Novembro - Adventist World

Transcrição

Novembro - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
Nove m b ro 2 0 0 8
E Houve
20
uz
L
Receita para a
Liberdade
22
Ellen White e
a Bíblia
27
Esperança
Além da Cruz
Nove mbro 2008
A
IGREJA
EM
AÇÃO
Editorial ....................... 3
Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
Janela
7 O México por Dentro
Visão Mundial
8 A Associação Geral
é Necessária?
ARTIGO
DE
C A PA
SAÚDE
E Houve Luz
por Bill Knott............................................................................... 16
Doença Cilíaca ........... 11
Tudo começou, há 160 anos, com uma visão.
Por Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
DEVOCIONAL
PERGUNTAS
Lições da Fábrica de Vasos por Keisha McKenzie ............. 12
A Nova Aliança
de Hebreus ................. 26
Quando devem ser maleáveis e quando devem ser firmes.
VIDA
Por Angel Manuel Rodríguez
ADVENTISTA
Habilitando Deficientes na Mongólia
por Sally Lam-Phoon .................................................................. 14
Ministério de evangelismo na Mongólia alcança marginalizados.
CRENÇAS
Receita para a Liberdade por Gabriel E. Maurer ............... 20
Somente quando fazemos o que é certo, somos realmente livres.
O
ESPÍRITO
ESTUDO
BÍBLICO
Esperança Além
da Cruz ....................... 27
Por Mark A. Finley
FUNDAMENTAIS
DESCOBRINDO
BÍBLICAS
DE
PROFECIA
Ellen White e a Bíblia por Denis Fortin .............................. 22
Qual é a relação entre a Bíblia e os escritos de Ellen White?
SERVIÇO
Além das Fronteiras por Rick Kajiura ................................. 24
O Movimento Missionário Pioneiro na Ásia está derrubando
barreiras e propagando a Palavra.
INTERCÂMBIO
MUNDIAL
29 Cartas
30 O Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Idéias
O Lugar das
Pessoas ........................ 32
CAPA: A visão dada a Ellen White em
novembro de 1848 foi a inspiração
para o início do “pequeno jornal”
que seria como “torrentes de luz que
circundavam o mundo”.
Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 4, nº 11, novembro de 2008.
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Adventist World | Novembro 2008
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
EDITORIAL
Todo Dom Perfeito
“E Ele mesmo concedeu uns para
apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do Seu serviço,
para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”
(Ef 4:11-13).
apóstolo Paulo, certa ocasião, lembrou os cristãos de
que não lhe faltavam qualificações para orgulhar-se:
homem, benjamita, fariseu, etc. Mas, Paulo, mesmo
sendo famoso, definiu a comunhão com Cristo como um
lugar onde não existe judeu ou grego, escravo ou livre, macho
ou fêmea (Gl 3:28). A nova comunidade criada após a morte
e ressurreição de Jesus não deveria, e não deve, assemelhar-se
às estruturas sociais e políticas de um mundo pecaminoso. O
corpo de Cristo, Sua igreja, não é apenas um aperfeiçoamento
do que já existiu, e sim uma criação nova e genuína.
Pelo ato de dar dons espirituais a Sua igreja, Jesus procurou
mudar nossa compreensão do que significa “vivermos unidos”.
Novas posições – evangelista, pastor, professor, aquele que cura,
o hospitaleiro – substituirão os cargos anteriormente conquistados através de privilégios, poder, raça ou nacionalidade.
O
Por que, então, queridos amigos, ainda nos orgulhamos
daquilo que as Escrituras dizem ser nossa vergonha? Ansiamos por vantagens “à nossa altura”: esperamos o momento
propício até que “algum dos nossos” assuma uma posição
mais elevada. Nós defendemos a bandeira de nossa nação.
Falamos de coligações políticas, de votação, como se o Espírito dirigisse todos os americanos ou zambianos a tomar as
mesmas decisões.
Hoje é o dia de nos levantarmos para a maturidade pela
qual Jesus orou pelo Seu povo. Da próxima vez que ouvir essa
conversa de status construído sobre linguagem, cultura, raça
ou nação, testemunhe a favor da nova comunidade de Cristo
onde você vive e adora. Fale mais de “dons” em vez de “direitos”, de formas para melhor servir ao invés de posição. Desafie
seus amigos a fazer o mesmo.
À medida que crescemos em todas as coisas perante Ele,
que é a Cabeça do corpo, aprenderemos que “Mais elevado do
que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de
Deus para com Seus filhos” (Educação, p. 18). Aquela grande
e incontável multidão reunida junto ao trono do Pai incluirá,
apenas, aqueles que permitem que os dons perfeitos do Senhor transcendam todas as demais qualificações humanas.
— Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
tória da educação adventista no país.
“A Igreja Adventista em Cuba está
convicta de que, com o reconhecimento, nosso seminário pode cumprir
melhor sua função, uma vez que temos
nosso próprio programa de estudo, de
acordo com as necessidades de nosso
país e nossas igrejas”, disse Esther Diaz
de Guerrero, presidente do Seminário
Teológico Adventista. “Nosso coração
está cheio de alegria e gratidão.”
Com o fechamento do Colégio
Adventista do Sétimo Dia das Antilhas,
em 1967, um pequeno seminário foi
criado nos escritórios da União Cubana,
E L I Z A B E T H
em Cuba, comemorou recentemente o
reconhecimento do Seminário Teológico Adventista, em Havana, durante
a cerimônia anual de graduação. Pela
primeira vez, em 38 anos, o seminário
graduou os estudantes de teologia com
reconhecimento independente. Nos
anos anteriores, o seminário funcionou
como uma extensão da Universidade de
Montemorelos, no México.
No fim do ano passado, a Associação Adventista de Seminários de Cuba
recebeu plena autorização, o que foi
considerado importante marco na his-
F O T O :
■ A Igreja Adventista do Sétimo Dia,
G U E R R E R O
Cuba: Seminário Adventista Celebra Reconhecimento
RECONHECIMENTO: Daniel Fontaine
(esquerda), presidente do seminário em
Cuba, exibe o certificado de reconhecimento entregue por Luís Schulz,
diretor-associado do Departamento
de Educação da Associação Geral da
Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Novembro 2008 | Adventist World
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
em Havana, em 1970. Como resultado
do trabalho dos Voluntários Internacionais Maranata, o seminário mudou-se
para um prédio próprio. De 1987 a
2006, funcionou como Colégio das
Antilhas, hoje Universidade Adventista
Antilhana, situada em Porto Rico.
“Essa foi a instituição que mais
tempo esperou para ser reconhecida
em nosso território”, disse Moisés
Velazquez, diretor do Departamento
de Educação da Igreja para a América
Central. “Por vários anos, trabalharam
arduamente para receber o reconhecimento, por causa das limitações na
estrutura física, do corpo docente, biblioteca, especificações do laboratório
de informática e outros prerrequisitos
necessários para o pleno reconhecimento”, ele disse.
Com uma igreja em crescimento e
com mais de 29 mil membros, o seminário, que a cada ano forma homens e
mulheres no bacharelado em teologia,
propicia uma expressiva força de
trabalho de pastores e obreiros bíblicos
comprometidos na pregação do evangelho na ilha.
Luís Schulz, diretor-associado do
Departamento de Educação da Associação Geral, falou aos formandos durante
a cerimônia de graduação, concedendo
o certificado de reconhecimento a
Diaz Guerrero. —Reportagem de Libna
Stevens, Divisão Interamericana, com
equipe da AW
Radialistas Aprendem com Líderes
de Rádio Mundial Adventista
■ Mais de 60 delegados da Igreja
Adventista do Sétimo Dia das Américas
do Sul e Central reuniram-se para um
simpósio sobre rádio, patrocinado pela
Rádio Mundial Adventista (AWR),
braço da missão radiofônica da Igreja
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Adventist World | Novembro 2008
F O T O :
D I A D
SIMPÓSIO: Técnicos
e administradores do
ministério do rádio nas
Américas do Sul e
Central participaram
de importante simpósio
realizado na Universidade Adventista de Montemorelos, México, patrocinado pela Rádio Mundial
Adventista.
Adventista. O simpósio foi realizado
no fim de agosto, no campus da Universidade Adventista de Montemorelos,
no México.
O simpósio, que durou cinco dias,
permitiu intercâmbio entre técnicos
de rádio, programadores e líderes de
igreja, os quais estão mais unidos no
cumprimento da missão da igreja por
meio do ministério radiofônico.
Administradores de rádio e técnicos
atualizaram-se em tecnologias e habilidades operacionais, bem como no uso
de ferramentas criativas na operação das
estações de rádio, disseram os organizadores. O simpósio também destacou
as estratégias que a igreja usa na Janela
10/40 por meio de satélite, ondas curtas,
AM, FM e tecnologias da Internet.
Entre os palestrantes, estavam Benjamin Schoun, presidente da AWR, Dowell Chow, vice-presidente de finanças,
e Greg Scott, vice-presidente da AWR.
“Esse simpósio, que é oferecido
com poucos anos de intervalo, ajuda a
AWR a manter contato com as estações
de rádio locais e com os produtores
dessas divisões”, diz Schoun, presidente
da AWR. “É também uma oportunidade importante para que os vários
funcionários trabalhem uns com os
outros. A AWR, no momento, não
opera diretamente nessa região, mas
apoiamos o centro de mídia da Divisão
Sul-Americana e mantemos relação
com muitas estações. Esse encontro é
um meio de todos colaborarem para o
fortalecimento do ministério do rádio.”
O maior grupo era composto por
30 delegados da Venezuela-Antilhas
(Divisão Interamericana), onde há
mais de 40 estações de rádio pertencentes à igreja. Mariana Carreno, de 4 anos
de idade, estava no grupo. Ela lidera
um programa infantil na Venezuela.
Estabelecida em 1971, a AWR transmite, todos os dias, milhares de horas
de programas em 75 idiomas. As pessoas, ao redor do mundo, sintonizam
a AWR via AM/FM e ondas curtas de
rádio, Internet e pelo site www.awr.org.
—Reportagem de Libna Stevens, Divisão
Interamericana, com equipe da AR.
Campanha Ajuda Projeto da ADRA no
Sudeste da Ásia
■ Durante duas semanas, alunos,
pais, professores e membros da Igreja
Adventista participaram de um
encontro anual para apoiar projetos
desenvolvidos pela Agência Adventista
de Desenvolvimento e Recursos Assis-
NOTÍCIAS DO MUNDO
América do Sul é
Impactada pelo Maior
Evangelismo Realizado
em um só Dia
Milhões de revistas chegam a favelas,
ruas e a presidentes de três nações
Por Mark A. Kellner, editor de notícias, com reportagem de
Edson Rosa, Márcia Ebinger e Magdiel Perez, Divisão Sul-Americana.
N
S U L
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o dia 6 de setembro, os adventistas do sétimo dia, na América do
Sul, uniram-se no que pode ser considerado um recorde para o
evangelismo de um dia, para distribuir, por todo o continente, cerca
de 50 milhões de revistas e folhetos enfatizando a necessidade de se viver
com esperança.
Os presidentes do Brasil, Bolívia e Equador também receberam a revista,
entregue por adventistas.
“Simplesmente não posso permanecer calado sobre o que está acontecendo em nossa igreja na América do Sul”, informou o pastor Erton Köhler,
presidente da Divisão Sul-Americana, à liderança da Associação Geral.
“Em tudo isso vemos que, quando os membros percebem que pensamos
grande, quando vêem que a igreja realiza grandes coisas para difundir o
evangelho, quando percebem que eles podem fazer muito com pouco, todos
se envolvem no trabalho missionário. Essa foi uma das maiores lições que
aprendemos com nosso povo.”
A iniciativa de um milhão e setecentos mil dólares americanos tinha
o objetivo de engajar a quase totalidade dos dois milhões e seiscentos mil
adventistas da América do Sul no evangelismo em suas comunidades. As
revistas e folhetos anunciavam sites da internet com estudos bíblicos, tanto
D I V I S Ã O
tenciais (ADRA), na Noruega. Neste
ano, um projeto no sudeste da Ásia será
beneficiado pelos recursos arrecadados
por esses voluntários – em particular,
para a prevenção do tráfico humano,
especialmente no Camboja e norte da
Tailândia.
A escola da igreja de Rosendal
angariou aproximadamente 9 mil dólares na noite da campanha e as outras
escolas da igreja não estão muito atrás.
Alunos e professores do Tyrifjord
Videregaende Skole, escola adventista
de ensino médio na Noruega, até agora
conseguiram quase 50 mil dólares e
ainda não terminaram a campanha.
“Nossos alunos simplesmente não querem terminar a campanha”, diz John
Gamborg, professor e organizador.
“Eles querem gastar seu tempo livre na
campanha, além dos dois dias designados para esse fim.”
“As escolas e igrejas estão criando
uma boa imagem com essa iniciativa”,
diz Gry A. Haugen, da ADRA da
Noruega. “Fazem disso um evento, servindo almoço, jantar e viajando muitos
quilômetros. Essas coisas deixam boas
memórias em nossas crianças e, acredito, são muito importantes. Na verdade,
estamos nos ajudando ao ajudarmos
aos outros.”
Stephen Cooper, recentemente
nomeado diretor da ADRA na Divisão
Trans-Européia (DTE), visitou a Noruega durante a campanha. “Durante
o tempo que passei na Noruega, tive
a oportunidade de presenciar todo
o movimento da campanha. Fiquei
impressionado ao ver o entusiasmo e
a dedicação dos alunos ao arrecadar
fundos para os menos favorecidos. A
ADRA na Noruega é um bom exemplo
de como essa campanha pode ser realizada.” – Equipe de notícias da DTE
RECEPÇÃO PRESIDENCIAL: No dia 5 de setembro, Odacyr Amorim, adventista do sétimo
dia e também prefeito da cidade de Petrolina, no estado de Pernambuco, presenteou
o presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da
Silva, com uma cópia da edição em português
da revista Viva com Esperança. Lula foi um
dos três presidentes de república a receber
pessoalmente a revista.
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A Igreja em Ação
NOTÍCIAS DO MUNDO
em espanhol como em português. As publicações foram
traduzidas para doze línguas diferentes das usadas em ambos
os sites.
Também foram disponibilizadas cópias impressas em
braile, para cegos, e uma edição especial, para deficientes
auditivos.
A TV Novo Tempo (emissora da igreja) transmitiu um
sermão, ao vivo, em espanhol e português, além de várias reportagens sobre a iniciativa em todo território sul-americano.
Como continuidade ao projeto, as igrejas planejaram um culto
especial para visitantes, no domingo, 13 de setembro.
A marca do evento foi um marketing criativo. Na cidade do
Rio de Janeiro, Brasil, um cartaz de aproximadamente cinco
metros de altura foi pendurado na lateral de um prédio de apartamentos, na região de ruas importantes e da linha do trem.
Em todo o continente, ônibus foram decorados com
decalques especiais com a frase “Viva com Esperança”, dando
aos milhões de pedestres e passageiros a oportunidade de ver
a mensagem. Foram afixados dez mil outdoors nas principais
cidades do continente. Milhares de obreiros e membros adventistas colocaram adesivos em seus carros, criando outdoors
ambulantes.
O título da revista especial distribuía é: Viva com Esperança. Os temas dos artigos tratam de assuntos relacionados ao
povo da América do Sul: traumas emocionais, problemas familiares, crises sociais, corrupção, questões ecológicas e morte.
Cada artigo oferece conselhos sobre como lidar com esses
problemas, levando os leitores à Bíblia e apresentando a volta
de Jesus como a solução. O artigo final da revista fala sobre a
“maior esperança”, apresentando a volta de Cristo.
Cópias da revista ou encartes relacionados a ela foram
inseridos em 2,5 milhões de cópias de jornais na América do
Sul. No estado de São Paulo, Brasil, 271 mil desses itens foram
inseridos em jornais; na região central, que inclui os estados
de Goiás, Tocantins e o Distrito Federal, 111 mil; nos estados
do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, 574 mil; na
região nordeste, 88 mil e em Santa Catarina e Rio Grande do
Sul, 708 mil. No Equador, foram feitas 575 mil inserções; na
Bolívia, 40 mil e na Argentina e Uruguai, 18 mil.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, recebeu um exemplar da revista Viva com Esperança, durante sua visita à cidade
de Cochabamba, no dia 5 de setembro, quando foi comemorado o centenário da igreja. Morales falou da necessidade de
os bolivianos terem esperança, vida honesta e de trabalhar por
um futuro melhor.
Nesse mesmo dia, Odacyr Amorim, um adventista do
sétimo dia que é prefeito da cidade de Petrolina, no estado de
Pernambuco, presenteou o presidente brasileiro, Luís Inácio
Lula da Silva, com uma cópia da revista. Amorim explicou ao
presidente o motivo da campanha.
Rafael Correa, presidente do Equador, recebeu uma cópia
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Adventist World | Novembro 2008
Da esquerda para a direita: EVANGELIZANDO PASSAGEIROS: Um cartaz majestoso, em Brasília, compartilha
a mensagem de esperança com milhões de passageiros.
NAS ALTURAS: No ar rarefeito de Machu Picchu, um
jovem leva “Esperança” a turistas e alpinistas.
F O T O S :
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S U L
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da revista, em seu gabinete, em Quito, capital do país, das
mãos do pastor distrital, Santiago Ayala.
Por toda a América do Sul, grupos de adventistas invadiram ruas e bairros para distribuir a publicação com a
mensagem de que Deus ama cada pessoa e cuida de todos. A
mensagem foi levada desde favelas até bairros nobres.
Uma das iniciativas mais inovadoras foi levada a efeito no
sistema presidiário do estado do Paraná. Membros da igreja
central de Curitiba entraram em contato com a administração
do presídio e receberam permissão para entregar 18 mil revistas aos presidiários.
No vulcão de Villarrica, sul do Chile, os adventistas escalaram 230 metros para levar a mensagem aos moradores de
Pucón e territórios circunvizinhos.
Na Bolívia, alunos e funcionários da Agência Adventista
de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) escolheram as rodovias e estradas secundárias: 45 mil adventistas
distribuíram mais de 300 mil exemplares da revista. Visitaram
hospitais, orfanatos, praças, asilos, quatro quartéis do exército
boliviano, entidades financeiras, aeroportos, mercados, parques e avenidas importantes.
A campanha “Viva com Esperança” ultrapassou as fronteiras da América do Sul. Em Kakegawa, município de Shizuoka,
Japão, a Igreja Adventista Brasileira local trabalhou para
alcançar outros brasileiros da área. Um total de 2.300 revistas
foi entregue a brasileiros e outros latino-americanos.
Os membros da América do Sul sentiram-se motivados.
Dylma de Los Angeles, de Porto Velho, RO, disse: “Não quero
mais viver sem levar esperança a outros.” Outro disse: “A Igreja
Adventista do Sétimo Dia não será mais a mesma: será a igreja
de antes e depois de 6 de setembro.”
—Com reportagem adicional da Rede Adventista de Notícias
JANELA
ESTADOS UNIDOS
México
por Dentro
fC
lf o
Gu
Por Hans Olson
L
ocalizado na América Central, entre
os Estados Unidos e Belize, o
México é um local próprio para
férias, com dois litorais – do Caribe, a
leste, e do Pacífico, a oeste. É o décimo
primeiro país mais populoso e o de
maior população de fala espanhola
do mundo. Sua capital, a Cidade do
México, é a terceira área urbana mais
populosa do mundo.
Embora o espanhol seja a língua
oficial do México, cerca de 16% da
população fala apenas um dos dialetos
indígenas encontrados em todo o país.
O que hoje é o México foi território
de três avançadas civilizações ameríndias:
Maias, Toltecas e Astecas. Acredita-se
que essas civilizações desenvolveram sua
própria agricultura, cultivavam milho e
estudavam matemática e astronomia.
Em 1519, exploradores e colonizadores espanhóis fundaram Nova
Espanha que, por três séculos, foi
colônia espanhola. Durante esse tempo,
o catolicismo romano cresceu no país.
Gradualmente, a Espanha colocou a
maior parte do controle do país nas
mãos da Igreja Católica. Em 1810, o
nia
for
ali
O
MÉXICO
Gulf of
Mexico
North
Pacific
Ocean
Mexico
Bahia de
Campeche
BELIZE
GUATEMALA
Golfo de
Tehuantepec
EL SALVADOR
MÉXICO
Capital:
Língua Oficial:
Religião:
População:
Membros adventistas:
População adventista per capita:
Cidade do México
Espanhol
Católico Romana – 76.5%; Protestantes – 6.3%;
Pentecostal – 1.4%; Testemunhas de Jeová – 1.1%;
outras – 3.8%; inespecíficas – 13.8%; nenhuma – 3.1%
108 milhões*
575.247*
1:188*
*Arquivos e Estatísticas da Sede da Associação Geral, 144° Relatório Estatístico Anual.
México declarou sua independência
da Espanha, detonando uma guerra de
onze anos, que criou o Primeiro Império Mexicano, de curta duração. Em
1857, a constituição tirou o controle
da Igreja Católica sobre o governo do
estado. Em 1929, Plutarco Elías Calles
fundou o que se tornou o Partido
Revolucionário Institucional (PRI).
Esse partido governou o México pelos
setenta anos seguintes.
A desvalorização do peso, moeda
mexicana, nos anos 1990, empurrou o
país para a pior recessão econômica em
mais de 50 anos. Hoje, a nação continua sua impressionante recuperação,
embora haja freqüentes problemas com
desemprego, baixos salários e desigualdade na distribuição de renda. Em 2000,
Vicente Fox, do Partido de Ação Nacional (PAN), derrotou o candidato do PRI
pela primeira vez desde 1929, na maior
eleição livre da história do México,
segundo alguns analistas.
Adventistas no México
O trabalho da Igreja Adventista no
México teve início em 1891, quando
o alfaiate americano, S. Marchisio,
vendeu algumas cópias do
livro O Grande Conflito na Cidade do
México. Dois anos mais tarde, um grupo
de missionários fundou o Sanatório de
Guadalajara, primeiro projeto médicomissionário fora dos Estados Unidos.
No mesmo ano, foi organizada a primeira igreja adventista mexicana, em Guadalajara, como parte da missão médica.
Em apenas uma década, o trabalho da
Igreja Adventista espalhou-se por mais
sete cidades, com aproximadamente
setenta membros.
A Igreja Adventista, hoje, tem
mais de 500 mil membros em todo o
país, embora, em algumas regiões do
México, haja muitas pessoas que ainda
não foram alcançadas pela mensagem
adventista. A proporção de adventistas
para cada habitante na Cidade do
México e arredores é de um para mil.
Muitos adventistas no México não
têm um prédio permanente para o
culto. Por essa razão, parte da oferta do
Décimo Terceiro Sábado do segundo
trimestre de 2008 foi designada para
ajudar a construção de 28 igrejas na
União Mexicana Inter-Oceânica.
Para saber sobre o trabalho da Igreja
Adventista do Sétimo Dia no México,
visite: www.AdventistMission.org
Novembro 2008 | Adventist World
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A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
A
Associação Geral é
Jan Paulsen, presidente da Associação Geral, em recente conversa com o editor da Adventist World, Bill Knott, falou sobre
o objetivo e futuro da sede mundial da Igreja Adventista do
Sétimo Dia.
KNOTT: Imagine-se sentado em um estúdio de televisão
em que o repórter pergunte: “Diga-me, por que sua igreja
necessita de uma Associação Geral?”
PAULSEN: A estrutura da igreja deve ser sempre um agente
funcional. Por isso, a pergunta mais importante para iniciarmos é: “O que precisamos realizar?” Eu sugeriria dois
objetivos amplos: funções essenciais na administração da
igreja e unidade na missão.
Cremos que, desde o início, Deus deseja que esta igreja
seja uma família unida; não uma igreja regional e, certamente, não congregacional. Primeiro, somos fiéis ao modelo
de Deus para nós, como comunidade global integrada, que
compartilha a fé, os recursos e a identidade. Segundo,
sempre deixamos bem claro que somos um movimento
missionário. É assim que nos definimos.
Para mim, é inconcebível que a igreja possa se manter
unida, como uma comunidade global dotada da mesma
habilidade de maximizar os recursos para a missão, se não
houver uma Associação Geral – uma estrutura mundial que
ajude a manter essa unidade.
A estrutura da igreja deve servir tanto à unidade como à
missão e, se não fizer isso, vamos mudá-la! É importante que,
periodicamente, façamos uma avaliação.
Entretanto, a última grande reestruturação da igreja
aconteceu há mais de um século.
É verdade. Temos outro fator interno, em nossa igreja, que
funciona como um freio para mudanças, e está relacionado
tanto à história como à teologia. Temos os que dizem:
Jan Paulsen é presidente mundial da Igreja
Adventista do Sétimo Dia.
8
Adventist World | Novembro 2008
Neces
“Deus nos dirigiu nesta direção [estrutura]. Ela funcionou
bem no passado. Não vamos modificar o que Deus nos deu.”
A essa altura da discussão, muitas pessoas se levantam e
saem. No entanto, nem Deus, nem as pessoas permanecem
estáticos. Portanto, devemos estar prontos para perguntar
a nós mesmos se a obediência a Deus significa concessões e
formalidades ou objetivos e identidade. Sugiro que seja
a última.
Tem sido sugerido que, à medida que a igreja cresce, a
melhor maneira de preservar sua unidade é racionalizar
a Associação Geral, reduzindo sua função a consultoria,
facilitando sua ação. Qual é sua resposta?
Tenho muita simpatia pela idéia de “enxugar”. Isso tem que
ver com nossa habilidade de nos engajar em criterioso autoexame, perguntando: Essa é a melhor maneira de usar nossos
recursos? As estruturas que criamos há décadas ainda são
efetivas para cumprir a missão hoje? Será que, à medida que
a igreja cresce, habilidades profissionais e dons espirituais
estão disponíveis em nossas igrejas, em todos os lugares?
Admitimos que a igreja local é mais capaz de definir o que
significa ser uma igreja em seu lugar e em sua cultura?
Nossos membros leigos também exigem que sejamos
prudentes; que sejamos abertos e honestos sobre o modo
como estamos usando os recursos da igreja.
No processo de racionalização, precisamos ter certeza de
que não estamos comprometendo os componentes que nos
mantêm unidos como igreja. Um tipo de organização “excessivamente diplomática”, que apenas facilita discussões, seria
ineficaz. Temos que ser específicos sobre o que precisamos
fazer aqui para o bem da unidade e missão da igreja. A Associação Geral deve assumir um peso significativo nas questões
relativas a valores globais e de identidade.
I A
C O R T E S
D O S
O S
A R Q U I V
D A
A Ç Ã O
A S S O C I
sária?
A Associação Geral é muito grande? Sim, penso que sim.
Será que podemos, ou devemos reduzi-la? Também penso
que sim. Houve um tempo em que éramos a fonte principal
de todos os tipos de diferentes idéias e programas para a
igreja mundial. Não o somos mais. Em minha opinião, é arrogância de minha parte dizer a você, que está do outro lado
do mundo, como as coisas devem ser feitas em detalhes.
É possível que digam: “A Associação Geral (AG) localiza-se
nos Estados Unidos, o que faz com que seus empregados
sejam predominantemente de lá. Sendo assim, pode a AG
realmente servir, de modo representativo, a nossa igreja,
que está se tornando cada vez mais complexa?
Bem, a Associação Geral tem que estar em algum lugar. A
pergunta deve ser: Onde há estabilidade, tanto política como
financeira? Onde faz mais sentido que ela esteja? Evidentemente, não há igualdade de estabilidade em outras partes
do mundo. Há, ainda, outros fatores históricos que devemos
levar em conta. A América do Norte sempre foi grande
provedora de recursos para a missão, o que tem sido uma
bênção maravilhosa para a igreja.
Sim, a equipe de apoio (da Associação Geral) é composta,
em sua maioria, de pessoas daqui – essa é uma realidade das
leis de imigração e outros fatores sobre os quais não temos
quase nenhum controle. Entretanto, quando falamos de
líderes eleitos, tem havido aumento significativo, nos últimos
anos, de líderes vindos de outros lugares do mundo para
trabalhar na Associação Geral.
As mudanças têm sido rápidas? Precisa-se de duas décadas antes que haja mudanças significativas na liderança,
o que reflete o padrão de crescimento da igreja no mundo.
Portanto, existe um período de tempo – período em que a
liderança local está amadurecendo e tornando-se mais pre-
M AT T H
E W
H E R Z E L
parada para ocupar um lugar na liderança internacional da
igreja. Essas mudanças, porém, ocorrerão inevitavelmente.
Creio que, em futuro não muito distante, o presidente da
Associação Geral possa vir de países em desenvolvimento,
refletindo o tremendo crescimento de nossa igreja na América Latina, África e partes da Ásia.
O membro comum provavelmente ilustraria sua compreensão do funcionamento da igreja desenhando a clássica
pirâmide, onde toda a autoridade flui de cima para baixo.
Eles podem presumir que até mesmo o pastor local recebe
ordens de cima. Essa é uma descrição correta da realidade
da igreja?
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G E R A L
A Igreja em Ação
VISÃO MUNDIAL
M AT T H E W
H E R Z E L
Talvez, alguns aspectos, nessa descrição, sejam verdadeiros.
Não sei como poderíamos agir do outra forma. Há certas
decisões que são tomadas aqui na Associação Geral – uso de
recursos, definição de certos valores ou iniciativas que precisam ser lançados para a igreja mundial. Temos um escritório
da Missão Adventista cuja responsabilidade é engajar-se na
missão global. De certo modo, essas coisas podem ser vistas
no modelo “de cima para baixo”. Mas, na verdade, estão lá
para ajudar a igreja a captar a visão dessas coisas e para que
veja como pode encontrar solução em nível local.
A igreja deve estender seus direitos de propriedade
e responsabilidade a todos os membros.
É importante que os membros da comunidade adventista
falem algo que se pareça com a Igreja Adventista, para que
não tenham a idéia de estar sendo atados a algo que não
tenham permissão para olhar ou tocar. A igreja deve estender
seus direitos de propriedade e responsabilidade a todos os
membros. Às vezes, as pessoas falam comigo sobre diferentes
assuntos e perguntam: “O que a igreja planeja fazer?” E eu
respondo: “Por que está me perguntando? A igreja é você!”
A igreja, entretanto, está crescendo e tornando-se complexa. À medida que um milhão de membros se tornarem
cinqüenta milhões, e à medida que dez milhões de dólares
gastos em um ano se tornarem quinhentos milhões, a
complexidade mostrará a necessidade de tomar decisões
claras. Isso quer dizer que fóruns de discussão serão definidos,
haverá consultoria adequada e serão tomadas decisões
necessárias.
O senhor falou, há pouco, sobre a concessão de mais autonomia à administração da igreja local. Alguns temem que
qualquer descentralização venha pôr em risco a unidade
teológica da igreja.
Aqui chegamos à questão central sobre a identidade
adventista: Quais são os valores e crenças que nos definem
como igreja mundial? E não apenas os valores teológicos,
mas também aqueles que pertencem ao mundo da moralidade e da ética. Temos 28 crenças fundamentais – 28 até
agora – e elas não estão sendo “refeitas” em nenhuma parte
do mundo. Desse modo, é formado um corpo significativo
da identidade de valores que defendemos, e faremos o nosso
melhor para assegurar que a igreja, em todo o mundo, o
aceite e se mantenha leal e ele.
10
Adventist World | Novembro 2008
Não podemos trabalhar “controlando” a mente de outros
seres humanos. Um controle duro, mentalidade bélica – uma
abordagem de “vamos esmagá-los” – geralmente não funciona
com pessoas e, certamente, não funciona dentro da igreja!
Isso, porém, não significa que não faremos todo o possível
para defender a integridade da igreja quando certos problemas
surgirem – seja numa instituição de ensino superior, ou pelo
desenvolvimento de um estilo peculiar de culto. É importante
que essas coisas sejam levantadas com os líderes da igreja responsáveis por esses lugares; e isso acontece com freqüência.
Penso, porém, que também precisamos aceitar o fato de
que a obediência a Deus pode ser expressa de diferentes formas em diferentes culturas. Às vezes, é difícil falar sobre isso.
Uma dúzia de mulheres africanas pode ir à igreja levando
suas cestas, movendo-se ao ritmo da música, cantando: “Não
tenho outros deuses...”. Há algumas realidades culturais,
formas de expressão, que não podem ser tiradas das pessoas;
nem mesmo o Senhor pede isso.
O senhor, então, está apelando por um contínuo ato de fé,
de confiança uns nos outros, pois Deus está agindo tanto
no senhor, como em mim.
Estou. Para mim, o fato de confiarmos uns nos outros é de
importância vital. Vejo pessoas demonstrarem paixão pela
igreja e fidelidade a Deus de um modo diferente do meu.
Mas servem a Deus, e seu testemunho é eficaz.
Esses temas são amplos: estrutura da igreja, unidade e
missão. Muito mais poderia ser dito além dos limites de um
diálogo como este. São questões dinâmicas, às quais precisamos voltar mais vezes, com o objetivo de ver para onde o
Senhor nos levará.
Doença
Celíaca
S A Ú D E
N O
M U N D O
Por
Allan R. Handysides
e Peter N. Landless
Ao investigar uma anemia crônica, minha médica descobriu que sofro de doença
celíaca. Ela se baseou em exames de sangue e disse que é causada por má absorção
de alimentos. Mas não estou abaixo do peso. Na verdade, sou o que meu esposo
chama de roliça agradável. A médica me passou uma dieta sem glúten, o que não
vai ser nada engraçado. Vocês acham que ela pode estar enganada?
A
doença celíaca é uma enfermidade
muito interessante, que está sendo
diagnosticada com mais freqüência pela
existência de exames de sangue que
detectam anticorpos específicos da doença. A doença celíaca é singular entre
as doenças auto-imunes (i.e., o corpo
cria anticorpos que atacam seu próprio
tecido), pois a reação é desencadeada
por uma substância chamada glúten.
A maioria dos adventistas conhece o
glúten como um substituto da carne, de
consistência elástica, feita de farinha de
glúten. Glúten, porém, é uma proteína
complexa encontrada principalmente
no trigo, mas também está presente
na cevada e no centeio. É rico nos
aminoácidos, glutamina e prolina.
Há um componente no glúten que é
solúvel no álcool, chamado gliadina,
que não se quebra facilmente, de modo
que pequenas quantidades podem ser
absorvidas. É contra essas frações de
gliadina que os anticorpos são criados,
provocando uma inflamação. Os anticorpos atacam a gliadina, mas como a
substância é ligada por células à parede
do intestino, como resultado essas
células deterioram-se pelo processo
inflamatório. As pessoas portadoras da
doença celíaca têm propensão genética
à enfermidade.
Quando alguém tem o problema,
alimentos e nutrientes podem ser mal
absorvidos, inclusive o ferro. A doença
apresenta ampla escala de gravidade.
Algumas crianças podem ter sérios
sintomas como diarréia, distensão
abdominal, perda de peso, tornozelos
C R I S
D E R A U D
inchados, irritabilidade e mau humor.
As fezes podem conter muita gordura
não absorvida com odor forte e desagradável. Crianças com tais sintomas
não crescem nem se desenvolvem
adequadamente. Os adultos também
podem, subitamente, desenvolver tal
quadro, talvez seguido de uma gastrenterite, e já vimos homens bem nutridos
transformarem-se na sombra do que
eram antes.
Felizmente, nem todos os casos são
assim dramáticos e o seu parece ser
uma forma suave da doença. A cura,
porém, é a mesma para todos: evitar
produtos em que haja trigo, centeio e
cevada. Isso pode parecer fácil, mas
não é. Você vai precisar estudar para
descobrir o que pode ou não pode
comer. A enfermidade, hoje, é conhecida e muitos fabricantes de alimentos
estão desenvolvendo produtos sem
glúten. A falha em eliminar completamente o glúten da dieta causa menos
problemas que bons resultados. Em
crianças, o crescimento é diretamente
afetado.
O diagnóstico é completado por
uma biópsia duodenal. Se você ainda
não fez esse exame, seu médico pode
providenciá-lo facilmente – e não é
doloroso.
Como há o componente genético
na doença, os membros da família que
apresentarem sinais de crescimento
lento, desenvolvimento inadequado ou
anemia (como no seu caso) ou mesmo
um vago distúrbio intestinal, são
candidatos ao rastreamento.
Homens bem
nutridos
transformam-se
na sombra do
que eram antes.
Allan R. Handysides, M.B.,
Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG,
é diretor do Departamento de
Saúde da Associação Geral (AG).
Peter N. Landless, M.B., B.Ch.,
M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é
diretor executivo da ICPA e
diretor associado do
Departamento de Saúde da AG.
Novembro 2008 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
Lições da
Metáfora antiga,
porém rica de significado
para hoje
A
Fábrica
o longo de toda a Escritura, profetas e pregadores
pintam retratos de Deus. Davi, Ezequiel, João e Paulo
descrevem nosso Senhor como pastor, enquanto Jesus
descreve Deus como alguém que semeia e cuida de vinhas.
Por ter sido uma nação de pastores e agricultores, Israel compreendeu essas figuras, as quais mostravam Deus agindo por
meio de Seu povo.
A Bíblia também descreve Deus como oleiro – metáfora
que exploramos muito pouco. Isaías disse: “Ó Senhor, Tu és
nosso Pai, nós somos o barro, e Tu, o nosso oleiro; e todos nós,
obra das Tuas mãos” (Is 64:8). Em Jeremias, Deus adverte Seus
filhos errantes: “Como o barro na mão do oleiro, assim sois
vós na Minha mão, ó casa de Israel” (Jr 18:6). Essa imagem,
que falou claramente na antiguidade, pode ainda falar a nós,
hoje, não importa o lugar em que vivemos.
Quando a metáfora do vaso é usada na Bíblia, na maioria
das vezes ela se encaixa em duas categorias: (a) o julgamento
dos ímpios e (b) a restauração dos justos. Quando Deus
anuncia Seu julgamento, Ele destrói o pote de barro, às vezes,
despedaçando-o no chão: “Com vara de ferro as regerás e as
despedaçarás como um vaso de oleiro” (Sl 2:9). Entretanto, o
processo de restauração de Deus assemelha-se à criação de um
vaso de barro. Em Jeremias 18, Deus, o Oleiro, está ativo em
Seu propósito. Ele está na roda de oleiro, fazendo do barro
um vaso.
Deus disse a Jeremias: “Dispõe-te, e desce à casa do oleiro,
e lá ouvirás as Minhas palavras” (Jr 18:2). Ao visitar a casa de
um oleiro, com Jeremias, também podemos aprender as lições
que Deus quer nos ensinar.
(Jo 7:37-39). Esse Espírito, segundo Paulo, promove a unidade
entre o povo de Deus: “Esforçando-vos diligentemente por
preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3). À
medida que o Espírito é concedido aos crentes, “Ele faz com
que transcendam preconceitos humanos de cultura, raça, sexo,
cor, nacionalidade e condição social”.2 O Espírito nos une.
A primeira lição que tiramos da casa do oleiro é que necessitamos da água do Espírito, que nos torna maleáveis, a fim de
sermos usados por Deus.
Lição 1. Necessidade do Espírito Santo
Lição 2: Ainda não somos vasos.
Um dicionário bíblico explica que o barro se torna “incrivelmente maleável à medida que se lhe adiciona água, e mais
rijo quando a mistura seca”. Sua natureza é transformada
quando tocada pela água.1 As partículas de barro não se
unirão sem a água e, se não ficarem ligadas, o oleiro não pode
moldá-las. A água – agente que amacia e une – representa o
Espírito Santo.
Quando Jesus afirma que “Se alguém tem sede, venha a
Mim e beba”, João nos diz que o Mestre “disse com respeito ao
Espírito que haviam de receber os que nEle cressem”
A Bíblia nos chama de barro e, embora haja uma similaridade química entre o barro e o vaso, as Escrituras fazem clara
distinção (teológica) entre os dois. Podemos ter a aparência de
um vaso quando o barro é manipulado, assim como o próprio
barro é um vaso em desenvolvimento.
O vaso, por si mesmo, não endurece ou se recicla. Quando
o vaso era mal manipulado e rachava, os oleiros da antiguidade ajuntavam os cacos e os colocavam em um local próprio,
semelhante ao lugar em que Jó se assentou enquanto coçava
suas feridas (Jó 2:8). O Vale de Hinom, do lado de fora de
12
Adventist World | Novembro 2008
M AT T H E W
H E R Z E L
Vasos
Por Keisha McKenzie
de
Jerusalém, era um desses locais, onde toda a cidade colocava
os entulhos, inclusive, vasos quebrados. Foi ali que Deus levou
Jeremias.
Como lição para Judá (e para nós), Deus joga o vaso de
barro no monte de entulhos, não apenas desprezando-o, mas
destruindo-o. Quando Jeremias, obediente à ordem de Deus,
quebra o vaso de barro, Ele explica: “Deste modo quebrarei Eu
este povo e esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que
não pode mais refazer-se”, nem com fita adesiva, superbonder
ou qualquer outro agente humano. O vaso está em cacos. O
“teste” acabou.
Tal como o vaso de barro de Jeremias, cada um de nós está
entre dois futuros. Ou seremos esmiuçados em algum Vale
de Hinom ou nos tornaremos vasos perfeitos, criados para
ser usados por Deus em Sua casa – ambos de caráter eterno:
destruição ou serviço (Ml 4:1; Jo 14:2 , 3). Deus, nosso Oleiro,
em breve completará em nós Sua obra criadora e terminará o
tempo de modelagem.
Assim, a segunda lição que tiramos é que ainda não somos
vasos: somos barro nas mãos de Deus. Enquanto podemos ser
moldados, Deus, nosso Oleiro, continua trabalhando conosco,
em nós, e dentro de nós, moldando e construindo “segundo
bem Lhe parecer” (Jr 18:4)
Lição 3: Devemos passar pelo fogo.
Para criar um vaso, os antigos oleiros tiravam o barro da
terra, jogavam no chão e pisavam nele (Is 41:25). Em seguida,
amaciavam o barro com água até formar uma pasta. Pegavam,
então, o barro amassado e jogavam com força no centro da
roda de oleiro, um disco plano, montado horizontalmente em
uma barra vertical (Jr 18:3). Girando a roda e segurando o
barro com os dedos e palma da mão, a manipulação do oleiro
moldava o vaso.
Mesmo estando moldado, o vaso novo não endurecia
com a luz do sol. Mesmo que endurecesse, trincaria e quebraria quando o enchessem com líquido. Por essa razão,
os antigos oleiros colocavam seu produto no forno, uma
fornalha especial que facilmente chega a 1400° C. Após
ser pisado, amassado, socado e rodar em velocidade
vertiginosa, o barro, finalmente, era assado em um forno
bem quente.
Essa não é uma experiência prazerosa e relaxante. Mas é isso
que enfrentamos como barro. As “fornalhas” da vida – dívida
e divórcio, decadência e desordem, dor e morte – atingem a
todos. Ellen White disse: “O fato de sermos chamados a suportar a prova mostra que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa
de precioso que deseja desenvolver. [...] Não lança pedras sem
valor na Sua fornalha. É o minério precioso que Ele depura.”3
Por meio de nossas “fornalhas”, participamos dos sofrimentos
de Cristo “para que também, quando a Sua glória for revelada,
vocês exultem com grande alegria” (1Pe 4:12, 13 – NVI).
Lição 4: Quanto mais quente a fornalha,
mais fino o vaso
Embora a porcelana seja lisa, colorida e brilhante, trinca
facilmente se for assada em baixas temperaturas. Tal vaso
não tem força interior necessária para resistir à pressão ou a
trabalhos mais pesados. Vasos de pedra, muito mais duros e
fortes, suportam fornos duas vezes mais quentes. A porcelana,
porém, assada entre 1000 e 1400 graus centígrados, é um
utensílio mais caro e mais fino.
O Oleiro, entretanto, não requer que nenhum de Seus
vasos suporte temperaturas elevadas arbitrariamente. Na
verdade, tipos diferentes de vasos requerem diferentes tipos
de calor, e na casa do Grande Oleiro, nenhum vaso recebe
mais calor do que necessita. Mesmo assim, a “fornalha” ainda
é necessária para produzir um vaso fino, e o produto dessa
grande “dor” é a porcelana, cuja característica é “cantar”
quando golpeada. Como João Huss e Jerônimo, que cantaram
na fogueira, ou Paulo e Silas, na prisão de Filipos, os cristãos
são porcelanas humanas. Dia após dia, pela ação do Espírito,
os fiéis desenvolvem um eco, a total rejeição da vingança, a
capacidade de amar sob pressão.
A porcelana ainda tem uma segunda característica: quando
colocada perto de uma fonte de luz, reflete seu brilho. Do
mesmo modo, após passarmos pelo fogo, refletimos a luz de
Cristo nas trevas deste mundo (Mt 5:16).
Em Sua roda, através do Espírito Santo, o Grande Oleiro
pode moldar você. Ele o vê, não como “barro estragado”, mas
como fina porcelana. Ele promete restaurá-lo porque “Aquele
que os chama é fiel, e fará isso” (1Ts 5:24 – NVI).
Deus, o Oleiro, está esperando por você em Sua casa. Você
irá ao Seu encontro?
1. Dicionário Bíblico Adventista, v. 5, p. 214.
2. E. D. Nichol. ed., Comentário Bíblico Adventista, v. 6, p. 1021; cf. Crenças Adventistas do Sétimo
Dia, p. 175.
3. Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 471.
4. White, O Grande Conflito, p. 109-115; Atos 16:26.
Keisha McKenzie escreve de Mandeville,
Jamaica.
Novembro 2008 | Adventist World
13
V I D A
A D V E N T I S T A
D
e maneira geral, a sociedade considera os deficientes como fardos pesados ou seres inúteis.
Entretanto, a médica Sainbileg Jigmeddoo, 46
anos, que ficou muda e paralítica após cirurgia
do cérebro, lembra a todos que “Deus escolheu [...] o que
para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte”
(1Co 1:27, NVI). “Ele realmente pode usar qualquer um para
servi-Lo”, diz ela.
Sainbileg queria iniciar um centro de treinamento para
deficientes em uma pequena cidade da Mongólia, chamada
Selenge Khotol. Ela entrou em contato com os administradores do hospital local e apresentou uma proposta escrita
do seu projeto. Levou dois anos para que, finalmente, a idéia
História de Sainbileg
Sainbileg é formada pela Universidade de Medicina da
Mongólia. Seu esposo é formado pela escola militar e tem bom
emprego no exército. O casal tem duas filhas e Sainbileg descreve como “felizes” os primeiros oito anos de seu casamento.
Mas, à medida que o tempo transcorria e ela se estabelecia
profissionalmente como médica, seu relacionamento com o
esposo mudou. Ele começou a maltratá-la tanto física como
emocionalmente. Os maus-tratos tornaram-se tão severos
que Sainbeileg concluiu que abandonar o marido era a única
maneira de ela e as filhas estarem seguras. Elas se mudaram
para a província de Selenge, localizada cerca de 800 km de
Ulaanbaatar, capital da Mongólia. Mas a vida não era fácil. Por
Habilitando
Deficientes
na
Mongólia
Por Sally Lam-Phoon
tomasse corpo, mas o projeto agora avança, sob o guardachuva do Departamento do Ministério da Mulher da Missão
da Mongólia. Ele é patrocinado não apenas pelo Ministério
da Mulher, mas também pelo Hospital Selenge e pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais
(ADRA).
Os seminários têm como objetivos prioritários vencer os
desafios enfrentados pelas mulheres − problemas de saúde,
pobreza, abuso, oportunidades de trabalho, acesso ao computador – e têm ajudado muitas pessoas, principalmente os
deficientes. As aulas propiciam oportunidades para numerosos estudos bíblicos e um grupo de dezesseis pessoas reúne-se
todos os sábados no Hospital Selenge. Cinco delas já foram
batizadas.
Os que trabalham com o projeto contribuem para suprir
necessidades básicas como roupas, remédios e sementes para
o projeto de embelezamento da comunidade. Além disso,
iniciaram um programa de bolsas de estudo para crianças
deficientes.
Um dos aspectos mais interessantes desse projeto é o fato
de que ele não foi criado por uma comissão de associação ou
divisão, mas pela visão e tenacidade de uma mulher que já
passou por muitas dificuldades e provas.
14
Adventist World | Novembro 2008
De cima para baixo: TRABALHANDO
JUNTOS: Pessoas deficientes colocam
em prática as habilidades aprendidas
no centro de treinamento em Selenge
Khotol. APRENDENDO HABILIDADES
PARA GANHAR DINHEIRO: Grupo de deficientes que aprenderam
a fazer bolsas durante o curso oferecido pelo Projeto Para
Deficientes, dirigido pelos adventistas, posa para foto.
C O R T E S I A
D A
D I V I S Ã O
Á S I A - PA C Í F I C O
N O R T E
causa das limitações financeiras, Sainbileg e as filhas moravam
numa casa pequena, dividindo o quarto com outra família.
As coisas, porém, começaram a melhorar quando ela conseguiu trabalho no posto de saúde do município e comprou
um apartamento. Um dia, enquanto conversava com o diretor
clínico do hospital, ela desmaiou no escritório dele. Os exames
mostraram que ela necessitava de uma cirurgia no cérebro por
causa de um problema decorrente das várias vezes em que foi
brutalmente espancada pelo marido. Mas, em vez de ajudá-la,
a cirurgia causou mudez e paralisia do lado direito.
Incapacitada para trabalhar e sem nenhum recurso
financeiro, Sainbileg foi obrigada a vender o apartamento para
pagar a cirurgia, enviar as filhas para morar com parentes
e se mudar para a província de Darkhan, onde moraria com
o irmão.
Um dia, enquanto assistia a um programa de televisão,
viu a propaganda de uma campanha evangelística dirigida
pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela decidiu assistir
às reuniões. Ali ela conheceu Sukhbaatar Enkhbaatar, líder
adventista que, não apenas ouviu com interesse sua história,
mas fez o que pôde para ajudá-la. Ele a apresentou a Otgooloi,
jovem senhora que começou a ensiná-la a escrever com a mão
esquerda. Otgooloi encorajou Sainbileg oferecendo-lhe esperança: “Irmã, não fique desapontada; lembre-se de que tem
um futuro brilhante.”
Sainbileg começou a estudar a Bíblia, aceitou Jesus e foi
batizada em 2004. “A vida ganhou um novo sentido para
mim”, diz ela.
Pouco depois, ela descobriu um centro de treinamento
para deficientes em Ulaanbaatar, onde encontrou ajuda para
sua reabilitação. Aprendeu a digitar no computador, fazer pão,
costurar e viver um estilo de vida saudável.
“Os poucos meses que fiquei em Ulaanbaatar me deixaram
animada”, diz Sainbileg, “e fui motivada a compartilhar minha
experiência de cura com outros deficientes.”
Com base em sua própria experiência, começou a escrever
a proposta de um projeto para ajudar outras mulheres deficientes. Estava muito animada quando mostrou seu plano, e
orava todos os dias a fim de que Deus a usasse para ministrar
a outros. Ela não tinha idéia de como ou onde iniciar o projeto, mas continuou orando e planejando – mas nada acontecia.
A idéia parecia muito boa no papel, mas Sainbileg não sabia
como iniciá-la.
Em agosto de 2006, o Departamento do Ministério da Mulher da Mongólia organizou um retiro para mulheres. Com a
ajuda de amigos, Sainbileg pôde participar, chegando ao local
numa cadeira de rodas.
“O tema do retiro – ‘Toque um coração; conte ao mundo’
– me causou alegria”, diz Sainbileg. “Fiquei convencida de que
Deus estava me falando para compartilhar a idéia do meu
projeto com os palestrantes: Chek Yat, diretora de Educação
da Divisão, e Sally Phoon, diretora do Ministério da Mulher.”
No fim da semana seguinte, as três mulheres tiveram um
encontro com a diretora do Ministério da Mulher da Missão
da Mongólia, Cleidi Kuhn, em Ulaanbaatar. “Eu tinha certeza
de que minhas orações estavam sendo atendidas”, diz Sainbileg. Naquela reunião, todos decidiram apoiar o plano como
um projeto do Ministério da Mulher da Mongólia, o qual foi
denominado “Projeto Para Deficientes”.
Quando expôs o conceito do projeto com Byambanyam
Yansansuren, diretor de um hospital governamental em
Selenge Khotol, Sainbileg tinha a idéia de desenvolvê-lo ali. O
diretor ofereceu duas salas do hospital para a implantação do
projeto e muitas pessoas, como enfermeiras, médicos, cabeleireiros e outros, se engajaram nele.
A cerimônia de inauguração do “Mini Centro do Deficente” foi realizada em janeiro de 2007 e presta ajuda a cerca de
quarenta famílias.
“Se entregarmos tudo a Deus, Ele proverá os meios enquanto crermos em Sua força e poder”, diz Sainbileg.
Programa Hoje
Desde sua inauguração, o centro oferece vários cursos para
capacitar o deficiente a sustentar-se. Entre outras coisas, eles
aprenderam a fazer sacos, bolsas, bordados e a trabalhar no
computador.
Infelizmente, em maio de 2007, Sainbileg foi hospitalizada
outra vez. Desde essa época, uma enfermeira amiga administra o projeto. As pessoas que freqüentam as aulas mostram
muito interesse na verdade adventista e estudam para aprender mais sobre Jesus Cristo.
O Projeto Para Pessoas Deficientes continua a crescer e
a desenvolver-se em sua missão de servir os deficientes da
comunidade. Já há planos de expandir o projeto para prestar
assistência médica, em parceria com a ADRA e o departamento de saúde local; o planejamento e o início de um projeto
contra a pobreza, com abertura de pequenas empresas, mais
uma vez, em parceria com a ADRA e com organizações não
governamentais e, mais importante, oferecer apoio espiritual
à igreja com o auxílio do Departamento Ministerial da Missão
da Mongólia.
O Departamento do Ministério da Mulher supervisiona o
projeto e líderes locais cuidam da rotina diária.
Sainbileg é apenas uma pessoa, mas, pelo poder de Deus,
viu seu sonho de prestar serviço ao deficiente tornar-se realidade em sua comunidade.
Sally Lam-Phoon é diretora dos Ministérios
da Mulher, Criança e Família e coordenadora
da AFAM para a Divisão Ásia-Pacífico Norte,
em Goyang City, Coréia.
Novembro 2008 | Adventist World
15
A R T I G O D E C A PA
H A R R Y
■ Entre uma pilha de ofertas de cartões de crédito indesejados e de propagandas das lojas da cidade de Fênix, ela
procura pela figura familiar do globo,
na caixa do correio. Sim, lá está ela e
logo um sorriso enfeita seu rosto. Mas é
a última página que quer ver primeiro.
“Que lugar é esse?” lê em voz alta, ob-
A N D E R S O N
■ Nenhum cirurgião é tão exigente
com seu bisturi. Ele manuseia o canivete, um milímetro por vez, enquanto
encaderna, cuidando para não cortar as
páginas em ambos os lados. Uma cópia
do Estudo Bíblico. Entretanto, são necessárias mais trinta. Ao meio-dia, ele
pedala sua antiga bicicleta em direção a
uma gráfica em Soweto. Ali, num ritual
que se repete mensalmente, entrega as
preciosas páginas para o dono da gráfica. Momentos mais tarde, trinta cópias
completas do “Celebrando o Sábado”
serão levadas, num saco plástico, até o
culto de oração da terça-feira à noite.
“Ó Pai”, ora ele, enquanto pedala pelas
ruas apinhadas de gente, “sou o desfecho de uma visão. Ajuda-me a
ser digno.”
uz
E
Houve
Por Bill Knott
servando a fotografia de um grupo de
crentes do lado de fora de uma igreja
feita de blocos. África? Caribe? Nigéria,
decide, lembrando-se do prazer que
sente com esse pequeno exercício mensal, mesmo quando não acerta. Lentamente vira a revista para ler a resposta
embaixo da foto: “Na Igreja Adventista
do Sétimo Dia de Mashayamvura, no
16
Uma visão, uma
missão e a história desta revista
Zimbábue, África, confraternização dos
membros após o culto, do lado de fora
da igreja.” “Ó Jesus”, ela ora ao olhar
seus irmãos adventistas que vivem a
mais de 16 mil quilômetros de distância, “abençoa esses amados. Que permaneçam fiéis.”
■ O papelzinho com o endereço do
Adventist World | Novembro 2008
Web site precisa esperar até o fim de
suas doze horas de trabalho. Visitar tal
site no computador de um escritório
causaria, certamente, uma advertência
ou pior que isso. “Você vai adorar”,
murmurou Xingjuan, enquanto colocava o papelzinho em seu bolso na hora
do almoço. “Leia o artigo ‘Reavivando
o Dom’, em nada menos que em mandarim! Deus também lhe deu um dom
– e é mais do que negociar na Bolsa de
Valores de Xangai! “Querido Deus,” ele
ora silenciosamente, enquanto símbolos das ações cruzam pela tela do
computador, “mantém-me fiel ao Teu
chamado para que eu tenha coragem de
dar meu testemunho no sábado.”
■ A viagem de balsa entre S. Tomé e
S. João é aproveitada para sua meditação diária. Caminho a Cristo, a lição
da Escola Sabatina, um exemplar bem
manuseado da Adventist World – que
ela guarda em sua mochila de couro, de
estimação. O brilho do sol dança sobre a água azul-esverdeada, enquanto
ela pensa sobre “O Maior Milagre”. “A
mensagem de perdão,” reflete consigo
mesma, olhando em volta para os outros passageiros, imaginando quem necessita mais dela. “Vou deixá-la aqui”,
finalmente decide, abandoando sua
revista Adventist World para qualquer
um que ocupasse o mesmo assento
naquela noite. “Não deixe que eu seja
o ponto final dessa visão”, murmura,
enquanto se debruça contra o apoio
I M A G E N S : C O R T E S I A D O C E N T R O D E
W H I T E E A R Q U I V O S D A R E V I E W A N D
do telhado. “Faze com que alguém
leia, querido Deus. Faze com que
alguém leia.”
N
ão há como quantificar uma
visão, nem sequer um meio
para medir completamente seu
impacto duradouro. Mas os adventistas
do sétimo dia de todo o mundo estão
aprendendo a apreciar a parte que
desempenham no desdobramento da
mensagem da verdade e da unidade
dada por Deus. Milhões de crentes,
separados pela distância, língua e
experiência, são agora unidos por uma
revista que lhes chega às mãos. Desde
a primeira década da organização da
Igreja, nunca houve um momento
como este: cerca de dois terços de seus
15 milhões de membros batizados têm
acesso a um exemplar de sua principal
publicação – Adventist World.
Lançada há pouco mais de três anos,
em setembro de 2005, a Adventist World
é o resultado de uma visão profética
articulada, pela primeira vez, há 160
anos, completados neste mês.
Em novembro de 1848, Ellen
Harmon White, mocinha frágil já
P E S Q U I S A S
H E R A L D
E L L E N
reconhecida como veículo especial da
revelação divina por dezenas de adventistas guardadores do sábado, recebeu
uma visão quando visitava a casa de Otis
Nichols, em Dorchester, Massachusetts.
Seu esposo, Tiago, pregador adventista
e organizador dos antigos mileritas,
agora dispersos, o capitão José Bates
e um pequeno grupo de espectadores
ouviram a descrição dada por ela sobre
o progresso da verdade adventista ao
redor do mundo.
Bates, capitão jubilado, sentou-se
com um lápis na mão para anotar porções do que ouviram Ellen White dizer
enquanto estava em visão. Essas anotações foram incluídas no panfleto de
autoria de Bates, O Selo do Deus Vivo.
“Ela está vindo! – Surge como o Sol
que nasce. Como o Sol, a princípio frio,
mas que aquece à medida que envia
seus raios. Quando essa verdade chegou, continha pequena luz que agora
está aumentando. – Que poder têm
esses raios!1
“Sim, publica as coisas que tens
visto e ouvido e as bênçãos de Deus
estarão presentes. Vê! Está subindo com
força e o brilho torna-se mais e mais
brilhante.”2
Emergindo de seu vislumbre em
face do progresso da verdade de Deus,
Ellen White dirigiu-se ao marido com
instruções vindas diretamente do Céu:
“Tenho uma mensagem para ti.
Deves começar a publicar um pequeno jornal e mandá-lo ao povo. Seja
pequeno a princípio; mas, lendo-o o
povo, mandar-te-ão meios com que
imprimi-lo, e alcançará bom êxito desde
o princípio. Deste pequeno começo foime mostrado assemelhar-se a torrentes
de luz que circundavam o mundo.”3
Tiago e Ellen tiveram que esperar
mais oito meses para reunir os recursos
a fim de imprimir o pequeno jornal, a
princípio intitulado The Present Truth
(A Verdade Presente), mas que logo
adotou o nome de Advent Review and
Sabbath Herald (Revista Adventista e
Arauto do Sábado). Em julho de 1849,
Tiago contratou uma gráfica em Meddletown, Connecticut, para imprimir mil
cópias da incipiente revista, financiando
Novembro 2008 | Adventist World
17
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a primeira edição, em parte, com dinheiro de trabalho na lavoura. Quando
ele trouxe as páginas para a casa em
que o jovem casal morava, era preciso
orar e trabalhar mais:
“As preciosas páginas impressas
foram trazidas para a casa onde um
grupo de interessados estava reunido
e colocadas no chão. Ajoelhamo-nos
em redor dos papéis e com coração
humilde e muitas lágrimas, suplicamos
ao Senhor que deixasse Suas bênçãos
caírem sobre aquelas mensageiras da
verdade, impressas.
“Quando dobramos as revistas e
meu esposo embrulhou e endereçou as
cópias para todos quantos supôs que as
leriam, colocou-as em um saco e levou,
a pé, até o correio de Middletown.”4
A revista rapidamente se tornou o
elo de união entre os adventistas guardadores do sábado espalhados ao longo
do nordeste dos Estados Unidos. Os
artigos concentravam-se nas profecias
do Segundo Advento de Cristo, tema
que havia galvanizado o movimento
milerita nas décadas de 1830 e 1840, a
doutrina bíblica do sábado do sétimo
dia e a verdade sobre o ministério de
Jesus como sumo sacerdote no santuário celestial. As primeiras edições continham material devocional, relatórios
de atividades evangelísticas e cartas de
correspondentes da igreja local.
18
Os escritórios da editora da Review
(revista) mudavam junto com os
White, cujas viagens, num intervalo de
quatro anos, os levaram de Connecticut
para o Maine, passando por vários
lugares no estado de Nova Iorque. A
revista cresceu tanto em tamanho e
circulação que atraiu um pequeno grupo de jovens dedicados que escreviam,
editavam, imprimiam e distribuíam o
periódico.
Um desses jovens editores, Urias
Smith, que finalmente trabalhou como
membro da equipe editorial por cerca
de 50 anos, descreveu o desafio de
aparar as bordas das páginas com um
canivete: “Fazíamos bolhas nas mãos”,
escreveu ele, “... mas, freqüentemente,
os panfletos não apresentavam metade
da exatidão e simetria das verdades que
ensinavam.”5
Em 1855, um grupo de adventistas
leigos financiou a mudança da Review
para uma nova sede em Battle Creek,
Michigan, Estados Unidos, onde ela
se desenvolveu por mais meio século.
Por esse tempo, tornou-se uma revista
semanal, que continuou seu ministério
especial para aqueles aos quais se refere
como “rebanho disperso” – os adventistas guardadores do sábado espalhados
por todos os estados do Norte da jovem
república. Quando a crise da escravatura americana empurrava os Estados
Adventist World | Novembro 2008
Você está ligado
meio da
Unidos para a terrível guerra civil, os
editores da Review aconselharam o
governo nacional a adotar a conduta
correta, abolindo a escravatura africana, instituição com 200 anos de idade,
e incitava desobediência ativa às leis do
governo que proibiam dar assistência a
escravos foragidos.
No coração do conflito que ceifou
600 mil vidas, a Review tornou-se o
foco da discussão sobre a organização
de 3.500 pessoas que agora se denominava “Adventistas do Sétimo Dia”. Em
maio de 1863, a primeira reunião da
Associação Geral dos Adventistas do
Sétimo Dia foi devidamente relatada
nas páginas da mesma revista, que
tanto fez para que aquele dia fosse uma
realidade.
Cópias da Review, de outros panfletos e livros adventistas publicados em
Battle Creek, em pouco tempo estavam
circulando no Canadá, na Europa e,
em 1863, chegaram à África Ocidental.
Hannah More, missionária da Nova
Inglaterra que recebeu a revista intermitentemente por um veleiro, escreveu
da Libéria para a redação da revista em
janeiro de 1863:
“Seu povo pode agora considerar
que vocês têm sinceros adventistas do
sétimo dia aqui, aguardando, como
vocês, o bendito aparecimento dAquele
a quem amamos e adoramos, para sempre o objeto de nosso culto.”6
Quando os adventistas foram
empurrados com a população para
o Oeste, em direção à Califórnia, nos
anos 1860, à Europa nos anos 1870, à
Austrália nos anos 1880 e à Ásia e Ilhas
do Pacífico Sul, na última década do
século XIX, levaram consigo cópias da
Review − era o único meio de contato
à medida que os crentes se espalhavam
para todas as regiões do globo. Novas
revistas em francês, sueco, alemão, espanhol, português e coreano surgiram
numa variedade de regiões e línguas
membros no século XX, a revista que
moldou o movimento adventista, desde
seu início, continua centrando suas
crenças nos ensinos da Bíblia, cristianismo prático e na bendita esperança
da breve vinda de Jesus.
E continua assim. Trinta e seis
vezes ao ano, três semanas por mês, a
Adventist Review coloca o melhor do
pensamento adventista impresso em
suas páginas e na Internet, atraindo
mais de 150 mil leitores por mês. Assuntos atuais, notícias de última hora,
artigos fortalecedores da fé e estudos
bíblicos preenchem as páginas de uma
das revistas religiosas mais antigas do
mundo, publicada ininterruptamente.
(Para mais informação, visite www.
adventistreview.org.)
Impressionante é que, em 2007, os
líderes da Igreja reconheceram que
a milhões de crentes por
revista que está em suas mãos.
com as três mensagens angélicas
encontrando corações receptivos em
cada cultura.
Quando o fogo devastou o mundialmente famoso Sanatório de Battle
Creek e os escritórios da Review and
Herald, surgiu um movimento para
que a sede da Igreja fosse estabelecida
em Washington, D.C. Na primeira
década do século XX, a Review
rapidamente se estabeleceu como a
revista que mantinha unido o “rebanho
disperso”. Dezenas de milhares de
adventistas aprenderam a confiar na
revista que coerentemente transmitia
as verdades históricas que fundamentaram esse movimento. Semanalmente,
reportagens documentaram o aumento
do alcance das missões adventistas e o
crescimento da Igreja.
Ao longo das duas Guerras Mundiais, de uma dúzia de crises globais,
dez anos de depressão econômica
mundial, surgimento e queda do
Comunismo no mundo, surgimento
de novas nações em antigas colônias e
o crescimento trinta vezes maior dos
havia a necessidade de um maior
alcance para ajudar a unir o “rebanho
disperso”, hoje informalmente calculado em cerca de 25 milhões de homens,
mulheres e crianças na família mundial
adventista.
A cada ano, mais de um milhão de
pessoas se unem a essa comunidade de
fé: cerca de dois terços dos adventistas do
sétimo dia no mundo fazem parte desse
movimento há 12 anos ou menos. O que
manterá o recém-converso na Ucrânia
comprometido e orando pelos adventistas estabelecidos há muito tempo em
Buenos Aires ou São Paulo? Como as
centenas de milhares de novos membros
da Igreja no sul da África conhecerão a
história e o futuro desse povo?
No início de 2004, o presidente
da Associação Geral, Jan Paulsen,
incentivou William Johnsson, editor
da Adventist Review, a encabeçar um
projeto para ampliar em larga escala o
alcance e impacto de uma revista para
um movimento de rápida expansão.
Um processo de dezoito meses de
estudo, planejamento e pesquisa
levou ao lançamento desta revista
– Adventist World – em setembro de
2005. Legalmente distinto da revistamãe, Adventist Review, e fundamentada
em um relacionamento especial com a
Igreja Adventista da Coréia, a Adventist
World leva adiante a ordem da visão,
primeiramente dada a Ellen White, há
160 anos, completados neste mês.
Hoje, cerca de dois milhões de cópias desta revista espalham-se ao redor
do mundo, cada mês, impressas por
sete casas publicadoras nos Estados
Unidos, Coréia, Indonésia, Austrália,
Argentina e Brasil. A Adventist World é
publicada em sete línguas: inglês,
espanhol, francês, português, coreano,
bahasa (indonésio) e chinês (na
Internet). (Para todas as edições da
Internet, visite www.adventistworld.
org.) Estão sendo consideradas edições
em outras línguas, algumas apenas
para a Internet, para os próximos
anos. Uma rede de distribuição global,
controlada pelo escritório central da
editora, em Silver Spring, Maryland
(Estados Unidos), envia a Adventist
World a 143 países, por avião, navio,
correio, entrega especial, de bicicleta e
de mão em mão.
Sempre que olhamos para trás, para
o início de qualquer projeto global, costumamos dizer: “Ninguém jamais poderia imaginar isso.” De fato, talvez seja
apenas o que a mensageira de Deus viu,
há 160 anos: uma comunidade mundial
de fé, unida pelos “raios de luz”.
E você também, leitor, é um pequeno ponto nesse progresso, propriedade
de Cristo, Seu remanescente fiel. Seja
qual for a língua em que ler esta mensagem, seja qual for a cultura e nação
em que vive e adora, você está ligado a
milhões de crentes por meio da revista
que está em suas mãos.
Quando orar, agradeça ao Senhor a
visão que o alcançou. Então, não deixe
de pedir a Ele graça para falar a outros
a respeito dessa luz.
Arthur L. White, Ellen G. White: The Early Years 1827-1862
(Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publishing Association, 1985), p. 150, 151.
2
Ibid., p. 151.
3
Ellen G. White, O Colportor-Evangelista (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1997), p. 1.
4
Ellen G. White, Life Sketches of Ellen G. White (Mountain View,
Califórnia: Pacific Press Publishing Association, 1915), p. 126.
5
Urias Smith, General Conference Bulletin, 29 de outubro, 1889.
6
The Advent Review and Sabbath Herald, 29 de março, 1864.
1
Novembro 2008 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
NÚMERO 19
Receita para a
Por Gabriel
E. Maurer
liberdade
A Lei de Deus é a melhor coisa em nossa vida
“Se os pais não educam, os filhos
têm pouca chance na vida.”
Esse título chamou minha atenção
quando eu visitava uma das minhas
livrarias preferidas em Berna. Para
sentir mais liberdade na vida, as crianças
necessitam de limites claros, diz o autor
Peter Angst, especialista em família. A
melhor maneira de ajudar os filhos a
encarar os desafios de uma sociedade
pós-moderna na busca de valores e
direção, é dar-lhes normas, regras claras
para a vida. A liberdade deriva dos limites pessoalmente adotados.
Esse princípio se aplica, também,
à experiência cristã. Em Sua graça,
Deus estabeleceu como importantes a
liberdade e a crescente perspectiva para
os seres humanos. E para que isso fosse
assegurado, determinou limites claros
por meio dos Dez Mandamentos.
É fascinante perceber como Deus
supriu essa grande necessidade humana.
Enquanto as livrarias estão abarrotadas
com volumes sobre lei pública, Deus
governa o mundo inteiro com dez mandamentos. E Jesus, o Salvador-Criador,
os resume em dois princípios: amar a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo.
Gabriel Maurer é secretário-executivo da Divisão Euro-Africana, com
sede em Berna, Suíça.
20
Por meio de Sua lei, Deus nos abre
uma janela para a liberdade – uma questão controversa, para muitos. Portanto,
um sistema que restringe nossa vida e
comportamento pode ser considerado
essencial para a liberdade?
A Bíblia fala contra a mentira. Desse
modo, cria limites muito claros para
nossa vida e comportamento. Isso significa que nossa estratégia para alcançar
determinados alvos nunca pode incluir
falsidade, desonestidade, traição ou
qualquer método do gênero. Em certas
situações, pode parecer que é desvantagem ser honesto. A intenção de Deus,
porém, é que os limites sejam “janelas
para a liberdade”.
Assunto em Debate
Lembro-me de ter entrado, certo
dia, na sala de aula e encontrado meus
alunos estranhamente quietos. Logo
descobri por quê. Era inverno e uma
janela havia sido quebrada. Os alunos se
entreolhavam com suspeita, e a tensão
foi crescendo até que, de repente, um
aluno se levantou e confessou: “Eu fiz
isso. Desculpe!”
No mesmo instante, a atmosfera
mudou completamente. Rostos relaxados, a criatividade começou a funcionar
e, em segundos, os alunos desenvolveram um plano estratégico: Vamos todos
contribuir para consertar a janela. As
lágrimas dominaram o aluno honesto e
ele aprendeu uma importante lição para
a vida: a honestidade gera confiança,
cria solidariedade e dá a sensação de
liberdade interior.
Adventist World | Novembro 2008
Esses princípios são aplicáveis a todos os mandamentos. Ter respeito pelos
pais desenvolve a habilidade de agir com
autoridade. Ser fiel ao cônjuge desenvolve habilidades sociais e emocionais que
contribuem, significantemente, para a
felicidade. Respeitar a propriedade emocional e social dos outros (os últimos
cinco mandamentos) cria a atmosfera
necessária para relações humanas saudáveis.
Para Nossa Proteção
Numa sociedade em busca de rumo,
os valores e normas bíblicos oferecem
ajuda significativa. O próprio Deus
determinou os valores que devem reger
nossos relacionamentos com Ele e com
nossos semelhantes – valores de amor,
respeito e humilde autoconfiança.
O amor é o fundamento. O amor
a Deus e aos nossos semelhantes é o
reconhecimento do fato de que, tanto
nós como os outros, somos obras-primas do Criador. Como qualquer outra
obra de arte, os Dez Mandamentos têm
as digitais de seu Autor. Eles são uma
expressão do caráter de Deus, destinados a nos dar uma vida de alegria,
felicidade e propósito. Como as leis de
trânsito (contra as quais às vezes nos
rebelamos), os mandamentos foram
estabelecidos para a nossa proteção e
segurança.
Os mandamentos são para todos
os povos, mas é importante notar
seu valor para o povo de Israel, para
quem (como povo), pela primeira
vez, foram audivelmente concedidos.
Quando deixaram o Egito, os israelitas
não haviam desenvolvido ainda uma
identidade corporativa unificada.
Porém, suas raízes comuns em Abraão
– o alvo comum para chegar a Canaã, e,
mais importante, o sistema comum de
normas contido nos Dez Mandamentos
– contribuíram para que os israelitas
se transformassem numa comunidade
viável. Para um povo peregrino, aquele
sistema comum de valores e normas
foi decisivo para preservar a identidade
e impedir sua dissolução. Respeitar
a Deus, adorá-Lo, dar a Ele o direito
exclusivo da vida e celebrar o dia de
repouso do Criador, foi uma experiência que transformou um bando de
individualistas numa nação admirada,
respeitada e temida.
Essas considerações são importantes no contexto moderno de migração
internacional e intercontinental.
Também são importantes para os que
viajam para o reino vindouro de Deus.
Os mandamentos são uma bússola
moral numa era de relativismo. O
Espírito Santo, por meio da lei de Deus,
nos convence do pecado, dando-nos o
senso de total impotência. Nas palavras
de uma declaração adventista: “A lei de
Deus é um instrumento pelo qual o Espírito nos chama ao arrependimento.”
Mudança Positiva
Como uma reação à tendência humana de suspeitar de tudo que começa
com “Não”, no Sermão da Montanha
Jesus realça a lei num contexto positivo.
E dois aspectos vêm à tona:
1. Tudo procede do coração. As palavras da lei não são o mais importante,
Jesus disse. Ao contrário, é o espírito da
lei. Indo mais longe, Ele enfatiza que
até nossos pensamentos – o estado de
nossa mente e espírito – contribuem
para uma vida que pode confirmar ou
confrontar a lei de Deus. “Ouvistes que
foi dito aos antigos: Não matarás; mas
qualquer que matar será réu de juízo.
Eu, porém, vos digo que qualquer que,
sem motivo, se encolerizar contra seu
irmão, será réu de juízo’’ Mt 5:21, 2).
Desse modo, Ele procura transformar
as dez “proibições” em dez opções significativas para a vida.
2. Ação positiva para a vida. Jesus
nos mostra, no Sermão da Montanha,
como a lei de Deus pode melhorar nossa vida imediatamente. Não espere que
os outros o tratem gentilmente, Ele disse. Não espere que os outros o tratem
com respeito. Ao contrário, determine
essa qualidade de relacionameto por
sua própria iniciativa: “Tudo quanto,
pois, quereis que os homens vos façam,
assim fazei-o vós também a eles.’’
As dez “proibições”, portanto,
tornaram-se dez perspectivas infinitas.
Às vezes, é necessário desprezar os
pais, o cônjuge ou os amigos. Deus lhe
dá melhor condição para ajustar tais
relacionamentos. Nós é quem devemos
criar o contexto de respeito mútuo,
honestidade e fidelidade ao nos relacionarmos com as pessoas ao nosso redor.
Outro Exemplo
A lei de Deus é a melhor coisa para
a nossa vida, por assim dizer. Estáva-
mos falando sobre o sétimo mandamento, numa aula de religião para o
ensino médio, quando, de repente, uma
jovem, que aparentemente não tinha o
menor interesse pelas “regras de Deus”,
nos desafiou: “O senhor realmente acha
que uma coisa tão antiquada se aplica
aos nossos dias?” Imediatamente surgiu
uma discussão interessante, cujo final
me surpreendeu.
Após quase uma hora de discussão
com os alunos, a jovem chegou à seguinte conclusão: “Acho que descobri o
ponto: Eu tenho um namorado e,
às vezes, tenho medo de que outra
garota simplesmente o tome de mim.
Pensando no futuro, quando eu for
casada, seria uma tremenda catástrofe
perder o marido que amo. Deus nos
deu essas regras que, se levadas a sério,
podem nos livrar do medo, nos dar
confiança em nossos relacionamentos
futuros e protegem a nós e aos nossos
queridos de uma vida irreal sem regras.
Acho que será muito bom para mim
adotar essas regras. Na verdade, a
lei de Deus é a melhor coisa para a
nossa vida.”
de
ei
L deus
A
Os grandes princípios da lei de
Deus estão incorporados nos Dez
Mandamentos e exemplificados
na vida de Cristo. Expressam o
amor, a vontade e o propósito de
Deus sobre a conduta e as relações humanas e são obrigatórios a todas as pessoas em todas as épocas. Esses preceitos constituem a base do concerto de Deus com Seu povo e a norma do julgamento de
Deus. Por meio da atuação do Espírito Santo, eles apontam para o pecado e despertam o
senso da necessidade de um Salvador. A salvação é inteiramente pela graça, e não pelas obras, mas seu fruto é a obediência aos Mandamentos. Essa obediência desenvolve
o caráter cristão e resulta numa sensação de bem-estar. É uma evidência de nosso amor
ao Senhor e de nosso interesse pelos nossos semelhantes. A obediência da fé demonstra o poder de Cristo para transformar vidas e fortalece, portanto, o testemunho cristão.
(Êx 20:1-17; Sl 40:7, 8; Mt 22:36-40; Dt 28:1-14; Mt 5:17-20; Hb 8:8-10; Jo 15:7-10; Ef 2:8-10;
1Jo 5:3; Rm 8:3, 4; Sl 19:7-14.)
Novembro 2008 | Adventist World
21
D E S C O B R I N D O
O
E S P Í R I T O
D E
“A Adventist World, desde seu lançamento em setembro de
2005, publica em cada edição uma seleção dos escritos de Ellen
G. White. Pelos próximos dois anos, serão publicados neste
espaço, em meses alternados, artigos especiais sobre o dom de
profecia bíblico, para ajudar os adventistas do sétimo dia, no
mundo inteiro, a apreciar e aprender mais sobre o dom especial
de Deus para Seu povo remanescente. A seção “Descobrindo o
Espírito de Profecia” incluirá análise dos ensinos bíblicos sobre
os dons espirituais, artigos práticos sobre a aplicação desses
conhecimentos à vida cotidiana e métodos úteis para partilhar
a riqueza desse dom com os amigos e vizinhos.”
Por mais de um século, o dom profético de Ellen White
tem sido uma bênção para a Igreja Adventista do Sétimo Dia
e para aqueles que leram seus escritos. São muitos os benefícios advindos de seguir seus conselhos, os quais continuam
a moldar positivamente a Igreja Adventista. De fato, muitos
adventistas afirmam que, se não fosse pela voz profética e
conselhos de Ellen White, a Igreja não seria a mesma, hoje.
Muita gente, entretanto, questiona a relação entre os
escritos de Ellen White e a Bíblia. Os adventistas afirmam
ser um povo que crê na Bíblia e que baseia suas doutrinas e
práticas nas Escrituras e nelas somente. Como relacionamos
essa afirmação aos escritos de Ellen White? Para ajudar a
compreender a conexão entre esses dois pontos, alisemos
o que ela disse sobre sua inspiração e a relação entre seus
escritos e a Bíblia.
Natureza da Inspiração
A inspiração e o ministério de Ellen White se assemelham, de muitas maneiras, à descrição da inspiração e ministério dos profetas bíblicos.
Durante os tempos bíblicos, os profetas recebiam revelações de Deus, as quais eram transmitidas ao povo. Eles eram
porta-vozes de Deus (Am 3:7; 2Cr 36:15). Às vezes, recebiam
sonhos ou visões nos quais Deus lhes mostrava os eventos
que ocorreriam no futuro (por exemplo, Daniel 2:19), mas,
às vezes, eram guiados pelo Espírito Santo para escrever um
relatório de eventos já ocorridos (por exemplo, Lucas 1:1,4).
Suas mensagens eram comunicadas tanto por escrito (Jr
36:2) como oralmente (1Rs 17:1).
Ellen White confirmava o trabalho dos profetas bíblicos e
cria que eles eram guiados pelo Espírito Santo. “As verdades
reveladas são dadas por inspiração de Deus (2Tim. 3:16);
acham-se, contudo, expressas em palavras de homens”, escreveu ela na introdução do livro O Grande Conflito. “O Ser
Denis Fortin
é reitor e professor de teologia
no Seminário Adventista do Sétimo Dia da
Universidade Andrews em Berrien Springs,
Michigan, Estados Unidos.
22
Adventist World | Novembro 2008
P R O F E C I A
Ellen W
As verdades bíblicas são
ampliadas pela “luz menor”
Por Denis Fortin
infinito, por meio de Seu Santo Espírito, derramou luz no
entendimento e no coração de Seus servos.”1
Ela cria, também, que Deus guiava seu ministério profético do mesmo modo que guiou os profetas bíblicos, e
que sua inspiração não era diferente da inspiração que eles
receberam.2 Em 1882, ela comentou: “Não escrevo um artigo
sequer, na revista, expressando meras idéias minhas. Correspondem ao que Deus me revelou em visão – os preciosos
raios de luz que brilham do trono.”3
“Tenho fé em Deus”, escreveu ela a G. A. Irwin, em 1902:
“Ele trabalha em minha mão direita e esquerda. Enquanto
escrevo sobre assuntos importantes, Ele está ao meu lado,
ajudando-me. Ele define meu trabalho antes de mim, e
quando estou perplexa buscando uma palavra que melhor
expresse meu pensamento, Ele a coloca de forma clara e
distinta em minha mente. Sinto que todas as vezes que pergunto, estando eu ainda falando, Ele responde: ‘Estou aqui’.”4
Relação com a Bíblia
Embora Ellen White afirmasse ser inspirada, nunca declarou que seus escritos tinham a mesma função das Escrituras.
De fato, durante todos os longos anos de seu ministério, nunca deixou de afirmar ser a Bíblia sua única fonte de crença e
orientação para a vida cristã; ela via seus escritos como um
guia, ou uma “luz menor” para ajudar as pessoas a compreenderem o valor das verdades bíblicas.5 Em seu primeiro livro,
publicado em 1851, ela escreveu esse comentário importante:
“Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como regra
de vossa fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados. Nela,
Deus prometeu dar visões nos ‘últimos dias’ [referindo-se ao
seu ministério profético]; não para uma nova regra de fé, mas
para conforto do Seu povo e para corrigir os que se desviam
da verdade bíblica.”6 Em 1911, ela esclareceu ainda mais a
relação entre seus escritos e a Bíblia: “O Espírito [referindo-se
aos dons espirituais dados à igreja e, em particular, ao dom
de profecia a ela concedido] não foi dado – nem nunca o
hite e a
I M A G E N S : C O R T E S I A
E M AT T H E W H E R Z E L
D O
C E N T R O
D E
P E S Q U I S A S
E L L E N
W H I T E
ıblia
B
poderia ser – a fim de sobrepor-Se à Escritura; pois esta
explicitamente declara ser ela mesma a norma pela qual todo
ensino e experiência devem ser aferidos.”7
Um conceito útil para nos ajudar a entender o papel dos
escritos de Ellen White em relação à Bíblia é comparar seu
ministério profético ao dos escritores não canônicos dos
tempos bíblicos. A Bíblia relata que vários profetas foram
chamados por Deus para proclamar mensagens específicas ao
Seu povo e essas mensagens nunca foram adicionadas ao texto canônico da Bíblia. Profetas como Semaías (2Cr 12:15) e
Jeú (2Cr 20:34) escreveram livros que não foram preservados.
Por alguma razão, por nós desconhecida, Deus não achou
necessário preservar esses escritos nos livros da Bíblia. No
entanto, cremos que esses profetas foram tão inspirados pelo
Espírito Santo quanto outros profetas cujos escritos estão
na Bíblia. O ministério e escritos de Ellen White, portanto,
podem ser compreendidos de modo semelhante aos escritos
desses escritores não canônicos. Tanto os escritos dela, como
os deles, tinham o objetivo de atingir um tempo e um público
específicos e não houve necessidade de incluí-los na Bíblia.
Os primeiros adventistas também lutaram para compreender a relação entre a Bíblia e os escritos de Ellen White.
Em 1874, um dos pioneiros de nossa igreja, George I. Butler,
resumiu sua compreensão sobre o assunto, num artigo da
The Advent Review and Sabbath Herald (Revista Adventista e
Arauto do Sábado). Ele declarou: “Eles [os escritos de Ellen
White] nos conduzem às Escrituras como a grande fonte de
instrução verdadeira e ao exemplo de Cristo como o padrão
verdadeiro. Eles nunca pretenderam tomar o lugar da Bíblia,
mas, simplesmente, ser um dos dons espirituais dados à
igreja por seu divino Senhor e como tal, deve ter seu próprio
valor.”9
Os adventistas do sétimo dia hoje continuam a ser grandemente beneficiados pelos escritos de Ellen White como
fonte de conselhos inspirados para o viver diário no tempo
do fim, e por seu convite, para fazer da Bíblia a única fonte
de nossas crenças cristãs.
O Grande Conflito, p. 7.
Ver Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 148.
Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 67.
4
Carta 127, 1902, publicada em Manuscript Releases, v. 2, p. 156, 157.
5
The Advent Review and Sabbath Herald, 20 de janeiro de 1903.
6
Primeiros Escritos, p. 78.
7
O Grande Conflito, p. 7; ver também Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 192, 193.
8
O Grande Conflito, p. 8.
9
The Advent Review and Herald of the Sabbath, 9 de junho de 1874.
1
2
3
Para
Estudo Adicional:
1. Ellen White, na introdução de seus livros O Grande Conflito (p. V-xii) e Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 15-39,
reflete com clareza sua visão a respeito do trabalho dos profetas bíblicos em seu próprio trabalho.
2. O documento “Dez Afirmações e Dez Negações” é útil, também, para a compreensão da inspiração dos
escritos de Ellen White e sua relação com a Bíblia: www.whiteestate.org/issues/scripsda.html.
Novembro 2008 | Adventist World
23
H E R A N Ç A
A D V E N T I S T A
A
s igrejas adventistas do sétimo dia do Norte da Ásia
estão atendendo ao chamado para a missão. Ali
ainda existem vastos territórios não alcançados pelo
evangelho. Países como a China, Mongólia e Japão
têm relativamente poucos adventistas em comparação com sua
população total.
A Igreja Adventista está enviando plantadores de igreja a
todo o território da Divisão Ásia-Pacífico Norte, como parte
do Movimento Missionário Pioneiro (MMP). Patrocinados
por doadores da Missão Global, esses dedicados plantadores de
igrejas deixam seus lares para começar novos grupos de fiéis
em outros países. Hoje, há pastores do MMP, com suas famílias,
espalhados por todo o norte da Ásia, levando a mensagem de
amor e esperança a muitas pessoas.
Bem-vindos
O pastor do MMP Hyung Taek Lim e sua família chegaram
a Taiwan há três anos. Depois de ter estudado o Mandarim
por um ano, começou a procurar um lugar para as reuniões. Ele se encontrou com Achou Chen, membro da igreja
adventista do sétimo dia, que o informou sobre uma loja que
havia sido fechada no piso térreo do prédio onde morava. O
pastor Lim gostou do local, que logo foi alugado para iniciar
sua nova igreja.
O que a Sra. Chen não lhe havia dito é que seu esposo havia deixado de ir à igreja por ser muito longe. Quando ela lhe
perguntou quando iria à igreja outra vez, ele disse: “Quando
houver uma igreja neste prédio.”
Quando jovem, a Sra. Chen havia sido uma plantadora de
igrejas. Ela ainda tem o coração na missão.
“Estudei no Hospital Adventista de Taiwan”, disse ela. “Eles
ensinam a verificar a pressão arterial e a compartilhar a mensagem de saúde. Como voluntária, verifico a pressão arterial
das pessoas que vão ao parque, segunda, quarta e sexta-feira.
“Quando estava caminhando no parque, vi uma senhora
ajudando pessoas, verificando, gratuitamente, a pressão arterial. Uni-me a ela e começamos a conversar. Ela falou de Cristo
comigo e disse que havia uma igreja na redondeza. Assim,
convidou-me para ir à igreja e eu fui.”
Negócio Familiar
A Sra. Hwang procurava respostas. Um ano antes, ela
perdera o esposo, vítima de ataque cardíaco, e agora estava se
recuperando de uma cirurgia no coração.
Rick Kajiura é diretor de Comunicação na
sede da Missão Adventista.
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Adventist World | Novembro 2008
Além
Por Rick Kajiura
das
Fronte
Um movimento crescente toca
e leva o evangelho a muitas
“Durante esse tempo, eu estava muito mal emocionalmente, diz ela. “Foi um período muito difícil.”
Não muito antes, a Sra. Hwang estudara a Bíblia com o
pastor Lim, junto com vários de seus irmãos e irmãs.
“Nove de seus parentes estão freqüentando a igreja”, diz o
pastor Lim. “Oro para que os outros três sejam levados para a
igreja, junto com os outros membros de sua família.”
Os Hwang estão convencidos de que foi Deus quem
chamou sua família para que pregassem o evangelho à sua
família.
Um dos irmãos, Hwang Hao Chu, é policial aposentado.
“Conheci o pastor Lim e ele me levou às suas visitas e
reuniões evangelísticas. O pastor Lim era um pastor muito
entusiasmado.”
Hwang Hao Chu voltou à escola. Estuda no Colégio
Adventista de Taiwan, para ser pastor.
Os irmãos e irmãs Hwang falaram de sua nova fé a seus
filhos e cônjuges. Hoje, 15 membros dessa família freqüentam
a igreja e recebem estudos bíblicos.
Resultado
Não muito longe do Colégio Adventista de Taiwan, outro
pastor do MMP e sua esposa estão evangelizando sua comunidade. Jong Kab Lim formou-se em fisioterapia antes de se
tornar pastor. Hoje, sua esposa dá aulas de culinária e saúde e
o pastor Lim faz massagens terapêuticas. Já abriram uma sala,
no piso superior, para as reuniões.
In Sun Hong foi a primeira pessoa a ser batizada em
Taiwan por meio do ministério de um pastor do MMP. Embora freqüentasse uma igreja adventista e tenha enviado seus
ıras
corações
pessoas
filhos para estudar em escolas adventistas, ainda não havia
sido batizada. Era a única coreana na cidade em que morava
com seu esposo tailandês. Ficou muito feliz quando soube
que, não apenas uma, mas cinco famílias coreanas haviam se
mudado para a região.
Os pastores do MMP estavam estudando a língua chinesa
antes de começar o trabalho. Um deles, Woon Song Choi,
ofereceu-se para estudar a Bíblia com In Sun. Depois, pediu
que ela traduzisse os sermões durante uma série evangelística.
Foi difícil persuadi-la, mas ela finalmente concordou. Pouco
tempo depois, foi batizada.
“Toda vez que pensava em meu futuro, ficava preocupada”,
diz ela. “Porém, desde que me uni à igreja, a preocupação se
foi e uma doce paz encheu meu coração.”
Hoje, In Sun traduz as reuniões e cultos para o coordenador do MMP para a Associação de Taiwan. Mas ela o
faz como trabalho de amor: doa tudo o que recebe para o
programa MMP.
Conseqüências Involuntárias
Na Mongólia, há outro pastor do MMP compartilhando
sua fé em Ulaanbaatar. Uma das pessoas a quem ele falou
sobre Jesus é um jovem chamado Joy. Hoje, Joy trabalha no
Centro Adventista do Sétimo Dia de Línguas, supervisionando
o laboratório de linguagem.
Após chegar à Mongólia, o pastor Park contratou um
gráfico para fazer alguns livretos para uma série evangelística.
Ele se encontrou com um jovem que trabalhava para uma
gráfica e o convidou para ir à igreja. O jovem atendeu ao convite e pareceu ter gostado.
S E D E
D A
M I S S Ã O
A D V E N T I S TA
Da Esquerda para Direita:
DE POLICIAL A PASTOR: O
policial aposentado Hwang
Haochu (centro) está estudando
para ser um ministro, graças ao
testemunho de Achou Chen e
do Pastor Hyung Taeklim.
APRENDENDO A LINGUAGEM
DO AMOR: Hong Insun
(direita) ensinou os pastores
coreanos a falar chinês que
em troca, lhe ensinaram sobre
Jesus. Desde que foi batizada, Hong é coordenadora
do MMP para a Associação de Taiwan
Abaixo: MINISTÉRIO DA SAÚDE: Achou Chen
(direita) usa a instrução que recebeu no Hospital
Adventista para verificar pressão arterial, gratuitamente, no parque. Foi ali que conheceu a Sra.
Hwang, que, mais tarde, levou seis de nove parentes
seus a freqüentar a igreja.
Quando os livretos ficaram prontos, o pastor Park não
ficou contente com a qualidade do trabalho e pediu que o
serviço fosse refeito.
O que ele não sabia é que seu pedido fez com que o jovem
Joy perdesse o emprego.
O pastor Park percebeu que Joy parou de ir à igreja. Depois de procurar o motivo, descobriu por quê. Alguma coisa
na atitude daquele jovem impressionara o pastor Park.
“Mesmo tendo ido à igreja por apenas uma semana, quando pedi se ele poderia me ajudar na distribuição de convites
para as nossas reuniões, ele disse sim, e fizemos o trabalho
juntos.”
Mais tarde, o pastor ofereceu a Joy um trabalho da escola
de línguas. Hoje, ele dirige o programa de evangelismo jovem.
Os jovens da igreja e da comunidade reúnem-se, regularmente, para jogar futebol e outros esportes, usando uniformes
que levam o nome adventista. Eles gostam tanto desse tempo
juntos que jogam futebol até quando o frio é intenso.
“O pastor Park nos trata como Jesus tratava as pessoas:
com misericórdia”, diz Joy. “Embora eu tenha cometido um
grande erro, o pastor Park demonstrou bondade e misericórdia, como Jesus fazia. Da Coréia para Taiwan e Japão, de
Taiwan para o Japão, da Coréia para a Mongólia, e muito mais,
os pastores do MMP estão pregam o evangelho em novos
países e comunidades.
Com a mensagem de esperança e amor, eles tocam corações
e fazem sua parte para falar ao mundo sobre Jesus.
Para mais informação sobre como ajudar a Missão Adventista,
visite www.AdventistMission.org.
Novembro 2008 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
2. Hebreus Anula a Lei: Pode-se argumentar que não
devemos restringir o verbo “escreverei”, limitando-o ao Decálogo, pois, talvez, ele esteja sendo usado de modo amplo.
Porém, a única coisa que devemos interpretar na passagem é
sse texto não declara explicitamente o conteúdo da
o que ela diz e a ligação que faz com outras partes da Bíblia.
“lei”, mas a terminologia usada no contexto imediato
Examinemos, então, o uso do termo “lei” no resto do livro
e a visão da lei apresentada ao longo da carta aos
de Hebreus.
Hebreus fornecem uma resposta à sua pergunta. ExamineHá ali uma lei que o apóstolo crê que foi “abolida”
mos ambas.
(Hb 7:18), não porque era má, mas porque era somente “a
1. A Lei em Hebreus 8:10: O verso cita Jeremias 31:33, o
sombra dos bens futuros” (Hb 7:18). Essa era a lei sacerdotal
único lugar, no Antigo Testamento, em que a “nova aliança”
referente às restrições do sacerdócio para os descendentes
é mencionada. De acordo com a nova aliança, o Senhor
de Levi (cp 7:5, 16, 18), com
promete: “Porei as Minhas
rituais de purificação (cp
leis no seu entendimento, e
9:10) por meio do sangue de
em seu coração as escreverei”
animais (cp 9:22). Uma vez
(Hb 8:10). Atentemos para
que essas leis foram “abolialgumas coisas.
das” por meio do sacrifício
Primeiro, não há referência
e do trabalho sacerdotal de
a uma nova lei. Diz somente
Jesus, elas não podem fazer
“Minhas leis”, sugerindo que
parte das leis escritas no coseu significado estava claro
ração daqueles que aceitam a
para o leitor entendido. O que
nova aliança.
é novo é que, sob a nova alian3. Hebreus Confirma a
ça, a lei será colocada no coraLei: Hebreus reafirma a lei,
ção e na mente das pessoas.
particularmente os mandaSegundo, é explicitamente
Por
mentos
encontrados no Dedeclarado que Deus escreverá
Angel Manuel Rodríguez
cálogo, indicando que ainda
Suas leis no coração humano.
são válidos na comunidade
É impossível não perceber a
da nova aliança. O autor
referência à entrega dos Dez
declara que “aos adúlteros, Deus os julgará” (cp 13:4), que
Mandamentos no Sinai: “e [Deus] escreveu nas tábuas as
precisamos adorar a Deus (cp 12:28) e chama seus leitores a
palavras da aliança, os dez mandamentos” (Êx 34:28). Elas
ser obedientes à vontade de Deus para eles (cp 10:36). Há até
foram escritas “pelo dedo de Deus” (31:18). Essas tábuas fouma referência ao sábado do sétimo dia (cp 4:4) e ao fato de
ram chamadas de “as tábuas da aliança” (Dt 9:9,15), e pode-se
Deus ter descansado e que “ainda resta um repouso sabático
chamar de lei da aliança que foi colocada dentro da “arca da
para o povo de Deus” (cp 4:9, NVI). Isso nos mostra que
aliança” (Dt 10:8). Na nova aliança, o Senhor escreverá a mesHebreus estabelece uma diferença entre os Dez Mandamenma lei da aliança no coração humano. Ela será incorporada,
tos como a lei da nova aliança e os mandamentos da antiga
tornando-se parte da vida do crente.
aliança, referentes às leis sacerdotais.
Terceiro, o plural “leis”, usado apenas em Hebreus 8:10
A coisa mais importante nesta discussão, talvez, é que a
e 10:16, não se refere a uma diversidade de leis do Antigo
lei deve ser assimilada, moldando nosso caráter e ações. Ela
Testamento, mas ao conteúdo do Decálogo. No texto de
não é um fardo, mas uma alegre expressão do nosso relacioJeremias 31:34 e em Hebreus, o termo “lei” está no singular,
namento e compromisso com Deus; uma aliança instituída
mas a tradução grega do Antigo Testamento usada pelo
por meio do gracioso sangue de Jesus.
apóstolo está no plural. O plural foi empregado porque a lei
inscrita nas tábuas consistia em uma lista de leis específicas
– os dez mandamentos (cf Êx 34:28).
Baseados nessa evidência, podemos concluir que o
escritor bíblico tinha em mente o Decálogo ao citar a lei
Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa
Bíblica da Associação Geral.
da nova aliança.
P E R G U N T A : Hebreus
8:10 fala de uma nova
aliança e de leis. Qual é o conteúdo dessas leis?
E
A Nova
Aliança
de
Hebreus
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Adventist World | Novembro 2008
E S T U D O
B Í B L I C O
Esperança
Além da
Cruz
Por Mark A. Finley
A maioria das pessoas tem medo da morte. A Bíblia diz que, pelo pavor da morte, os seres
humanos sem Cristo são “sujeitos à escravidão por toda a vida” (Hb 2:15). Para muitos, a
morte é uma viagem ao desconhecido. Jesus, porém, livra do medo da morte os que nEle
crêem. Ele entrou no domínio da morte e o conquistou. Ele enfrentou a morte e saiu vitorioso. Na lição deste mês, estudaremos como a vitória de Jesus sobre a sepultura nos dá
esperança em face da morte.
1. Que certeza Jesus nos dá para enfrentarmos a morte?
“Eu sou o primeiro e o último e Aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e
tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:17, 18).
Descreva, em suas palavras, o significado de Jesus ter as “chaves da morte e do inferno”.
2. Jesus, o Filho de Deus, sempre existiu com Deus, o Pai, na eternidade. Que palavra
descreve a autoridade de Jesus sobre a vida e a morte? Escreva sua resposta no espaço
em branco.
“Ninguém a tira [a vida] de Mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a
entregar e também para reavê-la” (Jo 10:18).
Jesus tem
sobre a Sua e a nossa vida e morte.
Como Jesus existiu com o Pai por toda a eternidade, Ele nunca teve início nem fim,
possui vida eterna em Si mesmo. Ele é vida (ver Jo 1:1-4; Ap 1:8).
3. Como Jesus tranqüilizou Marta após a morte de seu irmão Lázaro? Escreva sua
resposta no espaço em branco.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11:25).
Jesus disse que Ele é a
ea
4. A maioria dos judeus do tempo de Jesus cria na vida após a morte. O que Marta cria
sobre a ressurreição? Quando ela pensava que isso aconteceria?
“Eu sei, replicou Marta, que ele [Lázaro] há de ressurgir na ressurreição, no último dia” (Jo 11:24).
Marta cria que se encontraria com seu irmão no
Novembro 2008 | Adventist World
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5. Como Jesus demonstrou Seu poder sobre a morte naquele mesmo dia?
“E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés
e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o
ir”(Jo 11:43, 44).
Jesus revelou Seu poder sobre a morte, ao ressuscitar Lázaro da
.
6. Em que podemos basear nossa esperança quando enfrentamos a inevitabilidade da
morte? Responda nos espaços em branco.
“E, se o Espírito dAquele que, dentre os mortos, ressuscitou a Jesus habita em vós, Aquele que dentre os mortos
ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo Seu Espírito que em vós habita” (Rm 8:11).
Aquele que ressuscitou
da
dará, também,
aos seus corpos mortais.
A ressurreição de nosso Senhor nos enche de grande esperança ao enfrentarmos a morte.
Uma vez que Jesus ressuscitou e venceu a morte, nós também podemos aguardar, com fé,
por meio do mesmo poder que ressuscitou Jesus.
7. Segundo o apóstolo Paulo, quando ocorrerá a ressurreição? Escreva sua resposta no
espaço em branco.
“Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor,
de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem,
ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro” (1Ts 4:15, 16).
Os mortos ressuscitarão ao som da
de Deus.
8. Que grande promessa se cumprirá quando o povo de Deus ressuscitar? Escreva sua
resposta nas linhas abaixo.
“E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da
imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória” (1Co 15:54).
Tragada foi a
na
Não precisamos temer a morte. Ela já foi vencida. Jesus enfrentou a morte na cruz
e venceu-a por meio da ressurreição. Quando Ele vier outra vez, receberemos na realidade
o que hoje recebemos pela fé. Em Jesus, a vitória sobre a sepultura já foi ganha.
O estudo bíblico do próximo mês será
“A Realidade da Ressurreição”.
28
Adventist World | Novembro 2008
.
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Mianmar por Dentro
O artigo “Mianmar por Dentro”, de
Hans Olson, na Adventist World de agosto de 2008, me chamou muito a atenção.
Trabalhei 17 anos como missionário em
Burma (como era conhecido na época)
e gostaria de fazer uma pequena correção na afirmação feita por Olson: “Após
a guerra, os missionários estrangeiros
retornaram até 1962, quando a junta
militar assumiu Mianmar. [Foi essa a
data correta da mudança]. Nessa época,
os 26 missionários deixaram o país.”
Meu esposo, Frank Wyman, nosso
filho Ralph, com 9 anos de idade, e eu
deixamos Burma sob as ordens do governo no dia 19 de maio de 1966. Cerca
de duas semanas mais tarde, o último,
Philip Parker, também deixou o país. Ele
havia enviado sua família de volta para
os Estados Unidos, mas permaneceu até
que o expulsassem.
Em 1962, partimos para férias longas
e, ao retornarmos em 1963, ouvimos
sobre as mudanças que estavam ocorrendo. Rapidamente fomos informados
de que o governo birmanês havia
nacionalizado os bancos e as grandes
empresas em Rangoon e, gradualmente,
noutras cidades e vilas. Em 1965, tomaram o Hospital Adventista da Missão.
Certo dia, ordenaram que os médicos e enfermeiras estrangeiros entrassem
em um escritório e logo lhes deram seus
“documentos de viagem”. O Dr. Robert
Dunn quis voltar para o andar superior
para examinar um paciente que havia
operado no dia anterior, mas isso não
lhe foi permitido.
Não muito depois, o governo
birmanês nacionalizou todas as escolas
da Missão no país, independente da
denominação. Isso aconteceu por vários
meses, mas foi só em março de 1966
que recebemos nossa carta “convite”
para deixarmos Burma no prazo de dois
meses. Com o coração pesaroso, voamos
para a Índia e, com a família, nos dirigimos para nosso país, com nosso futuro
incerto.
Outra coisa que gostaria de comentar é que a continuação da obra
adventista em Mianmar é dirigida por
alguns de nossos ex-alunos e amigos.
Além dos adventistas, há ainda Missões
de Fronteira Mianmar e os obreiros do
Esforço Evangelístico, levando o evangelho a todo o país.
Aplaudo o grande esforço que os
funcionários da ADRA/Mianmar e outros administradores da Missão fizeram
após o Ciclone Nargis, que devastou
áreas onde havíamos trabalhado.
mos a direção divina em nossa vida. A
jornada nem sempre é como desejamos,
mas, no fim, alcançará sempre o melhor
resultado. Deus continue abençoando
a todos!
D. Johnsonch
Nova Iorque, Estados Unidos
Leitor Agradecido
Sou grato a Deus e a toda a equipe da
Adventist World por essa revista tão
oportuna. Do Editorial à Frase do Mês,
estão suprindo nossas necessidades neste campus. Que Deus os abençoe muito!
Esther Olufunmilayo
Oyedepo
Universidade Babcock, Nigéria
Bençãos do Haiti
Sou uma jovem cristã do Haiti e quero
cumprimentá-los pelo lindo trabalho
que realizam para Deus. Penso que Deus
nunca vai parar de abençoá-los.
Felissin Levelea
Port-au-Prince, Haiti
Barbara Wyman
Washington, Estados Unidos
Durante a Jornada
O artigo “Minha Jornada... Até Aqui”
(Adventist World, setembro de 2008)
serviu como inspiração e reconstrução
de minha mente e espírito. É maravilhoso ver o que acontece quando permiti-
Novembro 2008 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial
C A R TA S
Cafeína
Por duas razões, li com muito interesse
o artigo “A Igreja Mudou sua Posição
Sobre a Cafeína?” (Adventist World,
setembro de 2008). Primeira, eu estava
preocupado com o que diriam sobre
o aumento do consumo de bebidas
cafeinadas por alguns dos nossos membros de igreja. Fiquei maravilhado pela
maneira com que a posição da igreja
foi abordada e com as razões para essa
posição.
Segunda, nos últimos dois anos,
tenho gasto muitas horas pesquisando
sobre os aspectos negativos da cafeína.
Descobri que há fortes evidências de
que uma dieta deficitária pode causar
dependência de álcool, nicotina, cocaína
e anfetaminas. A cafeína pode servir
como reforço da droga nessas quatro
substâncias.
Como resultado dessas descobertas,
foi criado em minha cidade o Comitê
dos Cidadãos Preocupados com Dependências, do qual sou diretor.
O hospital de Farmington, Novo
México, doou cinco mil dólares para
que nosso comitê prepare o primeiro
seminário visando a educar o público
sobre esse assunto. Intitulado “Alimenta-
ção Deficitária, Cafeína e Dependência”,
o seminário já está quase pronto. Foi
avaliado por um bom número de pessoas competentes. A aceitação tem sido
muito positiva; por isso, louvo a Deus.
Donald E. Casebolt, MD
Novo México, United States
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
O LUGAR DE ORAÇÃO
Tenho 21 anos de idade e por muito
tempo sonhei ter um grupo jovem de
estudo da Bíblia, às segundas-feiras, para
amigos e conhecidos. Meu sonho tornou-se realidade e Deus nos propiciou
experiências maravilhosas. Por favor,
orem para que mais pessoas participem
das reuniões com mais freqüência.
Espero que nossa sala de estar se torne
pequena.
Mirjam, Áustria
Precisamos de suas orações. Nossa
igreja planeja colocar no ar uma estação
de rádio FM , de baixa potência, em
Bancolod City, para transmitir músicas
evangélicas 24 horas, sete dias por semana. Sentimos a necessidade de transmitir
a mensagem de esperança e salvação
oferecida por Deus a todo esse povo.
Com suas orações, conseguiremos.
Fred, Filipinas
Orem para que eu consiga um trabalho
com o sábado livre. Que Deus os
abençoe!
Nohelia, Uruguai
Sou mãe e preciso me aperfeiçoar profissionalmente para que possa manter
financeiramente minha família. Por
17 anos, tenho tentado estudar e já me
matriculei em vários cursos profissionalizantes, mas não tenho os meios.
Orem para que o Senhor providencie os
recursos.
Sarah, Quênia
Orem pelos jovens de nossa igreja em
todo o mundo para que amem cada vez
mais a Deus e fiquem longe do pecado.
Andrés, Colômbia
Peço oração por minha família e por
mim. Estou passando por muitas
provações.
Millisa, Grenada
30
Adventist World | Novembro 2008
Orem por meu único filho, Meeky,
minha mãe idosa e minha família.
Samuel, condenado à prisão
perpétua Zâmbia
Sou estudante de 17 anos de idade e
há 11 sofro de surdez. Por favor, orem
para que Deus me ajude a realizar meus
sonhos e a ter êxito nos estudos.
José, França
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem
todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome
e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material:
envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio
Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring,
Maryland 20904-6600 EUA.
INTERCÂMBIO DE IDÉIAS
Aventura
Constante
Leitora descobre
que, desde que
encontrou a Cristo,
a vida é uma
constante aventura.
P E T E R
H E L L E B R A N D
Minha vida é uma aventura,
Desde que encontrei a Cristo!
Ele me conduz por veredas
Para mim, desconhecidas,
A não ser para anunciá-Lo!
Esse caminho,
Primeiramente,
é marcado pelo arrependimento
e me leva à terra do Amor,
e à ampla estrada da Alegria!
Ao longo da dura jornada,
Passei por vales escuros,
Cheios de tristeza e dor.
Assim conheci meu Senhor
Ainda mais.
Ele expôs Sua caminhada de agonia
Pelo estreito, sinuoso “Caminho da Aflição”,
A Via Dolorosa:
Ele correu esse risco assim
Porque Seu sacrifício foi por mim!
E eu volto, novamente,
Relembrando, diariamente,
meu suave caminho de arrependimento,
de amor e de alegria.
Ó sim, eu, um aventureiro,
A dar-Lhe honra, glória e louvor,
Uma constante aventura de amor!
Por Betty Kossick
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela
Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente;
Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C.
Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith;
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Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk
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Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson,
Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler,
Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana,
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Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts,
Bertil A. Wiklander
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD
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Website: www.adventistworld.org
A menos que indicado de outra forma, todas as referências
bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida,
Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do
Brasil, 1993.
Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.
Vol. 4, No. 11
Novembro 2008 | Adventist World
31
Q U E
L U G A R
É
E S S E ?
O Lugar Das
S O N G
S I K
AS
H A N
PESS
C O N H EÇA SEU VIZINHO
Por muito tempo, o feiticeiro
por causa de sua reputação. Certo
Matios comungava com espíritos e
dia, encontrou um adventista que
usava a feitiçaria para destruir pesconcordou em estudar a Bíblia com
soas. Hoje, ele dirige um ativo grupo
ele. Matios continua crescendo em
adventista do sétimo dia, na sua pesua nova fé. Ele e um grupo de mais
quena vila, ao norte da Índia. (Matios de 50 pessoas reúnem-se todos os
sábados, nessa igreja provisória, para
está no primeiro plano da foto.)
louvar a Deus e estudar a Palavra.
Há onze anos, Matios sentiu o
Eles sonham com a possibilidade
desejo de receber um poder diferente. Ele procurou respostas
de, algum dia, construir um templo
entre os cristãos, mas foi rejeitado
para adorar a Deus.
VID A A D V EN T I S TA
Minha mãe credita aos avós o fato de ela e suas quatro irmãs terem sido
levadas para a Igreja Adventista. Não havia igreja no lugar em que moravam;
por isso, seus avós realizavam a Escola Sabatina e o culto em sua casa.
Pediam às meninas para recolher as ofertas e vovô, toda vez, pegava sua
bolsa de moedas, tirava todas e dizia: “Sissie, pegue tudo.” Todas as semanas,
não importava quanto ele tinha na bolsa, doava tudo como oferta. Depois
de um tempo, vovó conferia a bolsa de moedas do vovô para ter certeza de
que ele não estava doando todo o dinheiro destinado ao mercado. Vovô
nunca se preocupou com isso; ele sempre dizia: “Sissie, pegue tudo.”
Daquela humilde igreja e escola sabatina, há centenas de membros de
nossa família na igreja hoje.
– V. Garnet Lawson, Portland, Tennessee, Estados Unidos
FRASE
DO
MÊS
“As Escrituras não
servem apenas para nos
informar; elas formam
e moldam nossa vida.”
— Pastor Jim Hiner Júnior, num sermão
sobre João 11:26, na Igreja Adventista do
Sétimo Dia de Southview, em Minneapolis,
Minnessota (EUA).
RESP O S TA : Ronald Stone, doutorando em Religião nascido em Tonga, deleita-se durante uma reunião da Semana de Oração com seu
filho, Stephen David Keseti-he-Lotu Stone, 9 anos, no Adventist International Institute of Advanced Studies (AIIAS). Instituição
educacional da Associação Geral que recebe estudantes provenientes de mais de 45 países, a AIIAS oferece mestrado e doutorado em seu
Seminário de Teologia e na School of Graduate Studies em seu principal campus, nas Filipinas, bem como nos centros de aprendizado
a distância espalhados pela Ásia e por meio do ensino online de sua divisão.

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