidade,
portanto, tem consagrado as pesquisas eleitorais como um “milagre
estatísticos” que tudo pode e decide. O estudo tem sido conduzido na cidade
de Natal, encontra-se em sua fase primeira, com o acompanhamento e
levantamento das pesquisas divulgadas pela imprensa escrita sobre as
eleições municipais do ano de 2004. Nele, pretende-se avaliar se elas podem
ser consideradas um dispositivo neutro e objetivo para responder a uma
interrogação eleitoral.
16: AS ESTRATÉGIAS POLÍTICAS DOS PRINCIPAIS
CANDIDATOS À PREFEITURA DE NATAL RN NAS ELEIÇÕES
MUNICIPAIS DE 2004.
Paula Domitilla da Silva Bezerra
O trabalho proposto é parte constitutiva de uma pesquisa mais ampla em
desenvolvimento que vem sendo realizada pelo Grupo de Estudos Mídia e
Poder vinculado à Base de Pesquisa Cultura, Política e Educação, acerca do
Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral brasileiro (HGPE) nas eleições
municipais de Natal do Estado do Rio Grande do Norte. Seu objetivo é analisar
quais foram as estratégias utilizadas pelos principais candidatos à prefeitura de
Natal RN em 2004 – a candidata do PT Fátima Bezerra, o candidato do PFL
Ney Lopes, o do PSDB Luiz Almir e o do PSDB Carlos Eduardo - na
propaganda política veiculada no Horário Eleitoral (HGPE), durante o período
do primeiro turno. Para isto, será analisado o conteúdo dos programas dos
candidatos em termos dos apelos contidos nas mensagens desses programas,
a partir de metodologia desenvolvida pelo pesquisador Mauro Pereira Porto
(UnB) para estudo dos programas dos candidatos no HGPE nas eleições
presidenciais de 2002. A aplicação desta metodologia permitirá trazer à tona as
estratégias adotadas pelos candidatos, a partir dos conteúdos dos respectivos
programas e dos resultados eleitorais obtidos.
17: A EMANCIPAÇÃO COMO SLOGAN. O PROTESTO COMO
NOTÍCIA. O ESPETÁCULO E AS MÍDIAS COMO ESTRATÉGIAS
DE COMUNICAÇÃO DA CAMPANHA “GREVE DO VOTO”.
Glícia Pontes
No ano de 2004, em Fortaleza, o Grupo “Crítica Radical”, composto por expartidários do campo da esquerda e pela ex-prefeita petista Maria Luiza
Fontenelle, realizou um movimento de contraposição às eleições municipais
chamado de “Greve do Voto”. Durante a campanha, a política foi classificada
como uma das categorias sustentadoras do capitalismo. Para tornar pública
essa interpretação, o Grupo utilizou formatos publicitários, marcas, jingles e
spots; e encenou espetáculos de rua autodenominados de “circo eleitoral”.
Esse trabalho analisa essas mensagens, dando enfoque às estratégias de
comunicação e aos “efeitos de mídia” obtidos a partir destas. A principal
proposição discutida é a utilização de mecanismos de visibilidade pelos
movimentos de contestação ao sistema capitalista no contexto das
transformações da política na era da comunicação de massa.
Segundo dia
18: A REFORMA DO ESTADO NO CONTEXTO DO
REORDENAMENTO ECONÔMICO E AS POLÍTICAS
EDUCACIONAIS.
Luzimar Barbalho da Silva
O trabalho consiste numa reflexão acerca da Reforma do Estado no contexto
do reordenamento do sistema de produção e da redefinição das políticas
educacionais. A reestruturação do processo produtivo, fruto da incorporação
das novas tecnologias no processo de trabalho tem levado a uma superação
gradativa do modelo Taylorista/Fordista como fator de regulação da produção,
dando origem a novos modos de regulação baseado nos sistemas flexíveis de
fabricação. Para Antunes (1995), os anos de 1980 constituem-se em uma
década de grande salto tecnológico com a aplicação da automação, da robótica
e da microeletrônica no processo de produção, de maneira que o Fordismo e o
Taylorismo já não eram únicos e se mesclavam com outros processos
produtivos. O cronômetro e a produção em série e em massa são substituídos
pela flexibilização da produção, pela especialização flexível e pela
desconcentração industrial, dando origem aos novos padrões de gestão da
força de trabalho, como os Círculos de Controle de Qualidade, a gestão
participativa, a Qualidade Total, presentes no diferentes países. A produção
nesta tendência organizacional do trabalho é variada, diversidade e pronta para
suprir o consumo, com melhor aproveitamento possível de tempo de produção.
No campo da política vivia-se o Estado da social-democracia, em que o Estado
agüentava a carga de um crescente descontentamento, garantindo alguma
espécie de salário social adequado para todos ou engajar-se em políticas
redistributivas ou ações legais que remediassem ativamente as desigualdades,
combatessem o empobrecimento e a exclusão social, verificando-se a atuação
do Estado do bem-estar social. Este processo aliado à globalização impõe a
redefinição das funções do Estado, reduzindo seu tamanho através de
programas de privatização, terceirização e publicização, emergindo o Estado
Mínimo. Para Bresser Pereira (1998) o papel do Estado na área do
financiamento é supletivo, criando estratégias para diminuir desigualdades e
iniqüidades do sistema.
19: (RE)SIGNIFICANDO RELAÇÕES DE GÊNERO NO
COTIDIANO ESCOLAR
Kátia Patrício Benevides Campos
Este estudo, objeto de pesquisa do trabalho de mestrado – UFRN, 2005,
consiste em construir um quadro das concepções de gênero presentes na
prática docente de profissionais da Educação que atuam no Ensino
Fundamental, nas séries iniciais. Nesse contexto, apontando para uma
investigação em torno da relação gênero e educação, numa perspectiva de
construção social. Pretendemos analisar os modos de produção discursiva de
docentes sobre o professor e a professora, bem como a mediação pedagógica
desses indivíduos na construção de relações de gênero. Assim, objetivamos:
identificar como são enunciados nos discursos dos (as) docentes os
significados do ser professor e professora, de corpo e sexualidade; analisar
como se dá a mediação pedagógica de professores (as) na produção das
relações de gênero no cotidiano escolar; e, analisar o processo de
problematização das concepções e práticas sociais de gênero dos sujeitos
docentes a partir de uma intervenção. Desse modo, os sujeitos da pesquisa
serão constituídos por professores e professoras da Rede Municipal de
Campina Grande-PB com os quais utilizaremos questionários, entrevistas
(individuais e coletivas) e observações do cotidiano escolar. O valor social
desta pesquisa pode ser observado na importância de compreender e
problematizar concepções dos docentes sobre gênero enquanto instância de
formação política do educador. A intervenção nos possibilitará ainda
problematizar perspectivas de gênero, podendo contribuir com a redefinição
das formas como as relações sociais são construídas nos seus fazeres
pedagógicos. Além disso, a explicitação da análise da trajetória de
problematização destas concepções de gênero possibilita a incorporação dos
resultados desta pesquisa na instância de formação de professores (ras) e na
(re) orientação de propostas políticas relativas ao campo do gênero.
20: A ORDEM E O DESEJO: AS RAZÕES DOS CASOS DE
“FRACASSO” DO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
Geraldo Magela Daniel Júnior
As ciências humanas designam de processo de socialização o amplo leque de
experiências educacionais pelas quais passam todos os seres humanos que
vivem em sociedade, a fim de internalizarem os padrões sociais necessários
para que se tornem adultos adaptados e funcionais a seus respectivos
universos culturais. O processo de socialização é levado a cabo por uma vasta
gama de instituições e mecanismos educacionais através dos quais a ordem
simbólica (conjunto de representações sociais) é internalizada em cada
indivíduo particular. O êxito do processo de socialização é determinado pelo
grau de simetria alcançado entre o mundo objetivo da sociedade e o mundo
subjetivo do indivíduo. A socialização de êxito é aquela que consegue
estabelecer grande semelhança entre a subjetividade e a sociedade ou,
quando menos, a interiorização, pelo indivíduo, das representações sociais
básicas à manutenção da ordem social. Inversamente, o “fracasso” do
processo de socialização é atestado por um grau elevado de assimetria entre o
indivíduo e a sociedade, principalmente aquela assimetria oriunda da rejeição
das representações sociais básicas. Embora pouco expressivos em termos
quantitativos, casos de “fracassos” do processo de socialização ocorrem,
resultando na constituição de subjetividades culturalmente rebeldes e/ou
transgressoras. Embora a teoria social admita a possibilidade desses
“fracassos” da socialização, ainda não teorizou sobre suas “causas” ou
“determinantes”. O objetivo deste trabalho é encontrar possíveis explicações
para os casos de “fracasso” da socialização. Para tal, conjugará procedimentos
teóricos (análise e síntese das perspectivas teóricas que interpretam a
subjetividade como socialmente determinada) e procedimentos empíricos
(entrevistas em profundidades com indivíduos classificados como rebeldes ou
transgressores - militantes socialistas e anarquistas, artistas e intelectuais
contestadores, prisioneiros civis, homossexuais travestis etc.).
21: ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL: UMA ANÁLISE A
RESPEITO DO SEU PROCESSO DE CONSTRUÇÃO E CRISE EM
UMA PERSPECTIVA COMPARADA
Aline Amorim Melgaço Guimarães
O presente trabalho vem propor uma reflexão a respeito do processo de
construção e crise do modelo de institucionalização de políticas sociais,
principalmente pelos países de capitalismo avançado, conhecido por Estado de
Bem-Estar social. Propomos apresentar uma breve discussão a respeito de
duas correntes marxistas que concorrem na explicação do surgimento do
Estado de Bem-Estar Social e em um segundo momento tratar a respeito da
suposta crise enfrentada pelo Estado de Bem-Estar-Social tendo em vista
argumentos econômicos, políticos e sociológicos. Nesse sentido, o objetivo
deste trabalho consiste em tomarmos conhecimento a respeito de algumas das
principais discussões teóricas que buscam abarcar tais fenômenos.
22: A SOCIAL-DEMOCRACIA NO BRASIL
Raimundo França
O intuito deste trabalho consiste num esforço de compreensão teórico acerca
da Social-Democracia e Welfare State, analisando suas semelhanças e
diferenças, bem como tentando detectar suas possíveis inferências à realidade
política brasileira. Para isso, recorremos a uma discussão da SocialDemocracia a partir de Adam Przeworski, que aponta para o sentido histórico
da social-democracia; em seguida, procuramos fazer uma problematização do
conceito de Welfare State e Social-Democracia, partindo de um conjunto de
autores que resgatam um pouco essa aproximação e, por último, analisamos
até onde seria possível falar de Social-Democracia e política de Bem-Estar no
Brasil.
23: SOBRE INIQUIDADE EM SAÚDE
Maria do Socorro Quirino Escoda
O artigo discute a conceituação, a natureza e a extensão das iniqüidades em
saúde como extensão das extremas desigualdades sociais do processo de
desenvolvimento brasileiro. Utiliza dados dos dois últimos relatórios anuais
sobre o índice de desenvolvimento humano; os relatórios de avaliação da
Organização Mundial de Saúde sobre a equidade nos sistemas de saúde além
de avaliações de entidades e de experts em política de saúde. Das
considerações gerais destacam-se que: a equidade - mesmo posta como
princípio doutrinário, revolucionário e constitucional na assistência à saúde assim como a universalidade e a integralidade constituem-se doutrina sem
eficácia; as estratégias da política pública de saúde trazem o vício da
focalização, reproduzem as iniqüidades, desmontam as citadas postulações
jurídico-doutrinárias e a possibilidade de avanço social na assistência à saúde.
24: REFLEXÕES SOBRE A INSTITUIÇÃO FILA NA SOCIEDADE
BRASILEIRA
Julimar Pereira de França
A fila é uma instituição social bastante importante, pois está presente na vida
de todas as pessoas. Nesse sentido, mesmo sendo um fenômeno micro social,
o seu estudo pode revelar muitas contradições da nossa sociedade. Nosso
objetivo consistiu na observação do funcionamento e organização de algumas
filas, procurando captar nestes aspectos importantes da cultura política e
organização social brasileira. Para isso, estudamos uma bibliografia que tinha
como base autores como: Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Caio
Prado Júnior, Roberto da Matta e outros. Ademais, realizamos observações
participantes em filas de diversos órgãos públicos e privados dentre os quais
bancos, correios, casas lotéricas e postos de saúde. Assim, ficou constatado
que, este é em tese um espaço eminentemente democrático, pois todos os
seus participantes devem obedecer às mesmas regras, contudo, numa
sociedade como a nossa em que a existência de privilégios é algo
culturalmente arraigado, o princípio da igualdade que deveria existir nesse
espaço é quebrado quando “supercidadãos” infringem com a cumplicidade das
autoridades as normas organizadoras. Além Disso, a fila é a celebração
implícita