MARIANA AYDAR CAVALEIRO SELVAGEM AQUI TE SIGO Uma

Transcrição

MARIANA AYDAR CAVALEIRO SELVAGEM AQUI TE SIGO Uma
MARIANA AYDAR
CAVALEIRO SELVAGEM AQUI TE SIGO
Uma produção Universal Music dirigida por Letieres Leite e Duani Martins.
O que te guia? Inspiração, medo ou vontade, sempre há o que nos move, sempre há o que nos
surge para indicar caminhos ou possibilidades, como se por além de nós, essencialmente
íntimo.
No caso de Mariana Aydar, guiada pela intuição, as vontades essenciais para seu terceiro
disco eram várias, que surgiam e se somavam em realizações: gravar ao vivo, buscar origens e
ao mesmo tempo olhar pra frente, aprofundar no lado rítmico afrobrasileiro, trazer pra perto
uma certa tradição nordestina sem clichês, montar a melhor banda do mundo. O resultado,
Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo, é o que pode ser chamado seu álbum mais pessoal,
amplo de ideias e bem realizado em sons.
Como acontece quando se encontram forças análogas e complementares, com suas próprias
fundações e ricas em interpretações, a soma das partes revelou algo novo, único em si. O
Cavaleiro Selvagem seguido já desde o título surge como uma imagem protetora através da
metafórica floresta de emaranhados de universos concebidos.
Os pontos de apoio do disco - abrindo, fechando, no centro, pulsando - são as composições de
Mariana, que despertaram sua busca e mostraram sua visão, unindo canções diferentes mas
iguais, encontrando o diálogo entre Salvador e África, psicodelia e pop, revelando canções
novas mesmo se antigas, um tanto de compositora e um tanto de intérprete, juntas. De Zé
Ramalho a Thalma de Freitas, de fado a vanguarda paulistana, de Caetano em inglês às
próprias composições misteriosas, seguindo o Cavaleiro e de pé no chão.
Letieres Leite, maestro, compositor e arranjador da muito especial Orkestra Rumpilezz,
brilhante jazz afrobaiano de atabaques e sopros, se fez presente durante o processo de criação
do disco como uma figura-mestre, afinal produtor do álbum, ao lado do parceiro de Mariana
desde seu primeiro disco, o sensível e incansável baterista e multi-instrumentista Duani.
Com a banda-base já esquentando desde a série de shows ao vivo “1, 2, 3 Testando”, feita no
fim de 2010 para afinar repertório e sonoridades, o álbum foi gravado de primeiros takes, todo
mundo tocando junto, banda afiada e arranjos ricos de detalhes.
Além de Mariana brincando com as vozes e Letieres como guru musical, o som quente e cheio
de dinâmicas e especiais vem de Guilherme Held nas personalíssimas guitarras, Robinho no
baixo, Guilherme Ribeiro na sanfona e teclado mais o groove de bateria de Duani Martins,
completados com o percussionista Gustavo Di Dalva, direto da Bahia para as gravações.
Mariana, ocupando os espaços musicais com grandes inventividades e liberdades vocais,
segurança de interpretação e visão clara do destino.
“A Saga do Cavaleiro”, vinheta, clima e sugestão de abertura, já te coloca na viagem, dentro
do percurso. Abrindo os caminhos na pegada, “Solitude” é parceria da cantora com as amigas
Jwala e Luisa Maita, sem medo de amar nem de mar, a escolha de estar só mas bem
acompanhado, guiado pelo cavaleiro que é você mesmo, solitude e não solidão. Como em
“Não foi em vão”, composição de Thalma de Freitas gravada no disco da Orquestra Imperial,
aqui transformada em jazz-samba com arranjo de madeiras e trompa, a interpretação de canto
rasgado dando novos tons à canção sobre autonomia emocional.
Grande afirmação artística de Mariana e também dos compositores Dante Ozzetti e Luiz Tatit,
“Passionais” segue a inspiração da cantora de encontrar grandes músicas para engrandecêlas um pouco mais. Desde que a cantava há dez anos, na turnê do disco Ultrapássaro, de
Dante, Mariana vem cultivando intimidade com a canção. Grande composição, grande letra,
grande interpretação da cantora - se não foi maior ou melhor, foi o maior e melhor que fizemos.
É o preço de ser passional. (Mas não dói não.)
Surpreendendo e renovando sua própria tradição na vanguarda paulistana - seu pai é Mario
Manga, do Premê -, Mariana atualiza o cult e desabrocha uma perfeita canção pop e, de certa
maneira, também pratica o inverso, deixando levemente à vanguarda “Vai vadiar”, de Monarco
e Ratinho, antigo sucesso de Zeca Pagodinho e já cantada por Mariana há anos em shows,
recriado para além do samba. Também como na primeira gravação da cantora em inglês, “Nine
out of ten”, já tido como o primeiro reggae brasileiro, gravado pelo autor Caetano Veloso em
1972. Por todo o álbum estilos não se definem e as barreiras aparecem criativa e naturalmente
borradas entre levadas afro, pegada rock, carimbó e forró de radinho, axé music dos anos 90 e
o que mais se ouvir nesse universo de ritmos poderosos.
“Floresta” é o coração do disco, em muitos sentidos. Auge artístico, poética e inspiradora, com
participação sublime da voz do cantor e compositor baiano Tiganá Santana, também parceiro
de Mariana e Guilherme Held na composição. Logo depois de se dizer alive e viva, outro alerta
para a vida, vamos preservar a flor. Com harmonização vocal, melodia levada no violoncelo e
percussão passeando por timbres, a faixa traz charme de lado B de disco brasileiro dos anos
70 e um certo espírito à Milton Nascimento, clima de canção do sal, da terra, lembranças do
álbum experimental/existencial Krishnanda, do percussionista Pedro Santos, 1968.
Talvez a maior ousadia no repertório - e certamente uma de suas grandes realizações -, é a
recriação de “Galope rasante”, de Zé Ramalho, hit e pérola de Amelinha de 1979.
Temperando o groove seco do sertão com flerte afrobeat e nova parte especial com riff vocal
acentuando o lado rítmico, é Mariana moça e anciã.
O fado sem pátria “Porto”, torto, perdido no mundo, composição climática e inteligente de
Romulo Fróes e Nuno Ramos, é oportunidade para Mariana mostrar interpretação entregue,
lírica. De Lisboa a Salvador, da fronteira a São José do Rio Preto, um disco não sem lugar,
mas ocupando seu próprio espaço.
A paixão que levou Mariana a criar o projeto de um documentário sobre Domiguinhos é
musical, é a mesma que a leva a chamá-lo para uma lindíssima participação na sanfona no
momento mais leve e delicado do disco, em “Preciso do teu sorriso”, de João Silva, sucesso
do Trio Virgulino, reinventado aqui puro amor de partir o coração.
O hit de primeira audição “O homem da perna de pau”, de Edson Duarte, é clássico imediato
e infalível do disco, misturando com senso de humor e beleza carimbó, brega, forró em um som
totalmente contemporâneo, pra não dizer mesmo moderno. Mesmo lendo tudo isso, lhe
asseguro, o som é uma surpresa de agrado geral.
Anunciada por naipe de metais, a canção “Cavaleiro selvagem” nasceu como um canto na
cabeça de Mariana, que para desenvolvê-lo só pensou “o Emicida vai terminar essa parada” e
foi na hora. Ligou, no mesmo dia se encontraram e o jovem rapper incorporou e compôs a
segunda parte como se fosse a própria Mariana criando melodias. Ambos buscando o equilíbrio
do Cavaleiro como um Deus geral, a natureza, a raiz, o elemento terra, o vento sereno
trazendo o sol, uma figa levando todo o mal. O fato de que chovia durante as gravações do
disco pode não trazer nenhum significado concreto, mas certamente conspirou com o clima.
O cavaleiro passa, perpassa, atravessa o álbum - da faixa de abertura aos galopes finais da
última canção, “Vinheta da alegria”, também de Mariana - como se todas as coisas não
acabassem, mas se renovassem constantemente voltando às suas origens. Ideia que se
conecta com o conceito de fundamento das coisas da Ancestralidade, tão ligado aos padrões
percussivos afrobaianos, que dão um espírito particularmente forte ao disco.
A Saga do Cavaleiro é sugerir e guiar, passar e inspirar. Mariana ouviu e criou seu disco mais
artesanal, cheio de mistérios, afromântrico. Não tem manual, não é uma homenagem a
tradições, cada um de nós tem seu próprio Cavaleiro Selvagem. É uma busca a algo maior pela
música, pela expressão, pela soma. O caminho é pessoal a cada participante e ouvinte e se é
universal é pelo ímpeto artístico. O coração sente e derrama vida. E fim.
Ronaldo Evangelista, agosto de 2011.
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